Transcript

Uma análise dosinvestimentos externos

diretos chineses no Brasil de 2010 a 2016

Junho - 2018

Alunos:

Caique Andriewiski,

FábioEsperança,

Gabriela Padilha

William Araújo

Introdução:

Brasil recebeu um fluxo total de US$52 bilhões para o período 2010-2016;

Nesse recorte, aproximadamente 90% dos investimentos chineses se destinaram

aos setores de extração mineral e energético focado em petróleo e gás;

Fonte: Kupfer e Freitas, 2018, p. 27

Objetivo e metodologia:

Analisar as tendências dos investimentos chineses no Brasil durante

o período 2010-2016;

Há uma sensível elevação dos IEDs chineses nesse período em

comparação com o período anterior (US$255 milhões entre 1990 e

2019);

Metodologia: utilizaremos os textos de Kupfer e Freitas (2018) -

"Direções do investimento chinês no Brasil 2010-2016: Estratégia

Nacional ou Busca de Oportunidades?" , a base de dados do Grupo

de Indústria e Competitividade da UFRJ (GIC/UFRJ) e os relatórios

publicados pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).

Dados- problemas e saídas:

Dados oficiais:(i) Ministério do Comércio da República Popular da China (MOFCOM)(ii) Banco Central do Brasil (iii)UNCTAD

Problemas:Trans-shipping.

Conclusão:

Não são boa proxy do volume real de investimentos chineses no Brasil.

Dados- problemas e saídas:

Maiores receptores de investimentos da China (US$ milhões, 2014)

Fonte: CEBC, 2016, p. 9

Dados: problemas e saídas

Fonte: KUPFER; ROCHA; TORRACA, 2018, slide 5

Dados- problemas e saídas

Dados não-oficiais:

(i) CGIT (apenas transações acima de US$100 milhões)

(ii) RedALC

(iii) FDI Markets (contabiliza apenas greenfield)

(iv) CEBC

(v) CIG-IE/UFRJ

Apesar dos problemas (heterogeneidade de classificação setorial; podem não

identificar investimentos menores; dados vinculados ao ano do anúncio, não da

realização...) são melhor proxy para o volume real de IEDs.

Dados- problemas e saídas:

Solução:

Para minimizar possíveis vieses dos dados, usaremos 2 bases: a do

Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), referência e base mais

completa para IEDs chineses no Brasil e a base GIC-IE/UFRJ, criada a

partir das bases não-oficiais, com o intuito de minimizar seus problemas.

Fase inicial: 2010-2011

Período de forte incremento no volume de investimentos. Somente em 2010, de acordo

com o CEBC, foram confirmados 10 bilhões de dólares.

Não há muita divergência no que diz respeito ao principal de destino dos IEDs, o setor

extrativo ou na produção de bens primários: pré-sal e abastecimento interno chinês.

Energia (Petróleo e Gás)

45%

Agribusiness

20%

Mineração

20%

Siderurgia

10%

Energia Elétrica

3%Manufatura

2%

Investimentos chineses anunciados em 2010 por setor da economia:

Fonte: CEBC, 2011. Elaboração própria baseada no gráfico da CEBC

Fase inicial: 2010-2011:

Divergência entre CEBC e Kupfer e Freitas em relação às participações setoriais:

Para Kupfer e Freitas e de acordo com a base GIC/UFRJ, aproximadamente 15 bilhões de IED chinês, 86% destinado à energia e mineração;

Principais empresas: Sinopec (US$7,1 bi), Sinochem (US$3,07 bi) e State Grid (US$1,72 bi);

Para o ano de 2011, não há uma mudança muito sensível na composição dos investimentos. A diferença é a sua queda de 15 bilhões de dólares em 2010 para aproximadamente 8 bilhões em 2011;

Quantidade de projetos não cai tanto: 21 (2010) contra 14 (2011)

Fase intermediária: 2012-2013 Unanimidade entre os dados:

Fase intermediária: 2012-2013

Motivos, segundo CEBC:

- Conhecimento da economia e do mercado brasileiro após o IED no biênio anterior.

- Desdobramentos do IED no período anterior (EXECUÇÃO e CONSOLIDAÇÃO).

- Desaceleração da economia brasileira (Crise de 2011 - estagnação da Europa;

falta de engrenagem dos Estados Unidos – desajustes macroeconômicos).

- Questões burocráticas relacionadas ao sistema tributário brasileiro.

- Mudança do modelo de desenvolvimento da economia chinesa.

Fase intermediária: 2012-2013

De entusiasmada a prudente e mais estratégica.

Concentração nas iniciativas de maior probabilidade de concretização,

Fase intermediária: 2012-2013

A diversificação: mudança na composição setorial (Indústrias Extrativas para Industria de Eletricidade e Gás e

Indústria de Transformação).

Fase intermediária: 2012-2013

- Destaque ao setor de energia elétrica

Fase intermediária: 2012-2013

2013: crescimento tímido.

Número de projetos nos setores de Automotivos e eletrônicos

aumentam, mas em valores os setores de Energia

Elétrica e Energia (Petróleo o gás) sobressaem.

Fase intermediária: 2012-2013

Segundo o CEBC, durante o ano de 2012 foram investidos US$ 4.790, 500 milhões, enquanto no ano de

2013 haveria ocorrido US$ 3.645 milhões.

- Soma de 2012 e 2013: US$8.435,500 milhões de IED chinês no Brasil.

Segundo o KUPFER e FREITAS durante o ano de 2012 ocorreu US$ 2.465 milhões, enquanto no anos de

2013 haveria ocorrido US$ 2.175 milhões.

- Soma de 2012 e 2013: US$ 4.464 milhões de IED chinês no Brasil.

Prevalecendo no topo do IED chinês no Brasil o setor de Energia (petróleo e gás).

Fase intermediária: 2012-2013

Fase intermediária: 2012-2013

Fase final: 2014-2016

2014:

Mantém a tendência de queda dos anos anteriores;

Concentração na área de energia elétrica;

Fortalecimento dos setores bancário e tecnológico e do agronegócio

Fase final: 2014-2016

2015:

Recuperação do volume de investimentos, na direção contrária da

economia brasileira e dos investimentos dos outros países.

Marca reaproximação sino-brasileira.

Continuação da hegemonia da área energética.

Fortalecimento dos setores automobilístico e de aviação.

Fase final: 2014-2016

Distribuição setorial dos projetos (em milhares de US$)

Fonte: CEBC, 2016, p. 9

Fase final: 2014-2016

2016:

Confirma tendência de recuperação do ano anterior.

Ganho de força da siderurgia e da mineração, apesar da manutenção do

predomínio do setor energético.

Investimentos chineses no Brasil (2016)

Fonte: CEBC, 2017, p. 26

Fonte: CEBC, 2017, p. 19

Fase final: 2014-2016

O triênio em perspectiva:

Predominância absoluta da área de geração, transmissão e distribuição

de energia.

Marca a recuperação dos investimentos chineses no Brasil.

Outro traço marcante do período é a concentração (tanto geográfica

quanto de empresas) dos IEDs.

Trajetória geral do IED chinês no Brasil entre 2010 e 2016:

Visão do Conselho Empresarial Brasil – China:

A trajetória do IED possui 4 fases:

- 1ª Fase (2010-2011): investimentos em atividades ligadas às commodities

- 2ª Fase (2012-2013): investimentos direcionados para a indústria (setorautomotivo, máquinas e equipamentos, aparelhos eletrônicos)

- 3ª Fase (2013): prioridade no setor de serviços (especialmente área financeira)

- 4ª Fase (2014-2016): volume dos investimentos cresce consideravelmente, comfoco na transmissão e distribuição de energia elétrica

Visão de David Kupfer e Felipe de Rocha Freitas:

Apesar de haver diversificação setorial, a grande magnitude dos IEDs chineses noBrasil expressa vem de um pequeno número de investimentos de grande porte,concentrados em poucas empresas e poucos setores.

Trajetória geral do IED chinês no Brasil entre 2010 e 2016: 10 maiores investimentos: US$ 31, 8 bi e 73% do montante total investido

5 maiores investimentos: 53% do montante total investido

Predominância do setor energético: 64% do total investido

Fonte: (FREITAS e KUPFER 2018, slide 12)

Trajetória geral do IED chinês no Brasil entre 2010 e 2016:

Enorme concentração de investimentos por empresa investidora

Sinopec, State Grid e China Three Gorges concentram 70% do valor total investido pelaChina no Brasil

Fonte: (FREITAS e KUPFER 2018, p. 18)

Trajetória geral do IED chinês no Brasil entre 2010 e 2016:

Dois setores principais: Indústria

Extrativa (48%) e Indústria de

Eletricidade e Gás concentram 90% do

valor total investido.

Indústria Extrativa:

- Extração de Petróleo e Gás Natural:

Sinopec

- Extração de Minerais Metálicos Não-

Ferrosos: China Niobium e China

Molybdenum

Indústria de Eletricidade:

- Geração, distribuição e transmissão de

energia elétrica: State Grid e China Three

Gorges

Fonte: (FREITAS e KUPFER 2018, slide 15)

Trajetória geral do IED chinês no Brasil entre 2010 e 2016:

Indústria de Transformação: apesar dogrande número de investimentos (32%),só obteve 4% do valor total investidopelas empresas chinesas no país.

- Numerosos investimentos, relativamentede pequeno porte

- Não é possível falar em 2ª Fase do IED,estabelecida pelo CEBC, centrada naindústria de transformação.

Setor de Serviços: 36% dos IEDs, masapenas 6% do valor total investido.

- Quase a metade está concentrada na áreafinanceira

- Não se pode falar em 3º fase do IED,centrada do setor de serviços, como diz oCEBC

Fonte: (FREITAS e KUPFER 2018, slide 15)

Trajetória geral do IED chinês no Brasil entre 2010 e 2016:

Predominância de IEDs que ingressam via fusões e aquisições, principalmente a partir de 2014

Kupfer e Freitas: número significativo de IEDs entra por investimentos em GREENFIELD (“do

zero”)

Fonte: (CEBC, 2017, p. 16)

Principais tendências dos IEDs chineses no Brasil (Freitas e Kupfer):

1) Modificação na composição setorial:

- Aumento na participação do setor de serviços: de 1% do montante total investido e 11% do númerode IEDs no 1º biênio, passa para 9% e 40% em 2015-2016.

- Mudança no setor principal de destino (de Indústria Extrativa para Indústria de Eletricidade e Gás):

- 2010-2011: 87% do total investido destinado à Indústria Extrativa e apenas 8% para a Indústria deEletricidade e Gás

- 2015-2016: somente 8% do total investido concentrado na Indústria Extrativa, enquanto a Indústriade Eletricidade e Gás concentra 62%

2) Desconcentração dos investimentos no segundo biênio (2012-2014), que logo em seguida érevertida

OBS: Apesar da diversidade na distribuição setorial, os IEDs continuam concentrados no setorenergético

Principais tendências dos IEDs chineses no Brasil (Freitas e Kupfer):

3) Aumento na participação da entrada do capital chinês através de

expansão orgânica, ainda que o método de ingresso principal dos

investimentos seja F&A.

Fonte: (FREITAS e KUPFER 2018, p. 35)

Conclusão:

Ao contrário da desconcentração setorial ao longo de 2010 a 2016, que é

propagada pelo Conselho Empresarial Brasil-China, a maciça magnitude

dos IEDs chineses no Brasil deriva de investimentos de grande porte,

que ingressam via F&A e são realizados por poucas empresas, em

um número limitado de setores.

Basicamente, são os grandes empreendimentos de três estatais chinesas

no setor energético brasileiro: Sinopec, China Three Gorges e State Grid.

Agradecimentos

非常感谢你(Muito obrigado)


Top Related