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Nº 93 Ano 8/2020 1ª Edição ESTUDO DA NATUREZA Ministério dos Desbravadores Igreja Adventista do Sétimo Dia FÓSSEIS EN - 017

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Nº 93Ano 8/20201ª Edição

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Ministério dos DesbravadoresIgreja Adventista do Sétimo Dia

FÓSSEISEN - 017

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Fósseis são restos de seres vivos ou vestígios de suas atividades biológicas preservados com o passar do tempo em diferentes materiais, a partir de distintos processos de fossilização, servindo para estudos que buscam compreen-der como era a vida na época em que estavam vivos, bem como suas relações com outros seres vivos.

Um processo de fossilização é uma sequência de eventos que permite a transformação de um organismo em fóssil. Se inicia com o soterramento rápido do organismo por uma grande quantidade de lama e água, sendo mantido sob uma quantidade muito baixa de oxigênio, o que contribui para evitar atividades de micro-organismos decompositores; após certo tempo essa camada superior se solidifica preser-vando, assim, o organismo.

1ª Edição: Disponível emwww.mundodasespecialidades.com.br

Direção Geral: Pedro Paz; Rossalles Freitas; e Victor ArielEquipe de Coordenadores:Claudio Henrique | Colunas Fábio Rezende | Publicidade Gabriel Silveira | Guias de Desbravadores Kaiio Victor | Diagramação Maira Cardoso | Linguística Português Nalva Martins | Guias de Aventureiros Neto Sputinyk | Web Ronald Vásquez | Linguística Espanhol

Revisão Linguística: Marta Tessaro Diagramação e Edição: Rossalles FreitasAutores: Everton F. Alves; e Vinícius Dias Kümpel CONTATO +55 81 9 9835-8482 DIREITOS RESERVADOS: A reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio, assim como a tradução ou difusão dos conteúdos do site Mundo das Especialidades fica proibida, salvo se realizada a expressa referenciação ao site e seus autores. Todos os direitos são reservados para o site Mundo das Especialidades. IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES Recife, PE, Julho de 2020

LMA Vinícius Dias Kümpel – Engenhei-ro Biotecnológico e Mestre em Biociên-cias pela UNESPRegional de Desbra-vadores – Macror-região Beta – ANP – USB – DSA.

Prof. Everton F. Alves - Especialista em Pa-leontologia e Cultura pela Faculdade Futu-ra Futura e Autor do livro “Curiosidades sobre os Dinossau-ros: 10 fatos científi-cos que Hollywood não mostrou”.

mundodasespecialidades @[email protected]

EXPEDIENTE

Fóssil de Apatossauro

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O processo mais co-nhecido é o de substitui-ção (ou petrificação). Este tipo de fossilização ocor-re pela troca gradual das substâncias orgânicas que compunham o organismo por elementos inorgânicos

(calcita, pirita, sílica, etc.) da camada sedimentar envolvente, preservando ou não a sua microestru-tura celular.

Outro tipo de fossilização é a permineraliza-ção, bastante frequente em partes duras. Ocorre quando um mineral (ex: carbonato de cálcio, sílica) preenche os poros, canalículos ou cavidades exis-tentes no organismo.

Semelhantemente, o processo de moldagem envolve os mesmos elementos e sequência, po-rém, os restos dos organismos fossilizados desa-parecem. Este processo de fossilização consiste na reprodução da morfologia interna ou externa de um resto de organismo pelo sedimento consolida-do que o preenche ou envolve, respectivamente. Chama-se molde interno quando a reprodução é do interior do organismo, por exemplo, o interior das conchas. O molde externo reproduz a morfo-logia externa do organismo. Um exemplo são as formas humanas preservadas após a catástrofe do vulcão Vesúvio, cujas cinzas soterraram muitos corpos, posteriormente deixando um espaço vazio preenchido por sedimentos.

O processo de mumificação ou dessecação ocorre quando o organismo passa por um proces-so de desidratação muito rápida. Nesse caso, po-dem preservar-se, além de estrutura óssea, as par-tes moles do organismo. Esse processo ocorre em regiões de elevadas temperaturas, normalmente em desertos.

Ainda, esse mesmo processo tem sido atri-buído para organismos que se preservaram intei-ramente, como os mamutes e outros seres conge-lados (criopreservação) em permafrost, cujo solo é composto por rochas, terra e gelo, bem como seres vivos dentro de turfeiras e diversas criaturas conservadas em âmbar (resina vegetal solidificada). Portanto, esses três tipos de conservação (âmbar, turfa e gelo) são exemplos de mumificação.

2. Com o passar o tempo, o fóssil já formado, vai sendo empurrado pra cima devido a movimentos

das placas tectônicas

3. Devido a processos de intemperismo (erosão) das rochas, o fóssil vai sendo exposto à superfície e, então,

pode ser encontrado e escavado.

1. O animal é soterrado rapidamente por camadas de sedimentos e sofre a ação de organismos decompositores. O restante do tecido orgânico é então substituído por minerais ao longo de semanas a meses.

Inseto e anfíbio preservado em âmbar

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Outro modo de preservação encontrado comumente são as marcas deixadas por seres vivos, como pegadas, trilhas e pistas que, sob condições adequadas de clima e do próprio solo, são preservados e fossilizados, normal-mente mineralizados também.

Para facilitar a compreensão do histórico da vida passada, divide-se o tempo em Éons, Eras, Períodos, Épocas e Idades. Os Éons são divididos em Eras, que são divididas em Perí-odos, que são divididos em Épocas e que, por sua vez, são divididos em Idades. É muito co-mum mencionarmos as Eras Pré-Cambriana, Paleozoica (vida antiga), Mesozoica (vida mé-dia) e Cenozoica (vida recente). Cada Era e Pe-ríodo supostamente representariam uma par-te da história caracterizada pela presença ou ausência de determinados organismos, que teriam variado conforme o passar do tempo, segundo a Teoria da Evolução. Ao estudar as camadas de rochas que contém fósseis, ob-servamos frequentemente uma coluna suces-siva, sendo as camadas mais inferiores supos-tamente as mais antigas (pré-cambriano) e as superiores supostamente mais recentes (Era Cenozoica).

Conforme a Teoria da Evolução, a era Pré--Cambriana representaria, desde o momento da formação do planeta até o surgimento de grande diversidade de seres vivos, e ela mes-ma conteria apenas micro-organismos sim-ples.

O Paleozoico teria sido marcado por um evento de surgimento de toda variedade de grandes seres vivos, conhecido como explo-são cambriana. Nas camadas corresponden-tes a esta Era, encontra-se muita abundância de trilobitas, conchas, peixes, anfíbios e alguns répteis, e na flora, de grandes árvores.

A Era Mesozoica, dividida pelos Períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo, representaria o momento da História relativa à “dominação” dos dinossauros. Também é onde observa-

mos pela primeira vez nesta escala de tem-po o surgimento das aves e dos mamíferos. Quem deseja encontrar fósseis de dinossau-ros, deve procurar formações geológicas correspondentes a essa Era e os seus três Períodos.

A Era Cenozoica corresponde o tempo entre a extinção dos dinossauros e os dias de hoje. Nas rochas, não se encontra nenhum fóssil de dinossauro nas formações corres-pondentes a essa Era. Por outro lado, encon-tramos fósseis de mamíferos muito maiores e mais numerosos que nas outras Eras, in-cluindo o famoso tigre-dente-de-sabre, a preguiça-gigante (megatério), mamutes e mastodontes, e os glyptodontes (semelhan-tes a um tatu gigante), todos esses mamífe-ros encontrados no Brasil, com exceção dos mamutes.

O maior destaque normalmente dado à Era Cenozoica refere-se a uma de suas di-visões, a Época do Pleistoceno, no Período Quaternário, momento em que supostamen-te os símios primitivos evoluíram em hominí-deos até os modernos macacos e humanos. Não é correto afirmar que o “homem veio do macaco”, uma vez que, mesmo na Teoria da Evolução, essa afirmação seja incorreta. Para os evolucionistas, ambos, homem e macaco, são descendentes de um primata ancestral, e evoluíram por caminhos diferentes.

Molde de amonita

Os fósseis são subdivididos em somatofósseis e icnofósseis. Somatofósseis são restos de partes do corpo de organismos animais ou vegetais como, por exemplo, ossos, dentes, carapaças, troncos, folhas, etc... Icnofósseis são vestígios ou marcas preservados nas rochas pelas atividades dos seres vivos como, por exemplo, pegadas, pistas e trilhas, ovos, conchas, moldes, etc., preservando, assim, o organismo.

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Em nosso país, a paleontologia tem atuado de modo sistemático num tempo consideravelmente recente. O cientista di-namarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880) estabeleceu-se no Rio de Janeiro em 1833 para estudar a flora. No entanto, os achados de fósseis de mamíferos da megafauna em Minas Gerais deram início às pesquisas que vieram a caracterizar o pesquisador como o pai da paleontologia no Brasil. Porém, não tivemos condições ideais para desenvolver a pesquisa paleontológica até a segunda metade o século

Sítios paleontológicos são encontra-dos por todo o Brasil. É importante mencio-nar o sítio da Chapada do Araripe, localiza-do entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, um dos mais importantes da Amé-rica do Sul. Na região sul do Brasil, temos que valorizar o pioneirismo de especialis-tas estrangeiros Luther Wagoner, Orville Derby, Israel Charles White e o brasileiro Euzébio de Oliveira com seus estudos ge-ológicos no Paraná e em Santa Catarina,

Fósseisno Brasil

especialmente nas regiões de Ponta Gros-sa (PR) e na Serra do Rio do Rastro (SC). No Rio Grande do Sul, os brasileiros naturais de Santa Maria, João Guilherme Fischer e Llewellyn Ivor Price são apenas alguns dos vários pesquisadores que deram início aos trabalhos no estado, tendo seus nomes homenageados no Scaphonix fischeri (pri-meiro réptil permo-triássico sul-america-no identificado) e no Staurikossaurus pricei (primeiro dinossauro encontrado no Brasil).

No estado do Paraná, um dos sítios mais importantes localiza-se no município de Cruzeiro do Oeste, onde se encontra-se uma das maiores concentrações de fós-seis de pterossauros do mundo, incluindo o Caiuajara dubruskii e o Keresdrakon vilsoni, do animal com características de iguana e de lagarto Gueragama sulamericana, além da recente descoberta do pequeno terópo-de Vespersaurus paranaensis, o dinossau-ro mais completo já encontrado no Brasil, anunciado no fim de junho de 2019.

Caiuajara dubruskii

Vespersaurus paranaensis

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Após ser encontrado (geralmente por aciden-te) o sítio onde o fóssil está aflorando, com os equi-pamentos necessários (marteletes pneumáticos, pás, baldes, enxadas, marretas e ponteiras) e uma equipe composta por paleontólogos (biólogos e geólogos), e após montar uma estrutura adequada (espécie de barraca para proteção do sol), iniciam--se as escavações com muito cuidado e segurança ao redor de todo o fóssil, que é frágil, limpando-o cuidadosamente com auxílio de escovas e pincéis para retirar o máximo possível de poeira em cima e ao redor, muitas vezes necessitando passar um tipo de cola (resina Paraloid, por exemplo) para impedir que certas partes se quebrem. Alguns fósseis em camadas de rochas mais duras necessitam da apli-cação de substâncias específicas para corroer cui-dadosamente a rocha do entorno.

Durante todo o processo, há anotações a se-rem feitas no caderno do paleontólogo como o tipo de rocha sedimentar, a posição do fóssil, o nível do estrato e a localidade com precisão, incluindo da-dos como latitude, longitude, altitude e inclinação dos estratos. Técnicas ultramodernas como as uti-lizadas pelos pesquisadores da Southwestern Ad-ventist University, sediada em Keene (Texas, EUA), utilizam um preciso sistema de identificação por GPS, e os dados são disponibilizados online. Foto-grafias e desenhos também são realizados, e uma busca minuciosa é conduzida no entorno para en-contrar outros possíveis fósseis, já que dificilmente um fóssil é encontrado “sozinho”.

Após toda a extensão estar escavada, é o mo-mento de aplicar sobre o fóssil camadas de papel toalha ou papel higiênico antes da aplicação de uma camada de gesso a fim de construir o que chama-mos de “jaquetas de gesso” (às vezes são adiciona-das telas de arame para maior fortalecimento) com o fóssil no seu interior, possibilitando o transporte seguro do material do campo ao laboratório. Geral-mente o processo de escavação de um animal fóssil de grandes proporções leva mais de 5 anos até ser completamente finalizado. No laboratório, equipa-mentos modernos à disposição dos pesquisadores incluem aparelhos de raios-X, tomografia, scanners a laser, espectrometria de massa e outros proces-sos sofisticados.

Encontrandofósseis...

Algumas ferramentas do paleontólogo

Que tal aprender sobre os Dinossauros com quem realmente entende do assun-to!? O coautor de nosso guia, o prof. Ever-ton F. Alves é especialista em paleonto-logia e fera na temática dos dinos. Ele escreveu um livro muito legal chamado “Curiosidades sobre os Dinossauros - 30 fatos científicos que Hollywood não mos-trou”. Vale a pena você conferir essa e ou-tras obras no site evertonfalves.com.br

Super dica!

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Essa pesquisa cuidadosa também ajuda a compreender em que condi-ções o organismo morreu e foi soterra-do. Sem realizar esses estudos detalha-dos, grande parte de informação sobre a história de vida e morte daquele fóssil pode se perder, bem como o próprio espécime coletado pode sofrer perdas irreparáveis.

Devido à fragilidade dos fósseis, muitos nunca serão expostos em mu-seus. Entretanto, as equipes do labora-tório são especializadas em produzir ré-plicas perfeitas, imitando o tamanho, as rugosidades, rachaduras e a coloração exata do fóssil, preparando assim uma exposição legítima ao mesmo tempo em que preserva a real peça coletada. Desta forma, nos museus, podemos observar e até tocar pequenas escamas de peixes ou placas de tartarugas e até passear embaixo de imensos dinossau-ros ou colocar os pés dentro de uma grande e impressionante pegada.

Em primeiro lugar, porque os fós-seis são frágeis e valiosos (pois revelam a história do nosso planeta) e, portanto, devem ser extraídos do solo apenas por quem estudou (mestrado e/ou douto-rado em Paleontologia) e que possui técnicas adequadas de salvamento/resgate de fósseis. Aliás, mesmo quem estudou muitos anos a área de Pale-ontologia ainda tem certas dúvidas e precisam consultar seus outros colegas paleontólogos para planejarem juntos a melhor forma de extrair certos fósseis que, a propósito, possuem valor cultural e patrimonial. Isto significa que os fós-

seis pertencem a todos os seres huma-nos e podem contribuir de muitas for-mas para entendermos a dinâmica do planeta e dos animais que nele viveram. Além de revelar a identidade regional da população onde os fósseis são en-contrados. Em segundo lugar, porque, no Brasil, existem regras que dizem que se deve ter autorização de um órgão do governo federal para fazer a extração, (DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral, ou outro que vier a substituí-lo), uma vez que, independen-temente do lugar onde o fóssil foi acha-do, este pertence à União (ao País), ou seja, não pode pertencer a uma deter-minada pessoa.

Caso alguma pessoa encontre um fóssil, deve comunicar o achado a algum pesquisador (de preferência, da Geologia ou Paleontologia) da Univer-sidade mais próxima da região onde o fóssil foi encontrado. Caso não tenha ne-nhum desses cursos na Universidade, pode ser comunicado a um pesquisa-dor da Biologia, Geografia ou da Histó-ria. Esse pesquisador, caso não seja um paleontólogo qualificado para a tarefa, tratará de localizar o paleontólogo ideal para essa aventura que levará anos, por vezes, década, até ser finalizada. Após o paleontólogo ser chamado, ele, seus colegas e alunos montarão uma equipe de peso para viajar até o local e passa-rem períodos ali nessa empreitada de escavação.

ATENÇÃO!

É importante que os fósseis não sejam extraídos por pessoas despreparadas

para isso.

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Fique Atento a Outros Termos conhecidos pelos paleontólogos:

Paleontologia – Ramo científico que estuda os fós-seis, subdividida em áreas específicas como a paleon-tologia de vertebrados (estudam répteis, mamíferos, peixes, anfíbios, dinossauros, etc...), paleontologia de invertebrados (insetos, crustáceos, etc...), paleopalino-logia (pólens e esporos), micropaleontologia (fósseis de pequenas dimensões), paleoicnologia (pegadas, fezes, ovos, etc...), paleobotânica (vegetais) e tafonomia (estuda os processos envolvidos desde a morte até a fossilização do organismo).

Geologia – campo da ciência que estuda a origem e formação da estrutura do planeta, bem como a com-posição de terrenos, solos, rochas, minerais, e busca en-tender a dinâmica das forças que atuam no interior e os processos que modelam a superfície da terra.

Catastrofismo – corrente de pensamento que de-fende a ideia de que houveram mudanças catastróficas incomuns e súbitas em grande escala no passado do planeta Terra.

Pelecípode – moluscos bivalves (concha formada por duas partes, ou valvas), abundantes em ambientes marinhos. Possui os pés apropriados para cavar. São abundantes também os fósseis encontrados de pelecí-podes.

Graptolite – graptólitos ou graptolithina, indivíduos que viviam em colônias no fundo dos mares e atualmen-te extintos. Encontrados em poucas camadas na coluna geológica, são utilizados para auxiliar a identificar essas camadas específicas.

Trilobita – outro grupo completamente extinto. Ha-bitava o fundo dos mares e era abundante por todo o mundo. Muitos fósseis de trilobitas são encontrados fre-quentemente desde o início (Período Cambriano) até o final (Período Permiano) da Era Paleozoica. Tido como extremamente antigo, apresenta altíssimo nível de com-plexidade morfológica e fisiológica.

Dinossauro – répteis (alguns grandes) encontrados somente nas formações geológicas da era mesozoica, famosos pelas produções de Hollywood. Eram majorita-riamente terrestres e não devem ser confundidos com os pterossauros (répteis alados) e os répteis aquáticos (ic-tiossauros, pleisiossauros, etc...).

Molusco pelecípode

Dictyonema retiforme

Modelo de fóssil trilobita

Braquiossauro

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Mamute e Mastodonte - São grandes animais da chamada megafauna. Eram similares aos atuais ele-fantes, porém, ainda maiores. Os mamutes habitaram o hemisfério norte, especialmente América do Norte e Ásia, e hoje são conhecidos os fósseis congelados encontrados na Sibéria. Por sua vez, os mastodontes são encontrados na América do Norte, mas também na América do Sul, inclusive no Brasil; podiam alcançar 3 metros de comprimento por 2,5 m de altura, e pesa-vam até 5 toneladas.

Crinóide – Muito mais numerosos no período paleozoico que atualmente, são equinodermos com aparência de flores, semelhantes aos lírios-do-mar. São animais exclusivamente marinhos.

Lingula – Vivendo no fundo dos oceanos, esse braquiópode parecido com um mexilhão é encontra-do no registro fóssil desde o período cambriano. Todos os exemplares atuais observados são extremamente semelhantes e parecem não apresentar significativos sinais de evolução.

Foraminifera – Os foraminíferos são microorga-nismos unicelulares, a maioria de vida marinha. A cé-lula faz projeções que se unem formando uma rede, chamada foraminifera. Esses micro-organismos pos-suem um revestimento calcário, como uma concha. Essa foraminifera pode aglutinar com grãos de areia ou outras partículas, cristais de calcita, entre outros minerais, resultando em formatos muito variados.

Radiolário – De maneira semelhante aos forami-níferos, os radiolários também são protistas unicelula-res. Eles secretam microtúbulos e projeções formando estruturas intrincadas de minerais que se unem como redes. Formam uma espécie de esqueleto interno e externo à célula, formada por quitina e sílica, agluti-nando outros minerais. Essas estruturas facilitam a flu-tuação, pois os radiolários são encontrados no plânc-ton marinho.

Braquiópode – Invertebrados marinhos que ha-bitam o fundo dos oceanos. Seus tecidos moles são protegidos por duas conchas.

Mamute

Crinoide

Lingula

Foraminiferos

RadiolarioBraquiópode

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Atualmente podemos encontrar evidên-cias de uma “era do gelo” em grande parte do Canadá, várias regiões dos Estados Unidos, Norte da Europa, Noroeste da Ásia, cadeias montanhosas do hemisfério sul e dos trópi-cos. Em Algum momento, essas regiões esti-veram cobertas por gelo. Na teoria evolucio-nista são admitidas 5 grandes eras do gelo, enquanto o criacionismo entende ter havido apenas um período assim.

A possibilidade de uma longa era do gelo, como ensinada por muitos defensores da teoria evolucionista, é muito baixa e muitas questões permanecem sem uma explicação coerente. Mais de 60 teorias tentam explicar os acontecimentos nestes longos períodos. Especificamente, são observados fósseis de animais aparentemente incompatíveis com a região geográfica em que foram encontrados.

O modelo criacionista preenche essas lacunas ao justificar um evento consideravel-mente mais curto e que responde o como e o porquê teria acontecido esta época do gelo, considerando a ação simultânea de diversos fenômenos, que devem ter acontecido du-rante e após o dilúvio global.

Entrandonuma fria!

Durante algum tempo logo após o dilú-vio, animais, vegetais e seres humanos rapi-damente se espalharam pela nova superfície da Terra e logo repovoaram grande parte da superfície terrestre de norte a sul do globo. Porém, os efeitos do dilúvio ainda seriam sen-tidos de maneira intensa nos séculos seguin-tes.

Seres humanos e animais foram pegos de surpresa durante a migração para regiões mais adequadas. Foram encontrados fós-seis de mamutes e mastodontes em regiões da Sibéria próximas ao oceano. Na Beríngia, como é chamada a faixa de terra que uniu a Sibéria e o Alasca através do atual estreito de Bering, foram encontrados lobos, rapo-sas, leões, coelhos, veados, preguiças, alces, castores, ratazanas, cavalos e aves, nenhum dos quais deveriam viver naquela região, a não ser que as condições tivessem sido dife-rentes antes de serem mortos e cobertos por gelo. Na coluna geológica, este período seria representado na Era Cenozoica até o final da Época Pleistoceno.

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Uma intensa atividade vulcânica deve ter acon-tecido durante o dilúvio, como podemos observar atualmente a imensa quantidade de vulcões em terra e no fundo dos oceanos, especialmente nos limites das placas tectônicas. Ao término do dilúvio (que foi muito mais que apenas chuvas e enchen-tes), a terra deveria estar coberta de gases e cinzas vulcânicas que impediriam grande parte da incidên-cia dos raios solares. Com menor radiação solar, a temperatura ambiente também diminui. Podemos observar esse fenômeno nas erupções vulcânicas registradas nos últimos séculos e, considerando a grande quantidade de vulcanismo que teria acon-tecido durante o dilúvio, esse resfriamento serviria para iniciar uma época do gelo. Esse grande número de vulcões teriam permanecido ativos por dezenas de anos seguintes, sem intervalos muito longos en-tre cada ação.

Assim que a neve cobre o chão, mesmo que as cinzas se dissipam e permitam que os raios solares voltem a acertar em cheio a superfície terrestre, são mais facilmente refletidos e enviados de volta ao es-paço, contribuindo para que a temperatura perma-neça baixa. A umidade necessária para a formação da neve seria suprida amplamente pelos oceanos ainda aquecidos e os grandes lagos formados após as águas do dilúvio baixarem da superfície.

O avanço desta época do gelo progride até que os oceanos começam a esfriar e o ar a resse-car, assim como o ar condicionado deixa o ar mais seco. Desta forma, diminui a umidade que causaria a precipitação de neve. A atividade vulcânica tam-bém diminui e o sol começa novamente a aquecer a Terra com todo o seu potencial. A consequência é o degelo desta grande massa congelada e o gradual aumento médio da temperatura ambiente. Em me-nos de mil anos após o dilúvio, a era do gelo já teria acabado.

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getal e animal anterior ao tempo referido no relato mosaico. Mas com referência a estas coisas a história bíblica fornece ampla expli-cação. Antes do dilúvio o desenvolvimento da vida vegetal e animal era superior ao que desde então se conhece. Por ocasião do di-lúvio fragmentou-se a superfície da Terra, notáveis mudanças ocorreram, e na remo-delação da crosta terrestre foram preserva-das muitas evidências da vida previamente existente. As vastas florestas sepultadas na terra no tempo do dilúvio, e desde então transformadas em carvão, formam os ex-tensos territórios carboníferos, e fazem o suprimento de óleos que servem ao nosso conforto e comodidade hoje. Estas coisas, ao serem trazidas à luz, são testemunhas a testificarem silenciosamente da verdade da Palavra de Deus.” (Educação, Capítulo 14, página 109).

“Nesse tempo imensas florestas fo-ram sepultadas. Estas foram depois trans-formadas em carvão, formando as extensas camadas carboníferas que hoje existem, e também fornecendo grande quantidade de óleo.” (Patriarcas e Profetas, Capítulo 8, pá-gina 108).

“Em nosso trabalho devemos ser coo-breiros de Deus. Ele nos dá a terra e seus tesouros; nós, porém, devemos adaptá-los a nosso uso e conforto. Ele faz com que as árvores cresçam, mas nós preparamos a madeira e construímos a casa. Ele ocultou na terra o ouro e a prata, o ferro e o carvão; todavia, é mediante o trabalho, apenas, que os podemos obter.” (Educação, Capítulo 24, p. 214).

Como vimos, as condições funda-mentais para a formação de fósseis, espe-cialmente por mineralização, o meio mais comum, envolve um rápido soterramento por grandes quantidades de sedimentos arrastados por grandes volumes de água. O organismo, assim soterrado, permanece num ambiente com baixo teor de oxigê-nio, tendo seu processo de decomposição se tornado muito lento, o que permite que as moléculas orgânicas sejam substituídas por minerais, levando à formação do fóssil. Uma vez que podemos encontrar esse tipo de fóssil em todos os continentes, em locais subterrâneos e no alto de grandes monta-nhas e em ambientes diversos, o relato do dilúvio citado na Bíblia explica a possibilida-de de que as condições necessárias para a fossilização tenham alcançado o mundo todo. Outros métodos de fossilização, como a mumificação em geleiras podem ser ex-plicadas pela conhecida “era do gelo”, que tenha se originado como consequência de um dilúvio global.

A escritora e mensageira de Deus, Ellen Gould White, que viveu na segunda metade do século XIX e até o ano 1915, na sua maneira e em linguagem acessível para a sua época, deixou registrado a maneira como os acontecimentos causaram a for-mação de carvão, petróleo e dos fósseis.

“É verdade que vestígios encontrados na terra testificam da existência do homem, animais e plantas muito maiores do que os que hoje se conhecem. Tais são considera-dos como a prova da existência da vida ve-

E o dilúvio?

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“Pretendem geólogos achar prova na pró-pria Terra de que ela é muitíssimo mais velha do que ensina o registro mosaico. Ossos de homens e animais, bem como instrumentos de guerra, árvores petrificadas, etc., muito maiores do que qualquer que hoje exista, ou que tenha existido durante milhares de anos, foram descobertos, e disto (foram descobertos e, disto,) conclui-se que a Terra foi povoada muito tempo antes da era referida no registro da criação, e por uma raça de seres grandemente superiores em tamanho a quaisquer homens que hoje vivam. Tal raciocínio tem levado muitos crentes professos na Bíblia a adotar a opinião de que os dias da criação foram períodos vastos, indefinidos.

Mas, fora da história bíblica, a geologia nada pode provar. Aqueles que tão confiante-mente raciocinam acerca de suas descobertas, não têm uma concepção adequada do tamanho dos homens, animais e árvores anteriores ao di-lúvio, ou das grandes mudanças que então ocor-reram. Restos encontrados na terra dão prova de condições que, em muitos aspectos diferiam do presente; mas o tempo em que essas condições existiram (existiam) apenas pode ser descoberto pelo Registro Inspirado. Na história do dilúvio a inspiração explicou aquilo que a geologia por si só nunca poderia sondar. Nos dias de Noé, ho-mens, animais e árvores, muitas vezes maiores do que os que hoje existem, foram sepultados, e assim conservados como prova para as gera-ções posteriores de que os antediluvianos pere-ceram por um dilúvio. Era o desígnio de Deus que a descoberta dessas coisas estabelecesse fé na história inspirada, mas os homens, com seus vãos raciocínios, caem no mesmo erro em que caiu o povo anterior ao dilúvio - as coisas que Deus lhes dera como benefício, mudam eles em maldição, fazendo delas mau uso.” (Patriarcas e Profetas, Capítulo 9, página 112).

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Uma Questãode visão...A existência dos fósseis é um aspecto chave para

compreender um mundo que já não existe. Inúmeros seres vivos que não existem mais, nos contam suas histórias, graças aos restos e sinais que deixaram para nós. Porém, essa história não está escrita da maneira explícita como gostaríamos e está sujeita a interpreta-ções, como quase tudo em ciência.

Todo o conhecimento que já temos, os valores, sentimentos e impressões que adquirimos em nos-sa existência servem como uma lente que utilizamos para “enxergar” o mundo e o universo. Aquilo que aprendemos e aceitamos sobre esses assuntos pas-sam por essa lente, pela nossa visão de mundo. Uns creem em um Deus que se relaciona conosco, outros em algum outro tipo de divindade mais distante e al-guns creem que não há absolutamente nada sobrena-tural e que não possa ser explicado por observações ou experimentos dos pesquisadores, o que chamamos de naturalismo. Esse é um exemplo de conhecimen-to, crenças e conjunto de valores que afeta a maneira com que vemos o mundo e compreendemos os fenô-menos da natureza. A essa lente, nós damos o nome de cosmovisão.

Pesquisadores com cosmovisões diferentes rece-bem as mesmas evidências dos fósseis, mas dão inter-pretações distintas a essas evidências. Há várias teorias e interpretações, mas vamos focar nas principais ideias aceitas por evolucionistas e criacionistas.

Para os evolucionistas, cada camada da coluna ge-ológica representa um período muito extenso, durando, às vezes, dezenas ou centenas de milhões de anos em que os sedimentos são depositados progressivamente. Em cada período ou era há fósseis característicos indi-cando os seres que teriam vivido naqueles momentos.

Por exemplo, num corte vertical em que observa-mos algumas dessas camadas, uma das mais inferiores, pertencente ao período cambriano, possui fósseis de tri-lobitas, equinodermos e outros organismos muito sim-ples, praticamente todos extintos, mas que teriam vivido há 500 milhões de anos, em média. Várias camadas aci-ma está o período cretáceo, onde encontramos fósseis de dinossauros como o hadrossauro e o iguanodonte e por ser uma camada mais acima, teriam vivido num tem-po muito mais recente, entre 140 e 65 milhões de anos.

Sítio paleontológico numa pedreira

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Uma vez que nas camadas mais “antigas” existam fós-seis de organismos mais simples e nas camadas mais “recentes” os fósseis mostram animais e vegetais mais complexos, isso representa uma evidência de que com o passar do tempo os organismos evoluíram do mais simples ao mais complexo, até chegar no momento em que vivemos atualmente.

A teoria evolucionista não consegue explicar adequadamente como chegam às idades de cada ca-mada, além de outras dúvidas que permanecem sobre locais em que as camadas aparecem invertidas ou a ausência de processos de erosão entre uma camada e outra, ou ainda sobre fósseis que posicionam-se ver-ticalmente atravessando várias dessas camadas, além de muitas outras questões sem resposta.

No modelo criacionista, o tempo do universo e das rochas pode até ser incrivelmente antigo, porém, o surgimento da vida representa um evento recente com a criação por Deus descrita na Bíblia. A formação das camadas da coluna geológica teria ocorrido em pou-cos eventos como o dilúvio e a idade do gelo, e o fato de organismos mais complexos estarem acima dos mais simples é explicado pelo local de habitação des-ses indivíduos. Por exemplo, os animais mais simples viviam no fundo dos oceanos, exatamente o primeiro local a ser soterrado durante o dilúvio e aparecem em camadas como o cambriano, enquanto os maiores e mais complexos viviam em maior altitude, sendo so-terrados depois, como os do período cretáceo, a última camada formada durante o dilúvio, conforme muitos cientistas criacionistas. A idade do gelo, que teve lugar nos primeiros séculos após o dilúvio seria responsável pelas camadas da era cenozoica, entre outras expli-cações semelhantes. Sob a cosmovisão criacionista, aquelas dúvidas deixadas pela explicação tradicional são facilmente respondidas.

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A primeira vez em que visitei um museu com fósseis reais em exibição foi durante um período em que estive num intercâmbio nos Estados Unidos da América, no início de 2010. Numa viagem a Washington D.C., a capital da-quele país, tive a oportunidade de conhecer brevemente o Museu Nacional de História Na-tural do Smithsonian Institution. Uma experi-ência sem dúvida, muito enriquecedora.

Neste museu, muito é ensinado sobre diversos aspectos da natureza, desde mine-rais até a vida vegetal e animal. Na seção de fósseis, pude observar peças originais e répli-cas de dinossauros e outros répteis terrestres e marinhos, além de mamíferos e peixes. Não é possível questionar a existência dos fósseis após observá-los de perto. O aprendizado foi magnífico. Durante algumas horas estive na-quele museu e teria facilmente passado dias, caso houvesse a oportunidade. Sem dúvida nenhuma é um local que pretendo visitar no-vamente.

Em 2018, estive participando de um en-contro organizado pelo Departamento de Educação da Divisão Sul Americana da IASD. Especialistas do mundo todo estiveram pre-sentes ensinando e auxiliando nas pesquisas em campo. Geólogos, paleontólogos, biólo-gos, entre outros profissionais, pesquisadores e professores enriqueceram a experiência. O local escolhido foi a Chapada do Araripe e arredores, no nordeste do Brasil, um dos me-lhores sítios de estudo de fósseis do período cenozoico em todo o mundo e o principal sítio paleontológico no Brasil.

O local escolhido como base foi Juazei-ro do Norte, no Ceará, de onde partimos para conhecer os sítios paleontológicos da região,

por Vinícius D. Kümpel

Entre Museuse sítios paleontológicos

como os municípios de Nova Olinda, Crato, Santana do Cariri, entre outros. Em Missão Ve-lha observamos troncos de árvores petrifica-dos, com destaque ao fato de serem pinheiros, a mais de 3 mil km de onde realmente espe-raríamos encontrá-los, o que indica que foram transportados por grandes volumes de água por toda essa distância.

Tive a oportunidade de escavar num leito seco de um antigo rio e o privilégio de encon-trar partes de dois peixes extintos fossilizados, do gênero Vinctifer sp. Outros membros da nossa equipe encontraram peixes e escamas no mesmo lugar e insetos noutro sítio, onde funciona atualmente uma pedreira.

No Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, o mais importante da região e um dos mais completos existentes no Brasil, tivemos contato com inúmeros exemplares encontra-dos na região. Salvo raras exceções, as espé-cies encontradas em toda a região da Chapa-da não podem sair de lá, permanecendo neste museu à disposição de estudos científicos. O museu possui fósseis de dinossauros, pteros-sauros, lagartos, peixes, tartarugas, rãs, mos-quitos, libélulas (escolhidas como símbolo da Chapada), aranhas, escorpiões, plantas e tron-cos, todos encontrados nesta ampla região.

A última visita foi no município de Souza, na Paraíba, onde estudamos o Vale dos Dinos-sauros, local repleto de pegadas de dinossau-ros. Neste local, já foram identificados rastros de mais de 500 dinossauros, o maior conjunto de dinossauros do período Cretáceo na Amé-rica Latina. O ambiente foi identificado como uma região de rios e lagos, já há muito resse-cados.

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Referências:https://ionline.sapo.pt/artigo/394709/descoberto-maior-fossil-de-baleia-pre-historica-de-sempre?seccao=Mundo

https://www.proprofs.com/quiz-school/story.php?title=deriva-dos-continentes

http://www.gluon.com.br/blog/2014/12/13/ovelha-preservada-em-uma-turfeira/

https://gizmodo.uol.com.br/sapos-mais-antigos-preservados-ambar/

https://www.wisegeek.com/what-is-a-state-fossil.htm

http://1.bp.blogspot.com/-LMjf6_4-NJQ/VOd6MkfZzXI/AAAAAAAAAqI/YfGzTVNDniY/s1600/caiuajara.jpg

http://4.bp.blogspot.com/-KKeiNkOdhwI/VULD3dp9oQI/AAAAAAAAASg/UZXrnR7QhZY/s1600/10628702_10202950270981214_2598831533096317592_o.jpg

https://www.nationalgeographic.nl/wetenschap/2019/07/deze-dinosaurus-leefde-de-woestijn-en-balanceerde-op-een-teen

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Paleontology_tools.jpg

1. O que são fósseis?2. Descrever, pelo menos, 3 processos de fossilização.3. Qual a diferença entre fóssil, Somatofóssil e icnofóssil?4. Definir as seguintes palavras:a) Geologiab) Fósseisc) Catastrofismod) Pelecípodee) Graptolitef) Trilobitag) Dinossauroh) Mamutei) Mastodontej) Crinoitek) Lingulol) Foraminíferam) Radiolárion) Paleozoicoo) Mesozoicop) Cenozoicoq) Pleistocenor) Paleontologias) Paleobotânicat) Braquiópode5. Que explicação há para a existência de animais congelados nas regiões árticas? Qual explicação se dá para sua

condição e quando, provavelmente, viveram na terra?6. Qual a relação direta entre o dilúvio citado na Bíblia e a quantidade de fósseis encontrados no planeta?7. Citar textos da Bíblia e do Espírito de Profecia para explicar a origem dos seguintes itensa) Carvãob) Petróleoc) Fósseisd) Calcário8. Visitar um museu onde há fósseis em exibição e fazer um relatório da excursão.9. Responder as perguntas abaixo por pesquisa pessoal ou com auxílio de um arqueólogo ou paleontólogo:a) Visitar um sítio paleontológico e fazer um relatório oral ou por escrito da excursão.b) Dizer como o esqueleto de um dinossauro ou outro fóssil de proporções gigantescas deveria ser removido.c) Por que principiantes não devem retirar estes espécimes?d) O que um principiante deve fazer se encontrar um fóssil?e) Descrever o processo de limpeza dos espécimes assim que são retirados, para prepara-los para o museu.10. Explicar a diferença entre as teorias apresentadas por evolucionistas e criacionistas diante da presença de fósseis.11. Pesquisar sobre a ocorrência de fósseis em sua região/país e descobrir onde está o sítio paleontólogo mais

próximo.

Requisitosacompanhe seu desenvolvimento

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