Transcript
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    Os exames laboratoriais so realizados a partir da solicitao mdica a fim de diagnosticar,

    monitorar ou acompanhar o tratamento de um paciente.

    Coleta de sangue venoso

    Objetivo

    Uma boa coleta de sangue permite segurana no resultado do exame, todos os

    procedimentos devem ser realizados de forma a garantir a segurana do profissional, do paciente

    e da amostra.

    Desenvolvimento

    O paciente deve ser orientado a manter um jejum de 10 a 14 horas, antes da coleta. Ele

    fica livre somente para beber gua, a coleta deve ser preferencialmente realizada na parte da

    manha e antes da pratica de exerccios fsicos.

    A obteno do sangue pode ser por puno venosa, arterial, ou puno de pele (capilar), a

    amostra tambm podem ser coletadas no dorso da mo, na veia femoral, veias jugulares, cordo

    umbilical e seio sagital superior.

    Normalmente usa-se a dobra do cotovelo ou a mo para a coleta.

    Procedimento

    Verificar quais exames ser realizado.

    Identificar os tubos com o nome do paciente.

    Retirar a agulha da embalagem estril e acoplar a seringa estril.

    Colocar o garrote ao redor do brao acima do cotovelo.

    Paciente abrir e fechar a mo vrias vezes.

    Determinar a veia a ser puncionada.

    Desinfetar a pele com lcool 70%.

    Introduzir a agulha na pele e penetrar no interior da veia.

    Aps a coleta, pedir para o paciente abrir a mo.

    Soltar o garrote.

    Retirar a agulha voltada para cima.

    Distribuir nos tubos Inverter os que tiverem anticoagulantes.

    OBS: quando se quer obter o soro do paciente, usa-se tubo sem anticoagulante, e se

    deseja obter plasma, usa-se tubo com anticoagulante.

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    Concluso

    Com os dias de estgio na rea de coleta, foi possvel obter prtica, aumentar confiana alm de

    aprender as tcnicas utilizadas, para que na hora da coleta eu possa transmitir ao paciente

    segurana e confiabilidade.

    HEMATOLOGIA

    Do ponto de vista da sua constituio, o sangue considerado como um sistema complexo

    e relativamente constante, constitudo de elementos slidos (clulas sanguneas), substncia

    lquida (soro ou plasma) e elementos gasosos (oxignio e gs carbnico). Embora no seja

    necessrio conhecer todos os detalhes sobre os procedimentos analticos dos testes, essencial

    conhecer o tipo de amostra necessria para cada tipo de anlise.

    Tipo de Anlise - Tipo de Amostra

    Bioqumica e Sorolgica - Soro ou plasma

    Hematolgica - Sangue total com EDTA

    Glicmica - Plasma com fluoreto de sdio

    Coagulao - Plasma com citrato de sdio

    Tubos para coleta

    Cada tipo de amostra deve ser coletada em um tubo especfico para cada tipo de anlise,

    sendo de extrema importncia conhec-los para a realizao de uma coleta de material biolgico. O

    material colhido em recipiente inadequado ser rejeitado e descartado pelo laboratrio pois no ter

    validade para a realizao da anlise. Todos os tubos devero ser homogeneizados imediatamente

    aps a coleta. Deve-se invert-los de 5 a 8 vezes, suavemente. Tubos homogeneizados

    inadequadamente podero conter pequenos cogulos sanguneos que diminuiro a utilidade do tubo.

    Quando o paciente possui mais de um exame solicitado e estes exames necessitam de materiais

    diferentes que devem ser coletados em recipientes diferentes, deve-se obedecer uma sequncia para

    coleta dos materiais para que no haja contaminao dos aditivos de um tubo para outro, o que

    ocasiona grandes alteraes em alguns parmetros analticos. A sequncia de coleta para tubos

    plsticos de coleta de sangue tubo com citrato de sdio (tampa azul), tubo sem anticoagulante

    (tampa vermelha ou tampa amarela), tubo com heparina (tampa verde), tubo com EDTA (tampa

    roxa) e tubo com fluoreto de sdio (tampa cinza). Quando o paciente tiver apenas exames de

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    coagulao, dever ser coletado primeiro um tubo de descarte. Isso devido ao fato de o primeiro

    fluxo de sangue coletado conter os fatores de coagulao, principalmente a protrombina, o que altera

    os resultados.

    Anlises de Coagulao

    Quando se pretende fazer anlise de coagulao, dever ser colhida uma amostra de plasma

    (CITRATO DE SDIO). Esta ser obtida atravs da coleta em tubo de citrato de tampa azul. Este tubo

    contm Citrato de Sdio, o sangue colhido com anticoagulante deve ser cuidadosamente

    homogeneizado por inverso de 5 a 8 vezes para evitar hemlise e a coagulao do sangue.

    Anlises Bioqumicas e Sorolgicas

    Quando se pretende fazer anlise bioqumica ou sorolgica, dever ser colhida uma amostra

    de soro. Esta ser obtida atravs da coleta em tubo sem anticoagulante para que ocorra o processo de

    coagulao. Portanto, a coleta deve ser feita no tubo de tampa vermelha sem gel ou no tubo de tampa

    amarela com gel. Estes tubos contm ativador de cogulo e deve-se, imediatamente aps a coleta,

    homogeneiz-los por inverso de 5 a 8 vezes para evitar hemlise, manter em repouso na posio

    vertical por 30 minutos para retrair o cogulo e seguir a centrifugao a 3.000 rpm durante 10 minutos.

    Anlises Bioqumicas

    Quando se pretende fazer anlise bioqumica, gasometria ou outros exames, dever ser

    colhida uma amostra de plasma (HEPARINA). Est ser obtida atravs da coleta em tubo de heparina

    de tampa verde. Este tubo contm Heparina, o sangue colhido com anticoagulante deve ser

    cuidadosamente homogeneizado por inverso de 8 a 10 vezes para evitar hemlise e a coagulao do

    sangue.

    Anlises Hematolgicas

    Quando se pretende fazer anlise hematolgica, dever ser colhida uma amostra de sangue

    total (EDTA). Esta ser obtida atravs da coleta em tubo de EDTA de tampa roxa. Este tubo contm

    anticoagulante especfico para evitar a coagulao. O sangue colhido com anticoagulante deve ser

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    cuidadosamente homogeneizado por inverso de 5 a 8 vezes para evitar hemlise e a coagulao do

    sangue.

    Anlises Glicmicas

    Quando se pretende fazer anlise de glicemia, dever ser colhida uma amostra de plasma

    (FLUORETO DE SDIO). Esta ser obtida atravs da coleta em tubo de tampa cinza. Este tubo

    contm fluoreto de sdio com EDTA, o sangue colhido com anticoagulante deve ser cuidadosamente

    homogeneizado por inverso de 5 a 8 vezes para evitar hemlise e a coagulao do sangue.

    Sistema ABO e fator Rh

    O tipo sanguneo em humanos condicionado por alelos mltiplos. So quatro os tipos de

    sangue: A, B, AB e O. Cada um destes tipos caracterizado pela presena ou ausncia

    de aglutinognio, nas hemcias, e aglutinina, no plasma sanguneo.

    Os aglutinognios so substncias encontradas na membrana plasmtica das hemcias e que

    funcionam como antgenos quando introduzidos em indivduos que no os possuam. Existem dois

    tipos de aglutinognios: A e B.

    As aglutininas so substncias presentes no plasma sanguneo e que funcionam como

    anticorpos que reagem com antgenos estranhos. Existem dois tipos de aglutininas: anti-A e anti-

    B. O contato entre um aglutinognio e sua aglutinina correspondente provoca a aglutinao do

    sangue. Assim, indivduos com sangue Tipo A no podem doar sangue para indivduos do Tipo B,

    e vice-versa. Indivduos do Tipo AB podem receber sangue de qualquer grupo. J os do Tipo O

    podem doar para qualquer grupo.

    Tipo Sanguneo Aglutinognio (hemcias) Aglutinina (plasma)

    A A Anti-B

    B B Anti-A

    AB AB -----

    O ----- Anti-A e Anti-B

    Indivduos com sangue Rh+ possuem o fator Rh em suas hemcias e apresentam

    aglutinao do sangue quando entram em contato com anticorpos anti-Rh. Aqueles que no

    possuem o fator Rh em suas hemcias so chamados Rh- e no apresentam reao de

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    aglutinao quando em contato com anticorpos anti-Rh. Quando um indivduo Rh- recebe

    sangue Rh+, ele passa a produzir anticorpos anti-Rh.

    A eritroblastose fetal uma doena que pode ocorrer quando mes Rh- geram filhos Rh+.

    Nestes casos, pequenos vasos da placenta se rompem e h passagem de sangue do filho para a

    me. Em resposta, o sangue da me passa a produzir anticorpos anti-Rh. Numa prxima

    gravidez, se o filho for Rh+, os anticorpos maternos iro atacar as hemcias do feto, provocando a

    doena.

    O cromossomo D o responsvel pela produo da maior parte do aglutinognio

    conhecido como Rh, por isso o termo Rh pode ser substitudo pelo fator D

    Determinao grupo ABO e Rh em lmina

    Materiais

    Laminas

    Reagentes (anti-A, anti-B, anti-AB e anti-D)

    sangue

    Mtodo

    1. Pegar quatro lminas e marca-las de acordo com o reagente a ser colocado. Colocar uma

    gota de sangue em cada lmina e uma gota de cada soro de acordo com a marcao

    realizada. Exemplo: uma gota do reagente anti-A na lmina marcada como anti-A.

    Homogeneizar. Observar a presena de aglutinao macroscpica se houver aglutinao

    significa que a hemcia possui antgeno correspondente. Exemplo: Houve aglutinao com

    o reagente anti-A, significa que o sangue pode ser A. Se no houver aglutinao com

    nenhum dos reagentes, o tipo sanguneo o O. Se houver aglutinao com o reagente

    anti-D significa que o sangue Rh positivo.

    Determinao grupo ABO em tubo

    Materiais

    Tubos

    Pipetas

    Reagentes (anti-a, anti-b, anti-ab e anti-d)

    Sangue

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    Centrfuga

    Mtodos

    1. Marcar trs tubos como anti-A, anti-B e anti-AB. Colocar duas gotas de sangue nos trs

    tubos e duas gotas do reagente correspondente.

    2. Centrifugar por 15 segundos em 3500 rpm. Ressuspender delicadamente o boto de

    hemcias e examinar a presena ou no, de aglutinao.

    Coombs Direto

    O teste de Coombs direto um mtodo que permite a identificao da presena de anticorpos

    fixados sobre as hemcias. Tecnicamente, baseia-se no fato de que os anticorpos que recobrem

    as hemcias podem ser identificados pela adio de anticorpos antigamaglobulina humana.

    Materiais

    Tubos

    Soro de coombs

    Sangue

    Soluo fisiolgica

    Pipetas

    Centrfuga

    Mtodo

    1. Colocar 2 gotas do sangue em um tubo, adicionar soluo fisiolgica e centrifugar a 3.000

    rpm por um minuto,desprezar (com cuidado) o sobrenadante deixando o boto de

    hemcias no fundo do tubo, repetir o procedimento mais duas vezes.

    2. Colocar 2 gotas do soro de Coombs e centrifugar novamente por 15 segundos, agitar

    levemente o tubo e observar se h aglutinao dos eritrcitos. Se houver aglutinao o

    teste de coombs positivo, se no houver ele negativo.

    Coombs indireto

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    A prova de Coombs indireto atualmente chamada de pesquisa de anticorpos irregulares

    (PAI). Esta prova avalia a presena de anticorpos irregulares circulantes no soro de doadores de

    sangue, receptores, gestantes, pacientes com suspeita de anemia hemoltica por presena de

    anticorpos, entre outros.

    O teste antiglobulina humano baseia-se na aglutinao de hemcias sensibilizadas

    previamente com anticorpos humanos ou fraes do complemento atravs do anti-soro AGH

    (SORO DE COOMBS).

    Materiais

    Tubos

    Centrfuga

    Banho-maria

    Soro de coombs

    Hemcias com tipagem conhecida

    Soluo fisiolgica

    Mtodo

    1. Preparar uma suspenso salina a 5% com hemcias conhecidas quanto ao antgeno e

    cujo anticorpo correspondente se deseja detectar (o mais comum a deteco de

    anticorpos anti- Rh positivo, anti-D). As hemcias devem ser compatveis com o soro

    quanto ao sistema ABO (comumente empregam-se hemcias do grupo O Rh positivo).

    2. Colocar duas gotas da suspenso em um tubo de 12 x 75 mm e lavar trs vezes com

    soluo salina.

    3. Adicionar duas gotas do soro a ser testado.

    4. Misturar e incubar em banho a 37C, durante 30 a 45 minutos.

    5. A seguir, lavar as hemcias trs vezes com soluo salina e adicionar o soro de Coombs

    (duas gotas).

    6. Agitar e centrifugar a 1.000 r.p.m. por 15 segundos.

    7. Proceder leitura: presena de aglutinao significa teste de Coombs Indireto Positivo,

    ausncia de aglutinao significa Teste de Coombs Indireto Negativo.

    Esfregao

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    A realizao do esfregao sanguneo etapa significativa em um hemograma, pois possibilita

    a leucometria diferencial, a estimativa do nmero de leuccitos e plaquetas por microlitro de

    sangue, a avaliao morfolgica das clulas sanguneas e tambm a pesquisa de parasitas

    sanguneos.

    Materiais

    Sangue

    Lminas

    Lpis

    Mtodo

    1. Preparar duas lminas novas e desengorduradas. Colocar uma gota de sangue pequena

    em uma das extremidades da lmina. Tomar a outra lmina e coloca-la frente da gota

    num ngulo de 45, fazer um ligeiro movimento para trs at o sangue se espalhar

    totalmente na borda da lmina. Com um movimento uniforme, para frente, fazer esta

    lmina deslizar sobre a outra, ela arrastar atrs de si o sangue que se espalhar em fina

    camada. Imediatamente aps, agita a lmina ao ar at o esfregao secar-se

    completamente e identificar com lpis.

    Colorao de Lmina

    Os corantes para esfregaos sanguneos so uma mistura de corantes de caractersticas

    neutras, dependentes do pH da soluo corante, que em condies apropriadas coram os

    componentes nucleares e citoplasmticos dos leuccitos, com predominncia de tons vermelhos

    (quando cidos) e azulados diversos (quando bsicos).

    Materiais

    Corante (Leishman, Rosefeldou Wright)

    Lamina com esfregao

    gua destilada

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    Mtodos

    2. Preencher a lmina com o corante, deixar por 3-5 minutos.

    3. Adicionar gua destilada sobre o corante e a lmina, deixar por 15 minutos.

    4. Escorrer o corante e lavar em gua corrente, secar e examinar ao microscpio, as

    hemcias ficam com colorao rsea e os leuccitos azuis.

    Contagem de Plaquetas

    As plaquetas, tambm chamadas de trombcitos, so clulas sanguneas produzidas na

    medula ssea e que atuam na formao de cogulos de sangue, a fim de impedir uma hemorragia

    sempre que houver necessidade.

    Materiais

    Lmina corada

    Microscpio

    Mtodo

    1. Em um esfregao corado, contar as plaquetas em 10 campos que contenham 100

    hemcias. Somar e multiplicar por 1000.

    Valores de referncia: 150.000 a 400.000/mm

    Contagem total de eritrcitos

    Materiais

    Cmara de Neubauer

    Pipetas

    Tubos

    Lquido de Gower

    Sangue

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    Lamnula

    Microscpio

    Mtodo

    1. Pipetar 4ml do lquido de Gower e 20l do sangue

    em um tubo, homogeneizar.

    2. Colocar a lamnula sobre a cmara de Neubauer e

    preencher um dos lados da cmara com a

    diluio.

    3. Levar ao microscpio e contar as hemcias de

    cinco quadrados mdios centrais, como na figura

    abaixo.

    Clculo

    n de eritrcitos/mm3 = n de eritrcitos contados 10.000

    Valores de referncia: Homens adultos: 4,6 a 6,2 milhes/ml de sangue venoso

    Mulheres adultas: 4,2 a 5,4 milhes/ml de sangue venoso

    Crianas: 3,8 a 5,5 milhes/ml de sangue venoso

    Contagem total de leuccitos

    Materiais

    Cmara de Neubauer

    Pipetas

    Tubos

    Lquido de Turk

    Sangue

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    Lamnula

    Microscpio

    Mtodo

    1. Pipetar 400l do lquido de Turk e 20l de sangue em

    um tubo de ensaio, homogeneizar.

    2. Colocar a lamnula sobre a cmara de Neubauer e

    preencher um dos lados da cmara com a diluio.

    3. Levar ao microscpio e contar os leuccitos de quatro

    quadrados laterais maiores, como na figura abaixo.

    Clculo

    n de leuccitos/mm3 = n de leuccitos contados 50

    Valores de referncia: 3.800 a 9.800/mm3

    Hematcrito

    O hematcrito um exame de diagnstico que serve para avaliar a percentagem dos glbulos

    vermelhos ou hemcias no volume total de sangue, ajudando a identificar a anemia.

    Materiais

    Capilar

    Sangue

    Papel ou gaze

    Bico de bunsen

    Centrfuga

    Mtodo

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    1. Encher dois teros de um capilar com sangue com anticoagulante, limpar a extremidade

    com papel ou gaze.

    2. Fechar a extremidade do tubo na chama, protegendo o sangue com o dedo e rotacionando

    lentamente o capilar para que ele feche por igual, sem formar deformaes na ponta.

    3. Centrifugar por 5 minutos a 11.500 rpm.

    4. Fazer a leitura no carto especial alinhando o incio da coluna de hemcias em zero e o

    final do plasma em 100% e obtenha o resultado em porcentagem.

    Valores de referncia: Homens: 40% a 50%

    Mulheres: 35% a 45%

    Crianas at 1 ano: 34% a 40%

    Recm-nascidos: 50% a 60%

    Hemoglobina

    A hemoglobina uma protena presente nos eritrcitos (hemcias), constituindo

    aproximadamente 35% de seu peso. um pigmento presente no sangue responsvel por

    transportar o oxignio, levando-o dos pulmes aos tecidos de todo o corpo.

    Materiais

    Regente de cor

    Padro

    gua destilada

    Sangue

    Tubos

    Pipetas

    Espectrofotmetro

    Mtodo

    1. Identificar 3 tubos como branco, teste e padro. Adicionar no tubo padro 5ml do reagente

    de cor e 20l do padro. No tubo teste colocar 5ml do reagente de cor e 20l do sangue

    total.

    2. Misturar e esperar 5 minutos.

    3. Determinar as absorbncias em 540nm, acertando o zero com gua destilada. A cor

    estvel por vrias horas.

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    Clculos

    Hemoglobina (g/dl) =absorbncia do teste

    absorbncia do padro 10

    Fator de calibrao =10

    absorbncia do padro

    Hemoglobina (g/dl) = fator de calibraoabsorbncia do teste

    Valores de referncia: Homens: 12,5 17,5 g/dl

    Mulheres: 11,5 15,5 g/dl

    VCM

    O volume globular mdio (VGM) ou volume corpuscular mdio (VCM) mede o tamanho das

    hemcias. Um VCM elevado indica hemcias macrocticas, ou seja, hemcias grandes. VCM

    reduzidos indicam hemcias microcticas, isto , de tamanho diminudo.

    Clculo

    VCM =hematcrito

    eritrcitos 10

    Valores de referncia: Macrocitose = 98fl

    Normocitose = 80 98fl

    Microcitose = 80fl

    HCM

    O HCM (hemoglobina corpuscular mdia) ou HGM (hemoglobina globular mdia) o peso

    da hemoglobina dentro das hemcias.Quando as hemcias tm poucas hemoglobinas, elas so

    ditas hipocrmicas. Quando tm muitas so hipercrmicas.

    Clculo

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    HCM =hemoglobina

    eritrcito 10

    Valores de referncia: Hipercromia = 32pg

    Normocromia = 27-32pg

    Hipocromia = 27pg

    CHCM

    O CHCM (concentrao de hemoglobina corpuscular mdia) ou CHGM (concentrao de

    hemoglobina globular mdia) avalia a concentrao de hemoglobina dentro da hemcia.

    Clculo

    CHCM =hemoglobina

    hematcrito 100

    Valores de referncia: Normocromia = 31 35%

    Hipocromia = 31%

    Contagem de reticulcitos

    O reticulcito uma clula jovem que representa uma fase intermediria entre os eritroblastos

    da medula ssea e os eritrcitos maduros, anucleados e j totalmente hemoglobinizados.

    Materiais

    Sangue

    Corante azul cresil brilhante

    Lminas

    Mtodos

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    Fazer um esfregao com uma gota de azul cresil brilhante e uma gota de sangue total. Incubar por

    15 minutos a 37C.

    Clculo

    Reticulcitos =

    n de hemcias contadas

    Valores de referncia: 0,5 a 1,5%

    Concluso

    Podemos concluir que alm da importncia da coleta do material biolgico a ser analisado,

    de suma importncia observar bem o exame a qual o paciente foi solicitado, para que este seja

    armazenado e analisado de forma correta. Devemos sempre colocar a identificao nos tubos em

    primeiro lugar, alm de conferir o laudo do exame com o cadastro do paciente, pra assegurar que

    no haja erros na emisso de resultados.

    Uroanlise

    A urina composta por 96% de gua e 4% por substncias provenientes da dieta e do

    metabolismo. Constituda por uria e outras substncias qumicas orgnicas e inorgnicas

    dissolvidas em gua que podem sofrer alterao devido a alimentao, atividade fsica,

    metabolismo orgnico e funo endcrina.

    Para a realizao do exame, a urina considerada padro ou mais adequada para anlise

    a primeira amostra da manh. Esta amostra deve ser colhida imediatamente aps acordar, pela

    manh, em jejum e antes de realizar qualquer atividade. recomendado, ainda que esta amostra

    seja colhida aps oito horas de repouso e, pelo menos quatro horas aps a ltima mico. A

    primeira amostra da manh considerada como amostra padro para a realizao do exame de

    urina porque ela mais concentrada que as outras amostras e porque nesta amostra se verifica

    maior crescimento das bactrias eventualmente presentes na bexiga, assim o resultado da analise

    realizada reflete melhor as condies do paciente.

    Uma outra amostra a segunda amostra da manh, sendo obtida com mais facilidade no

    laboratrio que a primeira amostra da manh. Deve ser colhida de duas a quatro horas aps a

    primeira mico do dia, podendo sofrer alteraes devido a ingesto de alimentos e lquidos no

    desjejum. Com o objetivo de aumentar a concentrao de eventuais bactrias presentes na bexiga

    pode-se recomendar a restrio de ingesto de lquido aps as 2 horas.

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    A amostra randmica colhida a qualquer momento do dia sendo recomendvel que o

    intervalo de tempo entre a ltima mico e a coleta da amostra seja de pelo menos duas horas. A

    composio pode , certamente, influenciada pelos alimentos e lquidos ingeridos durante o dia. A

    utilizao da amostra randmica inevitvel em situao de emergncia e urgncia, frequentes

    em ambiente hospitalar. Entretanto, a utilizao da amostra randmica narealizao do exame de

    urina deve considerar a elevada possibilidade de resultados falsos negativos assim como

    resultados falsos positivos dentre os constituintes avaliados na realizao do exame.

    Em crianas, a obteno da amostra de urina realizada atravs de coletor auto aderente,

    sendo substitudos aps 30 minutos mesmo que a criana no tenha urinado para evitar

    contaminao.

    O armazenamento das amostras servem para manter a integridade dos elementos e para a

    estabilidade qumica, sendo que o tempo de coleta e transporte no deve ultrapassar 1 hora,

    sendo conservada em refrigerador caso no seja possvel o transporte no tempo estipulado.

    Dessa forma, pode ser traada a importncia do exame de urina para diagnsticos

    posteriores, bem como tratamentos de possveis infeces ou outro tipo de patologia.

    Objetivo

    O objetivo deste relatrio demonstrar, por meio de materiais e mtodos a importncia do

    exame de urina, de forma que sejam exposto seus componentes e possveis resultados. O

    paciente deve ser orientado na hora da coleta a realizar a assepsia do local, caso no seja

    necessrio este dever ser relatado no exame, para que o mdico saiba o mtodo utilizado para a

    coleta.

    Material

    Amostra biolgica

    Fita reagente

    Estante

    Centrfuga

    Lminas

    Lamnulas

    Refratmetro

    Tubos

    Microscpio

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    Mtodo

    1. Colocar a urina em um tubo para a medio de volume, e em outro tudo separar a

    quantidade que ser centrifugada.

    2. Colocar a fita reagente e esperar 2 minutos para a leitura, comparar os resultados

    na embalagem das fitas. Colocar uma gota da urina no refratmetro para que seja

    medida a densidade da urina. Levar o tubo para a centrifuga por 5 minutos,

    desprezar o sobrenadante e utilizar o sedimento do final do tudo.

    3. Colocar em uma lmina o sedimento, cobrir com a lamnula e analisar no

    microscpio na objetiva de 40x.

    A anlise divida em trs partes, sendo:

    1. - Exame Fsico

    Aspecto

    A urina pode ser considerada lmpida, ligeiramente turva e turva. A urina pode apresentar

    turvao quando h presena de grandes quantidades de hemcias, clulas epiteliais,

    cristais e bactrias, alm da presena de matria gordurosa.

    Odor

    Em situaes normais, a urina apresenta odor caracterstico, ligeiramente aromtico,

    alterando aps algum tempo de repouso. Quanto a urina entra em estado de

    decomposio, seu odor ptrido ou amoniacal, devido fermentao bacteriana.

    Cor

    A urina, em situaes normais, apresenta cor amarela, variando do tom claro e escuro. A

    urina pode apresentar colorao vermelha ou castanha em casos de hematria, alm de

    apresentar variaes de colorao devido a certos alimentos ingeridos, como por exemplo

    a beterraba. Em casos de ingesto de medicamentos, a urina pode apresentar colorao

    bastante variada como vermelha, verde, laranja, etc.

    Densidade

    medida a densidade da urina com a finalidade de verificar a capacidade de concentrao

    e diluio do rim, bem como o estado de hidratao do paciente, diabetes inspido e

  • 18

    inadequao da amostra por baixa concentrao. A densidade da urina normal varia de

    1016 a 1020, no volume de 24 horas.

    2. - Exame Qumico

    pH

    Embora um individuo sadio produza a primeira urina da manh com pH ligeiramente cido,

    entre 5,0 e 6,0, o pH normal das outras amostras do dia pode varias de 4,5 a 8,0. A urina

    noturna tem pH mais baixo por causa da acidose respiratria fisiolgica do sono.

    O pH urinrio importante na determinao de acidose respiratria ou metablica;

    alcalose respiratria ou metablica, anormalidades na secreo e reabsoro de cidos e

    bases pelos tbulos renais; precipitao de cristais e formao de clculos;

    acompanhamento de tratamento das infeces do trato urinrio e determinao de

    amostras insatisfatrias.

    Protenas

    A determinao de protenas a mais indicativa de doena renal, pois a presena de

    proteinria pode ser indicativo de doenas renais incipientes. A urina em estado normal

    possui pequenas quantidades de protena, em mdia menos de 10 mg/dL ou 150 mg por

    24 horas, e a principal protena encontrada a albumina, sendo observada atravs de fitas

    reativas. O resultado qualitativo normalmente representado por negativo, trao e positivo.

    O resultado positivo acompanhado pelo nmero de cruzes, dado pelo grau de

    intensidade da reao.

    Glicose

    Anlise bioqumica mais utilizada na deteco e controle da diabetes mellitus Alm disso, a

    anlise utilizada para determinar deficincia da reabsoro tubular, leses no sistema

    nervoso central, distrbios da tireide, latncia de diabetes durante a gravidez. Em adultos,

    a excreo de glicose na urina de em mdia 130 mg durante 24 horas, sendo observada

    atravs de tira reativa contendo glicose oxidase.

    Bilirrubina

    A bilirrubina um composto amarelo muito pigmentado, sendo produto da degradao da

    hemoglobina. Sua presena na urina pode ser a primeira indicao de hepatopatias,

    sendo, muitas vezes,detectada bem antes do desenvolvimento da ictercia porque o limiar

    renal de eliminao de bilirrubina menor que 2 mg/dL, enquanto que os indivduos com

    ictercia apresentam concentrao de bilirrubina direta no sangue maior que 2,5 mg/dL.

  • 19

    Urobilinognio

    Tal como a bilirrubina, o urobilinognio um pigmento biliar resultante da degradao da

    hemoglobina e derivado da bilirrubina pela ao da flora bacteriana intestina.

    Normalmente, o adulto excreta menos de 4 mg por dia, visto que uma parte do

    urobilinognio reabsorvido, retornando ao fgado. Valores aumentados podem indicar

    cirrose heptica, ictercias parenquimatosas e constipao crnica.

    Sangue

    O sangue pode ser encontrado na urina em forma de hemcias ntegras (hematria), ou

    presente como hemoglobina. Em condies normais, a hemoglobina destruda e

    metabolizada no retculo endotelial e quando no ocorre uma metabolizao normal ocorre

    a ultrapassagem do limiar renal para hemoglobina (100 a 300 mg/dL), no sendo

    reabsorvida e sofrendo eliminao renal.

    A hematria pode ocorrer em casos de clculos renais, glomerulonefrite, pielonefrite,

    tumores, trauma e exposio a produtos ou drogas txicas.

    Cetonas

    Geralmente, quantidades mensurveis de cetonas no so vistas na urina, pois toda a

    gordura metabolizada completamente degradada em dixido de carbono e gua. Quando

    o uso de carboidratos fica comprometido e o estoque de gordura precisa ser metabolizado

    para o suprimento de energia, pode-se detectar cetonas na urina.

    Nitrito

    A determinao de nitrito na urina til para diagnostico das infeces da bexiga, pois

    muitas vezes os casos so assintomticos ou os sintomas so inespecficos. Quando h

    presena de nitritos, ocasionalmente constatado a presena de bactrias, pois essas so

    responsveis pela transformao do nitrato em nitrito.

    3. - Exame Microscpico

    Leuccitos

    Os leuccitos so os glbulos brancos que permanecem com suas caractersticas

    morfolgicas intactas. Quando h presena de leuccitos na urina isso pode ser o principal

    indicativo de inflamao nas vias urinrias.

  • 20

    Hemcias

    A presena de hemcias na urina pode ser um indicador de infeces e traumas.

    Clulas epiteliais

    So encontradas em urinas normais, em nmero varivel, principalmente em urina de

    mulher e mais intensamente durante a gestao.

    Cilindros

    Os cilindros so clulas agrupadas e possuem suas caractersticas especificas

    dependendo da sua formao. Os tipos de cilindros so:

    - Cilindros hialinos no indicam doena, mas pode ser um sinal de desidratao.

    - Cilindros bacterianos

    - Cilindros hemticos sangue.

    - Cilindros leucocitrios indicam inflamao dos rins.

    - Cilindros de clulas epiteliais indicam leso dos tbulos.

    - Cilindros granulares

    - Cilindros creos inflamao sria dos rins

    - Cilindros adiposos indicam proteinria.

    - Cilindros largos

    Cristais

    A presena de cristais na urina pode depender do pH, e em urinas cisas, so encontrados

    os uratos amorfos, oxalatos de clcio e cido rico. Em urinas alcalinas, encontramos

    fosfatos amorfos, fosfato triplo ou amonaco-magnesiano, carbonato de clcio e fosfato de

    clcio. Os cristais de maior importncia so:

    - Cristais epiteliais so as prprias clulas do trato urinrio que descamam.

    - Cristais de cido rico

    - Cristais de cestinha

    - Cristais de bilirrubina

    - Cristais de colesterol

    - Cristais de magnsio amnio-fosfato.

    Resultado

  • 21

    Os resultados esperados sero avaliados de acordo com o valor de referncia, bem como

    a anlise da urina por meio fsico, qumico e microscpico para que seja estipulado o estado em

    relao aos componentes da urina, levando em considerao as substncias consideradas

    normais, e com alterao.

    Concluso

    O exame de urina , sem duvida, um meio preciso para avaliao da funo renal,

    disfunes metablicas, bioqumicas e microbiologias, alm de possibilitar a avaliao de outras

    patologias. Para isso, de extrema importncia o uso de tcnicas sensveis e especificas para o

    bom desenvolvimento da anlise. Com este estgio aprendemos a importncia de orientar o

    paciente a realizar a coleta de forma correta, alm de tomar as medidas preventivas para

    assegurar a integridade da amostra, fornecendo segurana e confiabilidade de resultados.

    Parasitologia

    O exame parasitolgico das fezes utilizado para diagnosticar os parasitos intestinais, por

    meio da pesquisa das diferentes formas parasitrias que so eliminadas nas excrees fecais,

    alm do estudo das funes digestivas, dosagem da gordura fecal, pesquisa de sangue oculto,

    entre outras. A coleta deve ser realizada em quantidade aproximada de 30g em recipiente limpo e

    seco, de preferncia de boca larga, ou ainda, na proporo de uma parte de fezes para trs do

    conservador, quando este j est acondicionado no recipiente para a conservao do material,

    evitando a contaminao por urina. Em crianas, no utilizar as fezes da fralda quando estiverem

    diarricas ou lquidas, solicitar coletores infantis disponveis. No caso de fezes consistentes,

    encaminhar condicionalmente para o responsvel do setor verificar se para a analise, a

    quantidade suficiente. Encaminhar ao laboratrio em at 3 horas se em temperatura ambiente

    ou em at 6 horas se refrigerada.

    O exame coproparasitolgico consiste na anlise das fezes para que seja observada a

    presena de protozorios ou helmintos. Os protozorios so os cistos unicelulares, enquanto os

    helmintos so os ovos e as larvas. Os mais importantes no mbito laboratorial so:

    - Protozorios

    Giardia lamblia

    A Giardia lamblia um parasita monoxnico, de ciclo biolgico direto. A facilidade de

    manter esse ciclo in vitrocontribui para o desenvolvimento de vrias pesquisas. As formas

  • 22

    infectantes para homens e animais so os cistos, sendo estes, portanto, os responsveis

    pela disseminao da doena. A transmisso ocorre por via fecal-oral: de forma indireta,

    por meio da ingesto de gua e alimentos contaminados, ou de forma direta, de pessoa a

    pessoa por meio de mos contaminadas ou entre homossexuais masculinos. A

    transmisso direta tambm pode ocorrer a partir do contato direto com animais infectados.

    A ingesto de 10 a 25 cistos suficiente para iniciar a infeco num hospedeiro humano.

    Ao ser ingerido, o cisto alcana o estmago, onde o meio cido inicia o processo de

    desencistamento. Esse processo completa-se no intestino delgado, principalmente

    duodeno e jejuno, onde ocorre o rompimento dos cistos e a liberao dos trofozotos. Cada

    cisto maduro com quatro ncleos libera dois trofozotos binucleados. Por reproduo

    assexuada, num processo de diviso binria longitudinal, os trofozotos multiplicam-se e

    colonizam o intestino. Eles se mantm aderidos mucosa intestinal por meio do disco

    suctorial. O ciclo se completa pelo encistamento, processo no qual o trofozoto se retrai,

    condensa e secreta uma membrana resistente, composta inclusive de quitina. J no

    interior dos cistos formados ocorre nucleotomia, o que origina cistos maduros

    tetranucleados que sero eliminados para o meio exterior. O processo de encistamento

    ocorre na poro final do leo e principalmente no ceco do hospedeiro, mas ainda no est

    totalmente esclarecido. Supe-se a influncia de fatores dentro ou fora do parasita, dentre

    os quais se destacam o PH intestinal, e estmulo de sais biliares e o destacamento do

    trofozoto da mucosa, sendo este ltimo o fator de maior destaque, supostamente

    provocado pela resposta imune local. Os cistos so excretados junto com as fezes do

    hospedeiro, mas no so eliminados de forma contnua. Eles so definidos como a forma

    infectante, mas no se sabe ainda se necessitam de um perodo de maturao, ou se j

    so infectantes logo aps serem excretados. Se mantidos em condies favorveis de

    temperatura e umidade, os cistos podem se manter viveis por at dois meses no meio

    ambiente. O elevado nmero de cistos eliminados pelas pessoas parasitadas, a alta

    resistncia do cisto aos fatores ambientais e tambm a transmisso direta por contato com

    animais contaminados torna ainda mais preocupante a disseminao desta doena.

    A forma sintomtica aguda da infeco por girdia dura poucos dias e apresenta diarria

    (89%) aquosa e explosiva de odor ftido, indisposio (84%), gases (74%), distenso,

    dores abdominais (70%), nusea (68%), anorexia (64%) e perda de peso (64%). A

    presena de muco e sangue nas fezes raramente ocorre. J a forma sintomtica crnica

    da giardase pode persistir por vrios anos com a presena de episdios diarricos

    contnuos, intermitentes ou espordicos. Alm disso, pode apresentar esteatorria

    (aumento de gordura nas fezes), perda de peso mais significativa e m absoro intestinal.

  • 23

    As principais complicaes da giardase crnica esto relacionadas m absoro de

    gorduras e nutrientes como, por exemplo, algumas vitaminas e o ferro.

    Entamoeba histolytica

    A amebase uma infeco sintomtica ou assintomtica causada pela Entamoeba

    histolytica. A E. histolyticase locomove e obtm alimentos com o auxilio de pseudpodes

    do tipo lobpodes, vive na luz do intestino grosso do hospedeiro, mas pode originar a

    forma invasiva da doena, ao penetrar a submucosa e alcanar rgos como fgado,

    pulmes, crebro, e possui duas formas evolutivas: trofozoito e cisto. O trofozoto

    corresponde forma vegetativa que habita a luz do intestino grosso e pode,

    ocasionalmente, provocar leses na mucosa intestinal, no fgado, no pulmo, na pele e at

    no crebro. O trofozoto uninucleado e mede entre 15 e 60 micrmetros e se locomove

    pela emisso de pseudpodes. Seu citoplasma pode ser diferenciado em ectoplasma - o

    qual hialino- e endoplasma-onde se encontram os ncleos e os vacolos digestivos. No

    apresentam mitocndrias, reticulo endoplasmtico e aparelho de Golgi. O cisto a forma

    de resistncia, geralmente esfrico ou oval, variando de 8 a 20 micrmetros de dimetro.

    Consiste em um citoplasma que apresenta de um a quatro ncleos, pequenos vacolos e

    incluses citoplasmticas envolvidas por uma parede csticas.

    O ciclo de vida de Entamoeba histolytica monoxnico e relativamente simples. No ciclo

    encontram-se quatro estgios: cisto, metacisto, trofozoto e pr-cisto. O inicio do ciclo

    ocorre a partir da ingesto dos cistos maduros junto de gua e alimentos contaminados. O

    cisto passa, ento, pelo estmago e pelo intestino delgado, resistindo ao do suco

    gstrico e das secrees intestinais. De fato, estas substncias contribuem para a

    formao de uma fenda na parede do cisto, a qual permite o incio do processo de

    desencistamento que ocorre principalmente na poro distal do leo e ceco. A partir deste

    processo liberada uma forma tetranucleada (metacisto) que por diviso binria da origem

    a oito trofozotos uninucleados. Esses trofozotos multiplicam-se por diviso binria e

    colonizam o intestino grosso, principalmente na regio do ceco. Em geral, os trofozotos

    vivem como um comensal, aderidos na mucosa intestinal alimentando-se de bactrias e

    detritos. Dando continuidade ao ciclo, muitos desses trofozotos diminuem de tamanho e

    se arredondam formando o pr-cisto, etapa que marca o incio do processo de

    encistamento. O pr-cisto secreta ao seu redor uma membrana glicoprotica, denominada

    parede cstica, formando assim um cisto uninucleado. Esses cistos tornam-se

    tetranucleados e podem ser excretados juntamente com as fezes do hospedeiro,

    possibilitando a infeco de outro ser humano.

  • 24

    Moscas, baratas e outros artrpodes atuam como vetores mecnicos e contribuem para a

    distribuio dos cistos de E. histolytica, principalmente em reas onde predominam

    populaes de nvel scio-econmico mais baixo, bem como precrias condies de

    saneamento bsico.

    A amebase intestinal apresenta duas formas clnicas principais: colite no-disentrica e

    colite disentrica (disenteria amebiana). A colite no-disentrica a forma clnica mais

    comum entre os indivduos sintomticos infectados por Entamoeba histolytica. Essa forma

    clnica caracterizada por evacuaes diarricas ou no, com duas a quatro dejees

    dirias. O indivduo pode eliminar fezes pastosas ou moles e, eventualmente, com sangue

    ou muco. Ao longo da infeco pode ocorrer alternao entre funcionamento intestinal

    normal e quadros de diarria. Esto presentes na maioria dos casos, ainda, sintomas

    intestinais como flatulncia, desconforto abdominal e clicas. Pode ocorrer, mais

    raramente, febre. A colite disentrica uma forma clnica menos comum, tendo sido

    observada em cerca de 10% dos indivduos com amebase intestinal. Essa forma clnica

    apresenta evoluo aguda e caracterizada pela presena de dores abdominais, clicas

    intestinais intensas, diarria lquida com evacuaes mucossanguinolentas e febre

    moderada.

    Cryptosporidium sp

    O protozorio do gnero Cryptosporidium apresenta alta capacidade de veiculao hdrica

    e, por isso, causa grande preocupao s empresas de saneamento e indstria da gua.

    Apesar de tambm ocorrer em pacientes imunocompetentes, a criptosporidiose humana

    considerada uma infeco oportunista devido sua alta prevalncia em indivduos

    imunodeprimidos, como os portadores de HIV/AIDS. Nesses pacientes, a diarreia

    provocada pela doena grave e recorrente.

    Os esporozotos e merozotos pertencentes ao gnero Cryptosporidium possuem um

    complexo apical (visvel apenas em microscpio eletrnico) constitudo por estruturas

    como roptrias, micronemas, grnulos eltron-densos, microtbulos sub-peculiarese anis

    apicais. Por isso, so classificados no filo Apicomplexa. Os oocistos possuem um formato

    que varia de esfrico a ovoide, medindo de 3 a 8,5 m de dimetro de acordo com a

    espcie. Em sua maioria, apresentam uma parede cstica dupla e espessa, mas 20% deles

    tm parede fina que se rompe ainda dentro do hospedeiro. Internamente a eles, h quatro

    esporozotos que so libertados ou nas fezes, ou no tubo digestivo do hospedeiro aps

    a dissoluo da sutura presente em sua parede. O esquizonte aparece no intestino j sem

    complexo apical. esfrico, apresenta ncleo volumoso, nuclolo evidente e mede de 4 a

    6 m de dimetro.

  • 25

    A transmisso ocorre principalmente pela ingesto de oocistos, que so as formas

    evolutivas infectantes, esporulados (via fecal-oral). As principais fontes so animais ou

    humanos que estejam eliminando oocistos. Os oocistos podem ser veiculados pelos

    alimentos, pela gua, pelo ar, por insetos, no vesturio e tambm pelo contato ntimo entre

    pessoas. Criao de gados e ovelhas tem sido relacionada infeco humana. Foi

    observado que durante um surto de febre aftosa em 2001 no Reino Unido, em que um

    grande nmero de bovinos foram sacrificados, o nmero de casos de criptosporidiose

    reduziu de forma significativa. A autoinfeco pode ocorrer se os oocistos libertarem seus

    quatro esporozotos no intestino delgado do hospedeiro.

    O ciclo composto de (1) merogonia ou esquizogonia (reproduo assexuada), (2)

    gametognese (reproduo sexuada com produo de gametas), (3) formao do zigoto

    (fertilizao) e (4) esporogonia (formao do oocisto e liberao de esporozotos).

    A infeco humana faz-se por via fecal-oral, quando os oocistos so ingeridos. No

    estmago h a dissoluo de sua membrana e a liberao de quatro esporozotos. O

    protozorio capaz de encistar tambm fora do trato gastrointestinal, como no trato

    respiratrio, na conjuntiva do olho e no sistema reprodutor.

    Os esporozotos possuem um complexo apical (roptrias, micronemas, anel polar, etc.) que

    importante para sua aderncia s clulas epiteliais do intestino.

    O Cryptosporidium se aloja nas clulas epiteliais atravs de um vacolo parasitforo

    extracitoplasmtico. Este vacolo formado por uma expanso da membrana celular e

    dos microvilos, que acabam por envolver completamente o parasito, assim o parasito fica

    coberto por um complexo de vrias membranas de ambos os organismos.

    Aps o estabelecimento dos esporozotos nas clulas epiteliais, ocorre a diferenciao em

    trofozotos unicelulares. Ocorre ento a merogonia ou esquizogonia, que um processo de

    muitas divises nucleares que produziro merozotos. Este processo forma 8 (oito)

    merozotos alongados (tipo I) que so liberados no intestino e infectam outras clulas. Esta

    segunda gerao capaz de formar quatro merozotos cada (tipo II). Os merozotos tipo II

    so capazes de repetir o ciclo assexuado ou produzir gametcitos (gametogonia). A

    gametogonia produz um macrogametcito e cerca de 16 microgametcitos. A unio destes

    formar o zigoto que progredir para oocisto.

    Normalmente estes oocistos possuem parede espessa e contm quatro esporozotos.

    Estes oocistos so liberados no meio ambiente atravs das fezes, onde podem sobreviver

    por meses. Porm alguns oocistos possuem parede delgada, que se rompe facilmente e

    acabam por liberar os esporozotos dentro do hospedeiro, este processo chamado de

    autoinfeco.

  • 26

    Os principais sinais e sintomas da criptosporidiose so: diarria aquosa, fezes mucosas,

    desidratao, perda de peso, anorexia, dor abdominal, febre, nuseas e vmitos. No

    incomum acontecer tambm dores nas articulaes, mialgias, vertigens e at a sndrome

    de Reiter (conhecida como artrite reativa) em crianas.

    - Helmintos

    Ascaris lumbricoides

    Ascaridase, ascaridiose ou ascarase, popularmente conhecida como lombriga, uma

    doena infecto-parasitria causada pelo Ascaris lumbricoides, nematide que parasita

    principalmente o trato gastrointestinal humano, causando diversos sintomas de acordo

    com o percurso desenvolvido pelas larvas durante sua migrao no organismo do

    hospedeiro, at alcanar sua maturidade reprodutiva e chegar ao seu habitat natural. Sua

    frequncia na populao varia em funo das condies climticas, ambientais, e do grau

    de desenvolvimento socioeconmico, tendo alta prevalncia em pases em

    desenvolvimento e, consequentemente, grande impacto na sade pblica e no meio social

    e sanitrio desses pases. Trata-se de uma das principais helmintases, causadora na

    maioria dos casos de uma infeco leve e benigna, mas que pode ocasionar, entretanto,

    graves complicaes para o hospedeiro, como interferncia no seu estado nutricional,

    desenvolvimento fsico e mental, sobretudo na populao infantil.

    Os ovos eliminados pelas fmeas de Ascaris lumbricoides podem ser frteis ou infrteis.

    Caso a fmea tenha sido fecundada pelo macho, os espermatozides acumulam-se nos

    teros ou ovidutos e fertilizam os ovos. Os ovos frteis medem 60x45 micrmetros e tm

    forma esfrica ou oval, contendo a clula germinativa no segmentada, alm de

    apresentar alta resistncia quando liberados no meio ambiente. So sensveis a

    temperaturas elevadas, ambiente seco e anaerobiose: sobrevivem por at dois anos em

    temperaturas de 5 a 10C, mas podem morrer em poucos minutos em temperaturas acima

    de 50C. Podem tambm sobreviver por at trs meses na ausncia de oxignio e por at

    seis anos em solos midos e sombreados. Se no fecundadas as fmeas eliminam ovos

    infrteis, os quais no podem evoluir posteriormente. Esses so mais alongados, com 80 a

    90 micrmetros de comprimento, citoplasma granuloso e casca mais delgada. Ovos

    infrteis aparecem nas fezes de indivduos com infeces unissexuais, ou seja, infectados

    somente por fmeas, ou quando apresentam um grande nmero de fmeas jovens e no

    fecundadas.

    Os ovos de Ascaris lumbricoides so eliminados juntamente com as fezes do indivduo

    infectado. Ao atingir um ambiente com temperatura entre 15 a 35C e umidade mnima de

  • 27

    70%, em duas a oito semanas os ovos frteis originam larvas que sofrem mudas dentro da

    casca. Esse perodo de embrionamento dos ovos ocorre no meio exterior e requer a

    presena de oxignio. Forma-se inicialmente uma primeira larva, L1, dentro do ovo. Essa

    apresenta um esfago com duas dilataes, sendo do tipo rabditide. Uma semana aps,

    a larva L1 sofre muda, transformando-se em L2 e em seguida outra muda, transformando-

    se em L3, a qual apresenta um esfago retilneo ou filariide. Essa larva L3, ou de terceiro

    estgio, a forma infectante e pode permanecer vivel por vrios meses. Os ovos

    contendo a forma infectante, ao serem ingeridos, tm sua casca amolecida no estmago e

    sofrem ao dos sulcos digestivos no duodeno, onde liberam suas larvas. Essa ecloso

    deve-se a fatores como temperatura, pH, presena de agentes redutores e concentrao

    de CO2 no intestino do prprio hospedeiro. Ao serem liberadas, as larvas atravessam a

    parede intestina, ao nvel do ceco, e por meio dos vasos linfticos ou veias do sistema

    porta, alcanam o fgado em cerca de quatro a cinco dias. A partir da, atingem o corao

    direito e os pulmes, nos quais realizam o ciclo pulmonar, cerca de quatro a cinco dias

    aps a ingesto dos ovos. Nos pulmes, aps cerca de oito ou nove dias, as larvas L3

    continuam sua evoluo e sofrem uma terceira muda, originando larvas L4, as quais

    atravessam as paredes dos capilares alveolares e atingem os alvolos. J nos alvolos,

    ocorre uma quarta muda, originado L5. Aps duas semanas, as larvas sobem pelos

    bronquolos, brnquios, traquia e laringe, quando so expelidas ou deglutidas com as

    secrees brnquicas at atingir o estmago e o intestino. A ltima muda ocorre no

    intestino, jejuno geralmente, e origina larvas nas formas juvenis, as quais crescem e se

    desenvolvem sexualmente em aproximadamente dois meses.

    O Ascaris lumbricoides, na sua forma adulta, alimenta-se de produtos semi-digeridos no

    intestino do hospedeiro, j que apresentam as enzimas necessrias para digesto de

    protenas, carboidratos e lipdeos. Os scaris adultos so aerbios facultativos, porm,

    normalmente no meio em que se encontram, seu metabolismo quase inteiramente

    anaerbio. Eles realizam movimentos constantes para se manterem aderidos luz do

    intestino, e tm uma longevidade mdia de dois anos. O ciclo biolgico do Ascaris

    lumbricoides do tipo monoxnico, ou seja, possui um nico hospedeiro. A nica forma

    infectante desse parasita o ovo embrionado contendo larvas de terceiro estgio, e a via

    de penetrao no ciclo a oral.

    A fase de invaso larvria geralmente assintomtica, mas quando h elevadas cargas

    larvrias pode causar hepatomegalia e mais raramente ictercia. Durante a passagem das

    larvas pelos pulmes ocorre a eosinofilia pulmonar aguda (Sndrome de Loeffler),

    caracterizada por um quadro respiratrio de intensidade varivel no qual h presena de

    tosse, dispnia, sibilos e dor retroesternal. Vermes adultos de Ascaris lumbricoides em

  • 28

    grande nmero podem ocluir o intestino a partir da compactao e formao de um "bolo

    de scaris". Podem, ainda, causar volvos (retoro do intestino) e intussuscepo

    intestinal (invaginao de uma poro do intestino para dentro de outra).

    Taenia solium e Taenia saginata

    Tenases so infeces causadas pelos vermes adultos de platelmintos cestoides do

    gnero Taenia. Os parasitas desse gnero so heteroxnicos, por possurem um

    hospedeiro intermedirio e um definitivo. A Taenia saginata e a Taenia solium podem

    habitar o intestino delgado do homem, tornando este o seu nico hospedeiro definitivo. A

    Taenia solium, na sua forma larvar ou cisticerco, encontrada em rgos ou tecidos de

    sunos, seus hospedeiros intermedirios. J a Taenia saginata tem como hospedeiros

    intermedirios os bovinos. Os quadros mais observados no caso de infeces sintomticas

    incluem manifestaes generalizadas do aparelho digestrio, podendo originar deficincias

    nutricionais. Quando o homem ingere larvas de T. solium ocorre o desenvolvimento de

    outra doena, denominada cisticercose humana.

    A transmisso da tenase ocorre por meio da ingesto de carne crua ou malcozida, de

    origem suna ou bovina, contaminada com os cisticercos de cada espcie de tnia.

    Aps serem liberadas por um indivduo infectado para o meio exterior, as proglotes

    grvidas cheias de ovos, se rompem por contrao da sua musculatura, ou decomposio

    de sua estrutura pela dessecao, e liberam milhares de ovos no solo. Se mantidos em

    condies adequadas de umidade e protegidos da luz solar, esses ovos podem se manter

    infectantes por vrios meses.

    O hospedeiro intermedirio, no caso da T. solium o porco, e no caso da T. saginata o

    boi, ingere os ovos, os quais atingem o estmago, sofrem a ao da pepsina e passam a

    ter sua casca amolecida pela ao conjunta da bile, do colesterol e da tripsina ao

    chegarem ao intestino. O embrio hexacanto ento liberado, penetra na mucosa

    intestinal com auxlio dos acleos, permanecendo a por aproximadamente quatro dias.

    Aps esse perodo, penetram nas vnulas, atingindo as veias e os vasos linfticos do

    mesentrio. Atingem a circulao e so transportados a muitos rgos e tecidos, at o

    local de implantao, podendo se alojar em vrios locais, principalmente no crebro e nos

    msculos de maior movimentao, como masseter, lngua e corao. O embrio pode

    crescer at cerca de um cm e manter alguma quantidade de lquido em seu interior,

    originando uma estrutura denominada cisticerco, no prazo de 10 ou 12 semanas. No caso

    da T. solium, o cisticerco denominado Cysticercus cellulosae e no caso da T. saginata,

    Cysticercus bovis, que pode sobreviver por at dois anos.

  • 29

    Ao ingerir carne crua ou malcozida de porco ou boi contaminada, o homem adquire a

    infeco. O cisticerco ingerido sofre ao do suco gstrico e atinge o duodeno. Na mucosa

    do intestino delgado, aps evaginao, o cisticerco fixa-se por meio do esclex e a partir

    da transforma-se numa tnia adulta, que pode atingir vrios metros de comprimento.

    Aps trs meses do incio da infeco, as proglotes grvidas comeam a ser eliminadas.

    As proglotes grvidas de T. solium so desprovidas de movimentos prprios, em virtude da

    musculatura menos desenvolvida, sendo eliminadas passivamente com as fezes do

    hospedeiro. A T. saginata apresenta uma capacidade locomotora maior, sendo possvel a

    eliminao ativa de suas proglotes pelo nus e raramente pela boca do hospedeiro. Vrias

    proglotes grvidas se desprendem do estrbilo diariamente. T. solium libera em uma nica

    vez de trs a seis proglotes, enquanto a T. saginata libera de oito a nove.

    Ao ingerir os ovos ou anis de T. solium, o homem assume o papel de hospedeiro

    intermedirio e desenvolve a cisticercose. Nesse caso, o embrio penetra a mucosa

    duodenal, atinge a circulao passa a localizar-se em rgos como crebro, olhos e tecido

    celular subcutneo.

    A tenase geralmente assintomtica. Como no h invaso das mucosas, a maioria das

    manifestaes clnicas ocorrem devido a presena do verme no intestino associada

    competio por nutrientes entre o parasito e o hospedeiro. Alm disso, a absoro dos

    excretos do verme podem causar alguns sintomas como cefalia e irritabilidade. Sendo

    assim, o sintoma mais comum a dor abdominal inespecfica, mas pode ocorrer tambm

    nuseas, adinamia, perda de peso, alteraes no apetite, obstipao intestinal ou diarria

    e prurido anal. Na tenase por T. saginata pode ocorrer sintomas abdominais agudos

    devido a migrao das proglotes seguida por obstruo do apndice ou vias biliares e

    pancreticas.

    Schistosoma mansoni

    O S. mansoni apresenta vrias fases no seu ciclo evolutivo, alm de dimorfismo sexual, e

    cada uma possui suas prprias caractersticas:

    Macho mede aproximadamente 1cm de comprimento; tem cor esbranquiada, com

    tegumento recoberto de minsculas projees, as tubrculos; em sua poro anterior

    apresenta as ventosas oral e ventral (acetbulo); na poro posterior encontrado o canal

    ginecforo; apresenta ainda: esfago bifurcado ao nvel do acetbulo, ceco terminando na

    extremidade posterior e sete a nove massas testiculares que se abrem no canal

    ginecforo.

    Fmea mede cerca de 1,5 cm de comprimento; apresenta cor mais escura, devido ao

    ceco com sangue semidigerido, e tegumento liso; a poro anterior semelhante do

  • 30

    macho; a posterior preenchida pelas glndulas vitelognicas e ceco; apresenta ainda:

    vulva, tero (com um ou dois ovos) e ovrio.

    Ovo mede por volta de 150m de comprimento por 60 de largura, possui formato oval e

    um espculo voltado para trs; o ovo maduro usualmente encontrado nas fezes possui um

    miracdio formado, visvel por causa da transparncia da casca.

    Miracdio

    Os mecanismos de transmisso so: autoinfeco externa ou direta (principal responsvel

    pela cronicidade da doena), heteroinfeco ou primoinfeco, infeco indireta,

    retroinfeco e autoinfeco indireta (o meio mais raro).

    O hbitat do verme na fase adulta o intestino grosso e suas mediaes, vivem aderidos

    mucosa ou livres na luz intestinal e alimentam-se do contedo intestinal. Eventualmente

    so encontrados no apndice cecal.

    As fmeas fecundadas produzem cerca de 11.000 (onze mil) ovos, de modo que seu tero

    ocupa toda a regio entre o esfago e o incio da cauda. Parece muito bem fundada a ideia

    de que os machos morrem aps a primeira cpula e so eliminados nas fezes. As fmeas

    fecundadas se libertam do ceco e migram para a regio retal e anal. Elas atravessam o

    nus do hospedeiro e depositam seus ovos na pele da regio perianal, onde causam

    intenso prurido. Os ovos so liberados com a forma embrionria do helminto. Aps a

    oviposio o ciclo de vida do verme chega ao fim e ele em alguns momentos este estar

    morto. A durao mdia da vida desses vermes de 40 dias. A forma embrionria

    conhecida como sendo o primeiro estgio desse verme. No interior do ovo (em condies

    de anaerobiose) ele pode se desenvolver at o segundo estgio, conhecido como

    giriniforme. Os terceiros e quarto estgio so encontrados dentro dos ovos na regio

    perianal (em condies de aerobiose). O quinto estgio conhecido como larva rabditoide

    e a forma infectante para o homem. Na regio perianal a maturao do ovo (at o quinto

    estgio) acontece em mdia em quatro horas. Eles so muito sensveis a desseco,

    resistindo em mdia 16 horas em regies secas. A protena presente na casca dos ovos

    extremamente pegajosa e causa intenso prurido na pele, o que leva ao hospedeiro coar a

    regio. Isto vai provocar a disseminao dos ovos para o prprio hospedeiro (autoinfeco)

    ou para outras pessoas (heteroinfeco), atravs das mos contaminadas. Os ovos

    aderidos na pele e nas roupas tambm se disseminam pelo ambiente, provocando

    infeco de outras pessoas, mesmo distncia. Os ovos podem, ainda, ficar aderidos

    roupa de cama e serem disseminados pelo ar quando este material for manejado. Ao

    serem ingeridas, as larvas sofrem ao do suco gstrico e duodenal e eclodem no intestino

    delgado do hospedeiro, onde liberam pequenas larvas, que vo evoluir para vermes

  • 31

    adultos e migrar lentamente para o intestino grosso. No ceco os vermes reiniciam seu ciclo

    biolgico.

    O sintoma mais frequentemente encontrado o prurido anal intenso, predominantemente

    durante a noite, quando h uma reduo da temperatura corporal (nus e regio perianal).

    O prurido causado pela presena do ovo do verme na pele da regio perianal. A coceira

    constante acaba por lesionar as estruturas perianais, podendo ser encontrado um nus

    avermelhado, congesto e at mesmo recoberto por muco, que chega a ser sanguinolento.

    Alguns pontos hemorrgicos podem ser encontrados na regio que sofreu o trauma. As

    escoriaes produzidas na pele podem servir como porta de entrada para novas infeces.

    Objetivo

    O exame parasitolgico das fezes tem como objetivo a anlise das fezes para que seja analisado

    parasitos intestinais, por meio da pesquisa das diferentes formas parasitrias.

    Mtodos

    Mtodo de Sheater ou Faust

    Tem como finalidade exame coproparasitolgico qualitativo com princpio centrfugo-flutuao

    para pesquisa de cistos e oocistos de protozorios intestinais.

    Materiais

    - Soluo B de acar

    - Copos descartveis ou Becker

    - Coador (tamis)

    - Palitos de madeira

    - Tubo de centrfugae centrfuga

    - Lmina e lamnula

    - Ala bacteriolgica

    - Fezes

    - Sulfato de zinco a 33%

    - Lugol

    Mtodo

    Sheater

    1. Utilizar 11 ml da soluo B com 1 g de fezes. Homogeneizar aos poucos a soluo

    juntamente com as fezes em um copo plstico.

  • 32

    2. Coar com tamis para outro copo. Preencher o tubo de centrfuga, e levar para a centrfuga

    por 10 minutos a 1600 rpm.

    3. Flambar a ala bacteriolgica, esfriando em recipiente com gua.

    4. Pegar uma gota da flutuao e pingar em uma lmina, cobrindo com a lamnula.

    5. Observar no microscpio em objetiva de 100x.

    Faust

    1. Pegar 1 g de fezes e homogeneizar em 10 ml de gua em um copo plstico.

    2. Coar com tamis para outro copo.

    3. Colocar a suspenso no tubo de centrfuga e levar para a centrfuga 3x a 2500 rpm

    durante 1 minuto, descartando o sobrenadante entre uma centrifugao e outra.

    4. Homogeneizar tudo com 10 ml de sulfato de zinco e centrifugar novamente por 1 minuto a

    2500 rpm.

    5. Coletar 1 gota do sobrenadante com ala bacteriolgica e colocar na lmina, colocando

    uma gota de lugol.

    6. Observar no microscpio em objetiva de 100x.

    Mtodo de Willis

    Tem por finalidade o exame coproparasitolgico qualitativo com princpio de flutuao para

    pesquisa de ovos de helmintos.

    Materiais

    - Soluo hipersaturada de cloreto de sdio

    - Copos descartveis

    - Coador (tamis)

    - Gaze

    - Palitos de madeira

    - Borel

    - Placa de Petri

    - Lminas e lamnulas

    - Fezes

    Mtodo

    1. Pegar 3,0 gramas de fezes e homogeneizar em 40 ml de soluo de NaCl em um

    copo plstico.

    2. Coar com tamis e gaze para outro copo.

  • 33

    3. Sobre uma placa de Petri, preencher um borel com a suspenso de fezes coadaat

    formar um menisco convexo na borda do borel.

    4. Colocar a lmina sobre o menisco, com cuidado para no formar bolhas, deixando

    a lmina em repouso de 10 a 15 minutos.

    5. Cobrir com lamnula e observar no microscpio em objetiva de 100x.

    Mtodo de Hoffman

    Tem por finalidade exame coproparasitolgico qualitativo com princpio de sedimentao para

    pesquisa de ovos de helmintos.

    Materiais

    - gua

    - Copos descartveis

    - Coador (tamis)

    - Gaze

    - Palitos de madeira

    - Clice de sedimentao

    - Pipeta Pasteur

    - Lminas e lamnulas

    - Fezes

    Mtodo

    1. Pegar de 5 a 10g de fezes e homogeneizar em 250 a 300 ml de gua.

    2. Filtrar a suspenso de fezes para um clice de sedimentao e aguardar cerca de

    25 minutos.

    3. Desprezar 2/3 do sobrenadante.

    4. Acrescentar gua at a borda do clice e aguardar cerda de 25 minutos. Repetir o

    procedimento at a soluo ficar limpa.

    5. Pipetar o sedimento para a lmina, cobrindo com a lamnula.

    6. Observar no microscpio em objetiva de 40x.

    Concluso

    Sendo o exame parasitolgico de fezes um dos mais solicitados na rotina laboratorial, de

    extrema importncia o entendimento dos princpios, aplicao e indicao dos diversos mtodos

  • 34

    parasitolgicos disponveis para o diagnstico dos parasitos intestinais. Tambm devemos estar

    atentos quanto ao perodo de exposio e de analise a ser realizado com a amostra.

    Imunologia

    Beta-HCG Ltex

    Finalidade do teste

    Sistema para deteco qualitativa da gonadotrofina corinica humana (hCG) por

    aglutinao direta do ltex em amostras de urina, usando partculas de ltex revestidas com

    anticorpo monoclonal. Somente para diagnostico in vitro.

    Significado clnico

    A gonadotrofina corinica humana um hormnio glicoproteico produzido pela placenta

    durante a gravidez. Homens sadios e mulheres sadias no-gravidas no possuem nveis de HCG

    detectveis.

    Normalmente, encontra-se presente no soro e urina de mulheres gravidas aps o stimo

    dia da concepo. O HCG secretado 6 a 8 dias aps a concepo, aumentado rapidamente ate

    um pico de 50.000 a 200.000 um/mL na 6 a 8 semana. A partir de ento, sua concentrao

    comea a cair, atingindo aps a 20 semana, um plateau de 5.000 a 20.000 um/mL para o

    restante da gravidez.

    Alm da gravidez, valores altos de HCG podem ser encontrados em enfermidades

    trofoblsticas de origem gestacional e no gestacional. Essas situaes devem ser identificadas

    antes de se fazer o diagnostico de uma gravidez.

    Procedimento

    1. Pipetar 25 L da urina do paciente em umas das reas da placa de reao.

    Emoutras duas reas da placa de reao, colocar uma gota do Controle Positivo e

    uma gota do Controle Negativo.

    2. Adicionar 25 L do Ltex HCG (bem homogeneizado) as reas de reao,

    contendo a urina Teste, o Controle Positivo e o Controle Negativo. Usando palitos

    distintos, misturar bem a urina com o ltex. Inclinar a placa de reao, lenta e

    cuidadosamente, para frente e para tras, com movimentos oscilatrios em planos

  • 35

    diferentes, por 2 minutos. Pode-se utilizar um mixer com uma rotao de 100 rpm

    por 2 minutos. Aps os 2 minutos realizar a leitura dos resultados sobre uma luz

    artificial para verificar presena ou no de aglutinao macroscpica.

    Resultados

    Positivo

    Aglutinao visvel (ntida), indicando presena de hCG na amostra analisada em

    concentraes superiores a 200 mUl/mL.

    Negativo

    Ausncia de aglutinao, indicando presena de hCG na amostra analisada em

    concentraes inferiores a 200 mUl/mL (200UI/L).

    Chagas - HAI

    Finalidade

    Eritrcitos de aves estabilizados, sensibilizados com componentes antignicos do

    Trypanossoma cruzi altamente purificados, mostram aglutinao quando reagem com anticorpos

    contra esses antgenos presentes no soro do paciente.

    Importncia clnica

    A doena de Chagas ou Tripanossomase Americana uma infeco endmica, de

    evoluo essencialmente crnica, causada por um protozorio, o Trypanossoma cruzi, e

    transmitida ao homem por um inseto, o triatomneo.

    Imunologicamente, 3 estgios podem ser considerados: agudo, latente ou indeterminado e

    crnico. Na fase aguda, verificam-se febre, miocardiopatia, linfoadenopatia, hepatoesplenomegalia

    e parasitemia. A multiplicao intracelular dos parasitas nos msculos lisos e estriados e clulas

    do sistema retculo endotelial acarreta a formao de pseudocistos. Na fase intermediria ou

    latente no h sintomas. A doena pode evoluir para a fase crnica com sinais de miocardiopatia,

    degenerao das clulas ganglionares do sistema nervoso central e perifrico, hipertrofia e

    dilatao de certos rgos, tais como esfago e clon.

    Pelos altos ndices de prevalncia e morbidade, ela se tornou um dos maiores problemas

    de sade pblica em toda a Amrica Latina.

    Como a minoria dos indivduos com sorologia positiva para T. cruzi desenvolve evidncias

    clnicas da doena crnica, as informaes prestadas pelo laboratrio clnico tornam-se decisivas

    no diagnstico etiolgico.

  • 36

    Vrios so os mtodos utilizados para o diagnstico da doena de Chagas: reao de

    fixao de complemento, aglutinao, precipitao, imunofluorescncia, hemaglutinao e

    imunoenzimtico.

    Destes, os mais utilizados so reaes de hemaglutinao indireta (HAI), as reaes de

    imunofluorescncia indireta (IFI) e os imunoenzimticos (ELISA).

    Materiais

    suspenso de hemcias sensibilizadas

    soluo diluente

    2-mercaptoetanol

    soro controle positivo

    soro controle negativo

    amostra/soro

    tubos

    pipetas

    placa de microtitulao

    Mtodo

    1. Colocar a placa de microtitulao sobre um pano mido para neutralizar as foras

    eletrostticas.

    2. Pegar 10ml da soluo diluente e acrescentar 70l de 2-mercaptoetanol.

    3. Diluir em um tubo de ensaio 10l da amostra com 0,31ml da soluo diluente com

    2-mercaptoetanol preparada anteriormente.

    4. Pipetar 50l do soro controle positivo, negativo e da diluio da amostra nas

    respectivas cavidades da placa, sugere-se A1 controle positivo, A2 controle

    negativo e A3 amostra testada.

    5. Adicionar 25l da suspenso de hemcias sensibilizadas em cada cavidade.

    6. Agitar a placa por vibrao mecnica ou batendo, com os dedos nas bordas da

    placa por 3 a 4 minutos. Deixar em repouso por 1 a 2 horas em temperatura

    ambiente, em local livre de vibraes. Fazer a leitura

    Resultado

    Reao negativa: quando as hemcias depositam no fundo da cavidade formando um

    boto.

  • 37

    Reao positiva: quando as hemcias se depositam no fundo da cavidade como um

    tapete, as vezes com bordas irregulares.

    Fator Reumatide - Ltex

    Finalidade

    Sistema para determinao qualitativa e semiquantitativa, em lminas, dos fatores

    reumatoides em soro. Somente para uso diagnstico in vitro.

    Significado clnico

    Soro com teores de fatores reumatoides superior a 8 U.I/mL levam a aglutinao do ltex,

    o que evidenciado pela formao de grumos finos ou grosseiros.

    A positividade de fator reumatoide em pacientes portadores de artrite reumatoide oscila

    entre 70% e 85 %.

    Fator reumatoide est presente em numerosas patologias onde o sistema imunolgico

    altamente estimulado. Citam-se endocardite bacteriana subaguda, malria, sfilis, tuberculose,

    hepatite crnica, hansenase (lepra), leishmaniose, sarcoidose, mononucleose infecciosa, calazar,

    linfomas, macroglobulinemia, poliarterite nodosa, lpus eritematosos sistmico, leucemia mieloide

    crnica, infeco viral crnica e doenas autoimunes.

    A presena de fator reumatoide no estabelece o diagnostico de artrite reumatoide, bem

    como a sua ausncia no o afasta.

    Materiais

    kit reagentes ( FR -Ltex, controle positivo, controle negativo, lmina e hastes para

    homogeneizao);

    tubos de ensaios

    pipetas semiautomticas de 25 uL e 200 uL;

    ponteiras descartveis;

    cronometro

    amostra (soro)

    Procedimento

    Teste Qualitativo

    1) utilizar soro no diludo;

  • 38

    2) os reagentes e amostras devem ser ambientados antes da realizao do teste. a

    sensibilidade do reagente diminui em temperatura baixas;

    3) adicionar ao primeiro crculo da 25 uL de soro, ao segundo do controle positivo e ao

    terceiro 25 uL do controle negativo;

    4) Homogeneizar o FR Ltex e adicionar 25 Ul do mesmo em cada circulo;

    5) Homogeneizar as duas gotas, com uma haste plstica. Utilizar uma haste para cada

    teste;

    6) Imprimir movimentos circulares lmina durante 2 minutos.

    7) Fazer a leitura com a seguinte interpretao.

    Resultados

    Teste positivo: ntida aglutinao.

    Teste negativo: suspenso homognea.

    Valores de Referncia: Inferior a 8 U.I /ml

    Teste Semiquantitativo

    1) Rotular 6 tubos de 1 a 6;

    2) Colocar, a partir do tubo 1, 200 uL de soluo fisiolgica (salina);

    3) Transferir 200 uL de soro para o tubo 1, homogeneizar, transferir para o tubo 2, e assim

    sucessivamente, at o tubo 6.

    4) Teremos ento as diluies que se seguem, com as respectivas equivalncias.

    TUBO

    1 2 3 4 5 6

    Diluio Soro

    no

    diludo

    1:2 1:4 1:8 1:16 1:32 1:64

    FR.

    U.I/mL

    8 16 32 64 128 256 512

    Resultado

  • 39

    Proceder ao teste como descrito para teste qualitativo. Ser considerada positiva a maior

    diluio da amostra que apresentar aglutinao. Expressar o resultado em U.I /mL

    HIV

    A sigla AIDS significa Sndrome da Imunodeficincia Adquirida, O vrus da AIDS

    conhecido como HIV e encontra-se no sangue, no esperma, na secreo vaginal e no leite

    materno das pessoas infectadas com o vrus.

    Fundamentos do mtodo

    Os poos da policubeta esto recobertas com antgenos recombinantes dos vrus HIV-1 e

    HIV-2. A amostra incubada nos poos, se ela contm anticorpos contra HIV-1 ou HIV-2 ocorrer

    a unio com os antgenos sensibilizados na policubeta. O material no unido deve ser removido

    por lavagem. No passo seguinte adicionado o conjugado, que contm os mesmos antgenos do

    que a policubeta, conjugados com peroxidase. Se a amostra contm os anticorpos, ser unido o

    conjugado. O conjugado no unido removido por lavagem. A seguir adicionada uma soluo

    contendo tetrametilbenzidina e perxido de hidrognio. As amostras reativas desenvolvero cor

    azul claro que se torna amarela quando a reao parada com cido sulfrico.

    Significado clnico

    Os vrus da imunodeficincia humana (HIV-1 e HIV-2) so os agentes causadores da

    Sndrome da Imunodeficincia Adquirida (SIDA). Estes retrovrus so transmitidos pela exposio

    a certos fludos corporais infectados, principalmente secrees genitais e sangue ou produtos

    contaminadosderivados do sangue e por passagem atravs da placenta A evidncia sorolgica da

    infeco por HIV-1 e HIV-2 pode ser obtida determinando a presena de antgenos e anticorpos

    no soro de indivduos nos quais suspeita infeco. Os antgenos podem, geralmente, ser

    detectados na fase agudae durante a fase sintomtica da enfermidade. Os anticorpos podem ser

    detectados ao longo de toda a infeco, comeando na fase aguda ou imediatamente depois dela.

    O ensaio de HIV 1+2 ELISA 3 Generacin foi desenvolvidopara detectar anticorpos contra HIV-1,

    HIV-1 grupo O e HIV-2.

    Procedimento

    Amostra (Soro ou plasma).

  • 40

    1- Levar os reagentes e amostras a temperatura ambiente antes de iniciar a prova.

    2- Preparar o volume necessrio de Tampo de Lavagem diludo.

    3- Colocar no suporte de tiras, a quantidade de poos requeridos para a quantidade de

    determinaes a serem realizadas, incluindo 2 poos para o Controle Positivo (CP) e 3 para o

    Controle Negativo (NC).

    4- Colocar a Amostra (A) e os controles de acordo com o seguinte esquema:

    A CP CN

    Controle Positivo --- 50L ---

    Controle Negativo --- --- 50L

    Amostra 50L --- ---

    Conjugado 100L 100L 100L

    Revelador 100L 100L 100L

    Stopper 100L 100L 100L

    5- Para evitar a evaporao, cobrir a policubeta com fita adesiva fornecida e incubar

    durante 30 2 minutos a 37C 1oC.

    6- Depois da incubao, eliminar o lquido de cada poo por completo, lavar 5 vezes

    segundo as instrues de lavagem (VIDE PROCEDIMENTO DE LAVAGEM)

    7- Acrescentar o Conjugado;

    8- Para evitar a evaporao, cobrir a policubeta com fita adesiva. Incubar durante 30 2

    minutos a 37oC 1oC.

    9- Lavar 5 vezes segundo as instrues de lavagem.

    10- Colocar o Revelador transvasando a um recipiente limpo somente o volume

    necessrio. No voltar o Revelador remanescente ao frasco original. Evitar o contato do reagente

    com agentes oxidantes.

    11- Incubar durante 30 2 minutos a temperatura ambiente (18-25oC), protegido da luz.

    12- Acrescentar o Stopper;

    13- Ler a absorbncia em espectrofotmetro em forma bicromtica a 450/600-650 nm ou a

    450 nm.

    Nota: recomenda-se realizar sempre a leitura em forma bicromtica. Caso a leitura for

    monocromtica, realizar um branco de reagentes que dever ser subtrado das leituras das

    amostras

    Interpretaes dos resultados

    a) Com instrumental ptico

  • 41

    A presena ou ausncia de anticorpos anti-HIV-1 ou HIV-2 determinada relacionando a

    absorbncia da amostra com o valor do Cut-off.

    Cut-off = CN + 0,250 CN: promdio das D.O. do Controle Negativo

    Exemplo: 0,018 + 0,250 = 0,268

    Amostras No Reativas: so consideradas aquelas com absorbncias menores ao valor

    Cut-off.

    Amostras Reativas: so consideradas aquelas com absorbncias maiores ou iguais ao

    valor Cut-off.

    b) Interpretao visual

    Se escolhido este tipo de interpretao, deve ser considerada No Reativa toda amostra

    que no apresente uma cor maior do que aquela dos Controles Negativos. Pelo contrrio, uma

    amostra nitidamente amarela considerada

    Reativa. Toda amostra inicialmente reativa, deve ser repetida por duplicado. Se uma ou

    ambas repeties fossem positivas, a amostra deve ser considerada reativa. Uma amostra

    inicialmente reativa pode ser no reativa nas duas repeties. Isto pode ser devido :

    - Contaminao cruzada de um poo no reativo por uma amostra reativa.

    - Contaminao da amostra durante a dispensao, impreciso no dispensado da amostra,

    Conjugado e/ou Revelador no poo.

    - Reutilizao de ponteiras.

    - Contaminao do poo com hipoclorito ou outros agentes oxidantes.

    Em certos casos, uma amostra no reativa pode apresentar uma reao falsamente

    reativa, tanto na anlise inicial como em suas repeties. Algumas causas destes fenmenos

    podem ser:

    - Contaminao de uma amostra durante sua extrao, processamento ou conservao.

    - Presena de substncias interferentes, tais como autoanticorpos, frmacos, etc.

    - Dispensao e / ou aspirao ineficiente da soluo de lavagem (sistema obstruido).

    Teste VDRL

    Introduo

  • 42

    A sfilis uma doena infecciosa humana produzida por uma espiroqueta, o Treponema

    pallidum. Ela primeiramente uma doena transmitida sexualmente. Outras possveis viam de

    transmisso a transfuso de sangue infectado, hoje praticamente eliminada atravs de triagem

    sorolgica de rotina, e a perinatal (sfilis congnita) transmitida in tero, pelos treponemas

    procedentes da me infectada para o feto em desenvolvimento.

    Clinicamente, aps um perodo de incubao que varia de 10 a 90 dias, pois

    inversamente relacionado com a quantidade do inoculado, ocorre, em 85% dos pacientes, o

    surgimento de um cancro, que uma leso solitria e indolor, caracterizando a sfilis primaria.

    Aproximadamente 4 a 10 semanas aps o aparecimento do cancro, surgem

    frequentemente sintomas como perda de peso, cefalia, anorexia, mialgia, artralgia, mal-estar,

    febre baixa, linfodenopatia generalizada e exantema (presente Treponema pallidum in tero em 75

    a 100% dos casos), o que caracteriza a sfilis secundria. Podem ocorrer tambm neste estgio

    manifestaes de comprometimento do sistema nervoso central. Aps as manifestaes primrias

    ou secundrias, ocorre o perodo conhecido como sfilis latente, caracterizado por testes

    sorolgicos positivos e ausncia de achados clnicos. Pode ter durao de 1 a 2 anos. Sem

    tratamento, cerca de um tero dos pacientes apresenta sfilis terciria, que pode manifestar-se

    como goma (15%), sfilis cardiovascular (10%) ou neurossfilis (8 a 10%).

    Os testes sorolgicos para sfilis so classificados como no-treponmicos, usados mais

    comumente para a triagem, como o VDRL e o, e treponmicos, usados como testes confirmatrios

    para os soros reativos nos testes de triagem, como o, (Veneral Disease Research Laboratory) e

    o RPR (Rapid Plasma Reagin) e treponmicos, usados como testes confirmatrios para os soros

    reativos nos testes de triagem, como o TPHA (Treponema pallidum Hemagglutination) o FTA-

    Abs (FluorescentTreponemalAntibodyAbsorption) e ELISA (Enzyme-LinkedImmunosorbentAssay).

    Objetivo

    O VDRL um teste de floculao, no-treponmico, para diagnstico da sfilis, atravs da

    pesquisa de anticorpos no soro, plasma ou lquido cefalorraquidiano (LCR), com a grande

    vantagem sobre o VDRL clssico por consistir em uma suspenso estabilizada e pronta para uso.

    Princpio do Mtodo

    Quando a suspenso antignica do VDRL misturada com o soro, plasma ou lquido

    cefalorraquidiano (LCR) que contenham anticorpos (reaginas), as partculas de antgeno floculam

    e o resultado da reao observado ao microscpio. A ausncia de floculao indica resultado

    negativo.

    Materiais necessrios

  • 43

    Tubos de ensaio para diluio e titulao

    Pipetas sorolgicas

    Estante para tubos e rack de ponteiras

    Recipiente para descarte de material

    Placa escavada

    Salina a 0,9%

    Amostra

    Soro ou plasma no inativados e lquido cefalorraquidiano (LCR), livre de hemlise, lipemia

    e contaminao. Em caso de necessidade, as amostras podem ser conservadas no mximo por 4

    a 6 semanas a -20 C.

    Procedimento

    Teste qualitativo

    Objetivo: para triagem e eliminao das amostras no reagentes.

    1. Pipetar 50 l das amostras e soros controles nas cavidades da placa escavada.

    2. Pipetar 20 l da suspenso antignica homogeneizada nas mesmas cavidades das

    amostras. No necessrio misturar esses dois componentes.

    3. Agitar a placa durante 4 minutos a 180rpm.

    4. Imediatamente aps os 4 minutos, observar ao microscpio.

    OBS: Para evitar o efeito de pr-zona sugerimos que o teste qualitativo seja realizado com

    soro, plasma ou lquido cfalo- raquidiano (LCR) puro e diludo.

    Resultados das leituras

    Reao Negativa: AUSNCIA de agregados. Aspecto homogneo.

    Reao Fracamente Positiva: PRESENA de pequenos agregados dispersos.

    Reao Positiva: PRESENA de mdios e grandes agregados.

    Teste semiquantitativo

    1. Fazer diluio da amostra em soluo salina a 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32 e mais se

    necessrio.

  • 44

    2. Pipetar 50 l de cada diluio em cada cavidade da placa escavada.

    3. Pipetar 20 l da suspenso antignica homogeneizada em cada diluio. No

    necessrio misturar.

    4. Agitar a placa durante 4 minutos a 180rpm.

    5. Imediatamente aps os 4 minutos, observar ao microscpio.

    Ttulo da amostra

    Ser o da ltima diluio onde, ainda, se visualiza a presena de agregados.

    Interpretao

    Podem ocorrer reaes falso-positivas com o VDRL em condies como: imunizaes,

    infeces, gravidez, malria, doenas auto-imune (lpus eritematoso sistmico etc.), doenas

    malignas etc. Se o VDRL for positivo deve-se realizar um teste confirmatrio, especfico para

    treponema.

    PCR Ltex

    Introduo

    A Protena C Reativa (PCR) juntamente com a velocidade de hemossedimentao (VHS) e

    as mucoprotenas fazem parte das chamadas reaes de fase aguda, que quando alteradas

    caracterizam atividades inflamatrias inespecficas, auxiliando o diagnstico e o controle evolutivo

    da inflamao.

    A PCR aparece muito precocemente no soro de pacientes afetados por uma variedade de

    processos inflamatrios e necrose de tecidos, tais como infeces bacterianas, doena reumtica

    aguda, infarto de miocrdio, certas doenas virais, tuberculose pulmonar ativa, artrite reumatoide

    e neoplasia maligna.

    O aumento da PCR uma resposta inespecfica atividade inflamatria, sendo suas

    caractersticas mais marcantes o aparecimento precoce, vem como o seu rpido desaparecimento

    ( 1 a 2 semanas).

    Objetivo

    Pesquisar PCR, em amostras de soro, usando-se partculas de ltex revestidas com

    anticorpo monoclonal anti-PCR por aglutinao indireta.

    Procedimento

  • 45

    a) Teste qualitativo

    1.Pipetar 25l do soro do paciente em uma rea do carto-teste.

    2. Homogeneizar a suspenso de ltex (1) e pipetar 25 l na mesma rea da amostra.

    3. Misturar muito bem o soro com o ltex, espalhando-se cuidadosamente com uma vareta

    plstica.

    4.Atravs de movimentos suaves de rotao, sob uma boa fonte de luz, observar durante 2

    minutos a formao de uma eventual aglutinao.

    Observao: Para cada srie de testes devem se fazer controles positivo e negativo para

    verificar a correta execuo da tcnica e o estado de conservao dos reativos.

    Efeito pr-zona pode ocorrer em concentraes superiores a 400 mg/litro. Se houver

    suspeita de nveis superiores a este, a amostra dever ser diluda.

    Resultados das leituras

    Resultado Positivo: Aglutinao ntida. Concentrao igual ou superior a 6 mg/litro.

    Resultado Negativo: Total ausncia de aglutinao. Concentrao inferiora6mg/litro.

    Observao: A sensibilidade do teste de 6 mg/litro. Portanto, consideram-se soros

    negativos os que possuam menos que 6 mg/litro.

    b) Teste Semiquantitativo:

    1. Diluir o soro do paciente em salina (NaCl a 0,9%) 1:2, 1:4, 1:8, 1:16 e mais, se

    necessrio.

    2.Pipetar 25l de cada diluio em cada rea do carto-teste.

    3.Homogeneizar a suspenso de ltex (1) e pipetar 25l em cada rea onde se encontra a

    diluio daamostra.

    4. Misturar muito bem o soro com o ltex, espalhando-se cuidadosamente com uma vareta

    plstica (uma para cada diluio).

    5.Atravs de movimentos suaves de rotao, sob uma boa fonte de luz, observar durante 2

    minutos a formao de aglutinao. O ttulo da amostra corresponder a maior diluio em que

    ocorrer aglutinao. A concentrao de PCR ser dada pelo seguinte clculo:

    Concentrao (mg/litro)=6 x D,onde6asensibilidade do teste e D, a maior diluio que

    apresenta aglutinao.

    Exemplo: Se o ttulo obtido for 1:8, a concentrao aproximada de PCR existente na

    amostra ser: 6x8= 48 mg/litro.

  • 46

    Toxoplasmose

    Objetivo

    O exame laboratorial baseado na pesquisa da presena do parasito ou presena de

    anticorpos especficos. Na toxoplasmose podem ser identificadas duas formas distintas: a

    congnita e a adquirida.

    Procedimentos

    Teste qualitativo:

    1. Colocar a placa sobre um pano mido para neutralizar as foras eletrostticas.

    2. Usar 1 cavidade da placa por amostra, incluindo sempre os controles positivo e

    negativo, prontos para o uso.

    3. Pipetar 25L do soro controle positivo, negativo e da diluio 1/32 de cada amostra

    nas respectivas cavidades da placa.

    4. Adicionar 25L da suspenso homognea de hemcias em cada cavidade.

    5. Agitar a placa por vibrao mecnica (agitador da placa) ou batento com os dedos

    nas bordas da placa por 3 a 4 minutos.

    6. Deixar em repouso por 1 a 2 horas em temperatura ambiente, em local livre de

    vibraes.

    7. Fazer a leitura.

    Interpretao

    Soros que do reao negativa so informados como no reagentes, significam

    ausncia de infeco atual ou pregressa para toxoplasmose. Nos casos em que ocorre reao

    negativa, mas com suspeita clnica de toxoplasmose, deve-se repetir o teste aps alguns dias,

    pois pode tratar-se de perodo pr-sorolgico. Todos os soros que apresentam reao positiva

    devero ser testados quantitativamente para determinao da fase da doena.

    Teste semiquantitativo

    1. Partir de uma diluio do soro de 1/32 conforme terceiro item do teste qualitativo.

    2. Pipetar 25L da soluo diluente a partir da segunda cavidade da placa at a

    diluio que se pretende estudar.

    3. Transferir 25L da diluio do soro 1/32 para a primeira e segunda cavidade.

    Homogeneizar bem o soro com diluente na segunda cavidade (diluio 1/64) e

  • 47

    transferir 25L para a terceira cavidade (diluio 1/128) e assim sucessivamente,

    desprezando 25L no final.

    4. Pipetar 25L da suspenso homognea de hemcias em todas as cavidades.

    5. Agitar a placa por vibrao mecni


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