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DOCENTE: Eng. João Guerra 

DISCENTES: Bruno Magalhães (21 900) 

Miguel Gomes (21 889)

Rita Fonseca (22 472)

LICENCIATURA ENGENHARIA CIVIL Porto, Janeiro de 2010

Materiais de Construção II

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  Materiais de Construção II

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Coberturas

 

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Índice

1 Introdução ........................................................................................................................ 15

2 Conceitos fundamentais nas coberturas de telhado ......................................................... 16

2.1 Definição gerais ................................................................................................... 16

2.2 Esquema geral de uma cobertura ......................................................................... 18

2.2.1 Linhas e partes - Exterior .............................................................................. 19

2.2.2 Linhas e partes - Interior ............................................................................... 23

2.2.3 Estrutura Pré-esforçada ................................................................................. 26

3 Telhas cerâmicas .............................................................................................................. 27

3.1 Tipos comerciais de telha portuguesa .................................................................. 31

3.1.1 Telha Lusa (de aba e canudo) ....................................................................... 31

3.1.1.1 Terminologia .......................................................................................... 31

3.1.1.2 Características gerais ............................................................................. 32

3.1.1.3 Peças e acessórios .................................................................................. 34

3.1.2 Telha Marselha (plana com encaixe) ............................................................ 36

3.1.2.1 Terminologia .......................................................................................... 36

3.1.2.2 Características gerais ............................................................................. 37

3.1.2.3 Peças e acessórios .................................................................................. 38

3.1.3 Telha Canudo ................................................................................................ 39

3.1.3.1 Terminologia .......................................................................................... 40

3.1.3.2 Características gerais ............................................................................. 41

3.1.3.3 Peças e acessórios .................................................................................. 42

3.1.4 Telha Romana (capa e canal) ........................................................................ 42

3.1.4.1 Terminologia .......................................................................................... 43

3.1.4.2 Característica gerais ............................................................................... 44

3.1.4.3 Peças e Acessórios ................................................................................. 44

3.1.5 Telha Plana ................................................................................................... 45

3.1.5.1 Terminologia .......................................................................................... 46

3.1.5.2 Características gerais ............................................................................. 463.1.6 Telha de Ardósia ........................................................................................... 48

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4 Coberturas em telhas cerâmicas ....................................................................................... 494.1 Telhas ................................................................................................................... 50

4.2 Ripado .................................................................................................................. 50

4.2.1 Madeira ......................................................................................................... 51

4.2.2 Perfis metálicos ............................................................................................. 52

4.3 Fixações ............................................................................................................... 53

4.4 Argamassas .......................................................................................................... 53

4.5 Peças metálicas..................................................................................................... 54

4.6 Forros ................................................................................................................... 54

4.6.1 Derivados ...................................................................................................... 55

4.6.2 Pranchas em betão, cerâmica e lajes ............................................................. 55

4.6.3 Subtelhas ....................................................................................................... 56

4.7 Concepção e colocação ........................................................................................ 57

4.7.1 Aspectos gerais ............................................................................................. 57

4.7.2 Manutenção normal ...................................................................................... 57

4.7.3 Estrutura de apoio ......................................................................................... 58

4.7.3.1 Madeira .................................................................................................. 58

4.7.3.1.1 Asnas ................................................................................................. 58

4.7.3.1.2 Ligações ............................................................................................ 62

4.7.3.1.3 Contraventamento ............................................................................. 64

4.7.3.1.4 Apoios ............................................................................................... 64

4.7.3.1.5 Madres............................................................................................... 66

4.7.3.1.6 Varas ................................................................................................. 66

4.7.3.1.7 Ripas ................................................................................................. 66

4.7.4 Betão Armado ............................................................................................... 68

4.7.5 Alvenaria ...................................................................................................... 70

4.7.5.1 Muretes perpendiculares ao beiral ......................................................... 70

4.7.5.2 Muretes paralelos ao beiral .................................................................... 71

4.7.6 Inclinações e recobrimentos ......................................................................... 72

4.7.7 Suportes ........................................................................................................ 73

4.7.7.1 Telhas de encaixe ................................................................................... 73

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4.7.7.2 Telhas canudo e romana ......................................................................... 744.7.7.2.1 Suportes contínuos ......................................................................... 74

4.7.7.2.2 Suportes descontínuos ..................................................................... 76

4.7.7.3 Telhas planas .......................................................................................... 78

4.8 Assentamento ....................................................................................................... 79

4.8.1 Telhas de encaixe .......................................................................................... 80

4.8.2 Telhas canudo e romana ............................................................................... 81

4.8.2.1 Processos de fixação das telhas .............................................................. 82

4.8.3 Processo de fixação de telhas planas ............................................................ 83

4.9 Isolamento térmico da cobertura .......................................................................... 84

4.10 Pontos singulares da cobertura ............................................................................. 85

4.10.1 Cumeeira ....................................................................................................... 85

4.10.2 Rincão ........................................................................................................... 88

4.10.3 Laró ............................................................................................................... 89

4.10.4 Remate de cobertura com parede emergente ................................................ 91

4.10.5 Beiral e Beirado ............................................................................................ 93

5 Tipos de Coberturas ......................................................................................................... 94

5.1 Coberturas Inclinadas ........................................................................................... 96

5.1.1 Simples ou de Uma Água ............................................................................. 96

5.1.2 Cobertura de Duas Águas ............................................................................. 96

5.1.3 Cobertura de Três Águas .............................................................................. 97

5.1.4 Cobertura de Quatro Águas .......................................................................... 97

5.1.5 Múltiplas Águas ............................................................................................ 98

5.1.6 Pavilhão ........................................................................................................ 98

5.2 Cobertura Plana .................................................................................................... 99

5.3 Camadas e Funções da Cobertura Plana .............................................................. 99

5.4 Constituição da Cobertura Plana Tradicional .................................................... 100

5.4.1 Camada de Forma ....................................................................................... 100

5.5 Cobertura em Terraço ........................................................................................ 102

5.5.1 Constituição de uma Cobertura em Terraço ............................................... 103

5.5.1.1 Estrutura resistente ............................................................................... 104

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5.5.1.2 Camada de regularização ..................................................................... 1045.5.1.3 Camada de forma ................................................................................. 105

5.5.1.4 Barreira pára-vapor .............................................................................. 105

5.5.1.5 Isolamento térmico ............................................................................... 105

5.5.1.6 Revestimento de impermeabilização ................................................... 106

5.5.1.7 Camada de dessolidarização ................................................................ 106

5.5.1.8 Camada de protecção do revestimento de impermeabilização ............ 106

5.5.1.9 Camada de independência .................................................................... 107

5.5.2 Exigências Funcionais ................................................................................ 107

5.5.2.1 Generalidades ....................................................................................... 107

5.5.2.2 Exigências funcionais das coberturas em terraço ................................ 108

5.5.2.2.1 Exigências funcionais das coberturas em terraço ......................... 109

5.5.2.2.2 Exigências funcionais dos revestimentos de impermeabilização . 111

5.5.3 Classificação das coberturas em terraço ..................................................... 114

5.5.3.1 Classificação quanto à acessibilidade .................................................. 115

5.5.3.2 Classificação quanto à camada de protecção da impermeabilização ... 117

5.5.3.3 Classificação quanto ao tipo de revestimento de impermeabilização .. 120

5.5.3.3.1 Materiais de impermeabilização de coberturas em terraço ........... 122

5.5.3.4 Localização da camada de isolamento térmico .................................... 123

5.5.3.5 Classificação quanto à pendente (classificação UEAtc) ...................... 124

5.5.3.6 Estrutura resistente ............................................................................... 125

5.6 Cobertura Plana Tradicional vs Invertida .......................................................... 126

5.7 Cobertura Invertida ............................................................................................ 129

5.7.1 Classificação quanto à acessibilidade ......................................................... 129

5.7.2 Relação entre a acessibilidade e acabamentos ............................................ 130

5.7.3 Distanciadores/Niveladores ........................................................................ 133

5.8 Coberturas ajardinadas ....................................................................................... 135

5.8.1 Coberturas transitáveis para espaços de jardim .......................................... 136

5.8.2 Com isolamento térmico ............................................................................. 136

5.9 Coberturas Tipo Deck ........................................................................................ 138

5.10 Pontos singulares das coberturas ........................................................................ 139

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5.10.1 Juntas de dilatação ...................................................................................... 1395.10.2 Tubos de queda ........................................................................................... 142

5.10.3 Ligações da impermeabilização .................................................................. 143

5.10.3.1 Remate em platibanda .......................................................................... 143

5.10.3.2 Remate periférico ................................................................................. 144

5.10.3.3 Remate em cobertura tipo Deck ........................................................... 144

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Sumário de Figuras

Fig 1- Esquema de um terraço e de uma cobertura inclinada ............................................... 17

Fig 2 - Estrutura principal ..................................................................................................... 17

Fig 3- Estrutura secundária ................................................................................................... 18

Fig 4 - Esquema geral de uma cobertura .............................................................................. 19

Fig 5 - Água mestra e Tacaniça ............................................................................................ 19

Fig 6 – Empena, Cumeeira e Espigão ................................................................................... 20Fig 7 - Laró, Mansarda e Contrapeito ................................................................................... 21

Fig 8 - Cimalha ..................................................................................................................... 21

Fig 9 - Clarabóia, bordo lateral e beiral ................................................................................ 22

Fig 10 - Beirado .................................................................................................................... 22

Fig 11 – Rincão ou guieiro, beirado, nó e águas .................................................................. 23

Fig 12 - Asna, Madre e Vara ................................................................................................ 23

Fig 13 - Forro, Contra-Ripa e Ripa ....................................................................................... 24Fig 14 - Tábua de barbate e Frechal ..................................................................................... 25

Fig 15 - Guarda-pó ............................................................................................................... 25

Fig 16 – Esquema da estrutura Interna da Cobertura ........................................................... 26

Fig 17 – Esquema da estrutura pré-esforçada ....................................................................... 26

Fig 18 - Telhado em telha cerâmica ..................................................................................... 28

Fig 19 – Cobertura antiga em telha cerâmica ....................................................................... 28

Fig 20 – Casa moderna com cobertura de telha cerâmica .................................................... 30

Fig 21– Cobertura em telha cerâmica, com abobada ............................................................ 30

Fig 22 – Esquema visto de cima da telha Lusa ..................................................................... 31

Fig 23 – Esquema visto de baixo da telha Lusa ................................................................... 32

Fig 24 - Telha Lusa ............................................................................................................... 33

Fig 25 – Telhado executado em telha Lusa com muitas peças e acessórios exigíveis ......... 33

Fig 26 - Telha e meia; telha passadeira com ventilação; capa e bica em beirado ................ 34

Fig 27 - Telha para chaminé; Capa e bica – colocação em Beirado ..................................... 34

Fig 28 - Canto telha; canto de beirado .................................................................................. 34

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Fig 29 - Cume ou telhão de cumeeira; cume concha ou pata de leão; Cruzeta de trêsentradas (de cobertura); Cruzeta de três entradas (de espera) ...................................... 35

Fig 30 - Cruzeta de 4 entradas; tamanco ou bebedouro; telhão de cumeeira ....................... 35

Fig 31 - Remate lateral (esquerdo); Remate lateral (direito); Pomba ................................... 35

Fig 32 - Remate de empena; pirâmide; seta ......................................................................... 35

Fig 33 - Esquema da telha Marselha visto de cima .............................................................. 36

Fig 34 - Esquema da telha Marselha visto de baixo ............................................................. 37

Fig 35 – Telhas Marselha ..................................................................................................... 38

Fig 37 - Telha passadeira/ventilação e Telha para chaminé ................................................. 38

Fig 46 – Cores das telhas Canudo ........................................................................................ 40

Fig 47 – Esquema da telha Canudo ...................................................................................... 40

Fig 49 – Telhado em telha Canudo ....................................................................................... 41

Fig 50 - Cume – Telhão de cumeeira; Telha de ventilação .................................................. 42

Fig 51 -Telha bebé; Grampo ................................................................................................. 42

Fig 52 - Telha de beirado; Remate ....................................................................................... 42

Fig 53 – Esquema da telha Romana ..................................................................................... 43

Fig 54 – Telha Romana ........................................................................................................ 43

Fig 55 – Telhado executado em telha Romana ..................................................................... 44

Fig 56 - Cume – Telhão de cumeeira; Cume concha ou pata de leão .................................. 44

Fig 57 - Cruzeta de três entradas (de cobertura); Cruzeta de três entradas (de espera) ........ 45

Fig 58 – Beirado em telha Romana ...................................................................................... 45

Fig 59 – Telha Plana ............................................................................................................. 45

Fig 60 – Esquema da telha plana .......................................................................................... 46

Fig 61 – Cores da telha Plana ............................................................................................... 47

Fig 62 – Aplicação de telhados com telha Plana .................................................................. 47

Fig 63 – Acessórios da telha Plana ....................................................................................... 48

Fig 64 – Telhados com telha de Ardósia .............................................................................. 49

Fig 65 - Exemplo de cálculo do espaçamento do ripado ...................................................... 50

Fig 66 - Espaçamento do Ripado – bitola ............................................................................. 51

Fig 67 - Exemplo de aplicação de ripado e contra-ripado em madeira ................................ 51

Fig 68 - Exemplo de aplicação de ripado, assentamentos incorrectos das telhas. ................ 53

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Fig 69 - Forro rígido em vigotas e abobodilhas cerâmicas ................................................... 55Fig 70 - Pormenores de aplicação de subtelha com telha do tipo canudo. ........................... 56

Fig 71- Aspecto geral de cobertura inclinada com aplicação de subtelha (de notar a

rectilinearidade do conjunto). ....................................................................................... 56

Fig 72- Exemplos de coberturas de madeira com estrutura complexa ................................. 59

Fig 73 - Estrutura principal metálica; contra-ripa e ripa em madeira ................................... 60

Fig 74 - Asnas de madeira correntes – durante a construção ............................................... 60

Fig 75 - Asnas de madeira – aproveitamento arquitectónico com estrutura à vista em acções

de reconstrução e reabilitação ....................................................................................... 60

Fig 76 - Asnas mistas (metal – madeira) .............................................................................. 61

Fig 77 - Asnas mistas metal – madeira (asnas modernas reproduzindo modelos antigos, para

estruturas à vista) .......................................................................................................... 61

Fig 78 - Exemplos de nós de ligação em asnas mistas (metal – madeira) ............................ 61

Fig 79 - Exemplos de entalhes nas ligações em asnas de madeira ....................................... 62

Fig 80 - Exemplo de reforços nas ligações em asnas de madeira ......................................... 63

Fig 81 - Ligações em asnas de madeira (pregagem e anéis de penetração) ......................... 63

Fig 82 - Exemplo de ligações de ligações correcta e errada entre secções de madeira ........ 64

Fig 83 - Exemplo de contraventamento de asnas ................................................................. 64

Fig 84 - Exemplos de apoio de asnas em berço metálico ..................................................... 65

Fig 85 - Exemplo de apoios de madres, varas e ripado ........................................................ 67

Fig 86 - Esquema de estrutura secundária tradicional em madeira ...................................... 67

Fig 87 - Exemplo de asnas em betão .................................................................................... 68

Fig 89 - Exemplos de utilização de muretes de alvenaria para apoio de estruturas

secundárias descontínuas .............................................................................................. 71

Fig 90 - Pormenor de muretes de alvenarias ........................................................................ 71

Fig 91 - Exemplos de utilização de muretes de alvenaria para apoio de estruturas

secundárias descontínuas. ............................................................................................. 71

Fig 92 - Pormenor de muretes de alvenaria .......................................................................... 72

Fig 93- Suporte em madeira maciça no assentamento de telhas canudo .............................. 75

Fig 94 - Suporte contínuo ..................................................................................................... 76

Fig 95 - Suporte descontínuo ................................................................................................ 76

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Fig 96 - Telhas canudo com encaixe .................................................................................... 77Fig 97 - Espaçamento de telhas planas ................................................................................. 79

Fig 98 - Aplicação de telha plana junta cruzada ................................................................... 79

Fig 99 - Aplicação de telha plana; junta direita .................................................................... 79

Fig 100 - Início de colocação das telhas na cobertura .......................................................... 81

Fig 101 - Disposição das telhas a fixar em função da inclinação e/ou exposição da cobertura

...................................................................................................................................... 81

Fig 102 - Assentamento de meias telhas planas. .................................................................. 83

Fig 103 - Pormenores de cumeeira ....................................................................................... 87

Fig 104 - Colocação de peças de remate de rincão – solução tradicional ............................ 88

Fig 105 - Pontos de argamassa para união dos remates do rincão (solução indesejável) ..... 88

Fig 106 - Colocação de peças de remates de rincão com banda de ventilação .................... 89

Fig 107 - Colocação de peças de remates de rincão com banda de ventilação .................... 89

Fig 108 - Colocação de telhões no rincão com cruzeta (solução correcta) .......................... 89

Fig 109- Pormenor de construção de laró com rufo galvanizado ......................................... 90

Fig 110 - Aspecto geral de larós ........................................................................................... 90

Fig 111 - Pormenor de laró com caleira nervura .................................................................. 90

Fig 112 - Pormenor de laró ................................................................................................... 91

Fig 113 - Laró rematado com caleira em material sintético ................................................. 91

Fig 114 - Remate com parede transversal emergente ........................................................... 92

Fig 115 - Remate com parede transversal com rufo metálico .............................................. 92

Fig 116 - Remate de cobertura com parede transversal emergente ...................................... 92

Fig 117 - Acerto de espaçamento entre as peças de beirado em função do espaçamento

entre as telhas ................................................................................................................ 93

Fig 118 - Inicio de colocação das peças do canto de beirado ............................................... 93

Fig 119 - Colocação da pata de leão no remate do beirado de canto. ................................... 94

Fig 120 – Esquema de cobertura inclinada ........................................................................... 95

Fig 121 – Esquema de cobertura simples ou de Uma Água ................................................. 96

Fig 122 - Esquema de cobertura de Duas Águas .................................................................. 97

Fig 123 - Esquema de cobertura de Três Águas ................................................................... 97

Fig 124 - Esquema de cobertura de Quatro Águas ............................................................... 98

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Fig 125 – Exemplo de uma cobertura Pavilhão .................................................................... 98Fig 126 – Camada de forma de betão ou argamassa de agregados leves ........................... 101

Fig 127 – Esquema de uma cobertura plana ....................................................................... 101

Fig 128 – Ventilação das camadas de forma isolante e evacuação da humidade armazenada.

.................................................................................................................................... 102

Fig 129 – Edifícios com coberturas em terraço .................................................................. 103

Fig 130 – Esquema da cobertura de terraço ....................................................................... 104

Fig 131 - Revestimentos de impermeabilização (Fonte: Imperalum) ................................ 106

Fig 132 – Cobertura com equipamentos ............................................................................. 110

Fig 133 – Aplicação de isolamento numa cobertura .......................................................... 110

Fig 134 – Exemplo da reparação/conservação de uma cobertura plana ............................. 111

Fig 135 - Exemplo de penetração de raízes num revestimento de impermeabilização.

(Fonte: Veritas, B.) ..................................................................................................... 114

Fig 136 – Cobertura não acessível ...................................................................................... 115

Fig 137 – Cobertura acessível a pessoas ............................................................................ 115

Fig 138 – Cobertura acessível a veículos ........................................................................... 116

Fig 139 – Cobertura especial – jardim ................................................................................ 116

Fig 142 – Esquemas de coberturas Auto-protegidas leves ................................................. 119

Fig 143 - Esquemas de coberturas tradicionais .................................................................. 120

Fig 144 – Cobertura invertida – isolamento térmico sobre a impermeabilização .............. 127

Fig 145 – Esquema da cobertura plana invertida vs tradicional ......................................... 127

Fig 146 – Esquema das temperaturas na cobertura tradicional e na cobertura invertida ... 128

Fig 147 - Variação da temperatura em coberturas tradicionais e coberturas invertidas ..... 128

Fig 148 – Esquema da cobertura invertida ......................................................................... 129

Fig 149 – Esquema da cobertura invertida transitável e não transitável ............................ 130

Fig 150 - Coberturas invertidas não acessíveis .................................................................. 132

Fig 151 - Cobertura invertida com acabamento com betonilha e com mosaico ................. 133

Fig 152 – Distanciadores de PVC ....................................................................................... 134

Fig 153 - Distanciadores metálicos..................................................................................... 134

Fig 154 – Distanciadores metálicos com perfis contínuos ................................................. 135

Fig 155 – Distanciadores de argamassa .............................................................................. 135

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Fig 156 – Exemplos de coberturas ajardinadas .................................................................. 136Fig 157 - Camada de terra vegetal sobre camada de gravilha ............................................ 137

Fig 158 - Camada de terra vegetal sobre esteira drenante. ................................................. 137

Fig 159 - Cobertura tipo Deck com protecção pesada ........................................................ 138

Fig 160 - Cobertura com fixação mecânica do isolamento térmico ................................... 138

Fig 161 – Esquema da cobertura tipo Deck ........................................................................ 139

Fig 162 – Junta de dilatação para uma cobertura ajardinada .............................................. 139

Fig 163 – Junta de dilatação para uma cobertura com protecção pesada com godos ......... 140

Fig 164 – Esquema de uma junta de dilatação com sistema de impermeabilização .......... 140

Fig 165 – Junta de dilatação para uma cobertura revestida com betonilha e acabamento . 141

Fig 166 - Juntas sobre-elevadas .......................................................................................... 141

Fig 167- Juntas sobre-elevadas ........................................................................................... 142

Fig 168 – Solução de tubo de queda com isolamento térmico para cobertura invertida .... 142

Fig 169 - Solução de tubo de queda com isolamento térmico para cobertura tradicional .. 143

Fig 170 – Esquema de remate em platibanda ..................................................................... 143

Fig 171 – Pormenores de remates periféricos..................................................................... 144

Fig 172 – Esquema de um remate em cobertura tipo Deck ................................................ 144

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Sumário de Tabelas

Tabela 1- Características da telha Lusa ................................................................................ 32

Tabela 2 - Características da telha Marselha ........................................................................ 37

Tabela 3 - Características geométricas médias da telha Canudo .......................................... 41

Tabela 4 - Características geométricas médias da telha Romana ......................................... 44

Tabela 5 – Características da telha plana .............................................................................. 46

Tabela 6 - Diferentes níveis de estrutura de uma cobertura inclinada .................................. 68Tabela 7 - Inclinação mínima dos suportes das coberturas (%) ........................................... 73

Tabela 8 - Recobrimentos mínimos recomendáveis em telhas canudo e romana sem encaixe

(em m) ........................................................................................................................... 73

Tabela 9 - Distância máxima dos apoios das ripas para telhas de encaixe (m) .................... 74

Tabela 10 - Distância máxima entre eixos de apoios para os forros (m) .............................. 75

Tabela 11- Distância máxima entre apoios para diferentes secções e espaçamentos entre

ripas (m) ........................................................................................................................ 77Tabela 12 - Distância máxima dos apoios das ripas para telhas planas (m) ......................... 78

Tabela 13 – Princípio de fixação das telhas em função da inclinação.................................. 82

Tabela 14 – Condições para fixação de telhas ...................................................................... 82

Tabela 15 - Camadas constituintes de uma cobertura plana ................................................. 99

Tabela 16 – Cobertura plana tradicional ............................................................................. 100

Tabela 17 – Camadas das coberturas e exigências funcionais ........................................... 109

Tabela 18 – Classe da cobertura vs tipos de utilização ...................................................... 116

Tabela 19 – Classes da cobertura vs materiais de protecção .............................................. 119

Tabela 20 – Classes da cobertura vs tipo de revestimento de impermeabilização ............. 121

Tabela 21 – Modo de aderência ao suporte ........................................................................ 122

Tabela 22 – Matérias tradicionais e tradicionais para impermeabilização ......................... 123

Tabela 23 – Localização da camada de isolamento térmico ............................................... 124

Tabela 24 – Classe da cobertura vs soluções correntes ...................................................... 126

Tabela 25 – Tipo de acessos e acabamentos ....................................................................... 130

Tabela 26 – Cobertura invertida – não acessível - acabamento a godo, gravilha ou brita . 131

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Tabela 27 - Cobertura invertida – acessível - acabamento com betonilha (revestida ou não).................................................................................................................................... 132

Tabela 28 - Cobertura invertida – acessível - acabamento com elementos descontínuos .. 133 

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1 Introdução

Segundo a Morfologia das Estruturas (do Grego: Morfo = Forma, e Lógia = Estudo), as

coberturas são estruturas que se definem pela forma, observando as características de

função e estilo arquitectónico das edificações. As coberturas têm como função principal a

 protecção dos edifícios do ambiente exterior, contra a acção do vento, chuva, neve e

intempéries, bem como promovem conforto através de isolamentos térmicos e acústicos,

atendendo às funções utilitárias, estéticas e económicas. Em síntese, as coberturas devem

 preencher as seguintes condições:

  Funções utilitárias: Impermeabilidade; Secagem rápida após as chuvas; Resistência

mecânica suficiente para suportar as aberturas de inspecção (ou prever caminhos de

circulação); Resistência contra o vento; Isolamento térmico; Incombustibilidade;

Durabilidade; Inalterabilidade de forma e dimensões; Leveza para não sobrecarregar 

a estrutura; Facilidade de execução e manutenção;

  Funções estéticas: forma e aspecto harmónico com a linha arquitetónica, dimensão

dos elementos, textura e coloração;

  Funções económicas: custo da solução adoptada, durabilidade e fácil conservação

dos elementos.

Para a especificação técnica de uma cobertura ideal, o profissional deve observar os

fatores do clima (calor, frio, vento, chuva, granizo, neve etc.), que determinam os detalhes

das coberturas, conforme as necessidades de cada situação.

Entre os detalhes a serem definidos numa cobertura, deverá ser sempre especificado, o

sistema de drenagem das águas pluviais, por meio de elementos de protecção, captação e

escoamento, tais como:

a)  Detalhes inerentes ao projecto arquitectónico: rufos, contra-rufos, calhas,

colectores;

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 b)  Detalhes inerentes ao projecto hidráulico: tubos de queda, caixas de derivação eredes pluviais.

2 Conceitos fundamentais nas coberturas de telhado

A terminologia portuguesa sobre construção e, consequentemente, a terminologia sobre

coberturas de telhado tem significados diferentes consoante a região do país em que nos

encontramos. Para uma mesma zona de uma cobertura de telhado, por exemplo, existem

designações diferentes, bem como diferentes designações para um mesmo acessório.

Tentou-se recolher um leque o mais abrangente possível de toda a terminologia corrente e

espontânea, sem querer com isso oficializar este conjunto de termos. A recolha e selecção

visam definir os termos mais necessários e as designações mais correntes, onde surgirão

omissões que poderão ser completadas com este trabalho.

2.1  Definição gerais

Segue-se um conjunto de definições de acordo com a terminologia corrente eespontânea, tal como foi anteriormente referido.

Cobertura de telhado: Parte superior da envolvente de uma edificação.

Terraço: Por convenção, cobertura de pendente igual ou inferior a 8% (aprox. 4.5º).

Cobertura inclinada de telhado: Por convenção, cobertura de pendente superior a 8%

(aprox. 4.5º).

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Fig 1- Esquema de um terraço e de uma cobertura inclinada

Telhado de telhas: Elemento ou conjunto de elementos que revestem exteriormente a

cobertura, assegurando uma primeira protecção ao interior do edifício.

Vertente ou Água: Qualquer superfície plana de uma cobertura inclinada.

Estrutura da cobertura: Conjunto das peças resistentes que suportam a cobertura.

A estrutura da cobertura é composta por dois componentes: a estrutura principal e a

secundária:

 Estrutura principal (A): Conjunto das peças resistentes da cobertura que apoiam

directamente nos elementos verticais da edificação (paredes, pilares, etc.).

Fig 2 - Estrutura principal

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 Estrutura secundária (B): Conjunto das peças de suporte e resistentes da coberturaintercaladas entre o revestimento da cobertura e a sua estrutura principal.

Fig 3- Estrutura secundária

2.2  Esquema geral de uma cobertura

 Nesta frase consideramos relevante elencar e definir as linhas e partes que constituem

uma cobertura, quer interiores, quer exteriores, bem como a constituição da estrutura pré-

esforçada.

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Fig 4 - Esquema geral de uma cobertura

2.2.1  Linhas e partes - Exterior

Água mestra (8): Vertente principal, geralmente trapezoidal, numa cobertura de quatro

águas.

Tacaniça (7): Vertente secundária, triangular, numa cobertura de quatro águas.

Fig 5 - Água mestra e Tacaniça

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Empena (1): Superfície triangular da parede que limita lateralmente uma cobertura deuma ou duas águas.

Cumeeira, Espigão, Cume ou Fileira (6): Intersecção superior, geralmente horizontal,

de duas vertentes apostas, formando um ângulo saliente.

Remate de parede ou Bordo superior (Espigão ou Fileira) (9): Aresta que limita

superiormente uma vertente, correspondendo no geral à intersecção com uma parede

emergente (remate) ou não (bordo). A designação paralela de espigão ou fileira, vem por analogia com cumeeira, tratando-se ambas de linhas de limites superiores de vertentes.

Fig 6 – Empena, Cumeeira e Espigão

Laró ou Guieiro morto (4): Intersecção lateral de duas vertentes, formando um ângulo

reentrante.

Quebra (14 e 15): Aresta de intersecção geralmente horizontal, de duas vertentes no

mesmo sentido e diferentes inclinações, indiferentemente no caso de ângulo saliente ou

reentrante.

Mansarda (14): Aresta de intersecção geralmente horizontal, de duas vertentes no

mesmo sentido e diferentes inclinações formando um ângulo saliente.

Contrapeito (15): Aresta de intersecção geralmente horizontal, de duas vertentes no

mesmo sentido e diferentes inclinações formando um ângulo reentrante.

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Fig 7 - Laró, Mansarda e Contrapeito

Cimalha (16): Espaço exterior e inferior da vertente, saliente em relação ao coroamento

de uma parede.

Fig 8 - Cimalha

Clarabóia (13): Abertura existente na vertente de uma cobertura inclinada, que permite

a entrada de luz natural, podendo permitir ou não entrada de ar.

Bordo lateral ou de Empena (10): Aresta que limita lateralmente uma vertente,

correspondendo, no geral à intersecção com uma parede ou não

Beiral (2): Beira no final da vertente saliente da parede exterior, executada com a

 própria telha.

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Fig 9 - Clarabóia, bordo lateral e beiral

Rincão ou Guieiro (5): Intersecção lateral de duas vertentes, formando um ângulo

saliente.

Beirado (3): Beira no final da vertente saliente da parede exterior, executada com peças

acessórias, capa e bica.

Fig 10 - Beirado

Nó: ponto de encontro de duas ou mais arestas de intersecção

Águas: são as superfícies inclinadas

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Fig 11 – Rincão ou guieiro, beirado, nó e águas

2.2.2  Linhas e partes - Interior

Asna (1): Treliça de madeira, metálica ou mista que serve de apoio à estrutura

secundária.

Madre, Lata ou Terça (2): Peça da estrutura principal da cobertura, disposta

 perpendicularmente à linha de maior declive da vertente, em que apoia directamente o

varedo e que transmite o esforço à estrutura principal da cobertura.

Vara (3): Peça da estrutura secundária da cobertura, disposta segundo a linha de maior 

declive da vertente em que geralmente apoia o ripado.

Fig 12 - Asna, Madre e Vara

NóÁguas

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Forro (4): Elemento contínuo que forra interiormente a cobertura, acompanhando avertente, colocando entre a estrutura principal e secundária da cobertura, ou imediatamente

abaixo desta.

Contra-Ripa (5): Peça da estrutura secundária, disposta sob o ripado, segundo a linha

de maior declive da vertente, que apoia sobre um elemento contínuo.

Ripa ou Lata (6): Peça da estrutura secundária da cobertura disposta

 perpendicularmente à linha de maior declive da vertente, em que se apoiam os elementosdo revestimento.

Fig 13 - Forro, Contra-Ripa e Ripa

Ripado: Conjunto das ripas duma cobertura.

Fileira ou Pau de Fileira: Vara principal aplicada no vértice superior das asnas fazendo

a união entre elas.

Tábua de barbate (7): Peça da estrutura secundária da cobertura, que substitui o ripado

na beira da cobertura, para manter a pendente da fiada de telhas da beira. A tábua de

 barbate é muitas vezes substituída por uma ripa dupla.

Frechal (8): Peça da estrutura secundária da cobertura, correspondente a uma madre que

apoia na parede resistente e recebe e distribui esforços transmitidos pelo varedo.

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Fig 14 - Tábua de barbate e Frechal

Guarda-pó: Forro de tabuado de madeira colocado em geral entre o ripado e o varedo,

que pode substituir o primeiro no assentamento de telhas de canudo.

Fig 15 - Guarda-pó

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Fig 16 – Esquema da estrutura Interna da Cobertura

2.2.3  Estrutura Pré-esforçada

Fig 17 – Esquema da estrutura pré-esforçada

1

3

4

Legenda:1.  Ripas2.  Caibros3.  Cumeeiras4.  Terças5.  Contrafrecha6.  Frenchal7.  Chapuz8.  Perna ou empena9.  Terças10.  Linha, tensou ou tirante11.  Pendural ou pendural central

12.  Escora13.  Pontalete, montante ou pendural14.  Ferragem ou estribo15.  Ferragem ou cobrejunta16.  Vista, testeira ou aba17.  Mão francesa

1.  Ripa de betão2.  Viga de apoio3.  Vigota4.  Abobadilha

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3 Telhas cerâmicas

As coberturas revestidas com telhas cerâmicas constituem um elemento tradicional na

 paisagem portuguesa. De alguma forma, fazem parte da nossa cultura, identificando uma

forma de viver adaptada a cada uma das regiões em que se inserem.

A telha cerâmica enquadra-se em qualquer paisagem conferindo às construções uma

 beleza à prova do tempo, conseguindo adaptar-se tão bem na arquitectura urbana

contemporânea, como na rural.

Quando se pensa na construção de uma casa, o conceito “telhado" surge associado às

cores alegres das telhas cerâmicas, seguras e saudáveis.

Este é um facto demonstrado pela actual revalorização das coberturas inclinadas

revestidas com telhas cerâmicas, a qual se vem registando na construção civil, com especial

incidência na área da habitação.

A origem das coberturas com telhas cerâmicas é incerta. Os homens primitivos

construíam habitações precárias, com que procuravam suprir uma necessidade fundamental,

a da sua protecção, sobretudo dos agentes atmosféricos desfavoráveis. Tendo aprendido a

domesticar animais, a cultivar as terras e a controlar o fogo, o homem foi levado a criar 

estruturas de apoio para estas novas actividades.

Inicialmente, as coberturas eram feitas com materiais perecíveis, como o colmo, a casca

de certas árvores, folhagens, peles de animais, etc., com que eram cobertas as cabanas

 primitivas, de que chegaram aos nossos dias alguns exemplos.

Os estudiosos da História da Humanidade recorrem prioritariamente aos objectos

cerâmicas – provavelmente das primeiras manufacturas a que o homem se dedicou com

carácter sistemático que, pela sua abundância e estado de conservação, têm permitido

rastear as sucessivas etapas da evolução da Humanidade.

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Fig 18 - Telhado em telha cerâmica

Fig 19 – Cobertura antiga em telha cerâmica

Terá sido acidental a descoberta das propriedades que o tratamento pelo fogo confere às

argilas, mas a História mostra-nos que o homem rapidamente aprendeu a controlá-las e a

fazer delas o uso mais consentâneo com as suas necessidades.

 Nas regiões correspondentes ao território actual de Portugal Continental, deve-se aos

construtores do Império Romano – como em todas as regiões europeias que nele se

integraram – a introdução do recurso intensivo a materiais cerâmicos de construção, com

especial relevo para as tegulae e as imbrice, no revestimento de telhados.

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Esta técnica de construção foi preservada durante os séculos de ocupação árabe daPenínsula Ibérica, tendo conhecido adaptações e evoluções; não é por acaso que em

algumas regiões do País ainda se faz referência a modelos de telha mourisca.

A Europa Meridional manteve de forma arreigada esta tradição e em resultado desse

facto, países como Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia mostram-nos, como parte

integrante da paisagem e elemento de alto valor estético, os telhados de telhas cerâmicas.

Embora concorrendo com outros materiais alternativos, as telhas cerâmicas têm vindo progressivamente a ganhar terreno nos países da Europa do Norte, como consequência quer 

 pelas suas características estéticas, quer pelo eficaz comportamento que as suas

 propriedades lhes facilitam, mesmo sob a acção das mais rigorosas condições climáticas.

Assumindo a condição de grandes utilizadores de telhas cerâmicas, os europeus

incrementaram os níveis de exigência técnica, a par com exigências relativas a novos

modelos e melhorias na geometria dos formatos tradicionais.

As telhas cerâmicas europeias adaptaram-se bem a este crescendo de rigor, afirmando-se

como produtos de longa durabilidade e eminentemente ecológicos, com um final de vida

útil de fácil resolução, não agressivo para o meio envolvente.

 No momento presente as telhas qualificam-se como produtos técnicos, correspondendo a

requisitos rigorosos expressos em normas de especificação de características e respectivos

métodos de ensaio, complementados com ensaios funcionais para avaliação de

desempenho, aplicáveis ao conjunto das coberturas, para simulação de exposições a

condições climáticas típicas das diferentes regiões da Europa (Norte, Centro e Sul).

Para harmonização da documentação regulamentar, técnica e normativa adoptada nos

seus países membros, aplicável a produtos da construção - nomeadamente às telhas

cerâmicas – a Comunidade Europeia elaborou a Directiva 89/106/CEE vulgarmente

designada por Directiva dos Produtos de Construção, CPD, em que são definidos os

requisitos essenciais exigíveis a todos os materiais de construção, destinados a aplicação

em obras, a título definitivo.

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As telhas cerâmicas cumprem o exigido nestes requisitos, constituindo um material deeleição para revestimento de coberturas. Entre outras, a propriedade que apresentam de uma

humidade de equilíbrio muito favorável, qualifica as telhas cerâmicas como elementos de

conforto na habitação.

Fig 20 – Casa moderna com cobertura de telha cerâmica

Muitas das anomalias detectadas em coberturas inclinadas de habitações e edifícios,

revelam-se provenientes de soluções desajustadas, de aplicações deficientes e escolhas

erradas de materiais acessórios.

Uma primeira abordagem para a optimização funcional das coberturas com telhas

cerâmicas deverá privilegiar a aplicação de telhas conformes com a normalização da UE.

Fig 21– Cobertura em telha cerâmica, com abobada

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3.1  Tipos comerciais de telha portuguesaEncontram-se no mercado numerosas variações de cor e de texturas dentro de um

mesmo formato de telha; no entanto, dentro do leque das telhas cerâmicas comercializadas

em Portugal, em função da sua geometria e encaixes, há que distinguir:

  Telha Lusa;

  Telha Marselha;

  Telha Canudo;

  Telha Romana;

  Telha Plana.

3.1.1  Telha Lusa (de aba e canudo)

A telha Lusa é a mais usada em Portugal, sendo tradicionalmente considerada uma

invenção lusitana. A sua aplicação é rápida e o encaixe robusto, proporcionando elevados

níveis de estanquidade na cobertura

 3.1.1.1  Terminologia

Fig 22 – Esquema visto de cima da telha Lusa

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Fig 23 – Esquema visto de baixo da telha Lusa

 3.1.1.2  Características gerais

Tabela 1- Características da telha Lusa

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Fig 24 - Telha Lusa

Fig 25 – Telhado executado em telha Lusa com muitas peças e acessórios exigíveis

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 3.1.1.3   Peças e acessórios

Fig 26 - Telha e meia; telha passadeira com ventilação; capa e bica em beirado

Fig 27 - Telha para chaminé; Capa e bica – colocação em Beirado

Fig 28 - Canto telha; canto de beirado

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Fig 29 - Cume ou telhão de cumeeira; cume concha ou pata de leão; Cruzeta de três entradas (de

cobertura); Cruzeta de três entradas (de espera)

Fig 30 - Cruzeta de 4 entradas; tamanco ou bebedouro; telhão de cumeeira

Fig 31 - Remate lateral (esquerdo); Remate lateral (direito); Pomba

Fig 32 - Remate de empena; pirâmide; seta

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3.1.2  Telha Marselha (plana com encaixe)A telha Marselha é de origem francesa e constitui um dos formatos tipicamente usados

no nosso país.

É uma telha, praticamente, plana com encaixes nos quatro topos protegidas por 

elementos elevados que também aumentam a resistência. Apesar da sua forma plana menos

interessante, em termos estéticos, garante algumas vantagens:

  Fácil transporte;

  Peso reduzido;

  Elimina a necessidade de tamancos junto das cumeeiras.

 3.1.2.1  Terminologia

Fig 33 - Esquema da telha Marselha visto de cima

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Fig 34 - Esquema da telha Marselha visto de baixo

 3.1.2.2  Características gerais

Tabela 2 - Características da telha Marselha

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Fig 35 – Telhas Marselha

 3.1.2.3   Peças e acessórios

Fig 36 - Telha passadeira/ventilação e Telha para chaminé

Fig 37 - Capa e bica Fig 38 - Cume – Telhão de cumeeira 

Fig 40 - Cruzeta de três

entradas (de espera) 

Fig 39 - Cruzeta de três

entradas (de cobertura) 

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3.1.3  Telha Canudo

A telha Canudo é uma telha artesanal, de forma curva, com um único canal, tipicamentede cor vermelha, bege ou castanha, de ligação pouco estanque e eficiente

É, geralmente, fixada com argamassa e é pouco indicada para aplicação em coberturas

com muita inclinação

Fig 41 - Cruzeta de

quatro entradas 

Fig 42 - Cume concha ou

pata de leão 

Fig 43 - Cruzeta de três

entradas 

Fig 44 - Telhão de cumeeira 

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Fig 45 – Cores das telhas Canudo

 3.1.3.1  Terminologia

Fig 46 – Esquema da telha Canudo

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 3.1.3.2  Características gerais

Tabela 3 - Características geométricas médias da telha Canudo

Fig 48 – Telhado em telha Canudo

Fig 47 – Telha Canudo

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 3.1.3.3   Peças e acessórios

Fig 49 - Cume – Telhão de cumeeira; Telha de ventilação

Fig 50 -Telha bebé; Grampo

Fig 51 - Telha de beirado; Remate

Os remates numa cobertura de telhado realizada com telha canal ou canudo, podem ser 

efectuados usando os acessórios característicos da telha de aba e canudo. Podem,

inclusivamente, realizar-se remates de cumeeira com a própria telha de canal ou canudo,

tendo assim a função de cume ou telhão.

3.1.4  Telha Romana (capa e canal)

A telha Romana é, hoje, geralmente utilizada na cobertura de edifícios históricos, sendo,

actualmente, uma das menos usadas.

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È uma telha com capa côncava, ou trapezoidal, e canal trapezoidal, pouco estanque na junta e muito pesada

 3.1.4.1  Terminologia

Fig 52 – Esquema da telha Romana

Fig 53 – Telha Romana

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 3.1.4.2  Característica gerais

Tabela 4 - Características geométricas médias da telha Romana

Fig 54 – Telhado executado em telha Romana

 3.1.4.3   Peças e Acessórios

Fig 55 - Cume – Telhão de cumeeira; Cume concha ou pata de leão

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Fig 56 - Cruzeta de três entradas (de cobertura); Cruzeta de três entradas (de espera)

Fig 57 – Beirado em telha Romana

3.1.5  Telha Plana

A telha Plana é constituída por um cano plano, originária do Norte da Europa, e que,

devido à sua forma, é indicada para coberturas com grande inclinação não necessitando de

remates.

Fig 58 – Telha Plana

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 3.1.5.1  Terminologia

Fig 59 – Esquema da telha plana

 3.1.5.2  Características gerais

Tabela 5 – Características da telha plana

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Fig 60 – Cores da telha Plana

Fig 61 – Aplicação de telhados com telha Plana

2.2.5.3 - Peças e acessórios

O remate de um telhado efectuado com telha plana, não possui um leque de acessórios tão

vasto quanto os outros tipos de telha. Este tipo de telha por ter dimensões mais reduzidas, e por 

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ser plana, não requer o uso de remates como o babadouro, canto de beirado, etc. podendo noentanto empregar-se cumes ou telhões do formato da telha lusa, no remate de cumeeiras.

Fig 62 – Acessórios da telha Plana

3.1.6  Telha de ArdósiaAs telhas de Ardósia caracterizam-se pelo seu material impermeável e durável, podendo

ser utilizadas para todas as formas de tecto sendo colocadas com revestimento para evitar a

infiltração de água entre elas. Uma das grandes desvantagens é a manutenção dispendiosa

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Fig 63 – Telhados com telha de Ardósia 

4 Coberturas em telhas cerâmicas

As coberturas e os seus suportes deverão ser projectados e executados em conformidade

com a regulamentação e recomendações aplicáveis, nomeadamente nos seguintes domínios:

  Segurança estrutural;

  Segurança ao fogo;

  Comportamento termohigrométrico;

  Comportamento acústico;

  Drenagem de águas residuais pluviais

As prescrições que se seguem visam a obtenção e realização de obras com adequada

funcionalidade.

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4.1  TelhasTodos os tipos de telhas cerâmicas a empregar em obra deverão satisfazer às seguintes

especificações, que fixam características gerais destes produtos e ensaios de verificação e

normas em vigor (ver anexos).

4.2  Ripado

Os suportes das coberturas - ripado - são os elementos construtivos em contacto directo

com as telhas, que lhes servem de apoio, asseguram o seu posicionamento e transmitem àestrutura as acções sobre elas exercidas. O espaçamento do ripado (ou bitola como é

conhecido em certas zonas do País) corresponde à distância entre as ripas, que é o

comprimento livre de uma telha (mais uma vez uma ripa) quando vista pelo interior da

cobertura.

Este espaçamento (P) deve ser indicado a título informativo pelo fabricante, ou pode ser 

determinado como se indica no exemplo da figura:

Fig 64 - Exemplo de cálculo do espaçamento do ripado 

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Fig 65 - Espaçamento do Ripado – bitola 

4.2.1  Madeira

As madeiras maciças a aplicar devem estar convenientemente secas.

 Não devem apresentar defeitos susceptíveis de lhe reduzir significativamente a

resistência, nomeadamente alterações biológicas, defeitos localizados como nós, bolsas de

resina, ou outros, que isoladamente ou agrupados numa mesma secção reduzam em mais de

um quarto a secção considerada. Também não são permitidos descaios (flechas) superioresa 12% relativamente ao eixo da peça.

Sempre que o vão livre vencido pela mesma ultrapasse 1,20 m, as exigências deverão ser 

mais severas, nomeadamente as constantes da normalização aplicável a madeira estrutural

(ver anexos).

Fig 66 - Exemplo de aplicação de ripado e contra-ripado em madeira 

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4.2.2  Perfis metálicosOs perfis metálicos devem ser constituídos por perfilados em - Fig. 44 - Exemplo de

aplicação de ripas e varas aço de construção de utilização geral.

A altura mínima para em perfis metálicos apoio da telha é de 20 mm. No caso de

emprego de cantoneiras as dimensões mínimas são de 30x30x3 mm. Antes da colocação em

obra os perfilados deverão receber um primário de protecção contra a corrosão.

Fig. 44 - Exemplo de aplicação de ripas e varas em perfis metálicos 

3.2.3 - Perfis pré-moldados

A utilização de perfis pré-moldados em betão armado ou pré-esforçado, no que respeita

ao dimensionamento das peças e recobrimento das armaduras ou fios, deverá estar, de

acordo com o expresso no REBAP.

Os perfis deverão apresentar secção compatível com o apoio das telhas e ser 

convenientemente fixados nos seus , apoios. Devem ter as faces regulares, de modo a evitar assentamentos incorrectos das telhas.

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Fig 67 - Exemplo de aplicação de ripado, assentamentos incorrectos das telhas. 

4.3  Fixações

 Na fixação das telhas devem usar-se pregos de cabeça larga em aço galvanizado, cobre

ou aço inox cujo diâmetro mínimo é de 3 mm. Processo adequado para remates laterais de

acessórios e telha canal ou canudo:

  Os agrafos a utilizar na fixação dos elementos de suporte em madeira

deverão ser em aço inox ou protegidos contra a corrosão por galvanização;

  Os parafusos auto-roscantes para fixação de ripado metálico deverão ser em

aço com diâmetro mínimo de 6 mm, nas condições dos anteriores;

  Os ganchos metálicos para fixação de telhas e acessórios poderão ser em

arame galvanizado, cobre ou aço inoxidável;

  Arame galvanizado não é recomendável para ambientes marítimos ou

industriais.

4.4  Argamassas

A aplicação de argamassas em coberturas deve obedecer as seguintes condições:

  A quantidade de argamassa a utilizar deve ser a mínima indispensável para a

fixação de telhas e acessórios, de forma a não prejudicar a ventilação da

cobertura;

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  As argamassas simples de cimento, não devem ser empregues, por conduzirem a uma rigidez excessiva das ligações, com risco de fissuração;

  Deve-se utilizar o emprego de argamassas de cal, com 250 a 350 Kg de cal

hidráulica por m3 de areia seca, e argamassas bastardas com150 Kg de

cimento e 175 a 225 Kg de cal por m3 de areia seca. Composições diferentes

 poderão ter utilização regional sancionada pela experiência;

  A cal deve ser hidráulica, natural ou artificial;

  A areia deverá corresponder às exigências correntes para o fabrico de

argamassas e betões nomeadamente, deverá ser isenta de impurezas

(substâncias argilosas, sais e matéria orgânica) que prejudiquem a sua

resistência ou aspecto ou que contribuam para o aparecimento de

eflorescências;

  Os adjuvantes eventualmente utilizados, por exemplo para melhorar a plasticidade, aderência, ou para reduzir os riscos de fissuração, não devem

 provocar a degradação dos materiais com que estão em contacto;

  Os corantes eventualmente utilizados devem ser compatíveis com os ligantes

e a sua dosagem deve estar compreendida entre 5 a 7% da massa de cimento;

  È importante tomar precauções no assentamento para não manchar a

cobertura.

4.5  Peças metálicas

As bandas realizadas a partir da conformação de chapas metálicas em remates e vedação

das coberturas deverão obedecer às normas em vigor (ver anexos).

4.6  Forros

A aplicação de forros em coberturas deve obedecer as seguintes condições :

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  Os foros são elementos contínuos, rígidos ou flexíveis, colocados entre odesvão e a face inferior das telhas.

  Os forros flexíveis, podem ser constituídos por mantas de feltros

 betuminosos, filmes plásticos ou outros (devem ser objecto de especificação

técnica e/ou declaração do fabricante).

  Os forros rígidos podem ser realizados a partir de madeira ou materiais

derivados, de pranchas pré-fabricadas em betão ou cerâmica, de lajes em betão armado, ou ainda de subtelhas.

4.6.1  Derivados

Os forros rígidos podem ser realizados a partir de madeira, painéis contraplacados e

 painéis de partículas.

À madeira a empregar em forros aplicam-se as exigências e recomendações referidas em

documentos normativos que lhes sejam aplicáveis.

4.6.2  Pranchas em betão, cerâmica e lajes

Aos forros rígidos realizados através de pranchas pré-fabricadas em betão ou cerâmica,

ou ainda a partir de diferentes tipos de lajes aplicam-se as disposições constantes da

regulamentação específica, designadamente o RSA, o REBAP. Ou outras expressas em

documentos de homologação respeitando objectivamente a esses elementos.

Fig 68 - Forro rígido em vigotas e abobodilhas cerâmicas

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4.6.3  SubtelhasAs subtelhas devem complementar a estanquidade á água da cobertura, sempre que por 

razões de aplicação (inclinação deficiente), o sistema de revestimento cerâmico não seja

suficiente para a assegurar.

A execução de uma cobertura com telhas canudo, usando subtelha, exige

compatibilidade de geometria, de fixação e de remate, de forma a garantir o funcionamento

do conjunto, nomeadamente a estanquidade à água e ventilação da face inferior da telha.

Fig 69 - Pormenores de aplicação de subtelha com telha do tipo canudo.

Fig 70- Aspecto geral de cobertura inclinada com aplicação de subtelha (de notar a

rectilinearidade do conjunto).

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4.7  Concepção e colocação

4.7.1  Aspectos gerais

O projecto de execução das coberturas comuns realizadas a partir de telhas cerâmicas

deve ter em conta:

  O tipo de telha;

  A localização da construção, com reflexos na precipitação atmosférica incidente,exposição ao vento e temperatura;

  A forma e inclinação da cobertura;

  O tipo de suporte.

Admite-se que a circulação sobre a cobertura é reduzida e limitada às acções de

manutenção e trabalhos afins, devendo criar-se para esse efeito caminhos de circulação.

4.7.2  Manutenção normal

A manutenção normal de coberturas em telha cerâmica implica os seguintes aspectos:

  Retirada de musgos, vegetação e resíduo que possam obstar ao bom funcionamento

da cobertura;

  Desobstrução e limpeza regulares do sistema de evacuação de águas pluviais;

  Conservação dos remates e peças singulares;

  Conservação dos suportes da cobertura;

  Desobstrução dos pontos de ventilação.

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4.7.3  Estrutura de apoioÉ necessário criar uma estrutura que faça a transição entre as ripas de apoio da telha e as

 paredes resistentes ou vigas do edifício. Esta transição é conseguida, tradicionalmente, por 

um sistema de grelhas ortogonais sucessivas, em que o espaçamento e a resistência das

 peças lineares que a constituem diminui à medida que se sobe de nível.

 Nos níveis inferiores adoptam-se peças com grande vão, bastante afastadas e com grande

rigidez e resistência e, nos superiores, peças com pequenos vão, pouco afastadas e com

resistência e rigidez reduzidas.

 4.7.3.1  - Madeira

 4.7.3.1.1  - Asnas

As coberturas de madeira tradicionais são apoiadas, frequentemente, apenas nas paredes

exteriores dos edifícios (em geral, paredes resistentes de pedra, tijolo macio, alvenaria de

tijolo ou estruturas de betão armado.) A estrutura principal pode atingir, assim, 10 a 12 m

de vão e é constituída por armações de madeira trianguladas. Utilizando peças de grande

comprimento e secções e recorrendo a acessórios metálicos complementares nas ligações.

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Fig 71- Exemplos de coberturas de madeira com estrutura complexa

Para vãos de pequena ou média dimensão de construções recentes ou em reabilitações,

utilizam-se, ainda, asnas pré-fabricas em madeira com ligações em aço. Estas soluções são

correntes em construções modulares, também elas pré-fabricadas.

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Fig 72 - Estrutura principal metálica; contra-ripa e ripa em madeira

Fig 73 - Asnas de madeira correntes – durante a construção

Fig 74 - Asnas de madeira – aproveitamento arquitectónico com estrutura à vista em acções de

reconstrução e reabilitação

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Fig 75 - Asnas mistas (metal – madeira)

Fig 76 - Asnas mistas metal – madeira (asnas modernas reproduzindo modelos antigos, para

estruturas à vista)

Fig 77 - Exemplos de nós de ligação em asnas mistas (metal – madeira)

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 4.7.3.1.2  Ligações

 Nas asnas de madeira, as ligações assumem particular importância e devem ser executas

 pelos seguintes processos:

  Entalhe (com ou sem braçadeira metálica complementar)

  Pregagem;

  Aparafusamento;

  Chapas metálicas prensadas;

  Reforços metálicos aparafusados

O cálculo das ligações e a sua adaptação às características da madeira utilizada devem

merecer, também, a devida atenção na fase de projecto e execução.

Fig 78 - Exemplos de entalhes nas ligações em asnas de madeira

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Fig 79 - Exemplo de reforços nas ligações em asnas de madeira

Fig 80 - Ligações em asnas de madeira (pregagem e anéis de penetração)

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Fig 81 - Exemplo de ligações de ligações correcta e errada entre secções de madeira

 4.7.3.1.3 Contraventamento

A “perna” da asna encontra-se contravada, em geral, pelas madres e pela cumeeira. A

“linha” (peça horizontal inferior da asna) deve ser travada por meio de “cruzetas” nos

 pendurais, tirantes de aço cruzados na vertical ou na horizontal, face às acções do vento, é

também garantida se for adoptando contraventamento.

Fig 82 - Exemplo de contraventamento de asnas

 4.7.3.1.4  Apoios

A estrutura da madeira de uma cobertura sofre diversas deformações e essas diferentes

 parcelas de deformação, devem ser eliminadas ou limitadas, mediante a adopção de

algumas das seguintes medidas preventivas:

  Secagem inicial adequada das madeiras;

  Aplicação das madeiras com grau de humidade controlado e compatível com as

condições de serviço previstas;

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  Colocação de isolamento térmico na cobertura;

  Realização do dimensionamento, tendo em conta os estados limites de utilização

(deformação).

Os apoios da estrutura devem garantir, por um lado, que os movimentos previstos em

 projecto não se encontram impedidos, de modo a que não se gerem impulsos desfavoráveis

sobre as paredes ou vigas do edifício e, por outro, que as asnas não se podem deslocar do

apoio, criando condições de instabilidade (deslocamentos laterais, deslocamentoslongitudinais incompatíveis com a dimensão do apoio e deslocamentos verticais).

É corrente a interposição de peças de madeira (“frechais”) ou berços metálicos nos

apoios, de modo a garantir as condições atrás indicadas.

Fig 83 - Exemplos de apoio de asnas em berço metálico 

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 4.7.3.1.5  Madres

A execução de madres deve seguir os seguintes pontos:

  As madres apoiam sobre as asnas, na posição horizontal, paralelamente ao beirado,

 podem apoiar directamente na parede, que substitui parcialmente ou totalmente as

asnas.

  O apoio sobre as asnas é feito com recurso a “calços” de madeira ou “berços

metálicos”, para evitar o escorregamento ou rotação da madre.

  È necessário garantir a estabilidade dessa ligação, com recurso a entalhes na

madeira e pregagem ou aparafusamento ou, ainda com a utilização de elementos

metálicos complementares de ligação.

 4.7.3.1.6  Varas

A execução e colocação das varas deve seguir os seguintes pontos:

  As varas devem apoiar sobre as madres perpendicularmente a estas e, portanto, na

direcção da vertente.

  O seu espaçamento é condicionado pela resistência e rigidez das ripas que nelas

apoiam e que devem resistir, sem deformação significativa, às cargas que lhe são

aplicadas.

  A secção das varas depende, do afastamento entre as madres e das cargas a que acobertura está sujeita.

 4.7.3.1.7   Ripas

A ripas devem seguir os seguintes pontos:

  As ripas deverão possuir secção reduzida (com alturas de 2 a 4 cm) e o seu

espaçamento está condicionado pelo tipo de telha utilizada.

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  As ripas deverão ser pregadas às contra-ripas, garantindo a ventilação das primeirasem todas as faces.

Fig 84 - Exemplo de apoios de madres, varas e ripado

Fig 85 - Esquema de estrutura secundária tradicional em madeira

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Tabela 6 - Diferentes níveis de estrutura de uma cobertura inclinada

4.7.4  Betão Armado

Utiliza elementos construtivos em alvenaria, em substituição de um ou mais elementos

da estrutura tradicional.

Fig 86 - Exemplo de asnas em betão

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   F   i  g   8   7  -   T   é  c  n   i  c  a  s  c  o  r  r  e  n   t  e  s   d  e  e  x  e  c  u  ç   ã  o   d  e  r   i  p  a   d  o  s  o   b  r  e  s  u  p  o  r   t  e  c  o  n   t   í  n  u  o   d  e   b  e   t

   ã  o  a  r  m  a   d  o

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4.7.5  Alvenaria

Cuidados a ter no projecto e na execução:

  Utilização condicionada do desvão da cobertura (mesmo para actividades

secundárias de arrumação, etc.);

   Necessidade de calcular e executar a laje de tecto em que se apoiam (em termos de

resistência e rigidez) tendo em atenção a localização destas paredes ou muretes, a

sua posição em relação à direcção de apoio das lajes e às cargas por elas

transmitidas;

   Necessidade de conciliar a resistência mecânica vertical das paredes coma sua

leveza (sob pena de condicionar excessivamente a laje de tecto onde se apoiam);

   Necessidade de garantir a estabilidade transversal das paredes, face às acções

horizontais sobre a cobertura;

   Necessidade de garantir um coroamento rectilíneo (horizontal ou inclinado,

consoante os casos) para se obter, com facilidade, um telhado desempenado;

  Dificuldade em criar uma solução de isolamento térmico contínuo sobre a laje do

tecto inferior.

  As madres, varas e ripas a utilizar em conjunto com soluções de alvenaria podemser em betão ou madeira, de acordo com as descrições atrás representadas.

 4.7.5.1   Muretes perpendiculares ao beiral 

Se o seu espaçamento for muito reduzido e se forem utilizadas ripas de grande

resistência e indeformabilidade (por exemplo vigotas pré-esforçadas), estas paredes podem

receber directamente as ripas (evitando a criação de madres e varas).

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Fig 88 - Exemplos de utilização de muretes de alvenaria para apoio de estruturas secundárias

descontínuas

Fig 89 - Pormenor de muretes de alvenarias 

 4.7.5.2   Muretes paralelos ao beiral 

Fig 90 - Exemplos de utilização de muretes de alvenaria para apoio de estruturas secundárias

descontínuas.

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Fig 91 - Pormenor de muretes de alvenaria

4.7.6  Inclinações e recobrimentos

As inclinações mínimas admissíveis para coberturas ordinárias sem forro são as

indicadas no quadro 8, em função do tipo de telha, desenvolvimento da vertente, da

localização e das condições de exposição.

Os fabricantes das telhas deverão fornecer tabelas de inclinações mínimas próprias para

os seus modelos. Na falta destas poder-se-ão aplicar os valores contidos na tabela 7.

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Tabela 7 - Inclinação mínima dos suportes das coberturas (%)

(1) – Inclinação em centímetros por metro de projecção horizontal do suporte da cobertura e não da telha.

(2) - Para definição de exposição e localização

(3) – desenvolvimento em projecção horizontal.

(4) – Obriga ao respeito de recobrimentos mínimos adiante especificados.

Quando se utiliza um forro sob as telhas de encaixe, a inclinação pode ser reduzida de

1/7. Se uma zona localizada da cobertura tiver inclinação inferior ao mínimo especificado é

necessário prever dispositivos de estanquidade.

As telhas canudo e romana sem encaixe longitudinal deverão ter um recobrimento de

acordo com o expresso na tabela 8.

Tabela 8 - Recobrimentos mínimos recomendáveis em telhas canudo e romana sem encaixe (em m)

As telhas planas deverão ter um recobrimento mínimo de 0.07 nas zonas I e II e 0.08 na

zona III.

4.7.7  Suportes

 4.7.7.1  Telhas de encaixe

As telhas de encaixe devem seguir os seguintes aspectos:

  As telhas de encaixe - Lusa e Marselha - podem ser assentes em ripas de madeira,

madres metálicas ou sobre nervuras de argamassa, betão ou alvenaria adaptadas ao

modelo da telha e que funcionam como ripas.

  A secção das ripas ou madres deverá ser determinada por cálculo a partir do vão e

das acções actuantes.

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   No caso das telhas que embora possuindo um encaixe longitudinal não possuamencaixe transversal, deve (considerar-se uma distância entre ripas obtida a partir do

comprimento das telhas descontando um valor de sobre posição cujo valor é o

seguinte:

I = 10 cm para inclinações <45 %

I = 7.5 cm para inclinações> 45 %

   No caso de ripas de madeira e a título exemplificativo apresenta-se na tabela 9 a

secção das ripas em função da distância entre apoios e da carga total.

Tabela 9 - Distância máxima dos apoios das ripas para telhas de encaixe (m)

(1) - Admitindo ripas espaçadas de 0.30m, uma flecha não ultrapassando 1/300 de vão e uma carga permanente de 0.5 kN/m2

(2) - h - altura, I - largura (tolerância t 1.5mm). O sentido de assentamento deve respeitar as dimensões específicas das nas secções

rectangulares.

(3) - Corresponde ao peso próprio das telhas, do suporte e das acções variáveis aplicáveis (vento e neve).

 4.7.7.2  Telhas canudo e romana

 4.7.7.2.1 Suportes contínuos

4.7.7.2.1.1  Suportes em madeira maciça

As tábuas são colocadas com junta aberta (5 a 10 mm) ou com juntas macho-fêmea,

 pregadas sobre os apoios, devendo repousar em zona corrente no mínimo sobre três apoios.

A largura mínima do apoio em zona corrente é de 40 mm e 20 mm em zonas singulares.

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Fig 92- Suporte em madeira maciça no assentamento de telhas canudo 

Os afastamentos máximos dos apoios em função das cargas e do tipo de forro de apoio

deverão ser determinados por cálculo embora seja referido na tabela 10 com carácter 

indicativo para madeiras resinosas.

Tabela 10 - Distância máxima entre eixos de apoios para os forros (m)

A fixação dos suportes contínuos em madeira maciça é feita da seguinte forma:

  Sobre elementos de madeira por pregagem ou por agrafagem. Esta só é utilizada

 para fixação de peças de espessura inferior ou igual a 25 mm. As fixações são

dispostas à razão de duas para larguras de suportes inferiores ou iguais a 105 mm e

três para larguras superiores;

  Sobre elementos metálicos por "parafusos autoroscantes ou autoperfurantes-

roscantes" de diâmetro superior ou igual a 6 mm, à razão de 2 por apoio. No caso de parafusos de cabeça hexagonal ou munidos duma anilha de repartição, é necessário

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 prever uma furação prévia. O comprimento do parafuso deverá permitir ultrapassar em cerca de 5 mm o perfil.

4.7.7.2.1.2  Suportes em painéis de derivados de madeira

A colocação directa das telhas sobre estes suportes não é admissível. Neste caso,

utilizam-se ripas dispostas paralelamente à vertente, colocando as telhas sobre as ripas. As

dimensões destas ripas são escolhidas de modo que subsista um espaçamento mínimo de 20

mm entre a telha e o painel suporte.

Fig 93 - Suporte contínuo 

 4.7.7.2.2 Suportes descontínuos

4.7.7.2.2.1  Suporte descontínuo paralelo à linha de maior pendente

As telhas inferiores podem repousar sobre ripas dispostas paralelamente à linha de maior 

 pendente da cobertura, afastadas de tal forma que asseguram a estabilidade das telhas.

Fig 94 - Suporte descontínuo

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4.7.7.2.2.2  Suporte descontínuo para telhas com perne

As telhas canudo e romana, se a telha inferior dispuser de um perne ou de um orifício de

fixação, podem ser assentes sobre suporte descontínuo em ripas de madeira ou madres

metálicas.

Fig 95 - Telhas canudo com encaixe 

A distância entre ripas ou madres deve ser no máximo igual ao comprimento da telha,

diminuindo do recobrimento indicado na tabela 8. As telhas inferiores repousam sobre as

ripas ou madres. A secção das ripas ou madres deverá ser determinada por cálculo a partir 

do vão e das acções.

Tabela 11- Distância máxima entre apoios para diferentes secções e espaçamentos entre ripas (m)

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(1) – Corresponde ao peso próprio do suporte e dos elementos de cobertura x 1.5 + acção da neve.

(2) – O sentido de assentamento deve respeitar as dimensões especificadas nas secções rectangulares.

  As ripas de madeira deverão ser fixadas às varas através de pregos ou agrafos.

  O comprimento dos pregos deve ser no mínimo igual ao referido na tabela 11.

 4.7.7.3  Telhas planas

As telhas planas podem ser assentes em ripas de madeira ou madres metálicas.

O espaçamento entre ripas ou madres deve ser tal que a parte alta da telha que não

recebe água directamente – recobrimento - seja no mínimo 0.07 m nas zonas I e II e 0.08 m

na zona III, de acordo com o zonamento constante.

A secção das ripas ou madres de madeira e a título exemplificativo apresenta-se no

quadro 13 a secção das ripas em função da distância entre apoios e da carga total.

Tabela 12 - Distância máxima dos apoios das ripas para telhas planas (m)

(1) – Admitindo ripas espaçadas de 0.08 m, uma flecha não ultrapassando 1/300 do vão e uma carga permanente de 0.7 KN/m2

(2) - h – altura, i – largura (tolerância + - 1.5 mm). O sentido de assentamento deve respeitar as dimensões especificas nas secções

rectangulares.

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Fig 96 - Espaçamento de telhas planas

Fig 97 - Aplicação de telha plana junta cruzada

Fig 98 - Aplicação de telha plana; junta direita

4.8  Assentamento

As exigências funcionais das coberturas obrigam, para além de uma concepção

adequada, um correcto assentamento, encaixe e mesmo fixação das telhas quando

necessário.

Os pontos singulares das coberturas deverão ser objecto de particular atenção, quer por 

se tratarem dos locais mais severamente solicitados pela acção do vento e chuva, quer 

 porque são os pontos onde são necessários remates e peças singulares resultando daí maior 

susceptibilidade à qualidade construtiva.

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Como regra elementar para obtenção de um correcto alinhamento das fiadas de telhas para além da execução do ripado respeitando com rigor os valores de projecto – deve-se

 prever o início da colocação das telhas paralelamente ao beirado ou beiral e, caso não seja

 possível manter o paralelismo até à linha da cumeeira, executar aí os corte imprescindíveis

 – corte mecânico e não manual, de preferência – rematados tão uniformemente quanto

 possível com os adequados acessórios cerâmicos, em especial com os remates e telhões de

cumeeira.

4.8.1  Telhas de encaixe

A colocação das telhas de encaixe devem seguir os seguintes pontos:

  As telhas de encaixe deverão ser assentes sobre um ripado com espaçamento

determinado pelo modelo de telha a empregar.

  A colocação deve começar por baixo, à direita ou à esquerda segundo o sentido de

encaixa lateral das telhas, de modo que cada telha recubra a anteriormente colocada.

   No caso de telhas com juntas desencontradas são necessárias duas meias-telhas, à

razão de uma por fiada, colocadas na extremidade da fiada.

  O bom posicionamento das telhas resulta do apoio das saliências previstas para o

efeito nas faces da telha. A parte inferior de cada telha apoia-se superiormente na

fiada inferior.

  Acima de uma inclinação 150% e/ou se a exposição ao vento obrigar, as telhas sãofixadas na proporção mínima de uma telha em cada cinco com uma repartição

regular.

  Acima de uma inclinação de 300% todas as telhas devem ser fixadas.

Todas as telhas dos beirados para inclinações superiores a 100% ou em situação exposta.

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Fig 99 - Início de colocação das telhas na cobertura

Fig 100 - Disposição das telhas a fixar em função da inclinação e/ou exposição da cobertura

4.8.2  Telhas canudo e romana

Podem ser assentes sobre suportes contínuos ou descontínuos concebidos em função de

geometria da telha a empregar;

  A telha canudo pode também ser assente sobre subtelha, exigindo remates especiais por forma a evitar infiltrações;

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  O assentamento inicia-se pelas telhas inferiores, formando um canal para aevacuação das águas da telha da fiada superior sobre a fiada inferior;

  A parte larga da telha inferior dispõe-se virada para cima, enquanto na telha

superior a disposição é oposta;

  A fixação das telhas pode ser necessária, seja para evitar o seu deslizamento, seja

 para se opor ao efeito da acção do vento sobre as coberturas.

 4.8.2.1   Processos de fixação das telhas

As telhas podem ser fixas dos seguintes modos:

  Através de grampos, ou pregos;

  Através de um mástique específico;

  Através de uma argamassa ( em zonas em que ocorram simultaneamente valores

 baixos de precipitação e pequena amplitude térmica).

  A necessidade, ou não, de fixação das telhas em função da inclinação da cobertura é

indicada na tabela 13:

Inclinação da Cobertura (%) Partes Laterais e Beirais Parte Corrente

i ≤ 30

30<i ≤ 60

Telhas Fixadas

Telhas Fixadas

Telhas não fixadas

Telhas fixadas

Tabela 13 – Princípio de fixação das telhas em função da inclinação

Localização e Exposição ao vento Partes Laterais e beirais Partes Correntes

Zonas I e II – Locais

Protegidos e Normais

Telhas fixadas Telhas não fixadas

Zonas I e II – Locais Expostos

Zonas III – Todos os Locais

Telhas fixadas Telhas fixadas

Tabela 14 – Condições para fixação de telhas

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4.8.3  Processo de fixação de telhas planasAs telhas planas devem ser fixas do seguinte modo:

  As telhas planas deverão ser assentes sobre um ripado com espaçamento adequado

ao modelo de telha a empregar;

  As telhas são colocadas com juntas cruzadas, necessitando de meias – telhas nos

extremos;

  O bom posicionamento das telhas resulta do apoio das saliências na face superior da

ripa ou madre;

  A parte inferior de cada telha apoia-se na telha da fiada inferior;

  Como as telhas se sobrepõem de um comprimento importante é necessário

empregar no beiral ou na cumeeira telhas “curtas”;

  Acima de uma pendente de 17,5%, ou se a exposição da vertente o exigir, as telhasdeverão ser fixadas à ripa, por pregagem à razão de 10 telhas por m2, repartidas

criteriosamente, ou através de um gancho por telha;

  Acima de 30% de inclinação todas as telhas serão fixadas.

Fig 101 - Assentamento de meias telhas planas.

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4.9  Isolamento térmico da coberturaIsolar é necessário porque:

  Obtém-se um ganho energético ao reduzir ao mínimo as percas de calor no Inverno

(gasto em aquecimento), mas também os ganhos de verão (gasto em ar 

condicionada). Este controle energético é crucial na cobertura, pois trata-se a

superfície mais exposta do edifício ao ponto de corresponder quase 80% das

 percas/ganhos de calor totais do edifício. Os requisitos das coberturas relativamente

ao seu comportamento térmico estão definidos no R.C.C.T.E. (“Regulamento das

Características de Comportamento Térmico dos Edifícios”) que reconhece a

necessidade de poupança de energia propondo o isolamento térmico das envolventes

dos edifícios. Destaca nela uma maior exigência para o isolamento na cobertura,

 pela razão mencionada.

  Consegue-se um conforto térmico já que as superfícies interiores dos elementos da

envolvente estão mais quentes no Inverno e mais frescas no verão, do que numedifício sem isolamento. Deste modo, evita-se o efeito de radiação fria num Inverno

ou quente no verão.

  Proporciona-se uma adequada protecção da construção frente às variações

higrotérmicas ambientais, evitando o risco de condensações, tanto intersticiais como

superficiais, com uma colocação correcta do isolamento térmico. (Dow Portugal,

Lda)

Os materiais mais usados são:

  O EPS – poliestireno expandido é um plástico celular e rígido, que se pode

apresentar em múltiplas formas e aplicações. O EPS é uma espuma de poliestireno

moldada, constituída por um aglomerado de grânulos, e é o material mais utilizado

 para placas de isolamento na construção civil;

  O XPS – poliestireno extrudido, que é também uma espuma rígida de poliestireno,mas diferencia-se do EPS por ser obtida por um processo de extrusão em continuo e

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 por empregar outros gases expansores. A sua única aplicação corrente é comoisolamento na construção civil, apresentando-se sobre a forma de placas coloridas.

Propriedades das placas rígidas de espuma de poliestireno expandido ou extrudido:

  Extraordinária insensibilidade à água;

  Excelente condutibilidade térmica;

  Grande resistência à compressão e à fluência (deformação por compressão a longo prazo);

  Óptima estabilidade dimensional;

  Resistência ao manuseamento em obra;

  Fácil de trabalhar e instalar;

  Corte perimetral das placas à meia altura, o que garante a continuidade do

isolamento, evitando as pontes térmicas.

4.10 Pontos singulares da cobertura

4.10.1  Cumeeira

A realização da cumeeira deve seguir os seguintes procedimentos:

  O seu assentamento deve fazer-se assegurando o recobrimento no sentido preponderante da incidência da chuva associada ao vento;

  A fixação das cumeeiras pode ser feita pelos processos tradicionais entre nós,

através de argamassa ou por grampos, pregos “tirefonds” obrigando neste caso a

 peças especificas de amarração e a um complemento de estanquidade na cabeça do

 prego;

  Os topos das cumeeiras devem ser fechados por peças do sistema ou por argamassas;

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As juntas entre cumeeiras e as telhas devem impedir a passagem de água, mas permitir aventilação. Este efeito pode ser conseguido:

a)  Com argamassa, desde que se garanta a entrada de ar;

 b)  Com uma peça cerâmica especifica – tamanco ou agueiro;

c)  Com telhas específicas para este efeito;

d)  Com bandas plásticas e metálicas adaptáveis à configuração da cobertura que permitem a ventilação e são fixadas por colagem ou por fixação mecânica.

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1 – Viga

2 – Vara

3 – Vigota

4 – Ripa

5 – Contra – ripa

6 – Telha

7 – Tamanco ou

 babadouro

8 – Cume ou telhão

9 – Ponto de argamassa

10 – Banda plástica, betuminosa ou metálica

11 – Forro

12 – Barreira pára – vapor 

13 – Fixação metálica

14 – Suporte metálico

15 – Laje pré –esforçada

16 – Isolante

Fig 102 - Pormenoresde cumeeira

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4.10.2  RincãoO corte enviesado das telhas deve ser mecânico, assegurando sobreposição suficiente

com as peças de remate.

As juntas podem ser efectuadas:

  Com argamassa de forma a permitir a ventilação, não devendo ser preenchido o

espaço coberto pelo telhão;

  Com bandas plásticas e metálicas adaptáveis à configuração da cobertura, que

 permitem a ventilação, e são fixadas por colagem ou mecanicamente.

Fig 103 - Colocação de peças de remate de rincão – solução tradicional

Fig 104 - Pontos de argamassa para união dos remates do rincão (solução indesejável)

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Fig 105 - Colocação de peças de remates de rincão com banda de ventilação

Fig 106 - Colocação de peças de remates de rincão com banda de ventilação

Fig 107 - Colocação de telhões no rincão com cruzeta (solução correcta)

 Nos topos, inferior junto à beira, ou superior junto à cumeeira, deverão usar-se

 preferencialmente peças específicas existentes para a generalidade dos modelos de telhas

convenientemente fixadas (pata de leão e cruzeta).

4.10.3  Laró

As telhas cortadas em viés devem recobrir o rufo metálico de 8 cm no mínimo e estedeve ter uma dobra de 2 a 4 cm.

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Fig 108- Pormenor de construção de laró com rufo galvanizado

Fig 109 - Aspecto geral de larós

Fig 110 - Pormenor de laró com caleira nervura

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Fig 111 - Pormenor de laró

Fig 112 - Laró rematado com caleira em material sintético

4.10.4  Remate de cobertura com parede emergente

A ligação à parede deve garantir a não deformação. Deverá dispor de juntas de dilatação

que permitam o seu movimento sem tensões, com afastamento definido em função das

condições do local, mas cujo espaçamento não deverá, com carácter indicativo, exceder os

8 m.

 Na zona de ligação à parede a fixação do revestimento pode ser efectuada por:

  Aparafusamento com vedação utilizando mástiques.

  Penetração no tosco da parede de tela de um sistema de impermeabilização

adequado.

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Fig 113 - Remate com parede transversal emergente

Fig 114 - Remate com parede transversal com rufo metálico

Fig 115 - Remate de cobertura com parede transversal emergente

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4.10.5  Beiral e BeiradoAs primeiras telhas que vão constituir o beiral, deverão apoiar-se, na parte inferior sobre

uma ripa de altura corrente acrescida da espessura de uma telha (tábua de barbete).

Os beirais deverão ser sempre realizados com telhas inteiras e deve ser a partir das

mesmas que se inicia o assentamento.

Os cortes eventualmente necessários, deverão ser efectuados junto à linha de cumeeira.

O final da vertente relativamente ao plano vertical da parede pode ser exterior ou interior 

à parede, sendo em geral a selecção efectuada por condicionalismos arquitectónicos.

Quando projectada a execução de beiral para uma cobertura, este deverá ser assente em

 primeiro lugar respeitando o espaçamento lateral da telha, ou seja a distância entre os eixos

dos canudos das telhas, deve ser igual à distância entre os eixos das capas do beirado.

Eventuais ajustamentos devem ser feitos junto aos cantos do beirado.

Fig 116 - Acerto de espaçamento entre as peças de beirado em função do espaçamento entre as

telhas

Fig 117 - Inicio de colocação das peças do canto de beirado

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Fig 118 - Colocação da pata de leão no remate do beirado de canto.

5 Tipos de Coberturas

As coberturas podem ser divididas em dois tipos: coberturas inclinadas e coberturas

 planas.

As coberturas inclinadas, tal como já foi referido anteriormente, por convenção, têm

uma pendente superior a 8% (aprox. 4.5º). Este tipo de coberturas pode ser:

  Estruturas de Madeira;

  Estruturas de Metal;

  Estruturas de Concreto Armado;

  Revestimento com chapa metálica;

  Coberturas Ecológicas.

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Fig 119 – Esquema de cobertura inclinada

Este tipo de coberturas pode ser:

  Simples ou de uma Água

  Duas Águas

  Três Águas

  Quatro Águas ou Múltiplas Águas

  Pavilhão

As coberturas planas planas, por sua vez, são caracterizadas por superfícies planas, ou planos de cobertura. Na maior parte dos casos, os planos de cobertura têm inclinações (α -

ângulo) iguais e, portanto, declives (d%) iguais.

Por convenção é uma cobertura de pendente igual, ou inferior a 8% (aprox. 4.5º). Nestas

coberturas destacam-se as coberturas em terraço, as ajardinadas e as tipo Deck.

Durante este capítulo iremos aprofundar os vários tipos de cobertura atrás mencionados.

i>8

α>4,5

1. Suporte

2.Telas

3. Ripas

4. Isolamento5. Ripas

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5.1  Coberturas Inclinadas

5.1.1  Simples ou de Uma Água

Estas coberturas possuem um só pendente, ou vertente (água), que cobre uma pequena

área edificada, ou estendendo-se para proteger entradas (alpendre), formando um plano

inclinado, que encaminha a água para uma das fachadas. Neste tipo de cobertura existem

empenas.

Alpendre

       E       d       i       f       i     c     a     ç       ã     o

Meia-água

 

Fig 120 – Esquema de cobertura simples ou de Uma Água

5.1.2  Cobertura de Duas Águas

Esta cobertura inlcinada é composta por duas superfícies planas, com declividades iguais

ou distintas, unidas por uma linha central denominada cumeeira ou distanciadas por uma

elevação (tipo americano).

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Duas águas

cumeeira

Tipo americanoTipo cangalha

 

Fig 121 - Esquema de cobertura de Duas Águas

5.1.3  Cobertura de Três Águas

Esta cobertura de edificação é constituída por três áreas triangulares, onde se

definem três tacaniças unidas por linhas de espigões.

Três águastacaniça

 

Fig 122 - Esquema de cobertura de Três Águas

5.1.4  Cobertura de Quatro Águas

Cobertura inclinada de quatro águas é caracterizada por coberturas de edificações

quadriláteras, de formas regulares ou irregulares, cujas vertentes se intersectam definindo

uma cumeeira e quatro rincões.

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Quarto águascom platibanda

rufo e calha

ventilação

cumeeira

  e  s  p   i  g   ã

  o

com beirais

 

Fig 123 - Esquema de cobertura de Quatro Águas

5.1.5  Múltiplas Águas

 Nestas coberturas as plantas são determinadas por superfícies poligonais quaisquer, onde

a determinação do número de águas é definida pelo processo do triângulo auxiliar.

5.1.6  Pavilhão

A cobertura do tipo pavilhão é uma forma particular da cobertura de quatro águas, em

que as vertentes se intersectam definindo apenas quatro rincões que concorrem num ponto.

Designa-se geralmente por pavilhão a cobertura de quatro águas constituída por quatro

vertentes iguais, correspondente a uma planta quadrada.

Fig 124 – Exemplo de uma cobertura Pavilhão

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5.2  Cobertura PlanaAs coberturas planas, como já referido anteriormente, são caracterizadas por superfícies

 planas, ou planos de cobertura. A cobertura deve ter inclinação mínima que permita o

escoamento das águas das chuvas e direccionadas segundo o plano (projecto) de captação

dessas águas, sendo essas inclinações entre 1 a 3%.

Quanto à inclinação das coberturas, as mesmas podem ser classificadas em:

  coberturas com pequenas declividades, denominadas terraços;

  coberturas em arcos;

  coberturas planas em superfícies inclinadas, determinadas por painéis de captação

d’água.

5.3  Camadas e Funções da Cobertura Plana

Tabela 15 - Camadas constituintes de uma cobertura plana 

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5.4  Constituição da Cobertura Plana Tradicional

Tabela 16 – Cobertura plana tradicional

5.4.1  Camada de Forma

Chama-se camada de forma à camada que se coloca sobre a laje estrutural (de suporte)

 por forma a conferir a pendente necessária à cobertura em terraço para a drenagem das

águas pluviais seja possível.

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Tipos de camadas de forma:

  Isolantes continuas de betão ou argamassa de granulados leves;

  Isolantes continuas de betão celular;

  Fraccionadas sobre painéis isolantes.

Fig 125 – Camada de forma de betão ou argamassa de agregados leves

A execução das camadas de forma deve ser pautadas por um conjunto de cuidados:

  Preparação da superfície da laje de suporte para diminuir a retracção/fendilhação;

   Nunca colocar a impermeabilização aderente à camada de forma;

   Necessidade de deixar orifícios;

  Garantir espessuras mínimas.

Fig 126 – Esquema de uma cobertura plana

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As camadas de forma isolantes só deverão ser executadas por empresasdevidamente habilitadas. O seu bom comportamento, quando convenientemente utilizadas,

aliadas ao preço razoável fazem com que seja uma solução correctamente empregue.

A ventilação das camadas de forma é feita através de uma rede de canalículos em

ambas as direcções e abertos para o exterior permitindo assim a consequente secagem da

camada.

Fig 127 – Ventilação das camadas de forma isolante e evacuação da humidade armazenada.

5.5  Cobertura em Terraço

  A boa protecção contra incêndios, pois proporcionam um piso de manobra fácil para

o seu ataque;

  A relativa estabilidade e coesão do conjunto da cobertura, mesmo sob solicitações

excepcionais, com interesse no comportamento da cobertura aquando da acção dos

sismos;

  Uma maior inércia térmica que pode influir decisivamente no conforto dos espaços

cobertos.

  Algumas destas características podem também ser reivindicadas por outros tipos de

coberturas, contudo, as vantagens a que correspondam podem satisfeitas de modo

diferente.

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Estas coberturas apresentem pequenas declividades tal como é visível nos exemplosseguintes:

Fig 128 – Edifícios com coberturas em terraço

5.5.1  Constituição de uma Cobertura em Terraço

Estes sistemas são eficazes se a colocação das diversas camadas é oportuna, embora o

resultado possa ser nefasto quando a ordem entre elas se alteram, ou quando são criadas

descontinuidades, ou simplesmente se assiste a uma precipitação durante o processo de

execução.

 No projecto da cobertura plana deve-se ter especial cuidado em cada um dos elementos

ou camadas que integram o sistema construtivo, que estão designados pela função que

levam a cabo. Na figura seguinte pode-se observar a disposição das diversas camadas de

uma cobertura em terraço.

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Fig 129 – Esquema da cobertura de terraço

 5.5.1.1   Estrutura resistente

O suporte resistente é constituído pelas lajes e demais elementos da estrutura. É uma

 parte da cobertura que está estritamente ligada a exigências mecânicas. Este deve calcular-

se tendo em conta, essencialmente, as sobrecargas devidas à acumulação de neve ou água,

as necessidades de manutenção e o peso próprio da cobertura.

A superfície do suporte deve apresentar-se limpa e rugosa devendo ser 

convenientemente molhada para evitar a absorção da água do betão da camada seguinte.

 5.5.1.2  Camada de regularização

A camada de regularização é uma camada de pequena espessura que permite regularizar 

a superfície da estrutura resistente, tornando-a lisa e, assim, dando-lhe condições para

receber a camada seguinte.

Legenda:

1- Protecção do revestimento de

impermeabilização

2- Camada de dessolidarização

3- Revestimento de impermeabilização

4- Camada de isolamento térmico5- Barreira pára-vapor 

6- Camada de forma

7- Camada de regularização

8- Suporte resistente

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 5.5.1.3  Camada de forma

Camada de espessura variável destinada a dar uma inclinação à cobertura para assegurar 

a evacuação das águas pluviais. Quando se quer inclinações superiores a 5%, procurar-se-á

que esta se obtenha por inclinação da própria da estrutura resistente. Nos restantes casos, as

inclinações podem-se formar com betão leve de argila expandida, betão leve de granulado

de cortiça ou betão celular.

A espessura mínima será determinada de forma a garantir uma inclinação não inferior a0,5% às caleiras que encaminham as águas para as quedas e nunca será inferior a 3 cm. A

superfície deve ser afagada, não apresentar depressões que permitam empolamentos e ter 

uma inclinação mínima de 1% (Imperalum, 2001, p.2).

As betonagens devem ser executadas em painéis com as dimensões máximas de 3,00 x

3,00m, feitas alternadamente de modo a evitar a sua fissuração por retracção.

 5.5.1.4   Barreira pára-vapor

A barreira pára-vapor é aplicada em certos casos quando existe uma camada de

isolamento térmico, e tem como função criar um obstáculo ao fluxo de vapor de água para

as camadas sobrejacentes, nomeadamente para o de isolamento térmico, onde a eventual

condensação desse vapor reduziria a capacidade isolante.

 5.5.1.5   Isolamento térmico

A principal função da camada de isolamento térmico é contribuir para a satisfação das

exigências de conforto térmico dos espaços subjacentes através da redução das trocas de

calor entre o ambiente exterior e esses espaços.

O isolamento térmico pode ser colocado em três zonas diferentes: numa camada

intermédia, sobre o sistema de impermeabilização ou sob a estrutura resistente.

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 5.5.1.6    Revestimento de impermeabilização

É o elemento essencial de toda a cobertura plana e o que confere a qualidade de não

 permitir a passagem de água.

A indústria oferece duas opções de pôr em obra: lâminas pré-fabricadas (Fig.5), que vêm

enroladas e que uma vez estendidas devem ser soldadas até conseguir uma total

continuidade da cobertura; e lâminas e películas impermeáveis realizadas in situ, mediante

 protecção do rolo.

Fig 130 - Revestimentos de impermeabilização (Fonte: Imperalum)

 5.5.1.7   Camada de dessolidarização

Camada colocada entre a protecção e a impermeabilização destinada a proteger o

revestimento da impermeabilização de certas acções de protecção.

Antes da colocação destes separadores deve-se certificar que não existem vestígios de

 pedras ou qualquer elemento perfurante.

 5.5.1.8  Camada de protecção do revestimento de impermeabilização

Uma ou várias camadas colocadas em obra ou aplicadas sobre a superfície da

impermeabilização, com a função principal de a proteger dos efeitos da radiação solar e das

solicitações mecânicas.

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Muitos materiais sintéticos, antes da acção prolongada do sol, sofrem a perda da suaflexibilidade e, por migração dos seus plastificantes, desagregam-se e degradam-se. Além

disso, correm o risco de haver sucção por parte do vento, visto que apresentam grande

superfície e pouco peso.

 5.5.1.9  Camada de independência

Camada eventualmente colocada entre a impermeabilização e o seu suporte por forma a

evitar a sua aderência, permitir os movimentos diferenciais ou para impedir que reacçõesquímicas se produzam entre eles. Existe um tipo de capa apropriado para cada uma das

funções que realizam.

Como caso especial, poderiam incluir-se entre as camadas separadoras as que controlam

a difusão do vapor de água que se produz em espaços habitáveis situados abaixo da

cobertura, com as quais se alcança um ambiente interior são e confortável. Devem-se

colocar sempre por baixo do isolante térmico e da impermeabilização, e têm de estar em

comunicação com o exterior mediante pequenas chaminés de ventilação ou orifícios

situados nos extremos.

5.5.2  Exigências Funcionais

 5.5.2.1  Generalidades

O estabelecimento de exigências funcionais para os edifícios decorre da asserção de que

os edifícios devem possuir características que permitam a satisfação das necessidades dos

seus utentes.

Essa satisfação deve ser conseguida em condições económicas, isto é, de modo a que o

custo global dos edifícios – integrando os respectivos custos iniciais, bem como os de

funcionamento e manutenção – seja mantido num nível aceitável.

Os elementos de construção, em que se subdividem os edifícios, concorrem para a

satisfação global daquelas necessidades, contribuindo cada um com a sua quota-parte para

esse objectivo.

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As exigências funcionais traduzem os requisitos a impor, independentemente dosmateriais e soluções construtivas utilizadas, para que os edifícios, os seus órgãos e os

elementos de construção estejam aptos a desempenhar as suas diversas funções,

constituindo assim a resposta técnica às necessidades dos utilizadores.

 5.5.2.2   Exigências funcionais das coberturas em terraço

As coberturas dos edifícios têm como função principal assegurar a vedação e

estanquidade superior do espaço habitável, garantindo a protecção daqueles espaços dosagentes atmosféricos.

A posição aproximadamente horizontal da generalidade das coberturas em terraço, sob o

 ponto de vista das acções a que está sujeita (especialmente a dos agentes atmosféricos),

torna-as mais susceptíveis aos efeitos desses agentes, já que a sua incidência é feita de

forma mais directa e intensa que nos outros elementos da construção.

O correcto desenho de uma cobertura deve considerar todas as necessidades básicas etratar de as satisfazer em conjunto.

A manutenção de níveis adequados de desempenho das camadas que constituem a

cobertura é garantida através da satisfação das seguintes exigências funcionais, propostas

 pela UEAtc (cit. in Lopes 1994). Estas podem-se agrupar em três classes fundamentais:

exigências de segurança, exigências de habitabilidade e exigências de durabilidade.

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Segue-se um quadro de correspondência entre as exigências funcionais das coberturas eas suas camadas constituintes:

Camada Constituinte da Cobertura Exigências Funcionais

Estrutura Resistente Segurança

Revestimento de impermeabilização Habitabilidade

Isolante Térmico Habitabilidade

Protecção Pesada Durabilidade

Tabela 17 – Camadas das coberturas e exigências funcionais

 5.5.2.2.1  Exigências funcionais das coberturas em terraço

Exigências de segurança:

  Segurança estrutural – dimensionamento para combinações de acções;

  Segurança contra riscos de incêndio;

  Segurança contra riscos inerentes ao uso normal – acções de punçoamento e acções

de choques acidentais;

  Resistência das camadas não estruturais da cobertura a outras acções – acção dos

agentes atmosféricos e variações das condições ambientais interiores.

Exigências de habitabilidade:

  Estanquidade – à água, neve, poeiras e ao ar;

  Conforto térmico – conforto de Inverno e de Verão;

  Conforto acústico – sons aéreos e sons de percussão;

  Conforto visual – iluminação natural e reflectividade da camada de protecção;

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  Disposição de acessórios e equipamentos;

  Aspecto – Exterior e Interior.

Fig 131 – Cobertura com equipamentos

Fig 132 – Aplicação de isolamento numa cobertura 

Exigências de durabilidade:

  Conservação das qualidades – conservação das resistências mecânicas e Resistência

a acções decorrentes do uso normal;

  Limpeza, manutenção e reparação – limpeza e manutenção e reparação;

Exigências de economia – limitação do custo global e economia de energia.

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Fig 133 – Exemplo da reparação/conservação de uma cobertura plana

 5.5.2.2.2  Exigências funcionais dos revestimentos de impermeabilização

Segundo as “Directivas Gerais UEAtc para a homologação de revestimentos de

impermeabilização de coberturas” (1982), as exigências funcionais dos revestimentos de

impermeabilização agrupam-se em quatro classes distintas: exigências de segurança,

exigências de aptidão ao uso, exigências relativas à conservação das qualidades e

exigências relativas à manutenção e reparação.

5.5.2.2.2.1  Exigências de segurança

O revestimento de impermeabilização com a protecção adequada, não deve apresentar risco

de levantamento, arrancamento ou de rotura aquando da acção das sucções devidas ao vento.

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Estas acções na cobertura são determinadas de acordo com a regulamentação nacional em vigor (RSA, 1983, cap. V), tendo em conta as características da construção, a sua localização e as

características do vento. Os materiais utilizados não devem favorecer a propagação do fogo

nem originar o desprendimento de gotas inflamadas. Por outro lado, em caso de incêndio, não

devem libertar produtos tóxicos em quantidade susceptível de afectar gravemente os utentes. 

5.5.2.2.2.2  Exigências de aptidão ao uso

Dentro das exigências de aptidão ao uso podemos encontrar: exigências sobre o aspecto

do revestimento de impermeabilização, que deve ser aceitável; exigências relativas à

ocorrência de manchas, deve-se evitar componentes que possam dar origem ao

aparecimento destas na parede da fachada sob a cobertura; exigências de conservação da

resistência mecânica, além da exigência do revestimento ser capaz de se opor à passagem

de água do exterior para a camada subjacente.

5.5.2.2.2.3  Exigências relativas à conservação de qualidades

O revestimento de impermeabilização deve conservar satisfatoriamente as suas

qualidades durante um determinado período de tempo sob a acção dos principais agentes

susceptíveis de alterar as suas características, principalmente sob o ponto de vista da

estanquidade da água.

O sistema de impermeabilização deve resistir aos efeitos e agressões dos agentes do

meio ambiente, assim:

  Deve resistir sem deterioração às rajadas de vento de maior intensidade, bem como

ao efeito de fadiga nos materiais causados pelos ventos de velocidade menos

intensa. Esta acção manifesta-se por forças de arrancamento;

  O revestimento deve resistir aos efeitos da temperatura, variando gradualmente

entre valores baixos e valores elevados e das alternâncias bruscas de temperatura;

  O revestimento deve resistir à radiação solar, nomeadamente, à acção da radiação

ultravioleta e infravermelha, sem que haja uma degradação das suas propriedades

essenciais. Distinguem, neste caso, os revestimentos que se encontram directamente

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expostos à acção da radiação solar, e que devem apresentar resistência intrínseca aesta acção, e os que dispõem de uma protecção suplementar contra a actuação deste

tipo de radiação. Os efeitos mais significativos da radiação solar traduzem-se no

envelhecimento precoce dos materiais e na evolução rápida da alteração das cores;

  Os revestimentos de impermeabilização deverão resistir à acção da água de

 precipitação, sob a forma de chuva, neve ou granizo, de água estagnada, incluindo a

acção do gelo, e da humidade que se forme na face interior do revestimento,

resultante de condensações ou da humidade retida durante a fase de construção. As

 principais consequências da acção da água podem resumir-se na alteração das

características do revestimento e particularmente das suas armaduras, na influência

nos movimentos de origem higrotérmica do suporte, na influência da aderência do

revestimento ao suporte, na erosão da camada superficial e na actuação de

solicitações mecânicas resultantes da formação de gelo, ou do movimento da água

com materiais sólidos.

  Os materiais utilizados nos revestimentos devem resistir ao ataque dos agentes

químicos que alterem as suas características mais acentuadamente. Entre estes

 podemos encontrar os agentes atmosféricos correntes em condições de exposição

normal ( O2, O3, CO2, H2S, SO2), e agentes atmosféricos habituais na zona de

natureza marítima e industrial e agentes químicos específicos relacionados com os

locais de aplicação, como é o caso das acções dos ácidos orgânicos em coberturas

ajardinadas, ou de óleos em terraços de parques de estacionamento.

Os materiais devem ser compatíveis entre si e com as outras camadas da cobertura e não

devem favorecer o desenvolvimento de organismos vegetais (Fig.6) ou animais (bactéria,

líquens, etc.), devendo também resistir às eventuais acções de insectos, pássaros e pequenos

roedores.

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Fig 134 - Exemplo de penetração de raízes num revestimento de impermeabilização. (Fonte: Veritas,

B.)

O sistema de impermeabilização deve comportar-se satisfatoriamente sob a acção dos

movimentos transmitidos pelo suporte ou outros elementos do edifício a e ainda deve

resistir à acção das cargas de serviço (que são função da acessibilidade da cobertura), as

quais não devem perfurar o revestimento ou causar outros danos.

5.5.2.2.2.4  - Exigências relativas à manutenção e reparação

 No que concerne à manutenção é importante frisar que se deve proceder a uma

manutenção periódica, de modo a evitar a degradação prematura das camadas que

constituem o revestimento de impermeabilização.

 No tocante à reparação, deve ser possível a reparação do sistema de impermeabilizaçãoonde ocorram deteriorações ou anomalias de difícil controlo, por forma a que nessa zona

seja evitado o envelhecimento prematuro dos materiais que constituem o sistema de

impermeabilização, ou mesmo evitar a passagem de água para as camadas subjacente ou

 para os espaços interiores. 

5.5.3  Classificação das coberturas em terraço

As coberturas planas podem ser classificadas, segundo vários aspectos: quanto à

acessibilidade, quanto à camada de protecção da impermeabilização, quanto ao tipo de

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revestimento de impermeabilização, quanto à localização da camada de isolamento térmico,quanto à pendente e quanto à estrutura resistente. 

 5.5.3.1  Classificação quanto à acessibilidade

As coberturas planas podem ser classificadas quanto à acessibilidade em:

   Não acessíveis (à excepção de trabalhos de reparação e manutenção);

  Acessíveis a pessoas;

  Acessíveis a veículos (ligeiros ou pesados);

  Especiais (jardins, equipamentos industriais, etc.).

Fig 135 – Cobertura não acessível

Fig 136 – Cobertura acessível a pessoas

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Fig 137 – Cobertura acessível a veículos

Fig 138 – Cobertura especial – jardim

Quadro resumo das coberturas em terraço quanto à acessibilidade:

Tabela 18 – Classe da cobertura vs tipos de utilização

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 5.5.3.2  Classificação quanto à camada de protecção da impermeabilização

As coberturas planas podem ser classificadas quanto à camada de protecção da

impermeabilização:

  Sem protecção (impermeabilização aparente) - São consideradas coberturas sem

 protecção aquelas em que o revestimento de impermeabilização fica aparente, ou

seja, não tem qualquer camada aplicada sobre este ou integrada neste mesmo

revestimento.

  Com protecção leve (auto - protecção de fábrica – mineral (areia fina, areão,

gravilha ou lamelas de xisto), metálica (folha de alumínio ou cobre) ou orgânica

(folha de plástico) – ou protecção aplicada “in situ” – mineral (areão ou gravilha),

ou orgânica (tintas de alumínio). As coberturas classificadas como coberturas com

 protecção leve podem ser de dois tipos distintos:

  As que são executadas em obra sobre o revestimento de impermeabilização,constituída por uma pintura ou por materiais granulares;

  As que são aplicadas em fábrica sobre a superfície superior do revestimento

de impermeabilização, também chamada de auto-protecção.

  Com protecção pesada (camada rígida – betonilha, ladrilhos sobre betonilha, ou

 placas pré-fabricadas de betão, material cerâmico ou madeira) ou constituída por 

materiais soltos (godo, calhau ou seixo ou material britado), sempre colocada emobra. Podem-se distinguir nas coberturas com protecção pesada as coberturas cuja

 protecção do revestimento de impermeabilização é formada por uma camada rígida

(betonilha de argamassa, ladrilhos sobre betonilha, placas pré-fabricadas de betão,

de material cerâmico, de madeira, etc.) e as que são constituídas por materiais

soltos, tais como godos ou materiais britados. Todos os materiais que formam a

 protecção pesada são aplicados em obra, embora possam ser constituídos por 

elementos pré-fabricados.

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Fig 140 - Auto-protegida

Legenda:

P – Protecção

Csa – Camada separadora

I – Impermeabilização

IT – Isolamento térmico

FP – Camada de forma

SR – Suporte resistente

Fig 140 - Seixo

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Quadro resumo das coberturas em terraço quanto à camada de protecção daimpermeabilização:

Tabela 19 – Classes da cobertura vs materiais de protecção

Fig 141 – Esquemas de coberturas Auto-protegidas leves

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Fig 142 - Esquemas de coberturas tradicionais

 5.5.3.3  Classificação quanto ao tipo de revestimento de impermeabilização

As coberturas planas podem ser classificadas quanto ao tipo de revestimento de

impermeabilização:

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  Com revestimento tradicional (aplicado “in situ” ou pré-fabricado) - Pertencem aeste tipo de revestimentos aqueles que se conhecem suficientemente bem as suas

características e existe prática suficiente da sua utilização;

  Com revestimento não tradicional (aplicado “in situ” ou pré-fabricado) - Quanto aos

revestimentos não-tradicionais, podem-se considerar como tal aqueles que, ao

contrário dos tradicionais, não se conhecem bem as suas características assim como

não há prática na sua aplicação. Nestes casos, são feitos estudos que envolvem não

só o campo experimental em laboratório, mas também visitas a obras onde o

material irá ou esteja a ser aplicado. Estes estudos são traduzidos num Documento

de Homologação do LNEC quando os resultados destas acções são favoráveis. O

artigo 17º do RGEU obriga à necessidade dum prévio parecer do LNEC sobre a

aplicação de novos materiais ou processos de construção.

Quadro resumo das coberturas em terraço classificadas quanto ao tipo de revestimento

de impermeabilização:

Tabela 20 – Classes da cobertura vs tipo de revestimento de impermeabilização 

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Tabela 21 – Modo de aderência ao suporte

 5.5.3.3.1  Materiais de impermeabilização de coberturas em terraço

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Tabela 22 – Matérias tradicionais e tradicionais para impermeabilização

 5.5.3.4   Localização da camada de isolamento térmico

A classificação sob este ponto de vista é importante, já que, consoante a sua posição

relativa, assim se faz sentir de forma diferente sobre as restantes camadas da cobertura, e

especialmente sobre aimpermeabilização, o efeito das acções correntes a que estão sujeitas

as coberturas em terraço (acções térmicas, mecânicas, etc.).

A camada de isolamento térmico pode ser disposta ou executada, relativamente às

restantes camadas da cobertura em terraço, em duas zonas distintas.

  Com o isolamento térmico sobre a estrutura resistente (com isolamento térmico

intermédio – suporte de impermeabilização ou de camada de forma – ou em

cobertura “invertida” – isolamento térmico sobre impermeabilização) - o

isolamento térmico é aplicado sobre o sistema de impermeabilização. Esta solução é

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correntemente designada por “cobertura invertida” uma vez que estamos peranteuma inversão do posicionamento das camadas de isolamento térmico e de

impermeabilização, relativamente a uma solução dita “normal”.;

  Com o isolamento térmico sob a estrutura resistente (em tectos falsos ou aderente à

camada resistente) - A cobertura classificada como cobertura com isolamento

térmico sob a estrutura resistente resulta, como o próprio nome indica, da aplicação

do referido isolamento pela face inferior da estrutura resistente. Pode ser aplicada

em tectos falsos e como camada, ou revestimento aderente a essa estrutura. Note-se,

ainda, que esta solução deve ser evitada uma vez que conduz a uma redução

significativa da inércia térmica, especialmente se a estrutura resistente da cobertura

é pesada, como é o caso das lajes de betão armado.

Tabela 23 – Localização da camada de isolamento térmico

 5.5.3.5  Classificação quanto à pendente (classificação UEAtc)

O valor da pendente abaixo do qual as coberturas podem ser consideradas em terraço,

varia de país para país, embora na maior parte dos casos estas diferenças sejam pequenas.

Em Portugal, para as coberturas em terraço de edifícios, segundo o RGEU (artigo 43.2),

estabelece-se em 1% o limite inferior das suas pendentes, em superfície corrente.

A classificação das coberturas em terraço, segundo o valor da pendente, está

intimamente relacionada com a sua constituição e acessibilidade. É óbvio que em

coberturas acessíveis à circulação de pessoas, as pendentes não deverão exceder 

determinados limites que ponham em causa a facilidade dessa circulação. Em relação à sua

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constituição, por exemplo, soluções de protecção pesada, especialmente as que sãoconstituídas por materiais soltos, são restringidas a coberturas de baixa pendente.

Uma das formas de classificar as coberturas quanto à pendente pode ser feita

indirectamente, tendo em conta a facilidade de escoamento da água e a possibilidade de

aplicação de determinados tipos de protecção sobre a mesma. Este critério é adoptado por 

Directivas da União Europeia para a UEAtc (1982), que pode ser aplicada tanto a sistemas

de impermeabilização tradicionais como não-tradicionais.

Estas Directivas UEAtc (cit. in Lopes, 1994) especificam quatro classes de coberturas,

que são descritas da seguinte forma:

  Classe I – A pendente origina estagnação de água e permite a aplicação de

 protecção pesada;

  Classe II – A pendente permite o escoamento de água e a aplicação de protecção

 pesada;

  Classe III – A pendente permite o fácil escoamento da água mas não aceita a

aplicação de protecção pesada;

  Classe IV – A pendente impõe medidas especiais na aplicação das suas camadas.

 5.5.3.6    Estrutura resistente

As coberturas planas podem ser classificadas quanto à estrutura resistente:

  Com estrutura resistente rígida (contínua – Pré-lajes e lajes maciças e aligeiradas de

 betão armado ou pré-esforçado; ou descontínua – pranchas vazadas ou perfis

especiais) - São consideradas como estruturas rígidas aquelas cuja deformabilidade

da estrutura resistente não é significativa para o vão e solução corrente dessa mesma

estrutura. As estruturas rígidas podem ainda ser subdivididas em contínuas e

descontínuas, conforme sejam executadas sem juntas ou com juntas distribuídas de

forma regular e com espaçamento reduzido;

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  Com estrutura resistente flexível (em geral, descontínua – chapas metálicasnervuradas ou pranchas de madeira ou seus derivados) - As estruturas resistentes

flexíveis são aquelas que relativamente à sua deformabilidade apresentam

deformações significativas para o vão e soluções que apresentam. As estruturas

flexíveis são, geralmente, descontínuas.

Tabela 24 – Classe da cobertura vs soluções correntes

5.6  Cobertura Plana Tradicional vs Invertida

A cobertura plana tradicional ou convencional comporta uma série de efeitos que

aceleram o desgaste do sistema de impermeabilização já que as membranas de

impermeabilização, ao serem aplicadas por cima do isolamento térmico, estão submetidas

a:

  "Choque térmico", não só diário como também sazonal / anual:

  Danos mecânicos, em particular durante a fase de obra.

  Degradação por radiação ultravioleta;

  Degradação (também do isolamento térmico convencional) provocada por 

humidade presente na parte inferior do sistema de impermeabilização e proveniente

de chuva que ocorra durante a execução, da própria humidade dos materiais de

construção ou de condensação intersticial.

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 Na cobertura invertida, ao inverter-se as posições relativas convencionais dos sistemasde impermeabilização e isolamento térmico, estando o isolamento térmico sobre a

impermeabilização, a durabilidade de qualquer sistema de impermeabilização aumenta

consideravelmente, ao serem suprimidos os efeitos prejudiciais já mencionados.

Fig 143 – Cobertura invertida – isolamento térmico sobre a impermeabilização

Fig 144 – Esquema da cobertura plana invertida vs tradicional

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O conceito de cobertura invertida depende de:

  Um isolamento térmico com propriedades excepcionais

  Propriedades mecânica

  Insensibilidade à humidade

Fig 145 – Esquema das temperaturas na cobertura tradicional e na cobertura invertida

Fig 146 - Variação da temperatura em coberturas tradicionais e coberturas invertidas

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5.7  Cobertura InvertidaO sistema de cobertura invertida foi inicialmente estabelecido como um modelo

alternativo ao sistema designado por cobertura tradicional, no decorrer dos anos 60. A

divulgação e utilização desse sistema aumentado, especialmente nos últimos anos, dados os

crescentes problemas que envolvem a cobertura tradicional, nomeadamente ao nível da

componente de impermeabilização.

 Na cobertura invertida invertem-se as posições relativas convencionais dos sistemas de

impermeabilização e isolamento térmico, tal como se pode ver na imagem que se segue: o

isolamento térmico encontra-se sobre a impermeabilização.

Fig 147 – Esquema da cobertura invertida

5.7.1  Classificação quanto à acessibilidade

As coberturas planas invertidas podem-se dividir em acessíveis/transitáveis ou não

acessíveis/não transitáveis.

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Fig 148 – Esquema da cobertura invertida transitável e não transitável

5.7.2  Relação entre a acessibilidade e acabamentos

O tipo de acesso na cobertura está relacionado de forma muito directa com o tipo de

acabamentos a serem aplicados.

Acessíveis  Não Acessíveis

Protecção Pesada Betonilha

Betonilha revestida com material cerâmico

Betonilha revestida com lajetas de betão

Betonilha revestida com pedra

Godo

Gravilha

Brita

Acabamento Betonilha (revestida ou não) Gravilha

Acabamento Superficial Mosaico Cerâmico

PedraTabela 25 – Tipo de acessos e acabamentos

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Tabela 26 – Cobertura invertida – não acessível - acabamento a godo, gravilha ou brita

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Fig 149 - Coberturas invertidas não acessíveis

Tabela 27 - Cobertura invertida – acessível - acabamento com betonilha (revestida ou não)

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Fig 150 - Cobertura invertida com acabamento com betonilha e com mosaico

Tabela 28 - Cobertura invertida – acessível - acabamento com elementos descontínuos

5.7.3  Distanciadores/Niveladores

Os distanciadores e niveladores são peças metálicos, em PVC, argamassa, etc, que

 poderão de varias formas, facilitando o assentamento das peças, mediante a sua

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interposição entre os cantos dos mosaicos de pisos e semelhantes, de modo a manter umnivelamento, distanciamento e esquadrejamento uniforme entre as referidas peças.

Estes elementos permitem que o acabamento da cobertura não esteja aplicado em

contacto directo e permanente com as partes estruturais da cobertura, facilitando o

escoamento das águas pluviais.

Distanciadores de PVC

Fig 151 – Distanciadores de PVC

Distanciadores metálicos

Fig 152 - Distanciadores metálicos

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Fig 153 – Distanciadores metálicos com perfis contínuos

Distanciadores de argamassa

Fig 154 – Distanciadores de argamassa

5.8  Coberturas ajardinadas

As camadas fundamentais colocadas no sentido descendente da cobertura, são asseguintes:

  Terra vegetal;

  Camada filtrante;

  Camada drenante;

  Sistema de impermeabilização;

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  Camada de forma (sistema de impermeabilização concebido para serem utilizadosem coberturas com vegetação);

  A estrutura resistente.

5.8.1  Coberturas transitáveis para espaços de jardim

Cobertura plana transitável constituída por:

  Membrana impermeabilizante

  Camada drenante

  Acabamento de substrato vegetal

Fig 155 – Exemplos de coberturas ajardinadas

5.8.2  Com isolamento térmico

Cobertura plana transitável constituída por:

  Barreira de vapor;

  Membrana impermeabilizante;

  Isolamento térmico;

 Camada protectora e separadora;

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  Camada drenante;

  Acabamento em substrato vegetal.

Fig 156 - Camada de terra vegetal sobre camada de gravilha

Fig 157 - Camada de terra vegetal sobre esteira drenante.

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5.9  Coberturas Tipo Deck Nas coberturas do Tipo Deck a impermeabilização pode ser constituída por:

  Duas membranas betuminosas - a primeira fixa mecanicamente; a segunda através

de soldadura por calor;

  Uma membrana sintética do tipo PVC ou FPA fixas mecanicamente e por 

soldadura.

Fig 158 - Cobertura tipo Deck com protecção pesada

Fig 159 - Cobertura com fixação mecânica do isolamento térmico

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Fig 160 – Esquema da cobertura tipo Deck

5.10 Pontos singulares das coberturas

5.10.1  Juntas de dilatação

A junta de dilatação é uma separação física entre duas partes de uma estrutura, para que

estas partes possam movimentar-se sem transmissão de esforço entre elas.

A presença de material rígido ou de material de preenchimento que tenha perdido a sua

elasticidade produz tensões indesejáveis na estrutura, podendo ocasionar fissuras nas lajes

adjacentes à junta, com a possibilidade de se propagar às vigas e pilares próximos.

Existem diversos tipos de juntas de dilatação:

  Para coberturas ajardinadas (a);

  Para coberturas com protecção pesada de godo (b).

a

 

Fig 161 – Junta de dilatação para uma cobertura ajardinada

Legenda:

1 - Chapa metálica

2 - Isolamento térmico

3 - Fixação mecânica

4 - Rucgum FV30

5 - Rucgum PY40 cinza

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b

 

Fig 162 – Junta de dilatação para uma cobertura com protecção pesada com godos

Fig 163 – Esquema de uma junta de dilatação com sistema de impermeabilização

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Fig 164 – Junta de dilatação para uma cobertura revestida com betonilha e acabamento

Tampo metálico com juntas transversais de dilataçãoGrampo de fixação do tampo

Empanque com mastique betuminosoFeltro de recobrimento

Placa de cofragem deformável

 

Tampo metálico com juntas transversais de dilataçãoGrampo de fixação do tampo

Empanque com mastique betuminosoFeltro de recobrimento

Placa de cofragem deformável

 

Fig 165 - Juntas sobre-elevadas

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Coberturas

 

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Tampo metálico com juntas transversais de dilataçãoGrampo de fixação do tampoEmpanque com mastique betuminosoFeltro de recobrimentoPlaca de cofragem deformável

 

Tampo metálico com juntas transversais de dilataçãoGrampo de fixação do tampoEmpanque com mastique betuminosoFeltro de recobrimentoPlaca de cofragem deformável

 

Fig 166- Juntas sobre-elevadas

5.10.2  Tubos de queda

Os tubos de queda têm por finalidade a condução das águas pluviais, por exemplo das

coberturas aos colectores.

A

BC

D E

 

A

BC

D E

 

Fig 167 – Solução de tubo de queda com isolamento térmico para cobertura invertida

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Materiais de Construção II 143/147 

AB

CD

E

 

AB

CD

E

 

Fig 168 - Solução de tubo de queda com isolamento térmico para cobertura tradicional

5.10.3  Ligações da impermeabilização

 5.10.3.1  Remate em platibanda

Tanto nas juntas de dilatação como nas platibandas e quaisquer outras construçõesemergem da cobertura, o bordo superior das faixas verticais de rodapé do revestimento

deve ser sempre recoberto, para evitar infiltrações de água sob a impermeabilização. Na 

figura 169 são apresentadas várias formas de resolver este problema: por ressalto do

 próprio paramento da platibanda; por integração nesse paramento de peças pré -moldadas

ou do topo, recobrimento de argamassa armada do rodapé, por rufos metálicos inseridos em

rasgos fixados exteriormente com interposição de fitas vedantes.

Fig 169 – Esquema de remate em platibanda

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 5.10.3.2  Remate periférico

1- Acabamento

2 - Distanciadores3 - Isolamento térmico4 - Camada impermeabilizante5 - Camada de forma6 - Suporte resistente  

Fig 170 – Pormenores de remates periféricos

 5.10.3.3  Remate em cobertura tipo Deck

Furo metálico

AncoragemCola de contacto

Membrana impermeabilizante e sintética reforçada

Painel SandwichFixação da chapa revestida

Chapa revestidaJunta por soldadura (ar quente)

Isolamento térmicoBarreira de vapor

Protecção contra incêndio

Fixação da Laje

 

Chapa de reforço de periferia

Feltro geotextil

 

Chapa perfilada

 

Furo metálico

AncoragemCola de contacto

Membrana impermeabilizante e sintética reforçada

Painel SandwichFixação da chapa revestida

Chapa revestidaJunta por soldadura (ar quente)

Isolamento térmicoBarreira de vapor

Protecção contra incêndio

Fixação da Laje

 

Chapa de reforço de periferia

Feltro geotextil

 

Chapa perfilada

 

Fig 171 – Esquema de um remate em cobertura tipo Deck

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Materiais de Construção II 145/147 

6 Bibliografia

Azeredo, Hélio Alves. O edifício e seu acabamento. Editora Edgard Blucher Ltda.

Brazão Farinha J.S. e Correia dos Reis. Tabelas técnicas. Edição P.O.B.

Roofmate PT. O isolamento térmico de cobertura inclinadas. Dow Portugal.

Santo, Fernando e outros.  Edifícios visão integrada de projectos e obras. Ingenium

Edições, Lda..

Ulsamer, Frederico. A humidade na Construção Civil. Edições Cetop.

AFNOR – NF P 84-204-1 –  Travaux d’étanchéité des toitures-terrases avec éléments

 porteurs en maçonnerie - DTU 43.1 (Document Technique Unifié), Paris, octobre, 1981.

UEATC-Union Européenne pour l’Agrément Technique Dans la Construction –

 Directives Générales UEAtc pour l’agrément des revêtements d’étanchéité de toitures.Paris, juillet, 1982.

UEATC-Union Européenne pour l’Agrément Technique Dans la Construction –

 Directives Particulières UEAtc pour l’agrément des revêtements d’étanchéité en bitume

 polymère APP armés. Paris, janvier, 1984.

Gomes, Ruy José – Coberturas em terraço. LNEC, Lisboa, 1968.

Lopes, J. Grandão –  Anomalias em Impermeabilizações de Coberturas em terraço. ITE

33, LNEC, Lisboa, 1994.

Lopes, J. Grandão – Revestimentos de impermeabilização de coberturas em terraço. ITE

34, LNEC, Lisboa, 1994.

Regulamentação

Regulamento das características de comportamento térmico dos edifícios. Decreto-lei nº

40/90. Porto Editora.

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  Materiais de Construção II

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Coberturas

 

Materiais de Construção II 146/147 

Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE),Decreto-Lei no 40/90 de 6 de Fevereiro, instrumento legal que regulamenta as

condições térmicas dos edifícios.

Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE),

Decreto-Lei no 80/2006 de 4 de Abril, instrumento legal que regulamenta as condições

térmicas dos edifícios e que substitui o Decreto-Lei no 40/90 a partir de Julho de 2006.

Directiva 2002/91/CE sobre eficiência energética de edifícios

Directiva 89/106/CE sobre produtos para a construção

EN 13164. Produtos de isolamento térmico para aplicação na construção. Produtos

 produzidos em poliestireno extrudido (XPS) – Especificação

PORTUGAL - Leis, Decretos, etc. - Regulamento Geral das Edificações Urbana.

Decreto-Lei n.º 38382 de 7 de Agosto de 1951.

Marcação CE 

Conformidade com a norma EN 13164 para todos os produtos de XPS

Homologações 

Homologação com certificação: Documento de Homologação DH 779, ROOFMATE™

SL-A – Sistema de Isolamento Térmico de Coberturas em Terraço, Laboratório

 Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Dezembro de 2004.

Certificado de produto 

Marca AENOR concedida ao produto ROOFMATE SL-A produzido nas fábricas de

Estarreja e Bilbau, segundo norma EN 13164

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Coberturas

 

M i i d C ã II 147/147

Sites 

  http://www.imperalum.com/default.asp?s=549&sparent=379&sroot=203 (acedido

em Dezembro de 2009)

  http://www.catep.com.br/dicas/coberturas.htm(acedido em Dezembro de 2009

  http://www.telhados.srv.br/ (acedido em Dezembro de 2009)

  http://www.solardojambeiro.com.br/rest_cobertura.htm (acedido em Dezembro de2009)

  http://www.onduline.pt/ (acedido em Dezembro de 2009)

  http://www.a2a.pt/sistemas/ (acedido em Dezembro de 2009)

  http://ass.pt/catalogos.asp?ID=10&PARENT=10#(acedido em Dezembro de 2009)


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