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R. Josinete O. Alves Campina Grande

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____EditorialEditorialEditorialEditorial / Introdução/ Introdução/ Introdução/ Introdução

O anseio de produzir um texto queer que abarcasse a maior quantidade de informações e interpretação pessoal veio de modo não tão agradável. Foi quando recebi não lembro como, uma proposta para um dossiê de estudos queer. Por um tempo minúsculo eu pensei: “Uaw, minhas idéias não são tão tênues ou solitárias afinal.” Mas depois eu me atentei ao tipo de proposta que era feita... Estudos queer... Não era uma coletânea de textos queer, de textos produzidos por queer, uma produção contracultural, não... Era uma chamada a autores, provavelmente acadêmicos a fazerem artigos a respeito do queer. Como produto de discurso acadêmico! Então me toquei, estes nos abordam como uma teoria somente e não como um movimento, uma postura. Não que isso não aconteça com outras contraculturas, mas ter recebido tal proposta me revoltou de certo modo. Como se os autores que sobre queer falam ou falaram tivessem nos dado, incitado ou inspirado em algo que não já fossemos possuidores... Lembro que na época ainda lancei algumas produções queer, mas não tão ambiciosamente complementada como pretendo esta.

Pode parecer até imaturo, mas este aspecto de ser tornado somente uma estatística, um evento decifrável é inquietante! E creio que é também para qualquer libertário que seja assim tomado. Estes autores falam sobre nós, de nossas idéias! Não digo que tais estudos não sejam úteis no âmbito acadêmico e somente para quem interessa. Só que não é de modo algum comparado a uma realidade vivenciada. Assim sendo, tais textos poderão falar muito de e sobre teorias, de um ou de outro comportamento, identidade e coisas que são estudáveis, de uma ou de outra localidade, mas jamais falarão como queer. Sendo. Pois cada queer é único em teoria, prática e ideologia. Diferentemente dos documentos acadêmicos que se copiam e copiam infinitamente fazendo estudos de estudos e de teorias apócrifas rerererepetidas.

Uma vez escrevi um conto no qual alguns personagens homens (libertários) mantinham relação

entre si e tinham eles certo destaque, até porque estes eram protagonistas. Mas mulheres também mantinham e casais entre homens e mulheres também. Depois de ter lido, um amigo (libertário) me veio e falou que a história ficou por demais homoerótica... Eu realmente quis não entender o que ele estava achando homoerótico, pois aquela relação que mais era explicitada não era uma relação homossexual, pois se tratava de um queer se relacionando.

Tentei-lhe expressar o que significa não ter significado de tal modo em relações, que as relações entre eles, os personagens assim como comigo são algo além destas construções e convenções determinadas de gênero e sexualidade, mas não tive tanto sucesso... Infelizmente eu entendia a ignorância dele. Assim como entendo que a cultura do homossexual como a minoria e o heterossexual como norma é o que sobreleva, mesmo dentro de meios contraculturais. Imaginem se fosse um casal de homem/mulher... Não seria nem mencionado tal relacionamento, afinal o conto não tratava exclusivamente do relacionamento deles, e sim de outros aspectos exteriores. O erotismo ou o que consideram como, era só mais um detalhe.

E o questionamento veio: O que faz de um romance homossexual, hétero ou seja lá o que for? O seu autor, a peculiaridade de um relacionamento não tão convencional ao cultural, assim sendo rotulado por um detalhe mais excêntrico...? Eu pensava que o leitor era o que categorizava a obra, afinal cara, o conto era libertário, contracultural, para libertários!

Assim creio que o queer, como vemos, e como vêem as relações não são ou serão percebidas de uma hora pra outra, mesmo por pessoas libertárias. Nem é esta minha vontade somente. Este não é um debate pós-estruturalista. Achei necessária a produção de tal texto para de alguma forma, mesmo que não

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consiga passar tudo do que tenho como libertáriofundamentais como a dissonância de tais rótulos culturais. E o que isso significa no âmbito do pensamento social e de como as relações que consideram aspectos de modo tal são preconceituosas.

Esta é uma produção queer marginal feita por mim, pra estudos no campo acadêmico! Não queremos tal obra adicionada a nenhum trabalho de pesquisa não é?! A reprodução e divulgação completa ou em parte deste material não sórecomendadas, citando ou não autor. Partes de alguns textos foram retiradas quase que integralmente do que no momento acho a fonte de estudo mais interessante e livre do ponto de vista bibliográfico: Wikipédia, A Enciclopédia Livre. (EBezerra). Nada do que segue escrito é absoluto, pois não há uma verdade sobre o que é ou como ser ou não queer. Faça você mesmo o você, quem e porque é você! Seja!

De se descontar a presença num velório.

consiga passar tudo do que tenho como libertário/queer, possa introduzir uma reflexão em aspectos tão fundamentais como a dissonância de tais rótulos culturais. E o que isso significa no âmbito do pensamento social e de como as relações que consideram aspectos de modo tal são preconceituosas.

marginal feita por mim, queer para todos marginais e curiosos, menos pra estudos no campo acadêmico! Não queremos tal obra adicionada a nenhum trabalho de pesquisa não é?! A reprodução e divulgação completa ou em parte deste material não sórecomendadas, citando ou não autor. Partes de alguns textos foram retiradas quase que integralmente do que no momento acho a fonte de estudo mais interessante e livre do ponto de vista bibliográfico:

. (Em português, inglês e francês - agradecimento tradutório a Ribamar Bezerra). Nada do que segue escrito é absoluto, pois não há uma verdade sobre o que é ou como ser ou

você, desfaça, construa e desconstrua todo dia toda hora, s

Primavera

IncógnitoIncógnitoIncógnitoIncógnito

Caíram as folhas do outono, Queimaram a derma ao verão. No inverno caíram em sono. Na primavera flores serão! E assim se transformarão!

Faça-me pensar em teu pensamento, Faça-me cantar nosso momento, Não deixe-me cair em lamento, Faça-me teu incógnito sentimento. Incógnito, incógnito sentimento...

Não busquei teu eu pois achei injusto, Cobrar algo tão fútil e tão simplório. Não cobrei nem quis saber o custo

De se descontar a presença num velório.

Faça-me por um momento, Teu incógnito sentimento.

Incógnito, incógnito sentimento.

, possa introduzir uma reflexão em aspectos tão fundamentais como a dissonância de tais rótulos culturais. E o que isso significa no âmbito do pensamento social e de como as relações que consideram aspectos de modo tal são preconceituosas.

para todos marginais e curiosos, menos pra estudos no campo acadêmico! Não queremos tal obra adicionada a nenhum trabalho de pesquisa não é?! A reprodução e divulgação completa ou em parte deste material não só são permitidas como recomendadas, citando ou não autor. Partes de alguns textos foram retiradas quase que integralmente do que no momento acho a fonte de estudo mais interessante e livre do ponto de vista bibliográfico:

agradecimento tradutório a Ribamar Bezerra). Nada do que segue escrito é absoluto, pois não há uma verdade sobre o que é ou como ser ou

todo dia toda hora, se questionando

Primavera – 2008

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____1. Da Palavra1. Da Palavra1. Da Palavra1. Da Palavra____ QUEER (Kui’r) Da etimologia a palavra representa tantos significados e origens tão indefinidos quanto a própria identidade. Diferindo também as significações dependendo da localidade. O termo que significa literalmente “bizarro” é tão bizarramente amplo quanto fechado. Realmente difícil de traduzir... Termo que provém do inglês que significa, atualmente, original, excêntrico, singular, raro, infreqüente. Também pode ser sinônimo não agressivo, porém genérico para gays, lésbicas, transgêneros e outras minorias, coisa que cabe a interpretação de acordo com o lugar, principalmente nos Estados Unidos. Muito anterior ao termo gay, queer pode ser compreendido através da historia da criação do termo, inicialmente como uma gíria inglesa. Literalmente significara “estranho”, mas a palavra fora usada em uma superposição de significado com a palavra queen “rainha”. Assim o significado desta confusa gíria seria usado para fazer alusão a um ser masculino bastante afeminado, pois este seria ao mesmo tempo uma rainha e algo masculinamente excêntrico. Outra derivação pode ser oriunda do Inglês Antigo, que significaria questionado ou desconhecido. A palavra queer significa ela própria “através”, advindo da raiz indo-européia twerkw, que deu igualmente o alemão quer “transversal”, o inglês athwart “através de”... Tendo em mãos estas derivações, ou melhor, raízes não podemos considerar prepotência a idéia de ter o queer como uma pós-identidade, já que está transversalmente etimologicamente posta. Discutimos bastante sobre este aspecto de achar que nós queer estamos além em aspectos identitários e chegamos à conclusão não tão dificilmente que antes sejamos além do que sub. Se isso agride de alguma forma quem tem a identidade como um aspecto social estático ou se acha prepotência nossa nos sentirmos além este é mesmo nosso objetivo! Você que tem uma identidade determinada deve se questionar quem ou o que determina sua identidade. Ou se tem identidade suficiente para questionar tal fato. Neste aspecto além de maiores embasamentos sobre ideologias e comportamentos, o queer já vem mostrar com seu significado de ampla e incerta traduzibilidade em si que é transitivo, e transitivo de múltiplas formas. Logo abarcando uma carga de possibilidades de tradução e acolhimento de acordo com a hipótese de quem tentar explanar ou ter tal nomenclatura para si. Hoje posso dizer francamente que fui anteriormente relutante em aceitar tal palavra pra definir o que eu havia construído em mim, mesmo antes sem conhecer nada sobre o que chamam de teoria queer. Por muito perguntei se era uma palavra que daria mais força ou mais atitude ao que sou. Entretanto vi que o queer além de tudo isso até aqui discutido não é só um termo que pode ter tradução. Não é só uma movimentação ou ideologia E num dia de reflexão a chama acendeu na mente e de um momento para outro como num piscar de olhos compreendi da melhor forma a tradução indubitável do que é queer: É ser como sempre me senti, em relação a mim, ao outro, à tal ética e à moral que predomina em nossa sociedade alienada... É ser em si (pessoalmente) uma quebra com todos os padrões vigentes que determinam o que você é ou pode ser. Além das escolhas que dizem que você pode fazer. Além das falsas necessidades que têm de assumir o que se é por uma etnia, uma orientação uma cultura etc... O significado de queer é ser como todo ser social identitário tem a possibilidade de ser se livre desejar ser – Incógnito.

ParentescoParentescoParentescoParentesco

As flores, As frutas, Os objetos, Representam Os desejos De sermos Flores, Frutas, Objetos, Somente.

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_2. Da História2. Da História2. Da História2. Da História____

A realidade queer como uma movimentação mais ou menos estruturada surge pela necessidade de uma libertação das separatistas e excludentes reivindicações dos movimentos que anteriormente tinham o status de oprimidas. Que de um modo ou de outro acabaram sendo absorvidos pelo Estado. Seja por algumas esmolas de “direitos”, ou por algumas “aceitações” de dever.

A condição de minoria, ou de identidade minoritária tem um tipo de falsa inteligibilidade funesta. A história política através da qual o movimento gay, por exemplo, vê a si próprio é extremamente seletiva. E a história que ele relata é muito curta. Ela começa com o sucesso do movimento negro pelos direitos civis no sul dos Estados Unidos, nos anos 50 e 60, que se desdobraram sobre novas legislações, sobre uma nova interpretação da tal constituição, e, até certo ponto, sobre uma mobilidade e uma situação social nova para muitos afro-americanos. Em geral, consideramos que o movimento feminista tomou o modelo deste movimento pelos direitos civis, fazendo entender queixas e reivindicações de outro grupo distinto e bem delimitado de “cidadãos”, fisicamente reconhecíveis e ontologicamente imutável. Deixemos claro que este é o momento em que falamos das realizações de sucesso de tais movimentos, e não de suas respectivas origens, que datam de pelo menos quatro décadas anteriores.

Consideramos, igualmente, que outros movimentos de defesa e de reivindicação, fundados sobre uma base racial ou étnica e outros mais, seguiram o mesmo modelo. De maneira paradoxal, estes movimentos reivindicam o direito à uma assimilação social total por um grupo de pessoas, mas eles fizeram isto a partir de uma visão separatista das pessoas que compõem este grupo, supostamente dotadas de uma diferença antológica estável. Este separatismo assimilacionista, que pode evidentemente se proliferar ao infinito, forma a base do que chamam de a “política da identidade”, o “multiculturalismo” ou a “diversidade”, termos que englobam a maioria dos componentes do movimento GLBTetc presente.

Entendamos melhor o que propõe a tal política das identidades pelo principal aspecto do que isto seria...

A identidade... Um contíguo de caracteres próprios e exclusivos de determinada pessoa. Este conceito, entretanto, está ligado às atividades da pessoa, à sua biografia, ao amanhã, sonhos, mitos, características de originalidade e outras características relativas ao sujeito.

A analogia permite que o indivíduo se perceba como sujeito único, tomando posse da sua realidade individual e, portanto, consciência de si mesmo. Este conceito sempre tem preocupado o humano. Pois a identidade não é só o que a pessoa aparenta, ela agrupa várias idéias como a noção de continuação, de pontos que não mudam com o tempo. Algumas destas características imutáveis no geral social comum são o nome da pessoa, parentescos, nacionalidade, impressão digital e outras coisas que permitem a distinção de sua unidade.

A identidade depende da distinção que fazemos entre o “eu” e o “outro”. Passamos a ser alguém quando encontramos o outro porque, desta forma, adquirimos termos de comparação que permitem o destaque das características próprias de cada um. As diversas abordagens têm opiniões diferentes a respeito da possibilidade de mudança da identidade ao longo da vida de uma pessoa.

Outra importante concepção de identidade é a psicossocial, que tem o caráter de metamorfose, ou seja, as mudanças ocorrem constantemente, o que, entretanto, não aparece. A aparência da identidade é de algo que não muda. A identidade, para a psicossocial, pressupõe a realidade social na qual o sujeito está inserido. Revela uma condição de vida, amigos, conceitos, filosofias e costumes. No entanto, sabemos quem é a pessoa, não apenas por sua definição, mas por suas atividades. Esta é a principal construção da identidade: o que se faz de você mesmo! Um ponto importante a ser considerado é que fazemos parte de diversas condições e, portanto, nossa ação é fragmentada. Somos o que fazemos naquele momento, em cada papel que desempenhamos, o de filho, aluno, amigo, irmão, homem, mulher, hétero, homo,

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bissexual... E uma coisa não inclui necessariamente a outra. Cada atividade toma forma a partir de um personagem, que temos nas diversas situações de nossas vidas. Identidade é, para a psicossocial, movimento constante.

Tendo esta breve acepção do que forma as identidades, vemos que muitos dos movimentos que queriam ter sua legitimidade perderam o aspecto de unicidade do ser para assimilar-se a uma identidade determinada do que seria, por exemplo, o negro, a mulher, o gay e assim por diante. Fazendo de tantas pessoas com etnias não importa qual, mas únicas, pessoas definidas e destacadas por somente sua etnia, ou por seu sexo biológico ou por suas práticas sexuais. Deixaram de lado toda a pluralidade que poderiam ter de construção ou desconstrução de si para ser um aspecto delimitado e minúsculo do que pode dar forma a identidade a nosso ver. E tenham certeza, para tais grupos não houve/há coisa melhor do que ter seu lugar delimitado, seu gueto seguro, seu local de conforto.

Por tal falamos de uma nova origem de tais movimentos... O movimento gay identitário de hoje gosta de datar seu ponto de inicio a partir do final dos anos sessenta, e, em particular, é claro, dos motins de Stonewall em 1969. O que desapareceu dessa história, foi o caráter totalmente não-identitário de uma boa parte da política que cingiu sustentada e, de fato, permitindo o nascimento do movimento de liberação gay ao longo deste período. Se for verdade que o movimento negro pelos direitos civis ofereceu um modelo e uma motivação importantes, os outros aspectos do contexto social e político dos anos 60 nos Estados Unidos eram bastante parecidos com os da França e de outros países.

Seus componentes principais eram o movimento contra a guerra do Vietnam, os movimentos de jovens e estudantes à nova cultura de drogas, o movimento de liberação sexual... É evidente que nenhum destes movimentos pôde ser definido de acordo com um critério separatista e imutável de identidade. E por conseqüência, nenhum deles tinha um objetivo assimilador. De fato, a polêmica sobre o fato de saber se a homossexualidade constitui uma identidade minoritária remonta muito mais longe do que aos anos 60. Ela é ao menos tão velha quanto o século. Porém deixemos as identidades sexuais ou de gênero para outro instante.

Do nosso ponto de vista, é sem dúvida muito fácil destacar uma das fraquezas da concepção das “políticas das identidades”, para saber de um refúgio histórico de toda análise em termos de categoria. E é verdade que esta política desenvolveu-se em razão da falta quase total de uma oblíqua política significativa depois da guerra.

O capitalismo abarcou todos os aprimidinhos ofertando e garantindo um lugar em seu aconchegante sisteminha.... Pois todos os outros agora tinham seu lugar assegurado na prateleira do código como definidos, com preços, com direitos e deveres. Tinham obrigação de excluir todos os outros que não estavam de acordo com sua definida identidade. E mesmo os por eles excluídos agora possuíam um lugar em sua “igualitária” sociedade desigual. Pois até para estes o sistema assegurou o sítio de supressão aceita com seus “atrativos” e reconhecimento.

O anarco feminismo tão antigo quanto pelo menos meio século teve e/ou tem maior resistência do que outros movimentos definidos por seu gênero ou por defesa de algo como um gênero. Tendo como raiz a idéia mais essencial para tal: O anarquismo! É um tanto perigoso dizermos que o anarco feminismo surge naquele impacto das identidades de gênero, mas é certamente mais seguro do que dizer que este surgiu por uma negativa às “políticas das identidades” em si. Pois este movimento em particular reconheceu esta fragmentação.

Só então é que ele toma para si mais aspectos identitários. Que já vinha combatendo as falhas das reivindicações do absorvido movimento feminista. Tentando combater não somente o machismo, os preconceitos, dentre tantas outras coisas dos anteriormente sofredores de exclusão, violência e ignorância. Também lutando não só por um reconhecimento de um determinado modelo, mas por uma real igualdade de gêneros.

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Analisar a “política das identidades” dessa forma provoca igualmente outros problemas, sendo o mais importante deles, a sua incapacidade de tornar possível correntes políticas maiores que não sejam estruturadas em termos de identidades estáveis. também arraigado em princípios anarquistas. Na verdade um monte de pessoas incógnitas. Inconformadas com a perda das características dos outros, tementes e revoltados à assimilação. Perceberam a inteligente estratégia do Estado capitalista. Assim em todo o globo quase que ao mesmo tempo foram surgindo, ou se revelando seres com os mesmos aspectos pós

Que fique bem firmado que além dos aspectos sexuais e/ou de gênero das identidades nós surgimos e ou nos revelamos para colidir com os rótulos identitários que tal Estado tentou/tenta implantar. Pois toda definição identitária que nos tentarem impor, propor, dar, emprestar ainda será infinitamente insuficiente.

Como já foi dito anteriormente, cadaaspecto da pós-identidade em si, mas por outro lado todos concordarmos num ponto essencial, de que se não inevitavelmente a identidade é Estado.

Analisar a “política das identidades” dessa forma provoca igualmente outros problemas, sendo o mais importante deles, a sua incapacidade de tornar possível correntes políticas maiores que não sejam estruturadas em termos de identidades estáveis. E é que surge em movimento, (a meu ver) o também arraigado em princípios anarquistas. Na verdade um monte de pessoas incógnitas. Inconformadas com a perda das características dos outros, tementes e revoltados à assimilação. Perceberam a inteligente estratégia do Estado capitalista. Assim em todo o globo quase que ao mesmo tempo foram surgindo, ou se revelando seres com os mesmos aspectos pós-identitarios...

Que fique bem firmado que além dos aspectos sexuais e/ou de gênero das identidades nós s e ou nos revelamos para colidir com os rótulos identitários que tal Estado tentou/tenta

implantar. Pois toda definição identitária que nos tentarem impor, propor, dar, emprestar ainda será

Como já foi dito anteriormente, cada queer de cada realidade diferente será distinto, não só pelo identidade em si, mas por outro lado todos concordarmos num ponto essencial, de que se

não inevitavelmente a identidade é Estado.

O Que Você É? O que Você Pode Ser!O Que Você É? O que Você Pode Ser!O Que Você É? O que Você Pode Ser!O Que Você É? O que Você Pode Ser!

O que faz você ser você no âmago e no exterior?Um braço? Uma perna? Um pênis? Uma vagina?

Quem disse que com tal órgão és superior?E que esse comportamento te faz menino ou menina?

Quem dita o que você é? Os outros...

O tempo/espaço tem Você sente que o mais importante sexo é a cabeça...

O que você veste e o que você faz têm imbricações?Com quem ou o que você ou eu faz sexo é tão pertinente?

Além do horizonte das interpretaçõesMassificadas da alienação social,

Além do monte de besteiras e enganaçõesEngrenadas no controle mental,

Além da liberdade de construçõesArraigadas em pecado e moral,

Ah se você pudesse ser incógnito ao natu

Analisar a “política das identidades” dessa forma provoca igualmente outros problemas, sendo o mais importante deles, a sua incapacidade de tornar possível correntes políticas maiores que não sejam

E é que surge em movimento, (a meu ver) o Queer, também arraigado em princípios anarquistas. Na verdade um monte de pessoas incógnitas. Inconformadas com a perda das características dos outros, tementes e revoltados à assimilação. Perceberam a inteligente estratégia do Estado capitalista. Assim em todo o globo quase que ao mesmo tempo foram surgindo, ou se

Que fique bem firmado que além dos aspectos sexuais e/ou de gênero das identidades nós s e ou nos revelamos para colidir com os rótulos identitários que tal Estado tentou/tenta

implantar. Pois toda definição identitária que nos tentarem impor, propor, dar, emprestar ainda será

de cada realidade diferente será distinto, não só pelo identidade em si, mas por outro lado todos concordarmos num ponto essencial, de que se

O Que Você É? O que Você Pode Ser!O Que Você É? O que Você Pode Ser!O Que Você É? O que Você Pode Ser!O Que Você É? O que Você Pode Ser!

você ser você no âmago e no exterior? Um braço? Uma perna? Um pênis? Uma vagina?

Quem disse que com tal órgão és superior? E que esse comportamento te faz menino ou menina?

Quem dita o que você é? Os outros... Ou o que você sente?

O tempo/espaço tem relação com suas relações? Você sente que o mais importante sexo é a cabeça...

A mente? O que você veste e o que você faz têm imbricações?

Com quem ou o que você ou eu faz sexo é tão pertinente?

Ah se você pudesse ver Além do horizonte das interpretações

Massificadas da alienação social,

Ah se você pudesse ser Além do monte de besteiras e enganações

Engrenadas no controle mental,

Ah se você pudesse ter Além da liberdade de construções Arraigadas em pecado e moral,

Ah se você pudesse ser incógnito ao natural.

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____3. Das Definições3. Das Definições3. Das Definições3. Das Definições____

É de suma importância deixar claras algumas questões a respeito de sexualidade, identidade, orientação e etc. Visto que, um dos principais objetivos do queer é subverter a identidade vigente. Quando ponho aqui o que se segue como aspectos identitários, tenho concordado que estes são feitios que devem ser repensados senão extinguidos como essenciais para nossa composição quanto identitários e queer. Se vamos escolher demonstrar e fazer de tais aspectos os principais pontos de nossa identidade é opção, porém é impossível fazer da orientação sexual, por exemplo, uma simples “opção” que possa ser modificada por um ato voluntário como apertar de um botão. Ou que esta seria somente a composição de um ser complexo como um humano. É de intolerável ignorância dizer que optamos nossa orientação sexual ou dizer que esta é o que você é! Para chegarmos ao aspecto do gênero e conseqüentes, voltemos à identidade...

Diferentes Visões Sobre Identidade

Existem diversos fatores que envolvem a formação de identidades, como a diferença entre os diversos tipos de identidade. A primeira das identidades a considerada primordial é a identidade de gênero homem ou mulher, pois queira ou não as pessoas já rotulam as outras diante disso. Portanto diferentes tipos de identidade são produto da construção da sociedade e da história onde mantém se a relação de poder de acordo com o modelo essencialista, onde a identidade vem da biologia, o que você é, é resultado da sua genética e a ciência vai de acordo com esse modelo.

Há também o modelo de construtivismo em que a identidade é construída, transformada, pois não existem identidades que não passaram por mudanças ao longo dos anos e quando isso ocorre, ela muda de acordo como é vista e interpretada pelos outros. Pois as transformações sociais são tão alarmantes quanto as tecnológicas, políticas e econômicas, então as identidades que encontram se em conflito então no interior dessas transformações.

Hoje em dia os conflitos são mais identitários (religião, cultura), em vez de ideológicos (comunismo, capitalismo), como já foi um dia.

Portanto, atualmente existem inúmeras formas de identidade e essas apesar de serem muitas vezes contraditórias elas acabam se cruzando e podem até se completarem.

Identidade de Gênero

Na sociologia, identidade de gênero se refere ao gênero em que a pessoa se identifica (i.e, se a mesma se identifica como sendo um homem, uma mulher ou se a mesma vê a si como fora do convencional), mas pode também ser usado para referir-se ao gênero que certa pessoa atribui ao indivíduo tendo como base o que tal pessoa reconhece como indicações de papel social de gênero (roupas, corte de cabelo, etc.).

Do primeiro uso, acredita-se que a identidade de gênero se constitui como fixa e como tal não sofrendo variações, independente do papel social de gênero que a pessoa se apresente.

Do segundo, acredita-se que a identidade de gênero possa ser afetada por uma variedade de estruturas sociais, incluindo etnicidade, trabalho, religião ou irreligião, e família.

Na vasta maioria dos casos não há qualquer dificuldade em determinar sexo e gênero. A grande maioria dos seres humanos são considerados ou homens ou mulheres. Antes do século 20 o sexo de uma pessoa era determinado apenas pela aparência da genitália, mas quando se passou a entender cromossomos e genes, estes passaram a ser usados para determinar o sexo. Normalmente, homens possuem genitália masculina e, um cromossomo X e um Y; e mulheres possuem genitália feminina e

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possuem dois cromossomos X. Entretanto algumas pessoas se consideram fora destas categorias, e alguns possuem combinações de cromossomos, hormônios, e genitália que não seguem as definições típicas de "homem" e "mulher". Estudos recentes sugerem que um em cada cem indivíduos podem ter um sexo atípico.

O caso em que se torna mais fácil de entender a necessidade de distinguir sexo e gênero é quando a genitália externa é removida - quando tal caso ocorre por acidente ou por intento deliberado, a libido e a habilidade de expressar uma atividade sexual sofrem alterações, mas não por esta razão o indivíduo deixa de considerar-se como garoto ou homem. Assim, o termo "identidade de gênero" não tem necessariamente relação com o sexo do indivíduo através da análise da genitália externa, dos genes ou dos cromossomos.

Variantes na Identidade de Gênero

Algumas pessoas sentem que sua identidade de gênero não corresponde com seu sexo biológico, sendo identificadas por pessoas transexuais ou pessoas intersexo em algumas situações. Como a sociedade insiste que os indivíduos devem seguir a maneira de expressão social (papel social de gênero) baseada no sexo estas pessoas sofrem uma pressão social adicional.

Por outro lado existem também indivíduos transgêneros em que a identidade de gênero não está conforme a norma social dos dois gêneros macho/fêmea, independentemente de terem ou não concordância com o sexo biológico com a maioria das suas manifestações de gênero social.

No caso das pessoas intersexo, alguns indivíduos podem possuir cromossomos que não correspondem com a genitália externa. Isso devido desequilíbrios hormonais ou outros fatores incomuns durante os períodos críticos da gestação. Tais pessoas podem parecer para as outras como sendo de um determinado sexo, mas podem reconhecer a si mesmas como pertencendo a outro sexo.

As razões para variantes da identidade de gênero não são claras. Isso tem sido causa de muita especulação, mas nenhuma teoria psicológica foi considerada consistente. Teorias que assumem uma diferenciação no cérebro são ainda recentes e difíceis de provar, porque no momento requerem uma análise destrutiva da estruturas cerebrais inatas, que são bastante pequenas.

Nas últimas décadas se tornou possível redefinir o sexo cirurgicamente. Uma pessoa que não tenha concordância entre a sua identidade de gênero e características biológicas pode, então, buscar estas formas de intervenção médica para que seu sexo biológico seja correspondente com a identidade de gênero. Alternativamente, algumas pessoas mantêm a genitália com a qual nasceram, mas adotam um papel social de gênero que é congruente com a percepção que possuem de sua identidade de gênero.

Relação Entre Identidade de Gênero e Papel Social de Gênero

O termo relacionado, "papel social de gênero" possui dois significados que em casos individuais

podem ser divergentes: Primeiro, o papel social de gênero de uma pessoa pode ser a totalidade de formas no qual uma pessoa pode expressar sua identidade de gênero. Segundo, o papel social de gênero das pessoas pode ser definido pelo tipo de atividades que a sociedade determina como apropriada para indivíduos que possuam determinado tipo de genitália externa.

Há provavelmente tantas formas e complexidades de identidades sexuais e identidades de gênero como há seres humanos, e há igual número de formas de trabalhar as identidades de gênero na vida diária. As sociedades, entretanto, tendem a designar alguns tipos de papéis sociais aos indivíduos "machos", e algumas classes de papéis sociais para indivíduos "fêmeas" (macho e fêmea na percepção social dos sexos). Muitas vezes a conexão entre identidade de gênero e papel social de gênero não é clara. Simplificando, há não-ambíguos "machos" humanos e não-ambíguas "fêmeas" humanas que se sentem

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claramente como homens ou mulheres mas que não se comportam socialmente de forma convencionalmente masculina ou feminina.

E para concluir, como muito têm defendido estudiosos em biologia e sociologia: "O sexo entre as orelhas é mais importante que o sexo entre as pernas"

Gênero (Sociedade)

Gênero no Brasil refere-se às diferenças entre homens e mulheres. Ainda que gênero seja usado

como sinônimo de sexo, nas ciências sociais refere-se às diferenças sociais, conhecidas nas ciências biológicas como papel de gênero. Historicamente, o feminismo posicionou os papéis de gênero como construídos socialmente, independente de qualquer base biológica. Pessoas cuja identidade de gênero difere do gênero designado de acordo com o sexo são normalmente identificadas como transexuais ou transgêneros.

Sexo e Gênero

Muitas pessoas, entre os quais os cientistas sociais, usam o termo "sexo" para se referir à divisão biológica em macho e fêmea, e "gênero" para se referir ao papel social atribuído a uma pessoa baseado em seu sexo aparente e/ou em outros fatores contingentes. Existe enorme variação de atitudes culturais, entre e dentro das sociedades, em relação a sexo, sexualidade e papéis sexuais.

Sexo

No âmbito da biologia, os membros da maior parte das espécies de seres vivos do domínio Eucariota estão divididos em duas ou mais categorias chamadas de sexos. Estas categorias se referem a grupos complementares que podem combinar o respectivo material genético - normalmente o DNA - através da conjugação. Este processo é chamado de reprodução sexuada.

Normalmente, uma espécie tem dois sexos: masculino e feminino. O sexo feminino é definido como aquele que produz o gâmeta (ou gameta, a célula reprodutiva) maior e geralmente imóvel - o óvulo.

No entanto, há espécies com mais de dois tipos de sexo e outras, como alguns fungos, que desenvolvem estruturas aparentemente semelhantes onde se produzem células sexuais, mas com capacidade para conjugar-se. Nestes casos, diz-se que o sexo é indiferenciado.

A palavra sexo também é usada para se referir aos órgãos sexuais, à relação sexual (os atos físicos relacionados com a reprodução sexuada) e outros comportamentos da sexualidade humana.

Orientação Sexual

A orientação sexual pode ser assexual (nenhuma atração sexual), bissexual (atração por ambos os gêneros), heterossexual (atração pelo gênero oposto), homossexual (atração pelo mesmo gênero), ou pansexual (atração por diversos gêneros, quando se aceita a existência de mais de dois gêneros). O termo pansexual (ou também omnissexual) pode ser utilizado, ainda, para indicar alguém que tem uma orientação mais abrangente (incluindo, por exemplo, atração específica por transgêneros).

A orientação sexual não-heterossexual foi removida da lista de doenças mentais nos EUA em 1973; e do CID 10 (Classificação Internacional de Doenças) editado pela OMS Organização Mundial da Saúde, só em 1993. Os “transtornos” de identidade de gênero que englobam Travestis e Transexuais permanecem classificadas na CID-10 considerando que, nesses casos, terapias hormonais e/ou cirurgia de redesignação de sexo são, algumas vezes, indicadas pela medicina. Assim temos uma prova de como o Estado determina o que é ou não uma identidade normal ou não...

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Orientação Sexual VS Preferência Sexual

O termo orientação sexual é considerado, atualmente, mais apropriado do que opção sexual ou preferência sexual. Isso porque opção indica que uma pessoa teria escolhido a sua forma de desejo, coisa que consideramos sem sentido. Assim como o heterossexual não escolheu essa forma de desejo, o homossexual (tanto feminino como masculino) também não. É importante esclarecer que há grande imposição do modelo heterossexual para todos. Em alguns casos, pode não existir a preocupação em conhecer o nível ou qualidade de vida afetiva, nível de prazer ou felicidade que uma pessoa possa ter, mas sim que ela deveria ser heterossexual. Por conta dessa forte imposição, muitas pessoas podem encontrar alívio dos desejos homoeróticos na religiosidade fanática, nos remédios, nas drogas ou mesmo, adotando um padrão escondido ou de vida dupla: No seu entorno social e familiar assume um comportamento heterossexual e num mundo privado permite-se exercer a sua homossexualidade, situação esta que cria um maior ou menor conflito interior e assim as suas repercussões posteriores nesse ser humano.

Sexualidade

A sexualidade de um indivíduo define-se como sendo as suas preferências, predisposições ou

experiências sexuais, na experimentação e descoberta da sua identidade e atividade sexual, num determinado período da sua existência.

Atualmente, ocorre por parte de alguns estudiosos a tentativa de afastamento do conceito de sexualidade da noção de reprodução animal associada ao sexo. Enquanto que esta noção se prende com o nível físico do homem enquanto animal, a sexualidade tenderia a se referir ao plano psicológico do indivíduo. Além dos fatores biológicos (anatômicos, fisiológicos, etc.), a sexualidade de um indivíduo pode ser fortemente afetada pelo ambiente sócio-cultural e religioso em que este se insere. Por exemplo, em algumas partes do mundo a sexualidade explícita ainda é considerada como uma ameaça aos valores político-sociais ou religiosos.

Sociologia

A expressão papel de gênero é usada para significar tudo o que a pessoa diz ou faz para evidenciar a si mesma como garoto ou homem, como garota ou mulher, respectivamente. Isso inclui, mas não é restrito a, sexualidade, no senso de erotismo. Elementos de tais papéis incluem vestimenta, modo de falar, gestos, profissão e outros fatores que não são limitados pelo sexo biológico. Por se presumir que os aspectos sociais de gênero são normalmente os aspectos de interesse na sociologia e disciplinas relacionadas, papel de gênero é normalmente abreviado por gênero. Sem que haja ambigüidade neste contexto.

Muitas sociedades possuem apenas dois papéis de gênero – masculino ou feminino – e estes correspondem com o sexo biológico. Entretanto, algumas sociedades explicitamente incorporam pessoas que adotam o papel de gênero oposto ao sexo biológico. Outras sociedades incluem papéis bem desenvolvidos que são explicitamente considerados distintos dos arquétipos masculinos e femininos. Na linguagem da sociologia de gênero há a inclusão de um terceiro-gênero, um tanto distinto do sexo biológico (algumas vezes a base para os papéis de gênero incluem a intersexualidade ou incorpora eunucos).

Considerando as dinâmicas sociais como as apresentadas acima debate-se quais das diferenças entre gêneros masculinos e femininos são aprendidas socialmente, ou refletidas biologicamente. Construcionistas sociais argumentam que os papéis de gênero são inteiramente arbitrários, e que a biologia não interfere nos comportamentos sociais.

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A sociologia contemporânea refere-se aos papéis de gênero masculino e feminino como masculinidades e feminilidades, respectivamente no plural ao invés do singular, enfatizando a diversidade tanto dentro das culturas como entre as mesmas.

Status Legal

O sexo masculino ou feminino das pessoas possui significância legal – sexo é indicado em documentos legais, e leis agem diferentemente sobre homens e mulheres. Muitos sistemas de pensão possuem idades de aposentadoria diferentes para homens ou mulheres. O casamento é permitido normalmente para casais de sexo opostos.

A questão que surge é sobre o que determina alguém como masculino ou feminino. Na maioria dos casos isto pode parecer óbvio, mas a questão se complica para pessoas intersexuais ou transgênero. Jurisdições diferentes têm adotado respostas diferentes para esta questão. Praticamente todos os países permitem mudança do status legal de gênero nos casos de intersexualidade, quando o gênero designado no nascimento é considerado biologicamente incurado – tecnicamente, entretanto, esta não é uma mudança de status por si. E um reconhecimento de um status que já existia, mas desconhecido, no nascimento. Nos últimos tempos, jurisdições também têm provido de procedimentos para mudanças no gênero legal de pessoas transgêneros.

O gênero designado, quando há indicações de que a genitália sexual pode não ser decisiva em casos particulares é normalmente definida por uma série de condições, incluindo cromossomos e gônodas. Assim, por exemplo, em muitas jurisdições uma pessoa com cromossomos XY, mas com gônodas femininas pode ser reconhecida como feminina no nascimento.

A habilidade de alterar o gênero legal para pessoas transgêneros em particular têm levantado o fenômeno em algumas jurisdições da mesma pessoa ter gêneros diferentes para diferentes áreas da lei. Por exemplo, na Austrália, pessoas transexuais poderiam ser reconhecidas como tendo o gênero que identificavam sob muitas áreas da lei, incluindo a previdência social, mas não para a lei do casamento. Assim, por um período, foi possível para a mesma pessoa ter dois gêneros diferentes sob a lei australiana.

É possível também em sistemas federais para a mesma pessoa ter um gênero sob uma lei estadual e um gênero diferente sob uma lei federal (um estado reconhece transições de gênero, mas o governo federal não).

Misturando Tudo Num Liquidificador...

Existe hoje um consenso largamente corrente e, portanto, largamente incoerente, dividido pelo

sentido comum homofóbico, e o sentido comum de anti-homofóbico. Este consenso admite às vezes o ponto de vista “minoritário”, ou seja, a idéia de que existe um grupo distinto de pessoas que são realmente homossexuais, e o ponto de vista “universalizante”, ou seja, a idéia de que o desejo sexual é um solvente poderoso e imprevisível das identidades estáveis, e que as pessoas aparentemente heterossexuais sentem desejo por outras do próprio sexo. E vice-versa; e que, ao menos a identidade heterossexual masculina e a cultura podem ter necessidade de se manter cristalizadas, como um bode expiatório exterior, sob a figura do homossexual, o desejo pelo mesmo sexo que é amplamente corrente e em primeiro lugar interior nesta identidade e nesta cultura.

Existem muito boas razões para pensar que a concepção contemporânea da identidade minoritária, é prejudicial e inadequada para pensar as experiências historicamente variadas e por definição permeável de não importa que grupo – quer este grupo se defina como ele próprio pelo gênero, a etnia, a nacionalidade, ou por outro critério... Esta inadequação é ainda mais evidente na esfera da sexualidade. A noção de “orientação sexual”, no sentido de “homossexual” oposto a “heterossexual”, não é um

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instrumento de análise descritivo preciso. Pois alguns fatos podem e são totalmente diferentes de pessoa a pessoa.

Por exemplo: Os atos genitais idênticos possuem significações diferentes para pessoas diferentes; Para alguns, o halo do “sexual” parece não ultrapassar o quadro dos atos genitais. Para outros, eles desenvolvem uma maneira vaga ou frota quase sem relação com eles; Para alguns, a sexualidade constitui uma ampla parte e sua identidade tal como eles a percebem eles mesmos. Para outros a sexualidade representa apenas uma pequena parte de sua identidade; Outros passam muito tempo a pensar em sexo, outros, muito pouco; Uns gostam muito de sexo, outros pouco ou quase nada; Alguns têm um investimento mental ou emocional muito forte nos atos sexuais que praticam e às vezes mesmo que ainda não o tenham praticado; e etc.

Tendo no íntimo algumas destas contestações, tentamos pensar então na pluralidade dos elementos que estão condensados na noção de “identidade sexual”, que o sentido comum atual apresenta como uma categoria unitária.

Entendamos que existe um monte de caracterizações por pressupostos implícitos, que deve elaborar sobre a sexualidade desta ou daquela pessoa, pressupostos que só são verdadeiros em graus diversos, e para alguns, não são verdadeiros coisa nenhuma. Assim, a idéia de que todo mundo tem uma “sexualidade” que opera da mesma maneira para todos, no sentimento que cada um tem de sua identidade global. Que o interesse erótico de cada uma será dirigido para uma outra pessoa, não sendo auto-erótico, que se ele dirigiu-se para uma outra pessoa, se orientará para um único parceiro, ou um único tipo de parceiro às vezes. Enfim, que esta orientação não mude com o tempo. O que não condiz com a realidade muito menos nos cai em concordância. De um ponto de vista normativo, deveria ser possível deduzir a totalidade das particularidades de um indivíduo pelo único fato de que seu sexo biológico e de que o do parceiro preferido será o oposto. Mas, com ou sem este critério hetero-sexista, o que é marcante é o numero e a diversidade das dimensões individuais que a identidade sexual tenta aparelhar em um todo unívoco e sem falha.

E é onde nasce uma política que seria não separatista e não assimilacionista. É isto que o queer discute: a matriz aberta das possibilidades, as diferenças, as imbricações, as dissonâncias, as ressonâncias, as insuficiências ou o excesso de sentido quando os elementos constitutivos do gênero e da sexualidade de alguém não são obstáculos (o não podem sê-lo) para significações monolíticas.

São as aventuras e as experiências políticas, lingüísticas, epistemológicas, figurativas que vivem aqueles dentre nós, que gostam de se definir (entre tantas outras possibilidades) como lésbicas femininas e agressivas, bichas loucas, tapinhas místicos, fantasmagóricos, drag-queens e drag-kings, clones, couro/vinil/látex, mulheres de esmoking, homens de espartilho, entendidos, mulheres feministas, homens feministas, mulheres machistas, masturbadores passivos, loucos, divas, snap!, submissos viris, mitômanos, transexuais, tias, caminhoneiras, homens que se definem como lésbicos, lésbicas que dormem com homens, homens que dormem com homens, mas só quando bêbados... E também todos aqueles que são capazes de compreendê-los, de aprender com eles e de se identificar com os mesmos. Nos não queremos que sumam da face da terra nem que se escondam na nuca. Queremos dizer que mesmo tendo para si tal identidade que tenham consciência de que tal corporação interior não foi denominada por uma incorporação exterior e que esta não é de modo algum uma definição estática. A cena pública muda rapidamente no mundo todo e o momento queer a meu ver está hoje na atualidade. São precisamente enunciados “através” dos quais muitos escritos esforçam-se para produzir hoje, “através dos sexos, através dos gêneros, através das “perversões”. O queer atravessa e avessa o que determinam como imutavelmente sacro. Somos anti-separatistas, enquanto que somos também anti-assimilacionistas, profundamente relacionais, e seguramente incógnitos.

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____4. Da Teoria Praticável 4. Da Teoria Praticável 4. Da Teoria Praticável 4. Da Teoria Praticável –––– Humano.Humano.Humano.Humano.____ Pode não existir um consenso real sobre a origem ou sobre questões comportamentais sobre, mas a realidade queer progride em toda parte. Com mais força ativa em algumas partes e com empreitadas mais intelectuais em outras. Não adianta negar que estamos agora em toda parte, em todos os corações e em todas as mentes que se cansaram de serem rotuladas. Não há duvidas que somos não-conformistas, contestadores e/ou dissidentes de sexo. Remetendo à questão, as categorias usuais de sexo, gênero e, sobretudo de erotismo, temos nos apresentado como uma contra-ofensiva destinada a responder às ideologias essencialistas, identitárias ou integralistas que encontramos tanto nos bons pensantes de direita, quanto em alguns movimentos gays, lésbicos ou feministas. Recusando qualquer fechamento psíquico ou geográfico de um grupo em virtude de suas especificidades sexuais. Nós queers chamamos a uma segunda revolução sexual, mas, uma liberação que transformaria mesmo o modo de pensar a sexualidade e de compor com ela, e assim compreender sobre os planos social e político. É inicialmente sobre o fronte da identidade sexual ou erótica que lutamos, nos opondo a uma definição arbitraria, por uma autoridade moral, cientifica ou política qualquer, e, sobretudo, que sirva para manter as clivagens normal/ patológica ou majoritária/ minoritária. Federando todas as “minorias sexuais” sob um mesmo vocábulo. O queer deseja-se tanto semelhante quanto contestador. Pretendemos finalmente reunir sob um mesmo guarda-chuva todos aqueles e aquelas que bradam a arbitrariedade das normas e das etiquetas em matéria de sexualidade. Inicialmente lamentamos e denunciamos, as tendências identitárias separatistas de grupos GLBTetc que excluíam cada vez mais seus próprios “marginais” (bissexuais, transexuais, travestis, heterossexuais, não conformistas, homens femininos, mulheres masculinas, etc.). Os iniciantes das movimentações queer quiseram em conseqüência, estender o mais amplamente possível a contestação das normas sexuais dominantes e incluir neste combate toda pessoa ostracisada em razão de sua dissidência identitária ou sexual. O queer compreende, portanto, rejeitar diretamente as identidades dicotômicas homem/mulher, masculino/feminino, hetero/homo. Nós reatamos assim com a primeira vaga do movimento gay norte-americano (fim dos anos sessenta e inicio dos anos setenta), e queríamos bem mais fazer eclodir as identidades graças à uma real liberação da sexualidade do que reconduz as divisões tradicionais. No rastro de uma ideologia anárquica e libertária, reclamamos que, a sociedade em seu conjunto faça aparecer seus vários aspectos homossexuais, transexuais, bissexuais entre outros, na maior parte ainda latentes, escondidos, clandestinos. De acordo com tal perspectiva, não é homossexual aquele que faz seu assumimento, mas a sociedade como um todo, reconhecendo suas dimensões homoafetivas e homoeróticas cujos domínios abrangem todas as esferas sociais. Embora nos mostremos críticos a respeito dos movimentos GLBTetc ou mesmo feministas, não somos menos herdeiros dessa característica. Nossa análise sociopolítica é, com efeito, inspirada em nossos predecessores; ela se pretende, entretanto, mais radical. Este radicalismo se encontra, aliás, com freqüência em manifestações contestadoras organizadas por nós: exuberância e confronto direto das idéias ou das instituições conservadoras. Isso se deve ao fato de gays e lésbicas da corrente integralista, por exemplo, nos verem, com freqüência, com maus olhos como “delinqüentes”, “em cima do muro” ou “indeciso”. Não a toa é muito comum um gay relacionar um queer a sua sexualidade. E é complicado explicar a uma pessoa que tem como base de sua identidade a sexualidade que outras pessoas não o são. Feministas, lésbicas e gays ortodoxos não se cansam de criticar a perspectiva queer, em razão de sua vontade reunida que terminaria por minimizar ou apagar, acreditam eles, a especificidade de uns e de outros. Crítica similar é severa: não sendo de modo algum contraditório afirmar que uma identidade ou uma diferença resistente à toda tentativa de ser rotulado, reduzido ou singularizado por causa disto.

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Não exigimos que cada um negue seus pertences, mas antes percebam seu caráter contingente, arbitrário e político. Reivindicar uma identidade queer não significa renunciar a ser um homem ou uma mulher, masculino ou feminino, hetero ou homo, mas reconhecer o caráter factício e redutor das identidades sociais impostas. Pois, não apenas estas acabam freqüentemente por aprisionar a nós mesmos, como também nos impedir de desenvolver vínculos para com aqueles e aquelas que consideramos desde então (demais) diferentes de nós. Se for compreensível que movimentos GLBTetc e feministas tenham tido, inicialmente, tendência em se replicar sobre si mesmos e em cultivar em seus membros uma forte ligação com os grupos de pares, isto não é mais necessário quando as aquisições se multiplicam; estes últimos tornam possíveis alianças e projetos comuns com outros grupos de interesses, às identidades divergentes. Reivindicar uma identidade é uma coisa; fechar-se nela é outra.

É isto que compreendemos repelindo os limites e as barreiras entre os sexos, os gêneros e os erotismos. Homossexuais, heterossexuais, bissexuais, homens ou mulheres não conformistas, andrógenos, intersex, transexuais e trans-gêneros formam nesta perspectiva uma grande raiz contestadora. Todos temos uma semelhança imutável e indiscutível: Somo humanos.

Enquanto que detratores acusam o Queer de ser desmobilizador no que diz respeito às reivindicações especificas ou tradicionais das pessoas ou grupos que federa (notoriamente os GLBTetc), nós procuramos, pelo contrario, re-posicionar tais lutas e seus desafios no interior das retomadas com questão muito mais fundamental e radical. Prendemos-nos a isto, com efeito, na representação da sexualidade e nas lógicas binárias sobre as quais ela se funda. Nossa pretensão é minar as referências habituais de identidade e com um pouco D.I.Y. tudo é possível!

E como ação básica, temos nos conluiado a indivíduos contraculturais como punks que tem em base idéias similares como, por exemplo, a aparência por vezes ambígua, ofensiva ou provocante que nós também muitas vezes temos, e de instaurar uma nova cultura, similar a múltiplas diversidades, de onde vem o conceito de uma ação queer emergente.

Recusamo-nos em categorizar os desejos (ou ao menos de realizá-los de uma vez por todas) e admitimos uma resistência selvagem às identidades ou aos rótulos impostos pelo exterior. Nossa vontade é de emancipação, e até de subversão em matéria de sexualidade. Negamos que existam homens e mulheres, homos e heteros, por exemplo, mas também recusamos em considerar tais categorias como naturais. Paradoxalmente, admitimos mais uma vez que a pós-identidade queer exprime uma recusa em levar a serio as identidades, que, há um século, serviram para designar e, mais freqüentemente que outra coisa, em ostracizar os indivíduos em razão de seu sexo, de seu gênero ou de suas diferenças eróticas.

Contrariamente a outras, a pós-identidade queer que propomos não leva à exclusões ou sobre modelos de conduta, mas mais sobre a criação continua de novas formas de ser, de pensar, de fazer e de interagir enquanto ser sexuado identitário. Assim, por em questão o status dominante da heterossexualidade não significa rejeitá-la, mas incluí-la em uma vasta diversidade. Do mesmo modo, criticar as tendências separatistas e às vezes sectárias dos movimentos GLBTetc não quer dizer que nós os desacreditamos ou mesmo as identidades que lhes deram vida. Isto implica mais que não sejamos tolos em usar estratégias abertas contra a homofobia e o heterosexismo: para conseguir fazer aceitar, e até banalizar as diferenças individuais, implica inicialmente em destacá-las e mesmo reivindicá-las. Podemos ser tudo que há de mais heterossexual e viver-se, todavia, como queer, sendo isto às vezes um estado de espírito e uma vontade de resistir às normas ou subvertê-las, seja aberta ou sutilmente. Não existem heterossexualidades contestadoras como existem homossexualidades conformistas? Não podemos construir relações heterossexuais que colocam em questão, simbolicamente ou de outra forma, os estereótipos do sexo, do gênero ou de erotismo? O desejo heterossexual em si está realmente em ruptura com o desejo homossexual, bissexual ou polimorfo? Da mesma maneira que a homossexualidade ou a bissexualidade, a heterossexualidade não é uma polissexualidade mais que um fenômeno

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monolítico? Neste sentido; ainda é preciso que nos demos à permissão para pensar e agir de forma diferente do que manda a tradição patriarcal mac Anteriormente, os marginais ou os marginalizados tentavam parecer com a grande massa; hoje, é a grande massa que tenta parecer com os marginais. Assim, homens ditos heterossexuais são voluntários aos modos de se vestir ou às atitudes dos gagays era tomar o aspecto de hiper machos (era isso que chamávamos de o clone gay).

O regime da apartheid sexual sufoca talvez na medida em que os atributos físicos ou comportamentais de uns e de outros se tornam impermutáveis. A ficção e o jogo das identidades se estendem pouco a pouco. Aparecendo cada vez mais, não como apenas em nossas categorias feitas sem nada de natural ou qualquer, mas dando lugar a jogos de papeis, a rituais e “performances” c O termo queer, por si próprio sugere a dissonância, o nãorótulos – ou tome-os todos para si”, o que dá na mesma. Queremos mostrar que o masculino, o feminino ou o andrógeno pertencem a todos, que existe uma infinsimplesmente humano, que a heterossexualidade e a homossexualidade não são categorias fixas ou exclusivas, queremos um mundo diferente, onde as identidades sexuais ou sexuadas serão percebidas como múltiplas, fluidas, labiais e sobretudo inventivas. Em suma, o Queer destaca que o sistema atual da classificação da sexualidade é também de contenção e de restrição. É, todavia, possível escapar disso, nossas identidades podem ser voluntariamente plurais, labiais, dissoinjustamente oprimidos ou inferiorizados por causa de seu sexo, de seu gênero ou por seu erotismo são convidados a absolver este desafio, o de ser simplesmente e complexamente Humanos, e para de remeter como um todo... Incógnitos.

monolítico? Neste sentido; ainda é preciso que nos demos à permissão para pensar e agir de forma diferente do que manda a tradição patriarcal machista sexista.

Anteriormente, os marginais ou os marginalizados tentavam parecer com a grande massa; hoje, é a grande massa que tenta parecer com os marginais. Assim, homens ditos heterossexuais são voluntários aos modos de se vestir ou às atitudes dos gays, enquanto que não tem muito tempo, o melhor nos homens gays era tomar o aspecto de hiper machos (era isso que chamávamos de o clone gay).

O regime da apartheid sexual sufoca talvez na medida em que os atributos físicos ou ros se tornam impermutáveis. A ficção e o jogo das identidades se

estendem pouco a pouco. Aparecendo cada vez mais, não como apenas em nossas categorias feitas sem nada de natural ou qualquer, mas dando lugar a jogos de papeis, a rituais e “performances” c

, por si próprio sugere a dissonância, o não-conformismo. Dizemos: “Rejeite os os todos para si”, o que dá na mesma. Queremos mostrar que o masculino, o feminino

ou o andrógeno pertencem a todos, que existe uma infinidade de maneiras de ser homem, mulher ou simplesmente humano, que a heterossexualidade e a homossexualidade não são categorias fixas ou exclusivas, queremos um mundo diferente, onde as identidades sexuais ou sexuadas serão percebidas

as, labiais e sobretudo inventivas. destaca que o sistema atual da classificação da sexualidade é também de

contenção e de restrição. É, todavia, possível escapar disso, nossas identidades podem ser voluntariamente plurais, labiais, dissonantes, festivas, inventivas. Todos aqueles e aquelas que foram injustamente oprimidos ou inferiorizados por causa de seu sexo, de seu gênero ou por seu erotismo são convidados a absolver este desafio, o de ser simplesmente e complexamente Humanos, e para de remeter como um todo... Incógnitos.

Leis que não nos dizem respeito...Códigos que não são os nossos,

Resto que é a vida tão curta e cruel

monolítico? Neste sentido; ainda é preciso que nos demos à permissão para pensar e agir de forma

Anteriormente, os marginais ou os marginalizados tentavam parecer com a grande massa; hoje, é a grande massa que tenta parecer com os marginais. Assim, homens ditos heterossexuais são voluntários

ys, enquanto que não tem muito tempo, o melhor nos homens gays era tomar o aspecto de hiper machos (era isso que chamávamos de o clone gay).

O regime da apartheid sexual sufoca talvez na medida em que os atributos físicos ou ros se tornam impermutáveis. A ficção e o jogo das identidades se

estendem pouco a pouco. Aparecendo cada vez mais, não como apenas em nossas categorias feitas sem nada de natural ou qualquer, mas dando lugar a jogos de papeis, a rituais e “performances” casuais.

conformismo. Dizemos: “Rejeite os os todos para si”, o que dá na mesma. Queremos mostrar que o masculino, o feminino

idade de maneiras de ser homem, mulher ou simplesmente humano, que a heterossexualidade e a homossexualidade não são categorias fixas ou exclusivas, queremos um mundo diferente, onde as identidades sexuais ou sexuadas serão percebidas

destaca que o sistema atual da classificação da sexualidade é também de contenção e de restrição. É, todavia, possível escapar disso, nossas identidades podem ser

nantes, festivas, inventivas. Todos aqueles e aquelas que foram injustamente oprimidos ou inferiorizados por causa de seu sexo, de seu gênero ou por seu erotismo são convidados a absolver este desafio, o de ser simplesmente e complexamente Humanos, e para não deixar

Arames SociaisArames SociaisArames SociaisArames Sociais

Não se submeta as entupidas leis,

Leis que não nos dizem respeito... Códigos que não são os nossos,

Liberdade que é aprisionada em arames farpados.

Arames que são pudores arraigados em todo o resto,

Resto que é a vida tão curta e cruel quanto as leis daqui...

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_5. Da Revolução Pessoal_

Revolução Social* “Revolução é uma daquelas palavras cujo significado varia grandemente entre a forma como é usado por cada pessoa. De fato, será mais seguro dizer que não existem duas pessoas que partilhem a mesma idéia sobre o que a revolução realmente significa. É isso mesmo, o que na minha forma de ver, torna a revolução realmente bela. Quando falo de revolução, refiro-me a uma transformação profunda da sociedade, mas a minha revolução não é definida por mudanças objetivas no mundo a meu redor, tal como derrube do Estado ou do capitalismo. Esses para mim são apenas sintomas. A revolução em si não se poderá encontrar fora de nós mesmos. É completamente interna, completamente pessoal. Cada indivíduo tem sua perspectiva. Cada um de nós vê o mundo de uma forma particular. No entanto, a maioria das pessoas tem as suas perspectivas moldadas pela sociedade em que vivem. A esmagadora maioria de nós vê o mundo e vê-se a si mesmo de forma condicionada pelas instituições que controlam as nossas vidas, como por exemplo, o governo, a família, o casamento, a igreja, as empresas, a escola, etc. cada uma destas instituições, por sua vez, faz parte do que eu chamo Estabelecido. Uma entidade que existe somente para perpetuação do poder de uma relativa minoria. Apoiada pela paixão das elites, de mais e mais poder, o Estabelecido desenha necessariamente o poder sobre o resto do mundo, a partir do domínio. O Estabelecido pratica várias formas de opressão; a maioria delas freqüentemente legitimadas, mas raramente compreendidas, e muito menos contestadas. Em primeiro lugar existe o classicismo que representa a opressão econômica; estadismo ou subjugação do povo sob autoridade política; sexismo e homofobia, a opressão baseada na supremacia (masculina) heterossexual ou patriarcado; o racismo, um termo geral para opressões baseadas em etnocentrismos. Para além destas formas de opressão freqüentemente reconhecidas, há o idadismo, a dominação dos adultos sob as crianças e adolescentes; e finalmente a opressão que resulta do antropocentrismo, nomeadamente o especismo e a destruição ambiental. Durante a história da evolução social humana, o Estabelecido tem sido dependente das dinâmicas de domínio descritas, e tem aumentado e concentrado o seu poder como resultado dessa dependência. Conseqüentemente, cada forma de opressão tem-se tornado independente. A infusão de diferentes dinâmicas de domínio tem servido para estas se realçarem e completarem, tanto em versatilidade como em força. Assim, a força por detrás das instituições que conseguem socialmente educar-nos, é a mesma força por detrás do racismo, especismo, sexismo, classicismo, e por ai a fora. Seria razoável assumir então, que a maioria de nós, como produto das instituições do Estabelecido, fomos moldados socialmente para alimentar a opressão dentro, e entre todos nós. Revolução é o processo – não o evento – de desafiar a falsidade da sabedoria e dos valores que nos foram ensinados; ao desafiar as ações, aprendemos a fazer e a não fazer. Somos nós o próprio inimigo. Eliminar os opressores da nossa cabeça será a revolução – observar a sua construção desabar nas ruas será simplesmente um sinal (agradável!) de que nos estamos a revoltar juntos de uma forma unida e sem restrições. A revolução social é a coleção dos processos internos. Mudanças sociais radicais das condições objetivas em cujo contexto vivemos, só poderão resultar a partir de tal revolução.”

*Trecho do original em inglês Animal Liberation and Social Revolution – Brian A. Dominick, publicado pelo coletivo Critical Mass Media em 1995.

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É interessante começar esta parte final com uma perspectiva de revolução que enfatiza a individualidade na expectativa da revolução. E ao mesmo tempo não idealizo outra forma de pensar-se em revolução que não acompanhe grandes dozes do que foi referido acima. Não sei bem dizer quando esta percepção se deu em mim especificamente, até porque acho que foi de modo gradativo. Admito também que não revolucionei ainda muitos conceitos com os quais ainda alimento infelizmente as instituições do Estabelecido. Como disse a idéia é fazer isso mudar pouco a pouco. Tentarei expor um pouco de como me descobri queer...

Em primeiro lugar tenho que “confessar” que jamais, e digo jamais com a certeza de que nunca acreditei nem fui submetido à alienação de “pecado” religioso. Ou seja, a instituição igreja para mim sempre foi ignóbil. A religião em si não teve contexto sob minha compreensão de mundo.

Desde que me lembro sempre senti atração por ambos os gêneros (os que conhecia até então), isso não me assustava nem me era repressivo de modo algum. Afinal me sentia estranho mesmo... Mas de uma estranheza que eu gostava de ser detentor. Sabia que não era análogo ao resto de todos. Talvez o primeiro passo para me ter queer fora ter apreendido isso. Não tive as experiências sexuais que se cristalizam na infância como vergonhosas posteriormente para os machos da atualidade. O que não sei dizer se foi bom ou ruim. Não tive a infância de rua, nem compartilhei com meus vizinhos este momento em comunidade, por falta de vontade mesmo, o que me deixou enclausurado em casa, e sozinho pude ter mais tempo pra pensar sobre mim mesmo. Fantasiar sobre o meu mundo e outras coisas...

A adolescência chegou e pude realizar uma parte das fantasias que acompanharam o desenvolvimento concomitante de minha identidade. Chegou o dia de ter experiências que nunca havia tido como erradas, mas que pelo contexto social pareciam mais excêntricas, extravagantes, não erradas. A meu ver orgulhoso, o maior temor em me relacionar com alguém do mesmo gênero era ser rejeitado, pois no caso especifico deste momento se tratava de um amigo, e perder o contato seria pior do que realizar de uma vez por todas tal fantasia de paixão platônica adolescente. Mas pensei: se amigo meu for, tudo vai ser entendido como eu entendo... Ou em parte.

E por conveniente coincidência tal pessoa sentia algo recíproco, e tudo adveio! Por um bom tempo bom tivemos uma relação. E antes mesmo de sonhar sobre o julgamento teórico de um amor livre ou de conceitos contraculturais de relação, nos construímos por inferência! Ora, éramos adolescentes e nos questionávamos sobre tudo até o cérebro doer sobre aquilo ou isso... Sobre as engrenagens do mundo e como tudo funciona, desde o corpo pessoal como o do outro. Ter alguém em companhia que tivesse conceitos coincidentes aos conceitos dissidentes do resto social foi seguramente inspirador no âmbito de mutua constituição intelectual...

Inevitavelmente fomos criando e solidificando opiniões sobre relação e sentimentos. Chegamos juntos a dissonâncias dos rótulos impostos, chegamos a um ponto que tínhamos certeza de que éramos “somente” humanos... Não nos aceitávamos, nem o queríamos aceitar como homo, bi ou heteros. Tais conceitos não mais nos pertenciam se estávamos aptamente abertos a novas experiências mesmo dentro de nossas relações interpessoais quanto aspecto identitário. Infelizmente por motivos de espaço e distancia a relação foi se dissolvendo...

Ao fim de minha adolescência conheci indivíduos punks, conseqüentemente uma esfera de relações explodiu e tive certeza talvez pela primeira vez na vida ter encontrado pessoas tão “estranhas” quanto eu! Do mesmo modo que passava horas discutindo aspectos institucionais antes, agora o fazia com meus então amigos punks. Fui me aproximando e me apaixonando pela teoria anárquica que eles me apresentavam e que eu já tinha para mim em algumas práticas. Eu apresentei várias das teorias que eu trazia a respeito de identidade, sexualidade e avaliações de gênero e etc... Até então não sabíamos nem tínhamos ouvido falar em movimentações queer.

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Aconteceu de um dia um amigo punk em seus roles, conhecer um contatou dizendo ter encontrado uma pessoa que pensava nas mesmas linhas conceituais e ser por assim dizer “parente” punk. Eu fiquei instigadíssimo!

E mais cedo ou mais tarde terminei por conhecer a teoria e um pouco da historia de uma movimentação que eu já apresentava todas as características descendentes. Como mencionei anteriormente relutei algum tempo em aceitar a nomenclatura, pois eu já era o significado de ser.

Apaixonei-me pelo radicalismo proposto pelas correntes contracultuevento mundial que propunha idéias e embates que sempre quis discutir e dividir com pessoas de mesma ressonância. O Queeruption. Não posso falar tanto de tal evento, pois ainda não pude estar presente no mesmo, mas quem sabe no próximo ano. Conhecidos que o foram relataram ser um bom evento!

Não tivemos um Queeruption, entretanto tivemos em 2004 o encontro AnarcoMulheres Livres, onde pude expor para um bom circulo de libertários as considerações que eu havia abarcado quanto queer. Fiz muitas amizades entre bons momentos etílicos, e acredito que permutamos considerações importantes.

Em certo momento recente pude reencontrar a pessoa com quem me relacionei e que considerei tão importante anteriormente. Reatamos o relacionassim dizer. Algum tempo se passou em mesmo êxtase afetivo, e não digo que este foi o motivo de um fim, mas os conceitos de tal companheiro se cristalizaram (para não dizer retrocederam) num ponto que achava eu impossível ser.

Como depois de tanto tempo e de tantas discussões madrugadas a fora tal companheiro se sente simplesmente bissexual? Como depois de tanto ter se relacionado comigo, considerar isso um fator consideravelmente importante na construção daem questão havia esquecido (como acontece com quem toma para si tal identidade) como era além de sua identidade sexual... Houve outros motivos que não valem à pena mencionar, mas o caso é que o relacionamento realmente findou. Eu feliciteienamorado...

Felizmente pude me conluiar com parentes de meus conceitos de revolução pessoal continua.

Talvez isso tenha me protegido da solidificação! E todo dia toda hora não desistimos nem deixaremos parar de retumbar o martelo do autopunks, anarquistas e libertários que dedico todo este ato!

Cama FriaCama FriaCama FriaCama Fria

Querendo ou não as parafilias seduzem os fetichismos,Causando dor e prazer vemos que nem todos são assim.Quem procura no fim do túnel só a luz de seus Não sabe que não quer dizer não, e não jamais será sim!

Enfia o que vir a frente, toda essa tua imaginação!Não se importa com gritos e urros, tudo acabará melado...De sangue ou do que seja, não há moral ou pecado...Lambe-me os sussurros de insurreição...

Depois da devastação desculpas importam tanto quanto o grito calado.

Aconteceu de um dia um amigo punk em seus roles, conhecer um queertou dizendo ter encontrado uma pessoa que pensava nas mesmas linhas conceituais e ser por assim

dizer “parente” punk. Eu fiquei instigadíssimo! E mais cedo ou mais tarde terminei por conhecer a teoria e um pouco da historia de uma

presentava todas as características descendentes. Como mencionei anteriormente relutei algum tempo em aceitar a nomenclatura, pois eu já era queer

me pelo radicalismo proposto pelas correntes contraculturais. Ouvi falar sobre um evento mundial que propunha idéias e embates que sempre quis discutir e dividir com pessoas de mesma ressonância. O Queeruption. Não posso falar tanto de tal evento, pois ainda não pude estar presente no

óximo ano. Conhecidos que o foram relataram ser um bom evento!Não tivemos um Queeruption, entretanto tivemos em 2004 o encontro Anarco

Mulheres Livres, onde pude expor para um bom circulo de libertários as considerações que eu havia . Fiz muitas amizades entre bons momentos etílicos, e acredito que permutamos

Em certo momento recente pude reencontrar a pessoa com quem me relacionei e que considerei tão importante anteriormente. Reatamos o relacionamento que verdadeiramente não havia acabado por assim dizer. Algum tempo se passou em mesmo êxtase afetivo, e não digo que este foi o motivo de um fim, mas os conceitos de tal companheiro se cristalizaram (para não dizer retrocederam) num ponto que

Como depois de tanto tempo e de tantas discussões madrugadas a fora tal companheiro se sente simplesmente bissexual? Como depois de tanto ter se relacionado comigo, considerar isso um fator consideravelmente importante na construção da identidade? Isso foi incorporado de tal modo que a pessoa em questão havia esquecido (como acontece com quem toma para si tal identidade) como era além de sua identidade sexual... Houve outros motivos que não valem à pena mencionar, mas o caso é que o

acionamento realmente findou. Eu felicitei-me não ter me deixado retroceder junto a quem fui

Felizmente pude me conluiar com parentes de meus conceitos de revolução pessoal continua. Talvez isso tenha me protegido da solidificação! E todo dia toda hora não desistimos nem deixaremos parar de retumbar o martelo do auto-questionamento na cabeça de cada um. E a vocês meus amigos punks, anarquistas e libertários que dedico todo este ato!

Querendo ou não as parafilias seduzem os fetichismos, Causando dor e prazer vemos que nem todos são assim. Quem procura no fim do túnel só a luz de seus egoísmos, Não sabe que não quer dizer não, e não jamais será sim!

Enfia o que vir a frente, toda essa tua imaginação! Não se importa com gritos e urros, tudo acabará melado... De sangue ou do que seja, não há moral ou pecado...

Depois da devastação desculpas importam tanto quanto o grito calado.

queer. Imediatamente este me tou dizendo ter encontrado uma pessoa que pensava nas mesmas linhas conceituais e ser por assim

E mais cedo ou mais tarde terminei por conhecer a teoria e um pouco da historia de uma presentava todas as características descendentes. Como mencionei

queer antes mesmo de saber

rais. Ouvi falar sobre um evento mundial que propunha idéias e embates que sempre quis discutir e dividir com pessoas de mesma ressonância. O Queeruption. Não posso falar tanto de tal evento, pois ainda não pude estar presente no

óximo ano. Conhecidos que o foram relataram ser um bom evento! Não tivemos um Queeruption, entretanto tivemos em 2004 o encontro Anarco-Feminista -

Mulheres Livres, onde pude expor para um bom circulo de libertários as considerações que eu havia . Fiz muitas amizades entre bons momentos etílicos, e acredito que permutamos

Em certo momento recente pude reencontrar a pessoa com quem me relacionei e que considerei amento que verdadeiramente não havia acabado por

assim dizer. Algum tempo se passou em mesmo êxtase afetivo, e não digo que este foi o motivo de um fim, mas os conceitos de tal companheiro se cristalizaram (para não dizer retrocederam) num ponto que

Como depois de tanto tempo e de tantas discussões madrugadas a fora tal companheiro se sente simplesmente bissexual? Como depois de tanto ter se relacionado comigo, considerar isso um fator

identidade? Isso foi incorporado de tal modo que a pessoa em questão havia esquecido (como acontece com quem toma para si tal identidade) como era além de sua identidade sexual... Houve outros motivos que não valem à pena mencionar, mas o caso é que o

me não ter me deixado retroceder junto a quem fui

Felizmente pude me conluiar com parentes de meus conceitos de revolução pessoal continua. Talvez isso tenha me protegido da solidificação! E todo dia toda hora não desistimos nem deixaremos

da um. E a vocês meus amigos

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6. Do Evento

Por corpos e mentes livres e plurais. Saudações terráqueos,

Estamos organizando durante os dias 13 a 16 de novembro uma atividade encontro que pretende construir e desenvolver novos horizontes, visões e idéias sobre nossas identidades, comportamentos, corpos e mentes. Nós somos ué enfocar a discussão sobre a forma que nós nos relacionamos com nós mesmos, expondo os vários aspectos dos questionamentos queer/incógnitos.

A idéia de um encontro relacionado a uma discussão profunda levando em fato cidentidades e as formas de se relacionar são baseadas pela idéia de que é através do comportamento, identidade e das formas de se relacionar que nós reproduzimos e mantemos tudo aquilo que nos opomos. Daí surge duas perspectivas que nós pensanos identificamos e que trazem para nós novas perspectivas de rompimento comportamental e a outra nos mostra que indivíduos libertários impõem a si mesmos fronteiras e dogmas que alem de não negarlegitimam os papeis e funções de relacionamento e comportamento sociopara nós é interessante discutir quais novas e velhas idéias nos dão fundamentos para efetivas atitudes, ações e discursos e também nos podemos discutir a algumas cenas por alguns indivíduos.

Então se vocês se sentem de alguma forma conectados com essa idéia compareçam!

Além De MembrosAlém De MembrosAlém De MembrosAlém De Membros

Só quando tivermos Nossas genitálias Como simples membros, Poderemos ver os outros Além de nossos próprios sexos.

Só quando nosso olhar Atravessar as idéias Aparentes alheias, Poderemos nos olhar como realmente somos.

Tendo uma certeza... O outro nos verá Como somos realmente.

6. Do Evento(Convite)_

Encontro Incógnito Por corpos e mentes livres e plurais.

Estamos organizando durante os dias 13 a 16 de novembro – 2008 na cidade de Campina Grande, uma atividade encontro que pretende construir e desenvolver novos horizontes, visões e idéias sobre nossas identidades, comportamentos, corpos e mentes. Nós somos um grupo de queeré enfocar a discussão sobre a forma que nós nos relacionamos com nós mesmos, expondo os vários aspectos dos questionamentos queer/incógnitos.

A idéia de um encontro relacionado a uma discussão profunda levando em fato cidentidades e as formas de se relacionar são baseadas pela idéia de que é através do comportamento, identidade e das formas de se relacionar que nós reproduzimos e mantemos tudo aquilo que nos opomos. Daí surge duas perspectivas que nós pensamos ser interessante conversar: uma nos mostra quais idéias nos identificamos e que trazem para nós novas perspectivas de rompimento comportamental e a outra nos mostra que indivíduos libertários impõem a si mesmos fronteiras e dogmas que alem de não negarlegitimam os papeis e funções de relacionamento e comportamento socio-convencional. Dessa forma, para nós é interessante discutir quais novas e velhas idéias nos dão fundamentos para efetivas atitudes, ações e discursos e também nos podemos discutir a falta de preocupação ou autoalgumas cenas por alguns indivíduos.

Então se vocês se sentem de alguma forma conectados com essa idéia compareçam!

Poderemos nos olhar como realmente somos.

2008 na cidade de Campina Grande, uma atividade encontro que pretende construir e desenvolver novos horizontes, visões e idéias sobre

queer punks e nossa idéia é enfocar a discussão sobre a forma que nós nos relacionamos com nós mesmos, expondo os vários

A idéia de um encontro relacionado a uma discussão profunda levando em fato comportamento, identidades e as formas de se relacionar são baseadas pela idéia de que é através do comportamento, identidade e das formas de se relacionar que nós reproduzimos e mantemos tudo aquilo que nos opomos.

mos ser interessante conversar: uma nos mostra quais idéias nos identificamos e que trazem para nós novas perspectivas de rompimento comportamental e a outra nos mostra que indivíduos libertários impõem a si mesmos fronteiras e dogmas que alem de não negarem,

convencional. Dessa forma, para nós é interessante discutir quais novas e velhas idéias nos dão fundamentos para efetivas atitudes,

falta de preocupação ou auto-limitaçâo criada em

Então se vocês se sentem de alguma forma conectados com essa idéia compareçam!

Conluio de Incógnitos.

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_ 6.

(Evento realizado de 13 a 16 de Novembro de 2008.)(Evento realizado de 13 a 16 de Novembro de 2008.)(Evento realizado de 13 a 16 de Novembro de 2008.)(Evento realizado de 13 a 16 de Novembro de 2008.)

Aqueles sentimentos não voltarão... Um fato, tanto bom quanto ruim. Tenho plena certeza de que foi, para mim o evento mais significativo em tempos de cólera e inoperâncias desmedidas... E sem dúvida o que hei de ter como o mais frustrante também. Talvez de aqui empareça um pouco confuso, eufórico ou rancoroso, mas os sentimentos são mesmo assim. E é a eles que quero me prender como forma mais sincera de um relato.

O que é unânime entre nós que organizamos e idealizamos tal evento é que esta foi exatamente a parte mais produtiva. A construção! E como me lembro dos sentimentos que efervesciam nas semanas de idealização, a expectativa em poder partilhar nossas opiniões... Em meio a produções textuais, desenhos, cartazes, levas e trazes de idéias, complementosuplementos, novidades boas e algumas decepcionantes... Assim fomos nos interalimentando de mais e mais vontades incógnitas. E numa instigação que pareceu ser decisiva em tal ato. Entramos em uma sintonia sem precedentes. E admito que foi até inusitado sentir. Pela primeira vez vi que não estávamos fazendo algo para mostrar que estávamos fazendo algo! Estávamos fazendo por nós, para nós! O que permanece até então, não com tanto entusiasmo, mas ainda assim com uma vontade persistente.

Inicialmente estávamos no embate de fazer um evento se no caráter de encontro ou evento onde seriamos só nós anfitriões/organizadores responsáveis por pautas, temas e etc... Ou se teria discussoes abertas e fechadas. Ficou finalmente decidido ser um encontro onde criaríamos com todos os “interessados” em comparecer para fazermos juntos toda estrutura, criando uma grade de temas onde estávamos nós propondo alguns e recebendo outros palpites. HÁnossa! E essa foi a primeira decepçfelizmente, como vejo hoje) essas pessoas não estavam dispostas a participarem mesmo. E ficaram só na parte de dar opiniões muitas vezes sem nenhuma conexão com a proposta do encontro, por exempcomo foi o caso de um tema proposto sobre

6.2 Do Evento (Anexo)_

Encontro Incógnito (Evento realizado de 13 a 16 de Novembro de 2008.)(Evento realizado de 13 a 16 de Novembro de 2008.)(Evento realizado de 13 a 16 de Novembro de 2008.)(Evento realizado de 13 a 16 de Novembro de 2008.)

sentimentos não voltarão... Um fato, tanto bom quanto ruim. Tenho plena certeza de que foi, para mim o evento mais significativo em tempos de cólera e inoperâncias desmedidas... E sem dúvida o que hei de ter como o mais frustrante também. Talvez de aqui em diante eu pareça um pouco confuso, eufórico ou rancoroso, mas os sentimentos são mesmo assim. E é a eles que quero me prender como forma mais sincera de

O que é unânime entre nós que organizamos e idealizamos tal evento é que esta

e a parte mais produtiva. A construção! E como me lembro dos sentimentos que efervesciam nas semanas de idealização, a expectativa em poder partilhar nossas opiniões... Em meio a produções textuais, desenhos, cartazes, levas e trazes de idéias, complementos, suplementos, novidades boas e algumas decepcionantes... Assim fomos nos inter-alimentando de mais e mais vontades incógnitas. E numa instigação que pareceu ser decisiva em tal ato. Entramos em uma sintonia sem precedentes. E

sentir. Pela primeira vez vi que não estávamos fazendo algo para mostrar que estávamos fazendo algo! Estávamos fazendo por nós, para nós! O que permanece até então, não com tanto entusiasmo, mas ainda assim com uma vontade persistente.

mos no embate de fazer um evento se no caráter de encontro ou evento onde seriamos só nós anfitriões/organizadores responsáveis por pautas, temas e etc... Ou se teria discussoes abertas e fechadas. Ficou finalmente decidido ser um encontro onde criaríamos com todos os “interessados” em comparecer para fazermos juntos toda estrutura, criando uma grade de temas onde estávamos nós propondo alguns e recebendo outros palpites. HÁ-HÁnossa! E essa foi a primeira decepção. Um monte de gente quis ser participante. Infelizmente (ou felizmente, como vejo hoje) essas pessoas não estavam dispostas a participarem mesmo. E ficaram só na parte de dar opiniões muitas vezes sem nenhuma conexão com a proposta do encontro, por exempcomo foi o caso de um tema proposto sobre Afropunk... (Fala sério...)

mostrar que estávamos fazendo algo! Estávamos fazendo por nós, para nós! O que permanece até então,

mos no embate de fazer um evento se no caráter de encontro ou evento onde seriamos só nós anfitriões/organizadores responsáveis por pautas, temas e etc... Ou se teria discussoes abertas e fechadas. Ficou finalmente decidido ser um encontro onde criaríamos uma rede de discussão com todos os “interessados” em comparecer para fazermos juntos toda estrutura, criando uma grade de

HÁ-HÁ!... Que inocência a ão. Um monte de gente quis ser participante. Infelizmente (ou

felizmente, como vejo hoje) essas pessoas não estavam dispostas a participarem mesmo. E ficaram só na parte de dar opiniões muitas vezes sem nenhuma conexão com a proposta do encontro, por exemplo,

Page 22: incógnito - pós identidade queer.pdf

Criamos um email para que todos pudessem participar dos debates e tudo o mais... Mas pelo visto estavam só dando pitacos mesmo! Querendo por o dedo onde não pisariam. Além de mandar-nos emails sem noção com textos “não lidos”só por causa de títulos duvidosos como por exemplo, “heteroqueer”, e mais cositas assim. Chegamos a considerar a participação de temas que com o caminhar do nosso pensamento incógnito andarilho, vimos ser incoerentes e paradoxais. Foi o caso da oficina de Wen-do. Até hoje perguntamo-nos onde estávamos com nossas cabeças?

Abrir espaço dentro de um evento que propunha a quebra do binarismo do gênero para uma prática especifica de um gênero que na raiz não tem nada de exclusão de gênero a não ser que é tão genérica quanto qualquer ser pode ser... Vamos supor numa hipótese (hoje mais hipotética do que qualquer coisa), que tivesse ocorrido tal oficina... Onde os seres que tem um pau entre as pernas (considerados homens) ficariam? Jogando

bola? E pra onde foi toda idéia do Incógnito? Tal imagem foi feita em nossas explanações. Assim desistimos da oficina. Porém ainda achamos que esse tema merecia uma discussão para esclarecer justamente em caso de incognoscibilidade dos seres...

Chegou a data do evento e a maioria dos que fizeram tanta questão de estar via email discutindo e dando pitaco, confirmou a sua ilustre não participação. Ah que pena... Até parece que não estávamos preparados... Isso pra aprendermos a não depender de alguém ou algum grupo para falar de determinados temas que poderíamos muito bem ser conhecedores! Sim, estou falando de Wen-do! Poderíamos ter pesquisado um pouco pra fazer tal discussão... Afinal quem não conhece a Wikipedia ou “maravilhoso” mundo do youtube? Não é que servem pra alguma coisa... De 6540 vídeos, pelo menos 1000 são mesmo sobre o assunto... Fora os milhares sites onde podem ser aprendidos os tão estimados segredos. Ok... Perdemos o interesse mesmo depois de saber e pensar um pouco no contexto.

No primeiro dia (13 de novembro), uma quinta-feira, houve a exibição do filme XXY, e na seqüência uma troca de idéias sobre heteronormatividade, identidade e fronteiras: visões incógnitas do binarismo heterossexual/homossexual, por corpos e mentes livres e plurais. Foi bem proveitoso, apesar do meu atraso...

No segundo dia (14 de novembro), sexta-feira, em minha opinião pior dia, em questões de evento. Onde estava programada uma troca de idéias com a temática pós-identidade Queer. Mais uma vez nossa inocência nos levou acreditar que havia a possibilidade de um debate construtivo sobre um tema que modestamente temos maior domínio. É incrível como mentes estagnadas teimam em querer comparar as identidades ou buscar valores de contracultura onde não existe valor nenhum a se comparar... Como assim quem surgiu primeiro? Realmente não deveria ter sido um debate! Realmente era pra ter acontecido

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uma exposição cansativa daquelas que todos devem estar acostumados a ver em teoria acadêmica, assim talvez tivesse ficado alguma coisa na mente de indivíduos que só aparecem nos eventos de debate chapados querendo dizer que o punk é mais isso ou aquilo... Sinto muito mesmo se quem estava afim de absorver sobre o Queer foi frustrado por tais imprevistos. Mas é assim mesmo! Da próxima, nós já sabemos... Infelizmente também houve um desencontro de informações sobre o horário de inicio, o que malogrou a participação de mais algumas pessoas.

No terceiro dia (15 de novembro), sábado findou não havendo quase nada do que estava previsto e proposto. A discussão sobre Movimentos baseados em sexualidade, foi propositadamente marcada num horário inconveniente... às 10:00 da manhã. O que deve ter causado a ausência de todos, posto que fomos só em cinco pessoas. Porém estava marcado um debate sobre Amor, relacionamento e liberdade para as 14:00 da tarde e também não teve “quórum” suficiente. Afinal era sábado não é? Todos possivelmente estavam bebendo em algum lugar, fazendo algo mais importante ou ajeitando seus “vizus” para o domingo. Quem se importa? As 18:00 estava prevista uma troca de idéias justamente sobre Wen-do, terminamos por nem mais considerar tal tema por acharmos vão ao evento. Para não dizer em nossa existência quanto incógnitos. Logo discutimos sobre amor, relacionamento e liberdade a noite com o adicional de troca de idéias sobre filhos de anarquistas/libertários/punx quanto a questão da “educação”. E findou sendo muito produtiva.

No quarto e último dia (16 de novembro), domingo de gig! Queríamos que fosse a confraternização de todo o evento. Com os participantes de todo o evento... Mas como seria isso se pouquíssimos indivíduos participaram nos dias anteriores? Afinal não foi assim. O Bar & Art, local do gig lotou. E todos os defuntos da cidade resolveram aparecer! Ah ninguém pode culpar que as pessoas achem que ser ativos é beber e curtir um som, e logicamente aparecer nos gigs! Pensar, debater ou dividir alguma idéia é realmente demais para quem está acostumado em uma vida estagnada de egocentrismos e conformismos. Mas quem construiu e participou também estava ali e era com essas pessoas que eu sinceramente estava me confraternizando! Foi também a estréia da Ne Koni, muito bem recebida e levada com muita curtição! Tivemos encenação de uma peça anti-especista, recital de poesias Vinho Vulgar e mais as bandas Dejetos e C.U.S.P.E. Outros projetos que estavam programados não exerceram vontade suficiente para se apresentarem... Talvez tenha sido mesmo melhor. Todavia foi mágico ver o semblante entusiasmado de nossa vontade! Ver o suor e sentir o calor de nossas idéias transformadas no Incógnito!

Pessoal: sem justificativas ou cobranças... Quem quer faz! Obrigado aos que apoiaram mesmo não tendo vindo! E obrigado aos que compareceram! Serviu como repelente de inoperâncias e aglutinante de atividades!

Devo parecer meio inconformado com alguma coisa... Mas na verdade sinto um tipo de pena, (sentimento odioso...) Pois queria sinceramente ter dividido com mais pessoas nossas idéias. E intimamente um tipo estranho de orgulho em ter partilhado com quem entende ou entendeu o que significa todo o contexto que Incógnito tem em minha vida. A tradução perfeita de tantas coisas que só nós que construímos esse evento somos! O que foi experimentado naqueles dias quentes, ficará por muito tempo...

Lucas AltamarLucas AltamarLucas AltamarLucas Altamar

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Sob Um Só Sob Um Só Sob Um Só Sob Um Só GuardaGuardaGuardaGuarda----ChuvaChuvaChuvaChuva

Um dia a chuva caiu, E tudo foi derretendo... Alguém possuía um guarda-chuva, E este conveio pra amparar todos De suas próprias lamúrias.

Um dia tudo foi pelo esgoto, As bocas-de-lobo lamberam os pés... Mas o guarda-chuva protegeu Todos os que queriam. De suas próprias censuras

Um dia que não foi só noite, O guarda-chuva foi o que uniu, Todos que possuíam a mesma necessidade...De acolhimento sobre a mesma vontade.

Todos que possuíam a mesma necessidade...

Qual A Razão Das Lantejoulas?Qual A Razão Das Lantejoulas?Qual A Razão Das Lantejoulas?Qual A Razão Das Lantejoulas?

Pra que tanto orgulho infundado? Tantas

Uma identidade que é tão efêmera quanto o arcoDepois da chuva fica só lama...

Assim como a maquiagem escorre nas lágrimas pelo ralo...

Pra que tanto valor a um estereótipoSe no final somos compostos da mesma merda

E ao final todos tem a mesma vontade De sentir

Pra que se obrigar a se assumir Se dentro do gueto todos estão em armários mentais?

Se tomam as fantasias para sempre como reais peles

Depois de tanto tempo usando máscaras Você pode esquecer quem é realmente.

Qual A Razão Das Lantejoulas?Qual A Razão Das Lantejoulas?Qual A Razão Das Lantejoulas?Qual A Razão Das Lantejoulas?

Pra que tanto orgulho infundado? Tantas cores pra assumir uma cor...?

Uma identidade que é tão efêmera quanto o arco-íris... Depois da chuva fica só lama...

Assim como a maquiagem escorre nas lágrimas pelo ralo...

Pra que tanto valor a um estereótipo Se no final somos compostos da mesma merda

De ossos e carne... E ao final todos tem a mesma vontade De sentir-se real perante o espelho...

Pra que se obrigar a se assumir Se dentro do gueto todos estão em armários mentais?

Pra que tantas festas? Se tomam as fantasias para sempre como reais peles....

Cuidado... Depois de tanto tempo usando máscaras Você pode esquecer quem é realmente.


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