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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
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1
Olá, prezado aluno!
Nesta aula 1, trataremos do emprego e da colocação de
classes de palavras, assunto importante nas provas do Cespe. Portanto
estude o assunto com muito empenho.
Ao todo, são dez as classes de palavras. Umas variáveis e outras
invariáveis. É importante fazermos uma síntese delas e de suas definições
nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro que resume bem a parte
teórica:
Classe Gramatical Definição
Substantivo
É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares,
instituições, animais, entes de natureza espiritual
ou mitológica, etc.)
Substantivo comum de
dois números
Tem a mesma forma para o singular e o plural:
lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será
estabelecida por meio de outro elemento
linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus
etc.
Substantivo comum de
dois gêneros
Apresenta uma só forma para ambos os gêneros.
Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de
qualquer outro determinante. Exemplos: o/a
colega, o/a agente, o/a lojista.
Substantivo
sobrecomum
Possui uma só forma e um só gênero a fim de
designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a
pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o
monstro.
Substantivo epiceno
Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de
designar animais de ambos os sexos. Usam-se as
expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a
distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a
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cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou
fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc.
Artigo
(definidos: o, a, os,
as; indefinidos: um,
uma, uns, umas)
É a palavra que se antepõe ao substantivo,
servindo basicamente para generalizar ou
particularizar o sentido desse substantivo. Em
alguns casos, o artigo é essencial na identificação
do gênero e do número do substantivo. Exemplos:
Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à
aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi
demitida. – O pires quebrou. / Os pires
quebraram.
Adjetivo
Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe
atribuir uma característica. Com ele concorda em
número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros
bons, árvore alta, tapete novo etc.
Adjetivo uniforme
Mantém a mesma forma tanto quando se refere a
substantivos masculinos quanto a femininos.
Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável,
obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça
adorável.
Numeral
É a palavra que indica a quantidade ou a posição
dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem
(cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo
(ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze
avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo
(multiplicativos).
Advérbio
É a palavra invariável que se refere a um verbo, um
advérbio ou a um adjetivo, indicando uma
circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos:
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Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal
“chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu
bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,
intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude
menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,
intensificando-lhe o sentido).
Interjeição
É a palavra invariável que exprime emoções ou que
procura agir sobre o interlocutor, levando-o a
adotar certo comportamento sem que se faça uso
de estruturas linguísticas mais elaboradas.
Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia!
Preposição
É a palavra invariável que conecta (liga) palavras
ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do
céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu
para sair mais cedo.
Conjunção
É a palavra invariável que une orações ou termos
de uma oração. No desempenho desse papel, a
conjunção pode relacionar termos e orações
sintaticamente equivalentes (as chamadas orações
coordenadas) ou relacionar uma oração principal a
uma oração que lhe é subordinada. Exemplos:
Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e
Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos.
Verbo
É a palavra que designa um processo (ação, desejo,
estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe
gramatical mais rica em variação de formas. Pode
mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número
e voz. No dicionário, são encontrados no modo
infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser,
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amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do
verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) /
Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está
doente. (estado) / A lagarta virou borboleta.
(mudança de estado) / Choveu forte.
(fenômeno)
Pronome
Palavra que substitui o nome (pronome
substantivo) ou que o acompanha (pronome
adjetivo) para tornar claro o seu significado.
Existem seis classes de pronomes:
Pessoal
Indica diretamente as pessoas do discurso (no
singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª
pessoa: com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se
fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te,
se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim,
comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco,
convosco. Também são pessoais os pronomes de
tratamento: você, o senhor, a senhora, vossa
senhoria, vossa excelência, etc.
possessivo
Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a
posse de algo.: Meu, minha, meus, minhas,
nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus,
tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua,
seus, suas.
demonstrativo
Indica a posição dos seres em relação às pessoas
do discurso, situando-os no tempo e no espaço.
1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.
2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.
3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas,
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aquilo.
relativo
É aquele que, em uma oração, se refere a um
termo constante em oração anterior, chamado
antecedente. Exemplo: O avião que chegou estava
danificado. São pronomes relativos: que, quem,
quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual,
a qual, os quais, as quais.
indefinido
Refere-se à terceira pessoa do discurso num
sentido vago ou exprimido quantidade
indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre
alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e
número. São pronomes indefinidos: algum,
alguns, nenhum, nenhuns, qualquer,
quaisquer, ninguém, tudo, nada, algo etc.
interrogativo É aquele usado para formular uma pergunta direta
ou indireta: que, quem, qual, quanto.
Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe, Esaf e
FCC não se detêm, geralmente, nos questionamentos sobre a definição dessas
classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em que estão
inseridas e, consequentemente, o nexo semântico que estabelecem com o
restante do período. Todavia, é a partir do conhecimento das definições que
reuniremos subsídios para compreender o funcionamento de cada classe
gramatical.
• Emprego de substantivos
Com frequência, as formas sintéticas de aumentativo e diminutivo
indicam valor semântico pejorativo: mulherzinha; livreco, sabichão etc.
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Às vezes, essas mesmas formas são empregadas para traduzir
valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona, paizinho
etc.
Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a
ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado
diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha, folhinha
(calendário), película, portão, flautim, calção etc.
[...]
1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) Na
construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo
“militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora
como substantivo, ora como verbo.
Comentário – Como substantivo, o vocábulo “militar” significa integrante de
uma das Forças Armadas. Como verbo, significa seguir uma carreira, ou atuar
em um partido, uma organização etc. Portanto é possível entender que o
jornalista aproveitou a oportunidade para reclamar da intromissão das Forças
Armadas na liberdade de imprensa ou para, a exemplo do coronel, desabafar
sobre as dificuldades da sua própria atividade profissional.
Resposta – Item certo.
• Emprego de artigos
1) Ambos
Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior,
caso este admita o seu uso.
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Ex.: Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é
substantivo que admite artigo.)
Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que admite
artigo.)
Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento
que não admite artigo.)
2) Todos
Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento
posterior, caso este admita o seu uso.
Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores.
Todas as leis devem ser cumpridas.
Todos vocês estão suspensos.
3) Todo
Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar
integralidade do que é considerado, totalidade da parte; não se usa para
indicar generalização.
Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, inteiro.)
Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os
países.)
ATENÇÃO! É muito comum surgirem em provas questões que abordam a
diferença entre os sentidos desses tipos de enunciados. Normalmente, é
perguntado se o emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a
informação original. Perceba que há alteração de sentido. Tomando o segundo
exemplo como ponto de partida, a construção Todos os países (no plural
mesmo) sofrem por algum motivo conserva o significado inicial.
4) Cujo
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Não se usa artigo após o pronome relativo cujo.
Ex.: As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e
não: cujas as bolsas.)
5) Nomes de jornais, revistas, obras literárias
Deve-se evitar contrair com preposição o artigo que faz parte do
nome de jornais, revistas, obras literárias.
Ex.: Li a notícia nO Estado de São Paulo. (ou Li a notícia no Estado de
São Paulo) – não recomendado
Li a notícia em O Estado de São Paulo. – recomendado
[...]
[...]
2. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) A inserção
do artigo definido plural os imediatamente antes da palavra “policiais”
(L.6) não alteraria o sentido original do período.
Comentário – Sem o artigo, o substantivo é entendido em sentido genérico,
não especificado. Quais ou quantos “policiais”: todos, alguns, dois, três? Com o
artigo definido os, o substantivo “policiais” tem seu alcance semântico
delimitado. A referência agora é a todos os policiais da delegacia.
Resposta – Item errado.
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[...]
3. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) Os substantivos “velhice” (L.1) e “tese”
(L.11) estão empregados no texto de forma indefinida e com sentido
genérico.
Comentário – Para resolver acertadamente esta questão, você precisa notar o
que vem antes desses substantivos. Em “à velhice”, tem-se a fusão da
preposição a com o artigo definido a. Os artigos definidos (o, os, a, as) são
antepostos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado.
Semelhantemente, é isso que também ocorre em “à tese”.
Resposta – Item errado.
• Emprego de adjetivos
Destacarei dois fatos importantes quanto ao emprego deles. O
primeiro é que também atingimos o grau superlativo (elevação ou redução da
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qualidade de um ser no mais alto grau em comparação ou não com a de outro
ser) com a repetição do adjetivo:
Ex.: O filme foi muito lindo.
O final do filme foi lindo, lindo.
O segundo fato é que, quando comparamos a mesma qualidade
atribuída a dois seres, não empregamos as formas mais bom, mais mau,
mais grande e mais pequeno.
Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar.
A reprovação é pior do que alguns meses de dedicação.
Mas quando comparadas duas qualidades do mesmo ser,
usamos a forma analítica desses adjetivos.
Ex.: João é mais pequeno do que inteligente.
Seu comportamento é mais bom do que mau.
• Emprego de pronomes
1. Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais
a) Ele virou ela.
b) Quero falar com ele.
Sou útil a ele.
Vi-o na rua.
c) Eu contei a ti o que acontecera.
Você terá de viajar com nós dois.
Você terá de viajar conosco.
Serão empregados os do caso oblíquo nas
demais funções sintáticas (complemento
verbal, complemento nominal etc.)
Os pronomes oblíquos tônicos são
precedidos de preposição.
Usa-se com nós ou com vós
quando tais expressões vierem
acompanhadas de elementos de
realce, numeral, pronome ou
oração adjetiva.
Na função de sujeito e de predicativo, o pronome
pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto.
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CUIDADO! Não vá sem eu saber.
Todos saíram, exceto eu.
d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente.
Maria fez aniversário. Pedro a presenteou.
e) Mandei-o sair da sala.
Fiz-lhes ver que estavam errados.
2. Pronomes de tratamento
PRONOME DE
TRATAMENTO ABREVIATURA
USADO PARA SE
DIRIGIR A
Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal
Você V. tratamento informal
Vossa Alteza V. A. príncipes e duques
Vossa Eminência V. Emª cardeais
Vossa Excelência V. Exª altas autoridades e
oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades
Como complementos
verbais, o(s), a(s)
desempenham função de
objeto direto; lhe(s), de
objeto indireto.
Mesmo diante de preposição, o
pronome pessoal do caso reto
será empregado quando for
sujeito de verbo, ainda que este
esteja elíptico.
LHE(S) só poderá ser sujeito de
verbo infinitivo transitivo direto.
Mandei-lhe sair da sala seria
uma construção errada, já que
“sair” tem regência intransitiva.
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Vossa Majestade V. M. reis e imperadores
Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral
Vossa Santidade V. S. papa
Vossa Senhoria V. Sª tratamento formal para
pessoas graduadas.
As formas de tratamento designam indiretamente a 2ª pessoa do
discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem todas as concordâncias
nominal e verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural,
conforme o caso.
• Particularidades
a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda
que por meio de correspondências)
Sua Excelência fez um belo discurso. (fala-se da pessoa)
b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o
pronome correspondem à terceira pessoa; o adjetivo tende a concordar
com o gênero da pessoa – concordância ideológica)
c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado)
Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo)
(muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os
outros pronomes para a terceira pessoa)
3. Pronomes possessivos
Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de
algo. Concordam em gênero e número com “a coisa” possuída.
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Primeira pessoa Meu(s), minha(s),
nosso(s), nassa(s)
Segunda pessoa Teu(s), tua(s),
vosso(s), vossa(s)
Terceira pessoa Seu(s), sua(s)
4. Pronomes demonstrativos
Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso,
situando-os no tempo e no espaço.
RONOMES TEMPO ESPAÇO
Este (s), esta (s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala
Esse (s), essa (s), isso Passado próximo Perto da pessoa com
quem se fala
Aquele (s), aquela (s),
aquilo
Passado longínquo Longe de quem fala e da
pessoa com quem se fala
Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito.
Este rapaz ao meu lado é meu amigo.
Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis.
O que é isso aí do teu lado?
Naquela época, a vida era melhor.
O que é aquilo atrás do carro?
• Casos Especiais
a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este:
empregado quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão
textual conhecida como catafórica.).
Ex.: Eu trouxe meu caderno.
Tu trouxeste tuas canetas.
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Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse:
empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual
conhecida como anafórica)
b) Comprei um carro e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão; aquele,
para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar elementos já
citados. Este diz respeito ao último termo; aquele, ao primeiro.)
c) O que ele disse era verdade.
Passará a que for mais capacitada. (O e a diante de que – pronome
relativo – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos)
[...]
16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções
acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas:
há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como
19 um progresso: os povos civilizados não executam seus
condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um
corolário da incerteza ética de nossa cultura.
[...]
4. (Cespe/DPF/Papiloscopista/2012) O termo “Essa discrição” (l.18)
refere-se apenas ao que está expresso na primeira oração do período
que o antecede.
Comentário – Este é um caso típico em que o pronome demonstrativo foi
usado como elemento de coesão anafórica. A tal “discrição” é a maneira como
as mencionadas execuções são feitas: “em lugares fechados, diante de poucas
testemunhas”.
Resposta – Item certo.
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5. Pronomes indefinidos
São os que têm sentido vago, impreciso, indeterminado. Alguns
podem flexionar-se em gênero e número.
• Casos Particulares
a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido.
Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo.
b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor
positivo, exprime possibilidade.
Livro algum deve ser igual a este. Depois, tem valor negativo, expressa
impossibilidade.
6. Pronomes relativos
a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei.
Eis o instrumento de que lhe falei.
O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir
coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com duas ou mais
sílabas e dispensa sem e sob
Lembre-se de que para ser conjunção integrante, esse vocábulo
deve unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto
indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua principal.
Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada uma é.”,
em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal “explicam” e o
“que” não é pronome relativo.
b) A casa onde morei era muito antiga. (certo)
A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado)
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ONDE é usado restritivamente em referência a lugar.
A escola onde estudo foi fechada.
A escola aonde vais é muito longe.
A escola donde vens é muito longe.
ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente,
como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com
onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o
vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma
pergunta que exprime a ideia de lugar.
Usaremos aonde (contração de a + onde) quando o verbo que
surgir após esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a
preposição “a”. Caso o verbo indicativo de movimento reger preposição “de”,
usaremos “donde” (contração de de + onde).
Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e não
permanência (como no primeiro exemplo). Com verbos estáticos, que
exprimem permanência, a preposição empregada será “em”. Na Língua
Portuguesa não existe nonde, isto é, a contração de em + onde.
c) Ele participou da reunião, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho.
O relativo o qual (e variações) é útil para desfazer ambiguidades.
Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a
seguinte dúvida: a reunião ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho?
d) É uma pessoa com cujas opiniões não podemos concordar.
O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relação de
posse/dependeência entre os termos antecedente e consequente. Concorda em
gênero e número com a “coisa” possuída.
Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituição dele por
outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que serão mantidas a
correção gramatical e a coerência argumentativa. ISSO NÃO É VERDADE.
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NÃO É POSSÍVEL FAZER TAL SUBSTITUIÇÃO. Não confunda o caso
anterior (correspondência entre que e o/a qual) com este.
Observe esta construção: O professor cujo o filho nasceu está feliz.
O que acha dela? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical não abona o
emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO,
daí o motivo de não se empregar o acento indicativo de crase diante dele.
e) Esta é a pessoa a quem prezo como amigo.
O pronome relativo QUEM é utilizado em referência a pessoas e se
faz acompanhar de preposição. Eu disse PREPOSIÇÃO e não artigo. Portanto,
se perguntarem a você qual a classe gramatical daquele “a” em negrito, NADA
DE DIZER “ARTIGO”.
f) Esqueci tudo quanto foi dito.
Podemos confiar em todos quantos estão presentes.
Podemos confiar em todas quantas estão presentes.
QUANTO (e variações) será pronome relativo quando estiver
acompanhado de tudo (e variações).
g) Essa é a hora quando as garças levantam vôo.
Não entendi a maneira como ela se dirigiu a mim.
QUANDO e COMO são pronomes relativos sempre que se referirem a um
termo antecedente (“a hora” e “a maneira”, nessa ordem). O primeiro tem
valor semântico de tempo; o segundo, de modo.
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[...]
[...]
5. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011) O elemento que
possui, em todas as suas ocorrências (L.7, 8, 13 e 14), a propriedade de
retomar palavras ou expressões que o antecedem no texto.
Comentário – Preste muita atenção no enunciado. O que o examinador
procura, na verdade, é um pronome relativo, pois é ele que retoma palavras
ou expressões antecedentes. Assim sendo, o item está errado. Vejamos:
– “mostra que há setores” (l. 7) => conjunção integrante,
pois introduz oração (substantiva) que funciona como objeto direto do verbo
mostrar.
– “como a construção civil, que tem uma” (l. 8) =>
pronome relativo, pois substitui a expressão “construção civil” na oração em
que aparece. Repare: a construção civil tem uma. Observação: a oração
introduzida por pronome relativo é chamada subordinada adjetiva.
– “que é um equívoco” (l 13) => outra conjunção
integrante, pois introduz oração (substantiva) que funciona como objeto
direto do verbo mostrar (l. 12).
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– “mostram que o mercado de trabalho já é bem” (l. 14) =>
outra vez temos uma conjunção integrante, que introduz oração
substantiva. O “que” introduz o objeto direto do verbo mostrar. Repare o
artifício: Os números mostram ISSO. O vocábulo ISSO se equivale à oração
(substantiva) “que o mercado de trabalho já é...”
Resposta – Item errado.
[...]
[...]
6. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) A supressão da preposição em “em
que” desrespeitaria as regras gramaticais, pois, por meio dela, se
indica que o pronome “que” retoma “subjetividade” .
Comentário – Não é verdade que o pronome relativo “que” retoma
“subjetividade”. Ele retoma o antecedente “êthos”. A oração adjetiva pode ser
reescrita assim: A sociabilidade assume um tom caracteristicamente
marcante na êthos.
Resposta – Item errado.
[...]
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7. (Cespe/FUB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Na linha 49, o
vocábulo “se” é empregado com a mesma função nas duas ocorrências: a
de marcar reciprocidade de ação.
Comentário – Não é verdade. No primeiro caso, o “se” é parte integrante do
verbo assemelhar-se (= ser semelhante a; parecer-se), como em queixar-se,
suicidar-se etc. No segundo, o pronome indica reciprocidade, ou seja, “Criador
e criatura” praticam e sofrem a ação um em relação ao outro.
Resposta – Item errado.
• Colocação dos Pronomes Oblíquos átonos
Antes de apresentar os casos de colocação pronominal – assunto
que não é muito explorado pelo Cespe –, cabe lembrar que próclise é a
ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que não o reconheceu.).
Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge após o verbo, temos um
caso de ênclise, que na escrita é marcada pela presença do hífen (Dá-me sua
ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do presente e no
futuro do pretérito, é o emprego do pronome no “meio” do verbo, entre a
forma infinitiva e a desinência modo-temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.).
Casos de Próclise
a) Palavras de sentido
negativo
Nada me fará desistir.
Ninguém me fará desistir.
b) Advérbios sem pausa Aqui se fazem chaves.
Talvez se cumprimentassem.
c) Conjunções
subordinativas e pronomes
relativos
Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito.
O livro que me deste é muito interessante.
d) Conjunções
coordenativas alternativas
Ora se atribulava, ora se aquietava.
Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu.
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e) Pronomes e advérbios
interrogativos
Quem lhe contou a verdade?
Por que te afliges tanto?
f) Pronomes indefinidos Tudo me foi dado.
Alguém te contou a verdade?
g) Frases exclamativas e
optativas
Como te atreves!
Deus o abençoe, meu filho!
h) Preposição em +
verbo no gerúndio
Em se tratando desse assunto, nada mudará.
Casos de Mesóclise
a) Verbo no futuro do
presente ou do pretérito,
sem palavra atrativa
Amar-te-ei a vida inteira. (Não te amarei a vida
inteira.)
Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.)
Casos de Ênclise
a) Antes de tentar decorar
qualquer outra regra, é
fundamental saber que a
tendência da língua
portuguesa recai sobre
o uso da ênclise.
Portanto, se não ocorrer
qualquer um dos casos
mencionados
anteriormente, usaremos a
ênclise.
Levante-se e lute.
Tratando-se desse assunto, nada mudará.
Vendê-lo era o que mais importava.
Aqui, fazem-se chaves.
Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento:
1 – O particípio não admite ênclise.
Dada-me a resposta, calei-me. (errado)
Dada a mim a resposta, calei-me. (certo)
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2 – O futuro do presente e o futuro do pretérito também não admitem ênclise.
Direi-te a verdade. (errado)
Dir-te-ei a verdade (certo)
3 – O numeral ambos, quando sujeito, também atrai o pronome oblíquo átono.
Ambos se casarão amanhã.
4 – É licita a próclise ou a ênclise quando o infinitivo estiver precedido de
preposição ou palavra negativa.
Estou aqui para te servir (ou servir-te).
Meu desejo era não o incomodar (ou incomodá-lo).
5 – Quando o infinitivo vier precedido pela preposição a, a próclise não será
possível se o pronome for o ou a.
Estamos a contemplá-la.
Se soubesse, não continuaria a lê-lo.
Começou a lhe ensinar português (ou ensinar-lhe).
Até agora, a posição do pronome oblíquo átono levou em conta a
existência de apenas um verbo. Veja a seguir como empregá-los em relação a
uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal).
a) Verbo auxiliar + infinitivo
Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (ênclise do verbo auxiliar)
Eu devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal)
Eu não lhe devo fazer um favor. (próclise do verbo auxiliar; a palavra
atrativa impede a ênclise)
Eu não devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal; o advérbio
“não” é insuficiente para impedi-la)
b) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo
Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (próclise do principal)
Os jovens deixaram de falar-se. (ênclise do principal)
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c) Verbo auxiliar + gerúndio
Ex.: Estou-lhe obedecendo. (ênclise do auxiliar)
Estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal)
Não lhe estou obedecendo. (próclise do auxiliar, em virtude da palavra
atrativa, que impede a ênclise)
Não estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal; distante, o advérbio
perde sua força atrativa)
d) Verbo auxiliar + particípio
Ex.: Havia-me levado ao cinema. (ênclise do auxiliar; não é possível a ênclise
do verbo principal por estar ele no particípio)
Não me havia levado ao cinema. (próclise do auxiliar, em virtude do
advérbio de negação)
Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentemente do
que ocorre na tradição lusitana), os pronomes oblíquos átonos tendem a ficar
“solto” entre o verbo auxiliar e o principal, formando a próclise deste, como
atestam os exemplos abaixo, extraídos de excelentes escritores modernos.
a) “Mas agora já sabemos nos defender” (Guimarães Rosa)
b) “Meus olhos iam se enchendo de água.” (Raquel de Queirós)
c) “A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?” (Jorge
Amado)
• Advérbios
Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo,
acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias.
Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica
quando a ação verbal se realizou)
Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,
intensificando o modo indicado pelo advérbio)
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Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,
adicionando-lhe valor semântico intensificador)
Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração
inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou
escreve sobre o conteúdo da oração.
Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas.
As providências foram infrutíferas, lamentavelmente.
Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a
adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar o
grau comparativo de superioridade.
Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala.
Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro.
Alguns advérbios podem assumir formas diminutivas (e passam a
ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva.
Ex.: Chegaram agorinha.
Terminei a prova rapidinho.
Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em
mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio ou em todos
eles.
Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos.
Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os
ensinamentos.
ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados com advérbios.
Nesse caso, ficam invariáveis.
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Ex.: Não falem alto!
As aulas de português não custam caro.
• Preposições
Conecta (liga) palavras e orações, estabelecendo uma relação de
subordinação do consequente ao antecedente.
Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição estabeleceu
vínculo entre as palavras “caderno” e “português”, pertencentes à
mesma oração)
O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a
preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a
oração completiva nominal “fracassar”.
Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico.
Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase.
Ex.: Estou com você. (associação, a favor)
Estou contra você. (posição contrária)
Pus sob a mesa. (posição inferior)
Pus sobre a mesa (posição superior)
Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade)
Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição)
Veio de casa. (origem)
1 A tecnologia passou a dominar não apenas o
comércio, as cidades, a vida cotidiana e a intimidade do
homem, mas foi além: transformou-se na linguagem do mundo
4 contemporâneo, nossa mediação universal. Como sistema
universal, a História — da mesma maneira que as ciências, as
artes e a política — é vista da mesma perspectiva, isto é, por
7 meio de um conjunto de regras de conhecimentos, geralmente
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quantificados, que valem de forma diferenciada para todas as
dimensões do real.
10 É impossível despojar o mundo das suas
ambiguidades, paradoxos e enigmas, e dominá-lo plenamente
por meio da racionalidade técnica e de forma sistemática. Em
13 vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver no meio dos
acontecimentos, o homem moderno tem a pretensão de
dominá-lo pela técnica. Mas ele não se dá conta de que essa
16 pretensão é o que o transforma no escravo moderno: dominado
por causas exteriores, o homem perde a prudência e age como
qualquer ser passional, isto é, tudo o que ele faz só faz porque
19 é levado pelos acontecimentos.
Russell A. Mittermeyer. Um planeta febril. In: Istoé, 23/12/2009, p. 117 (com adaptações).
8. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) Considerando o uso das estruturas
linguísticas no texto, assinale a opção correta.
(A) A expressão “da mesma maneira” (l.5) estabelece uma comparação entre
o “sistema universal” (l.4-5) e o “conjunto de regras de conhecimentos”
(l.7).
(B) A expressão “por meio de” (l.6-7) e o vocábulo “pela” (l.15) atribuem a
ideia de instrumento, respectivamente, a “um conjunto de regras” (l.7) e
a “técnica” (l.15).
(C) Os pronomes em “dominá-lo” (l.11) e em “o transforma” (l.16) referem-se
a “mundo”, respectivamente, nas linhas 10 e 13.
(D) Na linha 12, a repetição da preposição de, que precede “racionalidade
técnica” e “forma sistemática”, indica que se trata de dois complementos
para a expressão “por meio”.
(E) A preposição de, em “dos acontecimentos” (l.13-14), corresponde à
preposição a e por ela pode ser substituída, sem prejudicar a correção e a
coerência do texto.
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Comentários – Alternativa A: Muito cuidado, pois apenas uma parte do que
foi dito está correta. Embora a locução conjuntiva “da mesma maneira que”
estabeleça uma comparação, esta ocorre entre “a História” e “as ciências, as
artes e a política”.
Alternativa B: aqui não há problemas. A locução prepositiva
“por meio de” confere ao termo “um conjunto de regras” circunstância de
instrumento, o qual é utilizado para que “a História” seja vista “da mesma
maneira que as ciências, as artes e a política”. Semelhantemente, a contração
da preposição per com o artigo a (= “pela”) provoca o mesmo efeito no termo
“técnica” – é por meio dela que o “homem moderno tem a pretensão de”
dominar o mundo.
Alternativa C: este item trata da função referencial dos
pronomes, aspecto que as bancas gostam de explorar. O exercício não é difícil,
mas requer atenção do candidato quanto à leitura do texto. Em “dominá-lo”, o
pronome realmente se refere ao termo “mundo”. O problema surge agora: em
“o transforma”, o pronome oblíquo se refere a “homem moderno” (l. 14).
Alternativa D: em “da racionalidade técnica”, a preposição
(que se contraiu com o artigo “a”) indica exatamente o que o examinador
afirmou. Já em “de forma sistemática”, a preposição integra locução adverbial
com valor semântico de modo/maneira (de dominar o mundo plenamente).
Portanto a relação é estabelecida com o verbo dominar.
Alternativa E: eu sugiro a reescritura da passagem como
propões a banca, pois facilita a análise.
“Em vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver no meio aos
acontecimentos...”
É notória a falta de coesão entre os elementos textuais, a qual
consequentemente prejudica a coerência argumentativa. Experimente manter
a presente alteração e trocar o conectivo “no” por em:
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“Em vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver em meio aos
acontecimentos...”
Ficou melhor assim? Como isso não foi proposto, o item
também está errado.
Resposta – B
1 Afirma-se que a inovação e, particularmente, seus
produtos tecnológicos estimulam a competitividade e, dessa
forma, contribuem para o crescimento econômico do país.
4 Consequentemente, a competitividade é erigida em valor
supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza
imanente à espécie humana. Omite-se, propositadamente,
7 que o mais longo período da história da vida humana foi
orientado pela cooperação e solidariedade, valores
fundamentais para a sobrevivência da espécie. A ideologia
10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de
mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de
capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por
13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade,
coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior
produtividade quando seus resultados forem distribuídos
16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser
atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a
redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de
19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema
produtivo. Deixemos bem claro: não se discute aqui a
necessidade de tecnologia nas sociedades contemporâneas,
22 mas a condição de que esta seja ambientalmente segura,
socialmente benéfica (para todos) e eticamente aceitável.
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Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações)
9. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) A coerência e a correção
gramatical do texto seriam mantidas ao se substituir
(A) “erigida em valor supremo” (l.4-5) por erigida valor supremo.
(B) “fundamentais para a sobrevivência” (l.9) por fundamentais a
sobrevivência.
(C) “atingido mediante a elevação” (l.17) por atingido pela elevação.
(D) “condição de que esta seja” (l.22) por condição que esta seja.
Comentário – Alternativa A: a ausência da preposição constitui erro
gramatical e prejudica a coerência do texto. A locução verbal “é erigida” (= é
erguida, é construída) tem seu sentido modificado pela circunstância expressa
pela locução adverbial “em valor supremo”. Uma locução adverbial é composta
por preposição + substantivo (Eu caminho à noite.), adjetivo (Fiz o trabalho de
novo.) ou advérbio (Eu vim de lá.). A preposição serve para conectar o termo
anterior e o posterior; sem ela, a locução perde sua característica.
Alternativa B: a coerência estaria preservada, mas a correção
gramatical não. A troca da preposição “para” por a faz surgir a crase (fusão da
preposição com o artigo “a”), que deve ser indicada por meio do acento grave:
à.
Alternativa C: são equivalentes a locução prepositiva por
meio de, a preposição acidental “mediante” e o vocábulo pela (contração da
preposição per com o artigo a), todos denotam circunstância de instrumento.
A preposição mediante não se aglutina com artigo,
diferentemente da preposição per. Por isso a forma é "mediante a elevação...,
[mediante] a redução... [mediante] o aumento de investimentos...". Não há
necessidade de repetir a preposição.
Vamos trocar "mediante" por per, que se aglutina com
artigo: "pela elevação..., a redução... o aumento de investimentos...". Assim
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como não houve necessidade de repetir a preposição "mediante", não há a
obrigatoriedade de repetir o vocábulo per.
Alternativa D: o caso aqui é semelhante ao da alternativa A.
a preposição “de” conecta o substantivo “condição” ao seu complemento: “de
que esta seja”. A ausência dela prejudica a correção gramatical e afeta o
sentido original do texto. Note ainda que o vocábulo “que” é, primeiramente,
conjunção integrante; depois, passa a ser pronome relativo.
Resposta – C
[...] O fato é que essa ininterrupta e
incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes
10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu
insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar
em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem
13 depara-se com seus limites. [...]
Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).
Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).
10. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A repetição da preposição a
em “ao tentar” (l.11) é fundamental para mostrar que a oração aí iniciada
está em paralelo com a oração iniciada por “ao dar vazão” (l.10); e que
não se trata de mais um termo da enumeração de verbos que
complementam “afã de” (l.11).
Comentário – Antes da oração reduzida “ao tentar realizar” há uma
enumeração de orações (“de descobrir, criar, conquistar”) coordenadas entre si
e ligadas ao substantivo “afã” por meio da preposição “de”. A preposição “a”
introduz oração que indica quando o homem se depara com seus limites.
Resposta – Item certo.
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1 A realidade atual vem exigindo dos pesquisadores
envolvidos com a temática da saúde maiores esforços para
compreender as mudanças recentes, pois o modo de as pessoas
4 fazerem uso de suas capacidades físicas, cognitivas e afetivas
para produzir foi transformado. [...]
Ada Ávila Assunção. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho.
In: Ciênc. Saúde Coletiva, v. 8, n.º 4, p. 1.005-18, 2003 (com adaptações).
11. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A organização das ideias no
texto mostra que “realidade atual” (l.1) constitui a circunstância de tempo
em que a “temática da saúde” (l.2) está sendo considerada; por isso,
mantêm-se as relações entre os argumentos e a correção gramatical ao se
iniciar o texto com Na realidade atual.
Comentário – Cuidado! “A realidade atual” (termo personificado, usado em
sentido figurado), é o agente do processo verbal; sintaticamente, é o sujeito
dele – por isso não deve ser aglutinado à preposição em como se fosse um
adjunto adverbial.
Resposta – Item errado.
12. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Na linha 2, em razão da
acepção de “envolvidos” usada no texto, é possível substituir “com a” por
na, sem prejudicar sua correção gramatical, nem tornar incoerente a
relação entre as ideias apresentadas.
Comentário – o significado do vocábulo é o seguinte: que se envolveram ou
deixaram envolver; implicados; comprometidos: Envolvidos em uma
conspiração, os acusados precisam de um bom álibi para escapar da prisão.
Resposta – Item certo.
13. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A preposição em “para
compreender” (l.2-3) e “para produzir” (l.5) expressa o sentido de
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finalidade: a finalidade dos “esforços” (l.2) e das “capacidades” (l.4),
respectivamente.
Comentário – No texto, a preposição “para” também exprime finalidade.
Resposta – Item certo.
14. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No trecho "estão
convencidos de que as desigualdades são, em sua maior parte, sociais ou
históricas" (L.8-10), a omissão da preposição "de" prejudicaria a correção
gramatical do período.
Comentário – Sim, pois ela promove o vínculo entre o adjetivo “convencidos”
e a oração completiva nominal subsequente. A retirada dela afetaria a coesão
do período e as regras de regência nominal.
Resposta – Item certo.
[...]
[...]
15. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) A substituição da
locução “a fim de” (L.16) por para manteria a correção gramatical e o
sentido original do texto.
Comentário – Sim, são equivalentes quanto ao sentido a locução prepositiva
“a fim de” e a preposição para, ambas exprimem circunstância de finalidade.
Também não se verifica incorreção gramatical na substituição: ...ir agachar-se
sob o túmulo para escapar dos golpes do destino...
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Resposta – Item certo.
[...]
16. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A preposição “para”,
em “para a discussão” (L.3) e em “para colecionar livros” (L.23), introduz
expressão que exprime finalidade.
Comentário – Apesar de alguns protestos por parte de alguns estudantes, não
vejo problemas em considerar certo este item. Na linha 3, a preposição “para”
introduz uma finalidade da biblioteca de Alexandria: servir de epígrafe para a
discussão sobre a materialidade da comunicação. Na linha 23, a mesma
preposição introduz a finalidade da procura por uma biblioteca estruturada:
colecionar livros.
Resposta – Item certo.
• Conjunções
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Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse
papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente
equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração
principal a uma oração que lhe é subordinada.
Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma
oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as conjunções,
um vínculo de coordenação.
Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm
entre si uma relação de equivalência sintática)
Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi ao
cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um vínculo de
coordenação)
É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece
uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que
estudemos”)
Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de
conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais
importante do que memorizar as conjunções será observá-las em seus
contextos e, a partir dessa observação, encaixá-la em um grupo
(coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas;
subordinativas integrantes ou adverbiais – causal, comparativa, concessiva,
condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional ou temporal).
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
aditivas e, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem
como
adversativas e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não
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obstante, apesar disso, em todo caso)
alternativas ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer
conclusivas logo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por
isso
explicativas que, porque, porquanto, pois (antes de verbo)
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
integrantes (introduzem orações
subordinadas que funcionam como
substantivos: subjetiva, predicativa,
objetiva direta, objetiva indireta,
completiva nominal, apositiva)
que, se
adverbiais (introduzem orações subordinadas que traduzem circunstâncias)
causais
que, porque, pois, como, porquanto, visto que, visto
como, já que, uma vez que, desde que, na medida em
que, se
comparativas
como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou
do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do
mesmo modo que), o mesmo que (= como)
concessivas
embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por
muito que, por menos que, se bem que, em que (pese),
nem que, dado que, sem que (= embora não)
condicionais se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (=
se não), a não ser que, a menos que, dado que.
conformativas como, conforme, segundo, consoante
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36
consecutivas
que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto,
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de
modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que
(não)
finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que
proporcionais
à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos),
quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais),
(tanto)... quanto
temporais
Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
que, assim que, desde que, antes que, depois que, até
que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que
17. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Atendente Comercial/2011 –
adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue os itens
abaixo.
I. No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o
seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe.
II. Os termos “Porque” (v.2) e “Porém” (v.7) estabelecem, nos respectivos
trechos, semelhantes relações de sentido.
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37
III. No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de
tempo.
Comentário – Item I: errado. O verbo desculpar corretamente flexionado na
segunda pessoa do singular do presente do subjuntivo. Quanto ao número e à
pessoa, a referência é o pronome TU, representante da pessoa com quem o
enunciador fala. Quanto ao tempo e modo verbal, o subjuntivo traduz a ideia
de possibilidade presente nas palavras do poema.
Item II: errado. A conjunção “Porque” apresenta o motivo pelo
qual o autor escreve a carta; a conjunção “Porém”, como conjunção
adversativa que é, introduz ideia de ressalva, contraste.
Item III: errado. “Talvez” exprime circunstância de dúvida;
“até” denota ideia de inclusão.
Resposta – Itens errados.
[...] A ideologia
10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de
mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de
capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por
13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade,
coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior
produtividade quando seus resultados forem distribuídos
16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser
atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a
redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de
19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema
produtivo. [...]
Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet:
<www.espacoacademico.com.br> (com adaptações)
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18. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Julgue os itens abaixo,
relativos ao emprego das estruturas linguísticas do texto.
(A) Na linha 10, preserva-se a coerência textual ao se inserir da antes de
“produtividade”; mas, para se preservar a correção gramatical, será
necessário mudar “faz” para fazem.
(B) Para a coerência dos argumentos no texto, é indiferente o uso de
“quando” (l.15) ou de se, em seu lugar, pois o período sintático preserva
a ideia de condição.
(C) Seriam mantidas as relações entre os argumentos se, em lugar de “ou”
(l.18), antes do último termo da enumeração, fosse usado e; mas a
desvantagem seria a repetição do mesmo conectivo.
Comentário – Alternativa A: as locuções adjetivas “da competição” e “[da]
produtividade” estão subordinadas ao substantivo “ideologia” por meio da
mesma preposição: “de” (que se contraiu com o artigo “a” = “da”). Por isso a
repetição dela é desnecessária. Ainda que se queira empregá-la novamente, o
núcleo do sintagma permanece “ideologia” (terceira pessoa do singular), o que
obriga o verbo também a permanecer flexionado no mesmo número e na
mesma pessoa.
Alternativa B: frequentemente, classificamos a conjunção
quando como subordinativa adverbial temporal. Antes, porém, é preciso
analisar o seu real valor semântico no período em que ocorre. É o caso, por
exemplo, da passagem aludida pelo examinador. Nela, o valor semântico do
conectivo assemelha-se ao da conjunção condicional “se”. Por isso o uso de um
ou de outro é indiferente.
Alternativa C: a conjunção alternativa “ou” serviu para nos
comunicar que a concretização de um dos fatores (elevação proporcional dos
salários; redução dos preços de bens e serviços e aumento de investimentos
dos lucros gerados) é suficiente para elevar o nível de bem-estar coletivo. Já a
conjunção aditiva e muda esse entendimento e passa a indicar que deve haver
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o somatório desses fatores (eles devem ocorrer solidariamente) para que o
objetivo seja atingido.
Resposta – Itens errado, certo e errado.
[...] Pesquisas científicas
recentes sobre a raiva reforçam essa linha de pensamento, e
7 uma delas mostra que quem reprime sua frustração é pelo
menos três vezes mais propenso a admitir que chegou a um
ponto em sua carreira no qual não consegue mais progredir e
10 que tem uma vida pessoal decepcionante. Já as pessoas que
aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma
probabilidade muito maior de estar bem situadas
13 profissionalmente, além de desfrutar de maior intimidade física
e emocional com seus amigos e familiares. [...]
Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).
19. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Por causa das duas
ocorrências do pronome “que” (l.7-8) no mesmo período sintático, não é
recomendada a substituição de “no qual” (l.9) por que, apesar de a
coerência e a correção do texto serem mantidas.
Comentário – O “que” (l. 7-8) é conjunção integrante. Note que ele introduz
orações que funcionam como objeto direto dos verbos mostrar e admitir.
Isso nada tem a ver com a substituição proposta pelo examinador, que focaliza
pronome relativo. A razão do problema causado pela troca é outra.
O conjunto “no qual” (l. 9) é composto pela preposição em e
pelo pronome relativo o qual. A preposição é obrigatória porque introduz o
advérbio de lugar “um ponto em sua carreira”, expresso na oração anterior e
representado pelo pronome no segmento subsequente: não consegue mais
progredir em um ponto em sua carreira (= “no qual”). Substituir “no qual” por
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“que”, sem a presença da preposição “em”, prejudica a correção gramatical.
Além disso, a coerência textual também sofre, observe:
“...chegou a um ponto em sua carreira que não consegue
mais progredir...”
Percebeu que agora é a “carreira” que não progride mais?
Essa mudança brusca de sentido afeta a coerência.
Resposta – Item errado.
[...]
[...]
[...]
20. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Nos trechos “que de fato
desprezava” (L.7) e “que ensinamentos tirei da leitura” (L.22), o elemento
“que” recebe a mesma classificação morfossintática.
Comentário – Na linha 7, o vocábulo classifica-se como pronome relativo,
substitui o antecedente “mulheres” e introduz oração subordinada adjetiva
restritiva.
Na linha 22, o “que” é conjunção integrante, introduz oração
subordinada substantiva objetiva direta.
Resposta – Item errado.
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41
[...]
[...]
21. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) Mantendo-se a correção gramatical e a
coerência do texto, a oração “se alguém é executado” (l.12), que expressa
uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas
não como se caso alguém se execute.
Comentário – Além de expressar uma hipótese por causa da conjunção
subordinativa “se”, a estrutura original transmite noção de passividade do
termo “alguém”: ele sofre a ação de ser executado.
A primeira proposta de substituição preserva tanto a correção
gramatical quanto a coerência do texto. A conjunção se foi substituída pela
também conjunção condicional caso. É digna de nota a flexão do verbo
executar, obrigatoriamente conjugado no subjuntivo (execute) por causa da
conjunção caso.
Mas a segunda proposta apresenta problemas. Com respeito
à correção gramatical, a justaposição das conjunções condicionais se caso fere
a normatividade da língua. Parece que o examinador quis confundir os
candidatos aproximando tal construção de outra bem semelhante: se acaso.
Nesta estrutura, não temos duas conjunções condicionais, mas uma conjunção
e um advérbio (= eventualmente). Em relação à coerência textual, segunda
proposta transmite noção reflexiva. Alguém executa a si mesmo? Pratica e
sofre a ação ao mesmo tempo? Não, não é essa a ideia original.
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Resposta – Item certo.
[...]
[...]
22. (Cespe/PCCE/Inspetor/2012) O conector “pois” (L.18) introduz ideia de
consequência no trecho em que ocorre.
Comentário – A conjunção “pois” introduz uma explicação ou justificativa
para o progresso do cientista político Phillippe Schmitter. Eis alguns conectivos
que transmitem a ideia de consequência alegada pelo examinador: que
(precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes
subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira
que.
Resposta – Item errado.
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23. Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao
se substituir o conectivo “pois” (L.1) por já que, uma vez que,
porquanto, visto que ou porque.
Comentário – Perceba que existe uma relação de causa e efeito entre as
orações ligadas por meio da conjunção “pois”, a qual introduz a oração
subordinada causal. Releia, portanto, o quadro das conjunções subordinativas
adverbiais causais para confirmar que todas as conjunções apresentadas pelo
examinador podem expressar noção de causa.
Resposta – Item certo.
• Verbos
a) FLEXÕES VERBAIS
Voz
1. ATIVA � indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo.
Ex.: Cabral descobriu o Brasil.
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2. PASSIVA � indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo.
Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral.
ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o
SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o
OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva.
2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for
INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA.
Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado.
As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz
passiva sem agente da passiva.
3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e
pronominal ou sintética.
Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal
no particípio = analítica.
Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO +
pronome SE = sintética.
Agora considere o seguinte trecho: “[...] Pacientes afetados pela
síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’
[...]”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva.
VOZ ATIVA VOZ PASIVA
Sujeito
Pacientes
afetados pela
síndrome
Agente da
passiva
pelos pacientes
afetados pela
síndrome
Verbo
transitivo
direto
ultrapassaram (o
que?)
Locução verbal
(voz passiva
analítica)
foi ultrapassada
Objeto direto
a fronteira da
adaptabilidade às
demandas
Sujeito
paciente
A fronteira da
adaptabilidade às
demandas
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Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa:
a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE =
sujeito indeterminado
b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE =
sujeito indeterminado
c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO +
SE = sujeito indeterminado
d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO
DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado
3. REFLEXIVA � indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo
sujeito ao mesmo tempo.
Ex.: Não me considero tão importante.
Reservamo-nos o direito de ficar calado.
Ele se deu um presente.
ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo
vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e
representa a mesma pessoa do sujeito.
2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando,
conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo,
etc.
Ex.: Feri-me a mim mesmo.
Julgai-vos a vós mesmos.
3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade.
Ex.: Os amigos se cumprimentaram.
Amavam-se um ao outro.
1 Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem
ao longo da história tem sido seu constante anseio de
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buscar novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos,
4 investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o
conhecimento. Desde seus primórdios, os seres humanos
dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade,
7 este desejo de conhecer, uma das mais significativas forças
impulsoras da humanidade. O fato é que essa ininterrupta e
incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes
10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu
insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar
em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem
13 depara-se com seus limites. [...]
Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).
Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).
24. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Seriam preservadas a
correção gramatical do texto, bem como a coerência de sua
argumentação, se, em lugar de “tem sido” (l.2), fosse usada a forma
verbal é; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter
contínuo e constante dos aspectos mencionados.
Comentário – Vamos reescrever a passagem utilizando a forma verbal
sugerida: “Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao longo da
história é seu constante anseio...”. Pronto, ficou claro que realmente não
existe problema. Usado no presente, o verbo ser indica um fato atual,
simultâneo ao ato da fala. Mas o pretérito perfeito composto, de fato, imprime
à passagem um aspecto durativo, contínuo, não limitado no tempo. Vamos
“ouvir” o que Cegalla tem a nos dizer: “O pretérito perfeito composto traduz
um fato passado repetido, ou que se prolonga até o presente:
Tenho-lhe dado sempre bons conselhos.”
Resposta – Item certo.
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1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção
à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração
dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemente os
4 agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados
pelo exercício do trabalho. [...]
Elias Tavares de Araújo. Perícia médica. In: José E. Assad (Coord.). Desafios
éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptações).
25. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Para se realçar “mecanismos
de monitoração” (l.2), em vez de “regime trabalhista” (l.1), poderia ser
usada a voz passiva, escrevendo-se são instituídos em vez de “institui”
(l.2), sem que a coerência entre os argumentos e a correção gramatical
do texto fossem prejudicadas.
Comentário – Faça a troca exatamente como sugere o examinador e constate
o quanto é descabida a proposição: “O regime trabalhista [...] são instituídos
mecanismos de monitoração dos indivíduos...”. Notou a falta de concordância
entre sujeito e verbo? Notou que não há agente da passiva corretamente
indicado pelo vocábulo pelo (contração da preposição per com o artigo o). A
alteração adequada deveria ser assim: “Mecanismos de monitoração dos
indivíduos são instituídos pelo regime trabalhista...”.
Resposta – Item errado.
[...]
10 A declaração não previu que o desenvolvimento
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,
[...]
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
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Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).
26. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração
não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:
Na declaração, não se previu.
Comentário – A banca resolveu explorar a mudança de voz verbal, que veio
acompanhada por outras modificações. Em vez de transformar o sujeito (“A
declaração”) em agente da passiva, a banca tornou-o adjunto adverbial
(antecipado, o que justifica o uso da vírgula): Na declaração. Até aqui, tudo
bem. Não podemos dizer que a nova redação está errada só por causa disso.
Também não há incorreção na formação da voz passiva sintética (formada pela
combinação de verbo transitivo direto com pronome apassivador): se previu,
nem na posição proclítica do tal pronome, atraído pelo advérbio não. Com a
nova redação, a forma verbal previu passou a concordar com o sujeito
oracional que o desenvolvimento capitalista chegasse...
Resposta – Item certo.
[...]
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...] Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).
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27. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do
texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse
substituído por Não se admitem.
Comentário – Na redação original, o verbo ser está na voz ativa e concorda
na terceira pessoa do singular com o sujeito oracional “que grupos privados
transacionais... sejam... o verdadeiro governo do mundo”. Na redação
proposta, o sujeito continua o mesmo, embora o verbo admitir se flexione na
voz passiva sintética. Portanto não há razão para que o verbo admitir se
flexione na terceira pessoa do plural.
Resposta – Item errado.
1 No século XIX, enfatizou-se, nos mais diversos
domínios, a busca de explicações sobre as origens — dos
homens, das sociedades, das nações. Foi dentro desse quadro
[...]
Márcia Regina Capelar Naxara. Cientificismo e sensibilidade romântica.
Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2004, p. 24-35 (com adaptações).
28. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à prescrição
gramatical o emprego, na linha 1, da forma verbal foi enfatizada, em
vez de “enfatizou-se”.
Comentário – Sim. O sujeito continuaria sendo a expressão “a busca de
explicações sobre as origens”; o verbo continuaria na voz passiva (apenas
passaria de passiva sintética para passiva analítica). O gênero feminino do
vocábulo enfatizada justifica-se pela concordância do particípio com o
substantivo “busca”.
Resposta – Item certo.
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Número e Pessoa
1ª 2ª 3ª
singular eu tu ele/ela
plural nós vós eles/elas
[...]
29. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/Técnico em Material e
Patrimônio/2012) A flexão de singular na forma verbal “importava” (L.26)
justifica-se por ser o sujeito da oração indeterminado, de interpretação
genérica.
Comentário – O verbo “importava” está na terceira pessoa do singular porque
concorda com o sujeito oracional “descobrir e estudar” (l. 27). Basta fazer a
boa e velha pergunta ao verbo: “O que importava?” A resposta é o sujeito:
“Descobrir e estudar”. Entenda assim, para melhor compreensão: descobrir e
estudar importava. Como se percebe, o sujeito está bem determinado na
passagem. Na aula sobre concordância verbal, veremos que o verbo se
flexiona na terceira pessoa do singular quando o sujeito, mesmo sendo
composto, é oracional (apresenta verbo em sua estrutura).
Resposta – Item errado.
Modo e Tempo
Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar.
Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentre de determinado momento
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(durante o ato da comunicação, antes ou depois dele). Mais à frente falarei
melhor sobre o emprego dos tempos e modos.
MODOS TEMPOS SIMPLES
indicativo
presente (tenho)
pretérito
perfeito (tive)
imperfeito (tinha)
mais-que-perf. (tivera)
futuro do presente (terei)
do pretérito (teria)
subjuntivo
presente (tenha)
pretérito imperfeito (tivesse)
futuro (tiver)
imperativo afirmativo (tem tu)
negativo (não tenhas tu)
MODOS TEMPOS COMPOSTOS
Indicativo
pretérito Perfeito (tenho/hei cantado)
mais-que-perfeito (tinha/havia cantado)
futuro do presente (terei/haverei cantado)
do pretérito (teria/haveria cantado)
Subjuntivo
pretérito Perfeito (tenha/haja cantado)
mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)
futuro (tiver/houver cantado)
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ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos
compostos da voz ativa. Eles são formados pelos verbos auxiliares ter ou
haver, seguidos do particípio do verbo principal.
Ex.: Temos estudado muito.
Tinha posto a televisão na sala.
Havíamos chegado tarde.
2. Note que não há tempos compostos relativos ao
presente e ao pretérito imperfeito. Eles são usados para formar,
respectivamente, o pretérito perfeito composto e o pretérito mais-que-perfeito
composto. Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo.
3. O tempo composto da voz passiva é formado com o
emprego simultâneo dos auxiliares ter ou haver e ser, seguidos do particípio
do verbo principal.
Ex.: Temos sido ensinados pelo professor.
O casal havia sido visto no restaurante.
b) EMPREGO DOS MODOS VERBAIS
– Indicativo: é associado a ações presentes, pretéritas (ou
passadas) ou futuras que consideramos de ocorrência certa.
– Subjuntivo: também é associado a acontecimentos presentes,
pretéritos ou futuros; mas com ocorrência provável, hipotética, duvidosa.
– Imperativo: associado a ordens, pedidos, súplicas que
desejamos.
Atenção! Quanto às formas nominais do verbo, o infinitivo indica a ação
verbal em si mesma; o gerúndio indica a ação em processo; o particípio
indica uma ação em curso ou um adjunto de um substantivo.
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c) EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
O presente do indicativo pode indicar valores semânticos tais
como:
1. fato que se realiza no momento do discurso.
Ex.: A turma toda estuda agora.
2. fato permanente
Ex.: O sol aquece a Terra.
3. fato habitual.
Ex.: Aquele atleta levanta cedo, alimenta-se bem e treina
intensamente.
4. presente histórico, ou seja, substitui o pretérito para enfatizar
a descrição do fato, conferir mais vivacidade a ele.
Ex.: Antes de subir aos céus, Jesus diz a seus discípulos: “Eu sou o
caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João
14:6).
5. certeza do fato a que nos referimos e que acontecerá
brevemente, substituindo o futuro do presente.
Ex.: O artilheiro disse que joga amanhã.
Presidente americano chega amanhã ao Brasil.
ATENÇÃO! Esses dois últmos casos têm surgido com frequência em provas.
Mais à frente, resolveremos uma qustão semelhante. Recomendo bastante
atenção a eles.
O pretérito perfeito do indicativo indica que o fato foi
perfeitamente concluído.
Ex.: O réu recorreu da decisão do juiz.
linguagem jornalística
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Também é recorrente em provas a discussão sobre os aspectos
indicados pelo pretérito imperfeito do indicativo. Fique atento aos valores
semânticos desse tempo verbal:
1. indica fato que ocorria habitualmente.
Ex.: Joãozinho era o primeiro a terminar as provas.
2. seu uso em substituição ao presente traduz cortesia e atenua
uma afirmação ou um pedido.
Ex.: Eu queria saber se o diretor já chegou.
3. indica simultaneidade entre dois fatos passados.
Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi
publicado.
4. denota uma consequência de um fato hipotético; substitui,
nesses casos, o futuro do pretérito.
Ex.: Houvesse estudado mais, passava em primeiro lugar.
O pretérito mais-que-perfeito do indicativo indica um fato
passado e anterior a outro também passado.
Ex.: Quando o candidato chegou ao local do concurso, o portão já
se fechara.
Pode também surgir em frases optativas:
Ex.: Quem me dera casar com ela...
O futuro do presente do indicativo pode, além de indicar um
fato que ainda vai acontecer, sugerir valor semântico de imperativo:
Ex.: Nas férias, viajaremos para Caldas Novas.
“Não adulterarás” (Êxodo 20:13)
Entre os valores semânticos do futuro do pretérito do
indicativo, destaco:
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55
1. o que indica ação futura expressa no passado.
Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em
casa.
2. aquele que indica um fato cuja realização depende de uma
condição que não se concretizou no passado e que,
provavelmente, não se realizará.
Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.
CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira oração no presente ou
no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas
modificações, a condição expressa por ela será tomada como uma hipótese
que poderá ocorrer, ou não.
Caso estudemos mais, obteremos a classificação.
Se estudarmos mais, obteremos a classificação.
Em relação ao subjuntivo, note que ele pode indicar hipótese,
condição, vontade do indivíduo que fala enunciadas no presente, no pretérito
ou no futuro.
Ex.: Meu desejo é que todos sejam aprovados. (presente do
subjuntivo)
Paula talvez lhe telefonasse à noite. (pretérito imperfeito
do subjuntivo)
Se estudares, terás bom resultado. (futuro do subjuntivo)
Também é digno de nota o emprego do pretérito imperfeito do
subjuntivo como condição para a ocorrência de outra ação verbal.
Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.
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d) CORRELAÇÃO VERBAL
Preciso falar com você sobre correlação verbal – coerência que,
em uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as formas verbais
utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articulação temporal entre os verbos,
que eles se correspondam, de maneira a expressar as ideias com lógica.
Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si. Veja este
exemplo:
Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.
O verbo dormir está no pretérito imperfeito do subjuntivo.
Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade,
eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de
maneira a garantir que o período tenha lógica?
Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia),
um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação condicionada
(que depende de algo), quando esta se refere a fatos que não se realizaram e
que, provavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está coerente, já
que a ideia transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de
uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá.
Veja o mesmo exemplo, mas sem correlação verbal:
Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição.
Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está
conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre
outras ideias, fatos certos ou prováveis. Nesse caso, não podemos dizer que
jamais aprenderemos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a
uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito imperfeito do
subjuntivo) de dormir.
A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são
concordantes:
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1. presente do indicativo + presente do subjuntivo:
Exijo que você faça o dever.
2. pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:
Exigi que ele fizesse o dever.
3. presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:
Espero que ele tenha feito o dever.
4. pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do
subjuntivo:
Queria que ele tivesse feito o dever.
5. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:
Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.
6. pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:
Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.
7. pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito
composto do indicativo:
Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas respostas.
8. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:
Quando você fizer o dever, dormirei.
9. futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:
Quando você fizer o dever, já terei dormido.
1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso
da técnica, com transformações profundas das noções de espaço
e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse
4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no
homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento
de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. Nada
7 vemos de semelhante ao que aconteceu, no plano das ideias, em
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outro momento de grandes transformações da técnica e também
de grandes descobertas — o século XVI —, com o
10 renascimento de um mundo esquecido e das doutrinas dos
velhos filósofos da Grécia e do Oriente, e, com elas, a crítica e
a dissolução de antigas crenças que davam ao homem
13 “a certeza do saber e a segurança da ação”. Na época dos
descobrimentos, dos Renascimentos, das incertezas, o espaço
tornou-se uma pluralidade de espaços; o tempo, uma
16 pluralidade de tempos. Hoje, quando predominam as
estatísticas como definidoras e reguladoras da vida social e
política, as verdades matemáticas são inquestionáveis, até
19 mesmo nos sonhos. Espaço e tempo tornam-se unidades
sistematizadas. Portanto, esta concepção engendra e é, ao
mesmo tempo, engendrada pela ideia de sistema, que é a plena
22 realização da racionalidade contemporânea.
Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto
Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia
das Letras, p. 14-5 (com adaptações).
30. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Julgue os itens abaixo a
respeito das alterações propostas para as estruturas linguísticas do texto.
(A) A preposição na expressão “com o renascimento” (l.9-10) introduz uma
ideia de causa para as “grandes transformações” (l.8); por isso, a
reescrita como devido o renascimento preservaria a coerência e a
correção gramatical do texto.
(B) Em “o espaço tornou-se uma pluralidade de espaços” (l.14-15), o
deslocamento do pronome para antes da forma verbal violaria as regras
gramaticais.
(C) No desenvolvimento do texto, a retirada da conjunção “quando” (l.16)
provocaria erro na estrutura gramatical do período sintático, mas
preservaria as relações significativas e a coerência entre os argumentos.
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Comentário – Alternativa A: há um problema na construção da locução
prepositiva devido a: a ausência da preposição a. Isso acarreta erro
gramatical e compromete a coesão do texto. Devido é a forma nominal do
verbo dever conhecida como particípio. Acompanhada da preposição a,
converte-se em locução prepositiva. O particípio flexiona-se em gênero e
número para concordar com o substantivo: “A consagração dela é devida à (e
não devido à) intensa dedicação”; “Os efeitos colaterais, devidos à (e não
devido à) má administração dos medicamentos, dificultam a recuperação do
paciente.
Alternativa B: Não há violação às regras gramaticais, repare:
“o espaço se tornou uma pluralidade de espaços”. O que a norma culta não
admite é que o pronome oblíquo átono (me, te, se...) principie a oração: “Me
dê motivo pra ir embora...” (Tim Maia). Construções desse tipo caracterizam
linguagem informal.
Alternativa C: originalmente, a conjunção quando acentua a
relação de temporalidade entre as duas orações (“...predominam as
estatísticas...” e “...as veredas matemáticas são inquestionáveis...”). Seu valor
semântico indica que um fato ocorre concomitantemente ao outro.
Sintaticamente, o conectivo marca a subordinação da primeira oração à
segunda. Vamos reescrever a passagem conforme a proposta do examinador
(permita-me o negrito) “Hoje, predominam as estatísticas como
definidoras e reguladoras da vida social e política, as veredas
matemáticas são inquestionáveis até mesmo nos sonhos.” As relações
sintáticas foram modificadas: sumiu a mencionada subordinação; agora as
orações são coordenadas, equivalem-se sintaticamente. Perdeu-se também a
noção de concomitância entre os fatos, ainda que eles ocorram atualmente (=
”Hoje”).
Resposta – Itens errados.
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60
[...] Para crescer mais e de maneira
13 socialmente mais includente, do que o Brasil realmente precisa é
que se desconstrua o mito do gigante adormecido. E, para isso,
carecemos de um discurso que apresente à sociedade os custos
16 reais que precisam ser pagos para promover a prosperidade de
cada indivíduo e do conjunto da nossa sociedade.
Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio
Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações).
31. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Assinale a opção correta a
respeito do uso das formas verbais no texto.
(A) O uso do modo subjuntivo em “desconstrua” (l.14) indica haver apenas
uma possibilidade, uma hipótese de se desconstruir o mito; para afirmar
uma certeza, seria escrito desconstrói.
(B) Ressalta-se a importância dos “custos reais” (l.15-16), sem prejudicar a
correção gramatical do texto, se for usada a forma flexionada no verbo
ser, escrevendo-se serem pagos.
(C) Seriam preservadas a coerência entre os argumentos e a correção
gramatical do texto, com a forma flexionada da forma verbal “promover”
(l.16), escrevendo-se promovermos.
Comentário – Alternativa A: é comum os verbos conjugados no modo
subjuntivo virem antecedidos pelas conjunções que, caso e embora e por
advérbios que exprimem dúvida (talvez, possivelmente etc.) Às vezes, é de
fato a conjunção que obriga o uso do verbo no modo subjuntivo, mesmo sem a
aparente ideia de possibilidade, incerteza. Note, por exemplo, a conjunção
“que” no início da linha 14. Ela impede que seja utilizada uma forma verbal do
indicativo.
Alternativa B: estamos diante de uma locução verbal:
“precisam ser pagos”. Nela, o último verbo (“pagos”) é o principal, que se
apresenta em uma forma nominal (particípio); os demais verbos são
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auxiliares; a flexão de número e pessoa recai sobre o primeiro. Portanto
constitui erro a forma precisam serem pagos.
Alternativa C: o verbo está no infinitivo impessoal quando,
não flexionado, não se refere a nenhuma pessoa gramatical e desempenha a
função de substantivo (serve para nomear uma ação: Nadar é bom para a
saúde.). Por outro lado, será pessoal quando, flexionado, referir-se a uma
pessoa gramatical. Este é o caso da forma verbal promovermos, que aponta
para o sujeito desinencial nós, o mesmo da forma verbal “carecemos”.
Resposta – C
[...] Pesquisas científicas
recentes sobre a raiva reforçam essa linha de pensamento, e
7 uma delas mostra que quem reprime sua frustração é pelo
menos três vezes mais propenso a admitir que chegou a um
ponto em sua carreira no qual não consegue mais progredir e
10 que tem uma vida pessoal decepcionante. Já as pessoas que
aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma
probabilidade muito maior de estar bem situadas
13 profissionalmente, além de desfrutar de maior intimidade física
e emocional com seus amigos e familiares. [...]
Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).
32. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Por ter como agente
“pessoas” (l.10), o infinitivo empregado em “explorar” (l.11) poderia ser
flexionado no plural, explorarem, sem prejudicar a coerência e a correção
gramatical do texto.
Comentário – O infinitivo “explorar” é o verbo principal da locução “aprendem
a explorar”. Nela, o primeiro verbo é o auxiliar. É dele a atribuição de se
flexionar em número e pessoa.
Resposta – Item errado.
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33. (Cespe/CEF/Advogado/2010) “A população carcerária no Brasil é
composta fundamentalmente por jovens”. O vocábulo “jovens” classifica-
se como adjetivo.
Comentário – Adjetivo é palavra que se relaciona com o substantivo para lhe
atribuir uma característica. Com ele concorda em número e gênero. Exemplos:
mulher alta, livros bons, árvore alta, tapete novo etc. Na frase em que
surge, o vocábulo “jovens” nomeia (e não caracteriza) pessoas que estão nos
primeiros tempos de existência, que são juvenis,novas. É, pois, substantivo.
Resposta – Item errado.
34. (Cespe/Pró-Saúde/Fisioterapeuta/2010) “De tão recorrente, virou alvo de
um projeto internacional para preveni-lo [...] afirma o psicoterapeuta João
Figueiró, presidente do Instituto Zero a Seis”. Os vocábulos “recorrente” e
“presidente” pertencem à mesma classe de palavras.
Comentário – A palavra “recorrente” atribui ao pronome substantivo “-lo” a
característica de tornar a aparecer ou de aparece depois de haver
desaparecido. É , portanto, adjetivo. Já o vocábulo “presidente” é substantivo
que designa pessoa (“João Figueiró”) que chefia conselho, tribunal, assembleia
etc.
Resposta – Item errado.
35. (Cespe/DPU/Analista Técnico-Administrativo/2010) “O direito que se
realiza pacificamente é o ideal — praticamente inatingível — de uma
sociedade que se queira justa. A palavra “ideal” é um adjetivo que
caracteriza “direito”.
Comentário – A presença do artigo “o” antes do vocábulo “ideal” torna-o um
substantivo. Os artigos têm o “poder” de substantivar qualquer palavra, até
mesmo verbo: O cantar dos pássaros é belo.
Resposta – Item errado.
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36. (Cespe/SAD-PE/Contador/2010) “A capacidade de associação, ou o poder
de conectar perguntas [...]. Quanto maior a variedade de experiências e
de conhecimento, mais conexões o cérebro pode fazer”. Os vocábulos
“poder” e “pode” pertencem à mesma classe de palavras.
Comentário – Notou o artigo “o” antes do vocábulo “poder”? Sim, ele é um
substantivo que designa a capacidade, a virtude, a habilidade de fazer algo. A
palavra “pode” é verbo auxiliar que integra a locução verbal “pode fazer”.
Resposta – Item errado.
37. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Com relação à estrutura
gramatical do primeiro parágrafo do texto, assinale a opção correta.
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(A) O vocábulo “se” (L.3) indica, no texto, uma condição para o trabalho;
nesse caso específico, essa condição é deixar de ver o filho nascer ou
crescer.
(B) Na oração “Outro aspecto aterrador aparece” (L.5), a palavra “Outro”
indica que um aspecto considerado aterrador — o fato de as pessoas
acharem que é importante fazer alguma coisa — já foi mencionado
anteriormente.
(C) Na linha 6, o vocábulo “para”, em ambas as ocorrências, pertence à
mesma classe de palavras.
(D) Seriam mantidos a correção gramatical do texto e o seu sentido original
se o trecho “tanto no nível pessoal como no profissional” (L.12-13) fosse
reescrito como tanto a nível de pessoa como a nível de trabalho.
(E) No final do primeiro parágrafo, está implícita a palavra nível antes do
termo “profissional”.
Comentário – Alternativa A: errada. O “se” não exprime condição, pois não é
conjunção condicional. Ele é pronome apassivador. Talvez isso seja mais bem
percebido se você colocar a estrutura na voz passiva analítica: ...nem que para
isso deixe de ser visto o filho nascer ou crescer.
Alternativa B: errada. O que é aterrador e surge
anteriormente é o fato de o trabalho e a produção terem prioridade sobre o
acompanhamento do nascimento e crescimento dos filhos.
Alternativa C: errada. Aqui o examinador explorou as novas
regras ortográficas. O primeiro “para” é verbo (eu paro, tu paras, ele para
etc.), que perdeu o acento diferencial (até 31/12/2012, o uso é facultativo). O
segundo “para” é preposição que indica finalidade.
Alternativa D: errada. A nível de é uma locução inadequada
do ponto de vista da gramática normativa. Caso a intenção seja transmitir o
sentido de “em relação a”, “em termos de”, use “em nível (de)”: Em nível (de)
internacional, nossa educação é uma das piores do mundo. Caso a intenção
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seja transmitir o sentido de “a mesma altura”, use “ao nível de”: Não se
rebaixe ao nível dele.
Alternativa E: certa. É fácil perceber o que o examinador
afirma: ...tanto no nível pessoal como no nível profissional.
Resposta – E
38. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Da combinação inusitada do verbo morrer,
flexionado no pretérito perfeito do indicativo, com a expressão adverbial
“desde pequena” (L.8) infere-se uma compreensão da morte diferente da
que estaria implícita caso tivesse sido empregada a locução verbal Venho
morrendo.
Comentário – A forma verbal “Morri”, no pretérito perfeito do indicativo,
exprime um fato começado e totalmente concluído. A locução verbal Venho
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morrendo, com o verbo principal no gerúndio, indica que o fato começou e
não foi totalmente concluído ainda; ele está em desenvolvimento.
Resposta – Item certo.
Muito bem, vamos ficar por aqui hoje.
Havendo qualquer dificuldade com respeito à matéria tratada nesta
aula, faça contato comigo por meio do fórum.
Na próxima aula, estudaremos regência e crase. Até lá!
Albert Iglésia
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67
Lista das Questões Comentadas
[...]
1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) Na
construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo
“militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora
como substantivo, ora como verbo.
[...]
[...]
2. (Cespe/STM/Analista Judiciário/Execução de Mandados/2011) A inserção
do artigo definido plural os imediatamente antes da palavra “policiais”
(L.6) não alteraria o sentido original do período.
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68
[...]
3. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) Os substantivos “velhice” (L.1) e “tese”
(L.11) estão empregados no texto de forma indefinida e com sentido
genérico.
[...]
16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções
acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas:
há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como
19 um progresso: os povos civilizados não executam seus
condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um
corolário da incerteza ética de nossa cultura.
[...]
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69
4. (Cespe/DPF/Papiloscopista/2012) O termo “Essa discrição” (l.18)
refere-se apenas ao que está expresso na primeira oração do período que
o antecede.
[...]
[...]
5. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011) O elemento que
possui, em todas as suas ocorrências (L.7, 8, 13 e 14), a propriedade de
retomar palavras ou expressões que o antecedem no texto.
[...]
[...]
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70
6. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) A supressão da preposição em “em
que” desrespeitaria as regras gramaticais, pois, por meio dela, se
indica que o pronome “que” retoma “subjetividade” .
[...]
7. (Cespe/FUB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Na linha 49, o
vocábulo “se” é empregado com a mesma função nas duas ocorrências: a
de marcar reciprocidade de ação.
1 A tecnologia passou a dominar não apenas o
comércio, as cidades, a vida cotidiana e a intimidade do
homem, mas foi além: transformou-se na linguagem do mundo
4 contemporâneo, nossa mediação universal. Como sistema
universal, a História — da mesma maneira que as ciências, as
artes e a política — é vista da mesma perspectiva, isto é, por
7 meio de um conjunto de regras de conhecimentos, geralmente
quantificados, que valem de forma diferenciada para todas as
dimensões do real.
10 É impossível despojar o mundo das suas
ambiguidades, paradoxos e enigmas, e dominá-lo plenamente
por meio da racionalidade técnica e de forma sistemática. Em
13 vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver no meio dos
acontecimentos, o homem moderno tem a pretensão de
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dominá-lo pela técnica. Mas ele não se dá conta de que essa
16 pretensão é o que o transforma no escravo moderno: dominado
por causas exteriores, o homem perde a prudência e age como
qualquer ser passional, isto é, tudo o que ele faz só faz porque
19 é levado pelos acontecimentos.
Russell A. Mittermeyer. Um planeta febril. In: Istoé, 23/12/2009, p. 117 (com adaptações).
8. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) Considerando o uso das estruturas
linguísticas no texto, assinale a opção correta.
(A) A expressão “da mesma maneira” (l.5) estabelece uma comparação entre
o “sistema universal” (l.4-5) e o “conjunto de regras de conhecimentos”
(l.7).
(B) A expressão “por meio de” (l.6-7) e o vocábulo “pela” (l.15) atribuem a
ideia de instrumento, respectivamente, a “um conjunto de regras” (l.7) e
a “técnica” (l.15).
(C) Os pronomes em “dominá-lo” (l.11) e em “o transforma” (l.16) referem-se
a “mundo”, respectivamente, nas linhas 10 e 13.
(D) Na linha 12, a repetição da preposição de, que precede “racionalidade
técnica” e “forma sistemática”, indica que se trata de dois complementos
para a expressão “por meio”.
(E) A preposição de, em “dos acontecimentos” (l.13-14), corresponde à
preposição a e por ela pode ser substituída, sem prejudicar a correção e a
coerência do texto.
1 Afirma-se que a inovação e, particularmente, seus
produtos tecnológicos estimulam a competitividade e, dessa
forma, contribuem para o crescimento econômico do país.
4 Consequentemente, a competitividade é erigida em valor
supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza
imanente à espécie humana. Omite-se, propositadamente,
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7 que o mais longo período da história da vida humana foi
orientado pela cooperação e solidariedade, valores
fundamentais para a sobrevivência da espécie. A ideologia
10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de
mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de
capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por
13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade,
coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior
produtividade quando seus resultados forem distribuídos
16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser
atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a
redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de
19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema
produtivo. Deixemos bem claro: não se discute aqui a
necessidade de tecnologia nas sociedades contemporâneas,
22 mas a condição de que esta seja ambientalmente segura,
socialmente benéfica (para todos) e eticamente aceitável.
Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações)
9. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) A coerência e a correção
gramatical do texto seriam mantidas ao se substituir
(A) “erigida em valor supremo” (l.4-5) por erigida valor supremo.
(B) “fundamentais para a sobrevivência” (l.9) por fundamentais a
sobrevivência.
(C) “atingido mediante a elevação” (l.17) por atingido pela elevação.
(D) “condição de que esta seja” (l.22) por condição que esta seja.
[...] O fato é que essa ininterrupta e
incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes
10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu
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73
insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar
em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem
13 depara-se com seus limites. [...]
Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).
Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).
10. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A repetição da preposição a
em “ao tentar” (l.11) é fundamental para mostrar que a oração aí iniciada
está em paralelo com a oração iniciada por “ao dar vazão” (l.10); e que
não se trata de mais um termo da enumeração de verbos que
complementam “afã de” (l.11).
1 A realidade atual vem exigindo dos pesquisadores
envolvidos com a temática da saúde maiores esforços para
compreender as mudanças recentes, pois o modo de as pessoas
4 fazerem uso de suas capacidades físicas, cognitivas e afetivas
para produzir foi transformado. [...]
Ada Ávila Assunção. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho.
In: Ciênc. Saúde Coletiva, v. 8, n.º 4, p. 1.005-18, 2003 (com adaptações).
11. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A organização das ideias no
texto mostra que “realidade atual” (l.1) constitui a circunstância de tempo
em que a “temática da saúde” (l.2) está sendo considerada; por isso,
mantêm-se as relações entre os argumentos e a correção gramatical ao se
iniciar o texto com Na realidade atual.
12. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Na linha 2, em razão da
acepção de “envolvidos” usada no texto, é possível substituir “com a” por
na, sem prejudicar sua correção gramatical, nem tornar incoerente a
relação entre as ideias apresentadas.
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74
13. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A preposição em “para
compreender” (l.2-3) e “para produzir” (l.5) expressa o sentido de
finalidade: a finalidade dos “esforços” (l.2) e das “capacidades” (l.4),
respectivamente.
14. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) No trecho "estão
convencidos de que as desigualdades são, em sua maior parte, sociais ou
históricas" (L.8-10), a omissão da preposição "de" prejudicaria a correção
gramatical do período.
[...]
[...]
15. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) A substituição da
locução “a fim de” (L.16) por para manteria a correção gramatical e o
sentido original do texto.
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75
[...]
16. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A preposição “para”,
em “para a discussão” (L.3) e em “para colecionar livros” (L.23), introduz
expressão que exprime finalidade.
17. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Atendente Comercial/2011 –
adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue os itens
abaixo.
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76
I. No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o
seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe.
II. Os termos “Porque” (v.2) e “Porém” (v.7) estabelecem, nos respectivos
trechos, semelhantes relações de sentido.
III. No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de
tempo.
[...] A ideologia
10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de
mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de
capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por
13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade,
coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior
produtividade quando seus resultados forem distribuídos
16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser
atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a
redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de
19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema
produtivo. [...]
Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet:
<www.espacoacademico.com.br> (com adaptações)
18. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Julgue os itens abaixo,
relativos ao emprego das estruturas linguísticas do texto.
(A) Na linha 10, preserva-se a coerência textual ao se inserir da antes de
“produtividade”; mas, para se preservar a correção gramatical, será
necessário mudar “faz” para fazem.
(B) Para a coerência dos argumentos no texto, é indiferente o uso de
“quando” (l.15) ou de se, em seu lugar, pois o período sintático preserva
a ideia de condição.
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(C) Seriam mantidas as relações entre os argumentos se, em lugar de “ou”
(l.18), antes do último termo da enumeração, fosse usado e; mas a
desvantagem seria a repetição do mesmo conectivo.
[...] Pesquisas científicas
recentes sobre a raiva reforçam essa linha de pensamento, e
7 uma delas mostra que quem reprime sua frustração é pelo
menos três vezes mais propenso a admitir que chegou a um
ponto em sua carreira no qual não consegue mais progredir e
10 que tem uma vida pessoal decepcionante. Já as pessoas que
aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma
probabilidade muito maior de estar bem situadas
13 profissionalmente, além de desfrutar de maior intimidade física
e emocional com seus amigos e familiares. [...]
Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).
19. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Por causa das duas
ocorrências do pronome “que” (l.7-8) no mesmo período sintático, não é
recomendada a substituição de “no qual” (l.9) por que, apesar de a
coerência e a correção do texto serem mantidas.
[...]
[...]
[...]
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20. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Nos trechos “que de fato
desprezava” (L.7) e “que ensinamentos tirei da leitura” (L.22), o elemento
“que” recebe a mesma classificação morfossintática.
[...]
[...]
21. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) Mantendo-se a correção gramatical e a
coerência do texto, a oração “se alguém é executado” (l.12), que expressa
uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas
não como se caso alguém se execute.
[...]
[...]
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79
22. (Cespe/PCCE/Inspetor/2012) O conector “pois” (L.18) introduz ideia de
consequência no trecho em que ocorre.
23. Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao
se substituir o conectivo “pois” (L.1) por já que, uma vez que,
porquanto, visto que ou porque.
1 Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem
ao longo da história tem sido seu constante anseio de
buscar novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos,
4 investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o
conhecimento. Desde seus primórdios, os seres humanos
dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade,
7 este desejo de conhecer, uma das mais significativas forças
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impulsoras da humanidade. O fato é que essa ininterrupta e
incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes
10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu
insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar
em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem
13 depara-se com seus limites. [...]
Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.).
Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações).
24. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Seriam preservadas a
correção gramatical do texto, bem como a coerência de sua
argumentação, se, em lugar de “tem sido” (l.2), fosse usada a forma
verbal é; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter
contínuo e constante dos aspectos mencionados.
1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção
à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração
dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemente os
4 agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados
pelo exercício do trabalho. [...]
Elias Tavares de Araújo. Perícia médica. In: José E. Assad (Coord.). Desafios
éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptações).
25. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Para se realçar “mecanismos
de monitoração” (l.2), em vez de “regime trabalhista” (l.1), poderia ser
usada a voz passiva, escrevendo-se são instituídos em vez de “institui”
(l.2), sem que a coerência entre os argumentos e a correção gramatical
do texto fossem prejudicadas.
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[...]
10 A declaração não previu que o desenvolvimento
capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de
capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente
nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar,
[...]
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).
26. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração
não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma:
Na declaração, não se previu.
[...]
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...] Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).
27. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do
texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse
substituído por Não se admitem.
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1 No século XIX, enfatizou-se, nos mais diversos
domínios, a busca de explicações sobre as origens — dos
homens, das sociedades, das nações. Foi dentro desse quadro
[...]
Márcia Regina Capelar Naxara. Cientificismo e sensibilidade romântica.
Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2004, p. 24-35 (com adaptações).
28. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à prescrição
gramatical o emprego, na linha 1, da forma verbal foi enfatizada, em
vez de “enfatizou-se”.
[...]
29. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/Técnico em Material e
Patrimônio/2012) A flexão de singular na forma verbal “importava” (L.26)
justifica-se por ser o sujeito da oração indeterminado, de interpretação
genérica.
1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso
da técnica, com transformações profundas das noções de espaço
e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse
4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no
homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento
de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. Nada
7 vemos de semelhante ao que aconteceu, no plano das ideias, em
outro momento de grandes transformações da técnica e também
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de grandes descobertas — o século XVI —, com o
10 renascimento de um mundo esquecido e das doutrinas dos
velhos filósofos da Grécia e do Oriente, e, com elas, a crítica e
a dissolução de antigas crenças que davam ao homem
13 “a certeza do saber e a segurança da ação”. Na época dos
descobrimentos, dos Renascimentos, das incertezas, o espaço
tornou-se uma pluralidade de espaços; o tempo, uma
16 pluralidade de tempos. Hoje, quando predominam as
estatísticas como definidoras e reguladoras da vida social e
política, as verdades matemáticas são inquestionáveis, até
19 mesmo nos sonhos. Espaço e tempo tornam-se unidades
sistematizadas. Portanto, esta concepção engendra e é, ao
mesmo tempo, engendrada pela ideia de sistema, que é a plena
22 realização da racionalidade contemporânea.
Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto
Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia
das Letras, p. 14-5 (com adaptações).
30. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Julgue os itens abaixo a
respeito das alterações propostas para as estruturas linguísticas do texto.
(A) A preposição na expressão “com o renascimento” (l.9-10) introduz uma
ideia de causa para as “grandes transformações” (l.8); por isso, a
reescrita como devido o renascimento preservaria a coerência e a
correção gramatical do texto.
(B) Em “o espaço tornou-se uma pluralidade de espaços” (l.14-15), o
deslocamento do pronome para antes da forma verbal violaria as regras
gramaticais.
(C) No desenvolvimento do texto, a retirada da conjunção “quando” (l.16)
provocaria erro na estrutura gramatical do período sintático, mas
preservaria as relações significativas e a coerência entre os argumentos.
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[...] Para crescer mais e de maneira
13 socialmente mais includente, do que o Brasil realmente precisa é
que se desconstrua o mito do gigante adormecido. E, para isso,
carecemos de um discurso que apresente à sociedade os custos
16 reais que precisam ser pagos para promover a prosperidade de
cada indivíduo e do conjunto da nossa sociedade.
Carlos Pio. Gigante adormecido. In: Correio
Braziliense, 15/4/2010 (com adaptações).
31. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Assinale a opção correta a
respeito do uso das formas verbais no texto.
(A) O uso do modo subjuntivo em “desconstrua” (l.14) indica haver apenas
uma possibilidade, uma hipótese de se desconstruir o mito; para afirmar
uma certeza, seria escrito desconstrói.
(B) Ressalta-se a importância dos “custos reais” (l.15-16), sem prejudicar a
correção gramatical do texto, se for usada a forma flexionada no verbo
ser, escrevendo-se serem pagos.
(C) Seriam preservadas a coerência entre os argumentos e a correção
gramatical do texto, com a forma flexionada da forma verbal “promover”
(l.16), escrevendo-se promovermos.
[...] Pesquisas científicas
recentes sobre a raiva reforçam essa linha de pensamento, e
7 uma delas mostra que quem reprime sua frustração é pelo
menos três vezes mais propenso a admitir que chegou a um
ponto em sua carreira no qual não consegue mais progredir e
10 que tem uma vida pessoal decepcionante. Já as pessoas que
aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma
probabilidade muito maior de estar bem situadas
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13 profissionalmente, além de desfrutar de maior intimidade física
e emocional com seus amigos e familiares. [...]
Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).
32. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Por ter como agente
“pessoas” (l.10), o infinitivo empregado em “explorar” (l.11) poderia ser
flexionado no plural, explorarem, sem prejudicar a coerência e a correção
gramatical do texto.
33. (Cespe/CEF/Advogado/2010) “A população carcerária no Brasil é
composta fundamentalmente por jovens”. O vocábulo “jovens” classifica-
se como adjetivo.
34. (Cespe/Pró-Saúde/Fisioterapeuta/2010) “De tão recorrente, virou alvo de
um projeto internacional para preveni-lo [...] afirma o psicoterapeuta João
Figueiró, presidente do Instituto Zero a Seis”. Os vocábulos “recorrente” e
“presidente” pertencem à mesma classe de palavras.
35. (Cespe/DPU/Analista Técnico-Administrativo/2010) “O direito que se
realiza pacificamente é o ideal — praticamente inatingível — de uma
sociedade que se queira justa. A palavra “ideal” é um adjetivo que
caracteriza “direito”.
36. (Cespe/SAD-PE/Contador/2010) “A capacidade de associação, ou o poder
de conectar perguntas [...]. Quanto maior a variedade de experiências e
de conhecimento, mais conexões o cérebro pode fazer”. Os vocábulos
“poder” e “pode” pertencem à mesma classe de palavras.
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37. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Com relação à estrutura
gramatical do primeiro parágrafo do texto, assinale a opção correta.
(A) O vocábulo “se” (L.3) indica, no texto, uma condição para o trabalho;
nesse caso específico, essa condição é deixar de ver o filho nascer ou
crescer.
(B) Na oração “Outro aspecto aterrador aparece” (L.5), a palavra “Outro”
indica que um aspecto considerado aterrador — o fato de as pessoas
acharem que é importante fazer alguma coisa — já foi mencionado
anteriormente.
(C) Na linha 6, o vocábulo “para”, em ambas as ocorrências, pertence à
mesma classe de palavras.
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(D) Seriam mantidos a correção gramatical do texto e o seu sentido original
se o trecho “tanto no nível pessoal como no profissional” (L.12-13) fosse
reescrito como tanto a nível de pessoa como a nível de trabalho.
(E) No final do primeiro parágrafo, está implícita a palavra nível antes do
termo “profissional”.
38. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Da combinação inusitada do verbo morrer,
flexionado no pretérito perfeito do indicativo, com a expressão adverbial
“desde pequena” (L.8) infere-se uma compreensão da morte diferente da
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que estaria implícita caso tivesse sido empregada a locução verbal Venho
morrendo.
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Gabarito das Questões Comentadas
1. Item certo
2. Item errado
3. Item errado
4. Item certo
5. Item errado
6. Item errado
7. Item errado
8. B
9. C
10. Item certo
11. Item errado
12. Item certo
13. Item certo
14. Item certo
15. Item certo
16. Item certo
17. Itens errados
18. Itens errado, certo e errado
19. Item errado
20. Item errado
21. Item certo
22. Item errado
23. Item certo
24. Item certo
25. Item errado
26. Item certo
27. Item errado
28. Item certo
29. Item errado
30. Itens errados
31. C
32. Item errado
33. Item errado
34. Item errado
35. Item errado
36. Item errado
37. E
38. Item certo