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FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIENCIAS

BIOQUÍMICA VEGETAL

BIOQUIMICA VEGETAL

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Unidades:

1Pa = 1N m2

1Pa = 10-5 bar

1Pa = 9,87x10-6 ATM

1bar = 1ATM

1ATM = 101325 Pa

1ATM = 0,1 Mpa

1 joule = 1 N × m (A aplicação da força de um newton pela distância de um metro)

Ligações químicas

Pontes de hidrogênio: 20 kJ mol-1

Ligação covalente: 450 kJ mol-1

Força de Wander Walls: 4,2 kJ mol-1

Ligação iônica: ligação entre metal e não metal (força similar as covalentes)

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1- Introdução e apresentação da disciplina

2- Propriedades físicas da água

3 – Biomoléculas

3.1 Sacarídeos

3.1.2 Definição e grupamento químico

3.1.2 Classificação

3.1.3 Quiralidade

3.1.4 Açúcares dextrógiros e levógiros

3.2 Proteínas

3.2.1 Definição e grupamento químico

3.2.2 Aminoácidos e classificação

3.2.3 Polipeptídios

3.2.4 Estrutura das proteínas

3.2.5 Forças moleculares em proteínas

3.2.4 Proteínas de ação catalítica

3.2.4.1 Enzimas

3.2.4.2 Fatores que interferem na atividade das enzimas

3.2.4.3 Cofatores

3.2.4.4 Coenzimas

3.2.4.5 Inibição enzimática

3.2 Lipídeos

3.2.1 Definição e grupamento químico

3.2.2 classificação do lipídeos

3.2.2.1 Ácidos graxos (saturados e insaturados)

3.2.2.2 Triacilglicerídes, fosfolipídeos e glicolipídeos

3.2.3 Funções

3.3 Ácidos nucléicos

3.2.1 Definição e grupamento químico

3.2.2 DNA e RNA

3.2.2.1 ácidos nucléicos e informação genética

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3.2.3 Moléculas energéticas

3.2.3.1 ATP, GTP

3.2.3.2 Cofatores: NADPH, NADH e FADH2

3.2.3 Funções

4. Bioenergética

4.1 Fotossíntese:

4.1.1 Fase fotoquímica

4.1.2 Fase carboxilativa

4.2 Respiração celular

4.3 Lipogenese e beta oxidação

4.4 Formação de aminoácidos e proteínas

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1- Introdução e apresentação da disciplina

A bioquímica é uma disciplina que trata de vários processos essenciais para o

crescimento e desenvolvimento de organismos vivos. A bioquímica vegetal é essencial para o

entendimento do metabolismo de células e suas relações com processos fisiológicos como,

fotossíntese, respiração celular, absorção de água e nutrientes, processos de fotomorfogênese

e demais rotas metabólicas que dependem diretamente e indiretamente dessas reações.

As reações metabólicas são divididas em catabólicas e anabólicas. As catabólicas

envolvem processos de degradação de moléculas e as anabólicas envolvem processos de

síntese de moléculas (Figura 1).

Figura 1. Processos anabólicos e catabólicos em células (ALBERTS et al., 2004)

Na bioquímica vários tipos de compostos orgânicos fazem parte do metabolismo

celular (Tabela 1).

(i) Cetona: são compostos orgânicos caracterizados pela presença do grupamento -

C=O, carbonila, ligado a dois radicais orgânicos.

(ii) Aldeídos: são compostos químico orgânico que se caracteriza pela presença, em

sua estrutura, do grupamento H—C=O (formila ou formilo), ligado a um radical alifático ou

aromático.

(iii) Ácido carboxílico: são ácidos orgânicos caracterizados pela presença do grupo

carboxila. Em fórmulas químicas, esses grupos são tipicamente representados como COOH.

(iv) Fenóis: apresentam uma hidroxila ligada a um anel aromomático.

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(v) Aminas: Podem ser derivados da amônia (NH3) substituindo o hidrogênio por

outros grupos. Se substituirmos um, dois ou três hidrogênios, teremos, respectivamente,

aminas primárias (R-NH2), secundárias(R1R2NH) ou terciárias (R1R2R3N).

Tabela 1. Principais grupos funcionais observados em moléculas orgânicas.

2- Propriedades físicas da água

A água é uma das substâncias mais comuns e mais importantes na superfície da Terra,

foi nela que a vida evoluiu e é nela que se processam as principais reações bioquímicas

(LARCHER, 1995). Os tecidos mais tenros das plantas são constituidos em 90% a 95% por

água. Apesar de terem de garantir uma percentagem tão elevada de água no seu corpo as

plantas não se podem deslocar para ir buscar a mesma. Assim, a compreensão da forma como

as plantas a vão obter, distribuir pelos diferentes tecidos do seu corpo e como a conseguem

armazenar é um dos aspectos fundamentais da Fisiologia Vegetal.

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2.1 Estrutura molecular da água:

A importância da água para a vida provém das suas características físicas e químicas

que por sua vez resultam da sua estrutura molecular (KRAMER; BOYER, 1995).

Quando os dois átomos de hidrogênio e o de oxigênio se combinam para formar água

há um compartilhamento de elétrons dos átomos de hidrogênio e o do oxigênio (Figura 2).

Figura 2. Representação esquemática da estrutura da molécula de água onde se podem observar os pares de elétrons compartilhados (sombreados), e os pares isolados do oxigênio (chavetas). Retirado de Sutcliffe (1968), fig. 2.1, pag. 6

Neste tipo de ligação, conhecida como covalente, cada átomo contribui com um

elétron; os dois pares de elétrons compartilhados que constituem a ligação são mantidos

juntos por ambos os núcleos. As ligações covalentes são muito fortes (450 kJ mol-1), e assim,

a molécula de água é extremamente estável.

A distribuição de cargas elétricas na molécula de água é assimétrica: os elétrons não

compartilhados do oxigênio encontram-se em um lado, enquanto que os dois núcleos dos

átomos de hidrogênio se encontram no outro (Figura 2). Desta assimetria resulta um lado da

molécula carregada negativamente e o outro lado positivamente, formando o que se chama

um dípolo (LARCHER, 1995).

Como consequência do carácter dipolar da água, o seu lado positivo é atraído por

cargas negativas e o seu lado negativo é atraído por cargas positivas. Assim, quando se

dissolvem sais em água, dissociam-se em íons positivos (cátions) e íons negativos (ânions),

cada um dos quais se encontra envolvido por uma “concha” de moléculas de água orientadas

(Figura 3), que são as responsáveis pela separação dos íons em soluções aquosas (TAIZ;

ZEIGER, 2004). A espessura da “concha” depende da intensidade de carga à superfície.

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Figura 3. A) e B) orientação das moléculas de água em relação a superfícies carregadas; C) dimensões relativas de cátions hidratados, as áreas sombreadas representam a “concha” de moléculas de água que envolve cada íon. Retirado de Sutcliffe (1968), fig. 2.3, pag. 7

Outra conseqüência da elevada polaridade da água é a sua capacidade para formar as

chamadas pontes de hidrogênio, isto é, ligações entre átomos eletro-negativos, como o

oxigênio ou o nitrogênio, através de um núcleo de hidrogênio (Figura 4). Estas pontes de

hidrogênio apresentam energia de ligação em torno de 20 kJ mol-1, em comparação com a

energia da ligação covalente O H (TAIZ; ZEIGER, 2004).

(A) (B)

Na+ K+

Rb+

Cs+

Aumento do peso atómico → Diminuição da densidade de carga → Aumento do raio do ião →

(C)

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Figura 4. Exemplos de pontes de hidrogênio (linhas ponteadas): a) entre um grupo de átomos AH e outro grupo de átomos B; b) entre duas moléculas de água; c) entre duas moléculas de amónia; d) entre um grupo hidroxilo e uma molécula de água; e) entre um grupo carbonilo e um grupo imino. Retirado de Noggle e Fritz (1976), fig. 3, pag.379

Para além das pontes de hidrogênio existem ainda as chamadas forças de Van der

Waals que são forças de atração molecular ainda mais fracas que as pontes de hidrogênio,

cerca de 4.2 kJ mol –1. Em moléculas neutras, isto é, não polares, estas forças resultam do fato

dos elétrons estarem permanentemente em movimento, de modo que o centro de cargas

negativas nem sempre corresponde ao centro de cargas positivas (KRAMER; BOYER, 1995).

As moléculas de água no estado sólido (gelo) encontram-se dispostas simetricamente

em uma estrutura em que as pontes de hidrogênio formam uma malha. O átomo de oxigênio

de cada molécula de água está rodeado de átomos de hidrogênio de outras moléculas em uma

disposição tetraédrica, de tal modo que os átomos de oxigênio formam anéis de 6 membros.

Esta estrutura é chamada aberta porque o espaço dentro de cada anel é suficiente para

acomodar outra molécula de água (Figura 5). No estado líquido as pontes de hidrogênio

quebram-se e formam-se continuamente por rotação e vibração das moléculas de água, o que

causa ruptura e reestruturação da malha com uma grande rapidez, talvez bilhões de vezes por

segundo. A grande quantidade de pontes de hidrogênio presentes na água no estado líquido, é

responsável pelas características únicas e biologicamente importantes da água (KRAMER;

BOYER, 1995).

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Figura 5. Esquema da estrutura “aberta” da água no estado sólido. Retirado de Krame; Boyer (1995), fig. 2.7, pag. 24

2.2. Propriedades físicas e químicas da água

2.2.1. Estado físico

Quanto maior for o peso molecular de um composto, maior é a probabilidade de ser

um sólido ou um líquido a uma temperatura de 20 ºC. Quanto menor for o seu peso molecular

maior será a probabilidade de ser um líquido ou um gas à mesma temperatura. Para um

composto passar do estado sólido para o líquido, ou do líquido para o gasoso, isto é, para

quebrar as forças que ligam as suas moléculas umas às outras, é necessário tanto mais energia,

quanto mais pesadas forem as moléculas. Por exemplo, o metano (peso molecular, PM = 16),

o etano (PM = 30) e o propano (PM = 44), que são hidrocarbonetos de baixo peso molecular,

assim como a amônia (PM = 17), e o dióxido de carbono (PM = 44) são todos gases a 20 ºC.

No entanto, a água (PM = 18) a esta temperatura é um líquido.

A explicação para isto é que as pontes de hidrogênio constituem uma força de atração

entre as moléculas de água que é particularmente elevada, inibindo a sua separação e escape

na forma de vapor. Por outro lado, os hidrocarbonetos, no estado líquido, têm apenas forças

de Van der Waals a ligarem as suas moléculas e, assim, necessitam de pouca energia para as

conduzir ao estado gasoso.

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2.2.2 Compressibilidade

Para todos os efeitos práticos os líquidos são incompressíveis. Assim, as leis da

hidráulica são aplicáveis aos organismos vivos porque estes são constituídos em grande parte

por água.

2.2.3 Calor específico

O Calor específico é a quantidade de energia necessária para aumentar de 1 ºC, uma

unidade de massa de uma substância. São necessários 4,184 J para aumentar de 1 ºC um

grama de água pura. O calor específico da água pura varia apenas ligeiramente ao longo de

toda a gama de temperaturas em que a água se encontra no estado líquido, e é o valor mais

alto de todas as substâncias conhecidas, com exceção da amônia líquida (HOPKINS, 1995).

Este valor tão elevado é devido ao arranjo molecular da água, que permite que os

átomos de hidrogênio e oxigênio vibrem livremente, quase como se fossem íons livres.

Assim, podem absorver grandes quantidades de energia sem que haja grandes aumentos

de temperatura.

2.2.4 Calor latente de vaporização e de fusão

São necessários 2 452 J para converter 1 g de água a 20 ºC, a 1 g de vapor de água a

20 ºC. Este calor latente de vaporização, invulgarmente alto, é causado pela tenacidade das

pontes de hidrogênio e, assim, da larga quantidade de energia necessária para que uma

molécula de água no estado líquido se separe das restantes. Uma conseqüência deste elevado

calor latente de vaporização é que as folhas arrefecem sempre que perdem água por

transpiração.

Para fundir 1 g de gelo a 0 ºC são necessários 335 J. Este valor é muito elevado e

deve-se igualmente às pontes de hidrogênio que existem entre as moléculas de água, embora

devido à estrutura aberta do gelo, cada molécula de gelo estabeleça um número menor de

pontes de hidrogênio com as moléculas adjacentes (HOPKINS, 1995).

2.2.5 Maior densidade no estado líquido

Quando o gelo funde o volume total da água diminui. Isto deve-se ao fato que no

estado líquido as moléculas se organizam mais eficientemente que no estado sólido, ficando

cada uma rodeada por outras 5 ou 6 moléculas, em oposição ao estado sólido em que, como

vimos anteriormente, cada molécula de água está rodeada apenas por quatro outras. O

resultado desta diferença de organização é que a água expande-se quando solidifica e, assim,

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o gelo tem uma densidade menor que a água líquida. Deste modo, durante o Inverno o gelo

flutua nos lagos e correntes de água em vez de ir para o fundo, onde poderia permanecer sem

derreter durante o Verão seguinte (KRAMER; BOYER, 1995).

2.2.6 Viscosidade

A viscosidade de um fluido indica a sua resistência a fluir, isto é, a dificuldade de uma

camada deslizar ao longo de outra camada. Como as pontes de hidrogênio podem restringir o

deslizar de camadas adjacentes de líquidos, a viscosidade da água é relativamente elevada em

comparação com solventes que estabeleçam poucas ou nenhumas pontes de hidrogênio, como

por exemplo a acetona, o benzeno, e outros solventes orgânicos com moléculas pequenas. O

diminuir da viscosidade com o aumentar da temperatura reflete a quebra das pontes de

hidrogênio e também o diminuir de outras forças de atração, como as de Van der Waals,

devido ao aumentar do movimento térmico das moléculas (KRAMER; BOYER, 1995).

2.2.7 Adesão e coesão

Devido à sua polaridade, a água é atraída por muitas outras substâncias, ou seja, é

capaz de molhar superfícies formadas por essa substância. É o caso das moléculas de

proteínas e os polisacáridos das paredes celulares, que também são altamente polares. Esta

atração entre moléculas diferentes é chamada adesão, e é devida às pontes de hidrogênio que

se estabelecem entre moléculas. A atração entre moléculas semelhantes é chamada coesão.

São as forças de coesão que conferem à água uma força de tensão invulgarmente elevada,

isto é, a tensão máxima que uma coluna ininterrupta de água pode sofrer sem quebrar é

extremamente elevada (HOPKINS, 1995). Em uma coluna de água fina e confinada, como as

que existem no xilema de um caule, a força de tensão pode atingir valores muito elevados

(cerca de –30 MPa) de modo a que a coluna de água é “puxada” sem quebrar até ao topo de

árvores. Este valor representa cerca de 10% da força de tensão do fio de cobre ou de alumínio,

o que é de fato considerável (TAIZ; ZEIGER, 2004).

2.2.8 Tensão superficial

É a coesão entre moléculas de água que permite explicar a elevada tensão de superfície

deste composto. As moléculas à superfície de um líquido estão continuamente a ser puxadas

para o interior do líquido pelas forças de coesão, enquanto que na fase gasosa há menos

moléculas que, por isso, estão demasiado distantes para exercer uma força nas que estão à

superfície (Figura 6). Assim, uma gota de água atua como se estivesse coberta por uma

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“película” apertada e elástica. É a tensão de superfície que faz com que uma gota tenha uma

forma esférica, e que permite que certos insetos andem sobre a água. A tensão de superfície

da água é maior que a da maior parte dos líquidos.

Figura 6. Demonstração esquemática da tensão de superfície. As forças de atração entre as moléculas de água adjacentes (setas mais espessas) são maiores que entre as moléculas de água e ar (setas mais finas). Esta diferença faz com que as moléculas à superfície tendam a ser puxadas para o interior da água líquida. Retirado de Hopkins (1995), fig. 2.3, pag. 27

Na Física, chama-se capilaridade à propriedade dos fluidos de subir ou descer em

tubos muito finos. Este comportamento resulta da capacidade de o líquido molhar ou não a

superfície do tubo. Quando um líquido entra em contato com uma superfície sólida, este vai

ser sujeito a dois tipos de forças que atuam em sentidos contrários: a força de adesão, e a força

de coesão. A força de adesão tem a ver com a afinidade do líquido para a superfície sólida, e

atua no sentido de o líquido molhar o sólido. A força de coesão tem a ver com coesão do

próprio líquido, e atua no sentido oposto. Se a força de adesão for superior à de coesão, o

líquido vai interagir favorávelmente com o sólido, molhando-o, e formando um menisco. Se a

superfície sólida for um tubo de raio pequeno, como um capilar de vidro, a afinidade com o

sólido é tão grande que líquido sobe pelo capilar. No caso do mercúrio, acontece o contrário,

pois este não tem afinidade com o vidro (a força de coesão é maior).

A tendência do líquido de subir pelo capilar resulta da diferença de pressão gerada

pela interface curva entre a fase líquida e a fase gasosa. Essa diferença de pressão pode ser

calculada através da Equação de Laplace.

Que é capilaridade? Sempre que você põe um líquido em contato com um sólido

produz-se um "cabo de guerra" entre as moléculas, as do sólido puxando para seu lado, as do

líquido para o outro. Assim, se você derramar um pouco de água em uma lâmina limpa de

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vidro, o vidro atrairá as moléculas de água mais fortemente do que elas se atraem. Então a

água é forçada a se espalhar na superfície do vidro. Derrame agora um pouco de água em uma

lâmina de vidro engordurada. Assim, as moléculas de água se atraem mais fortemente do que

a gordura as atrai. O "time local" vence e as moléculas de água se juntam em gôtas.

Normamente as moléculas de água coerem uma às outras mais fortemente do que elas

aderem a moléculas de tipo diferente.

Mergulhe um tubo de vidro com um estreito canal em um vaso com água. O vidro

atrairá a água e puxará um pouco da mesma para dentro do estreito canal. Essa atração de um

líquido para o interior de estreitos espaços se chama capilaridade (do latim capillus,

significando cabelo). Quando você encosta uma toalha de papel, ou mata-borrão, nas suas

mãos molhadas, a atração do papel leva a água para seus finos poros e assim suas mãos ficam

enxutas.

Quando você lava as mãos, você põe sabão na água. Êle faz diminuir a tensão

superficial da água. As moléculas da água então coerem menos fortemente e elas podem

penetrar nos finos poros de sua pele. É mais fácil lavar-se com água quente porque o calor

diminui a tensão superficial dos óleos e graxas.

Força de Adesão = 1+cos αααα/1

2.2.9 Solubilidade

Uma das características principais da água é a sua capacidade de dissolver quase todas

as substâncias em quantidades superiores à maioria dos líquidos. A ação dissolvente da água

depende de pelo menos um de três tipos de interações entre as moléculas de água e as

moléculas de solutos:

(i) Substâncias não ionizáveis, mas polares: São substâncias que contêm oxigênio ou

nitrogênio na forma de grupos OH, NH2, a sua solubilização é devida à formação de

pontes de hidrogênio entre as suas moléculas e as da água.

(ii) Substâncias ionizáveis: A sua solubilidade deve-se ao carácter dipolar da água que

lhe confere uma constante dielétrica, isto é, a capacidade de neutralizar a atração entre

cargas elétricas, muito elevada. Cada íon em solução tem como que uma “concha” de

moléculas à sua volta. Esta “concha” atua como um campo de isolamento elétrico que diminui

a força de atração entre íons com cargas opostas, mantendo-os afastados na solução.

(iii) Substâncias não polares: Como por exemplo a alanina e outros amino ácidos

neutros. Estes compostos dissolvem-se na água por causa das forças de Van der Waals.

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2.2.9 Dissociação da água e a escala de pH

Algumas das moléculas de água separam-se em íons hidrogênio (H+) e hidroxila (OH-)

no processo chamado dissociação ou ionização. A tendência para que estes íons se

recombinem é uma função da probabilidade para que ocorram colisões entre eles, o que por

sua vez depende do número relativo de íons presentes na solução. A lei da ação de massas

pode ser expressa matematicamente igualando o produto das concentrações molal (m = moles

por quilo de água) a uma constante:

[H+] . [OH-

] = K

Em uma solução diluida, as concentrações molal são virtualmente iguais às

concentrações molar (M = moles por litro de solução final). A temperaturas próximas dos 20

ºC, K =10-14, e assim, em água pura a concentração quer de [H+], quer de [OH-

] é igual a 10-

7M.

A concentração de íons hidrogênio é expressa por uma escala de pH, em que

pH = - log [H+]. Ou seja, o pH é igual ao valor absoluto da concentração do íon hidrogênio,

expresso como um expoente negativo de 10. Por exemplo, quando [H+] = 10-4 , então o pH

= 4. A neutralidade é expressa por pH = 7 ([H+] = [OH-

]); valores abaixo de 7 indicam acidez,

e valores acima de 7 indicam alcalinidade. As unidades de pH são múltiplos de 10 em uma

escala logarítmica, e como tal não podem ser nem adicionados, nem subtraídos. De fato,

são necessários 10 vezes menos H+ para mudar o pH de uma solução tamponizada de 7 para

6, que de 6 para 5.

PROPRIEDADES FÍSICAS DA ÁGUA: EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1- Por que durante a evolução tanto de plantas como de animais a água foi a molécula que

mantida em maiores quantidades nesses organismos?

2- Porque a água nos lagos e rios congelam de cima para baixo? (comente através de

explicações físicas)

3- Relacione absorção de água com deficiência nutricional relacionando com as propriedades

físicas da mesma?

4- Existe relação entre o cuidado que mergulhadores apresentam quando se encontram em

altas profundidades com a transpiração de plantas em locais quentes e secos? Explique.

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5- O que é tensão superficial e porque a aplicação desse conceito é importante na eficiência

de aplicação de produtos agrícolas?

6- Explique como as propriedades da água auxiliam no transporte de água em plantas

7- Porque as plantas necessitam transpirar até 98% da água absorvida? Relacione a sua

resposta com as propriedades físicas da água.

8- Porque a água é uma sustância polar e qual a sua realção com a solubilidade, isto é porque

a aplicação de defensivos normalmente é misturado com água?

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3 – Biomoléculas

3.1 Sacarídeos:

Essa palavra deriva do latim em que açúcar é saccharum, sendo derivado do termo

saccharide o qual é a base do sistema de classificação de carboidratos. Os sacarídeos são

formados por aldeídos e cetonas polihidroxi ou substâncias que a hidrolise produz aldeídos

e cetonas.”

Os sacarídeos são produzidos a partir do processo fotossintético, sendo inicialmente a

energia da luz transformada em energia química (ATP e NADPH) que posteriormente é

utilizada para reduzir o carbono atmosférico (CO2) formando uma triose, o gliceraldeído. A

maioria de monossacarídeos e os dissacarídeos são chamados açúcares porque tem sabor

adocicado. Todos os hidratos de carbono são sólidos na temperatura ambiente. Por apresentar

muitos grupos OH, são extremamente solúveis na água (podem fazer muitas pontes de

hidrogênio).

Os monossacarídeos são moléculas orgânicas formadas por átomos de carbono (C),

hidrogênio (H) e oxigênio (O) na proporção 1: 2: 1, respectivamente, apresentando a fórmula

geral (CH2O)n, em que “n” pode variar de 3 a 7. O nome genérico do monossacarídeo está

relacionado com o valor de n. sendo n = 3 trioses; n= 4 tetroses; n = 5 pentose, n+ 6

hexose, n=7 heptulose.

Os sacarídeos são classificados em:

(i) Monosacarídeos: é considerado um simples carboidrato que não pode ser quebrado para

formar pequenos polissacarídeos. Os monossacarídeos mais abundantes são as hexoses

com fórmula geral (C6H12O6). Nessa classe, se inclui a glicose, o mais importante

combustível para a maioria dos seres vivos, componente dos polissacarídeos mais

importantes, como o amido e a celulose. Outras hexoses importantes são a frutose e a

galactose.

(ii) Disacarídeos em hidrólise forma dois monossacarídeos. Ex: Lactose: ligação b(1 → 4)

glicosídea entre uma galactose e uma glicose, Maltose, é uma ligação entre duas glicoses

a(1 → 4). Sacarose: ligação a, b(1 →→→→ 2) glicosídea entre uma glicose e uma frutose.

(iii) Polisacarídeos (do grego polus significa muitos) em hidrolise e quebrado para formar

muitos monossacarídeos. São moléculas orgânicas formadas pela união de mais 10

moléculas de monossacarídeos.Os polissacarídeos são abundantes na natureza, podendo

ter função biológica de reserva energética, como o amido e o glicogênio ou função

estrutural, como a celulose e a quitina. Os Polissacarídeos de Reserva Energética em

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19

plantas é o amido é o polissacarídeo de reserva energética dos vegetais, sendo

armazenado nas células do parênquima amiláceo de caules (batatinha) e raízes

(mandioca). Em animais o glicogênio é o polissacarídeo de reserva energética, sendo

armazenado no fígado e músculos.

A celulose é o polissacarídeo presente na membrana celulósica das células vegetais

(imagine sua abundância na natureza). Está relacionada com a estrutura e forma das células

vegetais.

O aproveitamento da celulose na forma de moléculas de glicose só é possível na

presença da enzima celulase, que é produzida por microrganismos como bactérias e

protozoários, que vivem em simbiose no sistema digestivo de organismos como ruminantes,

moluscos, etc.

No ser humano, a presença de celulose na dieta (alimentação) garante o bom

funcionamento do intestino, a retenção de água ao bolo fecal, facilitando sua eliminação. Nos

artrópodes, o polissacarídeo quitina é um material impermeabilizante do exoesqueleto,

garantindo boa adaptação à vida terrestre.

Os açúcares tem características óticas que podem ser utilizar para distinguir suas

diferenças em atividades fisiológicas, que é denominada de quiralidade.

Em 1894 William Thomson definiu um objeto como quiral aquele que a imagem

refletida no espelho parece igual mas não pode se sobrepor. Muitos objetos quirais são, meias,

luvas, orelhas, pés… O centro quiral é um centro tetraédrica que se liga a quatro tipos

diferentes de grupos de carbonos (Figura 7). A molécula que tem n centros quirais o qual

apresenta um máximo de 2n estereoisomeros. Carbonos que apresentam duplas ou triplas

ligações não pode apresentar centros quirais (Figura 8). Estas moléculas são isômeros.

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20

Figura 7. Diferenças entre Enatiômeros e Distereomeros.

Figura 8. Estrutura de moléculas quirais e aquirais

Os sacarídeos são moléculas quirais permite a classificação dos mesmos. Isômeros

são compostos diferentes que apresentam a mesma fórmula molecular e diferente forma

estrutural. Nesse caso Isômeros Cis, significa que Cis: mesmo lado e Trans, lados opostos

(Figura 9)

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Figura 9. Descrição das isomerias Cis e Trans.

As letras D e L para enantiomeros específicos dos hidratos de carbono. Ao invés de

utilizar a designação específica de cada carbono quiral na molécula, observa-se o último

grupo do OH unido ao carbono quiral o mais distante do grupo de carbonila. Na projeção de

Fischer, isto estará perto da parte inferior do desenho. Pela convenção, se o grupo hidroxil

está na direita em compostos denomina-se D. Se o grupo hidroxil está na esquerda em

compostos denomina-se L (Figura 10).

Figura 10. Representação para enatiomeros de glicose específicos.

Em torno de 200 diferentes monossacarídeos conhecidos são agrupados de acordo com

(i) o número de átomos que de carbono contêm; (ii) se são aldeídos ou cetonas. Os

Monossacarídeos que são aldeídos são chamados aldoses e os que são cetonas de cetoses. Por

exemplo as aldohexoses são glicoses que contêm aldoses e a cetohexoses são glicoses que

contém cetoses (Figura 11).

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22

Figura 11. Visualização das estruturas de diferentes cetoses e aldoses

CHO

OHH

OHH

OHH

OHH

CH2OH

CHO

HHO

OHH

OHH

OHH

CH2OH

CHO

OHH

HHO

OHH

OHH

CH2OH

CHO

HHO

HHO

OHH

OHH

CH2OH

CHO

OHH

OHH

HHO

OHH

CH2OH

CHO

HHO

OHH

HHO

OHH

CH2OH

CHO

OHH

HHO

HHO

OHH

CH2OH

CHO

HHO

HHO

HHO

OHH

CH2OH

D-allose D-altrose D-glucose D-mannose D-gulose D-idose D-galactose D-talose

Aldohexoses

CHO

OHH

OHH

OHH

CH2OH

D-ribose

CHO

HHO

OHH

OHH

CH2OH

D-arabinose

CHO

OHH

HHO

OHH

CH2OH

D-xylose

CHO

HHO

HHO

OHH

CH2OH

D-lyxose

Aldopentoses

CHO

OHH

OHH

CH2OH

D-erythrose

CHO

HHO

OHH

CH2OH

D-threose

Aldotetroses

CHO

OHH

CH2OH

D-glyceraldehyde

Aldotriose

Ketohexoses

Ketopentoses

Ketotetroses

CH2OH

C O

CH2OH

dihydroxyacetone (achiral molecule)

Ketotriose

CH2OH

C O

D-ribulose

H OH

H OH

CH2OH

CH2OH

C O

D-erythrulose

H OH

CH2OH

CH2OH

C O

D-xylulose

HO H

H OH

CH2OH

CH2OH

C O

D-psicose

H OH

H OH

H OH

CH2OH

CH2OH

C O

D-fructose

HO H

H OH

H OH

CH2OH

CH2OH

C O

D-sorbose

H OH

HO H

H OH

CH2OH

CH2OH

C O

D-tagatose

HO H

HO H

H OH

CH2OH

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3.2 Lipídeos

São substâncias hidrofóbicas solúveis em solventes orgânicos. Muitos lipídeos de

membrana são amfipáticos, tem uma parte final não polar e uma polar end (Figura 12). A

maioria dos lipídeos é derivada ou possui na sua estrutura ácidos graxos. A dupla ligação no

ácido graxo geralmente tem configuração Cis. Muitos ácidos graxos que ocorrem

naturalmente possuem mesmo número de carbonos. O ácido graxo com 16C tem uma dupla

ligação cis entre o átomo de carbono 9 -10 e pode ser representado como 16:1 cis D9.

Figura 12. Estrutura de lipídeos na membrana celular.

Os lipídeos geralmente ocorrem combinados, seja covalentemente ou através de

ligações fracas, como membros de outras classes de biomoléculas, para produzir moléculas

hídricas tais como glicofosfolipídeos, que contêm tanto carboidratos quanto grupos lipídicos,

e lipoproteínas (Figura 13), que contêm tanto lipídeos como proteínas (JOYCE; DIWAN,

2006).

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Figura 13. Estrutura da membrana celular de plantas. (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Os lipídeos não apresentam característica estrutural comum, entretanto todos possuem

muito mais ligações carbono-hidrogênio do que as outras biomoléculas, e a grande maioria

possui poucos heteroátomos. São moléculas pobres em dipolos localizados (carbono e

hidrogênio, possuem eletronegatividade semelhante). Na química é conceituado que "o

semelhante dissolve o semelhante": razão para estas moléculas serem fracamente solúveis em

água ou etanol (solventes polares) e altamente solúveis em solventes orgânicos (geralmente

apolares) (JOYCE; DIWAN, 2006).

As principais funções dos lipídios são: (i) reserva energética, pois 1g de gordura

equivale a 9 kcal, principalmente constituída pelos triacilgliceróis (triglicerídeos); (ii)

possibilita o armazenamento e transporte de combustível metabólico; (iii) fonte de energia

quando oxidados na respiração celular; (iv) componente estrutural das membranas biológicas;

(v) isolamento térmico, elétrico e mecânico para proteção de células e órgãos; (vi) originam

moléculas mensageiras, como hormônios, prostaglandinas, (vii) triacilgliceróis, devido à sua

função de substâncias de reserva, são acumuladas principalmente no tecido adiposo, para

ocasiões em que há alimentação insuficiente.

3.2.1 Alguns ácidos graxos comuns:

(i) 14:0 Ácido myristic;

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(ii) 16:0 Ácido palmitico;

(iii) 18:0 Ácido estearicod;

(iv) 18:1 cis D9 Ácido oleico

Existe uma livre rotação entre a ligação C-C no ácido graxo exceto quando existe uma

dupla ligação. Cada dupla ligação cis causa uma torção no cadeia. A rotação entre carbonos

permite uma estrutura mais linear, mas também pode ser devido a torção JOYCE; DIWAN,

2006).

3.2.2 Ácidos graxos e sabão

A hidrólise ácida dos triacilglicerídios age nos ácidos graxos os quais possuem

carboxílicos.Este grupo é geralmente chamado de lipídeos saponificáveis, porque a reação

destes com uma solução quente de hidróxido de sódio produz o correspondente sal sódico do

ácido carboxílico, isto é, o sabão (BUCHANAN, 2000).

3.2.3 Ácidos graxos saturados e insaturados

Os insaturados (que contém ligações duplas) são facilmente convertidos em saturados

através da hidrogenação catalítica (este processo é chamado de redução). A presença de

insaturação nas cadeias de ácido carboxílico dificulta a interação intermolecular, fazendo com

que, em geral, estes se apresentem, à temperatura ambiente, no estado líquido (BUCHANAN,

2000).

3.2.4 Triglicerídeos

Os saturados, com uma maior facilidade de empacotamento intermolecular, são

sólidos. A margarina, por exemplo, é obtida através da hidrogenação de um líquido - o óleo de

soja ou de milho, que é rico em ácidos graxos insaturados (BUCHANAN, 2000).

Conhecidos como gorduras neutras, esta grande classe de lipídeos não contém grupos

carregados. São ésteres do glicerol - 1,2,3-propanotriol. Estes ésteres possuem longas cadeias

carbônicas ligadas ao glicerol, e a hidrólise ácida promove a formação dos ácidos graxos

correspondentes e o álcool (glicerol) (BUCHANAN, 2000). Um das principais funções é

armazenamento de energia, cada ligação C-H é um sítio potencial para a reação de oxidação,

um processo que libera muita energia.

Os triacilgliceróis são lipídeos formados pela ligação de 3 moléculas de ácidos graxos

com o glicerol, um triálcool de 3 carbonos, através de ligações do tipo éster. Os ácidos graxos

que participam da estrutura de um triacilglicerol são geralmente diferentes entre si. Função de

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26

reserva de energia, principalmente 1 grama fornece aproximadamente o dobro da energia

fornecida por carboidratos (BUCHANAN, 2000).

3.2.4 Fosfolipídeos

Os fosfolípideos são ésteres do glicerofosfato. O fosfato é um diéster fosfórico, e o

grupo polar do fosfolipídio. A um dos oxigênios do fostato podem estar ligados grupos

neutros ou carregados, como a colina, a etanoamina, o inositol, glicerol ou outros. As

fostatidilcolinas, por exemplo, são chamadas de lecitinas (BUCHANAN, 2000).

Os “Lipídeos Polares" são lipídeos que contém fosfato na sua estrutura, sendo os mais

importantes derivados do glicerol fosfoglicerídeos, o qual está ligado por uma ponte tipo

fosfodiéster geralmente a uma base nitrogenada (BUCHANAN, 2000).

As membranas celulares são elásticas e resistentes graças às fortes interações

hidrofóbicas entre os grupos apolares dos fosfolipídios (BUCHANAN, 2000).

3.2.5 Esteróides

Os esteróides são lipídeos derivados do colesterol. Eles atuam, nos organismos, como

hormônios. A testosterona é o hormônio sexual masculino, enquanto que o estradiol é o

hormônio responsável por muitas das características femininas.

O colesterol é um esteróide importante na estrutura das membranas biológicas, e atua

como precursor na biossíntese dos esteróides biologicamente ativos, como os hormônios

esteróides e os ácidos e sais biliares

São associações entre proteínas e lipídeos encontradas na corrente sanguínea, e que

tem como função transportar e regular o metabolismo dos lipídeos no plasma.

3.2.5 Classificação

Quilomícron: É a lipoproteína menos densa, transportadora de triacilglicerol exógeno

na corrente sanguínea.

VLDL: "Lipoproteína de Densidade Muito Baixa", transporta triacilglicerol endógeno;

IDL: "Lipoproteína de Densidade Intermediária", é formada na transformação de

VLDL em LDL;

LDL: "Lipoproteína de Densidade Baixa", é a principal transportadora de colesterol;

seus níveis aumentados no sangue aumentam o risco de infarto agudo do miocárdio;

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HDL: "Lipoproteína de Densidade Alta"; atua retirando o colesterol da circulação.

Seus níveis aumentados no sangue estão associados a uma diminuição do risco de infarto

agudo do miocárdio.

3.2.5 Proteínas

Proteínas são substâncias encontradas em todos os organismo formados por C, H, O e

N, além disso pode estar ligada a outros nutrientes, como o P, S, Cu...

As cadeias polipeptídicas são normalmente compostas por 20 aminoácidos diferentes

que são ligados covalentemente durante o processo de síntese pela formação de uma ligação

peptídica. De modo geral podemos afirmar que proteínas é um conjunto de aminoácidos

(Figura 14).

Os aminoácidos são formados por grupamentos carboxílicos (COO-) e amina (NH2) e

cadeia lateral (R). Os aminoácidos são ligados por ligações peptídicas. A ligação peptídica

entre dois aminoácidos (Aa) é um exemplo especial de uma ligação do amido flanqueada em

ambos os lados por átomos do carbono 1. Os ângulos ligados e os comprimentos do peptídeo

são conhecidos de muitas observações diretas de estruturas da proteína. O comprimento da

ligação do peptídeo (NC) é em torno de 1.33 Å. Isto é consideravelmente menor do que o

comprimento da ligação não peptídica adjacente da NC de 1.45 Å.

Os comprimentos das ligações e ângulos refletem a distribuição dos elétrons entre os

átomos devido às diferenças na polaridade dos átomos, e a hibridação de seus orbitais da

ligação. Os dois átomos mais eletronegativos, O e N, podem carregar cargas negativas

parciais, e os dois átomos menos eletronegativos, C e H, podem carregar cargas positivas

parciais.

O grupo do peptídeo que consiste nestes quatro átomos pode ser pensado como de uma

estrutura da ressonância assim, a ligação de peptídica tem o caráter de ligação o dobro do

parcial, esclarecendo seu comprimento ligação intermediário. Como toda a ligação dobro, a

rotação sobre o ângulo de ligação w do peptídeo é restrita, com uma barreira de energia de ˜3

kcal entre grupamentos cis e do transporte.

Para todos os Aa, a configuração cis é desaprovada extremamente por causa do

obstáculo steric entre correntes laterais adjacentes. O fechamento do anel na corrente lateral

do prolina extrai o b-carbono longe do resíduo precedente, conduzindo para abaixar o

obstáculo steric através da X-pro ligação de peptídeo. Na maioria de resíduos, o transporte à

distribuição cis sobre esta ligação é aproximadamente 90 - 10, mas com prolina, o transporte à

distribuição cis é aproximadamente 70 - 30.

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28

3.2.6 Restrição na ligação da rotação

Quando houver uma rotação restrita sobre a ligação peptídica, há uma rotação livre

sobre as quatro ligações ao um carbono de cada resíduo. Duas destas rotações são de

relevância particular para a estrutura da espinha dorsal do polipeptídio.

O nitrogênio (N) é um dos principais componentes das proteínas sendo este um dos

motivos do decréscimo do crescimento em plantas deficientes nesse nutriente. O N elemento

mais abundante na atmosfera terrestre (em torno de 70%). Nas plantas é um componente

responsável por várias reações além de fazer parte da estrutura da clorofila de enzimas e

proteínas (TAÍZ; ZIEGER, 2004; REYNOLDS et al., 1982).

Figura 14. Estrutura de proteínas e aminoácidos (adaptado de BUCHANAM, 2000).

A disponibilização de nitrogênio para as culturas pode ocorrer de formas diferenciadas

de acordo com a espécie. Este nutriente pode ser absorvido do solo na forma de NH4+ ou de

NO3- ou através do N2 atmosférico. Nas leguminosas o N é absorvido na forma de N2 e

transformado em NH4 através do processo simbiótico com bactérias (GERAHTY et al., 1992;

TAÍZ; ZIEGER, 2004). Um caso típico desta associação é a simbiose entre leguminosas e

bactérias do gênero Rhyzobium, Bradyrhizobium, Azorizhobium, photorizhobium,

sinorizhobium que colonizam as células corticais das raízes (TAÍZ; ZIEGER, 2004).

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As proteínas adquirem funções fisiológicas após adquirirem estrutura quanternária, a

qual ocorre devido a interações que governam o enovelamento e a estabilidade das proteínas:

(i) interações não-covalentes; (ii) repulsões de curto alcance; (iii) forças eletrostáticas; (iv)

interações de Van de Waals; (v) pontes de hidrogênio; (vi) interações hidrofóbicas (Figura

15).

Figura 15. Tipos de ligações encontradas em aminoácidos e proteínas (PERSON, 2004).

3.2.7 Estruturas de proteínas

3.2.7.1 Estrutura primária

É a ligação peptídica entre aminoácidos numa seqüência linear, onde apresenta uma

extremidade "amino terminal" e uma extremidade “carboxi terminal”. Sua estrutura é somente

a seqüência dos aminoácidos, sem se preocupar com a orientação espacial da molécula

(Figura 16).

3.2.7.2 Estrutura secundária

É a estrutura oriunda do arranjo espacial de aminoácidos próximos entre si na

seqüência primária da proteína. A estrutura secundária ocorre devido a possibilidade de

rotação das ligações entre os carbonos e de seus aminoácidos nos grupamentos amina e

carboxila (Figura 16).

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3.2.7.3 Estrutura terciária

É a forma tridimensional como as proteínas se "enrolam". Este processo ocorre devido

a organização das cadeias longas de polipeptídios em domínios, os quais são considerados as

unidades funcionais e de estrutura tridimensional de uma proteína (Figura 16).

3.2.7.4 Estrutura quaternária

Surge apenas nas proteínas oligoméricas. Esta estrutura surge em função da

distribuição espacial de mais de uma cadeia polipeptídica no espaço, as subunidades da

molécula. Observa-se nestas proteínas subunidades mantidas por forças covalentes, como

pontes dissulfeto, e ligações não covalentes, como pontes de hidrogênio, interações

hidrofóbicas (Figura 16).

Figura 16. Descrição nas estruturas de proteínas em função do enovelamento ocasionada por interações entre moléculas.

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3.2.8 Funções

As principais funções das enzimas são: (i) atividade enzimática; (ii) síntese de

moléculas e outras proteínas; (iii) estrutural; (iv) armazenamento de esqueletos de carbono e

nitrogênio; (v) transportadoras (hemoglobina/oxigênio); (vi) transmissão de impulsos

nervosos; (vii) canais transportadores (na membrana plasmática); (viii) sinalizadores

(hormônios peptídeos).

3.2.9 Tipos de aminoácidos

3.2.9.1 Aminoácidos alifáticos

Esses aminoácidos apresentam apenas carbono e hidrogênio na cadeia lateral, exceto a

metionina (Figura 17).

Figura 17. Tipos de aminoácidos alifáticos.

3.2.9.2 Aminoácidos aromáticos

O nome desses aminoácidos á devido a presença de anel aromático na cadeia lateral

(Figura 18).

Figura 18. Tipos de aminoácidos aromáticos.

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3.2.9.3 Aminoácidos com ramificação C-beta

Enquanto muitos aminoácidos contém apenas um substituto de hidrogênio ligado ao

carbono beta, as ramificações deste carbono pode conter dois aminoácidos (dois carbonos em

valina ou isoleucina; um carbono e um oxigênio na treonina) (Figura 19).

Figura 19. Tipos de aminoácidos com ramificação C-beta.

3.2.9.3 Aminoácidos com cargas positivas e negativas

Os aminoácidos com cargas residuais negativas são o aspartato, glutamatoe cargas

positivas são a arginina, histidina e lisina (Figura 20).

Figura 20. Tipos de aminoácidos com ramificação com cargas positivas e negativas.

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33

3.3 Enzimas

São proteínas de ação catalítica, porém nem toda proteína é considerada uma enzima.

As enzimas são consideradas catalisadores orgânicos. Catalisador é uma substância que

acelera uma reação química por diminuir sua energia de ativação (Figura 21).

.

Figura 21. Reações processadas com e sem ação de enzimas.

As enzimas não modificam o sentido dos equilíbrios químicos, mas aceleram sua

realização. Um terceiro modelo que combina o ajuste induzido a uma "torção" da molécula do

substrato (Figura 22), que o "ativaria" e o prepararia para a sua transformação em produto

(KIELING, 2002).

Figura 22. Diminuição da energia de ativação por ação enzimática pelo mecanismo de torção.

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34

Algumas enzimas são capazes de aumentar a velocidade das reações em cerca de

1014x, em relação a catalisadores químicos, o que pode ser observado quando utiliza-se a

enzima nitrogenase. Atividade biológica é a capacidade das enzimas em reagir com

substratos formando complexos ou mesmo compostos com ligações covalentes. A atividade

biológica envolve a medida da velocidade da reação. Segundo a Enzyme Comission, uma

unidade (U) de atividade corresponde a quantidade de enzima que catalisa a transformação de

1 micromol de substrato de 1 micromol de produto por minuto (U mg-1).

A especificidade é a correlação entre a estrutura das enzimas e suas propriedades

biológicas. Sendo assim, na enzima existe uma fração de molécula denominada de sítio ativo

que é responsável pela ligação da enzima ao substrato o que determina a especificidade da

enzima. Este é modelo chave-fechadura proposto por Fischer (Figura 23).

O sítio de ligação do substrato é capaz de reconhecer inclusive isômeros óticos "D" e

"L" de um mesmo composto. Este sítio pode conter um segundo sítio, chamado sítio catalítico

ou sítio ativo, ou estar próximo dele; é neste sítio ativo que ocorre a reação enzimática.

Monod et al. () propuseram um modelo alostérico para explicar como a atividade de certas

enzimas é regulada pela ligação de pequenas moléculas, que serve como mecanismo de

controle em células. Este mecanismo produz mudanças conformacionais na enzima alterando

sua atividade.

Figura 23. Especificidade entre enzima e substrato.

As enzimas possuem um centro ativo denominado de APOENZIMA e algumas vezes

um grupo não protéico denomina de COENZIMA. Toda a molécula (apoenzima+ cofator)

forma a holoenzima. O cofator pode ser (i) a coenzima: uma substância orgânica não

protéica; (ii) grupo prostético: substância orgânica que se liga firmemente na apoenzima;

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(iii) ativador metal: K+, Fe++, Fe+++, Cu++, Co++, Zn++, Mn++, Mg++, Ca++ e Mo+++ (KIELING,

2002).

As enzimas são produzidas no interior das células pelos ribossomos podendo ser

secretada pelas vesículas do complexo de golgi, como por exemplo as fosfatases em plantas,

que tem por função liberar o fósforo imobilizado no solo (KIELING, 2002)

3.4 Classificação de enzimas

Critérios estabelecido pela União Internacional de Bioquímica (IUB)

O nome dado as enzimas deve-se a sua função metabólica (geralmente o substrato)

mais o termo “ase” (Figura 24).

Oxidorredutases: São enzimas que catalisam reações de transferência de elétrons, ou seja:

reações de oxi-redução. São as Desidrogenases e as Oxidases (usada quando o O2 é aceptor de

elétrons).

Transferases: Enzimas que catalisam reações de transferência de grupamentos funcionais

como grupos amina, fosfato, acil, carboxil, etc. Exemplo: Quinases e as Transaminases. O

doador pode ser um cofator.

Hidrolases: Catalisam reações de hidrólise de ligação covalente. Ex: As peptidades (hidrólise

das ligações peptídeas).

Liases: Catalisam a quebra de ligações covalentes (C-C, C-N e C-O) e a remoção de

moléculas de água, amônia e gás carbônico, sendo envolvidos dois substratos. Exemplos:

dehidratases e as descarboxilases.

Isomerases: Catalisam reações de interconversão entre isômeros ópticos (isomeria cis-trans)

ou geométricos. Exemplo: Epimerases e Racemase.

Ligases: Catalisam reações de formação e novas moléculas a partir da ligação entre duas já

existentes, sempre à custa de energia (ATP). Exemplo: Sintetases.

Figura 24. Critérios estabelecido pela União Internacional de Bioquímica (IUB) para classificação de enzimas.

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36

3.4 Cinética enzimática

A cinética enzimática relaciona a velocidade das reações enzimáticas, e os fatores que

influenciam nesta. Nesse caso avalia-se a quantidade de produto formado ou a quantidade de

substrato consumido por unidade de tempo de reação.

A avaliação do processo ocorre da seguinte forma: O complexo enzima/substrato (ES)

tem uma energia de ativação menor que a do substrato isolado, e a sua formação leva ao

aparecimento do estado de transição "Ts". A velocidade de uma reação enzimática depende

das concentrações de enzima e de substrato.

Sendo assim dois pesquisadores Michaelis e Menten propuseram o modelo de reação

enzimática para um substrato. Neste modelo existe uma equação expressada graficamente que

permite mostrar a velocidade das reações de acordo com a concentração de substrato.

A partir desta equação foi determinado o Km (concentração de substrato para ½ da

velocidade máxima da reação) para uma enzima específica que fornece o parâmetro de

especificidade da enzima, sendo que, quanto menor o Km maior a especificidade.

De acordo com a Figura 25, observa-se: (1 e 2) a velocidade da reação depende da

concentração de substrato; (3) para altas concentrações de substrato todas as enzimas estão

ligadas ao substrato e a velocidade sofre uma estabilização (Vmax).

Figura 25. Cinética enzimática de Michaelis-Menten.

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37

3.4 Afinidade enzimática

Quando ½ da velocidade máxima da reação é atingida em baixos níveis de substrato,

demonstra que a enzima tem elevada afinidade pelo mesmo sendo assim determinado pelo

Km (constante de Michaelis e Menten), então o Km = ½Vmax. Sendo assim o Km alto

apresenta baixa afinidade enzimática e Km baixo elevada afinidade enzimática (Figura 26).

Figura 26. Determinação do Km para enzimas de baixa e alta afinidade.

3.5 Fatores que afetam a atividade enzimática

3.5.1 Temperatura

Quanto maior a temperatura, maior a velocidade da reação, até se atingir a temperatura

ótima (a cada 10 oC a reação duplica; Q10); a partir dela, a atividade volta a diminuir, por

desnaturação da molécula. Em temperaturas baixas (que 20°C) a enzima se torna muito rígida

(Figura 27).

Figura 27. Efeito da temperatura na atividade enzimática.

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3.5.2 pH

Normalmente corre um aumento da velocidade da reação até atingir um pH ótimo,

onde a distribuição de cargas elétricas da molécula da enzima e, em especial do sítio

catalítico, é ideal para a catálise. No entanto, a faixa de pH ótimo é variável com o tipo de

enzima (Figura 28).

Figura 28. Efeito da pH atividade enzimática.

3.5.3 Cofatores

Cofatores são pequenas moléculas orgânicas ou inorgânicas não proteicas que podem

ser necessárias para a função de uma enzima, embora existam enzimas como a quimiotripsina

e triose fosfato isomerase que são ativas sem necessitar de outro fator. Estes cofatores não

estão ligados permanentemente à molécula da enzima, mas na ausência deles, a enzima é

inativa. Os cofatores com efeito em células de plantas e animais são:

(i) a coenzima: uma substância orgânica não protéica: coenzima A, NAD (Nicotinamina

Adenina Dinucleotídeo) e FAD (Flavina Adenina Dinucleotídeo) (Figura 29);

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39

Figura 29. (a) NAD, Nicotinamina adenina dinucelotídeo, agente de transferência de dois elétrons e dois hidrogênios; (b) FAD, flavina adenina dinucleotídeo, agente doador de um elétron e dois hidrogênios; (c) Acetil coenzima A, Um acil é agente de transferência (forma um tioester).

(ii) Grupo prostético: substância orgânica que se liga firmemente na apoenzima. Os grupos

prostéticos são um subgupo de cofatores; ao contrário das coenzimas, encontram-se ligados

de forma permanente à proteína. Em enzimas, os grupos prostéticos estão de algum modo

ligados ao centro ativo. Ex: vitaminas, açúcares e íons metálicos;

(iii) Um ativador metal (íons metálicos): K+, Fe++, Fe+++, Cu++, Co++, Zn++, Mn++, Mg++,

Ca++ e Mo+++ (KIELING, 2002).

(a) (b)

(c)

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3.5.4 Inibidores enzimáticos

Os processos de inibição enzimática podem ocorrer através da ligação no sítio

alostérico. Esses inibidores podem apresentar natureza diversa sendo em alguns casos íons

metálicos (Figura 30).

Figura 30. Efeito do inibidor na estrutura de enzimas.

3.6 Nucleotídeos

Constitui-se numa molécula que apresenta um ou mais grupos fosfato, um açúcar de

cinco carbonos e bases purínicas (Adenina e guanina) e pirimidínicas (citosina, uracila e

timina), chamadas de bases nitrogenadas (Figura 31). Cada base nitrogenada tem um

pareamento, a timina com a adenina ou uracila quando no RNA (dupla ligação), e a guanina

com a citosina (tripla ligação). Para entender melhor a estrutura dos nucleotídeos é necessário

detalhar as partes dos mesmos:

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(i) Nucleosídeos: base nitrogenada+ açúcar de cinco carbonos;

Figura 31. Bases nitrogenadas encontradas nas moléculas de DNA e RNA. (ALBERTS, 2004).

(ii) Nucleotídeos: é uma molécula que apresenta um ou mais grupos fosfato, um açúcar de

cinco carbonos (Figura 32) e bases nitrogenada purínicas (Adenina e guanina) e pirimidínicas

(citosina, uracila e timina);

Figura 32. Açúcares encontrados no DNA (desoxirribose) e RNA (ribose) encontradas. (ALBERTS, 2004).

(iii) Os ácidos nucléicos são formados pela união dos nucleotíeos. Nos seres vivos, há 2

tipos de ácidos nucléicos: o ácido desoxirribonucleico (DNA ou ADN) e o ácido

ribonucléico (RNA ou ARN) com funções distintas (Figura 33).

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Figura 33. Estrutura das moedas energéticas encontradas em células vegetais.

3.6 Tipos de Nucleotídeos

3.6.1 DNA e RNA

Ocorrem em todas as células vivas e são responsáveis pelo armazenamento e

transmissão da informação genética e por sua tradução que é expressa pela síntese precisa das

proteínas. O DNA é formado os nucleotídeos estão ligados covalentemente através dos

açúcares e dos fosfatos, formando uma fita. O DNA é formado por duas fitas dobradas em

estrutura tridimensional (duplas hélice). A base mais robusta com dois anéis (purina) sempre

se pareiam com a base de dois anéis (pirimidina) (Figura 34).

O DNA é encontrado nos cromossomas, dirige a síntese das enzimas e, desta forma,

controla as atividades metabólicas da célula. O RNA transfere as informações do DNA para

os ribossomos, onde as enzimas e outras proteínas são produzidas. O nucleotídeo Adenina

pareia-se com a timina e a citosina com a guanina por pontes de hidrogênio. No DNA a trinca

de três nucleotídeos forma os códons e anticódons e a seqüência de trincas formam os genes,

que são responsáveis pela informação para a síntese de proteínas.

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Figura 34. Pareamento de bases nitrogenada no DNA celular. Alberts (2004).

3.6.2 Moléculas Bioenergéticas

3.6.2.1 A química do ATP é bem conhecida

(i) Em pH 7.0, ATP e ADP ocorrem como ânions multicarregados: ATP-4 e ADP-

3,

devido os grupos fosfato estarem ionizados nesse pH (Tabela 2);

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(ii) No fluido intracelular, com grandes concentrações de Mg+2, o ATP e ADP

encontram-se geralmente na forma MgATP-2 e ADP-;

(iii) Em células normais, a concentração de ATP é praticamente constante, devido ao

equilíbrio dinâmico estabelecido pela síntese e hidrólise do ATP. Assim, o grupamento

fosfato terminal do ATP sofre remoção e recolocação contínua durante o metabolismo celular;

(iv) Quando o ATP sofre a perda de seu grupamento fosfato terminal por hidrólise,

com formação de ADP e Pi, a variação da energia livre padrão é de – 7,3 Kcal mol-1.

Tabela 2. Energia livre padrão de hidrólise de alguns compostos fosfatados em Kcal mol-1

(Lehninger, Princípios de Bioquímica, 1985).

Quais as características estruturais da molécula do ATP responsáveis pela liberação de

uma quantidade consideravelmente grande de energia livre, quando seu grupo fosfato-

terminal é hidrolizado?

(i) Grau de ionização do ATP e de seus produtos de hidrólise. Em pH 7.0 o ATP está

quase totalmente ionizado na forma iônica ATP-4. Pela hidrólise ele libera três produtos: ADP-

3, HPO-4-2 e H+ conforme a Equação: ATP-4 + H2O resultando em ADP-3 + HPO4

-2 + H+

(ii) Nas condições padrão o ATP-4, ADP-3 e HPO-4-2 estarão presentes em

concentrações iguais a 1 M. Entretanto, em pH 7 (pH aproximado do citossol) a concentração

do íon H+ é apenas 10-7 M. Isso significa que pela Lei do Equilíbrio Móvel de Le Châtelier

o equilíbrio da hidrólise do ATP é deslocado fortemente para a direita, pois a concentração de

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H+ em pH 7 é muito baixa comparada com as concentrações padrão de 1 M dos outros

componentes da reação;

(iii) Em pH 7,0 a molécula de ATP tem quatro cargas negativas muito próximas, e

estas repelem-se fortemente. Quando a ligação do grupo fosfato terminal é hidrolizada parte

da pressão elétrica no interior da molécula de ATP é aliviada pela separação dos produtos

carregados negativamente ADP-3 e HPO-4, Estes produtos têm tendência relativamente

pequena de aproximar-se e reagir em direção inversa, formando novamente ATP;

(iv) O ADP-3 e HPO4-2 são híbridos ressonantes, formas especialmente estáveis nas

quais certos elétrons estão em uma configuração que possui uma quantidade de energia muito

menor que aquelas que possuíam em suas condições originais na molécula de ATP. Assim,

quando o ATP é hidrolizado, os elétrons nos produtos podem cair para níveis energéticos

menores que aqueles do ATP não hidrolizado;

Diz-se que compostos fosfatados de alta energia, aqueles cuja hidrólise ocorre com

grande decréscimo de energia livre-padrão, contem uma “ligação fosfato rica em energia”,

simbolizada nas fórmulas estruturais pelo sinal gráfico “~”. A expressão “ligação fosfato rica

em energia”, embora amplamente empregada pelos bioquímicos a bastante tempo é incorreta

e pode provocar confusões, uma vez que sugere, erradamente, que a ligação contem a energia

em si mesma. Isto não é verdade, na realidade a quebra de uma ligação química requer a

adição de energia. A energia livre liberada pela hidrólise de ésteres fosfóricos não provém da

ligação que é rompida, mas resulta do fato dos produtos da reação possuírem um conteúdo de

energia livre menor que o dos reagentes.

3.6.2.1 Nicotinamina dinucleotídeo (NAD), nicotinamina dinucleotídeo fosfato (NADP) e

a flavina dinucleotídeo (FAD)

A NAD e a FAD são coenzimas não protéicas utilizadas por células de plantas e

animais para transferir energia em reações químicas. Em reações endergônicas essas

substâncias fornecem energia tornando oxidadas (NAD+ e FAD+). Um exemplo dessas

reações é transformação do oxalacetato em malato na mitocôndria no processo de

nêoglicogenese. Nas reações exergônicas (liberam energia) o NAD+ e FAD+ podem

armazenar energia liberada o através da ligação de dois elétrons e dois hidrogênio

transformando-se em NAD(P)H e FADH2 (Figura 35). Essas moléculas na forma reduzida

podem fornecer energia direta em várias reações, que é o caso da fotorrespiração e processo

de redução do CO2 no ciclo de Calvin e Benson. Quando não utilizado na forma direta a

energia dessas moléculas é utilizada para a formação de um gradiente eletroquímico na matriz

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mitocondrial mais especificadamente na cadeia transportadora de elétrons para formar ATP

pelo complexo protéico ATPase (BUCHANAN, 2000; TAIZ; ZEIGER, 2004).

Figura 35. Estrutura das moedas energéticas encontradas em células vegetais (BUCHANAN, 2000).

BIOMOLÉCULAS: EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1- Quais a moléculas de açúcares produzidas no processo fotossintético? Qual a sua forma

de translocação e armazenamento?

2- Descreva como são classificados os açúcares:

3- O que são isômeros? E qual a sua importância no metabolismo das células?

4- Quais os sacarídeos envolvidos na evolução das plantas no ambiente terestre?

5- O que são lipídeos e suas funções em plantas?

6- Relacione a produção de lipídeos em células vegetais e a fotossíntese.

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7- Como a produção de lipídeos está envolvida no crescimento e produtividade de culturas?

8- O que são ácidos graxos saturados e insaturados e porque as células vegetais alteraram a

saturação dos lipídeos de membrana?

9- Qual a relação entre absorção de nitrogênio e produção de proteínas em plantas?

10- Quais a estruturas das proteínas e como elas são formadas?

11- Descreva um tipo de aminoácidos e sua respectiva função em células vegetais.

12- O que são enzimas e qual a sua importância?

13- Explique como alguns nutrientes utilizados pelas plantas agem nas enzimas.

14- Descreva a relação entre a atividade enzimática e:

a) Temperatura

b) pH

c) Disponibilidade de substrato

15 – Ainda em relação a questão anterior, explique como o manejo pode afetar a atividade das

enzimas e a produtividade das culturas.

16 – O significa Km enzimático e porque o conhecimento de sue valor é importante no meio

agrícola?

17 – O que são nucleotídeos e ácidos nucléicos?

18 – Qual a relação entre nucleotídeos e divisão celular e conseqüentemente crescimento de

plantas?

19- Quais os nucleotídeos com função energética e porque eles são indispensáveis no

crescimento de plantas?

20 – O que são e qual a diferença na estrutura e função do DNA e RNA?

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4. Fotossíntese

A fotossíntese (FSS) é uma das reações mais importantes da terra nela o CO2 e a H2O são

transformados em CH2O e O2. Na FSS a luz visível (400 a 700 nm) denominada de densidade

de fluxo de fótons fotossintéticamente ativo, DFFFA é coletada por pigmentos antenas,

carotenóides e clorofilas estes por ressonância transfere a energia para os fotossistemas

(Figura 36).

A energia do fóton de comprimento de onda mais curto é absorvido pelo complexo antena

II o qual transmite até o P680 (clorofila especial) do P680 o elétron é tranferido para a feofetina

e depois para a Qa, Qb (ciclo Q, forma um gradiente eletroquímico para formar ATP através

da ATP sintase), deste para o citocromo B6f e para a plastocianina. Esta transfere para o P700,

quando incide um fóton a energia excita a clorofila que perde seu elétron para a A0 e depois

para a A1, esta para a FesX, Fesa, Fesb e para a ferredoxina, a qual transfere o elétron para a

ferredoxina solúvel redutase que reduz o NADP em NADPH.

O NADPH é utilizado pela fase carboxilativa onde a rubisco para reduzir o CO2 e forma 2

PGA, depois 1,3PGA (gasta 1 ATP) e depois em 3 gliceradeído 3P (trioses, com gasto de

NADPH) que são utilizadas como esqueletos carbônicos para produzir açúcares, e demais

compostos. O restante da rota é para regenerar a ribulose 1,5 bifosfato, onde ocorre gasto de

ATP. As Curvas de resposta à luz têm sido apresentadas, para diferentes espécies, e para

espécies particulares aclimatadas em diferentes irradiâncias (JONES, 1994; PACHEPSKY et

al., 1996).

Embora haja uma leve tendência da Pn, nas espécies C4, continuar aumentando mais do

que nas espécies C3, com o aumento da irradiância, há grandes diferenças entre espécies de

sombra e espécies de sol, ou entre folhas de uma mesma espécie crescendo em irradiâncias

diferentes. Durante a fase inicial de crescimento do vegetal a FSS assume valores baixos, pois

não é possível nesse período um nível de respiração muito intensa para a construção de novos

tecidos. As folhas que estão em expansão interceptam menor quantidade de radiação e além

disso seu aparato fotossintético não está completamente formado. As folhagens jovens, mas

completamente diferenciadas possuem a mais alta capacidade fotossintética, a qual vai

decrescendo com o aumento da idade. Próximo da senescência completa a fotossíntese atinge

valores nulos devido a degradação da clorofila e a degeneração dos cloroplastos. Durante a

floração e frutificação de plantas cultivadas é observado um aumento da capacidade

fotossintética. Se os frutos são removidos a capacidade fotossintética diminui. Isso ocorre,

porque grande parte dos carboidratos são desviados para os frutos. No decorrer do dia a planta

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é submetida a deferentes intensidades de radiação e diferentes ângulos de incidência. Os

estratos foliares contribuem de forma bem diferenciada em relação a fotossíntese total

associada a comunidade vegetal.

Nas comunidades de gramíneas com a maioria das folhas eretas a maior capacidade

fotossintética ocorre nas folhas medianas, em que grande parte da radiação penetrante é

absorvida. Mais externamente a fotossíntese diminui conforme a disponibilidade de radiação

decresce. Neste cenário, as folhas adaptadas a sombra exercem função compensatória

importante, pois aproveitam melhor a fraca luminosidade em relação as folhas adaptadas. As

folhas de sombra realizam um modesto trabalho fotossintético, mas como estão menos

expostas ao ar seco, ao calor intenso e ao vento, sua contribuição pode suprir a demanda

energética básica da planta em condições climáticas flutuantes. Observa-se que a fotossíntese

aumenta no início do dia até próximo as 10 horas onde começa decrescer, onde ocorre o

fenômeno chamado de depressão da fotossíntese líquida próxima ao meio dia.

.1 Fotossíntese (Processos bioquímicos)

4.1.1 Fase fotoquímica

A característica mais importante das plantas é sua habilidade para interceptar e

absorver energia solar, utilizando-a para fixar o dióxido de carbono atmosférico em um grupo

de moléculas orgânicas mais complexas. Este processo é responsável pela entrada de energia

livre na biosfera. Parte da energia livre armazenada nos assimilados fotossintéticos é

transferida, durante o processo de respiração, para compostos de alta energia, que podem ser

utilizados na síntese de novos compostos e no processo de manutenção. O saldo de CO2

fixado pela planta, ou fotossíntese líquida (Pn), é a diferença entre a taxa de fixação bruta (Pg)

e a taxa de perda de CO2 durante o processo respiratório (R) (JONES, 1994). Embora difícil

de se imaginar, há mais fotossíntese nos ecossistemas terrestres do que nos aquáticos.

Segundo as estimativas disponíveis, a produtividade primária líquida dos ecossistemas

continentais é mais do que o dobro daquela dos ecossistemas marinhos (117,5 x 109 versus 55

x 109 t ano-1, LIETH; WHITTAKER, 1975).

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Figura 36. Descrição dos comprimentos de onda absorvidos pela folha para o processo fotossintético.

No processo de fotossíntese, pigmentos especiais (clorofila a, b e carotenóides) estão

dispostos em um complexo coletor de luz denominado de complexo antena. Esses pigmentos

absorvem a energia na luz na forma de fótons e transfere por ressonância para o centro de

reação do complexo antena, constituído por clorofilas.

Quando a energia chega ao centro de reação ela excita a molécula de clorofila, a qual

passa de um estado basal para um estado singlet 1 ou 2 (dependendo da energia)ao voltar para

o estado basal essa energia é transferida para um aceptor de elétrons a Phe (molécula de

clorofila sem magnésio), essa molécula fica excitada e assim transfere para uma quinona

próxima (Qa) e essa para a Qb, nesta via ocorre um transporte de elétrons em forma de ciclo

denominado de ciclo Q. Os elétrons provenientes da Qa são utilizados para reduzir a Qb em

QH2. O ciclo Q tem por objetivo bombear íons H do estroma para o lúmem. O ciclo Q

funciona da seguinte forma, a plastoquinona QH2 é oxidada e libera um elétron para uma

proteína Fe-S que vai ser tranferido para o citocromo f e este para a plastocianina. O outro

elétron será transferido para um cit. B e este para a Qb-. Quando uma segunda plastoquinona

for reduzida os elétrons são conduzidos novamente pelo cit b para a Qb-, transformando-a em

QH2, pois ela consegue se ligar a dois H que estão no estroma. Esse processo é importante

para a formação de ATP, pois incrementa o gradiente eletroquímico entre membranas (Figura

37).

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Figura 37. Esquema de transferência de elétrons na fase fotoquímica da fotossíntese. (Adaptado de TAIZ; ZEIGER, 2004).

Os elétrons precisam ser repostos a P680 para que o processo fotossintético tenha

seqüência. Os elétrons são retirados da água través do processo denominado de fotólise. Esse

processo envolve quatro átomos de Mn e um átomo de Ca. As seguências de oxidação do

Mn++ segue S0 – S1 – S2 – S3 – S4 (Figura 38).

Figura 38. Estados de redução e oxidação do Manganês no complexo evoluidor de água na fase fotoquímica da fotossíntese. (BUCHANAN, 2000).

Phe

PQA, PQB

Cyt b6f complex

plastocyanin

Mn center

H2O

P680

P680*

Light

P700

P700*

QK1

Chl

Light

Ferredoxin

Fe-S centers

NADP NADPH

Photosystem I

Photosystem II PQA, PQB: plastoquinone QK1: phyloquinone plastocyanin: a Cu protein ferredoxin: a soluble Fe-S protein

O2

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Finalmente a plastocianina transfere o elétron para a P700 (clorofila especial a),

quando ocorre a incidência de um fóton as clorofilas e carotenóides do sistema antena captam

essa energia e transferem para o centro de reação excitando a molécula de clorofila a, a qual

perde elétron para o aceptor primário A1 e desde para A0 e destes para a ferredoxina a qual

reduz a NADP a NADPH2. Sendo assim a energia física proviniente do sol é conservada em

energia química na forma de NADPH2 e ATP. Exata forma de energia química vai ser

utilizada no ciclo de calvin para formação de trioses (fase carboxilativa).

Os fotossistemas apresentam diferenciação entre eles em relação a quantidade de

clorofilas e carotenóides. O fotossistema I (FSI) é o filogeneticamente mais antigo e apresenta

uma relação de quantidade de clorofila e P700 de 300:1 a 600:1, dependendo da espécie de

planta e do seu estado. O fotossistema II (FSII) apresenta mais clorofila b e xantofila do que o

FSI.

A fase carboxilativa tem seu início com a absorção de CO2 pelo estômato, no entanto,

o mesmo enfrenta várias resistências em o seu caminho até o cloroplasto. Perto da superfície

foliar há um retardamento da velocidade das moléculas que participam das trocas gasosas.

Essa resistência da camada fronteiriça é especialmente grande quando há um fraco

movimento de ar próximo a superfície da folha, o que torna mais provável quando a folha tem

uma superfície irregular, pilosa e avantajada.

O aparato fotossintético tem um papel fundamental para entrada de gases. Quando o

estômato está completamente aberto a resistência estomática mínima á difusão depende do

tamanho do estômato e da densidade estomática. Em plantas terrestres a entrada de CO2 pela

cutícula é desprezível. A resistência interna ao CO2 é o resultado de diferentes barreiras,

resistência a entrada de CO2 na fase líquida da célula, resistência a carboxilação, devido ao

descompasso entre a carboxilação e o abastecimento de mais CO2. Devido a atividade

fotosintética a mais alta pressão de CO2 ocorre na atmosfera próxima a folha. A concentração

interna de CO2 (Ci) é definida pelo balanço entre o consumo de CO2 (Fotossíntese) e a

liberação para os espaços intracelulares (Respiração, fotorrespiração). Freqüentemente os

estômatos reagem para manter essa pressão interna constante, para um dada pressão externa

de CO2. Geralmente a relação entre Ci/Ca mantém-se em torno de 0,7. Teoricamente a

pressão parcial dentro do cloroplasto deveria decrescer até um valor nulo. Contudo, sobre

condições naturais e mesmo sobre forte intensidade luminosa a pressão de CO2 nos espaços

intracelulares não decresce linearmente em relação a pressão parcial dentro do cloroplasto.

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4.1.2 Fase carboxilativa

Os ATPs e NADPH gerados na fase fotoquímica são utilizados na fase carboxilativa

para assimilação do CO2. O ciclo de calvin é dividido em três etapas. A primeira é fase de

carboxilação (o CO2 é adicionado a ribulose 1,5P formando duas moléculas de 3PGA) depois

a fase de redução (os 3PGA são transformados em 1,3P glicerato, com gasto de um ATP e

depois em gliceraldeído 3P, com gasto de um NADPH), posteriormente ocorre a fase de

regeneração (a ribulose 1,5 p é regenerada, sendo necessário gasto de ATP) (Figura 39).

Figura 39. Descrição do ciclo de Calvin e Benson (ALBERTS, 2004)

4.1.3 Fotossíntese e luz

Curvas de resposta à luz têm sido apresentadas, para diferentes espécies, e para

espécies particulares aclimatadas em diferentes irradiâncias (JONES, 1994; PACHEPSKY et

al., 1996). Embora haja uma leve tendência da Pn, nas espécies C4, continuar aumentando

mais do que nas espécies C3, com o aumento da irradiância, há grandes diferenças entre

espécies de sombra e espécies de sol, ou entre folhas de uma mesma espécie crescendo em

irradiâncias diferentes. Nas espécies de sombra ou em folhas sombreadas, Pn pode saturar a

menos de 100 µmol m-2 s-1 de PAR, a qual é aproximadamente 5% da luz total. Folhas de sol,

por outro lado, freqüentemente continuam a responder a valores típicos para toda luz solar. O

ponto de compensação de luz também varia a partir de valores tão baixos quanto 0,5 – 2 µmol

m-2 s-1, nas espécies de sombra, até valores de 40 µmol m-2 s-1 nas folhas de sol (JONES,

1994).

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Diversos fatores contribuem para as diferenças existentes no comportamento

fotossintético das folhas de sombra e de sol. Há evidências satisfatórias de que todos os

componentes do sistema fotossintético adaptam-se juntos. Por exemplo, na presença de alta

irradiância, as folhas tendem a ser mais espessas, com uma área de superfície interna maior

que as folhas de sombra e tendem a ter mais clorofila e muito mais carboxilase, por unidade

de área. Como a resistência do mesófilo, por unidade de superfície de célula, é

aproximadamente constante esta resistência tende a diminuir com o aumento da irradiância,

como resultado da mudança na razão entre a área de superfície da célula do mesófilo e a área

de superfície da folha (HOLMGREN, 1968; NOBEL et al., 1975), como ocorre na resistência

estomatal. As reações de luz também são afetadas pela irradiância crescente, ocorrendo o

desenvolvimento de granas mais extensivos nas folhas de sombra, enquanto a capacidade para

transporte de elétrons é marcadamente reduzida. Por exemplo, o transporte de elétrons nos

dois sistemas, quando expresso numa base de clorofila, pode ser até 14 vezes mais intenso em

cloroplastos extraídos de plantas de sol do que aquele verificado em cloroplastos extraídos de

plantas sombreadas (BOARDMAN et al., 1975; BOARDMAN, 1977). Parte desse efeito pode

resultar de uma leve diminuição no tamanho da unidade fotossintética (MALKIN; FORK,

1981). Os componentes da cadeia de transporte de elétrons, isto é, citocromo f e citocromo b,

são particularmente reduzidos nas plantas com baixa luminosidade. As várias adaptações, em

resposta à irradiância alterada, podem ocorrer poucos dias após a mudança no ambiente.

Apesar da grande diferença na Pn saturada por luz, somente pequenas diferenças têm

sido observadas na inclinação inicial da curva de resposta da fotossíntese à luz. A recíproca

desta inclinação, requerimento de quantum (quanta por CO2 fixado), é uma medida da

eficiência da fotossíntese e é, relativamente, constante com um valor em torno de 19 para

plantas C4, enquanto nas plantas C3 é fortemente dependente da temperatura e concentração

de oxigênio (EHLERINGER e BJÖRKMAN, 1977).

A ocorrência de irradiância elevada pode danificar o sistema fotossintético,

particularmente de folhas adaptadas à sombra, ou de folhas nas quais o metabolismo

fotossintético tenha sido inibido por outros estresses, tais como temperaturas extremas, ou

estresse hídrico. Os danos podem ser um resultado de foto-oxidação onde ocorre destruição da

clorofila. Quando não ocorre destruição da clorofila, mas o dano é observado, diz-se que

ocorreu foto-inibição (JONES, 1994).

A taxa respiratória também pode ser influenciada pela irradiância crescente, sendo

tão baixa quanto 4 µg m-2 s-1, nas plantas de sombra e 50 – 150 µg m-2 s-1 em folhas de sol.

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Esta diferença pode contribuir para a vantagem no saldo fotossintético em baixa luminosidade,

que é freqüentemente exibido pelas folhas sombreadas (JONES, 1994).

4.3.4 Fotossíntese e deficiência hídrica

O efeito da deficiência hídrica sobre a assimilação tem sido assunto de muitos

artigos (KAISER, 1987). Entretanto, há controvérsias quanto à importância relativa do

fechamento estomático e das mudanças na capacidade do mesófilo, como causas das

diminuições observadas na assimilação. Embora estudos tenham sugerido que as mudanças na

condutância estomático são a principal causa de diminuição da fotossíntese (BOYER, 1976),

muitos estudos de campo utilizando espaços de tempo maiores, mais próximos da realidade,

têm indicado que a capacidade de muitos componentes fotossintéticos é modificada

paralelamente, enquanto a limitação relativa da condutância estomática permanece

aproximadamente constante (JONES, 1973). Estudos recentes sobre a fluorescência da

clorofila evidenciam que a alta irradiância, durante o estresse hídrico, pode levar a danos

fotoinibitórios no fotossistema II (FS II), embora sugerindo que o transporte de elétrons é,

relativamente, pouco afetado em condições de baixo potencial hídrico. Há possibilidade de

que o fechamento estomatal desuniforme tenha sido a causa da diminuição da capacidade

fotossintética do mesófilo, que consta em alguns registros.

4.3.4 Considerações entre Fotossíntese e respiração

A atividade respiratória e a capacidade fotossintética são variáveis para cada espécie

vegetal. O comportamento dos valores de trocas gasosas alteram-se durante o ciclo de

desenvolvimento das plantas.

Fotossíntese e desenvolvimento (Larcher, 2004):

Durante a fase inicial de crescimento do vegetal a FSS assume valores baixos, pois

não é possível nesse período um nível de respiração muito intensa para a construção de novos

tecidos. As folhas que estão em expansão interceptam menor quantidade de radiação e além

disso, seu aparato fotossintético não está completamente formado. As folhagens jovens, mas

completamente diferenciadas possuem a mais alta capacidade fotossintética, a qual vai

decrescendo com o aumento da idade. Próximo da senescência completa a fotossíntese atinge

valores nulos devido a degradação da clorofila e a degeneração dos cloroplastos.

Durante a floração e frutificação de plantas cultivadas é observado um aumento da

capacidade fotossintética. Se os frutos são removidos a capacidade fotossintética diminui. Isso

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ocorre, porque grande parte dos carboidratos são desviados para os frutos. Semelhante

controle sobre o trabalho assimilatório da planta como um todo é realizado pelos hormônios

vegetais.

4.3.5 Fotossíntese em resposta as condições de radiação na comunidade vegetal

(Larcher, 2004)

No decorrer do dia a planta é submetida a deferentes intensidades de radiação e

diferentes ângulos de incidência. Os estratos foliares contribuem de forma bem diferenciada

em relação a fotossíntese total associada a comunidade vegetal. Nas comunidades de

gramíneas com a maioria das folhas eretas a maior capacidade fotossintética ocorre nas folhas

medianas, em que grande parte da radiação penetrante é absorvida. Nas florestas somente as

folhas situadas mais externamente são saturadas. Mais externamente a fotossíntese diminui

conforme a disponibilidade de radiação decresce. Neste cenário, as folhas adaptadas a sombra

exercem função compensatória importante, pois aproveitam melhor a fraca luminosidade em

relação as folhas adaptadas. As folhas de sombra realizam um modesto trabalho

fotossintético, mas como estão menos expostas ao ar seco, ao calor intenso e ao vento, sua

contribuição pode suprir a demanda energética básica da planta em condições climáticas

flutuantes.

4.3.6 Fotossíntese ao longo do dia

Observa-se que a fotossíntese aumenta no início do dia até próximo as 10 horas onde

começa decrescer, onde ocorre o fenômeno chamado de depressão da fotossíntese líquida

próxima ao meio dia. Nesse período devido a forte radiação solar, forte calor, alta demanda

evaporativa do ar os estômatos tendem a fechar, a Ci aumenta indicando um decréscimo na

atividade fotossintética e a eficiência fotoquímica do FSII decresce. Freqüentemente o

potencial hídrico da folha também diminui. Desta forma, esse processo é o resultado da

interação de muitos estresses, como forte radiação (fotoinibição), balanço hídrico negativo

(estresse hídrico), estresse térmico e em alguns casos um provável retardamento no transporte

de assimilados da folha. Outro ponto importante é o fato que nesse horário a respiração é

maior que a FSS sendo assim ocorre uma acidificação do citoplasma, pois a enzimas da

FSS são mais afetadas, assim o CO2 que fica no meio diminui o pH. Com o decréscimo do

pH o ABA torna-se protonado e consegue ultrapassar as membranas do cloroplasto e assim

se ligar aos receptores das células guardas, iniciando o processo de fechamento estomático.

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5.2 Respiração celular de plantas

5.2.1 Resumo

A via respiratória em plantas serve como um processo catabólito de oxidação de

açucares preferencialmente para produzir energia celular na forma de ATP. No entanto sabe-

se que a respiração também funciona como uma rota anabólica que participa na produção de

diversos componentes celulares. A respiração é um processo comum em todos e Eucariontes e

similar entre plantas e animais, porém temos alguns aspectos a distinguir. Em animais o

substrato utilizado na respiração é o amido, enquanto que nas plantas a sacarose se destaca,

por ser o principal açúcar de translocação no floema. A respiração aeróbica é um processo

biológico no qual compostos orgânicos reduzidos são mobilizados e conseqüentemente

oxidados de uma forma controlada. Durante a respiração a energia livre á incorporada na

forma de ATP (adenosina trifosfato) e cofatores orgânicos, como o NADH e FADH

(Nicotinamida adenina dinucleotídeo e flavina adenina dinucleotídeo, respectivamente).

Durante a respiração ocorre a oxidação da sacarose em piruvato no citoplasma, liberando ATP

a nível de subtrato e NADH. O piruvato é transpotado para a mitocôndria onde entra co ciclo

de Krebs sendo totalmnete oxidado a CO2, ATP, NADH e FADH2, estes último vão ser

utilizados na cadeia transportadora de elétrons para gerar um gradiente eletroquímico e assim

formar a ATP (fosforilação oxidativa), sendo os elétrons finais destinados ao O2. A

respiração também é acoplada a outras vias. A glicólise e ciclo de Krebs são centros de

produção de metabólitos de plantas, incluindo Aa, lipídeos, isoprenóides, porfirinas e diversos

hormônios. Este é um dos motivos do porque uma molécula de sacarose não é transformada

diretamente em CO2 e H2O, pois os intermediários dessas rotas são importantes esqueletos

carbônicos envolvidos em diversas vias de biossíntese, incluindo a produção de metabólitos

secundários.

A atividade respiratória medida em plantas em condições de luz varia de 25-100% da

atividade respiratório no escuro. Gans e Reibelli (1987) citam que a inibição da respiração

mitocondrial na luz é um assunto bastante discutido. Os níveis de nucleotídeos pirimídicos

(NAD(H), NADP(H)) e nucleotídeos adenina (ADP e ATP) São os principais intermediários

na interação entre FS e respiração. Durante a transição do escuro para a luz o nível de

NADPH aumenta enquanto de NADH diminui e o nível de ADP é extremamente baixo. Isso

mostra que existe uma competição entre a fotofosfolição oxidativa (cloroplasto) e a

fosforilação oxidativa (mitocôndria), sendo a possível causa da diminuição da atividade do

ciclo de Krebs em tecidos fotossintéticos.

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5.2.2 Introdução

A respiração é um processo comum em todos e Eucariontes e similar entre plantas e

animais, porém temos alguns aspectos a distinguir. Em animais o substrato utilizado na

respiração é o amido, enquanto que nas plantas a sacarose se destaca, por ser o principal

açúcar de translocação no floema (BUCHANAM, 2001; TAIZ; ZEIGER, 2004).

A respiração aeróbica é um processo biológico no qual compostos orgânicos reduzidos

são mobilizados e conseqüentemente oxidados de uma forma controlada (Figura 40). Durante

a respiração a energia livre á incorporada na forma de ATP (adenosina trifosfato) e cofatores

orgânicos, como o NADH e FADH (Nicotinamida adenina dinucleotídeo e flavina adenina

dinucleotídeo, respectivamente) (BUCHANAM, 2001; TAIZ; ZEIGER, 2004).

Figura 40. Gasto energético no processo respiratório. (BUCHANAN, 2000).

A equação da respiração é o reverso da fotossíntese e representa uma reação de

redução, onde a sacarose é oxidada completamente a CO2 e H2O. A reação libera 686 Kcal

mol-1 (180g) de glicose oxidada (BUCHANAM, 2001; TAIZ; ZEIGER, 2004).

O substrato preferencial da respiração são os carboidratos, entre eles a sacarose (12c),

frutose, amido (açúcar de reserva). Devido a sacarose ser o principal açúcar transportado pelo

floema e pela sua alta concentração (0,3M). Outros compostos como lipídeos, ácidos

orgânicos e proteínas também podem ser oxidados. Para prevenir a oxidação de estruturas

celulares, a célula oxida açucares que possuem grande quantidade de energia livre. Sendo

assim a respiração celular é dividida em três fases, glicólise, ciclo de Krebs, Cadeia

transportadora de elétrons e em alguns casos a fermentação (BUCHANAM, 2001; TAIZ;

ZEIGER, 2004).

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5.2.3 Glicólise

É uma série de reações realizadas por um grupo de enzimas solúvel no citosol. Em

parte a glicose é oxidada para produzir 2 molécula de piruvato (3C) gerando 4 mol de ATP,

entretanto é gasto 4 mol de ATP, que serve como uma forma de preparação ou ajuste da

molécula pra ser oxidada (Figura 41).

Na glicólise não é necessário a presença de oxigênio, portanto esse processo pode-se

tornar um mecanismo primário de produção de energia em tecidos de plantas quando o nível

de O2 é baixo (BUCHANAM, 2001; TAIZ; ZEIGER, 2004).

Na glicólise existem varias enzimas envolvidas e que são importantes no metabolismo

das plantas. No início da glicólise a enzima invertase transforma a sacarose em frutose e

glicose e assim inicia o processo de oxidação. A invertase é uma enzima que se encontra na

parede celular. Existem fortes evidências que sua ativação é influenciada pela citocinina e que

sua atividade determina a atividade fonte dreno das plantas, especialmente no período de

enchimento de grãos. Passo 2, a glicose e a frutose as quais recebem 1 P pela ação de uma

hexoquinase. A glicose 1P pode entrar nessa rota por meio de amido acumulados nos

amiloplastos (Amido em glicose). Passo 3: glicose é isomerada a frutose

(hexofosfatoisomerase). Posteriormente (passo 4) a frutose 1 P é transformada em frutose 1,6

bifosfato, pela enzima fosfofrutoquinase dependente de PPi e fosfrutoquinase dependente de

ATP (TAIZ; ZEIGER, 2004) (Figura 41).

A frutose 1,6 bifosfatase a qual pode realizar o processo reverso, sendo assim uma

enzima chave no processo de neoglicogênese. Passo (5): a frutose 1,6P é transformada em

gliceraldeído P e Dihidroxiacetona P (DHP) por uma aldolase, sendo um processo reversível.

A DHP é isomerada a Gliceraldeído 3P e segue uma rota de oxidação, primeiro é oxidada (saí

1H+) a 1,3 fosfoglicerato, nesse passo a liberação de energia suficiente para formar 1NADH e

a fosforização usando 1P inorgânico. Essas trioses fosfatos também podem ser fornecidos por

plastídeos, como é o caso do cloroplasto. O 1,3 fosfoglicerato oxidado a 3 fosfoglicerato

(Glicerato 1,3 P quinase), onde a energia liberada é usada para produção de uma mol de ATP.

No passo seguinte o 3P glicerato é tranformado em em 2P glicerato através de uma enzima

mutase. A 2P glicerato é transformada em fosfoenolpiruvato (PEP), através de uma reação de

desidrogenação realizada por uma enzima enolase. E por fim a PEP é transformada em

piruvato (piruvatoquinase), sendo esta e a reação anterior reversíveis. O piruvato em

condições aeróbica segue para a mitocôndria, enquanto que em déficit de O2 e segue a rota

fermentativa onde através da liberação de CO2 e pela oxidação de uma mol de NADH forma

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álcool ou em acetoaldeído e posterior em etanol (BUCHANAM, 2001; TAIZ; ZEIGER, 2004)

(Figura 41).

Figura 41. Processo de glicólise e fermentação celular. Adaptado de Taiz; Zeiger (2004).

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5.2.4 Ciclo de Krebs

A quebra de glicose em piruvato libera menos que 25% da energia armazenada na

glicose. Esse processo precisa ser realiza em uma organela específica, a mitocôndria. Esta

organela varia de 0,5 a 1um de diâmetro a 3um de comprimento, podendo ser alongada ou

arredondada. O número de mitocôndrias varia com o tipo de atividade do tecido. A

mitocôndria possue duas membranas, uma lisa e a outra interna, altamente invaginada. A

membrana extrena apresenta poros, sendo altamente permeável. Já membrana interna é

altamente seletiva e rica em proteínas (em torno de 70%), esta constituição causa

impermeabilidade ao H+. Essa membrana apresenta fosfolipídeos especiais (cardiolipina) que

conferem alta seletividade a membrana (BUCHANAM, 2001; TAIZ; ZEIGER, 2004).

O ciclo de Krebs representa o segundo estágio da respiração e ocorre na matrix

mitocondrial. Essa operação necessita de um transportador de piruvato (proteína

transportadora – piruvato transporter) que cataliza um processo de ajuste eletroneutro na

célula. Isto é quando entra um piruvato a proteína libera uma oxidrila (OH) para o citosol,

mantendo o equilíbrio de cargas.

Na matrix mitocôndrial o piruvato é oxidado (forma ATP), descarboxilado (libera

CO2) e conjugado (ligação de uma Coa, que serve como um arranjo molecular para oxidação)

sendo tranformado em Acetil Coa (composto chave principalmente na formação de lipídios,

giberelinas, ABA, carotenóides, etc). A partir desse momento o ciclo de Krebs é iniciado, o

Acetil Coa é ligado ao oxalacetato formando o citrato (6C) a qual é isomerada a isocitrato

(6C). O isocitrato (6C) sofre uma oxidação formando o alfa ceto glutarato (5C), formando 1

NADH e liberando 1 CO2 (composto chave em rotas de biossíntesse de aminoácidos e outros

compostos). O Alfa ceto glutarato é transformado em succinil Coa (4C) formando mais 1

NADH. O succinil Coa é oxidado a Succinato onde a energia liberada é conservada em

ligações fosfatos (ATP). O succinato é então transformado em Fumarato formando 1 FADH2

epal enzima sucinato desidrogenase a qual está ligada a membrana mitocondrial e tem função

de oxidar o FADH2 na cadeia transportadora de elétrons, seguindo o ciclo o Fumarato é

transformado em Malato e este em oxalacetato, liberando 1 NADH (Figura 42).

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Figura 42. Reações do Ciclo de Krebs, também denominado do ciclo do ácido cítrico. (ALBERTS, 2004).

5.2.5 Cadeia transportadora de elétrons

A energia armazenada no NADH e FADH é convertida em ATP no ciclo de Krebs.

Esse processo depende de O2 e ocorre na membrana interna da mitocôndria. O processo de

transferência de elétrons ocorre em complexos protéicos. A cadeia de transporte de elétrons é

organizado dentro de uma série de 4 complexos multiproteícos (I - IV) e o V, onde encontra-

se a ATPase. Os elétrons provenientes do NADH se ligam ao complexo protéico I (NADH

desidrogenase). Os elétrons do NADH gerados na matrix mitocondrial durante o ciclo de

Krebs são oxidados pelo complexo I (NADH desidrogenase). Os carregadores de elétrons no

complexo I incluem um cofator fortemente ligado (flavina monocluotídeo - FMN),

quimicamente similar a FAD, além de vários centros Fe-S.

O NADH é oxidado a NAD+, reduzindo FMN a FMNH2 em uma etapa que é doado 2

elétrons. O portador seguinte do elétron é um conjunto Fe-S-S, que somente aceita um elétron

de cada vez e reduz o íon férrico em um íon ferroso. Convenientemente, FMNH2 pode

somente ser oxidado em duas etapas de 1 elétron, através de um intermediário do

semiquinona. O elétron viaja assim do FMNH2 ao conjunto Fe-S-S, do conjunto Fe-S-S ao Q

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oxidado para formar o livre-radical (do semiquinone) de Q. Isto acontece outra vez reduzir a

semiquinone ao formulário do ubiquinol, QH2. Durante este processo, quatro prótons são

translocados através da membrana mitocondrial interna, da matriz ao espaço intermembrana.

Isto cria um gradiente de prótons que seja usado mais tarde gerar o ATP com a fosforilação

oxidativa (Figura 43).

Figura 43. Processo de transferência de elétrons, no complexo protéico I da matrix mitocondrial, em função da oxidação do NADH. (BUCHANAN, 2000).

O complexo II (succinato desidrogenase) não é uma bomba do prótons. Serve para

convergir elétrons adicionais para o pool de quinona (Q) removendo os elétrons do succinato

e transferindo os (através do FAD) a quinona (Q). Outros doadores de elétrons (por exemplo

ácidos graxos e glicerol 3P) convergem também elétrons em Q (através do FAD), sem

produzir um gradiente do prótons (Figura 44).

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Figura 44. Processo de transferência de elétrons, no complexo protéico II da matrix mitocondrial, em função da oxidação do FADH e a transferência de elétrons para a ubiquinona. (BUCHANAN, 2000).

O Complexo III (complexo do citocromo bc1) remove elétrons passo a passo de uma

da QH2 e transfere-o a duas moléculas do citocromo c, um transportador de elétrons solúvel

em água situado na superfície exterior da membrana. Ao mesmo tempo, move quatro prótons

através da membrana, produzindo um gradiente de prótons. A transferência do elétron (por

um potencial elevado da membrana, por uns mutations do ponto ou por uns inibidores

respiratório tais como o antimicina A), no complexo III pode ser transferido ao oxigênio tendo

por resultado a formação de um superóxido (Figura 45).

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Figura 45. Processo de transferência de elétrons, no complexo protéico III da matrix mitocondrial. (BUCHANAN, 2000).

O complexo IV (oxidase do cytochrome c; O EC 1.9.3.1) remove quatro elétrons de

quatro moléculas do cytochrome c e transfere-as ao oxigênio molecular (O2), produzindo duas

moléculas da água (H2O). Ao mesmo tempo, move quatro prótons através da membrana,

produzindo um gradiente de prótons (Figura 46).

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Figura 46. Processo de transferência de elétrons, no complexo protéico IV da matrix mitocondrial. (BUCHANAN, 2000).

5.2.5 Alternase oxidativa

A alternase oxidativa (AOX) é um composto protéico muito importante em plantas.

Plantas em condições de estresse aumentam a expressão de genes relacionados com a AOX. O

estresse induz a produção de H2O2 e NO que induzem a síntese de AOX, a qual também pode

ser induzida pelo ácido salicílico (SA).

Quando ocorre um bloqueio no transporte de elétrons do Pool de quinona para o

complexo citocromo III, os elétrons são transferidos para o O2 pela AOX que o transforma e

água, e a energia que está acoplada a esse processo é dissipada na forma de calor.

A AOX controla o fluxo de adeninas e Pi e sobre altas cargas energéticas a AOX evita

a completa redução do O2 a O2. (radical livre) transformando-o em água. Assim a AOX pode

em casos de altas taxas de turnover de esqueletos carbônicos no citosol e no com ciclo de

Krebs, diminuir os índices de produtividade de ATP e evitar a formação de oxigênio reativo.

A AOX é um dímero protéico com grupamentos dissulfídicos ligados, o qual é ativo no estado

reduzido na presença de alfaceto ácido (do ciclo de Krebs) e também pelo sistema tioredoxina

redutase que neste caso usa o NADPH como doador de elétrons (Figura 47).

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Figura 47. Esquema de funcionamento da AOX. (ARNHOLDT-SCHMITT.; COSTA; MELO, 2006).

5.2.6 A respiração também é acoplada a outras vias

A glicólise e ciclo de Krebs são centros de produção de metabólitos de plantas,

incluindo Aa, lipídeos, isoprenóides, porfirinas e diversos hormônios. Este é um dos motivos

do porque uma molécula de sacarose não é transformada diretamente em CO2 e H2O, pois os

intermediários dessas rotas são importantes esqueletos carbônicos envolvidos em diversas

vias de biossíntese, incluindo a produção de metabólitos secundários (Figura 48).

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Figura 48. Reações da glicólise e do Ciclo de Krebs, envolvido em rotas biosintéticas. (ALBERTS, 2004).

5.2.7 Respiração de crescimento e de manutenção

A respiração de manutenção é aquela destinada a manutenção das atividades

metabólicas normais das células, como reposição de moléculas danificadas, reposição de

enzimas, etc. Isso porque a entropia de um sistema sempre aumenta (segunda lei da

termodinâmica), isto é, o sistema tende a um aumento da desorganização. Para que essa

organização seja mantida é necessária a introdução de energia metabólica, que no caso de

células é ATP, proveniente da respiração (LARCHER, 2004).

A Respiração de crescimento é energia proveniente da respiração destinada a

produção de novas organelas, células, órgãos, tecidos. Geralmente tecidos jovens apresentam

elevada respiração de crescimento sendo 3 a 10X maiores que a respiração de manutenção

(LARCHER, 2004).

5.2.8 Respiração e idade da célula

Plantas jovens respiram mais intensamente que plantas velhas e as partes em

crescimento apresentam uma respiração elevada. De acordo com um mecanismo de

retroalimentação é controlado a produção de ATP respiratório de acordo com a necessidade.

Nas plantas jovens, nas pontas das raízes, nas folhas em expansão e nos frutos em

desenvolvimento, a respiração necessária para construção de novos tecidos é 3 a 10X maiores

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que a respiração de manutenção. Com o crescimento dos tecidos e o aumento da

diferenciação a respiração de crescimento estaciona a nível de manutenção. Quando os tecidos

iniciam o processo de senescência a respiração apresenta um aumento passageiro chamado de

respiração climatérica. Esse é o momento de mudança metabólica que pode ser observado

pela maturação dos frutos e a amarelecimento das folhas (LARCHER, 2004).

5.2.9 Respiração durante a fotossíntese

A atividade respiratória medida em plantas em condições de luz varia de 25-100% da

atividade respiratório no escuro.

Gans e Reibelli (1987) citam que a inibição da respiração mitocondrial na luz é um

assunto bastante discutido. Os níveis de nucleotídeos pirimídicos (NAD(H), NADP(H)) e

nucleotídeos adenina (ADP e ATP) são os principais intermediários na interação entre FSS e

respiração. Durante a transição do escuro para a luz o nível de NADPH aumenta enquanto

de NADH diminui e o nível de ADP é extremamente baixo. Isso mostra que existe uma

competição entre a fotofosforilação oxidativa (cloroplasto) e a fosforilação oxidativa

(mitocôndria), sendo a possível causa da diminuição da atividade do ciclo de Krebs em

tecidos fotossintéticos.

Gemel; Randall (1992), concluíram que a conversão de glicina fotorespiratória a serina

que ocorre que ocorre nas mitocôndria de plantas C3 pode fornecer o NADH para dirigir a

fosforilação oxidativa da glicina e a subseqüente inativação da piruvato desidrogenase

mitocondrial. A glicina também produz o íon do amônio, que proporcionou um aumento da

inativação da piruvato desidrogenase mitocondrial in vitro.

5.2.10 A interação da respiração e da fotossíntese na indução do redutase Activity1 do

nitrate

Exigência da respiração e da fotossíntese para a indução e a manutenção da atividade

da nitrato redutase foi determinada nas folhas de Hordeum vulgare L. A fixação do CO2 pode

então produzir o fotossintatos para dirigir os aceptores de elétrons para da indução do fluxo de

elétrons fotossintéticos. Esta possibilidade foi sugerida mais pela observação que o CO2 era

uma exigência absoluta para a indução nas folhas esgotadas em açúcares. Os resultados

obtidos com inibidores respiratórios indicaram também que a respiração dirigiu a indução da

nitrato redutase. A glicose exogenamente fornecido também retardou substancialmente a

perda da nitrato redutase que ocorreu quando as folhas da cevada foram colocadas no escuro.

Presume-se que a glicose permitiu que a fase fotossintética ou da ativação da indução

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prosseguisse mais rapidamente. Nossos resultados suportam a hipótese que um dos efeitos

principais da luz pode dever fornecer o fotossintato à respiração manutenção, que dirige então

o processo da indução (ASLAM; HUFFAKER; TRAVIS, 1973).

6. Lipogênese

A lipogênese é o processo de formação de lipídeos que ocorre em células animais e

vegetais. Esse processo ocorre a partir de vários objetivos. Um deles é uma forma de canalizar

o excesso de energia produzido pela célula para armazenamento na forma de lipídeo, sendo 1g

de lipídeo equivale a 9,3 Kcal mol-1, enquanto que 1 g de amido corresponde a 3,8 Kcal

(TAIZ; ZEIGER, 2004).

Muitos lipídeos produzidos pelas células vegetais não são utilizados somente como

reserva energética, mas como moléculas estruturais. Por exemplo a cutícula apresenta camada

de cera, a qual reduz a perda de água e aumenta a reflexão de luz em plantas submetidas a

elevadas intensidades luminosas. Além disso, em folhas mais velhas que apresentam cutícula

mais espessa o efeito da aplicação de alguns defensivos agrícolas é menor devido ao aumento

da tensão superficial da gota (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Os lipídeos são armazenados principalmente na forma de triglicerídeos (uma molécula

de glicerol ligada a três ácidos graxos) nos oleossomos (apresentam apenas uma camada

fosfolipídica) durante a formação de sementes nos cotilédones e endosperma (TAIZ;

ZEIGER, 2004).

A formação dos ácidos graxos é realizada nos plastídeos e no retículo endoplasmático

liso. O processo inicia nos plastídeos a partir um complexo de várias enzimas que trabalham

coletivamente denominado de acido graxo sintetase. A molécula precursora é Acetil Coa (2C)

(Figura 49). Duas dessas moléculas se ligam formando o malonil Coa (3C) ocorrendo a

liberação de 1 CO2 e o gasto de 1 ATP. O malonil é transferido a proteína careadora de Acil

formando o malonil ACP (ACP, acil carrier protein). Posteriormente o malonil ACP liga-se a

uma molécula de acetil Coa, liberando 1 CO2, formando o Acetoacetil ACP (4C) o qual é

transformado em butiril ACP através da remoção do grupo ceto. A partir desse ponto inicia

ligações sucessivas de acetil côa até a formação de ácidos graxos de 16 a 18 carbonos.

Quando a síntese do ácido graxo é finalizado, o ACP é removido (TAIZ; ZEIGER, 2004)

(Figura 49).

Depois de sintetizado os ácidos graxos podem sofrer a ação de desnaturase nos

plastídeos e no retículo endoplasmático inserindo ligações duplas em regiões específicas nas

cadeias formando os ácidos graxos 16:3; 18:3, por exemplo (TAIZ; ZEIGER, 2004).

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Figura 49. Ciclo da síntese de ácidos graxos em plastídeos de células vegetais. (TAIZ; ZEIGER, 2004).

7. Formação de açúcares a partir de lipídeos

As plantas e animais podem metabolizar os lipídeos armazenados na forma de

triglicerídeos convertendo em sacarose. Em animais isso ocorre especialmente quando a

energia do organismo é menor do que o seu requerimento (pessoa que passa fome). Em

plantas esse mecanismo ocorre especialmente durante a germinação de sementes, o qual

mobiliza os lipídeos armazenados transformando-os em açúcares e assim energia para o

embrião (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Esse processo inicia através da remobilização dos lipídeos (triglicerídeos) nos

oleossomos (ação de uma lipase de membrana), estes são transformados em ácido graxo e

metabolizados por beta oxidação nos glioxissomos, formando o acetil Coa, o qual é

transportado para o ciclo do glioxilato (também no glioxissomo). No ciclo do glioxilato o

Acetil Coa se liga ao oxalacetato em rota semelhante ao ciclo de Krebs até formação do

succinato. Este entra na mitocôndria no ciclo de Krebs e transformado em malato, que segue a

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rota de neoglicogênese (inverso da glicólise) até formar a sacarose (TAIZ; ZEIGER, 2004)

(Figura 50).

Figura 50. Rotas de formação sacarose a partir de lipídeos em células vegetais. (TAIZ; ZEIGER, 2004).

8. Síntese de aminoácidos e proteínas

8.1 Síntese de aminoácidos

As células evitam a toxidez de NH4+ pela rápida assimilação do mesmo em Aa. A

principal via envolve: (i) a ação da glutamina sintetase que combina o NH4+ com o glutamato

para formar a glutamina, esta reação necessita da hidrólise de 1 ATP e envolve o Mn, Mg e o

Co como cofatores. Os níveis elevados de glutamina nos plastídeos estimula a glutamato

sintetase (GOGAT) a qual utiliza um NADH ou Fd (dependendo da GOGAT ela utiliza um

tipo de NADH, na rizosfera ou tecidos vasculares das folhas ou Fd, esta principalmente nos

cloroplastos, fotorrespiração) para juntar o 2 alfacetoglutarato + glutamina, formando 2 mol

de glutamatos (TAIZ; ZEIGER, 2004) (Figura 51).

Outra rota importante é a desaminação do glutamato, transformando-o em 2

alfacetoglutarato pela glutamato desidrogenase (GDH). Uma vez assimilado em glutamina e

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glutamato o nitrogênio pode ser incorporado em outros Aas através de reações de

transaminação. Um exemplo é a aspartato aminotransferase (BUCHANAN, 2000; TAIZ;

ZEIGER, 2004) (Figura 52).

Figura 51. Rotas de formação de aminoácidos em células vegetais. (BUCHANAN, 2000).

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Figura 52. Rotas de formação dos aminoácidos essenciais em células vegetais. (BUCHANAN, 2000). 8.1 Síntese de proteínas

A síntese de proteínas envolve várias rotas que ocorrem no núcleo, ribosssomos,

retículo endoplasmático rugoso e complexo de golgi. Inicialmente o núcleo contém os genes

que constituem o DNA. Cada gene quando ativado é transcrito em RNAm o qual codifica

uma única proteínas (TAIZ; ZEIGER, 2004).

O RNAm é transportado para o citoplasma via poro perinuclear onde se liga as duas

subunidades do ribossomo (40s e 50s). Quando a fita é inserida ao ribomosso no códon de

inicialização o anticódon complementar do RNAt se liga ao RNAm. O RNAt possui um

aminoácido específico ligado a si, os quais vão se ligando por ligações peptídicas até o códon

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terminal finalizando a formação da cadeia que vai resultar na proteína (TAIZ; ZEIGER, 2004)

(Figura 53).

Essa proteína quando apresentar função específica fora das células é produzida no

retículo endoplasmático rugoso (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Figura 53. Expressão gênica envolvendo a transcrição e transdução. (TAIZ; ZEIGER, 2004).

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BIOENERGÉTICA: EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1 – O processo fotossintético é fundamental para o crescimento e desenvolvimento de plantas.

Portanto, necessita-se conhecer esse processo para realizar o manejo de plantas cultivadas.

Sendo assim, escreva a equação fotossintética e a partir desta explique, o que é produzido e

em função do que?

2 - Através da figura abaixo, explique a diferença entre a oxidação de açúcar pelo processo

respiratório (metabolismo) e pela queima por combustão (fogo).

3 – Qual a forma de energia universal para as células?

4 - Porque ocorre o processo de fermentação e qual a sua importância?

5 – Em qual fase da respiração que os açucares são completamente oxidados? O que forma

nessa fase?

6 – Na célula existe uma “casa de câmbio” onde a energia armazenada em moléculas de

NADPH e NADH é transformada em ATP. Em qual organela isso ocorre e qual via

metabólica?

7 – No processo respiratório somente é oxidado açúcares? Explique:

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8 – Quando um animal perde peso por falta de alimento ocorre diminuição de energia para o

mesmo. A partir disso de onde ele retira energia para se manter vivo?

9 – Quais são as principais moléculas de armazenamento de energia em células animais e

vegetais?

10 – Qual a diferença entre anabolismo e catabolismo? Exemplifique estas vias metabólicas

em plantas?

11 – Qual a importância da respiração na produtividade vegetal?

12 – Porque os lipídios (triacilglicerídes, óleos e gorduras em células vegetais) é uma forma

eficaz de armazenar energia a em relação ao açucares?

13 – O estoque ou armazenamento de energia na forma de lipídeos é importante para

organismos vivos .

Como essa energia estocada pode ser utilizada para o metabolismo de plantas e animais ?

14 – As proteínas são moléculas que apresentam várias seqüências de aminoácidos (grupo

amino e ácido) os quais são formados nas células para desempenhar função estrutural,

enzimática entre outras.

A partir de que rotas são utilizadas esqueletos carbônicos (grupos CHO) para formá-las?

15 – O que são enzimas e qual a sua importância no processo respiratório e fotossintético?

16 – Justifique a elevada taxa respiratória em meristemas, raízes e frutos.

17 – Quais as funções mais importantes da via pentose fosfato?

18 – Relacionar a intensidade respiratória de plantas com os fatores ambientais: oxigênio,

CO2, temperatura e disponibilidade de água no solo.

19 – Qual o substrato respiratório mais importante nos órgãos vegetais? Porquê?

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20 – Qual a importância da respiração na conservação de produtos de origem vegetais

21 – Que função tem a respiração no desenvolvimento das plantas?

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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