educando as emoções

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CURSO EDUCANDO AS EMOÇÕES Prof. Alberto Alves Maia

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Page 1: Educando as emoções

CURSO

EDUCANDO AS EMOÇÕES

Prof. Alberto Alves Maia

Page 2: Educando as emoções

Raiz etimológica

O termo educação tem origem latina

E-ducere, que significa conduzir (ducere) para fora.

Outros sugerem a origem em educare, que significa a ação de formar, instruir, guiar.

Page 3: Educando as emoções

Educar pode significar: Formar a personalidade;

Desenvolver um saber-agir; Socializar; Libertar; Instruir, informar ...

Page 4: Educando as emoções

Id• Energia psíquica pulsiva (interna)• Fonte de prazer e dor• Universo caótico e difuso (paixões)• Atua como desejo e ausência (falta)

Id• Energia psíquica pulsiva (interna)• Fonte de prazer e dor• Universo caótico e difuso (paixões)• Atua como desejo e ausência (falta)

Superego• Fonte dos mecanismos repressivos (externos)

• Internalização dos valores culturais, éticos e sociais

• Atua como elemento de castração.

Ego• Consciência do “eu” (interno/externo)

• Fonte dos mecanismos de equilíbrio das tensões entre id e superego

• Atua como elemento de racionalização (pacificação)

Id, ego e superego (Freud)

Page 5: Educando as emoções

O mal-estar na civilização

• A civilização torna a existência humana problemática, por não ser mais natural, ou seja, as leis da natureza são substituídas pelas leis da cultura.

• Em razão de que, se por um lado, a civilização em si, provoca um mal-estar, por outro lado, sem civilização não teria humanidade, seríamos só outros primatas regidos pela natureza

Page 6: Educando as emoções

O mal-estar na pós-modernidade

Zygmunt Bauman

Valores da Modernidade Valores da Pós-modernidade

O absoluto O relativo

A unidade A diversidade

O objetivo O subjetivo

O esforço O prazer

O passado/futuro (trajetória) O presente

A razão O sentimento

A ética A estética

Page 7: Educando as emoções

O mal-estar na pós-modernidade

Zygmunt Bauman

• 1. Impacto da mídia e da globalização• 2. Cultura da imagem e os seus valores:• felicidade, riqueza e juventude• 3. A aceleração da história: conflito entre• gerações• 4. Alienação e passividade• 5. Consumismo como fonte de valoração• 6. Incerteza social e econômica

Page 8: Educando as emoções

• A cultura de desumanização do homem • A emergência do homem light• A cultura do consumismo• Relativismo ético• Hedonismo• Individualismo

A sociedade do espetáculoGuy Debord

Page 9: Educando as emoções

• 1. Impacto da mídia e da globalização• 2. Cultura da imagem e os seus valores:• felicidade, riqueza e juventude• 3. A aceleração da história: conflito entre• gerações• 4. Alienação e passividade• 5. Consumismo como fonte de valoração• 6. Incerteza social e econômica

Page 10: Educando as emoções

• A doença da era moderna era a histeria, onde ocorria a teatralização do sujeito incapaz de suportar tanta repressão, originada no conflito endopsíquico. Freud funda a psicanálise graças às histéricas que lhe insinuam um gozo impossível. O mal-estar da cultura pós-moderna é mais complexo, os sintomas subjetivos se pulverizaram no disfarce coletivo, parecendo que “estamos todos bem”, tal como auto-enganava o personagem de Marcelo Mastroianni, no filme italiano de mesmo nome. O mal-estar pós-moderno é visível e trivial, expressado na linguagem do cotidiano do trabalho compulsivo, muitas vezes vendido como se fosse “lazer” ou “ócio criativo”, que gera stress, a perversão, a depressão, a obesidade, o tédio.

Page 11: Educando as emoções

Crise do sujeito?

- “tudo que é sólido se desfaz no ar”....

“a cultura pós-moderna é descentrada e heteróclita, materialista, pornô e discreta, renovadora e retro, consumista e ecologista, sofisticada e espontânea, espetacular e criativa. Ao diversificar as possibilidades de eleger, ao anular os pontos de referência, ao destruir os sentidos únicos e os valores superiores da modernidade, coloca em marcha uma cultura personalizada ou feita sob medida...”

Page 12: Educando as emoções

Condicionantes paradoxais da contemporaneidade – Pós-

modernidade• Fragmentação – percebemos um todo mas não

damos conta dele - não o re-conhecemos.

• Superficialidade – não conseguimos nos aprofundar nos temas e reflexões, mas “passeamos” por um sem número de novas possibilidades...

• Velocidade – produzimos mais, aprendemos mais, queremos mais mas estamos sempre a dever, atrasados...

Page 13: Educando as emoções

Desencanto e debilidade da razão.

Fim das utopias, incredulidade dos grandes relatos.

Fragmentação moral conducente ao individualismo.

Pluralismo de valores (carência do todo absoluto).

Desencanto e debilidade da razão.

Fim das utopias, incredulidade dos grandes relatos.

Fragmentação moral conducente ao individualismo.

Pluralismo de valores (carência do todo absoluto).

MODERNIDADE E PÓS-MODERNIDADE: DEMANDA DA PESSOA

MODERNIDADE E PÓS-MODERNIDADE: DEMANDA DA PESSOA

MODERNIDADEMODERNIDADESoberania da razão. Soberania da razão.

Ilusão optimista da realidade.Ilusão optimista da realidade.

Liberdade que não responde a limites.Liberdade que não responde a limites.

Carácter absoluto do sujeito.Carácter absoluto do sujeito.

Conciência histórica linear.Conciência histórica linear.

Utopia do progresso (cientifismo tecnológico).Utopia do progresso (cientifismo tecnológico).

PÓS-MODERNIDADEPÓS-MODERNIDADE

IMPLICA:

Page 14: Educando as emoções

PÓS-MODERNIDADEPÓS-MODERNIDADE

• Cepticismo perante as grandes narrativas.

• Esquecimento do pessoal face ao organizacional.

• Esquecimento da responsabilidade em detrimento

do aparato anónimo.

• O racional passa a estar no conceptual.

• O avanço científico depende do avanço tecnológico.

• Irracionalismo refrescante (Fiedler, Hasan, Sotang)

• Crise do humanismo.

• Cepticismo perante as grandes narrativas.

• Esquecimento do pessoal face ao organizacional.

• Esquecimento da responsabilidade em detrimento

do aparato anónimo.

• O racional passa a estar no conceptual.

• O avanço científico depende do avanço tecnológico.

• Irracionalismo refrescante (Fiedler, Hasan, Sotang)

• Crise do humanismo.

De outro modo temos:

Page 15: Educando as emoções

Educar

Com a cabeça, coração e mãos

Pestalozzi

Page 16: Educando as emoções

É aqui que tudo acontece Pensamentos Raciocínios Planejamento Decisões

Sentimentos Emoções Motivações

Ação Esforço Trabalho Dedicação

Cabeça

Coração

Mãos

Page 17: Educando as emoções

Herança Genética Gene corresponde à

porção do DNA que tem as instruções capazes de sintetizar uma proteína.

A proteína partipará de reações que serão responsáveis por uma característica do indivíduo.

Gene

DNA

cromossomo

Page 18: Educando as emoções

Nossos três cérebros

Cérebro Intermediário

Sistema límbico

Tronco cerebral

Controle automático do corpo,

Cérebro racional

neocórtex

Autopreservação, agressão

EmoçõesFunções mentais superiores(Foco do aprendizado escolar)

Page 19: Educando as emoções

Permite sobrevivência animal-> controle dos comportamentos e homeostase necessários à sobrevivência;

Instintos afetivos: amamentação, ira, amor, paixão, tristeza, etc;

Centro das emoções;

Circuito de recompensa / punição (aprendizado);

Diferencia agradável / desagradável;

Amplamente interconectado e conectado a todo o SNC recebendo informações de todo organismo a todo instante;

Inconsciente, sem controle voluntário.

SISTEMA LÍMBICO :SISTEMA LÍMBICO :““Cérebro intermediário” “Cérebro Emocional”Cérebro intermediário” “Cérebro Emocional”

Page 20: Educando as emoções

Redes de informação

Sinapse

Sinapse

Neurotransmissores

Page 21: Educando as emoções

Memória Consciente

Córtex

cerebral

SistemaLímbico

MemóriaInconsciente

Page 22: Educando as emoções

Extresse

Conjunto de reações orgânicas e psíquicas de adaptação que o organismo emite ao ser submetido a uma situação que exige esforço para adaptação.

Fases:

Alarme

Resistência

Esgotamento

Page 23: Educando as emoções

O estresse e a vida intra-uterina

O ambiente químico intra-uterino pode influenciar na futura saude mental

Embrião humano, cinco a seis dias após a fertilização Feto humano de três meses

Page 24: Educando as emoções

Reações frente ao estresse

Cérebro Glândulas supra-renais

Sistema circulatório Estômago e intestino

Coração Músculos

Respiração Pele

Fígado Sistema imunológico

Órgãos sexuais

O estresse pode agir apenas como um alerta;

ou tornar-se um ciclo vicioso

Page 25: Educando as emoções

Reações frente ao estresse

- Dilatação das pupilas para potencializar a visão;

- Liberação de adrenalina

- Aumento da pressão arterial;

-Desvio do sangue do sistema digestivo e extremidades para os músculos;

- Aceleração da freqüência cardíaca;

-Aumento da transpiração;

- Diminuição da temperatura nas mãos e nos pés;

Page 26: Educando as emoções

• Da vulnerabilidade individual e da capacidade de adaptação;

• Por isso nem todos desenvolvem o mesmo tipo de resposta diante dos mesmos estímulos.

O grau de estresse depende:

Page 27: Educando as emoções

ATAQUE DE PÂNICO

TRANSTORNO DO PÂNICO

ANSIEDADE GENERALIZADA

DEPRESSÃO

SITUAÇÃO ESTRESSANTE

Page 28: Educando as emoções

Principais sintomas do estresse crônico dores vagas; fobias; hiperatividade; hipervigilância; alterações no sono; dificuldade de aprendizagem; lapsos de memória; bruxismo; envelhecimento; distúrbios no comportamento

sexual e reprodutivo. taquicardia;

diabete; herpes; graves infecções; problemas respiratórios; intoxicações; distúrbios gastrintestinais; alteração de peso; depressão; alergias; caspa e seborréia; hipertensão; ansiedade;

Page 29: Educando as emoções

Ansiedade

Pior do que enfrentar a dor é aguardar por ela.

• Ah! Se tudo isso acabasse depressa!

• Sofrendo por antecipação.

• As reações fisiológicas do estresse estão em andamento.

Page 30: Educando as emoções

Ansiedade: tratamento

Tranquilizantes benzodiazepínicosAntidepressivos

PsicoterapiasResignificação

Page 31: Educando as emoções

Dialética

É claro que a vida é boa E a alegria, a única indizível emoção É claro que te acho linda Em ti bendigo o amor das coisas simples É claro que te amo E tenho tudo para ser feliz Mas acontece que eu sou triste...

Vinícius de Moraes

Page 32: Educando as emoções

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;eu não tinha este coraçãoque nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:— Em que espelho ficou perdidaa minha face?

Cecília Meireles

Page 33: Educando as emoções

Sentimentos de impotência e derrota

Vazio do passado, presente e futuro

Sentimento de culpa, indignidade

“Existência nua, exposta à dor, atormentada pela luz, ferida por todo o som” (Von Hotmannsthal)

Depressão

Page 34: Educando as emoções

Depressão - Critérios DSM IV

• Sentir-se deprimido a maior parte do tempo;

• Perda de prazer para realizar as atividades de rotina;

• Sensação de inutilidade ou culpa excessiva;

• Dificuldade de concentração;

• Fadiga ou perda de energia;

• Distúrbios do sono;

• Problemas psicomotores: agitação ou retardo psicomotor;

• Perda ou ganho significativo de peso, na ausência de regime;

• Idéias recorrentes de morte ou suicídio.

Page 35: Educando as emoções

Depressão

• Prevalência alta

• Crônica e Recorrente

• Subdiagnosticada

• Subtratada

Page 36: Educando as emoções

Doenças e Depressão

• AVC, Parkinson, Demências, Epilepsia

• Hipotireoidismo

• Infecções

•Medicamentos

Page 37: Educando as emoções

Tratamento Antidepressivo

• Fármacos Antidepressivos

• Eletroconvulsoterapia

• Terapia psicológica

• Resignificação

Page 38: Educando as emoções

Educação do Paciente

• Depressão é uma doença e não uma fraqueza ou

defeito de caratér.

• Recuperação é a regra e não a exceção.

• Tratamentos são efetivos.

• O risco de recorrência é alta.

• Os pacientes e familiares devem estar alertas para

sinais e sintomas precoces de recorrência.

Page 39: Educando as emoções

Tristeza não é doença

Tristeza é a resposta normal a perdas que sofremos.

Pessoas infelizes nem sempre são depressivas.

Uma tristeza profunda que perdure por mais de 15 dias já e diagnosticada como depressão.

É como se o sujeito precisasse ser curado da própria condição humana.

Page 40: Educando as emoções

Depressão e mercado

Fábrica de insatisfações.

Venda de soluções que sempre levem ao lucro.

Nova forma de alienação mediante o fim do sofrimento.

Os sintomas deixam de funcionar como fatores de questionamento da nossa maneira de viver e das estruturas que nos afetam.

Page 41: Educando as emoções

Depressão e sociedade

O adoecimento do indivíduo freqüentemente

encobre a doença de toda a sociedade.

Pode ser, também, uma reação da subjetividade

perante as dificuldades existenciais contemporâneas.

Page 42: Educando as emoções

Triângulo do bem-estar

Cidadania

Equilíbrio socialControle sobre decisões que

afetam sua vida

Page 43: Educando as emoções

Somos seres sociais. Fomos construidos pelo “outro”.

Dependemos dos outros do começo ao fim. (aprovação, ... )

A perda do nosso “porto-seguro” leva ao desamparo.

A privatização do “eu”;

A realização nas “coisas”;

A solidão é um dos temores mais profundos do ser humano

Page 44: Educando as emoções

“Quando meu pai era vivo, a morte ou o que quer que me pudesse acontecer não me preocupava, porque eu sabia que pondo a minha mão na sua, nada haveria que não tivesse a coragem de enfrentar. Sem ele eu me sentia definitivamente só”

Manoel Bandeira

Manoel Bandeira

Page 45: Educando as emoções

Como se morre de velhiceou de acidente ou de doençamorro, Senhor, de indiferença.

Da indiferença deste mundoonde o que se sente e se pensanão tem eco, na ausência imensa.

Na ausência, areia movediçaonde se escreve igual sentençapara o que é vencido e o que vença.

Salva-me, Senhor, do horizontesem estímulo ou recompensaonde o amor equivale à ofensa.

De boca amarga e de alma tristesinto a minha própria presençanum céu de loucura suspensa.

Já não se morre de velhicenem de acidente nem de doença,mas, Senhor, só de indiferença.

Cecília Meireles

Page 46: Educando as emoções

Sólida rede de vínculos sociais gera: empatia,consideração

solidariedade, coesão social, relações estáveis, interesses

semelhantes; sustento frente às adversidades dessa vida.

Amizades e aconchego da família: solo fértil em que a felicidade

germina.

Você pode contar com os parentes e os mais próximos? E com uma comunidade de amigos?

Sentir-se amparado

Page 47: Educando as emoções

Liberamos endorfinas, oxitocina, vasopressina, serotonina, dopamina quando quando construímos amizades, e nos encontramos no outro.

relações estáveis: bem-estar.

Podemos treinar a maneira como lidamos com os

nossos sentimentos.

Seu cérebro se modifica;

e você também

Page 48: Educando as emoções

PoenteAntes que o dia caia e se ponha o solDeixando no horizonte a vermelhidão do poenteEncerrando movimentos, desfazendo formasQuero viver cada momento, cada instante fugaz, cada minuto repente,Como se o vislumbre da última curva da estradaMe desse conta da fragilidade das minhas conquistas,Leves como bolhas de sabão Cujas faces expectrais de beleza multicoloridaDissolvem no ar.

Mas, se tão breve é esta vida, frágil como orvalhoDevo vivê-la tão intensaQuanto intenso é este desejo latenteGrito sem voz, dor incontidaSonhos que brotam na aridez e nas pedras

Como galhos em correnteza arrastadosComo folhas ao vento levadosVai-se sem rumo nesse dia-após-diaCurtindo ausências, vivendo apatiaCaminho vazio quando a vida é vazia

Importa nascer de novoRomper cadeias, prisões assimiladasQuebrar o encantamento das palavrasIdéias digeridas, somatizadasValores deformados, separaçãoFeitiço que cerra olhos e almaDistância... Saudade... Solidão

Antes que o dia caia e se ponha o SolNeste fim de tarde...Quero ver a luz dos teus olhos, te abraçarViver tão perto a presença distanteQue o meu coração mesmo dianteDe um simples carinho e pequena alegriaNão sinta a falta, seja completo... seja poesia. Alberto A. Maia