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Revista da OCDS Set/Out de 2014 - N° 136Set/Out de 2014 - N° 136Revista da OCDS

Província São José

MONTE CARMELOMONTE CARMELO

ENTREVISTAcom Frei Allyson, OCDPag. 19

V CENTENÁRIOSANTA TERESAPag. 06

NOTÍCIASdas ComunidadesPag. 20

CAMINHO

DE LUZ

Pag. 10

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MONTE CARMELO

SUMÁRIO

MissãoDIA MUNDIAL DAS MISSÕES

Denitório ExtraordinárioCORÉIA 2014

Caminho de LuzCAJADO DE STJ NO BRASIL

EntrevistaFREI ALLYSON CÁSSIO, OCD

04

06

10

19

20

03

NotíciasCOMUNIDADES

23NotíciasEVENTOS

V Centenário STJPara VÓS NASCI

Prezados leitores,

Boa leitura a todos!Abraços!!!

Luciano DídimoPresidente Provincial da OCDS – Província São José

Peço que divulguem e compar�lhem o link denossa revista, imprimindo em suas comunidades paraos membros que não tem acesso à internet.

Neste número, estamos dando destaque aimportantes eventos que ocorreram nesse períodosetembro e outubro de 2014: o DefinitórioExtraordinário da Ordem dos Carmelitas Descalços,ocorrido na Corea de 26/08 a 03/09, a abertura doAno Jubilar Celebra�vo do V Centenário deNascimento de Santa Teresa de Jesus em 15/10 evisita da relíquia do cajado de Santa Teresa em nossaProvíncia São José, nos estados de São Paulo e Rio deJaneiro, no período de a 16 a 23/10.

A revista contém ainda uma entrevista com FreiAllyson Cassio da Silva, ocd, secretário da ProvínciaOCD, além de no�cias das comunidades einformações sobre os próximos eventos da ProvínciaSão José.

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19 DE OUTUBRO: DIA MUNDIAL DAS MISSÕESBEATIFICAÇÃO DE PAULO VI – ENCERRAMENTO DO SÍNODO SOBRE A FAMÍLIA

“Queridos irmãos e irmãs, neste Dia Mundial das Missões, dirijo omeu pensamento a todas as Igrejas locais: Não nos deixemosroubar a alegria da evangelização! Convido-vos a mergulhar naalegria do Evangelho e a alimentar um amor capaz de iluminar avossa vocação e missão. Exorto-vos a recordar, numa espécie deperegrinação interior, aquele «primeiro amor» com que o SenhorJesus Cristo incendiou o coração de cada um; recordá-lo, não porum sen�mento de nostalgia, mas para perseverar na alegria. Odiscípulo do Senhor persevera na alegria, quando está com Ele,quando faz a sua vontade, quando par�lha a fé, a esperança e acaridade evangélica.

A Maria, modelo de uma evangelização humilde e jubilosa,elevemos a nossa oração, para que a Igreja se torne uma casa paramuitos, uma mãe para todos os povos e possibilite o nascimento deum mundo novo” (Papa Francisco, Mensagem para o dia mundialdas Missões).

Há 17 anos atrás, o Papa João Paulo II proclamava o doutoradode Santa Teresinha, patrona das missões. Seu predecessor, PauloVI havia dito: “Nasci para a Igreja no dia em que a santa nasceupara o céu”. Hoje Paulo VI é bea�ficado. Abaixo o ar�go reproduz aproximidade do novo beato com Santa Teresinha.

“Durante uma visita ad limina do bispo de Sées, a diocese na qualnasceu Teresa, Paulo VI (1963-1978) disse: “Nasci para a Igreja nodia em que a santa nasceu para o céu. Isso lhe mostra que especialvínculo me liga a ela. Minha mãe fez com que eu conhecesse SantaTeresa do Menino Jesus que ela tanto amava. Já li várias vezes aHistoire d'une âme, a primeira vez na minha juventude”. Já em1938 escrevia às monjas do Carmelo de Lisieux, confessando“acompanhar há muitos anos com grande interesse os progressosdo Carmelo de Lisieux” e acrescentava “sou um grande devoto deSanta Teresa, da qual conservo uma pequena relíquia na minhaescrivaninha”.

Estas menções seriam suficientes para demonstrar o significadoda profunda ligação entre Paulo VI e a pequena Teresa. O Papainterveio várias vezes para falar sobre a figura e sobre a doutrina dapequena santa de Lisieux. Em 1973, por ocasião do centenário donascimento da santa, escreveu uma carta a D. Badré, então bispode Bayeux e Lisieux, condensando em poucas páginas o seupensamento sobre Teresa. O realismo e a humildade são os doisconceitos mais evidenciados por Paulo VI a propósito de Teresa:“Teresa do Menino Jesus e da Santa Face ensina a não contar comnós mesmos, tanto se tratando de virtude como de limite, mas como amor misericordioso de Cristo, que é maior do que o nossocoração e nos associa à oferta da sua paixão e ao dinamismo da sua

vida”. A propósito da vida de Teresa que aceitou o limite humano ecultural do claustro, ela ensina segundo Paulo VI, que “a inserçãorealista na comunidade cristã, onde se é chamado a viver o instantepresente, parece-nos uma graça sumamente desejável para o nossotempo”. Teresa viveu o seu caminho pessoal de san�dade dentro deum ambiente cheio de limites. Todavia, “para começar a agir elanão esperou um modo de vida ideal, um ambiente de convivênciamais perfeito; digamos que, ao invés, ela contribuiu para mudá-lopar�r de dentro. A humildade é o espaço do amor. A sua busca doAbsoluto e a transcendência da sua caridade permi�ram-lhe venceros obstáculos ou mesmo transfigurar os seus limites”.

Paulo VI já �nha sublinhado o tema da humildade em Teresa emuma audiência de 29 de dezembro de 1971: “Humildade tão maisobrigatória quanto mais a criatura é alguma coisa, porque tudodepende de Deus, e porque o confronto entre qualquer medidanossa e o Infinito obriga a curvar a fronte”. Em Teresa estahumildade não está separada de uma “infância cheia de confiança ede abandono”.

Em um discurso de 16 de fevereiro de 1964 na paróquia de SãoPio X, o Papa evidenciava com clareza o quanto Santa Teresa doMenino Jesus �nha pra�cado e ensinado com relação à confiançaque devemos ter na bondade de Deus, abandonando-nosplenamente à sua Providência misericordiosa: “Um escritormoderno muito conhecido conclui um livro seu afirmando: tudo égraça. Mas de quem é esta frase? Não do escritor citado, porque ele�rou-a – e diz isso – de outra fonte. É de Santa Teresa do MeninoJesus. Colocou-a em uma página dos seus diários: 'Tout est grâce'.Tudo pode se resolver em graça. De resto a santa carmelita repe�asempre uma esplêndida palavra de São Paulo: 'Diligen�bus Deumomnia cooperantur in bonum'. Toda a nossa vida pode se resolverno bem, se amamos o Senhor. E é isso que o Pastor Supremo esperados que o ouvem”.

Enviado por: FREI ALZINIR DEBASTIANI, DELEGADO GERAL PARA A OCDS

(Fonte: h�p://www.30giorni.it/ar�coli_id_972_l6.htm)

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Missão

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Denitório Extraordinário

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Desde a visita do Santo Padre Francisco em agosto do presente ano,a Coreia do Sul vem despertando a curiosidade e surpreendendo aIgreja com o grande número de fiéis católicos.

A Coreia do Sul, é considerada o �gre asiá�co da Igreja Católica.

No primeiro dia de Definitório Extraordinário foi feito um resumode como está a Igreja Católica na Coréia do Sul - 10% da população éCatólica e aumenta dia a dia o número de ba�zados vindos dobudismo devido a ideia de igualdade entre os homens criados porum único Deus. Enquanto na Europa os números são magros ediminuem ano a ano. Na Coréia do Sul cresce assombrosamente. OSanto Padre Francisco em agosto desse ano 2014, visitou a Coréiado Sul e o país se mostrou abundante em novos ba�zadosprincipalmente leigos comprome�dos com a Evangelização.

A Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares representado porKapjin Cho mostrou primeiramente um histórico da Igreja Católicacoreana e depois o início do Carmelo Secular na Coréia do Sul em1940 com a primeira fundação, o Mosteiro de Carmelitas Descalçasdepois em 1948 a primeira Comunidade de Carmelitas DescalçosSeculares e o primeiro convento de Frades Carmelitas.

Atualmente a família Carmelitana da coreia do sul é composta por:- 5 conventos masculinos- 8 mosteiros- 36 comunidades Ocds

Os principais desafios para Ocds coreana e apresentados por ele:Formação, Comunicação entre os membros Ocds e par�cipaçãomais a�va na vida Paroquial da Igreja local.

No período de 26 de agosto a 03 de setembro, os fradescarmelitas descalços es�veram reunidos em Goseong (Coréia doSul), para o Definitório Extraordinário. Par�ciparam setenta eseis religiosos de todas as partes do mundo, inclusive o nossoProvincial Frei Cleber dos Santos, a quem os leigos descalçosseculares estão juridicamente ligados.

MENSAGEM DO DEFINITÓRIO EXTRAORDINÁRIO

Coréia do Sul, 06 de setembro 2014 (comunicações)

Pode-se consultar as no�cias de cada uma das jornadas emH T T P ://www.carmel i tan isca lz i . com/ corea2014/ .Compar�lhamos aqui a mensagem final:

Queridos irmãos e irmãs:

Atendendo ao convite do Padre Geral feito na carta de convocaçãodo Definitório Extratordinário, e em relação sobre o estado daOrdem em que nos exortava a rever "a situação atual da Ordem epreparar o momento mais solene e importante de nossa famíliareligiosa, que é o Capítulo Geral", reunidos na cidade de Goseong(Coréia do Sul) entre os dias 26 agosto e 03 de setembro, setenta eseis religiosos de todas as circunscrição da Ordem, muitofraternalmente recebidos pelos nossos irmãos da província daCoréia, em colaboração com a Ordem Secular, após ter feito umaanálise e discernimento sobre a vida de nossa família religiosa,queremos compar�lhar com vocês esta mensagem.

"Onde dois ou três es�verem reunidos em meu nome, aí estou eu"(Mt 18:20). Assim, temos experimentado a presença de Deus naunidade em meio à diversidade dos membros da nossa Ordem e nascontribuições dadas por todos. Seis dias de trabalho sob aorientação de nosso Padre Geral, que iniciou com um relatório feitopor ele e que vai junto com esta mensagem. Relatório onde asrealizações, dificuldades, desafios e esperanças para o futuro eramevidentes.

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A pergunta fundamental que temos de responder é de naturezaantropológica: "que �po de pessoa que eu quero ser?" expressa porTeresa em Caminho 4, 1 sob a forma “Como devemos ser", que erapara nós lema do úl�mo Definitório Extraordinário de 2011 emAriccia (Itália).

A verdade, a sinceridade com que respondemos esta pergunta,assumindo o caminho que nos resta para alcançar o ideal teresiano,será fundamental se quisermos ser verdadeiras testemunhas deiden�dade que a Santa nos deu. Deste modo, decidimos aprofundaros elementos essenciais da nossa iden�dade carismá�ca,incorporados na Igreja e no contexto de hoje. Necessariamenteteremos que fazer esta viagem em comunhão com nossas irmãsCarmelitas Descalças, pois só com elas podemos viver plenamente anossa herança carismá�ca. Nós não somos autosuficientes, não sepode chegar a uma clareza sobre a nossa iden�dade carismá�casem ter em conta a experiência de nossas irmãs carmelitas.Queremos também ter em conta a contribuição de nossos leigospara nos ajudar a encarnar o carisma na vida de cada dia.

Nós encaramos a necessidade de uma sólida e constante formaçãona vida religiosa, não só na formação inicial, centrada sobre temas easpectos essenciais de nossa formação carmelitano teresiana. Umcaminho guiado que permita reassimilar os valores fundamentais denossa própria vida. Reassumir, reler nossas cons�tuições e resgataros textos fundamentais que as iluminam e lhe dão sen�do.

A experiência carismá�ca vai além da mera observância externada regra e, desta forma, conseguimos que elementos essenciais danossa vida como a fraternidade, não sejam realidades unicamenteteóricas, mas verdadeira “comunicação fraterna”, ou seja, umrelacionamento real de pessoas no es�lo de Teresa de Jesus: "Aquitodos hão de ser amigos, todos hão de amar, todos hão de querer,todos hão de ajudar" (4,7 C).

Estes dias de reflexão nos ajudaram a compreender que realizar anossa iden�dade carismá�ca na vida, tal como é proposto pornossa Santa Madre Teresa de Jesus; é o fim, o propósito ao qualtender, a meta que nos guia na formação da nossa existência comoreligiosos e como comunidades.

Ao final de este caminho realizado, queremos convidar a nossafamília, frades, monjas e Ordem Secular, no contexto da celebraçãodo quinto centenário do nascimento de nossa Santa Madre, para ovale da humildade (V 35,14) e desde lá conectar a "seiva constante"do nosso patrimônio comum das "raízes" de nossas origens até os"ramos" do presente, descobrindo os sinais de vida e assumindo osdesafios que nos apresentam. Entrar neste caminho com os olhosda fé e esperança na história que nos leva a uma "nova temporada"quando ouvimos novamente a voz do Amado, porque o tempo temmudado e um horizonte de vida se desenrola, "Levanta-te lindaminha e vem" (Ct 2:10).

Levantarmos e sair, em sintonia com o momento atual da Igreja enas vésperas do ano de vida consagrada: as comunidades queacolhem a Palavra e evangelizam são missionárias. Também nósacolhemos o convite constante do Papa Francisco: "Cada cristão ecada comunidade discernirá qual é o caminho que o Senhor lhepede, mas todos nós somos convidados a aceitar este chamado: sairda própria comodidade e atrever-se a chegar a todas as periferiasque precisam da luz do Evangelho" (EG, 20).

A avaliação feita após cinco anos e meio no cargo destaca otrabalho feito no campo da comunicação, serviço para a vitalidadeda Ordem, a necessidade de enquadrar a liberdade dentro de umaárea de responsabilidade para o nível pessoal e comunitário,ultrapassando o culto ao próprio eu, de modo que nós procuramos"amar o que fazemos", e não permanecer nos aspectos maissuperficiais da vida. Nesse sen�do, se faz necessário par�r darealidade do irmão e irmã mais próximos, critério para odiscernimento de nossa caminhada.

Denitório Extraordinário

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Olhando para o Capítulo Geral:

O Definitório nomeará uma comissão para preparar uminstrumento de trabalho durante os meses de outubro e novembro.Dito documento de trabalho será estudado pelas províncias nosmeses de dezembro e janeiro. Em março, o Definitório Geralmandará o instrumento de trabalho defini�vo a todas as Províncias.

Por fim, queremos agradecer de maneira especial o DefinitórioGeral e a cúria geral pelo esforço realizado na convocação epreparação do Definitório Extraordinário; a cada um dospar�cipantes pelo trabalho feito e, ao Carmelo coreano por todaatenção fraterna que �veram para conosco. Que Maria, Rainha doCarmelo, mestra de oração e vida interior, nos ajude a percorrer ocaminho que se apresenta para nós.

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O Papa Francisco dirige a seguinte carta ao bispo de Ávila,Monsenhor Jesús García Burillo, por ocasião do início do AnoJubilar celebra�vo do V Centenário do nascimento de Santa Teresa(1515-2015).

Va�cano, 15 outubro, 2014.

A Monsenhor Jesús García Burillo Bispo de Ávila - Ávila

A 28 de março de 1515 nasceu em Ávila uma menina que com opassar do tempo seria conhecida como santa Teresa de Jesus. Aoaproximar-se o quinto centenário do seu nascimento, volto o olharpara essa Cidade para agradecer a Deus pelo dom desta grandemulher e animar os fiéis da querida diocese de Ávila e a todos osespanhóis para que conheçam a história dessa insígnia fundadora,para que leiam os seus livros, os quais, a par das suas filhas nosnumerosos Carmelos espalhados pelo mundo, nos con�nuam adizer quem e como foi a Madre Teresa e o que nos pode ensinar aoshomens e mulheres de hoje.

Na escola da santa andarilha aprendemos a ser peregrinos. Aimagem do caminho pode sinte�zar muito bem a lição da sua vida eda sua obra. Ela entendeu a sua vida como caminho de perfeiçãopelo qual Deus conduz o homem, morada após morada, até Ele e, aomesmo tempo, o põe em caminho para os homens. Por quecaminhos quer levar-nos o Senhor seguindo as pegadas e pela mãode santa Teresa? Gostaria de recordar quatro que me fazem muitobem: o caminho da alegria, da oração, da fraternidade e do tempopróprio.

Teresa de Jesus convida as suas monjas a «andar alegres servindo»(Caminho 18,5). A verdadeira san�dade é alegria, porque “um santotriste é um triste santo”. Os santos, mais do que esforçados heróissão fruto da graça de Deus aos homens. Cada santo manifesta-nosum traço do mul�forme rosto de Deus. Em santa Teresacontemplamos o Deus que, sendo «soberana Majestade, eternaSabedoria» (Poesia 2), revela-se próximo e companheiro, tem assuas delícias em conversar com os homens: Deus alegra-se conosco.E, por sen�r o seu amor, experimentava uma alegria contagiosa quenão podia dissimular e que transmi�a à sua volta. Esta alegria é umcaminho que temos de andar durante toda a vida. Não éinstantânea, superficial, barulhenta. É preciso procurá-la já «nosprincípios» (Vida 13,l). Expressa o gozo interior da alma, é humilde e«modesta» (cf. Fundações 12,l). Não se alcança pelo atalho fácil queevita a renúncia, o sofrimento ou a cruz, mas que se encontrapadecendo trabalhos e dores (cf. Vida 6,2; 30,8), olhando para oCrucificado e procurando o Ressuscitado (cf. Caminho 26,4). Daí quea alegria de santa Teresa não seja egoísta nem auto-referencial.Como a do céu, consiste em «alegrar-se que se alegrem todos»(Caminho 30,5), pondo-se ao serviço dos demais com amordesinteressado. Da mesma forma que disse a um dos seus mosteirosem dificuldades, a Santa diz-nos também hoje a nós, especialmenteaos jovens: «Não deixem de andar alegres!» (Carta 284,4). OEvangelho não é uma bolsa de chumbo que se arrasta pesadamente,mas sim uma fonte de gozo que enche de Deus o coração e o leva aservir os irmãos!

A Santa transitou também o caminho da oração, que definiu deforma bela como um «tratar de amizade estando muitas vezes a sóscom quem sabemos que nos ama» (Vida 8,5). Quando os tempossão “di�ceis”, são necessários «amigos fortes de Deus» para darsustento aos fracos (Vida 15,5). Rezar não é uma forma de fugir,também não é evadir-se, nem isolar-se, mas sim avançar numaamizade que tanto mais cresce quanto mais se trata com o Senhor,«amigo verdadeiro» e «companheiro» fiel de viagem, com quem«tudo se pode sofrer», pois sempre «ajuda, dá esforço e nuncafalta» (Vida 22,6). Para orar «não está a coisa em pensar muito massim em amar muito» (Moradas IV,1,7), em voltar os olhos para olharaquele que não deixa de olhar-nos amorosamente e sofrer por nóspacientemente (cf. Caminho 26,3-4). Por muitos caminhos podeDeus conduzir as almas para si, mas a oração é o «caminho seguro»(Vida 213). Deixá-la é perder-se (cf. Vida 19,6). Estes conselhos daSanta têm uma atualidade perene. Sigam, pois, pelo caminho daoração, com determinação, sem deter-se, até ao fim! Isto valepar�cularmente para todos os membros da vida consagrada. Numacultura do provisório, viva a fidelidade do «para sempre, sempre,sempre» (Vida 1,5); num mundo sem esperança, mostrem afecundidade de um «coração enamorado» (Poesia 5); e numasociedade com tantos ídolos, sejam testemunhas de que «só Deusbasta» (Poesia 9).

V Centenário STJV Centenário STJ

Querido Irmão:

Carta do Papa Francisco na Abertura do V Centenário

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V Centenário STJ

Precisamente porque é mãe de portas abertas, a Igreja sempreestá em caminho para os homens para levar-lhes aquela «águaviva» (cf. Jo 4,10) que rega o horto do seu coração sedento. Asanta escritora e mestra de oração foi ao mesmo tempofundadora e missionária pelos caminhos de Espanha. A suaexperiência mís�ca não a separou do mundo nem daspreocupações das pessoas. Pelo contrário, deu-lhe novo impulsoe coragem para a acção e para os deveres de cada dia, porquetambém «entre as panelas anda o Senhor» (Fundações 5,8). Elaviveu as dificuldades do seu tempo - tão complicado – sem cederà tentação do lamento amargo, mas antes aceitando-as na fécomo uma oportunidade para dar um passo mais no caminho. E éque, «para fazer Deus grandes mercês a quem de verdade o serve,sempre há tempo» (Fundações 4,6). Hoje Teresa diz-nos: Rezamais para compreender bem o que acontece à tua volta e assimatuar melhor. A oração vence o pessimismo e gera boas inicia�vas(cf. Moradas VII, 4,6). Este é o realismo teresiano, que exige obrasem vez de emoções, e amor em vez de sonhos, o realismo doamor humilde ante um asce�smo trabalhoso! Algumas vezes aSanta abrevia as suas saborosas cartas dizendo: «Estamos decaminho» (Carta 469,7.9), como expressão da urgência emcon�nuar até ao fim com a tarefa começada. Quando arde omundo, não se pode perder o tempo em negócios de poucaimportância. Oxalá contagie a todos esta santa pressa para sair epercorrer os caminhos do nosso próprio tempo, com o Evangelhona mão e o Espírito no coração!

«Já é tempo de caminhar!» (Ana de São Bartolomeu, Úl�masacções da vida de santa Teresa). Estas palavras de santa Teresa deÁvila às portas da morte são a síntese da sua vida e convertem-separa nós, especialmente para a família carmelita, para os habitantesde Ávila e para todos os espanhóis, numa preciosa herança aconservar e enriquecer.

Querido Irmão, com a minha saudação cordial, a todos vos digo:Já é tempo de caminhar, andando pelos caminhos da alegria, daoração, da fraternidade, do tempo vivido como graça! Percorramosos caminhos da vida pela mão de santa Teresa. Seus passosconduzem-nos sempre a Jesus.

Peço-vos, por favor, que rezem por mim,pois necessito. Que Jesus vos abençoe

e a Virgem Santa vos proteja.

Fraternalmente, Francisco.

+ Ávila, 14 de outubro de 2014Convento de “La Santa”

A todos os membros da Ordem do Carmelo Descalço, frades,monjas e seculares e a toda a grande família Teresiana, irmãs eirmãos, daqui da Casa Mãe, casa de Teresa: que a paz de Cristo, oJesus de Teresa, esteja com todos vocês!

Depois de cinco anos e meio de uma consciente preparaçãopessoal e comunitária, chagamos a este dia tão desejado: 15 deoutubro de 2014, SOLENIDADE DE Santa Teresa de Jesus em queiniciamos as celebrações do V Centenário de seu nascimento! Feliz500º aniversario Santa Madre!

É para todos nós uma magnífica oportunidade este quintocentenário para que Teresa con�nue nos falando com a força de seutestemunho e de sua paixão. A Santa nos fala daquilo que temvivido e nos conta a sua história de sua alma, a sua história! Depoisde muitas resistências, cedeu ao amor de Deus vivo e descobriu emsi própria a verdade, a bondade e a beleza radical. Teresa não fezalarde para si mesma de sua experiência, mas somente no-lamostrou a nós para que possamos entrar em sua mesma plenitudede vida e felicidade que de outro modo, não haveríamos conhecido,sendo prisioneiros do mundo.

Constatamos, no dia a dia, que nosso ser tende a reduzir-se àsproporções de um mundo dominado pelas dinâmicas dos podereseconômico e tecnológico. Cremos ser onipotentes, porém narealidade estamos perdendo o que de melhor possui o ser humano:sua capacidade de amar, como Deus o ama. Teresa nos leva a estaracima de nosso ser, no ponto de contato entre Homem e Deus, oqual tem um rosto e um nome: O JESUS CRISTO CRUCIFICADO ERESSUCITADO.

No centro do centenário Teresiano deve estar aquilo que está nocentro do coração de Teresa e não aquilo que está no centro denossos projetos mundanos, de nossas inicia�vas. No centro docentenário devemos colocar aquilo que, há quinhentos anos dedistancia, não tem envelhecido, nem muito menos tem perdido aatualidade, uma vida repleta, marcada por Deus, a qual tem sidoconfiada uma missão de crucial importância: recordar à Igreja e aoser humano de todos os tempos que o centro do homem é Deus eque o centro de Deus é o homem.

Tenho medo de denominar a toda esta mís�ca porque estae�queta poderia fazer de Teresa um jardim fechado, uma fonteselada a qual só podem se aproximar uns poucos eleitos. A missãode Santa Teresa é universal e não é senão uma nova proposta doEvangelho, a alegria do Evangelho, de seu frescor, de sua forçalibertadora e humanizadora.

Fr. Saverio Cannistrà, ocdPrepósito General

Palavra do Padre Geralna abertura do V Centenário STJ

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Teresa divide com qualquer um, com pessoa em qualquer lugar domundo cujo andar esteja perdido - aquilo que ela tem encontrado:uma morada um caminho. Precisamente estes são os �tulos desuas principais obras: caminho e morada. Se pensarmos bem, sãopropriamente as dimensões fundamentais que a vida necessita paraexis�r e ser humana, as quais sen�mos hoje tão amenizadas por ummodo de viver que nos invade e nos dispersa.

Aquele Caminho e aquela Morada em que Teresa tem vividodeveria conduzir-nos neste centenário. Se não conseguirmoscoloca-los no centro, creio que não agradariam à Santa Teresa ascelebrações que organizaremos para ela. Por mais solenes, atraentese refinados que sejam! Teresa é uma monja simples e pobre, nãonos esqueçamos! Uma monja com o hábito e as sandálias quasesempre cheios de pó, com o rosto marcado pelo cansaço �sico, como animo muitas vezes cheio de sofrimentos e preocupações comsuas irmãs e seus irmãos. Mas sem duvida, embaixo desta super�ciede cansaço e fragilidade existe uma força e uma determinaçãoférreas!

É a força de quem apesar de ter que mover-se con�nuamente,permanece em casa; é a decisão de quem em meio da complicaçãode situações, não perde de vista a meta que orienta seu caminho.Como faremos para colocar no centro o Caminho e a Morada deTeresa? Reler seus escritos, como fizemos ao longo destes úl�mosanos, é certamente um primeiro passo, de importância fundamental.Porém não podemos permanecer quietos. Temos que começar apra�car!

Somos chamados a reconhecer em nós mesmos aquilo que aspalavras de Santa Teresa descrevem, a encontrar minha casa, meucaminho. Advirto que isto não se poderá conseguir se não fizermosescolhas. Não sei se teremos que escolher apagar um pouco maisvezes nossos telefones celulares, nossos computadores, nossostablets, ou algum bem mais importante para nós. Teremos queaprender a fazer de todos os bens um uso diferente! De algo sim,estou convencido, é que não celebraremos adequadamente sófazendo coisas para honrar a memoria de Santa Teresa, mas simfazendo-nos Teresa, se me aceitais esta expressão um tanto audaz!Creio que Teresa nos esta dizendo o que São Paulo dizia a seusdiscípulos de Corinto “Vocês mesmos são minha carta derecomendação, escrita não com �nta, mas com o Espirito do Deusvivo! Não sobre tábuas de pedras, mas sobre tábuas de carne quesão os vossos corações!” (2 Cor 3, 2-3).

Conclusão: onde nos leva o centenário de Teresa? Nos leva aosnossos corações, ao lugar onde habita nossa verdade e a vontade deDeus vivo. Que elas se encontrem no nome e seguindo as pegadasda Santa: esta é a única celebração que poderá alegrar o coração daMadre e faze-la sen�r a fecundidade de sua busca, de sua luta e desua infa�gável peregrinação.

Obrigado Teresa!Porque não nasceste para �,

mas nasceste verdadeiramente para todos nós!

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V Centenário STJV Centenário STJ

JM+JTAbertura das comemorações do V Centenário

de nascimento de Santa Teresa de Jesus,nossa mãe e fundadora.

Queridos irmãos e irmãsem Cristo e no Carmelo. Graça e paz.

"A alegria do evangelho enche o coração e a vida inteira daquelesque se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele sãolibertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento.Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria". EG 1.

"Convido todo cristão, em qualquer lugar e situação que seencontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com JesusCristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar porEle, de O procurar dia a dia sem cessar. Não há mo�vo para alguémpoder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que "da alegriatrazida pelo Senhor ninguém é excluído". Quem arrisca, o Senhornão desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção aJesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a suachegada. Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: Senhor,deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aquiestou novamente para renovar a minha aliança convosco. Preciso devós. Resgatai-me de novo, Senhor; aceitai-me mais uma vez nosvossos braços redentores. Como nos faz bem voltar para Ele, quandonos perdemos! Insisto uma vez mais: Deus nunca Se cansa deperdoar, somos nós que nós cansamos de pedir a sua misericórdia.Aquele que nos convidou a perdoar "setenta vezes sete" Mt 18, 22 -nos dá o exemplo: Ele perdoa setenta vezes sete. Volta uma vez eoutra a nos carregar em seus ombros. Ninguém pode nos �rar adignidade que este amor infinito e inabalável nos confere. Ele nospermite levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nuncanos defrauda e que sempre pode nos res�tuir a alegria. Não fujamosda ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o quesuceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele paraadiante!" EG 3.

Neste dia em que toda Ordem do Carmelo Descalço se reúne emfesta para celebrar a solenidade de sua mãe fundadora e para iniciaras comemorações do Ano Jubilar Teresiano, quero par�lharconvosco meus irmãos e irmãs do Carmelo descalço – frade, monjase seculares o que se passa em meu coração. Iniciei citando aEvangelii Gaudium. Os textos que citei acima não nos parece a nossaprópria Mãe Teresa de Jesus a nos exortar, como nos faz em seusescritos, sobretudo Vida e Caminho de Perfeição? Sem dúvidaafirmo que a experiência de Deus de Teresa de Jesus tem tocado avida de milhares de pessoas ao longo destes IV séculos de CarmeloDescalço. Ela tocou seguramente a vida de nosso Pastor PapaFrancisco a ponto dele em seus escritos e pronunciamentos atualizaro magistério espiritual da Santa carregado da mesma vitalidade - aexperiência do Deus Vivo manifesta e revelada a nós em Cristo Jesusnosso Salvador e Redentor.

Frei Cleber da Trindade, ocdProvincial - Prov. São José

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Nós que iniciamos hoje este ano jubilar não deixemos passar agraça – o kairós – para rever e aprofundar nossa relação com Jesus.Deixemos de lado a preguiça, o cansaço, o desânimo, a indiferença– enfim – o pecado que tem cas�gado nossas comunidades esejamos verdadeiros filhos e filhas de Teresa procurando eencontrando a Jesus em nossa vida, no profundo de nossa alma eem nossas comunidades. A par�r deste encontro vamos proclamá-locom nosso testemunho de pessoas e comunidades orantes efraternas. Concluo com algumas palavras da Santa:

"Eu buscava com todas as forças manter dentro de mim JesusCristo nosso bem e Senhor, sendo esse o meu modo de oração" - V 4, 7

"Muitas vezes pensei, espantada, na grande bondade de Deus,ficando minha alma maravilhada ao ver sua grande magnificência emisericórdia. Bendito seja Ele por tudo, pois sempre vi com grandeclareza que, mesmo nesta vida, Ele não deixa de recompensarnenhum bom desejo. Por piores e mais imperfeitas que fossem asminhas obras, o Senhor às melhorava, aperfeiçoava e tornavameritórias, apressando-se a esconder minhas faltas e pecados. Emais do que isso, Sua Majestade cegava e �rava a memória dos que�nham visto essas faltas e pecados. O Senhor doura as culpas, fazcom que resplandeça uma virtude que Ele mesmo põe em mim,quase me maltratando para que eu a tenha". - V 4, 10

"Não vos peço agora que penseis Nele nem que �reis muitosconceitos nem que façais grandes e delicadas considerações comvosso entendimento; peço-vos apenas que olheis para Ele. .... Vedeque o vosso Esposo nunca �ra, filhas, os olhos de vós; o Senhor temsuportado as mil coisas feias e abominações que temos pra�cadocontra Ele e nada disso bastou para que deixasse de vos olhar. Serámuito pedir que desvieis os olhos das coisas exteriores,contemplando-O algumas vezes? Vede que Ele, como diz à esposa,não está esperando outra coisa. Se quiserdes, acha-Lo-eis. Ele gostatanto de um olhar nosso que faz tudo para consegui-lo". -C 26, 3

"Falo de considerar a nossa alma como um castelo todo dediamante ou de cristal muito claro onde há muitos aposentos, talcomo no céu há muitas moradas. ... Não encontro outra coisa comque comparar a grande formosura de uma alma e a sua grandecapacidade. ...não há razão para nós cansar buscando compreendera formosura deste castelo...basta que Sua Majestade diga que o fezà Sua imagem para que possamos entender a grande dignidade eformosura da Alma. 1M1,1...

Por fim onde podemos guarda-Lo, encontrá-Lo?

"No centro, no meio de todas as moradas está a principal, onde sepassam as coisas mais secretas entre Deus e a alma" 1M 1, 3. "Peloque posso entender, a porta para entrar nesse castelo é a oração ereflexão. Não digo oração mental mais do que vocal; para haveroração, é necessária a reflexão. Não chamo oração aquilo em quenão se percebe com quem se fala e o que se pede, nem quem pede ea quem; por mais que se mexam os lábios, não se trata de oração".1M 1, 7.

Desejo do fundo do meu coração que este ano jubilar seja deencontro com Jesus, encontro consigo mesmo e com os irmãos eirmãs. Assim nos exercitamos em guardar Cristo em nossa vida.

Santa Madre Teresa de Jesus, rogai por nós que recorremos a vós.Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Fraterno abraço a todos(as).

V Centenário STJ

Fortaleza, 15 de outubro de 2014

Caros irmãos da OCDS – Província São José,

Hoje celebramos o dia de Santa Teresa de Jesus, nossa Mãe eMestra, dando assim início ao ano comemora�vo dos 500 anos deseu nascimento.

Quanto ao modo como devemos celebrar esse V Centenário,nosso Padre Geral, Frei Savério Canistrà, em sua mensagem porocasião desta data, sabiamente nos adverte que “não celebraremosadequadamente só fazendo coisas para honrar a memoria de SantaTeresa, mas sim fazendo-nos Teresa.[1]” Ou seja, a melhor maneiraque podemos honrá-la é sendo Teresa! É imitando-a; é buscandoser determinados como ela; é procurando vivenciar a oração e ain�midade com Deus como ela ensina; é tendo coragem de realizaras obras que o Senhor nos pede; é procurando forças para sermosandarilhos e missionários como ela; é tentando alcançar a graça desermos verdadeiramente humildes, desapegados e fraternos, comonosso carisma teresiano nos pede!

Este ano celebra�vo que ora iniciamos nos impele a convidarSanta Teresa de Jesus a nascer dentro de nós, a nascer em nossoscorações. Não só nascer, mas também crescer e amadurecer emnossas vidas, para que assim nós, como carmelitas seculares,possamos leva-la conosco para onde formos, derramando suaespiritualidade pelo mundo, na nossa casa, na nossa família, nonosso trabalho, na nossa escola, na Igreja, e de forma especial nasociedade que tanto sofre, carente e necessitada de Deus!

Levar Santa Teresa para o mundo é mostrar a todos um caminhode esperança, um caminho seguro até Jesus. Com certeza não é umcaminho fácil, pois é um caminho de subida, de pedras e deobstáculos, mas é um caminho certo de salvação, pois chegandoexaustos e machucados ao topo do Monte, com certeza seremosacolhidos e abraçados pelo Amor Infinito e Misericordioso de Deus!

A todos uma feliz festa de Santa Madree um abençoado ano celebra�vo!

Palavra do Provincial da OCDSna abertura do V Centenário STJ

Luciano Dídimo C. Vieira, ocdsProvincial - Prov. São José

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Santa Teresa de Jesus é popularmente conhecida como “a monjainquieta e andarilha”. Ao longo de sua vida, caminhou pela Espanhafundando conventos da Ordem do Carmelo Descalço. A ideia da vidacomo caminho, como peregrinação, inclusive como “missão”, estáin�mamente ligada a sua vida e à sua memória. Posteriormente,este espírito andarilho, empreendedor e cria�vo e de busca da fé eda verdade, se estendeu por todo o mundo. Nos cinco con�nentessurgiram vocações que mantém viva a chama que prendeu SantaTeresa e que não deixa de contagiar a cada ano mais pessoas emtodo o mundo. A Santa segue caminhando e aglomerando mul�dõesde pessoas que buscam os mais altos valores em todas as culturasatravés do caminhar de seus amigos nos cinco con�nentes.

Caminho de Luz quer ser um reconhecimento e uma homenagema esse aspecto tão par�cular da vida de Santa Teresa, e também, éuma maneira de começar de forma simbólica o centenáriopropriamente dito. Busca unir pessoas de diferentes raças e culturas,já que todos os que desejam viver essa experiência são convidados apar�cipar, ressaltando assim o espírito universal tanto de Teresacomo do V Centenário que celebramos.

Trata-se de uma peregrinação de uma relíquia muito significa�va:o cajado de Santa Teresa, como convite a seguir caminhando comela. Parte de Ávila em 15/10/2014 (fes�vidade da Santa) epercorrerá o mundo por lugares teresianos nos cinco con�nentes,visitando cerca de 30 países, e retornando à Àvila em 28/03/2015,lugar e data de seu nascimento, quando se completa o V Centenáriode Santa Teresa.

A comi�va que acompanha o cajado é formada por:

Frei Antônio González, frade carmelita descalço, teresianistaespecializado em história e doutrina teresiana e bom conhecedordos idiomas dos países por onde acontecerá a peregrinação; AmayaAlvarez, gerente técnico do Caminho de Luz, periodicista ecomunicadora com experiência em redes sociais, fotografia e blogs,com inquietudes espirituais e sensibilidade religiosa, que fala inglêse francês; Pablo Montesinos Soudry, diretor, cinegrafista e editor,com experiência em gravação de viagens e que produzirá vídeos edocumentários sobre a peregrinação; Dra. Cris�na Marcos De Frutos,médica especializada em doenças tropicais infecciosas e patologiados migrantes e viajantes internacionais.

Fonte: h�p://caminodeluz.stj500.com/que-es-camino-de-luz/

EM SÃO PAULO...

Testemunho de Luciano Dídimo, ocds

As no�cias de que o cajado de Santa Teresa de Jesus viria emperegrinação ao Brasil já circulavam em e-mails desde setembro.São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul foram os estadosescolhidos. Cogitou-se ainda a vinda para o Nordeste, mas não foipossível.

Não havia para mim qualquer plano de ir, pois os diasprogramados para o Brasil eram de 16 a 23/10, não sendo períodode férias para mim. Mas quando minha esposa Ruth me avisou queestaria fora no período de 16 a 19/10 para um Encontro da ESPERE- Escola de Perdão e Reconciliação, pensei no que iria fazer nessesdias em que ela estaria ausente.

Lembrei-me então da vinda do Cajado e fui verificar aprogramação. Dia 16/10 seria a chegada em São Paulo, par�ndopara o Rio dia 19. Então de quinta a domingo em São Paulo, eu sóprecisaria me ausentar por dois dias no trabalho e poderiadescontar esses dias das minhas próximas férias. Depois pensei quepoderia ser uma despesa desnecessária para a Província OCDS efiquei em dúvida. Mas algo estava me impelindo a ir, algo me diziaque eu precisava ir! A visita da relíquia seria um eventoimportan�ssimo para o Carmelo do Brasil e eu, como PresidenteProvincial da OCDS, deveria estar lá representando-a oficialmente.Como poderia “Santa Teresa” visitar o Brasil e a OCDS não recebê-la,não acompanhá-la? A OCDS tem que estar nessa, ela precisapar�cipar, pensei.

Consultei sobre a possibilidade de me hospedar no Convento dosfrades no bairro de Higienópolis, mas não foi possível, uma vez queiriam hospedar a comi�va que traria a relíquia da Espanha. E agora?Liguei então para nossa irmã da OCDS Haidê Zakaib e perguntei-lhese ela iria acompanhar a peregrinação e que estava pensando em ir.Em sua generosidade, pron�ficou-se a me hospedar e a seguircomigo pelos lugares que o cajado iria passar. Entretanto como nãodirige, só poderia seguir a peregrinação a par�r do dia 17/10, nacidade de Tremembé e eu pegaria um taxi do aeroporto até sua casa,em Higienópolis. Tudo bem, apenas um dia não iria fazer muitadiferença.

Adquiri as passagens com chegada prevista em Guarulhos para odia 16/10, às 14:40hs. Verifiquei a programação e a comi�va daEspanha chegaria também em Guarulhos às 15:30hs. Pensando quea comi�va seguiria para Higienópolis, arrisquei enviar umamensagem ao nosso Provincial OCD, Frei Cléber, perguntando se eleiria ao aeroporto receber a comi�va e se não poderia me dar umacaroninha. Ele disse que não poderia ir ao aeroporto, mas que iriamos Freis Aurílio, Hudson e Emerson, entretanto como só havia umcarro disponível, não haveria lugar para mim. - Não há problema -,pensei, - seja o que Deus quiser! Depois que vi que a relíquiaseguiria direto de Guarulhos para Aparecida.

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Chegando em São Paulo, na sala de desembarque aguardando achegada da mala, ligo o celular e me deparo com uma mensagem doFrei Aurílio informando que estavam presos no trânsito e que nãoiriam conseguir chegar; que eu e Haide fizéssemos as honras da casae que, se eu quisesse, poderia ir com eles para Aparecida.Preocupado com a mala li a mensagem rapidamente e respondi queeu estava sozinho. que a Haide não poderia ir me buscar e pergunteide novo se �nha no lugar no carro para mim. Ele disse que sim, poisestavam em dois carros. Então eu disse: - ó�mo, eu os aguardoentão. Percebendo que eu não �nha entendido bem, frei Aurílioconfirma: - você os acolhe aí e nos espera no aeroporto.

Foi então que “caiu a ficha”: - Você quer que eu receba a comi�va,é isso? - Sim, respondeu ele. - Você recebe a comi�va, será oprimeiro a receber. Eles chegam às 14:55, já estão às portas.Assustado, me desesperei: - valha-me Deus, vou receber a comi�vaque vem da Espanha com o cajado de Santa Teresa! Não tem maisninguém para recebê-los! Eu não sei falar Espanhol! O que é que euvou dizer pra esse povo? Faltam cinco minutos para eles chegarem!Meu Deus, que vergonha se eles chegarem e não �ver ninguém!Tenho que correr! Nova mensagem pro Frei Aurílio: - Quanto tempovocês vão demorar pra chegar aqui? - Totalmente imprevisto -, elerespondeu. Ainda estava em São Roque. - Ai Meu Deus! Vou correr! -Eles chegam pela Air China, no terminal 3. Eu estava no terminal 1.- Olha moço, é um pouco longe, você pode ir lá fora esperar umônibus que vai pra lá, ou sobe um andar e anda durante uns 10minutos. - Nossa! E se o ônibus demorar? Eles já devem estardesembarcando!

Apressei o passo e fui quase correndo. Sempre com o celular namão me comunicando com Frei Aurílio: - São quantos, frei? - Sãoquatro, respondeu. - Você está com alguma iden�ficação doCarmelo? - Não. - Nenhum broche? - Não, mas tenho camisa namala. - Então veste, disse frei Aurílio. - Tá, vou parar então paraves�r. Apressado, eu me sen� como Clark Kent entrando na cabinetelefônica e saindo com a roupa de Super-Homem! Corrirapidamente ao banheiro, fucei a mala, re�rei a primeira blusa doCarmelo que encontrei. Era marrom, �nha a Cruz do Carmelo , eescrito Carmelo Secular. Ves� e on�nuei correndo. Cheguei nasesteiras rolantes que levam de um terminal a outro, Con�nueicorrendo. Então vi a placa. Terminal 3. - Onde é o desembarque daAir China? perguntei. - No próximo terminal, responderam. Eu aindaestava no terminal 2. - Meu Deus, que coisa longe!

Corri novamente e cheguei no terminal 3 às 15:05hs. Olhei paraas pessoas que estavam paradas, ninguém �nha cara de frade.Ninguém �nha cajado. Não �nha ninguém que parecesse ser dacomi�va! - Meu Deus, que vergonha! Será que chegaram, nãoencontraram ninguém e saíram? Fui me informar. O avião estava emsolo e estavam começando a desembarcar. - Graças a Deus! O alívioentão virou novamente ansiedade. Haja a sair chinês e nada dessepovo aparecer. Fui, voltei, confirmei de novo se o avião �nhachegado. Foram 30 minutos de espera. Às 15:37hs avistei um fradede hábito saindo com uma caixa comprida com rodinhas. Envieirapidamente uma mensagem para Frei Aurílio: - Estão vindo!

Aproximei-me do Frei Antônio González e disse: - Olá! Sejambem-vindos! Sou Luciano, da Ordem Secular. Nem sei bem o que elerespondeu, já veio o Pablo filmando, os outros da comi�va mecumprimentando… fiquei meio perdido… Avisei sobre o atraso dosfrades. Ainda bem que a Amaya fala um pouco de português esalvou a minha comunicação! - Então vamos aguardar os frades -,concluímos. Amontoaram as malas ali, e de repente, me lembrei: - a

Não podíamos ficar ali parados, pois não sabíamos quanto tempoos frades iram demorar. - Vamos tomar uma água, um café, sentarum pouco -, convidei. - Sim, vamos. E fomos para uma lanchonetepróximo ao desembarque. As mesas estavam todas sujas, commuitos copos, pratos e bandejas… - Meu Deus! Fomos para a mesamaior, e comecei a �rar os pratos, os copos e a levar para o balcão.Logo todos fizeram a mesma coisa, me ajudando a re�rar tudo quetava sujo da mesa. - Que vergonha! Sentamos e fomos nosapresentar melhor, as funções de cada um, onde moravam, etc etc.Fui ficando mais tranquilo e falei-lhes um pouco sobre a OrdemSecular na nossa Província São José.

caixa! O cajado está ali! Meu Deus! Postei as mãos como um améme lancei um olhar para eles como quem pergunta: - Está aí mesmo? -Sim -, eles disseram. O precioso Cajado de Santa Teresa, que foiusado há 500 anos está ali, no chão, junto com outras malas.

Então olhei para a caixa. Estava ali em pé, vizinho a mesa. FreiAntônio, podemos bater uma foto com a caixa? Claro, elerespondeu. nos levantamos e �ramos a foto. Sentamos novamente,conversamos mais um pouco, e então ele perguntou. - Você querver o cajado? Eu arregalei os olhos, e disse: - é claro que sim! Masaqui? Dá certo? Frei Antônio sorriu e disse: - sim! Deitou a caixa nochão e abriu a tampa. Tinha outra caixa de vidro dentro. Ajoelhei alino chão, aproximei-me do vidro e vi o cajado de madeira! Toquei novidro e me emocionei. Frei Antonio também se agachou e eu com asmãos no vidro, falei-lhe com algumas lágrimas escorregando: - Frei,

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O que será que pensaram os passantes ao se deparar com essaestranha cena? Mm frade de hábito com outro maluco chorando, osdois agachados no meio de uma lanchonete em pleno aeroporto deGuarulhos, olhando para uma caixa comprida aberta com um cabode vassoura dentro! Com certeza jamais poderiam imaginar otesouro que estávamos ali contemplando!

Só depois fui me dar conta, de que par�ndo a peregrinação deÁvila direto para o Brasil, fui o primeiro brasileiro a ver a relíquia. Epensando melhor, sendo o Brasil o primeiro dos trinta países que arelíquia vai passar, fui o primeiro do mundo a contemplar a relíquiaem seu Caminho de Luz! Não eu, mas a OCDS do Brasil! Estava alirepresentando a OCDS, com a camisa da Ordem Secular! Foi a OCDSquem recebeu o Cajado! Para nós isso é muito significa�vo, poisSanta Teresa quis iniciar sua peregrinação primeiramente pelosleigos, através dos carmelitas seculares, para depois chegar na vidareligiosa através dos frades e das monjas carmelitas! Entretanto, issotambém gera uma responsabilidade maior para nós, pois é como sea Luz que Santa Teresa trouxe precisasse a�ngir primeiro o laicato, opovo de Deus, para que assim essa Luz pudesse ser irradiada para oclero e para os religiosos, iluminando assim toda a Igreja!

esse cajado tem um signficado muito grande para mim, poisrepresenta o pastoreio de Santa Teresa! Eu, estando na presidênciada OCDS, tenho que conduzir um pequeno rebanho dos filhos deTeresa. Frei Antônio disse que o cajado também era usado como umapoio para Santa Teresa na sua caminhada, na sua missão!

APARECIDA

Assim, acabei sendo incorporado à comi�va juntamente com osnossos frades e seguimos para a cidade de Aparecida-SP, sendoacolhidos no Carmelo de Santa Teresinha do Menino Jesus, ondefomos recebidos com festa e celebrações. Houve um momento dereflexão, adoração e missa.

A relíquia foi então levada solenemente para a clausura ondepernoitou com as monjas. No dia seguinte, novas aventuras! Jáacordei com a TV Aparecida querendo me entrevistar. Nunca �nhadado entrevista na vida e falei um pouco sobre a Ordem Secular esobre Santa Teresa. Em seguida houve missa solene com a presençado cajado.

Depois, a relíquia foi para o locutório grande do Carmelo, para queas irmãs se despedissem.

Elas rezaram, cantaram e de repente Frei Antônio fez umasurpresa para todos! Abriu a caixa de vidro e �rou o cajado, paraespanto de todos, Colocou-o no parapeito que separa a clausura,mas pelo lado de fora. Logo caiu uma chuva de mãos em cima docajado, e começaram a encostar terços, panos e muitas outras coisasno cajado. Eu observava aquela cena achando muito engraçado oalvoroço das irmãs, mas já pensando comigo: - eu estou aqui nafrente desse cajado fora da caixa, eu também vou pegar! Quase não�nha espaço, mas também pus minha mão ali.

Foi um rebuliço no locutório, pois todas as irmãs queriam pegar nacabeça do cajado, que era onde Santa Teresa colocava a mão para osegurar. Depois frei Antônio surpreendeu ainda mais e passou ocajado para dentro da clausura!Chegada do cajado em Aparecida

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As irmãs foram à loucura, gritavam e riam, e todas queriam segurarao mesmo tempo! Foi uma alegria!

Quando as irmãs foram passar o cajado novamente para fora dagrade, Frei Hudson segurou o cajado. Logo me pus à frente e pensei- agora é a minha vez! Posso bater uma foto segurando o cajado?Logo todas as câmeras se direcionaram para mim e eu me esbaldeiem poses, coloquei a cabeça do cajado junto ao rosto, beijei-o,abracei-o, tudo que �nha direito! Uma alegria só! Nossa irmã daOCDS, Carmelita Sampaio, também obteve essa graça. As irmãsexternas também bateram fotos e fizeram poses, assim como algunsfrades. Depois fomos levar a comi�va para conhecer a Basílica deNossa Senhora Aparecida, colocando sob sua proteção toda aperegrinação no Brasil.

TREMEMBÉ

A visita à Basílica fez com que atrasássemos a chegada aTremembé (prevista para 11hs) por cerca de duas horas, Por ser diade semana, as pessoas já estavam impacientes e muitos já �nhamido embora. Ainda assim, o cajado foi recebido com grande festa,fogos de ar��cio e celebrações.

O cajado entrou na clausura juntamente com a comi�va e com osfrades, mas a OCDS foi barrada na porta. Fomos então para a capela,e acompanhamos a celebração pela grade. Anexo à capela está otúmulo de Madre Carminha, em processo de bea�ficação. Após areflexão, a relíquia foi re�rada da capela interna e foi aberta a portada clausura que dá acesso ao túmulo, onde foi posto o cajado.Quando a porta abriu, pedi para ser apresentado à Madre, que sempestanejar me puxou para dentro da clausura, com a Haide e seuesposo.

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Momento da chegada do Cajado em Tremembé

Cajado de Santa Teresa sobre o túmulo de Madre Carminha

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JABAQUARA

De Tremembé o cajado seguiu para a capital de São Paulo, noMosteiro Santa Teresa, no bairro do Jabaquara, onde pernoitou. Nodia seguinte missa solene presidida pelo nosso Provincial OCD FreiCléber dos Santos.

JUNDIAÍ

Após a missa par�u para a cidade de Jundiaí, no Carmelo de SãoJosé, onde as monjas abriram o claustro para receber a relíquiajuntamente com a comi�va, membros da OCDS e do GOT – Grupode Oração Teresiana, além de convidados. Foi uma belíssima eemocionante procissão onde ao final, foi posto o cajado em umatenda muito bem decorada, onde a Madre Teresa de Jesus saudou atodos. As monjas, que estavam em número de 43, pois vieramtambém dos Carmelos de Franca, Campinas, Piracicaba e São Joãoda Boa Vista, cantaram e tocaram músicas em homenagem à SantaTeresa. À tarde, igreja lotada para a missa solene, inclusive com apresença das comunidades da OCDS de Jundiaí, de Paulínia e deHigienópolis.

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Lá foram momentos de muitas bênçãos, pois �ve a alegria deconviver um pouco com as monjas e conhecer mais de perto o modocomo vivem. Almoçamos na clausura e conhecemos o convento,visitando as irmãs doentes da enfermaria.

Depois, para finalizar, todos foram para a capela interna. Só que,desta vez, eu estava pelo lado de dentro! Novamente, frei Antônioabriu a caixa de vidro e re�rou o cajado. De forma bem tranquila, ocajado foi passando de mão em mão, e cada monja passava algunssegundos em oração.

Então pela segunda vez no mesmo dia, �ve a graça de pegar nocajado de Santa Teresa juntamente com nossa irmã secular HaidêZakaib.

Sorriso e lágrimas de Haidê Zakaib, éa força do cajado de Teresa sendolevada ao Carmelo Secular

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HIGIENÓPOLIS

À noite, a relíquia retornou para capital, pernoitando no Conventodo Carmo, dos frades carmelitas da An�ga Observância, par�ndo nodia seguinte para a Paróquia Santa Teresinha, no bairro deHigienópolis. Lá houve um momento par�cular com os frades aliresidentes. Enquanto isso, par�cipei da oração das laudes com aComunidade Nossa Senhora do Carmo e Santa Teresa de Jesus (OCDS).

As 10:30 houve a celebração eucarís�ca presidida por frei FabianoAlcides, onde a caixa com o cajado entrou em procissão levada pelosmembros da OCDS.

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Alí foram admi�das à OCDS Silvia Aquino e Cris�anne FortesMiller e fizeram promessas temporárias Rosanea Pedrosa, MariaRegina Alves Oliveira, Maria José de Castro Lellis, Janaina MonteiroCosta, Eliane ribeiro dos Santos Vieira, Francisco Ronaldo Costa eJoacil Berto Vieira.

Ao meio dia, aconteceu a missa solene presidida por Frei Cleber,que foi finalizada com uma procissão conduzida por frei Miguellevando o cajado pelo corredor central da paróquia para que aspessoas pudessem estar mais perto da relíquia. Despedimo-nos dacomi�va que embarcou com o cajado para o Estado Rio de Janeiro.

CONCLUSÃO

Não consigo descrever com muitas palavras a experiência deacompanhar o cajado de Santa Teresa nesses dias no Estado de SãoPaulo, pois as emoções são sen�das e não conseguimos passar parao papel de forma fidedigna. Entretanto, pude sen�r muito de pertotoda a Providência Divina acontecendo e se realizando na minhavida e em toda a OCDS! Foi impressionante também toda a vibraçãodos membros da OCDS enquanto eu postava nas redes sociais fotosdos eventos nos exatos momentos em que estavam acontecendo.Recebi inúmeras mensagens das pessoas dizendo que estavamtocando o cajado junto comigo, de pessoas que diziam estartocando nas fotos para alcançar graças, de pessoas que sealegraram choraram e vivenciaram todos esses momentos! De fato,Santa Teresa está entre nós e con�nua derramando seu carisma naIgreja, conduzindo-nos e iluminando a nossa caminhada!

Viva Santa Teresa de Jesus!

Ao final da celebração eucarís�ca, com todos os membros daOCDS presentes, inclusive de Campinas, Paulínia, Patos deMinas e São Roque

Membros da Com. da OCDS de Higienópolis

Com. Sta Teresinha do Menino Jesus Doutora, da OCDS de Jundiaí

Comunidade da OCDS da cidade de Paulínia

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“Que isto sirva para nos ajudar a percorrer melhor o caminho...”

Dentro das celebrações do V Centenário de Santa Teresa estamostendo a oportunidade de reacender a viva chama do amor e doencontro com Aquele com o qual ela caminhou. Ao longo de umasemana �vemos a alegria de trilharmos um breve, mas profundocaminho de oração com Santa Teresa, a par�r das meditações ecelebrações que a Peregrinação do seu Cajado pode nos conduzir.Trilhando bairros e cidades do Rio de Janeiro – Tijuca e Jacarepaguá,Teresópolis e Petrópolis, o 'Caminho da Luz' - nos trouxe esserelicário, reavivou a fé e a esperança, o chamado e a vocação deinúmeros irmãos. A Paróquia Santa Teresa de Jesus e o Convento deSanta Teresa, no Rio de Janeiro – o primeiro convento do Brasil –preparou a programação especial para receber a relíquia marcandoas comemorações do Ano Jubilar Teresiano em 2015. SegundoMadre Fabiana Maria de Jesus, superiora do Carmelo Santa Teresa,“A santa seguiu caminhando, entusiasmando mul�dões através docaminhar entre os seus amigos nos cinco con�nentes. O 'Caminhoda Luz' visa dar um reconhecimento e uma homenagem a esteaspecto tão par�cular da vida de Santa Teresa e, ao mesmo tempo,é uma forma simbólica de começar o centenário propriamente dito”,destacou.

A relíquia do cajado de Santa Teresa chegou ao Rio de Janeiro nodia 19 de outubro e foi recebida na Basílica Santa Teresinha, naTijuca, durante a Missa das 18h30. No dia 20 de outubro, a relíquiafoi acolhida pelas monjas carmelitas em Santa Teresa, às 11h30, ena Paróquia Santa Teresa, no mesmo bairro, às 16h. No dia 21 deoutubro, Missa solene no Convento de Santa Teresa às 8h, com apresença dos frades carmelitas.

NO RIO DE JANEIRO...

Estela Márcia da Paz Moreira de Araújo,OCDS – Grupo São José - Petrópolis, RJ.

CAMINHO DE LUZ

A relíquia do cajadoDe Teresa de JesusPeregrina pelo mundoEm um Caminho de Luz

Quem toca no cajadoAndarilho de TeresaSente a força missionáriaDessa grande guerreira

O cajado é TeresaNosso apoio, nossa luzQue nos ajuda a trilharEsse caminho de cruz

Sendo mãe e pastoraSeu cajado nos conduzMostrando-nos o caminhoQue nos leva até a Luz

Luciano Dídimo

Caminho de Luz

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Na visita em Petrópolis, ainda na quarta-feira, dia 22, as relíquiasforam recebidas às 12h no Carmelo São José para oração internadas irmãs, seguida de visitação da Ordem Secular e amigos doCarmelo, com Missa às 15h celebrada pelo Frei Antônio – fraderesponsável pelo trajeto internacional da relíquia - e concelebradapelo nosso Provincial, Frei Cleber, e demais sacerdotes. No mesmodia, às 18h, as relíquias seguiram para a Missa na CatedralDiocesana de São Pedro de Alcântara. Destacamos que São Pedrode Alcântara – com memória celebrada no úl�mo dia vinte deoutubro, foi amigo especial de Santa Teresa. Como franciscanoaustero, um pouco extravagante em penitência, mas possuidor degrande sabedoria foi de auxílio determinante para a santa nos anosde 1538, durante a enfermidade que a afastou do conventoenquanto se restabelecia de uma enfermidade misteriosa que quasea levou à morte.

Terminada a Peregrinação na Diocese de Petrópolis, as relíquiasseguiram para o bairro da Freguesia, para o Carmelo de Jacarepaguá,ainda no Rio de Janeiro, com Missa local na manhã de quinta-feira,dia 23. A par�r de então, seguiu para a cidade de Porto Alegre,capital do Rio Grande do Sul, Província de Nossa Senhora do Carmo.

o relicário, seja no toque, na proximidade, e/ou, através das redessociais. Remetendo-nos a própria Teresa, acolhemos comhumildade este momento, desejosos da misericórdia de Deus paraprosseguirmos neste cinquentenário, visando crescer na in�midadeda 'oração e da perfeição'. “Que isto sirva para nos ajudar apercorrer melhor o caminho e assim contentar mais a nosso Esposoe encontrá-l'O mais depressa, mas não para deixar de caminhar; epara dar-nos ânimo para percorrer com fortaleza desfiladeiros tãoásperos como o são os desta vida, mas não para nos acovardarmos.Enfim, indo com humildade, e pela misericórdia de Deus,chegaremos àquela cidade de Jerusalém, onde tudo quanto temospadecido nos parecerá pouco, ou mesmo nada, em comparação doque se gozará” (F 4,3-4).

Agradecemos ao Senhor Jesus por podermos contemplar tamanhomistério de amor realizado na vida de Teresa, e que está nos fazendorenovar e reacender o nosso chamado e vocação. Recordando aspalavras inaugurais deste V Centenário de nosso Padre Geral,reconhecemos que a proposta de celebrar o nascimento e a vida deSanta Teresa, precisa reacender em todos os cristãos, os princípiosdo seguimento a Jesus Cristo, como Caminho, e no caminho por Eleproposto, valorizando o colóquio de vida interior, mas com profundahumildade e simplicidade de vida, sem jamais perdermos adeterminação. Disse ele: “Teresa divide com qualquer um, compessoa em qualquer lugar do mundo cujo andar esteja perdido -aquilo que ela tem encontrado: uma morada um caminho. Teresa éuma monja simples e pobre, não nos esqueçamos! Uma monja como hábito e as sandálias quase sempre cheios de pó, com o rostomarcado pelo cansaço �sico, com o ânimo muitas vezes cheio desofrimentos e preocupações com suas irmãs e seus irmãos. Mas semduvida, embaixo desta super�cie de cansaço e fragilidade existe umaforça e uma determinação férreas!” (Mensagem do P. SaverioCannistrà por ocasião do V Centenário)

Com Santa Teresa, prossigamos determinados, pois “Ya es �empode caminar” – conforme relíquia. “Basta uma graça como esta paramodificar uma alma por inteiro”. Salve Santa Teresa de Jesus!

Seguindo para a Diocese de Petrópolis – a relíquia esteve nos doisconventos carmelitas e igrejas afins nas cidades de Teresópolis ePetrópolis. Na passagem por Teresópolis, começou com a chegadadas relíquias por volta das 12h no Carmelo do Espírito Santo, nobairro do Alto. Seguiu em visita ao Colégio Nossa Senhora do Carmo,retornou à tarde para o Carmelo, onde às 16h o Bispo Diocesano,Dom Gregório Paixão, celebrou a Missa Solene; à noite, foi recitadaa Hora Santa. Na quarta-feira, dia 22, às 8h, foi celebrada a Missa dedespedida dos objetos, presidida pelo vigário geral da Diocese,Monsenhor Paulo Daher.

Em meio aos 'desfiladeiros tão ásperos desta vida', essaPeregrinação trouxe 'ânimo' a todos que fizeram a experiência com

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“UM DIA DE MUITA GRAÇA NO MEU CARMELO”

Gostaria de pedir uns minutos aos meus irmãos Carmelitas deminha comunidade e da igreja de Jesus Cristo; Ainda sob o efeito davisita do cajado ou bastão da Santa Madre em nossa comunidade,de fato uma experiência única de força e de fé, foi sem duvida umgrato e grande presente da OCD para nossa pequena comunidadedo Carmelo de Jundiaí.

Certamente a 30 dias atrás não passava sequer de longe na cabeçade nossa Madre Tereza que podíamos estar inclusos na passagem doCaminho de Luz! Foi de fato uma grande graça para mim ecertamente era percep�vel nos semblantes dos carmelitanos essa“alegria”!

Mas gostaria de fazer aqui algumas observações sobre algo maisque estava presente nesse dia memorável; Digo da percepção dealgo novo para mim que foi a percepção de que eu estava dentro,inserido, mergulhado numa coisa, numa comunidade ou família querespira, pensa e pra�ca algo em que acredita e vive, digo, tentaviver, tenta por em prá�ca a determinada determinação de quetanto nos fala nossa Santa Madre!

Não havia em nosso dia carmelitano a energia e a vibração dascelebrações de outros santos populares, com muita gente e muitaemoção, mas havia algo diferente, algo que me colocou numasintonia nova e profunda com os meus irmãos de comunidade, digoda OCDS, do GOT, da Liturgia, das monjas e os freis da OCD; E comtodas essas feições conhecidas que todos os dias vãoperseverantemente para as celebrações do Pe. Felix em nossoquerido Carmelo São José.

Nos re�ros, congressos ou encontros de formação par�cipandocom meus irmãos carmelitas da OCDS da nossa Província São José,sempre são dias de graça e de crescimento no conhecimento dadoutrina e na oração; Sempre são muito constru�vos e animadorespara a con�nuidade da caminhada de oração pessoal e nas ações dapastoral da Ordem!

Mas hoje Nossa Santa Madre certamente quis me dizer algo novoe diferente; Ela certamente inspirou todos os que estão conduzindoesse “Caminho de Luz”; Tudo o que aconteceu nesses dias conosco,a preparação por parte das monjas, nossas conversas com elas, asações programadas aqui fora, a lista dos convidados e por fim essegesto singelo e acolhedor da Madre Tereza de convidar-nos parairmos juntos com o cajado da Santa Madre rezar com elas dentro doClaustro. Um pequeno gesto de acolhida e cortesia aos irmãoscarmelitanos do Mundo que teve no meu ver um grandesignificado!” Estava estampado na face e nas palavras da Madre

O que me tocou certamente foi a percepção ou consciência de quefaço parte de uma grande e calorosa família de fé, que estar dentroou fora do Claustro, é um detalhe importante e determinante, masnão limitador; Que ser parte do Carmelo, ser Frei, da OCDS, do GOTou da Liturgia no Carmelo, antes são funções complementares queJundiaí, 18 de outubro de 2014.

José Luiz Rizzato - OCDS

Foi um dia que tenho a certeza a Santa Madre quis me dizer algo,talvez queira ela responder as muitas perguntas que tenho feito aela á Nossa Mãe San�ssima e ao nosso Senhor Jesus; O que é quequeres de mim? O que é ser filho de Deus nesse mundo? Como éser Carmelita ou onde devo estar e o que fazer para viver oevangelho como carmelita auten�co nesse mundo?

Desse dia memorável quero guardar essa experiência e algumasconstatações:- Que a doutrina da Santa Madre é a mesma que move os coraçõesdentro do Claustro e fora dele;- Que a sede de Deus e a necessidade de oração é a mesma paratodos, dentro ou fora do claustro;- Que fora do Claustro temos sim uma comunidade, uma família, quejunto com as monjas, todos movidos pelo mesmo espirito e doutrina,podem e devem estar mais próximas e trabalhando pelos ideaiscarmelitanos;- Que essa família existe e deve se manifestar mais, que ela échamada a fazer parte de algo mais profundo na igreja comocarmelitas e leigos;- E que os ideais e as possibilidades são muitas, que evangelizar, sermissionário carmelita é algo possível e necessário em nossacomunidade, paróquia e diocese;Que a OCDS pode ser a ligação, a boca, o braço e a mão da OCD, nomundo, na sociedade onde vivemos;- Que o mundo, as pessoas estão sedentas de vida, de Deus, omundo espera as almas que se lancem juntos como Igreja notrabalho missionário de cada dia.

Certamente a conjunção de fatores que levaram tantas e variadaspessoas a par�ciparem de um evento único e fru�fero nãoacontecerá tão logo; foi algo sem precedentes; Poderíamos repe�routro evento dessa magnitude? Certamente não é impossível!

O que me encantou e desejo propor como meditação é: 1 - Como despertar e canalizar essa força da família carmelitanaunida pela fé e devoção para nossa missão na igreja e no mundo?2 - Será que nossa Santa Madre não está querendo nos dizer algonesse sen�do?

de separação; Que tão importante como a oração das monjas é aoração nossa dos carmelitanos do Mundo; Freis e seculares; Tãoimportante como as orações pelas missões e missionários de nossasirmãs contempla�vas, são, na medida do possível, as orações doscarmelitanos que todos os dias vão aos seus trabalhos e vivem asvicissitudes de suas vidas fora do claustro!

Tereza sua alegria e gra�dão pelo evento, como se os Carmelitanosde fora es�vessem lhe dando um grande presente. Na verdadequem nos deu um grande presente, uma grande graça foi nossaSanta Madre, de nos fazer perceber que não existem dois ou trêsCarmelos, mas sim um único Carmelo que é a união dos que estãodentro do Claustro com os que estão aqui fora, que assim como foipossível juntos fazermos um evento tão singelo e de fé, assimtambém creio que é possível irmos muito além desse eventofamiliar da Ordem em Jundiaí.

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Caminho de Luz

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1 - Poderia apresentar-se para nós? Fale um pouco sobre você.

Sou frei Allyson Cássio da Silva, natural de João Monlevade/MG.Desde criança, a religiosidade sempre fez parte de minha vida, jáque nasci em uma família bastante católica: frequentava as missasdominicais com meus pais e irmãs e rezava o terço semanalmentena casa de minha avó materna, com toda a família reunida.

Porém, a percepção da vocação à vida religiosa surgiu najuventude, quando par�cipava de um grupo de jovens na paróquia ede um GOU na faculdade (Grupo de Oração Universitário). À medidaque me empenhava nas a�vidades religiosas, percebia que Deusesperava algo a mais de mim. Assim, fui ficando incomodado comessa situação e comecei a fazer um processo de discernimentovocacional. Conversando com alguns amigos, descobri o CarmeloDescalço e a possibilidade de, nele, me consagrar.

2 - O que o levou a entrar para a Ordem Carmelita Descalça?

O que me levou a entrar para o Carmelo Descalço foi o desejode responder ao chamado de Deus, sendo que, por meio docarisma teresiano, vivencio minha consagração a Deus noserviço aos irmãos e à Igreja, como um Irmão, ou seja, umreligioso não clérigo.

Diz o nº 127 das Cons�tuições dos Frades Carmelitas Descalços:“nossa Ordem é integrada por religiosos clérigos e não clérigos.Uns e outros aspiram ao mesmo fim, vivem a mesma consagraçãopela profissão dos votos solenes e par�lham de idên�co carismade diversas maneiras, com iguais direitos e obrigações, salvo osque derivam das Ordens sagradas e do o�cio que cada umdesempenha”.

Já a Exortação Apostólica pós-sinodal Vita Consecrata, datada de1996, expressa a “grande es�ma por este �po de vida consagradaque é o dos religiosos irmãos, os quais desempenham, dentro e forada comunidade, diversos e preciosos serviços, par�cipando assimna missão de proclamar o Evangelho e testemunhá-lo pela caridadena vida de cada dia. Com efeito, alguns desses serviços podem-seconsiderar ministérios eclesiais, confiados pela legí�ma autoridade.Isto exige uma formação apropriada e integral: humana, espiritual,

(...) A qualificação de irmãos evoca uma rica espiritualidade.“Estes religiosos são chamados a ser irmãos de Cristo,profundamente unidos a Ele, 'primogênito de muitos irmãos'(Rm 8,29); irmãos entre si, no amor recíproco e na cooperação parao mesmo serviço de bem-fazer na Igreja; irmãos de todos oshomens, no testemunho da caridade de Cristo para com todos,especialmente os mais pequeninos, os mais necessitados; irmãospara uma maior fraternidade na Igreja”. Vivendo de modo especialeste aspecto próprio simultaneamente da vida cristã e consagrada,os “religiosos irmãos” lembram eficazmente aos próprios religiosossacerdotes a dimensão fundamental da fraternidade em Cristo, quehão de viver entre eles e com todo o homem e mulher, e a todosproclamam a palavra do Senhor: “E vós sois todos irmãos”(Mt 23,8)”. (VC, 60)

Frei Allyson Cássio da SilvaOCD

teológica, pastoral e profissional. (...) De fato, eles, apesar dedesempenharem muitos serviços que são comuns também aos fiéisleigos, fazem-no com a sua iden�dade de consagrados, exprimindoassim o espírito de dom total a Cristo e à Igreja, segundo o seucarisma específico.

3 - Como seus pais acolheram a sua opção pela vida religiosa?

Como venho de uma família bastante religiosa, a acolhida demeus pais e familiares foi muito posi�va. Quando falei com elessobre a minha decisão de ingressar no Carmelo Descalço, meus paisme disseram que o mais importante na vida é que eu fosse feliz, eque seguisse com alegria o chamado de Deus.

4 - Quais são as Comunidades OCDS que o senhor é assistenteespiritual? Como é acompanhar a caminhada dos carmelitasseculares?

O nº 108 das Cons�tuições dos Frades Carmelitas Descalçosafirma que nossa missão também é de ajudar fraternalmente naformação dos membros do Carmelo Secular. Por isso, acolhi comsa�sfação o pedido do nosso Provincial, frei Cleber, para que euacompanhasse algumas comunidades seculares. São elas:

- Comunidade Nossa Senhora do Carmo e Santa Teresa de Jesus,São Paulo/SP (Higienópolis).- Comunidade Santa Edith Stein, Três Pontas/MG.- Comunidade Sagrada Face, Varginha/MG.- Grupo Madre Teresa Margarida, Campo Belo/MG.- Grupo Santa Teresinha, Patos de Minas/MG.

No espírito teresiano de fraternidade, procuro auxiliar osmembros das comunidades e grupos seculares naquilo que necessitam

Entrevista

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5 - Deixe uma mensagem para todos que leem a revista MonteCarmelo sobre a vocação carmelita.

Através do ba�smo ocorre a graça da conversão fundamental doser humano, a consagração da vida ao serviço de Deus, oengajamento da existência em tudo aquilo que é de Cristo. Por meioda graça ba�smal Jesus compar�lha sua vida com cada cristão,san�ficando-os. Convida cada um à san�dade, sendo que os envia acompar�lhar sua missão, com capacidade de crescer no amor e noserviço ao Senhor e aos irmãos. Sendo assim, o carmelita é umapessoa que busca a san�dade (a plenitude de sua vocação ba�smal)por meio da vivência de um carisma específico na Igreja, colocandotoda sua vida ao serviço de Cristo e do Evangelho através da oraçãoe do apostolado.

E a vocação carmelita leva-nos à in�midade com Deus por meiodo “trato de amizade com quem sabemos que nos ama” (V 8,5). NoCarmelo todos nós estamos por Jesus, pois Ele nos tocoumisteriosamente. Conhecida esta verdade, não há possibilidade de“livrar-nos de sua companhia” (cf. CP 26, 1). Para os amigos de Jesusnão tem sen�do viver se não é viver para os outros. A vida deoração não nos fecha em nós mesmos, mas nos joga aos outros comuma sensibilidade e uma generosidade novas. E isso se converte noúnico sinal visível de que nos encontramos com o Senhor e nãoconosco mesmos.

O carisma é rico, mas também exigente, ocupa espaços de nossavida e os integra. Quem se decide por esta vocação comdeterminada determinação vai descobrir que não se pertence, quenão pode reservar-se para si e que, ao mesmo tempo, tudo possui.

Por isso, meus irmãos, sejamos felizes no Carmelo. Que, porintercessão de Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, possamosexalar o suave perfume de Cristo e também o da san�dade quebrota do Carmelo no mundo, ainda tão sedento do Deus da vida.

necessitam para seu crescimento e amadurecimento, tantocomunitário quanto pessoal. Busco levá-los à compreensão de quesão sujeitos eclesiais, ou seja, que par�cipam a�vamente da Igreja eque são Igreja, Povo de Deus em marcha rumo à Jerusalém celeste.E, nessa dinâmica relacional com os leigos carmelitas tambémcresço em minha vocação e consagração religiosa. Por isso, sinto-mefeliz e realizado em contribuir com o desenvolvimento humano,espiritual e eclesial dos irmãos carmelitas seculares.

Dia 13 de setembro, a Comunidade Santa Teresinha do MeninoJesus fez RETIRO no Carmelo São José.

Começamos com um texto de Antônio Mas Arrondo da diocesede Saragosa, que nos chama a “perseverar na vida de oração, ecom Teresa e João da Cruz aprender a amar a Jesus Cristo edeixar-se amar por Ele.

Na experiência de ver que nossa oração pessoal nos leva a perdero medo de nos comunicar com Deus.

O tema foi conduzido para que fossemos integrados narealidade de que “Já não somos mais estrangeiros nemmigrantes, mas concidadãos dos santos. Somos da família deDeus.” (Ef 2,19-22) Temos o DNA de Deus, se somos seus filhose Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.E que coisa Incrível é uma coisa destas!!

Jesus em Tudo buscava conversar com aquele que ama. Nósfugimos de rezar por que? Esta foi a temá�ca principal denosso re�ro.

Encerramos com a par�lha e a missa celebrada pelo Padre LuisLemos, Capelão do Carmelo. A quem Agradecemos adedicação e o tempo dispensado a ocds. Também agradecemosás irmãs do Carmelo São José que nos acolhem sempre comtanto carinho e paciência em todos os momentos nestes quase30 anos de Vida comunitária.

Na manhã do dia 07 de setembro, feriado da Independência doBrasil, às 10h, foi realizado uma cerimônia presidida por DomMarco Aurélio Gubio�, bispo da Diocese de Itabira-Cel.Fabriciano: a Irmã Maria Luísa do Espírito Santo, ocd, foiadmi�da como monja da Ordem dos Carmelitas Descalços paraviver a vida contempla�va. Ela recebeu das mãos de DomMarco o livro com a Regra e Cons�tuições e uma Cruz,recordando o mar�rio de Jesus.

Rose Pio�o, ocds

Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus de Passos -MG

Entrevista/Notícias

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Page 21: Revista Monte Carmelo

Sidney, ocds

Celebrou-se também a renovação das promessas dos membrosdo grupo: Ana Paula de Santa Teresa, Rosimeire de Teresinhade Jesus, Maria Conceição de São Jose, Joaquim Elizomar dePadre Pio e Sidney de São João da cruz e, por fim, a admissãodos novos membros: Juliano, Arali, Anali, Francisco, Leila, Suee Toninho.

Pedimos a unção do Espírito Santo em nossas vidas parapodermos corresponder fielmente ao chamado do Amado, como auxílio de Nossa Senhora do Carmo e, com o coração aberto,digamos sempre: “Faça-se em mim segundo sua vontade”.

A Comunidade Rainha do Carmelo de Fortaleza/CE celebrou nodia 12 de outubro de 2014 em missa presidida por Frei AndréSevero,delegado Provincial para OCDS do Norte e Nordeste

Promessas defini�vas de Maria de Fá�ma Nascimento Castro,Natália VírgíniaDurand Caracas e Renato Sampaio Leitão.

Promessas Temporárias Anamaria Botelho Coelho,Helaine daCosta Soares e Luiz Carlos Belizário Filho.

Receberam o escapulário dez membros.No dia 12 de outubro de 2014nossa querida irmã Gardênia deS ã o J o ã o d a C r u z fe z s u a spromessas defini�vas na OCDS. ASanta Missa foi celebrada porfrei Antônio Fabiano, OCD, naCapela do Carmelo Santa Teresinhado Menino Jesus, em BarãoGeraldo, Campinas/SP.

Re�ro anual da ComunidadeSanta Teresinha do Menino Jesus, de Campinas/SP

No dia 11 de outubro de 2014, a OCDS de Campinas realizou oRe�ro Anual na Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus,orientado por Frei Antonio Fabiano, OCD. Foi um momento muitorico de experiência de Deus à nossa Comunidade, a par�r deSanta Teresa de Jesus, com palestras e momentos de silêncio.Iniciou-se com a Santa Missa no Carmelo Santa Teresinha doMenino Jesus, em Barão Geraldo, e em seguida nos dirigimos aolocal do re�ro onde, primeiramente, tomamos um delicioso caféda manhã. Logo após iniciou as conferências.

A primeira palestra foi uma reflexão do capítulo 22 do Livro daVida, onde Santa Teresa de Jesus defende a experiência deDeus a par�r da Humanidade de Cristo, rompendo com apseudomís�ca de sua época, a da negação da SantaHumanidade do Senhor. Para chegarmos a Deus necessitamosde mediadores (as criaturas, a própria Humanidade de Cristo)sendo o Sacramento da Eucaris�a um grande sinal. Somosmais humanos quanto mais fizermos a experiência daHumanidade de Cristo.

A palestra da tarde foi uma breve apresentação sobre asvirtudes teresianas - humildade, desapego e caridade fraterna- da obra Caminho de Perfeição e que deve estar enraizados navida de todo carmelita. É fundamental cul�varmos o desapegointerior e exterior de todo criado; a caridade nos faz fortesdiante dos problemas que enfrentamos nas nossasComunidades e na convivência familiar, e quando todos seamam, tudo se resolve com facilidade; e a humildade é a basepara uma verdadeiro exercício de todas as virtudes.

E encerramos o re�ro já entrando na Solenidade de NossaSenhora da Conceição Aparecida, saudado a Virgem Maria, emunião com a Igreja, rezando o o�cio de Vésperas. Que Deus sejalouvado, com nossa Mãe Maria San�ssima e Santa MadreTeresa de Jesus pelos frutos de bençãos colhidos neste re�ro.Amém!!!!

Notícias

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OraçãoV Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus

Deus, nosso Pai,nós vos louvamos e bendizemos,porque nos concedeis a graça de celebraro V centenário do nascimentode Santa Teresa de Jesus.

Senhor Jesus Cristo, “amigo verdadeiro”,Ajudai-nos a crescer na vossa amizade,Para darmos testemunho da vossa alegria diante do mundo,atentos às necessidadesda Humanidade,à semelhança de Teresa, filha da Igreja.

Espírito Santo,Ajudai-nos a prosseguir,pelo caminho da vida interior,fundados na verdade,“com uma consciência limpa e com humildade”,com um renovado desprendimentoe um amor fraterno incondicional.

Como Teresa de Jesus,mestra de espiritualidade,ensinai-nos a orar com todo o coração:“Vosso(a) sou, Senhor, para Vós nasci,que quereis fazer de mim? Amém.

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Notícias

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Notícias

Tema: Dos profetas a Teresa, um caminho a seguirLema: Eu estarei con�go; e este será o sinal de que eu te enviei-(Ex 3, 12)

Caríssimos irmãos em Cristo e no CarmeloJM+JT

Impulsionados pela missão que nos é conferida neste tempo queremos convidar e convocar para nosso encontro de formação de 20a 23 de novembro em São Roque. Como membros do conselho de sua comunidade (seja presidente, encarregado da formação ou conselheiro) faz se de fato impres-cindível a par�cipação neste encontro forma�vo com o obje�vo de sermos de fato uma só família nesta Província São José.

As inscrições necessitarão serem feitas pelo Presidente da comunidade, sabendo se que este Encontro é para Presidente, Encarrega-do da formação e Conselheiro. O número de vagas é como de costume três para comunidade e duas para grupos.

Inscrever-se com Carmelita Sampaio- tesoureira da nossa Província até dia 15/10 por favor. E-mail: [email protected].(informações na ficha de inscrição)

Agradecemos e contamos com a par�cipação e oração de cada um.A comissão agradece:

Ana Maria Eymard, Beatriz Zahn, Hercílio Junior, Márcia Andrade, Sidnei Paiva

Dir-se-ia que na oração és como uma rainha que tem livre acesso ao Rei e que dele podes alcançar tudo o que pedires!"(Santa Teresinha)

Comissão de Intercessão

A Comissão de Intercessão da OCDS - Província São José, a qual tem a finalidade de interceder e promover a intercessão junto àsComunidades e Grupos por todos os nossos eventos, pelas nossas dificuldades, pelos nossos membros mais necessitados, pelasnossas autoridades, pela Ordem.

O e-mail para o envio dos pedidos de oração é: [email protected].

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ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS SECULARES NO BRASIL DA PROVÍNCIA SÃO JOSÉCNPJ: 08.242.445/0001-90

EXPEDIENTESRevista Virtual Monte Carmelo, nº 136 (Setembro/Outubro de 2014)

Edição: Comissão de Comunicação da OCDS - Província São JoséConteúdo e Revisão: Rose Lemos Pio�o

Arte e Diagramação: Wilderlânia Lima do Vale

Colabore com a edição da nossa Revista enviando suas no�cias, testemunhos, ar�gos e poesias para:no�[email protected]


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