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O telescópio é um instrumento fascinante.

Não existe no mundo alguém que já não quis olhar os anéis de Saturno ou a imagem de uma galáxia.

No afã de experimentar essa sensação, é comum o leigo comprar uma luneta numa loja de departamentos e se decepcionar com o que consegue ver.

Infelizmente, NÃO EXISTE TELESCÓPIO COM AUMENTO DE 500 VEZES, 700 VEZES por alguns poucos reais.

Se você viu um anúncio de telescópio com aumentos dessa ordem, saiba que o anúncio É MENTIROSO, a não ser que se referisse à um telescópio mais largo que um botijão de gás e que custasse alguns milhares de dólares.

Esses vendedores, inescrupulosos ou ignorantes das leis da física, se esquecem de avisar que ao tentar um aumento desses tudo que o comprador vai ver é breu, escuridão total. Eles se baseiam da regra de cálculo de aumento, que é a divisão da distância focal do espelho ou da objetiva pela distância focal da ocular, mas omitem que quanto mais aumento, maior a necessidade de captação de luz do telescópio, sem contar a maior necessidade de qualidade óptica.

Assim, os fabricantes mal intencionados vão reduzindo a distância focal das oculares para atingir valores aritméticos absurdos de aumento, mas que não geram imagens. Tudo que se vê é escuridão porque o telescópio não tem abertura (e muito menos qualidade óptica) para lidar com aumentos dessa ordem.

Por outro lado, não é importante ter tanto aumento.Normalmente, um leigo se surpreende quando fica sabendo que a maior parte das observações são feitas com aumentos bem abaixo de 200 vezes.Para ver os anéis de Saturno, só são necessários aumentos de 30x ou 40x.As faixas de Jupiter se tornam bem perceptíveis com aumento de 40x a 50x; A grande mancha vermelha em Júpiter começa a se destacar com aumentos a partir de 80 vezes.

Quanto melhor a qualidade óptica do equipamento, melhor a definição dessas imagens Em astronomia, infelizmente, paga-se por qualidade; Um bom telescópio é caro

Algumas fotos do telescópio construído com o projeto disponibilizado nessa página

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porque demanda horas de trabalhos de profissionais qualificados e controles rígidos de qualidade que descartam peças e aumentam o custo.

A única forma de ter um bom equipamento sem gastar muito é construir o próprio telescópio. A idéia é investir num espelho de alta qualidade (telescópio comerciais costumam não ter uma óptica primorosa) e construir o restante, que não demanda equipamentos caros nem conhecimentos profundos.

Pode-se construir o espelho também, porém a dedicação e a pesquisa terão que ser maiores.

Não incluo nesse site instruções de como construir o espelho porque não construí o meu. Eu o comprei de um fabricante de espelhos, o Sebastião Santiago, mas coloco na sessão de links endereços de sites que ensinam o processo de polimento, caso queira se aventurar.

As oculares também precisam ser compradas porque o processo de fabricar oculares é complicado e caro por necessitar de conhecimento e equipamentos específicos, embora na sessão de links exista referência à sites que ensinam o processo.

Tirando o polimento do espelho e construção das oculares, encontrará instruções detalhadas para todas as outras partes.

Procurei dar o maior detalhamento possível e manter a construção simples.A ferramenta “mais sofisticada” que usei foi uma furadeira elétrica. A pintura foi feita usando pistola de pintura, mas pode ser feita com excelentes resultados usando latinhas de tinta spray.Ao final de cada sessão, coloquei um link para uma página em que teço comentários sobre os erros que cometí e que que devem ser comuns numa primeira construção.

Caso resolva mudar QUALQUER CARACTERÍSTICA busque outras fontes de informação, porque quase tudo tem um bom motivo para ser do jeito que é.

Para citar alguns exemplos:

É comum o leigo querer criar um “disco de reforço” e colar no espelho. Fazendo isso, o espelho muito provavelmente vai “empenar”, desenvolver astigmatismo, ou mesmo se quebrar depois de algum tempo, por causa de diferentes índices de dilatação entre o vidro e o "disco de reforço".

Pode ser que alguém resolva fixar as rodas de movimento vertical direto no cano do telescópio... muito provavelmente vai descobrir mais tarde que o telescópio não pára na posição que é deixado e não terá como resolver isso, a não ser amarrando contra-pesos no tubo.

Não dá para citar todos os “Porquês” sem escrever um compêndio de centenas de páginas; Assim, tenha em mente que se resolver fazer alguma modificação,

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é importante pesquisar o assunto e se assegurar de aquela mudança não vai provocar problemas.

Um bom local para esclarecimento de dúvidas é site do Cosmobrain, onde pode-se pesquisar e fazer perguntas ao membros. O Google também é um grande aliado dos ATM's (Amateur Telescope Maker - Construtor Amador de Telescópios); Aliás, sabendo perguntar, o google responde tudo :-).

Instruções Preliminares

Nessa sessão : Introdução Use as ferramentas apropriadas Evite acidentes Tomada de medidas Cortando no lugar certo Cortando círculos em madeira Cortando segmentos de tubos Dividindo uma circunferência em 3 partes iguais Dividindo a circunferência em 4 partes iguais Fazendo furos perpendiculares à madeira Cola de Silicone Dicas de Acabamento e pintura

Introdução

Se você já se meteu a fazer trabalhos numa área que não é a sua área, já teve ter tido algumas das dificuldades citadas nesse texto; Já deve ter tido a desagradável surpresa de cortar um pedaço de madeira certinho, medido direitinho e na hora de usá-lo, ele não encaixa, fica folgado ou entorta o conjunto.Alguns cuidados podem ser tomados para reduzir em muito esses problemas.Lembre-se que se você construir um telescópio tosco, sem firmeza, que na hora do uso precisa segurar aqui, puxar alí, escorar lá... vai acabar desanimando de usar o equipamento.Apanhei muito para construir meu primeiro telescópio principalmente por falta de informações completas. A maioria dos sites que encontrei na Internet sobre construção de telescópios, traz fotos ou “modelos fechados”. ...foto é bom, mas um texto explicativo sempre ajuda. Sem saber o “porquê” de certas soluções encontradas, eu ficava sem saber se eu podia ou não mudar aquela característica.Lí uma tonelada de artigos na Internet e mesmo assim tive que várias vezes recorrer a ajuda do Sebastião Santiago, que teve muita paciência comigo :-). Algumas vezes, visitei alguns sites e lí por cima as instruções lá e perdi partes importantes do texto, que teriam me feito economizar o tempo de reinventar a roda. Foi assim com a maneira simples para dividir a circunferência em três partes e a maneira de cortar tubos. Por isso, no meu texto, sempre que me refiro a uma tarefa que exige algum "macete" coloco links para o tópico referente aqui nessa sessão; Algumas vezes esse link poderá parecer apenas algumas linhas abaixo de um lugar onde já apareceu. O motivo dessa

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redundância de links é garantir que o leitor da página não perca essa informação.Em cada sessão coloquei também um link para uma página adicional, onde conto os erros que cometí na primeira construção; Alguns desses erros talvez sejam comuns e com aquela narrativa, se você tiver que cometer erros, pelo menos que sejam diferentes. :-) Meu objetivo aqui é passar a experiência que obtive nesse trabalho pra quem está se aventurando nessa seara.Os textos foram sendo escritos a medida em que eu construia o telescópio, quase que um diário (na verdade, um "semanário" porque eu só tinha como pesquisar o assunto e trabalhar da construção nos finais de semana). Seguindo algumas premissas básicas, o trabalho de construção será tão prazeroso quanto o uso do equipamento. E espero que com essa página eu possa contribuir um pouco com a comunidade de astrônomos amadores.

Use as ferramentas apropriadas

Ter ferramentas indicadas para o trabalho pode significar muito no resultado final e no tempo dispendido.Apertar parafusos com ponta de faca ou alicate pode até quebrar um galho numa emergência mas é um “des-serviço” num projeto não emergencial. Em todas as sessões eu enumero as ferramentas que usei; Algumas vezes certo trabalho poderia ser melhor executado tendo determinada ferramenta que eu não tinha e procurei mostrar isso no decorrer do texto.

Alguns anos atrás eu encontrei numa banca de camelôs uma maleta de ferramentas por um preço muito bom...em números de hoje, uns 40 ou 50 reais (cerca de 15 dólares na época que redigi esse texto). Nessa maleta tinha alicate de pressão, alicate rebitador e alguns rebites, alicate de bico, alicate convencional, alicate para corte de fios, algumas chaves de fenda, algumas chaves Philips, um jogo de chave Allen, ferro de solda, arame de solda, chave de boca com catraca, uma pequena morsa (que dei de presente para um amigo) e várias outras ferramentas. Recentemente, ví a mesma maleta em vários camelôs no centro da cidade, na Rua Florêncio de Abreu e Rua Santa Efigênia, mas não cheguei a perguntar o preço. Não são ferramentas de qualidade super-hiper-excelente...Se for para usá-las numa oficina mecânica, com uso diário e peças pesadas provavelmente elas vão abrir o bico em menos de um ano. Mas para uso leve e esporádico (eu conserto computadores e faço serviços domésticos de vez em quando) é um investimento que com certeza vale a pena. Já as tenho a mais de 5 anos e estão todas em muito bom estado.Caso não tenha algumas das ferramentas citadas no texto, sugiro procurar essa maleta que tem uma excelente razão custo/benefício. Elas serão úteis nesse e em muitos outros projetos.

Evite acidentes

Mantenha o local de trabalho organizado.Ferramentas deixadas no chão podem ser pisadas, chutadas e provocar

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acidentes. Além disso, perde-se tempo tentando encontrá-las.Estabeleça o padrão de sempre deixar as ferramentas num mesmo lugar durante o uso. Ferramentas elétricas devem ser retiradas da tomada se não serão usadas imediatamente.Mantenha seu rosto distante do local que estiver sendo furado / cortado. Uma broca ou serra que quebre espalha estilhaços que podem provocar acidentes sérios. Por essa razão, mantenha distância de quem estiver usando ferramentas, e exija que as pessoas mantenham distância de você quando você estiver usando.

Ainda com relação aos acidentes, muito cuidado ao furar peças pequenas, como o suporte do espelho secundário. Use um alicate de pressão ou um “grampo de marceneiro” para prender esse tipo de peça (pequena) a uma bancada. Nunca use uma mão para segurar a peça e outra para segurar a furadeira.

Use brocas apropriadas. Brocas para madeira quando usadas no aço tendem a perder o corte e, pior, se estilhaçar durante o uso.Brocas de aço quando usadas em madeira tendem a superaquecer e destemperar, perdendo o corte.

Tomada de medidas

Muitas vezes uma peça é cortada errada por ter sido medida errada.Ao tirar medidas, cuidado com o efeito de paralaxe – que é muito útil para os astrônomos calcularem posição de astros, mas é o maior inimigo do construtor inexperiente de telescópios.Para entender o efeito paralaxe, estenda o braço, levante o polegar, feche um dos olhos e mire um objeto qualquer. Feche um olho e abra o outro. Veja como o objeto parece mudar de posição.Quando for tomar medidas, fique acima da régua, trena ou metro e olhe as marcações de milímetros de cima para baixo.Veja o desenho abaixo :

Note o que na posição A, o ponto a marcar é visto em Z;

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Na posição B é o ponto é visto em Y, que é o lugar correto e;Na posição C o ponto é visto em X. Pode parecer pouco, mas essas pequenas diferenças vão se somando (ou multiplicando) e no final o projeto está todo torto, com rebarbas e precisando de alguma gambiarra para funcionar.

Ainda com relação à medição, quando for riscar para cortar, furar ou pregar, faça um traço firme mas que não seja largo. Se você fizer um risco largo, na hora de cortar / furar / pregar vai ficar na dúvida se o lugar certo é bem no meio da marca, à direita ou a esquerda dela.Pra piorar, dependendo de onde você olhar, o “meio” do traço vai estar mais pra direita ou pra esquerda devido ao efeito paralaxe citado acima.Quando riscar errado, não faça um segundo risco sem apagar o primeiro. Pela necessidade de apagar é aconselhável usar lápis em vez de caneta.E tenha um apontador por perto para manter a ponta do lápis mais ou menos afinada.

Cortando no lugar certo

Não adianta tomar cuidado na tomada de medida e “soltar a mão” na hora de cortar.Antes de cortar, confira uma, duas três vezes se não está esquecendo de algum detalhe.Para fazer cortes retos, use o serrote mais deitado. Usar o serrote em pé torna o serviço mais leve e mais rápido, mas quase sempre resulta em cortes chanfrados ou que não seguem a linha traçada, principalmente se você não tem experiência no uso dessa ferramenta. Assopre de vez em quando para tirar o pó que acumula sobre o traçado.E cuidado com efeito paralaxe. Procure olhar dos dois lados do serrote para não achar que está cortando em cima do traçado quando está fugindo dele.

Cortando círculos em madeira

Para recortar círculos em madeira, as ferramentas apropriadas são serra tico-tico ou uma serra manual de rodear. Pode se improvisar com uma serra de arco.Se não tiver as ferramentas mais indicadas, considere fazer um orçamento com um marceneiro, pois é um pouco complicado de conseguir circulos perfeitos. Especial atenção deve ser dada ao circulo de 100mm usado para o movimento de altitude, pois se esse círculo ficar irregular, o movimento propiciado por ele também será irregular. Recomendo deixar para fazê-lo por último, onde já terá alguma experiência nos cortes e conseguirá um resultado melhor.Para serrar os círculos manualmente, veja imagem abaixo:

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Usando um compasso, desenhe o circulo num pedaço de madeira.Recorte primeiro um quadrado um pouco maior que circulo (linhas azuis).Depois recorte os cantos desse quadrado (linhas vermelhas)Finalmente recorte o círculo.

Cortando segmentos de tubos

Cortar um tubo de PVC é fácil mas não é simples.Alguns cuidados precisam ser tomados para evitar cortes irregulares ou em ângulo (chanfrados). Se você tem uma serra de bancada é moleza pois é só colocar o tubo da esteira e empurrar. Mas como eu não tenho uma serra dessas apanhei muito e estraguei alguns pedaços de tubo antes de achar uma forma eficiente. Felizmente, os pedaços que estraguei foram do tubo de 32mm que é mais barato e fácil de conseguir.O método que desenvolvi (e mais tarde descobri que tinha reinventado a roda, porque outros ATMs já descreviam o mesmo método) foi usar uma guia para fazer o traçado e girar o cano enquanto serrava.Posteriormente, aperfeiçoei criando um gabarito para riscar. Na sessão “tampa para o tubo principal” eu descrevo a construção de uma tampa feita com sobras do PVC de 200 mm.Use as instruções abaixo para serrar a tampa com as medidas descritas lá, mas em vez de montar o conjunto, guarde aquele pedaço para usar como régua para tracar os riscos no tubo principal.Em passos :1) Marque um ponto no lugar que deseja cortar.2) Use uma fita para rodear o cano, fazendo-a se encontrar perfeitamente alinhada com o outro lado. Você pode usar uma fita de costureira, ou qualquer outra fita que seja flexível e tenha bordas retas e regulares. Pode ser usado também um cinto de couro, que você deve ter no seu guarda roupa. Depois que passar a fita no cano, certifique-se de que ela está alinhada, que não tem um lado mais caído, etc. Você vai notar que é complicado manter qualquer desse objetos na posição certa e é por isso que eu recomendei mais acima que você só tenha esse trabalho um vez, para fazer a tal tampa do tubo principal e passe a usá-la como gabarito (régua de traçado)3) Risque usando a fita como régua. Faça um traço firme mais não muito grosso (veja as dicas de corte mais acima) e tome cuidado para não forçar a cinta para baixo ao riscar. Depois de riscar, confira a retidão do traço girando o cano.4) Para cortar, vá girando o cano e “afundando” com a serra a marca que feita com o lápis. Se ao chegar do outro lado a marca se encontrar, prossiga dando mais uma volta afundando um pouco mais. Se a marca não se encontrar você tem como refazer o traçado porque não o fez muito profundo. Na terceira ou quarta volta o cano já estará cerrado.5) Use uma lixa 50 ou 80 para retirar as rebarbas.

Veja abaixo uma foto do gabarito, construído dessa forma, sendo usado como régua para marcar lugares a cortar no tubo de 200 mm:

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Dividindo uma circunferência em 3 partes iguais

Em diversas partes do texto existe menção à dividir uma circunferência em três partes iguais; Por exemplo, para por os pés de borracha na base, os parafusos de ajuste do suporte primário, na construção da aranha (suporte do espelho secundário) etc, etc...Aqui, eu penei um pouco, fazendo quadrados, triângulos, etc até lembrar dos métodos de geometria lá da quinta série e perceber que usando um compasso posso dividir uma circunferência em quantas partes iguais quiser. Depois percebi que eu podia ter economizado um bocado de tempo se tivesse lido com mais atenção algumas páginas que visitei, porque algumas delas tinham essa instrução.O processo, em passos, é:

1) Use o compasso para traçar uma circunferência.2) Coloque a ponta seca do compasso sobre a linha da circunferência e com a mesma abertura usada para traçar a circunferência, trace um arco indo de um lado ao outro do círculo (arco em azul no desenho).3) Coloque a ponta seca sobre o ponto que o arco cruzou a circunferência e repita o processo traçando mais um arco (em cinza, no desenho).4) Vá para o próximo ponto de intersecção do arco com a circunferência e repita o processo até voltar ao ponto inicial.Quando terminar, terá como resultado o desenho abaixo, com a circunferência dividida em seis partes iguais;Conte as pétalas intercaladas para ter 3 posiçôes equidistantes:

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Dividindo a circunferência em 4 partes iguais

Caso precise fazer isso num tubo, como por exemplo, para fazer as ranhuras para alinhamento descritas na sessão “tubo principal”, execute o processo abaixo numa cartolina ou papelão, recorte o circulo e coloque sobre o tubo.Passo a Passo:1) Trace uma reta que passe pelo centro da circunferência (tracejado horizontal preto na figura).2) Com uma abertura do compasso maior que a metade do raio da circunferência, coloque a ponta seca na intersecção dessa reta com a circunferência e trace dois arcos (arcos em azul na figura):3) Trace uma reta passando pelos dois pontos de intersecção dos arcos (tracejado vertical preto na figura).

Fazendo furos perpendiculares à madeira

Algumas vezes será necessário fazer furos bem perfeitos na madeira. Por "perfeito" entenda-se que esse furo precisará ser perpendicular em relação à madeira (ter um ângulo reto, de 90º, em relação à madeira) e /ou furos paralelos entre-sí.Isso é fácil se tiver uma furadeira de bancada, mas não é fácil usando somente as mãos para orientar a broca.O macete para conseguir isso é dado abaixo:

Use uma broca fina para fazer cuidadosamente os furos guias. Passe um parafuso ou um prego pelo furo e veja para que lado ele inclina. Esse parafuso ou prego deve ter um diâmetro para entrar mais ou menos apertado no furo e ser longo o suficiente para que a sobra do lado de fora permita perceber a inclinação dele. Se o parafuso ficar inclinado, use uma broca mais larga, forçando um pouco para o lado oposto da inclinação.

Repita o processo até chegar ao diâmetro desejado.

Cola de Silicone

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Eu usei cola da marca Brascoved, recomendada pelo Sebastião Santiago.Essa cola é disponível nas cores transparente ou preta.

Eu comprei da transparente. Para a colagem do espelho primário a cor não faz a menor diferença pois a cola fica atrás do espelho.

Na colagem do espelho secundário, no entanto, acho que cola preta seria mais vantajosa, porque depois de colado será necessário dar umas pinceladas de

tinta preta nas rebarbas de cola se ela for branca ou transparente.Minha dica, então, é que você compre a cola preta, já que o preço é o mesmo.

Dicas de Acabamento e pintura

Para lixar partes de PVC use lixa d´água.Para lixar partes de madeira use lixa seca.

Sempre comece o trabalho usando lixas mais grossas e vá usando lixas mais finas para dar o polimento, quando necessário.

Na madeira, antes de pintar aplique seladora de madeira, senão a madeira chupa um litro de tinta e continua aparentando não ter sido pintada. Além da

aparência, o uso da seladora ajuda na conservação da madeira, servindo como um impermeabilizador.

A seladora de madeira é uma tinta parecida com verniz, mas é translúcida e bem grossa. Por isso, antes de aplicada deve ser dissolvida em thinner. A

porcentagem varia de acordo com o acabamento desejado, mas na própria embalagem você vai encontrar instruções de uso.

Para aplicar a seladora, o jeito mais fácil e econômico é fazer uma bucha de estopa, chamada de “boneca” pelos marceneiros.

É mais fácil aplicar seladora, lixar e polir antes de pregar, porque depois da montagem alguns cantos ficam pouco acessíveis para a bucha / lixa. Além do mais, aplicando a seladora antes de montar uma área maior é protegida por ela, pois após a montagem não tem como aplicar a seladora sobre as áreas

cobertas por outras madeiras.Ao pintar, nunca faça movimentos circulares com o pincel ou boneca ou spray.

Faça os movimentos num mesmo sentindo. Se você ora faz movimentos verticais, ora movimentos horizontais ficam aparecendo riscos no acabamento

final.Se usar pinceis, não o encharque demais evitando que a tinta escorra.

Tanto a seladora, quanto a tinta ou o verniz são produtos químicos inflamáveis que exalam forte cheiro durante o uso. Assim, procure aplicá-los em um local

arejado e longe de fonte de calor ou de fogo.O tubo principal fica com o exterior mais bonito de for usado spray ou uma

pistola de pintura; Por dentro, onde deve ser usada tinta preto-fosco, é mais eficiente usar um pincel porque os riscados e irregularidades do pincel são

úteis para evitar reflexos no interior do cano.

Para dar aquele brilho de porta guarda roupa, siga o procedimento abaixo:

Lixe a madeira com com lixas sucessivamente cadas vez mais finas, até que a madeira fique bem lisa.

Aplique a seladora sem diluir em thiner, mas espalhando e alisando bem. Depois de secar, use uma lixa fina, grão 320 ou mais, para lixar.

Repita o processo acima, mas agora dilua a seladora com 50% de thiner.

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Verifique a suavidade da madeira. Pode ser necessário aplicar outras demãos de seladora diluída com cada vez

mais thiner. A idéia aqui é cobrir todas as imperfeições da madeira com a seladora e formar uma fina camada com ela sobre a madeira.

Pode ser necessário umas 8 ou 9 demãos para conseguir aquele brilho profissional.

Quando a suavidade da madeira estiver satisfatória, passe a usar somente thiner, umidecendo a bucha com ele e alisando a superfície da madeira,

deixando secar bem a cada passagem. Pare o processo quando achar que o brilho já está satisfatório.

Pela necessidade se diversas secagens, o processo vai ser mais eficiente num dia ensolarado e quente.

Essa é a descrição teórica, mas na prática é necessário alguma experiência, por isso, sugiro tentar ganhar experiência praticando com um pedaço pequeno

de madeira.O problema mais comum é enrugar (excesso de thiner ou falta do mesmo) ou

ficar esbranquiçado (quando o temperatura ambiente está úmida ou fria) e nesse caso é preciso começar tudo de novo.

Confesso humildemente não consegui dar tanto brilho nas minhas peças; Em certo momento, chegava a ver meu reflexo começando a surgir na madeira

enquanto trabalhava, mas fui inventar de aplicar mais uma demão e esbranquiçou tudo. :-/

Eu reiniciei o processo mas não fiz questão de tanto brilho...parei antes de dar zebra de novo :-) Construção de um telescópio refletor de 180 mm

Suporte do espelho primário

Nessa sessão : Introdução Materiais Ferramentas empregadas Procedimento

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Introdução

O Suporte do espelho primário é um conjunto formato por dois discos de madeira, separados por molas e parafusos de modo que girar as porcas dos parafusos faça o espelho se inclinar, permitindo ajustar o alinhamento. No caso de espelhos até 200 mm ou 230 mm de diâmetro, o apoio para colar o espelho é feito em três pontos eqüidistantes, as cabeças dos parafusos. No caso de espelhos maiores, a quantidade de pontos de apoio deve ser aumentada, tornando-se bem mais complexa, sob pena de surgir astigmatismo do espelho. Se estiver montando um telescópio maior, pesquise muito antes de construir esse suporte

O meu suporte é baseado no sugerido no site do Sebastião Santiago. A única modificação que fiz foi providenciar três furos no disco maior para facilitar a colocação e retirada do conjunto. Não menospreze essa mudança...você vai perceber a falta que faz esses três furos na hora de montar /desmontar o conjunto no tubo principal. :-)Os três furos também ajudam a circular ar e reduzir a turbulência dentro do tubo em noites instáveis.

Outra mudança que fiz, foi criar um terceiro disco, no mesmo diâmetro do disco maior para proteger a porcas do ajuste de alinhamento. Em princípio, esse terceiro disco era para evitar que meus dois filhos pequenos acessassem esses parafusos desalinhando o espelho ou mesmo soltando a porca por completo, o que faria o disco de diâmetro menor se soltar junto com espelho. Depois, essa tampa se mostrou útil também para evitar a entrada de poeira no tubo. Um efeito colateral dessa tampa é que ela obriga ter mais 5cm no tubo principal.Também pode ser necessário removê-la durante o uso do telescópio, para que o ar entre por baixo do cano e reduza a turbulência no interior dele.

Existem duas dificuldades nessa tarefa: Cortar o disco no tamanho correto e no formato circular. Como eu não tinha as ferramentas apropriadas, pedi a um marceneiro para cortar pra mim. Fazer os furos para os parafusos perpendiculares em relação a madeira e paralelos entre sí. Na sessão "Preliminares" explico o macete para conseguir isso caso você não tenha um furadeira de bancada.

Antes de comprar as parafusos e as molas, atente-se também para os detalhes abaixo.Pode acontecer de a mola ser muita estreita ou o parafuso ser muito largo, fazendo que a mola se prenda as ranhuras do parafuso quando se solta a porca borboleta. A solução para isso é óbvia :-) ... Usar parafusos mais finos ou uma mola mais larga.

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Materiais

Cerca de 50cm quadrados de compensado com 15mm de espessura (20 cm quadrados para cada um dos discos).Se for fazer a tampa do tubo, considere mais 20cm quadrados de compesado 3 parafusos com cerca de 75mm de comprimento. A cabeça desses parafusos deve ser em meia lua (veja nas fotos mais abaixo). Não testei mas imagino que cabeças sextavadas, sendo angulosas, possam com tempo “ferir” a parte de baixo do espelho. 3 molas. Eu usei molas de tesoura de poda Tramontina. São resistentes, inoxidáveis e exercem uma boa pressão. 3 arruelas para cada parafusos (9 arruelas no total). Essa arruelas devem ter um furo tal que permita aos parafusos passar com folga por elas. 3 porcas borboleta para os parafusos(veja nas fotos mais abaixo). 1 tubo de cola de silicone 3 parafusos como mais ou menos 30mm de comprimento. Esses parafusos serão usados para fixar o suporte no tubo. Se for fazer a tampa do tubo, compre mais três parafusos para prendê-la.

Ferramentas

Serra tico-tico ou serra de rodear. eu não tinha nenhuma das duas, então pedi a um marceneiro para cortar os discos para mim. Furadeira e brocas 1 lixa 80 e uma lixa 150 cerca de 100ml de seladora. Não usei thiner. Uma bucha de estopa para aplicar a seladora Compasso Régua ou metro Nível (opcional)

Instruções

Corte um disco de compensado no diâmetro do espelho (180 mm).Corte um disco de compensado do diâmetro interno do tubo (196 mm).

..

Usando o compasso, faça um circulo de 130 mm de diâmetro nos disco de 180mm.Marque três pontos a 120º graus de distância cada um (três partes iguais).

..

Dica : Para fazer isso, veja dicas de recortar círculos em na sessão “preliminares”.

Dica : Para fazer isso, veja o procedimento descrito na sessão “preliminares”.

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Nesses pontos serão feitos os furos para os parafusos.Repita  o mesmo procedimento, com a mesma abertura do compasso, no segundo disco de madeira. Use a mesma abertura porquê os furos de um disco têm que coincidir com os furos do outro, lembra?Confira se está tudo Ok e faça com a broca os furos nos locais marcados. No disco de 180mm os furos devem ser num diâmetro que permita ao parafuso passar apertado, rosqueando. No disco maior os furos devem permitir que os parafusos passem folgados. No futuro, quando for alinhar o espelho, os parafusos deslizarão por esses furos no disco maior, empurrados pelas molas.É muito importante que esses furos sejam perpendiculares à superfície da madeira e paralelos entre si. Na sessão "Preliminares" descrevo o macete para conseguir isso se você não tem uma furadeira de bancada.

Coloque os parafusos no disco menor. Do lado oposto, coloque uma arruela, a mola e outra arruela. Essa arruela visa somente evitar que mola desgaste a madeira com o passar do tempo, pois notei que o compensado é bem macio. Coloque o disco maior, outra arruela e prenda com as porcas borboletas.

Teste o conjunto. Verifique que quando você aperta a borboleta, o disco menor vai se inclinando aos poucos para o lado apertado. Ao soltar a borboleta, o disco menor deve ir se afastando aos poucos do disco maior, sem dar trancos. Se tudo estiver bem, desmonte o conjunto e vamos fazer agora os furos laterais no disco maior, onde serão colocados os parafusos que o prenderão ao tubo principal do telescópio.Use o procedimento com o compasso para marcar três pontos a 120º de forma que esses pontos fiquem mais ou menos no meio da distância entre dois dos furos onde colocou os parafusos de ajuste. Trace uma reta partindo do centro da circunferência, passando pelos pontos que você marcou e prolongue-o até a borda do disco. Coloque o disco numa posição perfeitamente horizontal, usando o nível (se tiver um) para assegurar isso.Monte um pêndulo, um barbante com um peso na ponta. Coloque o barbante começando do centro e passando exatamente sobre o traço que você vez e trace com um lápis uma linha paralela a esse barbante na lateral da madeira e marque o local exato do furo no meio madeira.

Esse furo é chato de ser executado. Vale a mesma dica da sessão "Preliminares" para conseguir furos certinhos.

Nessa altura do trabalho o suporte deverá estar assim :

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Agora só falta fazer os furos para facilitar segurar o conjunto e ajudar na aclimatação do telescópio, evitando turbulência no interior do tubo.A turbulência é provocada por variações entre a temperatura do ar dentro do tubo e no ambiente. Com a turbulência, as imagens ficam tremendo, como quando olhamos o asfalto à distância num dia muito quente. Veja a foto de como são esses furos.

Esse furo é feito com uma serra copo pequena ou com uma broca grossa.... o diametro deles é de mais ou menos uns 3 ou 4 cm . Faça os à cerca de 4cm do centro da circunferência.

Caso você vá fazer a tampa, o procedimento é o mesmo usado no disco maior, exceto que ela só precisa dos furos laterais de fixação. Na sessão que descrevo a construção do tubo, explico em detalhes como fixar a tampa e suporte.

O aspecto final da tampa pode ser visto na fotografia abaixo

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Desmonte o conjunto, lixe com a lixa 80 e lixa 150 e aplique a seladora, deixando secar por cerca de 15 minutos. Se achar necessário, lixe novamente com a lixa 150 ou uma mais fina, e aplique mais algumas demãos.

..Para colar o espelho, antes proteja a superfície espelhada dele. Usando fita adesiva, cole um papel toalha sem contato com o a superfície espelhada, fixo somente nas bordas não polidas do mesmo. Isso evita que poeira, dedos sujos ou qualquer outra sujeira caia sobre ele.

Tomadas as precauções, monte o conjunto com as molas e parafusos. Faça três “montinhos” com a cola de silicone sobre as cabeças dos parafusos e coloque cuidadosamente o espelho sobre esses montinhos, tomando o cuidado de centralizá-lo com o disco de 180mm. Na foto abaixo, veja o aspecto da cola sobre a cabeça do parafuso, entre o disco de madeira e o espelho:

Dica : Aplique várias demãos de seladora para impermeabilizar o disco de madeira.Assim quando precisar lavar o espelho (a cada 1 ou 2 anos) não precisará retirá-lo dos discos de madeira, já que eles estarão impermeabilizados.

Importante : Apesar do procedimento de colagem do espelho estar descrito aqui, não cole o espelho ainda pois mais a frente, na construção do tubo, você precisará tomar algumas medidas e se o espelho já estiver fixado, corre o risco de danificá-lo.

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Leve o conjunto para um local protegido e plano (para evitar que o espelho escorregue antes da secagem) e deixe de um dia pro outro para a cola secar completamente.

Na verdade, a cola de silicone demora algumas horas para secar, mas resista a tentação de ficar manipulando o espelho. Se o espelho descentralizar, você terá que removê-lo usando uma faca para cortar o silicone. Como não tive esse problema, desconheço se tem algum risco no procedimento.

Construção de um telescópio refletor de 180 mm

Suporte do espelho Secundario (Aranha)

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Nessa sessão : Introdução Materiais Ferramentas empregadas Procedimento

Introdução

O suporte do secundário, também chamado de aranha, deve permitir pequenos ajustes de rotação, altitude e de inclinação.

Nesse projeto, a parte onde o espelho secundário será colado pode ser girada em até 360º e rebaixada ou levantada em vários centímetros, compensando qualquer erro de posicionamento em relação ao furo do focalizador e auxiliando na hora da colimação (alinhamento dos espelhos);Ela também pode ser inclinada para cima ou para baixo em cerca de 15º ou mais.

Antes de passar a descrição da construção, veja na figura abaixo uma visão explodida dessa peça:

A mecânica dessa aranha é:

A mola, apoiada numa arruela que fica na cabeça do parafuso de suporte e na arruela convexa colocada dentro do PVC com corte em 45º graus está sempre empurrando esse conjunto para cima, mas os três parafusos de ajsute de inclinação impedem que o conjunto suba.

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Girando um dos parafusos permitimos que um dos três lados desse suporte suba ou desça, conforme a necessidade, dando o movimento de inclinação.

O parafuso maior (chamado de “parafuso de suporte”) pode ser apertado ou afrouxado, permitindo assim descer ou levantar o a parte onde está colado o espelho.

Finalmente, podemos girar com as mãos a parte onde está colado o espelho para qualquer lado que for necessário.

No dia a dia, a pressão da mola é tal que o conjunto não gira sozinho de forma alguma.

Materiais

1 pedaço de 45 mm de tubo PVC marrom de 32 mm para construção da parte onde será colado o espelho. 1 pedaço 30mm de tubo PVC marrom de 32 mm para construção da parte onde serão presos os suportes. 30 cm de vareta roscada. Essas varetas são "parafusos sem cabeça" com comprimento de que varia de 50 cm à um 1 metro e são encontradas nas sessões de telhados ou de ferragens nos depósitos de materiais de construção. Compre da mais fina que puder encontrar. 3 canudinhos de refrigerante que encaixe sem sobra na vareta roscada. Servem para cobrir as ranhuras da rosca e evitar difração da luz. 1 parafuso com 75mm de comprimento (para pendurar a parte onde o espelho fica colado na parte onde ficam as varetas roscadas). 3 parafusos de aperto manual com cerca de 50 mm de comprimento. Eu não conseguí achar parafusos de aperto manual na época, então usei parafusos do tipo allen, que tem a cabeça grande o suficiente para serem apertados com as mãos. De forma alguma use um parafuso que precise de ferramenta para ser apertado. Se a ferramenta escapar das suas mãos vai cair direto em cima do espelho primário. 1 arruela comum para o parafuso acima. Será usada para garantir a pressão da mola. 1 arruela de 29mm de diâmetro (será encaixada por dentro do tubo de PVC de 32 mm). Essa arruela é ligeiramente côncava-convexa e é usada em pregos para telha de amianto, para cobrir uma arruela de borracha. 1 arruela de 32 mm de diâmetro. Será colocada por cima do tubo de PVC de 32mm, portanto, deve ter o mesmo diâmetro que o tubo ou ser um pouco maior. Se for mais larga que o tubo poderá gerar obstrução desnecessária de luz. Servirá para receber a pressão dos parafusos de ajuste, evitando que a pressão deles caia sobre a arruela colada por dentro do tubo. 1 mola de tesoura de poda Tramontina. Só será usada metade da mola. Guarde a outra metade para usar no suporte da buscadora. Cola de silicone Cerca de 100 ml de tinta preto fosco

Ferramentas

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Serra em arco, para cortar o PVC e as varetas roscadas Furadeira e broca para fazer os furos no PVC Régua ou metro, para as medições Lapis, para riscar os locais a furar e cortar Compasso para fazer as divisões em três partes iguais Transferidor (opcional) para conferir o corte em 45 graus

Procedimento

Serre um pedaço de 45mm de um cano PVC de 32mm. Na verdade, depois vamos reduzir um pouco esse tamanho, mas como o corte em 45 graus costuma dar trabalho, essa dimensão dá uma margem de manobra em caso de erro.

Uma das pontas desse cano precisará ser serrada em 45 graus.

No desenho abaixo, o triângulo em vermelho é a parte que será removida.

Note que o ângulo A é um ângulo reto (com 90º). O ângulo B tem 45º por definição (é isso que queremos fazer, lembra? Um corte em 45º.), logo, o ângulo C também tem 45º, já que a soma dos ângulos internos do triângulo sempre dá 180º.Isso significa que os lados CA e BA são iguais. Sabemos que CA tem 32 mm (é o diâmetro do cano); Então para obter o corte em 45º basta medir 32mm da borda do cano (lado BA), marcar e traçar a diagonal ligando o ponto B a C, que é a hipotenusa do nosso triangulo imaginário.

Infelizmente, na prática dá um certo trabalho traçar essa diagonal no cano redondo; E ainda mais de trabalho para serrá-la usando apenas uma serrinha em arco.

É possível montar uma ferramenta para fazer esse corte, mas não compensa construir ou comprar uma ferramenta para isso, pois será usada apenas uma vez. Tem umas serras usadas para cortar azulejo que tem uma guia na qual se seleciona o ângulo a cortar. Se você tem um amigo azulejista ...

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Depois que cortar, lixe a borda, e confira se o corte foi bem feito.Uma pequena variação seria tolerável, já que nossa aranha permite ajustar a inclinação, mas não se atenha a isso. Tente obter o melhor corte que puder, pois ao colar o espelho poderá gerar mais alguma variação. Sempre será possível corrigir erros dessa fase ajustando os três parafusos de inclinação, mas dependendo do tamanho da variação, você poderá obstruir alguns milímetro que deveria ser usados para passagem da luz.

Recorte agora um anel do PVC marrom medindo cerca de 0,5 cm de largura e rache-o, eliminado uma fatia de mais ou menos 1 cm. Esse anel precisa ser encaixado e colado dentro cano com o corte em 45º, mas rente ao lado reto do cano. Cole o anel e espere cerca de 15 minutos para secar.Encaixe a arruela de 29mm de diâmetro por dentro do cano até se apoiar no anel e pingue algumas gotas de cola para evitar que ela saia do lugar.

Abaixo um desenho da operação que acabei de descrever:

Corte a mola em duas partes iguais e guarde a outra metade para usar no suporte da buscadora.

Encaixe a arruela comum e a metade da mola no parafuso de suporte e passe o parafuso pelo conjunto.Teste a pressão da mola e certifique-se de que a cabeça do parafuso não vai ficar forçando as costas do espelho secundário...Foi para evitar isso que a mola foi cortada em dois pedaços.

Guarde essa parte e vamos passar a construção do suporte onde serão fixadas as varetas de sustentação.

 

Corte três segmentos de aproximadamente 10 cm da vareta roscada.

Comentário: Fiquei reticente em usar as varetas roscadas porque temia que pudesse provocar franjas nas imagens, mas isso não aconteceu; Por garantia revesti as varetas com canudinhos de refrigerante, pintados de preto, que cobrem as franjas da rosca.

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Em muitos sites da Internet são usadas chapas metálicas para fazer pequenas vigas para prender as aranhas. Se usar esse material, tenha em mente que elas precisam ficar perfeitamente paralelas com o tubo principal (e conferir isso dá bastante trabalho), pois se ficarem meio de lado, vão aumentar a obstrução de luz. Usar essas chapas só se justifica, na minha opinião, no caso de espelhos primários muito grandes, onde uma vareta circular teria de ser muito grossa para não ceder ao peso do conjunto.

Li em no site do observatório Phoenix uma sugestão bem interessante de usar raios de roda de bicicleta para a sustentação, mas quando li isso eu já tinha terminado o telescópio e não quis mexer na aranha...Eu ia precisar fazer outro suporte, visto que os raios de roda de bicicleta são bem mais finos que as varetas que empreguei. Acho que eu ia precisar também de uma tarracha para fazer roscas nas extremidades externas dos raios e não tenho essa ferramenta.

Ainda vou estudar melhor o assunto, mas acredito que usar raios de bicicleta seria muito vantajoso por reduzir a obstrução e aumentar a captação de luz do telescópio.

Recorte um segmento de 30 mm de cano PVC.

Nesse segmento serão parafusadas as varetas de fixação.

Minha idéia inicial era encaixar por dentro desse segmento um toco de cabo de vassoura ou uma “rolha de madeira”, feita com a serra copo; Mas quando fiz essa peça eu não tinha nenhum cabo de vassoura disponível e era madrugada ... eu não podia me dar ao luxo de usar a furadeira naquela hora e despertar a fúria de vizinhos sonolentos... eles poderiam não ter muita compressão com os nobres objetivos astronômicos de um barulho de 100 decibéis às 3 horas da manhã. :-)

Então, em vez de encher o PVC com madeira, eu o enchi com sucessivas rodelas PVC e precisei aquecer as mais internas em água fervente para conseguir encaixá-las. Além de não acordar os vizinhos, o conjunto ficou mais leve e foi mais fácil de fazer os furos com a perfeição que peça exige.

O resultado, antes do acabamento, você pode ver abaixo :

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Independente do enchimento, agora será necessário:

Fazer três furos a 120º graus de distância nas laterais dele para fixar as varetas de sustentação. Veja a dica de como fazer isso na sessão preliminares. Fazer um furo central, para passar o parafuso onde será pendurado o suporte com o espelho colado; Na verdade, como preenchi com rodelas de PVC, simplesmente parei o enchimento quando o furo central se tornou da largura do parafuso de suporte. Fazer três furos a 120º graus de distância um do outro, ao lado do furo central e não coincidentes com os furos das laterais. Nesses três furos serão colocados os três parafusos de ajuste de inclinação.

Para o ajuste de inclinação, eu usei três parafusos tipo Allen porque não consegui parafusos de aperto manual e a cabeça deles é grande o suficiente para serem rosqueados com as mãos, sem usar ferramentas.

A estética ficaria melhor usando parafusos mais finos, mas DE FORMA ALGUMA use parafusos que precisem de ferramentas para serem apertados. Pense que na hora do ajuste, se uma ferramenta escapar das suas mãos vai cair direto em cima do espelho primário. Isso vai te entristecer muito, eu garanto.

Todos esses furos são difíceis de fazer pela precisão que exigem. O furo central e os três furos dos parafuso de ajuste precisam ser paralelos entre si. Os furos na lateral precisam ser paralelos em relação à “superfície” do suporte para que não fique torto na hora da montagem.

O macete, conforme foi explicado na sessão “preliminares”, é fazer furos com brocas finas e ir alargando e corrigindo erros de inclinação a cada alargamento.

Feitos os furos, teste rosquear as varetas de sustentação. Elas criarão a rosca no PVC, mas não aperte demais, sob pena de espanar o buraco e perder sustentação.

Para montar o conjunto, veja o desenho do projeto no começo dessa página.

Antes de colar o espelho, você precisará pintar todas as peças de preto fosco.

Com relação às varetas, vista-as com os canudinhos pintados de preto.

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Importante: Descrevo o procedimento de colagem do espelho abaixo, mas não cole o espelho ainda pois mais à frente, na construção do tubo principal, você precisará tomar algumas medidas e se o espelho já estiver fixado, corre o risco de danificá-lo.

Para colar o espelho, primeiro proteja a superfície espelhada dele, colando um papel toalha com adesivos na borda não polida, sem que o papel encoste na superfície espelhada, e prepare um local onde o conjunto possa ser deixado por 24 horas, bem apoiado, para não sair da posição.

Antes de colar o espelho você precisará passar o parafuso de 75mm pela mola e pela arruela de 32 mm, colada dentro do cano.

Abaixo uma foto da aranha instalada no tubo principal. O aspecto esbranquiçado é poeira de materiais que eu estava lixando por perto.

Construção de um telescópio refletor de 180 mm

Focalizador

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Nessa sessão : Introdução Materiais Ferramentas empregadas Procedimento Base do Focalizador Tampa para o Focalizador Ajustes Finais

Introdução

Ao construir o focalizador deve se ter em mente os seguintes objetivos :

O suporte deve ficar em ângulo reto com o tubo principal ou vai surgir dificuldade para focar, principalmente quando usar lentes de barlow ou outras extensões que alongam o focalizador (exagerando, o foco poderá ocorrer “na parede” interna do focalizador).

Deve ser fácil deslizar o tubo para obter diferentes distâncias para o foco. Se o tubo deslizante se prende ao ser movido, os pequenos solavancos desviam o telescópio do objeto observado.

Deve se evitar que haja jogo entre as partes móveis, mas é preferível um pouco de jogo, desde que mínimo, à dificuldade para deslizar o tubo.

Deve se prever uma forma de prender o tubo interno do focalizador e de prender a ocular esse tubo. Lembre-se que o telescópio será movimentado em diversas direções e que oculares são caras. Seria de$agradável a ocular cair quando o telescópio estiver sendo inclinado.

Materiais

1 Luva de 32 mm 1 bucha de redução curta de 32mm para 25mm (opcional) 1 bucha de redução curta de 60mm para 50mm 1 bucha de redução curta de 50mm para 40mm 8 cm de tubo de PVC 32mm 6 cm de tubo de PVC 40 mm (marrom) 4 cm de tubo de PVC 40 mm branco. O PVC branco citado aqui tem as paredes mais finas que o PVC marrom. Se for comprar, avise para o balconista que é PVC branco para esgoto, usado em tanques de lavar roupa e em pias de cozinha. 2 parafusos de 40mm X 3mm para prender o suporte ao tubo principal 2 parafusos de aperto manual de 3mm X 1mm. Servirão para segurar as oculares. Como eu não achei parafusos de aperto manual, usei um parafuso hexagonal, que serve de suporte na saída serial de computadores. Também

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podem ser usados parafusos de suporte de placa mãe ou qualquer outro parafuso seja fino o suficiente para não danificar a rosca no tubo, pequeno o suficiente para não permitir arrochos excessivos. Cola de encanador (não use a cola de silicone!!) Cerca de 100 ml de seladora para plástico (opcional) Cerca de 100 ml de tinta preto fosco.  Cerca de 5cm de papel camurça, preferencialmente preto.

Ferramentas

Serra para cortar os tubos Furadeira para fazer os furos. Alicate 1 Lixa grão 50, 1 lixa grão 150 e uma lixa grão 260  1 pedaço de 10cm de arame ou fio elétrico (só para amarrar peças enquanto a cola seca) Desejável ter uma grosa para desgastar certas partes (veja nas instruções)

Procedimento

Corte um pedaço de 6 cm do PVC de 32 mm. Recorte uma cinta de 1 cm do PVC branco e abra-a fazendo um corte transversal.

Cole com cola de encanador essa cinta de PVC branco numa das extremidades do PVC de 32mm, do lado externo, tendo o cuidado de lixar a região de contato antes de colar. Para manter no lugar até secar, amarre com o arame usando um alicate para apertar. Deixe secar por cerca de meia hora.

 

Corte um pedaço de 5 cm do PVC marrom de 40mm. Corte uma cinta de 1 cm de PVC branco e cole numa das extremidades internas do PVC marrom. Sempre, antes de colar, lixe a região a ser colada.

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Depois que secar, coloque o PVC de 32mm por dentro do PVC de 40mm. As cintas de PVC deverão impedir que o PVC de 32 mm saia pelo lado oposto.Teste o movimento das duas parte. Deve ser suave, sem solavancos e sem jogo.

Caso seja necessário, use a lixa 260 para alisar as duas cintas de PVC branco e o interior do tubo de 40mm. Quando mais liso ficarem as regiões por onde corre o tubo, mais suave e preciso o movimento. No entanto, se você lixar em excesso poderá surgir jogo entre as partes.

Lembre-se, porém ,que essas partes serão pintadas de preto fosco e isso vai afetar a movimentação do conjunto.

Recorte um dos lados da bucha de PVC de 32mm como mostrado no desenho abaixo (sem escala) :

Essa bucha deverá ser encaixada numa das extremidades do PVC de 32 mm e para isso será necessário lixar um pouco.É importante encaixá-la corretamente, pois se ela ficar torta em relação ao tubo você terá dificuldades em usar lentes de barlow ou oculares longas (exagerando, o foco vai acabar “batendo numa das paredes internas”). No entanto, evite lixar demais, para que ela não fique se soltando, pois assim não será necessário usar cola, o que facilita montar /desmontar o conjunto no futuro.

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Faça um furo próximo à extremidade não serrada da bucha. Nesse furo você vai colocar o parafuso que será apertado ou desapertado manualmente, para segurar a ocular no lugar. Esse parafuso precisa ser fino para evitar espanar a rosca no PVC e não pode ser muito grande, pois usuários inexperientes poderão apertar demais.

O Parafuso que eu usei pode ser visto aqui, embora essa foto seja de um parafuso "bronze" e eu tenha usado um de coloração inoxidável

É um parafuso que é usado para prender portas conectoras seriais ou paralelas a computadores. Se você der uma olhada atrás do seu computador e desconectar o cabo da impressora, vai ver dois deles lá. Podem ser facilmente conseguidos em lojas de reparos de computador e vão custar uma merreca.

Comentário: Eu tentei achar parafusos de aperto manual mas não tive sorte. Quando encontrá-los provavelmente vou substituir esses que usei somente por questão estética, pois esses que usei, depois de amaciada a rosca do PVC, são fáceis de apertar / desapertar.

A bucha de redução de 32 para 25 é opcional e servirá para usar oculares padrão .965. Não é recomendado comprar uma ocular dessas pois costumam ter um campo de visão pequeno e costumam ser de baixa qualidade. Essa redução será útil se você tiver um refrator daqueles comerciais e pretender reaproveitar algumas das oculares deles (também não recomendo...costumam ser muito ruins).

Nessa bucha, a única coisa que precisa ser feita é um furo próximo à extremidade dela e colocar um parafuso de aperto manual, que será usado para prender a ocular.É preciso também lixá-la para encaixar facilmente na bucha presa ao cano de 32 mm, evitando balançar o telescópio quando precisar trocar a ocular.

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Base do focalizador

Para unir o conjunto já montado ao tubo do telescópio é necessário fazer uma base de suporte. Isso será feito com a bucha de redução 60x50mm e a bucha de redução 50x40mm, mostradas na foto abaixo:

Comentário: Eu tentei sem sucesso fazer esse suporte de madeira.Veja na seção aprenda com meus erros as tentativas mal sucedidas.Foi um mal que veio para o bem, porque o suporte feito com as buchas de redução é bem mais robusto, confiável e estético.

 

Lixe a parte externa da bucha de redução de 50 x 40 e a parte interna da bucha de redução 60 x 50. O Objetivo é encaixá-las com uma relativa facilidade.

Na bucha de 50mm x 40 mm é necessário também remover um anel de retenção que ela possui na parte inferior. Isso é para que o tubo de 40 mm possa passar por ela e entrar um pouco no tubo principal, aumentando a possibilidade de foco e ajudando a manter o conjunto em ângulo reto com o tubo principal.

Para remover essa retenção, use uma serrinha sem o arco ou uma grosa para raspar tudo que for possível e depois use a lixa 60 para tirar o resto.Por último, use a lixa 150 ou 260 para alisar.

Se você não tem uma furadeira de bancada, vai notar que é bem difícil fazer furos perfeitamente paralelos. Então pode ser uma boa, antes de colar uma bucha dentro da outra, fazer um risco com mais ou menos 4 mm de profundidade no lado externo na bucha menor e do lado interno da bucha maior. Use a serrinha sem o arco para fazer esse caminho para a furadeira, garantindo que o furo seja perfeitamente paralelo e bem na divisão entre as buchas.Note que tanto a bucha de 60X50 como a de 50x40 possuem um marca da injeção do plástico, perfeitamente paralelos que podem ser usados para orientar esse risco.

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Depois de lixar as buchas e conseguir um encaixe perfeito use a cola de encanador para colar uma na outra. Uma vez coladas, você não vai mais conseguir separá-las, então faça toda checagem que for necessária antes de colar.Depois que a cola secar (demora uns 15 minutos), use a furadeira para fazer os furos dos parafusos (ou alargar a marca que você fez, caso tenha seguido a dica um pouco acima) que vão prender a bucha ao tubo principal.

Cuidado: Use um grampo de marceneiro ou um alicate de pressão para prender peças pequenas para usar a furadeira.NUNCA use uma mão para segurar a peça e a outra mão para segurar a furadeira. Veja na sessão “Preliminares” algumas dicas para prevenir acidentes.

O próximo passo é lixar a base do focalizador para ele assumir a curvatura do tubo principal do telescópio. Coloque os parafusos nos furos que você acabou de fazer, rosqueando-os até mais o menos a metade do furos,  para usá-los como orientação enquanto lixar.Apoie a lixa grão 50 sobre o tubo principal do telescópio e comece a lixar a base nessa lixa; Lixe-a até que ela tenha a mesma curvatura do tubo.Você deve lixar deixando os parafusos perfeitamente alinhados, na parte que ficará mais alta na bucha. Por isso, confira de vez em quando se a bucha está gastando da forma esperada, corrigindo eventuais desvios.Também é importante que um dos lados gastos não fique mais fundo que o outro. Se isso acontecer, quando o suporte for fixado ao tubo principal ele não vai ficar perfeitamente reto. Um jeito bem fácil de conseguir o desgaste correto isso é ir contado as esfregadas. A cada 30 ou 40 esfregadas, vire a bucha e comece a contar de novo. Quando ela já tiver a curvatura apropriada, substitua a lixa grão 50 pela lixa grão 150. Isso é só para alisar a parte lixada.

Para aferir se o trabalho ficou bem feito, coloque o tubo principal numa posição nivelada, coloque o suporte sobre o tubo e confira se o nível continua existindo.

Na foto abaixo, o nivelamento do tubo foi conferido :

E nessa outra foto confirmamos que o nivel persiste colocando o nivel sobre a base, apoiada no tubo nivelado:

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Outra maneira de conferir se foi lixado corretamente é colocar o tubo numa posição nivelada, colocar a base próxima a borda dele e usar um pêndulo para aferir.

A foto abaixo mostra o lado lixado da bucha:

Nessa outra foto, vemos o tubo de 40 mm encaixado na base e o tubo de 32 mm que será encaixado dentro do tubo de 40mm. A fita cinza colada sobre o anel de PVC branco, no tubo de 32 mm é papel camurça que serve para evitar jogo e fazer deslizar melhor.

Chegando nesse estágio só falta pintar de preto fosco e fixar a base ao tubo principal. Lembre-se que só poderá furar o tubo principal depois de receber os espelhos e tiver a distância focal e a distância ideal entre o espelho primário e secundário.

IMPORTANTE: NUNCA USE FERRAMENTAS DENTRO DO TUBO PRINCIPAL SE O ESPELHO PRIMÁRIO ESTIVER MONTADO. SE A

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FERRAMENTA OU O PARAFUSO SE SOLTAR DA SUA MÃO VAI ARRUINAR O ESPELHO.

Abaixo, uma foto do focalizador finalizado. A base foi pintada por imersão com tinta que sobrou do tubo principal. O resto do conjunto foi pintado com tinta preto fosco. O porta-ocular está parcialmente desencaixado para mostrar que não se deve pintar a parte em que ele encaixa. Se quiser pintar, tudo bem, mas provavelmente vai ter que lixar a tinta na hora de encaixar :-)

Tampa para o focalizador

É fundamental fazer uma tampa para o focalizador para evitar que poeira entre por ele e se acumule sobre os espelho.Cada vez que se é obrigado a lavar o espelho, perde-se um pouco da aluminização e devemos tomar todo cuidado possível para evitar que ele se suje.Eu usei como tampa um daqueles potinhos pretos de filme fotográfico de 35 mm.Ele encaixa perfeitamente no suporte da ocular.

Se não tiver um potinho desses à mão, recorte um pedaço de cano de 32 mm e cole um tampão, mostrado abaixo:

Por razões estéticas, pode ser legal pintar também esse conjunto de preto fosco.

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Ajustes Finais

Depois que você receber a óptica, fizer os furos no tubo principal, instalar o focalizador, instalar e alinhar a aranha e espelho primário, teste o focalizador com todas as oculares que tiver, começando pela a ocular de maior distância focal (menor aumento).

Faça isso durante o dia, usando um objeto a uma distância de 300, 400 metros ou mais.Tente ajustar o foco deslizando o tubo para dentro e para fora.

Com algumas oculares, pode ser que quando você esteja quase chegando ao foco não dê mais para mover o focalizador.

Exemplo 1 - Você vai puxando o tubo e a imagem vai clareando, mas antes de focalizar claramente não dá mais pra puxar o tubo deslizante.

Solte a ocular e vá afastando-a do focalizador;Se a imagem melhorou, o espelho primário está muito perto do espelho secundário e o foco está ocorrendo além do interior do focalizador.

Para solucionar, aumente a distância entre os espelhos, apertando um pouco os três parafusos do espelho primário. Refaça o alinhamento e teste novamente. Repita isso até conseguir o posicionamento ideal.

Exemplo 2 - Você vai recolhendo o tubo e a imagem vai clareando, mas antes de focalizar claramente não dá mais pra recolher o tubo.

Remova o focalizador e aproxime a ocular do furo no tubo principal (lembra que eu falei lá em cima para colar as partes, né?).

Se a imagem melhorar dessa forma, o espelho primário pode estar muito longe do espelho secundário e o foco está ocorrendo antes de chegar ao interior do focalizador, ou dentro do focalizador, mas antes de chegar a ocular.

Para solucionar, reduza a distância entre os espelhos primários e secundário soltando um pouco os três parafusos do espelho primário. Refaça o alinhamento e teste novamente. Repita isso até conseguir o posicionamento ideal.

Lembre-se que grandes aumentos só são possíveis em noites excelentes. Se você está fazendo esse teste à noite, mirando algum objeto no céu, o teste não é conclusivo. Você pode não estar conseguindo foco apenas porque a noite não está boa o suficiente para o aumento fornecido pela ocular. Por isso foi dito no começo que esse teste deve ser feito à luz do dia, num dia claro e sem chuva.

Se mesmo depois de você ajustar as distâncias entre os espelhos não estiver conseguindo foco, pode ser necessário reduzir o tamanho do focalizador ou usar um extensor. 

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Embora seja razoável usar um extensor para casos de exceção, não é prático ficar o tempo todo com um extensor. Assim, se todas as suas oculares estão exigindo o uso de extensor, considere fazer novos tubos para o focalizador, com o tamanho apropriado, mas reveja o processo de construção do focalizador, da fixação do espelho primário e da aranha, porque você pode ter errado em alguma das medidas.

Construção de um telescópio refletor de 180 mm

Suporte da Buscadora

Nessa sessão : Introdução Materiais Ferramentas empregadas Procedimento

Introdução

O suporte da buscadora que montei foi bastante original em relação às opções que achei na Internet; Como não achei nenhum equivalente na Internet, eu o batizei de “buscadora Julia", em homenagem a minha prestativa assistente de construção (que queria que eu pintasse o telescópio de “cor-de-rosa”).

Particularmente, acho pouco eficiente o sistema mais difundindo por aí, que usa três parafusos em um anel para regular a buscadora. O mecanismo que construí é, na minha opinião, muito mais fácil de manipular e muito mais firme e robusto; Já aconteceu de eu esbarrar com força no suporte da buscadora e o alinhamento da buscadora não ser afetado; Quando eu usava o outro sistema, qualquer esbarrão na buscadora me obrigava a realinhar a mira.

O suporte que montei é uma pequena montagem alt-azimutal, com um eixo de movimento horizontal e outro eixo de movimento de altitude.

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Um parafuso de aperto manual libera o movimento horizontal, travando firmemente quando encontrada a posição certa; Dois parafusos regulam o movimento de altitude e também travam firmemente na posição desejada.

A distância (altura) que a buscadora fica do cano principal é importante fator de conforto na hora de olhar por ela, assim eu deixei uma boa distância, cerca de 7 cm; Se achar exagerada essa distância, a qualquer momento no futuro poderá reduzí-la, bastando cortar parte do excesso de tubo.

Numa rápida passada de olhos, pode-se achar que essa é base é complicada de construir, mas não é. Na verdade é uma das partes mais simples de construir em todo o projeto. Essa impressão de complexidade é causada pela grande quantidade de detalhes que descrevo; A idéia é não deixar margem de dúvida quanto ao funcionamento.

Materiais

Um pedaço de madeira de 12cm X 5cm x 2cm ( para a base de fixação ao tubo principal) 9cm de PVC marrom de 32mm 9cm de PVC marrom de 40mm 8cm de PVC branco de 40mm 13 cm de tubo de aço, com dimensão de 3 cm X 3 cm, daqueles usados para cantos de portões (veja nas fotos mais abaixo). Pode ser encontrado em serralharias (refugo). 13 cm de tubo de aço, com dimensão de 2,5 cm X 2,5 cm. Esse pedaço deve se encaixar dentro do outro, sem folgas, mas também sem aperto. 2 parafusos para madeira com uns 0,5 cm de comprimento (para fixar o tubo de 40 mm à base de madeira). 4 parafusos com 2,5 cm de comprimento. Serão usados para prender a base de madeira do tubo principal. 2 parafusos de 4 cm de comprimento com arruela e porca borboleta. Serão usados para controlar o movimento vertical. Um parafuso com 3 cm de comprimento com porca e arruela. Será usado para prender as canaleta mais larga ao tubo de PVC de 32mm. 1 mola de tesoura de poda ( da mesma usada no suporte do espelho primário e na aranha). 2 parafusos de aperto manual, que serão usados para travar o movimento horizontal. Como não consegui encontrar esse tipo de parafuso, usei um de porta serial de computador (do mesmo usado no focalizador) 2 fitas de 10 cm de velcro (para prender a luneta buscadora ao conjunto) Uma arruela de 28 mm de diâmetro (Será colocada por dentro do tubo de PVC de 32 mm)

Ferramentas

Serrote (para cortar a madeira) Arco de serra (para cortar as canaletas e os tubos de PVC) Martelo (para usinar as partes de aço)

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Lixa grão 50 e lixa grão 150 Furadeira com serra copo de 38 mm, uma broca para aço e uma broca para madeira. Desejável Grosa (para o desbaste da madeira) Desejável grampos de marceneiro ou morsa (para prender as peças pequenas na hora de furar, cortar ou lixar)

Instruções

 

A primeira parte a ser construída é a base à ser fixada no tubo principal.Observe no desenho abaixo uma visão explodida da peça:

 

 

Serre o pedaço de madeira nas dimensões 12cm X 5cm x 2cm.

Usando a serra copo, faça um furo bem no centro dessa madeira. Certifique-se de que o tubo de 40mm se encaixa apertado no furo.

Faça dois furos por dentro do furo feito com a serra copo. Nesses furos serão usados os parafusos de madeira que prenderão o tubo de 40mm à madeira. Na verdade, esses furos poderão ser feitos direto com o parafuso, mas nesse caso tome cuidado para não romper a cabeça do parafuso durante o processo.

Marque quatro pontos eqüidistantes, à 1 cm da borda da madeira e 2 cm do ponta da madeira e fure usando a broca apropriada para o parafuso que pretende usar para fixar o conjunto do tubo principal.

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Um dos lados da madeira precisa ser desgastado para assumir a curvatura do tubo principal telescópio. Para isso, coloque a lixa 50 sobre o tubo principal e vá gastando a madeira até atingir a curva necessária. Não é demorado (cerca de 20 minutos), mas se você tiver uma grosa, o serviço vai ser mais rápido e leve.

Coloque a lixa sobre o tubo principal do telescópio, pegue o tubo de 40 mm gaste um dos lados dele, para tomar a curvatura do tubo principal. Depois faça um furo lateral, um pouco acima do meio do cano para colocar o parafuso de aperto manual. Amacie girando o parafuso de um lado para o outro, mas evite exagerar para não espanar o PVC. Faça outro furo para o outro parafuso de aperto manual, distante uns 120º graus desse primeiro furo. Usando dois parafusos de aperto evita-se que tenha que apertar demais um deles, o que poderia criar marcas no tubo interno ou espanar a rosca no PVC.

Nessa altura, a base de madeira vai estar como desenhado abaixo. Os pontos em vermelho são os furos para prendê-la ao tubo principal e o ponto vermelho menor, dentro do furo feito com a serra copo, é um dos dois furos onde será parafusado o tubo de 40 mm.

 

Encaixe o tubo de 40 mm na base de madeira e use os dois parafusos pequenos para prendê-lo no lugar.

Pegue o PVC de 40 mm branco, e rache o de lado a lado (veja o desenho na visão explodida da peça, no início dessa sessão) e encaixe por dentro no PVC de 40 mm marrom.

Esse PVC branco fica solto dentro do PVC marrom de 40 mm; Ele não deve ser parafusado a base de madeira, mas pode ser perfurado pelos parafusos de aperto manual, se desejar. A finalidade dele é preencher o espaço que fica ao encaixar o tubo de 32 mm dentro do tubo de 40 mm e evitar jogo no conjunto.

 

Vamos descrever agora a segunda parte do suporte. Trata-se de um “T” feito com canaletas de aço e PVC, sendo que o PVC de 32 mm daqui vai ser encaixado dentro do PVC de 40 mm da outra parte que acabamos de descrever.

Abaixo uma visão explodida dessa peça :

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Pegue o pedaço de 9 cm de tubo PVC de 32 mm e crie duas saliências numa das pontas, retirando cerca de 1 cm do cano. Veja no desenho abaixo:

 

Corte um anel do PVC 32 mm marrom com 1cm de comprimento e retire um pedaço abrindo-o. Esse anel será colado por dentro do tubo de PVC de 32 mm e servirá como sustentação para a arruela de 28mm, que será encaixada

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dentro dele e vai segurar o parafuso que prende as canaletas. O processo aqui é o mesmo usado na construção da aranha.

Nas canaleta, remova um dos lados da canaleta mais grossa, fazendo um “U”. Certifique-se de que a canaleta menor se encaixa perfeitamente dentro dela.

Faça um furo no centro da canaleta mais grossa. Por esse furo será passado o parafuso que prenderá essa canaleta ao tubo de 32 mm.

Faça mais dois pequenos cortes (ou furos) na canaleta mais grossa, um de cada lado do furo central, à 15mm dele. Nesses furos serão encaixadas duas saliências deixadas no PVC de 32 mm. Esse encaixe garante que a canaleta só rodará em conjunto com o PVC de 32 mm e não “individualmente”.  

Por último, faça dois furos, uma em cada extremidade, a cerca de 2 cm da extremidade e largo o suficiente para que os parafusos de ajuste de altitude passe com folga.

Vamos agora a canaleta menor

Faça dois furos nas extremidades, coincidentes com os furos na extremidade da canaleta maior, citados acima, mas aqui eles devem ser apertados o suficiente para que o parafuso só entre rosqueando.

O procedimento abaixo é para prepará-la para prender a luneta buscadora, por meio de duas cintas de velcro; Veja mais abaixo que alternativamente, usar uma braçadeira de PVC pode ser bem mais fácil... eu só não usei a braçadeira de PVC porque não a conhecia na época da construção.

Para usar a cinta de velcro:

Na canaleta menor, no lado que ficará para cima, faça quatro pequenos cortes da largura da fita velcro que pretende usar. Esses pequenos cortes devem ficar a cerca de 0,5 cm das extremidades e 0,5 da “parede” da canaleta.

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É preciso também fazer um corte que divida o lado de cima ao meio e dobrar para baixo as abas que resultam desse corte. Veja o desenho para entender melhor:

 

 

Comentário :  Um procedimento alternativo para prender a luneta é usar uma braçadeira como essa da foto abaixo, no diâmetro da luneta. Nesse caso, bastaria parafusar duas braçadadeiras como a da foto na parte de cima da canaleta menor. A desvantagem é que se usar uma luneta buscadora de diâmetro diferente terá que trocar a braçadeira, mas confesso que só não fiz dessa forma porque ainda não tinha construído a luneta de busca e, principalmente, porque não conhecia essa braçadeira na época; As braçadeiras que eu conhecia eram muito frágeis, feitas de lata.

 

 

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Monte o conjunto do PVC de 32 mm e encaixe-o dento do outro conjunto, o conjunto do PVC de 40 mm. Teste o movimento horizontal e a força do travamento exercida pelos parafusos de aperto manual. Teste o movimento vertical conferindo se está ocorrendo de forma suave e sem solavancos.

 

Veja abaixo algumas fotos do suporte já finalizado, mas ainda com uma luneta de busca muito pequena e improvisada.

 

A imagem abaixo é de um teste, antes da pintura.

 

 

A imagem abaixo é do mesmo teste. Note que a dobra da canaleta menor não está perfeita ainda. Note também que olhar pela própria canaleta serve para localizar objetos a olho nu e em seguida centralizar na luneta de busca. Isso é muito útil quando o orvalho embaça a objetiva da luneta

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Abaixo as duas partes que compõe o suporte da buscadora. A pintura foi feita por imersão, usando tinta “Cinza Urano Metálico”, que sobrou do tubo principal. Acho que poderia ter ficado melhor. Desconfio que não aguardei tempo suficiente entre as duas demãos:

Abaixo, um foto do aspecto final, mostrando um dos parafusos de trava de movimento horizontal e os dois parafusos de trava de movimento vertical.

O uso é muito intuitivo...Para ajustar horizontalmente, afrouxe os parafusos de aperto manual, gire a buscadora o quanto for necessário e trave na posição desejada.

Para ajustar verticalmente, solte ou aperte um das porcas borboleta. A mola vai se encarregar de levantar um dos lados da luneta quando a porca borboleta for solta; Quando a borboleta é apertada, a mola se contrai e aquele lado da luneta buscadora se abaixa.

Construção de um telescópio refletor de 180 mm

Base Dobsoniana

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Nessa sessão : Introdução Materiais Ferramentas empregadas Construindo a Braçadeira Os discos de sustentação Preparando a presilha Montagem da braçadeira Montagem Dobsoniana Laterais do suporte Dobsoniano

Introdução

Existem vários tipos de montagens de telescópio e a base dobsoniana é mais simples de construir, sendo também uma das mais estáveis.

A base deve permitir movimentos suaves e ao mesmo tempo ser firme para que o tubo pare em qualquer posição, sem trepidação. O desenho da base é baseado nas sugestões do site do Sebastião Santiago, mas fiz algumas modificações.

Uma das modificações que fiz foi, em vez de fixar as rodas de movimento vertical direto no tubo, fixei-as numa braçadeira, feita com sobras do tubo principal. Isso permite deslocar o eixo gravitacional em caso de necessidade, por exemplo, ao se acoplar uma máquina fotográfica ou uma buscadora nova. Nessa situação, se não fosse possível deslocar o apoio dados pelas rodas para o ponto de equilíbrio gravitacional, o telescópio tenderia a “cair” para o horizonte ou subir para o zênite. Usando as braçadeiras, simplesmente soltamos as duas presilhas de pressão e escorregamos o tubo para baixo ou

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para cima, conforme o caso, e travamos novamente as duas presilhas. Muito prático :-)

Outra vantagem é que a braçadeira reforça a estrutura do PVC, ajudando a evitar trepidações quando movido; Além disso, lí num (único) site de ATM, do qual não tenho aqui a URL, que tubos de PVC podem se tornar curvos com o tempo, mas não achei comentário similar em nenhum outro lugar da Internet, logo pode ser uma informação incorreta. Se tal informação for correta, essa braçadeira também ajuda a evitar o problema, já que o peso do telescópio será suportado por ela e não diretamente no tubo.

Além dessas vantagens, o tubo principal fica intacto e pode ser movido para outras montagens diferentes da dobsoniana.

Outra mudança que fiz foi um disco de madeira com diâmetro de 198 mm para servir de tampa na parte inferior; A descrição da construção desse disco foi dada na sessão “Suporte do espelho Primário”.

Materiais

1 tábua de compensado de 15mm. Com essa tábua serão feitas as seguintes peças :    2 discos de 450 mm de diâmetro, ou seja, serão necessário duas peças com 46 cm2 cada    2 discos de 130 mm de diâmetro, ou seja, serão necessário duas peças com 14 cm2 cada    2 discos de 100 mm de diâmetro, ou seja, serão necessário duas peças com 11 cm2 cada    2 laterais para as quais serão necessários duas peças de 23 cm x  65 cm    2 peças quadradas (fundo e frente) com tamanho de 23 cm x 23 cm    Importante : Essas medidas se baseiam nas instruções mais abaixo. Se você modificar alguma das característica, poderá ser necessário mudar algumas dessas medidas. 2 pedaços de fórmica com 50 cm quadrados (opcional). Pode ser conseguindo em marcenarias e pode ser refugo, pois não ficará visível após a montagem. 1 frasco de 200 ml de cola de madeira (Opcional. Só é necessário se optar por usar a fórmica) 2 pedaços de madeira com 135 mm X 5cm x 2cm. Não pode ser compensado porque ele será cortado e lixado de uma maneira que desfolharia o compensado. Se esse pedaço de madeira tiver mais que 2 cm de espessura poderá ser necessário desgastá-lo ou aumentar a largura da montagem dobsoniana. 20 cm de tubo de PVC de diâmetro de 200 mm. 2 dobradiças pequenas 20 cm quadrados de chapa de lata de com cerca de 1 mm de espessura. A chapa não pode ser muito maleável porque você vai usá-la para moldar uma presilha de pressão. Não pode ser muito grossa porque será difícil trabalhar com elas. Eu usei parte de um chassi de computadores, daqueles antigos. Cerca 50 cm de arame grosso. Uma alça (fina) de balde pode ser usada.

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Cerca de 400 ml de seladora de madeira 15 pregos de 25mm de comprimento (considere o uso de parafusos, caso queira uma base desmontável, mais prática para transporte, mas menos instável, já que depois de repetidas montagens / desmontagens a rosca na madeira tende a espanar, se não forem usadas buchas próprias para madeira) 1 disco de vinil (LP). Pode ser conseguido em lojas que vendem livros usados, que em são Paulo são conhecidas por “sebos”. 1 Parafuso de 55mm de comprimento com porca e três arruelas sendo uma dessas, uma arruela de pressão. Lixas :   - para usar na madeira :Duas grão 50 ou 80, duas grão 150 e duas grão 320.   - para usar no PVC : Uma grão 150, uma grão 320 e uma grão 1200 ou maior Três pezinhos de borracha, cujos parafusos de sustentação não devem ultrapassar metade da dimensão da madeira.

Ferramentas

Furadeira elétrica ou manual Lima ou esmerial (para arredondar cantos das presilhas) Martelo Compasso Arco de Serra Serra para corte circular (serra tico-tico ou serra manual, chamada serra de rodear) Lima ou esmeril ou escova de aço ou lixa de ferro. Tesourão. Rebitador. Você encontra alicates rebitadores em camelôs e lojas de ferragens por menos de 10 reais (na época que escrevi isso, cerca de 3 dólares). Grosa (opcional). Ajudaria no desgaste de madeira Morsa (opcional). Facilitaria dobrar as presilhas. Esquadro (opcional). Para conferir ângulos retos na madeira antes de riscar e cortar

Construindo a Braçadeira

Veja abaixo uma foto da braçadeira, sem acabamento, que ajuda a entender as explicações que se seguem:

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Serre um pedaço de 20cm do tubo de PVC, aproveitando o resto do tubo principal.

Dica: Conseguir serrar o cano de 200 mm corretamente dá um certo trabalho. Veja na sessão Preliminares a dica de como cortar o tubo e também de como construir um gabarito (régua) para riscar os locais dos cortes

Divida esse segmento de 20cm em duas partes iguais, obtendo duas bandas com 20 cm de comprimento cada uma.Lixe as bordas para ter um bom acabamento.

Fixe as duas bandas uma na outra, usando as dobradiças e os rebites. As dobradiças devem ficar á aproximadamente 2 cm do borda do cano, como mostrado na foto acima.

Dica:Se não tiver um alicate rebitador, minha primeira sugestão é que adquira um. Custa cerca de dez reais nas lojas de ferragens.  Veja na sessão Preliminares algumas dicas quanto à compra de ferramentas. Se não quiser adquirir um, pode ser que seja possível “costurar” a dobradiça ao PVC usando um arame, mas não sei o quão firme isso ficará ao final. Pode também usar um parafuso colocado de dentro para fora (a porca do lado de fora) mas pode ser necessário reapertar a porca de vez em quando. Pode ser também que você consiga improvisar usando um alicate convencional para puxar o rebite, mas, decididamente, acho que investir 10 reais num alicate rebitador vale a pena :-).

Os discos de sustentação

Faça dois discos de madeira de 100mm de diâmetro e dois discos de madeira de 130mm de diâmetro.Os discos de 100 mm vão girar encaixados nos semi-círculos das laterais, descritos mais abaixo e devem ser os círculos mais perfeitos que você puder fazer; É importante que não sejam ovalados, que não tenha rebarbas ou saliências.

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Dica: Deixe para fazer os discos de diâmetro de 100 mm e o semi-círculo nas laterais por último, depois de já ter feito todos os outros círculos (de 450mm para a base, para o suporte do espelho primário e os discos de 130mm). A experiência adquirida nos cortes anteriores vai ajudar a fazer esse círculo mais perfeito que os outros.

Junte um círculo de 100mm centralizado à um círculo de 130mm e pregue com três pregos posicionados a aproximadamente 120º um do outro (não é necessário muita precisão na separação dos três pregos). Use um prego que não atravesse o conjunto. Por exemplo, se estiver usando compensado de 15mm, os dois discos juntos terão 30mm, logo, use prego de 25mm de comprimento. Repita o processo no outro disco de 100mm e 130 mm.

Notei recentemente uma pequena imperfeição em um dos círculos de 100 mm. Essa pequena imprecisão provoca um leve movimento para um dos lados quando paro o conjunto numa determinada posição. Para contornar o problema vou revestir os discos com uma rodela de PVC, conforme sugestão do Zeca, do site Cosmobrain .

Serre o sarrafo de madeira em dois pedaços de 131 mm cada. Eles devem ser ligeiramente maiores que o disco em que serão fixados, por que depois vamos arredondar suas bordas para coincidirem com a borda do círculo.

Serre cada um dos pedaços diagonalmente, como mostrado na figura abaixo:

Com isso você obtém quatro pedaços de madeira de 135 mm de comprimento em formato triangular.

Esses pedaços serão usados para fazer o acabamento do contato entre o círculo de 130 mm e o tubo de PVC que formará a cinta usada para prender o tubo principal ao suporte.

O lado serrado deles deve ser arredondado para tomar a mesma curvatura do tubo principal.

Para isso, sente-se confortavelmente com o tubo principal do colo, coloque a lixa grão 50 sobre o tubo e comece a raspar essa cunha de madeira sobre a lixa. Demorei cerca de 2 horas para concluir o trabalho para as quatro cunhas,

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sendo que a maior parte do tempo eu gastei na primeira. À medida que se ganha experiência, o trabalho rende mais e acredito que se eu fosse fazer isso de novo não demoraria mais do que 1 hora para concluir tudo.

Uma dica importante é virar a cunha de vez em quando, pois tendemos a por mais força do lado em que se apóia o punho. Virando a peça, ela tende a ser gasta por igual. Acho também que o serviço pode ser acelerado caso tenha uma grosa (lima própria para madeira), que na época eu não tinha, para dar a curvatura mais ou menos apropriada e usar as lixas sobre o tubo para dar a curvatura final.Quando a curvatura já estiver formada, use uma lixa 150 apoiada sobre o cano para alisar.

Depois que já tiver feito a curvatura, coloque as cunhas no disco de 130 mm, coloque o conjunto do tubo para certificar de que está com um bom contato. Não é preciso ter um contato perfeito... apenas o suficiente para que o tubo se apoie nelas sem aparecer “buracos”.

Risque nas cunhas a forma do círculo de 130 mm de diametro, serrando o excedente com uma serra de rodear, serra tico-tico ou uma serra de arco.

Veja a aparência dos discos nessa fase do trabalho:

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Preparando a presilha

Precisamos agora de uma presilha similar àquelas usadas para prender extintor de incêndio em baixo do banco do carro; Ou, se preferir um exemplo culinário, similar àquelas que existem em formas para fazer torta :-).

Procurei essa presilha em lojas de ferragens e de materiais de construção e não tive sorte, por isso resolví fazer com uma chapa de lata grossa que eu tinha à mão. A chapa que eu tinha era uma chapa de chassi de computador, daqueles antigos, com cerca de 1 mm de espessura. Pode-se usar alumínio ou qualquer outra chapa que não seja muito maleável. Se se consegue dobrá-la sem usar ferramentas, não serve. Não use lata dessas de molho de tomate ou similar porque são muito finas e vão entortar em vez de prender firmemente; E evite  usar uma chapa muito grossa porque vai dar muito trabalho pra você “usiná-la” no formato, além de ficar pesada.

Olhando a foto abaixo fica mais fácil entender o objetivo dessas presilhas e o trabalho que se espera que façam.

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Os arames que aparecem na foto, como laçadeiras, são de cor e dimensão diferente porque eu não tinha arame suficiente na mesma cor e dimensão para fazer as duas laçadeiras.

Para construir as presilhas, Serre dois pedaços da chapa de aço, conforme a medida e o desenho abaixo:

Faça quatro furos e arredonde os cantos, como mostra o desenho abaixo.

O risco vermelho indica o local onde a chapa deverá dobrada.Veja abaixo como ela ficará depois de dobrada (sem escala);Note que os cantos foram arrendodados e que o furo onde vai passar o eixo fica mais abaixo do furo onde será preso a laçadeira; Isso é importante para dar o efeito de pressão ao se travar as presilhas:

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Para dobrar a chapa, se tiver uma morsa disponível vai ser mais fácil. Se não tiver (eu não tinha :-/ ), use um batente de madeira ou de ferro para apoiar a chapa e use o martelo para entortar. Outra opção que facilita o serviço é usar um alicate de pressão e fazer um sanduíche com duas outras placas delineando o local da dobradura e usar um segundo alicate para dobrar a placa, acertando o vinco depois com o martelo.

Você precisa agora fazer o suporte da presilha. Esse suporte será rebitado ao PVC e a presilha será presa a ele por um eixo de arame grosso (alça de balde ou um pino que tenha sobrado do arrebite, por exemplo).O processo é o mesmo da presilha e as medidas estão abaixo:

A linha vermelha indica o local onde a chapa deve ser dobrada. A presilha vai ficar por fora desse suporte, presa a ele por um eixo de arame grosso.

Esmague uma das extremidades do arame, coloque a presilha e o suporte em posição, passe o arame pelos furos e esmague a outra ponta. O que dá um pouco mais de trabalho aqui é o alinhamento das duas peças.

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Para fazer as lingüetas, onde a laçadeira ficará presa na outra extremidade, serre dois retângulos da chapa e enrole a extremidade deles conforme ilustração abaixo:

Para enrolar a ponta da lingüeta, bata dois pregos grandes lado a lado num batente de madeira. A distância entre os pregos deve ser mais ou menos a espessura da chapa que estiver usando. Introduza a ponta que deseja enrolar entre eles e, usando um alicate, enrole a lingüeta num dos pregos até o ponto pontilhado em vermelho na figura.Fique tranks que isso é bem fácil de fazer :-)

Em preparação para o acabamento, aproveite para escovar as peças usando uma escova de aço ou uma lixa. É importante não deixar rebarbas afiadas para evitar acidentes durante o uso do telescópio.Pinte-as antes de instalá-las no PVC

Montagem da braçadeira

Rebite as duas lingüetas numa das bandas com uma distância de 15 cm entre elas, bem próximas à extremidade do tubo.

Fixe as duas presilhas na outra banda de PVC, alinhadas com as lingüetas.

Coloque a braçadeira no tubo do telescópio e feche-a. Você vai notar que fica uma gap de cerca de 4 cm entre uma banda e outra.

Considere cerca de 1cm de arame que deverá ser recurvado dentro da presilha e meça a distância até a lingüeta do outro lado, mantendo a braçadeira bem apertada. Use a estrutura com os dois pregos no batente (que você usou para enrolar as lingüetas) para dobrar o arame na posição apropriada.

Repita o processo, dobrando o arame na largura da lingüeta e novamente no ponto em que ele entra na presilha.

Lembre-se que dependendo do cumprimento que você usar no arame, a braçadeira pode ficar muito frouxa ou muito apertada, portanto, verifique bem

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se ela está travando (fazendo um “clique”) ao ser fechada.Lembre-se também que depois da pintura serão colocadas fitas de feltro por dentro e poderá ficar muito apertado.

Comentário: Embora o texto descrevendo o processo seja extenso, na prática é bem fácil construir essas peças. Calculo que todas as partes podem ser construídas em menos de uma hora. Quando eu construí, demorei um pouco mais porque estava planejando (e modificando) as peças enquanto construía.

Para finalizar a braçadeira, agora só falta montar as rodinhas que servirão de apoio ao tubo do telescópio. Essas rodas devem ser fixadas na braçadeira, na posição onde fica o centro do tubo principal.Se essas rodinhas forem fixadas fora do meio ou desalinhadas, vão ocorrer solavancos ao levantar / abaixar o tubo nas noites de observação ou forçar os lados da caixa de madeira para fora, fazendo com eles se desprendam pouco a pouco.

Importante: O meio das duas bandas de PVC não é o meio do tubo principal!!

Para achar o centro da braçadeira, coloque-a no tubo, trave-a, coloque um barbante dando a volta na braçadeira e corte o em quatro pedaços iguais. Coloque a ponta desse barbante bem no centro do espaço entre as duas bandas de PVC, próximo às dobradiças. A outra ponta indicará o ponto central para colocação das rodas. Marque dois desses pontos, um em cada extremidade da braçadeira e trace um risco unindo-os. Certifique-se da posição e faça um furo para colocar os dois parafusos. Coloque os parafusos de dentro para fora.

Depois da pintura, cole um pedaço feltro para cobrir as cabeças dos parafusos. Isso evitará que fiquem arranhando o tubo.

Coloque feltro também delineando toda a extensão da borda interna braçadeira. Além de cobrir os arrebites, isso cria um pequeno vácuo quando a braçadeira é travada, ajudando no trabalho das presilhas.

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Comentário: não confunda feltro com velcro.

Feltro é uma fita que é adesiva de um lado e parecida com carpete do outro e é usada em portas para abafar barulho ou em móveis colocados sobre outro móvel, para evitar arranhões.

Velcro é uma fita usada como fecho em roupas e calçados. Normalmente usada aos pares, sendo que uma das peças tem filamentos de fios de nilon e outra tem um tipo de pelúcia. Quando encostadas, uma se prende à outra. Existe também o velcro de de dupla-face, vendido em lojas de suprimentos de informática (É usado para organização de fios em racks e embaixo de mesas)

Montagem Dobsoniana

Vamos agora a montagem dobsoniana.

Serre o fundo e frente do conjunto do conjunto conforme desenho e as dimensões abaixo, mas atenção: Se você tiver modificado alguma coisa na braçadeira poderá precisar ajustar alguma medida da frente ou do fundo.Certifique de o tubo principal com a braçadeira se encaixa dentro das medidas abaixo.

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Serre dois discos de madeira com diâmetro de 450 mm (raio de 225mm).

Dica : Veja na sessão Preliminares informações de como recortar círculo de madeira

No disco que será usado em contato com o chão, faça os furos onde serão fixados os pezinhos de borracha. Esses furos não devem furar completamente a madeira, mas ir apenas até menos que metade da espessura dela.Os pezinhos devem ficar a 120º graus de distância um do outro; Na hora de comprar os pezinhos, avalie o suporte de borracha deles, pois alguns são feitos de plásticos e acabam derrapando na hora de girar a base.

Dica : Para dividir a circunferência em 3 partes iguais  (120º) , dê uma olhada na sessão Preliminares

Faça um furo central nos dois discos. Nesse furo será passado o parafuso de 55mm de comprimento. O furo deve ser largo o suficiente para o parafuso passar e girar sem muito esforço, mais não pode ser largo demais, para não provocar jogo do conjunto.

Antes de seguir adiante, deixe-me contar uma história.

Depois de algum tempo usando o telescópio notei que se formaram algumas ranhuras na parte interna dos discos de madeira, no local onde ficava a borda do disco de vinil e diagnostiquei que isso era devido ao compensado ser muito poroso e macio. Para resolver o problema, pedi dois pedaços de fórmica para um marceneiro; Como os pedaços não iam ficar visíveis, puderam ser refugo; Adotei o procedimento descrito abaixo. Melhorou bastante a suavidade do movimento horizontal. Mesmo assim, considere a parte abaixo apenas como uma sugestão.

Cole os quadrados de fórmica, um em cada disco, nos lados internos, que vão ficar em contato. A função da fórmica é reduzir o atrito, já que o compensado é uma madeira porosa e macia e tende a criar sulcos com o movimento freqüente.

Antes de colar, limpe as superfícies com uma estopa de thiner.

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Depois de colar, coloque peso de uns 20 quilos ou mais sobre os dois e deixe de um dia para o outro para que a cola seque completamente. Um botijão de gás cheio ou um balde cheio de água pode ser usado para fazer esse peso.

Não tente serrar a fórmica formando o círculo, pois ela lasca com facilidade. Depois que a cola secar, use um tesourão para recortar as bordas deixando apenas o círculo e use a lima ou a lixa para eliminar rebarbas.Para furar o centro da fórmica (onde já existe o furo no compensado) não use a furadeira (a fórmica se quebra com facilidade). Use um objeto pontiagudo para furar sem bater, apenas girando de um lado para o outro e depois alargue o furo com um objeto mais grosso.

Laterais do suporte Dobsoniano

Serre as duas laterais do suporte, conforme mostrado no desenho abaixo:

Atenção especial deve ser dado ao semi-círculo de 100 mm pois nele irá encaixar o círculo responsável pelo movimento vertical. Se esse semicírculo ficar ovalado ou irregular, haverá solavancos na hora de movimentar ou dificuldades para parar o tubo em algumas posições, mesmo com o eixo de gravidade bem acertado.

Pretendo colar um semi-círculo de PVC no meu para cobrir qualquer irregularidade, mas ainda não fiz por não ter disponível um tubo de PVC apropriado.

Atualização: Serrei dos aros de PVC de 100 mm de diâmetro e coloquei nos discos do 100 mm. Também colei uma fita de feltro em cada semi-círculo da laterais. Com essa modificação, os discos de 100 mm não mais encaixam

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totalmente dentro do semi-circulo, mas isso não é ruim. Eles ficam apoiados em dois pontos e estão girando de forma bem mais suave.

A montagem do conjunto é mostrada abaixo.Pretendo no futuro substituir os pregos por parafusos de aperto manual (para não depender de ferramentas), mas antes preciso encontrar buchas para madeira, pois se os parafusos forem usados diretamente na madeira tendem a corroer a rosca e ficarem frouxos com sucessivas montagens e desmontagens.

Construção de um telescópio refletor de 180 mm

Tubo Principal

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Nessa sessão : Introdução Materiais Ferramentas empregadas Instruções Furos de suporte do primário Furo para o focalizador Pintura A montagem do tubo principal

Introdução

A preparação do Tubo principal não tem grandes segredos, no entanto, é preciso tomar cuidado com as medidas.

Os furos para o focalizador e fixação do espelho secundário só podem ser feitos depois que você tiver a distância focal do espelho e a distância ideal entre o espelho primário e secundário.

Outros cuidados referem-se à pintura, que deve ser preto fosco na parte interna para evitar reflexo das luzes.

Um recurso adicional que implementei no meu tubo foi a criação de quatro marcas na parte inferior do tubo para ajudar na colimação. Mais adiante explico melhor, mas por hora adianto que nessas ranhuras fixo um barbante em cruz para alinhar o espelho secundário. Mostrou-se muito eficiente para colimar e posicionar o espelho secundário.

Materiais

Cerca de 1,40 m de tubo PVC de 200 mm (o tamanho do tubo muda conforme a distância focal do espelho primário) Cerca de 200 ml de tinta preto fosco a pintura interna Cerca de 200 ml de tinta na sua cor preferida para a pintura externa. Dê preferência à cores escuras. Fita adesiva (para colar jornais nos furos na hora da pintura) A aranha já construída O suporte do Primário, já construído. O suporte do secundário, já construído.

Ferramentas

Serra em arco (para serrar o PVC) Furadeira e uma serra copo de 38 mm

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Objeto para furar o cano (Consegue-se mais precisão usando um objeto pontiagudo do que a furadeira, que às vezes patina e sai do lugar). Compasso Trena ou metro Barbante (para tomada de algumas medidas) Lixa 100, 320 e 3200 para lixar o cano.

 Instruções

Conseguir o cano não é fácil. Em todas as lojas que eu ia, só vendiam a barra inteira que tem 6 metros de comprimento.

Eu já estava até visitando alguns daqueles locais que revendem material de demolição, quando resolvi parar num depósito próximo a minha casa e finalmente consegui o que queria: Dois metros de um cano de PVC de 200mm de diâmetro.

Para o telescópio eu ia precisar de mais ou menos 1,40m, mas eles só vendiam de metro em metro. Ou comprava um metro ou comprava dois metros.

Isso até que foi bom porque posteriormente o excedente foi usado para construir a braçadeira para suporte do tubo principal e uma tampa para fechar o telescópio quando não está em uso.

Importante: Recentemente, um amigo do Cosmobrain, reportou que depois de comprar o tubo e começar a trabalhar nele notou que o ele era oval e não circular. Isso pode resultar em problema de vinhetagem, já que dependendo de quão oval seja o tubo, ele poderá ser estreito demais para o espelho de 180 mm. Uma dica então é conferir o tubo na hora da compra e recusar caso ele esteja ovalado. Pra evitar problemas com o balconista é bom fazer isso antes dele cortar o tubo.

A quantidade de tubo que eu precisava, citada mais acima, é baseada na distância focal do espelho.

No meu caso, a distância entre o espelho primário e o secundário era de 1040mm. Essa é a medida do centro do espelho principal até o centro do espelho primário.

À essa distância eu tinha somar a “altura” do suporte do espelho primário contando também a altura do espelho (18mm mais 1mm de altura da cola de silicone), a altura da aranha (a distância entre o espelho secundário e as varetas de fixação da aranha), e mais 10 cm de tubo que deve sobrar para cima do suporte da aranha para evitar interferência de fontes de luz próximo ao telescópio.

Somando tudo isso, eu cheguei a 1,28 m de cano, porém, como eu tenho duas crianças pequenas em casa, decidi fazer uma tampa para cobrir a extremidade inferior do tubo (explicada na sessão do suporte do espelho primário) e evitar

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que eles desalinhassem o telescópio ou soltasse totalmente o parafuso. Por causa disso aumentei mais cerca de 6 cm ao cano.

Definido o tamanho do cano, o primeiro passo será serrá-lo.Pra isso é só riscar o tubo e mandar ver na serra, certo? Errado!

Conseguir o corte reto, sem “chanfrar” o tubo é mais complicado do que parece. Veja na sessão “preliminares” e “Tampa para o tubo principal” como obter um corte correto, sem dentes e sem chanfros.

A regra de ouro é “Meça e marque duas, três ou quatro vezes. Corte uma vez”. Depois de cortado não tem como remediar.

Feito o risco, certifique-se de que ele está realmente onde se espera.

Quanto aos furos, enumero abaixo todos os furos a serem feitos no tubo principal:

3 furos distribuídos à 120º graus um do outro para fixar a tampa inferior (Opcional)3 furos distribuídos à 120º graus um do outro para fixar o suporte do primário1 furo com serra copo de 38 mm para fixar o focalizador2 furos ao lado do furo do focalizador para fixar os parafusos de sustentação do focalizador4 furos para fixação do suporte da buscadora3 furos a 120º graus de distância um do outro para fixar a aranha.

Antes de furar, meça cuidadosamente, para não estragar o pedaço de cano e precisar comprar outro. Comece a furar de baixo para cima, pelos furos para parafusar o suporte do espelho primário, ou se for fazer uma tampa inferior como a minha, comece pelos furos dela.

Furos de suporte do primário

No meu caso, como eu ia colocar uma tampa de madeira para cobrir o acesso às porcas de ajuste do espelho eu fiz os furos para essa tampa e depois, cerca de 4cm distante desses fiz os furos para o suporte do primário em paralelo a eles. Se for colocar essa tampa, que ajuda também a evitar que poeira entre por baixo do telescópio quando guardado lembre-se de deixar entre ela e o suporte do primário espaço suficiente para apertar ao máximo as porcas-borboletas dos parafusos de colimação do espelho (quando se aperta essas porcas, os parafusos avançam em direção ao fundo do cano).Sempre que for usar o telescópio, se notar turbulência na atmosfera, desparafuse essa tampa e retire-a para melhorar a condição de visibilidade.

Para fazer os furos para os parafusos do suporte do primário, coloque o tubo em pé numa superfície plana. Certifique-se de que ele e faz um ângulo reto com o chão usando um nível ou um pêndulo (prumo).

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Coloque os parafusos no suporte e apoie-o centralizado sobre a boca inferior do cano.  Certifique-se de deixá-lo perfeitamente centralizado com o tubo.

Use um barbante com um peso na ponta como pêndulo. Pendure esse pêndulo num dos parafusos e meça com a régua a distância entre a borda do cano e o lugar que você vai furar. No meu caso deixei cerca de 1,5 cm de cano. Se essa distância for muito curta, sempre existe a possibilidade de alguma batida no futuro arrancar uma lasca do cano e você precisar fazer uma gambiarra para consertar o problema.

Repita o processo para os outros dois parafusos e você terá a os locais para fazer os furos marcados. Lembre-se de não fazer uma marca muito grande ou você vai se perder na hora de furar. Confira o alinhamento dos furos usando aquele gabarito de PVC feito para a tampa superior, descrito na sessão “preliminares”.

Dica: Faça um dos furos próximo à marcação do fabricante do tubo. Por exemplo, o meu tubo de PVC é da marca Majestic e tem em todo o corpo a inscrições “MAJESTIC PVC RIGIDO 200mm”. Essa inscrição pode ser usada para orientar o barbante para que ele não fique em diagonal com o tubo, complementando a aferição do prumo.

Você pode furar usando uma furadeira elétrica, mas nesse caso, cuidado para não patinar e sair da posição marcada.É muito fácil furar o PVC simplesmente rodando uma chave pequena ou qualquer outro objeto pontiagudo. Basta apoiar firmemente e fazer movimentos de giro para um lado e para o outro que em pouco tempo o cano é atravessado. O furo pode ser alargado usando uma chave Philips ou de fenda na largura do parafuso. Esse método tem a vantagem de não ocorrer o patinamento da broca e furar fora do local desejado

Abaixo uma foto dos furos para o espelho primário e da tampa inferior

Furo para o focalizador

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Para fazer o furo para o focalizador, primeiro regule o suporte do espelho primário à “meio parafuso”; Para isso, aperte ou solte as porcas-borboletas de forma que você tenha mais ou menos metade do parafuso para subir ou baixar. Isso cria uma boa margem de manobra no caso de algum erro.

Meça a altura do suporte do primário, isso é, a distância do furo feito para os parafusos que o fixarão no tubo até o alto do disco de madeira de 180mm mais a cabeça do parafuso onde será colado o espelho primário e anote essa medida.

Acrescente a essa medida mais 19mm (18mm da altura do espelho mais cerca de 1 mm, já que a cola de silicone deverá levantar o espelho mais ou menos 1 mm).

Acrescente a essa medida a distância ideal entre o espelho primário e o secundário e terá o local exato para o centro do furo do focalizador.

Importante: A DISTÂNCIA IDEAL entre o espelho primário e o espelho secundário NÃO É A DISTÂNCIA FOCAL DO ESPELHO!!

Corte um pedaço de barbante com essa medida e cole uma de suas pontas com uma fita adesiva no furo para prender o suporte do primário.

Com o tubo em pé num local perfeitamente plano (use um nível para conferir), pendure o um prumo na lateral do cano.

Estique o barbante usado para medir em paralelo com o barbante do prumo e marque o ponto onde ele termina. Nesse ponto será o centro do furo para o focalizador.

Confira várias vezes se fez tudo e certo!!.

Use um objeto pontiagudo e fino para fazer um furo nesse local. Esse furo servirá de guia para a serra copo. 

A serra copo deverá ter o diâmetro EXTERNO de 40mm, pois essa é a largura do focalizado, por isso citei na lista de ferramentas necessárias uma serra copo de diâmetro de 38 mm, pois com essa medida, ela costuma ter o diâmetro EXTERNO de 40mm.

Antes de usar a serra copo no tubo convêm fazer um furo com ela em alguma outra coisa, um pedaço de madeira ou um refugo do PVC, e testar se o cano de 40 mm encaixa-se no furo sem folgas.

Nota: NÃO USE A SERRA COPO AINDA! Esse furo de guia também será usado como referência para marcar os locais dos furos para o suporte da aranha.

Se você não tiver uma serra copo nesse diametro, use uma menor e depois alargue o furo com o auxilio de lixas ou lima. Embora o PVC seja fácil de

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desbastar, sem a serra copo é mais difícil conseguir um furo bem redondo e no diâmetro exato desejado. Recomendo comprar um jogo de serras copos, afinal, serras copos são usadas várias vezes nesse projeto.

Definido que NÃO É PARA USAR A SERRA COPO AINDA, vamos passar para os furos do suporte da aranha.

Use o mesmo método usado para marcar o local dos furos do suporte do primário.

Coloque o tubo em pé, em ângulo reto com o chão. Use um pêndulo ou um prumo para se certificar disso.

Se você construiu uma aranha conforme eu especifiquei, ela permitirá que gire um parafuso para levantar ou abaixar o espelho e outros três parafusos que permitem acertar a inclinação do espelho e ainda girar o espelho em até 360º graus.

Se esse é o caso, solte os três parafusos de inclinação ao máximo, deixando apenas cerca de 1cm para fora (Ou seja, faça subir o espelho secundário).

Aperte o parafuso central da aranha para subir o espelho até sentir que a pressão da mola é satisfatória. Só não aperte demais porque se você contrair a totalmente mola e depois precisar de algum ajuste levantando o espelho secundário, vai ter dificuldade.

Meça a distância entre as varetas de sustentação e o lugar onde ficará centro do espelho secundário. Recorte um barbante nesse tamanho.

Importante: Espero que você não tenha colado o espelho secundário ainda, pois nessa fase rústica do projeto sempre existe a possibilidade de arranhá-lo. Deixe para colar o espelho depois da que já tiver feito tudo, inclusive a pintura.

Coloque uma ponta desse barbante no furo, ainda não alargado, do focalizador e marque o local da outra ponta dele. Para assegurar que o barbante está retíssimo em relação o tubo, baseie-se, mais uma vez na inscrição do fabricante do tubo e usando um pêndulo preso à parte de cima no tubo.

Outra alternativa é usar o compasso tendo como abertura o tamanho do barbante e com a ponta seca no furo (nesse caso, é bom que o furo seja o mais fino possível... por exemplo, que tenha sido feito usando uma agulha ou a própria ponta seca do compasso). Feita essa marcação trace uma circunferência em volta do tubo (usando o gabarito descrito na sessão preliminares).

De novo meça e confira várias vezes a perfeição desse círculo.

Sobre ele você terá que fazer três furos distantes 120º um do outro que serão usados para fixar a aranha.

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Para determinar a posição dos furos, coloque a aranha sobre o tubo e centralize-a.

Tome o cuidado de marcar um dos furos exatamente acima do centro do focalizador. Isso vai facilitar a aproximação do espelho secundário (Como já foi dito, o espelho secundário não fica exatamente no centro do tubo, mas deslocado para o lado do focalizador. Esse ajuste será feito depois; Por enquanto a aranha deve ficar centralizada).

Use o pêndulo preso às varetas de fixação da aranha para garantir que todos os pontos de apoio estão em paralelos com o tubo.

Trace um risco com lápis ou caneta em paralelo com o barbante do pêndulo sobre o círculo que você marcou anteriormente.

Confira se está tudo certo e se estiver Ok faça os furos para suportar a aranha.

Agora você já pode alargar o furo do suporte da ocular com a serra copo.

 

Veja abaixo uma foto do tubo já furado para receber o focalizador, mas ainda sem os furos do parafuso:

Coloque o focalizador montado no furo, com o tubo de 40mm passando para dentro do cano de 200mm e marque o local para os furos dos parafusos de suporte. Use um objeto fino, introduzido pelos buracos do parafuso para essa marcação.

Confira e muito cuidado para não fazer um furo largo demais para o parafuso que pretende usar. Se isso acontecer você seria obrigado a usar porcas nos parafusos e sempre existe o risco delas se soltarem com o tempo, caindo sobre o espelho primário.

Escolha agora uma área a cerca de 30 graus do focalizador para fazer os furos para a buscadora. Pode ser à direta ou à esquerda. O critério é o seu conforto.

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O ideal é que ocular da buscadora fique mais ou menos à mesma altura do focalizador, ou um pouco acima dela, para que durante o uso possa-se alternar confortavelmente entre o focalizador e buscadora.

Para fazer os 4 furos da buscadora, posicione o pêndulo feito com o barbante na posição que você escolheu e trace um risco; Paralelo a esse risco, trace outro a 5 cm de distância (a largura da base da buscadora). Confira se os traços estão aprumados corretamente.

Coloque a base de madeira no lugar e use um objeto pontiagudo para marcar o lugar dos furos.

Confira se está tudo Ok e faça os furos.

Agora já pode retirar o excesso de cano, se houver, acima do suporte da aranha.

Se tudo estiver certo, deixe uns 10 cm de cano acima dos parafusos de suporte da aranha e corte o excedente. Muito cuidado nesse corte, pois depois de tanto trabalho, seria uma pena fazer um corte torto e enfeiar o cano.Na verdade, bastaria deixar uns 10 cm acima do limite superior do do espelho, mas eu sou mais conservador e prefiro deixar 10 cm acima do suporte.

Detalhe: 10 centímetros não é um número cabalístico. É a metade do diâmetro do cano e com essa medida acima das varetas da aranha, a influência de luzes parasitas na hora da observação diminui bastante.“Luzes Parasitas” são luzes de casas, postes, enfeites de natal, etc, que entram de lado no cano e provocam reflexos no interior do tubo. Talvez você se pergunte porque então alguns telescópios comerciais têm a vareta de sustentação da aranha rente ao final do tubo...Eu não sei... Provavelmente para que o cano seja mais curto e caiba no banco de trás de um carro ou talvez para economizar tubo.

Por último, só falta fazer as marcas para ajudar no alinhamento dos espelhos.Sempre que for alinhar o espelho secundário, será necessário ter uma referência do centro do tubo.Para isso, seria necessário prender com fita adesiva um barbante fazendo uma cruz no fundo do telescópio e usá-los com referência. Só que é meio difícil colocar a “cruz” bem no meio do cano, e pode ser que não tenha fita adesiva à mão na hora de alinhar, então, tenha esse trabalho uma vez só.

Vire o cano de boca pra baixo e marque quatro pontos eqüidistantes. Veja na sessão Preliminares a dica de como fazer um disco de cartolina e dividir em partes iguais

Marcados os pontos e conferindo, como sempre, se está correto, use uma serra em arco para fazer um corte nessas marcas com cerca meio centímetro de profundidade. É só isso.

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Sempre que você precisar alinhar o secundário, é só afundar uma ponta do barbante num dos cortes, esticá-lo até o outro corte e afundá-lo. Faça a mesma coisa nos outros dois cortes e você terá um uma cruz bem no meio do cano servindo como alvo para o alinhamento.

Se você não quiser ter esse trabalho agora, vai perder alguns minutos e precisar de fita adesiva para prender o barbante ou usar um disco de cartolina com o centro marcado toda vez que precisar alinhar o telescópio.

Pintura

Lixe o cano por dentro e por fora com lixa 150 para retirar um verniz que vem de fábrica e que atrapalha a aderência da tinta.

Para lixar, tenha um balde de água por perto, molhe o cano e vá lixando e molhando a lixa de tempos em tempo.

Depois que terminar esse processo, use uma lixa mais fina, por exemplo lixa 320, também molhada para alisar o cano. Da sua perícia nesse processo vai depender muito da aparência final do telescópio.

Felizmente eu tenho um amigo pintor de autos, o Jorge Raimundo, que fez essa parte para mim. A pintura do meu telescópio foi feita com pistola de pintura e compressor, mas tenho visto que a maioria dos construtores amadores usam tinta spray por não serem tão felizardos em ter um camarada pintor :-)

Abaixo, uma foto do Jorge trabalhando:

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No meu tubo o interior também foi pintado com a pistola, mas descobrí mais tarde que é mais vantajoso pintar o interior com pincel ou com um rolo de pintura, pois isso aumenta a imperfeição da pintura, criando relevos, e reduz a reflexão de luz interna, assim aconselho a pintar dessa forma.Dá um certo trabalho porque dependendo do tamanho do tubo o braço não alcança o meio do dele para pintar.

Depois de pintado o interior e ter tido tempo para secagem, cubra os furos e a boca do cano com fita crepe e jornal e aplique a seladora de plástico.

A seladora é uma tinta acinzentada e muito fina que ajuda a esconder imperfeições no cano, como riscos da lixa ou ondulações da fabricação.

Depois da secagem da seladora, use lixa 1200 ou maior, também com água, para lixar novamente. Pode ser necessário mais uma ou duas demãos de seladora, seguida pelo lixamento.

Finalmente, aplique a tinta que escolheu para dar o acabamento.

Embora a parte exterior possa ser de qualquer cor, é aconselhável usar uma cor escura, para evitar reflexos que vão “fechar” a suas pupilas na hora de observar. No meu caso usei uma tinta cinza ligeiramente metalizada com referência “cinza urano” que deu um aspecto muito bom.

Depois da pintura, que pode requerer mais de uma demão e umas 24 horas para secar, foi aplicado um verniz protetor, necessário no caso de pintura metálica, para assegurar brilho e proteção da pintura.

Cuidado! Não deixe o tubo exposto diretamente ao sol por longos períodos, pois o PVC é sensível ao calor e pode amolecer e empenar.

Contenha sua ansiedade e não monte os espelhos imediatamente após a secagem da tinta. Deixe o tubo num local arejado (à sombra!!) e espere alguns dias até passar o forte cheiro de tinta. Desconfio que esse cheiro químico possa reagir com a aluminização e provocar algum efeito indesejável no espelho.Mas é só desconfiômetro porque não apostei pra ver :-)

A montagem do tubo principal

Finalmente chega a hora de colocar tudo junto e testar o telescópio.

Comece a montagem pelo focalizador, parafusando a base, encaixando o tubo deslizante de dentro para fora do tubo e colocando o porta ocular na ponta do tubo deslizante.

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Muito cuidado se precisar remover o focalizador com os espelhos instalados. Sempre existe o risco do tubo deslizante escapar da sua mão e bater num dos espelhos.

Verifique se o parafuso do focalizador sobra muito para dentro do tubo.O ideal é que ele fique no máximo uns 2 milímetros para dentro.  Se tiver mais que isso, remova o focalizador e serre o excedente de parafuso. É saudável também pintar a ponta desses parafusos de preto fosco.

Instale agora o suporte da buscadora. Verifique se sobra parafuso para dentro do tubo; Se tiver mais que 2 mm, serre o excedente. De novo, é saudável pintar a ponta deles de preto fosco.

Instale a aranha.

Certifique-se de primeiramente centralizá-la e depois deslocar o espelho secundário para perto do focalizador, puxando umas varetas e soltando outras.

Para saber quanto deve “descentrar” o espelho secundário em direção ao focalizador, dê uma olhada na calculadora que tem na página de astronomia do Zeca:

http://paginas.terra.com.br/lazer/zeca/pratica/colimacao_laser.htm#offset

Depois faça o alinhamento do espelho secundário:

http://telescopios.sites.uol.com.br/colimacao.html

Instale agora o espelho primário e siga o procedimento de alinhamento descrito no mesmo link dado acima, http://telescopios.sites.uol.com.br/colimacao.html

Lembre-se de NUNCA usar ferramentas dentro do tubo se os espelhos estiverem instalados.Depois de alinhado, teste o focalizador, conforme instruções no final da sessão “focalizador”.

Encontre agora o centro de gravidade do telescópio. Coloque um cabo de vassoura deitado no chão e coloque o tubo atravessado sobre ele. Experimente mover o tubo sobre o cabo de vasoura até achar a posição em que ele fique em equlibrio. Faça uma marca nesse ponto e trace um círculo de lado a lado. Cole uma fita de feltro nessa posição, dando a volta no tubo para servir de orientação na hora de colocar a braçadeira.

Coloque a braçadeira no tubo e coloque o conjunto na base

Finalmente, leve o telescópio para fora para alinhar a mira.

Cuidado: Nunca olhe para o sol com o telescópio. Você pode ficar cego instantaneamente. Não deixe o telescópio sendo usado por crianças sem estar por perto porque

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elas podem não levar a sério a recomendação acima. Muito cuidado ao usá-lo durante o dia, porque antes de ganhar prática no manuseio dele, você pode, sem querer, apontá-lo para o sol.De preferência, escolha um alvo para alinhar a mira que esteja do lado oposto ao lado que está o sol.

Para alinhar a mira, escolha um objeto fácil de distinguir que esteja a uns 400 ou 500 metros de distância, como uma antena ou a janela de uma casa.

Centralize o telescópio nesse objeto em seguida, ajuste a luneta buscadora no mesmo objeto.

Com isso, sempre que um objeto for visto no centro da buscadora, ele estará também no centro do telescópio.

 

Chegando aqui, você é o feliz proprietário de telescópio caseiro.

 

Boas observações e seja bem vindo ao grupo

Construção de um telescópio refletor de 180 mm

Tampa para o Tubo Principal

Nessa sessão :

Introdução Materiais Ferramentas empregadas

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Instruções Acabamento

Introdução

É muito importante ter uma tampa para cobrir o tubo principal quando não estiver em uso, porque sem ela o espelho fica rapidamente coberto de pó e sujeira.

Lembre-se que devemos evitar lavar o espelho, porque a cada lavagem perde-se parte do aluminizado;Devemos primar por mantê-lo limpo e lavá-lo somente a cada um ou dois anos.

Fiz minha tampa com restos do cano principal e um disco de madeira, mas existem outras alternativas, como lona, plástico ou couro que ficarão mais leves. Acho que tecido não é recomendado porque o pó acaba passando pelos “poros” dele e se assentando sobre o espelho.

Se você leu as instruções preliminares, deve se lembrar que sugeri fazer um anel com o PVC de 200 mm e usá-lo como régua para traçar riscos no tubo principal. Agora você pode aproveitá-lo para fazer essa tampa, ou cortar outro, se está fazendo a tampa antes de concluir o telescópio e ainda for precisar do gabarito.

Materiais

Cerca de 211 cm quadrados de compensado de 15 mm de diametro Cerca de 16 cm Tubo PVC de 200 mm 10 rebites (para rebitar a cinta de pressão e as emendas de cano) 3 parafusos de madeira com cerca de 1 cm de comprimento 3 parafusos de aperto manul (eu usei parafusos de porta serial, da mesma forma que no focalizador ) Cerca de 50 cm de feltro Seladora de madeira Tinta

Ferramentas

Serra em arco (para cortar o cano) Serra de rodear ou serra tico-tico. Se não tiver pode improvisar com a serra em arco Furadeira. Desejável ter tbm um esmeril adaptável á furadeira Alicate Rebitador Alicate (para segurar peças durante desbaste) Lixa 50, 150 e 320 Grosa (Opcional. Seria para desgastar o PVC) Compasso

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Trena ou régua

Instruções

Corte um disco de madeira com diâmetro de 210 mm. Ele precisa ser um pouco mais largo que o tubo principal. Use o procedimento com o compasso para dividir esse circulo em 6 partes iguais.

Corte um segmento de aproximadamente 7 cm do tubo de PVC.

Essa medida pode ser um pouco diferente dependendo de como está fixada sua aranha ao tubo principal.

Para saber o comprimento desse segmento, meça a distância da haste da aranha até a boca do tubo; Esse é o comprimento máximo do segmento de tubo, pois não queremos que a tampa fique apoiada nos suporte da aranha.

Corte esse segmento, formando um anel aberto e vista-o no disco de madeira.

Note que vai ficar um gap de cerca de 4 cm. Você precisa complementar essa falta com um outro pedaço do tubo de 200 mm. Ao recortar esse pedaço considere mais 1 cm de cada lado para sobreposição das partes.

Lixe as partes que sobrepõe até mais menos metade da largura da parede do tubo, para que não fique muito alta ao ser emendada e rebite-as no lugar.

Agora será necessário fazer 9 furos nesse cano :

3 na parte superior, onde serão colocados os parafusos que o prenderão na madeira.

6 na parte inferior, sendo que 3 serão usados para rebitar a cinta mais fina, descrita mais abaixo, e 3 serão usados para colocar parafusos de aperto manual usados para travar a tampa no tubo principal.

Parafuse o conjunto no disco de madeira com 3 parafusos posicionados a 120º de distância um do outro.

Corte agora uma cinta do PVC com 2 cm de largura e rache-o, formando um anel e coloque por dentro do tubo da tampa. Note que ele também vai precisar de uma emenda, da mesma forma que o outro segmento de tubo. Para não engrossar o diâmetro dele, que poderia impedir o conjunto de encaixar no tubo principal, lixe as partes da emenda e depois faça três furos e “costure” com um arame bem fino.

Coloque esse anel por dentro do tubo e rebite-o no lugar, com os rebites coincidindo com os parafusos usados para prender o disco de madeira.

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Prenda os parafusos de aperto manual nos furos intercalados com os rebites e amacie o aperto. Note que os parafusos não perfuram a cinta do interior. Aquela cinta serve justamente para transferir a pressão dos parafusos por igual ao tubo principal e impedir que ele, o tubo principal, seja arranhado pelos parafusos.

Acabamento

Aplique seladora no disco de madeira e pinte somente a parte externa do conjunto.

Depois da pintura, cole a fita de feltro na cinta interna do tubo.

Abaixo uma foto da tampa com o acabamento, faltando apenas a colagem da fita de feltro.


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