educação especial - cursos24horas.com.br · educação especial privilegia-se o êxito em...
TRANSCRIPT
EEdduuccaaççããoo EEssppeecciiaall
Módulo II
Parabéns por participar de um curso dos
Cursos 24 Horas.
Você está investindo no seu futuro!
Esperamos que este seja o começo de um
grande sucesso em sua carreira.
Desejamos boa sorte e bom estudo!
Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site
www.Cursos24Horas.com.br
Atenciosamente
Equipe Cursos 24 Horas
Sumário
Unidade 3 - Atuação Profissional ..................................................................................3
3.1 - Aspectos Éticos na Educação Especial ..............................................................4
3.2 - O Papel do Professor na Educação Especial ......................................................6
3.3 - Programação em Educação Especial..................................................................8
3.4 - Tecnologias Assistivas Facilitadoras do Processo de Aprendizagem................ 14
Unidade 4 - Metodologias e Recursos Específicos para o Ensino................................. 16
4.1 - Matemática ..................................................................................................... 17
4.2 - Língua Portuguesa e Literatura........................................................................ 19
4.3 - O Ensino de Libras.......................................................................................... 20
4.4 - Projeto de Brinquedoteca ................................................................................ 24
4.5 - Jogos e Atividades Lúdicas ............................................................................. 26
4.6 - Sugestões de Brincadeiras ............................................................................... 28
Considerações Finais................................................................................................... 39
Encerramento do Módulo II ........................................................................................ 40
Bibliografia................................................................................................................. 41
3
Unidade 3 - Atuação Profissional
Prezado(a) Aluno(a)
Seja bom-vindo(a) à Unidade 3 do nosso curso de Educação Especial!
Nessa Unidade estudaremos a atuação profissional envolvendo os aspectos
éticos. O papel do professor na Educação Especial, além da programação em Educação
Especial.
Veremos também as tecnologias assistivas facilitadoras do processo de
aprendizagem.
Bom estudo
4
3.1 - Aspectos Éticos na Educação Especial
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é:
"(...) o estudo dos juízos de apreciação que se referem à
conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista
do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade,
seja de modo absoluto".
Alguns autores diferenciam ética e moral de vários modos. Ética é princípio,
moral são aspectos de condutas específicas; ética é permanente, enquanto moral é
temporal; ética é universal, moral é cultural; ética é regra, enquanto moral é conduta da
regra.
Uma das questões mais importantes quando falamos de ética, é a respeito da
educação na sociedade contemporânea. Como educar crianças e jovens para a cidadania.
Como ensinar o respeito ao próximo, como ensinar o respeito às diferenças, sejam elas
culturais, sociais, raciais.
A nossa Lei de Diretrizes
e Bases da Educação estabelece
que é finalidade da educação
nacional o pleno
desenvolvimento do educando,
seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para
o trabalho.
Entretanto devemos supor que a educação para a cidadania e os programas
educacionais voltados para esse fim, tomam como princípio o uso da tolerância, do bom
senso e da razão, que permitem aos homens relacionarem-se entre si.
5
Ainda leva em conta a exequibilidade de formar essas crianças e jovens,
ensinando a tolerância e a civilidade dentro do espaço e tempo da escola.
A proposta atual da educação inclusiva visa o enriquecimento da educação
através do convívio com as diversidades, de todas as ordens, culturais, morais, étnicas
etc. E dentro dessa nova proposta o que deve ser buscado é incutir nos educandos a
virtude, de modo que se reconheçam como responsáveis e realizadores dos valores de
sua sociedade.
Não é uma tarefa fácil, uma vez que para que a escola inspire os valores éticos,
necessários à educação cidadã, é necessário, que antes de qualquer coisa, seja a escola
um espaço ético.
Entretanto, nossa sociedade é marcada pela violência, que se faz presente
inclusive nas escolas. Atitudes preconceituosas, que em geral se traduzem em atos de
brutalidade verbal ou mesmo física e abusos, hoje em dia conhecidos como “bullying”,
são comuns nas escolas de todo o país.
Diante desse cenário, podemos concluir como é difícil para o educador encarar o
desafio de educar para a formação de verdadeiros cidadãos. Ou seja, como o Educador
obterá sucesso educando para a cidadania, numa sociedade marcada pela violência?
E numa sociedade marcada pela violência quem seriam os educadores para a
formação de cidadãos. Se a virtude pode ser ensinada, estariam os professores
preparados para essa tarefa? Seriam eles mesmos virtuosos, despidos de seus
preconceitos, e acima disso, crentes nas ideias que transmitem? Como capacitar os
professores de acordo com a nova escola? Como transformá-los em cidadãos aptos a
ensinar cidadania?
6
O papel do professor dentro dessa
problemática ganha relevância ainda
maior, uma vez que é a partir dele, dos
seus valores, de suas virtudes, da sua
técnica ao preparar suas aulas, da forma
como vai se relacionar com os seus alunos,
da forma como vai lidar com os seus
próprios preconceitos e com os
preconceitos do grupo é que outros valores
poderão ser definidos.
Nesse sentido, uma resposta para essas perguntas seria justamente a educação
inclusiva, uma vez que transformar a escola em um espaço plural, propiciando o
convívio com as diferenças e democratizando as relações sociais, seria uma das formas
mais eficazes de alcançar uma educação ética.
E ainda, se a escola está inserida na sociedade, e pode ser ela um espaço onde se
construa a ética através da livre expressão de ideias e projetos, temos que, uma
educação ética implicaria, necessariamente, na formação de verdadeiros cidadãos.
3.2 - O Papel do Professor na Educação Especial
Como vimos anteriormente o papel do professor na educação especial é de
fundamental importância, sobretudo numa sociedade como a que vivemos.
A atuação do professor tem início já no diagnóstico, como vimos. É ele, por
meio da observação e do trabalho com a criança portadora de necessidades especiais
que vai, em primeiro lugar, descobrir essas necessidades. Algumas vezes, amparado por
equipes multiprofissionais, mas nem sempre. Em nosso país, na maior parte das vezes, o
professor tem nessa fase uma participação essencial.
7
O Professor desempenha outro papel muito importante que é o de mediador dos
processos ensino-aprendizagem. É ele quem primeiro recebe o aluno com necessidades
especiais na sala de aula, e sua atitude perante a deficiência será determinante para
facilitar a forma como esse aluno, com as suas diferenças, será recebido pelos colegas.
O trabalho de organização pedagógica, que envolve a programação, os
procedimentos e avaliação, também é realizado, na maior parte das vezes, unicamente
pelo professor. É ele quem pensa nas estratégias para garantir que todos tenham a
possibilidade de participar e aprender.
A escola também responde pela inclusão, contudo cabe ao professor promover a
mediação entre a família e a escola, solicitando, sempre que necessário o seu suporte
durante o ano letivo.
Dessa forma, a mediação da qual falamos dá-se nos mais diversos níveis, seja no
tocante ao trabalho pedagógico, nas relações em sala de aula, e também nas relações
com a família e a comunidade.
Podemos concluir então que a atuação do professor é de extrema relevância, e
assim sendo, é de relevância também a sua preparação técnica para o desenvolvimento
do seu trabalho.
Hoje em dia a questão da capacitação desses profissionais é mais levada em
conta, e encontra-se em situação muito melhor do que em décadas anteriores, entretanto,
ainda longe do ideal.
Muitos profissionais, sequer
receberam treinamento ou formação para
trabalhar com alunos com necessidades
especiais e indicam características como
dedicação, amor, afeto, boa vontade,
sensibilidade, paciência, compreensão
8
como essenciais para o trabalho em educação especial.
Tais características, ligadas à sensibilidade do ser humano, são de fato
importantes, porém não podem sobrepor-se à questão técnica-profissional e de
formação.
A esse respeito, Paulo Freire nos chama a atenção para o papel da sensibilidade
no processo educativo, mas que esta não pode ser o único referencial na prática
pedagógica, posto que o professor não é pai nem mãe, mas um profissional que lida com
o ser humano em múltiplas dimensões que não só a afetiva.
A atuação pedagógica exige um processo de investigação e estudo e de solução
de problemas. Na sala de aula o professor encontra problemas relacionados às condições
de trabalho, da sua própria formação, ou das necessidades especiais do aluno. Essa
situação exigirá do professor a busca de alternativas, outras estratégias, ou até mesmo
uma reprogramação pedagógica para solucionar o problema.
As soluções podem vir de vários campos do conhecimento e o professor deverá
estar preparado para isso.
Como vimos, na educação especial, na maior parte das vezes o professor deverá
procurar alternativas à aula tradicional, para conseguir levar o aluno especial a encontrar
um caminho que o leve a alcançar as suas próprias potencialidades.
3.3 - Programação em Educação Especial
Existem sensíveis diferenças na programação que se realiza para alunos com
necessidades especiais, e a programação regular, para alunos que não necessitam de
Educação Especial.
Veremos a seguir as principais características que a programação para a
Educação Especial deve ter:
9
1. A programação em Educação Especial é individual:
Ou seja, é feita para cada criança, de acordo com as suas necessidades. Na
programação para a educação normal, programa-se sempre para o grupo, e o professor
tratará de adequar o currículo a cada criança. Já na programação para a Educação
Especial, programa-se sempre para uma determinada criança, da qual o professor
conhece o relatório descritivo e o resultado da observação iniciada e concluída pelo
mesmo professor, levando-se em conta as suas deficiências, possibilidades, ritmo e
características individuais.
2. A programação em Educação Especial dá mais importância às atividades:
Com o desenvolvimento da psicologia evolutiva constatou-se que a criança
aprende melhor, fazendo. No caso da criança com necessidades especiais, pode-se
afirmar que “ela só aprende fazendo”. Daí vem a valorização das atividades na educação
especial. Há aqui uma grande preocupação também com o aspecto motivacional do
aluno especial.
3. A programação em Educação Especial decompõe mais os objetivos:
Em outras palavras, ater-se com mais precisão a uma subdivisão gradual na
consecução de objetivos. Por exemplo: Discriminar seus lados direito e esquerdo pode
ser um objetivo adequado para uma criança “normal”; por outro lado, para uma criança
com necessidades especiais, esse objetivo precisará ser subdividido em vários passos
intermediários: discriminar os lados direito e esquerdo em si mesmo; nas demais
pessoas colocadas ao seu lado; nos animais; nos objetos e assim por diante.
4. A programação em Educação Especial se preocupa mais com os objetivos
atitudinais e comportamentais:
Privilegia-se na educação especial a adaptação social, especialmente nas crianças
deficientes mentais, já que eles são limitados para as aprendizagens culturais. Assim a
educação especial propõe a formação afetiva, social e comportamental.
10
5. A programação em Educação Especial efetua-se partindo do princípio de
um “ensino para o êxito”:
A criança em geral aprende mais com o êxito do que com o fracasso; o reforço
positivo produz melhores efeitos que o negativo. Sobretudo na criança com
necessidades especiais que já tem muitos estigmas que a fazem sentir-se inferior às
demais.
No ensino regular, no entanto, a introdução de um
novo conteúdo só é feita quando se tem a garantia de que
o conteúdo anterior tenha sido assimilado, a fim de evitar
um aprendizado deficiente. E isso é medido através de
tarefas e exames que condenam ao fracasso aqueles que
não assimilaram o conteúdo. Na programação para a
educação especial privilegia-se o êxito em detrimento do
fracasso.
6. A programação em Educação Especial
globaliza-se partindo das atividades:
Como a criança com necessidades especiais só aprende fazendo, é preciso que a
mesma realize atividades repetidamente, uma vez que apresenta maiores dificuldades
para relacionar os diversos conteúdos, por isso fortalece-se este desenvolvimento.
7. A programação em Educação Especial requer a provisão de material farto e
variado:
O material didático constitui, em grande parte, a quantidade e a qualidade de
atividades na educação especial, sem o material, o trabalho fica limitado. Esse material
poderá ser caseiro, produzido pelo próprio professor, e em outra parte técnico. Com
eles, multiplicam-se as possibilidades de ação educativa.
11
8. Os elementos de motivação requerem especial cuidado em sua seleção:
Cabe ao professor a seleção do material didático para a educação especial,
adequando-os à idade mental e cronológica, necessidades, possibilidades e ritmo do
aluno com necessidades especiais.
9. A programação em Educação Especial realiza-se por vários profissionais:
Frequentemente a programação para uma criança com necessidades especiais
demandará o trabalho de mais de um profissional, pois poderá requerer vários serviços
especializados. O programa para uma criança cega, por exemplo, necessitará do trabalho
conjunto do professor da classe comum e do professor de apoio, habilitado ou
especializado no ensino de pessoas cegas.
Classes de programas
Os critérios para definir os possíveis tipos de programação podem ser muito
variados, estudaremos os seguintes:
1º. Pelo tipo de integração que recomenda;
2º. Pela estrutura a que obedece;
3º. Pelas áreas de especialização que abrange.
Estudaremos a seguir, cada um deles.
1º. Classes de Programas segundo o tipo de integração que recomendam:
Este tipo de programa está relacionado com o tipo de integração à qual a criança
será dirigida, são eles:
12
a) Programa totalmente específico
Este se constitui de um programa total, abrangendo quase todas as áreas do
desenvolvimento. Será dirigido à criança para a qual foi recomendada a escolarização
em centro específico, ou seja, em escola especial.
b) Programa parcialmente específico
Este programa abrange quase
todas as áreas do desenvolvimento,
trabalhadas em aula com professor
especializado. Deve-se levar em conta
que estas crianças participarão de
outras atividades comuns com as
demais crianças do colégio (recreios,
esportes), nesses momentos, participarão da programação comum com as crianças da
mesma idade ou curso.
c) Programa combinado
Este programa corresponde à criança em integração combinada. Neste programa
são contempladas aquelas áreas ou materiais escolares em relação aos quais a criança
apresenta necessidades específicas da sua deficiência.
d) Programa de apoio na classe
Este programa é levado a efeito com crianças cuja escolaridade se dá em sistema
de integração total ou completa. O professor da sala poderá lhe disponibilizar ajuda
através de exercícios e atividades específicas capazes de atuar sobre a dificuldade
facilitando a sua superação.
13
2º. Classes de Programas segundo a estrutura que obedecem:
Um programa de desenvolvimento individual pode ser elaborado de acordo com:
a) Estrutura própria dos níveis escolares: serão ordenados os objetivos e atividades
de acordo com o currículo próprio da escola adaptado ao nível da criança. Esses
programas são, em geral, aplicados aos itens “c” e “d” do critério anterior.
b) Estrutura das áreas de desenvolvimento: os objetivos e atividades serão
ordenados, seguindo as catalogações de diversos autores, e em geral, são
programas aplicados aos itens “a” e “b” do critério anterior.
3º. Classes de Programas segundo as áreas especiais que abrangem:
Este critério indica a especialidade que será exigida na programação. Por
exemplo, um programa que requer estimulação auditiva não irá exigir a mesma
especialização que outro para deficientes visuais.
a) Programas sem exigências de especialização:
Assim se denominam, em geral, os programas para crianças com dificuldades de
aprendizagem, como por exemplo, os disléxicos. Nesses casos, não há exigência de
especialização, uma vez que o próprio professor já está preparado para lidar com a
necessidade.
b) Programas de primeiro nível de especialização:
Neste tipo de programa é necessário que o professor possua um título de
especialização. Estes programas são os que correspondem, na sua maioria, às crianças
com deficiência mental.
14
c) Programas que exigem outras especialidades:
São os programas para o atendimento educacional de surdos, cegos, distúrbios
graves de comportamento, psicose, autismo, entre outros. Requerem a participação
direta e atividade de outros especialistas, tais como professores especializados em
técnicas de linguagem e audição, terapeutas de comportamento e psicomotricista.
Requisitos básicos para a programação
A programação em Educação Especial deve respeitar dois requisitos básicos e
fundamentais que são:
1. O conhecimento do guia curricular de Educação Especial.
2. O conhecimento minucioso da criança para a qual se vai programar.
Todo programa didático deverá levar em conta duas variáveis prévias: a primeira
subjetiva, psicossocial, referente ao sujeito ao qual será dirigida a ação docente, e outra
variável objetiva, referente à estrutura científica que servirá de suporte à ação docente.
“Definitivamente a programação deve tratar de harmonizar e
conjugar a estrutura lógica da ciência com as características
dos alunos, sob a luz dos objetivos gerais da educação.”
(Rotger, B., 1984).
3.4 - Tecnologias Assistivas Facilitadoras do Processo de
Aprendizagem
Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar um
conjunto de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida
independente e Inclusão.
15
Entre os Recursos e Serviços estão incluídos brinquedos e roupas adaptadas,
computadores, softwares e hardwares especiais, que contemplam questões de
acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, recursos para
mobilidade manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e
acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais
protéticos e milhares de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente.
As tecnologias assistivas são de
extrema importância, uma vez que irão
auxiliar no processo de aprendizagem. O
professor que puder dispor do recurso de
um computador, por exemplo, com
softwares próprios, poderá prender por
mais tempo a atenção, um exemplo disso
são softwares educativos que trabalham
tanto o campo visual como o auditivo.
E é claro que com recursos apropriados não só os alunos com necessidades
especiais serão beneficiados, mas todos os alunos de uma mesma turma, daí a
importância das tecnologias como uma ferramenta, visando contribuir
significativamente para a aprendizagem das pessoas.
Além do aprendizado do conteúdo proposto, alguns softwares podem
proporcionar o desenvolvimento de algumas habilidades como: criatividade, raciocínio,
coordenação motora e obediência a instruções orais. Além do desenvolvimento das
áreas cognitivas, afetiva, linguística, social, moral e motora, contribuindo para a
construção da autonomia.
16
Unidade 4 - Metodologias e Recursos Específicos para o
Ensino
Olá,
Nessa unidade estudaremos as metodologias disponíveis para uso na Educação
Especial, as adaptações necessárias no ensino dos Conceitos Matemáticos e da Língua
Portuguesa.
Falaremos ainda sobre LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais e de projetos
educacionais como a Brinquedoteca e Jogos e Atividades Lúdicas.
Bom estudo
17
4.1 - Matemática
A Educação Inclusiva na Matemática
vem sendo um desafio para os professores em
formação inicial e continuada da Educação
Básica e Superior, pois quando pensamos em
trabalhar números, cálculos e até mesmo
conceitos matemáticos, logo vem a questão:
como trabalhar esses conceitos com a criança portadora de necessidades especiais?
Na busca da superação das dificuldades impostas não só pela deficiência, mas
pelas condições sociais, psicológicas e de raciocínio lógico é que alguns professores têm
buscado desenvolver um trabalho que motive esses alunos a resolverem problemas não
convencionais, estimulando a mudança de comportamento e de concepções,
principalmente em relação à importância do cálculo.
Pesquisas como essas já foram apresentadas e discutidas em vários Seminários
da área da Matemática, como forma de socialização, discussão e estímulo entre os
docentes.
Nesse aspecto, vemos que é de fundamental importância a participação do
professor. É ele quem vai pensar as técnicas e adaptações para o alcance do aluno
portador de necessidades especiais, e é ele quem vai pensar e criar as condições para
que esse aluno absorva alguns dos conceitos da matemática. E ainda compete ao
professor a seleção dos materiais didáticos e das tecnologias que facilitarão a
aprendizagem.
Vale mencionar aqui o uso das tecnologias assistivas facilitadoras do processo
de aprendizagem. Nesse campo, no que se refere à deficiência visual, já existem
algumas tecnologias desenvolvidas que vêm funcionando com certo sucesso, como por
exemplo o MULTIPLANO, desenvolvido com o objetivo de auxiliar os deficientes
visuais na construção de vários conceitos matemáticos.
18
O Multiplano é um material que foi desenvolvido por Rubens Ferronato que
possibilita trabalhar diferentes conceitos matemáticos com crianças cegas, de baixa
visão e também as que enxergam normalmente.
O material concreto denominado Multiplano consiste, basicamente, em uma
placa perfurada de linhas e colunas perpendiculares, onde os furos são equidistantes. O
tamanho da placa e a distância entre os furos podem variar de acordo com a
necessidade. Nos furos podem ser encaixados rebites, que devem ter a cabeça plana e
circular, mas sem um de seus segmentos circulares, para facilitar ao cego a
identificação correta do pino.
Segue abaixo uma ilustração do Multiplano:
Entre os conteúdos que podem ser desenvolvidos utilizando o multiplano,
destacamos: operações, tabuada, equações, proporção, regra de três, funções, matriz,
determinantes, sistema linear, gráficos de funções, inequações, funções exponenciais e
logarítmicas, trigonometria, geometria plana e espacial, estatística, entre outros.
No ensino para deficientes visuais, além do multiplano, temos: textos escritos
com ilustrações táteis, disposição do mobiliário e posicionamento do aluno na sala de
aula para favorecer seu deslocamento e ouvir o professor, máquina Braille, reglete,
19
sorobã, bengala longa, livro falado e calculadora sonora, ou até uso de computador com
sintetizador de vozes e periféricos adaptados com recursos ópticos.
Dada a grande importância do professor no processo ensino-aprendizagem da
matemática é que salientamos a importância de que esse assunto seja incluído na sua
formação, para que os futuros professores possam discutir, refletir e encontrar soluções
para as questões de inclusão com que vão se deparar em suas salas de aula. Os
professores melhor preparados terão condições de viabilizar a educação inclusiva
determinada em lei.
4.2 - Língua Portuguesa e Literatura
É a partir da linguagem que
partilhamos ideias, emoções, experiências,
nesse sentido podemos dizer que ela é também
um poderoso instrumento de inclusão, pois
através dela se dá a sociabilização do ser
humano. Por essa razão, podemos dizer que o
uso da linguagem é essencial à vida em
comunidade e sem ela as nossas potencialidades ficam reduzidas.
O sucesso escolar depende, em grande parte, do domínio da língua de
escolarização, que em geral, é também a língua materna da criança. A linguagem escrita
é a modalidade de comunicação mais facilmente partilhável pelas pessoas.
Entretanto para as crianças portadoras de necessidades especiais, e em especial
as crianças portadoras de deficiência auditiva, a língua oral não é a língua de aquisição
natural e espontânea, portanto o aprendizado da escrita, implicará na aprendizagem de
uma nova língua (língua gestual).
Diante desse cenário, surgem então, pelo menos dois desafios ao professor:
20
a) Criação de condições que propiciem o pleno desenvolvimento da criança
portadora de necessidades especiais;
b) Criação de condições que permitam a sua aptidão para interagir em diversos
sistemas sociais e linguísticos.
Observamos que mais uma vez, o papel do professor é de fundamental
importância, uma vez que será ele a definir as técnicas, o material pedagógico e o apoio
que serão necessários e fundamentais para que a criança portadora de necessidades
especiais assimile o ensino da Língua Portuguesa.
É de extrema relevância também o uso das tecnologias assistivas facilitadoras do
processo de aprendizagem.
No caso de crianças surdas, a língua gestual (Libras) facilita sobremaneira o seu
acesso ao conteúdo. A criança surda que chega à idade escolar dominando a linguagem
gestual terá imensas vantagens frente às crianças que ainda não dominam essa técnica.
Assim como no ensino da matemática, o ensino da língua portuguesa pode se
valer, com grande sucesso do uso da informática e os softwares próprios para o ensino e
aquisição do conteúdo necessário à criança deficiente.
Ressalvamos que todas essas técnicas e tecnologias necessitam investimentos
altos, e que devem, até pela força de lei ser garantidos pelo poder público.
4.3 - O Ensino de Libras
De acordo com a LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002, que dispõe sobre
Língua Brasileira de Sinais – Libras, em seu artigo 1º. Parágrafo único define Libras
como:
“Entende-se como Língua Brasileira de Sinais -
Libras a forma de comunicação e expressão, em que o
21
sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura
gramatical própria, constitue um sistema linguístico de
transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de
pessoas surdas do Brasil”.
Libras é, portanto, a sigla para Língua Brasileira de Sinais.
As Línguas de Sinais (LS) são as línguas naturais das comunidades surdas.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a Língua de Sinais não são
simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a
comunicação. É uma língua propriamente ditas, com estruturas gramaticais próprias.
Atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque elas também são
compostas pelos níveis linguísticos: fonológico, morfológico, sintático e semântico.
O que é denominado palavra ou item lexical nas línguas oral-auditivas são
denominados sinais nas línguas de sinais.
O que diferencia as Línguas de Sinais das demais línguas é a sua modalidade
visual-espacial.
Assim, uma pessoa que entra em contato com uma Língua de Sinais irá aprender
uma outra língua, como o Francês, Inglês ou qualquer outra.
A língua de sinais é um importante meio de comunicação para o deficiente
auditivo, sendo que os seus usuários podem discutir filosofia ou política e até mesmo
produzir poemas e peças teatrais.
A LIBRAS (Língua Brasileira de sinais) originou-se da Língua de Sinais
Francesa, importante ressaltar que as línguas de sinais não são universais, ou seja, cada
país possui a sua própria língua de sinais. Como qualquer outra língua, ela sofre
influências da cultura nacional e possui expressões que diferem de região para região,
fato que a legitima ainda mais como língua.
22
Os sinais são formados a partir da combinação da forma e do movimento das
mãos e do ponto no corpo ou no espaço onde esses sinais são feitos.
Nas línguas de sinais podemos encontrar os seguintes parâmetros que formarão
os sinais:
a) Configuração das mãos:
São formas das mãos que
podem ser da datilografia (alfabeto
manual) ou outras formas feitas pela
mão predominante (direita para os
destros ou esquerda para os canhotos),
ou pelas duas mãos. Por exemplo, os
sinais DESCULPAR, EVITAR e
IDADE possuem a mesma
configuração de mão, entretanto o que os difere, é que cada um é produzido em um
ponto diferente no corpo.
b) Ponto de articulação:
É o lugar onde incide a mão predominante configurada, ou seja, local onde é
feito o sinal, podendo tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro.
c) Movimento:
Os sinais podem ter um movimento ou não. Por exemplo, os sinais PENSAR e
EM-PÉ não tem movimento; já os sinais EVITAR e TRABALHAR possuem
movimento.
23
d) Expressão facial e/ou corporal:
As expressões faciais/corporais são de fundamental importância para o
entendimento real do sinal, sendo que a entonação em Língua de Sinais é feita pela
expressão facial.
e) Orientação/Direção:
Os sinais têm uma direção com relação aos parâmetros acima. Assim, os verbos
IR e VIR se opõem em relação à direcionalidade.
Convenções da LIBRAS
a) A grafia: os sinais em LIBRAS, para simplificação, serão representados na
Língua Portuguesa em letra maiúscula. Ex.: CASA, INSTRUTOR.
b) A datilologia (alfabeto manual): usada para expressar nomes de pessoas,
lugares e outras palavras que não possuem sinal, estará representada pelas palavras
separadas por hífen. Ex.: M-A-R-I-A, H-I-P-Ó-T-E-S-E.
c) Os verbos: serão apresentados no infinitivo. Todas as concordâncias e
conjugações são feitas no espaço. Ex.: EU QUERER CURSO.
d) As frases: obedecerão à estrutura da LIBRAS, e não à do Português. Ex.:
VOCÊ GOSTAR CURSO? (Você gosta do curso?)
e) Os pronomes pessoais: serão representados pelo sistema de apontação.
Apontar em LIBRAS é culturalmente e gramaticalmente aceito.
Vale ressaltar que, para conversar através da Língua Brasileira de Sinais –
LIBRAS, não basta apenas conhecer os sinais, é necessário conhecer a sua estrutura
gramatical, combinando os sinais em frases.
24
Justamente por essa razão, o ensino de LIBRAS ou qualquer outra Língua de
Sinais constitui-se o ensino de uma nova língua, sendo necessário curso específico,
como qualquer outra língua demandaria, para falar e entender perfeitamente.
4.4 - Projeto de Brinquedoteca
Segundo PIAGET (1967), “o jogo não pode ser visto
apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar
energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico,
cognitivo, afetivo e moral”. Através dele se processa a
construção de conhecimento, principalmente nos períodos
sensório-motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as
crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo,
desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à
representação e, finalmente, à lógica. As crianças ficam mais
motivadas para usar a inteligência, pois querem jogar bem,
esforçam-se para superar obstáculos tanto cognitivos como
emocionais.
O jogo não é simplesmente um “passatempo” para
distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda
exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária
importância na educação escolar. Estimula o crescimento e o
desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades
intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e
o progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as
pessoas e as coisas do ambiente em que se vive. Através do
jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses,
explorar toda a sua espontaneidade criativa. O jogo é
essencial para que a criança manifeste sua criatividade,
utilizando suas potencialidades de maneira integral. É
somente sendo criativo que a criança descobre seu próprio eu
(TEZANI, 2004).
25
O Projeto brinquedoteca tem como proposta proporcionar, através das
brincadeiras, o prazer necessário para que a criança alcance o sucesso. Uma vez que
através das brincadeiras, do lúdico a criança pode explorar as suas potencialidades,
descobrir o próprio corpo, desenvolver sua coordenação motora, além de desenvolver a
criatividade e melhorar a sua autoestima.
O brinquedo facilita e
enriquece a brincadeira, e através das
ações sobre o objeto, o concreto, a
criança aprende a controlar seus
movimentos e estabelecer a ordem no
seu mundo, facilitando com isso o
processo de integração.
As relações cognitivas e
afetivas, consequentes da interação lúdica, levam ao amadurecimento emocional,
facilitando a sociabilidade infantil.
Como já dissemos a criança portadora de necessidades especiais, aprende
fazendo, por essa razão é de grande importância o projeto brinquedoteca.
Além disso, a brinquedoteca oferece inúmeras opções aos educadores, uma vez
que a adequação das brincadeiras com a criança, atendendo à sua etapa de
desenvolvimento, leva ao desenvolvimento e aprendizagens diversas.
A criança com necessidades especiais, pelas dificuldades que enfrenta, tem
poucas possibilidades de aproveitar o mundo e as situações a sua volta e, pelas suas
limitações, faz-se necessária uma ajuda a fim de despertar o seu interesse. Nesse
contexto é que o projeto brinquedoteca se encaixa.
26
A Brinquedoteca deve
oferecer: acervo de brinquedos, jogos e
brinquedos em geral para que a criança
possa escolher com o que brincar e
como brincar; parquinho de brinquedos
tradicionais; espaço para que sejam
criados os diversos “cantos”, por
exemplo “canto do faz de conta” (dramatização); “canto fofo” com redes, colchonete,
músicas, almofadas; livros e revistas.
A Brinquedoteca explorada de forma pedagógica, com a participação dos pais
inclusive, tem como objetivo de promover experiências que auxiliem as crianças
portadoras de necessidades especiais a atingirem seus resultados no processo ensino-
aprendizagem.
4.5 - Jogos e Atividades Lúdicas
Lúdico provém do latim “ludus” e
significa “jogo”. Com o uso na psicologia
moderna o termo ganhou o significado de traço
essencial de psicofisiologia do comportamento
humano. Assim o termo ganhou amplitude
deixando de significar simplesmente o sinônimo
de jogo.
A finalidade do uso do Lúdico na idade infantil e na adolescência é
essencialmente pedagógica. A criança, em geral, apresenta resistência à escola e ao
ensino, isso se dá por conta da experiência escolar não ser prazerosa, acima de tudo ela
não é lúdica.
27
Segundo PIAGET, o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela
precisa brincar para crescer, precisa do jogo como forma de buscar equilíbrio com o
mundo.
O uso do lúdico na vida em geral é fundamental para a saúde mental do ser
humano, e o assunto merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para
expressão mais genuína do ser, é o espaço onde a criança exercitará a relação afetiva
com as outras pessoas, com os objetos e com o mundo. E por essa razão possibilita o
estudo da relação da criança com o mundo externo. Através da atividade lúdica e do
jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra
percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e
o que é mais importante, vai se socializando.
A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará a
criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas, bem como
relacioná-la as demais produções culturais e simbólicas, conforme procedimentos
metodológicos compatíveis a essa prática.
Segundo Teixeira 1995 (apud NUNES), várias são as razões que levam os
educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no processo
de ensino-aprendizagem:
• As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste
sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma
tendência lúdica;
• O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço
espontâneo.
• As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física
e mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psiconeurológicas e as operações
mentais, estimulando o pensamento.
28
Em geral, o elemento que separa um jogo pedagógico de outro de caráter apenas
lúdico é este: desenvolve-se o jogo pedagógico com a intenção de provocar
aprendizagem significativa, estimular a construção de novo conhecimento e
principalmente despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o
desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica que
possibilita a compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e
culturais e que o ajude a construir conexões.
4.6 - Sugestões de Brincadeiras
LINGUAGEM ORAL
Objetivo
1. Desenvolver na criança o conceito de eu em relação ao seu nome, idade e em
relação aos pais (família) e colegas.
2. Desenvolver coordenação motora grossa (livre).
3. Despertar na criança o interesse por estímulos sonoros, para que ela consiga
perceber, identificar e localizar sons fortes e fracos.
4. Desenvolver a capacidade da criança de identificar diferentes objetos e
movimentar-se no espaço com facilidade.
5. Incentivar e permitir a fala da criança em todas as atividades possíveis, corrigindo
e ampliando seu vocabulário, utilizando também as músicas.
6. Estimular o vocabulário através de contos e histórias pequenas que despertem a
fantasia da criança.
7. Incentivar a memorização de pequenas músicas e gestos.
29
8. Identificar e reconhecer as vogais.
9. Identificar o nome próprio e as letras do nome.
Estratégia
1. Através de músicas, jogos com bola pronunciando o nome e estimulação oral.
2. Utilização de recortes, colagem, traçado de linhas em folha e no chão,
incentivando jogos e brincadeiras.
3. Utilização de instrumentos sonoros, músicas, batidas de palmas e pés e sons
produzidos pela boca.
4. Utilização de sucatas, jogos e materiais pedagógicos com exploração dos objetos
do ambiente interno e externo.
5. Utilização de leitura de histórias curtas, músicas e conversas diárias com a
criança sobre sua rotina, dando atenção as perguntas e respondendo-as sempre
de acordo com sua maturidade emocional.
6. Histórias curtas com gestos, estimulando o interesse e fantasia da criança.
7. Repetição de músicas, gestos e histórias curtas.
8. Através de materiais pedagógicos, fichas, desenhos, cartazes, etc.
9. Fichas, crachás, cartazes, materiais concretos e pedagógicos, jogos e
brincadeiras, etc.
30
MATEMÁTICA
Objetivo
1. Iniciar a aprendizagem de conceitos de longe, perto, dentro, fora, em cima, em
baixo, atrás, na frente, ao lado, dentro, fora, cheio, vazio, etc.
3. Discriminar na criança o sentido de ontem, hoje e amanhã.
4. Estimular o uso do raciocínio da criança.
5. Classificação e nomeação de objetos pelas cores primárias (azul, amarelo e
vermelho), formas (círculo, triângulo e Quadrado), tamanho (grande e pequeno)
e quantidade (1 a 9).
6. Nomear e identificar iguais e diferentes.
Conteúdo
1. Conceitos de lateralidade: todo, dentro/fora, grande/pequeno, cheio/vazio,
grosso/fino, muito/pouco.
2. Organização espacial: antes/durante e depois, hoje/ontem/amanhã.
3. Jogos de raciocínio (quebra-cabeça e jogos de encaixe).
4. Classificar e nomear objetos pela cor, forma (círculo, triângulo e quadrado),
tamanho e quantidade.
5. Nomear iguais e diferentes.
31
Estratégia
1. Através de jogos, músicas e atividades que incentivam o aprendizado da
criança, como movimento da esquerda para a direita, jogos de dentro para
fora, etc. Incentivar e explorar o meio ambiente.
2. Utilização do calendário e estimulação de perguntas e respostas que
distingam o dia e a noite, o ontem, o hoje e amanhã.
3. Através de jogos como quebra cabeça, encaixes, de formas e situações
problemas que incentivem a criança a pensar, não respondendo tudo para
criança, sem que ela tente responder sozinha.
4. Através de objetos, sucatas e material dourado que tenham estas
características, utilizando-os em jogos, como procurar cor e forma.
5. Através de jogos, sucatas e objetos que permitam a identificação e
classificação de iguais e diferentes.
ESTUDOS SOCIAIS
Objetivo
1. Estimular o conhecimento da história Brasileira, através das Datas
Comemorativas.
2. Desenvolver noção de hoje, ontem e amanhã, bem com o dia, a noite a
relação com espaço/tempo.
3. Identificar, nomear e reconhecer a família e sua importância.
4. Estimulação do meio ambiente físico.
32
Conteúdo
1. Datas Comemorativas: Carnaval, Outono, Páscoa, Dia do Índio, Dia das
Mães, Festa Junina, Dia dos Pais, Folclore, Independência, Inverno, Dia dos
Animais, Dia das Crianças, Dia dos Professores, Proclamação da República,
Primavera, Dia da Árvore, Natal e outros.
2. Calendário (relação espaço tempo).
3. Família.
4. Escola (ambiente/colegas).
Estratégia
1. Contar histórias sobre o significado das Datas Comemorativas e a
produção de lembrancinhas que traduzam a data em questão.
2. Produção de Calendário e exercício do mesmo ao iniciar a aula (manhã e
tarde) e aniversários das crianças.
3. Nomeação, explicação e cartazes, através de estimulação de situação
problema que envolva o conceito família.
4. Jogos e brincadeiras que explorem o ambiente e colegas.
CIÊNCIAS
Objetivo
1. Desenvolver capacidade de auto-higiene corporal.
2. Identificar, reconhecer, localizar e nomear partes do próprio corpo.
33
3. Estimulação dos 5 sentidos.
4. Estimular o cuidado com a natureza.
5. Nomear e reconhecer diferentes animais.
6. Discriminação entre liso e áspero.
7. Apresentação de diferentes alimentos, diferenciando de doce e salgados.
Conteúdo
1. Higiene Corporal (mãos, dentes, uso do banheiro).
2. Esquema corporal.
3. Órgãos dos sentidos: olhos (discriminação visual), ouvidos
(discriminação auditiva), tato, olfato e paladar.
4. Horticultura e jardinagem.
5. Animais.
6. Texturas (liso e áspero).
7. Alimentos.
Estratégia
1. Incentivar o lavar as mãos, escovar os dentes e ir ao banheiro sozinho,
sempre que necessário, através de músicas e histórias que despertem o
interesse das crianças.
34
2. Utilizando quebra-cabeça, músicas, figuras, bonecas e nomeação que
desenvolvam o reconhecimento do corpo humano.
3. Exercícios, atividades e jogos que desenvolvam a visão, audição, tato e
gustação.
4. Plantação de mudas e flores.
5. Através de figuras, desenhos, gestos musicais e histórias.
6. Através de objetos que mostrem tais diferenças, estimulando jogos e
atividades.
7. Apresentação de alimentos.
ARTES
Objetivo
1. Incentivar e desenvolver o hábito de desenho, estimulando assim a
fantasia da criança.
2. Estimulação de confecção de brinquedos através da sucata.
3. Estimular a coordenação da criança e a criatividade com o uso da argila e
massinha.
Conteúdo
1. Artes: desenho livre e pintura.
2. Sucata.
35
3. Argila e massinha.
Estratégia
1. Utilização de lápis, pincéis, cola com muito incentivo, estimulando a
criança através de elogios.
2. Material de sucata e criatividade do professor.
3. Apresentação de argila e massinha.
Objetivos socioemocionais
1. Desenvolve hábitos de asseio: pedir para ir ao banheiro, lavar as mãos,
limpar o nariz, etc.
2. Habituá-lo a usar os clichês sociais. Exemplo: Por favor, muito obrigado,
com licença etc.
3. Permitir que a criança seja independente.
4. Deixá-la explorar ao máximo os objetos e brinquedos.
5. Levar a criança a brincar com os outros do grupo.
6. Fazer com que a criança não fixe em um único colega.
7. Mantê-la ocupada.
8. Levar a criança a participar das atividades de grupo.
36
BRINCADEIRAS DE SALÃO
1. Eu vejo uma coisa que é vermelha: (5 anos)
Uma criança sai. O grupo combina e escolhe uma coisa vermelha. A criança entra e
deve adivinhar qual coisa vermelha foi escolhida.
2. Escultor: (5 anos)
Círculo: o escultor escolhe uma ou mais crianças a quem ele dá uma postura.
Depois, sai uma criança muda trocando a postura. O escultor tem que descobrir o
que foi mudado
Variante: Troca de roupas. Móveis, as crianças mudam sem escultor.
3. Tintureiro ou sapateiro: (5 anos)
Todos tiram uma peça de roupa ou os sapatos e entregam para o tintureiro ou
sapateiro, que deverá depois devolver corretamente para cada criança a sua roupa.
Variante: Cinderela (10 anos) na entrada dos bailes deixa-se uma caixa com um
sapato das meninas, cada menino entra, pega um sapato e descobre de quem é.
4. João mandou ( 5 anos) – Salão e ar livre
Tudo que João mandar deve ser feito, caso não se fale antes “João mandou”, não
deve se fazer, por exemplo: João mandou pular – todos pulam – de um pé. Quem
errar sai ou executa uma prenda.
5. Procurado:
Um adivinhador – detetive – indica duas coisas de uma pessoa. Por exemplo,
descrição física, olhos azuis, características, alegre...
37
O detetive deve adivinhar quem é. Para crianças pequenas, utilizam-se objetos.
6. Mímicas
Um sai e mostra para o grupo que profissão escolheu por
intermédio da mímica. Quem adivinhar pode sair.
7. Dominó de palavras:
Círculo: um joga um lenço e fala (marinheiro). Aquele que pegar o lenço deve
responder: “navio”. Este pode escolher outra palavra como escola, e o outro
responde professor, ou alunos (associação) quem não tiver resposta paga prenda.
8. Cachorro e biscoito:
Círculo – no meio há um jogador (cachorro) com os olhos vendados, cuidando de
um biscoito num saco ou dentro de uma panela. As crianças do círculo têm que
tentar tirar o biscoito sem que o cachorro os escute ou os pegue, quem for pego será
o cachorro.
9. Batata quente:
Círculo: sentado um dirigente, uma criança sai e fica fora do círculo, uma bolinha de
papel. O dirigente diz: “passa depressa a batata quente para não queimas a mão”. “se
o jogador de fora pegou a batata quente, entra no círculo rapidamente e pede para
mostrar a mão: claro que todo mundo deverá fingir que está com a batata quente”
10. Passar a caixa de fósforos:
Pelo nariz pode se trabalhar em dois grupos como corrida, quem deixa cair paga a
prenda.
38
11. Casamento Japonês:
Meninos X Meninas, os meninos saem e cada um escolhe outro menino. Um por um
os meninos entram e escolhem uma menina, se acertam e casam.
12. Vou viajar e levar (truque)
Uma pessoa diz: “Vou viajar e levar o meu casaco marrom”, pergunta para o
companheiro: e você? Ele responde: “ meu chapéu”. Mas isso não pode... Truque, só
pode levar algo que esteja usando na hora.
39
Considerações Finais
Caro(a) aluno(a),
Chegamos ao final do nosso curso de Educação Especial. Vimos tratar-se de um
tema polêmico, uma vez que envolve, além de questões práticas a respeito da educação
em si, questões emocionais e de interação e inclusão da criança com necessidades
especiais na sociedade moderna.
Ainda hoje nos deparamos com muito preconceito a respeito do assunto, por
razões sócio-culturais, estudadas em nosso primeiro módulo.
Tanto a sociedade, quanto a legislação pertinente, alcançou avanços importantes
para a inclusão dessas crianças, entretanto temos um longo caminho a percorrer, e
grandes dificuldades a superar.
Essas dificuldades são de todas as ordens: sociais, posto que ainda há uma luta a
ser vencida contra o preconceito que ainda impera em nossas instituições; técnicas, pois
como vimos há um campo muito grande em termos de preparação e especialização dos
nossos educadores para lidarem com a deficiência. E, sobretudo, de materiais didáticos
a serem desenvolvidos a fim de facilitar o aprendizado dessas crianças.
Mas não podemos desprezar o esforço que já foi aplicado, no sentido de
melhorar o Ensino Especial.
O seu interesse em estudar o assunto, demonstra que nossa sociedade já evoluiu
e continua evoluindo no sentido de proporcionar a verdadeira inclusão do portador de
necessidades especiais.
Agradecemos a sua participação em nosso curso e esperamos ter contribuído de
forma a trazer a você maiores informações a respeito do assunto.
Até breve!
40
Encerramento do Módulo II
Prezado(a) Aluno(a)!
Chegamos ao final do nosso curso de Educação Especial, esperamos que os
conhecimentos adquiridos possam ajudá-lo(a) em sua carreira e no seu dia a dia.
Sinta-se livre para fazer a avaliação quando estiver preparado(a). Assim que for
aprovado, você poderá visualizar uma cópia de seu certificado, o original será postado
nos correios num prazo de dois a oito dias a contar do dia da conclusão do curso.
Esperamos que tenha gostado do curso!
Até a próxima!
41
Bibliografia
- LANDIVAR, Jesús G., Como Programar em Educação Especial. Editora Manole
Dois, 1990.
- Portal MEC, Secretaria da Educação. Disponível em :
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12507&Ite
mid=826>, Acesso em 15 de fevereiro de 2011.
- Portal Centro de Referência em Educação CRE Mário Covas. Disponível em:<
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ees_l.php?t=001>, Acesso em 15 de fevereiro de
2011.
- Site Pedago Brasil, Conceitos do Livro – Desafios da Educação Especial, Secretaria de
Educação Especial, 1994. Disponível em:<
http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/educacaoespecial3.htm>, Acesso em
16 de fevereiro de 2011.
- Site A Deficiência – A Deficiência e vários tipos existentes. Disponível em:<
http://www.deficiencia.no.comunidades.net/index.php?pagina=1364432068>. Acesso
em 16 de fevereiro de 2011.
- Site Telecentros para todos, Causas mais frequentes dessa deficiência e as limitações
decorrentes. Disponível em :< http://www.tele-
centros.org/telecentros/secao=102&idioma=br¶metro=9541.html, >. Acesso em 20
de fevereiro de 2011.
- Portal LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais. Dipsonível em :<
http://www.libras.org.br/libras.php >. Acesso em 25 de fevereiro de 2011.