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Ciência, tecnologia e desenvolvimento regional: tensões, desafios e experiências europeiasTRANSCRIPT
Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Regional:
Tensões, desafios e experiências europeias
Fórum CONSECTI/CONFAPMacapá, Amapá
12 Novembro 2012
Tiago Santos PereiraCentro de Estudos Sociais da Universidad de Coimbra(em colaboração com DG Regio, Comissão Europeia)
Resumo
• C&T e Desenvolvimento Regional• A experiência europeia• Paradigmas de políticas
A questãoDisparidades regionais
A solução?Ciência, tecnologia e inovação?
Emprego hi-tech
Emprego KIS
Desigualdades
• Estrutural– desigualdade no acesso a recursos e capacidades
• Representativa– desigualdade na representação e poder
• Distributiva– desigualdade na distribuição dos benefícios e custos
associados a produtos, serviços e políticas com base em C&T
– Aplicam-se a diferentes escalas, locais e tecnologias– As três formas de desigualdade interagem, com resultados
positivos ou negativos
• Instituições• Pessoas• Conhecimentos• Redes
Instituições
• Sistemas de Inovação– Nacionais– Regionais– Sectoriais
• Componentes– Organizações (empresas, universidades, institutos
públicos, associações, organismos de TT, ONGs, …)– Instituições (regras, hábitos, leis, …)
• Densidade de relações• Diversidade de funções
Pessoas
• Teoria da Classe Creativa (Florida)– Talento– Tecnologia– Tolerância
– O território (cidades e regiões) são determinantes nesta atração e potenciação
• Envolvimento social com as tecnologias– Disseminação– Participação nos debates– Impactos (positivos e negativos)
Conhecimentos
• Conhecimento C&T• Inovação
– Tecnológica / Organizacional / Social / Aberta
• Dimensão tácita / localizada do conhecimento– Beneficia da agregação, da proximidade
• Conhecimento experiencial / Ecologia de saberes
Redes
• Necessidade de ligar produtores e utilizadores do conhecimento– No processo de produção de conhecimento– Em parcerias– Através de intermediários– Por via da proximidade– Por processos de coordenação / instituições
Políticas Europeias de IDT e Regiões
• Políticas nacionais– Continuam a ser dominantes– Dimensão regional?
• Políticas europeias– Programa-Quadro de IDT
• Do 7º Programa-Quadro ao Programa Horizonte 2020
– Política de coesão social, económica e territorial• Dimensão territorial passou a ser incluída explicitamente no
Tratado de Lisboa
• Coordenação das políticas nacionais e europeias– Espaço Europeu de Investigação, de Inovação, e do
Ensino Superior
Diferentes objectivos
• Programa-Quadro de IDT– Promover a competitividade da indústria europeia– Formação e mobilidade– Cooperação internacional
• Política de coesão– Diversos objectivos e instrumentos (incl CTI)– Articulação regional– Diminuição disparidades
Redes
• Projectos de IDT em consórcio– Resposta a tópicos pré-definidos– Co-produção de conhecimento entre os parceiros– Redes U-I, parceiros de diferentes países e áreas
disciplinares, terceiro sector– Procura de impactos
– Disseminação de conhecimentos– Aprendizagem entre parceiros– Redução da concentração
Pessoas
• Projectos de excelência (ERC)– Ênfase na qualidade científica, tópicos em aberto– Projectos individuais, com maior autonomia– Atração de investigadores/as de excelência /
mobilidade– Mas maior concentração do financiamento
• Bolsas Marie Curie– Formação em mobilidade
Instituições
• Projectos direccionados– Regiões do conhecimento
• Parcerias inter-regionais; Clusters, infraestruturas, coordenação
– Potencial de investigação• Parcerias entre instituições de regiões mais e menos
desenvolvidas
– Redes de coordenação de agendas• ERA-NETs; INCO-NETs
– Disseminação/intermediação de conhecimento• Projectos orientados para PMEs e para transferência de
conhecimento
Conhecimentos
• Orientado para problemas• Conhecimento de fronteira• Coordenação de políticas e de actores• Envolvimento de actores sociais• Formação
Diferentes objectivos
• Política de coesão– Reduzir as disparidades– Fundo Social Europeu (FSE); Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional (FEDER); Fundo de Coesão
– Programas dedicados a Ciência e Tecnologia (e Inovação), a partir dos anos 90
– Implementação a nível nacional/regional– Aumentar capacidade de competição global (e a
nível europeu nos PQ)
Experiências regionais
• Inicialmente muito focadas em infraestruturas físicas– Parques tecnológicos, redes de TIC, etc.– Investimentos avultados– Risco de concorrência inter-regional– Insuficiente formação técnica em transferência de
conhecimento, IPRs, formação de novos negócios
• Actualmente maior ênfase em investimento intangível– Competências de apoio e de intermediação– Dinamização de sectores– Dinamização territorial de menor escala, conjugando com
política urbana de redinamização de áreas locais– Especialização local (com coordenação inter-regional)
Desafios
• Globalização e concentração– Investimentos em conhecimento, saberes, não apenas P&D
• Desafios societais– Tecnologias de base de relevância societal– Dinamizar e envolver; não decidir
• Competição baseada no mérito– Garantir qualidade, investigação de base, atração do ERA
• Inovação aberta– Novos modelos de colaboração entre diferentes actores
• Especialização regional e política de coesão– “smart specialisation policies”
Fonte (Soete et al)
Estratégia Europa 2020
• Smart growth
• Sustainable growth
• Inclusive growth
Horizonte 2020
Paradigmas de políticas de CTI
• Caracterização das principais dimensões de análise e de implementação de políticas de CTI em dois modelos opostos, dois paradigmas de políticas de CTI:
– KEPP: ”knowledge economy policy paradigm”
– SCoPP: ”social cohesion policy paradigm”
• Objectivos• Capacidades• Governação• Resultados• Intervenção das políticas públicas
Knowledge Economy Policy Paradigm - KEPP
• Objectivos económicos: crescimento económico agregado, competitividade, produtividade
• Distribuição de benefícios através dos mercados
• Empresas privadas como agentes centrais da inovação e referência da coerência ‘sistémica’
• Empresas privadas definem a direção e ritmo da inovação (cfr Barcelona target);
• Políticas públicas para facilitar a inovação, e responder a falhas sistémicas
• Ênfase nas tecnologias avançadas (baseadas na ciência) e na indústria de alta-tecnologia
• Preferência por instrumentos de políticas que promovem excelência global, massa crítica, concentração
• Forte ênfase na protecção da propriedade industrial
Social Cohesion Policy Paradigm - SCPP
• Objectivos sociais (bem estar, renda, educação, saúde, segurança, coesão, ambiente)
• Ênfase nos benefícios e custos da inovação para os diferentes grupos sociais; inovação baseada nas necessidades
• Inovação nas empresas privadas, em articulação com outros actores
• Inovação social, dimensão social enfatizada, mobilização de conhecimento e capacidade de inovação de diferentes actores sociais (cfr Sen: equality as capacity)
• Papel inovador das indústrias de alta e baixa-tecnologia
• Potencial inovador de conhecimento baseado na experiência
• Preferência por processos de decisão e instrumentos que contribuem para o impacto distributivo do sistema de CTI
• Inovação aberta, modelos diversificados de disseminação