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Page 1: Conteudos Módulo II

DIRECÇÃO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO ALGARVE

ESCOLA SECUNDÁRIA JÚLIO DANTAS – LAGOS (400312)

Ano lectivo 2010/2011 10º - Turma L

CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO COMUNICAÇÃO, MARKETING, RELAÇÕES PUBLICAS E PUBLICIDADE

COMUNICAÇÃO GRÁFICA E AUDIOVISUAL – MÓDULO II – PERCEPÇÃO VISUAL

ALFABETO VISUAL_

O ALFABETO VISUAL: “É CONSTITUÍDO DE SINAIS FUNDAMENTAIS, COM OS QUAIS SE

FORMAM IMAGENS. ESSES SINAIS SÃO: O PONTO, A LINHA, A SUPERFÍCIE, O VOLUME, A

LUZ, A COR, A TEXTURA”...

Assim como para ler, tivemos desde cedo, que nos familiarizar com o alfabeto escrito, as

letras, as suas formas e sons, e diferentes conjugações e regras, com o universo das IMAGENS

acontece a mesma coisa, temos que nos educar visualmente para as podermos criar, analisar,

interpretar e compreender.

UNIÃO EUROPEIA

Fundo Social Europeu

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ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO VISUAL

Os elementos visuais da linguagem gráfica constituem a substância básica daquilo que vemos,

e seu número é reduzido e caracterizado por ponto, a linha, a forma, a textura, volume, a cor,

luz, mas podemos alargar estes elementos a componentes compositivos como a dimensão, a

escala, o tom, sombra, o movimento, a direcção, ritmo, unidade, proporção, equilíbrio,

negativo/positivo, trama, contraste, intensidade e a disposição.

Encontramos estes elementos em todas as composições gráficas com as quais nos deparamos

no dia-a-dia. Mas estas são apresentadas de uma forma sublime, elas formam a unidade

harmoniosa daquilo que observamos.

Com certeza não te lembrarás de nenhuma imagem onde verificas-te a presença destes

elementos compositivos, mas eles estão sempre presentes, embora a tua atenção ainda não

tenha sido despertada para a sua análise.

Assim, o objectivo de estudo deste módulo da Percepção Visual é que aprendas a ler as

imagens, saibas estar consciente da mensagem que estas enviam e dos seus elementos

compositivos.

“Vivemos no mundo da imagem, se não as soubermos ler e interpretar somos considerados

quase como analfabetos, iliterados visualmente”.

Mensagem:

Compreendemos e usufruímos melhor quando conhecemos os elementos que

constituem a mensagem, as estratégias que o autor utilizou, o funcionamento dos recursos

sobre a nossa sensibilidade. Isso faz-nos entender melhor a mensagem.

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Elementos da linguagem gráfica

PERCEPÇÃO VISUAL

Podemos definir as artes gráficas empregues no processo de publicidade e marketing como o processo de programar, projectar, coordenar, seleccionar e organizar uma série de elementos para produzir objectos visuais destinados a comunicar mensagens específicas a determinados grupos. A função principal das artes gráficas será então transmitir uma informação determinada por meio de composições gráficas, que chegam ao público-alvo (destinatário) através de diferentes suportes, como folhetos, cartazes, trípticos, etc. As artes gráficas procuram transmitir as ideias essenciais da mensagem de forma clara e directa, usando para isso diferentes elementos gráficos que dêem forma à mensagem

e o façam facilmente inteligível pelos destinatários do mesmo. Não significa somente criar um desenho, uma imagem, uma ilustração, uma fotografia. É algo mais que a soma de todos esses elementos, embora para conseguir comunicar visualmente uma mensagem de forma efectiva se deva conhecer a fundo os diferentes recursos gráficos à sua disposição e ter a imaginação, a experiência, o bom gosto e o senso comum necessários para combiná-los

de forma adequada. O

resultado final de um produto

gráfico denomina-se

grafismo, e é uma unidade

por si mesmo, embora esteja

composto por uma infinidade

de elementos diferentes.

Elementos individuais que,

unidos correctamente e com

sabedoria, compõem uma

obra final única e definida

que vai mais além da soma

das partes que a formam.

Toda obra de comunicação

visual nasce então da

necessidade de transmitir

uma mensagem específica

sendo o principal

componente de toda uma

composição gráfica a

mensagem a interpretar, a

informação que se deseja

fazer chegar ao destinatário

através do grafismo.

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Todo o acto de perceber uma forma no mundo é um acto intelectual de destacar

um significado. A forma é o oposto da

insignificância, é a presença em si.

Na Comunicação Visual, em especial, toda

forma tem contorno e superfície, e é criada

sobre algum tipo de suporte. O contorno é

o limite exterior da forma, uma espécie

de fronteira entre o significado (forma)

e o insignificante (fundo). O suporte é

qualquer meio material onde se realiza a

forma, podendo ser desde uma folha de

papel, o ecrã de um computador ou o bloco

de pedra onde nasce uma escultura.

Conceitualmente, a forma é uma relação que

permanece constante mesmo que mudem os elementos aos quais ela se aplica. Um

triângulo pode ter vários tamanhos ou inúmeras formas, mas a triangularidade

permanece constante, independente de suas características.

Linha, ponto e plano

Sempre que projectamos, traçamos ou esboçamos algo, o conteúdo visual

dessa comunicação é composta por uma série de Elementos Visuais. Esses elementos

constituem a substância básica daquilo que vemos.

O ponto – o inicio de tudo

Para que possamos observar o simbolismo de uma estrutura gráfica é necessário

começar pelo elemento mais simples que compõe a matéria, o ponto.

O ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima.

Como elemento visual, o ponto possui formato, cor, tamanho e textura. As suas

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características principais são: Tamanho - devendo ser comparativamente pequeno, e o

Formato - devendo ser razoavelmente simples.

A sua aplicação numa representação visual pode também ser classificada em:

Adensamento (a concentração de pontos para representar

um determinado efeito) e Rarefacção (o espaçamento

entre eles, causando efeito contrário).

Como Elemento Relacional, a sua

representação enquanto Unidade de Forma

constituirá uma Textura. Quando um conjunto

de pontos é organizado de forma sequencial,

esses pontos ligam-se, sendo, portanto,

capazes de dirigir o olhar. Em grande número e

justapostos, os pontos criam a ilusão de tom. A

capacidade única que uma série de pontos tem de

conduzir o olhar é intensificada pela maior proximidade dos pontos.

. . . . . . . . . . . . . . . . .…………………

A linha recta

Quando numa sequência de pontos, eles estão muito próximos entre si de forma que

se torna impossível identifica-los como unidade de forma individual, aumenta a

sensação de direcção, e a cadeia de pontos transforma-se num outro elemento visual

distintivo, a linha.

Como elemento conceitual, poderíamos definir a linha como um ponto em

movimento, ou como a memória do deslocamento de um ponto, isto é, sua trajectória.

Como elemento visual, não só tem comprimento como largura. A sua cor e textura são

determinadas pelos elementos que são utilizados para representá-la e pela maneira

como é criada. Por ser o desdobramento do elemento original (ponto), e por isso um

subproduto dele, a linha pode ser entendida como elemento secundário da linguagem

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visual. Possui posição e direcção. É

limitada por pontos. Forma o contorno de

um plano. Nas artes visuais, a linha tem,

por sua própria natureza, uma enorme

energia. Nunca é estática. É um elemento

visual inquieto. Onde quer que seja

utilizada, é o instrumento fundamental

da pré-visualização, o meio de

apresentar, de forma palpável, aquilo que

ainda não existe, a não ser na

imaginação. Dessa maneira contribui enormemente para o processo visual.

A manifestação mais simples, que menos energia necessita para ocorrer é a linha

horizontal. É nela que o homem relaxa, descansa e morre.

Completamente oposta a essa linha, temos a linha vertical. O que era anteriormente

plano, tornou-se altura. A energia que vai da profundeza ao infinito, ou vice-versa. A

linha diagonal é secundária em relação à horizontal e à vertical, pois é a síntese e

união das duas.

Quando duas forças exercem pressão simultânea sobre um ponto, sendo uma delas

contínua e predominante, surge a linha curva.

As linhas curvas dominam o território dos sentimentos, da suavidade, da flexibilidade e

do feminino. O redondo, o curvilíneo, o ondulante, encontram-se em oposição ao

carácter racionalizante da linha recta e angulosa, que focaliza a vontade e o controle.

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Quanto maior é essa pressão lateral e contínua exercida sobre a linha, esta se desvia

cada vez mais até fechar-se em si mesma, formando um círculo.

Essa pressão lateral contínua faz com que ela não quebre, se transformando em ARCO.

Não há ângulo, surgindo assim, uma forma suave e madura, que possui em si uma

auto consciência por voltar-se para si mesma. Para a linha recta, impulsiva, não há

começo nem fim, é um caminho eterno, em uma única direcção e sem retorno. Para a

linha curva, flexível, há a possibilidade de encontrar-se com o seu começo, gerando um

círculo, que é a representação do todo.

O plano

Conceitualmente, a trajectória de uma linha em movimento torna-se um plano.

Como elemento visual, possui comprimento e largura, tem posição e direcção, é

limitado por linhas e define os limites extremos de um volume.

Numa superfície bidimensional, todas as formas planas que não são comummente

reconhecidas como pontos ou linhas, são formas enquanto plano.

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As formas planas possuem uma variedade de formatos que podem ser classificados

como:

1 - Planos Geométricos – Constituídos matematicamente.

2 - Planos Orgânicos – Limitados por curvas livres, sugerindo fluidez e crescimento.

3 - Planos Rectilíneos – Limitados por linhas rectas que não se relacionam umas com as

outras matematicamente.

4 - Planos Irregulares – Limitados por linhas rectas e curvas que também não se

relacionam umas às outras matematicamente.

5 - Planos Caligráficos – Criados sem auxílio de instrumentos, composto por linhas

orgânicas.

6 -Planos Acidentais – Determinado pelo efeito de processos especiais ou obtidos

ocasionalmente.

4

6

1

2

3

5

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Textura

A textura é um elemento da linguagem visual e plástica muito importante, já que nos permite

saber, pela visão ou pelo tacto, de que matéria é feito um objecto, seja ele natural ou artificial.

As formas da natureza são ricas em texturas. Encontramos

texturas muito diversas nas cascas

das arvores, nas folhas, nas rochas,

na pela dos animais, etc. São

texturas naturais.

As texturas artificiais são aquelas que o

Homem cria. Podemos encontrá-las na

superfície de uma parede, nos pavimentos,

nos tecidos, num cesto, numa escultura, numa

pintura, etc.

Existem vários elementos da linguagem gráfica que são importantes para um grafismo ou

design, e a textura é um desses elementos. A textura pode ser uma força poderosa quando

apresentada da maneira correcta num trabalho gráfico, ela pode dar um visual interessante e

bonito a uma criação. A textura é muitas vezes associada com o acto de sentir, com sensação,

então adicionando algo apenas como referência visual pode fazer uma peça 2D parecer algo

3D ou ainda uma sensação mais real. Qual o benefício disso? Coisas que parecem mais reais

geralmente oferecem um resultado mais emocional, uma resposta mais emocional do público,

essa aparência é imprescindível.

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A textura é um elemento que poderemos criar

a partir de outros elementos da linguagem

visual, como pontos, linhas, planos,

contrastes, figuras e fundos etc.

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A textura, quando correctamente

empregue, atribui a qualquer trabalho

gráfico, interesse e complexidade, que

dificilmente teria sem ela.

Com a aliança da textura aos outros

elementos compositivos e gráficos, ao

bom gosto estético e coerência criativa, o

resultado poderá tornar-se bastante

interessante e cativador.

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Figura/Fundo

Os desenhos de Escher são óptimos

exemplos para se começar a analisar a

relação imagem e fundo:

Uma figura destaca-se do fundo pela

atenção que desperta no observador. A

figura é o elemento que possui

significado, enquanto o fundo é pouco

significativo. A atenção sobre a figura

ocorre pelas características próprias do

objecto ou por características presentes

no observador. O contraste é o

responsável pela distinção entre a figura

e o fundo.

Contraste que pode ser formal, pela qualidade da superfície ou pelo significado da

figura. A figura possui algo formalmente diferente em relação ao contexto sobre o qual está

colocada. Pode ser um formato diferente, uma cor, uma textura etc. Com relação ao

observador, as motivações pessoais podem ajudar a destacar uma figura em relação ao seu

contexto. Nem sempre as relações entre a figura e o fundo são definidas. Pode-se perceber

um espaço ora como FIGURA, ora como FUNDO.

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Neste outro exemplo de grafismo recorrendo à técnica de contraste entre figura e

fundo nota-se, por exemplo, que a imagem principal da peça – os dois gatos vestidos e se

comportando como seres humanos – está destacada do fundo através do contraste de cores e

do foco utilizado. O fundo aparece com cores neutras, frias, enquanto a imagem dos gatos

aparece destacada, em cores mais vivas. Além disso, o fundo é retratado de maneira

desfocada, de modo a dar ainda mais destaque aos objectos principais, que estão em primeiro

plano.

Formas positivas e negativas

A forma é geralmente apresentada como que ocupando o espaço, mas também pode

ser vista como um espaço vazio circundado por espaço ocupado. Quando é preenchida

como ocupando um espaço, chamamos de forma positiva.

Quando é preenchida como um espaço vazio, circundado por espaço ocupado,

chamamos de forma negativa.

No design a branco e preto, tendemos a considerar o preto como forma positiva

(ocupada) e o branco como negativa (não ocupada). Porém, tais conceitos não são

sempre verdadeiros. Quando as formas do design se interpenetram ou se

interseccionam não se distingue mais negativo e positivo.

As formas, sejam positivas ou negativas são, geralmente entendidas como um

formato, que se encontra sobre um fundo. Em casos ambíguos a relação figura-fundo

pode ser reversível (como demonstrado em imagens acima).

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Esta peça ganhou bronze na categoria outdoor no festival

de Cannes de 2005.

Contraste

Esta peça é um óptimo exemplo

de contraste, pois nela estão

contidos vários elementos de

como tornar um elemento da

imagem mais visível do que os

outros. O primeiro elemento se

dá pelo posicionamento; a

mulher da direita (objecto do

destaque da peça) está sozinha

em sua posição, distante e

muito mais próxima do receptor

desta imagem do que o grupo

de outras mulheres que

carregam baldes na cabeça, ou

bombeiam água nos mesmos. O

segundo artifício de destaque

mais perceptível está na mulher

em si; ela não está com um

lenço amarrado na cabeça e de

cabeça baixa como as outras

mulheres, mas sim com a

cabeça erguida, cabelo

arrumado, usa um colar e

roupas mais leves e coloridas,

enfim, parece estar numa festa

onde ela é a principal

convidada, ao invés de estar

trabalhando com muito esforço.

Por fim, o mais importante, que

é a diferenciação de como esta

mulher está levando água para

casa, ou seja, a esponja em

lugar do balde.

Sobre Contraste

O contraste é uma oposição acentuada entre dois ou mais objectos,

sendo que um sobressai perante os demais. É um dos elementos mais

importantes do design, pois é com o contraste que podemos

ver/observar as coisas distintamente.

O contraste possui basicamente dois propósitos. O primeiro é criar

interesse para o conteúdo. Outro é auxiliar na organização das

informações, no seu fluxo e nas suas relações. Através dele, podemos

estabelecer a hierarquia dos elementos visuais, já que o contraste

define a atracção de cada um deles.

Deve-se ter cuidado na aplicação deste recurso para não causar

confusão ou distorcer o assunto principal da mensagem.

Para obter contraste, podemos colocar uma imagem de cores vivas

contrastando com uma de cores mais tímidas, uma fonte em bold ao

lado de uma light, ou até mesmo usar contraste de cores. Os meios são

infinitos desde que conduzam à distinção.

Outra regra básica é que, se for para haver contraste, ele deve ser

notado na primeira visualização. Assim, nada adianta contrastar um

texto preto com outro castanho ou utilizar tipologias semelhantes se a

informação deve ser diferenciada. Um exemplo prático é a foto ao

lado: logo à primeira vista, é impossível não notar o mais importante –

a flor que está a amarelo.

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No que se refere ao design, o contraste é um recurso que tem por função

destacar e facilitar a visualização dos elementos de uma peça. Por “contraste”

devemos entender “diferença”. Contraste é tanto a diferença entre duas cores como o

amarelo e o azul como a diferença de tamanhos entre uma bola de golfe e uma bola

de basquete.

A variação entre tamanhos e cores de uma composição altera a percepção de

contraste e visibilidade de nosso cérebro.

Nos exemplos acima podemos notar como nossa visão procura sempre uma

área de conforto visual. Ambas têm um alto contraste de cores, mas na composição

com quadrado maior amarelo e quadrado menor preto, o elemento central fica em

maior destaque, enquanto na outra composição os nossos olhos procuram o fundo.

Isso ocorre porque o preto é considerado mais confortável à visão que o amarelo.

Nestes exemplos, nota-se que, apesar do rectângulo cinza estar mais destacado

sobre o fundo banco que sobre o fundo preto, o texto acaba sendo mais legível na

composição com fundo preto. Isso ocorre porque o fundo branco produz um

fechamento da pupila, reduzindo assim a legibilidade do texto.

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Cor

TEORIAS DA COR

A LINGUAGEM E PSICOLOGIA DA COR

O primeiro carácter do simbolismo das

cores e a sua universalidade, não é apenas

geográfica, mas a todos os níveis do ser e do

conhecimento, cosmológico, psicológico, místico,

etc.

As interpretações podem variar e o vermelho, por

exemplo, receber diversos significados consoante

as áreas culturais.

"Na Índia, a cor vermelha representa a força da vida bruta e a energia sexual. Já entre os

chineses, está associada a algo mais refinado, como a nobreza de sentimento".

“O vermelho, que nós associamos à paixão, mas também à

cólera e à agressividade, significa prosperidade e sucesso para

os chineses, razão pela qual as noivas chinesas vestem essa cor

no dia do casamento, para atrair o bom Feng Shui para a vida

conjugal. Enquanto para nós o amarelo transmite optimismo e

alegria, para os chineses esta cor está associada ao Imperador,

pois representa autoridade. O azul, que conotamos como

portador de paz e tranquilidade, significa esperança para os

orientais.”

Desde os tempos primitivos o homem já conhecia a potência expressiva da cor e utilizava-a

mediante terras coloridas para ressaltar as figuras das suas cavernas. Quando estudamos história

da arte podemos comprovar a sua utilização em quase todas as criações do homem.

Todas as civilizações utilizam a cor. As cores originam sensações subjectivas que podem ser de

calor ou de frio, de agitação ou de descanso, de atracção ou de rejeição, de alegria ou de tristeza.

A cor é um símbolo que expressa ideias, sentimentos e emoções, o nosso corpo recebe as cores

e reage em consequência da mesma. Além da sua potência psicofísica, a cor tem uma força

simbólica e uma relação definida com as nossas actividades e sentimentos.

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O estudo da influência psicológica das cores é hoje em dia uma ciência que se aplica a

diferentes campos, devido à importância que podem ter nos ambientes, na vida quotidiana ou

publicidade.

As sete cores do arco-íris (nas quais o olho poderia distinguir mais de 700 matizes), por

exemplo, foram postas em correspondência com as sete notas musicais, os sete céus, os sete dias

da semana, etc.

Algumas cores simbolizam os elementos: o vermelho e o laranja, o fogo; o amarelo ou o

branco, o ar; o verde, a água; o preto e o castanho, a terra.

Uma das metas da publicidade é estudar a potência psíquica das cores, e aplicar estes

resultados como um poderoso factor de sedução e atracção, assim como para a identificação das

mensagens publicitárias e na apresentação dos produtos.

As pessoas que trabalham com cores – os artistas, os terapeutas, os designers gráficos

ou de produtos industriais, os arquitectos de interiores ou os estilistas – devem saber os efeitos

que produzem as cores nas outras pessoas. Cada um destes profissionais trabalha

individualmente com as suas cores, mas o resultado das mesmas tem de ser universal.

Os resultados dos estudos feitos mostram que as cores e os sentimentos não se

combinam de forma acidental, que as suas associações não são questões de gosto, mas sim

experiencias universais profundamente enraizadas desde a infância na nossa linguagem e no

nosso pensamento. O simbolismo psicológico e a tradição histórica permitem explicar porque é

que isto é assim.

AS CORES

Estão presentes em tudo o que rodeia mas não são entendidas de igual forma por todos,

nem em todas as culturas. Como vemos, afinal, as cores do mundo?

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Vermelho

EUA (Natal, raiva, amor); Europa (perigo, amor, excitante); China (boa sorte); África (vida,

sangue); Ásia (sorte, felicidade); América Latina (comunicação)

Laranja

EUA (Halloween); bens baratos); Europa (Outono, criatividade);

Amarelo

Europa (esperança, alegria, cobardia, fraqueza, luz, calor, doença, loucura,outono); China

(nutrição, realeza); África (luto); Ásia (contra o mal);

Verde

EUA (Primavera, nascimento, ambiente, Natal); Europa (esperança, fortuna, ambiente, frescura,

juventude, liberdade); China (exorcismo, infidelidade (para a mulher)

Azul

Europa (tranquilidade, frio, infinito); China (imortalidade); África (inocência); Ásia (sinistro,

egoísmo);

Roxo

Europa (tristeza, penitencia,realeza); África (espiritualidade); Ásia (riqueza); A.L. (gratidão)

Preto

EUA e Europa (funerais, morte, rebelião, pecado, religião, elegância,ser cool); China (cor para

rapazes jovens); África (pessoas, unidade); Ásia (carreira, conhecimento);

A cor branca...

EUA e Europa (paz, casamento, anjos, hospitais, pureza, inocência, higiene, limpeza); China

(morte, luto); África (brilho); Ásia (luto)

“Podemos aplicar a escolha e aplicação de cores no dia-a-dia, nomeadamente na roupa que

usamos. A escolha da cor mais adequada depende de vários factores: características marcantes

da tua personalidade, como te sentes naquele momento e o que pretendes fazer durante o dia

(trabalhar, namorar, ir a uma festa para encontrar alguém). "Estados emocionais podem ser

suavizados ou activados com a utilização da cor". "Temos que aprender a reconhecer que

algumas cores nos fazem mais felizes e outras nos entristecem - isso é real. E existem dias que

estamos particularmente sensíveis à influência das cores". "É desnecessário insistir numa

roupa que não nos faz sentir bem".

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"Cores traduzem momentos da vida. Podemos usá-las para compensar ou estimular a energia".

Na sabedoria chinesa, as cores são ligadas aos cinco elementos que compõem o universo

(madeira, fogo, terra, água e metal) e são associadas a qualidades da alma humana. Tons

referentes ao elemento terra (amarelo e castanho) correspondem a autenticidade e boa fé. Já o

elemento fogo (gamas de vermelho) a nobreza e cortesia, o elemento água (azul-escuro e

preto), a inteligência e rectidão, e o elemento madeira (verde), à generosidade.”

“A criatividade é formada por um terço de talento, outro terço de influências

exteriores que fomentam certos talentos e outro terço de conhecimentos adquiridos sobre

o domínio em que se desenvolve a criatividade. Quem não sabe nada sobre os efeitos

universais e o simbolismo das cores e apenas se fia na sua intuição, estará sempre em

desvantagem em relação àqueles que adquiriram conhecimentos adicionais. “

Cores primárias

O azul é uma cor “primária” ou “fundamental”. Uma cor primária é aquela que não é

produto de uma mistura de outras cores. Tal como o vermelho e o amarelo. A partir da mistura

destas cores podem obter-se todas as outras. As cores que resultam da mistura das “primárias”

são as cores “secundárias” ou “cor mista pura”.

Obtemos as cores secundárias pela combinação das primárias, duas a duas, em proporções

iguais.

Podemos dizer que as cores “terciárias” ou complementares são todas as outras cores,

isto é, quando uma cor não é primária nem secundária, então é terciária.

Obtemos uma cor terciária quando misturamos duas primárias em proporções diferentes, isto

é, uma em maior quantidade que a outra; ou quando misturamos as três cores primárias, seja em

proporções iguais ou não. A cor castanha, por exemplo, é uma cor terciária obtida da mistura

das três primárias. Em artes gráficas, o castanho pode ser obtido com a mistura do amarelo ou

vermelho alaranjado com um pouco de preto.

Não se devem misturar mais que três cores, pois a partir dai a cor começa a ficar suja ou baça.

AZUL PURO CIAN VERMELHO PURO MAGENTA AMARELO PURO YELLOW

Page 21: Conteudos Módulo II

Composição

Distribuir/Organizar os elementos que vão fazer parte do nosso projecto visual.

Depois de conhecermos os elementos que estruturam uma qualquer composição

gráfica, teremos que saber organiza-los e utilizá-los de forma a deles tirar-mos o

melhor partido no sentido de criarmos uma composição visual que transmita uma

mensagem correcta e clara ao observador.

O processo de composição é o passo mais crucial na solução dos problemas visuais.

Os resultados das decisões compositivas determinam o objectivo e o significado da

manifestação visual.

Para uma composição gráfica eficiente teremos que ter em consideração os

seguintes factores:

Equilíbrio

Escala

Movimento

Hierarquia

Compor é organizar. A composição é uma organização

pensada de elementos numa superfície, no espaço ou no

tempo. Estes elementos podem ser pontos, linhas, formas

bidimensionais ou tridimensionais, cores, letras, objectos e

muitos outros; o importante é que funcionem em conjunto –

em harmonia. Numa composição, os elementos isolados não

são o mais importante. É o seu conjunto que nos transmite

ideias, emoções ou intenções deferentes

Page 22: Conteudos Módulo II

1. Equilíbrio

Uma composição equilibrada é uma composição correcta

Equilíbrio é dos elementos mais importantes de uma criação, seja para páginas

de imprensa escrita, página de Internet, panfletos ou obras de arte. É considerada a

referência visual mais forte para o homem, servindo de base para fazer avaliações

visuais quanto aos eixos vertical e horizontal de uma qualquer composição (esses eixos

também são chamados de eixos sentido – presença invisível mas preponderante do

eixo no acto de ver – constante inconsciente).

Exemplo prático:

Equilíbrio simétrico Equilíbrio assimétrico

Eixo vertical inconsciente Eixo vertical inconsciente

Eixo horizontal inconsciente

Equilíbrio é um sentido de igualdade visual

numa forma, figura, valor, cor, etc. O

equilíbrio pode ser simétrico ou

uniformemente equilibrado ou assimétrico ou

não uniformemente equilibrado. Objectos,

valores, cores, texturas, formas, figuras, etc.,

podem ser usados para criar um equilíbrio numa composição.

1 2 2

* Simetria é igualdade Assimetria é desigualdade

1.Equilíbrio simétrico - é o que produz na imagem uma sensação de paz, calma e estabilidade visual.

2.Equilíbrio assimétrico* - é caracterizado pela distribuição de objectos com "pesos" visuais diferentes, contrabalançando um e outro, produzindo informalidade e tensão na composição. Não existe o equilíbrio que se possa dizer correcto, ambos apresentam diferentes vantagens e propostas.

Page 23: Conteudos Módulo II

Assim: Quando uma composição tem equilíbrio, isso significa que existe uma harmonia

visual entre os seus elementos. O equilíbrio simétrico pode significar ordem e

estabilidade e expressar ideias como a religiosidade, a severidade, a solenidade, a

grandiosidade, o luxo e força enquanto que assimetria reflecte a falta de simetria

distribuição livre e intuitiva dos elementos do quadro, equilibrando algumas partes a

fim de manter e conseguir uma unidade de conjunto.

Equilíbrio simétrico Equilíbrio assimétrico

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A questão do peso Numa qualquer composição, todos os seus elementos formais (imagens, cores, letras) têm o seu peso, peso visual. Uma qualquer criação não necessita ser simétrica para ter equilíbrio mas ao se reger pela assimetria e pela diversidade deverá encontrar o ponto de equilíbrio para proporcionar uma fácil leitura ao espectador, um contrapeso entre as formas.

Actividade: recolher imagens onde se demarquem o equilíbrio simétrico e

assimétrico e diferentes pesos visuais.

Lei dos terços

A lei dos terços é, não só, uma regra básica de composição, como também uma norma

clássica de composição utilizada no Renascimento durante o século XV e uma regra

imprescindível para todo o fotógrafo, designer e artista.

Proporciona um método tradicional utilizado para agrupar os elementos numa

composição, consistindo em colocar o(s) centro(s) de interesse principal perto das

intersecções das linhas verticais e horizontais que dividem em terços a largura e altura

do quadro ou layout de trabalho.

De acordo com esta lei, os melhores pontos para posicionar um objecto é nas

intersecções das linhas já que o centro é considerado como um ponto passivo ou

morto (centro visual). Portanto a melhor localização para o nosso objecto ou conjunto

de objectos será nos pontos e nunca no centro.

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A linha do horizonte, por exemplo, pode ser colocada sobre a linha que delimita o terço

superior ou inferior do enquadramento, e não ao meio. Um posicionamento assimétrico do

assunto obriga a olhar ao longo da fotografia e contribui para que quem vê sinta aquilo que o

fotógrafo quis mostrar.

A regra dos terços – Colocar as linhas da imagem ao longo das linhas

imaginárias que dividem o enquadramento em três partes horizontais e

verticais pode ser um bom ponto de partida mas não deve limitar a

imaginação do criativo.

Page 26: Conteudos Módulo II

Neste exemplo o olhar

tem que fazer um “salto”

de forma a ligar os dois

grupos de elementos

Harmonia

O projecto não deve parecer uma junção de elementos soltos, deve compor um

"todo".

Equilíbrio num projecto gráfico significa saber distribuir com uniformidade os

elementos gráficos que compõem o projecto, e também saber distribuir esses

elementos pela sua importância, ou seja, saber qual o destaque que cada elemento

gráfico merece receber dentro do layout (espaço útil de trabalho).

Actividade: recolher layouts de revistas online onde

sintas harmonia a observar o trabalho gráfico, e

outros onde aches confuso

Um layout equilibrado, é aquele sem grandes "buracos" entre os textos,

imagens ou títulos. É importante distribuir os elementos gráficos

proporcionalmente pela área de visão buscando também um equilíbrio

das cores para que não ocorram grandes “quebras” a nível da leitura

visual.

Ao incluir uma estrada a ligação é feita de forma mais suave - a imagem tem um melhor sentido de unidade

A ligação poderia

também ser feita com

uma massa negra de

árvores

Page 27: Conteudos Módulo II

2. Escala / Proporção

o Refere-se às variações nas proporções de objectos, linhas, letras ou formas.

o A proporção descreve o tamanho, posição ou quantidade de uma coisa

comparada à outra. É a comparação entre dimensões ou distribuição de

formas e a relação de escala entre um elemento e outro ou entre o todo com

uma das suas partes. Diferentes escalas/proporções numa composição podem-

se relacionar com diversos tipos de equilíbrio e simetria e conduzem à

formulação de diversas tipologias de peso visual e profundidade.

o Exagerar uma forma para um tamanho superior ou inferior vai proporcionar

impacto visual a quem observa, enfatizando uma forma para lhe dar destaque

em relação a outra ou ao todo

Page 28: Conteudos Módulo II

3. Movimento estático/dinâmico

Quando uma composição se diz estática, isso quer dizer que não tem movimento, está

“parada”. Também se pode considerar passiva, ou seja, sem acção. Transmite

sensações de solidez, segurança, ordem e estabilidade. Normalmente as composições

estáticas têm uma estrutura simétrica (um eixo central muito forte que “puxa” todos

os elementos visuais para si) ou uma concentração

de elementos na sua base.

o Predominantemente linhas horizontais e

verticais

Uma composição dinâmica transmite

energia, acção ou movimento. Isto não quer

dizer que na realidade se mova, mas que as

suas linhas e as suas formas sugerem vida,

movimento e acção. As composições

dinâmicas bidimensionais utilizam as linhas

ou os eixos para conduzir os olhos numa

espécie de dança para a frente e para trás,

para cima e para baixo, de um lado para o

outro.

o Ordenação livre e desordenada sem

linhas de força a seguir

Page 29: Conteudos Módulo II

Ritmo e repetição

Ritmo é a repetição ou alternância entre elementos, formas ou cores, por vezes

definida com intervalos entre cada forma. O ritmo pode criar uma sensação de

movimento e consegue estabelecer padrões e texturas conferindo unidade ao

projecto. Podem ser criados várias tipologias de ritmos, dependendo da sensação que

evocam quando olhamos para elas.

o Ritmo regular: ocorre quando os intervalos entre os objectos, e até os objectos em si, são similares em tamanho ou comprimento (fig. 1)

o Ritmo fluido: um ritmo fluido dá a sensação de movimento e normalmente tem formas mais orgânicas (fig.2)

o Ritmo progressivo: mostra uma sequência de formas numa progressão de passos/fases (fig.3)

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Page 30: Conteudos Módulo II

Hierarquia

Hierarquia

Normalmente, utilizamos esta palavra para designar uma distribuição ordenada

de poderes ou graduação de autoridade.

O termo aplicado ao design não muda na sua essência e pode ser aplicado

exactamente da mesma forma. Imagina que tu, estagiário, fazes parte de uma equipa,

onde precisas responder directamente a um coordenador, que por sua vez responde a

um gerente, que por sua vez responde a um director, que vai responder a uma outra

pessoa e por aí em diante. Dentro deste grupo, apesar de todo teu valor e importância,

serás visto como uma pecinha irrelevante dentro do conjunto. Se a tua equipa fosse

um layout gráfico, provavelmente serias aquela letrinha no fundo da página que, pode

até dizer algo importante, mas não precisa ser destacado.

Hierarquia em design nada mais é do que a organização do que é mais e menos

relevante para ser observado dentro de uma peça gráfica. Porém, muito cuidado com

a palavra "relevância", e não a confundas com "importância". Por exemplo: num cartaz

de um evento, onde temos o título, a data, o local e a programação. Temos a seguinte

ordem de relevância:

1- Título / Nome do evento 2- Subtítulo 3- Data 4- Local / Programação Isso não quer dizer, porém, que o nome do evento é mais importante do que

saber onde ele acontece, mas sim que, dentro desta peça gráfica, é muito mais

relevante que se destaque o título, e depois o subtítulo, uma vez que é isso o que

chamará a atenção/interesse de quem lê o cartaz. As demais informações, apesar de

muito importantes, têm relevância um pouco menor dentro da peça, uma vez que, se a

pessoa já foi atraída por ela através do título, esta vai buscar outras informações na

peça, invariavelmente.

Page 31: Conteudos Módulo II

Podemos estabelecer uma hierarquia

visual de diversas formas: através do

tamanho das letras utilizadas, através de

cores, agrupamento, etc. O importante é que

a peça consiga ser lida por todas as pessoas

seguindo mais ou menos um mesmo padrão.

Primeiro lê-se o elemento X, depois o Y e

depois o Z. A relevância das informações é

inteiramente dependente do queremos

comunicar e para quem queremos comunicar.

Na maioria dos casos a posição do texto e o

tamanho do tipo (fonte) utilizado já são

suficientes para destacar as principais informações do material gráfico. No entanto,

não basta simplesmente "inserir maior" para obter destaque. Vê o 1º exemplo.

Como há uma grande quantidade de

informação, sendo que parte dela poderia ser

"limada" sem prejuízo para o entendimento da

mensagem, o autor criou uma hierarquia por

tamanho do tipo. No entanto essa hierarquia é

confusa e não muito clara, pois informações

que teoricamente têm a mesma relevância (os

nomes das bandas do espectáculo) aparecem

em tamanhos diferentes. A pouca diferença

entre o tamanho dos tipos no cartaz prejudica

a leitura e não permite uma identificação clara

da hierarquia de informações. Já neste poster

podemos observar uma hierarquia muito mais

clara. A quantidade de informações também é

muito grande, mas devido à clara

diferenciação no tamanho dos tipos, a leitura

é facilitada.


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