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Ezequiel Rodrigues do Valle MITOS E REALIDADES SOBRE O CONSUMO DE CARNE BOVINA Campo Grande, MS 2000

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Ezequiel Rodrigues do Valle

MITOS E REALIDADES

SOBRE O CONSUMO DE

CARNE BOVINA

Campo Grande, MS2000

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Embrapa Gado de Corte. Documentos, 100

Tiragem: 500 exemplares

COMITÊ DE PUBLICAÇÕESAdemir Hugo Zimmer - PresidenteCacilda Borges do ValleEcila Carolina Nunes Zampieri Lima - Coordenação EditorialJosé Raul ValérioManuel Cláudio Motta MacedoMaria Antonia Martins de Ulhôa Cintra - NormalizaçãoOsni Corrêa de Souza – Secretário ExecutivoRonaldo de Oliveira EncarnaçãoTênisson Waldow de SouzaValéria Pacheco Batista Euclides

Capa: Paulo Roberto Duarte PaesWalter Luiz Iorio

Valle, Ezequiel Rodrigues do

Mitos e realidades sobre o consumo de carne bovina / Ezequiel Rodrigues do

Valle. — Campo Grande : Embrapa Gado de Corte, 2000.

33p. — (Documentos / Embrapa Gado de Corte, ISSN 1517-3747 ; 100).

ISBN 85-297-0082-1

1. Bovino - Carne. 2. Carne - Gordura. 3. Carne - Nutrientes. 4. Nutrição

humana. I. Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS). II. Título. III. Série.

CDD 641.36 Embrapa 2000

Todas as propagandas veiculadas nesta publicação são de inteira res-

ponsabilidade dos respectivos anunciantes.

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SUMÁRIO

RESUMO / 5

ABSTRACT / 6

1 INTRODUÇÃO / 7

2 HISTÓRICO / 7

3 GORDURA DA DIETA E NÍVEIS DE COLESTEROL / 11

4 TEORES DE GORDURA TOTAL, SATURADA E DE COLESTEROL NACARNE BOVINA / 13

4.1 Efeito do cozimento e do grupo genético nos teores de gordura

total e saturada / 13

4.2 Teores de gordura total e saturada, em função do corte

anatômico e da gordura de cobertura / 15

4.3 Variação dos níveis de colesterol, de acordo com o grupo ge-

nético e o corte anatômico / 16

4.4 Ingestão de gordura total e saturada em relação aos limites

recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) /

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5 COMPARAÇÃO DA CARNE BOVINA COM OUTRAS CARNES / 20

5.1 Aves / 20

5.2 Suínos / 22

5.3 Ovinos / 22

5.4 Peixes e crustáceos / 25

6 COMPARAÇÃO DA CARNE BOVINA COM OUTROS PRODUTOS DEORIGEM ANIMAL OU VEGETAL / 27

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS / 29

8 LITERATURA CONSULTADA / 31

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MITOS E REALIDADES SOBRE O

CONSUMO DE CARNE BOVINA

Ezequiel Rodrigues do Valle1

RESUMO – A carne bovina magra é considerada um alimento dealta densidade nutricional, por apresentar em sua composição umagrande quantidade de nutrientes, com alta disponibilidade e baixovalor calórico. Ela é rica em proteínas de alta qualidade, ácidosgraxos essenciais, vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina,niacina, biotina, ácido pantotênico, folacina, vitaminas B6 e B12)e minerais como ferro, zinco e fósforo. Todos os nutrientes conti-dos na carne bovina são de primordial importância na alimenta-ção, destacando-se o ferro. Na carne bovina, o ferro é encontradona forma heme, de mais fácil absorção pelo organismo humanodo que o ferro não heme, disponível nos vegetais, cereais, frutas eovos. No entanto, por ignorância ou sensacionalismo, informa-ções sobre as carnes vermelhas têm sido veiculadas de formadistorcida e sem o devido respaldo científico. A restrição de seuconsumo é muito mais prejudicial à saúde humana do que umconsumo moderado deste ou de qualquer outro alimento. Sabe-sehoje que o consumo excessivo de gordura, seja de origem vegetalou animal, é um fator de risco considerável no desenvolvimentode doenças cardiovasculares. Quando, no entanto, esta é ingeridade forma consciente e controlada, é altamente benéfica à saúdehumana. Além de conferir sabor aos alimentos, a gordura tam-bém desempenha papel importante no transporte e absorção dasvitaminas lipossolúveis A, D, E e K, pelo organismo. Esta revisãotem como objetivo informar sobre a importância da carne bovina

1 Eng.-Agr., Ph.D., CREA No 27.882/D - Visto 1.528/MS, Embrapa Gado de Corte, RodoviaBR 262 km 4, Caixa Postal 154, CEP 79002-970 Campo Grande, MS. Correio eletrôni-co: [email protected]

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na dieta humana, bem como relatar seus teores de colesterol,gordura total e saturada, comparando-os com os encontrados nasdemais carnes. Como a dieta inadequada não é o único fator res-ponsável pelos distúrbios orgânicos e metabólicos, o papel deoutros fatores de risco é também relatado no presente trabalho.Palavras-chave: carne bovina, gordura total, gordura saturada,colesterol.

MYTHS AND REALITY ABOUT BEEF CONSUMPTION

ABSTRACT – Lean beef is a nutrient-dense food, because it is amajor source of several essential nutrients, in a highly bioavailablepackage and with a low caloric value. Beef provides significantamounts of high quality protein, essential fatty acids, certain Bvitamins (thiamin, riboflavin, niacin, biotin, pantothenate, folacin,vitamin B6 and B12) and mineral, such as iron, zinc andphosphorus. All of beef’s nutrients are important to the diet,specially iron. The form of iron found in beef (heme) is readilyabsorbed by the bodym while the iron found in vegetables, cereals,fruits and eggs is not absorbed so efficiently. Despite theseevidences, biased reports based on sensationalism andmisinformation have been made public, confusing the consumerand generating insecurity. On the other hand, it has beendemonstrated that restriction in meat consumption has moredeleterious effects to human health than moderate consumptionof this or any other food. It is also well documented that excessiveamount of fat, either of animal or plant origin, increasesconsiderably the risk of cardiovascular diseases. But fat is essentialto human health when its ingestion is concientious and moderate.Besides adding flavor to the food, fat is also involved in thetransport and absorption of the fat-soluble vitamins A, D, E and Kby the organism. The objective of this review is to inform aboutthe importance of beef in the human diet, as well as to comparelevels of cholesterol, total and saturated fat, to that of other meats.Diet is not the only factor responsible for the development of

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chronic degenerative diseases, thus other relevant factors are alsodiscussed in this work.Key words: beef, total fat, saturated fat, cholesterol.

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, criou-se uma falsa idéia de que o consu-mo de produtos de origem animal, principalmente da carne bovi-na, estaria associado à incidência de doenças cardiovasculares.No entanto, a maioria das informações veiculadas, por ignorânciaou falta de conhecimento, tem sido apresentada de forma exage-rada e sensacionalista. São ressaltados apenas os aspectos nega-tivos, ignorando-se a importância da carne bovina como um dosprincipais componentes de uma dieta saudável.

Portanto, o objetivo principal deste documento é esclare-cer o leitor sobre a importância da carne bovina como componen-te da dieta humana. Como a ingestão excessiva de gorduras estáassociada à incidência de doenças coronárias, e estas estão pre-sentes tanto em produtos de origem animal como vegetal, sãoapresentados neste trabalho os teores de gordura, total e saturada,e de colesterol na carne bovina, comparados aos das demais car-nes e de outros produtos. A dieta não é o único fator responsávelpela incidência dessas doenças, portanto é discutida também aimportância de outros fatores de risco controláveis e não-contro-láveis.

2 HISTÓRICO

Hoje, sabe-se que a incidência de doenças crônicasdegenerativas é a principal causa de mortalidade e de morbidadeprematura nas sociedades mais desenvolvidas do ocidente, sendoraras ou desconhecidas nas regiões menos desenvolvidas do glo-bo. Este é um fenômeno recente e passou a assumir maior impor-tância a partir do século XX, devido, principalmente, à mudançanos hábitos alimentares e ao estilo de vida da população moder-na. As sociedades mais desenvolvidas do ocidente têm sido ca-

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racterizadas pelo consumo elevado de gorduras (cerca de 40% daenergia necessária a sua mantença), sendo que a maior partedesta (40%-50%) está na forma de gordura saturada. É fato co-nhecido que a ingestão excessiva de gordura saturada eleva osníveis de colesterol no sangue mais do que qualquer outro alimen-to e, que altos níveis de colesterol aumentam as chances, ouriscos, de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, hiper-tensão e determinados tipos de câncer. No entanto, este fatornão pode ser considerado isoladamente. Existem outros aspectosrelacionados com a ocorrência das doenças cardiovasculares quedevem ser ressaltados, por contribuírem de maneira significativapara o aumento dos níveis de colesterol no sangue. Destes, po-dem-se destacar os fatores de risco não-controláveis (históricofamiliar e idade) e os fatores de risco controláveis como obesida-de, diabete, fumo, pressão alta, inatividade física, altos níveis decolesterol total e LDL-colesterol (lipoproteínas de baixa densida-de) e baixos níveis de HDL-colesterol (lipoproteínas de alta densi-dade).

Fatores de risco controláveis. Com relação a esses fato-res, sabe-se que através da redução de peso pode-se diminuir osníveis de colesterol no sangue em até 10%. Como resultado ob-serva-se a redução dos níveis do “mau colesterol” (LDL) e a eleva-ção dos níveis do “bom colesterol” (HDL), resultando no aumentofavorável da relação HDL/LDL. A obesidade também pode apre-sentar outros efeitos indesejáveis. Um deles é que as células doorganismo podem se tornar insensíveis à insulina, e que tem comoresultado o desenvolvimento da diabete. A pesquisa também temdemonstrado que pessoas com diabete estão mais propensas aocorrência de ataques cardíacos, devido ao aparecimento da arte-riosclerose e outros danos vasculares logo ao início da manifesta-ção da doença, mesmo na ausência de níveis de lipídeos indesejá-veis. O fumo e a inatividade física são outros fatores de risco queaumentam os níveis de LDL no sangue, ao mesmo tempo quereduzem os de HDL, resultando numa relação HDL/LDL desfavo-rável, facilitando sobremaneira a manifestação de doençascardiovasculares. Diversos estudos de populações têm demons-

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trado que a prática do exercício físico está associada a baixosriscos de doenças coronárias, enquanto a vida sedentária podepredispor as pessoas à ocorrência de ataques cardíacos, devidoaos altos níveis do mau colesterol no sangue (LDL). Uma baixarelação HDL/LDL (desfavorável) está associada à pressão alta,que por sua vez, pode provocar o ataque cardíaco, através daindução do espasmo das artérias coronárias. Como se pode ob-servar, a ingestão inadequada de produtos de origem animal nãopode ser apontada como fator isolado, determinante dos distúrbi-os cardiovasculares. A associação de um ou mais desses fatorespode ser muito mais prejudicial à saúde humana, do que se consi-derados isoladamente. Portanto, o cálculo de risco para a incidên-cia dessas doenças, com base nas altas taxas de LDL no sangue,que ignora os demais fatores de risco é uma análise precipitada esem fundamento científico. No entanto, é importante salientar queo consumo excessivo de gorduras, tanto de origem animal comovegetal, representa um fator de risco importante no desenvolvi-mento dessas doenças.

A carne na alimentação humana. O consumo de produtosde origem animal não é recente. Evidências arqueológicas indi-cam que, há mais de dois milhões de anos esses produtos já seconstituíam em importante componente da dieta humana. Com aemergência do homem moderno, cerca de 40.000 a 50.000 anosatrás, houve um aumento da caça e os produtos de origem animalchegaram a representar 80% da energia da dieta. Com a introdu-ção da agricultura, nos últimos 10.000 anos, a participação des-ses produtos na alimentação humana foi reduzida para 50% daenergia consumida. O restante da dieta era composta de vege-tais, tubérculos, frutas, nozes, sementes e grãos. Apesar dessasdietas serem compostas, na sua maioria de carnes, estas nãoapresentavam teores elevados de gordura, pois as carcaças dosanimais selvagens consumidos eram mais magras que as dos atu-ais animais domesticados criados para produção de carne, comoos bovinos de corte. Além do hábito alimentar, o estilo de vida erabem diferente, pois grande parte da energia ingerida era gasta nasatividades necessárias para a sua sobrevivência, como a caça, a

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pesca, a agricultura rudimentar etc.Recentemente, a combinação entre as diversas práticas

de manejo e a utilização do melhoramento genético, para atendera necessidade premente de alimentos, tem-se produzido carcaçascom excesso de gordura de cobertura, tanto em bovinos, comoem suínos e ovinos. Observou-se também que os altos teores degordura nas carcaças dos animais produzidos nos sistemas maisintensivos continham alta proporção de gordura saturada e, quan-to maior era a quantidade desta, menor era a proporção de ácidosgraxos poliinsaturados, que são reconhecidamente benéficos àsaúde humana. Além das práticas de mercado, o principal fatorresponsável pelo excesso de gordura na carcaça tem sido o siste-ma de alimentação. Em suínos, pode-se observar que animais ali-mentados com altos teores de gordura e óleo possuem um perfilde ácidos graxos saturados semelhante ao do alimento fornecido.No entanto, quando bovinos de corte têm, na sua dieta, alto teorde alimentos fibrosos (forragens), o teor de gordura saturada ébem menor, e portanto, muito mais saudáveis. Felizmente, na últi-ma década tem se observado redução substancial no teor de gor-dura das carnes, principalmente, na de suínos. Em bovinos decorte, essa redução pode ser obtida através de práticas de mane-jo que minimizem a deposição de gordura na carcaça ou pelo usode raças que apresentem menor acúmulo de gordura. Além disso,com a facilidade da retirada da gordura visível (subcutânea), du-rante o cozimento ou no prato, a contribuição da carne na ingestãode gorduras é bem menor do que se imagina.

Gordura saturada. Recentemente, a solução para reduçãodos níveis de colesterol no sangue parecia simples. A recomenda-ção era ingerir alimentos com baixos níveis de colesterol, ou seja,substituir a manteiga pela margarina vegetal e ingerir menos ovose carne. No entanto, com o avanço dos conhecimentos sobre asfunções de nosso organismo, sabe-se hoje que a quantidade decolesterol no alimento não determina necessariamente o nível decolesterol no sangue. Nosso fígado sintetiza e armazena ocolesterol, e essa produção é regulada pela necessidade do orga-nismo e pela disponibilidade do mesmo na dieta. Atualmente, as

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recomendações são para manter os níveis de colesterol sob con-trole, e não necessariamente eliminá-lo da dieta. No entanto, aingestão de gordura saturada deve ser mantida sob controle rigo-roso, pois esta pode aumentar os níveis de colesterol no sangue.Os ovos, ricos em colesterol, mas não em gordura saturada, fo-ram retirados da lista dos alimentos proibidos, exceto para aque-las pessoas com sérios problemas de colesterol. A OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS) aconselha que, para a manutenção deníveis desejáveis de colesterol no sangue, deve-se reduzir a ingestãodiária de gorduras para 30% da energia e que, no máximo, umterço desta seja composta de gordura saturada. Exemplificando,se uma pessoa necessita de 2.000 Kcal/dia, a ingestão de gordu-ra total deve estar limitada a 600 Kcal (67 gramas) e, que destetotal, no máximo 200 Kcal (22 gramas), seja de gordura saturada.Quanto à ingestão de colesterol, esta deve estar limitada a 300mg/dia.

3 GORDURA DA DIETA E NÍVEIS DE COLESTEROL

A gordura é um dos componentes essenciais para a dietahumana. Além de fornecer maior quantidade de energia por uni-dade de peso (9 Kcal/g), quando comparada aos carboidratos (3,75Kcal/g) e à proteína (4 Kcal/g), ela contém ácidos graxos essenci-ais (linoléico e linolênico), que não são produzidos pelos mamífe-ros, mas precisam estar presentes na dieta; auxilia no transportee absorção, pelo intestino, das vitaminas lipossolúveis, A, D, E, eK. Além disso, confere sabor ao alimento.

As gorduras, tanto de origem animal como vegetal, sãoconstituídas por ácidos graxos saturados e insaturados (mono epoliinsaturados). Devido ao alto teor de ácidos graxos saturadosde cadeia longa, na sua composição, estas gorduras se apresen-tam em estado sólido, quando a temperatura ambiente for inferiora 25ºC. Entre os componentes da gordura, o que oferece maioresriscos à saúde humana é aquele que contém os ácidos graxossaturados. No entanto, nem todos os ácidos graxos saturadosatuam igualmente. Os ácidos palmítico, láurico e mirístico elevam

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os níveis de LDL-colesterol no sangue. Efeito similar é causadopela ingestão de gorduras hidrogenadas (constituídas por ácidosgraxos insaturados, na forma trans), contidas nas margarinas ebanhas de origem animal ou vegetal. Além disso, os ácidos graxosinsaturados na forma trans reduzem os níveis de HDL-colesterol(“colesterol protetor”), podendo oferecer riscos à saúde. As gor-duras saturadas são encontradas no óleo de coco, chocolate, ovos,carne, leite, manteiga, creme, manteiga, banha e derivados (bis-coitos, batatas fritas e bolachas). Convém, no entanto, lembrarque os teores de gordura saturada na carne bovina representamno máximo 50% da gordura total, e que boa parte dos ácidosgraxos saturados (30% a 40%) está representada pelo ácidoesteárico, que não influi nos níveis sangüíneos de colesterol.

Por outro lado, observa-se que os ácidos graxosmonoinsaturados e poliinsaturados não favorecem o aparecimen-to de doenças cardiovasculares. Diversos estudos têm demons-trado que a ingestão de alimentos que contêm estas gorduraspodem reduzir os níveis de LDL-colesterol no sangue. As gorduraspoliinsaturadas, como o óleo de milho e o de girassol, tendem areduzir os níveis de LDL como também os de HDL. No entanto, asmonoinsaturadas reduzem apenas os níveis de LDL, sem afetar osníveis do HDL. Os óleos de oliva, canola e de amendoim são exem-plos de alguns alimentos ricos em gordura monoinsaturada. Entreos ácidos graxos poliinsaturados, os denominados de ômega-3,encontrados em alguns tipos de peixe, óleo de canola e soja, têma propriedade de reduzir as concentrações de LDL-colesterol e detriglicerídeos no sangue.

A carne bovina não é o único alimento que contém gordu-ra saturada e colesterol. Outros produtos de origem animal ouvegetal, importantes para uma dieta saudável, também apresen-tam na sua composição estes componentes. Portanto, para umaalimentação equilibrada e saudável é essencial que, tanto os pro-dutos de origem animal como vegetal, sejam integrantes da dieta,pois cada um deles contém um valor nutritivo específico. A au-sência ou o excesso de qualquer desses elementos pode resultarem sérias conseqüências à saúde humana.

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4 TEORES DE GORDURA TOTAL, SATURADA E DE COLESTEROLNA CARNE BOVINA

4.1 Efeito do cozimento e do grupo genético nos teores degordura total e saturada

Na Fig. 1A são apresentados os teores de gordura total esaturada, no contrafilé cru e grelhado, de bovinos da raça Nelore,após a retirada da gordura de cobertura. Pode-se observar que oprocesso de cozimento eleva tanto os teores de gordura total comoo de gordura saturada (de 2,5 para 3,9 g/100 g e de 1,2 para 1,9g/100 g, respectivamente), devido à perda de água. Na Fig. 1Bsão apresentados os teores de gordura total e saturada no mes-mo corte grelhado, proveniente de cortes com 0 mm de gordurade cobertura, para os grupos genéticos Nelore, Canchim, Beefaloe europeus e, com 6 mm para bovinos europeus. Os resultadosobtidos indicam que os teores de gordura total e saturada sãosemelhantes para os três primeiros grupos (ao redor de 4 e 2 g/100 g, respectivamente), e inferiores ao observado nas raças eu-ropéias com 0 ou 6 mm de gordura de cobertura (em torno de 9 e3,8 g/100 g, respectivamente). O maior teor de gordura observa-do nos europeus é devido, principalmente, ao maior conteúdo degordura intramuscular (marmoreio). Portanto, pode-se concluir que,além do processo de cozimento, o grupo genético é outro fatorque eleva ou altera os teores de gordura nos cortes.

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1

2

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4

5

Gorduratotal

Gordurasaturada

crugrelhado

0

2

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6

8

10

Gorduratotal

Gordurasaturada

Nel. 0

Can. 0

Beef. 0

Euro 0

Euro 6

1A

1B

FIG. 1. Teores de gordura, total e saturada (g/100 g), no contrafilé cru

ou grelhado de animais nelores, após a remoção da gordura de

cobertura (1A) e, no mesmo corte grelhado, com 0 mm de gor-

dura de cobertura, para animais das raças Nelore, Canchim e

Beefalo e, europeus com 0 e 6 mm de gordura (1B).

Fonte: Bragagnolo (1997) e USDA (1999).

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4.2 Teores de gordura total e saturada, em função do corteanatômico e da gordura de cobertura

Na Fig. 2 são apresentadas as concentrações de gorduratotal e saturada, em diferentes cortes de carne de animais euro-peus. Pode-se observar que o teor destas varia de acordo com ocorte e com a quantidade de gordura de cobertura. O coxão mole(Cm6) e o fígado (Fig), provenientes de cortes com 6 mm degordura de cobertura, são os que apresentam menores teores degordura total e saturada (ao redor de 4 e 2 g/100 g, respectiva-mente). O coxão duro (Cd6), o contrafilé (Cf6) e a alcatra (Al6)apresentam valores intermediários (ao redor de 8 e 3,8 g/100 gpara gordura total e saturada, respectivamente). A costela (Co),com 0 ou 6 mm de espessura de gordura, apresenta valores simi-lares (ao redor de 13 e 6 g/100 g para gordura total e saturada,respectivamente). No entanto, quando a espessura da gordura nacostela é de 12 mm os teores de gordura total e saturada sãomuito elevados (acima de 20 g/100 g). Observa-se portanto que,dependendo do corte e da espessura da gordura de cobertura, osteores de gordura total e saturada podem apresentar variaçõessubstanciais e a costela, independente da espessura de gordura,é o corte que apresenta maiores concentrações desses lipídeos.

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0

4

8

12

16

20

24

Cm.6 Cd.6 Cf.6 Al.6 Co.0 Co.6 Co.12 Fig

Gordura total

Gordura saturada

FIG. 2. Teores de gordura, total e saturada (g/100 g), em diferentes

cortes de carne cozida ou grelhada de animais de raças européi-

as, provenientes de cortes com 0, 6 e 12 mm de espessura de

gordura (Cm = coxão mole; Cd coxão duro; Cf = contrafilé; Al

= alcatra; Co = costela, Fig = fígado).

Fonte: USDA (1999).

4.3 Variação dos níveis de colesterol, de acordo com ogrupo genético e o corte anatômico

Na Fig. 3A são apresentados os níveis de colesterol nocontrafilé (Cf), cozido ou grelhado, provenientes de cortes com 0mm de gordura de cobertura e europeus com 6 mm, de animaisnelores e de outros grupos genéticos. Os níveis de colesterol paraos três primeiros grupos genéticos, com 0 mm de gordura, sãosemelhantes (de 67 a 70 mg/100 g). No entanto, independenteda espessura da gordura de cobertura, os teores de colesterol sãomais elevados nas raças européias (76 mg/100 g). Na Fig. 3B sãoapresentados os níveis de colesterol em alguns cortes de carnede bovinos europeus, cozida ou grelhada, com 0, 6 e 12 mm degordura de cobertura.

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76

80

Nel. 0 Can. 0 Beef. 0 Euro 0 Euro 6

050

100150200250300350400

Cm.6

Cd.6

Cf.6 Al.6Co.

0Co.

6

Co.12 Fig

3A

FIG. 3. Teores de colesterol (mg/100 g) no contrafilé, cozido ou grelha-

do, de animais das raças Nelore, Canchim e Beefalo, após a

remoção da gordura de cobertura e, de europeus com 0 e 6

mm gordura (3A) e, em diferentes cortes de carne cozida ou

grelhada de animais europeus, com 0, 6 e 12 mm de gordura

subcutânea (3B). (Cm = coxão mole, Cd = coxão duro, Cf =

contrafilé, Al = alcatra, Co = costela e Fig = fígado).

Fonte: Bragagnolo & Rodriguez-Amaya (1995, 1997) e USDA

(1999).

3B

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Observa-se que, independente da espessura da gordura decobertura, os teores de colesterol são muito similares nos várioscortes (média 83 mg/100 g), com exceção do fígado que apre-senta um alto teor de colesterol (389 mg/100 g). Em resumo, asconcentrações de colesterol são menores na carne de animaisnelores ou com sangue zebuíno (Canchim) do que naquelas des-critas para europeus. Parece também que o teor de colesterol, nosdiferentes cortes, não está relacionado com a espessura de gor-dura de cobertura, pois a costela com 0 ou 12 mm de gorduraapresentou valores similares (81, 76 e 82 mg/100 g, respectiva-mente).

4.4 Ingestão de gordura total e saturada em relação aoslimites recomendados pela Organização Mundial deSaúde (OMS)

A OMS recomenda que, para prevenir riscos de desenvol-vimento de doenças cardiovasculares, a ingestão diária de gordu-ra total e saturada, deve estar limitada a 30% e 10% da energiade mantença, respectivamente. A energia diária de mantença parahomens e mulheres acima de 50 anos de idade (segmento queapresenta a menor exigência) é de 2.300 e 1.900 Kcal/dia. Por-tanto, os limites seriam de 690 e 570 Kcal/dia provenientes degordura total e de 230 e 190 Kcal/dia de gordura saturada, parahomens e mulheres, respectivamente. Na Tabela 1 são apresenta-dos os percentuais de energia em Kcal (em relação ao máximorecomendado pela OMS) gerada pela ingestão diária de gorduratotal contida em 100 g de contrafilé, de animais nelores, após aremoção da gordura de cobertura e de animais europeus com 0ou 6 mm de gordura. Pode-se observar que a ingestão diária de100 g de contrafilé de nelore representa de 5,1% (35,1 de 690Kcal) a 6,2% (35,1 de 570 Kcal) da energia máxima recomenda-da pela OMS.

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TABELA 1. Percentual de calorias, para homens e mulheres acima de

50 anos de idade, provenientes da ingestão diária de gordu-

ra total contida em 100 g de contrafilé cozido ou grelhado,

em relação ao limite máximo estabelecido pela OMS.

% de caloriasGrupo genético

Gordura

total (g)

Energia

(Kcal) homens mulh

Nelore (0 mm) 3,9 35,1 5,1 6,

Europeu (0 mm) 8,4 72,0 10,4 12

Europeu (6 mm) 9,4 84,6 12,3 14

Com relação à carne de animais de raças européias, essepercentual é praticamente o dobro, devido a presença de maiormarmoreio, porém ainda muito abaixo do máximo recomendado.Com relação à gordura saturada, resultados semelhantes podemser observados na Tabela 2. A ingestão diária de gordura saturadacontida em 100 g de contrafilé de nelore, com 0 mm de gordurade cobertura, representa de 7,4% (17,1 de 230 Kcal) a 9,0%(17,1 de 190 Kcal) da energia diária. Para animais de origem euro-péia, esses valores praticamente dobram (12,5% e 14,1% para 0e 6 mm de gordura de cobertura), mas ainda se encontram muitoabaixo dos limites máximos recomendados pela OMS. No entan-to, é importante lembrar que diversos outros componentes da di-eta também possuem, na sua constituição, gordura total e saturada.Logo, a composição energética destes deve ser observada comcuidado, para que os limites recomendados não sejam extrapoladose possam resultar em riscos à saúde.

TABELA 2. Percentual de calorias, para homens e mulheres acima de

50 anos de idade, provenientes da ingestão diária de gordu-

ra saturada contida em 100 g de contrafilé cozido ou gre-

lhado, em relação ao limite estabelecido pela OMS.

% de caloriaGrupo genético

Gordura

total (g)

Energia

(Kcal) homens mulh

Nelore (0 mm) 1,9 17,1 7,4 9

Europeu (0 mm) 3,2 28,8 12,5 15

Europeu (6 mm) 3,6 32,4 14,1 17

18

19

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5 COMPARAÇÃO DA CARNE BOVINA COM OUTRAS CARNES

5.1 AvesOs teores de gordura, total e saturada, contidos no contrafilé

grelhado de animais nelores, após a remoção da gordura de co-bertura e em alguns cortes de frango podem ser vistos na Fig.4A. Os valores encontrados, para a gordura total e saturada, nocontrafilé grelhado de animais da raça Nelore (3,9 e 1,9 g/100 g)são similares aos observados na carne branca de frango sem pele(3,6 e 1,0 g/100 g), porém inferiores ao observado na coxa defrango com pele (15,8 e 4,1 g/100 g) e frango inteiro (17,4 e 4,6g/100 g). No entanto, o coração de galinha, apesar de apresentarteor elevado de gordura total (7,92 g/100 g), possui menor teorde gordura saturada (2,26 g/100 g) que a coxa com pele e ofrango inteiro. Com relação ao colesterol (Fig. 4B), observa-setambém que o contrafilé grelhado de nelore apresenta menor teor(67 mg/100 g) que o relatado para a carne branca do frango sempele, coxa com pele e frango inteiro (média de 86 mg/100 g). Ocoração de frango, no entanto, contém altos níveis de colesterol(242 mg/100 g). Logo, pode-se afirmar que, com relação aos teo-res de gordura e colesterol, a carne bovina é tão saudável quantoa carne branca de frango sem pele. No entanto, os demais cortesde frango possuem teores mais elevados desses componentes.

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02468

101214161820

Contrafilénelore

Carnebranca

sem pele

Coxacom pele

Frangocom pele

Coraçãogalinha

Gordura total

Gordura saturada

67

85

86

87

242

0 50 100 150 200 250 300

Contrafilé nelore

Frango carnebranca sem pele

Frangocoxa com pele

Frango inteirocom pele

Coração galinha

4A

4B

FIG. 4. Concentração de gordura, total e saturada (g/100 g), no contrafilé

grelhado com 0 mm de gordura (nelore) e, em alguns cortes de

frango (4A). Concentração de colesterol (mg/100 g), no mesmo

corte bovino, comparado a alguns cortes de frango (4B).

Fonte: Bragagnolo (1992) e USDA (1999).

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5.2 SuínosNa Fig. 5A são apresentados os teores de gordura, total e

saturada, no contrafilé grelhado de animais da raça Nelore (0 mmde gordura) e em alguns cortes de suínos cozidos ou grelhados.Pode-se observar que o lombo suíno apresenta valores similares(4,8 e 1,7 g/100 g) ao contrafilé bovino (3,9 e 1,9 g/100 g) paragordura total e saturada, respectivamente. No entanto, os teoresdestas são mais elevados no pernil (9,4 e 3,3 g/100 g), bisteca(9,4 e 3,7 g/100 g) e no bacon (49,2 e 17,4g/100 g) quandocomparados ao contrafilé bovino. Com relação ao colesterol (Fig.5B), observa-se que o lombo suíno (69 mg/100 g) e a bisteca (71mg/100 g) apresentam concentrações bem próximas da encon-trada no contrafilé bovino (67 mg/100 g), e inferiores à observa-da no pernil suíno e no bacon (94 e 85 mg/100 g, respectivamen-te). Esses resultados demonstram que, com relação aos teores degordura e colesterol, o contrafilé bovino e o lombo de suínos sãosemelhantes.

5.3 OvinosOs teores de gordura, total e saturada (g/100 g), contidos

no contrafilé grelhado de animais da raça Nelore (0 mm de gordu-ra de cobertura) e em alguns cortes de carne ovina, cozida ougrelhada, são apresentados na Fig. 6A. O lombo, a costela e opernil de cordeiro apresentam concentrações mais elevadas degordura total e saturada (9,7 e 3,4; 12,9 e 4,6; e 7,7 e 2,7 g/100g, respectivamente) que a contida no contrafilé bovino (3,9 e 1,9g/100 g). Resultados similares também são observados com rela-ção aos teores de colesterol (Fig. 6B). Os três cortes de cordeirocontêm concentrações mais elevadas (95, 91 e 89 mg/100 gpara o lombo, costela e pernil, respectivamente) que a observadano contrafilé bovino (67 mg/100 g). Em resumo, o contrafilé gre-lhado de nelore comparado aos cortes de cordeiro, é o que apre-senta os menores teores de gordura e colesterol.

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0

10

20

30

40

50

Contrafilénelore

Lombosuíno

Pernilsuíno

Bistecasuína

Bacon

Gordura totalGordura saturada

8571

94

6967

0

20

40

60

80

100

Contrafilénelore

Lombosuíno

Pernilsuíno

Bistecasuína

Bacon

5A

FIG. 5. Concentração de gordura, total e saturada (g/100 g), no contrafilé

grelhado com 0 mm de gordura (Nelore) e, em alguns cortes de

suíno (5A). Concentração de colesterol (mg/100 g) no contrafilé

grelhado comparado a alguns cortes de carne suína cozida ou

grelhada (5B).

Fonte: Bragagnolo & Rodriguez-Amaya (1995) e USDA (1999).

5B

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0

2

4

6

8

10

12

14

Contrafilénelore

Lombocordeiro

Costelacordeiro

Pernilcordeiro

Gordura total

Gordura saturada

67

95 91 89

0

20

40

60

80

100

Contrafilénelore

Lombocordeiro

Costelacordeiro

Pernilcordeiro

6A

6B

FIG. 6. Teores de gordura, total e saturada (g/100 g), no contrafilé gre-

lhado de animais nelores (0 mm de gordura de cobertura) e em

alguns cortes de carne de cordeiro, cozida ou grelhada (6A).

Teores de colesterol (mg/100 g) no contrafilé bovino e em al-

guns cortes de cordeiro, cozido ou grelhado (6B).

Fonte: Bragagnolo & Rodriguez-Amaya (1995, 1977) e USDA

(1999).

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5.4 Peixes e crustáceosOs teores de gordura, total e saturada, contidos no contrafilé

grelhado de animais da raça Nelore, após a remoção da gordurade cobertura e em algumas espécies de peixes e crustáceos sãoapresentados na Fig. 7A. O teor de gordura total no contrafilé(3,9 g/100 g) é semelhante ao encontrado no salmão (4,4 g/100g) e na truta (4,6 g/100 g), porém inferior ao observado na carpa(7,2 g/100 g), no bagre (13,3 g/100 g) e em crustáceos (12,3 g/100 g). Dentre os peixes, o bacalhau é o que apresenta o menorteor de gordura total (0,86 g/100 g). Com relação à gordurasaturada, observa-se que a carne bovina apresenta valores seme-lhantes aos peixes e crustáceos (média de 2 g/100 g). Os teoresde colesterol na carne bovina e de peixes e crustáceos estão naFig. 7B. O contrafilé bovino apresenta teor de colesterol seme-lhante (67 mg/100 g) ao encontrado no bacalhau (55 g/100 g) eno salmão (67 mg/100 g), e inferior ao contido na truta (106 g/100 g), na carpa (84 g/100 g), no bagre (81 g/100 g) e em crus-táceos (177 g/100 g). Portanto, com relação aos componentesanalisados, a carne bovina apresenta concentrações similares aalgumas espécies de peixe e inferior ao relatado para crustáceose outros peixes.

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0 2 4 6 8 10 12 14

Contrafilé nelore

Bacalhau cozido

Salmão cozido

Truta cozida

Carpa cozida

Bagre frito

Crustáceos fritos

Gordura total

Gordura saturada

67

55

67

84

81

106

177

0 50 100 150 200

Contrafilé nelore

Bacalhau cozido

Salmão cozido

Truta cozida

Carpa cozida

Bagre frito

Crustáceos fritos

7A

7B

FIG. 7. Concentração de gordura, total e saturada (g/100 g), no contrafilé

grelhado de nelore (0 mm de gordura) e, em algumas espécies

de peixes e crustáceos (7A). Concentração de colesterol (mg/

100 g) no contrafilé bovino, em crustáceos e em algumas espé-

cies de peixes fritos ou cozidos (7B).

Fonte: Bragagnolo & Rodriguez-Amaya (1995, 1977) e USDA

(1999).

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6 COMPARAÇÃO DA CARNE BOVINA COM OUTROS PRODU-TOS DE ORIGEM ANIMAL OU VEGETAL

Na Fig. 8A são apresentados os níveis de gordura, total esaturada (g/100 g), contidos no contrafilé grelhado de animais daraça Nelore (0 mm de gordura de cobertura) e em outros produtosde origem animal ou vegetal (óleos de oliva e soja, muzzarela, ovocozido, manteiga e leite integral). Os teores de gordura, total esaturada, presentes na carne bovina (3,9 e 1,9 g/100 g) são se-melhantes aos observados no leite integral (3,7 e 2,3 g/100 g),porém bem inferiores aos encontrados na manteiga (81,1 e 50,5g/100 g), no ovo cozido (15,0 e 4,2 g/100 g), na muzzarela (21,6e 13,2 g/100 g), no óleo de soja (100,0 e 14,4 g/100 g) e no óleode oliva (100,0 e 13,5 g/100 g). Os teores de colesterol para osmesmos produtos pode ser observados na Fig. 8B. Os teores decolesterol no leite com 3,7% de gordura (14 mg/100 g) e nosóleos de soja e oliva (0 mg/100 g) são menores ou ausentes,quando comparados à carne bovina (67 mg/100 g). A muzzarela(78 mg/100 g) apresenta teor próximo ao encontrado na carnebovina. No entanto, teores de colesterol mais elevados podem serobservados na manteiga (219 mg/100 g) e no ovo cozido (459mg/100 g). Os óleos de soja e oliva, apesar de possuírem eleva-dos teores de gordura, total e saturada, também possuem altosteores de ácidos graxos poliinsaturados que são benéficos à saú-de humana, por reduzirem as concentrações do “mau colesterol”(LDL) no sangue. Portanto, comparada à manteiga e ao ovo cozi-do, a carne bovina é a que apresenta menores teores de gordura,total e saturada, bem como de colesterol.

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0 20 40 60 80 100 120

Contrafilénelore

Leite

Manteiga

Ovo cozido

Muzzarela

Óleo de soja

Óleo de oliva

Gordura total

Gordura saturada

0 100 200 300 400 500

Contrafilénelore

Leite

Manteiga

Ovo cozido

Muzzarela

Óleo de soja

Óleo de oliva

8A

8B

FIG. 8. Concentração de gordura, total e saturada (g/100 g), no contrafilé

grelhado de nelore (0 mm de gordura) comparado a alguns pro-

dutos de origem animal ou vegetal (8A) e, teores de colesterol

(mg/100 g) nos mesmos produtos (8B).

Fonte: Bragagnolo & Rodriguez-Amaya (1995, 1977) e USDA

(1999).

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

� Para a manutenção da saúde, a dieta deve ser composta demacronutrientes (carboidrato, gordura e proteína),micronutrientes (vitaminas e minerais), e de substâncias nãonutritivas como as fibras. Entre os nutrientes, tem-se os com-ponentes “essenciais”, os quais não são produzidos pelo or-ganismo e devem portanto estar presentes na dieta, como osaminoácidos essenciais (constituintes das proteínas), ácidosgraxos essenciais, vitaminas e minerais.

� Além do aspecto nutricional, há necessidade de ingestão decalorias para a produção de energia necessária à manutençãodo corpo e do nível de atividade diária. Os macronutrientes(carboidrato, gordura e proteína) são os principais componen-tes da dieta responsáveis pela produção de energia.

� Não existe alimento que contenha todos os nutrientes emquantidade e qualidade necessárias à manutenção da saúde eda atividade diária. Por este motivo, os nutricionistas reco-mendam que a dieta seja composta de alimentos pertencen-tes a vários grupos (carnes, leite e derivados, frutas, vegetaise cereais).

� A gordura de origem animal ou vegetal é um componente es-sencial da dieta humana. Ela é uma das principais fontes deenergia e de ácidos graxos essenciais (aqueles que, apesar denão serem produzidos pelo organismo humano, são de vitalimportância para a manutenção da saúde). Ela desempenhafunções importantes no transporte e absorção, pelo intestino,das vitaminas lipossolúveis A, D, E e K, além de conferir saborao alimento.

� O consumo excessivo de gorduras, tanto de origem vegetalcomo animal, é um fator importante no desenvolvimento dasdoenças crônicas degenerativas.

� A carne bovina magra, similar à carne branca de aves (sempele) e ao lombo suíno, são fontes importantes de proteína edevem fazer parte de uma dieta balanceada com frutas, vege-tais e cereais para uma alimentação saudável. Convém salien-

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tar que a carne bovina é considerada um alimento de altovalor nutricional, pois além de ser uma excelente fonte deproteína, ela contém vários nutrientes essenciais. Ela é ricanas vitaminas do complexo B (B1, B2, B6 e B12), niacina eácido pantotênico. Possui também altos teores dos mineraisK, P, Mg, Fe e Zn, além de nove aminoácidos essenciais ealtas concentrações de ácido linoléico conjugado (CLA).

� O CLA, denominado por alguns como ácido bovínico, estáassociado a vários efeitos benéficos à saúde. Entretanto, oseu efeito mais importante parece estar relacionado à preven-ção e combate ao câncer. Além de proteger o organismo, eleataca também as células cancerígenas já existentes.

� O ferro é um mineral essencial para diversas funções do orga-nismo. Além de dar suporte ao sistema imunológico, ele formaparte da hemoglobina dos glóbulos vermelhos, responsávelpelo transporte de oxigênio no corpo. Este oxigênio é usadopara liberar energia do alimento, energia esta utilizada paracrescimento, respiração, movimento e demais funções do or-ganismo. A carne bovina é uma excelente fonte de ferro, poisele é encontrado na forma heme, forma esta mais facilmenteabsorvida pelo organismo. Além de absorção mais fácil, o fer-ro na forma heme facilita também a absorção do ferro na for-ma não-heme, encontrada nos vegetais.

� Finalmente, convém salientar a importância do zinco. Estemineral desempenha funções importantes no sistemaimunológico. A carne bovina, comparada às demais carnes e aoutros produtos de origem animal ou vegetal, com exceçãodas ostras que possuem altos níveis de zinco, tem as maioresconcentrações deste mineral.

� A dieta não pode ser considerado como o único fatordeterminante de distúrbios orgânicos e metabólicos. Se assimfosse, os demais produtos constantes da dieta, como carnede aves, suínos, ovinos, leite e derivados, chocolate etc. tam-bém estariam causando o mesmo efeito da carne bovina.

� Não se deve, contudo, esquecer os fatores de risco controlá-veis (inatividade física, estresse, fumo, pressão alta, diabete,

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entre outros) e não-controláveis (histórico familiar e idade). Omais crítico para a saúde humana não é o efeito isolado decada fator, mas sim a associação de um ou mais desses fato-res

� Portanto, para uma alimentação saudável, deve-se escolherprodutos com baixos teores de gordura, principalmente degordura saturada. A carne bovina magra atende perfeitamentea esses requisitos.

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