ética cristã - teologia do obreiro

170
Ética Cristã Teologia do Obreiro

Upload: marcelo-rose-rodrigues

Post on 20-Jul-2015

1.120 views

Category:

Spiritual


32 download

TRANSCRIPT

Ética Cristã

Teologia do Obreiro

LIÇÃO 1

ÉTICA CRISTÃ

IntroduçãoA palavra ética vem do grego “ethos”, que significa

“costume”, “disposição”, “hábito”. No latim, vem de mos

(mores), com o sentido de vontade, costume, uso, regra.

Ética é parte da filosofia que estuda os deveres do homem

para com Deus e a sociedade. Portanto, pode ser definida

como o estudo crítico da moralidade, que por sua vez,

determina os padrões do “certo” e do “errado”, os quais

guiam e dirigem a conduta humana. Na prática, ética é aquilo

que você pensa e faz. Concluímos que ética é um somatório

de princípios que capacitam o homem a fazer uma escolha e

também a transformá-la numa ação vital.

Neste caso, uma escolha ouatitude pode ser boa ou má, benéficaou prejudicial; pois a escolha ouatitude é sempre determinada pelosprincípios que influenciam o indivíduo.Portanto, ética, é na prática oprocedimento que um indivíduoconsidera ideal e reto. Portanto, se faznecessário esclarecer a diferença quehá entre a ética cristã em relação àética como ciência secular.

ÉTICA COMO CIÊNCIA SECULAR.Como já foi abordado na introdução, ética é

parte da filosofia que estuda os deveres do homem

para com Deus e a sociedade. E o que é filosofia?

Segundo o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa,

de autoria de Francisco da Silveira Bueno, editado

pelo MEC; filosofia é a ciência geral dos princípios e

causas, ou sistema de noções gerais sobre o

conjunto das coisas; esforço para generalizar,

aprofundar, refletir e explicar. Segundo o Dicionário

Teológico, de autoria de Claudionor Corrêa de

Andrade, editado pela CPAD; filosofia, (vem do gr.

“filis”, amor, amizade + “sofia”, sabedoria)

O objetivo primordial da filosofia é, com base na

razão, discutir os problemas da vida. Neste labor,

lança mão única e exclusivamente da luz natural

que o ser humano adquire da consciência, das

forças da natureza e dos confrontos entre as

diversas visões do mundo. A filosofia, em si, não

representa nenhuma afronta a Deus. É apenas um

dos meios deixados pelo Criador para que o

homem o reconheça como o Senhor e Sustentador

de todas as coisas. As ferramentas oferecidas

pela filosofia, como a lógica, por exemplo, servem-

nos para estudar melhor os mistérios divinos. Haja

vista a teologia sistemática e a homilética.

Ambas as disciplinas são divididas e

agrupadas segundo os rigores que nos

ensinaram filósofos como Aristóteles. Neste

particular, não passa a filosofia de uma serva

da Teologia. Esta é a rainha das ciências, pois o

seu objeto não é a luz natural, mas aquela luz

pleníssima que, nascida em Deus, já enche o

mundo todo. No entanto, se a filosofia se presta

a desacreditar o conhecimento divino, deve ser

tida como deletéria e prejudicial. Aliás, não

resiste ao saber do Ser Supremo. O que dizer do

confronto havido no Areópago?

O apóstolo Paulo provou aos filósofos

epicureus e estóicos que a revelação divina

acha-se acima de todos os postulados

humanos, At 17.15-34. Todos os campos de

pensamento e de atividades têm suas

respectivas filosofias. Há uma filosofia da

biologia, da educação, da religião, da

sociologia, da medicina, da história, da ciência,

etc. Sócrates, Platão e Aristóteles,

sistematizaram a filosofia em seis sistemas

tradicionais: Política, Lógica, Gnosiologia,

Estética, Metafísica e Ética;

observe a definição de cada um desses

sistemas:

Política – Este vocábulo vem do grego “polis”

que significa “cidade”. A política procura

determinar a conduta ideal do Estado, pelo

que seria uma ética social. Trata-se do

estudo do governo ideal.

Lógica – É um sistema que aborda os princípios

do raciocínio, suas capacidades, seus erros

e suas maneiras exatas de expressão. Trata-

se de uma ciência normativa, que investiga

os princípios do raciocínio válido e das

inferências corretas quer seja partindo da

lógica dedutiva quer seja da indutiva.

Gnosiologia – É a disciplina que estuda o

conhecimento em sua natureza, origem,

limites, possibilidades, métodos, objetos e

objetivos.

Estética – É empregada para designar a filosofia

das belas-artes: A música, e escultura e a

pintura. Esse sistema procura definir qual seja

o propósito ou o ideal orientador das artes,

apresentando descrições da atividade que

apontam para certos alvos.

O cristianismo pode ser destituído do seu

verdadeiro significado se lhe for dado

tratamento estético. A beleza de Cristo não está

em sua estética, mas em sua natureza e caráter,

pois a Bíblia afirma que ele não tinha aparência

nem formosura, olhando nós para ele, nenhuma

beleza víamos para que o desejássemos, Is 53.2.

Metafísica – Refere-se a considerações e

especulações concernentes a entidades,

agências e causas não materiais. Aborda

assuntos como Deus, a alma, o livre arbítrio, o

destino, a liberdade, a imortalidade, o problema

do mal, etc.

Ética – É a investigação no campo da conduta

ideal, bem como sobre as regras e teorias que a

governam. O homem distanciado de Deus,

dominado pela incredulidade e pelo pecado,

muitas das vezes, estuda, entende, e até se

propõe a observar a ética, porém, não consegue

pelo fato de ser um escravo do seu próprio

egoísmo, dos seus vícios e pecados.

VISÃO GERAL DA ÉTICA SECULAR

Há vários princípios humanistas e

seculares, que servem de base para diversos

tipos de ética, os quais contradizem os

princípios da ética cristã, analisemos alguns

deles:

Ética Antinômica – Antinomismo é uma doutrina

filosófica que dispensa a consideração das leis

morais, essa doutrina prega que tudo depende

das pessoas, e das circunstâncias. O filósofo

incrédulo e existencialista Jean Paul Sartre, um

dos seus promotores, afirma que o homem é

plenamente livre, nos seus escritos, declara:

“Eu sou minha liberdade; eu sou minha

própria lei”.

Ética da Tradição – Muitas pessoas tomam

quase todas as suas decisões, levando em

consideração a tradição, ou seja, os

aderentes dessa ética, simplesmente

concordam com algum hábito que se tornou

tradicional na sua família ou na sociedade.

Tais pessoas nunca perguntam: “Esta ação é

boa ou má?” Ou “esta decisão está certa ou

errada ?”

Mas ao invés de questionarem

inteligentemente sobre as suas decisões, eles

afirmam: “É isto o que todos fizeram e fazem, e

naturalmente, é o que também devo fazer”.

Ética do Generalismo - Essa doutrina filosófica

ensina que deve haver normas gerais de

conduta, mas não universais. Por conseguinte,

a conduta de alguém para ser chamada de

certa ou errada depende de seus resultados. É o

que ensinava o incrédulo político e filósofo

italiano, Nicolau Maquiavel:

“ Os fins justificam os meios”.

Ética Hedonista – Esse conceito ético ensina

que o valor duma ação é medida pela

quantidade de prazer que ela assegura, desta

forma, o bem é identificado com aquilo que

dá prazer, e o mal com aquilo que causa dor,

ou seja, o certo para os hendonistas é aquilo

que dá prazer, e o errado, aquilo que causa

dor. Se as ações de um crente são

impulsionadas pelo prazer que elas possam

lhe proporcionar, quer seja aqui na terra ou

no céu, ele é um hendonista em potencial.

Conta-se que foi em decorrência desse

conceito errôneo, que certo servo de Deus, fez a

seguinte oração:

“Jesus, se te sigo porque tenho medo do

inferno, queima-me nas labaredas do inferno.

Se te sigo porque quero entrar no céu, não me

permitas entrar no céu. Agora, se te sigo porque

te amo, não me impeças entrar na glória e lá

contemplar para sempre a tua eterna beleza”.

Ética Relativista – Esse conceito ético prega

que o homem é a medida de todas as coisas.

Segundo os adeptos da ética Relativista, uma

opinião é tão boa quanto à outra, portanto,

cada pessoa deve estabelecer os seus

próprios conceitos éticos. Muitas pessoas,

mesmo indiferentes a esse tipo de ética,

afirmam:

“Todas as religiões são boas, desde que

exercidas com sinceridade” ou “Todas as

religiões são boas porque todas conduzem

os homens a Deus”.

Ética Naturalista – Esse conceito filosófico

prega que o homem é produto da Natureza, isto

é, que o homem é produto dum processo

evolutivo. Esse conceito ético deu origem a

absurda teoria da evolução das espécies.

Embora essa teoria esteja em voga em nossos

dias, ela nunca passou de uma teoria. Por ser

um conceito naturalista, os seus aderentes

ensinam que não se deve interferir na

natureza, encorajando a sobrevivência dos

inabilitados que ela quer eliminar. Esse

conceito deu origem a eutanásia.

Ética da Situação – Doutrina filosófica que

sustenta não haver bens absolutos, ensina

que as ações humanas devem ser julgadas por

um único prisma: O amor. Desta forma, por

exemplo, como entendia Joseph Fletcher, até

mesmo o homicídio pode ser justificado se o

que o motivou foi o amor.

Ética, perspectiva consequencialista – Doutrina

que, no julgamento de determinada ação, leva

em conta apenas as conseqüências por elas

geradas. Até os meios ilegais e imorais são

justificados se o resultado final mostrar-se,

segundo esta ótica, vantajoso.

A ÉTICA CRISTÃ

Ética Cristã é o conjunto de princípios

baseados nas Escrituras Sagradas,

principalmente nos ensinos de Cristo e de seus

apóstolos, cujo objetivo é orientar a conduta do

cristão. É a adequação da ética bíblica à vida da

Igreja e ao relacionamento desta com a

sociedade secular.Dicionário Teológico

A fundamental diferença entre a ética cristã e a

ética, como simples estudo crítico da

moralidade, consiste no fato das Escrituras

Sagradas constituir-se como a regra de fé e

prática do verdadeiro cristão. A ética cristã é

regida pela superioridade dos ensinos

proferidos por Cristo, o Filósofo dos filósofos.

Porquanto, ética cristã, é o que o genuíno

cristão é, pensa e faz; subentende-se, portanto,

que a conduta do verdadeiro crente evidencia a

Ética cristã. Hoje se manifesta um verdadeiro

caos no campo da moral. Não é necessário ser

filósofo e nem sociólogo para saber que uma

sociedade sem ética torna-se insuportável. A

imoralidade sexual é responsável por

casamentos defeituosos, filhos abandonados e

desastres emocionais terríveis. Hoje a nossa

sociedade sofre com violência, drogas e

desonestidade, mas todo esse mal não surgiu de

uma hora para a outra. Nós construímos todo

esse império do mal ao longo do tempo. O mal

surge e prolifera quando os crentes se tornam

quais formas sem conteúdo; quando a igreja em

detrimento da evangelização se envolve com

coisas insignificantes, por exemplo: Discutir se

deve ou não bater palmas enquanto se canta um

corinho; ou se as mulheres devem ou não tirar as

pontas do cabelo ou raspar as pernas.

É necessário resgatar a Ética Cristã, porque

somente há esperança de uma futura mudança

na nação, se os cristãos conservarem-se

dentro da Ética bíblica, mantendo-se fora do

esquema do mal, formando e criando famílias

saudáveis a fim de influenciar a sociedade. O

estudo da ética repousa sobre a crença de que

o homem é um ser livre e responsável. O

homem é um ser livre para tomar a decisão que

bem desejar; escolher a profissão, a pessoa

com quem vai casar, os amigos, tipos de vida,

etc. Porém, ética

pressupõe não apenas liberdade, mas também

responsabilidade, porque liberdade sem

responsabilidade é libertinagem, que

infelizmente tornou-se a principal

característica da sociedade hodierna. A Ética

cristã responsabiliza o crente no que diz

respeito ao relacionamento com o seu irmão. A

Bíblia diz que somos membros uns dos outros,

Ef 4.25; assim sendo, existe entre os membros

da igreja uma interdependência; portanto, as

decisões de um afeta o outro.

Se uma determinada decisão, que na sua

concepção, nenhum mal lhe trará, tal decisão

não deve ser tomada, se fere a consciência do

seu irmão mais fraco, por quem também Cristo

morreu, I Co 8.11; o ensino do apóstolo Paulo é

que quando alguém fere a fraca consciência do

irmão, está pecando contra o próprio Cristo, I

Co 8.12. A Bíblia diz:

“A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante

de Deus. Bem-aventurado aquele que não se

condena a si mesmo naquilo que aprova”

Romanos 14.22.

Significa que nenhum homem é livre

meramente porque exibe a sua liberdade

diante dos seus semelhantes. Mas é realmente

livre quando a sua consciência não o condena

em face daquilo que pratica. Se porventura o

crente é um homem verdadeiramente

espiritual, a sua consciência certamente o

julgará, se vier a usar a sua liberdade a fim de

ofender a um dos seus irmãos na fé. “Tens tu fé?

Tem-na em ti mesmo diante de Deus...” É

importante salientar que, a liberdade

desfrutada para nós mesmos, perante Deus,

jamais ofenderá ao Senhor; e isso torna o

homem livre, em sua consciência e em suas

ações. Mas se ele exibir a sua liberdade cristã

diante dos outros é que começam as

dificuldades. Não podemos aprovar uma

conduta, que de alguma forma, condene a nós

mesmos, mas devemos ter uma conduta que

dignifique o nome de Cristo e que seja

vantajosa para toda comunidade cristã, e não

somente para nós mesmos. E prossegue o

apóstolo:

“Mas aquele que tem dúvidas se come está

condenado, porque não come por fé; e tudo o

que não é de fé é pecado” Romanos 14.23.

Se o crente pensa realmente que algo é errôneo

e prejudicial à sua consciência, ainda que seja

algo insignificante, se vier a praticá-lo, será

julgado e condenado por sua própria

consciência e também por Deus, I Jo 3.20.

Naturalmente, a condenação não sobrevirá por

causa daquilo que fez, mas por causa do

espírito com que a praticou. Porque se o crente

não respeita sequer a lei da sua própria

consciência, que lei respeitará esse crente?

Portanto, quem rompe com a sua própria

consciência, está agindo de forma contrária à

fé que é a certeza da orientação outorgada pelo

Espírito Santo de Deus. Dessa forma, tal crente

debilitou o seu senso moral, ainda que esse

senso moral contenha pontos exagerados. Após

descrever sobre os pecados, rebeldia e

murmuração dos israelitas no deserto, e

também sobre as conseqüências dos mesmos

conforme I Co 10.1-12, o apóstolo, disse:

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas

as coisas convém; todas as coisas me são

lícitas, mas nem todas as coisas edificam”

I Coríntios 10.23.

Uma conduta cristã correta por certo é

benéfica tanto para o crente que a pratica,

como também para o seu irmão; os crentes têm

liberdade para praticar as coisas que lhes são

lícitas, isto é, coisas permitidas por lei, porém

nem todas as coisas lhes convém pelo fato de

não promover edificação; não significa que ao

praticar tais coisas os crentes estejam

pecando contra Deus, mas estão errando

quanto à ordem de prioridade em suas vidas. O

crente nas suas decisões deve dar prioridade

as coisas que edificam, portanto não deve ter

uma conduta complexa, duvidosa, etc. Existem

coisas mais importantes do que o mero

exercício da liberdade cristã; na ótica

apostólica, há outras coisas que ocupam uma

posição suprema na vida cristã, por exemplo: A

edificação de outros crentes, o exercício da lei

do amor, a preocupação e a consideração pelos

irmãos mais fraco na fé.

Todos esses são princípios básicos de muito

maior valor do que o simples exercício da

liberdade cristã. O pássaro serve-se de raízes

para construir o seu ninho, mas ele não se

utiliza qualquer raiz, antes, seleciona as raízes

com as quais pode edificar o seu ninho; da

mesma forma, só fixaremos o nosso ninho na

grandeza de Deus, se primarmos pelas coisas

que edificam.

“Como o passarinho escondido

constrói sobre o terreno aguoso, vou

construir um ninho sobre a grandeza de

Deus; voarei na grandeza de Deus como o

passarinho voa na liberdade que enche

todo o espaço entre o pântano e os céus;

como por muitas raízes o passarinho fixa

seu ninho no solo, vou corajosamente fixar

as minhas raízes na grandeza de Deus”.

Sidney Lanier

Visto que as éticas humanas analisadas

neste estudo não passam pelo crivo da Palavra

de Deus, devemos ter uma conduta que

evidencie a Ética Cristã, de maneira que

possamos influenciar os nossos

contemporâneos, os quais agem com uma

conduta fundamentada em doutrinas de

homens falhos e destituídos dos princípios

bíblicos. Convém a cada crente agir

impulsionado pela supremacia do amor cristão,

a fim de que a comunidade cristã por inteiro,

possa ensejar o ideal de vida de que tanto

necessita a sociedade hodierna. Finalmente,

convém que cada cristão atente para o ensino

Paulino, que diz:

“Portai-vos de modo que não deis escândalo

nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja

de Deus” I Coríntios 10.32.

Conforme o ensino de Jesus, o crente é a

luz do mundo e o sal da terra, porquanto, urge

que os crentes sejam constituam verdadeiros

padrões de ética para o mundo, vivendo em

santificação.

LIÇÃO 2

A ÉTICA CRISTÃ

(PARTE 2)

Introdução

Na primeira lição definimos “ética” como o

“estudo crítico da moralidade”, analisamos os

diferentes segmentos da sociedade hodierna.

Porém, ao abordarmos a “ética cristã” vemo-nos

na obrigação de particularizá-la, em razão desta

se distinguir daquelas quanto os seus motivos,

meios e fins. No contexto cristão, ética cristã é

um somatório de princípios que formam e dão

sentido à vida cristã normal. É a marca registrada

de cada crente. É o que cada crente é, pensa e faz.

A seguir faremos algumas abordagens ética

sobre vários temas pertinentes à vida cristã:

UMA ABORDAGEM ÉTICA DA

LIMITAÇÃO DE FILHOS.

“O Cristão e o Planejamento Familiar”

Há países, que a legislação não permite que

o casal tenha mais de um filho. Para inibir o

crescimento do povo de Israel no Egito, Faraó

decretou um rigoroso e desumano controle

de natalidade para que não nascessem filhos

homens, Ex 1.15,16, porém, o Senhor Deus

invalidou o decreto real. A Bíblia não

determina quantos filhos cada

casal deve ter, porém ela diz que os filhos são

herança do Senhor e o fruto do ventre, o seu

galardão, Sl 127.3. Portanto, cada casal deve pôr

essa questão sob a orientação divina; o casal

deve orar antes, durante e após a geração dos

seus filhos. O casal cristão, antes de gerar os

seus filhos deve levar em consideração os

seguintes fatores:

A vontade de Deus.

Saúde física.

Alimentação.

Educação espiritual e secular.

Estrutura social.

Espaçamento entre as gestações, etc.

“Toda casa edificada sobre um alicerce fraco está

destinada ao desmoronamento”

Assim como os pássaros preparam um

aconchegante ninho para ter os seus filhotes,

da mesma forma, o casal deve primeiro se

estruturar para depois ter os seus filhos, a fim

de não chorar amanhã, ao vê-los subnutridos,

mal educados e mal cuidados, isto seria falta

de amor e um péssimo testemunho cristão.

Ter filhos, um após o outro, seguidamente, sem

levar em conta as implicações para a família,

pode significar falta de amor, e também

carnalidade desenfreada, aliada à ignorância, a

Bíblia diz que tudo tem o seu tempo

determinado, Ec 3.1. A falta de estrutura familiar

contribui para que haja filhos com deficiências

orgânicas, doenças adquiridas por falta de uma

alimentação eficiente, e filhos mal educados

que poderão trazer escândalo para o Evangelho,

vergonha para a família, e problemas para a

sociedade. A Bíblia é enfática ao dizer:

“Mas se alguém não tem cuidado dos seus, e

principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do

que o infiel” I Timóteo 5.8

A Limitação de Filhos

Se para ter filhos o casal dever orar, para

não tê-los, deve orar muito mais ainda, até

porque, quando se evita filhos por vaidade, isto é,

para não perder a elegância feminina, ou porque

o casal não quer ter muito trabalho, ou ainda

porque, a vida está difícil, o casal está agindo

divorciado da fé, a Bíblia o condena dizendo que

tudo o que é sem fé é pecado, Rm 14.23.

Portanto, os filhos não devem ser evitados por

razões egoístas e utilitaristas , porque em tudo

devemos agir com humildade e temor,

honrando ao nosso Deus. Porém, no caso de

doença da mãe, ou quando há risco de vida para

a mãe ou para o filho, ou quando o casal

procura manter um espaçamento entre uma

gestação e outra, ou até mesmo, quando o casal

já tem o número de filhos que deveria ter; o uso

de métodos anticoncepcionais se torna

moralmente justificável, até porque, é possível

limitar o número de filhos pelos métodos

naturais, conhecidos como tabelinha,

temperatura, e muco, que também é conhecido

como método de Billing, nos quais o casal evita

as relações sexuais no período fértil da mulher.

Para usar os métodos de diafragma e pílulas, o

casal deve procurar a orientação de um

ginecologista. Quanto à ligadura de trompas ou

vasectomia, o casal cristão depois de orar e ter

a resposta positiva do Senhor, também deve

procurar um ginecologista.

UMA ABORDAGEM ÉTICA SOBRE A PENA DE MORTE

Em virtude do significativo aumento da

violência nos últimos dias, a pena de morte

tornou-se o principal tema de discussão em

todos os seguimentos da sociedade. O assunto

é complexo, polêmico e controverso; e por

conseguinte, essa complexidade requer do

cristão um maior aprofundamento nas

Escrituras, a fim de que cada seguidor de Cristo

tenha um conceito alicerçado na Bíblia e na

Teologia. Pois, como cristãos que somos, a

nossa posição a respeito de qualquer assunto,

deve sempre estar fundamentado nas

Escrituras, já que a Bíblia é a nossa regra de fé

e prática. Portanto, ao ponderarmos sobre esse

tão importante assunto, o nosso entendimento

deve ser permeado pela seguinte verdade:

“A vida é um dom de Deus. Só a Ele,

cabe concedê-la ou suprimi-la, direta

ou indiretamente, sem que se

configure um crime”

A pena de morte passou a ser a função mais

alta no mundo pós-diluviano, pois no pacto

que Deus fez com Noé, determinou o

seguinte:

“Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue

será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua

imagem” Gênesis 9.6

Portanto, Deus pôs sobre o homem todas as

funções governamentais, como também, a

responsabilidade judicial. Naturalmente,

Deus delegou tal poder ao homem visando

deter os

desobedientes a fim de manter a ordem social.

A Pena de Morte na Lei de Moisés.

Na dispensação da lei, a pena de morte,

que até então, era restrita aos casos de

homicídios, passou a ser instituída para vários

outros crimes, como podemos observar a

seguir:

Homicídio doloso, Ex 21.12-14; Dt 19.11-13

Seqüestro, Ex 21.16, Dt 24.7.

Morte por negligência, Ex 21. 28,29.

Ferimento ou maldição de pai ou mãe, Ex

21.15-17; Lv 20.9; Dt 17.12; 21.18-21.

Idolatria, Lv 20.1-5; Dt 13; 17.2-5.

Feitiçaria, Ex 22.18.

Profecias por ciências ocultas, Dt 18.10,11,20.

Blasfêmia, Lv 24.15,16.

Profanação do sábado, Ex 31.14.

Adultério, Lv 20.10; Dt 22.22.

Estupro, Dt 22.25-27.

Fornicação, Dt 22.23-24.

Homossexualismo, Lv 20.13.

Bestialismo ou Zooerastia, Lv 20.15,16.

Casamentos incestuosos, Lv 20.11,12,14.

Falsas profecias, Dt 13.1-10

Sacrifícios a deuses estranhos, Ex 22.20.

A lei de Moisés dizia:

“Mas, se houver morte, então, dará vida por vida, olho

por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”

Êxodo 21.23,24

Nos dias de Jesus estava em vigência a Lei de

Moisés. A Bíblia diz:

“Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram

por Jesus Cristo” João 1.17

Significa portanto, que Jesus veio para

implantar uma nova aliança de Deus com o

homem; uma doutrina de amor e misericórdia,

ou seja, a dispensação da graça salvadora.

Porém, diante de uma grande multidão, o

próprio Senhor afirmou:

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-

rogar, mas cumprir” Mateus 5.17

Naturalmente ele veio cumprir no sentido

de obedecer completamente, isto é, ser o que a

lei manda, e cumprir as profecias e os

preceitos dos profetas; e também completar,

aumentar e aperfeiçoar a mensagem do Antigo

Testamento, mostrando sentidos e

experiências espirituais de maior elevação.

Portanto, Jesus não veio para abolir ou pôr de

lado a lei. Ele veio para estabelecer uma

Aliança Superior, mas, mesmo assim, não

subestimou a Antiga Aliança, muito pelo

contrário, Ele autenticou-a com a seguinte

expressão:

“Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra

passem, nem um jota ou um til se omitirá da Lei sem que tudo

seja cumprido” Mateus 5.18

O “iota”, no grego e “yod” no hebraico, é a menor

letra do alfabeto; consta que na Bíblia hebraica

há mais de 66000 dessas letras. E “til” é uma

pequena marca que distingue certas letras

hebraicas de outras. Ao dizer que não passará

da lei nem um jota ou um til, Jesus estava

dizendo que até mesmo as letras do texto

sagrado foram inspiradas por Deus. Querendo

dar uma dimensão maior aos preceitos

sagrados, Jesus se referiu à lei, a fim de revelar

a concepção divina sobre os atos dos homens,

analisemos seu ensino:

“Ouviste que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer

que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer

que sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de

juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de

raca será réu do sinédrio; e qualquer que lhe

chamar de louco será réu do fogo do inferno”

Mateus 5.21,22

Não tenho dúvidas de que Jesus deu

respaldo à pena de morte prescrita na lei de

Moisés, contudo, não creio que com essas

palavras, Jesus estivesse advogando a pena de

morte para quem irasse contra seu irmão; o que

entendo é que com essa ilustração ele estava

revelando que na concepção divina, a intenção

configura o próprio ato. Portanto, enquanto a Lei

de Moisés restringe os atos físicos,

funcionando como um preventivo contra os

delitos físicos, a graça restringe as intenções,

funcionando como um preventivo contra o ódio

e outros sentimentos que se transformam em

delitos físicos. O ensino de Jesus transcende o

mais refinado conceito humano, pois aos seus

seguidores, mandou que amassem os próprios

inimigos, Mt 5.44; e determinou também que

surpreendessem quem lhes batesse numa face,

oferecendo-lhe a outra, Lc 6.29. Significa

portanto, que no caso de alguém ser dominado

pelo ódio, chegando ao ponto de nos bater na

face, o nosso dever como cristãos, é responder

com amor, oferecendo-lhe a outra, e não levá-lo

ao tribunal, ainda que tal ato seja considerado

uma agressão física. Ora, se de fato Jesus

estivesse advogando a pena de morte para

quem irasse contra seu irmão, o correto não

seria oferecer-lhe a outra face, e sim, levá-lo ao

tribunal para ser sentenciado. Embora a

essência do ensino de Jesus fosse o amor, Ele

admitia o castigo e a pena capital aos

transgressores da lei, através das autoridades

constituídas, aos quais Deus confiou a grande

responsabilidade judicial.

“A mulher adúltera”

No episódio da mulher adúltera descrito

em Jo 8.1-11, que os fariseus flagraram no

próprio ato, e trouxeram a Jesus, acusando-a de

adultério, ele não agiu como um jurista,

entrando no mérito da questão. Sabemos que a

lei exigia a presença das testemunhas, Nm

35.30; como sabemos também que no caso de

adultério, a lei condenava não somente a

mulher, mas também ao homem, Lv 20.10.

Mas Jesus não perguntou pelas testemunhas e

nem pelo homem adúltero, porque não agia

como um jurista e sim como o Salvador

prometido. Ao profetizar sobre a natureza do

ministério do Messias, o profeta Isaías o

apresentou como o “Servo do Senhor”, dizendo

que Ele não quebraria a cana trilhada e não

apagaria o pavio que fumega, Is 42.1-3. Portanto,

no episódio da mulher adúltera, o Mestre não

entrou em choque com a lei de Moisés, e nem

com a sua doutrina misericordiosa; Ele não

desmereceu a acusação dos fariseus e nem

inocentou a mulher, mas agiu como o Salvador

poderoso; com a sabedoria divina neutralizou a

acusação dos fariseus, e mesmo não usando

argumento de defesa, salvou a mulher do

apedrejamento, aplicando a lei da graça e do seu

sublime amor; não condenou aquela que de fato

era pecadora, mas exortou-a a deixar a vida de

pecado. A lei julga e condena o pecador, mas

Cristo julga e condena o pecado; Ele não perdoa

o pecado, mas sim, o pecador. A pena de morte

tira o pecador do mundo, mas Jesus é o cordeiro

de Deus que tira o pecado do mundo, Jo 1.29.

UMA ABORDAGEM ÉTICA SOBRE A SEXUALIDADE

No dia em que Deus criou o homem e o dotou da

sexualidade, fez uma espécie de controle de

qualidade, como também fizera em todos os

demais dias da recriação, a Bíblia diz:

“E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e

foi a tarde e a manhã do dia sexto” Gênesis 1.31

Significa que o sexo saiu das mãos de

Deus puro, isto é, sem pecado, pois a Bíblia

afirma que Deus fez ao homem reto, Ec 7.29a,

porém com a entrada do pecado no mundo, o

sexo foi tremendamente deturpado.

E é bom que se diga, que o pecado não afetou

somente a sexualidade do homem, mas todas

as suas faculdades foram igualmente afetadas.

O pecado desregrou os instintos humanos;

porém, quanto aos crentes, a Bíblia diz:

“E os que são de Cristo Jesus, crucificaram a carne com as

suas paixões e concupiscências” Gálatas 5.24

O casal convertido deve entender, que

foram dotados por Deus da sexualidade para

propósitos específicos, puros e elevados; por

exemplo, a sexualidade humana condiciona ao

homem agir em parceria com Deus na criação;

privilégio este, concedido por um ato soberano

da misericórdia divina. Portanto, pelo propósito

divino da criação, o sexo deve ser visto como

algo sublime e não como algo repugnante,

nojento, impuro, etc.

A Intimidade e Interação Sexual é privativa dos

casados.

Por não observar os princípios bíblicos

que regem o comportamento humano,

inúmeras famílias brasileiras têm sido

maculadas, por permitir que os seus filhos

adolescentes, tenham relações sexuais com as

suas namoradas ou namorados, dentro de suas

próprias casas. Este fato nos deixa

estarrecidos, contudo, sabemos que todo o

mundo está no maligno, I Jo 5.19, mas o que nos

deixa entorpecidos é saber que pesquisas

indicam que 50% dos jovens evangélicos já

praticaram sexo antes do casamento. Segundo

os preceitos sagrados, o sexo nunca deve ser

praticado antes ou fora do casamento. O ensino

bíblico sempre associa a prática do sexo com

pessoas casadas, leia Gn 1.27,28; Ct 4.1-12; Ef

5.22-25.

O sexo praticado antes ou fora do

casamento é um grave pecado contra a Palavra

de Deus, contra Deus, contra o próprio corpo, I

Co 6.18, contra o próximo, contra a Igreja e

contra a família.

“Sua natureza”

O sexo faz parte da constituição física

emocional do homem, portanto o sexo não deve

ser visto como algo imoral, feio, vulgar e

pecaminoso. Ora, se o próprio Deus, após ter

criado o homem, declarou que tudo quanto

tinha feito era muito bom, Gn 1.31; logo

subentende que o sexo é bom. O que arruinou o

sexo foi o pecado, ou seja, a prática ilícita, anti-

bíblica, bestial, animalesca, violenta, anti-

social e demoníaca, pois o espírito de luxúria e

de prostituição atua na área da sexualidade

humana, leia Os 4.12; 5.4.

UMA ABORDAGEM ÉTICA SOBRE POLÍTICA

Antes mesmo da fundação do mundo, a

Bíblia diz que Deus nos elegeu nele, Ef 1.4, isto é,

em Cristo; significa que fomos eleitos como

verdadeiros cidadãos do céu em Cristo Jesus;

mas a cidadania celestial não neutraliza a

cidadania terrena, muito pelo contrário, o

autêntico cidadão do céu é exatamente aquele

que procura ser um bom cidadão terreno. O

cidadão desta terra, tem direitos e deveres; e

um dos deveres, é escolher um representante

político para as três esferas da vida pública, a

federal, estadual e municipal. Nós, os crentes,

como sal da terra e luz do mundo, temos o dever

de influir positivamente nos destinos da nação;

e para isso, precisamos pedir sabedoria a Deus,

a fim de elegermos homens ou mulheres de boa

reputação, tementes a Deus, honestos, íntegros,

bons chefes de família, fiéis aos compromissos,

humildes, altruístas, sinceros, sensíveis aos

sofrimentos alheios, etc., e sobretudo, que

tenham verdadeiramente a vocação política, a

fim de não usarem o cargo para benefícios

próprios; e não somente a vocação, mas

também, além de um alto padrão moral, deter

preparo suficiente para que possam exercer o

mandato com amor e eficiência; porque como

bem disse José de Alencar:

“Só a ignorância aceita, e a indiferença tolera, o reinado das mediocridades"

Há um provérbio popular que diz:

“Se quiser conhecer verdadeiramente um homem, dê-lhe

autoridade”

“Sobre política e jardinagem”

Discorrendo sobre a vocação política, o

educador, escritor e psicanalista Rubem Alves,

que é professor emérito da Universidade

Estadual de Campinas, escreveu o seguinte:

“Vocação, do latim “vocare”, que dizer “chamado”. Vocação é

um chamado interior de amor; chamado de amor por um

“fazer”. No lugar desse “fazer” o vocacionado quer “fazer

amor” com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não

ganhasse nada. Política vem de “polis”, cidade. A cidade era,

para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os

homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria

aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim,

estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade. Talvez

por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam

com cidades; sonhavam com jardins. Quem mora no deserto

sonha com oásis. Deus não criou uma cidade. Ele criou um

jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu “o que é

política?”, ele nos responderia: “A arte da jardinagem aplicada

às coisas públicas” O político por vocação é um apaixonado pelo

grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre

mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo.

De que vale um pequeno jardim se a sua volta está o deserto? É

preciso que o deserto todo se transforme em jardim. Um

político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de

transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. A

vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma

vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não

precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para

todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço

privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos.

Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e

continua a ser um motivo de esperança. Vocação é diferente de

profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na

própria ação. Na profissão o prazer se encontra não na ação. O

prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela

vocação é um amante. Todas as vocações podem ser

transformadas em profissões. O jardineiro por vocação ama o

jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de

todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que

isso aconteça, ao seu redor aumentem o deserto e o

sofrimento.”

O Cristão como Cidadão na Terra.

Como já frisamos neste estudo, o cristão

pode votar e ser votado, porém, é bom que se

diga que não convém o envolvimento de pastores

na política; aqueles detêm a chamada divina para

o ministério, aos quais Deus confiou a grande

responsabilidade de pastorear um rebanho, deve

deixar o exercício da política para os membros

que têm vocação terrena para tal. E ao exercer o

seu direito de voto por ocasião das eleições

municipais, estaduais ou federais, o cristão deve

atentar para o ensino bíblico, que diz:

“estabelecerás sobre ti o rei que o Senhor teu Deus escolher,

entre os teus irmãos. Não poderás estabelecer como rei um

estrangeiro, que não seja teu irmão” Deuteronômio 17.15

Portanto, havendo um candidato que

professe a fé cristã, que seja um autêntico

servo de Deus, sério, comprometido com a

verdade do Evangelho, que tenha bom

testemunho cristão, que seja participante ativo

do Reino de Deus, honesto, cumpridor dos seus

deveres como esposo, pai e cidadão, e que

sobretudo, tenha vocação política, e esteja

preparado para exercer o cargo pretendido;

nós, os cristãos, devemos dar preferência à sua

candidatura, ao invés de eleger um candidato

destituído de qualquer princípio cristão, que

além de não ter nenhum compromisso com a

igreja, ainda professa uma fé contrária a

doutrina cristã, como é o caso dos candidatos

ateus, espíritas, budistas, umbandistas, ou

representantes de homossexuais, lésbicas,

contraventores, etc. A Bíblia diz que tudo o que

não é de fé é pecado, Rm 14.23; assim sendo, o

direito de voto deve ser exercido com base na

fé, de maneira que é inconcebível que um

eleitor que se diz cristão, não ore, e não procure

embasar essa atividade nos ditames da Palavra

de Deus. Pois a Bíblia diz:

“Quando os justos triunfam, há grande alegria; mas, quando os

ímpios sobem, os homens escondem-se” Provérbios 28.12

Porém, se não houver candidatos com

perfil cristão, ou se o candidato que há, tem

apenas o nome de cristão, e não preenche os

requisitos de maneira que possa representar a

igreja; para não escandalizar o evangelho, é

melhor que o eleitor cristão dê preferência a

um candidato descrente que seja um homem

de bem, honesto, de boa reputação, porque

infelizmente, há evangélicos desordenados,

depravados, desonestos, que nenhuma

diferença tem dos ímpios, e portanto, não

honram a Cristo. E a Bíblia diz:

“Quando os ímpios sobem, os homens se escondem, mas, quando

eles perecem, os justos se multiplicam” Provérbios 28.28

UMA ABORDAGEM ÉTICA SOBRE OS JOGOS

Há um forte apelo para que todos arrisquem

qualquer quantia, nos mais diversos tipos de

jogos, tanto nos que já foram legalizados,

como também nos ilegais. É a ilusão do

dinheiro fácil. Com o argumento de que

“quem não arrisca, não petisca”, milhares de

pessoas no afã de acertarem na sorte,

arriscam o que podem nos jogos de azar, mas

como os jogos não são da sorte e sim de azar,

ao invés de levarem o prêmio, a maioria fica

mesmo é no azar. É importante salientar que

quanto maior for o universo de apostadores

menor é a chance de acertar. Porém, depois de

dominadas pelo vício, as pessoas tentam

justificar a jogatina por várias razões. Algumas,

justificam sua participação em alguns tipos de

jogos, alegando que parte da renda destina-se

a obras sociais, porém isso não serve de

justificativa, porque se alguém quer fazer uma

doação para uma entidade de assistência

social, não é necessário que se faça através de

um jogo de azar, porque existem muitas outras

maneiras de fazer. O tempo e o espaço não

permitem tecer um comentário detalhado

sobre os vários tipos de jogos que existem,

porém devido a popularidade que ganhou o

jogo de baralho, se faz necessário fazer uma

pequena referência a ele. Muitas pessoas

passam noites e mais noites jogando cartas;

algumas, apostando altas somas em dinheiro, e

outras por simples diversão; seja como for,

muitas dessas pessoas se ainda não perderam,

são fortes candidatas a perderem o seu

emprego e consequentemente, o seu próprio

casamento, devido as dívidas e também ao

distanciamento conjugal provocado pelo jogo.

Recentemente, a televisão noticiou que o

famoso repórter policial Gil Gomes, perdeu sua

família por causa do jogo; é interessante

observar que o vício do jogo é um inimigo que

não respeita a classe social de quem quer que

seja. Outrossim, sobre as cartas de baralho,

temos a informação de que já no ano 969 eram

usadas para prever o futuro. A história narra

que no século XIV, os soldados sarracenos

introduziram no sul da Itália um jogo de baralho

chamado “naib”, que em herbeu quer dizer

“feitiçaria”, e que pode ter sido a origem da

palavra “naipe” em português e espanhol. As

cartas de baralho são os principais

instrumentos da cartomancia, uma prática

espírita severamente condenada nas

Escrituras, Dt 18. 10-12. Portanto, é inadmissível

que um cristão comprometido com a verdade

do Evangelho, se deleite com estas coisas,

ainda que seja como um simples passa tempo,

porque a Bíblia afirma que ficarão de fora, não

somente os que praticam a mentira, mas

também os que a amam, Ap 22.15.

“Porque o cristão deve repugnar os jogos ”

Porque o jogo é uma ilusão mundana, I Jo 2.17.

Porque o vício de jogar configura-se num jugo

insuportável, Gl 5.1.

Porque caracteriza na avareza, que é idolatria,

Cl 3.5.

Porque dependendo do tipo de jogo e dos

seus resultados, ele rouba do indivíduo todo o

seu dinheiro, sua saúde, sua moral, sua família,

seu emprego e até mesmo, a sua vida; neste

caso, os jogos se caracterizam como agentes

do maligno, que segundo as Escrituras veio

para roubar, matar e destruir, Jo 10.10.

LIÇÃO 3

TEOLOGIA DO

OBREIRO

PARTE 1

INTRODUÇÃO

Quando aceitamos a salvação que nos foi

oferecida em Cristo, o nosso relacionamento

com Deus assumiu uma dimensão não só no

que tange ao louvor e à adoração, mas também

no que tange ao serviço. E é desta forma que,

uma vez unidos a Cristo, somos feitos parte

inseparável da sua obra na terra. Como igreja,

temos de Cristo a chamada para sermos suas

testemunhas, sal da terra e luz do mundo. Esta

chamada se destina a todos os salvos.

Reconhecemos, porém, que, além da chamada

geral e universal com a qual Deus tem

contemplado a todos os salvos, ele tem

distinguido a muitos dos seus servos com uma

chamada individual e específica. Estes,

exercem funções de ministros de tempo

integral, constituindo assim o ministério

ordinário da sua igreja. Ninguém pode fazer a si

mesmo ministro de Cristo. Necessário é que

tenha a específica chamada divina como Arão,

irmão e cooperador de Moisés. Destes a quem

Deus chama para o ministério de tempo

integral, requer-se que cumpram o seu

ministério com cuidado, respeito e dignidade,

porque todos, quer sejam bons ou maus

obreiros, hão de comparecer diante de Deus a

fim de prestar-lhe contas dos seus atos.

Diferentes

Aspectos da

Chamada Divina1. Vinde a mim ..........................................Mateus 11.28

2. Vinde após mim .................................Mateus 4.19

3. Aprendei de mim ...............................Mateus 11.29

4. Permanecei, pois, na cidade .......Lucas 24.49

5. Ide por todo o mundo ......................Marcos 16.15

Chamada Geral e

Universal

1.A chamada é para todos os crentesem geral, Mc 16. 15-17.

2.A promessa do batismo com oEspírito Santo, que é o poder paratestemunhar, também se destina atodos, At 2.39.

BÊNÇÃOS

PROFECIAS

LÍNGUAS

PODER

“Mais recebereis

“PODER”, ao

descer sobre vós,

o Espírito Santo”

Atos 1.8

SALVAÇÃO

1)Dunamys – Dínamo,

Dinamite e Dinâmico.

2)Exousia – Ex= fora

ousia = ser

Poder delegado

Procuração

Hoje podemos contar

muitos recursos, que a

igreja primitiva não teve o

privilégio de poder contar, e

no entanto eles

evangelizaram o mundo. O

que eles tinham que nós

não temos?

PODER

A Igreja é o

sacerdócio real, I Pe

2.9, sal da terra, Mt

4.13, e luz do mundo,

Mt 5.14.

Chamada

Individual e

Específica

Dentre todos os que atenderam a chamada

geral ou universal, Deus chama alguns para o

ministério. A Bíblia diz:

“Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros

para profetas, outros para evangelistas, e outros para

pastores e mestres”, Efésios 4.11.

A chamada Individual e Específica, exige:

1 – Uma Grande Salvação

2 – Uma Grande Santificação

3 - Uma Grande Compaixão, é necessário ver

como Jesus vê, Mt 9.35,36, ilustração do cego

de Betsaida, Mc 8.22-24.

4 – Uma Grande Comissão; Neemias é um

grande exemplo: “Estou fazendo grande obra..”,

Ne 6.3. Há os que alegam estar Deus lhes

chamando para obra, contudo, não sabem o que

fazer. Queremos ilustrar com o Exemplo de

Aimaás, II Sm 18.20-29. Aprendemos aqui, que:

Não basta querer

Não basta correr

Não basta chegar na frente.

5 – Uma Grande Determinação. Determinação é a

capacidade de estabelecer um alvo a ser

alcançado, e usar todos os recursos disponíveis

até que o alvo seja alcançado. Quem tem

determinação entende que aqueles que Deus

chama, em virtude das circunstâncias contrárias

poderá até dizer que não quer fazer, mas nunca

poderá dizer: “Não posso fazer” Para quem tem

determinação o difícil fica fácil e o impossível

torna-se possível.

O apóstolo Paulo disse:

“Prossigo para o alvo, para o prêmio

da soberana vocação de Deus em

Cristo Jesus”, Fp 3.14

João Knox orava:

“Ó Deus, dá-me a Escócia ou eu

morro”.

Não demorou muito tempo até que pôde ver a

Escócia se voltando para Deus.

João Nelson Hyde costumava orar, dizendo:

“Ó Deus, dá-me almas ou tira-me a

alma”.

Em resposta à sua oração, muitas almas foram

encaminhadas a Cristo.

Abraão Lincoln era apenas um menino lenhador,

quando disse: “Vou me preparar, pois a

minha oportunidade de servir, há de

chegar”. Anos depois de ter dito isto, foi eleito

Presidente dos Estados Unidos.

Alberto Santos Dumont lutou contra todos os

obstáculos, tentando provar que era possível

fazer voar um instrumento mais pesado que o

ar. Foi assim que, em Paris, lugar onde foi

hostilizado e desacreditado por não poucas

pessoas, conseguiu voar com o primeiro

dirigível mais pesado que o ar.

O Modo da

Chamada

“Ora, ninguém toma para si esta

honra, senão o que é chamado por

Deus, como foi Arão” Hebreus 5.4

Na maioria das vezes a chamada divina até

se caracteriza pela nossa vontade, contudo, Deus

pode chamar alguém que não mostre nenhum

desejo de realizar a obra de Deus; um exemplo

clássico disto é o profeta Jonas, Jn 1.1-13.

Lendo o capítulo quatro de Êxodo, vemos em

que circunstâncias e de que modo Arão foi

chamado por Deus e feito associado de Moisés

na libertação dos hebreus que gemiam sob o

peso da servidão egípcia. O propósito divino em

usá-lo nesse ministério, foi revelado primeiro a

Moisés, enquanto que Arão estava entre os

cativos no Egito, a uma distância de

aproximadamente trezentos quilômetros. Note,

portanto, que Arão não foi antes consultado pelo

Senhor para saber se queria ou não cumprir

aquela tarefa. O Senhor mesmo o escolheu, o

chamou e o enviou, Jo 15.16.

As vezes os que têm vontade e disponibilidade

não são aceitos como obreiros, e os que além

de não demonstrarem interesse e não terem

disponibilidade, o Senhor os chama, leia Mt

8.19-22.

A chamada divina pode se caracterizar por um

conceito espiritual, ou seja, uma voz meiga e

suave como um bombardeio no entendimento,

leva às vezes, a abandonar bons empregos,

excelentes negócios, e até rendosas profissões

liberais, para se atirar ao serviço de Deus. O que

um homem natural jamais poderia entender.

Contudo, o Senhor também poderá falar aos

ouvidos de todos, como foi com Barnabé e

Saulo, At 13.2.

A chamada pode também se caracterizar por

uma aptidão natural.

Outro modo é o reconhecimento; a igreja e o

ministério reconhece a vocação divina, ainda

que a própria pessoa não perceba; no seu

entendimento, está fazendo por amor a obra, e

não consegue perceber que faz devido a uma

capacitação divina.

Outras maneiras pelas quais Deus fala e chama:

1. Por sua própria Palavra, lida ou ouvida.

2. Por circunstâncias providenciais, como

tribulações e perseguições.

3. Por convicção do nosso bom senso.

4. Por intermédio da operação de determinados

dons do Espírito Santo, como sejam, a Palavra

do Conhecimento, a Palavra da Sabedoria e a

Profecia.

5. Por indicação do Pastor da Igreja.

A Preparação

Para o Ministério

1. O novo nascimento.

2. O batismo no Espírito Santo.

3. O jornadear com Deus, At 4.13.

4. A formação do caráter cristão (Fruto do

Espírito)

5. A escola da experiência, através das lutas.

6. Instrução secular.

7. Instrução teológica.

A Dignidade do

MinistérioPor mais nobre que seja a

responsabilidade dos governantes e

magistrados deste mundo, jamais será

igualada em significado à responsabilidade de

um ministro conscientemente chamado por

Cristo. O ministério cristão faz do ministro o

maior instrumento humano, pois, o seu serviço

tem implicações no céu, na terra e no inferno.

A magnitude do ministério é tal que os

próprios anjos anelaram tomar sobre os seus

ombros, I Pe 1.12. para melhor compreender a

dignidade do ministério cristão, e o seu

significado dentro dos parâmetros bíblicos,

convém dizermos primeiro o que o ministério

cristão não é:

O ministério cristão não é uma profissão.

O ministério não é um emprego, embora essa

seja antiga, leia Jz 17.7-13.

O ministério cristão não é um legado de

família

O ministro tem que ver o seu ministério do

ponto de vista da perspectiva de Deus, só

assim poderá ter uma correta concepção do

ministério cristão. E uma vez conscientes da

dignidade do ministério, devemos:

1. Glorificar o nosso ministério, Rm 11.13.

2. Dar total dedicação, Rm 12.7.

3. Resguardar o nosso ministério, II Co 6.3.

4. Cumprir o nosso ministério, Cl 4.17; II Tm 4.5

LIÇÃO 4

TEOLOGIA DO

OBREIRO

PARTE 2

O sucesso do ministério cristão está em

absorver e vivenciar os ensinos de Cristo;

dentre os quais queremos destacar os

seguintes:

A RENÚNCIA

A renúncia é um ponto crítico na

conversão do pecador, há casos de pessoas

sinceras que deram quase todos os passos

necessários para conversão, sem muitas

dificuldades; porém, no momento da renúncia

se retiraram tristes, como o mancebo de

qualidade, que assim procedeu, ao ouvir de

Jesus, o preço que teria que pagar para segui-

lo; o jovem rico conhecia todos os

mandamentos, e segundo suas próprias

palavras, guardava todos; porém, disse-lhe

Jesus:

“Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá aos

pobres e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me”.

Mateus 19.21

Embora declarando-se religioso, não

pôde seguir a Jesus, porque a sua riqueza

ocupava o primeiro lugar na sua vida, a riqueza,

sim, é que era o seu deus, e, portanto, este

pobre rapaz, que se dizia religioso desde a sua

mocidade, não guardava sequer o primeiro

mandamento, que diz:

“Não terás outros deuses diante de mim”. Êxodo 20.3

E Jesus chegou a exclamar:

“Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm

riquezas!” Marcos 10.23

A natureza humana decaída, se tornou escrava

dos vícios, dos prazeres carnais, das

propriedades, das riquezas, do egoísmo, da

altivez, da idolatria, das imoralidades, das

bebedices, glutonarias, etc.

“Conceituação”

Renunciar (Do lat. Renuntiare) significa:

Rejeitar, recusar, não querer, desistir, deixar

voluntariamente a posse, etc. No contexto

espiritual, a renúncia significa abrir mão dos

interesses particulares, de alguns prazeres

comprometedores, de comportamentos

mundanos, da própria vida, e de tudo quanto

nos prende ao passado, impedindo-nos de

seguir a Jesus. O crente quando renuncia tudo

para seguir a Cristo, não está cometendo

nenhuma incoerência, pois sua decisão é

baseada na revelação que o Espírito Santo lhe

dá a respeito da glória e da magnitude de

Cristo. Portanto, a fé que leva o pecador recusar

os prazeres pecaminosos, para seguir a Cristo,

é uma fé operada pela revelação do Espírito

Santo no seu íntimo, na sua alma, mediante a

pregação do Evangelho de Cristo.

“Condições Para Seguir a Jesus”

Primeiro é necessário ter vontade, depois

renunciar, analise as palavras de Jesus:

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome

cada dia a sua cruz, e siga-me”. Lucas 9.23

Embora a vontade do Senhor é que todos

se tornem seus fiéis seguidores, ele não obriga

a ninguém, não força a vontade humana. Ele

declarou que é a fonte, se alguém tem sede,

disse ele; que venha a mim e beba, Jo 7.37.

“É Necessário Renunciar-se a Si Mesmo”

Renunciar-se a si mesmo, significa tirar o

“eu” do trono e entronizar Jesus; o apóstolo

Paulo falando sobre a depravação dos gentios,

disse o seguinte:

“Pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e

serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito

eternamente. Amém! Romanos 1.25

Portanto, o pecado caracteriza a rejeição da

verdade de Deus, e a aceitação da mentira de

Satanás; pregada por ele no Jardim do Éden

Com as seguintes palavras: “sereis como Deus”,

Gn 3.5, portanto, o homem ao pecar contra Deus,

tomou decisões sem levar em consideração a

soberania de Deus, e se tornou senhor de si

próprio, tomando as rédeas da sua vida; neste

caso, o seu “eu” tornou-se numa espécie de

deus, porquanto, o pecado deformou a criatura

humana, tornando-a egocêntrica,

individualista, insensível, etc. Ora, se a

separação do homem de Deus, deu-se com o

endeusamento da personalidade humana; o

retorno deve se dar com a renúncia de si

mesmo; conseqüentemente, se o pecado

destronou Deus e entronizou o homem, a

regeneração deve destronar o homem e

entronizar Jesus. Leia os textos seguintes: Ec

7.29; Rm 1.25; Fp 3.18,19; Jo 3.30; Fp 2.5-11.

“Um Exemplo de Renúncia de Si Mesmo”

Em certa cidade da África, havia uma igreja

que estava encontrando grande dificuldade

para construir o seu novo templo. O pastor fazia

apelos consecutivos, mas o dinheiro não

entrava para a tesouraria; certo dia, resolveu

falar francamente à igreja, manifestando sua

tristeza por tanta falta de liberalidade da parte

dos irmãos. Fez, então, o seu último apelo. Dias

depois recebeu a visita de uma jovem em sua

casa, que atendendo ao apelo do pastor, disse:

Aqui está esta importância, que é minha

contribuição para a construção do nosso

templo. Ao receber a oferta, o pastor ficou

deveras impressionado com a atitude de sua

humilde ovelha; e perguntou o pastor; mas,

como sendo tão pobre, faz uma oferta tão

grande? E a jovem lhe respondeu: Pastor, eu não

tinha recursos para fazer uma oferta à

minha igreja. Por isso, vendo que ela precisava

do meu auxílio, resolvi vender-me como

escrava. E penso que não há nada demais nesta

minha atitude, porque mais do que isto, fez

Jesus Cristo por mim. Ele ofereceu-se como

vítima de propiciação pelos meus pecados. O

pastor, comovido, agradeceu pela generosa

oferta daquela jovem, agora escrava, e narrou o

fato à Igreja. Logo depois, a Europa inteira teve

conhecimento desse fato heróico. Muitas

ofertas foram enviadas para a construção do

templo e a jovem foi resgatada por meio das

coletas e ofertas liberais. Se a jovem africana

não renunciasse a si mesma, é bem possível

que o templo não fosse construído. Será que

você seria capaz de renunciar-se a si mesmo?

“É Necessário Tomar Cada Dia a Cruz”

“Se alguém que vir após mim, negue-se a si mesmo, e toma cada

dia a sua cruz, e siga-me”. Lucas 9.23

Temos neste texto, os passos que devem

ser dados por todo aquele que deseja seguir ao

Senhor; o primeiro é negar-se a si mesmo; e o

segundo é tomar cada dia a sua cruz; e o dever

de tomar cada dia a cruz, significa que, a

exigência do Senhor é um processo contínuo;

porque o Senhor sabe que as vezes, somos

surpreendidos por nós mesmos, ou seja,

mesmo depois que renunciamos, somos

tentados por nossa própria natureza humana,

Tg 1.14, fazendo coisas que não gostaríamos de

fazer, e deixando de fazer aquilo que

gostaríamos de fazer, Rm 7.15; tomar cada dia a

cruz, significa portanto, o comprometimento

diário com Cristo; tomando cada dia a cruz nos

ombros, ela nos preservará do esquecimento

de que estamos comprometidos com Cristo e

com os céus; e, portanto, o crente sem a cruz

fica vulnerável às tentações do seu próprio ego.

Se renunciar-se a si mesmo, as vezes dói,

imagine tomar a cruz, porém, esta foi a atitude

do Senhor; ele renunciou toda a glória divina, Fp

2.5-7, e para nos assegurar a vida eterna, tomou

a cruz e subiu o monte Calvário. Ora, se o

caminho da salvação foi penoso para o Senhor,

não devemos pensar que será diferente para

nós, os seus seguidores, pois, Ele nos advertiu:

“No mundo tereis aflições”, Jo 16.33;

e o apóstolo Paulo, que sabia muito bem o

que significa tomar cada dia a cruz, disse:

“E também todos os que piamente querem viver em

Cristo Jesus padecerão perseguições”.

II Timóteo 3.12

Porém, há crentes que trocaram a cruz por

uma falsa teologia da prosperidade que

não admite pobreza, doença, aflições; mas

o crente sem a cruz não pode se identificar

com o Cristo da cruz.

“Perdendo Para Ganhar”

“Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas

qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida a salvará”,

Lucas 9.24

Quem quiser viver aqui para o seu próprio

prazer e felicidade, em vez de viver para fazer a

vontade de Deus, segundo os seus princípios,

acabará no engano e na perdição. A verdadeira

vida e felicidade consiste no abandono dos

nossos próprios caminhos para viver em

comunhão com Jesus, conforme os ensinos da

sua Palavra. Na parábola do semeador, Jesus

explicou que a semente que foi semeada entre

espinhos, é o que ouve a Palavra , mas os

cuidados deste mundo e a sedução das

riquezas sufocam a Palavra, e fica infrutífera, Mt

13.22; o mundo inteiro está sob a influência do

maligno, I Jo 5.19 e, portanto, os prazeres que o

mundo oferece seduzem os homens com

prazeres efêmeros, ocupam o seu tempo, e

acabam escravizando-os, dificultando

tremendamente os efeitos da Palavra semeada

em seus corações. O maligno, astutamente, age

também oferecendo algo prazeroso, iludindo

homens e mulheres para escravizá-los com

uma vida de ostentação social. Portanto, quem

quiser ganhar ou desfrutar a vida social, com

seus encontros sociais de final de semana, com

a boa condição financeira, propiciada muitas

das vezes pelos lucros fáceis e ilícitos, das

nefandas orgias e repugnantes práticas

imorais, hão de perder a verdadeira vida e

felicidade que Cristo oferece.

“Quem Perde Ganha!”

Quem por amor a Cristo, abrir mão dos

prazeres efêmeros, hão de ganhar e desfrutar

da verdadeira vida e felicidade eterna;

entendemos portanto, que no Reino de Deus, a

operação se processa desta forma: Para somar

e multiplicar as bênçãos, é necessário subtrair

todos os prazeres, pelos quais homens e

mulheres, ficam apegados ao mundo que é

hostil ao reino de Deus. Todos que optarem

pelos prejuízos mundanos e carnais, hão de

desfrutar dos lucros e riquezas espirituais em

Cristo Jesus; assim escreveu o apóstolo Paulo:

“Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E,

na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela

excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, pelo

qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como

esterco, para que possa ganhar a Cristo”. Filipenses 3.7,8

Portanto, quem perder a sua vida por amor

de Cristo e do Evangelho, passa a ter de imediato,

uma vida incomparavelmente superior, pois

nesta vida recebe cem vezes tanto, e depois a

vida eterna, Mt 19.29; por isso Paulo declarou:

“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho”.

Filipenses 1.21.

“O Perdedor Insensato”

“Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo,

perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” Lucas 9.25

Perdedores insensatos são aqueles que

empregam todas as suas forças, usam todos os

seus recursos, e se valem de todos os artifícios,

ainda que sejam ilícitos e imorais, para

possuírem bens materiais, dinheiro, etc. E se

tornam avarentos insaciáveis que na ambição

do dinheiro, se entregam aos jogos de azar, se

metem em negócios escusos, e acabam se

envolvendo em jogadas perigosas no

submundo do crime, e quando vem à tona tudo

o que fizeram às escondidas, envergonham a

família, e se tornam manchas irreparáveis para

a sociedade. Pessoas desta estirpe acabam por

trilharem caminhos tenebrosos, prejudicando-

se a si mesmos, tanto nesta vida como na

vindoura.

Qualidades Naturais

Coragem – Força ou energia moral ante o

perigo, ânimo, bravura, intrepidez, ousadia.

Diligência – Cuidado ativo, presteza em fazer

alguma coisa, zelo, esforço, etc

Disciplina – Ser disciplinado é uma exigência

de todo líder, portanto, antes de se tornar líder,

deve primeiramente se submeter de boa

vontade, e aprender a obedecer, segundo uma

disciplina imposta de fora, e em seguida, impor

a si mesmo de dentro, uma disciplina mais

rigorosa ainda.

Dignidade – Modo de proceder que infunde

respeito, honra e grandeza moral. Quando de

fato o líder é digno do cargo que ocupa, o

tratamento por parte dos seus liderados é

caracterizado por respeito, honra, submissão e

obediência.

Sabedoria – Conhecimento da verdade,

instrução intensa, razão, justo conhecimento

natural ou adquirido das verdades (mormente

morais), saber, doutrina, ciência, totalidade dos

conhecimentos adquiridos. Nas Escrituras, é o

julgamento justo concernente à verdade moral

e espiritual.

Tato – Percepção aguda do que é conveniente

dizer ou fazer em uma situação difícil ou

delicada, sem melindrar os sentimentos dos

outros, delicadeza, discrição.

Discrição – Prudência, qualidade daquele que

sabe guardar segredo. Discernimento, reserva,

modéstia.

Cortesia – Urbanidade, delicadeza, civilidade,

polidez, cumprimento, mostrar-se generoso ou

pródigo à custa de outrem. Não podemos

jamais esquecer do cavalheirismo, do “muito

obrigado”, do “por favor”, do toque gentil e

sorriso espontâneo e agradável.

Asseio – Limpeza, higiene, correção.

Pontualidade – Qualidade de pontual. Ser

pontual é ser exato no cumprimento dos seus

deveres ou compromissos. É fazer o que tem de

ser feito no tempo em que foi combinado.

Integridade e Sinceridade – Integridade é

inteireza, retidão, inocência, imparcialidade.

Sinceridade significa franqueza, lisura de

caráter, sem rebuços ou malícia. É ser

verdadeiro, franco, sem dissimulação, sem

disfarce.

Qualidades

EspirituaisO Amor

A Fé

A Santidade

A Humildade – (Do lat. Humilitatem) Ausência

de orgulho ou soberba. Juízo que a pessoa faz

de si mesmo acerca de sua pequenez e

deficiências. No campo teológico, a humildade

é mais que essencial para se apropriar do

conhecimento divino.

Devemos reconhecer , antes de mais nada, que

a base da teologia não é a nossa especulação,

mas a revelação que parte do pai das luzes.

Sem humildade não há teologia; e, sim,

devaneios.

A Paciência – Resignação, perseverança

tranqüila.

O Espírito Perdoador - Ninguém tem tanta

obrigação de ser semelhante a Cristo como o

pastor que é o líder. Portanto, espera-se do líder

que não somente ensine com palavras, mas

muito mais com a vida e o procedimento diário.

Em suma, o pastor deve se assemelhar a Cristo,

que ensinava fazendo.

LIÇÃO 5TEOLOGIA DO

OBREIROPARTE 3

Introdução

O sucesso do obreiro cristão

não depende apenas da sua

integridade espiritual, e do desvelo

com que se desincumbe do

ministério que Deus lhe confia; mas

também da forma como ele se traja,

se apresenta e fala a sua própria

língua.

PRINCÍPIOS DE ETIQUETA E DE HIGIENE

Além dos cuidados espirituais que o

obreiro deve ter na conservação da sua

comunhão com Deus e do seu ministério,

ele deve ter cuidados especiais com a sua

maneira de ser e de agir em outras áreas

da vida, entre as quais a sua maneira de

vestir, e como encara a higiene.

Cuidado no trajar.

Reconhecemos que o obreiro não é

nenhum astro de cinema, que tenha

luxuosas roupas para vestir em cada

reunião. Porém, reconhecemos também

que ele não é nenhum “Jeca Tatu”, para ter

de andar despenteado, barbudo, roupa

suja ou rasgada e de pés descalços. A

maioria dos nossos obreiros, não ganha o

suficiente para possuir um rico guarda-

roupas. Isto, contudo, não indica que eles

estejam predestinados a andar sujos e

desarrumados. De fato, a roupa pode estar

bem usada, porém, se lavada e bem

passada, compõe melhor quem a veste, do

que a melhor roupa que não esteja bem

cuidada. Tenha ou não roupas novas, o

obreiro do Senhor deve se trajar

condignamente com a sua função,

lembrando-se sempre que ele é o melhor

cartão de apresentação da igreja à qual

pastoreia. Conhecemos muitos obreiros

que estão sempre vestidos de paletó,

estejam na igreja, na rua ou em viagem.

Isto é bonito, porém não é indispensável,

principalmente em clima quente, como

acontece no Norte e Nordeste, e mesmo

no Sul em determinadas épocas do ano.

Outros Cuidados Indispensáveis

Como forma de se apresentar bem, o

obreiro deve observar ainda o seguinte:

1. Ter os sapatos sempre lustrados.

2.Ter o cabelo sempre bem aparado e

penteado.

3.Fazer a barba diariamente. Com

facilidade de aquisição de barbeadores

descartáveis, não há desculpas para andar

de barba por fazer.

4. Ter as unhas sempre limpas e bem

aparadas. Um pastor de unhas crescidas

e sujas, repugna e indispõe aqueles com

quem vai falar. Conclui-se

imediatamente que o físico reflete o

espiritual, e pensa-se que aí está um

homem negligente em tudo.

5. Ter cuidado dos dentes para que possa

sorrir sem constrangimento. Para tanto

deve procurar os serviços de um

Uma boca mal cuidada e desdentada é

repugnante. Naturais ou postiços, os

dentes têm seu papel na apresentação do

homem. A escova de dentes presta um

grande serviço aqui, contanto que seja

usada mais de uma vez por dia. Não

havendo creme dental disponível, o

sabonete, sal ou bicarbonato podem não

ter o mesmo sabor do creme, mas fazem o

mesmo efeito.

6. Evitar comer alho e cebola em certas

ocasiões, para não exalar aquele cheiro forte

que, muitas horas depois de ingeridos, ainda

permanece. Devem ser evitados,

principalmente quando se vai realizar um

batismo, presidir uma festa de núpcias,

realizar entrevistas, aconselhamento pastoral,

etc.

7. Usar um tipo de perfume e desodorante para

evitar possíveis traições corporais como

aquele desagradável “cheiro do corpo”, que o

vulgo trata por vários nomes.

8. Combinar com gosto, suas gravatas com

as roupas que veste, lembrando que a

gravata não é um enfeite, mas um

complemento da roupa que se veste.

9. Banhar-se pelo menos uma vez por dia;

isto é não só higiênico, mas também faz

bem ao corpo como elemento saudável

sob vários aspectos.

ÉTICA MINISTERIAL

Tratando de ética ministerial falamos

a respeito de uma série de princípios

fundamentais, que muito contribuição

para o bom relacionamento do obreiro

com determinados valores do seu próprio

ministério, com a sua igreja, com os seus

cooperadores, demais companheiros de

ministérios, enfim, com todas as pessoas

que o cercam. Observá-los ou não, eis a

questão!

O Obreiro e os Seus Companheiros de

Ministério.

O obreiro cristão tem o dever de amar

e respeitar os seus demais companheiros

de ministério, evitando criticá-los aos

seus auxiliares ou quando fizer uso do

púlpito. Deve ter cuidado no trato com eles

ou a respeito deles, principalmente

quando tiver de substituir um destes no

pastorado de uma igreja, evitando

mostrar-se enciumado quando os

membros desta igreja falarem bem do seu

ex-pastor. No pastorado de uma igreja, o

obreiro não deve preocupar-se em passar

por melhor do que aquele ao qual

substitui; antes, deve trabalhar com

fidelidade em tudo, pois Deus é Senhor de

todos, e, recompensa a cada um, primeiro

proporcional à fidelidade com que faz o

trabalho, e depois, proporcional ao volume

de trabalho.

O Obreiro e os Seus Cooperadores.

O obreiro tem também o dever de amar,

respeitar e tratar com consideração os

seus cooperadores, sejam eles pastores,

evangelistas, presbíteros, diáconos e

demais auxiliares. Se eles são homens de

Deus, devem ser fiéis em tudo e submissos,

sabendo que o ministério vem do Senhor. O

obreiro deve tolerá-los nas suas fraquezas,

lembrando-se que eles são também

tolerantes e compreensíveis para com ele.

O Obreiro Convidando Obreiros

É comum convidarmos obreiros para

servirem como pregadores e preletores de

estudos bíblicos em nossas igrejas, em

convenções, congressos, seminários,

inaugurações ou aniversários. Porém, o

obreiro que convida outro obreiro para

realizar algum desses tipos de trabalhos,

deve assumir com a igreja a

responsabilidade de cobrir as despesas

de viagem e hospedagem condigna do

convidado, lembrando-se que,

principalmente no Brasil, pouquíssimos

são os que têm uma igreja para apoiá-los

financeiramente.

O Obreiro e o Visitante.

Ao apresentar as pessoas visitantes,

sejam elas crentes ou não, o obreiro deve

levar a igreja a recebê-las festivamente,

evitando frieza na hora de saudá-las com

bem-vindos. Ao fazê-lo, deve evitar

qualquer tipo de parcialidade, conforme

escreveu o apóstolo Tiago, Tg 2.1-4. Caso

tenha de apresentar um visitante ao qual

queira fazer uma deferência especial, deve

evitar adjetivá-lo com tratamentos tais

como: “Aqui está o grande servo de Deus,

Fulano de tal”. Se ele é servo, não é grande,

como o mundo entende, e se é grande, não

é servo.

CUIDADO COM A LINGUAGEM

O apóstolo Paulo escreveu a Timóteo,

seu fiel companheiro nas lides do

Evangelho: “Procura apresentar-te aDeus aprovado, como obreiro quenão tem de que se envergonhar, quemaneja bem a palavra da verdade”,II Tm 2.15. Tomamos como introdução este

versículo porque é o que melhor fala da

necessidade do obreiro apresentar-se

apto diante de Deus, não só

espiritualmente falando, mas também

intelectualmente. Quanto melhor afinado

estiver o instrumento, mais suave será a

música que ele produzirá; assim também

acontece com o obreiro cristão; quanto

melhor puder expressar a sua mensagem,

mais valerá a pena ouvir o que ele diz. Se o

obreiro deseja mostrar-se aprovado diante

de Deus e dos homens, de nada tendo do

que se envergonhar, é imprescindível que

ele adquira toda a instrução possível, e

absorva o máximo do que os mestres e os

livros possam ensinar-lhe extraindo deles

todo o conhecimento possível, e com eles

ocupando-se todo o tempo disponível. O

Obreiro deve esforçar-se para aprender

tudo o que puder, porque a falta de

instrução pode ser um tropeço no

exercício do ministério até mesmo dos

mais santos homens de Deus.

O Correto Uso da Gramática

O fato do obreiro não possuir um bom

nível de escolaridade, não deve constituir

motivo para que ele se dê ao descuido e até

ao abandono da sua cultura. Isto é grave no

ministério. O obreiro pode achar que já é

tarde demais para aprender determinados

princípios de linguagem. Pelo contrário, ele

deve procurar de alguma forma compensar

o tempo perdido, lendo bons livros, jornais e

revistas, pois em geral o hábito da leitura

constante gera maior habilidade e

segurança no falar.

Além da necessidade de cultivar o hábito da

leitura; não deve faltar na biblioteca do

obreiro um bom compêndio de gramática,

que pode ser encontrado por preços

módicos nas livrarias que vendem material

do “Ministério da Educação e Cultura” (MEC).

Lembre-se que o conhecimento da

gramática não faz mal a ninguém. O maior

perigo das impropriedades lingüísticas, é o

fato da atenção dos ouvintes ser desviada

da mensagem para os erros gramaticais.

Uma Desculpa Descabida.

Talvez você diga: “Mas eu conheci um

obreiro que falava sem nenhum cuidado

com a gramática, e no entanto teve

sucesso no seu ministério”. Esta desculpa

torna-se injustificável quando você atinar

para o fato de que o povo do tempo

daquele obreiro também ignorava a

gramática, de modo que isso não tinha

muita importância. Agora, porém, quando

todos freqüentam a escola, se vêm

ouvir-nos, será lastimável se a mente

deles for desviada das verdades solenes

em que gostaríamos de fazê-los pensar, só

por estarmos usando uma linguagem

descuidada e inculta. Sabemos que

mesmo uma pessoa com pouca instrução

pode receber a bênção de Deus, mas a

sabedoria nos diz que não devemos

permitir que a nossa falta de instrução

impeça o Evangelho de abençoar os

homens.

COISAS QUE O OBREIRO DEVE EVITAR

Reconhecemos que apenas uma Lição

deste livro é insuficiente para nela

tratarmos de tudo aquilo que o obreiro

deve evitar, principalmente enquanto está

de posse do púlpito. Assim sendo, como

forma de aproveitar espaço, achamos por

bem destacar apenas as principais, se é

que não quer ser taxado de “medíocre”

quanto à cultura, por aqueles que lhe

ouvem.

Vício de Linguagem

Nesta área o obreiro deve observar o

seguinte:

1 – Evitar proferir as expressões Glória a

Jesus! E Aleluia! A cada minuto da sua

mensagem, se isto lhe parece prova de

espiritualidade, para os seus ouvintes vai

parecer que não tem outra coisa para

dizer. Estas duas expressões, marcas da

mensagem genuinamente pentecostal,

são belas, mas quando ditas no momento

apropriado, como expressão de adoração

a Deus, saídas do nossos espírito e não

por uma questão de costume.

2 – Evitar no final da oração dizer: “Eu te

rogo em nome do Pai, do Filho e do

Espírito Santo”. A Bíblia não ensina

assim.

Cacoetes e Gestos Extravagantes

Ao pregar, observe o seguinte:

a) Evitar demasiada afetação da voz.

b) Evitar o demasiado uso do lenço.

c) Evitar enterrar as mãos no bolsos da calça

ou do paletó..

d) Evitar o posicionamento indiscreto das

mãos.

e) Evitar fazer da mensagem, uma armadilha

para os seus ouvinte.

f) Evitar truques em forma de gracejos; por

exemplo, dizer: “Se Jesus vier hoje, os irmãos

ficarão alegres?”

g) Evitar apoiar os cotovelos no púlpito.

h) Evitar bater no púlpito com as mãos ou

com a Bíblia.

i) Evitar dar as costas constante e

demoradamente para o auditório.

j) Evitar apontar para baixo quando estiver

falando do céu e vice-versa.

l) Evitar apontar o dedo em direção de

pessoas da congregação, principalmente

daqueles que estão sentados ao púlpito,

fazendo-os personagens das ilustrações

que porventura venha usar.

Livros e Epístolas

Evite dizer primeira ou segunda, quando

estiver se referindo aos livros do Velho

Testamento; e “primeiro” ou “segundo”

quando se referir às epístolas.

Nomes Iguais

Evite confundir os nomes, que embora,

parecidos, não são iguais; ou embora

iguais, referem-se a pessoas diferentes,

exemplos:

1 - Enoque filho de Caim, Gn 4.17 com

Enoque, o patriarca, Gn 5.18.

2 – Lameque, filho de Caim, Gn 4.18,19 com

Lameque pai de Noé, Gn 5.28.

3 – Obadias, mordomo de Acabe, I Rs 18.3, com

o profeta Obadias, Ob 1.

4 – Zacarias, pai de João Batista, Lc 1.5, com

tantos outros encontrados na Bíblia.

5 – João Batista, Lc 1.63, com João, o discípulo

amado, o evangelista.

6 – Maria, a mãe do Senhor, Mt 1.16, com Maria

Madalena, Mt 27.56 ou Maria, mãe de Marcos,

At 12.12, ou Maria mãe de Tiago, Mt 27.56,

ou Maria irmã de Marta e de Lázaro, Lc

10.39, ou ainda Maria, membro da Igreja de

Roma, Rm 16.6.

7 – Herodes gripa, At 12.1, com Herodes

Antipas, Mt 14.1, ou com Herodes Magno, Mt

2.1.

8 – Cesaréia de Filipe, At 6.5, com Cesaréia

porto do Mar Mediterrâneo, At 8.40.

Antioquia da Síria, At 6.5, com Antioquia da

Psídia, At 13.14.

9 – Arã com Arão.

10 – Cão com Acã

11 – Saul com Saulo ou ainda com Esaú.

12 – Ezequias com Ezequiel

13 – Roboão com Jeroboão

14 - Isaque com Zaqueu

15 - Antílope com etíope.

16 - Espargir com aspergir

17 – Nazireu com Nazareno

São coisas pequenas para as quais o

obreiro deve estar atento, se é que não quer

que o seu ministério sofra por parte dos seus

ouvintes.