farm identidade visual

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  • Revista do Programa de Ps-graduao em Comunicao Universidade Federal de Juiz de Fora / UFJF ISSN 1981- 4070 Lumina

    1 Vol.6 n2 dezembro 2012

    Mdia, identidade e ambiente na comunicao da marca FARM

    Amanda Machado Zwirtes1

    Resumo: Tradicionalmente, a imagem e a reputao de uma marca so decorrentes do conjunto de experincias pblicas relacionadas a ela. Atualmente, qualidade e preos ainda so centrais na construo e no posicionamento das marcas. Contudo, o conceito de qualidade privilegia vrios aspectos no funcionais e o menor preo pode desqualificar o bom produto, afastando os consumidores. Agora predomina um intricado jogo esttico-simblico nas relaes comerciais. Assim, a gesto da marca busca profissionalizar sua ao em diferentes manifestaes do negcio que atuam como mdia da marca. Neste artigo, aspectos e elementos de identidade, mediao e comunicao visual da marca FARM so considerados segundo a aplicao de conhecimentos das reas de Linguagem Visual, Mdia e Comunicao em questes de interesse em Branding ou Gesto da Marca. Palavras-chave: design e mediao; comunicao visual; gesto da marca de moda

    Abstract: Traditionally, the image and the reputation of a brand are results from a set of public experiences related to it. Nowadays, quality and prices still are central in the brand construction and position. However, the concept of quality favors various no-functional aspects and the low price can disqualify the good product and repel the consumers. What prevails now is an intricate aesthetic and symbolic game in the commercial relations. Thus, the brand management aims to professionalize his actions in different business manifestations that act like brand media. In this paper, identity aspects and elements, brand mediation and visual communications of the brand FARM are considered according to the application of knowledge of areas as Visual Language, Media and Communication in questions of Branding or Brand Management. Keywords: design and mediation; visual communication; fashion brand management

    Atualmente, h uma ampla diversidade de meios e de estratgias para a

    divulgao das marcas e para a sua contnua comunicao com os diferentes

    setores e pblicos componentes do mercado. Alm disso, criar, desenvolver e

    gerenciar marcas uma necessidade de todos os tipos de organizaes sociais, 1 Doutoranda (PPG em Engenharia e Gesto do Conhecimento UFSC).

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    sejam empresas ou instituies. Portanto, a novidade no a comunicao,

    porque sua existncia j antiga na histria, apesar de sua dinmica ser

    constantemente ampliada e potencializada. A multiplicao, a variedade e as

    oportunidades de acesso aos meios tecnolgicos de criao, recuperao,

    registro, transmisso e armazenagem de informaes, na atualidade, que

    caracterizam uma revoluo no processo comunicativo. Alm disso, o fenmeno

    atingiu a esfera institucional e tambm a pessoal, potencializando o direito de

    opinio e de resposta de cada cidado ou consumidor, que dispe de acesso aos

    recursos tecnolgico-digitais de comunicao social.

    O avano tecnolgico mais significativo foi caracterizado pelo

    desenvolvimento e consolidao massiva da mdia eletrnico-digital.

    Atualmente, a comunicao de mercado dominada por essa mdia, ocorrendo

    entre pessoas que, socialmente, comportam-se como consumidoras. Portanto,

    excetuando-se as pessoas ou as parcelas da populao mundial sem condies

    mnimas de consumo, a comunicao de mercado domina as interaes

    comerciais e interpessoais de toda a populao mundial. Pois, na cultura de

    consumo, mesmo as relaes interpessoais so marcadas pelas relaes de

    consumo.

    Atualmente, Facebook considerada a marca do website que rene a

    maior rede social interativa da internet. Geralmente, nos websites sociais, cada

    participante dispe de uma pgina virtual pr-estruturada, que pode ser

    individualmente composta. Ali apresentam-se textos lingusticos e imagens,

    mostrando as relaes e atividades de consumo, como a participao em

    comemoraes familiares ou institucionais, viagens e compras, entre outras

    possibilidades.

    Na sua pgina pessoal dos websites sociais, cada pessoa se apresenta

    como uma marca de interesse ou de sucesso, diante do seu pblico de

    relacionamento direto ou indireto. As marcas de sucesso so caracterizadas pela

    positividade, pela alegria e pela riqueza, nas suas diversas manifestaes. O

    sucesso sempre atraente e interessante, promovendo admirao e tambm

    sentimentos menores. Porm, h marcas pessoais de interesse, que se

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    caracterizam pela irreverncia, pela crtica ou pelo inconformismo, com relao

    prpria existncia ou ao desempenho de terceiros, que so ali apresentados e

    criticados.

    As estratgias do marketing organizacional tambm esto preocupadas

    em empreender aes na internet. Portanto, empresas e instituies participam

    das redes sociais, por meio de diferentes plataformas e websites, inclusive

    compondo pginas no site Facebook. Contudo, alm de participarem das redes

    sociais na internet, as empresas ainda investem na comunicao das marcas por

    meio de diferentes recursos.

    Os recursos e as estratgias de comunicao das marcas prevem o

    contato direto com os consumidores, por meio das instalaes, dos servios e

    dos produtos, e o contato indireto por meio de malas diretas e produtos da

    propaganda, que so veiculados em diferentes meios impressos ou eletrnicos e

    tambm digitais. Tudo isso constitui o campo de comunicao da marca com os

    diferentes setores do mercado e seus pblicos. Portanto, no mundo globalizado

    e interativo, h a necessidade de comunicao da marca em diferentes meios.

    Isso feito como ao estratgica das empresas na rea de Gesto da Marca ou

    Branding, que se ocupa do gerenciamento e do controle das formas de expresso

    e comunicao da marca junto ao pblico (AAKER, 1998).

    Apresentao do objeto de estudo

    Anteriormente, o relacionamento do pblico com uma marca era

    dominado pela memorizao do nome e dos smbolos grficos representantes da

    marca. Tradicionalmente, esses smbolos so caracterizados por um logotipo

    (Fig. 1/A), que o nome da marca escrito em letras e cores distintivas, e por

    uma imagem grfica (Fig.1/B), figurativa ou abstrata, denominada como

    smbolo visual.

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    Figura 1: Marca grfica da empresa FARM. (A) Smbolo visual: representao grfica de uma flor. (B) Logotipo: nome escrito em letras maisculas do tipo basto. A cor recorrente de apresentao alaranjada e a apresentao vertical com uma linha

    ondulada. Fonte: http://www.farmrio.com.br.

    A marca de moda FARM o objeto de estudo deste artigo. Assim,

    observa-se que sua representao grfica (Fig. 1) composta pelo smbolo visual

    (Fig. 1/A) e pelo logotipo (Fig. 1/B). De acordo com uma pesquisa de imagens

    feita na internet, a marca constantemente apresentada com o smbolo na parte

    de cima e o logotipo na parte de baixo, configurando uma nica composio de

    apresentao para a marca.

    Na parte superior da representao grfica da marca (Fig. 1/A), aparece

    uma figura composta por uma nica linha em cor laranja que, por analogia

    visual, aparece como uma representao grfico-estilizada de parte de uma flor.

    Na parte central da marca grfica (Fig. 1), h uma linha alaranjada e ondulada

    representando um limite visual e, a partir desse limite aparece na parte superior

    a representao grfica da flor. Pela proximidade fsica, a linha central da

    composio mais especificamente relacionada com essa representao,

    aparecendo como parte do smbolo visual. Mais abaixo aparece a palavra

    FARM, escrita com letras maisculas e do tipo basto (sem serifas).

    De acordo com Scott (1970), Dondis (2007) e Perassi (2010), a linguagem

    e o discurso visual so estabelecidos a partir da interao dos elementos grfico-

    visuais. Essa interao promovida no processo de observao da sintaxe visual

    que compe a imagem. O observador influenciado (1) por suas caractersticas

    biolgicas, (2) por condies fsico-ambientais, (3) por experincias j vividas, e

    (4) por cdigos culturais vigentes. Esse conjunto de influncias foi considerado

    na formulao teoria Gestalt, assinalando que os sentidos ou valores

    A

    B

    SMBOLO VISUAL

    LOGOTIPO

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    decorrentes da observao do conjunto so mais abrangentes e significativos do

    que os apreendidos na simples soma dos valores das partes.

    Na marca grfica em estudo, apesar estarem no mesmo plano, o nome

    FARM, a linha ondulada intermediria e a representao grfica da flor, a

    observao do conjunto promove a sutil impresso de que h planos diferentes.

    No primeiro plano ou na frente dos outros elementos, aparece o nome FARM.

    No segundo plano, entre o nome e a figura da flor, aparece a linha ondulada. No

    terceiro plano aparece a representao grfica parcial da flor. Essa observao

    coincide com os princpios da percepo visual da forma, como propostos por

    Scott (1970), assinalando que as figuras da parte inferior do plano visual tendem

    a ser percebidas como mais prximas do observador que as figuras mais acima.

    Do mesmo modo, assinala tambm que, para o observador, as figuras da parte

    de cima parecem mais leves enquanto as de baixo parecem mais pesadas.

    Assinala, ainda, que as figuras que parecem mais leves tambm sugerem mais

    dinamismo, do que as figuras que parecem mais pesadas.

    A sugesto de diferena de planos prope, ainda, a linha ondulada como

    demarcao do limite de um plano. Por estar na frente, esse plano estaria

    ocultando a parte que falta no desenho da flor. Portanto, a flor estaria encoberta

    por uma figura de limite ondulado, que pode representar uma montanha ou

    uma elevao. Esse efeito tambm proposto por Scott (1970), que assinala a

    possibilidade de sugesto de superposio de figuras (Fig. 2), por meio da

    justaposio de figuras, mas com a representao parcial de uma delas (Fig. 2).

    Figura 2: Indicao dos elementos figurativos ou denotativos da marca grfica FARM

    e das sugestes de dinamismo ou movimento decorrentes de sua composio visual. Fonte: edio e adaptao grfica sobre imagem obtida em http://www.farmrio.com.br.

    Sugesto de superposio das figuras, a colina sobre a flor, pela justaposio do desenho de uma figura incompleta de flor acima de uma linha sinuosa.

    FLOR

    COLINA ASCENSO e EXPANSO

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    Considerando-se os trs tipos bsicos de texto: (1) descritivo; (2)

    narrativo e (3) dissertativo (PLATO e FIORIN, 2001), o conjunto composto

    pela representao grfica incompleta da flor e pela linha ondulada prope: (1)

    no campo descritivo ou denotativo, a representao da flor e de uma elevao do

    terreno, como um tipo de colina (Fig. 2); (2) no campo narrativo, atravs da

    sugesto de movimentos de ascenso e expanso, a composio narra que uma

    flor est emergindo no espao por detrs de colinas (Fig. 2); (3) no campo

    dissertativo, a emergncia da flor, que smbolo de graa e de vida, pode ser

    associada ao nascer do sol (Fig. 2), que smbolo de pujana, energia e tambm

    de vida, indicando o surgimento e a ascenso de alguma coisa pujante, viva e

    luminosa. Alm da posio e da sugesto de movimento ascendente por detrs

    de colinas, o crculo que representa o miolo da flor visualmente semelhante ao

    modo como o sol representado. H mais analogias e simbologias que

    confirmam as significaes propostas, a partir do movimento da linha de

    contorno da representao das ptalas da flor, porque isso sugere irradiao e

    expanso, entre outras possibilidades.

    Em sua origem etimolgica, a palavra fazenda descende do verbo

    fazer e, atualmente, designa alguns produtos, especialmente tecidos, e

    tambm, designa o setor de governo que trata dos recursos financeiros

    relacionados produo de bens e servios. Todavia, a palavra mais

    comumente relacionada a uma grande extenso de terra que cultiva produtos

    agropecurios, apesar de tambm haver expresses como fazendas marinhas,

    que identifica espaos de cultivo de produtos aquticos (HOUAISS, 2012).

    O termo FARM normalmente traduzido para a lngua portuguesa

    como fazenda. Essa palavra inglesa foi escolhida para nominar uma marca

    brasileira. Portanto, considera-se que o significado associado marca esteja

    entre os atribudos palavra fazenda. A ideia de colina e a representao da

    flor induzem a associar a palavra ao significado de grande extenso de terra

    dedicada ao cultivo de produtos agropecurios. Porm, a figura da flor

    caracteriza um tipo de produo mais potica, como uma fazenda de cultivo de

    flores, ou uma viso metafrica de uma fazenda em que se produz poesia e

    harmonia.

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    O estilo das letras usadas para compor o logotipo da marca grfica (Fig.

    3) contrasta com o desenho do smbolo visual. As letras so tambm compostas

    com linhas de espessura semelhante e da mesma cor das linhas do desenho da

    flor. Porm, essas letras so maisculas, verticais e largas, sugerindo fora,

    resistncia e estabilidade (Fig. 3). Assim, a flor est em cima, no espao do cu e

    do sonho e o nome est embaixo no lugar das coisas mais slidas, firmes e

    estveis (Fig. 1). Isso pode indicar que os produtos da marca so de boa

    qualidade material e que os seus negcios so slidos e estveis, mas que os

    produtos tambm so expansivos, que estimulam a imaginao, com poesia,

    harmonia e outras possibilidades.

    Figura 3: Logotipo da marca grfica FARM, com letras sem serifas, do tipo basto, maisculas, verticais e largas, sugerindo fora, resistncia e estabilidade. Fonte:

    Recorte da imagem obtida em http://www.farmrio.com.br.

    Os elementos escolhidos e a maneira como composta a identidade

    grfico-visual sugerem um conjunto de significados ou valores para a marca.

    Alm disso, o conjunto composto pelo logotipo e pelo smbolo visual percebido

    como sntese de todo o acervo simblico da marca. Contudo, ao longo do tempo,

    as relaes entre o pblico e as marcas em geral foram sendo mais complexas,

    envolvendo uma ampla diversidade de elementos sutis, que tambm so

    percebidos como identificadores e distintivos dessas marcas.

    A proliferao de produtos e marcas obrigou que os processos de

    fabricao dos produtos, de fornecimento de servios e de gesto das marcas

    desenvolvam aspectos distintivos, sensoriais e conceituais, para os diferentes

    momentos com o pblico. Por sua vez, o exerccio perceptivo imposto

    continuamente ao pblico consumidor promoveu o refinamento de sua

    sensibilidade, educando-o para perceber e distinguir estmulos mnimos. Isso

    tornou os consumidores mais especficos e exigentes, requerendo tambm que

    as marcas planejem seu posicionamento e seu atendimento nos mnimos

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    detalhes. Isso necessrio para bem atender os consumidores e se destacar da

    concorrncia.

    Figura 4: Marca grfica, modelos usando vesturio colorido e vista frontal de uma loja. Composio a partir de imagens retiradas de http://www.farmrio.com.br.

    Neste contexto, as atividades e os produtos grficos de comunicao so

    instrumentos de gesto da marca, para o fortalecimento de sua identidade e de

    sua imagem junto ao pblico, compondo um sistema informativo coerente com

    a identidade da marca, cujos elementos grficos sintetizem os valores propostos

    (CHAMA e PASTORELLO, 2007).

    A criao da marca grfica e de outros elementos grficos de identificao

    visual das marcas parte das atividades da rea de Design Grfico, que

    responsvel pelo planejamento e projeto relativos linguagem visual,

    considerando as noes de projeto grfico, identidade visual, projetos de

    sinalizao, design editorial, entre outras (ADG, 1998, p.36).

    A imagem pblica da marca brasileira de moda jovem feminina FARM,

    cuja origem ocorreu na cidade Rio de Janeiro na dcada de 1970, entretanto,

    no definida primeiramente pela lembrana da marca grfica que foi

    apresentada anteriormente (Fig. 1, 2, 3 e 4). Pois a visualidade colorida da

    estamparia dos produtos de vesturio (Fig. 4) e os elementos de ambincia de

    suas lojas (Fig. 4 e 5) so visualmente mais marcantes que o smbolo grfico,

    cuja presena discreta diante da profuso de cores que caracterizam as roupas

    da marca.

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    A ambincia das diversas lojas da marca (Fig. 5) apresenta elementos

    recorrentes como sinais identificadores e distintivos da marca, buscando

    propiciar uma experincia particular ao pblico consumidor. Isso prope o

    conceito de flagship store, com base na recorrncia de uma experincia

    caracterstica, que pode ser vivenciada no ambiente fsico das lojas ou no

    ambiente visual do website da marca.

    Figura 5: (Esq.) Ambiente de entrada e (Dir.) ambiente interno da loja da marca FARM, no interior de um shopping center na cidade Florianpolis, SC. Fonte:

    http://www.farmrio.com.br.

    A proposio temtica da ambientao dos espaos da marca caracteriza

    um tipo de fazenda tropical, ou seja, uma metfora visual de lugares

    produtivos em regies de clima quente e perto do mar. H lojas da marca com a

    presena massiva de plantas, tornando a cor verde predominante no ambiente.

    H lojas em que a presena da madeira em tonalidades naturais dominante

    sobre os elementos verdes. Porm, nas diversas lojas em shopping centers, h o

    predomnio de tons claros, com a constante presena do branco e um tipo de

    trelia de madeira, que considerada parte marcante da identidade da marca.

    Nas imagens anteriores (Fig. 5/A e 5/B), observa-se a presena da trelia

    branca de madeira, tanto na parte externa quanto na parte interna da loja.

    Observa-se tambm que o ambiente espaoso e com pouco mobilirio. Parte

    do mobilirio composta por sofs, cuja base visualmente percebida como

    sendo feita de vime. Os produtos de vesturio so coloridos, estando expostos

    em manequins ou dependurados sequencialmente em suportes abertos,

    distribudos nas diferentes partes do ambiente da loja. O ambiente

    complementado com a visualidade de rvores do tipo palmeira. Sobre a lmina

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    de vidro que obstrui parcialmente a entrada da loja (Fig. 5/A), aparece um

    recorte em alto-relevo branco, que apresenta o smbolo visual e o logotipo da

    marca.

    Sob o aspecto temtico, a trelia de madeira, a citao do material vime e

    a presena visual de palmeiras prope signos relacionados ao ambiente tropical

    de regies de clima quente e perto do mar. Com relao ao aspecto esttico, as

    imagens acima (Fig. 5/A e 5/B) evidenciam o contraste entre o ambiente claro,

    vazio e visualmente monocromtico e a visualidade tpica do vesturio da

    marca, que caracterizado por estampas ou peas multicoloridas (Fig. 4).

    A comunicao da marca FARM, por seus elementos de identificao

    Consideraes tericas

    Desde as ideias propostas por Aristteles (384-322 a.C.), o estudo do

    processo de comunicao estabelecido a partir dos seguintes elementos: (1) o

    locutor, (2) o discurso e (3) o ouvinte. Portanto, nos estudos de comunicao, foi

    considerada primeiramente a comunicao verbal e intencional entre um

    falante e um ouvinte. Nessa perspectiva, o conjunto mediador da comunicao

    composto pelos corpos do falante e do ouvinte e pelo ar. Pois, por meio da ao

    do seu sistema biofontico, o falante movimenta o ar, de acordo com um

    determinado cdigo oral, e o ouvinte percebe fisicamente essa movimentao

    area, decodificando mentalmente seus sinais como signos de locuo.

    O mesmo Aristteles, entretanto, esteve igualmente interessado na

    linguagem corporal dos atores e na possibilidade de comunicao entre o

    mundo natural e os seres humanos, devido aos significados decorrentes dos

    sinais da natureza. Nesse sentido, houve a diversificao nos estudos da

    comunicao, que foram tambm direcionados para a comunicao visual, entre

    outros tipos de relaes comunicantes.

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    Do mesmo modo que foi possvel dar significado aos sinais percebidos no

    mundo, os seres humanos tambm puderam utilizar os materiais da natureza e,

    posteriormente, os materiais sintticos para produzir informaes. Informar

    materialmente fazer que uma parte da matria ou um conjunto de diferentes

    materiais possa expressar uma ideia. A expresso de ideias ou informao

    descende da necessidade funcional ou da necessidade comunicativa. Assim,

    alguns seres humanos informaram a ideia de martelo, como uma pedra

    amarrada a um pedao de madeira, para ter um instrumento funcional e outros

    seres humanos informaram a ideia de martelo com riscos gravados sobre uma

    superfcie de pedra, para poderem comunicar a existncia no presencial dessa

    ideia ou desse instrumento.

    De modo geral, quem produz informao atua como designer, ou seja,

    como algum que reorganiza os sinais do mundo, de acordo com seus interesses

    funcionais ou comunicativos (FLUSSER, 2007). No decorrer da histria e em

    diferentes setores, os produtores de informao receberam e so ainda

    reconhecidos por nomes diferentes. Inclusive, a palavra designer tornou-se

    mais reconhecida recentemente, sendo ainda predominantemente relacionada

    ao desenho industrial.

    Pignatari (2004) conceitua o designer como um forjador de mensagens,

    sendo que a mensagem uma informao disposta em um canal de

    comunicao. Fuentes (2006, p. 23) considera que o design surge a partir de

    uma necessidade especfica de comunicao. Pois, a finalidade de um projeto

    de design ser reproduzido de forma industrial, pela mdia, ou inserido em um

    contexto corporativo. A comunicao pode negar ou confirmar a autodefinio

    e a autoimagem de uma pessoa ou de uma organizao.

    Na rea de Branding ou Gesto da Marca, todas as manifestaes

    percebidas publicamente e relacionadas com a marca so mensagens. Essas

    podem negar ou confirmar a identidade ou a boa imagem da marca, de acordo

    com o tipo de informao que comunicam. Portanto, na gesto da marca, os

    produtos, os servios, as atitudes, outros objetos e quaisquer eventos ocorridos

    na presena de diferentes pblicos so parte da comunicao da marca. Assim, a

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    principal funo dos gestores da marca administrar as manifestaes pblicas

    relacionadas com a marca, ou seja, buscar o controle eficiente e pr-ativo da

    comunicao organizacional (PERASSI, 2001).

    Para Martins (2006, p. 75), branding o conjunto de aes ligadas com

    a administrao, construo e gerenciamento das marcas junto ao mercado. No

    contexto do branding, o papel do designer grfico decodificar as informaes

    estratgicas, concernentes idealizao de um produto ou servio, e express-

    las graficamente como uma marca (CASTRO, 2010).

    Tradicionalmente, a marca grfica o smbolo-sntese do sistema de

    identidade visual e, tambm, de todos os valores ou significados componentes

    da imagem pblica da marca. igualmente tradicional a ideia de identidade

    corporativa, como o conjunto que rene todos os elementos oficiais de

    identificao de uma organizao ou corporao emissora de uma marca. Cabe

    salientar que a identidade corporativa no formada apenas por um desenho,

    nome ou slogan; mas sim por todos os valores, metas e compromissos da

    empresa (MARTINS, 1999, p. 74).

    Atualmente, contudo, as motivaes que evidenciaram a necessidade de

    gesto da marca decorrem da ampliao e da maior acuidade da percepo

    pblica, com relao s manifestaes das marcas e de seu posicionamento

    diante de questes sociais e ambientais. Assim, no s a comunicao oficial,

    mas tambm as manifestaes pblicas, corriqueiras ou ocasionais, so eventos

    que requerem a ateno dos gestores das marcas.

    A identidade grfico-visual parte da identidade oficial da marca, sendo

    geralmente composta por: logotipo, smbolo visual, cores e alfabeto

    institucional. Esses elementos so criados, normatizados e gerenciados como

    mensagens oficiais da marca. Essas mensagens so comunicadas atravs da

    circulao da frota de veculos, dos letreiros, da papelaria empresarial, dos

    uniformes e do material de propaganda, entre outros produtos de comunicao.

    Portanto, um sistema de normatizao para proporcionar unidade e

    identidade a todos os itens de apresentao de um dado objeto, atravs de seu

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    aspecto visual. Este objeto pode ser uma empresa, um grupo ou uma instituio,

    bem como uma ideia, um produto ou um servio (PEN, 2003, p.15).

    A identidade grfico-visual existe como smbolo perceptvel de uma

    entidade conceitual, que a identidade da marca, podendo ser designada

    tambm como identidade organizacional ou identidade corporativa. O escudo

    de um time de futebol a expresso grfica de um sentido imaterial, o qual

    rene e identifica seus torcedores. Mas, alm do escudo, h as cores do

    uniforme, a bandeira, a mascote e os outros elementos expressivos que tornam

    tangveis e comunicveis os valores de identificao. Assim, a identidade visual

    participa da identidade da marca, expressando formatos, cores, texturas,

    palavras e figuras, que representam a essncia da marca. Isso proporciona

    consistncia na comunicao, servindo de fio condutor para o patrimnio

    simblico ao longo do tempo (WHEELER, 2008).

    Depois de internamente e coerentemente definida a identidade da marca,

    o prximo objetivo da gesto da marca desenvolver a imagem da marca no

    mercado. Essa imagem decorre da maneira como a marca lembrada, devendo

    existir de modo coerente e positivo nas mentes do pblico. Uma marca

    informao. Mas, a marca no existe de fato, enquanto no for percebida como

    mensagem em um efetivo processo de comunicao. Pois, a existncia efetiva e

    produtiva de uma marca s ocorre na mente dos consumidores, sejam esses

    efetivos ou ainda potenciais.

    Para Martins (2006, p. 135) a imagem a maneira como o pblico

    percebe a empresa ou seus produtos. Essa maneira de perceber constitui a

    marca mental ou a imagem da marca, como resultante dos atributos e

    associaes, que permitem ao consumidor identificar e qualificar uma marca

    especfica (MEENAGHAN, 1995). Portanto, as marcas so entidades compostas

    por aspectos tangveis ou sensoriais e, tambm, intangveis ou conceituais. O

    que percebido ou experimentado compe o acervo tangvel e o que

    afetivamente sentido ou conceituado compe o acervo intangvel. Assim, a

    narrativa imaginria proposta pela imagem da marca revela significados que

  • Revista do Programa de Ps-graduao em Comunicao Universidade Federal de Juiz de Fora / UFJF ISSN 1981- 4070 Lumina

    14 Vol.6 n2 dezembro 2012

    no so diretamente relacionados com os aspectos funcionais dos produtos ou

    dos servios (BLACKWELL, MINIARD e ENGEL, 2005).

    A identidade de marca e a imagem de marca so expresses verbais

    que representam conceitos diferentes. A identidade de marca representa um

    conceito indicativo da percepo interna dos membros da organizao, com

    relao a valores, habilidades e potencialidades especficas, que qualificam e

    distingue o grupo e seus produtos ou servios. o conhecimento da identidade

    da marca que permite a comunicao coerente com o pblico. A imagem de

    marca representa um conceito indicativo do conjunto de sentimentos e ideias,

    que o pblico desenvolve em suas mentes de acordo com suas vivncias

    relacionadas marca e a seus produtos ou servios (AAKER, 1998).

    Bian e Moutinho (2011) propem o conceito descrito na expresso

    personalidade da marca, como um elemento-chave na construo da imagem

    da marca pelo pblico consumidor. Pois, a percepo da marca como uma

    personalidade que permite a identificao do consumidor, que percebe

    afinidades entre a sua personalidade individual e os valores personificados pela

    marca.

    Keller (1993) descreve trs categorias para as associaes da marca: (1)

    atributos; (2) benefcios, e (3) atitudes. A identificao entre as personalidades

    do consumidor e da marca ocorre atravs dos atributos, como sendo as

    caractersticas de qualidade, que identificam e distinguem a marca. Tambm,

    ocorre por meio das atitudes, que so reveladas no posicionamento e nas

    aes da marca diante da sociedade. Por fim, o consumidor ainda espera obter

    benefcios no consumo de produtos ou na utilizao dos servios da marca.

    O consumidor identificado com a marca aquele que reconhece e admira

    seus atributos, como qualidades que quer para si mesmo. Portanto, considera a

    atuao da marca, como representaes coerentes com seu prprio modelo de

    atuao. Mas, ao consumir produtos ou contratar os servios da marca, o

    consumidor deve sentir-se igualmente beneficiado, pelo valor da experincia ou

    pelos bons resultados obtidos.

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    15 Vol.6 n2 dezembro 2012

    Estabelecendo relaes entre: (1) atributos; (2) benefcios, e (3) atitudes

    (KELLER, 1993), e os trs nveis de gerencialmente da marca: (1) funcional; (2)

    simblico, e (3) experimental. (PARK, JAWORSKI e MACINNIS, 1986),

    considera-se que os benefcios compem mais especificamente o nvel

    funcional; os atributos compem mais especificamente o nvel experimental, e

    as atitudes compem mais especificamente o nvel simblico. Portanto, as

    caractersticas sensorialmente e afetivamente experimentadas, atravs de

    objetos ou atuaes, so os atributos da marca; os efeitos funcionais,

    decorrentes do uso dos produtos ou dos servios so os benefcios da marca, e os

    significados decorrentes das atitudes da marca caracterizam seus valores

    simblicos.

    No processo de comunicao da marca, atributos, benefcios e atitudes

    so mensagens emitidas pelos emissores da marca e recebidas pelo pblico.

    Dessas mensagens, resultam os sentimentos e os conceitos que constroem a

    imagem da marca. Portanto, sentimentos e conceitos compem a parte imaterial

    da mensagem que no pode ser transmitida se no for expressa por outra parte

    material. O que chamado de mdia a parte fsica da mensagem ou da

    informao.

    De modo geral, a mdia se apresenta como sistema de mediao,

    envolvendo diferentes meios conjugados. H trs funes bsicas para a mdia:

    (1) suporte; (2) veculo, e (3) canal da informao. No caso da comunicao oral:

    (1) a mente do locutor o suporte da mensagem; (2) sua boca o veculo que

    informa de maneira fontico-codificada a mensagem, e (3) o ar o canal de

    transmisso da mensagem.

    s vezes, as funes de suporte, veculo e canal so cumpridas por um

    mesmo meio. Por exemplo, pode-se dobrar um papel para compor o formato de

    uma canoa. Ao mesmo tempo, portanto, o papel o suporte e o veculo da

    mensagem canoa para um observador visual, sendo que a luz o canal de

    transmisso. Porm, uma pessoa cega pode manipular o papel dobrado e,

    tambm, perceber pelo tato a mensagem canoa, nessa situao, o papel atua

    como suporte e, ainda, como veculo e canal da mensagem. Assim, o termo

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    16 Vol.6 n2 dezembro 2012

    mdia indicado para designar qualquer suporte, veculo ou canal de

    informao (PERASSI: MENEGHEL, 2010).

    A organizao do veculo para informar a mensagem uma atividade

    tpica do design. Pois, voltando ao exemplo anterior, o papel um produto

    tpico da engenharia, porm o pensamento ou o projeto que prev a sequncia

    de dobras no papel para representar uma canoa uma atividade caracterstica

    do design. Assim, a rea de Design mais relacionada mdia como veculo, do

    que como suporte ou canal.

    Para a Associao dos Designers Grficos, mdia o termo utilizado para

    designar os veculos de comunicao, no seu conjunto ou em particular (ADG,

    1998). De acordo com o dicionrio de comunicao (RABAA e BARBOSA,

    1995), mdia o conjunto dos meios de comunicao, que ligam a fonte ao

    receptor, promovendo a transmisso de mensagens.

    As diversas especialidades da engenharia compem o campo privilegiado

    da produo tecnolgica. Porm, o design se integra e permanece

    continuamente associado tecnologia (ROYO, 2006), porque sua funo

    informar os instrumentos e produtos tecnolgicos ampliando sua

    potencialidade funcional e adaptando-os para o uso comunitrio. Atualmente,

    paralelamente s funes prticas que esto sendo desempenhadas por cada

    instrumento ou objeto, tudo percebido e interpretado como campo promotor

    de sensaes e significaes, portanto, tudo percebido como linguagem.

    Assim, cada vez mais, a rea de Design manifesta seu interesse pelo discurso dos

    objetos e tambm coloca suas competncias a servio da comunicao

    organizacional e da gesto das marcas.

    O avano tecnolgico prope o desenvolvimento de novos suportes,

    veculos e canais de comunicao. Porm, a ampliao da mdia,

    necessariamente, no significa o fim da utilizao dos meios tradicionais. Por

    exemplo, diante dos arquivos digitais, os bancos de dados registrados em papel

    esto desaparecendo, contudo a folha de papel continua sendo utilizada como

    suporte transitrio da informao (DIZARARD, 2000). Alm disso, de maneira

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    17 Vol.6 n2 dezembro 2012

    diferente do previsto, alguns elementos tradicionais passam a ser percebidos

    como meios de comunicao.

    O ambiente, os objetos e as atitudes manifestas no local de compra e

    venda de mercadorias, tradicionalmente, compe um sistema de mediao no

    processo de comunicao comercial. As pessoas, em suas decises de compra,

    respondem mais do que simplesmente ao produto tangvel ou servio que

    oferecido (KOTLER, 1974, p. 48). Atualmente, entretanto, h a conscincia e

    uma atuao cada vez mais profissional sobre esse aspecto.

    Na literatura do marketing, David Kotler (1974) foi responsvel por

    introduzir o conceito de atmosfera, que requer o planejamento consciente do

    espao para obter efeitos especficos no pblico, constituindo um esforo para

    que os ambientes expressem um apelo emocional que viabilize a efetiva relao

    de compra e venda.

    A relao entre o ambiente, o produto e a venda constitui um

    conhecimento antigo. Schlosser (1998) assinalou, por exemplo, que a qualidade

    de uma joia ser ressaltada caso essa esteja em um ambiente de venda que a

    valorize. Quando um consumidor entra em um ambiente comercial ocorre uma

    resposta emocional que pode ser de satisfao, estimulao e dominncia.

    Assim, esse pode sentir-se satisfeito ou insatisfeito; estimulado ou entediado, e

    sentir-se seguro ou inseguro. A resposta emocional do consumidor instaura o

    desejo de permanecer ou afastar-se do local (DONOVAN et al., 1994).

    A experincia vivenciada deve ser estimulante e eficiente, porque se o

    estmulo for demasiado ou equivocado pode frustrar a relao de compra e

    venda. Cada categoria de produto requer qualidades especficas do ambiente,

    porque esse deve transmitir um nvel de energia adequado s caractersticas do

    negcio e de seu pblico, para que o consumidor possa efetivar a compra. O

    conceito de atmosfera considera as sutilezas dessa relao e, portanto, prope

    que o projeto arquitetnico e vivencial de um ambiente comercial eficiente seja

    profissionalmente considerado e desenvolvido. Para Underhill (2009), as lojas

    so compostas de trs aspectos diversos: (1) o design das instalaes do ponto

    de vendas; (2) a disposio e a promoo de produtos, e (3) as operaes de

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    18 Vol.6 n2 dezembro 2012

    contato e as vendas realizadas por colaboradores. Esses trs aspectos so

    interdependentes, porque a falha ocorrida em um prejudica a efetividade dos

    demais.

    A dinmica de comunicao da marca FARM

    Atualmente, a marca de moda brasileira Farm amplamente

    reconhecida e admirada no mercado nacional, especialmente, pelo pblico

    consumidor jovem e feminino. Isso desperta o interesse das redes de shopping

    centers que passam a oferecer condies privilegiadas para a abertura de lojas

    da marca em suas instalaes (MULLER, 2012).

    Apesar de se distinguir com um estilo prprio, o mix de produtos de

    vesturio e acessrios da marca diversificado, oferecendo s jovens

    consumidoras produtos variados para diferentes ocasies. Isso caracteriza a

    existncia de um posicionamento definido, com relao ao pblico e ao ramo de

    atividade, e de um estilo prprio da marca. Mas, ressaltasse que essa oferece

    produtos variados de vesturio e acessrios, no trabalhando especificamente

    com um tipo ou um estilo nico de produtos.

    Como sntese profunda do percurso da marca, entretanto, prope-se o

    virtuoso processo de passagem da feira hippie para um tipo de moda hippie-

    chic de boutique tropical. De acordo com Mller (2012), em texto publicado no

    website Marketing Viewer, os fundadores da marca so a contadora Ktia

    Barros e o engenheiro Marcello Bastos que, na dcada de 1990, comearam o

    negcio com uma barraca ou stand para venda de roupas, na extinta Babilnia

    Feira Hype, que atuava na cidade Rio de Janeiro.

    A primeira loja da marca foi inaugurada em 1999, entretanto, desde a

    atuao no stand da feira, a marca identificou e investiu no perfil de sua

    consumidora, cujo modelo a estudante universitria carioca da zona sul, uma

    rea nobre na cidade Rio de Janeiro. As jovens com esse perfil foram

    predominantes no processo de formao do pblico da marca (Fig. 6). At hoje,

    a comunicao e a atuao da marca so predominantemente dedicadas ao

    dilogo e ao atendimento desse pblico (MULLER, 2012).

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    19 Vol.6 n2 dezembro 2012

    Figura 6: Visualidade da marca FARM e o universo jovem e feminino de seu pblico.

    Fonte: http://fashiondeluxe.wordpress.com.

    Na visualidade geral da cultura FARM e, especialmente, nas peas de

    vesturio produzidas pela marca, predominam as estamparias ou as cores

    saturadas. H colees dominadas pelos tons de branco. Porm, mesmo nessas,

    h aplicaes de elementos brilhantes. A esttica geral e a visualidade do

    vesturio FARM sugerem uma reviso tropicalista e a atualizao de aspectos

    visuais que, primeiramente, marcaram a cultura hippie (Fig. 7).

    Figura 7: Figuras, cores e formatos da cultura hippie. Fonte: http://wonderlwander.wordpress.com

    As referncias cultura hippie podem ser intencionais ou decorrentes de

    influncias culturais j disseminadas na sociedade e assimiladas em diferentes

    situaes. H a possibilidade de se pesquisar a respeito. Entretanto, isso no

    relevante neste momento, porque o objetivo deste artigo evidenciar a

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    20 Vol.6 n2 dezembro 2012

    comunicao da marca ao mercado e essa pode ou no coincidir com as

    intenes conscientes dos emissores.

    De qualquer modo, a cultura hippie tambm pode ser associada flor,

    que figura como smbolo visual da marca e, ainda, palavra fazenda. Nos anos

    1960, a cultura hippie adotou a expresso flower power, proposta pelo poeta

    beat Allen Ginsberg (1926-1997), em oposio ao poder das armas. Assim, foi

    produzida e divulgada uma infinidade de imagens de flores (Fig. 7).

    As ideias de abandono das cidades e a vida em comunidades criativas e

    produtivas no campo fizeram parte dos discursos e das aes de adeptos da

    cultura hippie. Contudo, a evaso da cidade no ocorreu, exclusivamente, em

    direo ao interior. Pois, h lugares no urbanizados junto ao mar e tambm h

    uma cultura hippie de balnerio. Assim, a prtica de surf tambm

    tradicionalmente uma expresso caracterstica da cultura hippie. Portanto, a

    recorrncia de referncias hippies no contradiz o conceito proposto no website

    da marca FARM, de que essa desenvolve moda balnerio.

    De acordo com a linha de pensamento proposta neste artigo, h um

    roteiro subjacente que promove a continuidade temtica, porque o percurso da

    marca rene as diferentes expresses que a identificam, relacionando diferentes

    figuras: flor; colina; fazenda; plantas; coqueiro; balnerio, vime e madeira.

    Como subtextos do percurso da marca FARM, esto os resqucios da cultura

    hippie.

    Indica-se que, no incio, enquanto FARM era identificada como uma

    marca local da cidade Rio de Janeiro, o cenrio de balnerio era composto pela

    prpria cidade. Assim, primeiramente, a identidade da marca era baseada no

    posicionamento de marca de moda alternativa, que bem representado no

    smbolo grfico-visual que representa a flor/sol. Posteriormente, na medida em

    que a marca amplia sua abrangncia, essa se distancia simblica e

    geograficamente da origem, afastando-se da condio de alternativa e da cidade

    Rio de Janeiro. Assim, o processo e os elementos de identificao e

    comunicao da marca passam por alteraes evolutivas.

  • Revista do Programa de Ps-graduao em Comunicao Universidade Federal de Juiz de Fora / UFJF ISSN 1981- 4070 Lumina

    21 Vol.6 n2 dezembro 2012

    Atualmente, o ambiente de loja da marca FARM (Fig. 5) mais

    recorrente nos shopping centers, apresenta-se como uma sntese do seu

    percurso de comunicao. O cenrio pode ser descrito da seguinte maneira: a

    parte externa da loja recoberta por trelia branca de madeira sobre a parede de

    vidro, comprometendo muito pouco a percepo do ambiente interno que,

    visualmente, predomina sobre a fachada. A mesma trelia de madeira pode

    tambm constar no interior do ambiente. Os materiais de revestimento

    utilizados no piso e nas paredes sugerem sensaes semelhantes s decorrentes

    das cores e das texturas da areia de praia. Pode haver partes revestidas com

    madeira em tratada, mas em tons naturais. A iluminao interna amarelada e

    suave, podendo ser sensorialmente relacionada com a luz sol no incio da

    manh. H a utilizao de espelhos em locais estratgicos, que aumentam a

    sensao de amplitude. O espao interno alto e sem ornamentos, reforando a

    sensao de amplitude. Palmeiras ou representaes de palmeiras so figuras

    temticas recorrentes no interior do ambiente, sendo que outras plantas

    tambm podem estar no ambiente. A rea central do ambiente mais vazia,

    sendo ocupada por mesas com tampo de vidro, que servem de vitrines para os

    produtos e de apoio para o trabalho de atendentes, e tambm por sofs ou

    acomodaes para os consumidores. Nos espaos laterais, h manequins que

    expem vestimentas e os suportes abertos que armazenam os produtos de

    vesturio, reunindo-as em funo das semelhanas de cores ou estampas.

    A descrio acima no corresponde ao ambiente de todas as lojas

    FARM. Porm, essa ambientao e especificamente as figuras, entre outros

    elementos apresentados, tornaram-se recorrentes, especialmente, nas lojas de

    shopping centers, a partir de 2007. Atualmente, alguns desses elementos

    participam de maneira determinante da identidade visual da marca, juntamente

    com o logotipo e o smbolo grfico, como as trelias de madeira e as palmeiras

    ou coqueiros.

    Acredita-se que, no universo de sensaes e na imaginao da parte do

    pblico consumidor que percebe a marca FARM, a dinmica de suas cores o

    elemento mais marcante. Contudo, isso diferente de outras marcas de roupas,

    cujas cores tambm so elementos marcantes, por exemplo, a marca italiana

  • Revista do Programa de Ps-graduao em Comunicao Universidade Federal de Juiz de Fora / UFJF ISSN 1981- 4070 Lumina

    22 Vol.6 n2 dezembro 2012

    Benneton, que cita verbalmente as cores como parte de sua identidade. Pois, o

    nome Benneton uma referncia de cores vivas ou saturadas, mas uniformes

    e opacas. Por sua vez, FARM um nome referncia de estampas com cores

    vivas ou saturadas, mas tambm variadas e brilhantes, devido s caractersticas

    dos tecidos (Fig. 4).

    A sensao multicolorida um elemento intangvel e memorvel, que

    predomina na imagem afetiva da marca FARM. Essa sensao festiva combina

    com a juventude do pblico consumidor, entretanto, poderia comprometer os

    sentidos de elegncia e sofisticao que compem o posicionamento da marca e

    do perfil zona sul carioca das consumidoras. Com a relao a isso, h dois

    aspectos da comunicao da marca que mantm o equilbrio entre os sentidos

    de euforia cromtico-tropical com elegncia e sofisticao.

    O primeiro aspecto de ordem cultural, decorrente dos resqucios da

    visualidade contestatria dos hippies, que eram coloridos e economicamente

    alternativos, mas sua origem ideolgica intelectualizada e de boa situao

    financeira. Alm dos sentidos da marca grfica, outros produtos grficos de

    comunicao da marca reforam essa relao subjacente com a cultura

    alternativa (Fig. 8).

    Figura 8: Produtos grficos de comunicao publicitria da marca FARM.

    Fonte: http://ourmessblog.blogspot.com.br/

    O segundo aspecto de ordem esttico-simblica, decorrente da

    depurao do ambiente de venda nos shopping centers (Fig. 5), como mdia de

    comunicao da marca. Pois, alm de cumprir a funo temtica de balnerio,

    o ambiente foi descolorido, clareado e liberado, para compor um cenrio

    elegante, marcado por sofisticao e certo distanciamento.

  • Revista do Programa de Ps-graduao em Comunicao Universidade Federal de Juiz de Fora / UFJF ISSN 1981- 4070 Lumina

    23 Vol.6 n2 dezembro 2012

    Sob o aspecto expressivo do ambiente das lojas de shopping centers (Fig.

    5), que foi descrito anteriormente, no h identificao esttico-visual entre os

    produtos oferecidos e as instalaes de venda. Essa identificao pode ser

    percebida em outros exemplos de ambientes das lojas FARM, como a loja do

    centro da cidade Rio de Janeiro, inaugurada em 2002, ou na loja (pop-up)

    sazonal na praia de Jurer, Florianpolis/SC, montada no vero 2009/2010

    (Fig. 9/A e 9/B). Pois, nas imagens a seguir (Fig. 9/A e 9/B), observa-se o

    predomnio da cor verde e a multiplicidade de plantas que, de maneira

    marcante, expressam o ambiente tropical. Isso diferente da representao

    composta no ambiente das lojas de shopping centers (Fig. 5).

    Figura 9: (A) Loja FARM, Rio de Janeiro. (B) Loja FARM sazonal, Florianpolis, SC. Fonte: http://pensomodafannylittmann.wordpress.com

    O ambiente das lojas FARM de shopping centers so esteticamente

    identificadas com a linguagem comercial universal desses centros de compra. O

    ambiente distinto por smbolos particulares, por produtos caractersticos e por

    outros elementos, comunicando sua identidade. Tambm, prope aspectos

    esttico-sensoriais caractersticos. Mas esses aspectos so particularmente

    organizados a partir de um amplo e diversificado repertrio, que caracteriza a

    esttica universal de shopping centers. Porm, nesse contexto, a comunicao

    da marca consegue oferecer produtos multicoloridos que so dignificados pela

    ambientao contida e elegante.

    Em meio a contradies esttico-simblicas decorrentes de seu percurso

    comercialmente e simbolicamente vitorioso at o momento, a imagem da marca

    FARM est consolidada como marca de moda na mente de grande parte do

    pblico jovem e feminino do mercado nacional. Isso constitui a base de seu

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    24 Vol.6 n2 dezembro 2012

    constante progresso e da ampliao de sua abrangncia. Essa ampliao exige

    aprimoramento profissional nos diferentes setores do negcio.

    Sob o aspecto da comunicao da marca a partir de sua identidade,

    observa-se que, com o tempo, houve alteraes na identificao da marca,

    durante o processo de ampliao da comunicao corporativa, distanciando-se

    da cidade Rio de Janeiro, que o ambiente original da marca, e de sua origem

    alternativa.

    Nesse percurso, a figura flor/sol representada na marca grfica tornou-se

    simbolicamente anacrnica, uma vez que, com o distanciamento de sua origem

    cultural-geogrfica, houve a necessidade de se reforar a esttica e os smbolos

    relacionados moda balnerio. Tambm, no h semelhana esttica entre a

    marca grfica e os produtos representados, porque seu desenho linear vazio

    em comparao com as manchas coloridas que, de maneira geral, caracterizam

    os produtos. Entretanto, essa contradio usada de maneira favorvel

    comunicao da marca, porque o smbolo grfico constantemente bem

    visualizado, como componente das composies caticas e coloridas que

    caracterizam a comunicao grfica da marca (Fig. 8). De qualquer modo,

    atualmente, a marca grfica no esttica e simbolicamente bem identificada

    com a marca de moda, sua associao atual prioritariamente decorrente da

    fora do hbito.

    A imagem da marca FARM est mais associada ao conjunto de imagens

    decorrentes do estilo configurado no percurso vivido junto ao pblico. Esse

    estilo bem representado na aparncia marcante de seus produtos e dos

    ambientes comerciais compostos pela marca. Atualmente, tomando por base o

    ano de 2007, os ambientes das lojas FARM nas instalaes de shopping

    centers apresentam um discurso composto por uma esttica e uma simbologia

    especfica, que posicional a marca na cultura universal desse mercado.

    A dinmica comunicativa dos ambientes comerciais da marca FARM

    em shopping centers prope o contraste esttico entre o ambiente e os

    produtos. O ambiente informa de maneira sbria e elegante os smbolos visuais

    da marca: a marca grfica, que no destacada no ambiente; os tons de branco

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    25 Vol.6 n2 dezembro 2012

    e bege amarelado; os materiais como vidro e madeira; os formatos curvos e as

    trelias, e os elementos como palmeiras e plantas. J os produtos so

    expressivos nos formatos e nas cores vibrantes. Por outro lado, a conjuno

    entre ambiente e produtos simblica, ocorrendo a partir do tema moda

    balnerio, porque alguns elementos e aspectos do ambiente so compostos

    para compor essa alegoria.

    Referncias

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