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xtr e R$ 2,00 www.novoextra.com.br MACEIÓ - ALAGOAS ANO XIV - Nº 711- 15 A 21 DE MARÇO DE 2013 a AÇÃO DO MP EX-DIRETORES DO TRIBUNAL DE CONTAS SERÃO ENQUADRADOS POR IMPROBIDADE P/ 6 TRANSPARÊNCIA PREFEITURAS TERÃO ATÉ MAIO PARA BOTAR NA INTERNET DADOS DAS RECEITAS E DESPESAS P/ 14 Maria Eliza estaria inelegível até 2016; ela também é acusada de usar certidão fraudulenta para se candidatar MORRE LEOPOLDO, IRMÃO DO EX-PRESIDENTE COLLOR P/2 P/7 MOVIMENTO PEDE CASSAÇÃO DA PREFEITA DE RIO LARGO CANAL DO SERTÃO DILMA GARANTE RECURSOS PARA MAIS 57 KM DA OBRA P/9 a 12

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15 a 21 de março de 2013

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Page 1: Edição 711

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2,00 www.novoextra.com.brMACEIÓ - ALAGOAS ANO XIV - Nº 711- 15 A 21 DE MARÇO DE 2013a

AÇÃO DO MP EX-DIRETORES DO

TRIBUNAL DE CONTAS SERÃO ENQUADRADOS

POR IMPROBIDADE P/ 6

TRANSPARÊNCIA PREFEITURAS TERÃO ATÉ

MAIO PARA BOTAR NA INTERNET DADOS DAS RECEITAS E DESPESAS

P/ 14

Maria Eliza estaria inelegível até 2016; ela também é acusada de usar certidão fraudulenta para se candidatar

MORRE LEOPOLDO, IRMÃO DO EX-PRESIDENTE COLLOR P/2

P/7

MOVIMENTO PEDE CASSAÇÃO DA PREFEITA

DE RIO LARGO

CANAL DO SERTÃO DILMA GARANTE RECURSOS PARA

MAIS 57 KM DA OBRA P/9 a 12

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Privatizações“Dilma não age como membro de um partido. “ Observação é de Luiz Carlos de Mendonça Bsarros, ex-ministro do governo de Fer-nando Herique Cardoso (PSDB). Segundo ainda ele (Istoé, edição 2240,). “funcionários públicos não querem a privatização porque é uma moleza ser funcionário público.”

Interesses1- Já há uma possibilidade de que o Canal do sertão seja utiliza-do em uma Parceria Público-Privada (PPP) do governo estadual. O problema foi levantado pelo jornalista Marcelo Firmino, em seu blog. O custo de manutenção do empreendimento - que ficou pron-to após mais de R$ 1 bilhão em investimentos - deve ser utilizado como desculpa para terceirizar a distribuição de água.

2- Como em tudo que é privatizado - e as PPPs não fogem à regra -, o produto pode se tornar muito caro para o consumidor. Assim, a distribuição de água aos pequenos produtores pode acabar se to-rando algo inviável e o Canal do Sertão será utilizado apenas pelos grandes fazendeiros. É preciso que o Ministério Público e os demais órgãos fiscalizadores fiquem atentos à isso.

Na CâmaraNa Câmara municipal de Maceió, transparência é uma promessa não cumprida desde há várias gestões. Uma das provas é o Portal da Transparência, que nunca funcionou. Apesar disso, o vereador Chico Filho, atual presidente, garante que está disponibilizando as informações para quem protocola o pedido no órgão.

Na Assembleia Já na Assembleia Legislativa, a palavra transparência só existe nos dicionários – em alguns, já foi até riscada. Divulgação da folha salarial e dos contratos firmados pela Casa de Tavares Bastos é algo quase que inimaginável. A situação é tão crítica que os próprios deputados precisam ir à Justiça para ter acesso aos documentos.

Golpe na praça O esquema Telexfree vem gerando polêmica em todo país. Órgãos federais já estão investigado casos de enriquecimento ilícito praticado por pessoas que lideram o que seria um golpe milioná-rio. Vários inocentes, dispostos a obter lucro rápido e fácil estão colaborando com a farsa. Em Alagoas o encontro dos membros do Telexfree acontece num hotel na orla de Maceió.

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COLUNASURURU Jornalismo é oposição. O resto é armazém de

secos e molhados (Millor Fernandes)

O Canal do Sertão retrata bem qual será a serventia da obra no futuro. Mais que levar água ao sertanejo, deve garantir voto em 2014. A observação é entoada municípios afora das regiões a serem beneficiada. O uso eleitoreiro é hábito de mais de 20 anos e isso ficou claro na entrega dos primeiros 65 quilômetros dos 250 que o projeto proõe.Deputados e senadores e até prefeitos estranhos na região (eram do litoral) foram a Água Branca visando usufruir da autoria do Canal. Uma maioria que jamais enviou um centavo de recur-sos públicos para a obra, mas já se declaram incentivadores do empreendimento. É, daí, lamentável que um projeto proposto para dar sobrevida a milhares de alagoanos se torne plataforma de polícos sem escrúpulos.

Um Canal para as eleições

DA REDAÇÃO

Morre Leopoldo CollorO irmão mais velho do ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL), Leopoldo Collor de Mello morreu na sexta-feira (8) aos 72 anos no hospital A.C.Carmargo, em São Paulo. Leopoldo, que foi diretor regional da Globo Nordeste, deixa a mu-lher Regina e os filhos Isabel, Maria Beatriz e Henrique.Leopoldo teve papel ativo na disputa que elegeu seu irmão presi-dente em 1989. Os dois se afastaram depois do impeachment do ex-presidente em 1992.

Papagaios de pirataO cerimonial do governo federal sofreu para organizar o posiciona-mento das autoridades em cima do palanque. Toda a classe política ali presente queria “um lugar ao sol”. Na realidade, uma cadeira ao lado da presidente Dilma ou do ministro Fernando Bezerra – o im-portante era que ficasse na mira dos fotógrafos.

TransparênciaQuase nenhum município alagoano está dando acesso aos docu-mentos públicos, como determina a Lei de Acesso à Informação (LAI). Os cidadãos ainda têm grandes dificuldades para coletar do-cumentos e ofícios nos órgãos municipais, inclusive nas Câmaras de Vereadores. Uma das principais exigências da Lei, a publicação dos salários e contratos continua sendo secreta.

Cabresto no voto.O ano, por estar vizinho de época eleitoral, é natural que haja insis-tência mais forte de desentendi-mento entre legislativo e execu-tivo. Faz parte das preliminares que culminam com as coligações partidárias e enfrentamentos in-dividuais gerados na reorganiza-ção dos currais eleitorais municí-pios afora. Inclusive Maceió.

Renovação O PSDB discute renovação dos quadros para 2014. Mas em termos de Alagoas dirigentes do partido pressentem dificuldades em localizar um herdeiro aos Martírios com condições para sentar na cadeira de Teotônio Vilela. O senador Benedito de Lira (PP), apesar de estranho no ninho tucano, tenta ser “o cara.”

Protesto na CâmaraA vereadora Heloísa Helena (Psol), ao lançar pré-candidatu-ra a Senadora por Alagoas não joga um balde de água fria nas intenções de Marina Silva como postulante a presidência da Re-pública em 2014? Pergunta leva em conta que, conforme projeto da presidenciável, Heloísa esteve cotada para ser candidata a Sena-dora pelo Rio de Janeiro.

Segue a luta.Candidatos derrotados nas elei-ções para a Câmara Municipal de Maceió insistem em acreditar no dito popular de que “esperança é a última que morre.” Acom-panham atentos tramitação da ação na Justiça pró um “veredicto camarada.”

NepotismoServidores insatisfeitos - ou sau-dosistas do passado? – comentam haver nepotismo no primeiro escalão da Prefeitura de Maceió. O torpedo tem como alvo a Se-cretaria de Saúde e alcança como beneficiados genro e sogra com sobrenome forte na política do Agreste.

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[email protected] Siga-me: @jorgearapiraca

Dilma quebra loja de R$ 1,99

Rio - Depois de inaugurar um trecho do Canal do Ser-tão, obra que começou há mais de trinta anos, a presi-dente Dilma falou um monte de bobagens, asneiras e

chavões que mostram bem o seu despreparo para responder perguntas sobre a economia do país em crise. A falta de ca-pacidade de dialogar com profundidade sobre os problemas, a imitação grotesca das metáforas do Lula, que, apesar de semianalfabeto, era preparado pela escola da vida, conduzem a presidente ao ridículo, ao grotesco. Ao ser indagada por jornalistas sobre o PIB quase zero, ela se saiu com essa: “O PIB não vai crescer porque achamos bonito que ele cresça. Vai crescer porque é essencial para a melhoria de vida de cada brasileiro, sobretudo para assegurar que os jovens e as crianças desse país tenham um futuro e um presente melhor que o nosso”. Que coisa mais óbvia e ululante, como já dizia Nelson Rodrigues.

Meu Deus!, quanta bobagem sai da boca dessa senho-ra. Parece até que responde as indagações sobre o país com profundo desprezo, com desdém a quem pergunta, como se tivesse fazendo um grande favor ao povo brasileiro em falar sobre a crise econômica que se acelera no seu governo. É a cabal demonstração da prepotência e da arrogância de um chefe de governo que pensa ter transformado o Brasil numa capitania hereditária, dominada por um grupo de aloprados e ex-sindicalistas que dia e noite pilham os cofres públicos, como constatou o Supremo Tribunal Federal ao condenar alguns deles por formação de quadrilha.

Veja outra bobagem, aleivosia, da presidente: “Um país que tem um povo com a capacidade de resistir ao sertão, tendo água, oportunidades, universidades, escolas, rodovias, portos, é um país invencível”.

A presidente nunca botou os pés no sertão, a não ser quando estava fazendo seus programas pirotécnicos. Chegava de avião particular, andava sobre tapetes vermelho, gravava os programas e se mandava. Se conhecesse a realidade do Nordeste estorricado do sol, Dilma não falava tanta impro-priedade, tanta besteira de uma tacada só: “água, rodovias, portos, universidades, escolas”. É tudo isso que o Brasil da Dilma ainda reclama, mas seus auxiliares, criados sobre o frescor do ar-condicionado de Brasília teimam em reafirmar que tudo isso existe e funciona. Os rapazes não se deram nem ao luxo, antes de orientar a presidente, de pesquisar em que estado botaram os pés. Se assim o fizesse, iria verifi-car que era o mais carente e o mais indigente do Brasil. Em Alagoas, os índices de miséria são absolutos: os alunos não têm escolas, é o estado campeão na morte de mulheres e de homossexuais, detém os maiores índices de criminalidade, as crianças vivem e morrem viciadas consumidas pelo crack e dezenas de municípios enfrentam a pior seca dos últimos anos gerando um povo raquítico, analfabeto e faminto. Esse, sim, dona Dilma, é um povo “invencível”. Um povo que vive à míngua e que ainda sobrevive porque o seu governo continua distribuindo esmolas parta transformá-lo em cabos eleitorais para perpetuá-los no poder.

DeusAgora não existe mais dúvida: Deus mudou-se para Argentina. Até essa proeza o PT conseguiu.

FloresMas nem tudo correu como se imaginava na visita da presidente a Alagoas. Um grupo mais consciente, que reprova os tostões da bolsa miséria, vaiou a Dilma. Foi ao local da inauguração do trecho do Canal do Sertão e repudiou a visita da presidente num ato de coragem, de civismo. Fechou estradas e mostrou cartazes de insatis-fação ao governo do PT que só se lembra do Nordeste na época de eleição.

CriseA crise bate às portas do país, mas os petistas ignoram o tsunami que vem por aí. Preferem jogar pra baixo do tapete o que existe da crise com medo de enfrentá-la ou por falta de projetos. O Produto Interno Bruto é zero, a inadimplência da pessoa física e da jurídica cresce a galope, os bancos quebram, a balança comercial é defici-tária e o país vive envolvido em corrupção. Mas a Dilma – que até hoje não construiu sequer uma creche das milhares que prometeu – usa o avião presidencial para pedir votos para a reeleição dois anos antes.

O crackVocê lembra dos primeiros comerciais que antecederam as eleições da Dilma na televisão? Pois é, eram comerciais muito bonito que mostravam a candidata na figura de uma gerentona dizendo que ia acabar com o crack. Usava imagens dos nóias para dizer que no seu governo aquela cena iria acabar como se tivesse na oposição. Dois anos depois, as ruas estão infestadas de viciados e a Dilma não moveu uma palha sequer para cumprir a promessa mentirosa de campanha.

EngessadaDilma não faz nada sem ouvir o ex-presidente Lula. Transformou-se numa empregada de luxo do petê que a mantém sob vigilância permanente. Insegura, mostrou que não tem projeto para o país. Mantém no Ministério da Fazenda o paspalhão do Mantega que consegue a proeza de afundar cada vez mais a economia do país porque é despreparado e não tem planos para tirar o pais do sufoco. Mas, como um futurista medíocre, faz previsões sobre o crescimen-to econômico que nunca se concretizam.

Pré-salAs obras do PAC estão paradas, o BNDES virou banco dos bilionários. Deixou de exercer a função social e de banco de fomento para o desen-volvimento do país para emprestar bilhões de reais as megaempresários que compram e vendem empresas nos Estados Unidos com o nosso di-nheiro, como vem fazendo os donos da Ambev e os Eike Batista da vida que começam a quebrar. O Pré-sal que reelegeu Lula e Dilma agora vol-ta novamente para reforçar a reelei-ção da presidente, numa reedição do milagre do petróleo. Até a Petrobrás, o símbolo da pujança brasileira, os petistas quebraram.

A lojaPara quem ainda não sabe, aqui vai uma informação no mínimo curio-sa: a Dilma, nos tempos das vacas magras em Porto Alegre, para onde se mudou depois de deixar Belo Horizonte, instalou uma loja de R$ 1,99 por lá. Tempos depois o bazar quebrou. É esta senhora que faliu a loja de R$ 1,99 que governa o Brasil.

RiscoPercorrendo o país para inaugurar obras que sequer ela começou, a presidente obedece a cartilha petista que é a de usar o dinheiro público para fazer campanha e tentar se manter no poder. Utiliza-se do avião presidencial e dezenas de assessores para organizar a reeleição, uma das mais preocupantes para o PT porque os partidos políticos já não estão tão unidos em torno do projeto político petista.

TurnoA eleição presidencial de 2014 é atípica. Pela primeira vez, os eleitores sabem por antecipação que haverá segundo turno. Vão estar concorren-do pesos pesados da política como Aécio, Marina e Eduardo Campos. Se essas forças se juntarem no segun-do turno balançam o coreto do PT e ameaçam a reeleição da Dilma. Quem viver verá.

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A prisão de prefeitos, ex-prefeitos, empresários e até secretários da administração pública municipal, por improbidade admi-nistrativa, é o reflexo positivo da atuação do Grupo de Com-

bate às Organizações Criminosas, o Gecoc, com o apoio da 17ª Vara Criminal da Capital. No município de Maravilha, onde o ex-prefeito Márcio Fidelson que também já foi diretor do Detran, está envolvido, a quadrilha teria desviado cerca de 2 milhões de reais.

A facilidade como alguns gestores públicos surrupiavam o dinheiro do contribuinte, com licitações viciadas, superfaturamento de preços e adulteração de documentos, precisava de um basta. E o Gecoc vem mostrando que é bom os prefeitos andarem na linha, pois caso contrário irão parar na cadeia, como mostram alguns exemplos em todas as regiões de Alagoas.

A recente investida pelo Gecoc foi no município de Maravilha, mas outras prefeituras estão na mira dos promotores. Administra-ções passadas já estão sendo investigadas há algum tempo e outras ações deverão acontecer nos próximos dias.

Além da atuação eminentemente regional, outros organismos também estão de olho em alguns espertalhões, que mudaram radicalmente a maneira de viver com pompas à custa do dinheiro público, com sinais exteriores de riqueza.

A Controladoria Geral da União, a CGU também está atuan-do na fiscalização dos recursos federais e os alvos maiores são os convênios em sua maior parte nas Secretarias de Saúde por aí afora. As prestações de contas são cada vez mais exigentes e se o gestor público não fizer o dever de casa, certamente terá dissabores mais adiante. Alguns ex-prefeitos, com as investidas feitas pelo Gecoc nos últimos meses, não têm tido sossego. E é bom ir se prevenindo para dar explicações sobre licitações suspeitas, sobrepreços e adulteração de documentos. Muitas prefeituras do interior não resistiriam sequer a uma simples auditoria.

O Gecoc e as prefeituras

[email protected]

GABRIELMOUSINHO

TCU na colaO município de Boca da Mata está sendo devassado pela Contro-ladoria Geral da União. Os técnicos mergulharam nas contas do ex-prefeito José Tenório e fuçam documentos de prestações de contas principalmente na Secretaria de Saúde. Pelo visto os resultados não serão nada bons.

Sem entenderNinguém sabe por que o ex-governador Geraldo Bulhões fez críticas ao senador Fernando Collor, quando disse na imprensa que ele não fez nada pelo Canal do Sertão. A surpresa fica por conta de que GB foi justamente eleito governador de Alagoas com o apoio do então presidente Collor.

IndigestãoNão convidem para a mesma mesa o governador Téo Vilela e o senador Fernando Collor. Como também não façam esforço para uma conversa entre o Secretário Luiz Otávio Gomes e o Procurador Geral do Estado, Marcelo Teixeira. Com certeza nem almoço nem sobremesa farão bem a esses personagens.

AzedandoAs relações entre o governador de Alagoas e o senador Collor ameaçam azedar ainda mais. Téo Vilela fez questão de desconhecer, no seu discurso, a figura do senador duran-te a inauguração dos primeiros 65 quilômetros do Canal do Sertão, que teve a presença da presidente Dilma Rousseff.

ArticulaçãoAs articulações para as eleições de 2014 estão bem adian-tadas, mas correm nos bastidores. O grande personagem será o vice-governador José Thomaz Nonô, que certamente comandará o processo sucessório de Téo Vilela se não for picado pela mosca azul.

Com tudoA Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Maceió está vindo com tudo. O presidente Francisco Holanda Júnior tem tomado algumas medidas duras, como o levantamento da folha de pagamento dos servidores da instituição. Se forem cortar os salários de quem não trabalha, por certo fará uma grande economia.

No estaleiroO vereador Wilson Júnior ficou no estaleiro por ordens médicas. O ritmo de trabalho abalou a saúde do vereador, um dos mais independentes da Câmara.

ArrependimentoAlguns novos vereadores de Maceió não gostaram da expe-riência nos primeiros dois meses e meio de mandato. Acham que ali o jogo é pesado e quem leva vantagem são os mais experientes. É, pode ser.

DisputaNo Palácio dos Martírios está existindo uma briga interna de saber quem manda mais. Vai terminar alguém sendo substi-tuído pelo governador Téo Vilela.

IndiferençaAuxiliares do governador asseguram que não ligam para as críticas que vêm recebendo. Acham que tudo é politica-gem. Será?

DecepçãoAs manifestações que foram feitas contra o presidente do Senado Renan Calheiros, não passaram de fogo de palha. Em alguns encontros somente meia dúzia de inocentes tentou fazer barulho. Renan continua firme e forte no Senado para ajudar Alagoas.

EspeculaçõesCorrem boatos nos bastidores políticos que uma grande composição à vista com relação à sucessão do governador Téo Vilela. Estariam juntas grandes lideranças, a exemplo de Benedito de Lira e Renan Filho. Só não se acredita numa composição envolvendo Téo Vilela e Fernando Collor.

A soluçãoAutoridades estaduais e municipais não têm dúvidas de que a solução para o caótico trânsito de Maceió será o VLT, Veículo Leve sobre Trilhos que hoje é operado pela CBTU. Aliás, o superintendente da CBTU, Marcelo Aguiar e o prefeito Rui Palmeira, tive-ram um encontro onde a mobilidade urbana foi o tema principal. Ainda bem.

Sem acordoOs médicos do Estado aos poucos estão sendo convencidos a pedirem demissão. Até agora não existe acordo entre o Sindicato da categoria e o Go-verno. A continuar assim, a população mais pobre vai morrer sem assistência médica.

Parada duraA eleição para deputado federal no próximo ano será parada dura. Além dos atuais que serão candidatos, Antô-nio Albuquerque, Luciano Barbosa, Pe-dro Vilela e talvez até Marcos Fireman.

Enfim, o PapaE é argentino. Mas, alto lá. Nada de rivalidade com o Brasil.

Pra que isso?Ninguém sabe por que cargas d´água o vereador Silvânio Barbosa saiu com quatro pedras na mão contra o ex-prefeito Cícero Almeida. Deve ter engolido corda de alguém. Terminou recebendo o troco de Almeida ficando em situação desconfortável.

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EDITORA NOVO EXTRA LTDA - CNPJ: 04246456/0001-97Av. Aspirante Alberto Melo da Costa - Ed. Wall Steet Empresarial Center, 796, sala 26 - Poço - MACEIÓ - AL - CEP: 57.000-580

DIRETORCarlos Augusto MoreiraEDITORFernando Araújo

CONSELHO EDITORIALLuiz Carnaúba (presidente), Mendes de Barros, Maurício Moreira e José Arnaldo LisboaSERVIÇOS JURÍDICOSVieira & Gonzalez

ARTEFábio Alberto - 9351.9882REDAÇÃO - DISK DENÚNCIA3317.7245 - 9982.0322

FAX - 3317.7248IMPRESSO - Jornal do CommercioE-mail: [email protected]

EDITORIAL OPINIÃO

O histórico julgamento do caso Mércia Nakashima, realizado esta semana no fórum da cidade

paulista de Guarulhos (SP), inovou não apenas pelo fato de sido transmitido ao vivo para todo o Brasil e o mundo, via internet, mas, sobretudo pela transpa-rência com que o juiz Leandro Cano conduziu os trabalhos no tribunal do júri.

Abstraídos alguns momentos tea-trais encenados pelos advogados do réu na tentativa de convencer os jurados, no julgamento de Mizael Bispo de Souza, mais importante do que o seu resultado, foi a lição de democracia que deveria ser adotada por todos os magistrados do país.

Quem acompanhou os debates viu que todos os questionamentos da pro-motoria e da defesa foram esclarecidos pelo delegado que conduziu o inquérito

e pelos peritos que participaram das investigações, não deixando qual-quer dúvida quanto à participação de Mizael Bispo nesse crime que chocou o Brasil.

Quando esta lição de democracia chegar por aqui, certamente teremos a oportunidade de reduzir a impu-nidade, que alimenta a violência e a criminalidade. E mais que isto, evitar que trabalhadores inocentes sejam condenados com base em inquéritos malfeitos, enquanto os verdadeiros criminosos continuam em liberdade.

Os alagoanos que viram o júri foram levados a fazer um paralelo com o des-fecho do caso Fábio Acioli, em Maceió, cujo julgamento deixou a sociedade com um nó na garganta e um gosto amargo na boca. Principalmente a família do universitário, vítima de um crime bárbaro que chocou Alagoas.

Lição de democracia

Quem paga a conta da sustentabilidade?LUIZ AUGUSTO PEREIRA DE ALMEIDA*

Em grande parte dos 5.565 municípios brasileiros, os prefeitos, vices e vereado-

res eleitos este ano, a exemplo do que vem ocorrendo com as presentes gestões e as anteriores, terão grande dificuldade orça-mentária para atender às prio-ridades sociais e cumprir todos os compromissos inerentes à administração pública.

Com exceção das cidades onde há concentração industrial ou recursos minerais e jazidas petrolíferas que rendam royalties, a receita da maioria das cidades brasileiras limita-se basicamente ao Fundo de Participação dos Municipios (uma transferência constitucional formada por re-cursos oriundos da arrecadação do Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados) e ao IPTU.

Ou seja, é nítida a falta de recursos para suprir adequada-mente a sociedade, no âmbito da competência municipal, nas áreas prioritárias da saúde, educação, saneamento, moradia digna, infraestrutura, segurança e educação. Nesse contexto, nem há muito como pensar e planejar investimentos em sustentabili-dade, em especial se conside-rarmos a acepção mais ampla e contemporânea do termo, que abrange a preservação e recupe-ração ambiental, o crescimento econômico e inclusão social, com a erradicação da miséria.

As limitações financeiras ocorrem porque as cidades bra-sileiras, em geral, não têm como gerar recursos para financiar seu desenvolvimento. Nas últimas décadas, na esteira de discursos ambientalistas, normas e leis nem sempre realistas e de bom senso

vêm surgindo como barreiras imensas à exploração do poten-cial e da vocação econômica de cada município, mitigando sua capacidade de ampliar receitas e melhorar a qualidade da vida de sua população.

Nunca foi tão necessário o incentivo ao crescimento plane-jado, que aproveita de maneira sustentada o uso do solo e é capaz de gerar inclusão social, com moradia digna, empregos de qualidade e renda para o muníci-pe e município. Vale a pena citar projeto que está sendo desen-volvido em Nordhavnen, região portuária ao Norte de Copenha-gue, capital da Dinamarca. Por razões de limitação de espaço na cidade, está em curso um projeto de desenvolvimento urbano, em cima do oceano. Ocupando 200 hectares, ou seja, 200 campos de futebol e construído por meio de aterros, o empreendimento deve receber cerca de 40 mil pessoas a partir de 2025. Solução cientí-fica, para problemas de espaço urbano.

Não podemos ignorar que o crescimento populacional das cidades, seja por fluxos migrató-rios ou vegetativo, é inexorável. Em menos de três décadas, sere-mos nove bilhões de habitantes no mundo. No Brasil, um país em desenvolvimento, 215 milhões. Se quisermos ter a sustentabili-dade discutida na Conferência das Nações Unidas Rio + 20, é imperativo que, desde já, passe-mos a nos empenhar no correto planejamento do desenvolvi-mento de nossas cidades. Caso contrário, fica a pergunta: quem vai pagar a conta da tão desejada sustentabilidade?

*Luiz Augusto Pereira de Almeida é diretor da Fiabci/Brasil e diretor de marke-

ting da Sobloco Construtora S.A.

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6 - extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE MARÇO DE 2013

NA MIRA

JOÃO MOUSINHO [email protected]

A operação da Polícia Fe-deral (PF) denominada Rodoleiro deflagrada em

20 de outubro de 2011 desbara-tou um esquema de funcioná-rios e conselheiros do Tribunal de Contas que desviaram R$ 100 milhões dos cofres públicos. Desde então os acusados sofre-ram sanções criminais, que tinha entre os envolvidos conselheiros, entre eles um aposentado. Como os mandatários da Corte pos-suem foro privilegiado, o proces-so foi encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Uma ação de improbidade administrativa será movida pelo Ministério Público Estadual, o que nunca foi realizado desde 2011, contra os ex-diretores de pessoal e financeiro do Tribunal de Contas José Pereira Barbosa e Devis Portela, respectivamente. Os agentes públicos vão respon-der na esfera estadual pelos cri-mes contra o erário, já que não possuem o foro privilegiado dos conselheiros.

O procurador-geral de Jus-tiça, Sérgio Jucá, confirmou du-rante a “Conversa de Botequim”, comandada pelo jornalista Plínio Lins, que nos próximos 15 ou 20 dias a ação será movida pelo MP. “As ações do Ministério Público vêm incomodando, mas não es-tamos buscando holofotes. So-mos procuradores e promotores vocacionados para o exercício de

nossas funções”, colocou Jucá. Outros servidores podem es-

tar na ação que será movida pelo MP. Na época da operação da PF uma lista foi encontrada na casa de um dos diretores, onde apon-tava a função que algumas pesso-as faziam na quadrilha e quantia que recebiam mensalmente. A possibilidade de outras pessoas ligadas ao TC estarem envolvida na ação não está descartada pelo MP.

HISTÓRICO A Receita Federal e a Polí-

cia Federal realizam a operação Rodoleiro contra fraudes na res-tituição de imposto de renda de servidores públicos e o desvio de recursos da folha de pagamentos do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas.

De 2005 a 2011 mais de R$ 100 milhões foram desviados através do esquema de lavagem de dinheiro, que tinha como fa-chada a academia de luxo, Top, situada no bairro da Pajuçara, em Maceió, e o haras Rancho Santa-na, localizado no município de Atalaia. No haras, a PF aprendeu 102 cavalos, desses 42 de raça, que estavam em nome de Devis Portela e outros que estavam em nome de laranjas, como compro-vou as investigações.

JUCÁ FALA DA AUTONOMIA DO MPA Conversa de Botequim

dessa semana teve como convi-dado o procurador-geral de Jus-tiça, Sérgio Jucá, que falou sobre temas relevantes: ameaças, vaza-

Reduzir a maior idade penal é uma asneira. Sobre a pena de morte, apenas acabamos com o criminoso não com o crime”

SÉRGIO JUCÁPtrocurador-Geral da Justiça

Ação de improbidade seráimpetrada contra funcionários que participaram do esquema que desviou R$ 100 milhões da Corte de Contas

MP vai enquadrar envolvidos na máfia do Tribunal de Contas

Plínio Lins questiona o procurador-geral de Justiça, Sérgio Jucá, durante Conversa de Botequim

mento de informações, prefeitos acusados de corrupção, maior idade penal, entre outros assun-tos.

Ao ser questionado se temia pelo cargo que ocupava; tama-nha a quantidade de denúncias contra poderosos e autoridades, Jucá foi direto: “A nossa labuta é diária, não temos tempo nem para temer. Quem não gosta do MP são os fora da lei”, disparou.

Em uma das incursões do Grupo de Combate as Organi-zações Criminosas (Gecoc) ao município de Traipu, quando Marcos Santos era prefeito, a in-formação foi vazada, o que oca-sionou na fuga do então chefe do executivo. Sobre o caso, Jucá disse que coloca a mão no fogo pelos membros da “instituição espartana” que dirige e salientou que uma operação desse porte

tem o auxílio da polícia, justiça e daí não se pode afirmar de onde a informação partiu para Marcos Santos foragir.

Sobre o envolvimento de inú-meros prefeitos e ex-prefeitos em casos de corrupção, o procura-dor-geral de Justiça enfatizou que o combate contra os maus gestores vão continuar. “Vamos sempre trabalhar pela integração das instituições que compõem a Segurança Pública em Alagoas. É certo que em todo lugar existe o joio e o trigo, mas é certo que em Alagoas existe mais joio do que trigo.”

Sério Jucá ainda emitiu sua opinião sobre a maior idade pe-nal e pena de morte: “reduzir a maior idade penal é uma asneira. Sobre a pena de morte, apenas acabamos com o criminoso não com o crime”, finalizou.

Foto: Claudemir Mota

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ILEGAL

Maria Eliza Alves da Silva foi condenada por improbidade administrativa por uma série de desmandos cometidos contra o erário

Prefeita inelegível até 2016 comanda Rio Largo

Alex Fernandes e Dadá denunciam a prefeita em exercício Mª Eliza

JOÃO MOUSINHO [email protected]

O prefeito de Rio Largo, To-ninho Lins, foi afastado do cargo após a acusação

de adquirir e vender ilegalmen-te um terreno com mais de 250 hectares por R$ 700 mil, quando o valor real ultrapassa os R$ 21 milhões. O Ministério Público entendeu que a prefeitura através do seu mandatário criou uma or-ganização criminosa para desviar recursos públicos do município. Mais irregularidades continua-ram com a posse da vice-prefeita, Maria Eliza Alves da Silva, pois a prefeita em exercício foi condena-da pelo juiz, Airton de Luna Tenó-rio, com a suspensão dos direitos políticos por oito anos.

A condenação da atual vice-prefeita do município teve como base uma série de ilícitos come-tidos por ela nos anos de 2000 a 2006, na época que era a chefe do executivo de Rio Largo. Mesmo estando inelegível até 2016, já que a decisão da Justiça foi de 2008, Eliza se candidatou na chapa de Toninho Lins.

Entre os principais crimes cometidos por Eliza, que foram comprovados, após procedimen-to administrativo investigatório do Tribunal de Contas de Alago-as (TC/AL), estão: compras com empresas fantasmas utilizando-se de notas fiscais frias, efetuou ser-viços superfaturados, habilitou em licitação e posteriormente contratou empresa sem regis-tro junto à entidade profissional competente, contratou empresas inidôneas, utilizou serviços pú-blicos em obras pagas a empresas

privadas, contratação de servido-res sem concursos públicos, ela-borou contratos de locação sem especificação de seus fins e ilici-tudes na folha de pagamento de servidores comissionados.

Pessoas ligadas à oposição de Rio Largo garantem que Eli-za jamais esperava pelo segundo afastamento de Toninho, após a sua vitória nas urnas, em outu-bro de 2012, “com isso sua con-denação ficaria abafada e iria se locupletar durante os próximos quatro anos.” Além de perder os direitos políticos, a decisão judi-cial afirma “(Eliza) está proibida de contratar através do poder público, receber benefícios ou in-centivos fiscais ou créditos, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos e pagamento de multa civil.”

O Movimento Contra a Cor-rupção e Violência Política em Rio Largo, representado por Dadá Santana e Alex Fernandes, ingressou com uma representa-ção no Ministério Público Es-tadual (MPE) para comprovar a ilegalidade de Maria Eliza Alves da Silva como prefeita do mu-nicípio. “Se ela foi condenada e perdeu os direitos políticos na Justiça, o que ela está fazendo na prefeitura de Rio Largo?”, ques-tionou Santana. Alex exclamou: “ela não poderia nem ser candi-data, o erro começa lá de trás. É uma aberração jurídica ela estar como prefeita.”

Os membros do Movimento Contra a Corrupção e Violên-cia Política disseram que o caso será levado ao Grupo Especial de

Combate às Organizações Crimi-nosas (Gecoc), para que as pro-vidências cabíveis sejam tomadas contra a prefeita em exercício. “As provas dos crimes praticados pela prefeita são robustas e já existe condenação. Não há condições legais para ela estar ocupado o cargo que exerce”, destacou Dadá Santana.

Alex Fernandes garante que com a vacância do cargo, após o afastamento natural de Eliza, já que seu registro de candidatura deve ser cassado pela Justiça Elei-toral, novas eleições devem haver no município de Rio Largo. “É um caminho sem volta. Rio Largo, hoje, está entregue as baratas. O público é tratado como privado”, desabafou Alex Fernandes.

CERTIDÃO FRAUDULENTA A comarca de Rio Largo, atra-

vés da servidora Marlene Maria da Silva dos Santos, avalizou a certidão que a Justiça exige para o candidato legitimar sua disputa nas eleições. A certidão diz: “Ve-rifiquei a inexistência de ações cí-veis e criminais, em nome do (sic) Sr. Maria Eliza Alves da Silva, bra-sileiro (sic), alagoano (sic), viúva, médica, portador (sic) do RG nº XXX.XXX – SSP/AL., e CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente

na Rua Bandeira, nº 300, Prefei-to Antônio Lins De Souza, nesta cidade de Rio Largo/AL. Certifico ainda, que foram procedidos bus-ca nos últimos dez anos e nada consta em nome do mesmo (sic).”

“Essa certidão é fraudulenta, pois a Eliza tem um caminhão de processos e uma gama de ilega-lidades praticadas na sua antiga administração. Como podem ter atestado em sua certidão: nos úl-timos dez anos nada consta em nome dela. É um verdadeiro ab-surdo”, disparou Dadá Santana.

O Movimento Contra a Cor-rupção e Violência Política em Rio Largo irá solicitar nos próximos dias a anulação do seu registro de candidatura para que toda cha-pa seja considerada ilegal. “Essa é mais uma medida que vamos entrar na Justiça Eleitoral. Rio lar-go não pode ficar a mercê de um grupelho que deseja ser dono da cidade”, concluiu Alex Fernandes.

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DEFINIÇÃO

MARIANA OLIVEIRADo G1, em Brasília

A pós a terceira sessão consecutiva para ana-lisar diversos trechos da emenda, os minis-tros decidiram revogar o índice de correção

pela caderneta de poupança para o pagamento de precatórios, mas não estabeleceram um novo ín-dice. A maioria dos magistrados entendeu que o índice de correção da caderneta de poupança não seria o adequado porque não acompanharia as per-das inflacionárias.

Eles também revogaram a possibilidade de o poder público descontar do valor que deve pagar eventuais dívidas que o credor tenha, a chamada compensação. Os ministros entenderam que a com-pensação da dívida por parte do Estado fere o prin-cípio da isonomia, uma vez que não é permitido ao credor, por exemplo, pagar uma dívida a vencer com o valor do precatório.

“Não é compensação que atenda o princípio da isonomia. [...] É usar a retórica da Justiça eficiente para punir o particular. Com isso, o Judiciário não pode compactuar”, disse Luiz Fux.

Corte decidiu revogar índice de correção, mas não estabeleceu um novo.Tribunal manteve preferência a idosos no pagamento das dívidas públicas

Supremo decide que precatório não será corrigido pela poupança

Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, é contra a emenda

As entidades questionavam a Emenda Constitucional 62, de 2009, que chegou a

ser chamada, durante discussão no Congresso, de PEC do Calote dos Precatórios. Para as entida-des, a emenda prejudica o cida-dão e favorece o poder público.

Segundo um levantamento realizado no fim do ano passado pelo Conselho Nacional de Justi-ça (CNJ), até o primeiro semestre de 2012 os estados e municípios brasileiros acumularam dívida de R$ 94,3 bilhões em precatórios, em valores não atualizados. A Advocacia Geral da União (AGU) argumenta que os cofres públicos não suportam o pagamento dos valores sem a emenda.

Votaram a favor de derrubar o índice de correção e a compensa-ção da dívida os ministros Ayres Britto - já aposentado e que votou em 2011 -, Luiz Fux, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Ricardo Lewa-ndowski, Marco Aurélio Mello,

Celso de Mello e Joaquim Barbo-sa. Ficaram vencidos os ministros Gilmar Mendes, Teori Zavascki e Dias Toffoli.

MAIORES DE 60No julgamento desta quarta,

os ministros mantiveram a pos-sibilidade de preferência para o recebimento de valores para os maiores de 60 anos, portadores de doenças graves e de débitos alimentícios, como salários e pen-sões.

Eles retiraram da emenda ape-nas a especificação de que a pre-ferência valeria para quem tem 60 anos “na data de expedição do precatório”. Com isso, quem tiver mais do que essa idade quando for receber o valor terá o direito à preferência.

O Supremo deixou para anali-sar nesta quinta-feira (14) um dos pontos mais polêmicos da emen-da, o que autorizou o pagamento do precatório em até 15 anos. Se

esse item cair, o poder público poderá ter de pagar suas dívidas dentro do Orçamento do ano se-guinte ao do reconhecimento do precatório pela Justiça.

Estados e municípios brasileiros devem R$ 94,3 bilhões em precatários, segundo CNJAs decisões foram tomadas na análise de duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) - uma da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e outra da Ordem dos Advo-gados do Brasil (OAB) em parceria com a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB)

Dívida de estados com precatórios excede muito o orçamento, não há como pagar. Se São Paulo usasse todo di-nheiro para pagar preca-tório não haveria dinhei-ro para colocar gasolina em carro de polícia”

GILMAR MENDESministro do STF, que votou contra mudanças na emenda dos precatórios

IMPACTO EM SÃO PAULO

Durante a análise do processo, os ministros citaram o impacto que a derrubada da emenda po-deria ter na cidade de São Paulo.

“Dívidas de estados com pre-catórios excedem muito o orça-mento, não há como pagar. Se São Paulo usasse todo dinheiro para pagar precatório não haveria di-nheiro para colocar gasolina em carro de polícia”, afirmou Gilmar Mendes.

Fux rebateu: “Quem chance-lou isso? Foi o Judiciário.”

Lewandowski defendeu a ma-nutenção da emenda. Segundo ele, grande parte dos precatórios

supera em muito o bem perdido. “Grande parte da dívida com pre-catórios é artificial. É incompatí-vel com o bem desapropriado. [...] Claro que o credor precisa rece-ber, mas é preciso desfazer mitos sobre precatórios.”

O ministro Marco Aurélio fi-cou ao lado de Fux contra a emen-da. “Nós precisamos ver como surge um precatório. É um debito reconhecido pela sentença judi-cial. Por isso não podemos nos impressionar a essa altura com o montante da dívida de São Paulo. São Paulo é um estado estrutura-do. Evidentemente nos processos de reconhecimento [da dívida], ele se defendeu. E se defendeu lançando mão de seus recursos

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INFRAESTRUTURA

ACÁSSIA DELIÊfotos - Agência Alagoas

A presidenta Dilma Rousseff veio a Alagoas na última terça-feira (12) para entre-

gar, no município de Água Branca, os primeiros 65km do Canal do Sertão e anunciou investimentos de R$ 1,1 bilhão para a construção do canal até o quilômetro 122, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O gover-nador Teotonio Vilela Filho e o se-cretário de Estado da Infraestru-tura, Marco Fireman, assinaram termos de compromisso, junto ao Ministério da Integração Nacional e à Companhia de Desenvolvi-mento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), para a execução das obras.

O ministro da Integração Na-cional, Fernando Bezerra, tam-bém anunciou mais R$ 5 milhões para implantar os dois primeiros perímetros de irrigação associa-dos ao Canal do Sertão. Os perí-metros serão instalados pela Co-devasf nos municípios de Delmiro Gouveia e Pariconha. A presiden-ta Dilma garantiu recursos ainda para pavimentar 49km da BR-316 e construir o viaduto da PRF em Maceió.

Durante a solenidade, o se-cretário Marco Fireman destacou o empenho do Estado para a rea-lização da maior obra de infraes-trutura hídrica de Alagoas. “É um orgulho fazer parte do governo Teotonio Vilela, que tirou o Ca-nal do Sertão do papel e o trans-formou em realidade. A visita da presidenta representa a confiança do Governo Federal no Governo de Alagoas. E agora temos ainda mais trabalho pela frente para continuar construindo o canal”,

disse.O ministro Fernando Bezer-

ra comentou a difícil realidade do Sertão alagoano e a esperança que o canal levou aos sertanejos. “No meio da seca, vejo a determi-nação de um Governo que come-çou sua obra com o ex-presidente Lula e continua com a presiden-ta Dilma. Temos hoje água para beber, para alimentar animais e para a irrigação no Sertão de

Dilma garante mais R$ 1,1 bilhão para obras do Canal do SertãoGovernador Teotonio Vilela e secretário Marco Fireman assinaram termos de compromisso com Ministério da Integração e Codevasf

Presidente Dilma Rousseff diz em Alagoas que os recursos para a continuidade das obras do Canal do Sertão já estão garantidos

Alagoas”, comentou. “Estamos construindo um Nordeste que não quer esmola, mas sim respeito e atenção”, completou o ministro, que afirmou que a região não é um problema, mas sim solução para o Brasil.

A importância do Canal do Sertão para a população sertaneja também foi destacada pela presi-denta Dilma Rousseff. “Nosso Go-verno tem todo o interesse de fa-

zer obras como essa, que combate a seca de forma eficiente. Quere-mos garantir ao Nordeste todas as oportunidades que têm o Sul e o Sudeste do Brasil”, afirmou.

A OBRAInserido no Programa de Ace-

leração do Crescimento, o Canal do Sertão é a maior obra de infra-estrutura hídrica de Alagoas e uma das maiores do Nordeste. Cerca de R$ 1 bilhão já foram investidos

no empreendimento, incluindo a contrapartida estadual na ordem de R$ 100 milhões.

O canal vai beneficiar 42 mu-nicípios e mais de 1 milhão de alagoanos, levando água para a população sertaneja anualmente atingida pela seca, melhorando a qualidade de vida da população e desenvolvendo a economia re-gional, além de contribuir para a redução do êxodo rural no Sertão.

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INFRAESTRUTURA

ÁDSON SANTOSfotos - Agência Alagoas

Cerca de duas mil pessoas acompanharam, na terça-feira (12), a entrega oficial

dos primeiros 65km do Canal do Sertão. Logo que chegou ao mu-nicípio de Água Branca, a presi-denta Dilma Rousseff visitou o modelo de perímetro irrigado e o projeto pioneiro de piscicultura desenvolvidos pelo Governo do Estado.

Na plateia, operários e mora-dores de diferentes cidades assis-tiam ao evento oficial e, empolga-dos, comentavam as perspectivas de mudança após a entrega do Canal do Sertão.

Um deles é o agricultor An-tônio Rodrigues dos Santos, de 66 anos. Nascido e criado no muni-cípio de Água Branca, ele conta que mesmo com as dificuldades do Sertão, frequentemente cas-tigado pela seca, nunca desistiu da sua terra na esperança de dias melhores.

“A vida no Sertão é sofrida e sempre foi assim, mas a gente é teimoso e sempre teve esperan-ça da vida melhorar”, comenta o agricultor. Para ele, o Canal veio para transformar o Sertão e me-lhorar a vida de todos. “Vim ver de perto a entrega das primeiras etapas do Canal porque acho que essa obra vai mudar a vida do ser-tanejo. Tenho certeza de que não tem um sertanejo sequer que não esteja feliz com essa obra”, com-pletou.

Outro que jamais desistiu do Sertão é o empresário delmirense José Leocádio de Araújo, de 57 anos. Ao lado da sua esposa e da pequena Maria Eliane, de apenas sete anos, ele conta que devido

Pequenos agricultores comemoram chegada da água e falam sobre novas perspectivas

Dois mil sertanejos acompanharam a entrega da 1ª fase do Canal do Sertão

Em AL: Cerca de duas mil pessoas acompanharam entrega dos primeiros 65 km do Canal do Sertão

às dificuldades econômicas pro-vocadas pela seca teve que deixar sua cidade por muitas vezes para tentar uma vida melhor. Entretan-to, nunca esqueceu da cidade.

“Eu sempre acreditei que algo seria feito pelo nosso Sertão, por isso não desisti de viver aqui. Só não imaginava que isso fosse acon-tecer agora, justo quando o serta-nejo está mais necessitado devido à grande seca que castiga o nosso Estado”, disse o empresário, que acrescentou que o Canal do Sertão é visto pelos sertanejos como uma maravilha. “Ele já está ajudando os sertanejos e, se for bem geri-do, atendendo a todos, sobretudo aos que mais necessitam, vai aju-dar muito mais, vai transformar o Sertão, e torço muito para que isso aconteça”.

A SOLENIDADEDilma Rousseff entregou, nesta

terça-feira (12), os primeiros 65km do Canal do Sertão. A presidente anunciou investimentos de R$ 1,1 bilhão para a construção do canal até o quilômetro 122 e também garantiu recursos para pavimentar 49km da BR-316 e construir o via-duto da PRF em Maceió.

Mais cinco milhões de reais foram anunciados pelo ministro Fernando Bezerra para implantar os dois primeiros perímetros de irrigação associados ao Canal do Sertão.

Ainda durante a cerimônia, o governador Teotonio Vilela Filho e o secretário de Estado da Infra-estrutura, Marco Fireman, assina-ram termos de compromisso para a execução das obras de constru-ção do Canal, junto ao Ministério da Integração Nacional e à Com-panhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parna-íba (Codevasf).

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CAMPANHA NA RUA

LUIZA DAMÉ,O Globo

Em entrevista a emissoras de rádios de Alagoas, na última terça-feria 12, a presidente

Dilma Rousseff deixou claro para os alagoanos a importância que dá aos políticos do estado, ao falar de seus aliados preferenciais no Congresso. Para aprovar projetos de interesse do Palácio do Planal-to, Dilma destacou a importância da parceria com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PM-DB-AL), alvo de pressão dos mo-vimentos sociais para deixar o cargo, e com o senador Fernando Collor, ex-desafeto do PT.

Provocada por um dos radia-

listas, Dilma chamou Collor de “nosso senador” e o citou três ve-zes durante a entrevista de cerca de meia hora. Também falou do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) e do senador Benedito de Lira (PP). A presidente prometeu atender a pleitos avalizados pelos três senadores do estado.

— É fundamental quando a gente dirige um país do tamanho do Brasil, que a gente faça parce-rias. Daí a importância da parce-ria que nós estabelecemos com o governador, com os parlamen-tares, o nosso senador Fernando Collor, o senador Renan Calhei-ros, o senador Benedito de Lira. Todas essas parcerias, também com os prefeitos, são cruciais. Isso

“Collor tem sido parceiro nosso nesses processos na medida em que ele partici-pa de todas as decisões nessa área”

Dilma elogia parceria com Renan e Collor

explica porque nós temos tido muito interesse em atender pleitos dos senadores — disse.

Segundo a presidente — que na terça-feira esteve em Alagoas, acompanhada de Renan e Teo-tônio, para inaugurar obras e foi alvo de uma pequena manifesta-ção de protesto — os senadores alagoanos pediram a pavimen-tação de um trecho de 49 quilô-metros da BR-316, entre Carié e a divisa com Pernambuco, além da construção de um viaduto no entroncamento da BR-104 com a BR-316. Dilma disse que o gover-

no federal vai fazer as duas obras.— Nós vamos fazer esses in-

vestimentos — garantiu.Na entrevista para a Rede

Gazeta de Rádio e a rádio Delmi-ro AM e FM, a presidente disse que o governo investiu R$ 5,1 bilhões em obras de infraestru-tura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no esta-do, ressaltando que esses inves-timentos são fundamentais para Alagoas e para todo o Brasil. E citou novamente a importância do papel de Collor:

— Na verdade, o senador Fer-

nando Collor tem sido um par-ceiro nosso nesses processos na medida em que ele participa de todas as decisões no que se refe-re às medidas que nós precisa-mos que o Legislativo tome para auxiliar as nossas atividades.

Collor é o presidente da Co-missão de Infraestrutura do Se-nado. Nas eleições presidenciais de 1989, ele derrotou o ex-pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva e depois foi tirado com a parti-cipação do PT, mas acabou se aliando ao Planalto no governo Lula, ao se filiar ao PTB.

Fernando Collor preside a Comissão de Infraestrutua do Senado, enquanto Renan comanda o Congresso

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INFRAESTRUTURA

O dia 28 de janeiro de 2013 é um dia histórico para Ala-goas. Naquele dia entravam

em operação as primeiras bombas do Canal do Sertão, a maior obra de infraestrutura hídrica de Alagoas. O anúncio, feito pelas redes sociais pelo governador Teotonio Vilela e pelo se-cretário de Estado da Infraestrutura, Marco Fireman, logo se espalhou na internet, gerando comemorações en-tre os alagoanos de todas as regiões.

Responsável por tocar as maiores obras do Governo em Alagoas, o ad-ministrador de empresas Marco Fi-reman saiu da iniciativa privada para trabalhar no setor público a convite do governador Teotonio Vilela Filho em 2007. Naquele ano, o Canal do Sertão ainda era um projeto no papel, pois possuía apenas a estação elevató-ria construída.

Seis anos depois, Marco Fireman é um dos principais nomes envol-vidos na concretização de um dos maiores sonhos dos sertanejos alago-anos: ver água cortando o Sertão do Estado. Foram 65 quilômetros con-cluídos até agora, puxando água do Rio São Francisco para ações de com-bate à seca em diversos municípios.

Nesta entrevista, Marco Fireman falou sobre as maiores dificuldades para realizar a obra e quais os princi-pais desafios daqui para frente. Con-fira:

Secretário, a primeira fase do Canal do Sertão foi inaugurada com a presença da presidenta Dilma Rousseff. O que isto representa para Alagoas?

Marco Fireman: A vinda da pre-sidente Dilma a Alagoas para inau-gurar o Canal do Sertão representa a confiança conquistada pelo governo de Alagoas junto ao governo federal. Desde 2007, o diálogo com o gover-no federal tem sido aberto e franco

e a obra foi executada sem nenhuma paralisação, sempre de forma con-tínua. Claro, o equilíbrio financeiro alcançado pelo governo de Teotonio Vilela Filho foi fundamental para isto. E a sensibilidade do governo federal, do presidente Lula e agora da presi-denta Dilma também garantem o su-cesso desta obra. O Canal do Sertão é a maior obra de infraestrutura hídri-ca de Alagoas e uma das maiores do Nordeste, vai atender a 42 municípios e mais de um milhão de alagoanos, levando água para a população serta-neja que hoje sofre com a seca.

Desde que o senhor entrou no governo, em 2007, foram 65km con-cluídos no Canal do Sertão. O senhor acreditava que isto seria possível com este projeto tão antigo?

M.F. - Não somente acreditamos como trabalhamos incansavelmente para que isto acontecesse. Quando o governador Teotonio Vilela Filho as-sumiu o governo, o Canal do Sertão contava apenas com a estação eleva-tória construída e eu recebi uma de-terminação clara do governador para colocar o Canal do Sertão para frente. Vinte anos atrás, o Canal do Sertão era apenas um sonho, sem nenhum recurso viabilizado para sua execu-ção. Os recursos começaram a apa-recer no governo de Fernando Hen-rique Cardoso, mas a obra só avançou mesmo quando foi inserida no PAC (Programa de Aceleração do Cresci-mento), no início da gestão do gover-nador Teotonio Vilela, em 2007. De lá para cá, o Canal do Sertão só tem avançado e já temos 65km concluí-dos, além de mais cinco quilômetros com obras avançadas e obras integra-das sendo licitadas. É uma evolução inquestionável, especialmente se tra-tando de um projeto com este porte. Se há 20 anos o Canal do Sertão era um sonho, hoje ele é uma realidade.

Como o Canal do Sertão está sendo utilizado neste momento e de que forma ele contribuirá para o de-senvolvimento do Sertão?

M.F. - O Canal do Sertão é uma obra projetada para melhorar a qua-lidade de vida da população e desen-volver a economia regional, contri-buindo também para a redução do êxodo rural no Sertão alagoano. Os primeiros 65 quilômetros já estão sendo fundamentais para as ações emergenciais de combate à seca no Sertão. A água facilita, por exemplo, o abastecimento de carros-pipas e o uso difuso da água, por meio de bombas flutuantes utilizadas pelo comitê de enfrentamento à seca. Barreiros e assentamentos agrários também já estão recebendo água.

Mas outras obras serão neces-sárias para distribuir a água para o abastecimento humano e para a irrigação?

M.F. - Certamente. Como o go-

Secretário Marco Fireman fala sobre a maior obra de infraestrutura realizada no governo Teotônio Vilela Filho

“O Canal do Sertão era um sonho que transformamos em realidade”

Secretário Marco Fireman fala da imporetância do Canal do Sertão para o desenvolvimento da região

vernador Teotonio Vilela tem re-gistrado, o Canal do Sertão é hoje o segundo maior rio em Alagoas e pre-cisamos utilizá-lo da melhor forma para os alagoanos. Os projetos dos dois primeiros perímetros de irriga-ção do Canal já estão sendo licitados pela Codevasf. Além disso, a Seinfra se prepara também para licitar a obra de integração do Canal com o sistema adutor do Alto Sertão, cujos recursos já foram garantidos pelo Ministério da Integração Nacional. Os trechos que estão em funcionamento passam pelos municípios de Delmiro Gou-veia, Pariconha e Água Branca, na divisa com Olho D’Água do Casado, mas beneficia também os municípios mais próximos. Somente nestes qua-tro municípios, mais de 105 mil ala-goanos são beneficiados com maior facilidade no acesso à água.

Qual a previsão para conclusão das outras etapas?

M.F. - Os dois primeiros trechos,

até o km 65, já estão concluídos. O terceiro trecho vai até o km 93 e já tem recursos garantidos e obras em execução até o km 78. As obras estão em pleno vapor, com cerca de 1,5 mil trabalhadores envolvidos, e a previ-são é de conclusão até 2014. Os pro-jetos dos dois trechos seguintes, até o km 150, também já estão licitados e contratados e o governo aguarda apenas a garantia de recursos fede-rais para dar início às obras.

Quanto já foi investido na obra e quanto ainda será destinado?

M.F. - Até agora já foram inves-tidos cerca de R$ 1 bilhão nas obras, incluindo os serviços do terceiro trecho. Para construir o Canal até o km 150 serão investidos mais R$ 1 bilhão. Os recursos necessários para os trechos finais serão determinados quando os projetos forem concluí-dos, mas no total a obra deve rece-ber investimentos na ordem de R$ 3 bilhões.

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GOLPE DO SÉCULO

VINÍCIUS OLIVEIRA E VITOR SORANO iG São Paulo

Uma suspeita de pirâmi-de financeira mobiliza dois ministérios, procons,

delegacias, Cade, CVM e Banco Central, ministérios públicos. A empresa investigada é a Ympactus, com sede em Vitória, responsável pelo serviço de telefonia pela inter-net Telexfree.

O Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, investiga em âmbito nacional o modelo de negócio Te-lexfree. Trata-se de um sistema de venda de créditos para uso de te-lefone pela internet (Voip, na sigla em inglês) que, segundo o advoga-do da empresa, Horst Fuchs, tem 600 mil usuários no mundo, sendo 90% deles no Brasil. Ele nega qual-quer irregularidade.

Na segunda-feira (11), o jor-nalista Luís Nassiff tratou a Telex-free como “o golpe do século”, em seu blog, e anunciou a tomada de providências pelo governo. O site, segundo ele, foi derrubado como retaliação. Em texto divulgado nesta terça-feira (12), Nassiff afir-ma que seu blog foi tirado do ar “dezenas de vezes” para impedir a divulgação das denúncias. Ele também informou que, na tarde de segunda-feira, a empresa havia determinado a “debandada dos di-vulgadores” .

“Durante um ano, o esquema TelexFree envolveu um milhão de pessoas e movimentou mais de R$ 300 milhões através de uma versão online do velho golpe da pirâmi-de”, escreveu Nassiff.

A empresa se apresenta como prestadora de telefonia Voip. Os

interessados podem atuar como divulgadores do sistema, por meio de publicidade pela internet. Há dois tipos de contratato anual, o ADCentral, de US$ 299 e que promete ganho líquido de US$ 2.295,80, e o ADCentral Family, de US$ 1.375, e ganho líquido de US$ 11.599. O divulgador ganha US$ 20 a cada novo divulgador que conquistar para o plano AD-Central, e US$ 100 para o AD-Central Family. As informações constam de uma apresentação dis-ponível em um site de divulgação do serviço.

Segundo o advogado Fuchs, que representa a Telexfree e trata o sistema como “marketing mul-tinível”, a remuneração média fica entre R$ 4 mil e R$ 8 mil por mês. Exceções chegam a faturar R$ 100 mil, diz ele ao iG .

De acordo a assessoria de im-prensa do Ministério Público de Minas Gerais, a reclamação de uma pessoa cuja mãe se sentiu fi-nanceiramente lesada pelo sistema foi encaminhada para a procura-doria criminal, sob suspeita de pi-râmide financeira.

No comunicado divulgado nesta terça-feira (12), a Secretaria Nacional do Consumidor trata o tema apenas como denúncias rela-tivas a captação de poupança po-pular. O órgão afirma ter recebido denúncias contra o Telexfree dos Procons de Acre e Pernambuco e dos ministérios públicos de Acre e Mato Grosso, em janeiro, e que so-licitou aos Procons de todo o país que comuniquem eventuais pro-cessos envolvendo o serviço.

Segundo Fuchs, fiscais do Mi-nistério da Fazenda visitaram a sede da empresa nesta terça (12), no edifício Petro Tower, em Vitó-

Ministérios da Justiça e da Fazenda investigam sistema TelexfreeClientes fazem um pagamento inicial com promessa de lucrar; empresa nega irregularidades

ria (ES), e solicitaram documen-tos. Na segunda-feira (11), o de-partamento jurídico do Telexfree determinou que “imediatamente todos os divulgadores que tenham blog, portal ou Facebook” retirem os anúncios do ar “porque há mui-tos excessos que não são pactuados pela empresa”, afirma o advogado.

“A oferta de enriquecimento ilícito não é filosofia da empresa”, reitera Fuchs.

O Ministério da Fazenda afir-ma que a Secretaria de Acom-panhamento Econômico (Seae), notificada também pela SNC, aguarda um posicionamento da Procuradoria da Fazenda sobre os procedimentos da empresa para se pronunciar. Também foram notifi-cados o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Comissão de Valores Mobiliário (CVM) e o Banco Central (BC).

RECLAMAÇÕES EM OITO ESTADOSAlém de Minas Gerais, há recla-

mações contra o Telexfree em ao me-nos outros seis Estados, diz a delegada Gracimeri Gaviorno, da Delegacia de Defraudações de Vitória (ES): Espírito Santo, Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Pernambuco.

“Vamos identificar mais pessoas, seja quem patrocina ou quem perde dinheiro”, afirma, por telefone.

Segundo Daniella Barcellos, chefe da divisão de reclamações do Procon do Acre, a empresa faz reuniões pú-blicas diárias em Rio Branco. “Aqui no Acre essa empresa chegou como uma campanha eleitora ostensiva, mas com um candidato só e com promessa de dinheiro fácil.”

Em São Paulo, o Procon da capital informou não ter recebido nenhuma reclamação até fevereiro, mas a em-presa Ympactus Comercial é alvo de

um processo no Juizado Especial Cível (JEC) de recisão de contrato e devolu-ção de dinheiro.

A Polícia Federal trata o caso como suspeita de estelionato . Em nota, infor-ma que até o momento, “o possível co-metimento de um esquema conhecido como ‘pirâmide’ pela Telexfree” não está sendo investigado pela corporação, por ser “possível incidência clássica do cri-me de estelionato”, que é de competên-cia das polícias civis dos Estados.

Fuchs nega que a empresa atue sob o esquema de pirâmide.

“O que muitos consideram uma máscara, uma maracutaia, uma arma-ção... na verdade o propósito nosso é o inverso. ”, diz.

Sobre o fato de a Ympactus ser registrada como microempresa – o que limitaria o faturamento bruto a R$ 360 mil por ano –, Fuchs afirma que o processo de alteração já foi iniciado.

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FIM DA LINHA

POR ALINE GUEDES

A partir de 27 de maio, todas as prefeituras com menos de 50 mil habitantes terão que di-

vulgar todos os dados relativos às suas receitas e despesas, em tempo real, na internet. É o que dispõe a Lei Com-plementar 131/2009, mais conhecida como Lei da Transparência, criada pelo senador amapaense João Capibe-ribe (PSB).

Tudo começou quando ele era prefeito de Macapá, em 1990, e deci-diu expor as contas do município em um quadro-negro afixado em frente à prefeitura. Na época, a cidade tinha pouco mais de 170 mil habitantes. O improviso na presta¬ção das contas, com as despesas e receitas atualizadas a giz, chamou a atenção da população e da mídia, levando João Capiberibe a ser considerado o “criador da transpa-rência” no Brasil.

“Eu sempre defendi a transparên-cia como o caminho para a conquista efetiva da democracia” – explica.

De agora em diante, todo e qual-quer cidadão tem o direito de receber informações dos órgãos públicos, in-clusive ter acesso às folhas de paga-mento. Na prática, o acesso a estes da-dos direciona para o alcance de outros direitos, como melhorias na saúde, na educação, na segurança e demais áre-as. “Em outras palavras, ao obter dados detalhados sobre como e quanto as ins-tituições públicas e o governo investe, o cidadão passa a ter argumentos para exigir mudanças e melhorias nos servi-ços” – destaca o senador.

Ele lembra que as prefeituras com menos de 50 mil habitantes tiveram quatro anos para se adaptar à exigên-cia de divulgação das informações. Apenas 612 cidades com mais de 50 mil habitantes estavam obrigadas a informar a execução orçamentária na internet desde 2011. A prefeitura que

não cumprir a determinação pode ter os repasses da União suspensos e os gestores podem responder a processos por improbidade administrativa.

“Estas informações são um direito da sociedade brasileira e, por isto mes-mo, deve estar atenta e cobrar a divul-gação dos dados” – enfatiza Capiberibe.

TRANSPARÊNCIA NO FOCONa semana passada, o jornal “O

Globo” divulgou artigo do secretá-rio-geral da ONG Contas Abertas, o economista Gil Castello Branco, inti-tulado “Quanto custa o Congresso Na-cional”. No texto, o especialista destaca que a Câmara, o Senado e o Tribunal de Contas da União (TCU) custaram R$ 9 bilhões ao erário no ano passado, montante que seria equivalente a todos os gastos feitos conjuntamente por seis ministérios: Cultura, Pesca, Esporte, Turismo, Meio Ambiente e Relações Exteriores. O Parlamento brasileiro, portanto, custaria ao contribuinte R$ 1 milhão por hora.

O artigo também relata que a Câ-mara gastou R$ 4,3 bilhões em 2012, R$ 400 milhões a mais que a média dos últimos dez anos. Em função da reação a denúncias em anos recentes, as des-pesas no Senado caíram para R$ 3,4 bilhões, as menores desde 2010.

João Capiberibe concorda com a opinião de Castello Branco, quando afirma que a redução das despesas é necessária, mas considera mais urgente que os princípios constitucionais de le-galidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência sejam aplicados tanto pelas Casas, quanto pelos parla-mentares.

“A imprensa, que sempre cobrou a transparência na administração pú-blica, não tem pressionado os entes públicos na aplicação da lei. A maioria descumpre, principalmente porque não ser incomodada pela mídia e, por con-seguinte, pela sociedade” – assinala.

Municípios serão obrigados a divulgar na internet todos os dados sobre as receitas e as despesas

Lei da Transparência: último prazo para prefeituras termina em maio

Todas as prefeituras a partir do dia 27 de maio terão que se adequar a lei criada pelo senador Capibaribe

Com a redução dos recursos e, ou, repasses do Governo Fede-ral, além do aumento de serviços prestados à população por parte de cada munícipio, tornou-se cada vez mais urgente a busca na redução de custos e otimização de verbas. Com isso, surge o Consórcio Intermu-nicipal do Sul do Estado de Alago-as - Conisul -, que é a união de 11 municípios da região sul de Alagoas.

Essa união segue orientação do Governo Federal para que as cida-des possam buscar financiamentos e linhas de crédito que individual-mente os municípios não estariam habilitados a pleitear. Principalmen-te na área de saneamento básico, aterro sanitário, máquinas e equipa-

mentos.O Conisul reúne as cidades

de Jequiá da Praia, Coruripe, Fe-liz Deserto, Penedo, Porto Real do Colégio, Junqueiro, Teotonio Vile-la, Campo Alegre, Igreja Nova, São Brás e Piaçabuçu. Esse consócio re-presenta uma população de mais de 280 mil habitantes. O primeiro pas-so, será a assinatura do protocolo de intenções que é o documento inicial do consórcio público e seu conteúdo mínimo deve obedecer ao previsto na Lei de Consórcios Públicos. Esse ato acontecerá na próxima sexta-fei-ra (15), na cidade de Penedo, a partir das 9hrs na Casa de Aposentadoria, localizada na Praça Barão de Pene-do, centro da cidade.

O protocolo de intenções deve contar com a participação dos pre-feitos de cada um dos munícipios envolvidos. O ato deverá ser publi-cado para conhecimento público, especialmente da sociedade civil de cada um dos entes federativos que o subscreve.

Essa assinatura de intenções é o documento mais importante para constituição do consórcio. Na se-gunda etapa, acontece a ratificação do protocolo de intenções que se realiza por meio de lei, na qual cada Legislativo aprova o protocolo de in-tenções. A sua terceira etapa, é a ins-talação de fato e a operacionalização do - Conisul - Consórcio Intermu-nicipal da Região Sul de Alagoas.

Objetivo é otimizar gastos e potencializar recursos das cidades envolvidasMunícipios do litoral sul alagoano se unem em consócio

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extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE MARÇO DE 2013 15

PROMESSA

EDENILDA [email protected]

O problema da queda de energia que acontece com frequência em Ma-

jor Izidoro está com os dias con-tados. Em reunião com o dire-tor de Operações da Eletrobrás, Wladimir de Abreu, a prefeita Santana Mariano solicitou uma subestação para o município. O encontro foi intermediado pelo engenheiro elétrico Fernando Amaral, na sede da empresa, no Farol, na última sexta-feira (08).

Atualmente, Major Izidoro recebe o suporte da subestação Zebu, localizada em Jacaré dos Homens, mas não é suficiente para evitar as quedas que ocor-rem com frequência, o que acar-reta prejuízos para os comer-ciantes.

Com a implantação da su-bestação em Major Izidoro nos próximos meses, além de dar mais tranquilidade a popula-ção, vai permitir que o municí-pio faça investimentos na cap-tação do pólo industrial.

“A implantação da subesta-

Reunião entre prefeita e Diretor de Operações da Eletrobrás vai viabilizar uma subestação para o município

Durante reunião com diretor de operações da Eletrobrás, Santana Mariano solicitou substação para Major

ção vai permitir a ampliação na qualidade no fornecimento o de energia e a confiabilida-de na distribuição” ressaltou a prefeita.

Queda de energia em Major Izidoro está com os dias contados

Santana Mariano também destacou a importância do engenheiro Fernando Amaral nesse processo. “Ele é izido-rense, tem conhecimento do

problema que a cidade vem sofrendo ao longo dos anos, e a gente não pode esquecer a sua colaboração”, afirmou a prefeita.

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LEMBRANÇA RUIM

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas (Sindjornal) pro-

move, no dia 27 de março, às 19h, no auditório do Conselho Regional de Psicologia (CRP-15), situado na antiga rua Belo Horizonte, 291, Farol, a instalação da Comissão da Verdade dos Jornalistas Alagoanos. Na oportunidade, o jornalista Au-dálio Dantas, alagoano radicado em São Paulo e presidente da Comissão da Verdade da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) estará lan-çando o livro “As duas guerras de Vlado Herzog”, seguido de sessão de autógrafos e coquetel.

A comissão será responsável por elaborar um relatório sobre os crimes de violação aos direitos hu-manos praticados contra jornalistas durante a ditadura militar, por suas ideias e atuação profissional, em um período de exceção no país. A Co-missão da Verdade do Sindjornal é formada pelos jornalistas Anivaldo Miranda, Edberto Ticianelli, Adel-mo dos Santos, Graça Carvalho, Olga Miranda (filha de Jaime Mi-randa, jornalista alagoano seques-trado em 1975 e desaparecido até

hoje) e Valdice Gomes.Caberá ao grupo convocar jor-

nalistas e outras pessoas interessa-das na temática, além dos familiares das vítimas, para ouvir depoimen-tos e sugestões de nomes que pos-sam contribuir com informações sobre os acontecimentos da época. Além de recuperar histórias de jor-nalistas vítimas da ditadura militar, a comissão também vai levantar in-formações não só dos profissionais, mas, também, as violações contra a liberdade de imprensa, como cen-sura oficial a jornais que tenham representado o cerceamento ao di-reito à informação.

Para a presidenta do Sindjornal, Valdice Gomes, todos que foram vítimas da ditadura porque lutavam por liberdade tem direito à memó-ria, à verdade e também à justiça. “A Comissão tem a importante missão de resgatar a memória e a verdade a respeito dos crimes contra integran-tes da categoria, mas não podemos perder de vista a busca por justiça”, destacou.

LivroNo livro “As duas guerras de

Vlado Herzog”, que será lançado

Sindjornal lança a Comissão da Verdade dos Jornalistas AlagoanosNa mesma solenidade, o jornalistaAudálio Dantas lança livro “As duas Guerras de Vlado Herzog”

Jornalista Audálio Dantas vai lançar livro durante solenidade de instalação de Comissão da Verdade

na mesma solenidade de instalação da Comissão da Verdade, Audálio Dantas escreve sobre as duas bata-lhas que o jornalista Vladimir Her-zog enfrentou: a primeira, ainda na infância, quando fugiu dos nazistas que haviam invadido a Iugoslávia; e a segunda, já adulto, durante a ditadura militar brasileira, que o mataria em 1975. Segundo Audálio Dantas, o livro é uma tentativa de

reconstituir a lembrança um tempo ruim.

Audálio Dantas é alagoano de Tanque D Árca. Em 1975 assumiu a presidência do Sindicato dos Jor-nalistas Profissionais de São Paulo. No dia 29 de outubro daquele ano, a entidade denunciou as omissões do caso da morte do jornalista Vla-dimir Herzog, sem temer pelas re-percussões. Esse ato foi um marco

importante no processo de redemo-cratização do País. Audálio Dantas também foi o primeiro presidente eleito da Fenaj - Federação Nacional dos Jornalistas. É diretor-executivo da revista Negócios da Comunica-ção (SP), da Editora Segmento MC, desde junho de 2008. Integra, desde novembro de 2012, o Conselho Con-sultivo do Ranking J&Cia – Os Mais Premiados Jornalistas Brasileiros.

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ROTINA

JOÃO VICTOR ACIOLYEspecial para o Extra

“Todo dia ela faz tudo sempre igual: me sacode às seis

horas da manhã”. O trecho que dá início à famosa músi-ca de Chico Buarque é uma realidade constante na vida de muitos brasileiros. Com o de-signer gráfico Neto Rodrigues, 22, não é diferente. Desde os tempos de colégio sua mãe o acordava logo após o sol nas-cer para dar início a mais um dia de aprendizado. Hoje, já no ambiente de trabalho, uma única coisa não mudou: o cur-to período de descanso entre o deitar e o levantar: cinco horas diárias.

A mania de ir dormir tarde começou aos 13 anos quando seus pais estipulavam um ho-rário para utilização do com-putador e dos jogos de video-game. Para fugir à ordem, ele acessava os aparelhos eletrô-nicos durante a madrugada, escondido, enquanto os pais dormiam. A prática virou ro-tina. “Quando não estou no computador, o celular é meu companheiro mais fiel. Mas como o computador é meu objeto de trabalho e eu costu-mo pegar trabalhos como fre-elancer, passo noites acorda-do para entregá-los no prazo”, conta. O expediente, que é in-tegral – manhã e tarde – por vezes acaba prejudicado. “É comum eu ficar improdutivo”, diz Neto, que já chegou a co-chilar no posto de trabalho.

Esse comportamento é muito comum. Pessoas que

“brigam” com o sono e obri-gam-se a ficar acordadas aca-bam desenvolvendo a sono-rexia – uma alusão à anorexia + sono – que é a privação do sono por vontade própria.

A servidora pública Valé-ria Maria, de 45 anos, também diminui e direciona as horas em que deveria estar descan-sando para realizar outras ati-vidades. Mesmo cansada, ao chegar da faculdade, por volta das 22h30, ela vai organizar a casa e a família. “Coloco as crianças para dormir, arrumo as mochilas deles para o dia seguinte e ponho a casa em ordem. Depois tiro um tempo para pintar a unha ou assistir televisão e quando vou ver já passou de meia-noite”, diz.

Os personagens desco-nhecem o mal que esse com-portamento pode trazer à saúde. De acordo com o neu-rocirurgião do sistema Hap-vida de Saúde, Edgar Romero, esse tipo de prática traz falta de concentração, sonolência e irritabilidade durante todo o dia.

Neto diz que “o corpo acaba se habituando a dor-mir pouco” e, de fato, segun-do o médico, ao transferir suas atividades para a noite, a pessoa acaba ficando acor-dada durante o dia e parte da noite, não tendo um ho-rário mínimo de descanso. “Essa rotina se torna um ví-cio difícil de ser revertido. O ideal é a que a pessoa faça um acompanhamento médi-co, que vai ajudar o sono a se readequar ao horário de sono”, orienta.

Sonorexia: Ausência de descanso prejudica a saúdeDistúrbio é comum em pessoas que utili-zam as horas de sono para realizar outras atividades, como computador e videogame

O designer gráfico, Neto Rodrigues, sofre com maus hábitos noturno que acarreta em problemas de saúde

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O herói do Sertão

Quem teve a oportunidade de assistir a inauguração dos primeiros 65 quilômetros do Canal do Sertão conse-guiu manter contato com dois mundos completamen-

te distintos. O primeiro um cenário armado para receber a presidente da República, o governador do Estado e um séquito de senadores, deputados federais ,ministros e algumas outras autoridades. Outro, sob um sol causticante e sem direito a um copo de água sequer se alojavam os prefeitos da região, lide-ranças locais, alguns deputados estaduais barrados no “cama-rote” e uma legião de sertanejos vindos de vários municípios. Faltou competência profissional na organização do evento e as queixas se fizeram ouvir por todos os lados, com justa razão.

O lado dos “primos pobres” talvez, no entanto tenha sentido a emoção bem mais forte que os ocupantes do palanque oficial.

Ali estavam em sua maioria as pessoas que viveram e vivem a história daquela obra monumental. Os moradores da região que durante mais de vinte anos ouviam as enganações de go-vernantes demagógicos e políticos mequetrefes a lhes prometer algo que não passava de uma “miragem”.

A seca que tudo devasta, mata o gado, destrói as plantações, expulsa famílias para não morrer de fome, com poderes abso-lutos reinava no inferno sertanejo alagoano, sem ser incomo-dada por ações efetivas de governos capazes de minorar tanto sofrimento.

Muito se mentiu sobre o Canal do Sertão, muito se enganou o sertanejo, mas a verdade não pode ser escondida: a obra é o resultado da obstinação do governador Teotônio Vilela, que contou com o incondicional apoio do senador Renan Calheiros e juntos conseguiram sensibilizar os ex-presidentes Fernando Henrique e Lula e agora a presidente Dilma. Qualquer outro político alagoano não leva consigo o DNA do Canal do Sertão. Se disser ao contrário estará mentindo.

O Canal foi inaugurado na última terça feira com os dois primeiros trechos concluídos, alcançando o km 65, e as obras dos terceiro e quarto trechos licitadas, com recursos garanti-dos pelo Ministério da Integração Nacional e garantidos pela presidente Dilma. Quando estiver concluído, o Canal do Sertão alcançará a marca de 250 km de extensão, ligando Delmiro Gouveia a Arapiraca, levando um novo tempo para a sofredora e abandonada região, com uma obra prioritária para o governo estadual e projetos complementares que irão promover o desen-volvimento econômico e sustentável no Sertão alagoano.

Poderia ter sido uma festa muito mais bonita, se melhor organizada. Mas compensou ouvir depoimentos de homens e mulheres sertanejos observando com olhos marejados a água chegando para mudar suas vidas e seus destinos.

O governador passou muito rápido e não teve como ouvi-los, mas me disponho aqui a narrar um desses depoimen-tos: Um cidadão de idade avançada, visivelmente castigado pelo sofrimento e a inclemência da seca dizia: “ A gente já não acreditava mais. Mas estou vendo com esses olhos que a terra há de comer. As mãos dos homens guiadas por Deus rasgaram o bucho da terra e o rio São Francisco está entrando e vai trazer muita água e fartura pra essa gente sofrida”. Apontou para o

Para refletir: “As mãos dos homens, guiadas por Deus, rasgaram o

bucho da terra e o rio São Francisco está entrando e vai trazer muita água e fartura”

(Depoimento de um sertanejo na ocasião da inauguração do Canal do Sertão)

[email protected]

O procurador e as condenaçõesFaltando poucos meses para o encerramento de seu mandato à frente da Procuradoria Geral da República (PGR), Roberto Gurgel cobra rapidez na execução das penas impostas aos con-denados no processo do mensalão e reforçou que, sem a prisão dos réus considerados culpados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a sociedade ficará com a sensação de impunidade. - É preciso que aquelas pessoas condenadas a penas privativas de liberdade tenham mandados de prisão expedidos e sejam recolhidas à prisão, a exemplo do que acontece com as pessoas pobres.. É preciso que os efeitos da condenação, como perda de mandato, sejam efetivos. Que a decisão seja plenamente executada. Enquanto isso não ocorrer, haverá dúvida e preocu-pação com relação à efetividade da decisão - disse Gurgel, em referência também aos quatro deputados federais que tiveram os mandatos cassados pela decisão do STF. Antes de expedir os mandados de prisão, porém, o STF precisa publicar o acórdão do julgamento, com o resumo das decisões. Depois, a Corte vai julgar os recursos. Não há previsão de quando isso ocorrerá. Para Gurgel, que será substituído em junho, o resultado do julgamento foi “magnífico”. Ele ressaltou, porém, que o simbo-lismo do mensalão para o combate à impunidade ainda não está concretizado.

Piranhas pede socorroA população de Piranhas está alarmada com o início da administração do novo prefeito Dr. Dante (PDT). Surpreen-deu a todos suspendendo vários programas sociais inclusive o fornecimento de leite para mais de mil crianças carentes do município. Foram suspensas também distribuição de medica-mentos, realização de exames médicos, material escolar e cestas básicas. Muitas famílias estão passando necessidade por conta dos desmandos do administrador ensandecido.Há uma reação de revolta na cidade e alguns vereadores começam a mover ações para que o prefeito reveja sua decisão que está ocasionando um verdadeiro caos e terá conseqüências imprevisíveis. O Ministério Público está sendo acionado para agir em defesa do interesse público. Já o prefeito faz uma “administração em família”. O sogro é o seu secretário de Finanças, um tio secre-tário da Cultura, a irmã é procuradora geral e outros parentes estão também mamando nas tetas da prefeitura.

O começo de um novo tempoNunca a prefeitura de Maceió foi entregue ao sucessor com tamanho desastre e descalabro administrativo como a recebeu Rui Palmeira. Não dá para se fazer uma ideia da irresponsabilidade da gestão Cícero Almeida uma vez que praticamente nada em sua ad-ministração atendia aos princípios da moralidade, da legalidade e do interesse público.Esta semana conversava com um promotor de Justiça com acesso ao volumoso relatório entregue ao Mi-nistério Público e este se dizia estarrecido diante de tantas irregularidades que iriam se juntar aos demais processos de improbidade administrativa que estão em andamento. – “ Temos a obrigação de dar a maior celeridade possível para encaminhar ao Judiciário essas gravíssimas denúncias , com evidentes comprovações de ilegalidades cometidas, até em respeito a opinião pública.O prefeito Rui Palmeira, mesmo ainda caminhando sobre um rastro de desmandos e arbitrariedades de seu antecessor não quer mais falar do passado. Agora é com o Ministério Público e com a Justiça.

Quer trabalhar e para isto está exigindo de sua equipe dedicação plena nas soluções dos graves problemas encontrados.Na próxima semana teremos alguma surpresas positivas com o anúncio de projetos que certamente começarão a mostrar ao povo de Maceió que valeu pena votar em busca de melhores dias para a cidade e sua população. Algo novo vai começar a acontecer. A cidade já está mais limpa, a iluminação pública tratada com eficiência, a saúde e a educação começando a dar passos concretos para políticas de resultados.Não demorou muito e pode se ter a certeza que um novo tempo está começando.

No pé do ouvidoA política assistencialista, parte do princípio de se tirar proveito da miséria alheia e desta forma pousar-se como herói incontestável. É quando o político ciente da condição precária ou da má qualidade de vida do cidadão lhe oferece um alívio momentâneo que refres-que por tempo limitado a situação deplorável em que vive este determinado cidadão.Não é interessante o fim da miséria para o político assistencialista, pois a miséria do cidadão condiciona o político permanecer no poder como cordeirinhos quando na verdade são lobos devoradores.

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No meu aniversário de 60 anos, Rita, minha esposa, afirmou categoricamente:

- A partir de agora, você não precisa mais colocar as digitais para fazer exames ou marcar consultas pela Unimed. Depois dos 60, é dispensado.

Respondi-lhe laconicamente: - Não estou interessado. No dia do meu aniversário, dentre outros amigos, recebi Elias Vilela,

que presenteou-me com meio saco de amendoim. Todos os presentes deixaram o churrasco e caíram no amendoim. E ele propagandeava:

- Esse é orgânico, não possui agrotóxicos e é milagroso! Eu sussurrei em seu ouvido:- Você também vai chegar aos 60.Em viagem a São Paulo, levei meus filhos para conhecerem o Museu

da Língua Portuguesa, e ao nos aproximarmos da bilheteria, meu filho Victor, bradou:

- Pai, com mais de 60 anos, não paga.- O Que é isso, menino?- É isso mesmo, pai.E para completar, ouvia eu um noticiário nacional quando o ra-

dia-lista, com voz bem empostada, divulgava as notícias:- Atenção, muita atenção: A presidenta Dilma Roussef acaba de

sancionar a lei que contempla os idosos com mais de 60 anos de idade com medicamentos gratuitos e inclusive, fraldas geriátricas. E eu com meus botões:

- Era só o que faltava!

NO PAÍS DAS ALAGOASTEMÓTEO CORREIA DEPUTADO ESTADUAL - AL

A Aurora da terceira idade

ARTIGO

A PEC 35: vereadores sem emuneraçãoMAURÍCIO COSTA ROMÃO

“A presente proposta de emenda à Constituição altera os arts. 29 e 29-A da Carta Magna, com o objetivo de vedar o pagamento de subsídio a vereadores em municípios com população de até cin-quenta mil habitantes. A iniciativa visa a conferir um novo papel ao trabalho dos vereadores desses pequenos municípios, que serão considerados agentes honorífi-cos e passarão a assumir esse cargo ele-tivo em razão de sua condição cívica, de

sua honorabilidade ou de sua capacidade profissional...” Trecho inicial da justificativa aposta à PEC 35/2012, do Senado Federal, apresentada pelo senador Cyro Miranda (PSDB/GO).

Está em curso entre as entidades representativas dos vere-adores brasileiros uma articulada ofensiva direcionada contra a PEC 35, em fase de relatoria (senador Aloysio Nunes Ferreira) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal.

A preocupação da edilidade se deve ao fato de que a referida emenda institui vedação de pagamento de subsídios a vereado-res de localidades com população de até 50 mil habitantes, o que atinge cerca de 5 mil municípios brasileiros, o equivalente a 90% do total.

No caso de Pernambuco a PEC deixa 149 municípios sem remuneração de vereadores, quer dizer, atinge 81% do total de municípios. Então, pela proposta de emenda constitucional, apenas 35 municípios do estado continuariam remunerando sua edilidade.

A Tabela que acompanha o texto mostra, nas duas primei-ras colunas, o número de municípios do estado por faixa de po-pulação. Nas colunas três e quatro seguintes, estão apresentados os percentuais máximos de remuneração dos vereadores asso-ciados àquelas faixas populacionais (estão listados os percentu-ais em vigor atualmente e os sugeridos pela PEC) e, finalmente, as remunerações máximas por estrato de população (valores que vigoram atualmente e os que são propostos na PEC).

Tais percentuais e remunerações têm como base os subsí-dios dos deputados estaduais (R$ 20.042,35 por mês), conforme estabelece a Constituição. Por exemplo, em um município en-quadrado na faixa populacional de 10.001 a 50.000 habitantes, um vereador recebe atualmente, no máximo, R$ 6.012,70, quer dizer, no máximo 30% do subsídio do deputado estadual.

Note-se que pela mencionada PEC as duas primeiras faixas de população não comportam remuneração (vide última coluna da Tabela).

É possível ainda se fazer uma estimativa aproximada de qual é o gasto global das Câmaras Municipais de Pernambuco apenas com os subsídios de seus edis, não incluídos nessa rubri-

ca quaisquer outros gastos (representação, assessoria, gabinete, transporte, auxílios diversos, etc.).

Para tanto, parte-se do pressuposto de que estão sendo ob-servados os limites máximos de vereadores por município cons-tantes da Emenda Constitucional 58/2009 (resultante da famosa “PEC dos Vereadores”).

De acordo então com EC 58, Pernambuco teria, no máxi-mo, 2.192 vereadores (162 vereadores nos 18 municípios de até 10 mil habitantes, 360 vereadores nos 40 municípios de 10.001 a 15.000 habitantes, e assim por diante).

Considerando as remunerações máximas dessas faixas, ter-se-ia um gasto mensal com os subsídios dos vereadores per-nambucanos em torno de R$ 15 milhões mês. Isso significa uma despesa anual somente com subsídios de R$ 180 milhões.

Se a PEC 35 for aprovada, são suprimidas as faixas corres-pondentes aos municípios de até 50 mil habitantes e, assim, os gastos mensais com subsídios no estado caem para R$ 5,9 mi-lhões e derrubam o dispêndio anual para R$ 71 milhões, uma economia de R$ 109 milhões.

A relatoria do projeto está abarrotada de manifestações contrárias à PEC. Elas são oriundas de entidades representativas dos vereadores, de Câmaras de vários municípios brasileiros, e de emenda de parlamentares. O que chama à atenção nessas manifestações, todavia, é a ausência de propostas alternativas ao modelo vigente.

Por exemplo, a União Nacional dos Vereadores enviou carta à relatoria, no dia 17/09/2012, reclamando que a PEC vai insti-tuir o “mensalão municipal”. Algumas entidades sustentam que o projeto cria vereadores de duas categorias, outras temem que os prefeitos usem seu poder político e econômico para aprovar projetos de interesse do Executivo, e por aí vai. Algumas mani-festações de parlamentares sobre o projeto discordam do amplo limite de 50 mil habitantes estipulado na PEC e propõem 30 mil, 20 mil, etc.

O que precisa ser revisto, na realidade, é o atual mecanis-mo de remuneração, fundado no tamanho populacional, inde-pendente da receita do município. Buíque, São Bento do Uma e Timbaúba, apenas para exemplificar, estão na mesma faixa po-pulacional de Ipojuca e pagam a mesma remuneração máxima aos vereadores (R$ 8.016,94).

Uma mudança de paradigma envolveria ao menos duas me-didas importantes; (1) instituir um índice composto, que com-binasse população e receita municipais, estabelecendo limites máximos de remuneração e (2) suprimir a imposição constitu-cional de se fixar os subsídios na legislatura antecedente para

viger na consequente (motivo de extremo desgaste para o Legis-lativo), tornando o mecanismo automático.

Maurício Costa Romão, Ph.D. em economia, é consultor da Contexto Estratégias Política e Institucional, e do Instituto de Pesquisa Maurício de

Nassau. [email protected] http://mauricioromao.blog.br.

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extra - MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE MARÇO DE 2013 - 21

ARTIGOS

JORGE MORAISjornalista

No artigo da semana passada es-crevemos sobre educação. A educação pública do País com

suas dificuldades, sem escolas, com alu-nos fora da sala de aula, com promes-sas e muitas promessas governamentais. Governo que promete uma educação mais puxada e que, até 2015, todas as crianças na rede pública vão saber ler e escrever até os 8 anos de idade. O artigo destacou, também, a sabedoria de mui-tos que aprendem em 1 ou 2 meses o que normalmente se aprenderia em 3 anos.

Hoje, vamos nos debater um pou-co sobre Educação à Distância. Como os governos não cumprem o seu papel quanto ao número de vagas que oferta no ensino superior público, abre espaço para que surjam as faculdades privadas

Ainda educação...oferecendo vagas de todas as maneiras. E mais interessante: o ensino a distân-cia, concluído em 2 anos. São institui-ções que aparecem em todas as partes do País, com mensalidades reduzidas e um jeito “fácil” e “rápido” de aprender.

A revista Ensino Superior, elabo-rada pelo Semesp, destaca na edição nº 173/2013, que: “23% das bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) oferecidas para o primeiro trimestre de 2013 pelo governo federal são voltadas para cursos de graduação a distância”. Segundo o mesmo periódi-co do sindicato paulista, de acordo com dados do Ministério da Educação, serão 37.783 vagas das 162.329 bolsas ofereci-das no total.

São mais de 12 mil cursos espalha-dos em 1.078 instituições de ensino em todo o País. Em Alagoas, se levarmos em consideração apenas as instituições que ofertam cursos de Educação à Distân-cia atingimos o impressionante número de 67 entidades. Além desse quadro, o estado conta com aproximadamente 25 IES formando profissionais anualmente, entre públicas e privadas.

Apresentado esse destaque da revista, pergunto: Por que o governo federal não financia essas bolsas diretamente para as vagas ociosas das faculdades privadas? Como não existe vaga para todo aluno nas universidades federais, a oportuni-dade deveria ser dada ao aluno estudar na particular. Diferentemente do FIES, que é um financiamento estudantil por meio da Caixa Econômica Federal, esse seria um programa onde o governo ban-caria esse estudo para quem deseja fazer uma faculdade em tempo integral.

Do jeito como está anunciado, é o governo incentivando um ensinamento rápido e não acredito nesse conheci-mento acadêmico. Mesmo que seja um financiamento, não acho isso interes-sante do ponto de vista governamental agir assim. As vagas abertas seriam des-tinadas, exclusivamente, aos estudantes pobres, com renda limitada ao salário mínimo, já que as vagas nas universida-des federais e estaduais são ocupadas, em sua maior parte, por famílias de clas-se média e alta.

Por que o governo federal não cria um programa de incentivo direto, sem

financiamento, sem restituição depois, e com repasse direto para as instituições de ensino superior em troca das vagas ofertadas e ociosas das instituições pri-vadas? Por que os governos não facili-tam os estudos das camadas mais pobres do País? Por que o pobre tem que espe-rar tanto para estudar e se formar? Acho que são perguntas que ficarão sem res-postas. Não existe interesse. A facilida-de do financiamento pode não ser uma coisa boa no futuro, na hora de pagar a conta.

A mesma revista acrescenta que a educação está ganhando cada vez mais importância no Brasil e que o Ministé-rio da Educação (MEC) foi o órgão fe-deral que mais investiu recursos, alcan-çando a marca de 8 bilhões, 280 milhões de reais, entre janeiro e outubro do ano passado. Segundo o Instituto de Pesqui-sa Econômica Aplicada (Ipea), os recur-sos para o ensino superior aumentaram 10% em relação ao mesmo período de 2011.

Até aí tudo bem, mas o pobre que é pobre mesmo vai continuar sem estu-dar...

NILTON ROCHA advogado e membro da AAI e APL

A Justiça na nossa óptica é a ci-ência das ciências sociais, cujo símbolo é representada na musa

que trás os olhos vendados, mas, con-duz na sua mão direita a espada e na mão esquerda a balança, com o objetivo de julgar de acordo com a verdade e a consciência cristalina. Em Alagoas, vez outra ocorre diferente. A Justiça reco-nhece direitos e o Estado não cumpre. Perguntamos: Que significa Justiça? É a ciência que determina dar a cada um o que lhe pertence. Rui Barbosa, dizia que a Justiça só é sábia quando olha pra os dois lados, direito e esquerdo e dire-ciona-se finalmente para o lado certo e racional. Fora disto não passa de algo inexistente.

Depois deste introito traz-nos à baila um fato curioso e merecedor de registro. Há dois anos um grupo for-mado por ex secretários de Estado que

Justiça restabelece direitos e Estado não obedecese encontra na inatividade, adentrou com mandado de segurança junto ao egrégio Tribunal de Justiça de Alagoas, com a finalidade de restabelecer direi-tos vencimentais concedidos pelo atual Governo ao pessoal ativo e negados aos aposentados em questão. Aquela Corte, após os trâmites legais levou o pleito ao pleno daquele Tribunal, que por unani-midade absoluta reconheceu os direitos dos postulantes e através do Acórdão n° 5.0285/2011 determinou ao Governa-dor a implantação incontinenti do au-mento dado aos secretários do serviço ativo e negado ao pessoal da inativida-de. De lá para cá, foi travada uma luta jurídica entre o Estado e os advogados dos recorrentes.

Um fato interessante aconteceu, que o Governo recorreu da sentença junto ao Tribunal em foco, em seguida ao Su-perior Tribunal de Justiça e, finalmente, ao Supremo Tribunal Federal, tendo as instâncias superiores ratificado a de-

cisão prolatada em favor das pessoas prejudicadas. Ultimamente, a relatora do processo determinou o cumprimen-to imediato da decisão do TJAL, após entendimento do STF em favor dos autores, inclusive com multa diária de três mil reais pelo não cumprimento do acórdão supracitado. Porém, até o pre-sente, nada atendido.

Dos recorrentes três deles já falece-ram. Os demais já não têm o que em-penhar em busca de recursos para so-breviver e cumprir com suas obrigações de cidadãos honestos. Não há mais nin-guém para recorrer, senão ao socorro do Altíssimo, visto que todos os cami-nhos foram percorridos.

Agora, resta-nos lembrar da políti-ca partidária filosófica apregoada pelo Menestrel das Alagoas, cuja bandeira sempre foi defender o Estado Demo-crático de Direito, preferencialmente os humildes e os sedentos de justiça social. Se vivo fosse, certamente tocaria no coração endurecido do seu filho para

cumprir determinações emanadas dos princípios constitucionais brasileiros inseridos na Carta Magna, no dispo-sitivo do mandado de segurança, visto que o direito liquido e certo do grupo prejudicado fora ceifado. A época do direito da força não mais existe. Hoje, vivemos a força do direito. Já nos pa-rece vivenciarmos instantes ditatoriais.

A democracia só persiste se tiver-mos irmanados no complexo filosófico diretamente voltado para o bem co-mum e bem-estar do nosso povo. En-tendermos nós e a gente brasileira que não foi em vã a luta impregnada pelo nosso Menestrel ao desfraldar a ban-deira de luta em todos rincões brasi-leiros. Esperamos e confiamos que seu rebento, hoje à frente da Terra dos Ma-rechais, repense e faça cumprir o que a justiça determina, imbuído no princi-pio: “fiat justitia, pereat mundus”, isto é, faça-se justiça, mesmo que pereça o mundo.

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CUNHA PINTO

S.O.S.ALAGOAS

É Brasil!De um agrônomo irritado com alheamento das autoridades da área agrícola: “O Brasil, hoje, tem duas categorias na zona rural. Uma daqueles com pouca terra – estes são os que de fato produzem – e os sem-terra, que não plantam nada e vivem exclusivamente das benesses do Governo.”

Mensagem “No dia de hoje, desejo muita saúde, felicidade e, claro, uma Ala-goas cada vez melhor para a nossa gente.” O texto foi do governador Teotonio Vilela em mensagem de felicitações enviada ao jornalista que comemorou aniversário na quarta-feira, 13 de março. Obri-gado.

Ponto positivoA Secretaria Municipal do Meio Ambiente começa a disciplinar som abusivo no calçadão do comércio, gerado de aparelhos instalados nas portas de lojas. Mas algumas são insistentes na teimo-sia. Outro problema, o xagero de camelôs vendendo de tudo.

Ponto de vista“O consumo de drogas deixa es-tatística perversa em crescimento no Estado. Os pais precisam fazer a sua parte na prevenção educa-tiva e não esperar só por ações do governo. O diálogo na família deve se alicerçar no princípio do ser menos mau os aborrecimentos pela advertência que tentar reme-diar depois”. Observação é de um ex-viciado.s

Até isso?

Supermercados em Maceió suspendem a disponibilidade de cestas para uso por quem faz pequenas compras. Motivo? Hábito de clientes “levarem” para casa com os produtos adquiridos. Fiscais dão conta que estatística do furto não é maior por “não nos descuidarmos. Já levaram até carrinhos de

compras. e, aí, está demais...”

Escudeira

1 – Setores da mídia nacional empurram a candidatura de Aécio Ne-ves à Presidência da República, cuja campanha é agora coordenada

por Fernando Henrique Cardoso, que deixa os bastidores para voltar a ribalta em papel secundário. Já “puxou até o tapete” do insistente José Serra.

2 – Grupos em Alagoas, que no passado favoreceram a campanha tucana de Teotônio Vilela, se mantém silenciosos quanto a apoio

nas eleições majoritárias do próximo ano. Para o governo em espe-cial. Mas alguns, já por hábito, devem seguir no cordão puxado pelos Martírios. Teo é um provável candidato ao Senado.

PresidenciáveisFosse hoje a eleição para pre-sidente do Brasil e seria forte a chance de haver, além de Dilma Rousseff (PT) Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), ao menos outros quatro nomes. Da lista de “prováveis” aparecem o senador Cristo-vam Buarque (PDT) Fernando Gabeira (PV); senadora Marina Silva (PRS) e Fernando Collor (PTB).

Infiltrados Em Maceió há desconfiança de haver taxi clonado pegando passageiros. numa, concorrência com empresas e motoristas que trabalham regularizados. O percurso, segundo consta do falatório é mais comum no trecho bairro-centro e vice-versa, feito como “taxi-lotação” com preço da corrida é R$ 2,50, por pessoa. Mesmo valor da passagem de ônibus.

ExtorsãoQuem freqüenta a vida noturna e estaciona carro na rua, área de alta freqüência de público, fica sob ameaça de extorsão por flanelinha. “Se não aceito pagar taxa de até R$ 20,00 fico sob risco de no retorno encontrar o veículo com parabrisa quebra-do e lataria riscada de prego,” comentou um dos explorados.

DesesperoNo Condomínio Pedras do Atlântico (Cruz das Almas) mo-radores ainda têm dificuldade em estar nos imóveis devido os mosquitos? Pergunta tem a ver com contagem regressiva para chegada do inverno, em desabafo de um morador: “É desuma-na atenção dos órgão públicos com os cidadãos. A causa é um córrego de água poluída.”

PrevençãoSetores ligados a saúde, no Estado e municípios, devem definir ações educativas para conter a possibilidade de uma epidemia de dengue. Advertência tem a ver com o habitual continuísmo da população no mau costume de não se importar com água empossada e lixo na rua.

Muita atençãoQuem vive no litoral alagoano, o Norte em especial, pressente como fora de controle o avanço de construção privatizando áreas de praia para fa-vorecer, invasões de obras, em especial ligadas a rede de hotelaria. Quem reclamasão os moradores e apontam como espelho da irregularidade a

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“É esquecer o que passou”

Leandro Campos, técnico do ASA

“O time está escalado”

Ademir Fonseca, técnico do CRB

“Estava em plena atividade”

Diego Clementino reforço do CSA

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LembrandoO técnico Ademir Fonseca, que estreou bem no Ala-goano e na quarta-feira o time goleou o Murici,, não é desconhecido na Pajuçara. Ele trabalhou no Galo há uns 13 anos. Como jogador compôs um dos melhores plantéis da história do Bota-fogo. Ademir conhece bem os segredos do futebol e as manhas dos jogadores.

Preço de um erroBruno, ex-goleiro do Fla-mengo, de contrato rescindi-do em julho de 2010, perdeu cerca de R$ 10 milhões, só em salários, após preso pelo assassinato de Eliza Samú-dio. Isso, lembrou o Extra (Rio), por não pagar R$ 30 mil por mês a garota para criar o filho que teve com ele. Conenado, cumpre pena de 22 anos.

Pé esquerdoO ASA não esteve bem outra vez. Isso tanto no Alagoano (estreou com derrota para o Murici fora de Arapiraca (3x1) como no Coaraci da Mata Fonseca, domingo, so-freu segundo tropeço (1x2), desta vez para o Campinen-se. Agora vai para um tudo ou nada para decidir de vez a Copa do Nordeste.

FRASES

PORDENTRODOESPORTEJOÃO DE DEUS [email protected]

Figa para dar certo

O ASA viaja para a Paraíba consciente do momento que vive. O jogo com o Cam-pinense, no domingo, mexe com toda

Alagoas e a CBF vai reconhecer o vencedor como primeiro campeão do Nordeste. O ASA é Série B do Brasileiro, tem maturidade para decidir título e, a exemplo do que fez no Ceará, pode surpreender na Paraiba. O vencedor entra para a história do futebol nordestino.

Domingos de clássico

CSA x CRB, clássico das multidões por ser dos dos mais motivados do futebol alagoano acon-tece domingo no Rei Pelé. Os dois estão bem no hexagonal, se nivelam no futebol, o Trapichão é neutro e a motivação das torcidas favorece expectativa de novo recorde de público.

Vale até figa O ASA viaja para a Paraíba consciente do mo-mento que vive. O jogo com o Campinense, no domingo mexe com toda Alagoas e a CBF vai reconhecer o vencedor como primeiro cam-peão do Nordeste. A torcida, pode acreditar, tem confiança no time e estará em Campina Grande.

Firme no otimismoEnio Oliveira segue otimista com o rendimento do Corinthians e torcedores, no apoio a essa confiança prometem estar no Trapichão. No sábado anterior, contra o CRB, o empate é visto como lição para evitar “acomodação.” O plantel tem jogadores com qualidade técnica e bom padrão tático de jogo. É eficiente na saída de

Pé quente?Dunga, de volta aos gramados, após ausência prolongada, agora técnico do Internacional, venceu o primeiro turno do campeonato gaucho com placar fácil: 5x0. O adversá-rio, São Luiz, é clube desconhecido dos brasileiros, mas que desbanca poderosos. Gremistas que o digam.

Uma novidadeSantos x Flamengo, abre o Campeonato Brasileiro no dia 25 de maio e clássico deverá ser em Brasília como final da programação festiva de inauguração do novo Estádio Mané Garricha, prevista para começar 21 de abril com jogos finais do campeonato brasiliense. Data coincide com os 50 anos da Capital Federal. O Mané Garricha terá capacidade para 70 mil pessoas.

Decisão cariocasssO Botafogo somou no domingo passado, na vitória sobre o Vasco da Gama, o seu sexto título de campeão da Taça Guanabara, premiaçãoque corresponde o título do 1º turno do campeonato carioca.

Alagoano Jogos do hexagonal ainda não dão brecha para prever favorito. Surpresas no futebol acontecem e, nesta reta de chegada para decidir o título alagoano é precipitação. Seja de quem lado esteja o torcedor e isso se explica pela igualdade técnica dos clubes. Neste domingo deve estar sendo concluído o primeiro turno da decisão. O segundo vai acontecer com inversão do mando do campo.

Questionamento

1 - Romário transferiu o cam-po de jogo do gramado do

Rio para o plenário atapetado da Câmara Federal. Entretanto, da mesma forma como da épo-ca de jogador, segue levantando polêmica, agora como político, mais se pautando com temas ligados ao esporte. O futebol em especial.

2 - Novo affair: Romário quer da Confederação Brasileira

de Futebol (CBF) informações sobre contrato com a Nike, for-necedora de material esportivo. Estranha a transação não ter o conhecimento da comunidade do futebol, valores envolvidos e joga suspeita de dirigentes vir recebendo comissões milioná-rias. (Com JB Esporte, domin-go-10).

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“Quebra galho”

Tenho em minha biblioteca, dois livros de Nenzinha Machado Salles, com os títulos: Sebastiana

Quebra-Galho, um verdadeiro trata-do de truques para a dona-de-casa e o outro: Sebastiana Quebra o Galho do homem solteiro, divorciado etc... , publicados pela Editora Record e a venda nas livrarias. A autora morreu em 2000, era membro da Academia Petropolitana de Letras e ainda publi-cou pela mesma editora: Simpatias da Eufrázia, Contos que te conto e Tira-Manchas. São dicas importantes tanto para os casais, como para quem vive só. Especificamente para os divorciados ou solteiros, donos-de-casa, além das dicas na cozinha e na arrumação da casa, o manual oferece uma seção de saúde e beleza, e outros de primeiros socorros, na qual entre outras peri-pécias paramédicas, pode aprender a fazer massagem cardíaca, respiração artificial e a prestar socorro a gen-te acometida de diferentes tipos de intoxicação e envenenamentos. No final, dicas e trques espertíssimos para os mais variados consertos e acertos do cotidiano doméstico.

Na cozinhaO homem divorciado ou solteiro que vive sozinho, aprende com Nenzinha a preparar feijão, arroz, batata frita, carnes diversas e ainda como conser-var o que sobrou na geladeira. É um exercício salutar, prazeroso, preparar os alimentos que vai consumir, tudo economicamente e ecologicamente corretos, priorizando a lavagem dos perecíveis com hipoclorito.

REPÓRTERECONÔMICOJAIR PIMENTEL - [email protected]

Na hora da faxinaVai aprender como limpar vidros, espelhos, azulejos, boxes e vasos sanitários encardidos. Também como retirar diferentes tipo de manchas de diferentes materiais e superfíceis, além de descobrir como eliminar qual-quer mau odor do ambiente.

LavanderiaPara economizar o dinheiro que seria pago a uma lavanderia, a dica é lavar a roupa em casa mesmo (na máquina de lavar),

mantendo a sempre limpa, passada e com jeito de nova. Des-cobrirá também como lavar tapetes, carpetes e rede de dormir e, finalmente como retirar marcas de ferrugem de sua melhor camisa de festa.

CuidadosUma vez descongelados, os alimentos não devem ser conge-lados novamente. Nesse caso, se forem pratos prontos, devem ser consumidos em seguida. Os alimentos crus, deverão ser cozidos. Depois de descongela, é importante evitar que a comida pronta cozinhe demais. Não se esqueça de etiquetar todos os alimentos que serão congelados.

ProibidosNão se devem congelar os seguintes alimentos: abacaxi,ar-roz, batata cozida, carnes salgadas ou defumadas, conservas, cremes, manjares, pudins e recheios de torta, doces carame-lados, frutas ao natural, gelatina, maionese, ovos, verduras e legumes, creme de leite e queijo.

Mais economiaÉ também importante para quem vive só, a economia no consumo de energia, água, gás, telefone. Com disciplina, vai conseguindo reduzir tudo, economizar no orçamento e ainda sobrar algum dinheiro para aplicar na caderneta de poupan-ça. Importante também é seguir um orçamento doméstico, anotando tudo que entra e sai (receita e despesa) e seguir à risca.

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GreveFuncionários da Limpel paralisaram as atividades o começo da semana. A empresa é uma das responsáveis pela coleta de lixo na capital e em várias cidades do interior. Os trabalhadores reivindicavam o pagamento de adicional por insalubridade e reajuste salarial de 10%. O problema foi solucionado poucas horas depois.

Lixão

1- Um consórcio para criação de um aterro sanitário em Olivença virou dor de cabeça para os moradores. Apesar

de não estar em funcionamento, muitos resíduos estavam sendo depositados nos arredores do futuro aterro. O acúmu-lo do material aumentou exponencialmente o odor na região, chegando a provocar náuseas em que mora nas proximidades do local.

2- Na quarta-feira (13), a Justiça Estadual determinou o fechamento de um lixão em Igaci. O depósito de lixo

ficava à céu aberto, em meio a uma colônia agrícola. O juiz Anderson Santos, que assina a decisão, ainda aplicou multa de R$ 5 mil diário para a prefeitura e R$ 1 mil diário para o

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MEIOAMBIENTE

Após 20 anos, Canal do Sertão começa a funcionar

O Canal do Sertão finalmente começou a funcionar. Os primeiros 65 km do empreendimento foram oficialmente inaugurados em Água Branca, na ter-

ça-feira (12), com a presença da presidente Dilma Rousse-ff. A água retirada do Rio São Francisco abastece Delmiro Gouveia, Pariconha e Água Branca.A obra é uma das mais esperadas em Alagoas. Iniciada ainda na gestão de Geraldo Bulhões (nos anos de 1991 e 1992), o Canal do Sertão passou 20 anos para ter seu pri-meiro trecho concluído. Não é sequer metade da extensão que consta no projeto – um total de 250 km, terminando no município de Arapiraca.Mas, certamente, já é um grande avanço para os alagoa-nos. Se for corretamente utilizado, o empreendimento vai alcançar alagoanos que sofrem rotineiramente com a falta de água. O pequeno agricultor, personagem constante nos dramas provocado pela seca, é um dos principais benefici-ários. Terá água a baixo custo, em quantidade e de forma bastante acessível.A inauguração do Canal do Sertão pode se transformar na inauguração de uma nova era para o povo alagoano. Basta que as autoridades públicas, responsáveis pelo empreendi-mento, queiram que isso aconteça.

PreservaçãoO município de Limoeiro de Anadia deve ganhar uma Área de Preser-vação Permanente (APP) no povoado de Tamandoá. Durante esta se-mana, representantes da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) se reuniram com o prefeito do município para definir a criação da APP.

Apreensão

1 - Quase uma tonelada de peixe foi apreendida pela Polí-cia Federal (PF) e Ibama no Jaraguá, em Maceió. Agentes

interceptaram um barco pesqueiro sem licença no Ministério da Pesca e que utilizava uma tipo de rede proibido para capturar os animais. Três pessoas foram encontradas na embarcação e encaminhadas para a sede da PF, onde foram autuados por crime ambiental.

2 – Na semana passada, a Polícia Rodoviária Federal pren-deu duas pessoas por tráfico de animais silvestres. Os dois

transportavam 301 canários-da-terra, em duas caixas de madeira escondidas em seu carro. Os animais, os materiais e os crimino-sos foram encaminhados para a delegacia da Policia Civil de São Sebastião.

Novos trechosA presidente Dilma Rousseff pro-meteu o envio de mais recursos federais para finalizar o terceiro e o quarto trecho do Canal do Sertão. Só nessa etapa, mais de R$ 1 bilhão foi investido no em-preendimento. De acordo com a presidente, outro R$ 1 bilhão deverá ser enviado para, em três anos, dobrar a extensão do Canal.

BiogásA Finlândia inaugurou a maior usina de biogás do mun-do na segunda-feira (11). Localizado em Vaasa, ao lado de uma usina de carvão, o empreendimento tem 140 megawatts de potência. Toda a energia é gerada através de gás oriundo de biomassa. O material é renovável e menos agressivo ao meio ambiente.

Minimizar a secaNão temos como impe-dir que a seca ocorra, mas temos como impe-dir que ela nos atinja. Essa obra vai durar anos e anos a fio e vai permitir que possamos enfrentar a seca de for-ma eficiente”, declarou Dilma na solenidade.

PrótesePela primeira vez, um jacaré recebeu uma prótese de silicone para substituir seu rabo. O caso aconteceu no estado do Arizo-na, nos Estados Unidos. O animal havia perdido seu rabo em uma disputa com outro jacaré. A prótese foi criada com base em imagens infravermelhas que capturaram os movimentos do réptil e a localização do seu centro de gravidade.

PerigoAumentou o número de acidentes com escorpião em Alagoas. Até agora, mais de 800 casos de envenenamento foram re-gistrados neste ano. Um dos motivos da maior presença do ani-mal é a incidência de chuvas e o acúmulo de lixo. O escorpião procura abrigos para se proteger e procriar nesta época do ano.

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RODA VIVAESTRATÉGIA de produção dos fabricantes, em fevereiro, foi de aumentar os estoques totais de 29 dias para 39 dias, a fim de atender aquecimento da demanda este mês. No final de março haverá nova subida do IPI e o tradicional apelo de “compre antes do aumento”. Primeiro bimestre do ano foi recor-dista em vendas: 547.000 unidades (veículos leves e pesados).

HYUNDAI acertou, de novo, no estilo do HB20S. Versão sedã do

hatch compacto mostra equilíbrio de linhas e um terceiro volume sem parecer adaptado. Isso lhe custou, entretanto, volume no porta-ma-las: 450 litros, um dos menores do segmento. Manteve três versões de acabamento, além de motor de 1 litro (80 cv) e 1,6 litro (128 cv), ambos os mais potentes entre aspi-rados para a respectiva cilindrada.

DESDE as versões de entrada, há bom nível de equipamentos como ar-condicionado, sistema de som

com bons recursos (Bluetooth e MP3), comandos elétricos para vidros, travas e espelhos, ajuste de altura do banco (não tão eficiente) e da coluna da direção em dois planos, entre outros. Melhor seria assistência elétrica na direção, no lugar da hidráulica. Repetido o erro de sonegar os freios ABS na versão básica, embora não esteja sozinho nessa política torta.

SUSPENSÕES têm correto com-promisso conforto/estabilidade,

mas continuam ruídos de baten-tes em descida de quebra-molas ou buracos profundos. Câmbio automático, mesmo com quatro marchas, é adequado. Faltam freios a disco nas rodas traseiras, pois se trata do compacto mais rápido do mercado. Somando sedã e hatch, HB20 deve se consolidar entre os cinco mais vendidos, em boa briga com Onix/Prisma. Já incluso IPI de abril, quando começam as vendas, preços vão de R$ 39.495 a R$ 53.595.

Aberto até 17 de mar-ço, Salão de Genebra impressiona pelo nú-

mero de lançamentos. Nessa 83ª edição, veículos elétricos e híbri-dos saíram de uma ala específica e se misturam aos demais. Não quer dizer que representem algo palpável do mercado suíço, um dos poucos na Europa ainda sem enormes recuos. Em 2013 respon-derão por apenas 3% das vendas. Já os nada racionais SUVs e cros-sovers vão capturar cerca de 40%, o que ajudou a quase aniquilar as inteligentes stations (peruas), cuja boa aceitação permanece na Ale-manha.

Interessante que os híbridos se destacam entre as maiores atra-ções em extremidades opostas. LaFerrari, legítimo sucessor do modelo Enzo, além de desenho arrebatador, entrega nada menos de 963 cv com ajuda de um mo-tor elétrico (mesmo recurso do

McLaren P1, também muito boni-to, e “apenas” 916 cv). Supercon-traste em relação ao VW XL1 e seus motores de 2 cilindros (48 cv) e elétrico (27 cv), primeiro carro no mundo a consumir incrível 1 L/111 km. Ele ainda não tem pre-ço, ao contrário de R$ 3 milhões do LaFerrari. Mas, por enquanto, será até mais exclusivo: apenas 250 unidades (iniciais), contra 499 da série especial da marca italiana.

Em primeiro contato com o XL1, nos arredores de Genebra, o carro de dois lugares de carroceria extremamente aerodinâmica (Cx 0,19), bastante baixo (1,15 m) e portas do tipo asa de gaivota sur-preendeu pelo contraste entre a silenciosa tração elétrica e o rui-doso motor diesel. Sua autonomia elétrica pode chegar a 50 km, des-de que não se queira pedir ajuda ao motor a combustão e acelerar de 0 a 100 km/h em razoáveis 12,7 s (dado de fábrica).

Ainda sobre propulsão alter-nativa, a PSA Peugeot Citroën aposta suas fichas em um híbrido diferente. Associa motor a gasoli-na e ar comprimido, sem baterias e sem complicação mecânica do motor elétrico adicional, ambas de alto custo. Essa tecnologia, em parceria com a Bosch, parece pro-missora, porém ainda carece de mais testes e comprovação de via-bilidade financeira.

Como a busca por economia é foco constante, o Range Rover Evoque se apresenta como pri-meiro veículo com caixa de câm-bio automática (da alemã ZF) de nada menos que nove marchas. Também estará em outros carros, pois é tão compacta que permite uso com motor transversal.

Mercedes-Benz atiçou entu-siastas com o incrível Classe A 45, da sua divisão esporte AMG. Dá para imaginar um compacto com motor de 2 litros turbo, de

360 cv/46 kgf∙m, maior potência específica já alcançada por um au-tomóvel de produção seriada, de apenas quatro cilindros, até hoje?

Entre lançamentos que inte-ressam ao Brasil, destaque para o SUV compacto Peugeot 2008, cuja versão definitiva surgiu em Gene-bra e será fabricado no Estado do Rio de Janeiro, no final de 2014. O sedã compacto anabolizado CLA, da Mercedes – estreia mundial no salão suíço – também será um dos escolhidos para produção aqui (decisão até meados de 2013). Ou-tro estreante, crossover compacto Renault Captur, poderá ser opção de importação para a marca fran-cesa, único fabricante nacional que só traz carros do exterior da Argentina.

Alfa Romeo 4C também atraiu muita atenção: serão apenas 3.500 unidades do cupê, de baixo peso (80% para os EUA). Em princípio, nenhuma para o Brasil.

ALTARODAFERNANDO CALMON [email protected] pitstop

Salão de contrastes

Brasil terá mais motores turbo Fabricantes buscam atender aos limites de consumo de combustível e redução de CO2

Audi, BMW, Chevro-let, Citroën, Ford, Great Wall, Mahin-

dra, Míni, Troller e Volvo vão lançar este ano no Brasil carros equipados com motor turbo, seguindo a tendên-cia de atender a legislação em relação à economia de combustível e à redução de emissões de CO2.José Rubens Vicari, diretor da fabricante de turbos Ho-neywell, diz que o aumento da aplicação do turbo em carros vendidos no Brasil é um reflexo do que ocorre no mundo. Além disso, creditou ao programa Inovar-Auto (que estabelece a redução do consumo de combustível) a tendência cada vez maior das montadoras equiparem seus veículos com o equipamento.Segundo a Honeywell, 85% de todos os novos veículos leves a serem lançados no mercado europeu nos próxi-mos anos terão motor turbo.A fabricante informou que os próximos carros que terão o equipamento são: Audi A3 e SQ5, BMW, Chevrolet Trax, Citroën DS4, Ford Fusion, Ford Escape, Mahindra Quanto e XUV e Volvo V40, além de utilitários, como Great Wall Wingle.

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CRÔNICA

JOSÉ ARNALDO LISBOA MARTINS

Meu pai, Ma-noel Alves Martins, foi

um comerciante ho-nesto, trabalhador, católico, e muito de-dicado aos 9 filhos, sendo 2 do primei-ro matrimônio. Um

deles foi o Monsenhor Aloísio Martins, pároco de Mata Grande durante mais de 50 anos. Meu pai não era rico, mas, com sacrifício, suas posses pecuniárias sempre alimentaram, criaram, vestiram e educaram os filhos. Possuía duas lojas de tecidos, dois armazéns, sítios e um pequeno engenho, tudo em Mata Gran-de e Inhapi. Nascemos num sobrado antigo, com varandas trabalhadas, col-chões de barriguda e um pequeno po-mar. Nunca sentimos falta de filé, peixe grelhado, atum, frango ou bacalhau por-

No meu sobrado era muito melhortuguês. Tudo era suficiente e na medida das nossas necessidades. Nosso mundo girava em torno do sobrado, das frutas colhidas, dos ovos das galinhas “caipira”, nos queijos e doces caseiros e na liber-dade, mesmo limitada por nossos pais. Tivemos uma infância feliz, com muitos parentes e amigos. Tentamos aceitar o “modus vivendi” da capital, porém, sem-pre estávamos sentindo a falta das fofo-cas do povo bom do sertão e dos papos gostosos da Dona Rosália, das serestas do Zé de Bené e do violão do Zé Maria. Nosso sobrado nos dava prazer, durante as “quermesses” beneficentes da Igreja, com os carrosséis do sêo Mané Pistola e dos banhos no tanque do sêo Zé Barba-dinho. Lembro-me do boi da Prefeitura e da carroça comandada por Bié. Como era bom ser criança !

Estudei, dei aulas em colégios de Maceió, trabalhei na CEAL, no DER e, quando pude, construí uma residência, para dar melhor conforto à minha es-

posa e filhos. Crescemos, casamos e nos separamos dos irmãos. Construímos nossas casas, compramos móveis, tele-visão, computadores, liquidificadores e, depois, nos disseram que teríamos de le-vantar nossos muros. Compramos cães, contratamos vigilantes motorizados, implantamos cercas elétricas e grades para todas as janelas. A liberdade “do ir e vir”, ficou comprometida e a tranqui-lidade, também, se foi. Tentamos nos ajustar aos novos tempos, em nome da modernidade e dos estilos de vida. Dei-xamos de passear nas praças e de bater papo com os amigos. Já não é mais pos-sível sentirmos o ar puro e o vento gos-toso das nossas brisas. Antes, eu preferi o bairro do Farol para nossa moradia, contudo, vou ter que deixar o querido bairro, o sobrado da minha infância e a casa que construí com tanto prazer, para morar em apartamento.

Há poucos anos, depois de sermos sido assaltados por 5 bandidos, eu me vi

diante de revólveres, que nos obrigaram a ficar deitados, na nossa mais alegre sala, onde repousávamos e nos divertía-mos com a família. Meu lar foi invadido, eletrodomésticos roubados, joias sub-traídas, gavetões remexidos e um dos carros, levado pelos bandidos. Por sua vez, as autoridades ficam dizendo que teremos mais segurança e que o comba-te aos marginais seria intenso. Como já estamos cheios de tanta conversa fiada, resolvemos vender a casa, para com-prarmos um apartamento, onde dizem existir segurança. Com mentiras, já di-zem por aí que Maceió está mais bem vigiada e com componentes eletrônicos modernos e caros. Depois de sairmos do sobrado, fomos expulsos da nossa casa e, agora, iremos ficar confinados em apartamentos, pois, em breve, os mar-ginais já não mais nos deixarão em paz, mesmo com os mais sofisticados siste-mas de segurança. Chega de tanta con-versa fiada !

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... Na manhã de quarta-feira (13), a prefeita Célia Ro-cha (PTB) e o superintendente da Caixa Econômica Federal em Alagoas, Herberth Buenos Aires, assina-ram convênio de cooperação técnica para implantação do Representante Caixa nos Municípios.

... A solenidade ocorreu no auditório da Escola de Governo e também contou com a presença do gerente de Negócios da Caixa, Guido Palmeira, além de representantes da Gerência de Desenvolvimento Urbano e Engenharia (Gidur), da gerência local e de secretários municipais de governo.

... Na ocasião, o superintendente da Caixa, Herberth Buenos Aires, revelou que o convênio é direcionado para atender municípios com mais de 100 mil habi-tantes.

... “Arapiraca é o primeiro a assinar o documento em Alagoas. A finalidade desse projeto é ampliar a nossa parceria com o município, colocando um representante Caixa dentro da esfera de governo, com o objetivo de tornar mais ágeis os programas, contratos e convênios, entre outras parcerias com a nossa instituição”, explicou.

... Após a assinatura do Acordo de Cooperação Técni-ca (ACT), prefeita Célia e o superintendente da Caixa em Alagoas firmaram outra parceria, dessa vez para a capacitação de servidores em Gestão de Convênios, que será viabilizada por meio da Universidade Caixa.

... “A instituição tem sido uma facilitadora e uma importante parceira do desenvolvimento de Ara-piraca. Vocês são muito prestativos com o nosso trabalho, bem como dedicado uma atenção especial aos nossos pleitos”, afirmou a prefeita Célia.

... Depois da solenidade, técnicos da Caixa Econômica Federal iniciaram, na Escola de Governo, a primeira reunião em grupo com secretários e gestores munici-pais.

... A propósito, por falar em Arapiraca, em come-moração ao dia do Núcleo de Assistência à Saúde da Família (NASF), a Prefeitura intensificou na manhã de quarta-feira (13), os atendimentos básicos na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro primave-ra.

... Na ocasião, foram realizadas palestras de saúde do homem com o médico Eduardo Valença, saúde da mulher com a enfermeira Rwizziane Kalley, saúde bucal com a dentista Fátima, ginástica laboral com a educadora física Michele Carla, além de atendimentos psicológicos, farmacêuticas e nutricionais com seus determinados profissionais.

... A todos, um excelente final de semana, com saú-de, paz, alegria. Afinal, merecemos isso. Valeu. Inté a próxima edição. Quanto aos desafetos puxa-saco... deixa prá lá. Se não estivesse de bom humor iria mandá-los para a “ponte que caiu”!!! Fui!!!!

Estão decepcionadosAlguns prefeitos que investiram uma fortuna para se elegerem nas eleições municipais de outubro do ano passado já se mostram decepcionados com a administração pública. A maioria já não sabe o que fazer diante de tantos problemas que encontraram, a exemplo de dívidas e folha de servidores atrasada. E, o problema mais grave está nos municípios que estão inseridos no Cadastro Único de Convênios (Cauc), o ‘Serasa’ das Prefeituras. Com isso, ficam impossibilitados de receberem recursos federais.

“Pote de ouro”Apesar das dificuldades e decepções, alguns gestores não vão largar o osso. E a razão é muito simples: dívidas de campanha. Muitos acharam que ao vencer as eleições acertaram na loteria esportiva. Ledo engano. O “pote de ouro” que achavam que iriam encontrar na “viúva” está quebrado e vazio.

De olhoE agora, o que fazer? Já sabem que decretar estado de emergência e demitir servidores é uma barca furada, não vai encher de grana os cofres da administração municipal. Além de tudo, tem o Ministé-rio Público, a Justiça que estão de olhos atentos, de prontidão para punir os gestores que infringirem a Lei, desviando recursos públicos ou fazendo qualquer tipo de estripulia.

Cadeia nelesAs coisas mudaram e cometer atos ilegais dá cadeia. E um dos exemplos é o ex-prefeito de Maragogi, Marqui-nhos Madeira (foto), que teve a prisão decretada e está foragido a mais de 80 dias.Mas nem tudo está perdido. Tem prefeito honesto que trabalha com seriedade para garantir os serviços essenciais para os seus munícipes. E isso não deixa de ser um alento.

Ferramenta políticaO vereador de Delmiro Gouveia, professor Edvaldo Nascimento, nos enviou e–mail informando que o recurso disponibilizado pelo Governo Federal, por meio do programa Água é Vida, para ame-nizar a aflição das comunidades que sofrem com a seca, tem sido utilizado como ferramenta política em Delmiro Gouveia.

RecusouA denúncia foi feita pelo vereador Edvaldo Nascimento (PCdoB), durante sessão da Câmara Municipal. Ele ressaltou que o prefeito Luís Carlos Costa - Lula Cabeleira, teria se recusado a assinar um contrato com o empresário Maurício Bandeira, proprietário de car-ro-pipa, porque o mesmo não pertencer ao seu grupo político.

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ABCDOINTERIOR

PELO INTERIORNão assinou

Segundo Edvaldo, a Defesa Civil, órgão do Governo do Es-tado, teria cadastrado diversos carros-pipas, entre eles o de Maurício Bandeira, que teve toda a documentação aprova-da e o contrato já formalizado, restando apenas assinatura do prefeito, uma vez que o programa prevê a assinatura do gestor municipal, apenas como interveniente.

AbsurdoO vereador enfatiza que ao entrar em contato com a prefeitura para pegar o documento e iniciar o trabalho, o empresário foi surpreendido com a negativa, por estar politicamente ligado ao grupo adversário do prefeito.“Ao receber o contrato o prefeito se recusou e disse que não assinaria por se tratar de uma pessoa que não era ligada ao seu grupo e ter divergência política. Não podemos aceitar que as pessoas fiquem sem água por causa de um capricho do prefeito. Isso é inadmissível, até porque vivemos em uma democracia e temos o direito de fazer parte de qual-quer grupo político que nos interesse. Isso não é prerrogati-va para não liberar o fornecimento”, falou.

ContestouO empresário Maurício Bandeira vai ingressar com uma contestação sobre o indeferimento do prefeito, uma vez que não haveria motivos plausíveis para negar o fornecimento de água pelo seu carro pipa.“Estou com toda a documentação da Defesa Civil que atesta que o meu carro está apto para o fornecimento, tanto é que fizeram o contrato. O prefeito terá que se explicar porque negou apenas o fornecimento pelo meu carro-pipa. E aí ter que dar uma satisfação para a sociedade porque en-quanto ele fica com essas perseguições centenas de pessoas e animais morrem de sede”, disse o empresário.

Fornecendo águaBandeira explicou a comprovação da aptidão do seu carro-pipa: é que ele está transportando água para outros municípios, como Inhapi. “Se eu não estivesse apto, a De-fesa Civil não me deixaria levar a água para outras cidades. E estou fornecendo normalmente para Inhapi, cidade próxima a Delmiro”, falou.

Está alertandoEdvaldo declarou que estará prestando todo o apoio ao em-presário, inclusive alertando o Ministério Público. “Vamos tomar todas as providências necessárias, inclusive alertan-do o Ministério Público do uso político dos carros-pipas. Não podemos aceitar que isto esteja acontecendo, até porque prefeito é empregado do povo e não dono da cida-de. Não concordamos com esta arbitrariedade do prefeito”, disse o vereador.

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SP2 no Bicho do MarOs amantes do pop rock podem cutir nesta sexta (15 de março), a partir das 21h30, no restaurante Bicho do Mar, na Serraria, a banda SP2. Formada pelos músicos Will (violão e voz), Passarinho (batera), Filho (contra baixo) e Gugue (guitarra e vocal), o grupo mostra um repertório eclético, passando por Djavan, João Bosco, Skank, Paralamas do Sucesso, Titãs, Legião Urbana, além de sucessos internacionais. Uma boa pedida para o fim de semana com boa música, acompanhado por uns birinights

Raimundos e L-100Depois de um 2 anos de muito traba-lho, na tour do CD/DVD Roda Viva (ST2 Music), de mais de 140 shows pelo Brasil e cerca de 350 mil espec-tadores, o Raimundos reafirma sua volta ao topo do rock nacional. Esteve presente em vários festivais, feiras e festas por todo o Brasil, com apresen-tações eletrizantes, levando o público ao delírio. Olha o Raimundos mininu!! Recentemente gravou o CD “Ultraje x Raimundos”, um disco em parceria, proposto por uma gravadora. Pron-tamente aceito! No “embate do sécu-lo”, cada banda, toca o repertório do outro e vice-versa. O projeto foi uma boa diversão e também uma forma de “afiar” os instrumentos para o Cd de inéditas que vai ser lançado em mea-dos de 2013. Hoje, os Raimundos estão rodando o Brasil com o show Clássicos do Vinil, “Lavô tá novo”, na íntegra! + músicas do Ultraje x Raimundos + clássicos do Roda Viva! Um show completíssimo!E Maceió, fará parte dessa grande tur-nê, dia 23 de março de 2013, na Vox Room. a abertura do show fica por conbta da banda alagoana L-100, além de Atrito 82 e Suhbita.Pontos de Venda: Tchuk Jhones, Point Radical, Jameika e stands Folia Brasil e Viva AlagoasMais informações: (82) 3032-0088

Show do Capital Inicial “Das Kapital”, o décimo segundo álbum de estúdio da banda Capital Inicial, e o primeiro trabalho inédito da banda em três anos. O show acontece na casa de show Musique, no próximo dia 19 de março, a partir das 22 horas. O título da nova turnê da banda e foi inspirado no famoso livro “O Capital”, de autoria do intelectual e revolucionário alemão Karl Marx. Todas as 11 com-posições são do próprio Dinho, em parceria com outros músicos, como o guitarrista da banda, Yves Passarell, considerado um dos grandes guitarristas de rock do cenário musical brasileiro. - Informações:9306-9306

Beatriz Seagal e Herson Capri em MaceióO espetáculo ‘Conversando Com a Mamãe’, que tem no elenco a Beatriz Segal e o ator Herson Capri, estará em cartaz nos dias 11, 12 e 13 de maio no palco do Teatro Deodoro. Em ‘Conversando com Mamãe’ Beatriz Segall in-terpreta uma senhora de 82 anos. Herson Capri, por sua vez, é Jaime, o filho cinquentão que pouco convive com a mãe e só tem notícias dela por telefone. Um encontro deles para resolver uma crise rende momentos divertidos e emociona ao trazer temas como afeto, companheirismo e afastamento.

Vander Lee no DeodoroO cantor e compositor Vander Lee se apresenta em Maceió, no dia 21 de março. O show acontece no palco do Teatro Deodoro a partir das 21 horas. Como bom mineiro, começou sua carreira em bares locais em meados da década de 1980, em 1987 já fazia shows com seu próprio repertório. Suas canções variam desde o romântico, passando pelo samba até a balada e rock mineiro. Em suas letras, fala de acontecimentos da vida cotidiana, e sempre com um lado romântico, fala de amor. Já gravou com grandes nome da MPB, como Zeca Baleiro, Elza Soares, Rita Ribeiro, Leila Pinheiro e Nando Reis. Compôs a música “Estrela” que foi gravada pela cantora Maria Bethânia. Teve ainda a canção “Onde Deus possa me ouvir” gravada por Gal Costa.Pontos de vendas: Cia. das Havaianas e no Teatro Deodoro. Mais informa-ções: (82) 3235.4280 e 9979.5959

FIM DESEMANA

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Stand Up Comedy com Paulinho Serra no Gustavo LeitePaulinho Serra, idealizador e diretor do espetáculo DEZnecessários, hoje uma Cia de Humor que “abriga” grandes nomes do humor brasileiro, apresenta seu mais novo espetáculo: “Paulinho Serra em pedaços”. O show acontece no dia 30 de março, no Teatro Gustavo Leite, às 21 horas, em única apresentação.Valor do ingresso: Inteira R$ 60,00 e meia: R$ 30,00 (es-tudantes, idosos e clientes da Porto Seguro Seguradora)Vendas: Casa das tintas (Farol / Ponta verde) e Mr Cat (Amélia Rosa)Informções: 3032 5210 ou 9601 2828

O samba de Alcione

A sambista Alcione se apresenta em Maceió no próximo dia 27 de abril, na casa de show Musique, no Stela Maris. O show comemora os 40 anos de carreira da canto-ra, conhecida por seus sambas românticos. O espetáculo é fruto do projeto registrado em dois CDs/DVDs que foram lançados, oficialmente, durante a turnê. A cantora comemora da maneira que mais gosta: cantando para os fãs numa turnê nacional, que teve início no dia 15 de outubro e não tem data para terminar. O espetáculo é baseado nos repertórios dos DVDs “Duas Faces - Jam Session” e “Duas Faces - Ao Vivo, na Mangueira” e incluirá, além dos seus principais sucessos e as inéditas do novo projeto, canções que a artista interpretava em shows, mas que jamais havia gravado. Standards nacionais e internacionais que adora cantarolar também ganharam registro fonográfico em sua voz e entram para setlist.Ingressos: R$ 100,00 (mezanino) / R$ 40,00 (pista) / R$ 960,00 (mesa para seis pessoas)Pontos de venda: Casa das Tintas (Farol e Ponta Verde)Vendas de mesas: Colcci (Maceió Shopping)Vendas online: www.gaproducocoes.comMais informações: (82) 3032-5210 ou 9601-2828

Milton Nascimento em MaceióO cantor carioca/mineiro, Milton Nascimento faz show em Maceió no próximo dia 6 de abril, no Teatro Gustavo Leite, às 21 horas. Representante nato do Clube da Esquina, Milton Nacimento viaja o Brasil com o show “Uma Traves-sia”, onde mostra todo seu talento no excelente repertório criado durante vários anos de carreira. Ingressos venda: Sue Chamusca - Maceió Shopping, Térreo. Valores: Platéia A: R$ 250 e 125, Platéia B: R$ 200 e 100, Platéia C: R$ 150 e 75 e Mezanino: R$ 120 e 60.

Teatro no SesiA Companhia Nêga Fulô apresenta no sábado (16) e no do-mingo (17), às 17h, no Teatro do Sesi, a montagem teatral “Tchuplin: o mistério para salvar o ponto azul”. Destinado ao público infantil, o espetáculo tem direção de René Guer-ra e traz no elenco os experientes atores Régis de Souza, Diva Gonçalves, Alderir Souza e Daniel Dabasi. A peça fica em cartaz até o dia 24 de março, sempre aos sábados e domingos, às 17h. Para mais informações, o contato é o 9973-9923 e o 3336-2898.

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