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TecnologiaMetal para toda obra

Aço, cobre, titânio, alumínio. A aplicação desses materiais e de ligas especiais norevestimento ou fechamento de edifícios, além de conferir arrojo à obra, é viável doponto de vista técnico e econômico

Valentina Figuerola

Edição 104  Novembro/2002

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Museu Guggenheim, em Bilbao, Espanha,projeto de Frank O. Gehry, revestido comtitânio

Maleáveis e versáteis, os metais são uma boa opção para arquitetos que desejam criar desenhos e projetosarquitetônicos arrojados. Além das características e propriedades de cada material, o profissional deveconhecer a tecnologia adequada para trabalhálo. Para saber mais sobre as especificidades técnicas,estéticas e operacionais dos sistemas e produtos disponíveis no mercado, vale consultar especialistas noassunto.

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A princípio, os revestimentos metálicos para fachadas, independente do tipo de metal, estão divididos emchapas únicas e painéis compostos, formados por duas chapas metálicas e um recheio de material isolantetérmico, como polietileno. Além de revestimento, os painéis podem ser aplicados como fechamento deedifícios, técnica que, no Brasil, é mais difundida com o aço. O sistema consiste em substituir a alvenariatradicional por uma estrutura metálica, na qual são aplicados painéis metálicos modulares, seguidos pormaterial isolante e painéis de gesso acartonado na parte interna da edificação.

O açoEmpregado em fachadas já há algum tempo, o aço apresenta resistência à corrosão e durabilidademenores do que o alumínio. "Apesar disso, é mais ecológico e barato", explica o arquiteto Jupira Corbucci,que faz uso de telhas trapezoidais e onduladas como fechamento vertical. "Utilizamos o aço como vedaçãopara aproveitar as potencialidades do material", explica Corbucci, referindose à velocidade e leveza dossistemas de construção seca. Para o arquiteto, na última década o mercado evoluiu em relação aofornecimento de peças e acessórios para fixação das chapas. "Antes, com exceção das chapas, tínhamosque desenhar praticamente tudo", lembra. 

As telhas trapezoidais ou onduladas de aço são mais usadas em fachadas por serem mais baratas do queos painéis do material. Fixadas em longarinas com parafusos, as peças são encaixadas entre si por zipagemou por encaixe machofêmea. Como proteção à corrosão, as chapas são galvanizadas ou recebem uma prépintura eletrostática.

AlumínioConstituído por duas chapas de alumínio unidas por uma camada de polietileno, o painel composto é ocomponente metálico mais empregado em fachadas. Apesar disso, o engenheiro Ivo Tadeu dos Santosexplica que a novidade no mercado são as chapas únicas de alumínio. Segundo ele, a diferença está naspropriedades termoacústicas de cada um. "O painel composto apresenta planicidade e característicastermoacústicas superiores às da chapa única ou sólida", garante. 

Por ser mais rígido, o painel composto requer menos estruturação que a chapa sólida e, por isso, pode serempregado para maiores dimensões. O engenheiro recomenda o uso das chapas como revestimento dealvenaria onde a modulação seja de até 1,20 m por 1,20 m. "Nesse caso, a alvenaria proverá o edifício doconforto ambiental necessário", justifica Santos. Ele também indica o produto para compor a face externadas fachadas ventiladas. 

"Se o arquiteto quiser optar pelo alumínio como material de fechamento ou vedação do edifício, o ideal éutilizar o painel composto em conjunto com lã de rocha e paredes de gesso acartonado para acabamentointerno", explica. A utilização de chapas únicas como fechamento requer uma camada muito espessa dematerial isolante termoacústico.

Rapidez de montagemAinda em relação ao alumínio, a tendência atual é a adoção de sistemas mais industrializados demontagem. "Para as construtoras isso agrega velocidade e qualidade às obras", justifica Santos ao falarsobre a adoção de peças 'prontas' para execução de fachadas. Santos explica que o antigo sistema defixação pontual por aparafusamento vem sendo substituído por outro, em que painéis metálicos são fixadosna estrutura por meio de sistemas clicados de transferência contínua de esforços, o que proporciona maiorsegurança. "A fixação por aparafusamento dificultava o alinhamento de prumo e nível dos painéis, o quetornava a obra mais demorada", explica.

Com relação às juntas, há uma crescente substituição do silicone, aplicado manualmente, por guarnições deborracha, também chamadas de gaxetas ou juntas mecânicas. Segundo o engenheiro, a junta seca retémmenos fuligem e poeira que o silicone. "Além disso, são mais confiáveis e duráveis e apresentam melhoraspecto estético por não depender da qualificação profissional do aplicador", diz o engenheiro. Nos sistemasque fazem uso de gaxetas, a aplicação do silicone se restringe ao cruzamento das juntas verticais com ashorizontais.

Para o arquiteto paulista Roberto Amá, apesar do silicone ser mais barato, as fachadas ventiladas consistemna melhor opção para quem quer qualidade. Sobretudo, em cidades poluídas como São Paulo. "Quandochove, a sujeira escorre e mancha os painéis", justifica. Segundo ele, o arquiteto deve criar soluções deengenharia e arquitetura que planejem o percurso da água pluvial. "O problema é que muitas vezes nossos

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clientes não querem pagar pelo conhecimento agregado", critica Amá. 

Além disso, os revestimentos metálicos para fachadas podem apresentar patologias estruturais, devedação, ou a corrosão galvânica, fenômeno provocado pelo contato entre metais de potenciaiseletroquímicos diferentes. Com relação ao alumínio, para que manchas e o cisalhamento da estrutura sejamevitados, as chapas do metal não devem entrar em contato com peças de aço. Em locais como orlasmarítimas, por exemplo, são recomendados parafusos de aço inox. 

TitânioO emprego do titânio como material de construção civil ganhou destaque com a construção do museuGuggenheim, em Bilbao, Espanha. O arquiteto canadense Frank Gehry, autor do projeto, encontrou nometal um aliado para desenvolver as formas geométrias complexas do edifício, cujos painéis são fixados porum sistema de encaixe com presilhas internas. Foram executadas mais de 200 maquetes para a elaboraçãodo projeto final da obra.

A trabalhabilidade do metal é semelhante à do aço inoxidável. Segundo Ivo Tadeu dos Santos, apesar de otitânio poder ser processado e instalado pelos métodos convencionais, não aceita solda, sendorecomendado o uso de silicone ou de gaxetas de borracha para selar as juntas. Por ser duro, leve eapresentar um alto ponto de fusão  exatos 1.668ºC  o material é utilizado na indústria aeroespacial desdea década de 1970. Assim como o cobre, o titânio é um metal bastante dúctil e retrata com facilidadetexturas e acabamentos variados. 

Uma das características mais apreciadas pelos arquitetos é o "princípio arcoíris", ou seja, a capacidade dotitânio de refletir o espectro de cores. De acordo com a Timet, fabricante mundial de painéis de titânio, oefeito é gerado pela interferência da luz em uma película de dióxido de titânio formada na superfície dometal. Ao incidir nos painéis, os raios luminosos são parcialmente refletidos, refratados e absorvidos. Àmedida que a espessura da película aumenta, a cor do revestimento muda. Além de criar este efeitoespecial, a película formada pela oxidação do metal o protege da corrosão.

Cobre e zinco Dúctil e maleável, o cobre é trabalhado em espessuras que variam de 0,4 mm a 0,8 mm. "As característicase a nobreza do metal fazem com que ele atenda bem aos desafios da forma proposta pelos arquitetos",explica o arquiteto João Roberto Leme Simões, coordenador da Fundação para Pesquisa Ambiental(Fupam), ligada à FAUUSP. Para Simões, o cobre possui vantagens técnicas com relação aos outros metaispelo fato de oxidar, mas não corroer. 

A resistência à corrosão devese à formação da pátina  película verde protetora formada a partir daoxidação do material em contato com os sais ácidos do ar atmosférico ao longo do tempo. "Para manter acor avermelhada do cobre, devese aplicar periodicamente um verniz à base de poliuretano", esclareceSimões. O arquiteto explica ainda que, além do tom natural, o cobre pode ser aplicado nas cores verde,azul, amarelo, café e negro. "A cor resultará de uma solução química específica", diz ele.

No Brasil, é possível obter o metal na cor verde, já patinado. O arquiteto paulista Ruy Ohtake adotou ocobre verde para revestir o hotel Unique, em São Paulo. No edifício, as chapas de cobre foramaparafusadas em um suportebase de argamassa armada sustentado por estrutura metálica. De acordocom o coordenador da Fupam, o suporte deve apresentar uma superfície lisa e nivelada para evitar que aslâminas metálicas retratem imperfeições. Além de argamassa, o elemento pode ser constituído de madeiramaciça, aglomerado ou compensado.

O sistema de fixação do cobre assemelhase ao do zinco. Por possuírem propriedades físicas e químicasparecidas, o sistema construtivo dos metais é o mesmo, tanto para fachadas como coberturas. As chapassão aparafusadas ao suportebase de madeira ou concreto por meio de plaquetas de ancoragem,elementos que resultam da dobra, encaixe e achatamento das extremidades das chapas. "O arquiteto deveespecificar os componentes e acessórios corretos para que não haja a corrosão galvânica", alerta Simões. 

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Rolamentos Paulista RPL: (11) 30244015www.rpl.com.br [email protected] observação: Ainda não há estoque do material disponível na empresa, que pode efetuar a importação depequenas quantidades de titânio, em três semanas, de acordo com a disponibilidade dos centros dedistribuição da Timet

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