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Jr. Entrevista

Mesmo se tratando de alunos de cursos completa-mente distintos e com visões de mundo variadas, é unanimidade entre todos os participantes o papel de “divisor de águas” exercido pela Experiência Junior, e é exatamente isso que faz com que as opiniões de todas estas pessoas sejam tão relevantes.

De forma mais abrangente, eles relatam sobre o Movimento de Empresas Juniores (MEJ) como um todo, que tem por intuito desenvolver aqueles que fazem parte dele. O MEJ surgiu na década de 60 na França e se espalhou rapidamente por todo mundo, chegando ao Brasil no início nos anos 90, e é hoje o segundo maior movimento de universitários em todo planeta.

Aproveite para conhecer um pouco mais sobre as mudanças que a Jr. pode proporcionar aos membros das EJs.

Jr: Qual foi a maior transformação que ocorreu na sua vida desde que você entrou na Empresa Junior?

Paulo Tavares (Jr FAAP): “Primeira coisa, responsabilidade, sa-ber que se você tem que fazer alguma coisa, ninguém vai fazer por você. Com isso você aprende a levar as coisas mais a sério, e acaba se tornando uma pessoa mais madura. Essa pra mim é a maior mudança.”

Letícia Olivan (Mackenzie Consultoria): “Quando eu en-trei na Jr eu estava no primeiro semestre e tinha acabado de sair do colégio, onde a gente até fazia trabalhos em grupo, mas na EJ, além desse senso de responsabilidade citado pelo Paulo, a

EXPERIÊNCIA JUNIORvivenciada por milhares de jovens em todo Brasil e contada por oito membros de Empresas Juniores (EJs) de São Paulo

Bianca Mesiano,

Diretora de RH

da Insper Jr

Luiz Guilherme Melo,

Diretor de Mercado

da Poli Junior

Laís Braido,

Presidente

da EJ FGV

Paula Mian,

Vice Presidente

da RI USP Jr

Letícia Olivan,

Presidente

da EJ Mackenzie

Consultoria

Lívia de Luca,

Gerente de Projetos

Internos da

Insper Jr

Felipe Vogler,

Presidente

da RI USP Jr

Paulo Tavares,

Diretor de Projetos

da Jr FAAP

Augusto Lage,

Diretor de Marketing

e Relacionamento

da ESPM Jr

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gente aprende a ter espírito de equipe. Saber lidar com pes-soas, saber entender diferentes pontos de vista, escutar opini-ões contrárias às suas, acho que isso também agregou muito.” Paula Mian (RI USP Jr): “Vou até pegar o gancho porque eu ia falar desenvolvimento de potencial de liderança e aprender a ser liderado, que tem muito a ver com espírito de equipe. Quando eu entrei eu respeitava muito meu diretor por ele ser um grande líder e no ano seguinte quando eu me tornei gerente de projetos eu pude ver o outro lado e me desenvolvi bastante.”

Laís Braido (EJ FGV): “Fugindo um pouco dessas competências mais tangíveis, o que acontece é que você cria uma nova forma de pensar, principalmente ligado ao empreendedorismo. Eu vejo isso muito na EJ FGV, que você entra com uma cabeça muito mais acadêmica e teórica, e acaba vendo que na prática não é bem assim, o que desperta esse lado de empreender, você acaba buscando fugir do senso comum.”

Jr: Até que ponto vocês acham que evoluíram no sentido acadêmico – apresentações, desenvoltura em sala de aula – por fazer parte da EJ? Vocês acham que isso é o mais importante ou consideram mais o desenvolvimento pessoal? Lívia de Luca (Insper Jr): “Eu acho que você evolui muito em apresentações em sala de aula depois que você faz parte da Jr. Nos projetos você faz apresentações para clientes, que estão investindo muito dinheiro e a vida deles está dependendo daquilo, então, quando você vai apresentar em sala de aula para pessoas que você já conhece, fica muito mais tranquilo. E a teoria também, você já aprende pensando mais na prática, não só em provas e trabalhos.” Felipe Vogler (RI USP Jr): “Acho que no mundo acadêmico você tende a considerar os desafios grandes demais, com a Em-presa Junior você aprende a racionalizar esses desafios, ser orien-tado a superar e aprender com eles.” Letícia Olivan (Mackenzie Consultoria): “É muito relevante também o que a Empresa Junior te ensina em termos acadêmicos, por meio de treinamentos desde como fazer um plano de negó-cios até que informações devem ser incluídas em uma apresenta-ção para que ela fique mais dinâmica”. Jr: Na visão de vocês, qual o perfil do empresário junior? O que ele tem que ter para ser bem sucedido e quais são as características que as pessoas esperam dele? Em que as-pectos ele difere dos preconceitos que as pessoas tem dele?

Luiz Guilherme Melo (Poli Jr): “Certa vez eu tive aulas com um professor que introduziu o conceito de CHAN (Conheci-mento, Habilidade, Atitude e Networking) que tem muito a ver com Empresa Junior. Com certeza, se você fizer parte de uma EJ, você vai sair da sua faculdade com muito mais conhecimento e as empresas vão gostar disso. Habilidade, no sentido de você con-seguir apresentar diante de uma grande plateia, e não gaguejar e tudo mais... Atitude, que é a questão da pro atividade, na Jr você aprende muito a buscar mais e ir além, e o Networking, que é conhecer pessoas que no futuro, de repente, vão poder te ajudar. A Empresa Junior é capaz de proporcionar o desenvolvimento dessas características, que talvez, só com a faculdade, não ocorres-se essa mudança de perfil e comportamento.” Letícia Olivan (Mackenzie Consultoria): “A principal coisa é saber que as EJs não buscam pessoas desenvolvidas, elas buscam pessoas que querem se desenvolver, que querem um diferencial. A partir do momento que a pessoa entra, ela já vai ter a noção do que é preciso fazer para que essa mudança aconteça, a Jr oferece muitas oportunidades, depende de cada um saber como aproveitá-las.” Felipe Vogler (RI USP Jr): “É importante que os empresários ju-niores sejam pessoas que saibam errar. Quando uma pessoa entra em uma EJ, ela não tem conhecimento sobre o funcionamento real de uma empresa, então nós precisamos de pessoas que saibam errar e, principalmente, que saibam aprender com os erros, que sejam ágeis o suficiente para transformar esses erros em oportuni-dades. Não tem como uma pessoa entrar em um EJ achando que sabe tudo ou que tem pouco a aprender, e mesmo aqueles que es-tão a muito tempo tem que dar chance para as outras ensinarem e aprenderem com suas experiências.”

Jr: Em relação à questão do envolvimento, as pessoas fazen-do aquilo por amor, que ninguém está na EJ por dinheiro ou por status, o que vocês acham que acontece dentro da em-presa que desperta isso nas pessoas, que faz com que elas, depois que entraram, tenham essa paixão pelo que fazem? Paulo Tavares (Jr FAAP): “A vontade de trabalhar na EJ não vem só de gostar dela, mas também tem a parte pessoal, quanto mais projetos você se envolver mais conhecimento você vai agre-gar, isso gera um interesse pessoal em um crescimento profissio-nal, no ganho de experiência, e você sabe que quanto mais você ficar lá dentro, mais você tem a ganhar. Muito mais que em um estágio fora, num emprego, na EJ você está ali com as pessoas com a mão na massa mesmo, em questão de experiência não tem nenhum lugar igual.”

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Rua Major Maragliano, 356 • Vila Mariana | T• 5579.9199ABERTA TODOS OS DIAS

Domingo a Quinta das 18h às 23h • Sexta e Sábado das 18h às 24h

Laís Braido (EJ FGV): “Na EJ FGV nós estamos em processo de mudança da missão, visão e valores, e durante as discussões a palavra que surgiu foi IMPACTO, a gente como empresário junior pode causar impactos sócio econômicos, em nós mesmos e tam-bém no futuro nos tornando melhores profissionais. A gente pode se espelhar em um ideal de um mundo maior, seguindo essa linha do impacto e isso motiva muito as pessoas, não só pelo desenvolvi-mento pessoal e profissional, mas por poder fazer a mais, contribuir para mudanças sustentáveis no ambiente em que atuamos.”

Felipe Vogler (RI USP Jr): “Eu acho também que tem outra questão, empresários juniores tendem a ver suas carreiras mui-to mais a longo prazo, todo mundo que entra numa EJ com o tempo aprende que trabalhar em uma Empresa Junior é um di-ferencial pra vida, agrega do ponto de vista profissional e pessoal também. A pessoa tende a ver que o mundo profissional não é uma corrida, mas que é composto por degraus, e que mesmo que nesse momento não esteja ganhando nada (em termos monetá-rios), a questão é onde queremos estar daqui a cinco ou dez anos? Esse é o ponto para qualquer empresário Junior.”

Luiz Guilherme Melo (Poli Jr): “Esse amor que as pessoas sen-tem pela Empresa Junior está diretamente relacionado à retri-buição, quando você entra na empresa, as pessoas te acolhem e te oferecem oportunidades para se desenvolver. E quando você alcança outros cargos que você passa a querer ver as pessoas que estão a menos tempo que você na EJ se desenvolvendo igual ou até mais que você, pra mim, é nesse momento que você passa a gostar da sua EJ.”

Jr: A questão de estagiar um pouco mais tarde que aqueles que não fizeram parte de EJ traz quais benefícios/diferen-

ciais para o empresário junior no momento de transição para o mercado de trabalho?

Bianca Mesiano (Insper Jr): “Devido à experiência na EJ, você fica mais confiante na hora de falar, e na hora da entrevista do processo seletivo você percebe que tem mais história para contar. Porque na Empresa Junior você aprende a errar e a se arriscar mais. Porque numa Empresa Junior, assim como numa Empresa Sênior, tem muita coisa em jogo, então saber lidar com isso é um diferencial.”

Paula Mian (RI USP Jr): “Além do que a Bianca ressaltou, atualmente tenho plena convicção que a Jr faz diferença, tanto na margem do currículo quanto no que realmente me mudou. Porque uma coisa é por no currículo que fez parte de uma EJ, outra é saber o que você fez lá dentro. Então, a diferença é exa-tamente quando você tem uma experiência concreta para contar em relação a isso num processo seletivo. Outro ponto a mais é a segurança, pois todo mundo fica mais seguro depois que passa pelas dificuldades de um projeto. Hoje eu diria que a melhor oportunidade que a faculdade pode oferecer para te desenvolver e preparar é fazer parte de uma EJ.”

Jr: Como vocês fazem para que os pais dos membros en-xerguem valor em seu filho estar participando da Empresa Junior, principalmente para aqueles que não são de São Paulo e muitas vezes não conseguem voltar para casa no final de semana?

Letícia Olivan (Mackenzie Consultoria): “Eu acho que o apoio da família é essencial. E quando seus pais vêem você falando com aquele entusiasmo e vontade, eles muitas vezes nem sabem o que

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exatamente você faz lá, mas te apóiam e reconhecem por verem sua dedicação diária. A minha mãe no começo achava que eu não iria ter tempo para estudar, mas na verdade aos poucos ela foi vendo que era ao contrário, porque, com o tempo você aprende a gerir o seu tempo, a se organizar e a trazer resultados e quando ela percebeu isso, ela começou a me apoiar muito mais. Então, conforme meus pais foram vendo meu desenvolvimento eu per-cebia que o orgulho deles em falar que a sua filha fazia parte de uma EJ e crescia também.”

Laís Braido (EJ FGV): “Na Junior a gente tem um evento se-mestral chamado Family Day, no qual é apresentado dados da empresa para os pais. Com esse evento muitos pais já começam a enxergar valor no que seus filhos estão fazendo.”

Letícia Olivan (Mackenzie Consultoria): “Na Junior a gente tem a semana de posse, na qual os pais podem ir e ver seus filhos sendo homenageados e recebendo um cargo com tanta respon-sabilidade, além disso, temos informativos quinzenais que são entregues aos pais com notícias sobre a empresa, destaques das áreas e dos projetos. E nós acreditamos que é muito gratificante para um pai ver o nome de seu filho sendo um destaque de um informativo que será entregue a todos os pais.”

Jr: O que os professores das faculdades de vocês enxergam de valor na experiência Junior? E também com relação ao pessoal, vocês acreditam que os professores passaram a va-lorizar mais os seus trabalhos por estarem na Empresa Junior?

Lívia de Luca (Insper Jr): “Nossos professores apóiam bastante a Junior, principalmente porque alguns deles acompanham os nos-sos projetos. E gostam muito dos alunos que se disponibilizam a participar da empresa porque sabem que é uma responsabilidade a mais para o aluno.”

Felipe Vogler (RI USP Jr): “No caso do nosso instituto, ele é pequeno, então naturalmente os professores já são mais próximos da empresa. Além disso, nós observamos que os professores que gostam do conceito Jr tendem a estar mais próximos da empresa e são muito solícitos tanto quando nós contatamos eles para tirar dúvidas ou quando os escolhemos para serem o professores orien-tadores de um projeto. Eles enxergam, geralmente, os juniores como pessoas mais maduras ou como pessoas com quem você pode conversar de outra maneira, ou seja, os assuntos abordados são diferentes daqueles que eles conversariam com um aluno que não participa da Junior. E o interessante é que você notando que os professores te encaram desta forma, você mesmo começa a se encarar da mesma maneira, tendo boas atitudes e mudando a maneira de se portar.”

Laís Braido (EJ FGV): “Na GV a gente tem uma cultura de con-tato com os professores muito forte, então os professores tendem a apoiar muito a Jr. Além disso, nós temos o conselho adminis-trativo, que é formado pela antiga gestão que todo ano organiza uma apresentação dos dados da empresa para os professores, com isso, eles passam a nos valorizar mais.”

Por Augusto Lage, Giovanna Massa, Laís Fernandes, Laura Scaccheti e Marina Murad

Os juniores Luiz Guilherme Melo, Laís Braido, Letícia Olivan, Paula Mian, Felipe Vogler, Bianca Mesiano, Paulo Tavares e Lívia de Luca


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