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NO SILÊNCIO DEUS SE REVELA Frei Carlos José Körber, OFM Assistente Espiritual da OFS Mais uma vez estamos celebrando o Advento preparando-nos para a “festa das festas” como nos diz Francisco, para o Natal. Preparemo-nos para a celebração do nascimento do menino Deus pondo em prática o que o retiro anual deste ano nos ensinou: o silêncio. O silêncio, nos abre as portas para o encontro com Deus. Se olharmos para a Bíblia, encontramos o exemplo no profeta Elias. Ele encontra o Deus não nas tempestades, no barulho, mas no silêncio, na brisa do vento. Maria cultivava o silêncio e, meditando a palavra de Deus, recebeu a boa nova de se tornar mãe do Senhor. São João Batista, o precursor do Salvador, não ficou no barulho e nas agitações das grandes cidades; mas procurava o lugar deserto para seu encontro com Deus. O próprio Cristo nos orienta para viver o silêncio. Quanta vezes se retira para estar a sós com seu Pai na sua oração e meditação? Também São Francisco foi um amigo do silêncio. Não sei quantas vezes procurava lugares desertos para se encontrar com Deus? Ou a orientação da nossa Regra: Lemos no § 4: Os franciscanos seculares se empenhem, sobretudo, na leitura assídua do Evangelho, passando do Evangelho à vida e da vida ao Evangelho. Será que isso não é por excelência um exercício do silêncio? Ou no § 9: A virgem Maia, humilde serva do Senhor, disponível à sua palavra e a todos os seus apelos, foi cercada por Francisco de indizível amor. Que os franciscanos seculares testemunhem a ela seu ardente amor pela prática de uma oração confiante e consciente. E nós como franciscanos? Como nos sentimos limitados nas nossas ações e “escravos” do barulho do mundo atual e não conseguimos observar o silêncio? Quantas vezes a agitação e a impaciência do dia a dia tomam conta da nossa vida e nos sentimos incapazes de nos distanciar? E quantas vezes não sabemos acolher o silêncio? E isso vale também para a nossa preparação para o Natal. conseguimos, no silêncio, acolher o mistério da encarnação. Quantas vezes se limitam as nossas preparações para o Natal nas coisas externas como: mesa farta, presentes em grande número, enfeites diferentes e nos esquecemos do essencial: o nascimento do menino Jesus? Tenhamos a coragem de encontrar de novo o caminho para o presépio guardando o silêncio como coisa fundamental para o nosso “sim” a Deus, imitando Maria. Ou imitando São José, assumir com humildade o menino Jesus. Ou como São Francisco: Ele preparou o presépio em Greccio para celebrar a bondade e o amor de Deus para conosco que se concretiza no menino Jesus. Façamos de novo da festa do Natal uma expressão da nossa fé e não apenas um evento do comércio. Assim desejo a todos vocês, meus irmãos em Francisco, um feliz natal e um ano novo cheio de paz e realização. Reunião Geral de 20 de Dezembro de 2015 Fraternidade Franciscana Secular da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria - OFS E-mail: [email protected] | Endereço: Av. Roberto Silveira nº 265, Icaraí. Niterói – RJ | CEP: 24230-151 Fraternidade Porciúncula da Juventude Franciscana do Brasil E-Mail: [email protected]

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NO SILÊNCIO DEUS SE REVELA Frei Carlos José Körber, OFM Assistente Espiritual da OFS

Mais uma vez estamos celebrando o Advento preparando-nos para a “festa das festas” como nos diz Francisco, para o Natal. Preparemo-nos para a celebração do nascimento do menino Deus pondo em prática o que o retiro anual deste ano nos ensinou: o silêncio.

O silêncio, nos abre as portas para o encontro com Deus. Se olharmos para a Bíblia, encontramos o exemplo no profeta Elias. Ele encontra o Deus não nas tempestades, no barulho, mas no silêncio, na brisa do vento. Maria cultivava o silêncio e, meditando a palavra de Deus, recebeu a boa nova de se tornar mãe do Senhor. São João Batista, o precursor do Salvador, não ficou no barulho e nas agitações das grandes cidades; mas procurava o lugar deserto para seu encontro com Deus. O próprio Cristo nos orienta para viver o silêncio. Quanta vezes se retira para estar a sós com seu Pai na sua oração e meditação? Também São Francisco foi um amigo do silêncio. Não sei quantas vezes procurava lugares desertos para se encontrar com Deus? Ou a orientação da nossa Regra: Lemos no § 4: Os franciscanos seculares se empenhem, sobretudo, na leitura assídua do Evangelho, passando do Evangelho à vida e da vida ao Evangelho. Será que isso não é por excelência um exercício do silêncio? Ou no § 9: A virgem Maia, humilde serva do Senhor, disponível à sua palavra e a todos os seus apelos, foi cercada por Francisco de indizível amor. Que os franciscanos seculares testemunhem a ela seu ardente amor pela prática de uma oração confiante e consciente. E nós como franciscanos? Como nos sentimos limitados nas nossas ações e “escravos” do barulho do mundo atual e não conseguimos observar o silêncio? Quantas vezes a agitação e a impaciência do dia a dia tomam conta da nossa vida e nos sentimos incapazes de nos distanciar? E quantas vezes não sabemos acolher o silêncio?

E isso vale também para a nossa preparação para o Natal. Só conseguimos, no silêncio, acolher o mistério da encarnação. Quantas vezes se limitam as nossas preparações para o Natal nas coisas externas como: mesa farta, presentes em grande número, enfeites diferentes e nos esquecemos do essencial: o nascimento do menino Jesus? Tenhamos a coragem de encontrar de novo o caminho para o presépio guardando o silêncio como coisa fundamental para o nosso “sim” a Deus, imitando Maria. Ou imitando São José, assumir com humildade o menino Jesus.

Ou como São Francisco: Ele preparou o presépio em Greccio para celebrar a bondade e o amor de Deus para conosco que se concretiza no menino Jesus. Façamos de novo da festa do Natal uma expressão da nossa fé e não apenas um evento do comércio. Assim desejo a todos vocês, meus irmãos em Francisco, um feliz natal e um ano novo cheio de paz e realização.

Reunião Geral de 20 de Dezembro de 2015

Fraternidade Franciscana Secular da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria - OFS E-mail: [email protected] | Endereço: Av. Roberto Silveira nº 265, Icaraí. Niterói – RJ | CEP: 24230-151 Fraternidade Porciúncula da Juventude Franciscana do Brasil E-Mail: [email protected]

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VIDA FRANCISCANA – OFS E JUFRA PORCIÚNCULA

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OS CAPÍTULOS Todos os anos os irmãos (todo mundo agora já os chamava de frades = irmãos) se reuniam no tempo de Pentecostes para descobrir juntos o que mais Deus ainda queria deles. Espalhavam-se pelo mundo. Eram cada vez mais numerosos. Nem dez anos depois de começada a aventura, já havia quem dissesse que eles eram uns cinco mil. Sem contar as Irmãs de Clara, que também se multiplicaram bem depressa. E a multidão de homens e de mulheres que, mesmo continuando a viver em suas casas, seguiam a mesma maneira de viver o Evangelho. Todos eles eram penitentes, porque tinham descoberto como Jesus faz falta neste mundo e não mediam sacrifícios para tê-lo consigo.

Essa palavra “penitentes” tinha sido usada por João Batista quando veio avisar que Jesus estava chegando. Ele dizia que as pessoas deviam fazer penitência para receber Jesus e a situação nova que ele traria. Através dos séculos, muita gente achou que fazer penitência era fazer sacrifícios: deixar de comer, passar frio e até bater em si mesmo a ponto de tirar sangue… Mas Francisco e seus companheiros foram ao miolo da questão: ser penitente é perceber que Jesus está fazendo falta e estar sempre preparado para recebê-lo.

ENTRE OS SARRACENOS

Além de percorrer toda a região, os irmãos começaram a se espalhar pela Itália e pelos outros países da Europa. Mas, naquele tempo, de todo o mundo conhecido, o que não era a Europa, cristã, era o mundo dos sarracenos, que seguiam Maomé. E os cristãos estavam em guerra com eles, porque eles estavam ocupando a Terra Santa, em que Jesus viveu. Francisco achava que os sarracenos também eram filhos de Deus e irmãos de todos nós. Por isso, em vez de guerra, queria ir falar com eles sobre Jesus Cristo. Tentou várias vezes. Na primeira, chegou até o norte da Espanha, naquele tempo quase inteira na mão dos sarracenos. Mas ficou doente e teve que voltar. Tentou pegar um navio em Ancona, para ir para a Palestina. A viagem não deu certo, e o navio voltou. No fim, acabou conseguindo: foi para o Egito em 1219. Encontrou os cruzados, que eram os soldados cristãos. Tentou convencê-los a evitar a guerra. Não conseguiu nada. Mas ele atravessou as linhas de combate e foi falar com o sultão, que era o rei dos sarracenos. Conversaram bastante. Francisco deixou-os muito impressionados, e também os ouviu. Os sarracenos deixaram-no voltar como um amigo. E muito edificado por ver como eles rezavam, mesmo na rua, várias vezes por dia. Teve que voltar depressa para a Itália porque o seu movimento dos “frades menores”, que tinha crescido demais, estava causando problemas. Entre outras coisas, os que ele tinha deixado como responsáveis no seu lugar tinham resolvido proibir todo mundo de comer carne. Francisco queria que se vivesse o Evangelho, e lembrava que Jesus tinha dito: Comam de tudo que lhes oferecerem. Não é o que entra no homem que faz mal. Só a maldade do seu coração pode fazer mal. Francisco estava trazendo uma maneira mais viva, mais livre, mais alegre de viver a mensagem e a vida de Jesus Cristo.

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FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DA IMACULADA CONCEIÇÃO DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA JUVENTUDE FRANCISCANA PORCIÚNCULA

Ministro Local: Élio Ferreira de Souza. Vice-Ministro Local: Carlos Fernandes. Coordenador de Formação: Aloysio Cerqueira. Tesoureiras: Marlucia Alves e Maria Carmem Rodrigues. Secretárias: Lícia da Rocha e Thais da Rocha. Coordenadores de Comunicação: Fernanda Olmi e Frederico Félix. Coordenadora do SEI: Rosa Ximenes. Animadora Fraterna da Jufra: Marlucia Alves. Assistente Espiritual da OFS: Frei Carlos José Körber, OFM. Secretário Fraterno da Jufra: Joana D’arck Caldas. Assistente Espiritual da Jufra: Frei Aldolino Bankhart, OFM.

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VIDA FRANCISCANA – OFS E JUFRA PORCIÚNCULA

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No sábado dia 05 de dezembro do corrente, a nossa Fraternidade, teve a satisfação de acolher no salão de festas, auditório e reuniões da Porciúncula de Sant’Ana, cerca de 80 (oitenta) irmãos Franciscanos, compreendendo 08 (oito) membros do Conselho Regional, dentre eles o Ministro e Vice-Ministro, o Assistente Espiritual Regional Frei Vitor, 03 (três) membros efetivos do Conselho Fiscal Regional, O Secretário geral e o Formador da Jufra, 66 (sessenta e seis) Ministros e Vice Ministros de 33 (trinta e três) Fraternidades Locais das 36 que compõem o Regional Sudeste II, Espírito Santo (Vila Velha, Viana, Santa Tereza e Colatina) e Estado do Rio de Janeiro (V. Redonda, Paraíba do Sul, Teresópolis, Petrópolis, Pati do Alferes, S. J. de Meriti, Nilópolis, N. Iguaçu, D. de Caxias, Araruama, Cabo Frio, Rio das Ostras, Quiçamã, Campos, São Gonçalo, Niterói e de diversos bairros da Capital). A programação foi intensa e teve início com acolhida às 08:00 horas, seguindo-se a abertura com Celebração Eucarística às 09:00 h na Capela, presidida pelo Assistente Espiritual local Frei Carlos. A seguir todos se dirigiram ao auditório onde foram desenvolvidos os trabalhos na parte da manhã do capítulo extraordinário, compreendendo o referendo do aluguel da sala do Regional, capítulo ordinário de apresentação das atividades regionais e prestação de contas da OFS, com a leitura do parecer do Conselho Fiscal, apresentação das atividades da JUFRA, almoço partilhado das 12:30 às 13:30 h, e a parte da tarde dedicada a avaliação dos membros do Regional pelas fraternidades locais divididas em grupos, apresentação da Agenda de 2016, oração final e encerramento às 16:00 horas com um gostoso lanche. Como irmãos e irmãs nos reunimos em fraternidade para dar testemunho do espírito franciscano de paz, de felicidade e mensageiros da perfeita alegria. Como nos ensina a Regra nº 4 da OFS no Capítulo II. A Regra e a vida dos franciscanos seculares é esta: observar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o exemplo de São Francisco de Assis, que fez do Cristo o inspirador e o centro da sua vida com Deus e com os homens. (...) Os franciscanos seculares se empenhem, sobretudo na leitura assídua do Evangelho, passando do Evangelho à vida e da vida ao Evangelho. Aos irmãos da nossa Fraternidade que se doaram em servir a este encontro, quer no preparo dos lanches e do almoço, quer em doações de alimentos, quer em orações, o nosso muito obrigado. Que Deus vos abençoe vos guarde e vos dê um Natal de muita alegria e um ano novo cheio de saúde, prosperidade e muita paz. São Francisco e Santa Clara rogai por todos nós. Feliz Natal! Paz e Bem!

ELIO FERREIRA DE SOUZA Ministro Local

ORDEM FRANCISCANA SECULAR REGIONAL SUDESTE II

REUNIÃO NA PORCIÚNCULA

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VIDA FRANCISCANA – OFS E JUFRA PORCIÚNCULA

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O SILÊNCIO NA SAGRADA LITURGIA - Frei Alberto Beckhäuser, OFM 4.1. O silêncio na Celebração eucarística Não se trata apenas dos momentos de silêncio, que precedem ou seguem algum rito. O silêncio em si é um rito simbólico e por sua vez, acompanha a maioria dos ritos. Podemos distinguir, portanto, entre: fazer silêncio ou guardar silêncio e ouvir em silêncio, acompanhar em silêncio, acolher em silêncio. A Instrução Geral sobre o Missal Romano, em sua terceira edição típica, oferece orientações preciosas sobre o sagrado silêncio na celebração. 4.1.1. Fazer silêncio Falando da Estrutura, Elementos e Partes da Missa, no Capítulo I, a Instrução Geral apresenta um item sobre o silêncio: “Oportunamente, como parte da celebração, deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração. Convém que já antes da própria celebração se conserve o silêncio na igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugres mais próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios” (n. 45). Importante notar que o silêncio é parte da celebração, portanto, também da participação ativa. 4.1.2. Silêncio antes da celebração A igreja, casa de Deus e da comunidade reunida para o encontro com Deus, pede uma atitude de silêncio. Diante do numinoso, do sagrado, do santo, o ser humano se cala, contempla. O que vemos, porém? Ensaios de canto, conversas como se as pessoas estivessem num mercado ou na praça, afinações de instrumentos, correria de cá para lá. Na chegada ao templo, ao lugar do sagrado, somos convidados a nos recolher. Quem sabe, saudar o Cristo presente na Eucaristia, rezar uma Hora do Ofício Divino ou algum salmo. Por isso, se recomenda que “se conserve o silêncio na igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais próximos”. Tudo isso, “para que os fiéis se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios”. Observemos que não se trata de assistir aos sagrados mistérios, mas de realizá-los, de vivê-los. Os fiéis não se dirigem à igreja para assistir a um espetáculo. Consequentemente, os cantores, os músicos não tocam e cantam para a assembleia, mas com a assembleia. Eles fazem parte da assembleia que celebra, que realiza os mistérios. 4.1.3. Ato penitencial Depois de introduzir na celebração com brevíssimas palavras, o sacerdote convida para o ato penitencial, que, é realizado pela assembleia após breve pausa de silêncio. Aqui o silêncio tem o caráter de recolhimento, situando-se diante de Deus como pobre e necessitada de misericórdia. 4.1.4. Convite à oração, na oração do dia ou coleta, como último elemento dos ritos iniciais

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VIDA FRANCISCANA – OFS E JUFRA PORCIÚNCULA

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A Instrução Geral diz: “O sacerdote convida o povo a rezar; todos se conservam em silêncio com o sacerdote por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente os seus pedidos... O povo, unindo-se à súplica, faz sua a oração pela aclamação Amém”. Trata-se, não de um silêncio vazio, mas cheio de conteúdo: “tomar consciência de que estão na presença de Deus,... formular interiormente os seus pedidos”. Portanto, não é hora de proclamar intenções da missa nem de dizer a oração com o sacerdote, mas de unir-se em silêncio à súplica, fazendo-a sua pela aclamação Amém. Existe ainda outra forma de silêncio como resposta orante. Ocorro nas Preces dos fiéis, ou Oração universal, tanto na Missa como na Liturgia das Horas. “O povo, de pé, exprime a sua súplica, seja por uma invocação comum após as intenções proferidas, seja por uma oração em silêncio”. Oração semelhante a essa ocorre também na Sexta-feira Santa, seja nas grandes Preces universais, onde a oração silenciosa é de pedido, seja na hora da adoração da Santa Cruz, onde a oração silenciosa assume o caráter de adoração. 4.1.5. Liturgia da Palavra A Instrução Geral trata de uma maneira nova do silêncio na Liturgia da Palavra. Enumerando os elementos da Liturgia da Palavra apresenta em primeiro lugar o silêncio: “A Liturgia da Palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por isso deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram-na também breves momentos de silêncio, de acordo com a assembleia reunida, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria Liturgia da Palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia” (n. 56). Trata-se de um silêncio de preparação de acolhida da Palavra de Deus, de meditação e de resposta à Palavra pela oração. Neste ponto há muito que fazer. Deve haver um entrosamento harmonioso entre o Presidente, o comentarista, os leitores e toda a assembleia. A assembleia deve ser iniciada no rito do silêncio, sobretudo antes de se iniciar a Liturgia da Palavra, para que o silêncio não se torne surpresa, e por isso mesmo, distúrbio. O silêncio não deve criar ansiedade na assembleia, mas paz, quietude. A Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas oferece um critério importante para avaliar o tempo do silêncio: “Contudo, evite-se introduzir um silêncio tal que deforme a estrutura do Ofício, ou que ocasione aos participantes mal-estares ou tédio” (n. 202). O costume de os cabidos catedrais dos cônegos, os monges e religiosos proclamarem a Salmodia em dois coros um voltado para o outro nos ensina uma coisa importante. Os salmos constituem Palavra de Deus em forma de resposta orante do ser humano. Por isso, ela é proclamação e ao mesmo tempo resposta orante. Um lado anuncia, enquanto o outro lado ouve em silêncio. Em seguida, o lado que ouviu anuncia a Palavra e o outro, por sua vez, escuta em silêncio. A melhor maneira de ouvir é escutar em silêncio. Toda a Liturgia possui um caráter dialogal. O diálogo entre Deus e a humanidade se expressa no diálogo da assembléia celebrante, sobretudo entre o sacerdote e os fiéis. Na prática de todos dizerem os textos juntos corre-se o sério risco da rotina e da banalização na recitação do texto dado, deixando muitas vezes de serem verdadeira oração. Importa resgatar o diálogo entre a palavra e o silêncio. 4.1.6. O silêncio antes e depois da Comunhão Após o rito da fração do Pão “o sacerdote prepara-se por uma oração em silêncio para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio” (n. 84). Este momento de oração em silêncio praticamente ainda não foi descoberto pelos fiéis, em geral, ocupados com o canto do Cordeiro de Deus que acompanha a fração do Pão. Por isso, se recomenda que quando houver uma ou poucas hóstias para partir, a assembléia cante ou recite o Cordeiro de Deus, uma vez com o tende piedade de nós e a segunda vez, logo, com o dai-nos a paz. Então haverá possibilidade de os fiéis se recolherem em breve oração silenciosa, enquanto o sacerdote também reza uma oração em silêncio. “Terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio” (n. 88). É silêncio de oração do coração, de acolhida, de aconchego, de comunhão, de resposta de louvor e agradecimento e mesmo de adoração do Senhor sacramentalmente presente no âmago do ser de cada fiel.

Continua no próximo Vida Franciscana...

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VIDA FRANCISCANA – OFS E JUFRA PORCIÚNCULA

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CALENDÁRIO DA FRATERNIDADE Dia 03 Aniversário da irmã Maria Vitorina Dias Borges Azevedo Dia 04 Missa da OFS às 18h Dia 05 Capítulo Avaliativo Regional / Encontro de Ministros Dia 06 2º DOMINGO DO ADVENTO Dia 08 NOSSA SENHORA IMACULADA CONCEIÇÃO Dia 11 Missa da OFS às 18h Aniversário das irmãs:

Célia Cunha Macuco, Dorcelina P. Figueiredo (Filhinha), Luzia Gomes Patrocínio, e Maria Cândida de A. Domingues.

Dia 13 3º DOMINGO DO ADVENTO Dia 15 Aniversário da irmã Maria Aparecida N. de Carvalho Dia 17 Aniversário Natalício do Papa Francisco Dia 18 Missa da OFS às 18h Dia 20 4º DOMINGO DO ADVENTO- REUNIÃO GERAL DA FRATERNIDADE Dia 23 Aniversário da irmã Hildegardes Moreno Botelho (SEI) Dia 25 NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO Dia 27 SAGRADA FAMILÍA São João, apóstolo e evangelista Dia 30 Aniversário de Maria Catarina Manso de Almeida

NATAL, A TERNURA DE DEUS NOS VISITA

Dom Adelar Baruffi - Bispo de Cruz Alta (RS)

om queremos viver o Natal? Alguns pontos falam alto na celebração natalina, para que ela se torne bela e seja fonte de muita alegria. Maravilhar-se! “O que é o homem, para que dele te lembres? O ser humano, para que o visites?” (Sl 8,5). Qual a razão de que nos alegremos com a celebração do Natal? Tomo como exemplo o encantamento do salmista diante da grandiosidade e beleza do universo, criatura de Deus, e do lugar que nele tem o ser humano. Temos

a mesma atitude de transbordamento de alegria e maravilha diante de tão grande mistério: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, que a seu povo visitou e libertou.” (Lc 1,68). Somos visitados por Deus. Não somos nós que o buscamos, mas Ele, qual Pastor, vem em busca das suas ovelhas e, como Bom Samaritano, manifesta toda sua misericórdia inclinando-se sobre nossas feridas e tomando-nos nos ombros. Vem trazer à humanidade o caminho da paz e da fraternidade, tão necessários ainda hoje! Como não maravilhar-se, festejar e se alegrar? A simplicidade! Deus se fez pequeno, voluntariamente se esvaziou para chegar até nós, “tornando-se semelhante aos homens” (Fl 2,7). Dizia Santa Terezinha: “É próprio do amor abaixar-se.” Como poderíamos nós, humanos, chegar até Deus, se Deus não viesse ao nosso encontro, ao nosso nível, segundo nossas possibilidades? “A Palavra eterna fez-se pequena; tão pequena que cabe numa manjedoura. Fez-se criança, para que a Palavra possa ser compreendida por nós.” (Bento XVI, Verbum Domini, 12). Deus mostrou-se no rosto humano de Jesus de Nazaré. Mas precisamos da fé para reconhecê-lo, pois ele é igual a tantos outros: “um recém-nascido, envolto em faixas e deitado na manjedoura.” (Lc 2, 12). O caminho da vinda de Deus até nós é simples, austero e pobre. Assim, o caminho humano de acolhida de Deus pede que “nos tornemos como crianças” (Mt 18,3), que sejamos solidários. Por isso, os pastores sabem ler o sinal, bem como os pobres, que logo se alegram e bendizem a Deus, como Simeão e Ana, no templo (cf. Lc 2,25-38). Quem não compreender este mistério da pequenez de Deus, não conseguirá celebrar o Natal. No máximo, fará festa! O presépio. É salutar o costume, que a tradição remonta a São Francisco de Assis, do presépio natalino. Num tempo de tantas distrações, que acabam até desvirtuando o sentido do Natal, o presépio nos conduz ao essencial. Demos ao presépio um lugar de destaque em nossas casas, não a outros adereços que distraem. Fixemos nosso olhar no Menino, pequeno, despojado, entregue aos cuidados de Maria e José. Ele é o Emanuel, Deus-conosco! Peçamos a Maria, seu olhar materno para contemplá-lo. Contemplemos a criação toda que se alegra com a chegada do Messias. Abençoado Natal a todos e “paz na terra aos homens por ele amados.” (Lc 2,14).

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