fator #2 - nº22

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Periódico sobre escalada na região do Rio de Janeiro

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  • N o M u n d oEscalada RpidaNesta temporada, Sergio Tartari e o argentino Luciano Fiorenzarealizaram um speed climb de trs vias, em um dia, no Pico Maior deFriburgo (foto abaixo).

    Saram do Refgio das guas - que fica a uma hora e meia da base damontanha - a uma hora da manh e levaram dezoito horas ao todoescalando. Eles comearam pela via Decadence avec Elegance, ainda anoite (descendo por ela mesma), depois fizeram a Arco da Velha(tornando a descer pela Decadence) e em seguida subiram a via Leste.Jos Luis Capacho e Marcus Frana, escaladores paranaenses, jhaviam feito uma escalada nesse estilo, nas vias Decadence e Leste.Tartari e Fiorenza acrescentaram mais 700 metros a empreitada. Veja aseguir as caractersticas de cada via.

    . Decadence avec EleganceDecadence avec EleganceDecadence avec EleganceDecadence avec EleganceDecadence avec Elegance, 5 VIsup (A0/VIIc) E2, tem 17 enfiadas e700 metros.

    . LLLLLesteesteesteesteeste, 5 (A0/VIsup) E3, possui 18 enfiadas e 700 metros.

    . Arco da VArco da VArco da VArco da VArco da Velhaelhaelhaelhaelha, 6 VIIa E3, tem 15 enfiadas, e 700 metros.

    Ao final foram 50 enfiadas e 2.100 metros.

    A s s i n a t u r a & c a r t a sA s s i n a t u r a & c a r t a sA s s i n a t u r a & c a r t a sA s s i n a t u r a & c a r t a sA s s i n a t u r a & c a r t a s

    Flavio Daflon e Cintia AdrianeRua Valparaso, 81 / 401 - TijucaRio de Janeiro, RJ. - 20261.130

    Tel.: (21) 2567-7105E-mail: [email protected]

    www.guiadaurca.com

    Assinatura anual: R$ 20,00

    F a t o r 2 - F a t o r d e Q u e d aF a t o r 2 - F a t o r d e Q u e d aF a t o r 2 - F a t o r d e Q u e d aF a t o r 2 - F a t o r d e Q u e d aF a t o r 2 - F a t o r d e Q u e d a

    Fator 2 um fator de quedaextremo, na qual todos os

    componentes de uma escaladaso submetidos a grande impacto.Este fator calculado pela alturada queda, dividido pela distncia

    de corda entre os escaladores.

    A t e n oA t e n oA t e n oA t e n oA t e n o

    Escalada um esporte onde hrisco de voc se acidentar

    gravemente ou at mesmo morrer.Esta publicao no um

    substituto para um instrutor ouguia de escalada em rocha. Casovoc no conhea as tcnicas de

    segurana para a prtica doesporte, ou possua dvidas,procure um instrutor ou guia

    especializado para lhe ensinar.Acidentes srios e at fatais

    podem ocorrer, como resultado deuma m compreenso dos artigos

    aqui publicados ou dasuperestimao dos seus prprios

    limites.

    A Fator2 no se identificanecessariamente com as opinies

    expressadas por seuscolaboradores.

    Jornalista Responsvel:Marcio Carrilho.

    n 20900/122/50

    Capa: Daniel Bonella e DiogoMarassi, na Franco-Brasileira, naPedra do Sino. Foto Taranto Jr.

    Fator 2 - nmero 22 - 2003

    D i s t r i b u i oD i s t r i b u i oD i s t r i b u i oD i s t r i b u i oD i s t r i b u i oLojas de equipamento, clubes de

    montanhismo, academias deescalada, na Pista CladioCoutinho e na entrada do

    Babilnia na Urca.

    SoS UrcaO Grupo de Trabalho SOS Urca est promovendo uma campanha paraa compra de uma mquina para o corte do capim colonio. A crescenteexpanso desta espcie extica de capim, como todos sabem, uma dasmaiores responsveis pela significativa destruio de nossa MataAtlntica, como observamos na Urca. Para enfrentar maiscompetentemente esta praga, necessria a aquisio de uma mquinapara a capinagem.

    Voc pode participar comprando uma camisa de malha do GT SOSMorro da Urca! As camisetas baby look passaram a custar 8 reais. sentrar em contato com Rosane ([email protected]), na LimiteVertical: Rua Bambina, 141, fundos ou nas reunies da FEMERJ. Nodeixe de participar. A montanha agradece!

  • N o M u n d o

    III Ranking CariocaAconteceu no final de semanade 25 e 26 de outubro, no TioSan Gym Center Muro daPatrcia, em Niteri - Rio deJaneiro, a III Etapa do RankingCarioca de Escalada Esportiva2003, valendo pontos para oranking 2003. O route-setterfoi Alexandre Xakundun quemostrrou seu talento abrindovias de oitavo grau com botes,vos e domnios em regletes.

    Na categoria Infantil e amadorfeminino (que concorreramjuntos por falta decompetidores) devemosdestacar os atletas That ePedro Nort pelo elevado grautcnico demonstrado nocampeonato. Na categoriaAmador Masculino, CaioMartins levou o ttulo edemonstrando que serameaa para os atletas daMaster. A final feminina foimuito disputada entre RaquelGuilhon e Bianca Castro,ficando a primeira no lugarmais alto do pdio.

    A categoria Master, quecomeou com 15 atletas, foiacirrada entre os escaladoresDiogo Ratacheski (PR) e DanielCoada (RJ). Na premiao,no faltaram sorrisos e

    prmios para os melhores atletas do Teva & Ferrino Open de Boulder.

    Master MasculinoMaster MasculinoMaster MasculinoMaster MasculinoMaster Masculino1 Lugar Daniel Coada - RJ2 Lugar Diogo Ratacheski - PR3 Lugar Alexandre Linha- SP4 Lugar Fbio Muniz - RJ5 Lugar Tadeu Scaf - RJ6 Lugar Oscar Echeverrey - Colmbia7 Lugar Thiago Veloso - SP8 Lugar Matheus Veloso - SP

    Amador MasculinoAmador MasculinoAmador MasculinoAmador MasculinoAmador Masculino1 Lugar Caio Gomes - RJ2 Lugar Diogo Fagundes - RJ3 Lugar Guilherme Miranda - RJ4 Lugar Rodrigo Mendona - RJ5 Lugar Stefano Ligeirirnho - SP6 Lugar Guilherme Grilo - RJ

    Fernando Pujol - RJDaniel Olho - RJRafael Lomenzo RJ

    Master FMaster FMaster FMaster FMaster Femininoemininoemininoemininoeminino1 Lugar Raguel Guilhon - RJ2 Lugar Bianca Castro - RJ3 Lugar Rafaela de Lima - MG

    Amadro FAmadro FAmadro FAmadro FAmadro Feminino e Infantil Mistoeminino e Infantil Mistoeminino e Infantil Mistoeminino e Infantil Mistoeminino e Infantil Misto1 Lugar Thais Miranda - RJ2 Lugar Pedro Nort - RJ3 Lugar Pedro Gomes - RJ4 Lugar Ana Maria Frana - RJ5 Lugar Midori - PR

    III Etapa do Ranking Carioca de Escalada Esportiva

    Master MasculinoMaster MasculinoMaster MasculinoMaster MasculinoMaster Masculino1 Lugar Daniel Coada2 Lugar Fbio Muniz3 Lugar Rafael D'vila4 Lugar Eric Leite4 Lugar Alexandre Flores6 Lugar Tadeu Scaf7 Lugar Leandro Nogueira8 Lugar Pedro Henrique Soares

    Juvenil MasculinoJuvenil MasculinoJuvenil MasculinoJuvenil MasculinoJuvenil Masculino1 Lugar Caio Gomes2 Lugar Guilherme Miranda3 Lugar Diogo Fagundes4 Lugar Rodrigo Mendona5 Lugar Rafael Augusto Lomenso6 Lugar Hugo Langel7 Lugar Diogo Rodrigues7 Lugar Demetrius Lopes9 Lugar Deivid Veloso

    Master FMaster FMaster FMaster FMaster Femininoemininoemininoemininoeminino1 Lugar Raguel Guilhon2 Lugar Bianca Castro3 Lugar Patrcia Mattos4 Lugar Carolina Basili5 Lugar Solange Dias6 Lugar Carolina Noronha7 Lugar Patrcia Xavier

    Infantil FInfantil FInfantil FInfantil FInfantil Femininoemininoemininoemininoeminino1 Lugar Thais Miranda2 Lugar Ana Maria Frana3 Lugar Marcela KutembachInfantil MasculinoInfantil MasculinoInfantil MasculinoInfantil MasculinoInfantil Masculino1 Lugar Pedro Nort2 Lugar Pedro Gomes3 Lugar Christian Pedrosa

    IV Etapa do Ranking Carioca de Escalada Esportiva

  • N o M u n d o

    Guia de Escaladas do AnhangavaO Guia de Escaladas em rocha Morro do Anhangava foi lanado noParan e trs informaes sobre uma das reas mais tradicionais efrequentadas do montanhismo paranaense.

    No livro encontra-se o histrico do local, aspectos naturais, comochegar, onde dormir, tica local, equipamentos necessrios, zonas,setores e vias, trilhas e muito mais, alm de falar sobre o MovimentoPr-Parque Serra da Baitaca, onde se localiza a montanha. Socerca de 180 vias catalogadas.

    Voc pode adquirir o seu nas lojas de montanha, no sitewww.guiadaurca.com ou ainda pelo telefone (21) 2567-7105.

    Mulheres cariocasA escaladora Viviane Fernandes, 20 anos est deparabns. No dia 25 de outubro ela realizou umaescalada de fato impressionante. Aps ter feito noTotem (Po de Acar) as vias Limiar das Lacas(VIIIa), As Lacas Tambm Amam (VIIc), Revolta dosGravats (VIIc) e chegar ao cume fazendo a ltimaenfiada do Lagarto), ela pegou a trilha que leva aface norte e escalou a via Secundo Costa Neto (5VIIa E2 D3), chegando novamente ao cume em maisquatro horas. Somando ao todo mais de 550 metrosde escalada.

    Com apenas um ano e oito meses de escalada,Viviane vem se destacando nas paredes cariocas,tendo guiado uma longa lista de vias difceis, compor exemplo, o Lagarto (VIIc), Caixinha de Surpresa(VIIa), Pssaros de Fogo (VIIa), Waldemar Guimares(VIIc), e Cisco Kid (VIIb) no Po de Acar, CERJ (5A0/VIsup E2 - 400 metros), em Salinas e C-100 (5VI) na Pedra da Gvea, entre outras.

    Ela tambm j encadenou algumas vias fortes emfalsia, como a Nebulosa (VIIIb) no So Joo e aZona Morta (VIIIb) no Campo Escola 2000. De olhonela!Viviane Fernandes, na via zona Morta (VIIIb), no

    Campo Escola 2000.

    A ltima etapa aconteceu na academia Estao do Corpo (II Campeonato Estao do Corpo de EscaladaEsportiva), na Barra, onde definiu o campeo de cada categoria. Realizado nos dias 6 e 7 de dezembro, aetapa foi bastante adrenante. O route-setter, Luiz Cludio Pita, mandou muito bem nas vias e facilitou otrabalho dos juzes. Daniel Coada, do master masculino, foi o nico atleta a fazer Top no domingo e,por isso, levou a etapa e o ttulo de campeo carioca de escalada esportiva 2003. Veja os resultados noquadro ao lado.

  • DDDDDois anos aps a inaugurao do CEPI, foifinalizada a quarta via para o cume do Po deAcar, a Chamin Gallotti, aberta no lado opostodo Totem, onde se encontra a Chamin Stop.Desenhada num intrincado sistema de fendas,formada por uma sucesso de plats, chaminsestreitas, entalamentos de corpo e oposies, aGallotti foi conquistada utilizando-se troncos,cabos de ao e cerca de 80 grampos, alm decontar com a participao de 20 escaladores.

    IIIIIniciada em 1948, esta conquista sofreu diversasinterrupes, levando seis anos para ser concluda.A histria desta longa via contou com um episdioinslito e sinistro. Em setembro de 1949, durante aconquista do segundo lance, foi encontrado umcadver entalado pelo pescoo numa fenda. O

    escalador que guiava aquele lance ainda deusegurana de uma rvore prxima para que seuparticipante chegasse at ele. Os dois resolveramdescer e chamar a polcia, que retirou o corpo dolocal. O corpo deste homem, que nunca foiidentificado, ficou conhecido como a Mmia daGallotti.

    OOOOOs cabos de ao da Gallotti comearam a serremovidos nos anos 60. A presena de fendas emboa parte da via era um convite irresistvel para aescalada em livre. Sem os cabos, alguns lances demaior dificuldade tcnica eram vencidos comapoios artificiais, como no lance do estribo, ondehavia um estribo de ferro para apoio. Estasmudanas deixaram a via com uma aparnciaprxima a dos dias atuais.

    AAAAA longa conquista da Gallotti foi levada a cabo porAntnio de Oliveira, Ricardo Menescal, LarcioMartins, Patrick White e Tadeusz Hollup, todospertencentes ao Clube Excursionista Carioca (CEC).Trecho retirado do livro Guia de Escaladas da Urca. Fotos:

    Arquivo CEC/Ivan Calou.

  • Tendinite a inflamao das bainhas dos tendes edos prprios tendes, causada pela repetio demovimentos sem que haja intervalos de descanso.

    Por falta de pausas ou pausas por perodos insuficientespara a recuperao muscular em longas escaladas quea doena comea a se desenvolver. O sedentarismo, abaixa resistncia fsica e a vontade de ultrapassar os limitesso os principais fatores contribuintes para odesenvolvimento da doena.

    No caso da escalada, as reas corpreas mais afetadasso as articulaes dos dedos, punho, cotovelos e ombros,sendo que, algumas vezes, bilateralmente, podendo variarde leses leves a crnicas graves.

    Geralmente, a procura por tratamento se d quando oestgio da doena est avanado. A recuperao para osestados crnicos lenta e o repouso do movimento afetadodeve ser total, caso contrrio, o escalador, que se submetes mesmas circunstncias que lesaram os tendesanteriormente, apresentar novamente os mesmossintomas em um perodo bem menor do que da primeiravez.

    A cura para os casos crnicos muito difcil pois,tratando-se de escaladores, uma parede sempre umconvite irrecusvel e a inteno de afastar-se do esporte,ou at mesmo de abandon-lo inaceitvel.

    Trata-se de um caso muitodelicado pois a cura tocedo no h de chegar e otratamento dever, pelomenos, estar sendo feito emparalelo como tentativa deamenizar a evoluo doestado crnico. Infelizmente,isto nem sempre ocorre e, namaioria das vezes, oafastamento definitivo.

    Os sintomas da doena variam de dores em diferentesgraus, desconforto, pontadas, fraqueza muscular e difcilmovimentao da rea acometida. Geralmente relatam-se no dia a dia ao dirigir um carro, carregar as comprasdo supermercado e at mesmo escrever ou teclar. Emestgios avanados pode haver dores insuportveis, perdaparcial ou total dos movimentos, atrofias e paralisias.

    A Medicina TA Medicina TA Medicina TA Medicina TA Medicina Tradicional Chinesa e a Tradicional Chinesa e a Tradicional Chinesa e a Tradicional Chinesa e a Tradicional Chinesa e a Tendiniteendiniteendiniteendiniteendinite

    Os primeiros registros teraputicos na China so dadinastia Shang, no ano de 1766 a.C.

    A Medicina Tradicional Chinesa sustenta que os seustratamentos sejam elaborados em pontos localizados eselecionados ao longo do corpo, includos em vriostrajetos chamado meridianos. Estes meridianos estorelacionados aos rgos internos que, por sua vez,controlam e governam vrias funes motoras eemocionais.

    No conceito oriental chins, a tendinite a obstruodo fluxo energtico em alguns canais, o que dificulta acirculao de Qi (energia) e Xue (sangue) da regioobstruda. Estes dois so interdependentes, enquanto o Qimovimenta o Xue ao longo do corpo, o Xue, por sua vez,faz a nutrio do Qi. Se o Qi parar, o Xue tambm irparar e acarretar uma estagnao, causando sintomasque sero mencionados logo a seguir.

    Na Medicina TradicionalChinesa o Gan (fgado) umsistema complexo que fazcorrespondncias com asemoes, tecidos corporais,rgo dos sentidos, cor, clima,som, sabor, dentre outros.

    O Gan o responsvel pelofuncionamento normal dostendes, nutrindo-os com o seuQi e Xue. Quando o Xue doGan se torna deficiente, os

    Ao sentir um leve desconforto ou uma dor contnua, o tratamento j ser indicado.Este o estgio inicial da doena e ainda reversvel. Ignorar o tratamento

    nesta fase, dando continuidade ao esforo repetitivo, aumenta o tempo depermanncia da patologia e, obviamente, o de recuperao. Portanto, o

    afastamento temporrio das escaladas aliado ao tratamento orientado, elimina asdores e as inflamaes e, na maioria dos casos, a recuperao total.

    O sedentarismo, a baixaO sedentarismo, a baixaO sedentarismo, a baixaO sedentarismo, a baixaO sedentarismo, a baixaresistncia fsica e a vontaderesistncia fsica e a vontaderesistncia fsica e a vontaderesistncia fsica e a vontaderesistncia fsica e a vontadede ultrapassar os limites sode ultrapassar os limites sode ultrapassar os limites sode ultrapassar os limites sode ultrapassar os limites so

    os principais fatoresos principais fatoresos principais fatoresos principais fatoresos principais fatorescontribuintes para ocontribuintes para ocontribuintes para ocontribuintes para ocontribuintes para o

    desenvolvimento da doena.desenvolvimento da doena.desenvolvimento da doena.desenvolvimento da doena.desenvolvimento da doena.

  • tendes podem seracometidos de fraqueza,debilidade articular nacontrao e relaxamento,espasmos ou tremores. Esteno seria o caso datendinite do escalador,porm, a obstruo de umaparte dos canais causadapela escalada, quasesempre compromete afuno energtica do Gan.

    Pelo fato do canal estarobstrudo e as funes energticas do Gan normalizadas,haver um excesso de energia em outra parte do corpo,mais especificamente no prprio Gan.

    Escaladores que apresentam alguma desarmonia noGan podem apresentar facilmente sintomas comonervosismo, irrequietude, irritao, raiva ou acessos defria, estando propensos a desenvolver a tendinite maisrapidamente na prtica esportiva.

    A invaso de agentes patognicos externos, como ainvaso de vento frio (gripes e resfriados), so chamadasde energias perversas. Invadem o organismo no somentepelas vias orais e nasais, mas tambm por outras reas docorpo como, por exemplo, das pontas dos dedos at ocotovelo. O Qi, juntamente com o Xue tm a funo deaquecer, umedecer e proteger o corpo contra os agentespatognicos externos. Desta forma, o escalador quecontrair a patologia da tendinite ter uma baixa na defesaenergtica daquela rea, podendo ser invadido pelo ventofrio mais facilmente.

    O TO TO TO TO Tratamento Chinsratamento Chinsratamento Chinsratamento Chinsratamento Chins

    O tratamento da tendinite na Medicina TradicionalChinesa consiste, principalmente, na observao minuciosada localizao da dor e de seu respectivo trajeto.

    Existem vrios mtodos teraputicos para o tratamentoda tendinite, como por exemplo: moxabusto, acupunturae fitoterapia. Estas so estratgias teraputicas escolhidasatravs de um diagnstico preciso e complexo obtido pormeio da anamnese.

    importante citar que, aps o diagnstico, se ateraputica escolhida for a mesma para duas pessoasacometidas pela tendinite, a tcnica de conduzi-lapossivelmente ser diferente, mas em todos os casos, oafastamento temporrio das escaladas ser obrigatrio.

    Portanto, qualquer que seja o mtodo de tratamentoque essa medicina adote, preconizado para todos oscasos, a seguinte definio - harmonizao orgnicaatravs do equilbrio energtico das polaridades Yin Yang.

    Para se obter maiores chances percentuais de chegar aesse equilbrio energtico, importante o tratamento estaraliado a correo dos hbitos alimentares e a horriosde sono regulares.

    As terapias complementares (alternativas) geralmenteso procuradas nos estgios finais da doena, quando otratamento da medicina ocidental no surtiu efeito.

    Segundo os terapeutas, asterapias complementaresdeveriam ser as primeiras aserem indicadas e no asltimas, podendo haver timosresultados sem a agresso doorganismo pela ingesto dedrogas farmacuticas.

    Moxabusto (aplicao eMoxabusto (aplicao eMoxabusto (aplicao eMoxabusto (aplicao eMoxabusto (aplicao eresultados)resultados)resultados)resultados)resultados)

    Antigamente as pedras eramaquecidas ao sol para seremutilizadas sobre presso nos

    pontos da dor, com a finalidade de alivi-la.

    Posteriormente, foi a vez da queima de ervas secas...mas, foi na Dinastia Sung, no perodo de 960 a 1260d.C. que as tcnicas ganharam regras e foram definidas.

    Moxabusto um mtodo de tratamento muito popularna China, feito atravs da produo do calor pela queimada erva artemsia vulgaris. A planta seca, moda a p eenrolada na forma de um basto assemelhando-se a umcharuto. Aps a sua queima, o basto direcionado pele para emitir calor necessrio e estimular o pontoselecionado sem causar desconforto ou queimaduras aopaciente.

    A tcnica de moxabusto para tendinites e inflamaesdiversas, de certa forma simples. Apresenta resultadosimediatos como relaxamento muscular, aumento do fluxode Qi e Xue e quase sempre alivia as dores. Um dosdefensores desta tcnica para a cura de inflamaes, tantonos estados agudos como crnicos, o Dr. Xu Jie, doDepartamento de Tramatologia da Faculdade de Jiangxide Medicina Chinesa. Tom Sintam Wen em sua obraAcupuntura Clssica Chinesa, faz a mesma refernciacom algumas consideraes.

    Para iniciar esse tratamento deve-se consultar umprofissional do ramo para que faa essas aplicaes, poisele detm conhecimentos de tempo de durao, tcnicasespecficas, distncia da pele e localizao dos pontosatravs das estruturas anatmicas. Na maioria dos casos,depois da primeira consulta, o paciente bem orientadopela ajuda do profissional poder facilmente aplicar-secom a tcnica de moxabusto em sua prpria residncia.

    Existem inmeras tcnicas de moxabusto e, a escolhade uma ou mais destas tcnicas para o tratamento ser deacordo com a manifestao (irradiao e localidade dador) da tendinite. Infelizmente, seria impossvel descrev-las todas neste artigo.

    A busca pelo tratamento da tendinite e de outras patologias atravs damedicina ocidental ou oriental freqente e ambas tm o interesse deproporcionar a cura para qualquer enfermidade, devendo sempre atuar emconjunto. Qualquer tratamento ser vlido, desde que o profissional tenhadomnio das tcnicas a serem empregadas e, quando necessrio,encaminhar o paciente a um outro profissional que possa oferecer melhorsuporte e resultados relevantes. Desta forma, pode-se realmente acreditarque os alvios dos sofrimentos das pessoas e os resultados para se alcanara cura esto sendo ampliados.

    Roberto Cardia,Estudante de Medicina Tradicional Chinesa.

    Contato para esclarecimentos Tel.: (21) 2264 0594

    O tratamento da tendiniteO tratamento da tendiniteO tratamento da tendiniteO tratamento da tendiniteO tratamento da tendinitena Medicina Tradicionalna Medicina Tradicionalna Medicina Tradicionalna Medicina Tradicionalna Medicina Tradicional

    Chinesa consiste,Chinesa consiste,Chinesa consiste,Chinesa consiste,Chinesa consiste,principalmente, naprincipalmente, naprincipalmente, naprincipalmente, naprincipalmente, na

    observao minuciosa daobservao minuciosa daobservao minuciosa daobservao minuciosa daobservao minuciosa dalocalizao da dor e de seulocalizao da dor e de seulocalizao da dor e de seulocalizao da dor e de seulocalizao da dor e de seu

    respectivo trajeto.respectivo trajeto.respectivo trajeto.respectivo trajeto.respectivo trajeto.

  • Este foi o ano em que os escaladores cariocas maisestiveram em big walls. Foram repetidas seis vias depeso, do qual participaram 19 escaladores. Nesteartigo publicamos uma breve descrio de cada via,fatos interessantes sobre, explicamos o termo big walle como funciona o sistema de graduao.

    Big Wall

    No h nenhuma definio especfica que qualifiqueuma parede como um big wall, mas como o termo jdiz, tem que ser uma parede grande,preferencialmente fendada e negativa.

    Um big wall pode ser visto como uma escalada quevenha a durar normalmente mais de dois dias,

    geralmente utiliza-se muita proteo mvel. Os estilosem livre ou em artificial podem ser utilizados, masgeralmente a escalada em artificial mvel apredominante.

    Ao contrrio da escalada em livre, estilo que tem comodesafio utilizar apenas o corpo sem ajuda de pontosde apoio diferentes da rocha para progredir, aescalada artificial utiliza uma gama de equipamentosque so acomodados, entalados ou at mesmomartelados na rocha, onde o escalador se pendurapara progredir e colocar a prxima pea. Esse ritualacontece geralmente nas fendas. Apenas quando no possvel instalar nenhum desses equipamentos umaproteo fixa colocada.

    por: Daniel Guimares e Flavio Daflon

    Pita na Tragados pelo Tempo. Foto: Flavio Daflon. Bernardo na Crazy Muzungus. Foto: Flavio Daflon.

  • Repeties:

    Anatomia de Um Rosto (Pedra da Gvea), A3+- Gustavo Sampaio e Daniel Guimares levaram 2dias para fazer as 7 enfiadas.

    Crazy Muzungus (Garrafo) - A2- Flavio Daflon, lvaro Loureiro e Bernardo Cruzlevaram 5 dias para fazer as16 enfiadas.- Daniel Guimares, Josemar Sechin, Jos Alberto eTaranto Junior levaram 4 dias para fazer a segundavez essa mesma via.- Hillo Santana, Cristiano e Diogo levaram 6 dias.Perderam 2 dias e meio para achar a base.

    Eclipse Oculto (Pedra do Sino), A2+, 10 enfiadas.- Sergio Tartari em solitrio, cinco dias.

    A dificuldade da escalada em artificial depende daprecariedade em que as peas so colocadas e orisco que uma sequncia dessas peas delicadas podeoferecer ao escalador em caso de uma eventualqueda. As peas que no precisam ser martelas,mesmo quando mais precrias, so mais valorizadas,pois, no deixam cicatrizes na rocha.

    Uma outra classificao se refere a complexibilidadede se chegar a base, escalar a via e retornar. Fazendocom que escaladas sejam muito diferentes em relao

    ao planejamento logstico mesmo que tenhamdificuldade tcnica bem semelhantes.

    A rotina em um big wall sempre a mesma, um guia,outro d segurana e o terceiro organiza, pode havero revezamento de funes depois de longas horasesperando uma enfiada ser completada.

    Nesse estilo geralmente apenas o primeiro escalaenquanto que os outros sobem pela corda, parapoupar tempo. O objetivo principal chegar ao final

    Os Impermeveis (Dedo de Deus) - A3- Daniel Guimares, Eduardo Baro e TarantoJunior fizeram em 3 dias as 9 enfiadas.

    Terra de Giantes (Pedra do Sino) - A4, 14 enfiadas.- Alexandre Portela e Juan em 4 dias.- Srgio Tartari e Luciano em 5 dias.- Hillo Santana, Marius Bagnati e Gabriel Cattanem 7 dias.

    Tragados pelo Tempo (Corcovado) - A3- Luis Claudio Pita, Flavio Daflon e Alvaro Loureirolevaram 3 dias nas 12 enfiadas.

    Cavalaricias de ugeas (M. do Sul) - A2 VIsup- Daniel Guimares, Gustavo Sampaio e Ricardo deMoraes levaram 2 dias para conquistar as 6 enfiadasdeste novo big wall.

    Flavio Daflon na Tragados pelo Tempo. Foto: Pita. Parada na Terra de Gigantes. Arquivo: Hillo Santana.

  • A graduao de dificuldade nos diz o quanto difcil ser os lances de uma via.

    A0 a utilizao de alguma pea ou grampo para progredir, sem (geralmente) necessidade de umestribo. Ex.: pisar em grampos, se puxar em nuts, etc.

    A1 Pode ser artificial fixo ou mvel. Se for mvel as colocaes so fceis, em linha reta, slidas e semrisco de alguma sair.

    A2 Artificial moderado. Protees geralmente slidas, mas s vezes cansativas na colocao. Talvez umaou duas peas frgeis acima de uma outra boa, sem perigo na queda.

    A2+ Como o A2, mas com vrias peas frgeis acima de uma boa. Quedas possveis de 6 a 10 metros,mas com pouco risco de se chocar durante a queda. Saber encontrar a via pode ser necessrio.

    A3 Artificial difcil. Mtodos de teste necessrios. Envolve vrias peas frgeis em sequncia. Grandesquedas possveis, podendo passar de 15 metros, mas geralmente sem grandes riscos. Algumashoras so necessrias para completar uma enfiada devido a complexidade das protees.

    A3+ Como um A3, mas com risco de uma queda perigosa. Peas frgeis aps longos trechos compeas que s aguentam o peso do corpo, no uma queda. Potencial de se machucar se no forfeito um bom julgamento. Geralmente um escalador experiente em artificial demora mais de 3horas para guiar uma enfiada.

    A4 Artificial srio, com bastante risco. Potencial de quedas de 20 a 30 metros so comuns e comaterrissagem incerta.

    A4+ Mais srio que A4. Muitas horas para guiar uma enfiada, fazendo com que o escalador sofralongos perodos de incerteza e medo. Freqentemente exige eficincia nos movimentos, como numballet, para no soltar a marginal colocao.

    A5 Artificial extremo. Nenhuma pea realmente confivel para segurar uma queda na enfiada inteira.A5 reservado para enfiadas sem grampos ou chapeletas.

    Livre traduo do livro Big Walls de John Long e John Middendorf.

    da via pelo caminho maisisento de protees fixaspossvel.

    Como a escalada duramais de dois dias, osescaladores devem levar oequipamento necessriopara permanecer naparede, um verdadeiroacampamento suspenso,alm dos vveres essenciaiscomo comida, gua eequipamento.

    Quem escala um Big Wallsabe que o mais difcil no entrar em uma via, mas,com certeza, sair dela.

    As Vias

    A Tragados pelo Tempo foio primeiro big wall do pas.Foi aberta em 1984,

    inicialmente pelo americano David Austin, ao qual se juntaram Alexandre Portela e Srgio Tartari. Est localizadana mais imponente parede da cidade do Rio de Janeiro, o Corcovado. De 1984 a 2003 foi repetida apenaspelos conquistadores e por uma cordada suia.

    A Crazy Muzungus est localizada no Garrafo, na Serra dos rgos. Uma das maiores dificuldades chegarna base. A cordada Hillo-Cristiano-Diogo, por exemplo, levou dois dias e meio para chegar l. O mesmoaconteceu trs meses depois com a cordada Bagre-Kika-Adrian. o big wall mais isolado do pas. Foi abertapelos europeus Jacques Richard, Rolf Rauber, Romain Vogler e o brasileiro Predrag Pancevski.

    Baro fazendo a segurana na via Imperneveis, no Dedo de Deus.

  • A graduao de durao nos diz quanto tempo um escalador experienteir levar para completar uma via.

    D1 - 1 a 3 horas. Ex.: vias do Babilnia.D2 - 3 a 4 horas. Ex.: Italiano com Secundo.D3 - 4 a 6 horas. Ex.: Lagarto.D4 - um dia cheio. nfase no cheio. Ex.: Diretssima Sul.D5 - um dois dias. Bivac normalmente inevitvel. Ex.: Contra-Pino.D6 - 2 ou mais dias na parede. Ex.: Tragados pelo Tempo.

    Acima Alvaro e Bernardo no bivaque da Crazy Muzungus, no Garrafo.

    A via Anatomia de Um Rosto,comea em livre, na barba daGvea e segue num artificialdelicado (A3+) at os olhos.Al a via atravessa o negativo-teto dos olhos e segue pelatesta at o cume. Na lista deequipamentos utilizado pelosconquistadores d para teruma idia da parafernlia que necessrio levar: 10 pitonsKnifeblade, 6 pitons Lost Arrow,

    1 Rurp, 1 Pecker, Copperheads, cliffs, nuts diversos, micro-nuts, tricams pequenos, 2 jogos de friends, camolots3 e 4, 2 Big Bro e 3 cordas.

    A Terra de Gigantes considerada a mais difcil big wall do pas. Depois da conquista ficou mais sde umadcada sem repeties. Este ano Hillo, Marius e Gabriel Cattan fizeram a primeira repetio desta via sem aparticipao de algum dos conquistadores. Ficaram sete dias na parede. O filme desta escalada foi mostradono Festival de Banff e dever estar a venda em 2004.

    Os Impermeveis tem 350 metros de via, e est na face norte do Dedo de Deus. Noventa por cento da via levemente negativa e 10% vertical. o primeiro big wall do Dedo de Deus e foi terminada em 10 de agosto de2002, por Alexandre Portela, Claudio Luiz Pita, Juan Kempen e Nello Aun. Daniel, Baro e Taranto chegaramao cume s 23 horas, depois de trs dias de empreitada.

    A Eclipse Oculto foi conquistada em 22 dias no ano de 1999 e no tinha nenhuma repetio at ento. Tartariiria com Sergio Poyares, mas este no pode na ltima hora. Foi quandoTartari decidiu ir sozinho.

    Hillo na conquista da via EclipseOculto, na Pedra do Sino, PNSO.

  • O Prussik o mais utilizado deles e tem a vantagem de trabalharnos dois sentidos da corda. Normalmente feito com duas voltas, maspode-se utilizar com trs, caso necessrio. A desvantagem no poderutiliz-lo com fitas, caso voc tenha esquecido ou perdido o(s)cordelete(s).

    O Marchard funciona bem com fitas e com cordeletes, mas s deveser tracionado em uma direo. Normalmente utiliza-se com quatrovoltas, mas este nmero pode variar em funo da espessura docordelete, da corda ou se est sendo utilizado com fitas. Para descobrir,s testando.

    O Bachman utilizado com um mosqueto e tem a vantagem decorrer bem pela corda e proporcionar um punho improvisado. Masdeve-se tomar muito cuidado, pois ele pode afrouxar repentinamentecaso voc jogue peso no mosqueto quando estiver pendurado. aconselhvel treino para no cometer este erro. Como o Marchards deve ser tracionado em uma direo e o nmero de votlas deveser testado para no travar demais, nem de menos.

    O n Auto-blocante, pode ser utilizadotambm para ascenso, mas tem sua

    melhor utilizao como backup do rapel.Por ser utilizado abaixo do freio mais

    fcil de soltar depois de travado, oque nem sempre occorre com o

    Prussik. A desvantagem que seo escalador, ao iniciar o rapel, por

    algum erro no estiver preso aofreio, ir ficar pendurado pela

    perna e possivelmente de cabeapara baixo. Pode ser feito comfita ou cordelete.

    Fontes: RRRRRock - Tock - Tock - Tock - Tock - Tools andools andools andools andools andTTTTTechniqueechniqueechniqueechniqueechnique, de Michel Benge e

    Duane Raleigh e Self-RSelf-RSelf-RSelf-RSelf-Rescueescueescueescueescue, deDavid J. Fasulo.

    T c n i c aNs Auto-blocantes...

    Uma vez ou outra, o montanhista acaba se vendo numasituao emergencial, nesses casos, conhecer um n auto-

    blocante pode ser essencial para sair da roubada. OPrussik todos conhecem... ou deveriam conhecer, mas

    existem outras opes como o Marchard, o Bachman e oAuto-blocante. Abaixo descrevemos as vantagens e

    desvantagens de cada um. Escolha o seu!Prussik

    Marchard

    Bachman

    Autoblocante

  • R a l f C r t e sO p i n i o

    Retrospectiva 2003, 2002, 2001...

    Um dos maiores problemas do Brasil a falta deconscincia e comprometimento das pessoasformadoras de opinio. Vemos tantos polticos corruptosque acabamos por desacreditar na poltica como umtodo, o que acarreta numa boa parcela da populaoescolhendo seus representantes sem a seriedade comque deveria. Tudo bem, somos um pas com conscinciapoltica recente, muita misria num extenso territrio, eainda falta uma dose maior de patriotismo - mais quepatriotismo, responsabilidade. No entanto, j est maisdo que na hora desse quadro mudar de vez.

    Na escalada acontece o mesmo. Vemos escaladoresexperientes em matria de tempo de escalada, mas que,quando o assunto a tica, demonstram uma totalfalta de comprometimento e responsabilidade sobreseus atos na montanha. Foi assim quando o MrioArnaud resolveu conquistar a Ursinho de Pelcia, numlocal onde simplesmente no dava para se ver a rocha,de tanta vegetao que havia. Sua falta de bom sensoresultou num processo que corre at hoje na Justia e,por causa dele, estamos correndo o risco de no poderescalar mais nem nas tradicionais vias de toda a FaceSul do Po de Acar. O perigo de escaladoresformadores de opinio, mas sem conscincia, o mauexemplo. Foi o que aconteceu quando um de seusdiscpulos, o Rafael Wojcik, abriu uma via na jcongestionada parede do Babilnia, entre a Salomithe o M2, mesmo aps pedidos de vrios escaladores ede alguns dirigentes da FEMERJ para que isso no fossefeito. E, pior, dias antes do Seminrio de MnimoImpacto em Montanha, onde a sim compareceramnomes realmente importantes e comprometidos com osaudvel desenvolvimento do nosso esporte. A est operigo do mau exemplo.

    Acabou de rolar o Banff, e muitos escaladorespuderam saber mais sobre a histria da escalada emYosemite, da importncia da tica na prtica do esporte,da preservao da integridade da rocha, todos assuntosdiscutidos desde o incio da escalada na regio. Aqui,ainda hoje se questionam o uso de grampo em fenda,a colocao de agarras artificiais na rocha e o direitoautoral nas vias. Pode parecer brincadeira, ou papode gente que ainda no entende muito bem como ascoisas funcionam neste nosso esporte, mas no . Noprprio dia da exibio do filme, na tarde da tera-feira 11 de novembro, no negativo da Pedra do Urubu,falou-se sobre novamente se colocar agarras naquelelocal, num papo era entre o Luiz Cludio Pita e o lvaroLoureiro. Isso porque o Pita, conquistador da impactanteVia dos Plsticos, j concordou sobre o mau exemploque a existncia desta via - outros escaladores, aps

    conhec-la, tambm colocaram agarras de plstico napedra, como em Petrpolis e Minas Gerais - e secomprometeu a retirar as agarras artificiais da rocha.At agora, porm, s da boca pra fora.

    Isso tudo porque, h mais ou menos 13 anos, oesporte estava numa quebra de gerao, entre aescalada clssica, onde o lema era simplesmente subir,e a esportiva, que vinha rompendo barreiras degraduao. Era como no incio de uma batalha, aprocura por vias punks e ao mesmo tempo a falta denoo de tica que existe hoje. Por isso, as agarras deplstico e as agarras cavadas. Inclusive, na poca eumesmo cheguei a cavar agarras em uma via, pois semelas era impossvel subir e eu queria dar umacontinuidade. Eu lembro que no ato do crime eu mesenti mal, achava que aquilo no era legal. Enquantocavava, sentia que estava fazendo merda, mas, napoca, a gente teve que aprender na prtica o certo eo errado. Eu NUNCA mais cavei agarras. Ano passado,o Serginho Tartari fez um comentrio bvio: existemlugares que no foram feitos para serem subidos.

    O mais novo caso um dos mais inacreditveis.Este tal de Gofredo vem negar o direito autoral dasvias e defender a grampeao de fendas, assuntos jmais do que encerrados. Se fosse apenas a sua opinio,coitado. Mas no, o cara vice-presidente de um dosmais importantes e tradicionais clubes de escalada, oCEB, e vem falando em nome do mesmo, denegrindoa imagem do clube. Enquanto o Gofredo estiver emqualquer direo, eu no me sinto bem l dentro. Ficaaqui o meu protesto.

    Uma coisa quero deixar claro: esta a minhaopinio. Pensei at em no escrever esta coluna, maseu me sinto obrigado a colocar minha postura, comoformador de opinio, eu tenho essa responsabilidadee a assumo. Alguns acham que eu levo tudo muito asrio, que caio em provocaes, mas o problema soas pessoas que vivem do esporte e que no o levam asrio e avacalham nossas paredes. Ainda bem que amaioria so pessoas conscientes, comprometidas como bom desenvolvimento do esporte. Simplesmenteporque no de uma hora pra outra, sem muita luta eesforo, que se monta e se mantm uma federao, eestamos prestes a fundar uma confederao demontanhismo no Brasil. Todo o peso e a fora de umaentidade como esta se deve seriedade dada por cadaum de ns, escaladores. uma conquista, e deve sermantida e preservada.

    Dedicar-me integralmente escalada foi uma opode vida, e eu sou fiel ao que me d tudo de bom. svezes, me acho um palhao, mas no assim que ospolticos honestos so vistos por seus enriquecidoscompanheiros espertos?!

    Quem dera que mais polticos fossem fiis ao povoque os elege, e trabalhassem srio em prol de um Brasilmelhor para todos. Se cada um fizer a sua parte comseriedade e comprometimento, j ser um comeo.

  • W a l d e c y M a t h i a sC o l u n a d e C a m i n h a d a

    MochilasPara desenvolver este tema, resolvi bater um

    papo com o Marcelo Ramos (Equinox), queproduz mochilas h mais de 15 anos. O que ireianalisar, so as mochilas usadas para montanha,e no para nosso meio urbano. Podemos dividi-las em mochilas de ataque (20 a 40 litros) emochilas cargueiras (60 a 90 litros). Nas lojascariocas, h vrios modelos e tamanhos. Antesde uma compra, cheque sempre a garantia quese d do lojista e/ou do fabricante.

    Mochilha de Ataque: Mochilha de Ataque: Mochilha de Ataque: Mochilha de Ataque: Mochilha de Ataque: deve possuir somentecorpo e satlite (tampa de cima). Vejo muitosmodelos com fitas, bolsos e cordeletes elsticosexternos, que numa trilha um pouco maisfechada, te dar muito trabalho de locomoo.Quanto ao tecido, muito se fala do RipStop,porm, acho que ele rasga com facilidade. Omelhor, a Cordura 500. Para uma escaladaao Dedo de Deus, deve se levar uma mochila de40 litros, para uma caminhada na Floresta daTijuca, uma de 20 litros resolve o problema.

    Mochila Cargueira: Mochila Cargueira: Mochila Cargueira: Mochila Cargueira: Mochila Cargueira: deve possuir tambm,barrigueira com regulagem (essencial), armaointerna e fitas laterais de compresso. O confortode uma mochila cargueira, o uso correto de suabarrigueira. Ao comprar uma cargueira, negociecom o vendedor, uma possvel troca. Leve-a paracasa, coloque todo o seu equipo nela, e a simpode se ter uma noo de como ela trabalha noseu corpo. Experimente suas regulagens, para quea barrigueira trabalhe bem, descansando quasetodo o peso da mochila na sua bacia. Muitos meperguntam aonde levar o isolante, j que ele nocabe dentro da mochila. Procure comprar isolantedobrvel, e no de enrolar, uma boa dica para oslojistas, j que no tem a venda aqui no Rio.

    Para finalizar, no podemos esquecer que todoo material deve ser acondicionado do lado dedentro da mochila (nada do lado de fora) e tambmde uma capa de mochila, para proteger da chuva.Pessoal, isso, boas caminhadas e at a prxima.

  • P g i n a 1 9 - F a t o r 2

    C r o q u i s 7

    Unicec 3 IIIsup E2 D1 - 250 metros.3 IIIsup E2 D1 - 250 metros.3 IIIsup E2 D1 - 250 metros.3 IIIsup E2 D1 - 250 metros.3 IIIsup E2 D1 - 250 metros.Est localizada na face norte do Morro Dona Marta,no bairro do Cosme Velho. Esta parede aquela quepode ser vista entre as duas galerias do Tnel Rebouas,no lado esquerdo. Para chegar l, siga at o final daRua Efignia Sales, que fica ao lado da estao dotrem do Corcovado. No final da rua h um terrenobaldio e uma grota, infelizmente com lixo. Entre por elae perto do final a melhor opo sair da grota peladireita por entre o bambuzal. Contorne por cima a grotae caminhe para a esquerda, passando nos fundos deum terreno murado. Voc ir passar por uma cerca dearame farpado e encontrar uma antiga escalada. Sigapor ela poucos metros at visualizar mais esquerdauma calha de drenagem. seguindo por esta calhaque voc chegar a parede. Agora basta ir margeandoa pedra para esquerda at o diedro da Unicec. Todaa caminhada deve levar cerca de 10 minutos.

    Este lado do Dona Marta no vero est na sombra atumas 10 horas da manh. Para quem tem disposiode escalar cedo pode ir e voltar sem pegar sol.

    Esta via foi conquistada em 1974 por Bruno Menescal,Jean Pierre, Jos Schuster, Marcos da Silveira e PedroEpprecht.

  • P g i n a 2 0 - F a t o r 2

    CEPI em livre 6 VIIc E3 - 230 metros.6 VIIc E3 - 230 metros.6 VIIc E3 - 230 metros.6 VIIc E3 - 230 metros.6 VIIc E3 - 230 metros.O famoso cabo do CEPI, a nica via ferratado Po-de-Aucar, foi encadenado em livrerecentemente pelo escalador Flvio Daflon.Ele sugere um 6 VIIc E3. O crux se d nasegunda enfiada da via, uma barriguinha deVIIc. A sada do cho um VIIa tranquilo,bem protegido por chapeletas. Da, oescalador faz uma horizontal e logo depoisentra num dos lances mais expostos da via,um VIIb de agarrinha direita do cabo.

    Flvio faz questo de afirmar que o cabo emmomento algum atrapalha em fazer a via emlivre. Ele argumenta que o CEPI faz parte dahistria da escalada no Brasil e deve sermantido como tal. O Cabo foi posto em 1952pelo Centro Excursionista do Pico de Itatiaia(hoje extinto), cuja sigla deu o nome viaferrata. Fazer o CEPI em livre oferece somentemais uma opo na Face Oeste do Po-de-Acar.

    Para mais informaes consulte o Guia deEscaladas da Urca, www.viacrux.net ewww.guiadaurca.com.

    C r o q u i s

  • P g i n a 2 1 - F a t o r 2

    DGM 5 VI E2 - 405 metros.5 VI E2 - 405 metros.5 VI E2 - 405 metros.5 VI E2 - 405 metros.5 VI E2 - 405 metros.Esta escalada foi comeada na dcada de60 por Dirceu Gouveia (o DGM), com cabosde ao, mas foi abandonada depois de tersido colocado uma centena de metros decabos.

    Mais tarde o Luciano Perez, do CEG, genrodo DGM, foi at l com o Nelsinho e o Pepe(um escalador que morreu h muitos anos)e comeou a regrampear a via para faz-laem livre, mas foram s at um certo ponto etambm interromperam o servio.

    Muito mais tarde ainda, Andr Ilha e Ricardode Moraes resolveram levar adiante a tarefae, com a ajuda do prprio Luciano, eautorizao do sogro dele, reconquistaramcom grampos de 1/2" para proteo delances l ivres. Quando terminaram,resolveram fazer uma homenagem ao amigoPepe, da o nome Pepe Legal. O problema que a via j tinha o nome DGM. Por isso aconfuso de nomes.

    Para chegar l entre pela Reserva Florestaldo Graja e pegue a trilha direita da Casada Administrao. Esta trilha ir subir at umacanaleta de concreto. Siga pela canaleta ata bvia aresta do Perdido do Andara, deonde ser fcil localizar a via.

    Esta parede norte e portanto bastantequente, v cedo (o Parque abre as oito, mas possvel que permitam que escaladoresentrem mais cedo para as paredes) e levebastante gua. A descida do cume pode serfeita por caminhada.

    C r o q u i s

    Traados: esq, DGM; dir, CEB-60 - 5 VI E2(traados aproximados).

  • Ningum Merece 5 VI E4.5 VI E4.5 VI E4.5 VI E4.5 VI E4.Esta via foi terminada recentemente (15 deagosto de 2003), e fica logo esquerda da viaSolaris, no Irmo Menor do Leblon.

    Devido ao grau de exposio aconselhvelestar escalando sem problemas o grau exigidopela via. Ela termina no ltimo grampo daSombra e gua Fresca. Depois so mais 20metros at o plat. O rapel deve ser feito daMarizel.

    O material usado foi: fitas longas, 8 costuras,camalots 2 e 3, nuts pequenos e corda de 60metros.

    uma conquista dos escaladores AndrKhner, Fernando Sabioni, George MichelJujo Salamani e Nilton Campos.

    C r o q u i s

  • Equinox