farmacos agonistas adrenergicos

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1 Disciplina: FARMACOLOGIA Professor: Edilberto Antonio Souza de Oliveira (www.easo.com.br) Ano: 2008 APOSTILA N 08 FRMACOS AGONISTAS ADRENRGICOS FRMACOS QUE ATUAM SOBRE O SISTEMA RESPIRATRIO

RESUMO SOBRE A NEUROTRANSMISSO ADRENRGICA A noradrenalina formada a partir do aminocido tirosina, de origem alimentar, que chega at aos locais da biossntese, como medula adrenal, s clulas cromafins e s fibras sinpticas atravs da corrente sangnea. A tirosina transportada para o citoplasma do neurnio adrenrgico atravs de um carregador ligado ao sdio (Na+). Os neurnios adrenrgicos liberam como neurotransmissor a noradrenalina. No sistema simptico, a noradrenalina, portanto, o neurotransmissor dos impulsos nervosos dos nervos autonmicos ps-ganglionares para os rgos efetuadores. A enzima tirosina hidroxilase transforma a tirosina em DOPA (diidroxifenilalanina). A DOPA transformada em dopamina atravs da enzima dopa descarboxilase (tambm denominada L-amino-descarboxilase cida aromtica), sendo, ento, a DOPA descarboxilada para se transformar em dopamina. A dopamina recebendo a ao da enzima dopamina-beta-hidroxilase, transforma a dopamina em noradrenalina. A transformao da noradrenalina em adrenalina ocorre, em maioria, na medula supra-renal atravs da enzima feniletanolamina-N-metil-transferase. Depois de sintetizada, a noradrenalina armazenada em forma ligada, no interior das vesculas, com ATP e com um grupo de protenas heterogneas chamadas cromograninas, constituindo um complexo que no se difunde, sendo, portanto, inativo. Ao lado dessa noradrenalina ligada existe outra forma (ou outras formas) de noradrenalina frouxamente ligada, ou mesmo livre, nos terminais axnicos e nas vesculas de depsito. As vesculas pr-sinpticas que armazenam a noradrenalina se concentram, principalmente, no terminal adrenrgico. As vesculas que armazenam noradrenalina podem ainda ser encontradas na medula supra-renal e at mesmo em certos rgos sem inervao adrenrgica. As vesculas tambm encerram dopamina-beta-hidroxilase, (a enzima que transforma a dopamina em noradrenalina). Depois que interage com seus receptores, situados na clulas ps-sinptica e na clula prsinptica, o neurotransmissor adrenrgico deve ser inativado rapidamente. Se isso no acontecesse, haveria excesso de sua ao, destruiria a homeostase e levaria a exausto do organismo. A inativao da noradrenalina dois processos: enzimtico e recapitao. As enzimas Monoamina oxidase (MAO), e, a Catecol-O-metiltransferase (COMT) inativam a noradrenalina. A MAO uma enzima desaminadora que retira grupamento NH2 de diversos compostos, como noradrenalina, adrenalina, dopamina, serotonina. A MAO localiza-se nas mitocndrias dos neurnios, e, em tecidos no neurais, como o intestinal e o heptico, e, oxida a noradrenalina transformando no cido vanilmandlico, A COMT, abundante no fgado, transforma a noradrenalina em compostos metametilados, metanefrina e normetanefrina. A COMT regula principalmente as catecolaminas circulantes. As terminaes nervosas adrenrgicas tm a capacidade tambm de recapturar a noradrenalina atravs da fenda sinptica, mediante um sistema metablico transportador, sendo armazenada novamente nas vesculas pr-sinpticas, tambm atravs de outro sistema de transporte. Os receptores adrenrgicos ou adrenoceptores reconhecem a noradrenalina e iniciam uma seqncia de reaes na clula, o que leva a formao de segundos mensageiros

2 intracelulares, sendo considerados os transdutores da comunicao entre a noradrenalina e a ao gerada na clula efetuadora. Condies como o exerccio, o frio, o trauma, o pnico e a hipoglicemia ativam os neurnios simpticos. Aes do sistema nervoso autnomo simptico: Contrao do msculo liso da plpebra superior (elevao da plpebra) Vasoconstrio da glndula lacrimal Contrao do msculo radial da ris (midrase) Secreo viscosa (escassa) das glndulas salivares Aumento da freqncia cardaca Relaxamento dos msculos lisos dos brnquios Broncodilatao Dilatao da traquia Diminuio do tono muscular e da motilidade gastrintestinal Contrao dos esfncteres intestinais Contrao da cpsula do bao Liberao de cidos graxos no sangue Relaxa o msculo dextrusor da bexiga Contrao do trgono e esfncter (bexiga) Aumento do tnus e motilidade do ureter Estimula a ejaculao

FRMACOS AGONISTAS ADRENRGICOS Tambm chamados de simpaticomimticos ou adrenomimticos ou apenas adrenrgicos, constituem os frmacos que estimulam direta ou indiretamente os receptores adrenrgicos ou adrenoreceptores. O efeito de um frmaco agonista adrenrgico administrado em determinado tipo de clula efetora depende da seletividade desta droga pelos receptores, assim como, das caractersticas de resposta das clulas efetoras, e, do tipo predominante de receptor adrenrgico encontrado nas clulas. So conhecidos cinco grupos de adrenoceptores ou receptores adrenrgicos: Alfa 1 alfa 2 beta 1 beta 2 - beta 3. Estes adrenoceptores quando so ativados apresentam os seguintes efeitos: Alfa 1: Vasoconstrio aumento da resistncia perifrica aumento da presso arterial midrase estimulo da contrao do esfncter superior da bexiga secreo salivar glicogenlise heptica relaxamento do msculo liso gastrintestinal. Alfa 2: Inibio da liberao de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina inibio da liberao da insulina agregao plaquetria contrao do msculo liso vascular. Beta 1: Aumento da freqncia cardaca (taquicardia) aumento da fora cardaca (da contratilidade do miocrdio) aumento da liplise. Beta 2: Broncodilatao vasodilatao pequena diminuio da resistncia perifrica aumento da glicogenlise muscular e heptica aumento da liberao de glucagon relaxamento da musculatura lisa uterina tremor muscular.

3 Beta 3 - Termognese e liplise. Os agonistas adrenrgicos podem ser de: ao direta ao indireta ao mista. Agonistas de ao direta - So os que atuam diretamente nos receptores adrenrgicos alfa ou beta produzindo efeitos semelhantes ou liberando a adrenalina pela medula adrenal. Os frmacos de ao direta so: adrenalina noradrenalina isoproterenol fenilefrina dopamina dobutamina fenilefrina metoxamina clonidina metaproterenol ou orciprenalina terbutalina salbutamol ou albuterol. As aminas simpaticomimticas adrenalina, noradrenalina, isoproterenol, e, dopamina so denominadas de catecolaminas porque contm o grupamento catecol que corresponde ao diidroxibenzeno (anel benzeno). As catecolaminas possuem rpido inicio de ao, entretanto, a durao breve, e, no devem ser administradas por via oral devido serem metabolizadas pelas enzimas COMT e MAO presentes no trato intestinal. Os agonistas adrenrgicos no-catecolaminas podem ser administradas por via oral, e, possui maior durao. Resumo da fisiologia da medula adrenal e da atividade adrenrgica A medula adrenal tem origem da crista neural e composta por clulas especializadas neuroendcrinas produtoras das catecolaminas. As clulas cromafnicas so clulas ovais ricas em grnulos de secreo, arranjadas em ninhos ou trabculas, sustentadas por um estroma escasso, porm intensamente vascularizado. Tambm existe um sistema extra-adrenal, de grupos de clulas neuroendcrinas amplamente distribudas como em clulas do corao, fgado, rins, gnadas, e, neurnios adrenrgicos do sistema nervoso simptico ps-ganglionar, e, sistema nervoso central. Em conjunto com a medula constituem o sistema paraganglionar. A adrenalina prepara os msculos, pulmo e corao para atividade mais intensa, em situaes de estresse. Promove o aumento da fora de contrao dos msculos e aumento da freqncia cardaca. Leva tambm a um aumento de presso sangnea, e, a uma broncodilatao, para maior disponibilidade de oxignio. A adrenalina compe 80% das catecolaminas secretadas na medula adrenal. a nica catecolamina que no sintetizada em outro tecido fora da medula adrenal. As demais catecolaminas so sintetizadas tambm pelos neurnios adrenrgico, e, dopaminrgicos, enquanto os precursores das catecolaminas so os aminocidos tirosina ou fenilalanina. Agonistas de ao indireta so os que no afetam diretamente os receptores ps-sinpticos, mas provocam a liberao de noradrenalina dos terminais adrenrgicos. Os frmacos de ao indireta so: anfetamina tiramina. Agonistas de ao mista so os que ativam os receptores adrenrgicos na membrana pssinptica, e, causam a liberao de noradrenalina dos terminais pr-sinpticos (adrenrgicos). Os frmacos de ao mista so: efedrina metaraminol. FRMACOS AGONISTAS DE AO DIRETA ADRENALINA (Epinefrina) (Adrenalina)( Bupiabbot) (Hydren) Tambm conhecida como epinefrina, estimula predominantemente o receptor adrenrgico beta 1, (embora tambm tenha ao sobre o receptor alfa 1, e, outros receptores) Aumenta a fora de contrao do miocrdio e a freqncia cardaca. Como a adrenalina contrai as arterolas da pele, das membranas mucosas (sobre receptores alfa), e, ao mesmo tempo provoca a dilatao dos vasos sangneos do fgado e musculatura esqueltica, ocorre

4 aumento da presso sistlica e pequena diminuio da presso diastlica ( um dos vasopressores mais potentes). Provoca a elevao da glicemia devido estimular a glicogenlise, e, inibir a secreo da insulina. Tambm provoca a liplise transformando triglicerdeos em cidos graxos. utilizada como teraputica inicial no tratamento da asma aguda (causa broncodilatao em potencial), e, do choque anafiltico. Como possui alguns efeitos fisiolgicos opostos aos produzidos pela histamina, a adrenalina tambm utilizada no tratamento das reaes alrgicas causadas pela liberao de histamina (um sinal importante da reao sistmica anafiltica no paciente o prurido generalizado). Na anestesia local pode ser utilizada (1:100.000 partes de adrenalina) aumentando a durao da anestesia devido a vasoconstrio que provoca reduzindo o fluxo sangneo local na regio em for administrada (reduz a velocidade de absoro do anestsico). Em oftalmologia utilizada no tratamento do glaucoma. A via de administrao pode ser venosa (em emergncia), subcutnea, cnula endotraqueal, inalao, e, ocular (glaucoma), entretanto, as catecolaminas no devem ser administradas por via oral devido serem inativadas pelas enzimas intestinais. Efeitos adversos: Arritmia cardaca hemorragia (devido ao aumento da presso arterial) hiperglicemia - ansiedade, pnico, cefalia e tremores (aes no SNC). Pode tambm provocar o edema pulmonar. Em pacientes com hipertireoidismo a dose deve ser reduzida, pois, aumenta as aes cardiovasculares. Podem ocorrer interaes medicamentosas com a digoxina aumentando as arritmias, e, com bloqueadores adrenrgicos aumentando ou diminuindo a presso arterial e/ou a freqncia cardaca. NORADRENALINA Tambm denominada de levarterenol e de norepinefrina, na teraputica a noradrenalina utilizada no tratamento do choque, entretanto, seu uso vem sendo questionado devido aos efeitos adversos, como disritmias ventriculares, intensa vasoconstrio e hipertenso arterial. Sua ao ocorre predominantemente sobre o receptor adrenrgico alfa 1 e beta. Nunca utilizada no tratamento da asma. Provoca aumento da presso arterial sistlica e diastlica devido a vasoconstrio da maioria dos vasos sangneos incluindo do rim. ISOPROTERENOL (Isuprel). Consiste em uma catecolamina sinttica que estimula (agonista) predominantemente os receptores adrenrgicos beta 1 e beta 2. Utilizado no tratamento do bloqueio trio-ventricular ou da parada cardaca, pois, provoca a estimulao cardaca (atravs dos receptores beta-1). Embora produza rpida broncodilatao (atravs dos receptores beta-2) que deve ser por via inalatria, pouco tem sido usado no tratamento da asma, devido aos efeitos adversos semelhantes aos da adrenalina. A forma injetvel usada no tratamento do choque. O isoproterenol tem ao considerada curta porque eficientemente biotransformada pelo COMT.

DOPAMINA (Dopamin) (Revivan). Estimula predominantemente os receptores adrenrgicos alfa (em doses altas) e beta 1 (em doses baixas). Consiste no precursor metablico da adrenalina, e, ocorre normalmente no SNC, nos gnglios de base e na medula adrenal. A dopamina frmaco de escolha para o tratamento do choque, tem sido tambm usada no tratamento da insuficincia cardaca congestiva. Aumentando a presso sangnea devido estimulao do corao (no receptor beta 1), e, aumenta a circulao sangnea renal e do bao. No rim aumenta a filtrao glomerular provocando a diurese de sdio.

5 A nica via de administrao intravenosa em infuso, inclusive pode causar necrose tecidual em conseqncia do extravasamento durante a infuso. No deve ser diluda em soluo alcalina (bicarbonato de sdio), podendo ser diluda em soro fisiolgico 0,9%, mas, preferencialmente, em soro glicosado 5%. A alcalinizao das solues de adrenalina ou dopamina com bicarbonato produz a formao de pigmentos escuros (semelhantes melanina) provenientes de pequena frao de catecolamina ativada, alm da possibilidade de formar precipitado que pode obstruir a via de infuses, e, formar mbolos. Como a dopamina metabolizada pelo cido homovanlico, seus efeitos adversos so fugazes, como a hipertenso, nusea e arritmia. Os sinais clssicos do choque cardiognico so: Hipotenso arterial, pulso rpido e fraco, hipxia ou anxia cerebral, diminuio do dbito urinrio, e, pele fria e mida. DOBUTAMINA (Dobutrex) (Inotam) Agonista de receptores B1, e, catecolamina sinttica. Usada na insuficincia cardaca congestiva possui vantagem sobre outros frmacos simpaticomimticos porque no aumenta significativamente o consumo de oxignio, aumenta o dbito tendo discreta alterao da freqncia cardaca. Devido aumentar a conduo atrioventricular, deve ser utilizada com cuidado na fibrilao atrial. Pode ocorrer tolerncia com o uso prolongado, e, possui outros efeitos adversos semelhantes aos da adrenalina, como o aumento da presso arterial. Ambos os frmacos, tanto a dopamina como a dobutamina, apresentam meia-vida curta em cerca de dois minutos, e, com durao da ao com tempo inferior a 10 minutos. A dobutamina no estimula a liberao endgena de noradrenalina (ao contrrio da dopamina), e, no tem efeito sobre os receptores dopaminrgicos. A nica via de administrao intravenosa em infuso. No deve ser diluda em soluo alcalina (bicarbonato de sdio), podendo ser diluda em soro fisiolgico 0,9% ou soro glicosado 5% ou dextrose 5% ou gua estril. FENILEFRINA. Mais usado em associaes (Naldecon) (Coristina) (Resprin) Consiste em um frmaco vasoconstritor sinttico que a aumenta a presso tanto sistlica quanto diastlica. Agonista principalmente dos receptores alfa 1. Utilizado como descongestionante nasal, tratamento da midrase, para aumento da presso arterial, e, para interrupo de episdios de taquicardia supraventricular. A via de administrao: oral e intranasal. Em doses elevadas, pode ocorrer cefalia hipertensiva e irregularidades. METOXAMINA Adrenrgico sinttico e agonista preferencial dos receptores alfa 1, causando vasoconstrio provocando aumento da resistncia perifrica total. Usada no tratamento da (alvio) taquicardia supraventricular paroxstica, e, para controlar a hipotenso durante a cirurgia provocada pelo anestsico halotano. A cefalia hipertensiva e os vmitos so os efeitos adversos. Mas no tem tendncia a provocar arritmias cardacas, o que ocorre com a maioria dos demais frmacos adrenrgicos.

CLONIDINA (Nomes comerciais: Atensina - Catapresan) Agonista parcial dos receptores alfa 2, com a ao no SNC, levando ao antagonismo aos receptores a nvel central, portanto, reduzindo as descargas simpticas, sendo usada no tratamento da hipertenso arterial; enxaqueca, e, para aliviar os sintomas da abstinncia de opiceos ou benzodiazepnicos. Os pacientes hipertensos com complicao renal tambm podem usar clonidina, pois, no deprime a filtrao glomerular, entretanto, deve ser associada a um diurtico porque retm sdio e gua.

6 A via de administrao oral. Os efeitos adversos so: hipotenso ortosttica, sonolncia, edema e ganho de peso, hipertenso de rebote. Para evitar o efeito rebote (que ocorre aps 6 a 7 dias de tratamento) deve ser retirada lentamente (reduzindo gradualmente as doses). Atualmente, a tem sido recomendada a administrao pr-operatria de clonidina para pacientes que ser submetido cirurgia vascular importante, em dose nica por via oral devido este frmaco proporcionar efeitos benficos como: Diminuio da ansiedade properatria, e, da freqncia cardaca basal, atenuar a resposta do sistema nervoso simptico intubao, diminuir as necessidades intra-operatrias de agentes inalveis, e, de narcticos, alm de reduzir as variaes da freqncia cardaca, e, da presso arterial. Salbutamol ou albuterol (Aerolin) (Asmaliv) (Aero-Clenil) Aes Usos teraputicos Agonista do receptores B2 broncodilatador No broncoespasmo - asma enfisema pulmonar Vias de administrao Efeitos adversos Oral inalatria Taquicardia tremores disritmias vasodilatao perifrica Metaproterenol ou orciprenalina. (Bisolvon) (associao com bromexina) Aes Usos teraputicos Agonista do receptores B2 broncodilatador No broncoespasmo - asma. Vias de administrao Efeitos adversos Oral inalatria Palpitaes tremores - nervosismo Ritodrina. (Nome comercial: Miodrina) Aes Agonista do receptores B2 relaxa a musculatura uterina Vias de administrao Oral intravenosa

Usos teraputicos Profilaxia e tratamento do parto prematuro Efeitos adversos Palpitaes edema pulmonar taquicardia aumento da presso arterial angina pectoris tremores - nervosismo

Terbutalina (Bricanyl) Aes Usos teraputicos Agonista do receptores B2 (beta-2-agonista de No broncoespasmo - asma. ao direta) broncodilatador Vias de administrao Efeitos adversos Oral inalatria parenteral Taquicardia tremores - nervosismo (Pouco absorvida por via oral) disritmias. Os pacientes com hipertireoidismo so suscetveis s aminas simpaticomimticas, devendo estes frmacos serem usados com maior cuidado nestes pacientes. A hiperglicemia tambm pode ocorrer devendo os pacientes diabticos ser controlados e avaliados com glicemias adicionais. Salmeterol (Serevent) Aes Agonista do receptores B2 - broncodilatador Vias de administrao Inalatria

Usos teraputicos No broncoespasmo - asma. Efeitos adversos Taquicardia tremores - nervosismo

7 disritmias Fenoterol (Berotec) (Duovent) (Fenozan) Aes Agonista do receptores B2 - broncodilatador Vias de administrao Oral - inalatria

Usos teraputicos No broncoespasmo - asma. Efeitos adversos Taquicardia tremores - nervosismo disritmias

FRMACOS AGONISTAS DE AO INDIRETA: Anfetaminas. Alguns autores classificam tambm as anfetaminas como medicamentos do grupo dos Estimulantes do Sistema Nervoso Central considerado como Estimulantes psicomotores, e, com indicaes teraputicas muito limitadas. Os principais derivados da anfetamina constituem a dietilpropiona (ou anfepramona), mazindol, metanfetamina, fenmetrazina, femproporex. Droga do tipo Anfetamina Dietilpropiona ou Anfepramona Femproporex Mazindol Metilfenidato Nomes comerciais Dualid S; Hipofagin S; Inibex S; Moderine Desobesi-M; Lipomax AP; Inobesin Dasten; Fagolipo; Absten-Plus; Diazinil Ritalina

Aes das anfetaminas: Inibidor da MAO estimula liberao de noradrenalina (e dopamina em doses altas) penetra no terminal neuronal,, deslocando a noradrenalina, e, assim, aumenta a ao da noradrenalina (e dopamina em doses altas) penetra no terminal neuronal,, deslocando a noradrenalina, e, assim, aumenta a ao deste neurotransmissor nos adrenoceptores estimulante central vasoconstrio da rede vascular contrao do msculo radial da ris - degenerao de neurnios cerebrais Usos teraputicos: As anfetaminas tem sido recomendadas no tratamento de crianas com sndrome de ateno deficiente, obesidade grave, e, narcolepsia (distrbio com incontrolvel desejo de dormir, tambm denominada de hipersonia, sendo o metilfenidato mais recomendado no tratamento sob rigorosa indicao mdica). Vias de administrao: So administrados, e, bem absorvidos por via oral. Efeitos adversos: Hipertenso arterial taquicardia insnia arritmias cardacas dor anginosa - distrbios da percepo midrase - dependncia fsica e qumica - comportamento psictico (tambm denominado psicose anfetamnica com quadro clnico agudo semelhante ao esquizofrenia, e, podendo ser tratada com clopromazina) So conhecidos por usurios como bolinhas, rebite, devendo ser lembrado que o uso indiscriminado ou sem a rigorosa anlise antes da prescrio pode levar at a reaes psicticas graves, e, tem sido utilizados (principalmente no Brasil) de modo inapropriado para o controle do peso.

8 Resumo sobre o Transtorno do Dficit de Ateno com Hiperatividade ou Sndrome Hipercintica ou Distrbio de Hiperatividade por dficit de ateno com disfuno cerebral mnima. O Transtorno do Dficit de Ateno com Hiperatividade (TDAH) uma sndrome comum, mas controversa. Essa doena que se caracteriza, principalmente, por hiperatividade, incapacidade de se concentrar (desateno), e, por comportamento impulsivo (impulsividade) que pode continuar por toda a vida. Geralmente, se inicia na infncia, caracterizando por atividade excessiva, muito superior a esperada para a faixa etria, associada a dificuldade de seguir ordens e atender aos limites impostos pelos pais e professores. A criana gravemente afetada, na qual no existe controle do comportamento, exaustiva para os seus cuidadores. Segundo a Organizao Mundial de Sade o transtorno se associa as outras morbidades, como o distrbio de conduta, o comportamento desafiante-opositor, e, distrbios de aprendizado, alm de problemas emocionais em etapas subseqentes na vida. Entre adultos jovens, h predominncia em mulheres, com taxa de 2:1. Os pr-escolares tm mais sintomas relacionados com a hiperatividade, e, a impulsividade, que vo diminuindo progressivamente at a adolescncia, predominando, ento a desateno. As dificuldades de aprendizado so freqentes nas crianas com o transtorno, no somente pela desateno durante as aulas, e, durante o estudo, mas porque est mais freqentemente associado a Transtorno de Leitura (dislexia), de Matemtica (discalculia), de Expresso Escrita e da Linguagem (disfasia). As vtimas da hiperatividade normalmente tm a auto-estima baixa, por serem consideradas crianas-problema. Por causa de seu comportamento, elas normalmente so criticadas por colegas e professores. Isso causa um estresse familiar, pois os pais normalmente sofrem pelo desconforto criado por seus filhos em reunies sociais. Estudos internacionais demonstram que as crianas que no se tratam apresentam maior risco de desenvolver dependncia de drogas como o lcool, a maconha, e, a cocana na adolescncia assim como na idade adulta. A interveno teraputica realizada com psicoterapia e frmacos. Estudos tambm revelam melhores resultados com a interveno psicossocial que se inicia com a educao dos pais sobre o transtorno e treinamento de estratgias comportamentais para lidarem com os seus filhos; tambm os professores devem receber orientaes sobre como organizar uma sala de aula para crianas com TDAH, com poucos alunos, rotinas dirias e previsveis iro ajudar no controle emocional da criana. A tiramina no constitui um frmaco, embora seja amina um agonista adrenrgico de ao indireta devido estimular a liberao de noradrenalina. A tiramina, existente em alguns alimentos, como em alguns queijos e algumas frutas ctricas, e, tambm em vinhos (Chianti), estimula tambm a liberao de serotonina das plaquetas provocando a cefalia tiramnica. Se o paciente estiver em uso de frmacos inibidores da MAO (que correspondem aos seguintes antidepressivos: Fenelzina isocarboxazida - tranilcipromina) pode ocorrer crise hipertensiva grave, pois, penetra no terminal neuronal,, deslocando a noradrenalina, e, assim, aumenta a ao deste neurotransmissor nos adrenoceptores. FRMACOS AGONISTAS DE AO MISTA: Efedrina (Revenil) (Marax)(Franol) Aes Usos teraputicos Agonista do receptores alfa e beta estimula No broncoespasmo - profilaxia da asma liberao de noradrenalina estimulante fraco descongestionante nasal do SNC vasoconstritora nasal Vias de administrao Efeitos adversos Oral Taquicardia insnia hipertenso dependncia fsica (o uso tem sido

9 desaconselhado) Metaraminol (Aramin) (Araminol) Aes Agonista fraco de receptores beta-2 Vasoconstritor em todas as regies aumenta presso sistlica e diastlica No apresenta ao no SNC Vias de administrao Intramuscular intravenoso Usos teraputicos No choque e na crise hipotensiva grave quando no possvel o uso de adrenalina ou dopamina No tratamento do priapismo resultante do uso intracavernoso da papaverina Efeitos adversos Disritmias

FRMACOS QUE ATUAM SOBRE O SISTEMA RESPIRATRIO Introduo. O tratamento das doenas do aparelho respiratrio freqentemente sintomtico, sendo a etiologia e a sintomatologia destas doenas bastante variadas. A asma e a tosse constituem os principais distrbios do sistema respiratrio, e, outros so menos suscetveis ao tratamento, como a Doena pulmonar obstrutiva crnica que inclui a bronquite crnica e o enfisema pulmonar. A asma caracteriza-se pela infiltrao da via area brnquica por eosinfilos e neutrfilos e pela produo de mediadores inflamatrios. Entre os mais potentes desses mediadores encontram-se os leucotrienos, produtos da via 5-lipoxigenase do metabolismo do cido aracdnico, responsveis por broncoespasmo, hiperresponsividade brnquica, aumento de secrees, edema de mucosa e migrao de eosinfilos nas vias areas. Assim, levam broncoconstrio, e, a inflamao, elementos caractersticos da fisiopatologia da asma. Alergia classificada como reao de hipersensibilidade do tipo I, imediata, seguindo-se combinao de antgeno multivalente especfico (alrgeno) com anticorpos da classe IgE, previamente ligados superfcie de mastcitos e basfilos. Reconhecem-se duas fases diferentes na reao alrgica: a imediata (dentro de 30 minutos aps a exposio ao antgeno) e a tardia (mdia de 4 a 6 horas aps a exposio). Atopia corresponde tendncia familiar de manifestar, isoladamente ou em combinao, as seguintes condies: rinite, urticria, asma e dermatite eczematide. Anafilaxia a resposta potencialmente fatal em indivduo sensibilizado que aparece minutos aps a administrao de antgeno especfico. Manifesta-se por dificuldade respiratria, comumente associada a colapso vascular ou choque. Frmacos que atuam sobre o sistema respiratrio: Estes frmacos so classificados de acordo com sintomatologia e/ou a patologia do sistema respiratrio em so utilizados nos respectivos tratamentos, como: 1. Frmacos que atuam no tratamento da asma 2. Frmacos usados no tratamento da DPOC 3. Frmacos usados no tratamento da tosse 4. Frmacos usados no tratamento das rinites 5. Frmacos usados no tratamento da doena da membrana hialina - 6. Frmacos associados utilizados no tratamento do resfriado comum. FRMACOS USADOS NO TRATAMENTO DA ASMA: O objetivo da terapia da asma aliviar os sintomas, e, se possvel, prevenir a recorrncia das crises asmticas. Os frmacos usados na preveno e/ou tratamento da asma so: Agonistas beta-adrenrgicos - Xantinas Corticosterides - Antagonistas colinrgicos ou anticolinrgicos - inibidores da liberao dos leucotrienos e outros autacides.

10 Agonistas beta-adrenrgicos: So considerados os frmacos de primeira linha para o tratamento da asma. Agonista beta-1:Adrenalina. Agonista beta-1 e 2: Isoproterenol. Agonistas beta-2: Metaproterenol ou orciprenalina terbutalina salbutamol ou albuterol fenoterol. (Todos estes frmacos foram estudados acima). Os agonistas beta-2 no so catecolaminas, portanto, no so destrudos pela COMT (catecol O-metiltransferase). A enfermagem deve instruir o paciente sobre a possibilidade de sentir ansiedade, nervosismo e/ou insnia. Xantinas: Teofilina (Teolong) Talofilina) (uso oral). Aminofilina vias oral e endovenosa lenta ou infuso endovenosa contnua. (A cafena constante no caf, e, a teobromina do chocolate so xantinas). Bamifilina (Bamifix) Uso oral. Relaxam o msculo liso levando a broncodilatao devido a inibio da fosfodiesterase, e, promoo do aumento intracelular do AMP cclico. A aminofilina o sal etilenodiamnico da teofilina que, no organismo se dissocia liberando a teofilina, e, so considerados estimulantes psicomotores ou estimulantes cerebrais, pois, estimulam o crtex cerebral, os centros medulares alm de outras regies do SNC. Usos: So usados em crises ou associados a esterides ou outros frmacos em pacientes que no respondem aos agonistas beta2-adrenrgicos. So frmacos de segunda linha e utilizados tambm no tratamento da DPOC. A teofilina pode provocar nuseas, vmitos e diarria sendo recomendada a administrao com biscoitos (o uso unicamente oral). Efeitos adversos: As xantinas no devem ser utilizadas por via inalatria devido serem irritantes das vias respiratrias. Embora alguns autores recomendem a teofilina para a profilaxia, e, tratamento da asma inclusive a induzida por exerccios, assim como para o tratamento da bronquite crnica, e, do enfisema pulmonar, tem sido criticado o uso xantinas, devido ao baixo ndice teraputico, e, a superdosagem tem provocado convulses e arritmias cardacas fatais, alm da interao de modo adverso com muitos frmacos. A aminofilina deve ser usada com precauo em pacientes com a idade superior a 50 anos e/ou com insuficincia cardaca, renal e heptica. A teofilina no deve ser utilizada por paciente que se encontra em uso do antibitico eritromicina porque diminui a eliminao heptica da teofilina provocando altos nveis sricos da teofilina, e, toxicidade (dentro de uma semana) incluindo sinais e sintomas como: Nuseas, agitao, arritmias ventriculares, convulses, e, bito. Outros medicamentos tambm aumentar de modo significativo os nveis sricos da teofilina (devendo ser evitados em pacientes que recebem tratamento prolongado com a teofilina), como a ciprofloxacina, a cimetidina, o propranolol, e, o alopurinol. Em caso de uso de derivados da xantina, a enfermagem deve notificar o mdico em caso de ocorrer no paciente: Inquietao, irritabilidade, insnia, tontura, e, cefalia. CORTICOSTERIDES: De acordo com as potncias, os glicocorticides so classificados em: glicocorticides de ao curta (8 a 12 horas) de ao intermediria (12 a 36 horas) de ao longa (36 a 72 horas). Glicocorticides de ao curta: Hidrocortisona (Solu-Cortef) (Stiefcortil) (Cortisonal).

11 Glicocorticides de ao intermediria: Prednisolona (Prelone) (Predsim) (Prednisolon) metilprednisolona (Solu-Medrol) (Unimedrol) prednisona (Meticorten) (Predicorten) beclometasona (Beclosol) (Clenil) budesonida (Budecort) (Busonid)(Pulmicort) flunisolida (Flunitec) Associaes: budesonida + formoterol (agonista adrenrgico) (Foraseq) (Symbicort) Glicocorticides de ao longa: Betametasona (Celestone) (Diprospan) dexametasona (Decadron) (Decadronal) (DuoDecadron). Usos:Reduzem a inflamao e salvam a vida do paciente no estado de mal asmtico. Pode ser usado, por exemplo, na preveno de reao anafiltica por contraste intravenoso, pois, possui tambm a ao de estabilizar os mastcitos, e, basfilos (que levam a liberao de histamina, e, de outras substancia vasoativas). Devem ser indicados por via inalatria para pacientes que necessitem de inalao de agonistas adrenrgicos beta-2 mais de uma vez ao dia. Podendo ser utilizados por via oral em caso de asma severa, e, por via endovenosa em emergncia. Os corticosterides tambm tm outras indicaes teraputicas conforme foram estudados na Apostila Frmacos Antiinflamatrios. Efeitos adversos: Candidase oral, e, problemas vocais (via inalatria). Os efeitos adversos so comuns com a terapia a longo prazo, como: lceras ppticas hipertenso arterial (com a hidrocortisona e a cortisona) edema aumento do apetite euforia, entretanto, algumas vezes ocorre depresso ou sintomas psicticos e labilidade emocional aumento da gordura abdominal face de lua cheia com bochechas vermelhas adelgaamento da pele equimoses com facilidade fraqueza muscular e fadiga por perda de massa muscular na regio proximal do tronco e membros - reparao retardada de feridas tendncia a hiperglicemia - supresso da resposta infeco supresso da sntese de glicocorticides endgenos sndrome de Cushing iatrognica catarata glaucoma osteoporose. O paciente deve ser orientado para no suspender subitamente o uso de corticides, seguindo a orientao mdica exatamente como prescrita, inclusive quando for avisado de que no continuar usando o frmaco, pois, somente pode ser retirado o uso de forma gradativa devido ao risco de insuficincia adrenal, choque, e, bito. O paciente deve ser tambm informado sobre a possibilidade de aumento do peso corporal, hirsutismo, e, que pode mascarar sinais, e, sintomas de infeco. ANTAGONISTAS COLINRGICOS OU ANTICOLINRGICOS Os antagonistas colinrgicos so drogas que agem nos receptores colinrgicos, bloqueando seletivamente a atividade parassimptica (inibindo ou bloqueando a ao da acetilcolina), sendo estes antagonistas tambm chamados parassimpaticolticos ou frmacos anticolinrgicos ou anticolinrgicos assim, diminuem, inibem ou bloqueiam a resposta colinrgica (foram estudados na Apostila N 07). No confundir os frmacos anticolinrgicos (que so antagonistas colinrgicos) com frmacos (ou drogas) anticolinestersicos (que so agonistas colinrgicos). Os anticolinestersicos so inibidores da enzima acetilcolinesterase, constituindo, portanto, agonistas colinrgicos de ao indireta (tambm denominados de colinrgicos indiretos ou colinomimticos indiretos ou parassimpaticomimticos indiretos) porque embora no tenham ao direta sobre os receptores colinrgicos, so drogas que proporcionam maior tempo da ao da acetilcolina (aumentando a ao parassimptica), inibindo a enzima acetilcolinesterase que tem o poder de destruir a acetilcolina. Os frmacos antagonistas colinrgicos mais utilizados no tratamento da Asma correspondem atropina, e, o ipratrpio.

12 ATROPINA Na asma, como broncodilatador utilizado em crises asmticas via inalao diludo em 3 a 5 ml de soluo salina atravs de nebulizador. Entre os efeitos adversos da atropina destacam-se: Secura da boca, cicloplegia, sede exagerada, dificuldade em urinar e rubor facial. No SNC, pode provocar confuso, inquietao, alucinaes e delrio. IPRATRPIO (Atrovent) Consiste em um derivado quartenrio da atropina. Efeitos - indicaes - vias de administrao: No tem efeitos sobre o SNC, utilizado no tratamento da asma, bronquite e DPOC para a broncodilatao, principalmente sob a forma de brometo de ipratrpio. As reaes adversas sistmicas so reduzidas e confinadas principalmente boca, e, s vias areas. Atualmente tem substitudo a atropina (pois, a atropina atravessa a barreira hematoenceflica podendo causar efeitos adversos no SNC). Geralmente, a via de administrao do ipratrpio a inalatria. Os anticolinrgicos tm ao broncodilatadora de eficcia inferior aos agonistas betaadrenrgicos (beta-2), mas, no tratamento de exacerbaes agudas de asma em crianas, existem evidncias de que a adio de mltiplas doses inalatrias de brometo de ipratrpio a beta-2 agonistas (salbutamol ou fenoterol ou salmeterol) melhora a funo pulmonar e evita a admisso hospitalar em uma de cada 12 crianas tratadas. Inibidores da liberao dos leucotrienos e outros autacides: Cromolin ou cido cromoglclico ou cromoglicato dissdico (Intal)(Maxicrom)(Rilan) Nedocromil (Tilade) Montelucaste (Singulair) Cetotifeno (Asmax)(Asmen)(Nemesil)(Profilasmin-Ped)(Zaditen). Omalizumab (Xolair) Zafirlucast ((Accolate). Utilizados por via oral ou nasal, os inibidores da liberao dos leucotrienos, histamina e outros autacides, agem inibindo a desgranulao dos mastcitos sensibilizados por alrgenos, tambm denominados de estabilizadores dos mastcitos (interferem no transporte de clcio atravs da membrana dos mastcitos). O montelucaste utilizado apenas por via oral, e, um antagonista de receptor de leucotrieno seletivo. Usos: So profilticos, mas, no so teis no tratamento da crise asmtica. Atenuam o broncoespasmo provocado por ar frio, exerccio, dixido de enxofre, aspirina, e, poluentes ambientais. Reduz tambm os sintomas da rinite alrgica, e, pode ser usado por crianas e gestantes. Cerca de 40% a 45% dos pacientes asmticos no respondem ao tratamento com estes frmacos. Uma das explicaes possveis a presena, em alguns pacientes, de mutao no gene da 5-lipoxigenase, com diminuio de sua expresso e, conseqentemente, menor resposta quando a via est inibida. Efeitos adversos: Sabor amargo irritao da faringe e laringe. Em cerca de 18% dos pacientes pode ocorrer cefalia com o montelucaste. FRMACOS USADOS NO TRATAMENTO DA DPOC: Agonistas beta-adrenrgicos Corticosterides - Antagonistas colinrgicos ou anticolinrgicos (ipratrpio). FRMACOS USADOS NO TRATAMENTO DA TOSSE: De acordo com a patologia podem ser usados: Antitussgenos ou Expectorantes.

13 Antitussgenos: Butamirato (Besedan) - Clobutinol (Silomat) - Cloperastina (Seki) - Codena (Setux) (Tylex) - Dextrometorfano (Silencium) (Helifenicol) - Dropropizina (Erits) (Vibral) Fedrilato (Gotas Binelli) (Sedatoss) - Levodropropizina (Antux) - Pipazetato (Selvigon). Agem sobre o centro medular da tosse elevando o limiar do centro da tosse e/ou reduzindo a quantidade de impulsos transmitidos ao centro da tosse a partir dos receptores perifricos. Usos: Devem ter uso restrito, e, somente para a tosse improdutiva e crnica (tosse com mais de trs semanas). Principalmente, em casos de fratura de costela, seqela de sarampo, bronquite crnica do fumante, e, sncope da tosse. Efeitos adversos: Sonolncia e constipao intestinal, principalmente a codena que derivada da morfina, podendo levar a dependncia fsica. O dextrometorfano, embora tambm derivado da morfina, no promove a dependncia, e, menos constipante. Os pacientes que esto em uso de derivados da morfina (como a codena e anlogos) devem ser recomendados para no ingerir bebidas alcolicas, pois, pode provocar o aumento da depresso no SNC. Expectorantes: So os frmacos que estimulam dos fluidos das vias respiratrias e facilitam o deslocamento dos irritantes para a faringe, contribuindo para a eliminao das secrees atravs da tosse produtiva, e, so tambm denominados de mucolticos (pois, reduzem a tenso superficial dos lquidos. No devem usados em conjunto com antitussgenos. Ambroxol (Fluibron)(Mucosolvan)(Brondilat)(Anabron)(Mucolin)(Probec)(Brondilat) Brovanexina (Bronquimucil) - Bromexina (Bisolvon) Carbocistena (Mucofan)(Mucodestrol)(Mucoflux)(Mucolitic) Erdostena (Erdotin)(Flusten) - N-acetilcistena (Fluimucil) - Iodeto de potssio Sobrerol (Sobrepin) - Sulfoguaiacol (usado em associaes): (Trifedrin) (Fenergan expectorante) - Guaifenesina (usado em associaes): (Polaramine expectorante) (Toplexil) (Aeroflux) Deste grupo de frmacos, somente o Ambroxol e a N-acetilcistena podem ser tambm administrados por via parenteral, podendo o Ambroxol ser administrado por via endovenosa (em bolus ou diludo), e, a N-acetilcistena por via intramuscular ou endovenosa inclusive como antdoto ao paracetamol, em casos de intoxicao. Efeitos adversos dos expectorantes: O uso do iodeto de potssio tem sido criticado devido suprimir a funo da tireide. Os demais expectorantes podem provocar desconforto gstrico e diarria. FRMACOS USADOS NO TRATAMENTO DAS RINITES Resumo sobre a rinite. A palavra rinite vem do grego rhis, rhinos que significa nariz. A rinite a inflamao da mucosa do nariz devido ao hiperfuncionamento nasal e inflamao dos tecidos locais que leva congesto nasal, rinorria (eliminao de material fluido pelo nariz), obstruo nasal, prurido e espirros. Enquanto a congesto nasal originada da ingurgitao vascular devido aos efeitos dos mediadores vasoativos e aos estmulos neurais, a rinorria ocorre devido hipersecreo das glndulas nasais, o que o transudato tecidual. A inervao simptica contrai os vasos sangneos reduzindo as secrees, entretanto, a parassimptica produz a vasodilatao que aumenta as secrees nasais. A rinite pode ser classificada em: Alrgica e No-alrgica. A rinite crnica mais comumente provocada pela alergia, enquanto a rinite aguda mais freqentemente provocada por infeco. A rinite alrgica (que pode ser sazonal ou perene) mais freqentemente mediada por que tipo de hiperssensibilidade de Gell e Coombs tipo l. Os antgenos ligam-se IgE nos mastcitos sintomtica da alergia e basfilos, causando a liberao dos mediadores

14 (principalmente a histamina), que produzem a resposta. Em geral, os inalantes, alimentos, e, produtos qumicos causam rinite alrgica. Os inalantes usualmente produzem uma resposta imediata aps a exposio, e incluem os plens, plos de animais, esporos de fungos e poeiras. As alergias alimentares podem ser mais difceis de diagnosticar. Uma alergia alimentar fixa causa sintomas cada vez que o alimento ingerido, enquanto uma alergia alimentar cclica baseia-se na quantidade e freqncia do alrgeno consumido. A rinite no-alrgica geralmente classificada como: Farmacolgica (rinite medicamentosa) Hormonal Irritativa (atravs de efeitos diretos sobre a mucosa como gases, produtos qumicos, poluio) Atrfica Estrutural / Posio deitada Infecciosa Abuso (ou uso) de txicos (cocana, lcool, nicotina) Emoes Temperatura / Exerccio Posio deitada Trauma / Corpos estranhos Estados de fluxo areo nasal diminudo (ps-laringectomia ou traqueostomia) Doenas sistmicas Idioptica (rinite vasomotora, rinite eosinoflica ou basoflica no-alrgica). A rinite medicamentosa consiste na rinite provocada por drogas devido congesto de rebote, ocorrendo mais freqentemente devido ao uso prolongado de descongestionantes tpicos (no tratamento desta rinite tem sido til o brometo de ipratrpio, por via tpica, que no provoca o rebote na supresso do frmaco). A rinite atrfica ou ozena est associada atrofia da mucosa nasal, e, cornetos em conjunto com a formao excessiva de crostas e secreo mucopurulenta. Esta condio socialmente debilitante marcada por um odor extremamente desagradvel, o qual pode ser facilmente detectado por outras pessoas. Os pacientes (com mais freqncia) se queixam de epistaxe, obstruo nasal, cefalia e odor ftido. Embora a etiologia seja desconhecida, fatores hereditrios, infecciosos, ligados ao desenvolvimento, nutricionais e endcrinos tm sido implicados. A rinite atrfica tambm pode ser iatrognica, podendo estar associada com a resseco excessiva dos cornetos. Embora no exista cura, o tratamento envolve a irrigao salina freqente e antibiticos tpicos. A cirurgia pode ser indicada para estreitar a cavidade e a narina. A rinite vasomotora a congesto nasal idioptica e rinorria que no esto associadas com espirros ou prurido. Aps outras causas de rinite serem excludas, ela pode ser o diagnstico de excluso. Neste distrbio, o desequilbrio autnomo com predomnio do parassimptico causa vasodilatao e glndulas hiperresponsivas. Pesquisa de IgE srica, eosinfilos totais, hormnio da tifide, nveis de estrognio e nveis de drogas podem indicar a causa apropriada da rinite. Os testes cutneos vm se tornando a base do diagnstico da rinite alrgica. Constituem causas endcrinas ou hormonais de rinite no-alrgica: Gravidez, menstruao e uso de contraceptivos orais podem causar congesto nasal. Os nveis de estrognio aumentados associados a estes estados inibem a acetilcolinesterase, levando a um tnus parassimptico aumentado o edema tecidual. O hipotiroidismo tambm est associado rinite. Neste, a atividade parassimptica predomina sobre o simptico hipoativo, causando vasodilatao da mucosa nasal. Existem algumas anormalidades estruturais comuns que podem causar rinite. Desvio do septo nasal Colapso da vlvula nasal Neoplasias Plipos

15 Deformidades intranasal e extranasal Os grupos dos frmacos mais utilizado no tratamento das rinites so: Agonistas alfa-adrenrgicos Anti-histamnicos Antagonista colinrgico: Ipratrpio Corticosterides Inibidores da liberao dos leucotrienos: Cromolim Agonistas alfa-adrenrgicos (ou aminas simpaticomimticas): So frmacos que estimulam os receptores alfa-adrenrgicos da musculatura lisa vascular, agindo como descongestionante nasal. A aplicao por via oral, embora no seja to eficaz quanto a aplicao tpica, tem ao mais prolongada, causam menos irritao local, e, no provocam a congesto reflexa (rinite medicamentosa). Efedrina (Sulfato de efedrina) - Fenilefrina (Naldecon) Fenoxazolina (Aturgyl) Nafazolina (Privina) - Oximetazolina (Afrin) - Pseudoefedrina (Cedrin)(Disofrol). A fenilefrina consiste em um frmaco vasoconstritor sinttico que a aumenta a presso tanto sistlica quanto diastlica. A via de administrao: oral e intranasal. Em doses elevadas, pode ocorrer cefalia hipertensiva. Anti-histamnicos: So tambm chamados de antialrgicos, e, so divididos em: Anti-histamnicos de primeira gerao, e, Anti-histamnicos de segunda gerao. Anti-histamnicos de primeira gerao: cido espaglumnico (Naabak) Azatadina (Cedrin) Azelastina (Azelast)(Rino-Azetin) Dexclorfeniramina (Polaramine) - Clemastina (Agasten) Clorfenoxamina (Clorevan) Difenidramina (Difenidramina) - Doxilamina (Revenil) Hidroxizina (Pruruzin) Isotipendil (Andantol) Levocabastina (Livostin) - Pimetixeno (Muricalm). Anti-histamnicos de segunda gerao: Cetirizina (Zetir) Zyrtec) Ebastina (Ebastel) Epinastina (Talerc) Fexofenadina (Allegra) - Loratidina (Alergaliv)(Claritin)(Loralerg)(Loremix) Mequitazina (Primasone) Competem com a histamina pelos locais do receptor H1 sobre as clulas efetoras, inibindo a liberao de histamina e outros agentes inflamatrios dos mastcitos, e, basfilos. Os anti-histamnicos de segunda gerao tm ao mais longa do que os de primeira gerao, so menos sedativos, e, no apresentam efeitos gastrintestinais. Os anti-histamnicos de segunda gerao somente apresentam efeitos colaterais em altas doses. A cetirizina, e, a hidroxizina apresentam mnimos efeitos anticolinrgicos e indutores de mais sonolncia que os outros representantes de segunda gerao, mais eficaz nas alergias cutneas que na rinite alrgica. A hidroxizina tem sido indicado como o frmaco de referncia no controle do prurido, e, o efeito sedativo tambm colabora com o alvio deste sintoma da alergia. A carbinoxamina, anti-histamnico de primeira gerao, e, anticolinrgica, utilizada tambm no tratamento das rinites e resfriado comum, sendo encontrada somente em associao com outros frmacos como o paracetamol e outros (Naldecon)(Resprin). O astemizol (Cilergil) (Hismanal), e, a terfenadina (Teldane) forma retiradas do comrcio devido serem indutoras de arritmia torsades de pointes potencialmente fatal. Enquanto a loratadina e fexofenadina so isentas desse efeito adverso e acarretam poucos efeitos anticolinrgicos, alm de penetrarem pobremente o sistema nervoso central.

16 O ipratrpio (Atrovent) til no tratamento da rinite porque sendo um antagonista colinrgico tpico (antagoniza a ao da acetilcolina) nas glndulas submucosas inervadas pelo sistema parassimptico, reduz a hipersecreo das glndulas mucosas que causam a rinorria. E, ao contrrio dos vasoconstritores tpicos, no leva ao rebote na suspenso do uso deste frmaco. Inibidores da liberao dos leucotrienos: Cromolin a tem ao de inibir a desgranulao dos pelos mastcitos (conforme estudado no tratamento da Asma). FRMACOS USADOS NO TRATAMENTO DA DOENA DA MEMBRANA HIALINA E OUTROS DISTRBIOS PULMONARES. A Doena da membrana hialina ou Sndrome do desconforto respiratrio uma doena pulmonar que ocorre em crianas prematuras, sendo necessrios frmacos tambm chamados tensoativos pulmonares administrados por via endotraqueal, por especialistas, que so: Beractanto (Alveofact) (Curosurf)(Survanta) - Palmitato de colfoscerila (Exosurf). O beractanto extrado do pulmo bovino ou suno modificado contm fosfolipdios modificados, pode apresentar como efeitos adversos a bradicardia transitria e dessaturao de oxignio. O palmitato de colfoscerila apresenta com efeitos adversos a hemorragia pulmonar e a apnia.b No tratamento do distrbio pulmonar denominado fibrose cstica, o nico frmaco disponvel no Brasil a dornase alfa (Pulmozyme) tambm denominada Desoxirribonuclease I humana recombinante, consistindo em uma glicoprotena obtida por engenharia gentica que tem ao de reduzir a viscoelasticidade do escarro em pacientes com esta patologia, de modo acentuado, com melhora da funo pulmonar devido a fragmentao da longa molcula do DNA extracelular. Com este frmaco pode-se tambm reduzir a freqncia das infeces nestes pacientes. A dornase alfa administrada por nebulizao em dose nica diria, podendo apresentar os efeitos adversos: Rouquido, faringite, laringite, erupo cutnea, dor torcica, conjuntivite, dor abdominal, e, astenia. A fibrose cstica consiste em uma doena gentica considerada semiletal, mais freqente em pessoas da raa branca, numa proporo de cerca de um paciente para 2.000 nascidos vivos, sendo o distrbio multisistmico caracterizado tambm por funo anormal das glndulas excrinas, e, o diagnstico pode ser confirmado pela constatao de nveis elevados de cloreto no suor (superior a 70mEq/l). FRMACOS ASSOCIADOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DO RESFRIADO COMUM. Como o tratamento do resfriado comum sintomtico, com o objetivo de aliviar a congesto nasal, reduzir a febre e dor, a associao de alguns frmacos contribui para a melhora dos principais sintomas. Assim, so utilizados alm das aminas simpaticomimticas, os analgsicos e antiinflamatrios, como a aspirina e o paracetamol, os anti-histamnicos, a cafena como estimulante para evitar a sonolncia provocada por alguns anti-histamnicos, o cido ascrbico (vitamina C) que pode atenuar a durao dos sintomas tambm associado ou no (Superhist)(Trimedal)(Notuss). A vitamina C torna-se necessria quando h deficincia dessa vitamina no organismo. O cloreto de sdio isolado ou associado a um anti-sptico (como o cloreto de benzalcnio) (Rinosoro)(Rino-Ped)(Sorine) so tambm utilizados em gotas nasais para aliviar a congesto nasal.

17 RESUMO DA ATIVIDADE HORMONAL RELACIONADA AO HIPOTLAMO, E, A HIPFISE O hipotlamo, e, a hipfise produzem hormnios que consistem em protenas de baixo peso ou peptdeos, controlando o sistema endcrino em diferentes rgos como o a tiride, crtex adrenal, fgado, mamas, ovrios, e, testculos. Os hormnios secretados pelo hipotlamo so tambm chamados de fatores, que servem para liberar ou inibir hormnios produzidos pela hipfise anterior ou adeno-hipfise, e, so utilizados para diagnstico ou tratamento, mas alguns servem somente como instrumentos de pesquisas. Os hormnios vasopressina, e, a ocitocina sintetizados pelo hipotlamo so transportados para a hipfise posterior ou neuro-hipfise para armazenamento e posterior liberao. Cada hormnio secretado pelo hipotlamo estimula a hipfise a produzir um hormnio correspondente que, posteriormente, vai estimular um ou mais rgo, o que leva produo de outro hormnio ou ao: Hormnios secretados pelo hipotlamo: Hormnios correspondentes produzidos pela hipfise ACTH ou hormnio adrecorticotrpico ou Corticotropina Glndulas que so estimuladas pelos hormnios da hipfise Supra-renais (crtex adrenal) Hormnios produzidos pelas glndulas

CRH = Hormnio liberador de corticotropina ou Fator de liberao da corticotropina (CRF) TRH = Hormnio liberador de tirotropina

Hormnio estimulante da tiride (TSH)

Tireide

Glicocorticides, mineralocorticides, e, andrgenos, (todos esses so considerados como esterides) Tiroxina (T4) Triiodotironina (T3) (O fgado produz a glicoprotena globulina de ligao da tiroxina ou TBG que transporta 75% de T4 e T3)

GnRH ou LHRH = Hormnio folculoOvrios, Estrgeno, Hormnio liberador de estimulante ou Progesterona, gonadotropina ou folitrofina ou FSH, e, Testculos Testosterona gonadorrelina ou Hormnio hormnio liberador do luteinizante ou hormnio luteinizante lutrofina ou LH GRH ou GHRH ou Somatotropina ou Fgado Somatomedinas (so GHRF = Hormnio Hormnio do (Age tambm sobre a mediadores liberador do hormnio crescimento (GH) cartilagem polipeptdicos do crescimento ou aumentando a sntese, considerados fatores de somatorelina e, estimula o crescimento crescimento sseo) semelhantes insulina) PRF ou PRH = Prolactina Mamas (A mama no produz Hormnio liberador de hormnio, mas, sob a prolactina. ao da prolactina ocorre a proliferao, a diferenciao do tecido mamrio, e, a produo do leite)

18 A maioria dos hormnios considerada hidrossolvel (como a insulina), e, atuam sobre os receptores situados na membrana plasmtica. Entretanto, alguns hormnios so lipossolveis, como os esterides (todos esses so sintetizados a partir do colesterol), e, os tireoidianos (T4 e T3 que so aminocidos hidrofbicos modificados, mas, atuam de modo semelhante aos esterides), penetrando nas clulas, pois, atravessam com facilidade a membrana plasmtica (fosfolipdica), e, se fixam a receptores localizados no citoplasma, assim como, no ncleo das clulas-alvo. Tanto os esterides, quanto esses hormnios tireoidianos so transportados na corrente sangnea ligados protenas transportadoras especficas. Os hormnios esterides produzem efeitos diferentes porque algumas clulas do organismo humano no tm os respectivos receptores, e, o complexo hormnio-receptor atua em genes diferentes, provavelmente, pela ao tambm de outras protenas especficas das clulas que determinam o gene que deve ser estimulado ou sofrer influncia. Enquanto a maior parte dos hormnios hidrossolveis removida do plasma alguns minutos aps serem secretados, os hormnios lipossolveis permanecem por tempo bem mais prolongado, mediando respostas mais prolongadas, inclusive os hormnios tireoidianos (T4 e T3) podem persistir durante alguns dias na corrente sangnea. RESUMO SOBRE A FISIOLOGIA DA GLNDULA SUPRA-RENAL, E, A RELAO COM O ESTRESSE A principal funo do crtex supra-renal consiste em produzir hormnios glicocorticides e mineralocorticides, dos quais o cortisol, e, a aldosterona so, respectivamente, os de maior importncia no ser humano. So responsveis por regular os carboidratos e as funes hemodinmicas, sendo essenciais vida, sobretudo em situaes de estresse. O eixo hipotlamo-hipfise-supra-renal corresponde a um sistema regulador que integra funes endcrinas e neurolgicas. As clulas neurossecretoras do ncleo paraventricular do hipotlamo secretam o fator de liberao da corticotropina (CRF), e, a arginina vasopressina (AVP) na microcirculao porta da hipfise. Na adenohipfise, ou hipfise anterior, elas estimulam a liberao do hormnio adrenocorticotrpico (ACTH). Este ltimo promove, no crtex suprarenal, a liberao do cortisol. O crtex supra-renal ocupa cerca de 90% da glndula, e, circunda a medula de localizao central, responsvel pela produo de catecolaminas. O crtex supra-renal dividido em trs zonas: Glomerular ou glomerulosa (que produz aldosterona); reticular, e, fasciculada as duas ltimas ocupam cerca de 75% da glndula, e, so responsveis pela produo do cortisol, e, andrognios. Zona glomerulosa A zona glomerulosa a mais externa, estreita, e, imediatamente abaixo da cpsula, composta por clulas cubides, e, colunares, com ncleo denso e citoplasma escasso com poucos lipdios, dispostas em agrupamentos aciformes de ninhos compactos. Esta seo sintetiza os mineralocorticides: a aldosterona e desoxicorticosterona. A aldosterona o principal, agindo na regulao da homeostase dos eletrlitos no lquido extracelular, principalmente sdio (Na) e potssio (K). Exerce o seu efeito nos tbulos contorcidos distais e ducto coletor do nfron. A produo da aldosterona encontra-se sob o controle dos nveis sricos de renina, angiotensina e K. Com a secreo da aldosterona ocorre um aumento de reabsoro de Na+ e de excreo de K, levando a um aumento na reabsoro de gua, e, conseqente aumento de volume sangneo e do dbito cardaco, portanto, ocasionando um aumento de presso arterial. Zona reticular A zona reticular uma camada estreita no limite com a medular, composta por agregados irregulares de clulas no-vacuolizadas. Produz os esterides sexuais: Os andrgenos,

19 como a dehidro-epiandrosterona (DHEA) e a androstenediona; os estrgenos, e, a progesterona. A sntese de andrognios comea com a hidroxilao da progesterona no C17. A cadeia lateral clivada para fornecer androstenediona. A testosterona formada pela reduo do grupamento C-17- ceto da androstenediona. Os andrognios tm efeito sobre o anabolismo protico, pela ao de reteno de nitrognio. Tambm promovem reteno de P, K, Na e Cl. Os estrognios so formados a partir dos andrognios pela perda da metila C-19 e a formao de um anel aromtico. O cortisol o produto final do eixo hipotlamo-hipfise-supra-renal, alm de ter funes centrais, e, perifricas mediadas por receptores especficos. Estudos mostram que praticamente todos os neurotransmissores afetam a liberao de corticotropina (pelo hipotlamo), que o principal estimulante da liberao de ACTH. A arginina vasopressina estimula menos intensamente, porm potencializa o efeito de corticotropina. As clulas neurossecretoras do ncleo paraventricular recebem estmulos de vrias regies cerebrais, enquanto as monoaminas, como a serotonina (5HT), a noradrenalina (NA), e, a acetilcolina (Ach), alm dos aminocidos estimulantes e inibidores, esto envolvidos tambm na regulao da liberao de corticotropina. Alm desses reguladores extrnsecos, um mecanismo autoregulador intrnseco tambm est envolvido: o cortisol endgeno, atravs da ligao aos receptores glicocorticides no eixo hipotlamo-hipfise-supra-renal, e, no hipocampo, inibe a atividade desse eixo. A secreo noturna do CRH (Hormnio liberador de corticotropina produzido pelo hipotlamo) elaborado no ncleo paraventricular ocorre de modo pulstil, alcanando seu nvel mais baixo na primeira metade da noite, aumentando rapidamente ao aproximar-se o despertar, quando sua secreo mxima (entre as 6 e as 10 horas da manh). Para o controle desse teatro de liberao-inibio hormonal existe um mecanismo chamado de feedback, ou seja, o prprio nvel elevado de cortisol na circulao proporciona a inibio da liberao de CRH e de ACTH que, finalmente, resultar na inibio do prprio cortisol. Segundo pesquisas, os corticosterides podem interferir nas funes cerebrais, e, atravessam livremente as membranas celulares e, em neurnios que contm receptores citoplasmticos esteride-especficos, o complexo esteride-receptor penetra no ncleo celular, se ligando cromatina, e, regulando a transcrio de genes especficos. Esses eventos moleculares possivelmente so importantes para se compreender os efeitos sobre o comportamento exercidos pelos esterides, j que neurnios que contm receptores esteride-especficos encontram-se largamente concentrados no hipocampo, rea septal e amgdala partes do crebro intimamente envolvidas no comportamento, humor, aprendizado, e, memria. O estresse causa elevao dos nveis de cortisol, os quais perduram enquanto o estmulo estressante persiste, levando o organismo a um estado de hipercortisonismo. A elevao continuada de cortisol, por sua vez, pode atrofiar os receptores de corticides no hipocampo e assim causar mais estresse ainda, fazendo uma espcie de crculo vicioso. A depresso causa hipercortisonismo tambm, o qual se manifesta com nveis de cortisol matinal e noturno significativamente aumentados . Os eventos moleculares incluem alteraes nos nveis das enzimas tirosina hidroxilase, triptofano hidroxilase, monoamina oxidase, dopamina-beta-hidroxilase e feniletanolamina-Nmetil transferase, que controlam a atividade das aminas, e alteraes nos nveis de compilao do RNAm para somatostatina, CRF, ACTH, betaendorfina e protenas G. Os esterides tambm alteram a atividade pr e ps-sinptica, modificando as concentraes de receptores serotoninrgicos, e, adrenrgicos alfa-2 e beta-2. Algumas dessas aes podem neutralizar os efeitos de drogas antidepressoras nos receptores beta-adrenrgicos.

20 A influncia dos glicocorticides na atividade tireoidiana A funo da glndula tireide regulada pelo hipotlamo e pituitria atravs de feedback, e, produz trs hormnios: Tiroxina (T4); triiodotironina (T3); e, calcitonina tambm conhecida como tirocalcitonina ou tireocalcitonina. A tiroxina e a triiodotironina regulam a atividade celular, regulam a taxa metablica do organismo, e, aumentam a sntese de protena. Estes dois hormnios esto sob o controle do TSH (Hormnio estimulante da tiride produzido pela hipfise), enquanto a produo de calcitonina (tambm produzida pela tireide) depende dos nveis sangneos do clcio, e, no tem as mesmas aes dos demais hormnios produzidos pela tireide. Quando o nvel sangneo do clcio aumenta muito a calcitonina secretada, e, tem a ao de inibir a reabsoro ssea (essa reabsoro consiste na volta do clcio do tecido sseo para a corrente sangnea). Os hormnios tireoidianos (T4 e T3) ativam gens a produzir cerca de 13 enzimas que aumentam o nmero e a quantidade de mitocndrias, influenciando o metabolismo oxidativo, alm de aumentar a utilizao de carboidratos e aminocidos, produzindo energia, calor, e, excitao do sistema nervoso. Os glicocorticides inibem a secreo de TSH, e, reduzem a ligao de tiroxina TBG, produzindo a reduo dos nveis sricos de hormnio tireideo (o fgado produz a glicoprotena denominada globulina de ligao da tiroxina ou TBG que transporta 75% de T4 e T3). Esse fator pode contribuir para o aumento do peso corporal, pois, com a diminuio da produo de T4 e T3 os carboidratos e aminocidos no so utilizados de modo adequado, reduzindo tambm a produo de energia, e, do calor. Hiper e Hipofuncionamento do crtex supra-renal O hiperfuncionamento do crtex supra-renal pode provocar Depresso, Transtorno Ansioso com ou sem ataques de pnico, um Transtorno da Personalidade, ou mesmo, dependendo do grau, de uma Sndrome Delirante com alucinaes (auditivas e visuais) e/ou estado confusional (o exame laboratorial mostra o cortisol em nvel aumentado). Enquanto a insuficincia supra-renal acompanhada sempre de fadiga, anorexia, perda de peso, nuseas, vmitos, dores abdominais ou de estmago, diarria, dores articulares, hipotenso arterial, e, hiperpigmentao da pele (pele escura), exceto nos casos secundrios. Para o diagnstico da insuficincia Suprarrenal primria (conhecida como Doena de Addison), a dosagem de cortisona no sangue baixa, porm, os nveIs de ACTH so altos. Observa-se ausncia de estimulao da Suprarrenal quando se administra ACTH (teste para diagnstico). Deve ser lembrado que as alteraes hormonais podem induzir alteraes emocionais importantes, como o excesso ou a falta de corticides, por exemplo, que pode produzir ansiedade, depresso e estados confusionais do tipo de verdadeiras psicoses.

21 PESQUISAS LABORATORIAIS DE DROGAS ADRENRGICAS Resumo sobre a doena FEOCROMOCITOMA As clulas da camada medular da supra-renal apresentam no citoplasma grnulos neurosecretores que contm catecolaminas (adrenalina, e, noradrenalina). Quando as clulas da medular normal so fixadas em lquido de Zenker, em cuja composio entra bicromato de potssio, adquirem cor marrom escura ou negra, assim, essas clulas so denominadas de clulas cromafins (com afinidade por cromo). Tanto os neurnios simpticos, assim como, as clulas da medula adrenal produzem os neurotransmissores adrenalina, e, noradrenalina, sendo que os neurnios simpticos possuem axnio, e as clulas da medular da supra-renal no possuem axnios. Feocromocitomas so tumores originrios das clulas cromafins do eixo simptico adrenomedular, caracterizados pela autonomia na produo de catecolaminas, mais freqentemente adrenalina e/ou noradrenalina (sendo que, a origem de feo vem do grego, phaios que significa pardo, marrom, enquanto o sufixo oma corresponde a tumor). A localizao medular a mais freqente (90% dos casos), podendo, entretanto, ter origem em paragnglios da base do crnio at a bifurcao das artrias ilacas, ou no rgo de Zuckerkandl, localizando-se mais raramente em trax, bexiga ou crebro, sendo assim denominados feocromocitomas extra-adrenais ou paragangliomas (O rgo de Zuckerkand corresponde ao corpo ou corpos articos que sofrem regresso na primeira dcada de vida, restando no adulto apenas vestgios). A principal manifestao clnica dos feocromocitomas a hipertenso arterial sistmica, tendo como trade caracterstica cefalia, taquicardia, e, diaforese (sudorese excessiva). O paciente pode ser normotenso com picos hipertensivos ou apresentar hipertenso em nveis estveis Na grande maioria, os feocromocitomas so benignos, enquanto a malignidade (com metstases) acomete de 10% dos casos. Outros sintomas constituem a ansiedade, rubor facial, palidez cutnea, nuseas, vmitos, dispnia e dor precordial, provavelmente provenientes das alteraes vasomotoras. Comprometimento cardiovascular no feocromocitoma pode caracterizar-se por angina do peito e infarto agudo do miocrdio, muitas vezes sem doena coronariana associada, decorrentes do espasmo coronariano pelo aumento de catecolaminas, aumento da agregabilidade plaquetria, e, do consumo de oxignio. Uma causa freqente de morte sbita nos feocromocitomas so as arritmias cardacas, como fibrilao atrial, e, ventricular, sendo comuns durante o perodo anestsico, ou durante a resseco tumoral. O quadro hipermetablico caracteriza-se por sudorese intensa, intolerncia ao calor, aumento de temperatura corporal e perda ponderal, muitas vezes simulando uma crise de tirotoxicose. A intolerncia glicose, assim como a doena Diabetes melito pode ser observada devido ao efeito inibitrio das catecolaminas sobre a liberao insulnica pancretica. A obstipao intestinal muito freqente, talvez por excesso de opiides circulantes em alguns casos. O diagnstico baseia-se na demonstrao da produo autnoma de catecolaminas ou seus metablitos, sendo disponveis, em nosso meio, as dosagens de cido vanililmandlico (VMA), adrenalina e noradrenalina plasmticas e urinrias, metanefrinas, e, normetanefrinas urinrias, alm dos testes funcionais e mtodos de imagem. 1) Diagnstico laboratorial a) cido vanililmandlico Para dosagem do cido vanililmandlico, colhe-se urina de 24 horas, mantendo a amostra refrigerada e em conservante cido. b) Adrenalina e noradrenalina plasmticas Dosagem atravs de amostra de sangue isolada, mantida em tubo gelado, com agente redutor, e centrifugada sob refrigerao, j que as catecolaminas so lbeis.

22 Muitos fatores podem interferir na dosagem de catecolaminas, ao aumentarem sua produo, como stress, infarto agudo do miocrdio, acidente vascular cerebral, hipertenso intracraniana, hipoglicemia, e, alguns medicamentos anti-hipertensivos. Como as catecolaminas so secretadas intermitentemente pelo feocromocitoma, a dosagem isolada pode no contribuir no diagnstico, a no ser que os valores sejam muito elevados (catecolaminas plasmticas maiores que 2.000pg/mL). c) Adrenalina e noradrenalina urinrias Dosagem atravs de urina de 24 horas, mantendo-se a amostra acidificada e refrigerada. Semelhantes s catecolaminas plasmticas, devem ser dosadas separadamente. Fatores que interferem na dosagem das catecolaminas urinrias so os mesmos das plasmticas. Em processos que cursam com hiper-reatividade do sistema simptico adrenal, a excreo de catecolaminas, geralmente, no excede trs vezes o limite superior da normalidade. d) Metanefrinas e normetanefrinas urinrias Amostra para dosagem obtida de urina isolada ou de urina de 24 horas, sendo esta mantida acidificada e refrigerada.

Obs: Objetivando reduzir o quantitativo de folhas a serem impressas pelo profissional de sade ou aluno(a), as referncias bibliogrficas de todas as Apostilas encontram-se separadamente na Bibliografia nesse site (www.easo.com.br)