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  • CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA DE SANTA CATARINA GERNCIA EDUCACIONAL DE ELETRNICA

    Resposta em FreqnciaFILTROS PASSIVOS

    AUTOR: PROF. FERNANDO LUIZ ROSA MUSSOI REVISO: PROF. CARLOS G. ESPERANA

    EDIO 2.0

    FLORIANPOLIS JULHO, 2004.

  • Gerncia Educacional de Eletrnica

    Nota do Autor

    O objetivo deste material fazer a apresentao terica e matemtica do comportamento dos circuitos

    passivos filtrantes, disponibilizando ao professor tempo para uma abordagem mais prtica desses circuitos,

    em laboratrio e atravs de simulao eletrnica.

    Este material no tem a pretenso de esgotar, tampouco inovar o tratamento do assunto por ele abordado

    mas, simplesmente, facilitar a dinmica de aula e a compreenso por parte dos alunos.

    Este trabalho foi construdo com base nas referncias bibliogrficas, devidamente citadas ao longo do texto,

    nas notas de aula e na experincia do autor na abordagem do assunto com os alunos.

    Em se tratando de um material didtico elaborado em uma Instituio Pblica de Ensino, permitida a

    reproduo do texto, desde que devidamente citada a fonte.

    Quaisquer contribuies e crticas construtivas a este trabalho sero bem-vindas pelo autor.

    [email protected]

  • Resposta em Freqncia Filtros Passivos

    CEFET/SC - Gerncia Educacional de Eletrnica Prof. Fernando Luiz Mussoi

    2

    ndice

    NOTA DO AUTOR.........................................................................................................................................................1

    NDICE ............................................................................................................................................................................2

    1. RESPOSTA EM FREQNCIA...............................................................................................................................4

    1.1. RESISTOR QUANTO FREQNCIA:.........................................................................................................................4 1.2. CAPACITOR QUANTO FREQNCIA:......................................................................................................................5 1.3. INDUTOR QUANTO FREQNCIA: .........................................................................................................................5

    2. RESSONNCIA..........................................................................................................................................................7

    2.1. FREQNCIA DE RESSONNCIA:..............................................................................................................................7 2.2. EXERCCIOS:.........................................................................................................................................................12

    3. FUNO DE TRANSFERNCIA..........................................................................................................................14

    3.1. DIAGRAMA DE BLOCOS: .......................................................................................................................................14 3.2. FUNO DE TRANSFERNCIA: ..............................................................................................................................14 3.3. GRFICOS DA FUNO DE TRANSFERNCIA .........................................................................................................16 3.4. GANHO, ATENUAO E FASE ...............................................................................................................................17 3.5. DECIBEL (DB).......................................................................................................................................................18 3.6. FREQNCIA DE CORTE:.......................................................................................................................................21 3.7. EXERCCIOS:.........................................................................................................................................................22

    4. FILTROS ...................................................................................................................................................................24

    4.1. TIPOS DE FILTROS QUANTO TECNOLOGIA EMPREGADA:......................................................................................24 4.2. TIPOS DE FILTROS QUANTO FUNO EXECUTADA:.............................................................................................25

    5. FILTROS PASSA-BAIXA .......................................................................................................................................26

    5.1. FILTRO PASSA-BAIXA IDEAL ................................................................................................................................26 5.2. FILTRO PASSA-BAIXA RL .....................................................................................................................................27 5.3. FILTRO PASSA-BAIXA RC.....................................................................................................................................32 5.4. EXERCCIOS:.........................................................................................................................................................37

    6. FILTRO PASSA-ALTA ...........................................................................................................................................40

    6.1. FILTRO PASSA-ALTA IDEAL..................................................................................................................................40 6.2. FILTRO PASSA-ALTA RL.......................................................................................................................................41 6.3. FILTRO PASSA ALTA RC.......................................................................................................................................45 6.4. EXERCCIOS:.........................................................................................................................................................48

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    3

    7. FILTRO PASSA-FAIXA..........................................................................................................................................50

    7.1. FILTRO PASSA-FAIXA IDEAL.................................................................................................................................50 7.2. FILTRO PASSA-FAIXA SRIE: ................................................................................................................................51 7.3. FILTRO PASSA-FAIXA PARALELO..........................................................................................................................56 7.4. EXERCCIOS:.........................................................................................................................................................61

    8. FILTRO REJEITA-FAIXA .....................................................................................................................................62

    8.1. FILTRO REJEITA-FAIXA IDEAL: .............................................................................................................................62 8.2. FILTRO REJEITA-FAIXA SRIE...............................................................................................................................63 8.3. FILTRO REJEITA-FAIXA PARALELO .......................................................................................................................68 8.4. EXERCCIOS:.........................................................................................................................................................73

    9. FATOR DE QUALIDADE.......................................................................................................................................74

    9.1. EXEMPLOS:...........................................................................................................................................................75 9.2. EXERCCIOS:.........................................................................................................................................................76

    10. LARGURA DE FAIXA E SELETIVIDADE ........................................................................................................78

    10.1. EXERCCIOS........................................................................................................................................................79

    APNDICE A - DIAGRAMAS DE BODE.................................................................................................................81

    APNDICE B SRIES DE FOURIER ....................................................................................................................82

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................................................................85

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    1. Resposta em freqncia

    At aqui estudamos a resposta de tenso e corrente de um circuito de corrente alternada com

    freqncia fixa, ou seja, no domnio do tempo e da freqncia. O objetivo desta unidade estudar

    a resposta em freqncia, ou seja, o comportamento dos circuitos quanto variao da

    freqncia dos sinais de tenso ou corrente aplicada (excitao).

    Sabemos, do estudo dos componentes passivos, que o resistor o capacitor e o indutor

    apresentam comportamentos tpicos quanto freqncia do sinal a eles aplicado, conforme

    demonstra a figura 1.

    (rad/s)f (Hz)

    R ()XC ()XL ()

    XL

    R

    XC

    R

    |XL| = |XC|

    Figura 1.1 Comportamento da Resistncia, da Reatncia Indutiva e da Reatncia Capacitiva com a variao da

    freqncia

    1.1. Resistor quanto freqncia:

    Sua resistncia independe da freqncia do sinal aplicado. Depende apenas da relao entre a

    tenso e a corrente, conforme a Lei de Ohm:

    IVR =

    Portanto, graficamente seu comportamento expresso atravs de uma reta de resistncia

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    constante como na figura 1.1.

    1.2. Capacitor quanto freqncia:

    Sua reatncia capacitiva depende da freqncia do sinal aplicado. A variao da reatncia

    capacitiva inversamente proporcional freqncia do sinal, conforme a expresso:

    XC f CC

    =

    =

    1 12

    Pela figura 1.1 podemos perceber que:

    quanto maior a freqncia do sinal aplicado, menor ser a reatncia capacitiva. Para

    freqncias muito altas, o capacitor se comporta como um curto-circuito.

    quanto menor a freqncia do sinal aplicado, maior ser a reatncia capacitiva. Para

    freqncia zero (CC), o capacitor se comporta como um circuito aberto.

    1.3. Indutor quanto freqncia:

    Sua reatncia indutiva depende da freqncia do sinal aplicado. A variao da reatncia indutiva

    diretamente proporcional freqncia do sinal, conforme a expresso:

    X L f LL = = 2

    Pela fig 1.1 podemos perceber que:

    quanto maior a freqncia do sinal aplicado, maior ser a reatncia indutiva. Para

    freqncias muito altas, o indutor se comporta como um circuito aberto.

    quanto menor a freqncia do sinal aplicado, menor ser a reatncia indutiva. Para

    freqncia zero (CC), o indutor se comporta como um curto-circuito.

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    Observao:

    Devemos lembrar que a Resistncia, a Indutncia e a Capacitncia depende das caractersticas

    construtivas do componente.

    Exemplo 1.1: Para o circuito RLC srie da figura 1.2, analise sua resposta em freqncia preenchendo o quadro abaixo.

    Dados: v(t) = 10.sen(.t) V ; R = 100; L = 10mH; C = 1F

    Figura 1.2 Circuito RLC Srie

    (rad/s)

    f

    (Hz)

    R

    ()

    |XL|

    ()

    |XC|

    ()

    ZEQ

    () ret.

    ZEQ

    () polar

    F.P. cos

    IT

    (A)

    VR

    (V)

    PR

    (W)

    0

    10

    100

    1K

    9K

    10K

    11K

    100K

    1M

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    2. Ressonncia

    Como percebemos, da anlise da resposta em freqncia do exemplo 1.1, existe uma

    determinada freqncia em que as reatncias indutiva e capacitiva se anulam, pois so iguais em

    mdulo e o circuito apresenta um teor resistivo puro (Fator de potncia unitrio). Neste caso, o

    ramo LC se comporta como um curto-circuito e toda a tenso da fonte estar sobre o resistor,

    provocando mxima dissipao de potncia. Essa condio chamada de Ressonncia.

    A freqncia que provoca esta situao no circuito da figura 2 ( = 10.000 rad/s) chamada de

    Freqncia de Ressonncia e dizemos que o circuito ressonante.

    Assim um circuito RLC ressonante srie aquele que apresenta a menor oposio possvel

    passagem de corrente eltrica numa determinada freqncia, a chamada Freqncia de

    Ressonncia [1].

    Para quaisquer valores de freqncia inferiores ou superiores a esta, o circuito srie apresentar

    maior oposio corrente. Assim, em qualquer circuito RLC, ressonncia a condio existente

    quando a impedncia equivalente puramente resistiva, ou seja, a tenso e a corrente nos

    terminais de entrada (fonte) esto em fase e o fator de potncia unitrio (cos=1) [2].

    No circuito RLC ressonante paralelo ocorre o contrrio do descrito acima, ou seja, a maior

    oposio possvel a passagem da corrente.

    2.1. Freqncia de ressonncia:

    A Freqncia de Ressonncia a freqncia na qual um circuito RLC se comporta como um

    circuito resistivo, ou seja, na qual o fator de potncia unitrio e, portanto, h a mxima

    transferncia de potncia da fonte para a carga.

    A Ressonncia pode ocorrer em circuitos RLC sries, paralelos ou mistos.

    2.1.1. Ressonncia Srie:

    Seja o circuito RLC srie como o apresentado na figura 1.2. A sua impedncia equivalente

    determinada por:

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    C1jLjRXXRZ LCEQ

    +=++=

    O circuito srie ressonante quando Zeq = R e |XL| = |XC|, ou seja, a reatncia total deve ser nula, ento:

    0C

    1jLj =

    C1jLj

    =

    C1L

    =

    1LC2 =

    LC1

    =

    A freqncia de ressonncia num circuito RLC srie pode ser dada por:

    R L C=

    1.

    (rad/s) ou CL

    fR .21

    =

    (Hz)

    Na figura 1.1 a freqncia de ressonncia R aquela onde as curvas de XL e XC se cruzam, ou

    seja, quando |XL|=|XC|.

    Se para o exemplo 1 traarmos as curvas de Z x e PR x obteramos os grficos da figura 2.1.

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    |Z| ()

    (rad/s)

    TEOR

    CAPACITIVO

    |Z| = R 100

    TEOR

    INDUTIVO

    TEOR RESISTIVO

    R = 10Krad/s

    a) Curva Impedncia x Freqncia

    (rad/s)

    PR (W)

    R = 10Krad/s

    b) Curva Potncia x Freqncia

    Figura 2.1 Resposta em Freqncia do circuito do Exemplo 1.1

    Portanto, dos grficos da figura 1.1 e 2.1 podemos concluir que na ressonncia srie:

    f < fR: o circuito apresenta teor capacitivo e a corrente est adiantada da tenso.

    f > fR: o circuito apresenta teor indutivo e a corrente est atrasada da tenso.

    f = fR: o circuito tem teor resistivo, a impedncia equivalente mnima e a corrente est em fase com a tenso. A corrente mxima e a tenso da fonte est toda sobre a

    resistncia. A potncia dissipada no resistor ser mxima. H tenso no indutor e no

    capacitor, iguais em mdulo, porm defasadas de 180o, anulando-se.

    2.1.2. Ressonncia Paralela:

    Seja um circuito RLC paralelo, como o apresentado na figura 2.2. A sua impedncia equivalente

    dada por:

    +

    +

    +

    ==

    CL

    CL

    CL

    CL

    CLeq

    XXXX

    R

    XXXXR

    XXRZ ||||

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    Figura 2.2 Circuito Ressonante Srie

    O circuito somente ser ressonante quando Zeq = R, ou seja, quando a reatncia equivalente do

    paralelo do capacitor com o indutor for infinita (circuito aberto).

    Exemplo 2.1: Encontre a expresso para o clculo da freqncia de ressonancia do circuito paralelo da figura 2.2.

    Conclumos, ento, que a freqncia de ressonncia num circuito RLC paralelo pode ser dada por:

    LC1

    R = (rad/s) ou LCfR

    21

    = (Hz)

    Exemplo 2.2: Para o circuito RLC paralelo da figura 2.2, analise sua resposta em freqncia

    preenchendo o quadro e esboce os grficos da Zeq x e da PR x . Analise o comportamento do

    circuito com relao variao da freqncia.

    Dados: v(t) = 10.sen(.t) V ; R = 100; L = 10mH; C = 1F

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    (rad/s)

    f

    (Hz)

    R

    ()

    |XL|

    ()

    |XC|

    ()

    ZEQ

    () ret.

    ZEQ

    () polar

    F.P. cos

    IT

    (A)

    VR

    (V)

    PR

    (W)

    0

    10

    100

    1K

    9K

    10K

    11K

    100K

    1M

    |Z| ()

    (rad/s)

    Ra) Curva Impedncia x Freqncia

    (rad/s)

    PR(W)

    R

    b) Curva Potncia x Freqncia

    Figura 2.3 - Resposta em Freqncia do circuito do Exemplo 2.2

    Analisando a resposta em freqncia do circuito do exemplo 2.2, podemos concluir que na

    ressonncia paralela:

    f < fR: o circuito apresenta teor indutivo e a corrente est atrasada em relao a tenso.

    f > fR: o circuito apresenta teor capacitivo e a corrente est adiantada em relao a tenso.

    f = fR: o circuito tem teor resistivo, a impedncia equivalente mxima e a corrente no resistor mnima (igual a da fonte) e estar em fase com a tenso. A potncia dissipada

    ser mxima. Existem correntes no indutor e no capacitor, iguais em mdulo, porm

    defasadas de 180, anulando-se.

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    Ressonncia Mista:

    Alm dos circuitos RLC srie e paralelo, outros circuitos tambm podem apresentar freqncia de

    ressonncia.

    Para determinarmos a equao para clculo da freqncia de ressonncia em circuitos mistos,

    necessrio lembrarmos das condies para haver a ressonncia e, ento, procurarmos anular a

    parte imaginria (reatncias) da equao.

    A freqncia de ressonncia para o circuito RLC misto da figura 2.3 pode ser calculada por [2]:

    Figura 2.4 Circuito Misto Ressonante

    = 2

    2

    .1

    LR

    CLR

    2.2. Exerccios:

    2.2.1) Determine a freqncia de ressonncia em rad/s e em Hz para os seguintes casos:

    a) L= 300 H e C= 0,005 F

    b) L= 250 H e C= 400 pF

    2.2.2) Qual o valor do indutor necessrio para obter a ressonncia 1500 kHz com uma

    capacitncia de 250 pF?

    2.2.3) Qual o capacitor que dever ser colocado em srie com um indutor de 500 mH para haver

    ressonncia em 50 Hz?

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    2.2.4) Um circuito srie formado por R-125, L=800 mH e C=220pF. Qual o valor da

    impedncia (e o teor) a ser colocado (e como) no circuito a fim de torn-lo ressonante a 10

    kHz [2]?

    2.2.5) Um circuito srie formado por R=30, L=0,382H e C=0,2F, determine:

    a) Zeq em 550kHz

    b) O capacitor C ser ligado em paralelo para provocar ressonncia numa freqncia

    2.2.6) Seja circuito de ressonncia de um rdio AM tem uma bobina de 100H. Quais os limites de um capacitor varivel para que o rdio sintonize de 530kHz a 1600 kHz?

    2.2.7) Um capacitor de sintonia pode variar de 20pF a 350pF [2].

    a) Calcule a indutncia a ser ligada em srie para produzir a freqncia de ressonncia mais

    baixa de 550 kHz.

    b) Calcule a freqncia de ressonncia mais alta.

    2.2.8) Determine a freqncia de ressonncia para os circuitos abaixo:

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    3. Funo de Transferncia

    Os equipamentos e sistemas eletrnicos podem ser constitudos de vrios componentes e

    circuitos. A fim de mostrar as funes desempenhadas pelos componentes, circuitos ou conjuntos

    destes, usamos em anlise de circuitos, os diagramas de blocos.

    3.1. Diagrama de Blocos:

    Um diagrama de blocos de um equipamento ou sistema eletrnico uma representao das

    funes desempenhadas por cada componente ou circuito e do fluxo dos sinais dos quais

    estamos interessados e indica a inter-relao existente entre os vrios circuitos [4].

    Exemplo 3.1:

    Cada bloco desempenha uma funo ou um conjunto de funes e corresponde a um ou vrios

    circuitos eletrnicos.

    Quando se analisa um bloco, estamos interessados nas informaes (sinais de tenso e corrente)

    presentes na sua entrada, na sua sada e na relao existente entre elas. Por exemplo, se

    dispusermos de informaes sobre os valores de tenso e corrente de entrada de um circuito

    (bloco) e poderemos obter os valores de tenso e corrente na sua sada, desde que conheamos

    qual a relao existente entre entrada e sada proporcionada pelo bloco (circuito).

    3.2. Funo de Transferncia:

    Em um diagrama de blocos, todas as variveis do sistema so ligadas umas s outras atravs de

    cada bloco. Assim, cada bloco pode ser representado por uma operao matemtica

    relacionando os sinais de entrada e de sada.

    Por exemplo, no bloco da figura 3.1 aplicado um sinal de tenso na entrada e estamos

    interessados no valor de tenso que teremos na sada. Este valor depende da funo que o bloco

    desempenha, ou melhor, da funo que desempenha o circuito que o bloco representa.

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    BLOCO 1Circuito 1

    EntradaVe

    SadaVs

    Ve(t) = VP.sen(.t)

    Figura 3.1 Representao por Bloco

    Se, por exemplo, o bloco representar o circuito da figura 3.2, podemos relacionar

    matematicamente o sinal de sada Vs em funo do sinal de entrada Ve por um divisor de tenso:

    Figura 3.2 Circuito que desempenha a funo do bloco da figura 1

    eL

    Ls VjXR

    XV

    +=

    Se relacionarmos a tenso de sada com a tenso de entrada, temos:

    L

    L

    e

    sjXR

    XVV

    +=

    LjRLj

    VV

    e

    s+

    =

    Como podemos perceber, a relao Vs/Ve depende da freqncia do sinal ().

    A expresso que relaciona o sinal de sada com o sinal de entrada em um bloco, em funo

    da freqncia angular chamada de Funo de Transferncia H().

    Assim, a funo de transferncia H() para o bloco da figura 3.2 dada por:

    LjRLj)(H

    VV

    e

    s+

    ==

    Com esta representao matemtica e de posse dos valores do resistor e do indutor, podemos

    calcular o mdulo e a fase (ngulo) de tenso de sada para cada valor de freqncia dado.

    Uma funo de transferncia H() pode relacionar:

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    16

    Tenso de sada / Tenso de entrada: )()(

    )(

    e

    sVV

    H =

    Tenso de sada / Corrente de entrada: )()(

    )(

    e

    sIV

    H =

    Corrente de sada / Corrente de entrada: )()(

    )(

    e

    sII

    H =

    Corrente de sada / Tenso de entrada: )()(

    )(

    e

    sVI

    H =

    Com a Funo de Transferncia de um circuito conhecida, poderemos, por exemplo, avaliar o

    sinal de sada em funo do sinal de entrada, tanto para o seu mdulo, ngulo e freqncia,

    assim:

    )(HVV es =

    Exemplo 3.2:

    Para o circuito da figura 3.2, determine o mdulo e o ngulo do sinal de sada para quando o sinal

    de entrada tiver as freqncias =10 rad/s, =1000 rad/s e =100Krad/s sendo R=50 e

    L=10mH. Ve(t)=20.sen(t).

    3.3. Grficos da Funo de Transferncia

    Como podemos perceber, a Funo de Transferncia H() um nmero complexo e pode ser

    representado na forma polar (mdulo e fase) e nos permite fazer a anlise de resposta em freqncia de um circuito, ou seja, analisar o comportamento dos sinais em funo da variao da

    freqncia.

    Portanto, podemos representar graficamente a funo de transferncia atravs de grficos do

    mdulo e da fase em funo da freqncia.

  • Resposta em Freqncia Filtros Passivos

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    17

    )()()( = HH

    O grfico do mdulo da funo de transferncia com relao variao da freqncia e o grfico

    do ngulo de fase da funo de transferncia com relao variao da freqncia para o circuito

    da figura 3.2 tero a aparncia mostrada na figura 3.3:

    (rad/s)f (Hz)

    |H()|

    Curva Caracterstica do Mdulo de H() - Ganho

    (rad/s)f (Hz)

    ()

    Curva Caracterstica do ngulo de H() - Fase

    -45o

    -90o

    C

    C

    Figura 3.3 Curvas de Resposta em Freqncia para a Funo de Transferncia do circuito da Figura 3.2

    3.4. Ganho, Atenuao e Fase

    Como pudemos perceber, a funo de transferncia H() um nmero complexo e, como tal,

    pode ser expresso (na forma polar) por um mdulo (amplitude) e um ngulo (fase).

    3.4.1. Ganho e Atenuao

    O mdulo da funo de transferncia chamado de Ganho, assim, o ganho a relao entre o mdulo do sinal de sada e o mdulo do sinal de entrada.

    O ganho pode ser expresso como:

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    18

    Ganho de tenso: e

    s

    VV

    )(HGV ==

    Ganho de corrente: e

    s

    II

    )(HGI ==

    Ganho de potncia: e

    s

    PP

    )(HGP ==

    Se o valor do ganho for maior que 1, o circuito um amplificador, ou seja, o sinal de sada

    maior que o sinal de entrada.

    Se o ganho for menor que 1 o circuito um atenuador, ou seja, o sinal de sada menor que o sinal de entrada.

    Observao: como o Ganho uma relao entre duas grandezas de mesma natureza (mesma unidade) adimensional.

    3.4.2. Fase:

    A fase de uma funo de transferncia () o seu correspondente ngulo, ou seja, o ngulo

    do nmero complexo na forma polar. Representa o adiantamento do sinal de sada em relao ao

    sinal de entrada.

    )()()( es +=

    3.5. Decibel (dB)

    No tpico anterior estudamos que o Ganho de uma funo de transferncia relaciona duas

    grandezas de mesma natureza e , portanto, adimensional.

    O Decibel uma forma de medir a relao entre duas grandezas fsicas de mesma natureza,

    sendo adotado para expressar o ganho nas curvas de resposta em freqncia de circuitos

    eletrnicos. O nome Decibel deriva do sobrenome de Alexander Grahan Bell.

    O conceito de Decibel (dB) est ligado aos nossos sentidos, em especial audio [1]. O ouvido

    humano no responde de forma linear aos estmulos que lhe so impostos (potncia sonora),

    mas de forma logartmica. Por exemplo, se a potncia sonora sofrer uma variao de 1W para

    2W, a sensao sonora no dobrar. Para que a sensao sonora dobre, a potncia associada a

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    19

    ele dever ser multiplicada por dez, ou seja, variao de forma logartmica (1, 10, 100, 1000, ...).

    Os logaritmos so usados para comprimir escalas quando a faixa de variao de valor muito

    ampla e, tambm para transformar as operaes de multiplicao e diviso em operaes de

    soma e subtrao, respectivamente.

    Na anlise de circuitos eletrnicos comum usarmos a escala logartmica para expressar os

    valores de Ganho, em Decibel.

    O Decibel (dB) equivale a um dcimo de um Bel (B). O Bel relaciona dois nveis de potncia Pe e

    Ps da seguinte forma [5]:

    e

    s

    PP

    logGP = (B)

    Desta forma, se Ps=10.Pe o ganho de potncia vale 10 pois a sada dez vezes maior que a

    entrada:

    110logP

    P10logGP

    e

    e==

    =

    Ento o ganho de potncia 1B, isto , Ps est 1 bel acima de Pe (temos uma amplificao de 1

    Bel).

    Para as grandezas que estudaremos, a unidade Bel muito grande, por isso, usamos o Decibel

    atravs da seguinte equao:

    =

    e

    sdB P

    Plog10|GP

    Desta forma, se Ps=1000.Pe, o ganho de potncia vale 1000 pois a sada mil vezes maior que a

    entrada,, ento:

    303101000log10|GP dB ===

    E o ganho de potncia de 30 dB, isto , uma amplificao de 30 dB.

    Por outro lado, se Ps=0,001Pe o ganho de potncia vale 0,001, pois a sada ser mil vezes menor

    que a entrada, ento:

    ( ) 30310001,0log10|GP dB === O ganho de potncia de -30dB, ou seja, uma atenuao de 30 dB.

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    20

    Consideremos um quadripolo (circuito com quatro terminais) representando um circuito eletrnico

    com uma impedncia de entrada Ze e uma impedncia de sada (carga) Zs, conforme a figura

    3.4.

    ~Pe Ps

    Ve Vs

    +

    _

    +

    _

    Ze Zs

    Quadripolo

    Figura 3.4 Quadripolo representando um circuito com uma entrada e uma sada

    As potncias mdias de entrada e de sada so dadas por:

    e

    2e

    e RV

    P = e s

    2s

    s RV

    P =

    Observao: a potncia mdia (ativa) est relacionada apenas com a parcela resistiva da impedncia.

    Calculando o Ganho de Potncia em dB, temos:

    =

    =

    =

    =

    s

    e2

    e

    s

    s2

    e

    e2

    s

    e

    2e

    s

    2s

    e

    sdB R

    RVV

    log10RV

    RVlog10

    RV

    RV

    log10PP

    log10|GP

    +

    =

    +

    =

    s

    e

    e

    s

    s

    e2

    e

    sdB R

    Rlog10

    VV

    log20RR

    log10VV

    log10|GP

    Como o ganho de tenso a relao entre a tenso de sada e a tenso de entrada, podemos

    concluir da equao acima, que o ganho de tenso de um quadripolo em dB calculado pela

    expresso:

    =

    e

    sdB V

    Vlog20|GV

    Da mesma forma, o ganho de corrente:

    =

    e

    sdB I

    Ilog20|GI

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    21

    Observao:

    !" Podemos desprezar a ltima parcela porque consideramos a condio de Casamento de

    Impedncia, ou seja, situao de mxima transferncia de potncia, onde Re = Rs. Quando Re=Rs os ganhos de potncia e tenso sero iguais ( situao de mxima transferncia de

    potncia).

    ( ) 01log10RR

    log10s

    e==

    A classificao de equipamentos eletrnicos de comunicao, como por exemplo,

    amplificadores e microfones, normalmente estabelecida em dB. A equao de ganho de

    potncia em dB indica claramente uma relao entre dois nveis de potncia. Para uma Ps

    especificada, deve haver um nvel de potncia de referncia (Pe). O nvel de referncia

    normalmente aceito 1mW. A resistncia associada ao nvel de potncia de 1 mW 600

    (valor de impedncia tpico de linha de transmisso de udio). Quando se adota 1mW como

    nvel de referncia, comum a unidade dBm, como indica a equao:

    =

    600

    sdBm |mW1

    Plog10|GP

    3.6. Freqncia de Corte:

    definida como a freqncia na qual a potncia mdia de sada a metade da potncia de

    entrada, ou seja, quando o Ganho de Potncia for 0,5. Matematicamente,

    21

    PP

    GPe

    s==

    como: s

    2s

    s RV

    P = e e

    2e

    e RV

    P = , temos:

    21

    RV

    RV

    GP

    e

    2e

    s

    2s

    ==

    Para RsRe, temos:

    707,02

    1VV

    21

    V

    V

    e

    s2

    e

    2s ==

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    22

    Portanto, na Freqncia de Corte;

    Vs0,707.Ve ou 2

    1GV =

    Ento:

    ( ) 315,0log20V

    V707,0log20

    VV

    log20|GVe

    e

    e

    sdB ==

    =

    =

    O Ganho de Tenso ser GV|dB= -3dB na freqncia de corte

    Tambm podemos dizer que:

    A Freqncia de Corte a freqncia na qual a tenso de sada aproximadamente

    70,7% da tenso de entrada, ou seja, a freqncia que provoca um ganho de -3dB.

    3.7. Exerccios:

    3.7.1) Determinar, a partir da funo de transferncia, o ganho de tenso adimensional e em dB

    e a fase do sinal para o circuito abaixo para as freqncias de 60Hz, 1700Hz e 10kHz e

    compare os resultados. Sejam R=5 e L=3mH.

    3.7.2) Determinar, a partir da funo de transferncia, o ganho de tenso adimensional e em dB

    e a fase do sinal para o circuito do exerccio 1, invertendo as posies do resistor com o

    indutor, para as freqncias de 60Hz, 1700Hz e 10kHz e compare os resultados. Sejam:

    R=50 e L=25mH.

    3.7.3) Um quadripolo tem ganho de tenso de 10 dB. Se a tenso de entrada 5V, qual a

    tenso de sada ?

    3.7.4) Qual a potncia e dB quando a relao entre Ps/Pe : 1/1000, 1/100, 1/10, 1, 10, 100 e

    1000 ?

    3.7.5) Determine a funo de transferncia, o mdulo e a fase do sinal para =100 rad/s,

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    23

    =1000 rad/s e =100Krad/s considerando o circuito abaixo. Ve(t)=10.sen(t)

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    24

    4. Filtros

    At aqui estudamos o comportamento dos circuitos RLC mistos em regime permanente

    (freqncia constante), a resposta em freqncia dos componentes passivos e a ressonncia que

    ocorre nos circuitos.

    Existem vrias configuraes simples de circuitos, tambm chamadas de redes, que so de

    grande importncia principalmente para os circuitos eletrnicos. Estas redes (circuitos) so

    chamadas de Filtros.

    Na sua definio mais simples, Filtro um circuito que apresenta um comportamento tpico em funo da freqncia do sinal a ele aplicado, permitindo a passagem de sinais com certas

    freqncias, enquanto suprime sinais com outras freqncias [3].

    Os filtros so basicamente compostos por impedncias interligadas (redes) e o comportamento

    destes circuitos depende do valor das resistncias, capacitncias e indutncias envolvidas e da

    maneira como so interligadas.

    Os filtros so classificados quanto tecnologia e componentes empregados na sua construo e

    quanto funo que dever ser executada por ele num circuito eletrnico [2].

    4.1. Tipos de filtros quanto tecnologia empregada:

    a) Filtros Passivos: So os filtros construdos apenas com os elementos passivos dos circuitos, ou seja, resistores, capacitores e indutores.

    b) Filtros Ativos: So os filtros que empregam na sua construo elementos passivos associados a algum elemento ativo amplificador, como por exemplo, transistores e amplificadores

    operacionais.

    c) Filtros Digitais: So os filtros que empregam tecnologia digital na sua construo, implementados atravs da programao de um sistema microprocessado.

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    25

    4.2. Tipos de Filtros quanto funo executada:

    a)Filtros Passa-Baixas;

    b)Filtros Passa-Altas;

    c)Filtros Passa-Faixa (Passa-Banda);

    d)Filtros Rejeita-Faixa (Rejeita-Banda);

    Nesta apostila estudaremos em maiores detalhes os Filtros Passivos que, como vimos, so aqueles circuitos capazes de selecionar determinadas faixas de freqncias usando apenas

    componentes passivos.

    O ganho dos filtros passivos geralmente menor ou igual a 1, com algumas excees.

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    26

    5. Filtros Passa-Baixa

    Um Filtro Passa-Baixa Passivo um circuito que permite a passagem de sinais de tenso e

    corrente somente em freqncias abaixo de um certo limite, atenuando os sinais cuja freqncia ultrapassar esse valor.

    Esse valor limite de freqncia a Freqncia de Corte (C) do filtro.

    5.1. Filtro Passa-Baixa Ideal

    Para sinais de freqncias abaixo da freqncia de corte do filtro, o ganho unitrio, ou seja, o

    mdulo do sinal de entrada igual ao de sada. Para freqncias acima da freqncia de corte o

    ganho zero, ou seja, o mdulo do sinal de sada atenuado at zero.

    Na prtica, porm, no se obtm resposta em freqncia de um filtro passa-baixa ideal como

    apresentado na figura 5.1.

    GV(dB)

    (rad/s)c

    0

    1

    Figura 5.1 Curva de Resposta em Freqncia para um Filtro Passa Baixa Ideal

    Simbologia Usual:

    Ve Vs Ve Vs

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    27

    5.2. Filtro Passa-Baixa RL

    Um circuito RL passivo como o apresentado na figura 5.2 pode comportar-se como um filtro

    passa-baixa real.

    Para sinais de baixa freqncia o indutor apresenta baixa reatncia, XL > R e seu comportamento

    tende a um circuito aberto. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada estar sobre o

    indutor e a tenso sobre o resistor de sada ser muito pequena. Podemos dizer que o circuito

    impede a passagem de sinais de altas freqncias.

    Figura 5.2 Circuito de um Filtro Passivo Passa-Baixa RL

    5.2.1. Ganho e Fase

    Para este circuito a tenso de sada em funo da tenso de entrada pode ser dada pela

    expresso:

    eL

    es VLjR

    RXRVR

    V +

    =

    +

    =

    ou ainda:

    LjRR

    VV

    e

    s

    +=

    Se fatorarmos a expresso, dividindo tanto o numerador como o denominador por R, temos:

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    28

    RLj1

    1RR

    LjRR

    VV

    e

    s

    +=

    +=

    Portanto, esta expresso a Funo de Transferncia de um Filtro Passa-Baixo RL, na forma

    fatorada:

    ( )RLj1

    1H+

    =

    Sabemos que a funo de transferncia um nmero complexo e que o ganho de tenso o

    mdulo da funo de transferncia na forma polar, e a fase o ngulo.

    Observao: Para determinarmos o mdulo e o ngulo de um nmero complexo devemos lembrar:

    ( ) ( )22 aginriaImalReMdulo +=

    =

    alReaginriaImarctgngulo

    Para encontrarmos o mdulo precisamos obter a raiz quadrada da soma dos quadrados das

    partes real e imaginria, tanto do numerador como do denominador. Assim,

    ( )22

    2

    22

    RL1

    1

    RL1

    01GVH

    +

    =

    +

    +==

    Portanto, a expresso para o Ganho de Tenso de um Filtro Passa-Baixa RL :

    2

    RL1

    1GV

    +

    =

    Para obtermos a Fase precisamos subtrair o ngulo do numerador com o ngulo do denominador.

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    29

    Estes ngulos so calculados pelo arco tangente (tg -1) do quociente da parte imaginria pela

    parte real.

    =

    =RLarctg0

    1RL

    arctg10arctg

    Portanto, a expresso para a Fase de um Filtro Passa-Baixa RL :

    =

    RLarctg

    5.2.2. Freqncia de Corte:

    Sabemos que o ganho na freqncia de corte :

    707,02

    1|GVc

    ==

    Ento:

    2

    c RL1

    12

    1

    +

    =

    elevando ao quadrado ambos os lados da expresso e operando a expresso para isolarmos C,

    temos:

    2

    c RL1

    121

    +

    =

    2RL1

    2

    c =

    +

    12RL 2

    c =

    11RL

    c ==

    Portanto, a Freqncia de Corte para um Filtro Passa-Baixa RL dada por:

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    30

    LR

    c =

    Na freqncia de corte ( = C), a fase ser:

    ( )1arctgRL

    LRarctg

    RLarctg c =

    =

    =

    !45=

    5.2.3. Curvas Caractersticas:

    Com a expresso do ganho e da fase podemos traar as curvas de resposta em freqncia do

    Filtro Passa-Baixa RL, como indicam as figuras 5.3a e 5.3b.

    (rad/s)

    GV

    1

    0,707

    c 0

    Figura 5.3a Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Baixa RL Ganho de Tenso

    (rad/s)

    -45o

    c

    0

    -90o

    Figura 5.3b Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Baixa RL Fase

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    31

    !" Ganho:

    0GV

    707,02

    1GV

    1GV0

    c

    =

    ===

    ==

    !" Fase:

    ( )( )( ) !

    !

    !

    90arctg

    451arctg

    00arctg0

    c

    ==

    ===

    ===

    Tambm podemos traar a curva de resposta em freqncia do Ganho em dB de um Filtro

    Passa-Baixa RL usando uma escala logartmica, como indica a figura 5.4.

    (rad/s)GV|dB-3

    c0

    10.c 100.c

    -20

    -40

    Figura 5.4 Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Baixa RL

    Ganho de Tenso em dB (escala logartmica

    Pela curva da resposta em freqncia para o ganho em dB de um Filtro Passa-Baixa, podemos

    perceber que aps a freqncia de corte, cada vez que a freqncia aumenta de um fator de 10,

    o ganho diminui em 20dB. Dizemos que h uma atenuao de 20dB por dcada de aumento da

    freqncia.

    Tambm podemos usar uma aproximao do grfico da figura 5.4 atravs de retas, chamadas

    Assntotas. O grfico de resposta em freqncia aproximado por retas assintticas chamado

    Diagrama de Bode, como o apresentado na figura 5.5 para o Filtro Passa-Baixa RL.

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    32

    (rad/s)GV|dB-3

    c0

    10.c 100.c

    -20

    -40

    Figura 5.5 Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Baixa RL

    Ganho de Tenso em dB (escala logartmica)

    Diagrama de Bode aproximao por assntotas

    5.3. Filtro Passa-Baixa RC

    Um circuito RC como o apresentado na figura 5.6 pode comportar-se como um Filtro Passivo

    Passa-Baixa.

    Para sinais de baixa freqncia, o capacitor apresenta alta reatncia, XC >> R e seu

    comportamento tende a um circuito aberto. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada

    estar sobre o capacitor de sada. Podemos dizer que o circuito apresentado deixa passar sinais

    de baixa freqncia.

    Para sinais de altas freqncias, o capacitor apresenta baixa reatncia, XC

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    33

    5.3.1. Ganho e Fase:

    Para este circuito, a tenso de sada em funo da tenso de entrada pode ser dada pela

    expresso:

    eec

    cs V

    Cj1R

    Cj1

    VXR

    XV

    +

    =

    +=

    ou ainda:

    Cj1R

    Cj1

    VV

    e

    s

    +

    =

    Se fatorarmos esta expresso, dividindo tanto o numerador como o denominador por R, temos:

    RCj11

    RCj1RCj

    RCj1

    RCj11

    RCj1

    RR

    Cj1R

    Cj1

    VV

    e

    s

    +=

    +

    =

    +

    =

    +

    =

    Portanto esta expresso a Funo de Transferncia de um Filtro Passa-Baixa RC, na forma

    fatorada:

    ( )RCj1

    1H+

    =

    Sabemos que a funo de transferncia um nmero complexo e que o ganho de tenso o

    mdulo da funo de transferncia na forma polar, e a fase o ngulo da funo de

    transferncia.

    Portanto, a expresso para o ganho de tenso e fase para um Filtro Passa-Baixa RC so,

    respectivamente:

    ( )2RC11GV+

    =

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    34

    ( )RCarctg =

    5.3.2. Freqncia de Corte:

    Sabemos que o ganho na freqncia de corte :

    707,02

    1|GVc

    ==

    Ento:

    ( )2cRC11

    21

    +=

    Elevando ao quadrado ambos os lados e operando a expresso para isolarmos C, temos:

    ( )2cRC11

    21

    +=

    ( ) 2RC1 2c =+ ( ) 12RC 2c = ( ) 11RCc ==

    Portanto, a Freqncia de Corte para um Filtro Passa-Baixa RC pode ser dada por:

    RC1

    c =

    Na freqncia de corte ( = C), a fase ser:

    ( ) ( )1arctgRCRC1arctgRCarctg c =

    ==

    !45=

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    35

    5.3.3. Curvas Caractersticas:

    Com a expresso do ganho e da fase podemos traar as curvas de resposta em freqncia do

    filtro Passa-Baixa RC. Assim, se:

    !" Ganho:

    0GV

    707,02

    1GV

    1GV0

    c

    =

    ===

    ==

    !" Fase:

    ( )( )( ) !

    !

    !

    90arctg

    451arctg

    00arctg0

    c

    ==

    ===

    ===

    Ento as formas de onda que representam a variao do ganho de tenso e da fase em funo

    da variao da freqncia num Filtro Passa-Baixa RC, sero as apresentadas nas figuras 5.7a e

    5.7b.

    (rad/s)

    GV

    1

    0,707

    c 0

    Figura 5.7a Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Baixa RC Ganho de Tenso

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    36

    (rad/s)

    -45o

    c

    0

    -90o

    Figura 5.7b Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Baixa RC Fase

    Traando a curva do Ganho de Tenso em dB em funo da freqncia para o Filtro Passa-Baixa

    RC, obtemos a curva da figura 5.8. Percebemos que, aps a freqncia de corte, h uma

    atenuao de 20dB por dcada da freqncia do sinal aplicado. Na figura 5.9 temos o Diagrama

    de Bode, ou seja, a curva do ganho em dB aproximado por retas.

    (rad/s)GV|dB-3

    c0

    10.c 100.c

    -20

    -40

    Figura 5.8 Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Baixa RC

    Ganho de Tenso em dB (escala logartmica)

    (rad/s)GV|dB-3

    c0

    10.c 100.c

    -20

    -40

    Figura 5.8 Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Baixa RC

    Ganho de Tenso em dB (escala logartmica)

    Diagrama de Bode aproximao por assntotas

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    37

    Como podemos perceber, a expresses das funes de transferncia na forma fatorada para

    Filtros Passa-Baixa, tanto RL como RC so semelhantes. O que difere o coeficiente do termo

    j. No filtro RL esse coeficiente (L/R) e no filtro RC (RC). Se chamarmos esse coeficiente da

    funo de transferncia de podemos concluir que:

    =

    1c

    Desta forma, podemos calcular a Freqncia de Corte a partir do coeficiente do termo imaginrio

    da funo de transferncia de qualquer filtro, na forma fatorada.

    Observao:

    Notamos que a forma das curvas dos filtros passa-baixa RL e RC so iguais. O que as

    diferenciam a freqncia de corte, que depende dos componentes utilizados na construo

    dos filtros RL ou RC.

    5.4. Exerccios:

    5.4.1) Para o filtro Passa-Baixa RL abaixo, determine [6]:

    a) Funo de transferncia (na forma fatorada);

    b) Freqncia de corte em rad/s e em Hz;

    c) Curvas caractersticas;

    d) Freqncia para um ganho de tenso de 60dB.

    Vs

    -

    +

    Ve

    -

    +

    R110

    L11mH

    5.4.2) Para o filtro abaixo, determinar [6]:

    a) Tipo de filtro e explicar o seu funcionamento;

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    38

    b) Funo de transferncia (na forma fatorada);

    c) Freqncia de corte em rad/s e em Hz;

    d) Curvas caractersticas;

    e) Freqncia para um ganho de tenso de 23dB.

    +

    -

    Ve

    +

    -

    VsC100uF

    R

    10

    C100uF

    R

    10

    5.4.3) Dado o circuito abaixo, pede-se [1]:

    a) A freqncia de corte (em rad/s e em Hz);

    b) A funo de transferncia na forma fatorada;

    c) A expresso do ganho;

    d) A curva de resposta em freqncia do ganho em dB;

    e) A freqncia quando a diferena de fase entre o sinal de entrada e sada for 45o;

    f) A tenso complexa (fasor) na sada, para Ve=100oV e =2c.

    Vs

    -

    +

    Ve

    -

    +

    R11k

    L1100mH

    5.4.4) Projete um filtro Passa-Baixas RC com fc = 1kHz (dica: adote R=10k) [1].

    5.4.5) Projete um filtro Passa-Baixas RL de forma que a freqncia de corte seja de 3kHz (dica:

    adote R=2,5k) [1].

    5.4.6) Projete um filtro Passa-Baixas para uma freqncia de corte de 2kHz a partir de um

    capacitor de 4,7pF [1].

    5.4.7) Dado o circuito abaixo, determine [6]:

    a) A funo de transferncia na forma fatorada;

    b) A freqncia de corte (em rad/s e em Hz0;

    c) A curva caracterstica;

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    39

    d) Identifique o tipo de filtro e explique o seu funcionamento.

    +

    -

    Ve

    +

    -

    Vs

    L12.4mH

    R18C22uF

    L12.4mH

    R18C22uF

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    40

    6. Filtro Passa-Alta

    Um Filtro Passivo Passa-Alta um circuito que permite a passagem de sinais de tenso e

    corrente somente em freqncias acima de um certo limite, atenuando os sinais cujas freqncias estiverem abaixo desse valor.

    Esse valor limite de freqncia a Freqncia de Corte (c) do filtro.

    6.1. Filtro Passa-Alta Ideal

    Para sinais de freqncias acima da freqncia de corte do filtro, o ganho unitrio, ou seja, o

    mdulo do sinal de entrada igual ao de sada. Para freqncias abaixo da freqncia de corte o

    ganho zero, ou seja, o mdulo do sinal de sada atenuado at zero.

    Na prtica, porm, no se obtm resposta em freqncia de um filtro passa-alta ideal como a

    apresentada na figura 6.1.

    GV(dB)

    (rad/s)c

    0

    1

    Figura 6.1 Curva de Resposta em Freqncia para um Filtro Passa Alta Ideal

    Simbologia Usual:

    Ve Vs Ve Vs

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    41

    6.2. Filtro Passa-Alta RL

    Um circuito RL como o apresentado na figura 6.2 pode comportar-se como um filtro passa-alta

    real.

    Vs

    -

    +

    Ve

    -

    +

    L

    R

    Figura 6.2 Circuitos de um Filtro Passivo Passa-Alta RL

    Para sinais de alta freqncia, o indutor apresenta alta reatncia (XL>>R) e seu comportamento

    tende a um circuito aberto. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada estar sobre o

    indutor de sada. Podemos dizer que o circuito deixa passar sinais de alta freqncia.

    Para sinais de baixa freqncia, o indutor apresenta baixa reatncia (XL

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    42

    Portanto, esta a expresso da funo de transferncia de um Filtro Passa-Alta RL, na forma

    fatorada:

    ( )L

    Rj1

    1H

    =

    Sabemos que a funo de transferncia um nmero complexo e que o ganho de tenso o

    mdulo da funo de transferncia na forma polar e a fase o ngulo.

    Portanto, as expresses para o ganho de tenso e a fase para um filtro Passa-Alta RL so,

    respectivamente;

    2

    LR1

    1GV

    +

    =

    +=L

    Rarctg

    6.2.2. Freqncia de Corte

    Sabemos que o ganho na freqncia de corte ;

    707,02

    1|GVc

    ==

    Ento, para um filtro Passa-Alta RL:

    2

    cLR1

    12

    1

    +

    =

    Operando esta equao, encontramos a expresso para a Freqncia de Corte de um Filtro

    Passa Alta RL:

    LR

    c =

    Na freqncia de corte (=c) a fase ser:

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    43

    ( )1arctgL

    LR

    RarctgL

    Rarctg =

    =

    =

    !45+=

    Observao:

    Na expresso da funo de transferncia H() na forma fatorada para o Filtro Passa-Alta RL, o

    coeficiente de na parte imaginria L/R. Portanto:

    LR

    RL11

    c ==

    =

    conforme foi visto anteriormente.

    6.2.2. Curvas Caractersticas

    Com a expresso do ganho e da fase podemos traar as curvas de resposta em freqncia do

    Filtro Passa-Alta RL, como indicam as figuras 6.3a e 6.3b.

    (rad/s)

    GV

    1

    0,707

    c0

    Figura 6.3a Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Alta RL Ganho de Tenso

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    44

    (rad/s)

    +45o

    c

    0 +90o

    Figura 6.3b Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Alta RL Fase

    !" Ganho:

    1GV

    707,02

    1GV

    0GV0

    c

    =

    ===

    ==

    !" Fase:

    ( )( )( ) !

    !

    !

    00arctg

    451arctg

    90arctg0

    c

    ==

    ===

    +===

    A curva de resposta em freqncia para o Ganho de Tenso em Decibis pode ser dada pela

    expresso j conhecida:

    ( )GVlog20|GV dB =

    Assim, pelas curvas da figura 6.4 podemos perceber que cada vez que a freqncia aumenta de

    um fator de 10, o ganho aumenta em 20dB, at chegar freqncia de corte c. H, portanto, um

    ganho de 20dB por dcada de aumento da freqncia.

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    45

    (rad/s)GV|dB

    -40

    c0

    0,1.c 10.c

    -20

    -3

    0,01.c

    Figura 6.4 Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Alta RL

    Ganho de Tenso em dB (escala logartmica)

    A figura 6.5 apresenta o Diagrama de Bode para o Ganho em dB para um Filtro Passa-Alta RL.

    (rad/s)GV|dB

    -40

    c0

    0,1.c 10.c

    -20

    0,01.c

    Figura 6.5 Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Alta RL

    Ganho de Tenso em dB (escala logartmica)

    Diagrama de Bode - Aproximao por Assntotas

    6.3. Filtro Passa Alta RC

    Um circuito como o apresentado na figura 6.6 pode comportar-se como um Filtro Passa-Alta RC

    real.

    Vs

    -

    +

    Ve

    -

    +

    R

    C

    Figura 6.6 Circuito de um Filtro Passivo Passa-Alta RC real

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    46

    Para sinais de alta freqncia, o capacitor apresenta baixa reatncia capacitiva (XCR) e o seu

    comportamento tende a um circuito aberto. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada

    estar sobre o capacitor e a tenso sobre o resistor de sada ser muito pequena. Podemos dizer

    que o circuito impede a passagem de sinais de baixa freqncia.

    6.3.1. Ganho e Fase

    Para o circuito da figura 6.6, a tenso de sada em funo da tenso de entrada pode ser dada

    pela expresso:

    ec

    es V

    Cj1R

    RXRVR

    V

    +

    =

    +

    =

    ou ainda:

    Cj1R

    RVV

    e

    s

    +

    =

    Se fatorarmos esta expresso, dividindo tanto o numerador como o denominador por R, temos:

    RCj11

    1

    RCj

    1R

    RR

    VV

    e

    s

    +

    =

    +

    =

    Portanto, a Funo de Transferncia de um Filtro Passa-Alta RL, na forma fatorada :

    ( )RC1j1

    1H

    =

    Sabemos que a funo de transferncia um nmero complexo e que o ganho de tenso o

    mdulo da funo de transferncia na forma polar, e a fase o ngulo.

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    47

    Portanto, as expresses para o ganho de tenso e a fase para um filtro Passa-Alta RC so,

    respectivamente:

    2

    RC11

    1GV

    +

    =

    =RC1arctg

    6.3.2. Freqncia de Corte

    Sabemos que o ganho na freqncia de corte ;

    707,02

    1|GVc

    ==

    Ento, para um filtro Passa-Alta RC:

    2

    cRC11

    12

    1

    +

    =

    Operando esta equao, encontramos a expresso para a Freqncia de Corte de um Filtro

    Passa Alta RC:

    RC1

    c =

    Na freqncia de corte (=c) a fase ser:

    ( )1arctgRC

    RC1

    1arctgRC1arctg =

    =

    =

    !45+=

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    48

    Observao:

    Na expresso da funo de transferncia H() na forma fatorada para o Filtro Passa-Alta RC, o

    coeficiente de na parte imaginria RC. Portanto:

    RC11

    c =

    =

    conforme foi visto anteriormente.

    6.3.3. Curvas Caractersticas

    Com a expresso do ganho e da fase podemos traar as curvas de resposta em freqncia do

    Filtro Passa-Alta RC, e concluiremos que forma das curvas dos filtros Passa-Alta RL e RC so

    idnticas. O que as diferenciam o valor da a Freqncia de Corte, que depende dos componentes utilizados na construo dos filtros RL ou RC.

    6.4. Exerccios:

    6.4.1) Para o circuito abaixo, determine [1]:

    a) Tipo de filtro e funcionamento;

    b) Funo de transferncia na forma fatorada;

    c) Freqncia de corte (em rad/s e em Hz);

    d) Expresso do ganho e fase;

    e) Tenso de sada para Ve=50oV e =1,5c;

    f) Esboar o grfico de ganho em dB em funo de uma variao de freqncia.

    Vs

    -

    +

    Ve

    -

    +

    L110mH

    R110k

    6.4.2) Projetar um filtro passa-alta com freqncia de corte de 200Hz [1]. Use um capacitor de

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    49

    0,1F.

    6.4.3) Projete um Filtro Passa-Alta a partir de um indutor de 50mH para que a freqncia de

    corte seja 500Hz [1].

    6.4.4) Esboce a curva de resposta em freqncia para o ganho do circuito abaixo.

    Vs

    -

    +

    Ve

    -

    +

    R115k

    C10.01uF

    6.4.5) Analisar o desempenho do filtro abaixo, sabendo que o tweeter tem boa resposta acima de

    3kHz [6].

    Ve

    -

    +

    SPK18 ohm

    C12.2uF

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    50

    7. Filtro Passa-Faixa

    Um Filtro Passivo Passa-Faixa um circuito que permite a passagem de sinais de tenso e

    corrente com freqncias situadas numa faixa intermediria, atenuando os sinais com freqncias abaixo ou acima dessa faixa.

    Essa faixa intermediria delimitada por uma freqncia de corte inferior (CI) e uma freqncia

    de corte superior (CS).

    7.1. Filtro Passa-Faixa Ideal

    Para sinais de freqncia intermediria, ou seja, acima da freqncia de corte inferior e abaixo da

    freqncia de corte superior do filtro, o ganho unitrio, portanto, o mdulo do sinal de sada

    igual ao de entrada.

    Para sinais de freqncias abaixo da freqncia de corte inferior ou acima da freqncia de corte

    superior o ganho do filtro nulo, ou seja, o mdulo do sinal de sada totalmente atenuado.

    Na prtica, porm, no se obtm resposta em freqncia de um filtro passa-faixa ideal como a

    apresentada na figura 7.1.

    GV(dB)

    (rad/s)CI

    0

    1

    CIR

    Figura 7.1 Curva de Resposta em Freqncia para um Filtro Passivo Passa Alta Ideal

    Simbologia Usual:

    Ve Vs Ve Vs

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    51

    7.2. Filtro Passa-Faixa Srie:

    Um circuito RLC como o apresentado na figura 7.2 pode comportar-se como um Filtro Passivo

    Passa-Faixa real.

    -

    +

    VsVe

    -

    +

    R

    CL

    Figura 7.2 Circuito de um Filtro Passivo Passa-Faixa Srie

    Um Filtro Passa-Faixa baseado na Ressonncia que ocorre entre indutores e capacitores em circuitos CA.

    Para sinais de freqncias baixas o indutor do circuito da figura 7.2 apresenta baixa reatncia

    indutiva e tende a comportar-se como um curto-circuito, porm, o capacitor apresenta alta

    reatncia capacitiva e tende a comportar-se como um circuito aberto. Desta forma, a maior

    parcela da tenso de entrada estar sobre o capacitor e a tenso sobre o resistor de sada ser

    muito baixa, ou seja, o sinal ser atenuado. Podemos dizer que o circuito impede a passagem

    de sinais de baixa freqncia.

    Para sinais de freqncias altas o capacitor apresenta baixa reatncia capacitiva e tende a

    comportar-se como um curto-circuito, porm, o indutor apresenta alta reatncia indutiva e tende a

    comportar-se como um circuito aberto. Desta forma, a maior parcela de tenso de entrada estar

    sobre o indutor e a tenso sobre o resistor de sada ser muito baixa, ou seja, o sinal ser

    atenuado. Podemos dizer que o circuito impede a passagem de sinais de alta freqncia.

    Para sinais de freqncias intermedirias, ou seja, sinais cujas freqncias estiverem numa faixa

    prxima Freqncia de Ressonncia do circuito, o indutor e o capacitor juntos apresentaro

    baixa reatncia e tendero a comportarem-se como um curto circuito, como estudado no captulo

    sobre Ressonncia. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada estar sobre o resistor de

    sada. Podemos dizer, ento, que o circuito deixa passar sinais dentro de uma determinada faixa

    de freqncia.

    7.2.1. Ganho e Fase

    Para o circuito da figura 7.2, a tenso de sada em funo da tenso de entrada pode ser dada

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    52

    pela expresso:

    eCL

    es V

    Cj1LjR

    RXXR

    VRV

    ++

    =

    ++

    =

    ou ainda:

    Cj1LjR

    RVV

    e

    s

    ++

    =

    tirando o mnimo mltiplo comum e fatorando a expresso obtemos:

    ( )RC

    LC1j1

    1

    RCjRCjLC1

    RCjRCj

    RCjLC1RCj

    Cj1LCjRCj

    RVV

    22222e

    s

    =

    +

    =

    +

    =

    ++=

    Portanto, a Funo de Transferncia para um Filtro Passa-Faixa, na forma fatorada :

    ( )

    =

    RCLC1j1

    1H2

    Sabemos que a funo de transferncia um nmero complexo e que o Ganho de Tenso o mdulo da Funo de Transferncia e a Fase o ngulo, na forma polar.

    Portanto, as expresses para o Ganho de Tenso e a Fase para um filtro Passa-Faixa Srie so,

    respectivamente:

    22

    RCLC11

    1GV

    +

    = ou 22

    RCLC11

    1GV

    +

    =

    =

    RCLC1arctg

    2

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    53

    7.7.2. Freqncia de Corte

    Sabemos que o Ganho na Freqncia de Corte :

    707,02

    1|GVc

    ==

    Ento, para um Filtro Passa-Faixa RLC srie:

    22

    RCLC11

    12

    1

    +

    =

    Elevando ao quadrado ambos os lados e operando esta equao, encontramos:

    2RC

    LC1122=

    +

    1RC

    LC122=

    1RC

    LC1 2 =

    RCLC1 2 =

    Esta igualdade nos fornece duas equaes:

    =

    =+

    01RCLC

    01RCLC2

    2

    Como a expresso do ganho de 2a ordem, obtemos duas equaes do 2o grau, cada uma com

    duas solues que correspondero Freqncia de Corte Superior e Freqncia de Corte

    Inferior do Filtro Passa-Faixa Srie:

    ( )LC2

    LC4RCRC 2CI

    +=

    ( )LC2

    LC4RCRC 2CS

    ++=

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    54

    7.2.3. Freqncia Central

    A chamada Freqncia Central de um Filtro Passa-Faixa ocorre justamente na Freqncia de

    Ressonncia.

    Como sabemos, para haver Ressonncia Srie necessrio que as Reatncias Capacitiva e

    Indutiva do circuito se anulem e se comportem como um curto-circuito, ou seja:

    0Xeq =

    |X||X| CL =

    Nesta situao o ganho ser unitrio, pois, como podemos perceber, no circuito da figura 7.2 toda

    a tenso de entrada estar disponvel na sada. Assim,

    1|GVR=

    1

    RCLC1

    1

    12

    R

    2R

    =

    +

    1RC

    LC11

    2

    R

    2R

    =

    +

    1RC

    LC11

    2

    R

    2R

    =

    +

    0RC

    LC12

    R

    2R

    =

    0LC1 2R =

    1LC2R =

    LC1

    R =

    Como esperado, obtivemos para a Freqncia Central a mesma expresso j conhecida para o

    clculo da Freqncia de Ressonncia.

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    55

    7.2.4. Curvas Caractersticas

    Com a expresso do Ganho e da Fase, podemos traar as curvas de resposta em freqncia

    para o Ganho e a Fase de um Filtro Passa-Faixa RLC Srie, como indicam as figuras 7.3a e 7.3b.

    (rad/s)

    GV

    1

    0,707

    R0 CSCI

    BW

    Figura 7.3a Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Faixa RLC Srie Ganho de Tenso

    (rad/s)

    -90o

    CI 0

    +90o

    -45o

    +45o

    R

    CS

    Figura 7.3b Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Faixa RLC Srie Fase

    ( )

    ==

    =

    == !90arctg

    01arctg

    0GV0VX0

    SC

    ( )

    ==

    == !90arctg

    0GV0VX SL

    ( )

    ==

    === !0arctg

    1GVVV eSR

    A curva do Ganho de Tenso em dB para um Filtro Passa-Faixa RLC Srie apresentada na

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    56

    figura 7.4. Se utilizarmos o Diagrama de Bode para representar o Ganho de um Filtro Passa-

    Faixa obtemos o grfico da figura 7.5.

    (rad/s)GV|dB

    -3

    R0

    CSCI

    BW

    Figura 7.4 Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Faixa RLC Srie

    Ganho de Tenso em dB Escala Logartmica

    (rad/s)GV|dB R0

    CSCI

    BW

    Figura 7.5 Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Passa-Faixa RLC Srie

    Ganho de Tenso em dB Escala Logartmica

    Diagrama de Bode Aproximao por Assntotas

    A curva de resposta em freqncia para o ganho em Decibis pode ser dada pela expresso j

    conhecida:

    ( )GVlog20|GV dB =

    7.3. Filtro Passa-Faixa Paralelo

    Um circuito RLC como o apresentado na figura 7.6 pode comportar-se como um Filtro Passa-

    Faixa Real.

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    57

    -

    +

    -

    Ve

    +

    VsCLR

    Figura 7.6 - Circuito de um Filtro Passa-Faixa RLC Paralelo

    Para sinais de freqncias baixas, o capacitor da figura 7.6 apresenta reatncia elevada e seu

    comportamento tende a um circuito aberto, porm, o indutor apresenta baixa reatncia e seu

    comportamento tende a um curto-circuito. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada

    estar sobre o resistor e a tenso de sada ser muito baixa, ou seja, o sinal ser atenuado.

    Podemos dizer que o circuito impede a passagem de sinais de baixa freqncia.

    Para sinais de freqncias altas, o indutor apresenta reatncia elevada e seu comportamento

    tende a um circuito aberto, porm, o capacitor apresenta baixa reatncia e seu comportamento

    tende a um curto-circuito. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada estar sobre o

    resistor e a tenso de sada ser muito baixa, ou seja, o sinal ser atenuado. Podemos dizer que

    o circuito impede a passagem de sinais de alta freqncia.

    Porm, para sinais de freqncias intermedirias, ou seja, sinais cujas freqncias estiverem

    prximas ao valor da Freqncia de Ressonncia do circuito, o indutor e o capacitor juntos

    apresentaro alta reatncia e seus comportamentos tendero a um circuito aberto, como

    estudado no captulo sobre Ressonncia Paralela. Desta forma, a maior parcela da tenso de

    entrada estar sobre o circuito LC ressonante de sada. Podemos dizer, ento, que o circuito

    deixa passar sinais dentro de uma determinada faixa de valores de freqncias.

    7.3.1. Ganho e Fase

    Para o circuito da figura 7.6, a tenso de sada em funo da tenso de entrada pode ser dada

    pela expresso:

    ( ) ( ) =++

    =

    +

    ++

    +

    =

    +

    +

    +

    =

    CLCL

    CL

    CL

    CLCL

    CL

    CL

    CL

    CL

    CL

    CL

    e

    sXXXXR

    XX

    XXXXXXR

    XXXX

    XXXX

    R

    XXXX

    VV

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    58

    =

    +

    =

    +

    =

    +

    +

    =

    LC

    CL

    LC

    CjLC1R

    LC

    CL

    CL

    CjLC1R

    CL

    Cj1Lj

    Cj1LjR

    Cj1Lj

    22

    =

    +

    =

    LRLCRj1

    1

    LjRLCR1

    122

    A Funo de Transferncia de um Filtro Passa-Faixa RLC Paralelo, na forma fatorada :

    ( )

    =

    LRLCRj1

    1H2

    As expresses para o Ganho de Tenso e a Fase so, respectivamente:

    22

    LRLCR1

    1GV

    +

    =

    =

    LRLCRarctg

    2

    7.3.2. Freqncia de Corte

    Sabemos que o Ganho na Freqncia de Corte :

    707,02

    1|GVc

    ==

    Ento, para um Filtro Passa-Faixa RLC Paralelo:

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    59

    22

    LRLCR1

    12

    1

    +

    =

    Elevando ao quadrado ambos os lados e operando esta equao, encontramos:

    2LRLCR1

    22=

    +

    1LRLCR 2 =

    LRLCR 2 =

    0RLRLC2 =

    01RLLC2 =

    Esta igualdade nos fornece duas equaes. Como a expresso do Ganho de segunda ordem,

    obtemos duas equaes de segundo grau, cada uma com duas solues que correspondem

    Freqncia de Corte Superior e Freqncia de Corte Inferior do Filtro Passa-Faixa Paralelo.

    LC2

    LC4RL

    RL 2

    CI

    +

    =

    LC2

    LC4RL

    RL 2

    CS

    +

    +=

    7.3.3. Freqncia Central

    A chamada Freqncia Central de um Filtro Passa-Faixa ocorre justamente na Freqncia de

    Ressonncia.

    Como sabemos, para haver Ressonncia Paralela, necessrio que a impedncia equivalente do circuito ressonante seja infinita, ou seja, um circuito aberto. Para que isso ocorra necessrio

    que as reatncias capacitiva e indutiva do circuito se anulem:

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    60

    CL XX =

    tal que:

    =

    +

    =

    CL

    CLEQ XX

    XXX

    Nesta situao o Ganho do circuito da figura 7.6 unitrio, ento;

    1|GVR=

    1

    LRLCR

    1

    12

    R

    2R

    =

    +

    1LRLCR

    12

    R

    2R

    =

    +

    0LRLCR

    R

    2R

    =

    0RLCR 2R =

    RLCR2

    R =

    LC1

    R =

    LC1

    R =

    Como esperado, obtivemos para a Freqncia Central a mesma expresso j conhecida para a

    Freqncia de Ressonncia de um circuito RLC.

    7.3.4. Curvas Caractersticas

    Com a expresso do Ganho e da Fase podemos traar a curva da resposta em freqncia para o

    Ganho, Ganho em dB e a Fase de um Filtro Passa-Faixa RLC Paralelo. As curvas resultantes

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    61

    sero semelhantes quelas curvas para um Filtro Passa-Faixa Srie, como apresentadas nas

    figuras 7.3a, 7.3b, 7.4 e 7.5.

    7.4. Exerccios:

    7.4.1) Seja o Filtro Passa-Faixa abaixo, determinar [6]:

    a) A freqncia de ressonncia;

    b) As freqncias de corte inferior e superior;

    c) As curvas caractersticas;

    d) A freqncia para um Ganho de Tenso GV=0,1;

    e) A tenso de sada instantnea vs(t) para ( )tsen2)t(ve = e freqncia de 167Hz.

    Vs

    +

    -

    -

    Ve

    +

    R110

    C110uF

    L10.1 H

    7.4.2) Use os componentes do filtro do exerccio anterior para implementar um Filtro Passa-Faixa

    Paralelo e determinar:

    a) A freqncia de ressonncia;

    b) A freqncia de corte;

    c) A curva caracterstica;

    d) A freqncia para um Ganho de Tenso GV=0,1;

    e) A tenso de sada instantnea vs(t) para ( )tsen2)t(ve = e freqncia de 167Hz. f) Compare o comportamento dos dois filtros.

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    62

    8. Filtro Rejeita-Faixa

    Um Filtro Passivo Rejeita-Faixa um circuito que atenua, impede a passagem de sinais de

    tenso e corrente com freqncias situadas numa faixa intermediria, permitindo a passagem

    de sinais com freqncias acima ou abaixo dessa faixa. Essa faixa intermediria delimitada por

    uma Freqncia de Corte Inferior (CI) e uma Freqncia de Corte Superior (CS).

    8.1. Filtro Rejeita-Faixa Ideal:

    Para sinais de freqncias intermedirias, ou seja, acima da Freqncia de Corte Inferior e abaixo

    da Freqncia de Corte Superior do filtro, o Ganho nulo, portanto, o mdulo do sinal de sada

    totalmente atenuado (zero).

    Para sinais de freqncias abaixo da Freqncia de Corte Inferior ou acima da Freqncia de

    Corte Superior, o Ganho do filtro unitrio, ou seja, o mdulo do sinal de sada igual ao de

    entrada.

    Na prtica, porm, no possvel obter a Resposta em Freqncia de um Filtro Rejeita-Faixa

    Ideal, como a apresentada na figura 8.1.

    GV(dB)

    (rad/s)CI

    0

    1

    CIR

    Figura 8.1 Curva de Resposta em Freqncia para um Filtro Passa Alta Ideal

    Simbologia Usual:

    Ve Vs Ve Vs

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    63

    8.2. Filtro Rejeita-Faixa Srie

    Um circuito RLC como o apresentado na figura 8.2 pode comportar-se como um Filtro Passivo

    Rejeita-Faixa Real.

    Vs

    +

    -

    -

    +

    Ve

    C

    L

    R

    Figura 8.2 Circuito de um Filtro Rejeita-Faixa Srie

    Um Filtro Rejeita-Faixa baseado na Ressonncia que ocorre entre indutores e capacitores em circuitos CA.

    Para Sinais de Freqncias Baixas o indutor do circuito da figura 8.2 apresenta baixa reatncia

    (tende a um curto-circuito), porm, o capacitor apresenta alta reatncia e tende a comportar-se

    como um circuito aberto. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada estar sobre o

    capacitor e a tenso sobre o resistor ser muito baixa, ou seja, a tenso de sada ser

    praticamente igual tenso de entrada. Podemos dizer que o circuito permite a passagem de

    sinais de baixa freqncia.

    Para Sinais de Freqncias Altas o capacitor apresenta baixa reatncia e tende a comportar-se

    como um curto-circuito, porm o indutor apresenta alta reatncia e tende a comportar-se como

    um circuito aberto. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada estar sobre o indutor e a

    tenso sobre o resistor ser muito pequena, ou seja, a tenso de sada ser praticamente igual

    tenso de entrada. Podemos dizer que o circuito permite a passagem de sinais de alta

    freqncia.

    Porm, para Sinais de Freqncias Intermedirias, ou seja, sinais cujas freqncias estiverem

    numa faixa prxima Freqncia de Ressonncia do circuito, o indutor e o capacitor juntos

    apresentaro baixa reatncia e tendero a comportar-se como um curto-circuito, como estudado

    no captulo sobre Ressonncia Srie. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada estar

    sobre o resistor e a tenso de sada ser praticamente nula, ou seja, o sinal ser atenuado.

    Podemos dizer, ento, que o circuito impede a passagem (rejeita) sinais dentro de uma

    determinada faixa de freqncias.

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    64

    8.2.1. Ganho e Fase:

    Para o circuito da figura 8.2, a tenso de sada em funo da tenso de entrada pode ser dada

    pela expresso:

    ( )( )CL

    eCLs XXR

    VXXV

    ++

    +=

    ou ainda:

    ++

    +

    =

    Cj1LjR

    Cj1Lj

    VV

    e

    s

    Fatorando a expresso, obtemos:

    +

    =

    ++

    =

    +

    +

    =

    LC1RCj1

    1

    Cj1LC

    R

    1

    1

    Cj1Lj

    R1

    1VV

    22e

    s

    Portanto, a Funo de Transferncia para um Filtro Rejeita-Faixa Srie, na forma fatorada :

    ( )

    +

    =

    LC1RCj1

    1H

    2

    Sabemos que a funo de transferncia um nmero complexo e que na forma polar, o Ganho

    de Tenso o mdulo da funo de transferncia e a Fase o ngulo da funo de

    transferncia.

    Portanto, as expresses para o Ganho de Tenso e a Fase para um Filtro Rejeita-Faixa Srie

    so, respectivamente;

    2

    2LC1RC1

    1GV

    +

    = ou 2

    2LC1RC1

    1GV

    +

    =

    =

    LC1RCarctg 2

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    65

    8.2.2. Freqncia de Corte

    Sabemos que o Ganho de Tenso na Freqncia de Corte :

    707,02

    1|GVC

    ==

    Ento, para um Filtro Rejeita-Faixa RLC Srie;

    2

    2LC1RC1

    12

    1

    +

    =

    Elevando ao quadrado ambos os lados e operando esta equao, encontramos;

    2LC1

    RC12

    2=

    +

    1LC1

    RC2 =

    LC1RC 2=

    01RCLC2 =

    Esta igualdade nos fornece duas equaes do segundo grau:

    01RCLC2 =+

    01RCLC2 =

    Como a expresso do Ganho de segunda ordem, obtivemos duas equaes de segundo grau,

    cada uma como duas solues que correspondero Freqncia de Corte Inferior e Freqncia

    de Corte Inferior do Filtro Rejeita-Faixa RLC Srie.

    ( )LC2

    LC4RCRC 2CI

    +=

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    66

    ( )LC2

    LC4RCRC 2CS

    ++=

    8.2.3. Freqncia Central

    A chamada Freqncia Central de um Filtro Rejeita-Faixa ocorre justamente na Freqncia de

    Ressonncia.

    Como sabemos, para haver Ressonncia Srie necessrio que as Reatncias Capacitiva e

    Indutiva do circuito se anulem e se comportem como um curto-circuito, ou seja:

    CL XX =

    Nesta situao o Ganho ser nulo, pois, como podemos perceber do circuito da figura 8.2 a

    reatncia total da sada ser zero e o seu comportamento tender a um curto-circuito e a tenso

    de sada ser nula e toda a tenso de entrada estar sobre o resistor.

    Assim, para que a expresso do Ganho seja igual a zero necessrio que o termo do

    denominador seja igual a um valor infinito, ento:

    0GV =

    0

    LC1RC

    1

    12

    2R

    R

    =

    +

    01 =

    Para que se verifique esta igualdade, o denominador deve ser infinito. Para tanto, o denominador

    do termo dentro da raiz quadrada deve ser igual a zero, pois uma diviso por zero um nmero

    infinito. Assim:

    0LC1 2R =

    1LC2R =

    LC1

    R =

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    67

    Como esperado, obtivemos para a Freqncia Central de um Filtro Rejeita-Faixa Srie a mesma

    expresso j conhecida para o clculo da Freqncia de Ressonncia.

    8.2.4. Curvas Caractersticas:

    A partir das expresses do Ganho e da Fase, podemos traar as curvas de resposta em

    freqncia para o Ganho e a Fase de um Filtro Rejeita-Faixa RLC Srie, como indicam as figuras

    8.3.a e 8.3b.

    (rad/s)

    GV1

    0,707

    R0 CSCI

    BW

    Figura 8.3a Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Rejeita-Faixa RLC Srie Ganho de Tenso

    (rad/s)

    -90o

    CI

    0

    +90o

    -45o

    +45o

    R CS

    Figura 8.3b Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Rejeita-Faixa RLC Srie Fase

    !" Ganho:

    ( )

    ==

    =

    = !00arctg

    10arctg

    1GVVVX0

    esC

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    68

    ( )

    ==

    =

    =

    =

    !00arctg1arctgarctg

    1GVVV0X

    2

    esL

    =

    =

    =

    !900RC

    arctg

    0GV0VR

    S

    R

    A resposta em freqncia para o Ganho em dB apresentada na figura 8.4. Na figura 8.5

    podemos verificar o Diagrama de Bode para representar o Ganho em dB de um Filtro Rejeita-

    Faixa Srie.

    -3 BW

    (rad/s)GV|dB R0

    CSCI

    -

    Figura 8.4 Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Rejeita-Faixa RLC Srie

    Ganho de Tenso em dB (escala logartmica)

    BW

    (rad/s)GV|dB R0

    CSCI

    -

    Figura 8.5 Diagrama de Bode - Curva de Resposta em Freqncia do Filtro Rejeita-Faixa RLC Srie

    Ganho de Tenso em dB (escala logartmica)

    8.3. Filtro Rejeita-Faixa Paralelo

    Um circuito RLC como o apresentado na figura 8.6 pode comportar-se como um Filtro Passivo

    Rejeita-Faixa Real.

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    69

    Vs

    +

    --

    Ve

    + C

    L

    R

    Figura 8.6 Circuito de um Filtro Rejeita-Faixa RLC Paralelo

    Para Sinais de Freqncias Baixas, o capacitor do circuito da figura 8.6 apresenta reatncia

    capacitiva elevada e seu comportamento tende a um circuito aberto, porm, o indutor apresenta

    baixa reatncia indutiva e tende a comportar-se como um curto-circuito. Desta forma, a maior

    parcela da tenso de entrada estar sobre o resistor de sada. Podemos dizer que o circuito

    permite a passagem de sinais de baixas freqncias.

    Para Sinais de Freqncias Altas, o indutor apresenta reatncia indutiva elevada e tende a

    comportar-se como um circuito aberto, porm, o capacitor apresenta baixa reatncia capacitiva e

    tende a comportar-se como um curto-circuito. Desta forma, a maior parcela da tenso de entrada

    estar sobre o resistor de sada. Podemos dizer que o circuito permite a passagem de sinais de

    alta freqncia.

    Porm, para Sinais de Freqncias Intermedirias, ou seja, para sinais cuja freqncia estiver

    numa faixa prxima Freqncia de Ressonncia do circuito, o indutor e o capacitor juntos

    apresentaro alta reatncia e ambos tendero a comportarem-se como um circuito aberto, como

    estudado no captulo sobre Ressonncia Paralela. Desta forma, a maior parcela da tenso de

    entrada estar sobre o circuito LC ressonante e a tenso sobre o resistor de sada ser

    praticamente nula, ou seja, o sinal ser atenuado. Podemos dizer, ento, que o circuito impede a

    passagem de sinais (rejeita sinais) de uma determinada faixa de freqncias.

    8.3.1. Ganho e Fase

    Para o circuito da figura 8.6, a tenso de sada em funo da tenso de entrada pode ser dada

    pela expresso:

    ( )=

    +

    +

    =

    +

    +

    =

    +

    +

    =

    CL

    CL

    CL

    CL

    CL

    CLe

    s

    XXRXX

    1

    1

    RXXXX

    RR

    RR

    XXXX

    R

    RVV

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    70

    +

    =

    +

    =

    +

    +

    =

    +

    +RLCR

    Lj1

    1

    RLCR

    CjCL

    1

    1

    Cj1LCR

    CL

    1

    1

    Cj1LjR

    Cj1Lj

    1

    1

    2

    22

    A Funo de Transferncia de um Filtro Rejeita-Faixa Paralelo, na forma fatorada :

    ( )

    +

    =

    RLCRLj1

    1H

    2

    As expresses para o Ganho de Tenso e a Fase so, respectivamente;

    2

    2RLCRL1

    1GV

    +

    =

    =

    LRLCRarctg

    2

    8.3.2. Freqncia de Corte

    Sabemos que o Ganho de Tenso na Freqncia de Corte :

    21707,0|GV

    C==

    Ento para um Filtro Rejeita-Faixa Paralelo:

    2

    2RLCRL1

    12

    1

    +

    =

    Elevando ao quadrado e operando esta equao, temos;

    2RLCR

    L12

    2=

    +

  • Resposta em Freqncia Filtros Passivos

    CEFET/SC - Gerncia Educacional de Eletrnica