fisiologia endócrina do pâncreas

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Fisiologia Endócrina do Pâncreas

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Page 1: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Fisiologia Endócrina do Pâncreas

Page 2: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Glândulas Principais

Glândula pineal Sistema hipotalâmico –

hipofisário Tiróide, paratiróide e timo Glândulas supra – renais e

pâncreas Gónadas: testículos/ovários

Page 3: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Introdução

Função Exócrina, através da qual se produzem enzimas e sucos digestivos que são secretadas no intestino;

Função Endócrina, através da qual se produzem e secretam hormonas peptídicas que regulam o metabolismo energético do organismo;

O Pâncreas tem duas importantes funções bioquímicas:

Page 4: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Anatomia Fisiológica do Pâncreas

(1) Secretam sucos digestivos no duodeno

(2) Secretam hormonas peptídicas directamente no sangue

O Pâncreas é composto por dois tipos principais de tecidos, como mostra a figura: (1) os Ácinos e (2) os Ilhéus de Langerhans

Page 5: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Ilhéus de LangerhansTabela 1 Características das células e das hormonas dos Ilhéus de Langerhans do Homem

Tipo celular Quantidade Posição no ilhéu

Hormona Produzida

Acção da Hormona

A ou α ~ 20% Geralmente na periferia

Glucagon Age em vários tecidos para tornar a energia sob a forma de glicogénio e gordura disponível pela neuglucogénese e lipólise; aumenta a taxa de glicose no sangue

B ou β ~ 70% Região central Insulina e Amilina Age em vários tecidos promovendo entrada de glicose nas células; diminui a taxa de glicose no sangue

D < 5% Variável Somatostatina Inibe a libertação de hormonas de outras células dos Ilhéus, por acção intácrina

F (PP) Rara Variável Polipéptido pancreático

Não bem estabelecida

Page 6: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Ilhéus de Langerhans Fig. 1 Fotomicrografia de um corte do

pâncreas que mostra um ilhéu de Langerhans cercado de células acinosas do pâncreas. As células dos ilhéus formam cordões separados por capilares sanguíneos, aqui vistos como espaços claros. HE. Médio aumento. (Fotomicrografia obtida por P.A. Abrahamsohn.)

Page 7: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Ilhéus de Langerhans

Fig. 2 Fotomicrografia de um ilhéu de Langerhans que mostra células alfa (A) e beta (B). Tricômico de Gomori. Grande aumento. (Fotomicrografia obtida por P.A. Abrahamsohn)

Page 8: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Ilhéus de Langerhans

Fig. 3 Detecção imunocitoquímica de glucagon por microscopia de luz em células A (coradas em marron) de um ilhéu de Langerhans. Médio aumento.

Page 9: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Insulina É um pequeno péptido constituído por 2

cadeias polipeptídicas: A (21 a.a.) e B (30 a.a.), unidas entre si por duas pontes dissulfídicas.

É sintetizada como um precursor não activo de cadeia única-preproinsulina

Preproinsulina Proinsulina [Glucose]: Proinsulina Insulina

Page 10: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Insulina

Page 11: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Ilhéus de Langerhans

Fig. 4 Detecção imunocitoquímica de insulina por microscopia electrónica de uma célula B de um ilhéu de Langerhans. Os grânulos pretos são partículas de ouro ligadas ao anticorpo antiinsulina, que indicam os locais onde este anticorpo foi preso à insulina presente nos grânulos de secreção. Note o halo claro entre o material de secreção e a membrana do grânulo. (Cortesia de M. Bendayan.).

Page 12: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Ilhéus de Langerhans

Fig. 6 As etapas principais da síntese e secreção de insulina por uma célula B dos ilhéus de Langerhans. (Baseado em Orci L: A portrait of the pancreatic B cell. Diabetologia 1974; 10:163.)

Page 13: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Glucagon/Glucagina

É constituída por uma única cadeia polipeptídica com cerca de 29 a.a. e como a insulina é também derivada de grandes precursores (preproglucagina e proglucagina), através de clivagens proteolíticas

Page 14: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Glucagon/Glucagina

Page 15: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Somatostatina

É sintetizada como pro-hormona (28 a.a.) e hormona (14 a.a.); ambas as formas têm actividade biológica

É também produzida e secretada no hipotálamo (onde inibe a produção de GH e TSH) e em algumas células intestinais.

Page 16: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Somatostatina

Page 17: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Polipéptido Pancreático

Péptido de 36 a.a., produzido pelas células F;

A sua secreção é estimulada por refeições proteicas, jejum, exercício e hipoglicemia aguda;

Função desconhecida, mas efeitos nos níveis de glicogénio hepático e na secreção intestinal foram sugeridos.

Page 18: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Glucose → combustível obrigatório para o cérebro e eritrócito

Page 19: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Níveis de Glucose Sanguínea

ADULTO: 70-110 mg/dL

IDOSO: aumenta 1mg/dL por década

Jovem: 40-90 mg/dL

Criança < 2 anos: 60-100 mg/dL

Criança > 2 anos: 70-105 mg/dL

Page 20: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Níveis de Glucose Sanguínea Em repouso, o organismo metaboliza entre

160 a 200 g de glucose por dia. O cérebro é o principal consumidor, cerca de

120 g.

Page 21: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Regulação da glicémia Fígado é o principal orgão

responsável pela regulação da glicémia

Pode rapidamente captar e libertar glucose em resposta às concentrações de glucose sanguíneas

Principal reservatório de glucose sob a forma de glicogénio hepático

Há maiores quantidades de glicogénio armazenadas no músculo (250 g) em relação ao fígado (75 g)

Page 22: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Músculo VS FígadoCélula muscular Célula hepática

glicogénio glicogénio

glucose fosfatoglucose fosfato

glucose

fosfatasenão há fosfatase

Page 23: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Insulina e seus efeitos metabólicos Foi isolada por Banting e Best em 1922; Historicamente, a insulina tem sido

associada ao “açucar do sangue” Exerce efeitos profundos sobre o

metabolismo das gorduras, proteínas e hidratos de carbono.

Page 24: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Fuel Stores

Page 25: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Receptor da Insulina

Page 26: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

A insulina responde ao aumento da glucose sanguíneaJejum → [Glucose] → + insulina → efeito hipoglicimiante

• Hidratos de Carbono

+ Glicogénese

+Glicólise

• Lípidos

+ Lipogénese

+ Esterificação

• Proteínas

+ Proteinogénese

Em resumo, o efeito da insulina é anabólico ao favorecer a conversão do excesso de glucose sanguínea em duas formas de armazenamento:

-Glicogénio (no fígado e no músculo)

-Triglicéridos (no tecido adiposo)

Page 27: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Reacções Metabólicasglucose

piruvato

esterificação

corpos cetónicosCiclo de Krebs

glicólise

lipogéneseAG + glicerol

lipólise

β oxidação

complexo piruvato desidrogensase

TG

Acetil CoA

Page 28: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas
Page 29: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas
Page 30: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

O glucagon responde à diminuição da glucose sanguíneaJejum → hipoglicemia → + glucagon → efeito hiperglicimiante

• Hidratos de Carbono

+ Glicogenólise

+Neoglucogénese

• Lípidos

+ β oxidação

+ Lipólise

+ Cetogénese

• Proteínas

+ Proteólise

Em resumo, a glucagina/glucagon é uma hormona essencialmente catabólica

Page 31: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Reacções Metabólicasglucose

piruvato

esterificação

corpos cetónicosCiclo de Krebs

glicólise

lipogéneseAG + glicerol

lipólise

β oxidação

complexo piruvato desidrogensase

TG

Acetil CoA

Page 32: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas
Page 33: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas
Page 34: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

A somatostatina exerce efeitos inibitórios nas funções glandulares exócrinas e endócrinas Inibe as células A e B pancreáticas. Diminui a absorção de nutrientes pelo

intestino Diminui o fluxo sanguíneo intestinal

Page 35: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas
Page 36: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Diabetes Mellitus

O termo Diabetes deriva da expressão grega que significa “fluir”, ou seja, quer dizer aquilo que corre e sabe a mel

Page 37: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Diabetes

Sintomas

Cegueira

Amputações

Problemas renais

Ataques cardíacos

Polidípsia

Fraqueza

Perda de Peso

Stress

Page 38: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Diabetes Mellitus

É uma síndrome de comprometimento do metabolismo dos Hidratos de Carbono, Lípidos e Proteínas, causada pela ausência de secreção de insulina ou por redução da sensibilidade dos tecidos à insulina.

Page 39: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Diabetes Mellitus

Existem dois tipos gerais de diabete mellitus:

O diabete tipo I (DMID), causado pela falta de secreção de insulina

O diabete tipo II (DMNID), causado por redução da sensibilidade dos tecidos-alvo ao efeito metabólico da insulina.

Outros tipos

Page 40: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Diabetes Insulina Dependente Desenvolve-se quando uma reacção auto-

imune origina a paragem de produção de insulina.

O corpo cria anticorpos contras as suas próprias células

Há destruição das células β

Page 41: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Sintomas DMID

Muita sede

Urinar frequentemente

Corpo a cheirar a cetona, hálito

Fadiga

Perda de peso

Page 42: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Diabetes Não Insulina Dependente Ocorre em indivíduos que herdaram uma

tendência para diabetes Síntese de insulina diminuída Diminuição da sensibilidade das células à

insulina

Page 43: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Sintomas DMNID

Peso excessivo

Obesidade

A chamada “barriguinha” (excesso de gordura abdominal)

Vida sedentária

Consumo de gorduras e doces em excesso

Hipertensão arterial

Hiperlipidemia (TG e C a mais no sangue)Sintomas

Page 44: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Diabetes Não Insulina DependentePâncreas é capaz de produzir insulina

Organismo resistente à acção da insulina

Obriga o pâncreas a trabalhar mais (e mais)

Insulina deixa de ser suficiente

Surge a Diabetes

Page 45: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Outros tipos de diabetes

Tipo MODY (Maturity-Onset Diabetes of the Jovem)

Afecta adultos jovens, adolescentes e crianças

Características DMNID (Tipo II) Mutação genética Muito rara

Page 46: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Diabetes gestacional

Page 47: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Sintomas Diabetes Gestacional

Poliúria

Polidípsia

PolifagiaXerostomia

Fadiga

Prurido

Visão turva

Sintomas

Page 48: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Sintomas na Criança e no Jovem Urinar muitas vezes

Grande fadiga com dores musculares

«Comer muito sem nada aproveitar»

Ter muita sede

Emagrecer rapidamente

Dores de cabeça, náuseas e vómitos

Page 49: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Factores de Risco Familiares com diabetes

Obesidade e “barriguinha”

Hipertensão arterial alta

Gorduras no sangue

Diabetes gestacional, peso dos filhos superior a 4Kg

Doenças no pâncreas ou doenças endócrinas

Page 50: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Como Diagnosticar a Diabetes Sintomatologia Análises ao sangue (hiperglicemia) e à urina

(glicosúria)

Pode ser diabético

 Se tiver uma glicémia ocasional de 200 mg/dl* ou superior com sintomas

 Se tiver uma glicémia em jejum (8 horas) de 126 mg/dl ou superior em 2 ocasiões separadas de curto espaço de tempo

* Nalguns países os valores vêm em mmol/L (multiplique por 18 e terá os valores em mg/dl)

Page 51: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Complicações

Retinopatia

Nefropatia

Neuropatia

Macroangiopatia

Hipertensão arterial

Pé diabético

Disfunção sexual

InfecçõesComplicações

Page 52: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Pé diabético

Page 53: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Tratamento DMNID

Maior risco de tromboses e ataques cardíacas;

Doenças nos olhos (cegueira)

Doenças nos rins (hemodiálise)

Má circulação nas pernas e pés (amputações)

Diabetes tipo II não tratada pode levar a:

Page 54: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Diabetes Mellitus

Page 55: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Tratamento DMNID

Mudar hábitos alimentares

Fazer algum exercício

Comprimidos (estimulam a produção de insulina, combatem a insulino-resistência, inactivação de enzimas digestivas)

Utilizar insulina

Page 56: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Tratamento DMID

Insulina

Alimentação

Exercício físico

Educação do diabético (testes ao sangue, urina, auto-vigilância)

Page 57: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Problemas que podem surgir

Hipoglicemia

Hiperglicemia

Cetoacidose

Page 58: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Insulina

Injecção subcutânea (na gordura por baixo da pele)

Forma oral de insulina é destruída no estômago

Provém do porco ou laboratório

Page 59: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Aparelhos de administração

Page 60: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Aparelhos de administração

Page 61: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Locais de injecção

Page 62: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Técnica de injecção

Page 63: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Armazenamento Insulina

No frigorífico

Nunca no congelador

Page 64: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Periodontite Doença infecto-inflamatória que acomete os

tecidos de suporte (gengiva) e sustentação (cimento, ligamento periodontal e osso) dos dentes.

Page 65: Fisiologia Endócrina Do Pâncreas

Periodontite

Os diabéticos Tipo I têm um elevado risco de padecer periodontite;

Devido a alterações secundárias nos neutrófilos;

Os diabéticos Tipo II também podem sofrer de periodontite mas têm um risco menor em relação aos pacientes Tipo I