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2014/2015 Engenharia Mecânica nos Transportes Aéreos Drones- Veículos Aéreos Não Tripulados Supervisor(es): Professora Ana Reis e Engenheiro João Duarte Monitor(es): Ana Dulce e Luís Faria Joana Manuel Polónia Miranda up201403669 João Luís Alves Prata up201403679 João Miguel Paupério up201406438 José Neves das Neves up201406301 José Pedro Pereira up201406302 José Ricardo Neves up201406303 Turma 1M03; Equipa 1M3_03 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Unidade Curricular: Projeto FEUP

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Unidade Curricular: Projeto FEUP Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica III

2014/2015

Engenharia Mecânica

nos Transportes Aéreos Drones- Veículos Aéreos Não

Tripulados

Supervisor(es): Professora Ana Reis e Engenheiro João Duarte

Monitor(es): Ana Dulce e Luís Faria

Joana Manuel Polónia Miranda up201403669

João Luís Alves Prata up201403679

João Miguel Paupério up201406438

José Neves das Neves up201406301

José Pedro Pereira up201406302

José Ricardo Neves up201406303

Turma 1M03; Equipa 1M3_03

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Unidade Curricular: Projeto FEUP

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Drones – Veículos Aéreos Não Tripulados

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Resumo

Este relatório, realizado no âmbito da unidade curricular de Projeto FEUP, visa

dar a conhecer o conceito de Drone, explicitando as suas características, principais

utilizações no nosso quotidiano, os materiais e processos de fabrico, o sistema de

propulsão e descolagem, sistemas de posicionamento e navegação e, por fim, os seus

prós e contras.

Os drones são veículos aéreos não tripulados que têm cada vez mais, um papel

preponderante na vida quotidiana, devido à sua vasta gama de utilizações, podendo

intervir em domínios tão distintos como a agricultura ou fins militares.

A composição destes veículos é complexa, envolvendo bastantes constituintes,

desde o Frame à placa de distribuição. Fatores como o peso, autonomia e o custo de

produção são prioridades na área da investigação para o seu fabrico. Quanto ao

sistema de propulsão e descolagem destes veículos, este divide-se em duas vertentes:

idêntico ao dos aviões e idêntico ao dos helicópteros.

Dentro dos sistemas de posicionamento e navegação, os drones podem ser

controlados remotamente, sendo bastante importantes para a navegação à distância,

dependendo dos fins a que se destinam.

Com o aumento da utilização dos drones, começaram a surgir polémicas

relacionadas com ética, havendo denúncias de invasão de privacidade e até acidentes

dos quais resultaram feridos inocentes, o que levou diversos países a criarem

legislação para controlar o uso dos drones. No entanto, é consensual que as suas

vantagens são imensas.

O papel do Engenheiro mecânico é fundamental para uma boa produção destes

veículos, intervindo desde cedo na projeção mecânica, juntamente com engenheiros

formados noutras áreas.

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Palavras-Chave

Transportes aéreos;

Veículos aéreos não

tripulados;

Drones;

Hélices;

Asa;

Compósitos;

Fibra de carbono;

Materiais;

Processos de fabrico;

Sistema de propulsão;

Sistemas de

posicionamento e

navegação.

Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer a todos os que contribuíram, de alguma forma, para

o sucesso deste projeto.

Em primeiro lugar, demonstramos a nossa gratidão à Professora Ana Reis, ao

Engenheiro João Duarte e ao monitor Luís Faria por se terem disponibilizado para nos

tirar dúvidas e ajudar na organização do relatório.

Expressamos ainda um agradecimento especial à monitora Ana Dulce, por todos

os conselhos que nos transmitiu e por todo o material de trabalho fornecido. No fundo,

toda a sua dedicação e atenção foram essenciais para o desenvolvimento deste

projeto.

Por último, queremos demonstrar o nosso apreço por todos os docentes que

estiveram envolvidos nas atividades decorridas na primeira semana do ano lectivo, que

muito contribuíram para que tivéssemos todos os fundamentos teóricos e práticos

necessários para a realização deste trabalho, por nos terem incutido um espírito de

cooperação e de trabalho em grupo que foram fundamentais no decorrer desta unidade

curricular.

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Índice

Lista de Abreviaturas ................................................................................................................................................... 1

Introdução .................................................................................................................................................................... 2

1. Contextualização teórica ......................................................................................................................................... 3

Drone – o que é? ....................................................................................................................................................... 3

2. Fabrico do Drone ..................................................................................................................................................... 8

Requisitos .................................................................................................................................................................. 8

Como é constituído? .................................................................................................................................................. 9

Autonomia……………………………………………………………………………………………………………………...11

Bateria - o que é? ............................................................................................................................................... 11

Tipos de Baterias ............................................................................................................................................... 11

Autonomia: pressupostos ................................................................................................................................... 13

Materiais .................................................................................................................................................................. 15

O que são compósitos? ....................................................................................................................................... 15

Compósito de fibra de carbono ........................................................................................................................... 16

Processos de fabrico de materiais compósitos ........................................................................................................ 19

Infusão em vácuo (moldação em vácuo) ............................................................................................................. 19

Pultrusão ............................................................................................................................................................. 20

3. Sistemas de propulsão e descolagem ................................................................................................................. 21

Drones semelhantes a helicópteros ......................................................................................................................... 21

Drones semelhantes a aviões.................................................................................................................................. 22

4.Sistema de Posicionamento e Navegação do Drone ........................................................................................... 24

Tipos de Sistemas de Posicionamento e Navegação .............................................................................................. 24

Rádio Posicionamento/Navegação ..................................................................................................................... 25

Sistemas de Navegação e Posicionamento por Satélite .............................................................................. 25

Sistemas Terrestre de Navegação e Posicionamento .................................................................................. 27

Sistema de navegação inercial ........................................................................................................................... 27

Transmissão das informações do drone para o segmento terrestre ........................................................................ 28

5. Prós e contras ........................................................................................................................................................ 29

6. Curiosidades: As regras francesas param o uso de drones .............................................................................. 31

Síntese do Conhecimento: O papel da Engenharia Mecânica nos Drones .......................................................... 32

Considerações Finais ................................................................................................................................................ 33

Referências ................................................................................................................................................................. 35

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Lista de Abreviaturas

VANT- Veículo Aéreo Não Tripulado

ESC- Electronic Speed Controlers

VIP- Vacuum Infusion Process

CRFP- Carbon Fiber Reinforced Polymer

FPV- First Person View

GPS- Global Position System

ONU- Organização das Nações Unidas

FPV- First person view

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Introdução

A cada dia que passa, o Mundo vai sofrendo, progressivamente, modificações e

alterações nas mais variadas vertentes. Esta tendência também se estendeu ao

domínio dos transportes aéreos: de um simples e rudimentar aeroplano sem motor até

ao drone num curto espaço de tempo. Cada vez mais o Homem se ocupa do estudo

dos meios de transporte e procura novas formas de os melhorar, tudo com o fim de

melhorar a qualidade de vida do ser humano. Nesta perspetiva, o papel do Engenheiro

é fundamental.

No que toca aos transportes aéreos, estes são um dos tipos de meios de

transporte mais recentes e mais estudados nos últimos anos, dada a enorme margem

de progressão que ainda apresentam no que toca ao seu desenvolvimento e produção.

São, de momento, o meio mais seguro e, em longas distâncias, é o transporte mais

rápido e prático a ser usado.

Existem vários tipos de transportes aéreos. O primeiro a surgir foi o balão

(século XVIII), mais tarde o zepelim, assim sucessivamente até ao aparecimento

daqueles que são mais comuns atualmente. No entanto, nos últimos anos, a ciência e a

engenharia têm produzido um novo tipo de transporte aéreo, que visa a movimentação

de um veículo aéreo sem necessidade de piloto, isto é, que podem ser comandados à

distância ou até mesmo através de um programa que segue instruções. Esta nova

geração de veículos não tripulados apelida-se de VANT.

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1. Contextualização teórica

Drone – o que é?

Os drones foram inicialmente projetados para uso militar, tendo como objetivo

reduzir a perda de vidas humanas. No entanto, posteriormente, descobriram-se muitas

outras utilizações para estes veículos nas mais diversas áreas, desde a agricultura ao

lazer, assim como na monotorização de infraestruturas.

O conceito de drone já é antigo, visto que a ideia que fez aparecer este veículo

surgiu numa batalha entre a Áustria e a Itália, em 1849, quando a Áustria enviou balões

sem pilotos equipados com bombas para o solo italiano. Porém, isto não teve os

melhores resultados, uma vez que, apesar de alguns balões terem cumprido o objetivo,

alguns regressaram ao ponto de partida, devido ao vento que se fazia sentir.

Alguns anos mais tarde, pouco depois da primeira guerra mundial, o exército

americano desenvolveu uma “bomba voadora” que se aproximou ainda mais do

conceito de drone. Contudo, este veículo não era muito eficaz e ainda precisava de

piloto para se poder largar a bomba.

Finalmente, já em 1959, as forças aéreas norte-americanas começaram a

desenvolver um projeto para criar o primeiro drone. Apenas em 1964 é que foi

conseguido concluir o drone, tendo no dia 2 de Agosto deste ano feito o seu primeiro

voo numa missão no Vietname.

Após esta missão, o desenvolvimento dos drones tem sido uma forte aposta,

não só pelos governos e empresas de espionagem, como também por empresas

ligadas ao lazer. Mais recentemente, especialmente após 11 de Setembro, os drones

têm sido utilizados em missões de espionagem. Além disso, também têm grande

utilidade muitas outras vertentes, como na agricultura, na monitorização de

infraestruturas e no controlo de fronteiras, uma vez que, facilitam a realização destas

tarefas. Adicionalmente, têm sido desenvolvidos drones mais pequenos, baratos e

fáceis de manobrar que tornam estes veículos num “brinquedo”. [1]

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Um VANT, tal como o próprio acrónimo indica, é um veículo aéreo não tripulado,

que tanto pode ser comandado por pilotos numa estação como seguir um programa

pré-definido, de forma autónoma. O drone é o mais conhecido tipo de VANT, e divide-

se em duas principais categorias: uns são destinados para fins de vigilância, enquanto

outros para fins militares, sendo equipados com artilharia, como mísseis e bombas. No

entanto, o drone pode ser usado nas mais variadas vertentes (lazer, empresarial,

científico). Na Figura 1 pode ver-se um tipo de drone, neste caso, semelhante a um

avião. [2]

Figura 1 - Drone semelhante a avião. [3]

Isto possibilita a criação de uma indústria revolucionária à volta destes veículos

não tripulados. De facto, a produção de drones teve um grande crescimento nos

últimos anos. Isso deve-se principalmente ao facto destes, para além de serem

controlados remotamente, terem uma extraordinária capacidade para permanecerem

em voo por muitas horas. Por exemplo, de acordo com o jornal “Peace News”, um

jornal britânico, o drone Zephyr, produzido em Inglaterra, quebrou o recorde de tempo

de voo, ao voar ininterruptamente oitenta e duas horas. Além disso, estes veículos têm

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uma capacidade de obter imagens com uma alta definição, por isso são utilizados em

filmagens televisivas e cinematográficas.

No entanto, a potencialidade destes veículos aéreos alastra-se para outros

horizontes, tendo, para além destas, muitas mais utilizações nos tempos que correm:

Na área da ciência e da investigação, o drone desempenha cada vez

mais um papel fundamental, sendo já uma das principais “ferramentas”

dos cientistas e investigadores. Como exemplos, têm-se a observação

aérea na análise de previsões meteorológicas, ou o controlo da migração

de espécies de animais (Figura 2). Outro exemplo na área da

investigação, desta vez em Portugal, passa por um grupo de estudantes,

de uma faculdade de Lisboa, estar a desenvolver um drone com

capacidades topográficas e fotográficas de alta qualidade e precisão, de

modo a perceber melhor os problemas do degelo na Antártida.

Figura 2 – Drone camuflado para controlo de migração de aves. [4]

Outra área em que este veículo está cada vez mais presente é a

agricultura, onde auxiliam no controlo de possíveis pragas ou regulam a

densidade das sementeiras (Figura 3).

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Figura 3 – Drone para fins de controlo agrícola [5]

Por outro lado, no plano da tecnologia, empresas televisivas têm vindo a

utilizar drones na cobertura de eventos enquanto outras desenvolveram

drones com a capacidade de distribuir rede wi-fi (Figura 4) e até a de

entregar encomendas

Figura 4 – Drone de distribuição de wi-fi.. [6]

Por fim, no que toca à engenharia, estes veículos aéreos não tripulados

possibilitam uma melhor monitorização de infraestruturas (Figura 5),

principalmente as maiores, como barragens.

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Figura 5 – Drone para monitorização de infra-estruturas [7]

No entanto, a utilização excessiva dos drones começou a gerar polémicas a

nível mundial, havendo, inclusive, debates sobre legislação que deveria vigorar

universalmente para regular o seu uso. [8] [9]

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2. Fabrico do Drone

Requisitos

Como já foi referido anteriormente, os drones assumem diferentes papéis no

nosso dia-a-dia. Estes necessitam de caraterísticas específicas para as funções a

desempenhar e para os objetivos para os quais são produzidos.

Por um lado, os drones militares são construídos para serem discretos e não

detetáveis. Para tal têm de ser silenciosos e rápidos de modo a que a sua presença

não seja perceptível por terceiros. Estes necessitam, também, de ter uma autonomia

elevada, de modo a ser possível efectuar voos de várias horas, sem ser necessário

aterrar para recarregar baterias. Estes drones, contrariamente aos multirotores

comerciais, são instrumentos de guerra, necessitando, então, de uma estrutura sólida

e robusta que suporte todo o armamento que estes carregam, como mísseis e armas.

Por outro lado, os drones comerciais, ou com fins lúdicos, são apenas

produzidos tendo em conta o seu peso, durabilidade, custo de produção e

montagem, rapidez, facilidade de manuseamento e de modo a atingirem baixos

consumos energéticos, não havendo qualquer preocupação com a sua camuflagem.

Estes aparelhos vão de encontro às mais variadas necessidades do consumidor,

podendo este optar pelas caraterísticas que mais lhe convém, consoante o dinheiro

que quer investir. Existe uma grande diversidade de combinações possíveis na

construção destes drones, pois podem ser personalizados e montados peça a peça

pelos utilizadores. Em geral, todos eles possuem funções específicas e necessitam de

diversas caraterísticas para as cumprirem da melhor forma possível, apesar de pontos

de interesse comuns entre todos serem a velocidade, leveza, facilidade de

manuseamento e estabilidade de voo.

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Como é constituído?

De um modo geral podemos dizer que os principais elementos constituintes dos

drones são:

Frame: É o chassis do drone, o suporte de todas as peças, o “esqueleto” da máquina.

Main Board: Placa que inclui um processador e uma memória RAM e, por vezes um

chip que permite a ligação Wi-Fi. É o cérebro do drone. [10]

Motores: Fazem as hélices girar e deste modo com que o drone voe.

Hélices: Pás que rodam e permitem ao drone voar.

Baterias: Responsáveis pelo fornecimento de energia.

Placa de distribuição: Distribui a energia proveniente das baterias pelos controladores

de velocidade.

Controladores de velocidade (ESC): Permite comandar e gerir a velocidade do

aparelho.

Rádio e Recetor: Estabelece a ligação entre o operador e o multirotor

Controlador de voo: Instalado em conjunto com um GPS, possibilita a localização e

posterior gravação de trajetos e coordenadas FTDI [11]

Na Figura 6, é possível observar-se diversos componentes de um drone.

.

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Figura 6 – Componentes primários [12]

1- Controladores de velocidade

eletrónicos (ESC)

2- Hélices

3- Baterias

4- Motores

5- Main board

6- Peças constituintes do frame

7- Placa de distribuição

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Bateria, o que é?

As baterias são dispositivos usados para gerar energia através de reações

químicas; possuem dois pólos, um positivo e outro negativo, que, quando interligados

através de um circuito fechado, possibilitam a geração de energia.

Tipos de Baterias

Existem vários tipos de baterias, como por exemplo as baterias de níquel-

cádmio, iões de lítio e chumbo-ácido:

• Baterias de níquel-cádmio:

Este tipo de baterias (Figura 7) é bastante mais resistente a variações de

temperatura e condições de sobrecarga, sendo facilmente carregada através de

correntes mais elevadas, o que diminui o tempo de carga. Contudo, caso não se deixe

descarregar totalmente, podem viciar (fenómeno que diminui a tensão fornecida). Para

além disso, o seu custo é bastante elevado, são muito pesadas, ocupam muito espaço

e requerem manutenção constante.

Figura 7 - Bateria de níquel-cádmio.[13]

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• Baterias de iões de lítio:

Sendo o lítio um metal muito leve, este tipo de baterias (Figura 8) é bem mais

leve do que as baterias de níquel-cádmio e de chumbo-ácido, tendo também a

vantagem de não viciar. Para além disso, os custos de manutenção são menores,

carregam mais rapidamente e apresentam um tempo de vida útil mais elevado.

Contudo, o seu preço é mais elevado que os restantes.

Figura 8 - Bateria de iões de lítio.[14]

• Baterias de chumbo-ácido:

O custo deste tipo de baterias (Figura 9) é mais baixo do que os restantes.

Porém, são sensíveis a grandes variações de temperatura e devem ser carregadas

com baixas correntes, o que conduz a um elevado tempo de carga. Outra desvantagem

é o facto de serem muito pesadas.

Figura 9 - Bateria de chumbo-ácido. [15]

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Autonomia: pressupostos

Autonomia (temporal) é o tempo de funcionamento de um aparelho sem

necessidade de recarregar a bateria. Depende do tipo de bateria e também das

características do próprio drone, tais como o peso.

Uma das principais características das baterias que influenciam a autonomia é a

densidade de energia, medida em Wh/kg, ou seja, “watts-hora por kilograma”.

O cálculo da densidade de energia de uma bateria é efetuado do seguinte modo:

𝐷 =𝐸

𝑃

onde:

𝐷 - Densidade de energia (em Wh/Kg)

𝐸 - Energia total que a bateria consegue armazenar (em Wh)

𝑃 - Peso da bateria (em Kg)

Por sua vez a energia total que a bateria consegue armazenar é calculada

através da multiplicação da potência (voltagem x intensidade) pelo tempo:

𝐸 = 𝑃 × 𝑇 = 𝑈 × 𝐼 × 𝑇

onde:

𝑃 - Potência (em Watt)

𝑇 - Tempo (em h)

𝑈 - Tensão (em V)

𝐼 - Intensidade de corrente (em A)

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De um modo geral, verifica-se que, para uma mesma energia, quanto menos

pesada for a bateria, maior será a densidade de energia, o que implica um aumento de

autonomia.

Assim, as baterias de iões de lítio surgem em destaque devido ao seu baixo

peso comparativamente às restantes, pois, à partida, permitem uma autonomia de voo

maior. [16] [17] [18] [19]

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Materiais

Para que os drones possuam as características anteriormente referidas, a

escolha dos materiais para as peças que os constituem torna-se uma etapa de extrema

relevância.

Nos drones comerciais, como os multirotores, há certos aspetos a ter em conta

na escolha dos materiais utilizados tais como:

• Densidade dos materiais

• Resistência mecânica

• Custos de produção

• Facilidade de manutenção

Um drone deste género deve ser leve, ágil, durável, de fácil manuseamento e

resistente a quedas.

Desde o seu surgimento, os materiais escolhidos têm vindo a ser alterados,

resultado da investigação intensiva nesta área pelas mais variadas empresas e

universidades.

Atualmente, os compósitos são materiais de eleição na construção de drones.

[20]

O que são compósitos?

Os compósitos definem-se como sendo “materiais resultantes da associação de

dois materiais de naturezas diferentes (fibras e resinas) cujas qualidades se

completam, originando um material homogéneo onde as caraterísticas globais são

superiores às dos constituintes.” (Marques, A. T. 2014. Apontamentos de Sistemas Compósitos:

Materiais Compósitos – Conceber e Fabricar para Durar. FEUP.)

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Os compósitos são uma combinação de pelo menos dois materiais diferentes,

com uma ligação entre eles. As propriedades dos mesmos dependem da natureza dos

materiais utilizados e do grau de ligação dos mesmos.

Estes são compostos pela fase contínua, a matriz (resina), que funciona como

suporte e providencia resistência em situações de compressão, e pela fase dispersa,

constituída por certas fibras ou partículas.

Por vezes, o Engenheiro, nas aplicações tecnológicas em que trabalha, vê-se na

necessidade de encontrar um material com combinações pouco comuns de

propriedades. Então, em vez de se desenvolver um novo material que pode ou não

assegurar os atributos requeridos, é modificado um material já existente, incorporando

outro componente, cuja junção fará com que este compósito tenha as qualidades

desejadas.

Na atualidade, a utilização dos materiais compósitos estende-se da vida

quotidiana até à indústria, como a indústria aeroespacial, destacando-se o fabrico de

aviões. Nesta indústria, onde se inclui a produção de drones, utilizam-se diversos

compósitos (de fibra de vidro, de fibra de carbono, entre muitos outros), em que se

procura, acima de tudo, propriedades que revelem leveza e resistência do material

utilizado.

Hoje em dia, existe uma grande aposta nos compósitos e, a título ilustrativo,

abaixo, analisar-se-ão, ao pormenor, as propriedades de compósitos de fibra de

carbono. [21] [22] [23]

Compósito de fibra de carbono

Tal como o nome indica, este compósito (Figura 10) é constituído

essencialmente por fibra de carbono e é muito comum em aplicações presentes no dia-

a-dia (capacetes, bicicletas, coletes à prova de bala, pranchas de surf, entre muitos

outros). Segundo a língua inglesa este compósito denomina-se por Carbon Fiber

Reinforced Polymer (CRFP), ou seja a sua matriz é constituída por resina (por

exemplo, epóxi - polímero) e são utilizadas fibras de carbono.

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Figura 10 – Compósito de Fibra de Carbono

Este compósito tem como principais vantagens o seu baixo peso e resistência, por

outro lado, o preço deste compósito é relativamente alto, mas dadas as suas

especificidades compensa o uso deste material. Para além disso, a elevada

condutividade é outra característica presente nos CRFP que dependendo das

aplicações pode ser considerado vantagem ou desvantagem.

● O baixo peso deve-se essencialmente à baixa densidade que um compósito

CFRP possui, cerca de 24,95 g/cm3;

● A resistência deste compósito é muito elevada;

● A condutividade dos CFRP é elevada o que pode ser uma característica

benéfica em alguns casos. Vejamos o exemplo seguinte: os responsáveis pela

reparação dos cabos elétricos não vão utilizar escadas com este tipo de

compósito que tem uma condutividade elevada, porque correm o risco de serem

eletrocutados; por outro lado, podem utilizar escadas feitas com compósito de

fibra de vidro que tem a característica de ser isolante.

O facto dos compósitos de fibra de carbono terem toda esta panóplia

características, muitas vezes, muito úteis, eleva o seu preço. Comparando, por

exemplo, com metais, preço dos compósitos é bastante mais elevado, o que leva a que

algumas empresas prefiram o uso de metais, apesar de para este tipo de aplicações -

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onde o baixo peso é essencial -, possam não ser os materiais mais indicados. Apesar

disto, com os avanços tecnológicos, a produção deste tipo de compósitos irá sendo

cada vez mais desenvolvida e em breve o uso de compósitos de fibra será muito mais

abrangente. [24]

Na tabela (Tabela 1) seguinte são comparadas as principais caraterísticas de

materiais que são usados na construção de um drone: compósito de fibra de carbono,

compósito de fibra de vidro, aço e alumínio. [25]

Tabela 1 - Propriedades de alguns materiais

Densidade

(𝜌)

(Kg/m3)

Resistência

mecânica

(𝜎𝐸)

(MPa)

Rigidez

(𝐸)

(GPa)

Elongação

(%)

Preço

(€/Kg)

Compósito

de Fibra de

carbono

1.5𝐸3 − 1.6𝐸3 550 − 1.05𝑒3 69 - 150 0.32 – 0.35 29.8 – 33.1

Compósito de

Fibra de vidro

1.54𝑒3 − 1.7𝑒3 187 - 389 76 - 98 8 - 9 4.5 – 5

Aço de

construção

7.8𝑒3 − 7.9𝑒3 250 - 395 200 - 215 26 - 47 0.446 – 0.486

Alumínio

2.5𝑒3 − 2.9𝑒3 95 - 610 68 - 80 1 - 20 1.88 – 2.06

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Processos de fabrico de materiais compósitos

Nesta secção, são explicitados dois dos processos de fabrico mais usuais para a

produção de materiais compósitos: infusão em vácuo e pultrusão.

Infusão em vácuo (moldação em vácuo)

Uma das formas de produzir os compósitos é através da moldação por infusão

em vácuo. Este processo denominado em inglês por vacuum infusion process (VIP),

consiste em utilizar pressão negativa para retirar o ar enquanto se impregna a matriz

com resina (por exemplo, resina epóxi) (Figura 11).

Figura 11 – infusão em vácuo

Para maximizar e rentabilizar o processo de infusão devemos utilizar uma resina

fina, materiais bastantes permeáveis e a maior diferença de pressão possíveis.

Este processo tem grandes benefícios pois irá gerar materiais compósitos mais

resistentes devido a uma maior consolidação. Além disso, também facilita a formação

de formas complexas. Este processo permite, ainda, que a resina em excesso seja

menor tornando o compósito mais fino. O controlo de qualidade das peças fabricadas é

pouco dispendioso e os acabamentos são simples, uma vez que este processo é

bastante básico. Este método é “amigo” do ambiente visto que a emissão de gases

para a atmosfera é reduzida.

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Em suma, a infusão de vácuo é um processo cada vez mais utilizado, visto que

é um processo de fabrico simples e pouco dispendioso comparativamente a outros

processos como, por exemplo, a pultrusão.

Pultrusão

A pultrusão (Figura 12) é um processo automatizado que visa o fabrico de

produtos (de formas contínuas). Geralmente estes produtos são constituídos por

resinas ou fibras, e encontram-se reforçados com fibras de aramida (geradas a partir

de nylons aromáticos), vidro (o mais comum) ou carbono. [26]

Figura 12 - Pultrusão

Este processo inicia-se com as fibras a serem impregnadas em resina poliéster,

sendo, depois, pré-moldadas de modo a ficarem com a forma do produto final

desejado. Seguidamente, o compósito é puxado através de uma matriz de aço

aquecida. Quando este sai da matriz já se encontra rígido, e possui a forma exata da

cavidade por onde passou, dentro do compósito as fibras encontram-se laminadas, e,

por fim, o produto é cortado com o comprimento desejado.

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Este processo tem diversas vantagens, por exemplo, os produtos gerados por

pultrusão apresentam uma elevada resistência química, e, por outro lado, o resultado

final sai mais rentável em questões monetárias.

Por fim, este processo consegue obter perfis com elevada complexidade com

um excelente acabamento em termos de uniformidade das suas características, como

a cor e lados. [27]

3. Sistemas de propulsão e

descolagem

Os sistemas de propulsão e descolagem dos drones dividem-se em duas

principais vertentes: uns semelhantes ao dos helicópteros e outros semelhantes ao dos

aviões.

Drones semelhantes a helicópteros

Tal como os helicópteros, os drones podem levantar voo e aterrar apenas

verticalmente, bem como voar em qualquer direção, seja ela para a frente, lado, ou

mesmo para trás (Figura 13).

Podem também suspender-se no ar, acima de um determinado local. Estes

drones levantam voo através das suas hélices, que funcionam como um propulsor, pois

utilizam a energia fornecida pelo motor para girar, o que impulsiona o ar para baixo.

Pela 3ª lei de Newton (se o corpo A aplica um força num corpo B, A irá receber uma

força com a mesma intensidade, direção, e sentido oposto- par ação/reação), o ar

aplica, da mesma maneira, uma força de reação para cima, o que provoca uma

diferença de pressão entre a parte superior e inferior da hélice, pelo facto de a

velocidade do ar ser superior na parte de cima, fazendo o drone subir. [28]

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Figura 13 - Drone semelhante a um helicóptero.

Drones semelhantes a aviões

Tal com os aviões, os drones utilizam a energia fornecida pelo motor para se

movimentarem.

No voo deste tipo de drones, atuam quatro forças fundamentais (Figura 14):

● Força de Tração

● Força de Arrasto

● Força de Sustentação

● Peso

Figura 14 - As 4 forças fundamentais no voo de um drone. [29]

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Para descolar, o motor origina uma força, chamada força de tração, que é

responsável por impulsionar o veículo para a frente. Esta força terá que ser, assim,

maior do que a força de arrasto (força com a mesma direção mas sentido contrário ao

da força de tração), de maneira a que seja possível o arranque.

Assim que o drone atinge a velocidade necessária para levantar voo, as suas

asas, que possuem um perfil aerodinâmico, como o representado na figura, irão fazer

com que seja produzida um força com sentido de baixo para cima, contrariando o peso.

Este perfil permite que o ar passe pela parte de cima da asa com maior velocidade, do

que pelo lado de baixo, o que, de acordo com o princípio de Bernoulli (A pressão é

menor onde a velocidade de escoamento de um fluído é maior, e vice-versa), a pressão

na parte superior será menor. Esta diferença de pressão origina esta força de

sustentação vertical, no sentido das altas para as baixas pressões, facilitando a

descolagem (Figura 15).

Figura 15 - Perfil aerodinâmico de uma asa.[30]

Em suma, encontra-se na tabela abaixo (Tabela 2) a síntese da comparação dos

dois diferentes sistemas de propulsão dos drones.

Tabela 2 - Sistemas de Propulsão dos Drones

Drones semelhantes a helicópteros

Drones semelhantes a aviões

Sistema de propulsão e descolagem

As hélices funcionam como um propulsor, impulsionando o ar para baixo, o que provoca uma diferença de pressão entre a parte superior e inferior da hélice, permitindo o drone subir.

O motor origina uma força que impulsiona o drone para a frente. As asas permitem que o ar passe com menor pressão no topo da asa, criando uma força de sustentação ascendente.

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4.Sistema de Posicionamento e

Navegação do Drone

Tipos de Sistemas de Posicionamento e Navegação

Os drones possuem equipamentos que nos permitem estabelecer o

posicionamento espacial, ou seja, dar informações sobre as suas coordenadas

geográficas e altitude. Estas informações obtidas vão permitir a navegação à distância,

que pode ser feita de forma automática ou através de um piloto.

Um drone, que possui uma câmara que transmite em direto, vai permitir ao seu

piloto o controle deste, mas neste caso a utilização de sistemas de posicionamento vai

permitir ainda estabelecer a localização quase exata do local onde se encontra, o que

não é permitido caso fosse apenas pilotado através do recurso visual.

Dependendo do uso de cada drone, existe uma maior ou menor necessidade de

utilizar sistemas de posicionamento mais ou menos precisos. Tome-se como exemplo o

caso de drones utilizados para fins militares: existe uma necessidade elevada no que

diz respeito ao grau de exatidão da posição em que o veículo se encontra porque estão

em causa vidas de seres humanos. Por outro lado, quando um drone tem um fim

meramente lúdico, alguns destes nem são equipados com aparelhos que permitam o

posicionamento pois não vai haver um elevado distanciamento entre o individuo que

conduz e o veículo visto que existirá sempre contacto visual.

Deste modo, para os drones que necessitam para as suas funções um sistema

que permita localizar em tempo real, existem várias hipóteses. [31] [32]

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Rádio Posicionamento/Navegação

Tal como o próprio nome indica este sistema baseia-se na medição do tempo de

propagação de ondas electromagnéticas (neste caso ondas rádio que variam entre

10KHz e 100MHz) entre e o emissor (drone) e o recetor. [33]

Dentro deste subcapítulo do rádio posicionamento existem várias vertentes:

Sistemas de Navegação e posicionamento por

satélite

Estes tipos de sistemas são capazes de estabelecer posicionamento

geoespacial através do uso de satélites que orbitam em torno do planeta Terra.

Existem diversos sistemas de navegação a serem desenvolvidos por diferentes

países. O GPS (Global Positioning System) foi criado pelos Estados Unidos e foi o

primeiro a existir e a ser utilizado. Actualmente já estão a ser desenvolvidos outros,

como por exemplo GALILEO (União Europeia) e GLONASS (Rússia).

Estes sistemas funcionam todos da mesma forma e usam 3 componentes a

seguir descritas (Tabela 3):

Tabela 3 - Componentes do GPS

Espacial Controlo Utilizador

24 satélites (com relógios atómicos) artificiais principais e 3 de reserva (para eventuais falhas).

5 estações espalhadas pela Terra que têm como função monitorizar as posições do satélites e sincronizar os relógios atómicos.

Recetor gps que é constituído por norma por um relógio de quartzo.

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Tanto os satélites como os receptores GPS (incorporados nos drones) possuem

um relógio que marca o tempo com elevada precisão (nanossegundos). Os receptores

de GPS enviam um sinal sob a forma de onda electromagnética (ondas de rádio que

viajam à velocidade da luz no vazio) em que contem informação acerca da hora que o

sinal saiu do mesmo. Os satélites que orbitam em torno da Terra recebem a informação

sobre o tempo de saída do sinal do receptor e calculam a distância a que este se

encontra (velocidade de propagação da onda = distância percorrida / tempo desde

saída do recetor até atingir o satélite).

Devido à necessidade de saber o tempo exato de viagem da onda

electromagnética utilizam-se relógios atómicos nos satélites que são mais precisos do

que os mecânicos e os de quartzo, presentes nos receptores.

São precisos pelo menos 4 satélites para que seja possível a determinação da

posição (Figura 16):

Figura 16 – Interseção das ‘esferas’ geradas pelos 4 satélites de modo a obter uma posição espacial [35]

A distância a que o recetor se encontra gera uma esfera tridimensional, visto que

o recetor pode encontrar-se para qualquer direcção em relação ao satélite. Assim a

utilização de três satélites vai permitir a intersecção de 3 esferas. Uma quarta esfera

gerada por outro satélite vai permitir determinar a altitude a o drone se encontra.

Assim obtemos a posição espacial do drone, apesar de poderem existir erros

relacionados com a sincronização dos relógios, ou atrasos ou desvios que o sinal

electromagnético possa sofrer. [34] [35] [36]

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Sistemas Terrestres de Navegação e

Posicionamento

Por outro lado existem Sistemas que nos permitem obter localização espacial

mas em vez da utilização de satélites utilizam-se bases Terrestres no Globo. Estes são

algum dos sistemas que permitem o obter uma posição espacial (Tabela 4).

Tabela 4 - Sistemas de Terrestres de Navegação e Posicionamento

ADF VOR DME

Automatic Direction Finder

VHF Omnidireccional Range

Distance Measuring equipment

Permite encontrar a direcção relativamente a uma fonte que emite ondas de rádio. A utilização de duas fontes permite encontar a posição concreta. [37]

Uma base terrestre emite de forma constante em todas as direcções ondas electromagnéticas, e ao mesmo tempo emite de forma rotativa em torno da base. O recetor recebe e interpreta as ondas e calcula a diferença entre sinais de forma a obter a sua posição. [38]

A emissão de ondas por um veículo (interrogador) atinge uma base terrestre que recebe e reenvia ondas de outras frequências (pré determinadas). Através da diferença temporal o interrogador calcula a sua distância em relação à base terrestre .[39]

Sistema de navegação inercial

Outro sistema possível de posicionamento é o sistema de navegação inercial.

Sabendo a posição inicial do drone este sistema de navegação (Figura 17)

utiliza o conhecimento da aceleração do drone para calcular a sua velocidade através

da integração matemática. Além disso, também é necessário saber a direção que o

drone toma. Assim, é possível obter a localização do veículo.

Para calcular esta localização são utilizados acelerómetros, de modo a calcular

a aceleração e são usados giroscópios para o cálculo da direção do drone. Estas duas

grandezas combinadas permitem obter as coordenadas geográficas do veículo. No

entanto, este processo é um pouco impreciso devido a possíveis erros de cálculo. Por

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isso, para obter um menor erro deve-se combinar este aparelho com um GPS, de modo

a obter uma melhor localização. [40]

Figura 17– Sistema de medição inercial – giroscópio e acelerómetro [41]

Transmissão das informações do drone para o segmento

terrestre

Para toda a informação conseguida pelos sistemas de posicionamento ser

transmitida do próprio drone para os profissionais que estão a comandá-lo à distância,

ou seja, para os indivíduos que estão a monitorizar o drone utilizam-se ondas

eletromagnéticas moduladas emitidas pelo drone que são desmoduladas e extrai-se a

informação sobre o seu posicionamento. De seguida, o segmento terrestre reenvia

ondas moduladas com informações do trajeto ou destino pretendido que são

desmoduladas pelo drone e este segue as informações enviadas.

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5. Prós e contras

A utilização de drones nunca teve uma opinião pública homogénea,

principalmente na sua utilização militar.

Por um lado, é reconhecida a segurança das forças armadas ao utilizarem estes

aparelhos, mas, por outro, também se devem considerar a quantidade de acidentes

ocorridos que envolveram a perda de vidas humanas civis. Contudo, é impossível

negar que os drones reduziram a perda de vidas humanas, visto não serem tripulados.

O drone apresenta muitas mais vantagens: o seu custo é reduzido, quando

comparado a outros veículos utilizados por forças militares; os riscos são menores,

tanto por poderem ter um tamanho menor, como também pela possibilidade de voarem

a uma altitude mais baixa do que aviões ou helicópteros; são capazes de atuar durante

um maior número de horas; são consideravelmente mais precisos, o que permite uma

redução dos danos colaterais. Todas estas vantagens tornaram os drones um dos

mecanismos preferidos para missões de espionagem, devido à sua facilidade de

“camuflagem” e de manterem os oficiais em maior segurança. Consequentemente, a

sua produção tem verificado um crescimento exponencial nos últimos anos.

Por outro lado, tal como já foi referido, também há civis vítimas de ataques de drones, e

habitantes que testemunharam ataques sofrem de stress pós-traumático, vivendo,

consequentemente, com o medo constante de serem, mais uma vez, vítimas de um

ataque. Em países onde a guerra é mais frequente, estes veículos já foram

considerados armas de terrorismo:

“Nós consideramos drones terrorismo. Os drones voam dia e noite, assustam

mulheres e crianças e incapacitam pessoas de dormir. Isto é terrorismo.” (Chefe tribal do

Yemen, Mullah Zabara).

“Uma região inteira está a ser aterrorizada pela constante ameaça de morte pelos

céus, o seu modo de vida está a desaparecer: crianças estão aterrorizadas de ir à

escola, adultos estão com medo de ir a casamentos, funerais, reuniões de negócios, ou

qualquer evento que envolva juntar-se num grupo.” (Clive Stafford Smith, diretor dos direitos

humanos de a organização sem fins lucrativos Reprieve).

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Além disso, os ataques dos drones violam a lei internacional, pois “...envolve o

uso de força no território de outro país sem o seu consentimento.” (Ben Emmerson, ONU).

É também condenável o modo como os drones distanciam ambas as forças

envolvidas (os que desenvolvem o ataque, como os que o sofrem), o que deixa com

que a força militar se afaste ainda mais das ações humanas, embora, neste caso, seja

subjetivo, uma vez que este distanciamento tanto pode ser considerado algo bom, pois

diminui o risco de vida, como algo mau pois deixa de haver contacto direto entre os

militares e os outros civis. [42] [43] [44]

Ainda que a maioria dos drones sejam reconhecidos para fins bélicos há muitas

outras utilizações, tal como:

• Em eventos desportivos são utilizados drones para seguir certas provas ( nos

jogos olímpicos de inverno de 2014 nas provas de ski e snowboard);

• Alguns drones facilitam a procura de petróleo, ao ler a natureza de rochas e

ajudando assim a prever possíveis locais onde existam jazigos minerais de petróleo;

• Noutros casos, em regiões inacessíveis, podem “entregar” medicamentos,

vacinas ou quaisquer outros produtos necessários à sobrevivência humana;

• Em eventos musicais, como concertos e festivais, é usual sobrevoarem drones

sobre a plateia, quer a filmar o concerto ou mesmo os ouvintes;

• Também na detecção de incêndios florestais, os drones podem participar

ativamente, a ler fators que influenciam a propagaçãoo do fogo (velocidade e direção

do vento, temperatura, etc);

• Entrega de comida (no reino unido na marca de pizzas Domino’s).

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6. Curiosidades:

As regras francesas param o uso de

drones

Em consequência das polémicas criadas em torno do uso destes veículos,

certos países criaram leis que condicionam as suas utilizações. Neste caso, Eric

Bregeri (fundador da iDrones.TV), citou num blog brasileiro sobre tecnologias, o

Tecnoblog, uma síntese da legislação francesa para o uso dos drones: “São regras de

aeromodelismo mais detalhadas, que tratam de como a aeronave deve ser pilotada.”

(Eric Bergeri).

“Caso 1: Voo até 100 m horizontal. Sempre pilotar com o drone dentro do campo de

visão, sem pessoas por perto. Voos até 150 m de altura são permitidos, sempre fora

dos espaços com regulamentação própria (aeroportos, corredores aéreos, etc).

Caso 2: Voo até 100 m horizontal, em campo, com pilotagem FPV (first person view,

feita através de uma câmera que vai mostrar o que o drone “vê”). Voos até 50 m de

altura, 1 km horizontal, fora dos espaços onde há regulamentação.

Caso 3: Voo até 100 m horizontal, sempre olhando o drone, com pessoas ou animais

por perto, ou em meio urbano. Voos até 150 m de altura, fora dos espaços com

regulamentação. O drone não pode pesar mais de 4kg e ter energia superior a 69

Joules, no caso de impacto com o chão.” (Eric Bergeri)

Nos casos 2 e 3, os equipamentos precisam de ser previamente aprovados

pelas autoridades francesas, e é, inclusive, necessária uma autorização para sobrevoar

pessoas, animais e áreas residenciais. Em todos os casos, o piloto precisa de um

diploma teórico de pilotagem de aparelhos tipo ultraleve. [45]

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Síntese do Conhecimento: O papel

da Engenharia Mecânica nos Drones

Os engenheiros mecânicos assumem um papel fulcral na concepção dos

drones.

Segundo a definição, um engenheiro é uma pessoa com formação técnico-

científica capaz de resolver problemas tecnológicos, práticos e muitas vezes

complexos, ligados à concepção, realização e implementação de produtos, sistemas ou

serviços. [46]

No caso específico dos drones, os engenheiros (mecânicos) fazem parte do

trajeto que se inicia muito antes da concretização física deste. O engenheiro mecânico

intervém juntamente com engenheiros de outras áreas (electrónica e computação por

exemplo), na projecção mecânica.

A projeção mecânica, uma projeção teórica dos constituintes mecânicos do

drone (motor, hélices, placa de distribuição, entre outros), antecede a construção física

do multirotor (protótipo). Juntamente com outros engenheiros, nomeadamente da área

dos materiais, selecionam os materiais com características de interesse para as

funções que o veículo está destinado. Depois de passar da teoria à prática, o

engenheiro mecânico tem como função analisar os eventuais erros, para que possa ser

feita a produção deste modelo. Mas o papel deste individuo ou conjunto de indivíduos

não termina aqui, pois, têm também o papel de prever a produção e, mais tarde,

controlar a mesma.

Devem também manter-se atualizados à evolução tecnológica e se necessário

adaptarem os seus drones às tecnologias recentes.

Em suma, os engenheiros mecânicos são uma das ‘bases’ fundamentais para o

sucesso da construção dos drones, pois sem o seu estudo e trabalho árduo não seria

possível obter um produto final em boas condições.

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Considerações Finais

A elaboração deste projeto deu aso a uma aprendizagem e consolidação de

conceitos acerca dos VANT, em particular dos drones. Foi realizada pesquisa sobre

conceitos como os métodos de produção e fabrico de drones, sobre vários

constituintes, o seu método de propulsão, a sua autonomia, a forma como estes se

orientam e prós e contras da sua utilização nos dias que correm.

Na verdade, os drones são máquinas extremamente evoluídas a nível

tecnológico, na medida que a criação destes permitiu enormes avanços na ciência,

onde são utilizados, por exemplo, para estudos meteorológicos, em produções

cinematográficas, produções estas filmadas por câmaras colocadas em drones, etc.

Analisaram-se, ainda, os materiais utilizados para a construção dos seus

constituintes, verificando-se que, indubitavelmente, o material de eleição nas peças

mais simples e leves, como por exemplo, as hélices e o frame, é a fibra de carbono.

Esta fibra, apesar de ter um custo mais elevado que a fibra de vidro e metais como aço

e alumínio, é a escolhida para a produção destas peças, graças à sua resistência e

baixa densidade.

Existe uma grande polémica sobre a utilização dos drones a nível

comercial/lúdico, apesar das enormes vantagens que estes trouxeram e dos problemas

que vieram resolver, uma vez que estes podem ser considerados como uma invasão à

privacidade do ser humano, já que os multirotores podem possuir câmaras fotográficas/

vídeo, o que leva a um certo descontentamento por parte da população.

A nível militar, os drones são uma mais-valia para as forças armadas, visto que

com, eles, o trabalho dos pilotos é facilitado e a sua vida não é posta em risco da

mesma forma que seria se estes não existissem. A sua utilização bélica traz, também,

a vantagem de ser possível voar ininterruptamente, o que não seria concebível se

dentro do avião estivesse um piloto.

Sintetizando, o surgimento dos drones na nossa sociedade trouxe inúmeras

vantagens e veio resolver imensos problemas e facilitar as mais diversas tarefas do

quotidiano. Estes são uma mais-valia para o mundo atual e um verdadeiro instrumento

de guerra para as forças armadas.

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No entanto, a sua utilização incorreta pode ser bastante inconveniente e causar

sérios problemas na sociedade.

A nosso ver, este campo da engenharia mecânica e da tecnologia irá evoluir

exponencialmente nos próximos anos e abrirá portas à sociedade nunca antes vistas.

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Referências

[1]- 2012. RedOrbit. URL: http://www.redorbit.com/education/reference_library/general-

2/history-of/1113154560/the-history-of-drone-technology/. Acedido a 21 de outubro de

2014

[2]- 2010. Drone Wars UK. “What are drones?”. URL: http://dronewars.net/aboutdrone/.

Acedido a 28 de setembro de 2014

[3]- Google. Imagens: “Drones”. URL:

http://cdn.controlinveste.pt/storage/DN/2011/big/ng1733845.jpg. Retirada em 16 de

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[4]- Google. Imagens: “Eagle Drone UAV”. URL:

http://www.worth1000.com/entries/615805/eagle-drone-uav. Retirada em 16 de outubro

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[5]- Google. Imagens: “drones- agricultura”. URL: http://informaria.com/wp-

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