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  • 7/23/2019 Eduardo Bortolin

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    Eduardo Bortolin

    DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE AR

    COMPRIMIDO PARA UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE

    Horizontina

    2014

  • 7/23/2019 Eduardo Bortolin

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    Eduardo Bortolin

    DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE AR COMPRIMIDO PARA

    UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE

    Trabalho Final de Curso apresentado comorequisito parcial para a obteno do ttulo de

    Bacharel em Engenharia Mecnica, pelo Cursode Engenharia Mecnica da FaculdadeHorizontina.

    ORIENTADOR: Anderson Dal Molin, Mestre.

    Horizontina2014

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    FAHOR - FACULDADE HORIZONTINA

    CURSO DE ENGENHARIA MECNICA

    A Comisso Examinadora, abaixo assinada, aprova a monografia:

    Dimensionamento de um sistema de ar comprimido para uma empresa de

    pequeno porte

    Elaborada por:

    Eduardo Bortolin

    Como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em

    Engenharia Mecnica

    Aprovado em: 19/11/2014Pela Comisso Examinadora

    ________________________________________________________Me. Anderson Dal Molin

    Presidente da Comisso Examinadora - Orientador

    _______________________________________________________Dr. Ademar Michels

    FAHORFaculdade Horizontina

    ______________________________________________________Dr. Fabiano Cassol

    FAHORFaculdade Horizontina

    Horizontina2014

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    AGRADECIMENTO

    Agradeo principalmente a Deus, por ter iluminado meu caminho para que eu

    pudesse concluir mais esta etapa da minha vida pessoal e profissional.

    Em especial aos meus pais, Aristeu e Helena por todo o suporte, amor e pelo apoio

    em todos os momentos da minha formao acadmica, enfim pelos conselhos e

    pela confiana em mim depositada.

    As minhas irms, Renata e Roberta pelo apoio e ateno que sempre dedicaram a

    mim torcendo para que meus objetivos fossem alcanados.

    Aos amigos, companheiros de trabalho e irmos na amizade que fizeram parte de

    minha formao e que vo continuar presentes em minha vida com certeza.

    Ao meu Orientador, Professor Anderson Dal Molin, por me conduzir na elaborao

    deste trabalho, pelos ensinamentos e dedicao concedida em todos os momentos

    solicitados.

    A todos os demais Professores da Faculdade, pela orientao e conhecimentos

    passados durante todo o curso, o meu muito obrigado.

    Por fim, a Faculdade Horizontina - FAHOR que me acolheu e me oportunizou

    concluir este curso de graduao, realizando um grande sonho.

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    Se fracassar, ao menos que fracasse ousando

    grandes feitos, de modo que a sua postura no

    seja nunca a dessas almas frias e tmidas queno conhecem nem a vitria nem a derrota.

    Theodore Roosevelt

    http://pensador.uol.com.br/autor/theodore_roosevelt/http://pensador.uol.com.br/autor/theodore_roosevelt/
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    RESUMO

    O ar comprimido uma importante fonte de energia, sendo o resultado dacompresso do ar atmosfrico. O ar comprimido vem sendo amplamente utilizado na

    indstria, aplicado em diversos processos que necessitam de fora e movimento, porexemplo, em mquinas pneumticas. No presente trabalho, desenvolveu-se odimensionamento de um sistema de ar comprimido para uma empresa de pequenoporte. O objetivo geral do estudo dimensionar um sistema de ar comprimido,contemplando todas as etapas de produo, distribuio e preparao de arcomprimido, para que este chegue aos pontos de aplicao em condies dequantidade e qualidade suficientes, possibilitando um bom funcionamento dasmquinas e ferramentas pneumticas. Para a realizao do trabalho foi necessrioinformaes obtidas da literatura e coleta de dados realizada no mbito da empresa, tais como: seleo das mquinas que faro uso do ar comprimido, comprimento dastubulaes de distribuio e de alimentao e escolha das singularidades. Nos

    resultados esto apresentados os clculos dos dimetros das linhas de distribuioe alimentao, a escolha do reservatrio e do compressor e a apresentao dolayout da rede de ar comprimido. Conclui-se que o sistema de ar comprimidodimensionado poder produzir ar com caractersticas adequadas para atender snecessidades das mquinas, proporcionando um bom desempenho e uma maiorvida til dos automatismos pneumticos.

    Palavras-chave:Ar comprimido. Compressor. Dimensionamento.

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    ABSTRACT

    The compressed air is an important energy font, being the compression result of theatmospheric air. The compressed air has been widely used in industry, applied invarious processes that need force and movement, for example, in pneumaticmachines. In the present paper, was developing a compressed air system for a smallCompany. The general objective of the study is to dimension a compressed airsystem, contemplating all the production, distribution and preparing stages of thecompressed air, to reach the point in conditions and quantities enough to a goodperformance of the pneumatic machines and tools. To carry out the work wasnecessary information obtained from the literature and database collection inside thecompany, like: selection of the machines that will use the compressed air, straight ofthe feeding and distribution tubing and the singularities choices. The results arepresenting the calculation of the diameter in the distribution lines and feeding, thechoice of the tank and compressor, the layout of the compressed air network.Concluding that the air compressed system dimensioned can produce air withappropriate characteristics to attend the needs of the machines, providing a good

    performance and a greater useful life of the pneumatic automation.

    Keywords:Compressed air. Compressor. Dimensioning.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Compressibilidade do ar ....................................................................................... 15

    Figura 2: Produo, distribuio e tratamento do ar comprimido ......................................... 16

    Figura 3: Classificao dos compressores ........................................................................... 17

    Figura 4: Reservatrio e seus principais componentes ........................................................ 22Figura 5: Tipos de redes de distribuio .............................................................................. 24

    Figura 6: Instalao da linha de alimentao ....................................................................... 25

    Figura 7: Layout da linha de distribuio ............................................................................. 38

    Figura 8: Layout da linha de alimentao ............................................................................. 38

    Figura 9: Layout geral .......................................................................................................... 39

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    SUMRIO

    1. INTRODUO ............................................................................................................................. 10

    1.1.JUSTIFICATIVA .............................................................................................................................. 10

    1.2.OBJETIVOS .................................................................................................................................... 11

    2.

    REVISO DA LITERATURA ...................................................................................................... 12

    2.1.ARCOMPRIMIDO .......................................................................................................................... 12

    2.2.PROPRIEDADESFSICASDOAR ................................................................................................ 14

    2.3.PRODUOEPREPARAODOARCOMPRIMIDO ................................................................. 15

    2.4.COMPRESSORDEAR .................................................................................................................. 16

    2.4.1.COMPRESSORES DE DESLOCAMENTO POSITIVO OU VOLUMTRICOS.................................................. 17

    2.5.RESFRIADORPOSTERIOR .......................................................................................................... 19

    2.6.FILTRODEAR ................................................................................................................................ 19

    2.7.SECADORDEAR ........................................................................................................................... 20

    2.8.

    RESERVATRIO ........................................................................................................................... 22

    2.9.REDESDEDISTRIBUIO ........................................................................................................... 24

    2.10.UNIDADEDEPREPARAODOARCOMPRIMIDO ................................................................. 26

    2.11.DIMENSIONAMENTODASTUBULAES ................................................................................ 27

    3. METODOLOGIA ........................................................................................................................... 28

    3.1 .MTODOSETCNICASUTILIZADOS........................................................................................ 28

    4. APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS ................................................................ 32

    4.1.DIMENSIONAMENTODALINHADEDISTRIBUIO .................................................................. 32

    4.2.DIMENSIONAMENTODALINHADEALIMENTAO .................................................................. 34

    4.3.PARMETROSPARASELEODORESERVATRIODEAR .................................................. 36

    4.4.ESCOLHADOCOMPRESSORDEAR .......................................................................................... 36

    4.5.DEFINIODOLAYOUT ............................................................................................................... 37

    5. CONSIDERAES FINAIS ......................................................................................................... 40

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................................................... 41

    ANEXO ACAMPO DE ATUAO DE CADA COMPRESSOR EM FUNO DA PRESSO XVAZO .................................................................................................................................................. 42

    ANEXO BDIMETRO COMERCIAL PARA TUBOS DE AO PRETO OU GALVANIZADOASTM A 120 SCHEDULE 40 ................................................................................................................ 43

    ANEXO CCOMPRIMENTO EQUIVALENTE DAS SINGULARIDADES.......................................... 44

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    1. INTRODUO

    O ar comprimido uma importante forma de energia, sendo o resultado da

    compresso do ar ambiente, que composto por oxignio, nitrognio e gases raros. O ar

    comprimido est presente em empresas de diferentes setores, como por exemplo:

    alimentcio, metalmecnico, moveleiro, entre outros.

    A histria demonstra que a utilizao do ar comprimido anterior a Da Vince, que

    em diversos inventos dominou e utilizou o ar. No antigo testamento, so encontradas

    referncias do uso do ar comprimido na fundio da prata, ferro, chumbo e estanho. No

    entanto, somente na segunda metade do sculo XIX que o ar comprimido adquiriu

    importncia industrial (PARKER, 2006).O ar comprimido vem sendo amplamente utilizado na indstria, aplicado como

    energia em diversos processos que necessitam de movimento, fora ou ambos em

    mquinas e ferramentas pneumticas. O ar comprimido bastante aplicado nas indstrias

    como condutor de energia, possuindo um excelente grau de eficincia, sendo

    insubstituvel em diversas reas, executando operaes com flexibilidade, gerando

    racionalizao do trabalho, economia, alm de proporcionar segurana ao trabalho.

    No presente trabalho, desenvolveu-se um dimensionamento de um sistema de arcomprimido para uma empresa de pequeno porte, localizada na cidade de Santa

    Rosa/RS. Tal empresa, no possui um sistema de ar comprimido em uma de suas

    unidades, sistema essencial para a realizao de determinadas atividades de produo,

    como a soldagem de lonas, rebitamento e aplicao de ilhs. Para um bom

    funcionamento das mquinas, o ar comprimido produzido deve ser limpo e seco.

    1.1. JUSTIFICATIVA

    A empresa atua no ramo de materiais e servios para revestimento, atendendo a

    rea residencial, industrial e comercial. No segmento de lonas, apresenta um portflio de

    produtos seriados e no seriados. No ramo no seriado atua na fabricao de toldos,

    coberturas, cortinas, entre outros. J no ramo seriado, desenvolve produtos para o

    segmento do agronegcio, sendo o principal, a cobertura de lona para tanque graneleiro

    de colheitadeiras de gros.

    Atualmente a empresa possui trs unidades de produo, sendo duas destas

    alugadas. Para diminuir os custos com os aluguis dos pavilhes, a empresa ir

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    permanecer com apenas duas unidades. Decidiu-se, portanto, que a empresa manter

    sua sede e uma de suas unidades com maior rea construda, que possui espao

    suficiente para acomodar uma nova produo. O problema d-se justamente por essa

    unidade ser a nica, dentre as trs, que no possui um sistema de ar comprimido

    instalado.

    Em vista disso, o dimensionamento do sistema ar comprimido justifica-se pelo fato

    da empresa utilizar o ar em vrios processos de fabricao, como a soldagem das lonas,

    aplicao de ilhs, rebitamento, entre outros.

    A implantao do sistema de ar comprimido fundamental, pois um sistema bem

    dimensionado pode atender a demanda atual de ar comprimido das mquinas

    pneumticas e oportunizar futuras ampliaes dos pontos de consumo. Assim, aempresa poder aumentar sua produo com a aquisio de mais mquinas, sem

    precisar substituir componentes do sistema, como o compressor, reservatrio ou as

    prprias tubulaes, o que implicaria em custos, devido aquisio destes componentes,

    mo-de-obra para a instalao, tempo sem produzir por falta de ar comprimido, entre

    outros.

    1.2. OBJETIVOS

    O objetivo geral do estudo dimensionar um sistema de ar comprimido,

    contemplando todas as etapas de produo, distribuio e preparao de ar comprimido,

    para que este chegue aos pontos de aplicao em condies de quantidade e qualidade

    suficientes, possibilitando um bom funcionamento das mquinas e ferramentas

    pneumticas. Os objetivos especficos so:

    Dimensionar a rede de distribuio de ar; Selecionar os acessrios da rede pneumtica;

    Planejar um sistema de ar comprimido que atenda s necessidades atuais,

    bem como necessidades futuras;

    Selecionar o reservatrio, de modo a garantir uma reserva de ar para o

    sistema;

    Selecionar o compressor, a partir da presso e vazo requeridas pelo

    sistema; Criar um layout para distribuio do ar comprimido.

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    2. REVISO DA LITERATURA

    No referencial terico so levantados os conceitos referentes pneumtica e

    identificados os componentes que fazem parte da produo, distribuio e

    tratamento do ar comprimido.

    2.1. AR COMPRIMIDO

    O ar comprimido o resultado da compresso do ar ambiente, que composto por uma mistura de oxignio (20,5%), nitrognio (79%) e alguns gases

    raros. Atualmente, cerca de 5 bilhes de toneladas de ar so comprimidas no mundo

    anualmente, produzindo um consumo de 400 bilhes de kWh, com um custo de 20

    bilhes de dlares (METALPLAN, 2010).

    Karmouche (2009) afirma que quase todas as plantas industriais, da pequena

    grande empresa, tem algum tipo de sistema de ar comprimido. O ar comprimido

    utilizado em vrias aplicaes como: ferramentas pneumticas, acionamentosmecnicos, controle de equipamentos e transporte de materiais. Entre os muitos

    processos industriais, os sistemas de ar comprimido tem um significativo papel na

    produo, correspondendo a uma parcela expressiva dos gastos com energia em

    uma unidade industrial.

    A palavra pneumtica derivada da raiz grega pneuma, que significa vento,

    flego, sopro. A pneumtica definida como a matria que se ocupa dos

    movimentos e fenmenos dos gases (FIALHO, 2011). Nesta mesma linha depensamento Parker Training (2006) sustenta que a pneumtica conceituada como

    a parte da fsica que abrange a dinmica e os fenmenos fsicos ligados aos gases

    ou vcuos.

    A pneumtica apresenta algumas vantagens, tais como:

    O ar comprimido no sofre oscilaes de temperatura, proporcionando

    um funcionamento seguro, mesmo quando as condies forem

    extremas (FIALHO, 2011).

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    Uma importante vantagem da pneumtica, conforme Bosch (2008) a

    quantidade, pois o ar existe em abundncia.

    Ainda segundo Fialho (2011) outra vantagem a limpeza, pois o ar

    comprimido utiliza o ar como fluido e por isso no h risco de poluio

    ambiental, mesmo que ocorram vazamentos no sistema.

    Outro privilgio do ar comprimido o transporte, pois ele pode ser

    conduzido por grandes distncias em tubulaes e nenhuma linha de

    retorno necessria, pelo fato de que a exausto de ar realizada

    atravs da abertura de descarga ao ambiente (BOSCH, 2008).

    O ar comprimido no possui perigo de incndio ou exploso. Mesmo se

    um componente falhar e acontecer uma exploso, a presso do ar

    usada em pneumtica considerada baixa (6 12 bar), j na hidrulica

    as presses de trabalho podem atingir at 350 bar (FIALHO, 2011).

    O ar comprimido pode ser armazenado em reservatrio. O reservatrio

    possui reserva de presso disponvel por algum tempo, permitindo que

    um trabalho seja executado, mesmo com o compressor no

    funcionando (BOSCH, 2008).

    Tambm necessrio mencionar outras vantagens da pneumtica

    como: a dimenso dos elementos de comando e ao pneumticos

    so menores e mais leves; permite alta velocidade de deslocamento e;

    os elementos pneumticos possuem segurana contra sobrecarga, ou

    seja, no sofrem nenhum dano, se solicitados em carga, at parar,

    funcionando normalmente quando a resistncia parar (FIALHO, 2011).

    preciso reconhecer que a pneumtica tambm apresenta algumas

    desvantagens:

    Uma das desvantagens do ar comprimido, citada por Silva (2002) que

    o ar apresenta umidade (vapor dgua). Esse vapor pode se condensar

    ao longo das tubulaes, dependendo das condies de temperatura e

    presso da linha pneumtica. Em vista disso, deve-se instalar um

    sistema para que o condensado seja retirado evitando danos ao

    sistema pneumtico.

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    O ar, assim como todos os gases, compressvel. Essa caracterstica

    impossibilita que a pneumtica trabalhe com velocidades uniformes e

    constantes durante seu curso (FIALHO, 2011).

    Para Silva (2002) o ar possui baixa viscosidade. A viscosidade indica a

    velocidade com que o fluido se movimenta. Se um fluido apresenta

    baixa viscosidade, a possibilidade de acontecer vazamentos grande.

    Em virtude disso, comum acontecer vazamentos em sistemas de ar

    comprimido.

    imprescindvel destacar, os custos expressivos da energia eltrica

    consumida em sistemas de ar comprimido. Muitas vezes, as indstrias

    consomem mais energia eltrica do que deveriam, em razo da

    deficincia de seu sistema. Portanto, promover a eficincia em

    sistemas de ar comprimido um desafio para as indstrias de

    transformao (KARMOUCHE, 2009).

    2.2. PROPRIEDADES FSICAS DO AR

    O ar apresenta caractersticas que merecem ser abordadas, pois, para que se

    possa dimensionar uma rede de ar comprimido preciso, antes de qualquer coisa,

    entender quais as caractersticas deste gs para prever seu comportamento

    mediante situaes diversas.

    Pode-se dizer que a compressibilidade, identificada na Figura 1, uma

    caracterstica que o ar apresenta de reduzir o seu volume quando sujeito aplicao

    de foras opostas, ou seja, foras essas que produzem um aumento de presso e

    uma diminuio do volume ocupado por ele. Esta propriedade fsica relacionada ao

    ar atmosfrico, talvez seja para a pneumtica a mais significativa, pelo fato de que

    por meio da compresso do ar atmosfrico que produzida a energia pneumtica,

    que em seguida transformada em transmisso de potncia ou trabalho pelos

    atuadores (FARIA, 2007).

    Nesta mesma linha de pensamento, Parker Training (2006) diz que a

    compressibilidade uma importante propriedade do ar.

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    O ar, assim como todos os gases, tem a propriedade de ocupar todo ovolume de qualquer recipiente, adquirindo seu formato, j que no temforma prpria. Assim, podemos encerr-lo num recipiente com volumedeterminado e posteriormente provocar-lhe uma reduo de volume usandouma de suas propriedades - a compressibilidade. Podemos concluir que oar permite reduzir o seu volume quando sujeito ao de uma fora exterior(PARKER TRAINING, 2006, p.5).

    Figura 1Compressibilidade do ar

    Fonte:Parker Training, 2006, p. 5.

    A elasticidade uma propriedade que possibilita ao ar retornar ao seu volume

    inicial, quando terminada a fora responsvel pela diminuio do volume (CORADI,

    2011).

    Parker Training (2006) salienta que a difusibilidade uma propriedade que o

    ar possui de misturar-se homogeneamente com gases que no estejam saturados.

    Fialho (2011) afirma que a expansibilidade uma caracterstica do ar, de

    adquirir a forma do recipiente que o contm, ocupando totalmente seu volume,

    mudando sua forma ao menor esforo.

    2.3. PRODUO E PREPARAO DO AR COMPRIMIDO

    Cabe destacar que o ar comprimido passa por um conjunto de etapas antes

    de ser utilizado. Estas etapas compreendem a produo e o tratamento do ar at ser

    distribudo nas mquinas. O ar sofre um tratamento aps ser comprimido, para que

    chegue aos pontos de consumo com qualidade (JESUS, 2012). A Figura 2

    apresenta um tpico sistema de ar comprimido.

    Segundo Silva (2002) o sistema apresentado na Figura 2, contm os

    equipamentos essenciais para fornecer ar comprimido de qualidade. O ar

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    comprimido produzido de forma centralizada e distribudo na fbrica. Aps ser

    comprimido, o ar sofre um tratamento que pode envolver diversos processos para a

    separao de impurezas a fim de atender as exigncias de qualidade do sistema

    que ele se destina.

    Figura 2Produo, distribuio e tratamento do ar comprimido

    Fonte:Silva, 2002, p. 25.

    Como visto na Figura 2, o ar aspirado passa pelo filtro que tem a funo de

    reter as partculas slidas existentes no ambiente, com o objetivo de proteger ocompressor. Depois de filtrado, o ar chega ao compressor onde comprimido. Aps

    sua compresso, o ar aquece, elevando sua temperatura, sendo necessrio resfria-

    lo com o auxlio de um resfriador. Na etapa seguinte, o ar passa por um processo de

    secagem com o objetivo de retirar a umidade presente no ar. O prximo passo o

    armazenamento do ar num reservatrio, para garantir uma reserva de ar,

    assegurando uma presso constante na linha, afim de que o compressor no

    necessite ser ligado e desligado diversas vezes. Por fim, o ar distribudo nafbrica, onde ele ser ajustado de acordo com as necessidades de cada mquina,

    com o auxlio de unidades de preparao de ar (JESUS, 2012).

    2.4. COMPRESSOR DE AR

    Compressor pode ser definido como uma mquina na qual a energia

    mecnica ou eltrica transformada em energia pneumtica (ar comprimido), por

    meio da compresso do ar ambiente (JESUS, 2012).

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    Os compressores so mquinas industriais que tem a finalidade de aumentar

    a energia dos gases atravs da elevao da presso. O compressor aspira ar

    atmosfrico e o comprime, elevando sua presso at um valor determinado

    realizao de trabalho. (CORADI, 2011).A Figura 3 mostra a classificao dos

    compressores existentes no mercado.

    Figura 3Classificao dos compressores

    Fonte:Parker Training, 2006, p. 12.

    Metalplan (2010) destaca que um sistema de ar comprimido eficiente comea

    pela definio do tipo de compressor mais adequado para realizar cada atividade. A

    escolha do compressor feita em funo da vazo e presso e pode ser identificada

    atravs do Grfico (vide anexo A).

    2.4.1. Compressores de deslocamento positivo ou volumtricos

    Nos compressores volumtricos ou de deslocamento positivo, o aumento de

    presso obtido com a diminuio do volume ocupado pelo gs. O ciclo de

    funcionamento destas mquinas inicia quando uma quantia de gs admitida dentro

    de uma cmara de compresso, que cerrada e sofre diminuio do volume.

    Posteriormente, aberta a cmara e o gs disponibilizado para o consumo

    (FIALHO, 2011).

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    Enquanto os compressores dinmicos (ou turbocompressores) ocupam a

    gama das grandes vazes e das grandes potncias, em virtude de seu alto

    rendimento e suas dimenses moderadas, os compressores de deslocamento

    positivo, sobretudo os de pisto, dominam a faixa das mdias e pequenas vazes.

    Conforme o tipo de movimento do elemento que interage com o fluido, enquanto

    este passa pela mquina, os compressores de deslocamento positivo so

    classificados em compressores alternativos e compressores rotativos (HENN, 2006).

    Henn (2006) afirma que o compressor de deslocamento positivo alternativo

    utiliza um sistema biela-manivela, que converte o movimento rotativo do motor de

    acionamento em movimento retilneo alternativo do pisto. Assim, um ciclo de

    operao se d a cada rotao do acionador. A cada ciclo, o pisto efetua um

    movimento de ida e de vinda em direo ao cabeote.

    O compressor alternativo de pisto um compressor de deslocamento

    oscilante, que comprime o ar atravs do movimento retilneo do pisto. O controle do

    ar na cmara de compresso realizado atravs de vlvulas de admisso e

    descarga (BOSH, 2008).

    Parker Training (2006) apresenta dois tipos de compressores alternativos de

    pisto:

    Compressor alternativo de pisto de simples efeito: Apresenta somente

    uma cmara de compresso, ou seja, apenas a face superior do pisto

    aspira e comprime o ar. Com o pisto em movimento descendente, a

    vlvula de admisso aberta, dando passagem ao ar que preenche a

    cmara de admisso. No movimento ascendente, o pisto comprime o

    ar at que se obtenha uma presso suficiente para abrir a vlvula dedescarga e liberar o ar para o sistema.

    Compressor de pisto de duplo efeito: Apresenta duas cmaras de

    compresso, ou seja, as duas faces do pisto aspiram e comprimem o

    ar. Quando o pisto est em movimento descendente, o ar admitido

    na cmara superior e comprimido e expulso na cmara inferior. No

    movimento ascendente, a cmara superior que havia admitido ar

    realiza sua compresso e a cmara inferior que havia realizado acompresso efetua a admisso e assim sucessivamente.

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    2.5. RESFRIADOR POSTERIOR

    O resfriador posterior, tambm chamado de After Cooler, um trocador de

    calor que resfria o ar comprimido aps sua compresso. Neste processo tem-se o

    surgimento do condensado, que deve ser retido evitando que a gua permanea nas

    tubulaes, o que prejudicial para um bom funcionamento do sistema. O

    resfriamento do ar comprimido pode ser feito de duas maneiras: por ar ou gua

    (ELETROBRS, 2005).

    Buck (2004) sustenta ser fundamental que o resfriador posterior esteja

    instalado antes dos secadores, para que a temperatura do ar comprimido possa ser

    reduzida para um nvel aceitvel. Neste processo, 50 a 75% do vapor de gua

    presente no ar retirado. As condies de admisso do compressor e o tipo de

    resfriador posterior vo determinar a quantidade exata de vapor de gua retirado.

    Nesta etapa de tratamento do ar comprimido, medida que reduzida a

    temperatura do ar, o vapor de gua condensa, sendo retirado em forma lquida.

    Somente na etapa que compreende o resfriamento e a secagem do ar

    comprimido, cerca de 80 a 90% do condensado devero ser precipitados.

    Atualmente, o resfriador posterior e o compressor esto reunidos em um nico

    conjunto (ELETROBRS, 2005).

    2.6. FILTRO DE AR

    Filtros so dispositivos aplicados na filtragem do ar sendo extremamentenecessrios para o bom funcionamento e vida til do sistema de ar comprimido. Eles

    so capazes de reter umidade e partculas presentes no ar (CORADI, 2011).

    oportuno lembrar que, o filtro de ar empregado em trs posies

    diferentes na rede de distribuio. Um filtro antes e um depois do secador de ar

    comprimido e outro no ponto de uso (METALPLAN, 2010).

    Metalplan (2010) afirma que o filtro instalado antes do secador (pr-filtro) tem

    a funo de separar o restante do condensado e sujeira que no foram totalmenteeliminadas pelo resfriador posterior, aumentando assim a capacidade do secador de

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    resfriar o ar comprimido. J o filtro instalado aps o secador de ar (ps-filtro) tem a

    funo de eliminar a umidade residual e as partculas slidas, nos secadores por

    refrigerao. Nos secadores por adsoro, o ps-filtro retm apenas as partculas

    slidas.

    O ar procedente da rede de distribuio pode conter umidade, impureza e

    contaminantes. A grande parte dessas impurezas contida no processo de

    tratamento do ar, mas as partculas pequenas que no foram retidas nesse processo

    ficam suspensas no interior da canalizao e so levadas pelo fluxo do ar

    comprimido, chegando s partes mveis das mquinas pneumticas, agindo como

    abrasivos, prejudicando seu funcionamento. O filtro instalado no ponto de uso

    empregado para minimizar esse problema, proporcionando uma melhor qualidade

    do ar (CORADI, 2011).

    Buck (2004) destaca ainda o filtro de ar de admisso empregado junto ao

    compressor, pois, durante seu funcionamento, os compressores movimentam

    volumes significativos de ar e, embora no se perceba, o ar apresenta sujeira que

    pode acumular-se em quantidade considervel se o ponto de entrada de ar no

    estiver em um local adequado. O filtro de ar tem a funo de deixar a qualidade do

    ar dentro de limites aceitveis, retendo uma quantidade de sujeira e materiais

    abrasivos que poderiam ser admitidos facilmente pelo compressor.

    2.7. SECADOR DE AR

    O ar possui vapor dgua que pode condensar devido variao da presso e

    temperatura ao longo da rede de distribuio do ar comprimido. Drenos e filtrosseparadores de gua tm o papel de retirar esse condensado da linha pneumtica.

    Porm, tais componentes no so capazes de retirar vapor dgua, por isso torna -se

    conveniente o uso de secadores de ar (SILVA, 2002).

    Gresh apud Coradi (2011) afirma que a compra de um secador de ar

    comprimido um alto investimento para a empresa. Um secador pode representar

    25% do valor total da instalao do ar comprimido. No entanto, o custo da aquisio

    do secador compensado pelos inmeros benefcios que ele traz, minimizando osprejuzos causados pelo ar mido, como por exemplo: substituio de componentes

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    pneumticos, impossibilidade de utilizar o ar em algumas operaes e o refugo

    gerado na produo de produtos. Diante do exposto, pode-se concluir que o uso do

    secador torna-se benfico ao sistema.

    Conforme faz notar Coradi (2011) so mltiplos os meios de secagem do ar

    comprimido. Os trs mais utilizados no mercado industrial e com melhores

    resultados finais so:

    Secagem por refrigerao: O secador de ar por refrigerao o tipo

    mais utilizado nas indstrias atualmente. Neste secador, o ar

    comprimido quente entra e atravessa um trocador de calor ar/ar, onde

    pr-resfriado pelo ar frio que est saindo do secador. Depois

    deslocado para outro trocador de calor fazendo com que sua

    temperatura diminua para cerca de 3 C. Isso faz com que o vapor

    dgua presente no ar seja condensado e eliminado do sistema. Para

    que o ar possa ser filtrado ele deve ser aquecido, passando novamente

    pelo trocador de calor ar/ar, resfriando o ar que est entrando e,

    consequentemente, aumentando sua temperatura (ELETROBRS,

    2005).

    Secagem por absoro: Os secadores por absoro utilizam um

    dessecante (agente de secagem) para absorver a umidade. O

    dessecante possui inmeros pequenos poros nos quais a gua

    retida. Assim, uma pequena parte do dessecante pode coletar uma

    grande quantidade de gua. Suas vantagens so: baixo ponto de

    orvalho e custo de operao moderado (BUCK, 2004).

    Secagem por adsoro: Os secadores por adsoro atuam atravs de

    substncias secadoras que adsorvem (ou seja, admitem uma

    substncia superfcie da outra) o vapor dgua, que com o auxlio do

    ar quente podem ser regeneradas. Para efetuar a limpeza do elemento

    secador, o sistema de adsoro possui um arranjo de circulao de ar

    quente em paralelo. Enquanto um lado regenerado (limpo) o outro

    pode ser utilizado. A substncia normalmente usada o dixido de

    silcio, conhecida como slica gel. O secador por adsoro mais caro

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    que os demais porm, o sistema mais efetivo para reter a umidade

    (SILVA, 2002).

    2.8. RESERVATRIO

    Segundo Buck (2004) em uma rede de ar comprimido indispensvel a

    presena do reservatrio de ar (Figura 4), que possua ampla capacidade de atender

    o consumo do sistema. Cabe destacar que o reservatrio tem vrias funes:

    Amortece as oscilaes da tubulao de descarga, resultando numa

    presso estvel no sistema; serve como reservatrio para tomar conta deconsumos repentinos ou no usuais pesados, mas mais elevados que acapacidade do compressor; elimina ou reduz a troca muito frequente dasoperaes em carga ou em alvio do compressor. Adicionalmente servepara condensar alguma umidade que possa estar presente no arcomprimido que sai do compressor ou que no foi separada no resfriadorposterior (BUCK, 2004, p. 227).

    Figura 4Reservatrio e seus principais componentes

    Fonte:Reis apudFaria, 2007, p. 42.

    imprescindvel destacar que, na seleo de reservatrios de ar comprimido,

    deve-se ter ateno especial a segurana. Muitos so os casos de acidentes fatais

    que envolvem reservatrios fora de normas tcnicas e que no so inspecionados

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    periodicamente, sendo tais inspees obrigatrias pela legislao brasileira

    (METALPLAN, 2010).

    O reservatrio um vaso de presso e, portanto, deve ser calculado,

    projetado e construdo conforme as normas dos pases em que foram

    desenvolvidos. A norma de segurana brasileira NR-13 acompanha a norma

    americana da ASME (American Society of Mechanical Engineers) (ELETROBRS,

    2005).

    Segundo NR-13 (2008), constitui-se risco grave e eminente a falta de

    qualquer um dos itens abaixo no vaso de presso:

    Vlvula ou outro dispositivo de segurana com presso de abertura

    ajustada em valor igual ou inferior Presso Mxima de Trabalho

    Admissvel (PMTA), instalada diretamente no vaso ou no sistema que o

    inclui;

    Dispositivo de segurana contra bloqueio inadvertido da vlvula quando

    esta no estiver instalada diretamente no vaso;

    Instrumento que indique a presso de operao.

    Ainda, conforme NR-13 (2008) os reservatrios de ar comprimido devem ser

    instalados de forma que sua inspeo e manuteno sejam facilitadas, de modo que

    os drenos, respiros, indicadores de nvel, presso e temperatura sejam acessveis.

    Parker Training (2006) afirma que para dimensionar o volume de um

    reservatrio de ar comprimido, necessrio adotar a seguinte regra:

    Para compressores de pisto: volume do reservatrio = 20% da vazo

    total do sistema (em m/min);

    Para compressores rotativos: volume do reservatrio = 10% da vazo

    total do sistema (em m/min).

    A presso de regime tambm deve ser identificada. A presso de regime a

    presso em que o ar se encontra armazenado no reservatrio (7 a 12 kgf/cm) e

    deve ser maior do que a presso de trabalho utilizada pelos automatismos

    pneumticos, geralmente 6 kgf/cm (FIALHO, 2011).

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    2.9. REDES DE DISTRIBUIO

    Coradi (2011) afirma que utilizar um compressor prprio para cada mquina

    pneumtica possvel somente em casos isolados. Em lugares com muitos pontos

    de uso, a distribuio do ar comprimido feita pelas tomadas prximas aos

    utilizadores. Basicamente a rede de distribuio do ar comprimido composta por

    tubulaes que ligam o reservatrio aos pontos de utilizao. Para uma melhor

    eficincia na distribuio do ar comprimido importante definir um layout que

    apresente a rede de distribuio principal, as ramificaes e os pontos de consumo.

    Assim, torna-se mais fcil definir o tipo de rede de distribuio a ser implantada, com

    o menor percurso possvel, a fim de diminuir a perda de carga e os custos.

    As tubulaes pneumticas devem ser instaladas em locais adequados para

    facilitar a realizao de manutenes peridicas, auxiliando a deteco de fugas de

    ar. Pequenos vazamentos podem parecer insignificantes, mas provocam

    expressivas perdas de presso. H trs tipos principais de redes de distribuio:

    Rede em circuito aberto, rede em circuito fechado e rede combinada, apresentadas

    na Figura 5 (JESUS, 2012).

    Figura 5Tipos de redes de distribuio

    Fonte:Adaptado de Silva, 2002, p. 36 e p. 37.

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    Segundo Fialho (2011) a rede em circuito aberto utilizada quando se deseja

    alimentar pontos localizados a um maior distncia ou isolados. Como o ar

    comprimido flui em uma nica direo neste tipo de rede de distribuio, os pontos

    de consumo dificilmente sero alimentados de maneira uniforme.

    Cabe destacar que o tipo de rede mais utilizado nas indstrias o sistema de

    rede em circuito fechado. Nesse sistema, a rede de distribuio ocupa toda a

    extenso da indstria, fazendo com que ocorra uma distribuio uniforme de ar

    comprimido em todos os pontos, pelo fato do ar fluir nos dois sentidos. Esse sistema

    tm ainda a vantagem de poder instalar novos pontos de consumo, que no foram

    previstos no projeto (FIALHO, 2011).

    A rede combinada descrita por Silva (2002) como sendo tambm um

    sistema em circuito fechado. O que difere a presena de vlvulas de fechamento

    que provocam o bloqueio de determinadas linhas de ar comprimido, quando estas

    estiverem em manuteno ou no forem usadas.

    Como faz notar Fialho (2011) a linha de alimentao de cada mquina deve

    estar localizada na parte superior da linha de distribuio, conforme apresentado na

    Figura 6. Tal procedimento recomendado para evitar que o condensado presente

    na linha de distribuio seja arrastado para a linha de alimentao.

    Figura 6Instalao da linha de alimentao

    Fonte:Parker Training, 2006, p. 53.

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    O ar que circula pela tubulao da rede pneumtica, sofre o efeito da

    condensao, devido s variaes de temperatura ambiente, que ocorrem ao longo

    do ano. Para que a condensao no prejudique o funcionamento dos componentes

    pneumticos, ela retirada do sistema atravs de purgadores instalados no final das

    linhas verticais de alimentao (FIALHO, 2011).

    As tubulaes devem possuir uma inclinao de 0,5 a 2% do comprimento do

    tubo no sentido do fluxo, para que eventuais condensaes e impurezas presentes

    ao longo da tubulao sejam recolhidas com maior facilidade, sendo eliminadas por

    meio de drenos (FARIA, 2007).

    Segundo Coradi (2011) muito importante presena de vlvulas de

    fechamento na rede de distribuio de ar comprimido, em especial para redes

    maiores, para permitir que ela possa ser dividida em sees, ficando assim isoladas,

    possibilitando sua inspeo e manuteno. Dessa maneira, evita-se que outras

    sees sejam atingidas, paralisando a produo da empresa.

    2.10. UNIDADE DE PREPARAO DO AR COMPRIMIDO

    O ar comprimido, antes de ser utilizado em uma mquina ou ferramenta

    pneumtica, passa por uma unidade de conservao ou unidade de preparao, que

    composta por um filtro, uma vlvula reguladora de presso e um lubrificador. Estas

    unidades contribuem para uma melhor eficincia nas mquinas, pois ajustam as

    caractersticas do ar de forma especfica para ser usado em cada mquina (SILVA,

    2002).

    A aplicao da unidade de condicionamento ou lubrefil fundamental emvrios sistemas, do mais simples ao mais sofisticado, que utilizam o ar comprimido

    como fonte de energia. A utilizao dessa unidade possibilita maior vida til dos

    componentes pneumticos, pois permite que eles funcionem em condies ideais de

    trabalho. O bom funcionamento dos componentes pneumticos depende, antes de

    tudo, da filtragem, da umidade, da presso de alimentao da mquina e da

    lubrificao das partes mveis (BLOCH apudCORADI, 2011).

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    2.11. DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAES

    Fialho (2011) afirma que o dimetro mnimo da tubulao principal de ar

    comprimido, pode ser obtido pela Equao 1. O dimetro das linhas de alimentao

    tambm pode ser encontrado aplicando a mesma equao. Mas, para isso, deve-se

    ajustar os valores das variveis vazo e comprimento total.

    Onde:

    d = Dimetro interno da tubulao, em mm;

    Q = Volume de ar corrente: Vazo total das mquinas + Futura

    ampliao, em m/h;

    Lt = Comprimento total da linha: Somatrio do comprimento linear da

    tubulao e do comprimento equivalente originado das singularidades

    (ts, curvas, registros, etc.), em m;

    P = Queda de presso admitida: Perda de carga em funo dos

    atritos internos da tubulao e singularidades, em kgf/cm;

    P = Presso de regime: Presso do ar armazenado no reservatrio, em

    kgf/cm.

    O dimetro comercial dos tubos pode ser estabelecido por meio do

    Quadro (vide anexo B) para tubos de ao preto ou galvanizado ASTM A 120

    SCHEDULE 40 (FIALHO, 2011).

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    3. METODOLOGIA

    3.1 . MTODOS E TCNICAS UTILIZADOS

    Um sistema de ar comprimido bem dimensionado poder proporcionar um menor

    custo de produo para a empresa, em virtude do menor consumo de energia, alm de

    um melhor rendimento e maior vida til dos equipamentos pneumticos. Diante disso,

    procurou-se determinar da maneira mais simples possvel o melhor caminho para efetuar

    o dimensionamento do sistema de ar comprimido.

    O primeiro passo foi o levantamento das mquinas que faro uso do ar

    comprimido. Nesta etapa foi identificado o volume total de ar que ser consumido pelosequipamentos pneumticos, bem como a presso necessria que deve chegar a cada

    mquina para seu correto funcionamento.

    A etapa 2 serviu para determinar a localizao das linhas de alimentao e

    distribuio de ar comprimido. Aps, estimou-se os comprimentos retilneos das linhas

    pneumticas. Tambm, levantaram-se as singularidades necessrias para a construo

    das tubulaes.

    Na sequncia, identificou-se a queda de presso admitida para o sistema edeterminou-se a presso de regime. Com os dados levantados partiu-se para a prxima

    etapa do trabalho: Anlises e discusses.

    CAPACIDADE DE AR REQUERIDA

    Cabe destacar a importncia de se conhecer a exata necessidade de ar

    comprimido que ser consumida pelas mquinas pneumticas, pois uma avaliaoprecisa, no s ir proporcionar uma capacidade apropriada para hoje, mas, tambm,

    garantir uma capacidade adicional para futuras ampliaes dos pontos de consumo.

    preciso tomar cuidado, pois, uma avaliao abaixo da necessidade de consumo

    ir fazer com que o ar chegue com presso e vazo insuficiente nos equipamentos e

    impossibilite ampliaes futuras. Por outro lado, uma avaliao acima das reais

    necessidades de consumo ocasionar em um investimento de capital excessivo para a

    empresa.

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    A capacidade de ar requerida depende do volume de ar corrente e da

    presso. O volume de ar corrente ou vazo o volume de ar por hora que ser

    consumido pelos equipamentos pneumticos, supondo que todos eles estejam em

    funcionamento ao mesmo tempo. Para determinar a vazo, deve-se somar o

    consumo total de ar de cada equipamento pneumtico.

    O conhecimento da presso que cada mquina necessita outro importante

    fator a ser identificado. A maioria dos equipamentos pneumticos industriais operam

    a uma presso de 6 bar.

    Para efeito dos clculos de dimetro da tubulao, investigaram-se os

    equipamentos pneumticos que devem ser alimentados pelo sistema de ar

    comprimido e descritas algumas funes bsicas que cada equipamento realiza na

    empresa, o resultado pode ser observado a seguir:

    01 rebitador pneumtico: usados principalmente para fixar a lona na

    estrutura metlica de toldos e cortinas.

    01 ilhoseira: usados para perfurar e aplicar ilhs em lonas.

    05 mquinas de solda eletrnica: Utilizadas para solda de alta

    frequncia. Tem a funo de unir as lonas sem a necessidade de

    costura.

    O Quadro 1 resume de maneira simplificada a vazo, presso e a quantidade

    de cada equipamento pneumtico da empresa:

    Quadro 1Mquinas pneumticas

    Equipamentos Qtde Presso Vazo Unitria Vazo Total

    Mquina de solda 6 6 kgf/cm 17 m/h 102 m/h

    Rebitador 1 6 kgf/cm 22 m/h 22 m/h

    Ilhoseira 1 6 kgf/cm 26 m/h 26 m/h

    TOTAL 150 m/h

    Como visto, a vazo total das mquinas pneumticas de 150 m/h. de

    fundamental importncia, somar vazo total um percentual estimado para umafutura ampliao dos pontos de consumo.Estudos mostram que, se a expanso no

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    estiver precisamente definida, deve-se estimar cerca de 50% para futuras

    ampliaes. Em vista disso, o percentual estimado foi de 50%.

    Somando-se a vazo total das mquinas e o percentual de futura ampliao

    chegou-se a vazo total de 225 m/h. Essa vazo ser utilizada para os clculos de

    dimensionamento das tubulaes, do reservatrio e do compressor.

    COMPRIMENTO DAS LINHAS E SINGULARIDADES

    Para esta etapa, foram feitas diversas medies a fim de se determinar o

    comprimento da linha de distribuio e da linha de alimentao, bem como a

    localizao destas.

    A linha de distribuio, que leva o ar comprimido da casa do compressor at

    as linhas de alimentao, ficou com comprimento de 90 m.

    As linhas de alimentao, que conduzem o ar comprimido da linha de

    distribuio aos pontos de uso, obteve um comprimento de 2,70 m.

    As singularidades (curvas, registros, ts), necessrias s linhas de

    distribuio tambm foram identificadas nesta etapa. preciso destacar que, para o

    planejamento da rede, adotaram-se as singularidades com menor restrio ao fluxo,

    ou seja, com menor perda de carga.

    QUEDA DE PRESSO ADMITIDA

    O ar comprimido, ao deslocar-se pela tubulao sofre uma perda de carga, ou

    queda de presso, em virtude das perdas pelo atrito ao longo da tubulao e pelas

    singularidades. Estudos apontam que, para um bom desempenho do sistema, a

    queda de presso no deve ultrapassar 0,3 kgf/cm.

    PRESSO DE REGIME

    Para o dimensionamento das tubulaes de ar comprimido necessrio

    conhecer a presso de regime. As mquinas pneumticas identificadas na empresaoperam a uma presso de trabalho de 6 kgf/cm. Porm, para que o ar chegue com

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    esta presso nas mquinas preciso que o ar comprimido esteja a uma presso

    superior a esta no reservatrio, em virtude das perdas de carga e eventuais picos de

    consumo.

    Como visto, a presso de regime gira em torno de 7 a 12 kgf/cm. Em vista

    disso, para os dimensionamentos das tubulaes optou-se por utilizar uma presso

    de regime de 9 kgf/cm.

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    4. APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS

    Aps o estudo detalhado do ar comprimido e dos elementos que compem o

    sistema de produo, distribuio e preparao do ar e a definio da metodologia a ser

    seguida, partiu-se para o dimensionamento das linhas de distribuio e de alimentao, o

    clculo do reservatrio, a escolha do compressor e por fim, a apresentao do layout das

    tubulaes pneumticas.

    4.1. DIMENSIONAMENTO DA LINHA DE DISTRIBUIO

    A linha de distribuio conduz o ar comprimido da casa do compressor s linhas dealimentao. Para obter suas caractersticas, realizaram-se diversas medies na

    empresa e coletadas informaes fundamentais para efetuar o dimensionamento da

    tubulao. As caractersticas da linha de distribuio esto apresentadas abaixo:

    Comprimento da tubulao linear........................................... 90 m;

    Queda de presso admitida ................................................... 0,3 kgf/cm;

    Presso de regime ................................................................. 9 kgf/cm;

    Volume de ar consumido + previso de ampliao................ 225 m/h.

    Singularidades:

    11 curvas de 90 raio longo

    9 ts roscados com fluxo em linha

    1 t roscado com fluxo em ramal

    4 vlvulas do tipo gaveta roscadas

    necessrio conhecer o comprimento equivalente de todas as singularidades para

    realizar o dimensionamento da tubulao. Porm, ao analisarmos o Quadro (vide anexo

    C), constatamos que h a necessidade de um dimetro nominal.

    O dimetro nominal encontrado pela Equao 1. Primeiramente, no se

    considerou a existncia das singularidades, ou seja, somente considerou-se o

    comprimento da tubulao retilnea.

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    Pode-se notar que o dimetro interno obtido foi de 41,6 mm. No entanto, para

    encontrar o comprimento equivalente das singularidades preciso conhecer o

    dimetro nominal correspondente, que pode ser encontrado no Quadro (vide anexo

    B) para tubos de ao preto ou galvanizado ASTM A 120 SCHEDULE 40.Examinando o Quadro (vide anexo B) no se constatou dimetro interno igual

    a 41,6mm, ento, optou-se por escolher um dimetro ligeiramente superior. O

    dimetro interno encontrado foi de 52,5 mm que corresponde ao dimetro nominal

    de 2 pol.

    O dimetro nominal 2 pol um dimetro de referncia usado para consulta do

    comprimento equivalente das singularidades.

    Utilizando o dimetro de 2 pol e conhecendo as singularidades da linha dedistribuio, pode-se encontrar o comprimento equivalente. O comprimento obtido foi

    de 38,34 m e pode ser visto no Quadro 2.

    Quadro 2 - Singularidades da linha de distribuio e seus comprimentos

    equivalentes

    Qtde Comprimento equivalente (m) Total (m)

    Curva 90 de raio longo roscada 11 1,1 12,1

    T roscado com fluxo em linha 9 2,3 20,7

    T roscado com fluxo em ramal 1 3,7 3,7

    Vlvula do tipo gaveta, roscada 4 0,46 1,84

    Comprimento Equivalente Total (L1) 38,34 m

    Singularidades

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    Assim, o comprimento total da linha tronco (Lt) ser:

    Aplicando novamente a Equao 1, temos:

    Analisando o Quadro (vide Anexo B) pode-se notar que, mesmo considerando

    a queda de presso devido s singularidades o dimetro ainda corresponde ao tubo

    de dimetro 2 pol.

    4.2. DIMENSIONAMENTO DA LINHA DE ALIMENTAO

    Vale notar que o dimensionamento da linha de alimentao pode ser feito

    utilizando tambm a Equao 1. No entanto, deve-se ajustar o valor da varivelcomprimento (Lt) e da varivel vazo (Q).

    So oito as linhas de alimentao, portanto, deve-se dividir a vazo total pelo

    n de linhas de alimentao.

    A linha de alimentao apresenta as seguintes caractersticas:

    Comprimento da tubulao linear......... 2,70 m; Queda de presso admitida ................. 0,3 kgf/cm;

    Presso de regime ............................... 9 kgf/cm;

    Volume de ar ........................................ 28,125 m/h.

    Singularidades:

    2 ts roscados com fluxo em ramal

    1 curva 180 raio longo roscada

    2 curvas 45 roscadas

    1 vlvula do tipo gaveta roscada

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    Aplicando a Equao 1, temos:

    Analisando o Quadro (vide anexo B), percebe-se que h o dimetro nominal

    3/8 pol, que seria usado no clculo. No entanto, o Quadro (vide anexo C) no possuital dimetro.

    Em vista disso, adotou-se o dimetro 1/2 pol, ligeiramente superior a 3/8 pol e

    que consta no Quadro (vide anexo C).

    Utilizando o dimetro de 1/2 pol e sabendo quais so as singularidades da

    linha de alimentao, pode-se encontrar o comprimento equivalente. O comprimento

    equivalente encontrado foi de 4,29 m e pode ser analisado no Quadro 3.

    Quadro 3 - Singularidades da linha de alimentao e seus comprimentos

    equivalentes

    Qtde Comprimento equivalente (m) Total (m)

    Curva 180 raio longo roscada 1 1,1 1,1

    Curva 45 roscada 2 0,21 0,42

    T roscado com fluxo em ramal 2 1,3 2,6

    Vlvula do tipo gaveta, roscada 1 0,17 0,17

    Comprimento Equivalente Total (L1) 4,29 m

    Singularidades

    Assim, o comprimento total da linha tronco (Lt) ser:

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    Aplicando novamente a Equao 1, temos:

    Como explicado anteriormente, o tubo a ser escolhido o de dimetro

    nominal 1/2 pol, j que o tubo de dimetro 3/8 pol no consta no Quadro (vide anexo

    C).

    4.3. PARMETROS PARA SELEO DO RESERVATRIO DE AR

    Como visto, para dimensionar o volume do reservatrio de ar comprimido

    utilizando um compressor de pisto, adota-se a seguinte regra:

    Volume do reservatrio = 20% da vazo total do sistema (em m/min).Sendo a vazo total do sistema igual a 225 m/h (3,75 m/min).

    Ento:

    Volume do reservatrio = 20% de 3,75 m/min

    Volume do reservatrio = 0,75 m

    Portanto, o volume do reservatrio ser de 0,75 m. A presso de regime j conhecida, 9 kgf/cm.

    4.4. ESCOLHA DO COMPRESSOR DE AR

    A escolha do compressor pode ser feita utilizando o Grfico (vide anexo A),

    mas para isso, deve-se conhecer a vazo total e a presso do compressor.

    Como a presso do ar armazenado no reservatrio est a uma presso de 9

    kgf/cm, o compressor deve ter uma presso superior a esta para conseguir

    comprimir o ar comprimido para o interior do reservatrio.

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    Para a escolha do compressor adotou-se uma presso de 10 kgf/cm (9,81

    bar), ligeiramente superior encontrada no reservatrio. A vazo total j

    conhecida: 225 m/h.

    Com a presso e a vazo identificadas, pode-se partir para a escolha do

    compressor (vide anexo A).

    Analisando o Grfico (vide anexo A), percebe-se o campo de atuao de cada

    compressor em funo da vazo e presso. Cruzando as variveis (vazo e

    presso) nota-se que o compressor indicado foi o compressor de mbolo ou

    compressor de pisto. Portanto, o compressor escolhido para o sistema de ar

    comprimido da empresa o compressor de deslocamento positivo alternativo de

    pisto.

    4.5. DEFINIO DO LAYOUT

    O correto dimensionamento da rede pneumtica contribui para que o ar

    alimente os equipamentos com a quantidade necessria de ar comprimido, alm de

    diminuir a perda de carga (queda de presso) entre a produo e os pontos de

    consumo e minimizar os custos com energia.

    Para tanto, faz-se necessrio definio de um layout, para determinar o

    menor caminho possvel para a tubulao, bem como definir o tipo de rede de

    distribuio a ser adotado, analisando as vantagens e desvantagens de cada um

    dos tipos. Assim pode-se obter o comprimento das tubulaes nos diversos trechos.

    Optou-se por escolher uma rede de circuito fechado, pois este tipo de rede

    possui a vantagem do ar poder fluir nos dois sentidos, permitindo que os pontos deconsumo sejam alimentados de maneira uniforme, alm de favorecer a instalao de

    pontos de consumo ainda no previstos.

    Os layouts da linha de distribuio e da linha de alimentao foram

    elaborados com o auxlio do software Solidworks.

    A linha de distribuio, que liga a casa do compressor s linhas de

    alimentao, pode ser observada na Figura 7.

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    Figura 7Layout da linha de distribuio

    Atravs da Figura 7 pode-se perceber o layout da linha de distribuio de ar

    comprimido com as dimenses propostas.A linha de alimentao, que liga a linha de distribuio ao ponto de consumo,

    pode ser analisada na Figura 8.

    Figura 8Layout da linha de alimentao

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    Pode-se perceber que as linhas de alimentao dos equipamentos

    pneumticos foram planejadas para sarem pela parte superior da linha de

    distribuio, para evitar que o condensado, que possa estar presente na linha de

    distribuio, seja arrastado para a linha de alimentao.

    Cabe destacar tambm, que cada linha de alimentao ser dotada de uma

    unidade de preparao de ar munida de um registro, para que possibilite realizar a

    manuteno da unidade de preparao ou do dreno, sem a necessidade de desligar

    parte da linha de distribuio, o que afetaria outros equipamentos conectados nesta

    linha.

    A Figura 9 mostra a localizao das linhas de distribuio principal e de

    alimentao na empresa, bem como a casa do compressor.

    Figura 9Layout geral

    Cabe destacar que as mquinas 1, 2 e 3 devem ser dispostas onde existe a

    produo de toldos e cortinas. J as mquinas 4, 5, 6, 7 e 8 que atualmente

    encontram-se na unidade que ser desalugada, vo ser transferidas para essa

    unidade, que tm maior rea construda e espao suficiente para acomodar as duas

    produes.

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    5. CONSIDERAES FINAIS

    O dimensionamento do sistema de ar comprimido foi necessrio pelo fato da

    empresa no possuir tal sistema em uma de suas unidades, sendo este essencial

    para a realizao de determinados processos de fabricao, como a soldagem de

    lonas, aplicao de ilhs e rebitamento.

    Atravs da reviso bibliogrfica foi possvel conhecer as etapas de produo,

    distribuio e preparao do ar comprimido. A coleta de dados referente s

    mquinas pneumticas e a anlise do local a ser instaladas as linhas de distribuio

    e de alimentao foram o passo seguinte.

    Procurou-se construir um sistema de ar comprimido eficiente, que garanta

    uma capacidade adequada para hoje e possibilite ampliaes futuras. Sabe-se que

    um sistema subdimensionado poderia provocar uma presso de ar inadequada,

    provocando baixo rendimento das mquinas e por consequncia baixa

    produtividade. Por outro lado, um superdimensionamento acarretaria em um

    investimento excessivo de capital.

    A seleo do compressor e reservatrio foi fundamental para garantir um

    fornecimento adequado de ar comprimido, proporcionando confiabilidade ao

    sistema. Uma escolha equivocada implicaria em uma produo de ar inadequada e

    um possvel aumento no consumo de energia eltrica. oportuno destacar que a

    definio do layout da rede pneumtica, aliado aos dimetros das tubulaes

    encontrados deve contribuir para que as mquinas sejam alimentadas de maneira

    uniforme e com quantidade suficiente.

    Pode-se concluir que o sistema dimensionado poder produzir ar comprimidocom qualidade, em virtude da utilizao de componentes capazes de deixar o ar

    com as caractersticas desejadas.O sistema dimensionado ser capaz de fornecer

    presso e vazo suficientes para atender as necessidades das mquinas,

    proporcionando um bom desempenho e uma maior vida til dos automatismos

    pneumticos.

    Cabe destacar que este estudo originou-se como um desafio e tornou-se uma

    grande oportunidade para testar os conhecimentos empricos e desenvolv-los demaneira a buscar solues para o problema encontrado.

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    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BOSCH. Tecnologia de ar comprimido. Campinas, 2008.

    BUCK, B. Manual de ar comprimido e gases. So Paulo: Prentice Hall, 2004.

    CORADI, F. E. Anlise energtica e econmica na rede de distribuio de ar de umaindstria de autopeas. 2011. Dissertao (Mestrado em Engenharia da Energia)CentroFederal de Educao Tecnolgica de Minas Gerais, Universidade Federal de So Joo DelRei, So Joo Del Rei, 2011.

    ELETROBRS. Eficincia energtica em sistemas de ar comprimido. Rio de Janeiro,2005.

    FARIA, R. R. de. Elementos de pneumtica e automao, classificao edimensionamento de atuadores: Aplicao ao caso de plataformas de embarque dedeficientes fsicos em veculos do transporte urbano coletivo. 2007. Monografia

    (Graduao em Engenharia de Controle e Automao) Universidade Federal de OuroPreto, Ouro Preto, 2007.

    FIALHO, A. B. Automao pneumtica: Projetos, dimensionamento e anlise decircuitos. 7. ed. So Paulo: rica, 2011.

    HENN, E. L. Mquinas de fluido.2. ed. Santa Maria: Ed. da UFSM, 2006.

    JESUS, C. S. A. de. Otimizao energtica em uma unidade industrial O caso daCerutil. 2012. Dissertao (Mestrado em Engenharia Eletrotcnica / Energia e AutomaoIndustrial) Escola Superior de Tecnologia e Gesto de Viseu, Instituto Politcnico deViseu, 2012.

    KARMOUCHE, A. R. Anlise da eficincia energtica em compressores a pisto emsistemas de ar comprimido. 2009. Dissertao (Mestrado em Engenharia Eltrica) Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2009.

    METALPLAN. Manual de ar comprimido. 4 ed. 2010.

    NR 13. Caldeiras e vasos de presso.2008.

    PARKER TRAINING. Dimensionamento de redes de ar comprimido. Jacare, 2006.Apostila M1004 BR.

    SILVA, E. C. N. PMR2481 Sistemas Fluidomecnicos. Apostila Pneumtica.Departamento de Engenharia Mecatrnica e de Sistemas Mecnicos, Escola Politcnica daUSP, So Paulo, 2002.

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    ANEXO ACAMPO DE ATUAO DE CADA COMPRESSOR EM FUNO

    DA PRESSO X VAZO

    Fonte:Adaptado de Faria, 2007, p. 31.

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    ANEXO BDIMETRO COMERCIAL PARA TUBOS DE AO PRETO OU

    GALVANIZADO ASTM A 120 SCHEDULE 40

    Fonte: Fialho, 2011, p. 288 e 289.

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    ANEXO CCOMPRIMENTO EQUIVALENTE DAS SINGULARIDADES

    Fonte: Fialho, 2011, p. 290 e 291.