eia rima congonhas vol 2 residuos solidos

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VOLUME II

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NDICE VOLUME II3.1.3 3.1.3.1 3.1.3.2 3.1.3.3 4. 5. 5.1 5.2 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. DIAGNSTICO DA REA DIRETAMENTE AFETADA ADA ......................................384 MEIO FSICO...........................................................................................................384 MEIO BITICO ........................................................................................................431 MEIO SOCIOECONOMICO .......................................................................................453 ANLISE DE RISCO .................................................................................................462 AVALIAO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .............................................................518 METODOLOGIA APLICADA......................................................................................518 IDENTIFICAO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .....................................................520 AES E MEDIDAS MITIGADORAS .........................................................................531 PLANOS E PROGRAMAS AMBIENTAIS ....................................................................535 PROGNSTICO AMBIENTAL ...................................................................................556 CONCLUSES ..........................................................................................................560 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................................................561 ANEXOS...................................................................................................................578 TERMO DE ENCERRAMENTO ..................................................................................585

LISTA DE QUADROS

Quadro 119: Consumo de gua no aeroporto ..................................................................................411 Quadro 120: Consumos tpicos de gua Potvel ..............................................................................412 Quadro 121: Quantidade de Equipamentos Existentes .....................................................................412 Quadro 122: Consumos de Equipamentos Existentes ......................................................................412 Quadro 123: Produo de Esgoto. ..................................................................................................416 Quadro 124: Classificao dos Resduis Slidos ...............................................................................426 Quadro125: Relao das prinicpais espcies vegetais presentes na ADA. ...........................................437 Quadro 126: Relao das principais espcies da Avifauna.................................................................440 Quadro 127: Populao dos anos de levantamento censitrio e taxa de populao .............................454

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Quadro 128: Realao de Estabelecimentos de Sade.......................................................................456 Quadro 129: Unidades de Atendimento Bsico..................................................................................456 Quadro 130: bitos.........................................................................................................................457 Quadro 131: Histrico de Acidentes envolvendo vazamentos..............................................................468 Quadro 132: Principais Propriedades Fsico-qumicas do QAV.............................................................483 Quadro 133: Propriedades Fsico-Qumicas de Interesse da Gasolina de Aviao..................................484 Quadro 134: Principais Propriedades Fsico-qumicas de interesse do GLP...........................................486 Quadro 135: Principais Propriedades Fsico-qumicas de interesse do leo Diesel.................................487 Quadro 136: Principais Propriedades Fsico-qumicas de interesse do leo Univolt...............................488 Quadro 137: Categorias de Frequncia.............................................................................................491 Quadro 138: Categorias de Severidade.............................................................................................491 Quadro 139: Matriz de aceitabilidade de riscos..................................................................................492 Quadro 140: Resumo dos Cenrios Hipotticos..................................................................................493 Quadro 141: Cenrios com severidade crtica....................................................................................494 Quadro 142: Anlise Preliminar de Perigos........................................................................................495 Quadro 143: Resumo das Observaes.............................................................................................507 Quadro 144: Resumo das Recomendaes Prioritrias ......................................................................508 Quadro 145: Resumo das Recomendaes No Prioritrias................................................................511 Quadro 146: Hipteses....................................................................................................................513 Quadro 147: Classificao de Substncias Txicas.............................................................................515 Quadro 148: Classificao de Substncias Inflamveis.......................................................................515 Quadro 149: Substncia de Referncia para Lquidos e Gases Txicos................................................515 Quadro 150: Substncia de Referncia para Lquidos e Gases Inflamveis...........................................515 Quadro 151: Avaliao para Elaborao da Anlise de Risco...............................................................516 Quadro 152: Alcances mximos para efeitos decorrentes de acidentes...............................................517 Quadro 153: Sntese dos Impactos Ambientais..................................................................................529

LISTA DE FIGURASFigura 151: rea Diretamente Afetada Stio Aeroporturio.. ...........................................................384 Figura 152: Imagem do Aeroporto de Congonhas, cabeceiras 17 e 35L e pontos avaliados. ................385

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Figura 153: Seo da estaca 8 mostrando a localizao das sondagens realizadas, as profundidades perfuradas,. .................................................................................................................................388 Figura 154: Fragmentos de rocha e concreto contidos na camada mais superficial do aterro da Cabeceira 17L..............................................................................................................................................389 Figura 155: Fragmentos de rochas (gnaisse, granitos) e de concreto, na camada mais superficial do aterro da Cabeceira 17L. ...............................................................................................................390 Figura 156: Aspecto do T3 e P2 da Cabeceira 17L (Ponto 6) e canaleta no sop do T3. ......................391 Figura 157: Aspectos do patamar inferior P1 ( direita, em nvel inferior),. ........................................391 Figura 158: Aspecto do talude T3 no ponto 5, com deficincia de cobertura vegetal e solo parcialmente exposto. ......................................................................................................................................392 Figura 159: Aspecto do talude T3 no ponto 5. .................................................................................392 Figura 160: Anlise do fator de segurana do primeiro, segundo e terceiro patamares. ......................393 Figura 161: Anlise do fator de segurana dos taludes associados. ...................................................394 Figura 162: Anlise do fator de segurana do primeiro, segundo e terceiro patamares........................396 Figura 163: Anlise do fator de segurana dos patamares associados................................................398 Figura 164: Estudo de estabilidade do talude inferior da Cabeceira 17 E PR-T. ...................................400 Figura 165: Aspecto dos taludes e patamares da Cabeceira 35L do aeroporto de Congonhas, como visto no ponto 1. ..................................................................................................................................401 Figura 166: Detalhes dos taludes e patamares da Cabeceira 35L do aeroporto de Congonhas .............401 Figura 167: Canaleta de descida de drenagem, em escada, para diminuir a velocidade de escoamento da gua das chuvas, recolhida da pista. ..............................................................................................402 Figura 168: Muro de arrimo atirantado, talude vegetado e canaleta revestida no sop do talude. ........402 Figura 169: Detalhe do muro atirantado, canaleta em escada na parede frontal do talude e canaleta horizontal revestida no sop do talude............................................................................................403 Figura 170: Diversos taludes e patamares da Cabeceira 35L e as diversas obras de estabilizao e de conteno. ...................................................................................................................................403 Figura 171: Talude e patamar no ponto 9, completamente estabilizado. ............................................404 Figura 172: Drenos horizontais profundos instalados prximo ao sop do T1, canaleta revestida e parte de caixa de drenagem, em primeiro plano.......................................................................................405 Figura 173: Drenos horizontais profundos instalados prximo ao sop do talude 1 e canaleta revestida de drenagem. ...................................................................................................................................405 Figura 174: Muro de gabio e os drenos instalados no sop do T1. O superior situa-se a 1,6 metros e o inferior a 50 centmetros de altura. ................................................................................................407

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Figura 175: Principal canal coletor, no nvel da Avenida dos Bandeirantes..........................................407 Figura 176: Reservatrio de gua Principal e Poo Artesiano IFRAERO. .............................................413 Figura 177: Veiculo de Apoio - QTA ................................................................................................414 Figura 178: Tubulao da lavagem de veculos na Oficina e Box Oficina .. .........................................417 Figura 179: SAO do PAA e Canaletas de Drenagem..........................................................................418 Figura 180: Ocupao irregular prxima ao PAA. .............................................................................418 Figura 181: Veculo QTU................................................................................................................420 Figura 182: Grade Cloaca e Dosagem de Cloro na Cloaca.. ...............................................................421 Figura 183: a) Canaletas de drenagem hangares; b) Canaleta de drenagem oficina; ..........................422 Figura 184: Armazenamento temporrio de resduos do aeroporto....................................................425 Figura 185: Disposio inadequada de material na oficina da INFRAERO. ..........................................425 Figura 186: Campanha de conscientizao contra F.O.D...................................................................425 Figura 187: Armazenamento temporrio de resduos da TAM............................................................427 Figura 188: rea Diretamente Afetada Meio Bitico.......................................................................432 Figura 189: Mapa de Cobertura Vegetal...........................................................................................434 Figura 190: Indivduo arbreo de Sibipiruna (Enterolobium tibouva Mart.) e Falsas-murtas,presentes na rea de estudo (ADA).. .................................................................................................................435 Figura 191: Ficus sp. e Paineira. ....................................................................................................436 Figura 192: Gramneas.. ................................................................................................................436 Figura 193: Mapa de registro de fauna na ADA................................................................................441 Figura 194: Quero-quero (Vanellus chilensis). .................................................................................443 Figura 195: Ninhos de coruja-buraqueira. .......................................................................................444 Figura 196: Carcar. .....................................................................................................................444 Figura 197: Pombo domstico (Columba livia). ................................................................................447 Figura 198: Localizao da rea de estudos do Meio socioeconmico.. ..............................................454 Figura 199: Localizao dos Equipamentos de Sade na rea de Influncia do Aeroporto. ..................455 Figura 200: rea Diretamente Afetada Sistema Virio ...................................................................458 Figura 201: Portes de acesso ao stio aeroporturio. .....................................................................459 Figura 202: Porto Oeste e caminho de transporte de mercadorias. ................................................460 Figura 203: Porto de acesso ao extinto terminal de cargas da VASP. ...............................................460 Figura 204: Portes Via de servio na Rua Gen. Pantaleo Teles.......................................................461 Figura 205: Insero dos Riscos Ambientais no Contexto dos Riscos Aeroporturios. ..........................465 Figura 206: Tancagem de combustveis. .........................................................................................476

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Figura 207: Baia de abastecimento para os tanques existe canaleta interligada com caixas de conteno, para recebimento de derramamento acidental de combustvel.. ........................................................477 Figura 208: Existncia de equipamento de atendimento a emergncias ambientais, como derramamentos e pequenos vazamentos de combustveis........................................................................................477 Figura 209: Vista area do ptio e terminal de passageiros, mostrando a proximidade em relao a comunidade.. ...............................................................................................................................478 Figura 210: Caminho Comboio para abastecimento das aeronaves.. ................................................478 Figura 211: Equipamento coletor de esgoto sanitrio das aeronaves.. ...............................................480 Figura 212: Cloaca para recebimento de rejeitos sanitrios de aeronaves.. ........................................481 Figura 213: Manuteno de aeronaves em hangares do Aeroporto de Congonhas. . ...........................481 Figura 214: No Aeroporto de Congonhas, o atual sistema de drenagem lana os efluentes eventualmente contaminados por leo diretamente na rede pluvial .........................................................................482

LISTA DE GRFICOS

Grfico 43: Representatividade das empresas nos eventos acidentais................................................473 Grfico 44: Acidentes por perodo ..................................................................................................474 Grfico 45: Acidentes classificados por grupo ..................................................................................474 Grfico 46: Acidentes classificados por dias da semana ....................................................................475 Grfico 47: Acidentes classificados por turno...................................................................................475

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3.1.3 3.1.3.1

DIAGNSTICO DA REA DIRETAMENTE AFETADA ADA MEIO FSICO

A rea Diretamente Afetada do Meio Fsico corresponde exatamente rea abrangida pelo stio aeroporturio. nesse espao fsico que ocorrem as atividades e intervenes inerentes ao aeroporto, conforme exemplificado na figura a seguir:

Figura 151: rea Diretamente Afetada Stio Aeroporturio. Fonte: VPC/Brasil, 2008.

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GEOTECNIA A avaliao das condies de estabilidade dos taludes do Aeroporto de Congonhas, situado na zona sul da cidade de So Paulo, corresponde principalmente a anlise da Cabeceira 17L, situada na extremidade noroeste do Aeroporto, e que apresenta as condies mais precrias de estabilidade, especialmente por existir ali um aterro com entulhos, havendo possibilidades de escorregamentos em seus taludes em perodos de chuvas mais intensas. E, por outro lado, a anlise da Cabeceira 35L, situada na extremidade sudeste do aeroporto, que apresenta condies mais adequadas de estabilidade. A figura abaixo, mostra as Cabeceiras 35L e 17L e a indicao dos pontos avaliados.

Figura 152: Imagem do Aeroporto de Congonhas, cabeceiras 17 e 35L e pontos avaliados.

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Com o objetivo de caracterizar o perfil do subsolo e a configurao do nvel de gua subsuperficial da Cabeceira 17L, a INFRAERO em 2008 contratou a WIDE Engenharia e Empreiteira de Obras Ltda. para realizao de 20 sondagens, totalizando 497,38 metros lineares de perfurao e quatro poos para inspeo e coleta de dados. As sondagens foram executadas por percusso, com auxilio de circulao de gua e protegidas com revestimento. A extrao das amostras foi feita com a cravao de amostrados padro. PERFIL GEOTCNICO DO SOLO DA CABECEIRA 17L Tendo por base as sondagens executadas, o substrato encontrado no talude da Cabeceira 17 do Aeroporto de Congonhas exibe uma camada de aterro de argila siltosa, variando entre 3,70 a 24,80 metros de espessura. Sob esta camada, estendendo-se at as profundidades alcanadas pelas sondagens, comparece uma camada de sedimentos tercirios, constituda proeminentemente de argila siltosa, com algumas intercalaes de areia siltosa e/ou argilosa, apresentando compacidade / consistncia crescente com a profundidade. As sondagens realizadas e o material recolhido evidenciaram que o talude foi construdo com aterro, sendo que o material empregado foi um bota-fora no compactado (entulho). Este fato pode ser comprovado pelos baixos valores de SPT registrados nas sondagens e pela ocorrncia de entulho, recuperado nas sondagens. Ainda durante os trabalhos de sondagem foi obtida a resistncia penetrao do amostrador pelo nmero de golpes de um peso de 65kg caindo em queda livre de 75cm de altura para cravar 30cm. Atravs desses dados foi possvel obter indicaes da compacidade, no caso do solos arenosos, ou da consistncia, no caso dos solos argilosos. A seo da estaca 8 (Figura 153), tomada aqui como ilustrativa, mostra o perfil topogrfico realizado pela WYDE Engenharia e Empreiteira de Obras, bem como a localizao das sondagens SP-4, SP-08, SP-12 e SP-15 realizadas. Nesta seo so mostradas as profundidades alcanadas nas sondagens, a espessura de aterro, a posio do contato entre a base do aterro e o topo da camada de sedimentos tercirios e os nveis de gua observados. Segundo a mesma empresa, em diversas sondagens foram registrados nveis de gua suspensos no corpo do aterro. Para evitar contaminao, os furos de sondagem foram revestidos de forma a confinar este nvel de gua, sendo ento registradas as leituras dos nveis de gua, praticamente no contato do aterro com os sedimentos tercirios. Sob essa camada comparece uma segunda camada de solo argiloso de boa qualidade, sem fragmentos de rocha, retirado da Avenida Paulista por ocasio das obras do metr.

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A consistncia desse material bastante varivel, apresentando nveis classificados como Mole a Rijos. Esta ltima camada, ocorre assentada sobre uma camada de sedimentos tercirios, constituda por argila siltosa de consistncia varivel de Mdia a Rija e geralmente de cor marrom ou roxa, ou ainda variegada, com algumas intercalaes de arenito siltoso e/ou argiloso, medianamente compactas. Valores mximos de profundidade do material de aterro, verificados nas sondagens SP-12 e SP15, SP-14, SP-06, SP-01 alcanam entre 12.7 e 21 metros ou, excepcionalmente, 26 metros na sondagem SP-11, a partir da superfcie do terreno. O nvel fretico, importante para a anlise da estabilidade do talude, situa-se a uma profundidade que varia de 16 a 18, mas a apenas 10 e 11,5 metros de profundidade, respectivamente, nas sondagens SP-4 e SP-01, posicionadas no patamar do talude inferior (T1). Estando o nvel fretico acima do plano de contato entre o aterro e a camada de sedimentos tercirios, esta superfcie deve ser considerada como de alto risco potencial para deslizamentos de solo, no somente por representar um plano de descontinuidade natural, mas tambm pelo efeito da presso neutra da gua a que est submetida. Observa-se que nas proximidades do nvel fretico, o solo apresenta-se geralmente com consistncia Mole e, portanto, com baixa capacidade de suporte, provavelmente devido ao efeito de encharcamento pela gua. Adicionalmente, o risco de escorregamento potencializa-se na zona da cabeceira da pista devido inclinao desfavorvel da superfcie de contato entre o material de talude e os sedimentos tercirios.

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Aeroporto de So Paulo/Congonhas Talude de cabeceira 17SP-08

P2

T3

P3

SP-12

SP-15

T2SP-04

P1

T1

775 770 765 760 755 750 745

LegendaAterro Sedimentos tercirios Topografia Nvel de gua Contato 755 Cota sondagem SP-12 Sondagens 0 Escala 15m

Figura 153: Seo da estaca 8 mostrando a localizao das sondagens realizadas, as profundidades perfuradas, o posicionamento do nvel de gua, a espessura do aterro e a posio do contato entre a base do aterro e o topo da camada de sedimentos tercirios no Talude de Cabeceira 17 E PR-T. T1 a T3 taludes; P1 a P3 patamares. (Adaptado de Wide Engenharia, 2008). ANLISE DA ESTABILIDADE DE TALUDES DA CABECEIRA 17L A anlise de estabilidade dos taludes da Cabeceira da Pista 17 foi realizada aplicando-se o Mtodo de Fellenius, tambm conhecido como mtodo sueco ou das fatias. Este mtodo leva em considerao uma superfcie de deslizamento curva e um conjunto de fatias do terreno potencialmente instvel situadas acima do semicrculo de deslizamento. Os clculos do fator de segurana foram feitos empregando-se o mtodo de Bishop Simplificado (ver, por exemplo, Fiori e Carmignani, 2001), considerando a superfcie de ruptura passando pelo sop do talude e no topo do primeiro patamar (P1). Os clculos efetuados levaram em conta ainda nvel do lenol fretico dentro do talude, conforme obtido pelas sondagens realizadas, alm de propriedades fsicas e mecnicas do material de aterro e da camada de sedimentos tercirios.

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Segundo a Wide Engenharia e Empreiteira de Obras Ltda., (Relatrio 007.RE-277 / R0, de 01 de Outubro de 2008) o substrato encontrado no talude da Cabeceira 17 do Aeroporto de Congonhas, em sua poro mais superficial, que compreende desde a superfcie do terreno at uma profundidade de 12,5 metros, caracterizado por uma camada de argila siltosa laranja-claro, seguido de uma camada subjacente constituda de argila siltosa intermediria laranja-escuro, com cerca de 14 metros de espessura. Para a primeira camada foi considerado o peso especfico como sendo igual a 18kN, a coeso de 35kPa e ngulo de atrito interno igual a 10 graus. Para a camada subjacente, o peso especfico considerado foi de 18kN, a coeso de 40kPa e o ngulo de atrito igual a 10 graus. Essas duas camadas representam o aterro de entulhos construdo no local, e que varia de uma espessura de 3,70 a 24,80 metros. De um modo geral observa-se que o solo caracterizado por trs camadas de constituio e comportamentos geotcnicos bastante diferenciadas. A camada mais superficial, estendendo-se at uma profundidade de cerca 12 metros, representada por solo bastante heterogneo, comeando por um material argiloso com entulho, de cor vermelha, com fragmentos de rochas e de concreto, alcanando os maiores at 30 centmetros de comprimento (Figura 154 e Figura 155, ponto 5). A consistncia desse material varia de Mdia a Mole.

Figura 154: Fragmentos de rocha e concreto contidos na camada mais superficial do aterro da Cabeceira 17L. O fragmento maior, pouco acima do centro da fotografia de concreto.

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Figura 155: Fragmentos de rochas (gnaisse, granitos) e de concreto, na camada mais superficial do aterro da Cabeceira 17L. Para a camada de sedimentos tercirios, situada abaixo do talude de entulho, o peso especfico levado em conta nos clculos de estabilidade foi de 18kN, a coeso de 40kPa e o ngulo de atrito interno igual a 15 graus. Os dados foram obtidos a partir da anlise de trs amostras indeformadas, coletadas no local. Em todos os patamares considerou-se uma sobrecarga distribuda de 5kPa. As anlises procedidas levaram em conta o fator de segurana (FS) de cada talude isoladamente, dos taludes associados, e abrangeram duas situaes diferenciadas: talude com o nvel de gua existente, como observado nas sondagens (condio pessimista), e talude sem o nvel de gua, devido aos efeitos da presena dos drenos subhorizontais profundos, instalados no corpo do aterro (condio real). O ndice de estabilidade calculado pela empresa acima referida para o primeiro patamar, levando-se em conta o nvel fretico, como observado atravs das sondagens, de 1,981. Para o segundo patamar, o ndice de segurana de 2,293, e para ao terceiro patamar, de 3,791 (Figura 156 e Figura 157). No ponto 5 (Figura 152) numa extenso de cerca 20 metros, o talude T3 apresenta deficincia de cobertura de gramnea, ficando o solo exposto aos processos erosivos e a uma maior infiltrao da gua das chuvas, como mostra a Figura 158 e a Figura 159. Esse trecho do talude pode ser rapidamente recuperado com hidrossemeadura ou plantio de gramneas em placas.

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Figura 156: Aspecto do T3 e P2 da Cabeceira 17L (Ponto 6) e canaleta no sop do T3. O patamar 3 (P3) representado pela pista do aeroporto, onde est situado a avio.

Figura 157: Aspectos do patamar inferior P1 ( direita, em nvel inferior), do talude T2, P2 e T3 ( esquerda) da Cabeceira 17L e canaleta nos dois lados da pista, situada no P2.

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Figura 158: Aspecto do talude T3 no ponto 5, com deficincia de cobertura vegetal e solo parcialmente exposto.

Figura 159: Aspecto do talude T3 no ponto 5. A deficincia de cobertura vegetal expe o solo a processos erosivos por ocasio das chuvas.

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Estabilidade de talude considerando-se o nvel de gua nas sondagens

SFs = 1,981N.A.

Anlise do fator de segurana da primeira bancada

SFs = 2,293

N.A.

Anlise do fator de segurana da segunda bancada

SFs = 3,791

N.A.

Anlise do fator de segurana da terceira bancada

Camada 1 (aterro)

Camada 2 (aterro)

Sedimentos tercirios

Figura 160: Anlise do fator de segurana do primeiro, segundo e terceiro patamares. S representa a sobrecarga do patamar, NA o nvel de gua. (Adaptado de Wide Engenharia, 2008).

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Considerando-se em conjunto o primeiro e o segundo patamares, o ndice de segurana de 1,476, enquanto para o segundo e terceiro patamares, o ndice de segurana de 2,260. Considerandose todos os taludes juntos, o ndice de segurana cai para 1,436 (Figura 161).

Estabilidade de talude considerando-se o nvel de gua nas sondagens (cont.) S SFs = 1,476N.A.

Anlise do fator de segurana entre a primeira e a segunda bancada

SFs = 2,260

S

N.A.

Anlise do fator de segurana entre a segunda e a terceira bancada

S SFs = 1,436

S

N.A.

Anlise do fator de segurana considerando-se todas as bancadas

Camada 1 (aterro)

Camada 2 (aterro)

Sedimentos tercirios

Figura 161: Anlise do fator de segurana dos taludes associados. S representa a sobrecarga dos patamares, NA o nvel de gua. (Adaptado de Wide Engenharia, 2008). INFRAERO SBSP

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No caso da instalao dos drenos profundos, cujo objetivo o escoamento da gua retida no talude de forma a aliviar os empuxos que possam vir a comprometer sua estabilidade, os ndices de segurana do macio de terra melhoram bastante, especialmente para o primeiro patamar, topograficamente mais baixo e mais intensamente afetado pelo nvel fretico. Especificamente para este patamar, o ndice de segurana aumenta para 2,130, enquanto para o segundo patamar, o ndice passa a 2,268 e o terceiro patamar a 3,748, com pouca modificao em relao ao clculo anterior, por se situarem acima do nvel fretico (Figura 162).

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Estabilidade de talude considerando-se a presena de drenos profundosSFs = 2,130

Anlise do fator de segurana da primeira bancada

SFs = 2,268

Anlise do fator de segurana da segunda bancada

SFs = 3,748

Anlise do fator de segurana da terceira bancada

Camada 1 (aterro)

Camada 2 (aterro)

Sedimentos tercirios

Figura 162: Anlise do fator de segurana do primeiro, segundo e terceiro patamares. S representa a sobrecarga do patamar. (Adaptado de Wide Engenharia, 2008).

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Considerando-se em conjunto o primeiro e o segundo patamares, o ndice de segurana de 1,502, enquanto para o segundo e terceiro patamares, o ndice de segurana calculado de 2,268. Levando-se em conta todos os taludes da cabeceira da pista, o ndice de segurana de 1,481 (Figura 163). As fotografias desses taludes e patamares (Figura 156 e Figura 157) evidenciam o bom estado de conservao e de estabilidade dos taludes e patamares, onde no so observadas fendas de tenso e nem evidncias de movimentos de massa. Essa estabilidade o resultado do efeito do rebaixamento do nvel fretico pelos drenos profundos e adequado controle da infiltrao da gua superficial. O aspecto da cobertura de gramneas, bem desenvolvida e cerrada, demonstra a adequada proteo do talude contra processos erosivos por efeitos das guas de chuvas.

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Estabilidade de talude considerando-se a presena de drenos profundosS SFs = 1,502

Anlise do fator de segurana entre a primeira e a segunda bancada

SFs = 2,268

S

Anlise do fator de segurana entre a segunda e a terceira bancada

S SFs = 1,481

S

Anlise do fator de segurana considerando-se todas as bancadas

Camada 1 (aterro)

Camada 2 (aterro)

Sedimentos tercirios

Figura 163: Anlise do fator de segurana dos patamares associados. S representa a sobrecarga dos patamares. (Adaptado de Wide Engenharia, 2008)

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Deve-se destacar que na avaliao preliminar da estabilidade do talude inferior, a Wide Engenharia e Empreiteira de Obras Ltda (Sao/PPT/007.RE-276 RO, folha 03/14), considerando o nvel de gua das sondagens realizadas, obteve um fator de segurana para aquele talude igual a 1,329 (Figura 164). Este ndice est um pouco acima do valor mnimo aceitvel, que de 1,3, segundo a NBR-11.682. Permitindo-se que o nvel de gua no talude alcance o sop do primeiro talude, o ndice de segurana calculado pela mesma empresa cai para 1,206. Este fato bem demonstra a importncia do controle do nvel fretico dentro do talude: uma pequena elevao do nvel de gua de cerca 1 metro no sop do talude (T1) suficiente para que o fator de segurana ao deslizamento, em superfcies de ruptura circulares passando pelo p do talude e no topo do primeiro patamar, caia para valores menores do que 1,3 e coloque em srio risco a estabilidade do talude. H vrios processos de estabilizao que podem ser empregados para taludes que apresentem coeficientes de segurana baixos (menor que 1,5): atenuao dos efeitos da gravidade por alvio do peso, o que feito pela alterao da geometria do talude, geralmente envolvendo o abrandamento da pendente ou raspagem na crista; melhoramento da drenagem superficial com implantao de canaletas revestidas; eliminao da gua interna por drenagem subsuperficial, envolvendo a implantao de drenos subterrneos ou subhorizontais profundos; construo de obras de proteo e estabilizao como consolidao, grampeando ou atirantando o macio. Como monitoramento, recomenda-se a instalao de piezmetros e, nos casos mais graves, a implantao de inclinmetros.

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Estudo da estabilidade de talude da cabeceira 1750 m

Talude Berma Inferior

45

40

35

30

25

20

aterro

Fs = 1,32915

N.A.

10

5

Sedimentos tercirios5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 m

0

Figura 164: Estudo de estabilidade do talude inferior da Cabeceira 17 E PR-T. Em azul est representado o nvel de gua no talude. (Adaptado de Wide Engenharia, 2008) o AVALIAO DAS CONDIES DE ESTABILIDADE DOS TALUDES DA CABECEIRA 35L

Apesar de no se dispor de sondagens nas imediaes da Cabeceira 35L do Aeroporto de Congonhas para uma avaliao do perfil geotcnico dos solos e do nvel de gua presente no interior do talude, verifica-se, numa inspeco feita no local (Pontos 1, 2, 3 e 4), que esses taludes e patamares esto em adequadas condies de estabilidade, como pode-se ver pela Figura 165 e pela Figura 166.

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Figura 165: Aspecto dos taludes e patamares da Cabeceira 35L do aeroporto de Congonhas, como visto no ponto 1.

Figura 166: Detalhes dos taludes e patamares da Cabeceira 35L do aeroporto de Congonhas, como visto do ponto 1. esquerda da foto observa-se uma poro do patamar inferior (P1), o talude (T2), o patamar (P2) capeado pela pista de asfalto onde est o veculo, o talude T3, que contm o quadriculado da cabeceira da pista e o patamar P3, correspondente pista do aeroporto. Observar as canaletas de drenagem revestidas nos dois lados da pista, que impedem a infiltrao da gua no talude subjacente.

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As boas condies de estabilidade so garantidas pelas obras de conteno e de estabilizao realizadas no local. Assim, a proteo vegetal dos taludes com gramneas, as canaletas de drenagem de descida de concreto e em escada, levando as guas para canais coletores (Figura167), o muro de arrimo atirantado (ponto 3), os poos de monitoamento do nvel de gua no ponto 4 (Figura168 e Figura169) e as canaletas de drenagem revestidas nos sops dos taludes (Figura 170).

Figura 167: Canaleta de descida de drenagem, em escada, para diminuir a velocidade de escoamento da gua das chuvas, recolhida da pista.

Figura 168: Muro de arrimo atirantado, talude vegetado e canaleta revestida no sop do talude.

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Figura 169: Detalhe do muro atirantado, canaleta em escada na parede frontal do talude e canaleta horizontal revestida no sop do talude. Observar os poos de monitoramento da nvel fretico (tampas redondas).

Figura 170: Diversos taludes e patamares da Cabeceira 35L e as diversas obras de estabilizao e de conteno.

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No ponto 9, posicionado nas proximidades da Cabeceira 17L, porm voltado para o lado da Avenida Washington Luiz, ocorre um talude perfeitamente estabilizado, como mostrado pela Figura 171, e que d acesso rea presidencial do aeroporto.

Figura 171: Talude e patamar no ponto 9, completamente estabilizado.

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ESTABILIZAO DE TALUDES E INSTRUMENTAO

Visando aumentar a estabilidade das Cabeceiras 17L e 35L do aeroporto foram instalados drenos horizontais, cujo objetivo principal o controle da elevao do nvel de gua no corpo do aterro. Para tal, foram executados drenos horizontais profundos de 40 metros de comprimento, a partir do p do talude, com inclinao de 5 graus, indicados nas plantas elaboradas pela WIDE Engenharia e Empreiteira de Obras Ltda. As fotografias (Figura 172 e Figura 173), obtidas no ponto 8, mostram o aspecto desses drenos no T1 da Cabeceira 17L, as canaletas que recolhem essas guas e a caixa de drenagem.

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Figura 172: Drenos horizontais profundos instalados prximo ao sop do T1, canaleta revestida e parte de caixa de drenagem, em primeiro plano.

Figura 173: Drenos horizontais profundos instalados prximo ao sop do talude 1 e canaleta revestida de drenagem. Como visto anteriormente, de fundamental importncia o controle adequado do nvel de gua dentro do talude. Devido aos inmeros efeitos que a gua pode exercer sobre um macio de solo ou de rocha como o aumento do peso especfico do material, aumento da presso neutra (ou poro-presso) e conseqente diminuio da presso efetiva, o efeito das foras de percolao que em conjunto levam a uma diminuio, s vezes drstica, do fator de segurana de um talude, extremamente necessrio que se tomem os cuidados necessrios no que diz respeito drenagem adequada do terreno. INFRAERO SBSP

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A gua superficial deve ser recolhida atravs de canaletas instaladas nos sops dos talude. Quanto gua subsuperficial, no interior do talude, poder ser recolhida atravs de drenos. Os drenos podem ser basicamente de dois tipos: de subsuperfcie, para drenar a gua que se encontra logo atrs do paramento e drenos profundos, para que gua do interior do macio possa escoar para fora do mesmo. Uma vez instaladas essas obras de drenagem, haver a necessidade de inspeo peridica e manuteno, no s dos drenos profundos, mas tambm das canaletas de drenagem superficial, de modo a evitar o entupimento e perda de eficincia dessas obras. A infiltrao da gua das chuvas deve ser evitada para no causar elevao do nvel de gua no corpo do aterro, o que pode vir a comprometer a estabilidade do talude, especialmente se o sistema de drenagem profunda no funcionar adequadamente. As inspees rotineiras de manuteno devem ser realizadas pelo menos uma vez ao ano e, idealmente, devem ser concludas antes do incio da temporada de chuvas, em novembro. Visando a peridica verificao do nvel de gua nos taludes do Aeroporto de Congonhas e conseqente avaliao do desempenho dos drenos profundos, foram instalados medidores de nvel de gua nos taludes do aeroporto da seguinte forma: 2 medidores na seo 5, 3 medidores na seo 8 e 1 medidor entre a seo 6 e 7. Os medidores foram instalados com a ponta inferior a pelo menos 5 metros da transio do aterro para os sedimentos tercirios, nas locaes indicadas nas plantas. Adicionalmente, no muro de gabio da cabeceira 17L (Figura 174, ponto 8), foram instalados 14 drenos de subsuperfcie em toda a extenso da parte superior do paramento, numa altura aproximada de 1,60 metros do solo, e outras linha de drenos a cerca de 50 centmetros acima do nvel do patamar. Apesar do muro de gabio no trazer dificuldade ao escoamento da gua subsuperficial, os drenos instalados muito auxiliam na tarefa de retirada do excesso de gua do talude, rebaixando o nvel do lenol fretico dentro do talude, atrs do paramento. Toda a gua retirada da pista e dos taludes direcionada para o canal coletor principal, situado paralelo e no nvel topogrfico da Avenida dos Bandeirantes (Figura 175).

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Figura 174: Muro de gabio e os drenos instalados no sop do T1. O superior situa-se a 1,6 metros e o inferior a 50 centmetros de altura.

Figura 175: Principal canal coletor, no nvel da Avenida dos Bandeirantes, que acumula toda a gua retirada pelos drenos e canaletas de drenagem da poro nordeste do aeroporto de Congonhas. A fundo, veculos trafegando na Avenida dos Bandeirantes.

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Concluses sobre a Geotecnia e Recomendaes O perfil do solo na Cabeceira 17L do Aeroporto de Congonhas, tendo por base as sondagens realizadas no local, revelaram a presena de trs camadas de constituio e comportamentos geotcnicos bastante diferenciadas. A camada mais superficial caracterizada por um solo heterogneo, com fragmentos de rochas e de concreto, de cor avermelhada e consistncia Mdia a Mole, estende-se at uma profundidade de cerca 12 metros. Abaixo desta comparece um solo argiloso, sem fragmentos, de consistncia bastante varivel e de colorao laranja-escuro. No conjunto, essas duas camadas representam o aterro de entulhos construdo no local, variando de uma espessura de 3,70 a 26 metros. Sob o aterro comparece uma terceira camada, esta de sedimentos tercirios, constituda por argila siltosa, de consistncia varivel de Mdia a Rija e geralmente de cor marrom ou roxa, ou ainda variegada, com algumas intercalaes de arenito siltoso e/ou argiloso, medianamente compactas. Cada uma dessas camadas tem caractersticas geotcnicas distintas. Para a primeira camada foi considerado o peso especfico como sendo igual a 18kN, a coeso de 35kPa e ngulo de atrito interno igual a 10 graus; para a camada intermediria, o peso especfico de 18kN, a coeso de 40kPa e ngulo de atrito de 10 graus; para a camada de sedimentos tercirios o peso especfico de 18kN, a coeso de 40kPa e ngulo de atrito interno de 15 graus. As anlises de estabilidade de talude procedidas no Talude da Cabeceira 17L levaram em conta o fator de segurana (FS) de cada talude isoladamente e dos taludes associados, e abrangeram duas situaes diferenciadas: talude com o nvel de gua existente, como observado nas sondagens (condio pessimista), e talude sem o nvel de gua, devido aos efeitos da presena dos drenos subhorizontais profundos, instalados no corpo do aterro (condio real). Os ndices obtidos para o primeiro patamar, que se mostrou mais influenciado pelos efeitos da presso neutra, variaram de um mnimo de 1,981, quando levado em conta o nvel fretico obtido nas sondagens, a um mximo de 2,230, quando o nvel de gua rebaixado por efeito dos drenos profundos instalados. Valores de FS inferiores a 1,5 foram obtidos na anlise conjunta dos taludes, considerando-se o nvel de gua obtido nas sondagens. o caso do primeiro e do segundo patamares, que forneceram um valor de 1,476, e de todos os patamares juntos, com um ndice de 1,436. Com a instalao dos drenos, os menores ndices de segurana obtidos foram de 1,481 e 1,502, respectivamente, para a anlise conjunta de todos os patamares e para o primeiro e segundo patamares. Dessa forma, fica evidenciado pela anlise da estabilidade dos taludes que os maiores riscos potenciais de deslizamento referem-se ao primeiro e segundo patamares juntos, e para o conjunto de todos os taludes. Pelos resultados apresentados, aps a instalao dos drenos profundos, pode-se afianar que o talude da Cabeceira 17L apresenta coeficientes de segurana amplamente satisfatrios e condizentes com aqueles preconizados pela Norma Brasileira NBR 11.682 e que se espera de macios compactados. INFRAERO SBSP

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A Cabeceira 37L no apresenta evidncias de instabilidade, estando as boas condies de estabilidade garantidas pelas obras de conteno (muro de arrimo atirantado) e de estabilizao ali instaladas. O nvel fretico no local adequadamente controlado pelos drenos subterrneos, pelas canaletas revestidas, superficiais de descida e horizontais nos sops dos taludes, pelo adequado controle do nvel fretico atravs de poos de monitoramento instalados com essa finalidade, pela proteo vegetal dos taludes e pela cobertura asfltica nos patamares, que impede a infiltrao das guas das chuvas. Tendo em vista a importncia de manter sob controle rgido o nvel de gua dentro dos taludes, recomenda-se, ao longo do tempo, uma manuteno peridica, tanto do sistema de drenagem superficial e proteo dos taludes, quanto dos drenos profundos, mediante fluxo invertido (lavagem interna) a cada dois anos, por exemplo, alm da proteo superficial do talude, envolvendo ocasionais revestimentos vegetais, manuteno das canaletas revestidas evitando a infiltrao da gua por baixo de seguimentos das mesmas, caso haja deslocamento de uma em relao seguinte e verificao se os condutores das guas pluviais se mantm sempre interligados. Embora a manuteno rotineira das obras de estabilizao e conteno possam reduzir significativamente a probabilidade de um acidente, os taludes do aeroporto podem ainda no estar seguros o suficiente devido a vrios fatores predisponentes (geolgicos, hidrolgicos e morfolgicos), inclusive mudanas ocorridas na vizinhana e arredores. Portanto, recomenda-se a realizao de uma inspeo por um geotcnico qualificado, pelo menos uma vez em cada cinco anos, para verificao de quaisquer problemas de segurana. O profissional dever informar sobre a necessidade de uma avaliao de estabilidade para verificar a segurana global bem como a necessidade de obras de melhoria das condies de estabilidade da encosta. Infra-Estrutura A regio do aeroporto de Congonhas possui um servio de alto grau de cobertura, desde energia eltrica, saneamento (gua, esgoto, lixo) alm das instalaes de comunicao. Segundo o Plano de Desenvolvimento do Aeroporto, toda a rea da administrao regional bem servida de gua, esgotamento sanitrio, drenagem, pavimentao e iluminao pblica. Os ndices de atendimento relativos a equipamentos urbanos so altos em relao s demais regies do municpio. Sistema de Abastecimento de gua - Stio Aeroporturio

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A rea diretamente afetada relativa ao abastecimento de gua compreende a rea onde est instalado o empreendimento, Aeroporto de Congonhas, e seus respectivos acessos.

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Atualmente a gua utilizada no Aeroporto de Congonhas fornecida pela Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo SABESP e por poos artesianos instalados pelo empreendimento. O empreendimento abastecido pelo Sistema Guarapiranga. A instalao de poos artesianos deve-se, principalmente, aos episdios de interrupo do abastecimento da concessionria, intensificados pela estiagem ocorrida nos anos de 1998 a 2004, devido a problemas quantitativos e qualitativos. Desta forma, parte do volume de gua consumido pela populao fixa (funcionrios da INFRAERO, funcionrios das companhias areas, prestadores de servios, lojistas, etc.) e populao flutuante (passageiros, acompanhantes e visitantes) do aeroporto provm da rede de abastecimento da SABESP e parte provm de poos artesianos. Consideram-se como equipamentos consumidores de gua: sanitrios, lavatrios, chuveiros, bebedouros, torneiras, pias e tanques, hidrantes, equipamentos refrigerao de ar, etc. E os principais usos so: consumo humano, sistema de combate a incndio, sistema de ar condicionado, manuteno e limpeza das instalaes, abastecimento e manuteno de aeronaves, rega de reas verdes e lavagem de veculos. Na rea do Stio Aeroporturio de Congonhas h edificaes com diferentes tipos de usos e usurios de gua potvel, os quais tm demandas especficas em funo do nmero de funcionrios ou do tipo de atividade que executam. Todas as edificaes (TPS, SCI, Hangares, Concessionrios, Servios, etc.) so dotadas de equipamentos de infra-estrutura hidrulico-sanitrios e acessrios de rede de abastecimento necessrios s suas atividades, possuindo as edificaes afastadas do prdio central entradas individuais para o seu abastecimento. Para abastecimento do empreendimento com gua potvel h 02 (duas) entradas da rede da SABESP. A principal a dos reservatrios Praa Lineu Gomes, a que fica prxima ao Pavilho das Autoridades Rua Washington Luis. O sistema de reservao principal contm 03 (trs) reservatrios enterrados, com um volume total de aproximadamente 1200 m3, sendo que dois deles so abastecidos com gua da SABESP e um abastecido com a gua do poo artesiano profundo existente na rea. Os consumos dos reservatrios so registrados atravs de hidrmetros, sendo o consumo acompanhado pela SABESP e pela INFRAERO. Destes reservatrios a gua distribuda para grande parte do empreendimento (TPS, SCI e INFRAERO) por meio de bombeamento para um reservatrio elevado no 5 andar do Saguo Central e depois desce por gravidade para outros 03 (trs) reservatrios no 4 andar. Desta forma, distribuda a gua para os outros setores do aeroporto.

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H outros 04 (quatro) reservatrios na rea do empreendimento, elevados, localizados na cobertura do prdio do Comando da Aeronutica (CA), bem como outros 05 (cinco) na rea do Projeto Social e 02 (dois) na Gerncia de Empreendimentos. Segundo o PGRH Congonhas (2003) o empreendimento possui 26 entradas de gua potvel para uso em suas edificaes. Vale ressaltar que somente 08 (oito) das entradas de gua so de responsabilidade e acompanhamento da INFRAERO o restante gerenciado pelas companhias areas e empresas concessionrias instaladas na rea do empreendimento. Todas as entradas possuem hidrmetros, visto o interesse de algumas concessionrias em controlarem seus consumos para fins de cobrana da INFRAERO. So 9 (nove) poos artesianos, distribudos pelo stio aeroporturio, sendo 01 (um) de uso e responsabilidade da INFRAERO e os outros 08 (oito) de uso e responsabilidade das concessionrias. Todos os poos possuem hidrmetros individuais, desta forma acompanha a vazo captada e a conseqentemente a produo de esgoto relativa ao uso da gua. A gua captada no poo artesiano da INFRAERO tratada com Hipoclorito de Sdio e cido Fluossilcico, os quais so dosados para atendimento aos padres exigidos de potabilidade e qualidade. O sistema de dosagem automatizado de forma a manter um residual de cloro na gua sempre que necessrio. De acordo com informaes obtidas durante as visitas tcnicas, apenas 01 (um) poo no est sendo utilizado. O quadro a seguir apresenta o consumo de gua potvel pelo empreendimento em funo da populao de usurios do aeroporto e mostra a equivalncia entre o consumo de gua do empreendimento e o consumo de uma populao urbana, considerando o consumo de gua recomendado pelo PBH-AT (2001) de 350L/habitante/dia. Os resultados indicam que o empreendimento consome diariamente o que uma populao mdia de 1.444 habitantes consome. Quadro 119: Consumo de gua e Populao Total AeroportoNo. Popula o Fixa N Passageiros N Visitantes (2) N Populao Total Consumo de gua Medido (m/ano) Consumo de gua Mdio (m/ano) Consumo de gua Mdio (m/dia) Equivalencia Pop. Urbana (hab) (3)

Ano

2005 2006 2007 2008(1)

8.354 8.354 7.716 7.716 8.035

13.332.996 14.649.267 13.113.764 9.425.965 13.223.380

13.332.996 14.649.267 13.113.764 9.425.965 13.223.380

26.674.346 29.306.888 26.235.244 18.859.646 26.454.795

160.587 178.015 185.846 132.304 169.301

13.382 14.835 15.487 16.538 15.161

446 494 516 551 505

1.275 1.413 1.475 1.575 1.444

Fonte: PGRH Congonhas (2006); INFRAERO (2008), adaptado pela VPC/Brasil, 2008. (1) At o ms de Agosto/2008. (2) Considerado N de Passageiros = N Visitantes (3) Considerado um consumo de 350 L/hab.d

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As informaes apresentadas no quadro acima referem-se aos pontos de abastecimento geridos pela INFRAERO e no levam em considerao as entradas individuais das companhias areas e servios instalados no stio aeroporturio. O prximo quadro apresenta consumos tpicos de gua potvel, para a tipologia em questo, utilizados em dimensionamento de projetos.

Quadro 120: Consumos Tpicos de gua Potvel Aeroporto Parmetro Consumo dirio / passageiro Consumo dirio / visitante Consumo dirio / funcionrio Relao passageiro/visitanteFonte: PDA Congonhas (2003), adaptada pela VPC/Brasil, 2008.

Volume (m) 0,035 0,025 0,080 1

A seguir quantifica-se os equipamentos consumidores de gua existentes nas edificaes do empreendimento, bem como o quadro 121, que indica o consumo de gua mdio mensal destes equipamentos. Quadro 121: Quantidade de Equipamentos Existentes - AeroportoBACIA E DESCARGA CV 296 CA 94 CE 24 12L 318 6L 96 CHUVEIRO E 76 D 0 ICR 43 MICTRIO ICV 67 ICS 25 CCR 6 CCV 0 CM 304 CMM 15 CP 49 PIAS CPM 16 AM 120 AP 1 EM 64 EP 0 RG 0 OUTROS DH 55 BB 26 TL 144

Fonte: PGRH Congonhas, 2006 Legenda: CV- Convencional; CA Caixa Acoplada; CE Caixa Elevada; 12L 12 Litros; 6L 6 Litros; E Eltrico; D Ducha; ICR Individual com Registro; ICV Individual com Vlvula Automtica; CM Comum de Mesa sem Misturador; CMM Comum de Mesa com Misturador; CP Comum de Parede; COM Comum de Parede com Misturador; AM Acionamento Automtico de Mesa; AP Acionamento Automtico de Parede; EM Eletrnica Mesa; EP Eletrnica Parede; RG Registro.

Quadro 122: Consumos Equipamentos Existentes Aeroporto Equipamentos Torneiras Chuveiros Bacias Mictrios TotalFonte: PGRH Congonhas (2006)

Consumo (m/ms) 1.325 90 9.091 1.027 11.533

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Figura 176: Reservatrio de gua Principal e Poo Artesiano IFRAERO. Fonte: VPC/Brasil, 2008. Os sistemas de ar condicionado do empreendimento tambm so equipamentos consumidores de gua potvel. H dois tipos de sistema para condicionamento de ar central: por expanso direta ou sistema de condensao (Splits, Selfs) e por expanso indireta ou sistema de gua gelada (centrfugas,

Chillers).A gua utilizada no sistema de expanso indireta tratada quimicamente para evitar incrustaes. Neste aspecto realizado um controle fsico-qumico mensal para verificar a qualidade da gua do sistema. So 02 (duas) Centrais de gua Gelada (CAG) instaladas nas alas norte e sul do aeroporto. Segundo informaes do PGRH Congonhas (2006) a CAG da Ala Norte consome cerca de 109 m /d, sendo que 108 m3/d so parcialmente evaporadas e recirculados (gua de arraste). Para a CAG Ala Sul so consumidos cerca de 73 m3/d, sendo 72 m3/d parcialmente evaporadas e recirculados (gua de arraste). No TPS h unidades de condicionamento de ar de expanso direta (Selfs, Splits, Aparelhos de Janela) os quais utilizam gua apenas para manuteno (limpeza). Os esgotos da limpeza destes equipamentos so lanados na rede coletora de esgotos da SABESP. Sua composio basicamente sujidades dos equipamentos e detergentes biodegradveis. O abastecimento de gua potvel nas aeronaves ocorre por veculos denominados QTA. Em mdia o volume mximo de gua por veculo de 600 L.3

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As empresas areas possuem contratos com empresas terceirizadas que realizam o servio de abastecimento de gua das aeronaves, com exceo da TAM que tem frota prpria de QTA e realiza o abastecimento de suas aeronaves. O volume de gua potvel abastecida, bem como a freqncia de abastecimento, em cada aeronave controlado pelas prprias empresas areas. A gua utilizada para abastecimento das aeronaves provm da rede da SABESP. Caso necessrio, realizada a dosagem de Cloro no reservatrio de gua potvel das aeronaves. Desta forma, a verificao realizada por kits para controle de pH e Cloro residual, em atendimento s exigncias da ANVISA. Alm do abastecimento das naves, a gua consumida na limpeza dos reservatrios e posteriormente recebe produto sanitizante antes de ser lanado na Cloaca. O abastecimento de gua nas aeronaves, bem como a limpeza dos reservatrios, deve seguir os critrios estabelecidos no Regulamento Sanitrio Internacional, no qual o aeroporto deve manter procedimentos e controles relativos aos aspectos sanitrios, principalmente quanto ao teor de cloro residual, limpeza e desinfeco do sistema no abastecimento. Neste aspecto h uma intensa fiscalizao por parte da ANVISA em atendimento RDC N.02 de 08/01/2003.

Figura 177: Veiculo de Apoio - QTA (VPC/Brasil, 2008)

Alm dos reservatrios de gua potvel o empreendimento dispe de reservatrios de gua para combate incndio. Esses reservatrios so abastecidos com gua da rede. A gua reservada tambm utilizada em simulaes.

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Segundo informaes do PDA Congonhas (2003) o volume de gua requerido para o empreendimento para combate incndio de 1430 m3. No Parque de Abastecimento de Aeronaves h 2 (dois) reservatrios enterrados (cisternas), com capacidade de 20 m3 cada, para uso operacional (lavagem de veculos, etc) e 1 (um) reservatrio elevado com capacidade de 1m3 para consumo humano. Especial ateno se d ao reservatrio para combate incndios do Parque de Abastecimento de Aeronaves, cujo volume totaliza 350 m3. A entrada do reservatrio principal est localizada sob as coordenadas UTM X: 0330.592 e Y: 7.386.050 (23K). O poo artesiano da INFRAERO est localizado sob as coordenadas UTM X: 0330.600 e Y: 7.386.037 (23K). o Sistema de Tratamento de Esgotos: Stio Aeroporturio

A rea diretamente afetada relativa ao sistema de coleta e tratamento de esgotos compreende a rea onde est instalado o empreendimento e seus respectivos acessos. Os esgotos sanitrios do complexo aeroporturio so coletados por rede interna que est interligada rede coletora de esgotos da Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo SABESP, sendo direcionados bacia de esgotamento do Rio Pinheiros. Segundo o PBH-AT (2001) os esgotos dos distritos do Jabaquara e Campo Limpo so encaminhados Estao de Tratamento de Esgotos - ETE Barueri. O PGRH Congonhas (2006) aponta que o maior volume de esgotos gerados pelo empreendimento de origem domstica, proveniente de sanitrios, chuveiros, cozinhas e refeitrios. A maior produo de esgotos sanitrios concentra-se nas reas do Terminal de Passageiros (TPS) e nas reas administrativas dos hangares. No TPS (Ala Norte, Saguo Central e Ala Sul) h vrios pontos de lanamento na rede coletora de esgotos da SABESP com sada para a Avenida Washington Luis. Ressalta-se que no h um cadastro atualizado da rede de esgotos do empreendimento como um todo. Apenas as reas recentemente reformadas ou ampliadas que possuem o cadastro atualizado da rede de gua e esgoto. Desta forma, no foi possvel identificar o lanamento de esgotos em galerias pluviais ou interferncia de guas pluviais na rede interna coletora de esgotos sanitrios. O nico inventrio oficial de aparelhos sanitrios, consumos e usos das edificaes do aeroporto, foi realizado para o Plano de Gesto de Recursos Hdricos (2006) do Aeroporto de Congonhas elaborado pela empresa VITALUX EFICINCIA ENERGTICA LTDA, o qual no foi atualizado, como tambm no h indicadores do seu grau de atendimento.

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O quadro a seguir apresenta a produo de esgotos pelo empreendimento em funo da populao de usurios do aeroporto e mostra a equivalncia entre a produo de esgotos do empreendimento e a gerao de esgotos de uma populao urbana, considerando o percentual de retorno de 80% do volume de gua consumido. Os resultados indicam que o empreendimento gera diariamente o que uma populao mdia de 1805 habitantes produz e estima a respectiva carga de DBO. Quadro 123: Produo de Esgoto e Populao Total AeroportoAno 2005 2006 2007 2008(1) N Popula o Fixa 8.354 8.354 7.716 7.716 N Passageiros 13.332.996 14.649.267 13.113.764 9.425.965 N Visitantes (2) 13.332.996 14.649.267 13.113.764 9.425.965 N Populao Total 26.674.346 29.306.888 26.235.244 18.859.646 Produo Esgoto Faturado (m/ano) 160.587 178.015 185.846 132.304 Produo Esgoto Mdio (m/ms) 13.382 14.835 15.487 16.538 Produo Esgoto Mdio (m/dia) 446 494 516 551 Equivalncia Pop. Urbana (hab) (3) 1.593 1.766 1.844 1.969 Carga DBO (Kg DBO/dia) (4) 86 95 100 106

Fonte: PGRH Congonhas (2006); INFRAERO (2008), adaptado pela VPC/Brasil, 2008. (1) At o ms de Agosto/2008. (2) Considerado N de Passageiros = N Visitantes (3) Considerado um consumo de 350 L/hab.d

Todos os hangares possuem pontos de lanamento de esgotos sanitrios individuais e o volume produzido definido em funo do consumo de gua, medido por hidrmetros individuais. H ainda gerao de esgotos da lavagem de veculos e aeronaves, de equipamentos, pisos e vazamentos nas reas de abastecimento e manuteno. Tais esgotos possuem caractersticas qumicas diferentes dos esgotos sanitrios, pois podem conter concentraes de leos lubrificantes e combustveis, solventes, graxas, hidrocarbonetos, slidos (areia, terra, outros) e at metais pesados. Quanto gerao de esgotos pela lavagem de veculos, a INFRAERO, possui uma oficina mecnica, na qual so realizadas as lavagens de veculos de sua frota. Nesta rea h infra-estrutura necessria para lavagem de veculos (box coberto e canaletas), porm no h nenhum dispositivo eficiente para tratamento dos esgotos gerados, tal como uma caixa separadora de gua e leo (SAO). So precrias as condies de isolamento das caneletas e da rede de coleta destes esgotos da Oficina Mecnica da INFRAERO e so perceptveis os vazamentos de leo na rea por todo o sistema. Durante a visita tcnica foi observado que os esgotos no domsticos ali gerados so direcionados galeria de guas pluviais.

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Figura 178: Tubulao da lavagem de veculos na Oficina e Box Oficina. Fonte: VPC/Brasil, 2008 A lavagem de aeronaves realizada pelas companhias areas e ocorre na rea externa dos hangares, no ptio, desta forma todo o esgoto gerado acaba sendo conduzido galeria de guas pluviais. As reas de manuteno dos hangares so providas de piso impermevel e cobertura. Assim, vazamentos eventuais de leos combustveis, lubrificantes e produtos qumicos em geral so contidos e coletados por material absorvente de hidrocarbonetos. Desta forma, o vazamento lquido torna-se um resduo slido a ser descartado. Ressalta-se que no so todas as companhias areas que realizam manuteno de aeronaves no aeroporto. A maioria faz apenas pequenos reparos, diminuindo assim os episdios de vazamentos de leos, solventes, etc. De modo geral os hangares vistoriados no apresentaram dispositivo de separao gua e leo para tratamento dos esgotos no domsticos gerados pelas atividades de lavagem. O Parque de Abastecimento de Aeronaves (POOL Congonhas) ocupa uma rea de aproximadamente 10.000m2 onde todas as reas de tancagem, descarga e abastecimento de combustveis so impermeabilizadas (pavimentadas) e possuem sistema de coleta de efluentes (vazamentos), composto por canaletas, que so conduzidas caixa separadora de gua e leo para tratamento. O SAO composto por gradeamento grosseiro e 03 (trs) tanques em srie com placas coalescentes. O sistema no possui cobertura ficando sujeito ao das chuvas. No foram disponibilizados outros dados do sistema. Observou-se no local a existncia de vlvula de desvio (by pass) para direcionamento de vazo excedente para a galeria de guas pluviais, no caso de chuvas intensas sobre a rea.

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O SAO do PAA tambm recebe a gua captada de 08 (oito) poos de bombeamento complementares ao sistema de remediao (Multi Phase Extraction MPE) do passivo existente na rea. O passivo existe em decorrncia dos repetidos vazamentos de combustveis no local. No foram disponibilizadas informaes dos volumes captados dos poos de bombeamento. Os efluentes tratados pelo SAO so encaminhados rede coletora da SABESP e so monitorados mensalmente. Os resultados apresentados atendem legislao ambiental vigente. Os resduos gerados no separador de gua e leo, leos e lodo, so removidos periodicamente por empresa terceirizada e encaminhados destinao final adequada. Os esgotos sanitrios do PAA, bem como em todas s instalaes da INFRAERO so encaminhados rede coletora da SABESP. Na divisa do terreno do PAA, a uma distncia mxima de 10 m, observam-se ocupaes irregulares entre as Ruas Pantaleo Teles e Tamoios. So moradias sem condies de saneamento bsico, onde os esgotos sanitrios escoam, sem tratamento, at a galeria de guas pluviais.

Figura 179: SAO do PAA e Canaletas de Drenagem. VPC/Brasil, 2008

Figura 180: Ocupao irregular prxima ao PAA (VPC/Brasil, 2008). INFRAERO SBSP

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Quanto aos efluentes das Centrais de gua Gelada (CAG) instaladas nas alas norte e sul do aeroporto, so gerados aproximadamente 1m3/d devidos purga do sistema. As purgas so automticas e so lanadas diretamente na rede de guas pluviais. O sistema de expanso direta (Splits, Selfs) possui vrias casas de mquinas que abrigam os equipamentos e vrios equipamentos isolados. Nestes ocorrem limpezas peridicas e seus efluentes so lanados na rede coletora de esgotos da SABESP. Esses efluentes so compostos basicamente por resduos da limpeza e detergentes biodegradveis. Os esgotos sanitrios gerados nas aeronaves so coletados atravs de veculos auto-fossa, denominados QTU - Quick Toilette Unit. O QTU um veculo composto por 02 (dois) compartimentos: um para a coleta de esgotos sanitrios e outro para coleta dos efluentes da limpeza do reservatrio de gua potvel das aeronaves. Em mdia, cada compartimento do QTU possui 280 litros. Aps coletados, os esgotos so tratados com produto sanitizante e despejados no local denominado Cloaca, em uma rea isolada, coberta e impermeabilizada. Conforme informaes da INFRAERO, o sistema de Cloaca composto por 01 (uma) grade para a remoo de slidos grosseiros, 03 (trs) tanques subterrneos em srie com aproximadamente 01 m3 cada, tendo a funo de armazenar os volumes de esgotos facilitando a sua decantao. Posteriormente os esgotos so conduzidos por tubulao e saem por gravidade diretamente na rede coletora de esgotos da SABESP, no PV R. General Pantaleo Teles prximo R. Embaixador Coelho de Almeida, para serem tratados pela Estao de Tratamento de Esgotos que recebe os esgotos da regio. No foram obtidos projetos, memorial descritivo ou outro documento oficial sobre o sistema de Cloaca, o qual se encontra h mais de 15 (quinze) anos em operao. Por exigncia da Portaria n. 56/MS/SVS, de 6 de julho de 1995, da ANVISA, os esgotos coletados das aeronaves e resduos de bordo devem ser desinfetados com cloro. Atualmente o equipamento de dosagem de cloro no se encontra em funcionamento e o procedimento no tem sido realizado. H tambm os efluentes gerados nas atividades de limpeza e manuteno dos reservatrios de abastecimento de gua potvel das aeronaves. Esses efluentes tambm so coletados atravs dos QTUs onde recebem produto sanitizante e despejados na Cloaca, pois contm exclusivamente gua e desinfetantes a base de cloro. O procedimento de limpeza dos reservatrios realizado a cada 30 (trinta) dias e de responsabilidade das companhias areas sob o acompanhamento da ANVISA. Neste aspecto, a limpeza tida como satisfatria aps verificar o pH da gua do reservatrio. O procedimento de manuteno dos sanitrios das aeronaves realizado sempre que necessrio, no sendo obrigatrio a cada pouso. INFRAERO SBSP

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No reservatrio de gua para uso nos sanitrios das aeronaves diludo um produto desodorizante e desinfetante, base de quaternrio de amnio. Cada companhia area possui procedimentos internos especficos para a limpeza e manuteno dos reservatrios de gua potvel e de esgotos das aeronaves. Desta forma, no h uma padronizao de registros para a atividade. No h registros oficiais relativos freqncia e volumes de esgotos sanitrios e de limpeza dos reservatrios coletados das aeronaves, nem dos volumes despejados na Cloaca. Cada companhia area possui contrato com empresa terceirizada para o servio de esgotamento das aeronaves, exceo da TAM que possui frota prpria de QTUs. O volume de esgotos produzido pelas aeronaves varia em funo do volume dos reservatrios, que por sua vez varia em funo do nmero total de passageiros, visto que cada modelo de aeronave possui um volume diferente. Na operao do sistema de Cloaca h gerao de resduos slidos contaminados. Tais resduos so removidos e armazenados conjuntamente aos resduos Classe A e encaminhados para a destinao final adequada, sendo a coleta e destinao final de responsabilidade do municpio. O lodo depositado no sistema de Cloaca removido e destinado, sempre que necessrio, e por empresa terceirizada, a qual realiza vistorias quinzenais para avaliao e manuteno do sistema.

Figura 181: Veculo QTU. Fonte: VPC/Brasil, 2008.

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Figura 182: Grade Cloaca e Dosagem de Cloro na Cloaca. Fonte: VPC/Brasil, 2008.

O separador de gua e leo (SAO) do PAA est localizado sob as coordenadas UTM X: 0331.126 e Y: 7.385.444 (23K). O ponto de interligao dos esgotos do PAA com a rede coletora da SABESP est localizado sob as coordenadas UTM X: 0333.097 e Y: 7.385.468 (23K). A Cloaca est localizada sob as coordenadas UTM X: 0330.778 e Y: 7.385.501 (23 K). Sistema de Drenagem Pluvial

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Os esgotos pluviais provenientes de huvas incidentes sobre as reas do complexo aeroporturio, so coletados pelo sistema de drenagem pluvial e encaminhados aos coletores pblicos. Em alguns pontos do empreendimento observa-se a falta de manuteno dos dispositivos de coleta pluvial, principalmente na rea dos hangares, o que pode provocar problemas de drenagem pluvial durante chuvas intensas. Na rea da oficina da INFRAERO ocorre o lanamento de efluentes brutos da lavagem de veculos e de aeronaves para a galeria de guas pluviais. No h dispositivos implantados para coleta de guas de chuvas e seu reaproveitamento, nem dispositivos para conteno de cheias, muito embora tenham sido recomendados pelo PGRH Congonhas (2006).

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C

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Figura 183: a) Canaletas de drenagem hangares; b) Canaleta de drenagem oficina; c) Drenagem rea de lavagem de aeronaves e d) Equipamentos do sistema de drenagem. Fonte: VPC/Brasil, 2008. o Recomendaes sobre o Sistema de gua e Esgoto O PGRH Congonhas dever ser atualizado anualmente, de acordo com as obras de melhoria e ampliao do empreendimento, de modo a poder avaliar seu atendimento. Ressalta-se que as medidas indicadas no Plano de Gesto de Recursos Hdricos de Congonhas (PGRH) devem ser adotadas e intensificadas, principalmente no tocante a reduo e otimizao do consumo de gua, de forma a incentivar o desenvolvimento sustentvel do empreendimento. As avaliaes quanto aos esgotos sanitrios, pluviais e industriais gerados devero ser aprofundadas, de forma a propor a correo de no-conformidades e a reduo dos impactos ambientais.

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As medidas indicadas no Plano de Gerenciamento de Recursos Hdricos para reduo do consumo de gua e uso da gua pluvial devero ser implantadas. Deve-se buscar regularizar a situao legal dos poos profundos em relao outorga de uso de recursos hdricos. Tamponar ou lacrar poos profundos sem uso, de forma a evitar a contaminao do aqfero subterrneo. Realizar monitoramentos para verificar a qualidade da gua subterrnea. O empreendimento deve utilizar produtos biodegradveis de limpeza de equipamentos, pisos e veculos; Verificar em todas as etapas a disposio adequada dos resduos gerados, tanto slidos lquidos; Sugere-se a implantao de sistema separador de gua e leo (SAO) em todas as instalaes que executarem a lavagem de veculos, aeronaves e pisos em reas que sofram contaminao por leos combustveis, lubrificantes, etc. Os efluentes industriais, aps tratamento, podero ser encaminhados rede coletora da SABESP, uma vez que a mesma possui um programa de recebimento de Efluentes No Domsticos (PREND). Elaborar, manter e atualizar registros quanto freqncia e volume de esgoto produzido em aeronaves e despejado na Cloaca. Realizar levantamento para averiguar o isolamento de rede de coleta de esgotos domsticos ou industriais no sistema coletor de guas pluviais. Providenciar a interligao de esgotos sanitrios e industriais tratados de todas as instalaes na rede coletora da SABESP. Realizar manuteno peridica no sistema de drenagem pluvial do empreendimento. Dever manter uma equipe qualificada para atuar na gesto ambiental, a qual dever ter conhecimento de todos os aspectos e impactos gerados pelas atividades e servios responsabilizando-se pela manuteno do SGA, bem como pela implantao dos programas indicados. Promover limpeza e manuteno de reservatrios de gua potvel nas edificaes, conforme orientao da ANVISA, bem como elaborar e manter atualizados os registros das aes.

Qualquer obra ou ampliao dever verificar os riscos de vazamentos de efluentes na rea, definindo procedimentos para controle e gerenciamento.

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Concluses sobre o Sistema de gua e Esgoto

Durante as visitas tcnicas no foram observados vazamentos no sistema de abastecimento de gua ou em equipamentos do empreendimento, indicando que o empreendimento gerencia adequadamente seu consumo e atua preventivamente quanto s manutenes necessrias. No entanto, foram observados pontos de gerao e lanamento de efluentes industriais em desacordo com o que preconiza a legislao ambiental, demonstrando que o empreendimento no gerencia adequadamente seus resduos neste aspecto. Resduos Slidos

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A gerao de resduos slidos est ligada s atividades que so desenvolvidas dentro de um determinado sistema, seja ele um aeroporto, uma indstria ou municpio. O aeroporto de Congonhas um dos principais aeroportos do Brasil e encontra-se em amplo desenvolvimento, segundo dados fornecidos pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroporturia (INFRAERO), administradora do aeroporto. No aeroporto so oferecidos servios como restaurante, lojas e paralelamente so realizadas atividades de manuteno. Todas estas atividades geram uma grande quantidade de resduos orgnicos e inorgnicos (papis/papelo, latas de alumnio, sobras de alimentos, bandejas e objetos plsticos) e alimentos no consumidos. O Plano de Gerenciamento de Resduos Slidos para o aeroporto de Congonhas encontra-se em fase de reviso uma vez que s diretrizes estabelecidas para a gesto comum dos resduos no foram observadas. A caracterizao das atividades desenvolvidas no aeroporto teve como base entrevistas e vistorias in loco para se obter um panorama da situao e efetuar um mapeamento de todas as diferentes reas, localizao das empresas instaladas, servios rotineiros, servios eventuais e suas caractersticas particulares quanto gerao de resduos. Com relao ao gerenciamento dos resduos slidos, a situao atual do aeroporto de Congonhas precria luz da legislao ambiental vigente. Procedimentos de caracterizao, triagem, acondicionamento, transporte e destinao final dos resduos slidos so insuficientes. Durante a visita tcnica, foi observado que a rea de armazenamento temporrio de resduos no atende a NBR n 1183, a qual estabelece diretrizes mnimas para esta etapa do gerenciamento. Segundo a ANVISA, 83% do lixo gerado em portos e aeroportos esto sendo descartados sem tratamento em lixes e aterros sanitrios; 15% so incinerados e 2% so desinfetados em autoclaves.

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Figura 184: Armazenamento temporrio de resduos do aeroporto. Fonte: VPC/Brasil, 2008.

Figura 185: Disposio inadequada de material na oficina da INFRAERO. Fonte: VPC/Brasil, 2008.

Figura 186: Campanha de conscientizao contra F.O.D. Fonte: VPC/Brasil, 2008. Foreign Object Damage, termo referente sigla F.O.D, cuja traduo Dano por Objeto Estranho, se refere ao risco relativo a incidentes ou acidentes aeronuticos causados por objetos aparentemente inofensivos (peas de manuteno, resduos de qualquer espcie ou at mesmo grandes volumes de gua) presentes em locais de trfego de aeronaves. O risco de ocorrncia desses acidentes e incidentes relativo ingesto ou coliso desses objetos com a clula da aeronave e seus motores, podendo causar incidentes de grandes propores e custos diretos e indiretos (como custos de manuteno, por exemplo). O CENIPA afirma que, apesar do baixo ndice na estatstica de acidentes, o fator F.O.D aparece com nmeros expressivos na categoria de incidentes, o que implica maiores riscos devido ao aumento de probabilidade de acidentes, como tambm da decorrncia de custos de manuteno elevados.

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O prdio da manuteno e o posto Shell concentram a produo de resduos perigosos (classe 1 - NBR 10004). A produo destes resduos diferenciada das demais por este aspecto, o que exigir providncias distintas no que se refere coleta, armazenamento e destinao final.

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Classificao dos Resduos Slidos

Segundo a Resoluo CONAMA n 05/93, os resduos slidos provenientes de portos e aeroportos so classificados em: GRUPO A: resduos que apresentam risco potencial sade pblica e ao meio ambiente devido a presena de agentes biolgicos. GRUPO B: resduos que apresentam risco potencial sade pblica e ao meio ambiente devido s suas caractersticas qumicas. Enquadram-se neste grupo, dentre outros: a) drogas quimioterpicas e produtos por elas contaminados; b) resduos farmacuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou noutilizados); e, c) demais produtos considerados perigosos, conforme classificao da NBR 10004 da ABNT (txicos, corrosivos, inflamveis e reativos). GRUPO C - rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados com radionucldeos, provenientes de laboratrios de anlises clnicas, servios de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resoluo CNEN 6.05. GRUPO D: resduos comuns so todos os demais que no se enquadram nos grupos descritos anteriormente. Uma caracterizao qualitativa dos resduos, por meio do levantamento das fontes geradoras, como prescreve a Resoluo CONAMA n05/93 apresentado no quadro 124. Com a caracterizao pode-se identificar que os tipos de resduos mais produzidos so dos grupos A e D. Quadro 124: Classificao dos Resduos Slidos Produzidos no Aeroporto de Congonhas REA DE GERAO RESDUOS Terminal de Passageiros reas administrativas escritrios e Papis, vidros, plsticos, diversos, metais lojas Terminal de Passageiros Orgnicos, papis e embalagens diversas lanchonetes, restaurantes Terminal de Passageiros Papeis e absorventes utilizados sanitrios Terminal de Passageiros posto Restos de curativos, seringas, lminas, objetos de atendimento mdico metlicos

GRUPO D D A A

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REA DE GERAO Terminal de Carga embalagens diversas Ptio de Aeronaves

RESDUOS Papeis, vidros, metais, plsticos madeiras Lixo de bordo de aeronaves Jornal, copos descartveis, plsticos, papis etc. Sanitrios - papis e absorventes utilizados Restos de alimentos da comissaria e das aeronaves Enlatados, embalagens de alimentos em geral e bandejas descartveis dos servios de bordo das aeronaves

GRUPO D AeD

Comissaria Fonte: VPC/Brasil, 2008 o

AeD

Instalaes Geradoras de Resduos Slidos e Fatores de Risco

Em Congonhas concentram-se diversas atividades geradoras de resduos dos mais variados grupos, derivados dos processos caractersticos de fluxo de passageiros e cargas, de aeronaves, atividades administrativas e comerciais, alm de prestao de servios, manuteno e limpeza, dentre outros. As empresas que mantm contrato com a INFRAERO, para desenvolver suas atividades dentro das instalaes do Aeroporto Internacional de Congonhas/So Paulo, operam em carter permanente e temporrio. Das permanentes, a grande maioria de prestao de servios, com predominncia de companhias areas, bancos, servios de limpeza, manuteno, transportes, turismo, rgo pblicos, entre outros. Algumas empresas como a TAM, Shell e a BR Distribuidora j possuem algum tipo de controle e/ou gerenciamento de seus resduos slidos e, alm disso, procuram levantar fundos, para ajudar a custear a correta destinao dos resduos contaminantes, com a venda de alguns resduos passveis de reciclagem.

Figura 187: Armazenamento temporrio de resduos da TAM. Fonte: VPC/Brasil, 2008. INFRAERO SBSP

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Atualmente, o Aeroporto de Congonhas no possui parcerias para o manejo dos resduos slidos. Existem apenas iniciativas isoladas dos concessionrios em formar parcerias com entidades que se beneficiem destes resduos. Dentre elas, pode ser citada a empresa TAM que implementa a coleta seletiva em suas dependncias. Dentre as instalaes geradoras de resduos do aeroporto pode-se destacar: Terminal de passageiros (TPS), incluindo as reas de desembarque, embarque, reas adicionais (administrao), reas comerciais, lanchonetes e restaurantes. Escritrios e edifcios de apoio (torre de controle,radar, ...). Ptios. Estacionamento de veculos e caminhes. Pool de combustveis para abastecimento de aeronaves, incluindo Shell e Petrobrs (BR). Servio de combate a incndio. Depsitos de resduos. Escritrios e hangares de manuteno dos concessionrios. Comando da Aeronutica. Oficina de manuteno da INFRAERO. Quanto especificao de fatores de risco sanitrio, ambiental, zoo e fitossanitrio os resduos gerados nas instalaes acima citadas apresentam, em termos gerais, os seguintes riscos: A) RISCO SANITRIO Enquadram-se neste item as empresas geradoras de: Resduos ambulatoriais; Resduos de alimentos e de bordo; Resduos da manuteno de aeronaves e veculos em geral; Esgotamento sanitrio das aeronaves e do prprio aeroporto. Dentre as possveis instalaes geradoras de resduos com risco sanitrio destacam-se: as companhias areas em geral, ambulatrios/postos mdicos, farmcias, unidades de vacinao, comissrias, empresas responsveis pela limpeza de aeronaves. B) RISCO AMBIENTAL Enquadram-se neste item as empresas geradoras de resduos contendo leos minerais e/ou solventes orgnicos, lmpadas fluorescentes e produtos contaminantes em geral. Dentre as possveis instalaes geradoras de resduos com risco ambiental destacam-se as empresas de manuteno aeronutica e veicular, companhias areas (principalmente a rea de manuteno) e empresas que manipulam produtos contaminantes.

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C) RISCO ZO E FITOSSANITRIO Enquadram-se neste item as empresas geradoras de resduos provenientes de cargas deterioradas ou com resduos de sementes e outros organismos vegetais e animais que possam estar contaminados. Dentre as possveis instalaes geradoras de resduos com risco zo e fitossanitrio destacamse as empresas e rgos pblicos (ANVISA, Receita Federal, etc.) responsveis pelo desembarao e apreenso de cargas, incluindo as empresas responsveis pela recepo eventual de pallets oriundos dos pases descritos pela Portaria Interministerial n 499/99. Produo de Resduos no TPS e reas Atendidas pela INFRAERO

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A INFRAERO no tem controle total das pessoas que esto contratadas por suas concessionrias. Com isso tem-se uma estimativa de que a populao fixa do aeroporto seja da ordem de 20.000 pessoas. Considera-se populao total a soma da populao fixa, do movimento operacional (passageiros embarcados e desembarcados) alm de acompanhantes e visitantes. Para o clculo da gerao de resduos por pessoa, considera-se apenas o movimento operacional, uma vez que todos os outros nmeros no so de conhecimento pblico e que a gerao de resduos do aeroporto segue uma tendncia de oscilar conforme o movimento operacional. Para isso deve-se levar em considerao que a populao fixa praticamente constante e que visitantes e acompanhantes no so geradores de resduos em potencial. O estudo realizado em 2004 para quantificar a classificar a gerao de resduos no stio aeroporturio de Congonhas mostrou que a gerao de resduos nos locais atendidos pela empresa deuse da seguinte maneira: O TPS divide-se em Ala Norte e Ala Sul, que compreendem piso e sanitrios e produz uma mdia de 4,5 m3 de resduos/dia. Os resduos gerados no TPS so classificados como do Grupo D, ou seja, resduos comuns, e constitudos por: embalagens plsticas, papis, cigarros, resduos orgnicos, latas de alumnio, resduos de sanitrios, etc. O Mezanino compreende os escritrios da INFRAERO, localizados no piso mezanino e superior, produz uma mdia de 1,4 m3 de resduos/dia. Os resduos gerados no Mezanino so os mesmos gerados no TPS.

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O Saguo compreende banheiros, fraldrio e o prprio saguo, registrando uma gerao de 3,4 m3/dia. Os resduos gerados no saguo so classificados como do Grupo D, ou seja, resduos comuns, e constitudos por: embalagens plsticas, papis, cigarros, resduos orgnicos, latas de alumnio, resduos de sanitrios, etc. Ala Norte, que compreende banheiros, fraldrio, Polcia Federal, Posto de Primeiros Socorros, sala da imprensa e SERAC 4 que juntos geram uma mdia de 3 m3/dia. Os resduos gerados no prdio central so principalmente classificados como do Grupo D, ou seja, resduos comuns, e constitudos por: embalagens plsticas, papis, cigarros, resduos orgnicos, latas de alumnio, resduos de sanitrios, etc. Os resduos do Grupo A do Posto de Primeiros Socorros mdico so segregados dos resduos do Grupo D, sendo assim, no esto contabilizados nos quantitativos acima. Ala Sul, que compreende a coleta dos resduos gerados na ANVISA, banheiros, fraldrio, Polcia Civil, Polcia Militar, Sala AIS e Torre, que juntos geram em mdia 3 m3 de resduos/dia. Os resduos gerados na Ala Sul so classificados principalmente como do Grupo D, ou seja, resduos comuns, e constitudos por: embalagens plsticas, papis, cigarros, resduos orgnicos, latas de alumnio, resduos de sanitrios, etc. Os resduos do Grupo A gerados na sede da ANVISA so segregados dos resduos do Grupo D, sendo assim, no esto contabilizados nos quantitativos acima. Ala Oeste, que compreende a coleta dos resduos gerados na manuteno da INFRAERO, SCI, CTC e Geral II (TAG). Estes setores juntos geram, em mdia, 1 m3 de resduos/dia. Os resduos gerados nesta Ala so extremamente heterogneos, constitudos de resduos do Grupo D (papis, embalagens plsticas, resduos orgnicos, etc.) e Grupo B (estopas impregnadas de leo, latas e embalagens de leo hidrulico e leo lubrificante, etc.). Subsolo, que compreende a coleta dos resduos gerados no almoxarifado, vestirio, banheiros, galerias e ASSINFRA, que juntos geram, em mdia, 2 m de resduos/dia. Os resduos deste setor so classificados principalmente como do Grupo D, ou seja, resduos comuns, e constitudos por: embalagens plsticas, papis, cigarros, resduos orgnicos, latas de alumnio, resduos de sanitrios, etc. Ptio de manobras, que compreende a coleta dos resduos das lixeiras dispostas no Ptio de Manobras bem como sua limpeza, que geram, em mdia, 2 m de resduos/dia. Resduos estes que so classificados como do Grupo D e apresentam basicamente resduos de varrio, papis, plsticos e resduos orgnicos.

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3.1.3.2

MEIO BITICO

Os critrios utilizados para a delimitao da rea de Diretamente Afetada - ADA pelo empreendimento sobre a cobertura vegetal e fauna tiveram como premissa a co-relao entre a altitude de aproximao ou deciso para pouso das aeronaves, e altura de vo das aves de maneira geral, j que praticamente 94% das colises ocorrem quando as aeronaves esto a menos de 20 km do aeroporto, nas fases mais crticas, de pouso ou decolagem, em que a altura ou altitude da aeronave mais baixa. A altura de deciso corresponde altitude em que as aeronaves esto alinhando-se para pouso podendo em casos extremos e emergenciais arremeter e voltar ao espao areo novamente. Nesse momento, as aeronaves esto a 1700 metros de distncia do stio aeroporturio, correspondendo a uma altitude de aproximadamente 950 metros, formando um ngulo de 3 graus em relao pista. Esta altitude est empiricamente relacionada com a altura aproximada de vo de aves, que pode ser influenciada por vrios fatores, dentre eles as condies meteorolgicas, predadores e alimentao. Um dos maiores problemas da existncia de aves em aeroportos so os danos que podem ocasionar quando colidem com as aeronaves. Estatsticas apontam que 90% das colises ocorrem at 3000 metros de altura, nas proximidades dos aerdromos, e durante o perodo diurno. Portanto, pode-se tambm concluir que estas altitudes apresentadas, tanto da aeronave como das aves, podem corresponder s fases de maiores impactos e colises. A rea Diretamente Afetada (ADA) sobre o meio bitico corresponde rea restrita ao terreno do empreendimento, considerando estritamente o Aeroporto de Congonhas, incluindo estruturas de apoio, vias de ac