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Ano 12 • Edição nº 624 www.focoregional.com.br Saúde e Fiocruz traçam cronograma para Volta Grande IV Página 11 Proposta transfere para Câmara autorização de reajuste de tarifa A polícia de Volta Redonda apresentou quatro sus- peitos – três homens e uma mulher – do assassinato do engenheiro José Antônio Leal da Silva, de 50 anos, em março deste ano, no Jardim Caroline, no bairro Voldac. U U U ma Proposta de Emenda à Lei Orgânica Muni- cipal, apresentada pelo ve- reador Francisco Chaves, transfere para a Câmara a autorização para o reajuste das tarifas de ônibus em Volta Redonda. Aprovada em primeira votação – pas- sou por um voto – a proposta provocou um acalorado de- bate. O autor diz que apre- sentou a medida “a pedido da população”. Paulo Balta- zar, um dos que votaram contra, classificou a iniciati- va de temerária. O reajuste da tarifa cabe ao Executivo. Página 3 Julgamento de hackers é marcado em Barra Mansa Está previsto para esta terça-feira o julgamento dos suspeitos de integrar uma quadrilha que roubava di- nheiro de contas correntes a partir da ação de hackers, que invadiam o sistema de uma grande rede bancária. O grupo foi desmantelado em janeiro deste ano pela Polícia Civil, que prendeu dez pessoas. Oito consegui- ram autorização para res- ponder em liberdade, mas os dois suspeitos considera- dos os líderes do bando per- manecem reclusos. Página 10 Dejair Martins vê como normal disputa entre Pezão e Lindbergh O presidente do PT de Volta Redonda, Dejair Mar- tins, afirmou que é legítimo o senador petista Lindber- gh Farias postular a candidatura ao governo do estado no ano que vem, pois já abriu mão de concorrer em 2010. Lembrando que a eleição deve ser decidida em dois tur- nos, ele considera como normal que PT e PMDB lancem candidatos. “Quem for para o segundo turno terá o apoio do outro”, diz Dejair. O PMDB, que lançará o vice-go- vernador Pezão, tenta impedir a candidatura. Página 7 Apresentação: Suspeitos conheciam o engenheiro, que foi morto a facadas dentro de casa, no Jardim Caroline, em Volta Redonda Polícia apresenta suspeitos de assassinar engenheiro Ele foi morto a facadas. Entre os presos, está o estu- dante de Direito Carlos Gomes do Carmo, de 22 anos, que era próximo da vítima, tanto que tinha até as cha- ves da casa do engenheiro. Página 10 Foco Regional Sul Fluminense 17 a 23 de junho de 2013 Distribuição dirigida toda segunda-feira | TRANSPORTE COLETIVO | U Projeto Tarifa-P3.JPG

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Page 1: Edicao 624

Ano 12 • Edição nº 624www.focoregional.com.br

Saúde e Fiocruz

traçam

cronograma para

Volta Grande IV

� Página 11

Proposta transfere para Câmaraautorização de reajuste de tarifa

A polícia de Volta Redonda apresentou quatro sus-peitos – três homens e uma mulher – do assassinato doengenheiro José Antônio Leal da Silva, de 50 anos, emmarço deste ano, no Jardim Caroline, no bairro Voldac.

UUUUUma Proposta deEmenda à LeiOrgânica Muni-

cipal, apresentada pelo ve-reador Francisco Chaves,transfere para a Câmara aautorização para o reajustedas tarifas de ônibus emVolta Redonda. Aprovadaem primeira votação – pas-sou por um voto – a propostaprovocou um acalorado de-bate. O autor diz que apre-sentou a medida “a pedidoda população”. Paulo Balta-zar, um dos que votaramcontra, classificou a iniciati-va de temerária. O reajusteda tarifa cabe ao Executivo.

� Página 3

Julgamento de

hackers é marcado

em Barra MansaEstá previsto para esta

terça-feira o julgamento dossuspeitos de integrar umaquadrilha que roubava di-nheiro de contas correntesa partir da ação de hackers,que invadiam o sistema deuma grande rede bancária.O grupo foi desmanteladoem janeiro deste ano pelaPolícia Civil, que prendeudez pessoas. Oito consegui-ram autorização para res-ponder em liberdade, masos dois suspeitos considera-dos os líderes do bando per-manecem reclusos.

� Página 10

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Dejair Martins vê como normal disputa entre Pezão e LindberghO presidente do PT de Volta Redonda, Dejair Mar-

tins, afirmou que é legítimo o senador petista Lindber-gh Farias postular a candidatura ao governo do estadono ano que vem, pois já abriu mão de concorrer em 2010.Lembrando que a eleição deve ser decidida em dois tur-

nos, ele considera como normal que PT e PMDB lancemcandidatos. “Quem for para o segundo turno terá o apoiodo outro”, diz Dejair. O PMDB, que lançará o vice-go-vernador Pezão, tenta impedir a candidatura.

� Página 7

Apresentação: Suspeitos conheciam o engenheiro, que foi morto a facadas dentro de casa, no Jardim Caroline, em Volta Redonda

Polícia apresenta suspeitos de assassinar engenheiroEle foi morto a facadas. Entre os presos, está o estu-dante de Direito Carlos Gomes do Carmo, de 22 anos,que era próximo da vítima, tanto que tinha até as cha-ves da casa do engenheiro. � Página 10

Foco Regional

Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Distribuição dirigida toda segunda-feira

| TRANSPORTE COLETIVO |

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Projeto Tarifa-P3.JPG

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2 Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 624

SentimentoHomenageado com a Medalha Ti-

radentes (leia mais na página 5), o bis-po Francisco Biasin, da Diocese Barrado Piraí-Volta Redonda, ficou emocio-nado na sessão solene realizada na ci-dade do aço, na segunda-feira (10).

E, num breve discurso, o religiosonascido na Itália revelou seu amor aoBrasil. Disse ele: “Meu avô morreu naI Guerra Mundial. Quando nasci, meupai estava sendo preso em um campode concentração da II Guerra Mundial.E eu nasci com um respeito muito gran-de pela paz, pela vida, pelas pessoas. Amaior graça da minha vida depois deter nascido e ter sido batizado filho deDeus, foi ter vindo ao Brasil, minhasegunda pátria. Daqui não saio mais”.

MulheresDom Biasin também dedicou um

tempo de sua fala para criticar o ma-chismo e enaltecer o papel da mulher,inclusive e – principalmente – dentroda própria Igreja Católica:

“O mundo sempre foi governado porhomens, de uma maneira muito dura.Foi uma história de guerra, de luta, depoder e de rivalidade sem fim. Duvidoque uma mãe mande seu filho matar ofilho de outra mulher. Duvido que umamãe despreze o fruto das suas entranhase do seu amor. Eu creio que entregar omundo, a história e o futuro à mulher sejaum grande ganho para a Igreja e para ahumanidade. E desta forma, a nossaIgreja deverá dar passos a mais para queas mulheres possam dizer a palavra compoder de decisão e que a Igreja seja, nãosomente o rosto de Deus Pai, mas tam-bém o rosto materno de Deus”.

Segurança IA Câmara de Volta Redonda aprovou

projeto de lei de autoria de Paulo Baltazar(PRB) que determina o controle de entra-da e saída dos alunos da primeira fase doensino fundamental em todas as escolaspúblicas e particulares do município.

Pelo texto, no ato da matrícula, osresponsáveis pelas crianças deverãoobrigatoriamente cadastrar na escolaos nomes das pessoas, maiores de ida-de, autorizadas a retirar os estudantes.

Segundo Baltazar, o objetivo é evitarqualquer coisa parecida com o que ocor-reu em março deste ano, em Barra doPiraí, onde o menino João Felipe EirasSantana Bichara foi retirado da escola eacabou assassinado pela manicure Su-

zana do Carmo de Oliveira Figueiredo.

Segurança IIO vereador Gemilson Sukinho

(PSD) vai encaminhar ofício ao coman-do do 28º BPM (Batalhão de PolíciaMilitar) pedindo mais segurança noSanto Agostinho.

Ele contou à coluna que vem rece-bendo seguidas queixas de comerci-antes de assaltos no bairro.

JuventudeEstá programado para esta quar-

ta-feira (19), no auditório do Palácio17 de Julho, em Volta Redonda, o 1ºEncontro Regional de Conselhos deJuventude. A abertura está previstapara 9 horas da manhã.

Participam a presidente do Conse-lho Estadual da Juventude, AdrielleSaldanha; o presidente do ConselhoNacional, Alessandro Melchior e o su-perintendente estadual de Políticaspara a Juventude, Tiago Santana.

Entre o final da manhã e o início datarde haverá um painel com um Panora-ma das Políticas Públicas de Juventude.

A previsão é de que o encontro sejaencerrado às 17h30min.

Desalojados IO prefeito de Barra Mansa, Jonas

Marins, se reuniu na quarta-feira (12)com famílias desalojadas, no início doano, devido ao deslizamento de terraque atingiu o bairro.

Das 15 famílias obrigadas a sairde casa, oito já estão inscritas no alu-guel social.

Mas a nova preocupação é com umsuposto vazamento de esgoto no terrenoque deslizou. O coordenador de Água eEsgoto do Saae, Adilson Cruz Souza, disseque o órgão tinha conhecimento da sus-peita até a reunião da semana passada eque vai verificar o que precisa ser feito.

Desalojados IINa mesma reunião, algumas fa-

mílias quiseram saber do prefeito sepoderiam retornar às casas que nãoforam afetadas pelo deslizamento.Jonas ponderou que é preciso umlaudo atestando não haver riscos paraque a volta seja permitida.

- Vou pedir ao vice-governador(Luiz Fernando Pezãol) que agilize oprocesso para que uma equipe técni-ca no DRM (Departamento de Recur-

sos Minerais) possa vir o mais rápidopossível realizar o estudo e, se tudoder certo, permitir que algumas famí-lias retornem – disse o prefeito.

Ele assegurou que o plano paracontenção da encosta já está sendo ela-borado e que a prefeitura busca verbajunto ao estado para a realização daobra. “Me comprometo a cuidar dissopara que, até meados de 2014, a situa-ção já esteja normalizada”, garantiu oprefeito aos moradores.

RemoçãoA Secretaria de Planejamento de

Barra Mansa solicitou ao Dnit (Depar-tamento Nacional de Infraestrutura deTransportes) que seja removida a vigade ferro que, há cerca de dois anos, foidepositada na Rua Dario Aragão, naEstamparia. A peça interfere no trânsi-to de veículos e pedestres no local. E,como Deus é pai, felizmente (pelo me-nos até o fechamento desta edição), umacidente grave não ocorreu ali.

O secretário Ronaldo Alves sugeriuque a peça seja logo instalada no pontoao qual se destina, o viaduto ferroviárioda FCA (Ferrovia Centro-Atlântica),que passa exatamente sobre o ponto darua onde ela foi deixada.

A segunda opção é que, caso o Dnitnão consiga adotar a providência até estaquinta-feira (20), a viga seja levada paraum lugar onde não cause transtornos.

EnqueteVocê confia na qualidade do com-

bustível dos postos onde abastece?Esta foi a pergunta que o FOCO RE-

GIONAL fez aos leitores na internet,na semana passada.

Nada menos que 92% dos 420 inter-nautas que participaram até o fecha-mento desta edição respondem que não.

Taí um extrato que a ANP (Agên-cia Nacional do Petróleo) deveria le-var em consideração para fiscalizar,com mais frequência e transparência,os postos da nossa região.

Publicação da Empresa Jornalística de Volta Redonda Ltda.• Redação: Av. Lucas Evangelista, nº 700 - sala 104 - Aterrado - Volta Redonda - CEP: 27215-070 - Tel.: (24) 3343-5229 • Administração: Rua 3,nº 336/202 - Lot. Vista Bela - Água Limpa - Volta Redonda - R.J. - CEP: 27250-020 - CNPJ: 04201594/0001-50 - Inscrição Municipal: 03886600-5

• Jornalista Responsável: Fernando Pedrosa - E-mail: [email protected] • Editoração Eletrônica:Daniel Gaspena • Impressão: Gráfica do Diário do Vale • E-mails para contato: Jornalismo:[email protected] - Comercial: [email protected] • Site: www.focoregional.com.br

EXPEDIENTE

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3Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 624

UUUUUm projeto de emenda àLei Orgânica Municipal(Pelom), de autoria do

vereador Francisco Chaves(DEM), aprovado em primeiravotação na terça-feira (11), pro-vocou acaloradas discussões naCâmara de Volta Redonda. O pro-jeto transfere para o Legislativoa autorização para reajustes detarifa dos ônibus municipais, oque é prerrogativa do Poder Exe-cutivo. O autor da proposta jus-tifica a alteração alegando queestá atendendo “pedido da popu-lação”. Ainda segundo ele, os usu-ários não tem acesso às informa-ções sobre os reajustes aplicadossem “prévio aviso”.

Com 20 dos 21 parlamentarespresentes à sessão, o Pelom foiaprovado com votação apertada– 16 votos a favor e quatro con-tra – o que irritou Chaves. Elereclamou que conversara com oscolegas a respeito e que apenasPaulo Baltazar (PRB) lhe ante-cipara que votaria contra. A pro-posta deve retornar ao plenáriona próxima semana. Baltazar foi,realmente, enfático ao condenara ideia de transferir para os ve-readores a responsabilidade pelafixação do valor da passagem.

- É uma temeridade – resumiuo parlamentar, acentuando não sercomum que caiba ao Legislativofixar preço de tarifa de ônibus.

A modificação na Lei Orgâni-ca que Chaves pretende aprovarestabelece, no artigo 284, um in-ciso determinando que até 15dias antes da entrada em vigorda tarifa, o Executivo encaminheà Câmara as planilhas e outroselementos que servirão de basepara a fixação do preço. No en-tanto, é o incisivo II do projetoque causou discussões. “O au-mento da passagem depende deautorização prévia da CâmaraMunicipal”, diz o texto.

“Sobre o Executivo enviar in-formações à Câmara concordo emgênero, número e grau. Mas tra-zer para esta Casa a discussão dovalor é uma temeridade. Vai serum inferno, sujeito a chuvas e tro-voadas. Não é bom para o Legis-lativo”, criticou Baltazar.

Ex-prefeito, ele lembrou dasocasiões, na própria cidade, em

Polêmica na Câmara de VRProposta de alteração da lei daria a vereadores palavra final sobre reajustes da tarifa de ônibus

que o valor da tarifa acabou sen-do fixado pela Justiça. “O au-mento é um número técnico enão político. E esta é uma Casapolítica. Chamar esta responsa-bilidade para os vereadores é in-devido”, acrescentou.

Chaves retrucou afirmandoque a Câmara não deve ter medode assumir responsabilidades echegou a acusar o colega de es-tar demonstrando medo de repre-sentar seu papel. “Se o valor fi-xado pelo Executivo for excessi-vo, poderemos reduzir”, defendeuo autor da proposta.

O primeiro a se posicionar emplenário contra a obrigatorieda-de de o aumento da tarifa seraprovado pela Câmara foi Jari(PT). Ele antecipou que votaránovamente contra se o inciso IIfor mantido, pois também enten-de que a iniciativa não tem queser responsabilidade dos verea-dores. “Também não estou con-vencido de que é uma boa opção.Tenho preocupação com o que issopode significar para a imagem daCâmara”, reforçou Jorginho Fued(PDT). Outro que votou contra foiJosé Jerônimo (PSC). “Meu en-tendimento é que não se deve tra-zer este assunto para dentro daCâmara”, declarou.

Entre os vereadores que vota-ram a favor, apenas Maurício Ba-tista (PTN) saiu em defesa do pro-jeto de Chaves. “Não é a Câmaraque vai dar o aumento. Apenasvai dizer se o reajuste é adequa-do. Se for considerado alto, aCâmara terá o poder de reduzir”,declarou o parlamentar, emborao texto não deixe dúvidas de que,com a alteração, a palavra finalcaberá aos vereadores.

Surpreendido com os votoscontrários de mais três vereado-res além de Baltazar, Chaves fi-cou irritado e chegou a cobrarpublicamente Jorginho, que, se-gundo ele, tinha se comprometi-do em aprovar e por pouco o pro-jeto não foi rejeitado – faltouapenas um voto. O pedetista ad-mitiu que não tinha atentadopara o quórum, mas justificouque havia se comprometido aaprovar o Pelom sem saber, con-tudo, que caberia à Câmara a au-torização para o reajuste.

UFoco Regional

Irritado: Autor da proposta, Chaves foi surpreendido com número de votos contrários

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4 Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 624

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Drogas e internação compulsóriaDrogas e internação compulsóriaDrogas e internação compulsóriaDrogas e internação compulsóriaDrogas e internação compulsóriaRonaldo L.B.Segundo

“Eis que o homem se tor-nou com um de Nós, conhece-dor do bem e do mal” (Gêne-sis 3.22).

A mais importante dife-rença entre o homem e osdemais animais é o fato deser aquele dotado da capaci-dade de fazer escolhas, carac-terística conhecida pelo nomede “livre arbítrio”. Com basenessa capacidade foi constru-ída a realidade cultural, for-ma encontrada pelo homemde adaptar o mundo materi-al à sua própria imagem e se-melhança, criando realida-des diferentes daquelas lega-das pela natureza.

Em nosso país, a históriae a cultura – geral e jurídica– propiciaram o surgimentode uma Constituição Federalque tem como um de seuspontos mais destacados umartigo – o quinto – a partir doqual é possível dar início aoestudo e a compreensão dosdenominados Direitos Fun-damentais, dentre os quais épossível indicar a liberdadecomo dos mais importantes.

É essa mesma liberdade,ligada à ideia de livre arbí-trio, o principal fundamentopor meio do qual é possívelproceder à análise e compre-ensão da questão envolven-do as propostas de interna-ção compulsória de usuáriosde drogas – questão que vemganhando mais e mais des-taque no debate político con-temporâneo – especialmentenos grandes centros urbanos,onde a questão é mais agudae diz respeito, via de regra,ao uso de crack.

Desde tempos imemori-ais, o uso de substâncias ca-pazes de alterar a percepçãoda realidade pode ser obser-vado nas mais diversas cul-turas; se na maioria das ve-zes o consumo de tais aditi-vos estava associado a ritu-ais religiosos nos quais sebuscava fazer contato com osobrenatural, ocorreu, como passar do tempo, uma am-pliação – e em certo senti-do, banalização – do usodessas substâncias.

O resultado atual do “usorecreativo” dessas substânci-as é de todos conhecido: umalegião de indivíduos severa-mente comprometidos física epsiquicamente pelo uso indis-

“É um clube pelo qual tenho umcarinho especial e estou muito felizem vestir novamente esta camisa”

(Goleiro Gatti, que jogou o Estadual pelo Voltaçoe foi recontratado para a disputa da Copa Rio)

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“Estamos cientes dos problemas decada escola e vamos solucioná-los deacordo com as ordens de prioridades”

(Lusia Melchíades, secretária de Educação de Barra Mansa)

• OBITUÁRIO:

Eulivia de Lima Santos (90), de falência demúltiplos órgãos. Morava no distrito da Cali-fórnia, em Barra do Piraí. Dia 10

João Irineu Filho (59), de AVC. Morava noSão João. Dia 11

Namir Luiz Pinto (89), de falência de múl-tiplos órgãos. Dia 12

Ozenval Simões Ferreira (77), de pneumo-nia. Morava no Aero. Dia 12

Solange das Graças Cassimiro (61), deparada cardiorrespiratória. Morava no Euca-liptal. Dia 12

Vera Lúcia Silva dos Santos (58), de infar-to. Morava no bairro Nova Esperança. Dia 12

Francisco de Paula Almeida, o “Bené” (89),de AVC. Morava no Jardim Amália II. Dia 13

Marília Barbosa de Barros (72), de falênciade múltiplos órgãos. Dia 13

Márcio Luiz Laureano (36), de falência demúltiplos órgãos. Morava no Retiro. Dia 13

• PRESOS:

Pela Patamo II integrada pelo 3º SargentoAraújo, o cabo Cavalcanti e o soldado Bastos,Magno Elias de Oliveira Silva, de 22 anos, eMaike da Silva Marques, de 18. A prisão foi naRua Carlos Gomes, no Santa Inês. Foram apre-endidos 42 trouxinhas de maconha e 12 saco-lés de cocaína. Dia 12

Na Rua Nestório, no Belo Horizonte, TallesAmaral Cerqueira da Silva e Cleiton Marceli-no, ambos de 18 anos, moradores do Coqueiros.Eles estavam num táxi que foi parado pelospoliciais Alex Pereira e Gleidson Santos. ComTalles, os policiais apreenderam uma garruchacalibre 32. Os jovens chegaram a alegar que aarma seria para os dois se defenderem de umdesafeto, mas acabaram confessando que pre-tendiam assaltar o taxista. Juntos, os suspeitostinham apenas R$ 12 em dinheiro, sendo que acorrida já passava de R$ 20. Dia 12

• FERIDA:

Com um tiro no joelho, uma menina de 7 anos,

numa tentativa de homicídio numa praça do bair-ro 249. Os alvos do ataque, que partiu de doishomens em uma moto, seriam Vinícius BasílioRodrigues, o “Vinicinho”, de 21 anos, Carlos Hen-rique Meira de Paula Araújo, o “Sereno”, de 19, eum menor de 14 anos. Eles não se feriram. A po-lícia conseguiu informações que levaram a umdos suspeitos do crime, um adolescente de 17anos, que foi apreendido no bairro Mangueira,onde mora. Ele informou à polícia que conduzia amoto e que quem estava na carona e teria feito osdisparos é Paulo Henrique Mesquita Silva, o“PH”, de 19 anos, que estava sendo procurado atéo fechamento desta edição. Dia 11

• APREENDIDO:

Um adolescente de 17 anos, com quatrosacolés de cocaína, na Rua Hebert Viana, noIlha Parque. Na delegacia, de acordo com oboletim de ocorrência, ele confirmou que com-pra drogas para revender de um traficanteque conhece apenas como Leo. Dia 11

• PRESOS:

Na Rua 14, no Padre Josimo, Guilherme Josédo Espírito Santo, de 37 anos, e Reginaldo daSilva Camelo, de 20. Segundo o registro policial,no Gol KPV-9697, pertencente a Guilherme, fo-ram encontrados quatro pinos de cocaína. Dia 11

Marcelo de Oliveira Silva Carvalho, de 22anos, e Evanderson Pires da Silva, de 20, suspei-tos de tráfico de drogas. Dois menores foramapreendidos. A ação foi na Rua 1, no Padre Josi-mo. Na jaqueta de Marcelo, foram encontradosdois sacolés de cocaína e R$ 100. Perto de Evan-derson, que estava sentado num banco juntocom os dois menores, os policiais apreenderammais 29 sacolés da mesma droga. Dia 10

• ASSALTADO:

O vendedor Pedro Teles Gonzaga, de 19anos, que levava um malote contendo R$ 23,2mil. O assalto, segundo a vítima, aconteceu natorre 2 do Shopping 33, na Vila Santa Cecília.O bandido que o rendeu tinha cobertura deum comparsa, que o aguardava, numa moto-cicleta, ao lado do edifício. Dia 10

criminado de entorpecentes,vivendo em condições precári-as em regiões determinadasdas grandes e médias cidades– conhecidas como “cracolân-dias”- e as inevitáveis conse-quências desta realidade, dasquais o aumento da criminali-dade associada ao vicio é amais preocupante.

As propostas para solucio-nar a questão são inúmeras,mas uma merece mais atençãopor conta do risco embutido àliberdade individual: a possibi-lidade de internação compul-sória. Vista por muitos comouma solução drástica, mas efi-caz, deixa de considerar a di-mensão da liberdade da qualsão destinatários todos os se-res humanos e cujo desrespeitonão é justificável mesmo nassituações mais graves.

Não parece razoável im-por a alguém que não causouprejuízo a terceiros – nuncasendo demais lembrar a ine-xistência em nosso ordena-mento jurídico da penaliza-ção da autolesão – seja obri-gado a submeter-se de formacompulsória a um comporta-mento contrário à sua vonta-de, pois isso caracterizaria in-justificável interferência naliberdade individual semamparo no Direito, quandoanalisado a partir da perspec-tiva da Constituição Federale dos Direitos Fundamentais.

Isso não significa, por ou-tro lado, entender estaremEstado e sociedade desobri-gados de socorrer àqueles es-cravizados pela dependênciaquímica e desejosos de obterauxílio para superá-la, masapenas respeitar – por maisdolorosa que seja a visão devidas sendo consumidas –uma das dimensões essênci-as da dignidade humana – aliberdade – sem a qual a pró-pria ideia de humanidaderesta comprometida.

Por mais paradoxal queseja, internar compulsoria-mente é desrespeitar a liber-dade de um indivíduo condu-zir sua vida como julgar maisconveniente – mesmo admi-tindo poder significar o exer-cício de tal liberdade, a mé-dio ou curto prazo, o risco deextinção da própria vida.

Ronaldo L.B.Segundo

Advogado, mestre em Direitos eGarantias Fundamentais pela

Faculdade de Direito de Vitória (FDV)

“Estamos devendo umarevitalização total na Vila SantaCecília e enquanto os projetos

ficam prontos e as obras não sãoiniciadas, montamos essa força tarefapara fazer este trabalho no bairro”

(Prefeito Antônio Francisco Neto,sobre uma recauchutada num dos

principais pontos comerciais deVolta Redonda, marcada para começar

nesta segunda-feira, 17)

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5Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 624

AAAAApesar da resis-tência de algunsmovimentos so-

ciais, sob a alegação de quea iniciativa já tinha sido to-mada por meio de um pro-jeto de resolução aprovadoem 2012, de autoria do ex-vereador Soró, a Câmarade Volta Redonda aprovouna semana passada o pro-jeto de lei instituindo a Co-missão Municipal da Ver-dade. O entendimento dosvereadores desta legislatu-ra é de que o projeto de leidá à comissão mais eficá-cia e legalidade. Além dis-so, sua composição, comapenas sete membros, per-mitirá mais celeridade nostrabalhos. Dos 20 parla-mentares presentes na ses-são de segunda-feira (10),foram 19 votos favoráveise uma abstenção, de PauloBaltazar (PRB).

Conforme antecipou oFOCO REGIONAL na edi-ção 620, a presidência dacomissão ficará com a OAB(Ordem dos Advogados doBrasil), o advogado AndréMartins. Os demais com-ponentes serão um vere-ador indicado pela Câma-ra, um representante dopoder Executivo, indica-do pelo prefeito, um repre-sentante do Sindicato dosMetalúrgicos, um do Con-selho Municipal dos Direi-tos Humanos, um da Dio-cese Barra do Piraí-VoltaRedonda e um do corpo do-cente do Instituto de Ci-ências Humanas e Soci-ais da UFF (Universida-de Federal Fluminense),polo de Volta Redonda.

A comissão terá prazode dois anos, a partir desua instalação, para a con-clusão dos trabalhos, apartir da data de insta-lação, que será feita emsessão solene na Câmara,no início do segundo se-mestre, segundo a previ-

Comissão da Verdade é aprovadaOAB-VR fica com a presidência, enquanto Câmara indicará vice e prefeitura o secretário geral

são de Martins. Antes, alei terá de ser sanciona-da pelo prefeito AntônioFrancisco Neto. Os traba-lhos da comissão serãoconcentrados nos examese esclarecimentos de epi-sódios ocorridos na cida-de entre 1964 e 1990. AlexMartins confirmou que se-rão apurados os crimes detorturas, perseguições po-líticas, desaparecidos e agreve de 1988 na CSN queresultou na morte de trêsoperários, além da explo-são do Memorial 9 deNovembro e a morte doprefeito Juarez Antunes.

A sede oficial da comis-são será na Ordem dosAdvogados do Brasil, queficará responsável pelaestrutura física para o seufuncionamento. Ao finaldos trabalhos, a comissãodeverá apresentar um re-latório, identificando etornando públicas as es-truturas, os locais, as ins-tituições e as circunstân-cias relacionadas às viola-ções de direitos humanosocorridas na cidade du-rante o período determi-nado de investigação.

O presidente da seçãolocal da OAB informouque a vice-presidência dacomissão ficará com a Câ-mara e a secretaria geralcom o membro indicadopela prefeitura. “Nossaexpectativa é promover aprimeira reunião de tra-balho já em agosto”, dis-se o presidente da OABde Volta Redonda.

Para ele, o projeto delei aprovado na semanapassada é um marco his-tórico para Volta Redon-da. “Vamos entregar paraa cidade a sua verdadei-ra história, através do re-latório conclusivo elabo-rado pela Comissão Mu-nicipal da Memória e daVerdade”, afirmou Alex.

O plenário da Câma-ra de Volta Redonda fi-cou lotado na noite da se-gunda-feira (10), quandofoi realizada sessão sole-ne que homenageou obispo da Diocese Barrado Piraí-Volta Redonda,Francisco Biasin, com amedalha do Mérito Tira-dentes, a maior honrariaconcedida pelo estado doRio de Janeiro. A inicia-

Foco Regional

Na plateia: Alex Martins (à dir.) acompanhou votação do projeto na Câmara

A

Homenagem a bispos lota a Câmarativa foi da deputada esta-dual Inês Pandeló (PT),que homenageou tambémos bispos eméritos domWaldyr Calheiros e domJoão Maria Messi. Ambosreceberam títulos de bene-méritos. Embora não tenhacomparecido por motivosde saúde, dom Waldyr foiaplaudido com entusiasmoquando houve referênciaao seu nome. A homenagem

se deu em comemoraçãoaos 90 anos da diocese.Estiveram presentes,entre outros, o vice-pre-feito Carlos Roberto Pai-va, o deputado federalZoinho (PR), a secretáriada Mulher, Glória Amo-rim, e o presidente doSindicato dos Metalúrgi-cos, Renato Soares, alémde representantes demovimentos sociais.

Page 6: Edicao 624

6 Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 6246

PPPPPrimeiro parque nacionaldo país, criado em 1937,o Parque Nacional do Ita-

tiaia só deverá concluir a sua re-gularização fundiária dentro dospróximos dez anos. A avaliação foifeita pelo analista ambiental Wal-ter Behr, coordenador de regula-rização fundiária da unidade, ementrevista à Agência Brasil.Quando o parque de quase 12 milhectares de área foi criado, as au-toridades teriam que readquiririmóveis que tinham sido cedidospara um ex-núcleo colonial e, as-sim, regularizar a situação. O pro-cesso chegou a ser iniciado no pe-ríodo, mas uma série de pedidosde desmembramento de áreas tra-vou a desocupação.

Com a retomada das medidasde regularização fundiária hátrês anos, os administradores daunidade começam a vislumbraro fim do impasse. O Parque Na-cional do Itatiaia abrange os es-tados de Minas Gerais, do Rio deJaneiro e de São Paulo, no Maci-ço da Mantiqueira. “Acreditamosque em um horizonte até dezanos, as pendências fundiáriasdo PNI possam estar resolvidas.Hoje o PNI, que já é referênciaem diversas áreas, também ca-minha para?consolidar o seu ter-ritório por meio da regularizaçãofundiária”, afirmou Walter.?

Em 2010, segundo ele, foramadquiridas, de forma “amigável”,as duas primeiras propriedadesque pertenciam ao ex-núcleo co-lonial. Em 2011, os proprietáriosde outros dois imóveis assinaramo acordo com a administração doparque. Behr acrescentou que cin-co propriedades estão em fase fi-nal de aquisição para serem in-corporadas ao parque nacional.Outros seis processos foram aber-tos, uma vez que os proprietáriosdo ex-núcleo colonial ofereceramsuas áreas para aquisição.

Com média de 98 mil visitan-tes por ano, o Parque Nacional doItatiaia é apontado como unida-de fundamental para a proteçãode diversos cursos d´água, prote-gendo parte de 12 das principaisbacias hidrográficas da região da

Divulgação

Estrada no interior do parque do Itatiaia: Unidade foi a primeira criada no país

Lento processo de consolidaçãoRegularização fundiária do Parque Nacional do Itatiaia deve levar 10 anos, prevê coordenador

Serra da Mantiqueira. Além dis-so, a unidade abriga mais de 50mil espécies de insetos, 60 espé-cies de anuros, 350 espécies deaves e mais de 50 espécies demamíferos, entre eles duas espé-cies ameaçadas, como o macacomuriqui, maior primata das Amé-ricas, e a suçuarana.

“Com a permanência de pro-priedades privadas dentro do par-que, temos o constante problemade animais domésticos, sendo quea situação mais grave é com ogado e a tradição de renovaçãode pastagem pelo fogo. Ainda te-mos lixo, trânsito descontroladode veículos e pessoas”, explicouBehr. Ele acrescentou que mes-mo com o processo de regulari-zação não concluído, “grande par-te do PNI está preservada e exer-ce bem a sua função”.

O trabalho de regularizaçãofundiária das unidades de con-servação vem sendo desenvolvidopelo ICMBio (Instituto ChicoMendes de Conservação da Bi-odiversidade), que, na semanapassada, divulgou a aquisição dequatro imóveis situados no Par-que Nacional das Araucárias, noParaná. A unidade tem 12,8 milhectares e está localizado entreos municípios de Passos Maia ePonte Serrada. A expectativa éde um gasto de R$ 1,3 milhãocom as indenizações pela terrae pelas benfeitorias.

Segundo o analista ambientalJuliano Rodrigues Oliveira, che-fe do parque paranaense, como aárea onde a reserva está situadaé forte produtora de grãos, aves esuínos, a terra acaba sendo maisvalorizada do que em outras regi-ões. Aliado ao escasso orçamentodo ICMBio, que sequer tem umaparcela dos recursos destinada es-pecificamente às unidades de con-servação do país, esse tem sidoum dos grandes desafios dos ór-gãos ambientais no esforço pelaregularização de áreas destinadasà conservação da biodiversidade.A situação de unidades no biomaMata Atlântica, que apresentagrande ocupação urbana e rural,é ainda mais grave, ele ressaltou.

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7Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 624 7

Foco Regional

Dejair: Eleição em dois turnos favorece entendimento, avalia presidente do PT

OOOOOpresidente do Partidodos Trabalhadores emVolta Redonda, Dejair

Martins, vê com naturalidadeque o partido enfrente o PMDBnas eleições ao governo do esta-do no ano que vem. Apesar de ogovernador Sérgio Cabral estarmanobrando de todas as formaspara impedir que o senador pe-tista Lindbergh Farias seja can-didato, para que o partido apoiea candidatura do vice-governa-dor Luiz Fernando Pezão, Deja-ir – que também é presidente doSindicato dos Trabalhadores daConstrução Civil – ressalta que,em 2010, o petista já abriu mãode concorrer com a garantia deser candidato em 2014. “A vez édo Lindbergh”, afirma.

Para ele, não há nada demaisque PT e PMDB lancem seus can-didatos, levando-se em conta quea eleição certamente será dispu-tada em dois turnos. Lembra, in-clusive, o que aconteceu na elei-ção municipal do ano passado, emSão Paulo. “Lá o PT e o PMDB ti-veram candidaturas, apesar daaliança nacional em torno do go-verno da presidente Dilma Rous-seff. Por que não pode se repetirisso para o governo do estado doRio?”, questiona Dejair: “O impor-tante é quem for para o segundoturno ter o compromisso de rece-ber o apoio do outro”.

Apesar de toda a pressão deCabral – segundo o qual a candi-datura de Lindbergh ameaçariaa aliança nacional com o PMDBpara a reeleição de Dilma – o pre-sidente do PT em Volta Redondaconsidera difícil que haja uma in-terferência da cúpula nacional naescolha do partido no estado doRio. “A não ser que a candidatu-ra do Pezão, lá na frente, estejaarrebentando. Mas não acredito.Causaria um grande desgaste nopartido, correndo-se ainda o ris-co de, se o PMDB for para o se-gundo turno – não ter o apoio in-tegral do PT”, avalia Dejair.

Ele comentou também um en-contro realizado na terça-feira(11) entre dez dos onze prefeitospetistas no estado, a convite deRodrigo Neves, de Niterói, quecausou um grande mal estar nopartido. É que, segundo a im-

Dejair diz que vez é de LindberghPresidente do PT em Volta Redonda considera natural que Pezão e senador disputem o governo

prensa da capital, o grupo – queteria se autodenominado “coleti-vo do PT” – teria também clas-sificado de “equívoco” a pré-can-didatura de Lindbergh, defen-dendo o apoio a Pezão.

- Ainda estamos a mais de umano da eleição. É muito difícil en-trar no barco e já sair remando.Ninguém vai se desgastar agoracom o governador – minimizouDejair. Ou seja, na avaliação dopresidente do PT na cidade doaço, a atitude dos prefeitos (en-tre eles estava José Arimathéa,de Pinheiral) é uma forma de con-tinuar bem com o governo do es-tado, do qual os municípios de-pendem para solucionar seus pro-blemas: “Agora, mesmo que nãovenham a apoiar o candidato dogovernador, não significa que osprefeitos estarão contra o gover-nador. O PT do Rio considera quea aliança com o PMDB em nívelnacional é importante, mas tam-bém não podemos deixar de lan-çar candidato no estado”.

Dejair também não vê comoanormal o PT ocupar cargos nogoverno peemedebista e ao mes-mo tempo defender candidaturaprópria no ano que vem. “Se opartido fez a aliança com oPMDB, se apoiou a reeleição doCabral, é até um ato de respon-sabilidade manter-se nos cargos”.

ARIMATHÉA – Devido à reper-cussão do encontro convocado porRodrigo Neves em Niterói, algunsdos dez prefeitos se manifestaramao longo da semana sobre o temacentral do encontro. Em entrevistaao Diário do Vale, José Arimathéaconfirmou que a reunião tratoumesmo da eleição estadual, preo-cupados em manter a aliançaPMDB-PT, mas que não teria sefalado sobre composição de cha-pa. “A composição deve ser discu-tida depois, pelos diretórios esta-duais dos dois partidos”, disse oprefeito de Pinheiral.

Já Claudio Chumbinho, deSão Pedro da Aldeia, em entre-vista ao O Dia, também na sex-ta-feira (14), afirmou que a elei-ção de 2014 não teria sido discu-tida pelos prefeitos petistas “emnenhum momento”.

- Nós discutimos ações para me-lhorar nossas cidades – alegou.

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8 Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 624

Sem perder a atualidadeReprodução

P o s i t i v o○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Rodrigo Faro conseguiu o quetanto sonhava: um programanas tardes de domingo. Coma saída de Gugu Liberato, oapresentador do “Melhor do

Brasil” entrou na briga que reúne Faustão(Globo), Eliana (SBT) e Silvio Santos (SBT)no dia mais chato da TV aberta.

Quanto ao Gugu, há muita es-peculação sobre seu futuro,mas, seja lá qual for, seu insu-cesso na Record veio a com-provar que a saída do SBT, em

2009, foi um passo equivocado. Ele não con-seguiu repetir o sucesso que alcançou quan-do trabalhava com SS no SBT.

N e g a t i v o○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

A qualidade da obra fazde Fernando Pessoa umdos autores mais festejadosda língua portuguesa. Aavaliação é de FernandoCabral Martins, professorda Faculdade de CiênciasSociais e Humanas da Uni-versidade Nova de Lisboa,um dos maiores especialis-tas sobre o escritor. “Agrande poesia tem essa ca-pacidade. Os grandes poe-tas são todos atuais no sen-tido que interessam ao lei-tor, a nós, da mesma ma-neira que interessaram aosque os conheceram à suaépoca”, destaca Martins.

No caso de Pessoa, aexistência de textos inéditosalimenta o fascínio. “Háuma produtividade que pa-rece escapar às leis da na-tureza. Apesar dos 125 anos(de nascimento), Pessoacontinua a publicar e, me-lhor ainda, vai continuar apublicar nos próximosanos”, diz o acadêmico emreferência ao espólio literá-rio guardado na BibliotecaNacional de Portugal.

No acervo, estão guarda-das 27.543 folhas de papelescritas por Fernando Pes-soa, compradas por Portu-gal em 1969, e mais 249documentos também escri-tos pelo autor e adquiridosa partir de 1980. Todo o con-junto foi digitalizado e es-

tará disponível ao público apartir do ano que vem.

A poesia do heterônimoAlberto Caeiro, os originaisdo livro Mensagem e 29 ca-dernos de Fernando Pessoadepositados na biblioteca jápodem ser vistos e lidos nainternet. Grande parte dospapéis ainda precisa ser es-tudada e classificada. Espe-cialistas apontam que hátextos sobre diversos assun-tos – desde astrologia à so-ciologia –, mas não sabem

com exatidão o que é de na-tureza literária e o que po-derá vir a ser publicado.

A expectativa, no entan-to, é que não haja mais poe-mas desconhecidos. “Nessascoisas é melhor não sermoscategóricos, mas eu nãocreio que haja dentro do es-pólio poesia inédita”, opinaFátima Lopes, responsávelna Biblioteca Nacional dePortugal pelo Arquivo deCultura Portuguesa Con-temporânea onde estão ospapéis de Fernando Pessoa.

Segundo Fátima, a prin-

Qualidade da obra e espólio inédito mantêm interesse sobre Fernando Pessoa nos 125 anos de seu nascimento

cipal dificuldade de iden-tificação está na letra doescritor. “Há uma infinida-de de documentação quetem que ser estudada aopormenor, por investigado-res que conheçam FernandoPessoa e consigam ler aletra. Por vezes, é precisoum esforço muito grandepara conseguir decifrar aletra corrida”, diz.

Fernando Cabral Mar-tins, que pesquisou docu-mentos originais do espó-lio literário, concorda comas argumentações de Fá-

tima Lopes. Segundo ele,“é difícil ler os manuscri-tos de Pessoa”.

Cabral Martins ressal-tou que as letras do poetasão legíveis em determina-dos documentos. Em outros,no entanto, pela rapidezcom que escrevia, “torna-se um problema terrível deadivinhação”.

A Agência Brasil teveacesso a alguns textos ma-nuscritos. Assim como asdificuldades da leitura, cha-ma a atenção o caráter nãosistemático das anotações.Em um mesmo papel é pos-sível ver desenhos e cálcu-los de mapa astral, anota-ções e comentários do coti-diano, assim como aponta-mentos para incluir no Li-vro do Desassossego emmeio a rasuras.

“Ele era múltiplo na es-crita e na prática cotidia-na”, explica FernandoMartins ao assinalar quealém do vasto repertóriode assuntos, o escritor dostrês heterônimos “era va-riado e não obedecia aideia de coerência. Ele nãose sentia obrigado a dizera mesma coisa”.

Parte da obra publica-da de Fernando Pessoa noBrasil está disponível gra-tuitamente na internetnas páginas do DomínioPúblico (Ministério daEducação): http://www.dominiopublico.gov.br.

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9Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 624

CASA NOVAFinalmente o Sindicato dos

Trabalhadores da Construção Ci-vil do Sul Fluminense conseguiumarcar a data de inauguração dareformada sede da instituição:será dia 17 de julho, no aniversá-rio de Volta Redonda.

A intenção do presidente Deja-ir Martins era de fazer a festa deentrega no dia 24 de março, noaniversário do sindicato, mas aobra atrasou. Pensou-se, então, em1º de maio, mas nem chegou ahaver tal possibilidade.

A sede acanhada de antes estádeu lugar, após 16 meses de obras, aoutra muito mais adequada, ofere-cendo melhores condições de aten-dimento aos trabalhadores do setore também de trabalho aos diretores.

MUTIRÃOPrincipal centro comercial de

Volta Redonda, a Vila Santa Cecíliarecebe a partir desta segunda (17)uma atenção especial da prefeitura.

Serão feitos trabalhos voltadospara limpeza, desratização, capi-na, sinalização e até instalação deuma câmera de segurança na Pra-ça Japão, que se tornou um pontode venda e consumo de drogas.

A iniciativa visa a dar uma re-cauchutada no bairro. A Vila ain-da passará por uma revitalização,informou o prefeito Antônio Fran-cisco Neto. Segundo ele, os proje-tos estão em andamento.

ENQUANTO ISSO...Quem deve estar morrendo de

inveja da Vila é a Avenida BeiraRio, que, em toda a sua exten-são – quase seis quilômetros –está dando desgosto ver.

Lâmpadas queimadas, pisossoltos no calçamento, buracos eafundamento na ciclovia, matoalto e árvores necessitando depoda formam um cenário quevem gerando uma série de recla-mações de moradores dos bair-ros cortados por ela.

Caminhadas noturnas, por exem-plo, poucos têm se arriscado a fazer.

� Será nesta quarta-feira (19), emVolta Redonda, o lançamento dolivro “Pare de Conjugar o VerboSofrer”, escrito pelo professor e

pastor Ariovaldo Ramos. A partirdas 16 horas, o autor convida para

uma tarde de autógrafos naLivraria Veredas, no Pontual

Shopping, na Vila. Às 19h30min,Ariovaldo fará uma apresentaçãoda obra na Comunidade Projeto

Vida, na Beira Rio.� O show “Os Avacalhados” seráapresentado na sexta-feira (21)e sábado (22), no Teatro Gace-mss, em Volta Redonda. André

Pateta, Fábio Nunes, DiegoBecker e Lucas Sales (convidadoespecial) estarão no palco, nos

dois dias, às 20 horas.

NOVELINHAEsta história da compra da CSA

(Companhia Siderúrgica do Atlân-tico) pela CSN não se resolve danoite para o dia, é claro. Afinal,não se trata de um empreendimen-to simples, muito pelo contrário.

Mas que em alguns momentosse assemelha a outras investidasde Benjamin Steinbruch, que pa-reciam definidas e acabaram serevelando um estrondoso fracas-so, não restam dúvidas.

COTIDIANOA aposentada Alair Lopes

Moura de Oliveira, de 76 anos,moradora de Bananal, regis-trou na delegacia de BarraMansa, na terça-feira (11), ofurto de seu carro, um Palio,que deixara estacionado naAvenida Joaquim Leite.

O carro, no entanto, tinha sidorebocado porque estaria estacio-nado, irregularmente, nas proxi-midades de um posto de gasolina.

OFICINAA partir de julho, a exemplo do

que já acontece em Volta Redonda, aGuarda Municipal de Barra Mansajá estará atuando para a confecçãodo Brat (Boletim de Registro de Aci-dente de Trânsito) e preenchimentodo auto de infração de competênciaestadual (multas até então só apli-cadas pela Polícia Militar).

Com a finalidade de se prepa-rar para a nova atribuição, agen-tes da Guarda de Barra Mansaparticiparam de uma instrução naGuarda de Volta Redonda, na quar-ta-feira (12). As instruções foramministradas pelo inspetor Valdo.

Segundo o comandante de BarraMansa, Milson Brandão Sodré, apartir da capacitação todos os guar-das municipais estarão em condi-ções de realizar abordagem de con-dutores para verificação de todas ir-regularidade previstas no Códigode Trânsito Brasileiro CBT).

Ele recorreu à Guarda Munici-pal de Volta Redonda tendo em vistaque a instituição já é experientenessas atuações, tanto na confecçãodo Brat quanto no preenchimentode auto na competência estadual .

Segundo o inspetor Valdo, aGuarda de Volta Redonda já rea-lizou quase 11 mil Brats desdeagosto de 2009.

. . . . . RAPIDINHAS

OLHAR

Nesta terça-feira (18), o grupo Amigos na Cultura recebe avisita do fotógrafo argentino Martin Rosenthal, que está desen-volvendo um livro com imagens do bairro Paraíso de Cima, emBarra Mansa. Ele fica até o dia 28.

Com o nome provisório de “Meu Paraíso”, a publicação reunirátrabalhos de alunos da oficina de fotografia do Núcleo de Forma-ção de Agente Cultural da Juventude Negra – Nufac, material esteproduzido sob a orientação de Rosenthal em oficinas, que este anoestão sendo realizadas em três etapas: março, junho e outubro.

Segundo Martin, os alunos foram divididos em grupos parafotografar temas específicos, que retratam a realidade das famí-lias que vivem no assentamento do bairro.

Divulgação

Paraíso de Cima, em Barra Mansa: Área de assentamento tem fotos reunidas em livro

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10 Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 624

AAAAAté o fechamento desta edi-ção, na sexta-feira (14),estava confirmado para

esta terça (18), a partir das 13 ho-ras, em Barra Mansa, o julgamen-to dos suspeitos de integrarem umaquadrilha especializada em desvi-ar dinheiro de uma grande redebancária através de operações frau-dulentas pela internet. O julgamen-to será conduzido pelo juiz da 2ªVara Criminal, Maurício Magnus.As prisões foram realizadas pelaPolícia Civil de Barra Mansa nosdias 18 e 19 de janeiro, na opera-ção Black Hat (chapéu preto).

Ao todo, foram presas dez pes-soas. Dois suspeitos não consegui-ram autorização judicial para res-ponder em liberdade, pois são con-siderados os cabeças do esquema:Richard Lucas da Silva Miranda,de 22 anos, e Jordan José Pesse-gueiro Brum, de 23 anos. O pri-meiro era o hacker que invadia ascontas bancárias para fazer trans-ferências a pessoas que cediam aconta ao bando. O segundo era seuhomem de confiança.

Parte da quadrilha foi presa emBúzios, numa mansão alugada, se-gundo a polícia, por R$ 90 mil men-sais (R$ 3 mil por dia). A opera-

Hackers vão a julgamento em BMGrupo é suspeito de desviar dinheiro de banco e foi preso em janeiro na operação Black Hat

ção na casa cinematográfica defrente para o mar foi acompanha-da pelo Fantástico, programa daTV Globo, que exibiu a reporta-gem no dia seguinte.

Também naquele mês, o FOCOREGIONAL teve acesso exclusivoao depoimento de Lucas, moradorda Volta Grande II, em Volta Re-donda. Ele admitiu que tem “pro-fundo conhecimento em invasão desistemas” e que, através de páginasfalsas do banco, conseguia obter osdados necessários para fazer as

Apresentados suspeitos de assassinar engenheiroA Polícia Civil de Volta Redonda

apresentou na sexta-feira (14) qua-tro suspeitos de envolvimento noassassinato do engenheiro JoséAntônio Leal da Silva, de 50 anos. Ocrime foi no dia 4 de março desteano, no Jardim Caroline, na Voldac,e foi registrado como latrocínio (rou-bo seguido de morte). Segundo odelegado Antônio Furtado, as inves-tigações – conduzidas pelo adjuntoMárcio Figueroa – apontaram que ocarro da vítima, um Cross Fox, foiroubado, assim como uma “grandequantia em dinheiro”. O valor, noentanto, não foi divulgado.

Os presos – todos com mandadosjudiciais – são o estudante de Direi-to Carlos Gomes do Carmo, de 22anos; a namorada dele, RenataMaria de Sá, de 24 anos, auxiliar deescritório; o vendedor Marcelo Eu-rides Freitas de Oliveira, tambémde 24, e o operador de informáticaTiago Batista do Carmo, de 33 anos.Na apresentação, nenhum delesquis falar com a imprensa, mas,segundo o delegado, menos de uma

hora depois Carlos teria confessadoo crime, alegando que agiu sozinho.

Segundo Furtado, todos os sus-peitos conheciam a vítima, masCarlos era mais do que conhecidode José Antônio. O engenheiro ti-nha para com ele a consideraçãode um filho. A vítima morou com opai do suspeito e o ajudava finan-ceiramente, segundo a polícia. Aajuda continuou mesmo depois damorte do pai de Carlos. O estudan-te tinha até as chaves da casa deJosé Antônio – que foi morto a fa-cadas. Na ocasião do crime, a po-lícia logo considerou que os assas-sinos eram conhecidos do enge-nheiro, porque não havia sinais dearrombamento na residência, ondeele foi encontrado morto.

O caso começou a ser desvenda-do a partir da forma como o CrossFox do engenheiro foi encontrado.“A polícia estava procurando o car-ro do engenheiro havia três dias, ede repente, durante o enterro deJosé Antônio, Carlos saiu, aparen-temente perturbado, dizendo que

iria encontrar o veículo e voltoucinco minutos depois com o CrossFox”, relatou o delegado, paraquem seria impossível alguém quenão soubesse da localização encon-trar o veículo tão depressa.

Renata Maria, disse o delegado,confirmou a versão do estudantede que o carro teria sido abandona-do na Avenida Beira Rio. A polícia,porém, diz que antes disso, Tiago(primo de Carlos, que também co-nhecia a vítima e tem passagempor tráfico) foi visto estacionando esaindo do veículo, acompanhadode mais três pessoas, que não fo-ram identificadas. Marcelo, no en-tanto, seria uma delas.

O vendedor também era ami-go de José Antônio. Segundo apolícia, ele teria admitido emdepoimento ser “garoto de progra-ma” e que o engenheiro seria umde seus clientes. As investigaçõesapontaram ainda que Marcelo li-gava constantemente para a ví-tima lhe pedindo dinheiro, embo-ra nem sempre fosse atendido.

Outro fato que pesa contra Mar-celo é que, apesar de ele ter infor-mado aos policiais que perdeu o ce-lular há seis meses, o sinal do apa-relho dele foi registrado no dia docrime nos mesmos lugares onde ocarro roubado de José Antônio foidetectado pelos registros policiais.

“O crime foi no dia 4 e, no dia 5,o carro foi multado duas vezes naregião de São Gonçalo. Durante todoo caminho feito pelo veículo, o sinaldo celular de Marcelo foi registradopelo sistema”, contou Furtado, paraquem essa é uma prova inquestio-nável de que Marcelo estava noCross Fox roubado do engenheiro.

Os documentos de José Antônioforam encontrados na Ponte Rio-Niterói. Suspeita-se de que os cri-minosos tentaram jogar a carteiracom os documentos no mar, masnão perceberam que ela caiu noasfalto. O Cross Fox foi registradoretornando a Volta Redonda no dia6, mesma data em que Carlos eRenata disseram ter encontrado oveículo abandonado na Beira Rio.

transferências. Segundo Lucas, oque foi confirmado na denúncia doMinistério Público, Jordan ficavaencarregado de encontrar correntis-tas dispostos a entregar suas con-tas para o furto se consumar. “Eurepassava ao Jordan 30% do valore ele acertava com os correntistas”,disse Lucas à época, alegando nãosaber ao certo quanto seu principalcúmplice dava a quem cedia a con-ta: “Acho que 15%”.

No mesmo depoimento, o hackerrevelou à polícia que o dinheiro ob-

tido com os golpes era gasto comviagens e drogas, principalmente.Sobre o aluguel da mansão na Re-gião dos Lagos, o hacker negou quefosse pelo período de 30 dias, ad-mitindo apenas que a reserva ti-nha sido feita para uma semana– o que daria R$ 21 mil.

A descoberta da quadrilha sedeu a partir de um golpe aplicadoem Barra Mansa. Até hoje o dele-gado Ronaldo Aparecido, que con-duziu as investigações juntamentecom seu adjunto, Michel Floroschk,não deu detalhes de como o nó co-meçou a ser desfeito para se che-gar ao cabeça. O próprio Lucas re-latou que adquiria junto ao lo-calweb vários servidores remotos,ou seja, IPs diferentes, para dificul-tar sua identificação pelo sistemade segurança do banco. Foi nesteponto que ele garantiu à polícia quesó conseguia invadir o site do San-tander, pois a instituição foi a últi-ma entre os bancos a adotar ummódulo de segurança.

O desmantelamento do esque-ma acabou custando o emprego dechefe do posto do Detran de Pi-nheiral a Elaine Pires Vieira. Elateria cedido a conta para um dosdepósitos fraudulentos.

Arquivo (20/01/2013)

Dia da apresentação: Polícia prendeu suspeitos de desviar dinheiro de contas correntes

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11Sul Fluminense • 17 a 23 de junho de 2013 • Ano 12 • Edição nº 624

NNNNNinguém se arrisca a fi-xar datas, mas a Fio-cruz (Fundação Oswal-

do Cruz) e a Secretaria Munici-pal de Saúde de Volta Redondadevem definir até o mês que vemquando começam os exames a queserão submetidos os moradoresdo Conjunto Habitacional VoltaGrande IV. O bairro foi erguidonum terreno cedido pela CSN aoSindicato dos Metalúrgicos, masdurante um tempo considerávelserviu de lugar de descarte deresíduos da produção de aço daUsina Presidente Vargas.

O terreno foi contaminado porsubstâncias nocivas à saúde e oque se pretende é verificar a ex-tensão dos danos à saúde dos mo-radores. Na terça-feira (11), téc-nicos da Fiocruz se reuniram comfuncionários da Secretaria de Saú-de e com representantes dos mo-radores. Eles informaram queoutra reunião, eminentementetécnica, acontecerá nesta quarta-feira (19), no Rio, e que uma ter-ceira, já no dia 25, novamente nacidade do aço, deverá servir paradar às famílias um retorno dasmedidas que deverão ser adotadas.

Uma das que já estão defini-das é a necessidade de se atuali-zar o cadastro da população dobairro. Segundo Marta Gama deMagalhães, assessora de gabine-te da secretaria, esta iniciativaserá feita pela própria unidadede saúde do bairro. Quanto aosexames que deverão ser feitos,tanto ela quanto os técnicos daFiocruz garantiram que não hánada definido. A informação, in-clusive, contraria o que foi divul-gado no início do mês, em BarraMansa, pelo secretário estadualdo Ambiente, Carlos Minc. Ao vi-sitar a cidade, no último dia 4,ele disse que, antes de deixar oRio, tinha se reunido com a dire-ção da Fiocruz e que esta já ha-via decidido pelo menos seis ti-pos de avaliações pelas quais osmoradores deverão passar.

- Não há exames específicosdefinidos. Estamos ainda na fasede definição – assegurou Marce-lo Moreno, da Fiocruz.

Tito Canha, outro técnico daFiocruz, explicou que, até o mo-

Foco Regional

Discussões: Marta Magalhães, da secretaria de saúde, com Tito Canha, da Fiocruz

Cronograma na reta finalFiocruz e Secretaria de Saúde de Volta Redonda começam a definir trabalho na Volta Grande IV

mento, estão sendo procuradasmaneiras de se estabelecer me-canismos para que os principaisinteressados, que são os morado-res, possam acompanhar tudo deforma que compreendam comple-tamente o processo. “Esperamosapontar um cronograma, porquenão temos o direito de errar. Agente tem que terminar com cer-tezas”, afirmou Canha.

Certeza, para a Fiocruz, serápoder determinar se há risco paraa saúde viver na área que foi con-taminada por resíduos tóxicos daprodução de aço. E, se houver ris-co, como monitorar a saúde dosmoradores pelos próximos anos.Na coletiva que concederam naSecretaria de Saúde, o FOCO RE-GIONAL insistiu mais uma vezem saber se haverá exames ca-pazes de determinar se doençascomprovadas pelos moradorestêm relação direta com o lugaronde eles vivem. Isso porque aCSN – que responde judicialmen-te pela cessão da área – vem sus-tentando que não há comprova-ção neste sentido.

- O nexo causal é difícil de es-tabelecer – reconheceu MarceloMoreno. Mesmo assim, segundoele, o que vai se buscar é deter-minar se as pessoas que moramna Volta Grande IV apresentamdoenças relacionadas com assubstâncias que foram deposita-das na área, pois a possibilidadede apresentarem sintomas serãobem maiores do que em pessoasque nunca estiveram expostas àsmesmas substâncias.

O presidente da associação demoradores, Edson França, umdos participantes da reunião dasemana passada, disse que asfamílias estão sendo informadasdo andamento dos encontros en-tre a secretaria e a Fiocruz.“Acredito que na medida em queas iniciativas forem definidas,todos vão colaborar”, afirmou so-bre o fato de que muitos dos queresidem na área não se confor-mam com o vulto que a questãoganhou, temendo sair prejudica-dos. Afinal, investiram tudo desuas vidas ao adquirir os imóveisonde vivem e estarem passandopor um momento de incerteza.

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