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Este suplemento é parte integrante da obra Língua Portuguesa 8 | Projeto Universos | Edições SM Necessidades Educativas Especiais | 1 CONTEúDO ADAPTADO PARA ALUNOS COM TRANSTORNO DE DéFICIT DE ATENçãO (TDA) Observações e orientações preliminares As atividades aqui propostas têm o intuito de facilitar o acompanhamento das aulas pelo aluno com Transtorno de Déficit de Atenção (TDA). Como a escrita e a leitura podem ser um grande desafio para ele, é importante lançar mão de algumas estratégias que o ajudem nessa tarefa. Alunos com TDA têm dificuldade para se concentrar em tarefas mais longas: nesses casos, costumam ficar agitados e muitas vezes desistem de terminar as atividades, por se cansarem ou se irritarem. Quando isso acontece, deixam de prestar atenção no que está sendo pedido e não seguem as instru- ções. Assim, é de extrema importância realizar um trabalho individual com esse aluno, certificando-se de que ele compreendeu o que foi pedido. Para levá-lo a se sentir motivado sem perder o foco, sugerimos subdividir as atividades em pequenas tarefas, com ênfase na compreensão do conteúdo nelas trabalhado, e incluir o aluno na leitura do enunciado ou na explicação da atividade dirigida à turma como um todo. O aluno com TDA tem dificuldade em ficar parado e sentado; permita que ele se locomova pela sala de aula com o objetivo, por exemplo, de ajudar colegas em determinada atividade. Unidade 3, capítulo 9 – páginas: 155 a 158 Durante a leitura e Leitura Durante a leitura (p. 155) 1. Informe o aluno com TDA sobre o que será trabalhado no capítulo em estudo: Neste capítulo, você vai refletir sobre a importância de seguir algumas regras simples de convivência social. Será uma ótima oportunidade para rever o seu modo de agir e passar adiante as dicas que aprender. 2. Em seguida, pergunte-lhe: a) Você gosta de ir a lugares como cinemas e teatros? b) Qual foi o último filme a que você assistiu no cinema? Fale sobre ele. 3. Na sequência comente que em cinemas e teatros é preciso seguir algumas regras para apro- veitar o evento sem desrespeitar os demais espectadores. É isso que se pretende mostrar com o estudo do texto do capítulo. Comente que os textos com esse tipo de conteúdo se cha- mam instrucionais. 4. Convide o aluno com TDA a ler em voz alta as orientações para a atividade prévia de leitura. Ao termi- nar a leitura, ele deverá sublinhar as ideias mais importantes do texto. Durante a leitura Você costuma ir com frequência ao cinema ou ao teatro? Será que sabe como se compor- tar nesses lugares? Nesta atividade, você vai pôr esses conhecimentos à prova. Decifrando imagens A seguir, você vai encontrar três imagens que ilustram recomendações sobre como se comportar em salas de espetáculos. Sua tarefa é escrever, junto com um colega, a recomendação que acompanha cada imagem. Veja algumas dicas para decifrar as imagens e escrever o texto.

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Necessidades Educativas Especiais | 1

Conteúdo adaptado para alunos Com transtorno de défiCit de atenção (tda)

Observações e orientações preliminaresAs atividades aqui propostas têm o intuito de facilitar o acompanhamento das aulas pelo aluno com Transtorno de Déficit de Atenção (TDA). Como a escrita e a leitura podem ser um grande desafio para ele, é importante lançar mão de algumas estratégias que o ajudem nessa tarefa.

Alunos com TDA têm dificuldade para se concentrar em tarefas mais longas: nesses casos, costumam ficar agitados e muitas vezes desistem de terminar as atividades, por se cansarem ou se irritarem. Quando isso acontece, deixam de prestar atenção no que está sendo pedido e não seguem as instru-ções. Assim, é de extrema importância realizar um trabalho individual com esse aluno, certificando-se de que ele compreendeu o que foi pedido.

Para levá-lo a se sentir motivado sem perder o foco, sugerimos subdividir as atividades em pequenas tarefas, com ênfase na compreensão do conteúdo nelas trabalhado, e incluir o aluno na leitura do enunciado ou na explicação da atividade dirigida à turma como um todo.

O aluno com TDA tem dificuldade em ficar parado e sentado; permita que ele se locomova pela sala de aula com o objetivo, por exemplo, de ajudar colegas em determinada atividade.

unidade 3, capítulo 9 – páginas: 155 a 158

durante a leitura e leitura

durante a leitura (p. 155)

1. Informe o aluno com TDA sobre o que será trabalhado no capítulo em estudo:

Neste capítulo, você vai refletir sobre a importância de seguir algumas regras simples de convivência social. Será uma ótima oportunidade para rever o seu modo de agir e passar adiante as dicas que aprender.

2. Em seguida, pergunte-lhe:a) Você gosta de ir a lugares como cinemas e teatros?

b) Qual foi o último filme a que você assistiu no cinema? Fale sobre ele.

3. Na sequência comente que em cinemas e teatros é preciso seguir algumas regras para apro-veitar o evento sem desrespeitar os demais espectadores. É isso que se pretende mostrar com o estudo do texto do capítulo. Comente que os textos com esse tipo de conteúdo se cha-mam instrucionais.

4. Convide o aluno com TDA a ler em voz alta as orientações para a atividade prévia de leitura. Ao termi-nar a leitura, ele deverá sublinhar as ideias mais importantes do texto.

durante a leituraVocê costuma ir com frequência ao cinema ou ao teatro? Será que sabe como se compor-

tar nesses lugares? Nesta atividade, você vai pôr esses conhecimentos à prova.

decifrando imagens

A seguir, você vai encontrar três imagens que ilustram recomendações sobre como se comportar em salas de espetáculos. Sua tarefa é escrever, junto com um colega, a recomendação que acompanha cada imagem. Veja algumas dicas para decifrar as imagens e escrever o texto.

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1. O sentido das imagens só se completa com o texto da recomendação. Não se trata, então, de simplesmente descrevê-las. Elas dão pistas de qual é o assunto da reco-mendação.

2. Considere, ao decifrar cada imagem, se o comportamento associado a ela é mais típico de um ambiente de cinema, teatro, casa de shows, circo, etc. Um comportamento pode ser adequado para o teatro, mas não para o cinema (ou vice-versa).

3. Ao redigir as recomendações, use frases curtas, com verbos no imperativo.

4. Avalie se a imagem faz referência a um comportamento que deve ser adotado ou evita-do. Para recomendação de comportamentos a adotar, use imperativo afirmativo; para recomendação de comportamentos a evitar, use o imperativo negativo.

leitura (p. 156 a 158)

1. Aproveite a distribuição do texto nas páginas do livro para verificar a assimilação, pelo aluno com TDA, do conteúdo de cada trecho. Sugira que ele repita o procedimento anterior, de sublinhar as principais ideias do texto.

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Boas maneiras para evitar um “mico” numa sala de espetáculosQuando a gente se programa para um evento, faz de tudo para que seja uma noite alegre e me-

morável. Tenta-se eliminar ao máximo os fatores de estresse: chegar cedo, comprar ingresso adian-tado, escolher o melhor lugar etc. Tudo para acompanhar confortavelmente aquela atração que se queria tanto ver. Mas nem sempre tudo sai como gostaríamos. O fator “espectador inconveniente” pode ser o balde de água fria num programa que tinha tudo pra ser maravilhoso.

“Um vizinho de poltrona inconveniente tira a paciência, a concentração para curtir e apreender a obra e nos faz perder o humor. Certa vez, no cinema, uma turma de adolescentes gritava e fazia zorra com um laser vermelho mirado para a tela. A sessão ficou tão insuportável que saí no meio do filme”, conta a historiadora Emanuele de Maupeou, que reclamou na gerência da sala do Multiplex do Shopping Recife, e recebeu ingressos para ver o filme em outra oportunidade.

Quem nunca passou por situações incômodas, como um chato que bate as pernas na poltrona dianteira, um vizinho que conversa ou atende ao celular ou mesmo aquele fã arvorado que grita no ouvido alheio achando que o cantor lá no palco vai ouvir o seu backing vocal de banheiro, que atire a primeira pipoca.

Casos como o vexame coletivo promovido pela plateia presente na estreia da peça Sopros de Vida, que passou no Recife na última semana, suscitam a pergunta “Por que algumas pessoas não sabem como se comportar numa casa de espetáculos?”. Carmem Peixoto, jornalista e consultora de etiqueta social e empresarial, é taxativa: por falta de educação e postura.

“Isso começa muito antes de se transformar num adulto que frequenta produções culturais. Começa quando as crianças não sentam à mesa na hora das refeições, passam como um furacão pela casa e não aprendem a arrumar sua própria bagunça. Isso vai incutindo que todo comporta-mento é válido, daí pra ir pra rua é só um passo”, conta Carmem Peixoto.

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“A geração pós-movimento hippie passou tempos negando as regras sociais e considerando-as piegas, mas hoje em dia o bom senso precisa ser resgatado. Chegamos ao ponto em que é preciso ter assentos reservados para idosos, coisa que deveria ser estabelecida pela gentileza. As pessoas pensam que etiqueta se restringe a como segurar o talher ou mastigar de boca fechada, mas é fun-damental para o bem-estar na convivência”, avalia a consultora.

E a falta de maneiras na privacidade das famílias facilmente se expande para as relações públi-cas. Os jovens de outros tempos se trancavam em seus quartos e aquele era seu universo particular. Hoje as pessoas estão interligadas o tempo todo pelas tecnologias e redes sociais, e as distâncias inexistem. “Na cabeça dessas pessoas, é como se o próprio mundo fosse uma extensão desse seu espaço e acham natural agir em qualquer situação como fazem com seus pares”, conclui Peixoto.

Esse é o perfil dos inconvenientes, ou “folgados”, que acabam recebendo coros de Psssssiu! ou Silêncio! no escurinho das salas. Para evitar que os bons cidadãos involuntariamente cometam gafes na hora de assistir a algum espetáculo, o JC Online preparou uma cartilha básica para a boa convivência durante a sessão.

Atraso – Já não é de bom-tom chegar depois do

espetáculo iniciado, mas brigar por lugares marcados, mesmo

com as entradas em mão, atrapalha todo mundo. Mesmo que

tenha “direito”, não é educado. Afinal de contas, se chegou

atrasado e conseguiu entrar já é lucro. De resto, é melhor

deixar pra lá e, discretamente, ir sentando nas poltronas

traseiras, sem incomodar ninguém.

Comida – No cineminha até é sugerida a clássica pipoca

e outras guloseimas. Porém, no teatro, principalmente

quando a casa não permite, não é indicado abrir embalagens

e nem mesmo mastigar durante um espetáculo. Nem se fala

sobre esconder alimentos ou bebidas na bolsa, não é?

Interação com o artista – O melhor agrado que

você pode dar ao artista é a concentração do silêncio e

o reconhecimento com aplausos. Não é elegante soltar

gritinhos de “Lindo”, “Maravilhoso”. Em shows em que

a plateia fica de pé, até vale cantar junto e acompanhar o

repertório. Num teatro, nem pensar.

Cochilo – É uma tremenda saia justa. Alguém

próximo à sua poltrona caiu no sono e está soltando

aquele ronco. O que fazer? Não perca a paciência nem o

espetáculo. Delicadamente deve-se acordar o dorminhoco

e relembrá-lo onde está.

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Geisa Agricio. JC Online, 25 maio 2010. Disponível em: <http://ne10.uol.com.br/canal/cultura/noticia/2010/05/25/boas-maneiras-para-evitar-um-mico-numa-sala-de-espetaculos-223025.php>. Acesso em: 8 fev. 2012.

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/BRPernas e pés – Nem sempre as poltronas são as mais

confortáveis. Às vezes, falta até lugar para colocar as pernas. Mas nada serve de desculpa para ficar batendo pernas ou recostando os pés na cadeira à frente. Tirar os sapatos é ainda mais execrável. Você não está no sofá da sua casa!

[...]

Celular – Todo mundo sabe que é para manter o aparelho desligado. Mesmo que esteja no modo silencioso e não soe o ringtone [sinal sonoro], atendê-lo em público é inadmissível.

Conversa – Se você pretende conversar com seu acompanhante ou cumprimentar conhecidos, o ideal é chegar com folga, pelo menos uns 30 minutos antes. Depois que o terceiro toque é entoado e as luzes baixam, silêncio é obrigatório. Diálogos só no palco, nada de conversas paralelas. A dica serve para beijos e carícias também. Casais apaixonados devem deixar os momentos mais íntimos para depois.

Crianças – A classificação indicativa não é simplesmente uma censura moral. Eventos adultos não devem ser frequentados por crianças, mesmo na presença dos pais, por mais modernos e liberais que eles sejam. É chato para os pequenos, que ficam inquietos, e inconveniente para quem está perto. Existem espaços e espetáculos destinados ao público infantil, onde eles podem se comportar com liberdade e espontaneidade características da idade.

Vestimentas – Não vivemos mais nos tempos coloniais em que o teatro era o grande evento social, em que ver uma ópera era como um grande baile. Então, mesmo nas casas mais tradicionais, é de bom-tom um casual chic ou esporte fino bem comportado. Brilhos, paetês, sedas, trajes de gala, saltos altíssimos e finíssimos são desnecessários. E, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Os shortinhos com aquele ar de quem saiu da praia também são dispensáveis.

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2. Com base no que o aluno com TDA sublinhou, oriente-o a redigir, junto com um colega, em forma de tópicos, as regras de boa convivência relacionadas com as imagens a seguir.

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3. Incentive-os a acrescentar outras regras e avalie sua adequação.

4. Ao final, promova um debate em que a turma fale a respeito das regras que são comumente infringi-das e como agir em tais situações. Estimule a participação do aluno com TDA no debate. Ele poderá usar suas anotações como base.

5. Para enriquecer a atividade, faça estas perguntas ao aluno com TDA:a) Que passeios ao ar livre você gosta de fazer?

b) Qual foi o lugar ao ar livre mais recente a que você foi com familiares ou amigos? Foi divertido? Com quem você estava?

c) Na sua opinião, também deve haver regras de convivência para passeios realizados ao ar livre, como os retratados nas imagens abaixo? Por quê?

6. Reúna-se com um colega e pensem sobre isto:

“Quais seriam as principais regras de boa convivência em lugares ao ar livre?”

7. Depois escrevam um texto em tópicos com suas ideias.

Tigre no Jardim Zoológico de Brasília, Distrito Federal. Pessoas brincando em playground no Parque do Ibirapuera, São Paulo.

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