editoracao de livro
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Organizadora
Snia Queiroz
Editoraoarte e tcnica2 ed. rev. e aum.
Belo Horizonte
FALE/UFMG
2008
1 edio 1996
Diretor da Faculdade de Letras
Prof. Jacyntho Jos Lins Brando
Vice-DiretorProf. Wander Emediato de Souza
Comisso Editorial
Eliana Loureno de Lima ReisElisa Amorim VieiraLucia Castello BrancoMaria Cndida Trindade Costa de SeabraMaria Ins de Almeida
Reviso e normalizao
Aline Sobreira
Formatao
Aline Sobreira
Reviso de provas
Aline Sobreira
Anderson Freitas
Capa e projeto grfico
Mang Ilustrao e Design Grfico
Endereo para correspondncia:
FALE/UFMG Setor de PublicaesAv. Antnio Carlos, 6627 sala 2015A
31270-901 Belo Horizonte/MGTelefax: (31) 3409-6007e-mail: [email protected]
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Sumrio
Apresentao . 5Snia Queiroz
A organizao do trabalho do texto . 8Mitsue Morissawa
O manuscrito e o processo de edio . 11Mitsue Morissawa
O preparador de originais . 18
Mitsue MorissawaAs ferramentas do preparador . 22Mitsue Morissawa
Os aspectos formais do livro . 26Mistsue Morissawa
Reviso de provas grficas . 46
Ana Maria de MoraesEncontro com Ana Maria de Moraes:pensamentos sobre editorao . 53Bernardo Romagnoli Bethonico
Paratexto: espao do livro, margem do texto . 58Eliana Scotti Muzzi
Leitura de ttulos . 63
Eliana Scotti MuzziO revisor como tradutor . 76Elzira Divina Perptua
O Guardio de Babel em Poos de Caldas . 89Csar Geraldo Guimares
A crnica do encadernador . 93
Ludgero Borges
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Universidade Federal de Ouro Preto a partir da leitura dedirios de brasileiras semi-letradas, nos conduz a refletirsobre o papel dos editores enquanto intermedirios entreautor e leitor, funo que ela compara dos tradutores.
Csar Guimares professor do Departamento deComunicao da UFMG nos introduz no fantstico mundo doencadernador Ludgero Borges, personagem descoberto pelaoficina de editorao realizada em Poos de Caldas em 1988 eautor da crnica que encerra o volume, narrando as emoespor que podemos passar ao transformar um texto velhascartas de amor, por exemplo neste objeto fabuloso a que
chamamos livro.
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A organizao do trabalho do texto
Mitsue Morissawa
Compreendendo toda a chamada fase pr-industrial daeditorao, a organizao do trabalho de texto implica aparticipao de trs elementos bsicos: o editor de texto, opreparador de originais e o diagramador.
Embora no faa parte da editorao propriamente dita,a elaborao do manuscrito pelo autor vai determinar o graude complexidade do trabalho nessa fase, implicando maior oumenor demora na produo do livro. Desse modo, sempre
til que o editor tenha critrios prprios de recepo dosmanuscritos para evitar o encargo de adequ-los produoeditorial, que cria imensas dores de cabea para osprofissionais envolvidos na editorao.
Na medida em que o grosso das obras acadmicasresulta de trabalhos elaborados para apresentao em bancasde tese, congressos, colquios, conferncias, etc., aapresentao grfica raramente est de acordo com o queseria requerido para a agilidade do trabalho editorial.
A edio de texto
Por uma tendncia natural da diviso de trabalho dentro daseditoras, a edio de texto ganha formas cada vez maisdefinidas. Pode-se dizer que nessa etapa se definem as linhasgerais de lida com o manuscrito, o aparato que deve
acompanh-lo, a organizao ideal das partes constitutivas, oestilo editorial, a sistemtica dos componentes e muitas vezesat mesmo o registro lingstico. E, de comum acordo com osenvolvidos na produo grfica, tambm se estabelecem osdetalhes grficos do livro.
Nessa gama de responsabilidades, o editor de texto vaibuscar dar ao contedo do manuscrito os elementos que o
tornaro um livro dentro dos padres exigidos pela casa
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caso. Isso era importante para o diagramador fazer seusclculos de volume. Hoje os programas fornecem a ele onmero de caracteres digitados.
importante, contudo, continuar observando a dupla
entrelinha e a apresentao, junto com o disquete, domanuscrito impresso.
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O preparador de originais
Mitsue Morissawa
Caractersticas e funes
O desenvolvimento dos recursos grficos e o aumento domercado de consumidores de livros, com a conseqenteacelerao do ritmo da produo editorial, vo determinandoaos poucos um cada vez maior nmero de especializaes narea. O que antes era tarefa do copista da Antigidade e dotipgrafo-impressor da Idade Mdia, foi dividido com o fillogoat o meado do sculo XIX, e posteriormente as tarefas deste
passaram a constituir parte daquelas incumbidas ao editor detexto.
O editor de texto como preparador de originais no ainda hoje algo definido no confuso organograma da maioriadas editoras. A tendncia, no entanto, como j foi dito, aseparao das incumbncias desse elemento fundamental naeditorao, com a criao cada vez mais aceita de um corpo
de preparadores de originais, para o qual fica destinada arealizao da atividade especfica de normalizao. Isto semcontar que h sempre a possibilidade de ainda existir anecessidade de um corpo de redatores ou de a funo deredigir ser entregue ao preparador.
Todavia, se est claro que, pelo menos at o presentemomento, no existem escolas para formar preparadores, deonde se extrai esse elemento de funes to especficas e
complexas?Na maioria das editoras ele pinado entre seus
revisores de provas embora convenha esclarecer que nemtodo revisor seja potencialmente um bom preparador , ouencontrado ao acaso entre diversos indivduos cujos currculose, principalmente, dons os aproximam das exigncias dotrabalho. De todo modo, no interior das editoras, em
contato constante com as mltiplas tarefas e dificuldades da
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Etapas da reviso
O processo da reviso de provas envolve determinadas etapasmais ou menos fixas, quando da produo de um livro. Osetor de composio/produo grfica executa a primeira, a
segunda e a terceira provas, esta ltima destinada tambmao preparador de originais, para uma reviso silenciosa, aoprogramador visual, para a reviso tcnica, e ao autor, para asua ltima leitura antes da impresso. O revisor trabalharcom as provas, com leitura acompanhada, na seguinteordem:
a primeira prova destina-se primeira reviso, naqual se aponta o maior nmero possvel de erros.Anotados todos os equvocos e erros dacomposio/formatao, a prova devolvida para asua correo;
a segunda prova, corrigidos os erros da primeira prova,retorna ao revisor para que verifique, ainda em leituraacompanhada, a incidncia de erros cometidos pelocompositor/formatador e as correes solicitadas;
a terceira prova, corrigidos os erros da segunda, enviada ao revisor, para o confronto com a provaanterior; ao programador visual, para a revisotcnica; ao autor, para eventuais alteraes; e aopreparador de originais, para uma ltima reviso,silenciosa. De acordo com a quantidade de emendasnessa terceira prova, recomendvel gerar umaquarta prova ou quantas necessrias, obedecendosempre o mesmo processo.
Referncias
ARAJO, Emanuel.A construo do livro: princpios da tcnica de editorao.Rio de Janeiro: Nova Fronteira / INL / Fundao Pr-Memria, 1986.
PINTO, Ildete Oliveira. O livro: manual de preparao e reviso. So Paulo:tica, 1993.
REVISTA DA ASSOCIAO MDICA DE MINAS GERAIS. Guia para autores.Belo Horizonte, [s.d.]. p. 117-118.
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Anexo
Sinais convencionais de correes de provas grficas
/ barra de ateno (deve ser colocada
margem, ao lado da emenda a ser feita)cortar
# separar
juntar
eliminar
inserir, intercalar letra ou palavra
alinhar direita
alinhar esquerda
pargrafo
pargrafo
[ ] centrar
alinhar
encerra letra que se deve mudar, por ser deoutro tipo ou estar mal impressa
trocar a ordem de letras
trocar a ordem de palavras
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pr em continuao, no abrir pargrafo
trocar a ordem do perodo ou linha
//// regular o espacejamento
descer
subir
| | alinhar verticalmente
alinhar horizontalmente
Sinais explicativos
emenda sem efeito
(?) dvida; consultar o autor
v. orig. salto; veja o original
CA caixa alta (maisculas)
Cb caixa baixa (minsculas)
CAb caixa alta e baixa (iniciais maisculas)
red. redondo
gr. grifo
it. itlico
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negr. negrito
V. versal (maiscula, capital trs traosdebaixo da letra ou palavra)
Vte. versalete (forma de maiscula, mas com omesmo tamanho da minscula usada nacomposio dois traos debaixo da letra oupalavra)
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O guardio de Babel em Poos de Caldas
Csar Geraldo Guimares
A oficina de encadernao, com seu conjunto de ferramentas,papis, tintas e livros, lembra o trabalho paciente dos mongescopistas na Idade Mdia. O trabalho minucioso e demandatempo.
Colocando os mais diversos materiais de feitura de seusinstrumentos, o encadernador um bricoleur que, refazendo acolagem e a costura dos livros, devolve a estria circulaogeral das linguagens na histria.
A oficina um lugar onde nomes e coisas recriam-se unsaos outros. Retirados de seu contexto cotidiano, os materiais domundo tornam-se parte de uma montagem guiada pelo prazer derecortar e colar.
A figura de Ludgero, o encadernador, lembra um profetahebreu ou um rabino. Nada mais apropriado: costuma-se dizerque o judeu um povo cuja ptria um livro: a Bblia. Por ironia,
o livro que se encontra sobre a mesa, em reparos, tem o ttulo deA sinistra aventurade Hitler.(Porto Alegre: Meridiano, 1941). Osubttulo traz: Narrada por ele prprio.
A restaurao em runas permite o levantamento das runasda histria. A costura das pginas sustenta a tessitura da escrita.Ao se restaurar um livro, mais do que preservar um documento(com sua aura de original), o que se faz oferecer ao leitor aoportunidade de tornar-se um bricoleurda histria. Retirando-ade uma explicao causal linear e remontando seus fragmentos, oleitor pode desinvestir a histria da autoridade do narrada porele prprio e reconhecer o lugar ideolgico das falas.
O trabalho artesanal da restaurao inverte o ditado bblico:a letra mata, o esprito vivifica. O restaurador anima a letra e areenvia ao encontro amoroso com o leitor; devolve o livro a esselugar no qual o desejo de ler desenvolve sua errncia: a
biblioteca.
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O encadernador Ludgero Borges em seu ateliem Poos de Caldas.
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Respirei profundamente, tentando colocar em ordem minha
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p p ,cabea que girava. Decidi-me. Enchendo o trax de oxignio,caminhei em direo ao bar mais prximo para tomar uma dosetripla da bebida mais forte que pudesse encontrar. E enquantocaminhava fui possudo por um tremendo orgulho. Eu era,naquele momento, o maior encadernador de livros do mundo!
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Cadernos Viva Voz deinteresse para a rea de edio
Conversas com editores
Ana Elisa Ribeiro e Carla Viana Coscarelli (Orgs.)Estilo FALE: Orientaes para autoresde textos acadmicos na graduao em Letras
Snia Queiroz (Org.)
O hipertexto em traduo
Ana Elisa Ribeiro e Carla Viana Coscarelli (Orgs.)
Traduo, literatura e literariedade
Octavio Paz. Trad. Doralice Alves de Queiroz