educação física escolar

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR NUCLEO DE SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA: VALORIZANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO FUNDAMENTAL Aline Tâmi Sousa de Vasconcelos MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO Porto Velho Rondônia 2007

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Escolar

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Page 1: Educação Física escolar

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR

NUCLEO DE SAÚDE

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA:

VALORIZANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO

FUNDAMENTAL

Aline Tâmi Sousa de Vasconcelos

MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO

Porto Velho – Rondônia

2007

Page 2: Educação Física escolar

INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA:

VALORIZANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO

FUNDAMENTAL

Autora:

ALINE TÂMI SOUSA DE VASCONCELOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Departamento de Educação Física do Núcleo

de Saúde da Fundação Universidade Federal

de Rondônia, para obtenção do titulo de

licenciada em Educação Física.

Orientador: PROFº. MS CÉLIO JOSÉ BORGES

Co-orientadora: PROFª. ESP. NÚBIA MARIA ROSA DE SOUSA

Porto Velho – Rondônia

2007

Page 3: Educação Física escolar

FICHA CATALOGRÁFICA

Vasconcelos, Aline Tâmi Sousa de Vasconcelos

Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Prática Pedagógica no Ensino

Fundamental. /Aline Tâmi Sousa de Vasconcelos – Porto Velho (RO): s.n, 2007.

54 fls.

Monografia (Graduação) – Departamento de Educação Física (UNIR). Área de Concentração:

Educacional.

Orientador: Prof. Ms. Célio José Borges.

1. Educação Física Escolar. 2. Prática Pedagógica. 3. Interdisciplinaridade

Page 4: Educação Física escolar

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR

Nome: Aline Tami Sousa de Vasconcelos

Titulo: Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Pratica Pedagógica no

Ensino Fundamental

Data da defesa: _____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

Professor Ms. Célio José Borges - Presidente

Avaliação __________________ Assinatura__________________

Professor Ms. João Bernardino de Oliveira Neto - Membro

Avaliação __________________ Assinatura__________________

Professora Ms.Angeliete Garcez Melitão – Membro

Avaliação __________________ Assinatura__________________

NOTA: ___________{_______________}

Page 5: Educação Física escolar

iii

Aos meus pais, por todo amor dedicado a mim,

pelas preocupações e angústias que passaram por

minha causa, pelos incentivos que me fizeram

prosseguir e por desejarem sempre a minha

felicidade, dedico-lhes essa conquista com muito

amor e gratidão.

Page 6: Educação Física escolar

iv

AGRADEÇO

A minha tia, Prof ª Núbia, pela ajuda indispensável, pela paciência, pelo carinho e

por ter caminhado ao meu lado rumo a essa conquista e ao meu orientador Prof Célio

Borges por ter sido tão prestativo e paciente.

A minha família pelo incentivo e por torcerem sempre pelo meu sucesso.

Page 7: Educação Física escolar

v

“Seja você toda a mudança que deseja no

mundo”

Mahatma Gandhi

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES viii

Page 8: Educação Física escolar

vi

RESUMO xi

ABSTRACT x

INTRODUÇÃO 11

1- HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FISICA ESCOLAR 14

1.1- Influencias Históricas em Práticas Atuais 15

2- DESENVOLVIMENTO INFANTIL 18

2.1- Wallon e Piaget: A Importância da Genes da Piscomotricidade 18

2.2- Contribuições de Piaget 19

2.3- Gênese da Consciência Corporal 20

2.4- Do ato Motor ao Ato Mental:A Gênese da Inteligência 21

2.5- Desenvolvimento Motor e Cognitivo 22

2.6- Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Física 24

3- OS JOGOS NA EDUCAÇÃO FISICA ESCOLAR 25

4- PRÁTICA PEDAGÓGICA: CONCEITOS E CONTRIBUIÇÕES 27

4.1- O Papel da Educação Física Escolar 27

4.2- Prática Pedagógica na Educação Física: Consciente ou Negligente? 28

4.3- Pcn´s : Direcionando a Prática Pedagógica na Educação Física 31

5. INTERDISCIPLINARIDADE: CONCEITOS E CONTRIBUIÇÕES 33

5.1 Interdisciplinaridade na Educação Física 34

5.2 Sugestões de Atividades Interdisciplinares 34

6. A PESQUISA 36

6.1 Metodologia 37

6.1.2- Procedimentos Metodológicos 37

6.2- Análise dos Resultados 41

6.2.1- Análise dos Questionários Aplicados aos Professores 42

6.2.2 – Análise das Notas Bimestrais dos Alunos 44

6.3- Discussão dos Resultados 45

CONSIDERAÇÕES FINAIS 46

REFERÊNCIAS 48

ANEXO 1- AUTORIZAÇÃO 51

Page 9: Educação Física escolar

vii

ANEXO 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a Diretora 52

ANEXO 3 – Modelo do Questionário (coleta de dados) 53

Page 10: Educação Física escolar

viii

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Foto 1 Imitando Animais

Foto 2 Conhecendo o Corpo Humano

Foto 3 Formando Operações

Gráfico 1 Respostas da 1ª Pergunta do Questionário

Gráfico 2 Resposta da 2ª Pergunta do Questionário

Tabela 1 Notas Bimestrais da 1ª série A

Tabela 2 Notas Bimestrais da 1ª série B

Tabela 3 Notas Bimestrais da 2ª série

Tabela 4 Notas Bimestrais da 3ª série

Page 11: Educação Física escolar

ix

RESUMO

Esta pesquisa apresenta levantamentos históricos sobre as Práticas Pedagógicas na

Educação Física, tendo como objetivo geral valorizar a disciplina Educação Física no

âmbito escolar e como objetivos específicos observar a aceitação dos professores de outras

disciplinas para o desenvolvimento de uma prática interdisciplinar, constatar a contribuição

das aulas de Educação Física escolar para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos

e melhorar a adaptação, assimilação e aquisição de conhecimentos. A interdisciplinaridade

é utilizada na escola para estimular e favorecer o processo de ensino aprendizagem. A

Educação Física como uma das disciplinas que compõe o currículo escolar, também têm

conteúdos específicos e responsabilidades com o aprendizado do aluno. A pesquisa foi

realizada no Sesc-Escola de Porto Velho, com crianças do Ensino Fundamental (1ª à 3ª

série), onde foi possível perceber a concepção dos professores acerca do assunto e a

aceitação dos mesmos para iniciar um trabalho interdisciplinar na escola, integrando a

Educação Física com outras disciplinas que os alunos demonstravam dificuldade de

assimilação. Iniciou-se nas aulas de Educação Física atividades que relacionavam os

conteúdos das disciplinas envolvidas favorecendo a construção e a socialização do

conhecimento a partir de uma vivência concreta estimulada pelo professor que como

“facilitador” deve oferecer subsídios para que o aluno como protagonista de sua própria

história possa edificar-se física, cognitiva e socialmente. As notas dos alunos foram

comparadas no 3º e 4º Bimestre, com a constatação de uma melhora no último bimestre e

da satisfação de todos os envolvidos no processo. A prática pedagógica da Educação Física

se valoriza a partir do enriquecimento do aprendizado do aluno, contextualizado e com

significado real. A Educação Física, como disciplina escolar, muito tem a contribuir para o

desenvolvimento da aprendizagem, posto que trabalha com o corpo, fonte de aspirações e

realizações do individuo.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Física Escolar, Prática Pedagógica e

Interdisciplinaridade.

Page 12: Educação Física escolar

x

ABSTRACT

This research presents Practical historical surveys on the Pedagogical ones in the

Physical Education, having as objective to verify the effectiveness of the results of works

interdisciplinar. It displays aimings for the valuation of the profession and its auto-

affirmation in the pertaining to school context. The interdisciplinaridade is boarded as

something that can be used in the school to stimulate and to favor the education process

learning, being the Physical Education one disciplines that it is part of the pertaining to

school resume, also has responsibilities with the learning of the pupil. The research was

carried through in the Sesc-School of Porto Velho, with children of Basic Ensino (1ª to 3ª

series), where it was inquired conception of the teacher concerning the subject and the

acceptance of the same ones to initiate a work to interdisciplinary in the school,

emphasizing you discipline them that the pupils demonstrated assimilation difficulty. One

initiated in the lessons of Physical Education activities that related - with the contents of

you discipline them involved. The notes of the pupils had been compared in 3º and 4º

Bimestre, arriving themselves it conclusion of that the work to interdisciplinar values

Practical the Pedagogical one and enriches the learning of the pupil, therefore and of the

meaning real at the contents. The Physical Education, as it disciplines pertaining to school,

much has to contribute for the development of the learning, rank that works with the body,

source of aspirations and accomplishments of individual.

KEYWORDS: Pertaining to school Physical education, Practical Pedagogical and

Interdisciplinary.

Page 13: Educação Física escolar

11

INTRODUÇÃO

Essa pesquisa foi realizada no SESC-ESCO LA, situada no Bairro Pedrinhas, no

município de Porto Velho.

Ao ingressar no mercado de trabalho como professora de Educação Física, no

Ensino Fundamental de 1ª á 3ª série, de imediato pude detectar a desvalorização da

Educação Física por parte de muitos professores da escola, que no primeiro contato me

apresentaram aos alunos como a nova professora de “ginástica”, a partir daquele momento

tive a curiosidade de constatar a concepção desses professores sobre as aulas de Educação

Física e a vontade de justificar a importância da Educação Física Escolar, que

supostamente vai muito além das aulas de ginástica.

Sobre esse fato Soler (2003,p.117), afirma que a ginástica é um dos grandes

conteúdos da Educação Física Escolar só não pode ser utilizado como um fim, pois, dessa

forma seu papel estaria sendo reduzido, o autor comenta ainda que a Educação Física que

nos conhecemos militaresca, doutrinadora e alienada já não é possível de sobreviver dentro

das escolas, pois, sua função hoje deve estar relacionada com a inclusão e a aprendizagem.

Além do descaso constatado no cotidiano, verificou-se através do estudo em

diversas fontes bibliográficas que o papel da Educação Física Escolar está repleto de

incertezas e indefinições, devido a presença de Práticas Pedagógicas direcionadas a

promover exclusivamente o desenvolvimento físico - motor e descomprometidas com a

aprendizagem dos alunos, esse fato vem acarretando uma desvalorização dessa disciplina

no âmbito escolar.

Devido a presente situação da Educação Física, surgiram as seguintes indagações

que foram foco dessa pesquisa: Os profissionais dessa área estão limitados em

proporcionar apenas benefícios físicos – motores aos alunos? De que forma o Professor de

Educação Física Escolar pode contribuir e beneficiar os alunos na aprendizagem de

conteúdos? A Interdisciplinaridade seria uma alternativa?

Duckur (2004), faz uma critica dirigida a hegemonia da visão fragmentada do

homem, que coloca a muitos Professores de Educação Física a idéia de que a ação

educativa desses profissionais se dirige tão somente à dimensão motora, ou melhor, a uma

Page 14: Educação Física escolar

12

formação desvinculada de outras dimensões que compõem a totalidade do ser humano,

afirma ainda que, historicamente a ausência de uma definição sobre a especificidade da

Educação Física Escolar permitiu que a disciplina / atividade curricular desenvolvesse uma

Pratica afastada das reais necessidades da escolarização.

Diante do exposto, o objetivo geral dessa pesquisa é valorizar a Prática Pedagógica

da Educação Física no Âmbito Escolar; e têm como objetivos específicos constatar a

concepção de alguns profissionais sobre as aulas de Educação Física para a realização de

um trabalho interdisciplinar; comprovar que a Educação Física trabalha também o lado

cognitivo, onde os jogos e brincadeiras podem ser utilizados como auxilio na

aprendizagem de outras disciplinas, melhorar a adaptação, a assimilação e a aquisição de

conhecimentos dos alunos apontando assim a interdisciplinaridade como um meio para tal

fim.

Essa pesquisa, têm como justificativa a busca de caminhos que possam direcionar a

Prática de profissionais de Educação Física Escolar e sugerir a eles a execução de práticas

inovadoras realmente comprometidas com o desenvolvimento integral do individuo.

Sobre os procedimentos metodológicos da pesquisa, mesma dividi-se em duas

etapas, na 1ª aplicou-se um questionário aberto contendo três perguntas aos Professores do

SESC- ESCOLA de Porto Velho, com o intuito de detectar a concepção dos mesmos sobre

a Educação Física Escolar, Na 2ª etapa foi acertado com os Professores de sala, do Ensino

Fundamental de 1ª á 3ª série, a realização de atividades interdisciplinares, relacionando a

Educação Física com as disciplinas que os alunos apresentavam maior dificuldade, após

dois meses realizando essas atividades durante as aulas de Educação Física, foi feita uma

comparação das notas Bimestrais nas disciplinas que os alunos possuíam maior dificuldade

antes(sem a ação interdisciplinar) e depois (com a ação interdisciplinar), com o objetivo de

constatar as possíveis contribuições das aulas de Educação Física na aprendizagem dos

alunos.

Através de uma analise após a execução do trabalho interdisciplinar, verificou-se que

houve em todas as turmas que participaram do estudo, um aumento significativo das notas

Bimestrais, confirmando que o trabalho interdisciplinar contribuiu para melhoria do

desenvolvimento e da aprendizagem dos alunos.

Essa pesquisa apresenta-se estruturada em capítulos: Os cinco primeiros capítulos

expõem embasamentos teóricos sobre o Histórico da Educação Física Escolar,

Desenvolvimento Motor e Cognitivo Infantil, Os Jogos na Educação Física Escolar, Prática

Page 15: Educação Física escolar

13

Pedagógica e Interdisciplinaridade onde contém sugestões de atividades interdisciplinares

relacionando a Educação Física com outras áreas de conhecimento.

O sexto capítulo apresenta a Metodologia onde estão inseridas informações

detalhadas de como foi realizada pesquisa, ou seja, a pesquisa em si; Análise dos Dados

onde estão presentes os gráficos sobre o questionário aplicado aos professores e as notas

Bimestrais dos alunos antes e após o estudo; Discussão dos Resultados onde relaciona-se

as notas Bimestrais dos alunos com o trabalho interdisciplinar realizado.Por fim

Conclusão onde estão explicitas as relevâncias da pesquisa e os caminhos que ainda podem

ser percorridos nesse campo e o Referencial utilizado.

Page 16: Educação Física escolar

14

1. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Para que se entenda a Educação Física Escolar atual, faz-se necessário um breve

apanhado histórico que delineará e facilitará a compreensão da prática pedagógica que

permeia a Educação Física nos dias de hoje.

No contexto escolar os exercícios surgem na Europa, no final do século XVIII e

inicio do século XIX, na forma cultural de jogos, ginástica, dança, equitação, destacando-

se na sociedade capitalista da época que almejava “construir” um novo homem, mais forte,

mais ágil, mais empreendedor.

O trabalho físico encontra-se ligado à cuidados físicos com o corpo nos quais

incluam hábitos higienistas como: tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos. Essa

concepção significa também cuidar da nova sociedade em construção cuja força do

trabalho produzida e posta em ação pelo corpo é fonte de lucro.

Segundo Pimenta & Libâneo (1992):

A preocupação com a inclusão dos exercícios nos currículos escolares remonta

ao século XVIII com Guths Muths (1712 – 1838), J,B Basedou (1723 – 1790) J.

J Rousseau (1712 – 1778) , Pestalozzi (1746- 18279) . Contribui para essa

inclusão o surgimento na Alemanha das escolas de ginástica (TURNVEREINE)

já no século XIX (Langlade e Langlade, (1970, p.17-31).

As primeiras sistematizações sobre exercícios físicos, surge como métodos

ginásticos tendo como autores mais conhecidos o sueco P.H Ling, o francês Amoros e o

alemão A. Spress, com contribuições advindas de fisiologistas, médicos e ainda

professores de musica.

A base da construção da identidade pedagógica da Educação Física está calcada nas

normas e valores próprio da instituição militar, posto que as aulas de Educação Física eram

ministradas por instrutores físicos do exercito que adotavam rígidos métodos militares de

disciplina e hierarquia, constrói-se portanto um projeto de homem disciplinado, obediente,

submisso profundo respeitados de hierarquia social.

No Brasil, especialmente nas quatro primeiras décadas do século XX, o sistema

Page 17: Educação Física escolar

15

educacional sob influencias dos métodos ginásticos e da instituição militar, ressalta o auge

da militarização da escola, correspondendo a execução do projeto de sociedade idealizado

pela ditadura do Estado Novo.

Após a segunda guerra mundial, depois do fim da ditadura do estado Novo no Brasil,

surgem outras tendências disputando a supremacia da instituição escolar, destacando-se os

métodos:

Natural Austríaco: desenvolvido por Gaulhofer e Streicher;

Método da Educação Física Generalizada: divulgadas no Brasil por Auguste

Lestelho, onde predomina a influencia do esporte e da cultura européia como

elemento predominante da cultura corporal.

Nas décadas de 70 e 80 surgem movimentos “renovadores” da Educação Física como a

“Psicomotricidade” com variantes como a “Psicocinética” de Jean Lê Bouch (1978) como

uma teoria geral do movimento que permite utiliza-lo como meio de formação,

privilegiando o estimulo do desenvolvimento psicomotor especialmente a estruturação do

esquema corporal e as aptidões motoras que segundo Le Bouch, melhoravam através da

pratica do movimento; desencadeando mudanças de hábitos, idéias e sentimentos. Nessa

concepção a instrumentalização do “movimento Humano” como meio de formação e de

secundarização da transmissão de conhecimentos é uma das tarefas primordiais do

processo educativo em geral e da escola em particular.

Na perspectiva da pedagogia humanista tratada por Vitor Marinho Oliveira no livro

intitulado Educação Física Humanista, o autor se baseia teoricamente na psicologia

humanista de Maslow e Roger, introduzindo o principio do ensino “não Diretivo”.

Relacionando-se aos princípios humanistas aqui apontados, surge uma outra

tendência ligada ao movimento “Esporte para todos”, que se concretiza como movimento

alternativo ao esporte de rendimento; impregnando-se de uma antropologia que coloca a

autonomia do ser humano no centro. Não é o esporte que faz o homem, mas o homem que

faz o esporte. Nessa concepção não se fez presente em todas as manifestações desse

movimento em nível nacional especialmente aquela integrantes da políticas publicas para o

setor naquele momento.

A corrente, Esporte para todos, pôde ser situada também dentro do que Libâneo

(1985, p.25) denomina de”Tendência liberal não diretiva “na qual o social é entendido

como uma extensão do individual, do desenvolver atitudes de cooperação e solidariedade

para a inserção positiva no meio social, reconhecendo-se os limites a serem superados que

Page 18: Educação Física escolar

16

desconsideram os conflitos de classe, onde os interesses antagônicos se colocam no interior

do processo educativo.

Saviani (2003) afirma que “a pedagogia histórico-critica vai tomando forma a

medida que se diferencia da visão crítico- reprodutivista, uma vez que procura

articular um tipo de orientação pedagógica que seja crítica sem ser

reprodutivista”.

A Educação Física como parte de um processo histórico educacional, pode dentro

dessa perspectiva estruturar-se de forma a articular estratégias e métodos de ensino que

favoreçam um aprendizado crítico-social dos conteúdos, valorizado por uma prática

pedagógica clara, consciente, significativa e contextualizada.

1.1 Educação Física Escolar: Influencias Históricas em Práticas Atuais

A Educação Física Escolar atual sofre influencias do seu processo histórico, uma

vez que, observa-se em diversas literaturas, relatos que muitos profissionais apresentam

discursos e teorias atuais brilhantes, porém, ainda exercem práticas pedagógicas

excludentes, insistem em abordagens conservadoras e apenas detectoras de talentos

esportivos.

Sobre essa afirmação Duckur (2004, p. 41) diz que:

Subsiste um discurso avançado do professor, mas uma prática extremamente

conservadora em que há predominância do conteúdo esporte e dos processos de

exclusão dos menos hábeis, de uma perspectiva crítico - superadora, nota-se

também uma visível dificuldade no trato com as questões históricas e com a

superação das relações sociais de dominação, típicas do modo de vista

capitalista.

Atualmente discute-se muito sobre o papel do professor de Educação Física na

escola e isso tem gerado inúmeras criticas e reflexão sobre a prática alienada e militarizada

de muitos profissionais, o que para Duckur (2004), “A educação Física brasileira tem

vivenciado um processo de intensa critica ao paradigma da aptidão física e à função que

historicamente essa prática assumiu na sociedade brasileira.”

Esse processo de criticas, possibilita detectar problemáticas na metodologia de

ensino, que consolidam teorias e práticas coerentes e exeqüíveis na Educação Física

Page 19: Educação Física escolar

17

Escolar. Sobre essa nova concepção, os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação

Física sistematizam situações de ensino e aprendizagem que garantem aos alunos o acesso

a conhecimentos práticos c conceituais.

Acredita-se que, mudar a ênfase na aptidão física, para uma concepção mais

abrangente que contemple todas as dimensões envolvidas em cada pratica corporal, pode

contribuir para valorização da pratica pedagógica desses profissionais.

Muitas literaturas afirmam a importância em estabelecer uma clara distinção entre

os objetivos da Educação Física Escolar e os objetivos do esporte, da dança, da luta e da

ginástica profissionais, pois, embora seja uma referência, o profissionalismo não pode ser

meta almejada pela escola e também ressaltam que a Educação Física Escolar deve dar

oportunidades a todos os alunos para que eles desenvolvam suas potencialidades, de forma

democrática e não seletiva, visando aprendizagens e aprimoramento como seres humanos.

Page 20: Educação Física escolar

18

2. DESENVOLVIMENTO INFANTIL

2.1 Wallon e Piaget: A Importância da Gênese da Psicomotricidade

Wallon apud Dantas (1992, p.35) assimila bem a importância da motricidade na

emergência da consciência, sublinhando, a constante reciprocidade dos aspectos cinéticos e

tônicos da psicomotridade, bem como as interações entre as atitudes, os movimentos, a

sensibilidade e a acomodação perceptiva e mental no desenvolvimento da criança. Há em

Wallon uma nítida tendência a defender aspectos afetivos a qualquer tipo de

comportamentos ulteriores. Em qualquer movimento existe uma condicionante que lhe

insufla algo de intencional.

Wallon relaciona a significação do movimento e a sua contribuição para o

desenvolvimento mental da criança. Em cada estágio do desenvolvimento, o movimento

assume uma importância cada vez maior.

A ação ligada à sensibilidade reestrutura o processo histórico que caracteriza a

evolução psicomotora do indivíduo.

Progressivamente identificamos os estágios de desenvolvimento: estado impulsivo

(primeiras relações emocionais e afetivas com o meio): gestos úteis (são de expressões,

desenvolvidos para tomar objetos indispensáveis ao seu bem-estar); sensório motor

(discriminação da relação movimento-ação).

O estado sensorial sucede o desenvolvimento das atitudes, dos atos rudimentares,

das expressões emotivas, conflitando o comportamento do indivíduo constantemente.

As relações com o meio ambiente vão sendo cada vez mais indecisas e ambíguas.

Elas passam a revelar uma intencionalidade que cresce em paralelo com a evolução mental.

A representação mental serve de suporte à intencionalidade do gesto; ela se impõe à

consciência ainda dominada por impressões do momento e ligada ao jogo das associações

sensoriais; é o estado projetivo.

A criança exprime-se por gestos e palavras, onde ela parece organizar o

Page 21: Educação Física escolar

19

mimetismo do pensamento e distribuir pelo movimento suas imagens no meio atual,

também para lhe conferir uma certa presença.

Estamos diante do simulacro, um estágio de representação. É sempre a ação motriz

que regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais. O ato, o

movimento, portanto, mistura-se com a própria realidade.

Nesta fase, a comunicação é na maioria das vezes gestual, uma forma de refúgio da

pouca expressividade.

Surge então a imitação, que parece implicar, de maneira incontestável, relações

entre movimento e representação. Os movimentos deixam de ser puramente gestuais, para

atender as necessidades de situações exteriores.

A imitação, depois de ser uma simples repetição, estabelece um sistema de ligações

perceptivo - motoras e projeta-se numa reação convergente.

Toda essa dimensão de expressão é possível por intermédio da marcha e da palavra.

Estas duas aquisições encaminham a criança para a sua autonomia.

A sensação e o prazer da autonomia , à partir dos 3 anos, tem uma importância

elevada na formação da autoconfiança da criança deixando a motricidade de ser limitada,

obtendo evolutivamente um fim cognitivo: seu espaço é delimitado pela experiência . É

pelo movimento que a criança integra a relação significativa das primeiras formas de

linguagem (simbolismo). Com o surgimento de todas as formas de comunicabilidade; a

linguagem , como resultado da representação, dá origem à inteligência.

O comportamento, não sofre interações só de ordem motora, mas como fatores

determinantes da inteligência, da afetividade e da percepção.

2.2 Contribuição de Piaget:

Piaget considera que a motricidade interfere na inteligência, antes da aquisição da

linguagem.

O movimento constrói um sistema de esquemas de assimilação, e organiza o real a

partir de estruturas espaço – temporais e causais.

As percepções e o movimento, ao estabelecerem relação com o meio exterior,

Page 22: Educação Física escolar

20

elaboram a função simbólica que gera a linguagem, e esta dá origem à representação e ao

pensamento.

Piaget realça a importância da motricidade na formação da imagem mental e na

representação imagética.

Estes elementos e tantos outros estudos revelam a importância psicológica do

movimento, porque a formação da vida mental é baseada numa inteligência prática

definidora de uma imitação interiorizada que prepara a imagem verbal e sonora.

A inteligência é uma adaptação, ou seja, é a procura de um equilíbrio dialético entre

o indivíduo e o meio (Piaget apud Taille 1992, p.48).

Para (Vygotsky apud Oliveira 1992,p.24) o processo de adaptação subdivide-se em:

Assimilação: que constitui o funcionamento do organismo que, condenando os

dados do meio, os incorpora.

Acomodação: como resultado de pressões exercidas pelo meio, justificando que a

adaptação é um equilíbrio entre Assimilação e Acomodação.

Ao assimilar dados fornecidos pelo meio, o indivíduo constrói formas pensamento,

que Piaget denominou inteligência reflexiva ou gnósica .

Ao tentarmos aproximar Wallon e Piaget, notaremos que o Wallon supervalorizou

a estrutura mental, onde, o movimento, pensamento e linguagem são uma unidade

inseparável. Piaget, inter relaciona Biologia e ciência do comportamento, o movimento é o

pensamento em ato e o pensamento é o movimento sem ato.

Em Piaget, a linguagem se explica em termos de gênese lógica e de maturação

cerebral, que a tornam um novo instrumento de vida e de ação. A linguagem aparece como

forma social de conhecimento e pré – conhecimento, diferenciada da forma sensório –

motora.

2.3 A Gênese da Consciência Corporal:

O estado tônico é aceito por inúmeros autores como a “relação do indivíduo em

cada situação” com fatores de sua história biológica, traduzida na multiplicidade de

fenômenos neurofisiológicos, que permitem avaliar os aspectos da iniciativa motora.

Page 23: Educação Física escolar

21

O tônus possui uma visão informática fundamental na medida em que, ao unificar

as estimulações, as integra nos centros responsáveis pela elaboração, controle e execução

do movimento, sendo portanto, a motricidade espontânea que se encontra na base dos

fatores de decisão e iniciativa motora, em função disso, a utilização do corpo, adquire uma

especialização unilateral em conexão com a estruturação progressiva do cérebro,

possibilitando-nos relacionarmos ações motoras com análise e aquisição de conhecimento,

trabalhando com isto o fator percepto - cognitivo do individuo.

Para Vygotsky apud La Taille et al. (1992), o curso de desenvolvimento da criança

caracteriza-se por uma alteração radical na própria estrutura do comportamento; a cada

novo estágio a criança não só muda suas respostas, como também as realiza de maneiras

novas, gerando novos “instrumentos” de comportamento e substituindo sua função

psicológica por outra. Nessa perspectiva, Vayer (1989) esclarece que “em cada fase do seu

desenvolvimento, a criança é o resultado atual das relações e comunicações que se

estabelecem entre seu corpo, as outras pessoas e a realidade das coisas”.

2.4 Do ato Motor ao ato Mental: A Gênese da Inteligência

Wallon postula em seus trabalhos psicogenéticos, as primeiras etapas do

desenvolvimento psicomotor os estágios: impulsivo; emocional; sensorio – motor e

projetivo, sendo para este autor a expressão “motor” é sempre sinônimo de psicomotor. Le

Boulch (1982) aproveita e expõe a psicogenética como propostas de Educação psicomotora

que se caracterizam pela abrangência da compreensão do significado psicológico do

movimento.

Wallon busca os orgãos responsáveis pelo movimento: a musculatura e as

estruturas cerebrais, identificando na atividade muscular duas funções: cinética ou clônica

e postural ou tônica. A primeira responde pelos movimentos vivíveis, a segunda pela

postura ou mímica.

No antagonismo entre motor e mental, ao longo do processo de fortalecimento

deste último, por ocasião crescente do domínio dos signos culturais, a motricidade em sua

dimensão cinética tende a reduzir-se e a virtualizar-se em ato mental.

Page 24: Educação Física escolar

22

2.5- Desenvolvimento Motor e Cognitivo

Segundo Go Tani et al (1988) o desenvolvimento motor é um processo contínuo e

demorado, as mudanças mais acentuadas ocorrem nos primeiros anos de vida por isso é

necessário enfocar a criança, já que os primeiros anos de vida, do nascimento aos seis anos,

são cruciais para o individuo. Afirma ainda que dentro desse processo de desenvolvimento,

ordenado e seqüencial, há alguns aspectos que merecem ser comentado:

Em primeiro lugar está o aspecto de que a seqüência é a mesma para todas as

crianças, apenas a velocidade de progressão varia, pode-se dizer que a ordem em que as

atividades são denominadas depende mais do fator maturacional, enquanto que o grau e a

velocidade que ocorre o domínio estão mais na dependência das experiências e diferenças

individuais; Em segundo lugar, há o aspecto de existir uma interdependência entre o que

está se desenvolvendo e as mudanças futuras, daí surge a denominação “habilidades

básicas”, que constituem pré- requisito fundamental para que toda aquisição seja possível e

efetiva; Em terceiro lugar, está o aspecto de que todo o conjunto de mudanças na seqüência

de desenvolvimento reflete a uma mudança em direção a um maior controle dos

movimentos, esse aspecto dá importância ao sistema nervoso do ser humano.

Nesse terceiro aspecto, os primeiros anos de vida surgem com uma série de

movimentos voluntários, permitindo o controle da cabeça, tronco, movimentos de pegar de

alcançar, manutenção da postura ereta sentado, depois em pé, o andar ereto, correr, saltar,

arremessar entre muitos outros.

Sobre o Desenvolvimento Cognitivo Go Tani et al (1998), diz que o ser humano

apresenta formas de pensar qualitativamente diferentes ao longo da vida, isto reflete ao que

se costuma denominar de desenvolvimento cognitivo. Comenta ainda que, há aspectos

genéricos da cognição que incluem a aquisição do pensamento simbólico, do

posicionamento arbitrário que tomamos ao representar e explicar o mundo a nos mesmos,

mas também há aspectos da cognição que inclui a maneira pela qual as habilidades motoras

são controladas e programadas.

Halverson (1971), apud Go Tani et al, define a aprendizagem do movimento como

um processo que leva a melhoria da capacidade de se mover da criança, enquanto que na

aprendizagem pelo movimento, embora os movimentos sejam utilizados, o foco principal

não esta na melhoria do movimento, mas sim na sua utilização para a criança conhecer a si

Page 25: Educação Física escolar

23

mesma e ao mundo que a rodeia.

O movimento deve ser visto como um elemento essencial na aprendizagem, visto

que é através dele que o ser humano explora o ambiente, e isto é muito importante para a

percepção e, conseqüentemente para aprendizagem. A lateralidade, imagem corporal,

eficiência postura e de locomoção, percepção auditiva, visual e tátil são considerados

componentes da execução de movimentos, tendo papel significativo no desenvolvimento

cognitivo (Bertalanffy, 1952, apud Go Tani et al).

Isto serve para mostrar que eventos marcantes da evolução, que vão desde

movimentos refinados até a ciência e a arte, têm a mesma origem, ou seja, o cérebro

humano.

2.6 Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Física Escolar

A Educação Física Escolar começa a ser valorizada quando o professor planeja e

executa atividades que visam o desenvolvimento e a aprendizagem dos seus alunos, mas

para isso é necessário entender o que é desenvolvimento e aprendizagem.

Sobre esse entendimento Piaget apud Fonseca (2002, p.49) esclarece:

O desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo, ligado ao

processo global da embriogênese. A embriogenese diz respeito ao

desenvolvimento do corpo, mas também ao desenvolvimento do Sistema

Nervoso e ao desenvolvimento das funções mentais. No caso do

desenvolvimento do conhecimento nas crianças, a embriogênese só termina na

vida adulta... O desenvolvimento é um processo que se relaciona com a

totalidade de estruturas do conhecimento... A aprendizagem apresenta o caso

oposto. Em geral, a aprendizagem é provocada por situações, provocada por um

experimentador psicológico, ou por um professor com referencia a algum ponto

didático - por uma situação externa... assim considero que o desenvolvimento

explica a aprendizagem.

A partir da visão de Piaget, seria importante que os professores tivessem a

consciência de que cada faixa etária apresenta determinadas características quanto ao seu

desenvolvimento, motor, afetivo, social, cognitivo, moral e sexual. Dentro dessa visão

Freire & Scaglia (2003, p.14), o currículo da Educação Física deve apresentar conteúdos

abertos o bastante para que os alunos, em sua prática, tenham espaços para suas

manifestações individuais, em seu próprio ritmo de desenvolvimento.

Page 26: Educação Física escolar

24

Borges (1987, p.125), fala que a aprendizagem baseia-se na aquisição de algumas

habilidades. E afirma ainda que dependendo de pré-requisitos, as crianças poderão realizar

várias formas de aprendizagem, eis algumas delas:

a. Aprendizagem por imitação: sugere a formação de grupos heterogêneos,

isto é, composto por iniciantes e avançados. Os principiantes imitam os

outros por orientação do educador

b. Aprendizagem por experimentação: experimentação, no caso, não significa

apenas tentar fazer, mas também coloca-se em prova a auto-confiança. Esta

estimulação denomina-se “problema de movimento”.

c. Aprendizagem por competição: nessa estimulação é necessário que o

educador escolha tarefas de acordo com as aptidões variáveis dos seus

alunos.

Page 27: Educação Física escolar

25

3. OS JOGOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Segundo Mello (1987), os jogos na escola, devem ser aplicados com o intuito de

proporcionar aos alunos alegria, envolvimento e principalmente deve estar associado com

o processo educacional, mas hoje na Educação Física, os jogos estão sendo vistos e

aplicados como atividades exclusivamente competitivas; e que no âmbito da escola “a

associação entre jogo e competição dá-se em um nível de tal profundidade que os termos

são constantemente empregados como sinônimos”.

O que não deve ser confundido são os jogos de alto rendimento com os jogos

infantis, um tem como fator principal competição e o outro visa o desenvolvimento e a

aprendizagem. É claro que a competição é importante e está presente nos jogos infantis,

mas não pode ser vista como prioridade absoluta.

Huizinga apud Mello (1987, p.60) define jogo como:

O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e

determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente

consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo,

acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser

diferente da vida cotidiana.

Murcia (2005) comenta que os professores devem encarar os jogos infantis como

aliados de sua prática pedagógica, tendo em vista que quando bem aplicados trazem

inúmeros benefícios, diz também que o jogo é uma constante vital na evolução, no

amadurecimento, na aprendizagem do ser humano e acompanha o crescimento biológico,

psicoemocional e espiritual do homem; diz ainda que na aplicação de determinado jogo, o

educador deve conhecer etapas de desenvolvimento cognitivo da criança, pois os jogos são

predominantes em cada faixa etária.

Murcia (2005, p.35), estrutura a classificação dos jogos proposta por Piaget da

seguinte forma:

Page 28: Educação Física escolar

26

Classificação dos jogos do ponto de vista cognitivo.

Etapa Tipo de jogo

Sensório-motora

(0 – 2 anos)

Exercício Exercício Exercício* Exercício

Pré-operatório

(2-6/7 anos)

Exercício Exercício Simbólico* Construção

Operações concretas

(6/7-11 anos)

Exercício Simbólico Regras

(simples)*

Construção

Operações formais (11 anos

em diante)

Exercício Simbólico Regras

(complexo)*

Construção

*Jogo predominante

Jogo de exercício: são ações que a criança realiza sobre seu próprio corpo e sobre

objetos, caracterizada por ausência de simbolismo.

Jogo de construção: são atividades que consistem na manipulação de objetos com a

intenção de criar algo, como construir uma torre de areia.

Jogo simbólico: predominam processos de assimilação das coisas, ou seja, a criança

manifesta comportamentos que tomam parte do seu repertório, “acomodando” a realidade

conforme seus interesses.

Jogos de regras: constitui-se de um conjunto de normas que cada participante deve

conhecer, assumir e ver em jogos dessa complexidade seja capaz de se envolver em jogos

dessa complexidade normativa, deve superar o egocentrismo, ou seja, deve ser capaz de se

colocar no lugar de outra pessoa.

Entre os 6 e 11 anos, jogos de regras prevalecem mesmo que se possa observar nas

atividades lúdicas momentos dedicados ao jogo de exercício, ao simbólico e ao de

construção.

Kishimoto (1998, p. 62) fala que atividades lúdicas foram adotadas como

instrumento de aprendizagem de conteúdos escolares, pois proporcionam uma conduta

livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo.

Page 29: Educação Física escolar

27

4 - PRÁTICA PEDAGÓGICA: CONCEITOS E DEFINIÇÕES

“Prática significa: ato de praticar, saber provindo de experiências e aplicação da

teoria. Pedagógico: Adjetivo de pedagogia que significa; teoria e ciência da educação e

ensino” (Aurélio 2004).

Através dessa analise pode-se concluir, que, a Prática Pedagógica é a atuação dos

professores no processo ensino - aprendizagem, onde executam suas atividades

supostamente planejadas com o auxilio dos seus conhecimentos teóricos.

Para Cunha apud Neto & Shigunov (2002 p.104), a Pratica Pedagógica é o cotidiano do

Professor na preparação e execução de ensino.

4.1 O Papel da Educação Física Escolar

Muitos autores afirmam que grande parte dos profissionais da área educacional,

afirmam a importância das aulas de Educação Física na escola, porém, muitos não sabem

ao certo o seu verdadeiro papel no contexto escolar.

Freire (2002, p. 81) dentro dessa perspectiva expõe a seguinte opinião:

Quando se procura justificar sua inclusão efetiva no currículo, os argumentos

não são suficientes sólidos para corroborar as opiniões. Pois uma coisa é o

inquestionável benefício da atividade no desenvolvimento de uma criança, outra

é ver como esse benefício acontece dentro da escola.

Entretanto, seria interessante que os professores de Educação Física, mudassem

esse quadro de incertezas e indefinições freqüentemente encontrado em diversas

bibliografias, direcionando-se em busca de inovações, aperfeiçoando e redesenhando a sua

prática no âmbito escolar.

Medina (apud Mello, 1989, p.45) expõe sua concepção de Educação Física Revolucionária:

A arte e ciência do movimento humano que, através de atividades específicas,

auxiliam o desenvolvimento integral dos seres humanos renovando-os e

transformando-os no sentido de sua auto-realização e em conformidade com a

própria realização de uma sociedade mais justa e livre.

Page 30: Educação Física escolar

28

Novas teorias surgem com o intuito de extinguir influencias negativas de práticas

seletivas e super valorizadoras de aptidões físicas, formando assim uma educação física

inclusiva que visa o desenvolvimento global do individuo.

Nesse contexto inovador Melo (1989) afirma que o surgimento de importantes

estudos que tratam da necessidade de uma atuação consciente e crítica que tome o

educando como um ser no seu todo, com características psicomotoras, afetivas e sociais

próprias e que se interligam, tem contribuído para a veiculação de um novo pensar que

repercute ao nível prático na Educação Física Escolar e na Educação física de forma geral.

Mello (1989) propõe ainda a caracterização da Educação Física atual:

A Educação Física dos dias de hoje deve ser caracterizada pela busca constante

de uma prática transformadora, que se integre nos avanços alcançados nos

estudos da psicomotricidade, e que especialmente considere os aspectos culturais

no processo de aprendizagem.

4.2 Prática Pedagógica na Educação Física Escolar: Consciente ou Negligente?

Como dito anteriormente, a Prática Pedagógica é a ação dos professores no

processo - ensino aprendizagem. Percebe-se neste contexto que essa prática é particular,

pois cada professor possui um nível de conhecimento teórico- prático, por isso planejam e

executam aulas de formas diferentes. Na Educação Física Escolar essa particularidade é

um fato, já que existem professores que demonstram um comprometimento com o

desenvolvimento global dos alunos e outros que valorizam apenas o desempenho técnico-

motor e a aptidão física dos alunos.

Molina apud Neto & Shigunov (2002, p. 86-87) representa os diferentes

entendimentos que os profissionais tem em relação a teoria e prática no ensino da

Educação Física, apresentando quatro categorias principais:

a) A prática de conteúdo: é aquela onde o professor de Educação Física,

com os meios materiais de que dispõe, e de acordo com suas

preferências pessoais, programa os conteúdos possíveis, geralmente

esportes coletivos ou aulas de ginástica geral, e os desenvolve usando

estratégias didáticas convencionais e uma concepção esportiva

tradicional. Sua preocupação está centrada em desenvolver o conteúdo

Page 31: Educação Física escolar

29

programado e que os alunos aprendam. Preocupa-se com a iniciação

desportiva e se envolve pouco na integração de sua disciplina com o

projeto pedagógico da escola, participando pouco de das questões

escolares mais amplas. É um tipo de prática onde a Educação Física não

incomoda. Trabalha com o material que tem na escola.

b) A prática criativa: não causa contratempos ao sistema educativo e,

diante das circunstancias adversas e dos desafios que lhe impõem na

escola, sem amparo institucional, busca ajuda em colegas mais

experientes, propondo alternativas criativas para atender as necessidades

dos alunos e os objetivos da escola. É uma prática de elevado valor

pessoal e docente, mas limitada por desconsiderar o questionamento das

razões e os porquês da imposição destas condições e destes desafios. O

professor dá aulas e, inclusive colabora com outras atividades dentro da

rotina da escola. É uma prática docente com elevado grau de

compromisso e interação com os alunos, e se caracteriza principalmente

pelo ativismo. Além de conhecimentos específicos, desenvolve o como

fazer, como solucionar os problemas de ensino que são propostos.

c) A pratica disciplinadora: desenvolve-se com mais freqüência no ensino

primário. Caracteriza-se pelo exercício da autoridade institucional sobre

os alunos, controlando as formas e a circulação dos alunos na escola. É

uma prática que busca educar as atitudes, os valores e comportamento

do aluno através da disciplina corporal. Tem forte compromisso com a

escola e como socializar os alunos para a adaptação e aceitação de

normas institucionais.

Está em plena contradição com os desejos de democratização pelos

quais luta o professorado de Educação Física. Tem pouca interação com

os alunos e desenvolve um conhecimento do controle e do manejo do

grupo, tendo inclusive a pretensão de controlar os hábitos de postura

corporal dos alunos.

d) A prática reflexiva: é através dela que o professorado questiona o seu

papel e de sua disciplina na escola. Usa sua especificidade e sua relação

de ambos, seus limites e suas possibilidades de intervenção. Busca,

sobretudo, a integração da Educação Física ao conjunto das praticas

Page 32: Educação Física escolar

30

educativas do currículo.

Aprofunda sua critica ao sistema educativo e seus efeitos concretos

sobre as diferentes parcelas da comunidade escolar, convertendo-se em

um incomodo para grandes parcelas da administração da escola e do

sistema educativo.

Também é uma prática que tem um elevado grau de compromisso e

integração com os alunos, mas que, sobretudo, caracteriza-se pela

reflexão de sua ação prática.

Diversos autores constatam na Educação Física, a existência de práticas

pedagógicas negligentes. Neto e Shigunov (2002) concluíram ao realizar uma pesquisa

que, o ensino da Educação Física Escolar abrange uma série de variáveis, no conjunto das

quais destacam-se, neste estudo: os objetivos formulados e os conteúdos ministrados. Ao

fazer uma analise preliminar da literatura estudada, evidenciaram que a aptidão física e o

desempenho técnico motor, salvo raras exceções, são as referencias básicas para o

planejamento e avaliação dos professores.

Nessa pesquisa, os autores afirmam ainda não possuir, nas propostas dos

professores de Educação Física objetivos direcionados ao ensino da disciplina para uma

prática continuada das atividades físico-motoras. Sendo verificado ainda que, em muitas

escolas, as aulas teóricas são praticamente inexistentes, raros são os professores que levam

seus alunos para a sala de aula e abordam conteúdos teóricos sobre o esporte, higiene,

saúde ou outros assuntos.

Os autores chegaram á conclusão de que os que se dedicam ao esporte escolar

costumam utilizar essas aulas para ensinar as regras das modalidades que treinam, sem,

contudo, planeja-las para tal fim. Na preparação de suas aulas, poucos são os que

modernizam os conteúdos, os processos e os objetivos, ministrando todo ano o mesmo

assunto, sem seguir um planejamento definido e se esquecendo muitas vezes de que a aula

é um momento, uma atividade, uma mensagem, um espaço aberto para o estudo e a

reflexão e que por esses outros motivos, necessitam de um planejamento adequado.

Page 33: Educação Física escolar

31

Oliveira (1992) enfatiza que:

Temos que redimensionar nossa prática e reavaliar nossas propostas

pedagógicas a fim de rumarmos na construção de um novo paradigma para a

Educação física, onde se reconheça a sua prática educativa como fundamental na

formação do ser humano, onde ela ocupe seu espaço na sociedade como

integrante dessa estrutura social e que trabalhe nas transformações da mesma

entendendo-a como possível de tais atitudes e por fim, que seus profissionais

tornem-se capazes de transceder o entendimento da prática pela prática.

Na perspectiva do novo paradigma citado acima, Oliveira reconhece a importância

da Educação Física na escola, no entanto, percebe o risco de perder este espaço, caso ainda

ocorra a realização de práticas descomprometidas com a transmissão e produção de

conhecimento.

O autor ainda afirma que forma com que se apresenta a Educação Física na escola e seu

desenvolvimento dentro do processo educacional é facilmente descartável, sendo

necessário que se transforme um momento já vivido do “fazer por fazer” em um novo que

requer o “refletir o fazer”.

Durante o estudo desse capitulo observou-se, o interesse dos autores em subsidiar e

fundamentar mudanças de uma Prática Pedagógica negligente para uma prática consciente,

que sobreponha desmazelos atuais.

4.3 PCN’s: Direcionando a Prática Pedagógica na Educação Física

Os PCN’s (Parâmetros curriculares Nacionais) apresentam propostas que procuram

democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica de uma área de conhecimento

em questão.

A Educação Física buscando ampliar de uma visão biológica, para um trabalho que

incorpore as dimensões cognitivas e sócioculturais dos alunos.

De acordo com os PCN’s, são objetivos da Educação Física no Ensino

Fundamental:

a. Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e

construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características pessoais,

físicas sexuais ou sociais.

b. Adotar atitudes de dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas.

c. Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar de manifestações de cultura corporal do

Brasil e do mundo.

Page 34: Educação Física escolar

32

d. Adotar hábitos saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais.

e. Solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos.

f. Conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal, analisando

criticamente os padrões divulgados pela mídia e evitando o pessimismo e

preconceito.

g. Reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer ,

reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e direito do cidadão.

Ao analisar os objetivos e as propostas a serem tratadas pelos PCN’s , pode-se concluir

que ambos quando bem interpretados e adaptados , servem como subsídios na melhoria da

pratica pedagógica dos profissionais , quando aborda a complexidade das relações corpo e

mente num contexto sociocultural , tem como principio a igualdade de oportunidade para

todos os alunos e o objetivo de desenvolver suas potencialidades ,num processo

democrático e não seletivo. Assim nas aulas de Educação Física o professor deverá sempre

contextualizar a prática, considerando as varias dimensões de aprendizagem, priorizando

uma ou mais delas e possibilitando que todos seus alunos possam aprender e se

desenvolver.

Page 35: Educação Física escolar

33

5. INTERDISCIPLINARIDADE: CONCEITOS E CONTRIBUIÇÕES

Sabe-se que o conhecimento se constrói com as experiências vividas e percebidas

pelo educando. No entanto ainda observa-se na educação a insistência em estimular a

aprendizagem de forma compartimentalizada.

Barbanti (1994, p.169) conceitua interdisciplinar como o “que é comum a duas ou

mais disciplinas ou ramos de conhecimento” para que o aprendizado verdadeiramente

aconteça de maneira integralizada.

Para Werneck (2001, p. 56) “a interdisciplinaridade é a forma mais forte de

pluridisciplinaridade, aquela onde existe realmente uma interação entre as disciplinas

escolares”, trazendo para a escola uma nova visão didático-pedagógica à problemática da

formação humana, proporcionando a vivencia de um currículo que veicula conceituações

interligadas.

Os elementos caracterizadores da visão interdisciplinar devem olhar o currículo em

dois ângulos:

O ângulo vertical: que organiza os conteúdos em função de determinados

objetivos;

O ângulo horizontal: que criará mecanismos auxiliares e definirá a estratégia

para uma nova abordagem interdisciplinar.

Os benefícios de uma aprendizagem interdisciplinar vão além dos currículos

escolares, possibilitando ao educando uma visão de mundo onde a sociedade e os fatos se

interligam continuamente. Werneck (2001, p.58) traça linhas mestras de praticidade deste

processo e alerta que “a dificuldade maior está na mentalidade dos professores, seja pela

falta de visão interdisciplinar das próprias coordenações, seja pela formação acadêmica e

didático-pedagógica nas faculdades de educação”.

Esta simples mudança de enfoque depende da vontade dos professores que ao

trabalhar de forma dialética favorecerá um aprendizado mútuo, significativo e

contextualizado.

Page 36: Educação Física escolar

34

5.1 Interdisciplinaridade na Educação Física Escolar

A interdisciplinaridade é um componente indispensável para melhoria do ensino em

qualquer disciplina. Dentro desse contexto a Educação Física na escola enfrenta barreiras,

pois de uma forma geral, ainda existe a concepção de que a Educação Física trabalha com

o “corpo”, e as demais disciplinas trabalham a “mente”. Sobre tal afirmação, Freire

(1997,p.182) diz que a escola reserva-se a mente a quase totalidade das construções

escolares; o espaço para o corpo perde-se escondido entre a sala de aula e administração.

Dá para imaginar a escola como um ser de cabeça imensa e corpo diminuto, um ser, por

isso, deformado.

É preciso que a Educação Física afirme seu papel no âmbito escolar e que seus

profissionais não encarem sua finalidade apenas como auxilio aos conteúdos de outras

matérias.Freire (1997) diz que mesmo considerando-se a interdisciplinaridade um fator que

viabiliza um melhor ensino, a Educação Física deve se justificar por si mesma, pelo

conteúdo que desenvolve na escola.

Freire(1997 p.183) fala sobre a real importância da interdisciplinaridade na Educação

Física Escolar:

A importância de demonstrar as relações entre os conteúdos da

disciplina Educação Física e os das demais disciplinas reside, não na sua

importância como meio auxiliar daquelas, mas na identificação de pontos

comuns do conhecimento e na dependência que o corpo e mente, ação e

compreensão, possuem entre si.

5.2 Sugestões de Atividades Interdisciplinares

Para valorizar a Prática Pedagógica em Educação Física, não basta apenas apontar as

falhas ocorridas, é interessante que se proponha soluções. Dentro dessa perspectiva, as

relações da Educação Física e das outras disciplinas da escola é explicitada por Freire

(1997) que sugere algumas atividades resumidas a seguir:

A. Boca de forno: Passemos de pronto, ao exemplo de uma variação desse brinquedo

popular tão conhecido no Brasil, às vezes também com nome de “abacaxi”; “Boca

de forno – forno – darei um bolo – bolo – fareis tudo o que o rei mandar? –

faremos. – Então, corram até...” (e aí vai uma ordem para o cumprimento da

tarefa”; “Em algumas regiões seria: “abacaxi – xi – maracujá – já – fareis tudo o

Page 37: Educação Física escolar

35

que o rei mandar?”; Uma criança comanda e as demais cumprem as tarefas,

estimulando: trabalhos em grupos; O professor comandaria a atividade e solicitaria

que trouxessem objetos de uma certa cor, de um certo peso, tamanho, estimulando o

conhecimento lógico matemático que se forma a partir da classificação e seriação.

Objetivos na Educação Física: Atenção, agilidade, corridas variadas, percepção espaço-

temporal.

Interdisciplinaridade: Português: separação de sílabas.

B- Correspondência Provocada: As crianças se organizam em duas fileiras, com o

mesmo número de elementos, uma de frente para outra de modo que cada criança

de uma fileira ficasse a frente de outra, da fileira oposta e trocassem passes com

uma, aos pares passando a bola para a companheira a sua frente; trata-se de uma

questão de correspondência, porque a cada criança de uma fileira corresponde a

outra na fileira à frente. Exercita-se aí um dos princípios básicos da noção de

número.

Objetivo na Educação Física: Organização, regras, coordenação óculo-manual,

percepção espaço-temporal.

Interdisciplinaridade: matemática.

C - Adivinhar o Tempo: O professor avisa às crianças que vai marcar no relógio um

certo tempo, por exemplo, 15 segundos. Ao sinal de início, as crianças tentam

calcular mentalmente o tempo indicado. Conforme os cálculos ela informa ao

professor quando acham que o relógio chegou aos 15 segundos.Terminada a tarefa,

o professor revela qual delas acertou mais perto o tempo estabelecido; espaço e

tempo não são categorias acessíveis ao nosso mecanismo sensorial; ninguém vê o

tempo ou o espaço, entretanto nossas ações com esses objetos, estruturam-se

noções que representam o correr mais, o chegar antes, o fazer mais ou menos força,

formando idéia de tempo.

Objetivo na Educação Física: Percepção temporal, atenção, concentração.

Interdisciplinaridade: Matemática: conhecendo o tempo.

D - Pular Corda com Separação de Sílabas: A criança entra e pula corda dizendo,

em correspondência com os saltos, as sílabas de uma palavra que escolha. Por

Page 38: Educação Física escolar

36

exemplo: ca-ne-ca realizará 3 saltos, já-bu-ti-ca-ba, saltará 5 vezes.

Objetivo na Educação Física: Saltos, percepção espaço-temporal, linguagem.

Interdisciplinaridade: Português: separação de silabas

E - Pular Corda com Números e Operações: A primeira criança entra na corda,

pula uma vez dizendo “um”. A segunda criança entra e salta duas vezes dizendo

um, dois’ e assim por diante, até a atividade se tornar cansativa, ou até alguém

errar. A cada erro, pode-se começar de novo; pode-se pular mencionando-se só os

números pares ou só os números impares; outra variação, o primeiro pode pular e

dizer “um, três”, o próximo entra e pula quatro vezes, ou seja, a soma dos números

ditos pelos companheiro anterior.

Objetivo na Educação Física: Saltos, percepção espaço-temporal, linguagem.

Interdisciplinaridade: Matemática: números pares, números impares, seqüência

numérica.

F - Formando Grupos:Os alunos devem andar pelo espaço da quadra, o professor

da o sinal: “ dois à dois, ou três à três”... Os alunos, então, terão que se agrupar

conforme o aviso do professor.

Objetivo na Educação Física: Agilidade, atenção, coordenação e orientação espaço

temporal.

Interdisciplinaridade (Matemática): Operações de adição e noção de conjunto.

G - Capitão do Mato Pega Escravo: Na quadra o professor distribui um ou mais

chicotinhos pedagógicos, quem estiver com o chicote é o capitão do mato, os

demais são escravos. O capitão corre atrás dos escravos , em quem ele bater com o

chicote, tem que ficar parado com as pernas afastadas;para ficar livre tem que pedir

socorro e gritar: “Lei Áurea ”, o colega que passar por baixo da perna deverá gritar:

“ princesa Isabel” , e a criança estará livre do castigo passando a ser mais um

escravo livre para salvar os outros que estão presos.

Objetivo na Educação Física: Cooperação, agilidade e coordenação.

Interdisciplinaridade (História): História do Brasil.

Page 39: Educação Física escolar

37

6. A PESQUISA

6.1 Metodologia

Tipo de pesquisa: Teórico-empírica descritiva.

Local da pesquisa: SESC-ESCOLA de Porto Velho.

Período de realização: de agosto à novembro de 2006.

Instrumentos de coleta de dados: Questionário aberto com três perguntas.

1ª etapa (aplicação do questionário) público alvo: 4 estagiários (sendo três de

Educação Física e um de sala) e 8 professores (sendo um de Educação Física e

sete de sala).

2ª etapa (execução das atividades interdisciplinares) público alvo: 86 alunos

do Ensino fundamental (1ª à 3ªsérie): 43 alunos da 1ª série (22 meninas e 21

meninos); 19 alunos da 2ª série (9 meninas e 10 meninos); 24 alunos da 3ª série

(7 meninas e 17 meninos).

Perfil dos alunos: Nível sócio econômico: classe média baixa, Faixa etária: 07

a 10 anos, Nível de repetência : nenhum aluno, Dificuldade de aprendizagem: 1ª

e 2ª série- ciências e matemática, 3ª série- geografia e matemática.

6.2 Procedimentos Metodológicos:

Na 1ª etapa da pesquisa foi realizada a aplicação do questionário aos professores

que teve como objetivo averiguar a concepção dos professores do Ensino Fundamental

sobre a Educação Física no processo educacional.

As perguntas do questionário foram as seguintes:

1ª - Você considera importante, as crianças terem aula de Educação Física? Por

quê?

2ª - Na sua concepção como educador, o que é mais eficaz, um brincar livre ou

orientado?

3ª - As aulas de Educação Física podem contribuir na aprendizagem dos alunos?

Como?

Page 40: Educação Física escolar

38

Na etapa seguinte foi proposto aos professores a iniciar no 4º bimestre um trabalho

interdisciplinar entre a Educação Física e as disciplinas que os alunos demonstravam maior

dificuldade de aprendizagem (Ciências e Matemática). Os conteúdos a serem

desenvolvidos na sala de aula foram discutidos e partilhados com a professora de Educação

Física que estruturou suas aulas adaptando os conteúdos de acordo com seus objetivos. As

atividades foram selecionadas e desenvolvidas nas aulas de Educação Física, com a

preocupação de associar temas desenvolvidos na sala de aula.

A aquisição do conhecimento teórico se torna eficaz, quando se relaciona com a

prática, possibilitando um aprendizado sólido e estruturado, com associações e

comparações. Devido a essa afirmação, se faz necessário a apresentação das atividades

interdisciplinar realizadas no Sesc- Escola de PVH, com a freqüência de uma vez por

semana no decorrer do 4º Bimestre.

1ª Atividade

Imitando os Animais: A turma foi dividida em 2 grandes grupos denominados

de vertebrados e invertebrados.O professor deu para cada grupo uma seqüência

de animais para eles imitarem, então, enquanto um grupo imitava, o outro

tentava adivinhar qual era o animal. Quando um grupo adivinhava, ganhava 2

pontos e o outro grupo 1 ponto; quando um grupo errava ninguém fazia

ponto.OBS: O grupo dos vertebrados imitava apenas animais vertebrados e o

grupo dos invertebrados imitava apenas animais invertebrados.

Material: Nenhum

Objetivo na Educação Física: Expressão corporal e socialização.

Interdisciplinaridade (Ciências): Animais Vertebrados e Invertebrados.

Comentários: Atividade realizada com a 1ª e 2ª série do ensino fundamental.

Os alunos se mostraram motivados durante a realização dessa atividade, não

demonstraram inibição ao se expressar e socializaram de forma bem

descontraída. Após a atividade foi realizada uma roda de conversa, para

verificar o nível de aprendizagem da turma, e a resposta obtida foi que eles

aprenderam imitar e identificar os animais vertebrados e invertebrados.

Page 41: Educação Física escolar

39

Foto 1: Imitando os animais

2ª Atividade

Batata Quente: Foi formada uma grande roda com todos os alunos, o professor

deu a bola para um aluno e esse passou para o colega do lado e assim

sucessivamente, ao apito do professor os alunos paravam de passar a bola, o

aluno que ficou com a bola na mão, respondeu uma pergunta sobre os animais

Ex: Sapo é vertebrado ou invertebrado? Para os alunos da 3ª série as perguntas

eram sobre Estados e capitais do Brasil, Ex: A capital do Acre é ?

Material: Uma bola

Objetivo na Educação Física: Agilidade e coordenação óculo-manual.

Interdisciplinaridade 1ª e 2ª série (Ciências), 3ª série(Geografia): Animais

vertebrados e invertebrados, Estados e capitais do Brasil.

Comentários: Os alunos se mostraram alegres e ansiosos, se atrapalharam para passar

a bola, pois queriam passar rapidamente para a bola não parar na sua mão.

Page 42: Educação Física escolar

40

3ª Atividade

O Corpo Humano: Essa atividade foi realizada em sala de aula, onde explicou-

se a função do esqueleto humano e os diferentes movimentos que o nos

podemos executar nas aulas de Educação Física (andar, correr, saltar, pular,

dançar, nadar, agachar, rolar, entre outros) devido a presença dele no nosso

corpo.Durante a aula foi lida uma estorinha sobre o assunto, depois foi

apresentado um cartaz explicativo e por fim dividiu-se a turma em pequenos

grupos para eles montarem um esqueleto do corpo humano.

Material: Livro de estória, cartaz e esqueleto pedagógico de plástico.

Objetivo na Educação Física: Conhecimento corporal.

Interdisciplinaridade (Ciências): O Esqueleto humano

Comentários: Essa atividade foi desenvolvida com a 1ª e 2ª série do Ensino

Fundamental. Embora os alunos não gostem de realizar as atividades de Ed. Física na

sala de aula, essa atividade atraiu a atenção e curiosidade dos alunos, todos

participaram com entusiasmo e percebeu-se a evolução do conhecimento corporal.

Foto 2: Conhecendo o corpo humano

Page 43: Educação Física escolar

41

4ª Atividade

Formando Operações: Nessa atividade a turma foi dividida em dois grandes

grupos, no chão da quadra com fita adesiva foi desenhada uma grande operação; Ex

(operação da 2ª série):1ª linha__ X 2ª linha__ = 3ª linha_ . O professor dava o

enunciado para um grupo de cada vez, Ex: “ Grupo 1: 2 dividido por 1 é igual a ?

Então, esse grupo se organizava para formar a “operação humana”, ou seja, 2

alunos deveriam correr para 1ª linha, 1 aluno para 2ª linha e 2 para 3ª linha, e assim

solucionavam a operação solicitada.

Material: Fita adesiva

Objetivo na Educação Física:Agilidade,atenção,cooperação, estruturação espacial.

Interdisciplinaridade (Matemática): Operações (subtração, multiplicação e divisão)

Comentários: Essa atividade foi realizada com os alunos do ensino Fundamental 1ª

série (operação de subtração), 2ª série (operação de multiplicação) e 3ª série (operação

de divisão). Os alunos tinham o tempo de 30 segundos para montar a operação, cada

operação correta valia 1 ponto e vencia o grupo fizesse o maior número de pontos.

Foto 3 : Formando operações

Page 44: Educação Física escolar

42

5ª Atividade

Regiões do Brasil: Essa atividade foi realizada na quadra onde o professor

embasado no mapa, desenhou no chão com giz círculos com aproximadamente 2 m

de raio que indicavam as regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro- Oeste, Sul e

Sudeste). Todos os alunos ficavam no 1º degrau da arquibancada, o professor dava

o comando, “ Viajando para a região Norte” , os alunos corriam para o círculo que

indicava a região Norte, o último aluno a chegar, saia da disputa para ajudar o

professor a verificar os últimos alunos que chegavam.

Material: Giz

Objetivo na Educação Física: Agilidade, coordenação, rapidez de reação e orientação

espaço-temporal.

Interdisciplinaridade (Geografia): Regiões do Brasil

Comentários: Essa atividade foi realizada com a 3ª série do ensino Fundamental, os

alunos foram participativos, demonstraram total entusiasmo e concentração na

atividade.

6.3 Análise dos Resultados

6.3.1 Analise do questionário aplicado aos professores

No questionário aplicado aos professores, na primeira questão, todos consideram

relevante, crianças terem aulas de Educação Física e enumeram alguns objetivos da

disciplina nas seguintes proporções explicitas no gráfico a seguir. Pergunta: Você

considera importante, as crianças terem aula de Educação Física? Por quê?

Page 45: Educação Física escolar

43

0

10

20

30

40

50

60

Objetivos respondidos

Desenvolver capacidades motoras

Vivenciar regras

Praticar atividades físicas como

natação, futebol, volei, etc.

Desenvolver a

interdisciplinaridade

Conhecer o próprio corpo

Manter a saúde

Na segunda questão, os professores foram indagados sobre a eficácia do brincar

livre e do brincar orientado. Pergunta: Na sua concepção como educador, o que é mais

eficaz, um brincar livre ou orientado?

59%

41%

Brincar orientado

Brincar livre e orientado

Terceira Pergunta: As aulas de Educação Física podem contribuir na aprendizagem dos

alunos? Como? Os professores foram unânimes em afirmar que as aulas de Educação

Física contribuem para a aprendizagem dos alunos em sala de aula, no entanto, apenas dois

responderam que um trabalho interdisciplinar poderia auxiliar na aprendizagem nas

disciplinas que os alunos demonstravam dificuldade de assimilação.

Page 46: Educação Física escolar

44

6.3.2 Análise das notas Bimestrais dos alunos: Antes e após o trabalho interdisciplinar

As atividades interdisciplinares foram realizadas com: duas turmas de 1ª série, uma

turma de 2ª série e uma turma de 3ª série do ensino Fundamental. As disciplinas

trabalhadas juntamente dom a Educação Física foram Ciências e Matemática (para 1ª e 2ª

séries) e Geografia e Matemática (para as 3ª séries). As notas foram comparadas no 3º

bimestre (sem a ação interdisciplinar) e no 4º bimestre (com atuação interdisciplinar),

tendo como resultado os seguintes dados:

1ª série A

Ciências Matemática

Bimestre Média das notas Bimestre Média das notas

3º Bimestre 8,8 3º Bimestre 8,6

4º Bimestre 9,4 4º Bimestre 9,0

1ª série B

Ciências Matemática

Bimestre Média das notas Bimestre Média das notas

3º Bimestre 7,9 3º Bimestre 7,8

4º Bimestre 8,0 4º Bimestre 8.0

2ª série A

Ciências Matemática

Bimestre Média das notas Bimestre Média das notas

3º Bimestre 7,6 3º Bimestre 7,3

4º Bimestre 8,3 4º Bimestre 8.7

3ª série A

Geografia Matemática

Bimestre Média das notas Bimestre Média das notas

3º Bimestre 7,2 3º Bimestre 7,2

4º Bimestre 7,7 4º Bimestre 7,5

Page 47: Educação Física escolar

45

6.4 Discussão dos Resultados

A Princípio, na 1ª etapa, houve aplicação dos questionários aos professores e a

partir da análise dos mesmos chegou-se aos seguintes resultados: Os professores de uma

forma geral reconhecem a importância da Educação Física no Âmbito Escolar.

No momento de justificar essa importância, a maioria afirma que as aulas de

Educação Física são importantes, pois, desenvolve capacidades motoras através da

aplicação de jogos, apenas dois professores entre os doze participantes da pesquisa,

justificaram a inclusão da Interdisciplinaridade nas aulas de Educação Física como uma

forma de desenvolver não só o lado motor, mas também contribuir na aprendizagem dos

alunos.

Na execução da 2ª etapa percebeu-se a motivação e a melhoria na aprendizagem

dos alunos, através de muitos fatores dentre eles as atividades Interdisciplinares

previamente planejadas e desenvolvidas durante as aulas de Educação Física, fato esse

comprovado com a análise das notas bimestrais antes e após essa pesquisa, que mostram

um aumento significativo na média das notas de dos alunos nas áreas de conhecimento

exploradas durante a pesquisa.

Page 48: Educação Física escolar

46

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentro do exposto a princípio nesse estudo, de que a Educação Física Escolar vem

sendo desvalorizada por apresentar dificuldades em afirmar seu papel dentro da área

educacional, devido a presença de Prática Pedagógicas descomprometidas com a

transmissão e produção de conhecimentos.

Ao executar essa pesquisa pude obter a certeza de que a Educação Física Escolar

promove inúmeros benefícios para o desenvolvimento dos alunos, mas é preciso ir além do

óbvio e utilizar métodos contagiantes, motivadores realmente comprometidos com os

aspectos educacionais, fazendo valer assim o seu verdadeiro papel enquanto disciplina

escolar.

Pode-se concluir ao realizar essa pesquisa que a interdisciplinaridade é um método

que pode ser utilizado para direcionar e valorizar a Educação Física na escola, pois,

possibilita realizar Práticas Pedagógicas comprometidas com o processo educacional, pois,

possibilitam a construção de conhecimentos que proporcionam aprendizagens motoras e

cognitivas aos educandos.

A cada dia durante a realização dessa pesquisa, sentia-me gratificada pelo trabalho

que estava desenvolvendo naquela escola, quando via durante minhas aulas a alegria

expressa no olhar, a disposição e a vontade de aprender de cada aluno. A recompensa

maior que tive foi quando iniciei o processo de comparação da notas Bimestrais dos

alunos, onde foi possível constatar resultados positivos, em todas as turmas participantes

da pesquisa, confirmando assim a importância da Educação Física para aprendizagem.

Uma outra realização obtida foi quando as professoras do ensino Fundamental de 1ª a 3ª

série, vieram me agradecer pelo trabalho Interdisciplinar desenvolvido, acredito que isso

foi um reconhecimento, um novo olhar para Educação Física Escolar.

Essa pesquisa serve para comprovar a importância da Educação Física no Âmbito

Escolar e sugerir aos profissionais dessa área a execução de uma Prática Interdisciplinar

que participa efetivamente no processo educacional, pois, possibilita a ligação da Educação

Física com os conteúdos ministrados em sala de aula, porém sem deixar de promover o

desenvolvimento das aptidões físicas dos alunos.

Page 49: Educação Física escolar

47

O período de três meses para a realização desse estudo foi satisfatório para obtenção

dos resultados, que afirmam que a Educação Física Escolar muito tem a contribuir para o

desenvolvimento integral do ser humano, posto que trabalha com o corpo fonte de todas as

aspirações, e que a Interdisciplinaridade é um método que pode ser utilizado para

direcionar e valorizar a Prática dos Profissionais dessa área, porém, seria extremamente

interessante em pesquisas futuras, a execução desse estudo no decorrer de todo o ano

letivo; pois antecipadamente é possível supor que as atividades Interdisciplinares teriam

uma maior eficácia no que diz respeito ao aumento das notas bimestrais e a aprendizagem

dos alunos.

Porém é importante ressaltar que nessa pesquisa a Educação Física não foi a única

responsável pelo aumento do desempenho e das notas dos alunos, e sim a interligação entre

as disciplinas, a sintonia entre o professor de sala com o professor de Educação Física e o

empenho de todos envolvidos nesse trabalho.

Somente nos profissionais de Educação Física, podemos trabalhar para valorizar e

conquistar o reconhecimento da nossa profissão; então cabe aqui deixar como mensagem

final uma frase de Mahatma Gandhi que serviu de inspiração e motivação para a realização

dessa pesquisa: “Seja você toda a mudança que deseja no Mundo”.

Page 50: Educação Física escolar

48

REFERÊNCIAS

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Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

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1997. 96p.

DUCKUR, Lusirene Costa Bezerra. Em Busca de Formação de Indivíduos Autônomos

nas Aulas de Educação Física. Campinas, SP: Autores associados, 2004.

FONSECA, Denise Grosso da. Educação Física: para dentro e para além do

movimento. Porto Alegre: Mediação, 1999.

FREIRE, João Batista & SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal. São

Paulo: Scipione, 2003.

FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teorias e práticas da Educação

Física. 4.ed. São Paulo: Scipione, 2002.

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LA TAILLE, Yves; OLIVEIRA, Marta Kohl de & DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky,

Wallon: teorias psicogenéticas em discursão. São Paulo: Summus, 1992.

LIBÂNEO, J.C. e PIMENTA, S.G. (coords.). Metodologia do Ensino da Educação

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MELLO, Alexandre Moraes. Psicomotricidade, Educação Física e Jogos infantis. 4. ed.

São Paulo: Ibrasa, 1989.

NETO, Alexandre Shigunov & SHIGUNOV, Victor (org.). Educação Física:

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OLIVEIRA, Amauri A. B. de. Analisando a pratica pedagógica da Educação Física.

Revista da Associação dos professores de Educação Física de Londrina. Londrina – PR.

Page 51: Educação Física escolar

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SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico Critica. 8. ed. Campinas, SP: Autores

Associados, 2003.

SOLER, Reinaldo.Educação Física Escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.

WERNECK, Hamilton. Ensinamos demais, aprendemos de menos. 17. ed. Petrópolis,

RJ: Vozes, 2001.

Page 52: Educação Física escolar

50

ANEXOS

Page 53: Educação Física escolar

51

AUTORIZAÇÃO

Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial da presente obra, por

qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.

Nome da autora: Aline Tami Sousa de Vasconcelos

Assinatura da autora: ___________________________

Instituição: Fundação Universidade Federal de

Rondônia

Endereço: Rua Vicente Rondon, 4514, Bairro Rio

Madeira

Fone: (069) 8114-0841

Porto Velho, Rondônia, Abril de 2007.

___________________________

Assinatura

Page 54: Educação Física escolar

52

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O(A) DIRETOR(A)

Prezado Senhor,

Considerando a resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional

de Saúde, temos o prazer de convidá-lo a participar da Pesquisa intitulada

“Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Pratica Pedagógica no Ensino

Fundamental ”, como projeto de Monografia do Curso de Educação Física. Este estudo tem

por objetivo valorizar a Prática Pedagógica da Educação Física através de uma ação

Interdisciplinar.

A metodologia trata-se de uma pesquisa – participante, onde as aulas serão

realizadas no contexto escolar, sendo as atividades desenvolvidas para alcançar a

finalidade a que se propõe esta pesquisa.

Agradecemos antecipadamente a atenção dispensada e colocamo-nos à sua disposição para

quaisquer esclarecimento. Tel. 069 8114-0841.

De acordo com o esclarecido, aceito colaborar na realização da pesquisa

“Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Prática Pedagógica no Ensino

Fundamental” , estando devidamente informado sobre a natureza da pesquisa.

Porto Velho, ____de _________ de 2006.

_______________________

Diretor(a) da Escola: ___________________________

Page 55: Educação Física escolar

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MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES

(COLETA DE DADOS DA PESQUISA)

Pesquisa de campo

Questionário para os Professores

1ª) Você considera importante as crianças terem aulas de Educação Física? Por que?

R/

2ª) Na sua concepção como educador, o que é mais eficaz, um brincar livre ou

orientado? Por que?

R/

3ª) As aulas de Educação Física podem contribuir na aprendizagem de conteúdos das

outras áreas de conhecimento? Como?

R/

Acadêmica : Aline Tami Sousa de Vasconcelos

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