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Page 1: Identidade Cristã em Justino Mártir

PROJETO DE PESQUISA DE MESTRADO

O DESENVOLVIMENTO IDENTITÁRIO DAS COMUNIDADES CRISTÃS – UMA

ANÁLISE DOS ESCRITOS CRISTÃOS: DAS CARTAS PAULINAS ÀS OBRAS DE

JUSTINO DE ROMA (I E II SÉCULOS D.C.)

1. APRESENTAÇÃO:

Este trabalho visa analisar o processo de desenvolvimento da identidade do

cristianismo primitivo. Para tanto, deter-nos-emos, espacialmente, dentro das comunidades

cristãs existentes no então Império Romano e temporalmente, entre o século I d.C. até meados

do II d.C., focando este último período. Dentro deste recorte pretendemos trabalhar com a

disposição da história do cristianismo em seis períodos. O primeiro período se caracterizaria

pelo ministério de Jesus, uma instância germinal. O segundo, pela institucionalização da

comunidade judaico-cristã em Jerusalém, conforme infere-se do capítulo 2 no livro dos Atos

dos Apóstolos. Um terceiro período pode ser identificado na expansão do cristianismo por

meio das pregações dos apóstolos (Pedro, Tiago e João) e dos diáconos (Estevão e Filipe). O

quarto período seria o momento em que as missões se voltam para os gentios, começando

com o apóstolo Pedro, porém, o personagem principal é o apóstolo Paulo, conhecido, por isso,

como o “apóstolo dos gentios”. As várias comunidades daí geradas se intitulariam de

comunidades paulinas, não obstante, várias comunidades terem se formado sem o pioneirismo

de Paulo. É o caso da comunidade de Roma, por exemplo. Paulo colaborou com o

crescimento dessa comunidade por meio de uma carta (conhecida pelo nome de Carta, ou

Epístola aos Romanos) e durante a sua prisão em Roma (Atos dos Apóstolos, Cap. 28), mas o

seu fundador ao que indica a tradição foi Pedro1. Outro personagem de fundamental

importância é o apóstolo Barnabé a quem Paulo acompanhou em várias cidades. Porém, a

preeminência de Paulo justifica o nome de comunidade paulina.

O quinto período pode ser localizado na comunidade chamada de joanina

(reconhecida a partir dos chamados escritos joaninos, isto é, das obras atribuídas ao apóstolo

João. Estas são formadas pelo Evangelho, três cartas e o livro do Apocalipse), onde se

observa bem os resultados do contato com a cultura helenística causados principalmente pelas

1 Apesar da indicação conjunta de Pedro e Paulo por Irineu (IRINEU, Contra as Heresias, III, 1.1 e 3.2) deduz-se pelos Atos dos Apóstolos e o capítulo 1 da Carta aos Romanos (Caps. 1 e 15) que Paulo não foi o fundador, enquadrando-se mais como um contribuidor doutrinário da comunidade cristã em Roma.

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missões de Paulo e seus discípulos. O último período é o dos pais apostólicos até por volta do

ano 150 d.C. quando a filosofia grega é claramente utilizada nos escritos destes. Veja-se

principalmente Justino de Roma. Sua formação incluía as escolas filosóficas estóica,

peripatética, pitagórica e platônica (Diál. 2,1-6) antes de se encontrar com o cristianismo, a

“única filosofia certa e digna” (Diál. 3-8). É o primeiro a estabelecer a relação entre a filosofia

e a fé (FRANGIOTTI, 1995, p. 10).

Desenha-se assim, um quadro com as comunidades: sinótica2 (situada na

palestina, com sua própria especificidade); paulina (formada de judeus helenizados e de povos

greco-romanos em várias partes do Império Romano); joanina; e, por fim, o resultado dessas

várias comunidades em meados século II d.C., onde o centro das ideias vão se concentrar

basicamente em Roma e Antioquia, no que denominados o conjunto como comunidades do

segundo século.

Em suma, pretendemos, por intermédio da literatura canônica, pseudo-epígrafa,

apócrifa, patrística e, juntamente com o auxílio da história cultural e uma bibliografia

multidisciplinar, detectar os fenômenos/elementos que possibilitaram a formação da

identidade cristã e localizar os processos diacrônicos e sincrônicos que desencadearam tal

identidade. Enfatizamos: trata-se de pensar os processos e resultados das interações culturais

que possibilitaram a formação da identidade do Cristianismo Primitivo tal qual se encontrava

em meados do século II d.C.

2. O TEMA NA BIBLIOGRAFIA (ESTADO DA ARTE)

O número de obras que trabalham com a história do Cristianismo primitivo é

incontável, e com os mais diferentes vieses. Por isso, apresentaremos aqui aquelas que melhor

lidaram com o processo de desenvolvimento da comunidade cristã primitiva começando com

o seu surgimento dentro do judaísmo e culminando com sua mesclagem com a cultura

helenística. A primeira que pode-se verificar boa parte deste desenvolvimento é também uma

de nossas fontes, ela é conhecida como Os Atos dos Apóstolos. Porém, os debates mais atuais

podem ser melhor conhecidos por meio das obras abaixo:

1º) Judaísmo, cristianismo e helenismo – ensaios acerca das interações culturais no

Mediterrâneo Antigo que consistem em ensaios (como o próprio subtítulo deixa claro)

2 Ou seja, analisadas a partir dos evangelhos sinóticos, são eles: Mateus, Marcos e Lucas. São assim chamados devido às semelhanças (do grego: syn opsis, que significa: olhar de conjunto) entre si na construção do texto de seus evangelhos.

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elaborados pelo Dr. André Leonardo Chevitarese e o Dr. Gabriele Cornelli, publicados em

2003. O primeiro é Professor Associado I da Universidade Federal do Rio de Janeiro e

Professor Visitante do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de

Campinas. Tem experiência nas áreas de História Antiga Grega e Romana, História do

Cristianismo e Experiências Religiosas no Brasil. O segundo, é professor de Filosofia Antiga

(Adjunto I) do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília (UnB).

Nos ensaios ambos trabalham com vários “intermediários” que formam a base

metodológica para se entender o processo das interações culturais que ocorreram entre o

judaísmo, o cristianismo e o helenismo. Entre eles citamos: O filólogo alemão Werner

Wilhelm Jaeger e sua obra Cristianismo Primitivo e Paidéia Grega; Arnaldo Momigliano e

sua obra Os Limites da Helenização. Interação Cultural das Civilizações Grega, Céltica,

Judaica e Persa; o antropólogo norte-americano Marshall Sahlins e sua obra Ilhas da

História; Roger Bastide e seu conceito de “interpenetração das civilizações”; e, por último,

Carlo Ginzburg com seu método de abordagem e a categoria da “circularidade cultural”.

Destes autores os ensaios parecem centrar-se mais na antropologia de Sahlins. Em

sua obra Ilhas da História Sahlins trabalha com o encontro da cultura inglesa com a havaiana

no final do século XVIII. As constatações de Sahlins são utilizadas para analisar o encontro

cultural entre gregos, judeus e cristãos. Chevitarese e Cornelli utilizam dele duas definições

de cultura, são elas:

1. A cultura é justamente a organização da situação atual em termo do passado

(SAHLINS, 1990, p. 192 apud: CHEVITARESE & CORNELLI, 2003, p. 14);

2. A cultura funciona como uma síntese de estabilidade e mudança, de passado e

presente, de diacronia e sincronia (SAHLINS, 1990, p. 180 apud: CHEVITARESE &

CORNELLI, 2003, p. 14).

Tais definições tomam por base a declaração de Sahlins de que “a cultura é

historicamente reproduzida na ação”, e as críticas feitas, por ele, aos teóricos do sistema

mundial quanto à afirmação de que: como as sociedades tradicionais estudadas pelos

antropólogos “são submetidas a mudanças radicais”, devido à imposição da “expansão

capitalista ocidental”, é impossível que tais sociedades possuam um funcionamento “baseado

em uma lógica cultural autônoma” (SAHLINS, 1991, p. 8 apud: CHEVITARESE &

CORNELLI, 2003, p. 11-14). As críticas feitas por Sahlins são:

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1. Há uma certa confusão, entre os teóricos do sistema mundial entre sistema aberto e

a total ausência de sistema (SAHLINS, 1990, p. 8 apud: CHEVITARESE &

CORNELLI, 2003, p. 12);

2. A própria teoria do sistema mundial faz concessões à preservação das culturas

satélites enquanto meios de reprodução de capital na ordem dominante européia

(SAHLINS, 1990, p. 9 apud: CHEVITARESE & CORNELLI, 2003, p. 12, 13);

3. O sistema é, no tempo, a síntese da reprodução e da variação (SAHLINS, 1990, p.

9 apud: CHEVITARESE & CORNELLI, 2003, p. 13);

4. A transformação de uma (dada) cultura também é um modo de sua reprodução

(SAHLINS, 1990, p. 174 apud: CHEVITARESE & CORNELLI, 2003, p. 13, 14);

Às críticas acima, Chevitarese e Cornelli comentam, respectivamente, a cada uma:

1. No momento da interação as culturas judaica, cristã e grega se caracterizavam como

sistemas abertos e estabeleciam negociações até certo limite. O que implica em dizer

que os ensaios são baseados na ideia de negociação cultural e não de influência de

uma cultura sobre as demais (SAHLINS, 1990, p. 8 apud: CHEVITARESE &

CORNELLI, 2003, p. 12);

2. Pode-se observar que os povos dominantes fizeram várias concessões aos povos

dominados, seja no campo religioso ou mesmo na forma como eram produzidas as

riquezas em seus respectivos territórios (SAHLINS, 1990, p. 9 apud: CHEVITARESE

& CORNELLI, 2003, p. 12, 13);

3. As interações culturais entre dominantes e dominados devem ser vistas como uma “via

de mão dupla”, a partir disso entende-se que a reprodução cultural resultante será

diferente, com uma especificidade gerada tanto no tempo quanto no espaço

(SAHLINS, 1990, p. 9 apud: CHEVITARESE & CORNELLI, 2003, p. 13).

4. Como houve várias transformações dentro das culturas judaicas e cristãs é mais

prudente falar em judaísmos e cristianismos. Tais transformações foram produtos de

seus contatos mútuos e, também, com as culturas politeístas (SAHLINS, 1990, p. 174

apud: CHEVITARESE & CORNELLI, 2003, p. 13, 14).

Por serem ensaios e os temas muito abrangentes e por vezes complexos, os textos

revelam-se insuficientes. Apesar disso, as contribuições trazidas para compreender a

identidade do cristianismo e sua identidade são muitas. Eles trazem para o palco das pesquisas

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questões importantes sobre os judeus da Galiléia e Jerusalém, como o seu contato com os

gregos e a questão da helenização destes judeus. Falam sobre a magia no mundo antigo e sua

conexão com o cristianismo, helenismo e judaísmo. Interessante também, são os Papiros

Mágicos Gregos, que nos dão uma visão muito mais clara do sentido religioso,

principalmente, na chamada “religiosidade popular” da época. De forma geral, os artigos

revelam um cristianismo muito vinculado ao helenismo. Suas práticas, mesmo aspectos

doutrinais mostram o quanto a religião cristã “negociou” com a religião grega.

2º) O reconhecido autor da famosa Paidéia: a formação do homem grego, o filólogo Werner

W. Jaeger escreveu também Cristianismo Primitivo e Paidéia Grega. Esta obra foi organizada

a partir de conferências realizadas por ele na Universidade de Harvard em 1960 e publicada

no ano seguinte. Ela não pôde ser concluída devido à morte do autor em outubro de 1961.

Apesar da data um pouco recuada, esta é uma obra de fundamental importância para se

analisar o desenvolvimento da identidade do cristianismo primitivo. Chevitarese e Cornelli

apontam que3 (CHEVITARESE & CORNELLI, 2003, p. 9):

a) Jaeger é um dos autores, do século passado, mais importantes que pesquisam o mundo

antigo;

b) Esta obra de Jaeger, apesar de ter sido publicada há mais de 40 anos traz questões

bastantes “atuais e oportunas”;

c) Verifica-se que muitas das pesquisas atuais são feitas a partir das ideias que ele

desenvolveu.

O recorte temporal de Jaeger é um pouco mais extenso que o nosso. Ele examina

o cristianismo do século I ao IV d.C., mas, faz algumas incursões nos últimos três séculos a.C.

para avaliar a fundamental importância da expansão da cultura grega para o crescimento do

cristianismo. Ele reconhece a origem judaica do cristianismo, porém, afirma que (JAEGER,

1998, p. 13-15):

a) A parte judaica que aceita o cristianismo é uma parte, de certa forma, já helenizada;

b) E que estes judeus foram os primeiros missionários cristãos.

3 As conclusões a respeito de Jaeger e sua obra, apontadas por Chevitarese e Cornelli, são feitas também a Momigliano e sua obra.

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Para confirmar esta duas observações argumenta que (JAEGER, 1998, p. 15-17):

a) O nome de vários discípulos eram nomes gregos, como por exemplo, Estevão

(Stephanos), Felipe (Philippos), etc.;

b) O nome cristão (christianoi) teve sua origem numa cidade grega, Antioquia;

c) O grego era falado em todas as sinagogas (synagogai) das cidades mediterrâneas;

d) As discussões de Paulo com os judeus em suas viagens eram feitas em grego e com a

perspicácia da lógica grega.

e) Toda citação do Antigo Testamento no Novo Testamento é feita segunda a tradução

grega, isto é, a Septuaginta, e não o original hebraico;

f) Fora as coleções de ditos de Jesus e os evangelhos4, os escritores cristãos da era

apostólica utilizaram-se de epístolas, que eram formas literárias gregas.

Apesar destes fatores ele aponta que nem todos os pensadores cristãos eram

favoráveis a uma helenização do cristianismo. Entre eles cita Taciano, o assírio e Tertuliano, o

africano.

3º) Mais recentemente tivemos contato com a obra Christian Identity In The Jewish And

Graeco-Roman World (Identidade Cristã no Mundo Judaico e Greco-Romano), publicada em

2004, da Professora Dra. Judith M. Lieu, pesquisadora de Cambridge e professora titular na

Leverhulme Major Research Fellowship, Londres, Inglaterra. Como o próprio título já diz, o

objetivo da autora é trabalhar com a identidade do cristianismo primitivo. Como esta

identidade surgiu? Por isso, ela pergunta: “Como não só estrangeiros, mas também aqueles

que se proclamavam ‘cristãos’ teriam entendido o título de cristão e como o sentido de ser

cristão surgiu?” (LIEU, 2004, p. 1). O recorte temporal de Lieu coincide-se com o nosso. Ela

investiga o nascimento da identidade cristã na literatura até meados do século II d.C. Tenta

comparar os processos de formação da identidade em relação aos judeus e os outros povos no

mundo greco-romano. O ponto central nesta obra é que Lieu trabalha com uma identidade

multifacetada do cristianismo, com suas raízes judaicas e o seu encontro com as culturas

greco-romanas.

4 É importante observar que o autor do evangelho de Lucas utiliza-se de vários recursos da historiografia helenista (SANTOS, 2008, p. 49-68).

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A metodologia de Lieu para a construção da identidade cristã segue o tema dos

capítulos5, de forma que cada capítulo representa um passo na busca por essa identidade

(HARLAND, 2005). Seus passos são:

A partir de um momento histórico (Policarpo, bispo da igreja de Esmirna diante do

procônsul para explicar a este sobre a “natureza” do cristianismo) analisa a recepção da

confissão de Policarpo pelos romanos e gentios (capítulo 1);

Volta-se para literatura Judaica e Cristã examinando o papel dos textos na construção

da identidade Cristã (capítulo 2);

Examina as maneiras em que as histórias da Escritura Judaica foram relembradas e

recontadas. Ela afirma que a mesma história pode ser utilizada de forma diferente por

reivindicadores diferentes, enquanto as diferentes histórias puderem ser reconciliadas uma

com outra em um único texto ou autor (LIEU, 2004, p. 97) (capítulo 3);

Analisa a importância das fronteiras na construção da identidade cristã (capítulo 4).

Em suas palavras:

Então a delimitação é parte fundamental para a ideia de identidade, pois, são os limites que aproximam os que compartilham o que é comum e exclui aqueles que nada de comum têm a compartilhar, que asseguram a continuidade e coerência, e salvaguardam-se contra a contaminação ou invasão – ou assim parece (LIEU, 2004, p. 98).

Utilizando-se de concepções do sociólogo Pierre Bordieu, Lieu discute a identidade

em termos de “história encarnada” como revelada na relação entre prática (ação) e crença

(pensamento) (capítulo 5);

Lieu passa a discutir a questão de gênero, o modo como as perspectivas de gênero

eram compartilhadas entre as culturas cristãs, judaicas e greco-romanas (capítulo 6);

Ela analisa também as noções de lugar que, segunda ela, “no cristianismo nós

encontramos o nascimento de uma universalidade que contrasta com as noções de

identidades localizadas primariamente” (capítulo 7);

Em a Raça Cristã, Lieu discute sobre o rótulo, pelos “de fora”, de cristão e a

identificação enquanto cristão, pelos “de dentro”. Seu objetivo é analisar o termo raça

(genos) utilizada para os cristãos. Segundo ela, foi devido à denigrição do termo cristão que

foi possível identifica-los enquanto raça. Tal termo passa assim a ser adotado e redefinido

por Aristides, Tertuliano e na Carta de Diogneto (capítulo 8);

5 Exceto pelo capítulo 10 onde ela conclui o livro com uma discussão teológica moderna a respeito das implicações para a identidade cristã hoje. Esta última abordagem de Lieu parece um tanto fora de lugar à luz da abordagem histórica feita na maior parte do trabalho.

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A partir do ponto acima a autora pode trabalhar melhor colocando a construção da

identidade do cristianismo primitivo nas antigas etnografias. Ela relaciona “as dinâmicas da

identidade em termos de ‘interação mútua’ do sentido de si e da definição do ‘outro’”

(capítulo 9).

3. PROBLEMATIZAÇÃO:

A nossa questão se refere a uma busca pela identidade da Igreja Cristã nos seus

primórdios, isto é, objetivamos responder a uma questão simples e ao mesmo tempo

complexa: O que foi o cristianismo primitivo em meados do século II d.C.? Dentro dessa

pergunta podemos vislumbrar várias outras que lhe estão vinculadas: como um movimento

que nasceu no seio da religião judaica assumiu uma forma tão amalgamada de judaísmo e

helenismo? Quais processos desencadearam tal fenômeno? Quais fenômenos/elementos

culturais foram “responsáveis” pela formação da identidade cristã? O que era ser cristão? O

que caracterizava a cultura cristã? Até que ponto houve negociações culturais com os povos

greco-romanos? Estas perguntas assemelham-se ao exposto por Chevitarese e Cornelli quando

dizem que:

A questão mais premente, do ponto de vista historiográfico, é exatamente aquela de conseguir compreender o “produto final” das diversas interações entre culturas diferentes para originarem este estágio cultural específico. (CHEVITARESE & CORNELLI, 2003, p. 15).

As questões acima são fundamentais para estabelecer certos parâmetros para não

incorrermos em alguns equívocos. O primeiro deles seria a ilusão de que o cristianismo

continuou sendo até meados do segundo século meramente uma nova seita do judaísmo. O

nascimento dentro de uma cultura que já se interagia com o helenismo e o contato inevitável

com a cultura greco-romana tornou impossível essa “pureza”. É inegável que o cristianismo

passa a ser uma cultura híbrida, uma síntese das culturas judaicas e greco-romanas. Mas,

também, não podemos cometer o equívoco em pensar que a expansão do cristianismo ocorreu

graças a apenas ao encontro com a cultura helenística. É fato, que este encontro foi um forte

fator colaborador, mas, não único. Percebemos que ao longo dos séculos o cristianismo

tornou-se cada vez mais plástico, adaptável às várias condições que o tempo lhe ofereceu. A

cultura cristã conseguiu negociar com outras culturas, manteve certas doutrinas básicas e

conseguiu conquistar o mundo, tornou-se universal, católica no sentido lato.

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Analisar o processo de desenvolvimento do cristianismo é uma questão mais

complexa do que simplesmente apontar um ou outro fator. Faz-se necessário uma melhor

verificação dos elementos culturais que envolvem as culturas greco-romana e a judaica. Com

isso uma última pergunta se insere: o que levou o mundo helenístico a se sentir atraído pela

pregação cristã a ponto de adotá-la? Fatores existenciais? Políticos?

4. JUSTIFICATIVA

O que nos motivou dentro do problema foi, antes de tudo, um desejo pessoal de

pesquisar mais a fundo as interações culturais que culminaram no cristianismo de meados do

segundo século da era cristã. Outro fator que aguçou mais a nossa curiosidade foi a forma de

abordagem aplicada pelo historiador judeu Geza Vermes, em sua obra As Várias Faces de

Jesus, para analisar as “faces” do Jesus Histórico tal qual descrito pelas comunidades cristãs.

O que é interessante em Vermes é a sua análise da construção da identidade do Jesus

Histórico. Ele se utiliza da literatura cristã canônica, e a partir daí identifica as construções

feitas pelas comunidades sinótica, paulina e joanina. Revelando uma alteração da face do

Jesus Histórico não só espacialmente, mas temporalmente, isto é, vendo uma mudança na

construção da identidade de Jesus, começando pelo início do movimento cristão na palestina

(cerca de 30-40 d.C.), depois outra alteração provocada pelas missões paulinas em várias

regiões do Império Romano (cerca de 35-67 d.C.) e outra vista nos escritos joaninos (cerca de

80-120 d.C.). Ele analisa também, as questões daquilo que podemos chamar de “leitura grega

de concepções judaicas”, e busca “descobrir o significado de palavras e ideias em sua língua

original, como os oradores originais pretendiam que os ouvintes originais as entendessem.”

(VERMES, 2006, p. 11). Isto nos levou a considerar a possibilidade de realizar o mesmo

feito, porém, o objeto já não seria o Jesus Histórico, e, sim, o cristianismo desde a sua origem

até meados do século II d.C. Daí, sentimo-nos persuadidos em trazer um novo enfoque nos

estudos sobre o cristianismo primitivo: o desenvolvimento da identidade do cristianismo

primitivo a partir, não só das interações culturais com os judaísmos e helenismos, mas,

pensando nos resultados dessas interações nas comunidades sinótica, paulina e joanina,

culminando naquilo que veio a se tornar: o cristianismo de meados do século II d.C.

Como vimos Lieu faz o seu trabalho a partir da relação entre o “nós” e o “outro”,

entre aquilo que os cristãos pensavam de si e aquilo que os outros identificavam como ser

cristão; Jaeger, Chevitarese e Cornelli trabalham com a visão de um cristianismo originado

dentro de um judaísmo já helenizado. Ambos os trabalhos pareceu-nos bastante pertinentes.

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Mas, a nossa proposta é exaurir mais os aspectos culturais envolvidos no processo de

desenvolvimento da identidade do cristianismo primitivo. O que não foi possível em

Chevitarese e Cornelli devido ao caráter ensaístico de seus trabalhos. Quanto a Jaeger sua

análise foi interrompida devido à sua morte antes que pudesse terminá-lo, mas substancia bem

a discussão até meados do século II d.C. No caso de Lieu, a que mais se aproxima de nosso

trabalho, analisa a identidade cristã a partir de várias categorias, o que é muito salutar. Mas,

propomos, além de analisar tais categorias, trabalhar numa certa cadência cronológica que se

inicia com a pregação de Jesus na palestina e vai até a vida e obra de Justino de Roma em

meados do século II d.C. Em suma, Lieu é mais temática, nós objetivamos ser mais

cronológicos. Ela trabalha os eventos a partir das categorias. Nós pretendemos, dentro do

nosso recorte temporal e espacial, analisar as categorias, elementos e/ou fenômenos culturais

que moldaram a identidade cristã primitiva.

Podemos verificar que o processo de desenvolvimento da igreja cristã possui uma

teia de conexões e relações culturais que carecem de mais análise acadêmica, diga-se, uma

pluralidade acadêmica, onde percepções e conceitos de disciplinas vizinhas, tais como a

sociologia, e as diversas áreas da antropologia, tais como: a antropologia social, a

antropologia cultural e arqueologia contribuiriam melhor para o entendimento da identidade

do cristianismo primitivo, enriquecendo ainda mais a historiografia cristã, e por assim dizer, a

própria cultura cristã.

O nosso projeto se enquadra na linha de pesquisa História, Memória e Imaginários

Sociais, pois:

1. O cristianismo é uma categoria histórica, e a nossa proposta é trabalhá-lo

historicamente, ainda que com auxílio de disciplinas afins;

2. O cristianismo primitivo e sua identidade estão intimamente ligados à memória

coletiva das comunidades que a formava, então é indispensável a análise das chamadas

“memórias cristãs”.

3. O substrato de ideias dentro da comunidade cristã do primeiro século, o conjunto de

relações imagéticas nas quais pretendemos nos concentrar com auxílio de ciências

afins à história (a sociologia, a antropologia, a arqueologia, etc.) é uma parte essencial

desta pesquisa. Sem uma analisa, seja do imaginário, seja dos componentes

imagéticos, não conseguiremos alcançar o êxito buscado.

5. OBJETIVO GERAL

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Detectar eventos, fenômenos, aspectos culturais que possibilitem uma melhor

compreensão do que foi o cristianismo primitivo em meados do século II d.C.

6. HIPÓTESES

As propostas mais comuns são que as interações culturais com os judaísmos e os

povos greco-romanos foram responsáveis pela formação da identidade do cristianismo

primitivo tal qual era em meados do segundo século. A partir dessa premissa a maioria dos

trabalhos têm sido feitos. Já tão trabalhada essa proposta, ela passa de hipótese para

pressuposto. Também partimos dessa ideia, porém, pensamos, para além disso, na motivação

das interações culturais, qual seja: a mensagem cristã como resposta existencial, atrativa

proporcionando e propiciando as interações culturais. Pensamos não apenas no sentido de

mensagem, mas de discurso cristão: as inquietações produzidas pelas circunstâncias nos

fazem apegar àquilo que responde melhor às nossas questões existenciais (FOUCAULT,

2005, p. 8). Isto nos leva a pensar mesmo na recepção do cristianismo pelos povos greco-

romanos. Um forte corroborador, por exemplo, é a análise da atitude positiva dos cristãos

diante do martírio. Houve uma boa recepção desta atitude por parte das culturas helênicas. Ela

proporcionou, novamente, aos gregos a viver perigosamente (TOYNBEE, 1963, p. 207-209;

FRANGIOTTI, 1995, p. 9, 10). Outros fatores, bem mais óbvios, podem ser expostos: a

adoção das artes, da filosofia e do idioma helênicos (TOYNBEE, 1963, p. 207).

7. PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

Tendo como ponto de partida o recorte temporal (do primeiro século até meados

do segundo d.C.) pesquisaremos os ambientes histórico-sociais em que a comunidade cristã

estava inserida. Para um melhor encaminhamento da pesquisa e a fim de alcançar os objetivos

propostos utilizaremos, de forma adaptada6, a metodologia proposta por Crossan no que ele

chama de “três vetores” (CROSSAN, 1995, p. 15, 17) ou também de “investimentos

6 Crossan propõe este método para se trabalhar com o Jesus Histórico, aqui o utilizaremos para analisarmos o desenvolvimento da identidade da comunidade cristão primitiva. Na verdade, existem duas formas para os três vetores. No seu livro Jesus, Uma Biografia Revolucionária ele traz: a antropologia intercultural, a história greco-romana e a judaica, e vetor literário ou textual (CROSSAN, 1995, p. 15, 17). Em seu artigo O Jesus Histórico: fontes e metodologia para a pesquisa incluso no livro Jesus de Nazaré: Uma Outra história temos: a antropologia transcultural; a história grego-romana e a judaica; e a arqueologia da galiléia (CROSSAN, 2006, p. 169-182).

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materiais” (CROSSAN, 2006, p. 169). São eles: a antropologia transcultural; a história grego-

romana e a judaica; e, os textos cristãos. O primeiro, tem como objetivo focar os aspectos

culturais do próprio cristianismo pensando em dois pontos fundamentais: sua inserção dentro

do Império Romano, o que implica numa relação entre conflito e encontro cultural ocasionado

pela dominação e, em seu contato com o helenismo, causando mais conflitos e mais encontros

devido à “propaganda” de helenização. No segundo, pretendemos analisar alguns dos eventos

que melhor poderiam explicar as alterações na identidade do cristianismo e que estão

vinculados à história greco-romana e judaica. Como, por exemplo, as perseguições aos

cristãos e a destruição do Templo.

Por fim, tendo como base as informações coletadas dos vetores anteriores,

analisaremos os textos cristãos na seguinte ordem: os evangelhos sinóticos, as cartas paulinas,

os escritos joaninos, os apócrifos e pseudo-epígrafos, e, por último, a literatura patrística. Os

dois primeiros serão trabalhados em conjunto com os Atos dos Apóstolos, pois, há material

tanto para um quanto para o outro. A partir desse ponto disporemos o trabalho da seguinte

forma: no primeiro capítulo trataremos do ministério de Jesus até a instituição da primeira

comunidade judaico-cristã. No segundo capítulo, da expansão do cristianismo por meio dos

Apóstolos Pedro, Tiago e João e dos diáconos Estevão e Filipe, e num momento posterior,

principalmente pelo apóstolo Paulo com suas missões aos gentios. No terceiro, examinaremos

da comunidade joanina até aos cristãos de meados do século II d.C.

Nossa análise dos textos evocará o princípio hermenêutico onde tratará de se

pensar em aspectos culturais, ritos, ensinamentos, regras, imaginários, práticas, memórias.

Buscaremos nos textos aquilo que eles entendiam por cristianismo e como eles se entendiam

enquanto inclusos dentro deste “ismo”. No dizer de Lieu, objetivamos detectar nos

documentos o significado do “rótulo” cristão (LIEU, 2004, p.1), o seu desenvolvimento

durante o século I até meados do II d.C. Pois, entendemos que a identidade cristã é uma

categoria ligada a esses aspectos culturais. Ali está a sua visão de mundo, como eles

representavam e produziam a sua “realidade”.

Escolhemos trabalhar o termo identidade, pois, está bastante em voga, é o “papo

do momento” segundo Bauman (BAUMAN, 2005, p. 22, 23). A questão do termo identidade,

tanto de forma geral quanto a identidade nacional, tem sido uma preocupação de vários

eruditos. Assim, há uma enxurrada de literaturas de diversas áreas sobre o tema. Quase todas

voltadas para a modernidade, mesmo porque o conceito é recente, e focadas no problema da

“crise identitária” (v. HALL, 2006, p. 7 e WOODWARD, 1997, p. 1). Por isso, a utilização

deste termo para se trabalhar algo no mundo antigo corre o perigo de cair em um equívoco de

1

Page 13: Identidade Cristã em Justino Mártir

anacronismo conceitual. Mas ao avaliarmos algumas obras sobre o tema podemos identificar

alguns parâmetros semelhantes que se enquadram bem naquilo que poderíamos denominar de

“identidade” na Antiguidade. É o caso da definição de Kathryn Woodward:

A identidade nos dá uma ideia de quem nós somos e de como nós nos relacionamos com os outros e com o mundo no qual vivemos. A identidade marca as maneiras pelas quais nós nos reconhecemos dentro do grupo que compartilha uma mesma posição, e as maneiras nas quais nós somos diferentes daqueles que não a compartilham. Frequentemente, identidade é melhor definida pela diferença, ou seja, por aquilo que ela não é. Identidades podem ser marcadas pela polarização, por exemplo, nas formas mais extremas de conflito nacional e étnico, e pela marca de inclusão e exclusão - os de dentro e os de fora, “nós” e “eles”. (WOODWARD, 2002, p. 1, 2).

Como trabalhamos com “identidade cultural”, mais propriamente com a

identidade de um grupo – o cristianismo – pensamos em sua especificidade tanto em relação a

sua semelhança dentro do próprio grupo (pertencimento, o auto-reconhecimento dos de dentro

do grupo) quanto na diferença (alteridade, a visão do “outro”, dos “de fora”). Ou seja, para

investigarmos aquilo que o cristianismo “era”, entendemos que é necessário analisarmos

aquilo que ele não era dentro de suas próprias particularidades.

Não podemos esquecer também que se nas sociedades hodiernas as identidades

culturais mudam constante e rapidamente o mesmo não ocorre na Antiguidade (HALL, 2006,

p. 14). Assim, o nosso conceito de identidade abarca também alterações, mas estas são mais

lentas. Não obstante, tais alterações não deixam de ser visíveis e passíveis de análise.

Buscando interpretar a cultura dentro de seu contexto utilizaremos aqui o conceito

de cultura proposto pelo antropólogo Clifford Geertz, pois, pensamos, melhor se encaixa ao

estudo do cristianismo primitivo aqui proposto. Segundo Geertz:

O conceito de cultura que eu defendo é essencialmente semiótico. Acreditando, como Max Weber, que o homem é um animal amarrado à teias de significado que ele mesmo teceu, assumo a cultura como sendo estas teias e sua análise, portanto, não como uma ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, à procura do significado” (GEERTZ, 1978, p. 15).

Geertz analisa uma cultura dentro de seu contexto. A cultura de um povo é um

texto a ser interpretado, é onde se deve buscar o seu significado através de uma hermenêutica

cultural.

Por fim, é importante esclarecer que o termo primitivo ou primitiva corresponde a

tradução em inglês da palavra early (que também significa cedo, inicial, primeiro) ou earlier

ou earliest (mais cedo), ou ainda primitive (primitivo, antigo). Em Inglês ainda temos: ancient

1

Page 14: Identidade Cristã em Justino Mártir

(antigo), original (original) para se referir ao Cristianismo Primitivo. Temos assim, os termos

Early Christianity ou Primitive Christianity (corresponde no alemão ao termo

Urchristentums). Preferimos utilizar o termo Cristianismo Primitivo para nos referirmos à

comunidade de cristãos dos primeiros séculos d.C. por duas razões. Primeiro, porque todas as

obras de outros idiomas traduzidas para o português que utilizamos fazem uso dele. Segundo,

porque não vemos nele nada de pejorativo. O termo “Primitivo” tem aqui o sentido de

primeiro, inicial, não de algo como se estivesse contido numa escala de valores evolutivos,

mas no sentido de ser a origem do cristianismo, o cristianismo primevo.

8. TIPOLOGIA DAS FONTES

As fontes utilizadas são basicamente bibliográficas. Podemos perceber que uma

leitura mais analítica da literatura neotestamentária fornece-nos um rico material para

entendermos o desenvolvimento da comunidade cristã primitiva. Porém, a questão levantada

exige mais do que uma jornada investigativa ao passado por meio de textos cristãos (O Novo

Testamento, os escritos apócrifos e pseudo-epígrafos e as obras Patrísticas7). É necessário o

auxílio de uma literatura mais ampla, como os escritos judaicos, romanos e gregos, bem como

algumas contribuições de obras que tratam da arqueologia da palestina.

Quanto aos textos cristãos utilizaremos para o Novo Testamento a versão de João

Ferreira de Almeida conhecida como Versão Corrigida Fiel, que se faz presente na obra Bíblia

de Estudo da Mulher, publicada pela Editora Atos. De grande auxilio serão: a tradução do

evangelho de Lucas do erudito André Chouraqui publicada em 1996 pela Imago; o texto

grego conhecido como Textus Receptus ou em grego como (Ê

Kainê Diathêkê/O Ensino Comum) publicado pela Trinitarian Bible Society de London; e,

também, o Novo Testamento Interlinear Grego-Português publicado pela Sociedade Bíblica

do Brasil. Para as obras dos primeiros pais do cristianismo utilizaremos: Padres Apostólicos

(contendo: Clemente Romano, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, O Pastor de

Hermas, Carta de Barnabé, Pápias e a Didaqué), Orígenes Contra Celso e Justino de Roma

(nesta última as obras: Apologia I e II, e Diálogo com Trifão), todas editadas pela Paulus da

coleção Patrística. Para uma compreensão melhor da Igreja primitiva trabalharemos com a

literatura apócrifa e pseudo-epigrafa editada por Eduardo Proença pela editora Fonte

Editorial, onde temos: Livro do Proto-Evangelho de Tiago; Evangelho de Nicodemus;

7 A obra patrística refere-se aos escritos dos Pais da Igreja, ou seja, aqueles eruditos cristãos que surgiram logo após a era apostólica e que vão até o século IV d.C.

1

Page 15: Identidade Cristã em Justino Mártir

Descida de Cristo ao Inferno (versão grega e latina); Evangelho de Bartolomeu; Evangelho

de Pedro; Evangelho Segundo Tomé, o Dídimo; Excertos do Evangelho de Maria; Agrapha

Extra-Evangelho; Evangelho Segundo Felipe; Apocalipse de Pedro e Apocalipse de Tomé.

Para entender o período e o desenvolvimento da primeira comunidade cristã serão

importantes também: História Eclesiástica, de Eusébio de Cesaréia, publicado pela CPAD; e

The Life and Against Apion (A Vida e Contra Ápio) do historiador judeu Flávio Josefo, que

viveu entre os anos 37-100 d.C. (portanto, contemporâneo ao surgimento do cristianismo),

traduzido para o inglês por H. St. J. Thackeray, e publicado pela Harvard University Press. A

Vida é uma obra caracterizada como uma autobiografia e, Contra Ápio é uma apologia onde

defende a antiguidade do judaísmo.

9. CRONOGRAMA

ANO: 2010

MAR/ABR MAI/JUN JUL AGO SET OUT/NOV DEZPesq. bibliográfica

Leitura da bibliografia obtida

Coleta e análise de dados

Esboço da dissertação

Pesq. bibliográfica: 1º capítulo

Leitura da bibliografia obtida

Nova coleta de dados

ANO: 2011

JAN/FEV MAR MAI JUN/JUL AGO/SET OUT NOV/DEZRedação do primeiro capítulo

Pesq. bibliográfica: 2º cap. e Leitura da bibliografia obtida

Coleta e análise de dados

Redação do segundo capítulo

Pesq. bibliográfica: 3º capítulo e Leitura da bibliografia obtida

Coleta e análise de dados

Redação do terceiro capítulo

ANO: 2012

JAN/FEVRedação Final

10. BIBLIOGRAFIA

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