doenÇas tromboembÓlicas versão original: meena kalyanaraman, md pediatric critical care medicine...

88
DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original : Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology- Oncology Children’s Hospital of New Jersey Newark Beth Israel Medical Center Versão Portuguesa : Teresa Campos, MD Ana Carvalho, MD Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos H. S. Maria – Lisboa Portugal

Upload: internet

Post on 17-Apr-2015

115 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS

Versão Original:Meena Kalyanaraman, MDPediatric Critical Care Medicine

Rafael Barilari, MDPediatric Hematology-Oncology

Children’s Hospital of New JerseyNewark Beth Israel Medical Center

Versão Portuguesa:Teresa Campos, MDAna Carvalho, MD

Unidade de Cuidados Intensivos PediátricosH. S. Maria – LisboaPortugal

Page 2: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

COAGULARANTICOAGULANTES

PROCOAGULANTES

OUNÃO COAGULAR

ANTICOAGULANTES

PROCOAGULANTES

Page 3: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

PAREDE VASOCOLAGÉNIO

FACTOR TECIDULAR

COÁGULOPLAQUETAS

VIA

INTRÍNSECA VIA

EXTRÍNSECA

VIA COMUM

Fibrinogénio Fibrina

Trombina

SISTEMA HEMOSTÁTICO

Page 4: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

Factor XII Factor XIIa

Factor IX Factor IXa

Factor XI Factor XIaFactor VIIFactor VIIa

Factor tecidularCa++

Factor X Factor Xa

Protrombina Trombina

Fibrinogénio Fibrina

Factor XIII

Factor XIIIa

VIIIcPlaquetas

Ca++VaPlaquetas

Ca++

COÁGULO

Lesão vascular

VIA INTRÍNSECA VIA EXTRÍNSECA

VIA COMUM

CASCATA DA COAGULAÇÃO

Page 5: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

D E DE DD

DE DD E

D E

D

D

D

E

D D

D

POLÍMERO DE FIBRINA

D-DÍMERO

FIBRINÓLISE

PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO DA FIBRINA

Page 6: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Epidemiologia

Incidência

0.7 – 1.9 por 100 000 crianças

0.51 por 10 000 recém-nascidos

Page 7: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS

Tromboembolismo venoso

Tromboembolismo arterial

Page 8: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOEMBOLISMO VENOSO

Apresentação clínica trombose relacionada com catéter trombose da veia renal trombose da veia porta AVC purpura fulminans trombose do seio venoso trombose auricular embolia pulmonar

Page 9: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOEMBOLISMO VENOSO Apresentação clínica

Relacionado com cateteroclusão / perda permeabilidadesépsistrombocitopenia por consumo de plaquetasmembro inferior

dor abdominal, inguinal ou do membro inferioredema do abdómen ou membro inferiorrubor/aspecto marmoreado do membro inferior

Page 10: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOEMBOLISMO VENOSO Apresentação clínica

Relacionado com catetersistema venoso superior

edemadorpalidez do membro superior

síndrome da veia cava superioredema da face e pescoço, ingurgitamento

venoso

quilotoraxquilopericárdio

Page 11: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOEMBOLISMO VENOSO Apresentação clínica Trombose veia renal

hematúria proteinúria trombocitopénia rim não funcionante massa abdominal

Page 12: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOEMBOLISMO VENOSO Apresentação clínica

Trombose do seio venoso Mais frequente nos recém-nascidos 0.67 por 100000 doentes Apresentação clínica

58% convulsões 76% sinais neurológicos difusos 42% sinais focaisApresentação c/ convulsões e enfarte venoso são

predictivos /determinantes de mau prognóstico Factores de risco

doença sistémica aguda 54% estados protrombóticos 41% doença sistémica crónica 36% doença localizada á cabeça e pescoço 29%

deVeber G NEJM 2001; 345: 417-23

Page 13: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOEMBOLISMOTromboembolismo

auricular Trombo da aurícula direita factores de risco

cateter venoso central fibrilhação / flutter auricular cirúrgia de Fontan

risco de embolia pulmonar Trombo da aurícula esquerda

factores de risco fibrilhação / flutter auricular doença mitral reumatismal

Page 14: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR

“ Pequenos ou grandes fragmentos do trombo vão-se libertando e são levados na corrente sanguínea e conduzidos até aos vasos mais distais. Isto dá lugar ao um processo frequente a que dei o nome de Embolia”.

Rudolf Virchow, Cellular pathology, 1859 special ed.

Page 15: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR TROMBÓTICA

origem embólica oclusão trombótica em doentes com

hipertensão pulmonar

NÃO-TROMBÓTICA processo patológico

tumor, infecção outros sistemas/orgãos

gordura, medula óssea, bilis, cérebro material estranho /corpo estranho

iatrogénica cateteres, talco, bala, partes de valvas

Page 16: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Fisiopatologia

Aumento da resistência vascular pulmonar Alteração da ventilação-perfusão Alteração das trocas gasosas resistência da via aérea compliance pulmonar Enfarto pulmonar

Page 17: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Fisiopatologia

Aumento da resistência vascular pulmonar obstrução vascular

pressão artéria pulmonar quando > 25-30% da árvore arterial está ocluida

P média artéria pulmonar de 30-40mmHg significa hipertensão pulmonar grave

vasoconstrição (aminas vasoactivas) serotonina, tromboxano A2

vasoconstrição por baroreflexo

Page 18: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Fisiopatologia

Alteração da ventilação-perfusão aumento do espaço morto shunt intrapulmonar shunt intracardíaco

Page 19: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

PULMONAR EMBOLIAFisiopatologia

Alteração de trocas gasosas aumento do espaço morto alveolar (Vd)

absoluto espaço morto (obstrução completa) e espaço morto fisiológico (obstrução incompleta)

Vd/Vt normal = < 0.35 hipoxémia

doença cardiopulmonar pré-exitente grau de obstrução vascular alteração V/Q bronco constrição reflexa, atelectasia, enfarto diminuição do débito cardíaco

Page 20: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR fisiopatologia

resistência das vias aéreas Serotonina mediadora broncoconstrição ?

compliance edema pulmonar, fibrose, atelectasia perda de surfactante

enfarto pulmonar oclusão de pequenos ramos artéria

pulmonar

Page 21: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Factores de risco

trombose venosa profunda imobilização prolongada pós-operatório obesidade cardiopatia neoplasia doença do colagénio, anomalias

venosas Hipercoagulabilidade primária

Page 22: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Clínica

COR PULMONALE AGUDO dispneia, cianose, insuficiência VD,

hipotensão

ENFARTO PULMONAR dor pleuritica, hemóptise

NÃO ESPECÍFICO tosse, febre, mal estar

A Dispneia é o sintoma mais comum e a Taquipneia o sinal mais frequente

Page 23: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Sinais Radiológicos

Dilatação distal da artéria pulmonar Dilatação do coração direito Sinal Westermark

áreas vascularidade pulmonar Hampton hump

infarct-cardiac margin is ‘hump’ shaped Elevação do hemidiafragma Derrame pleural

Page 24: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR ECG

Taquicárdia, depressão de ST inversão de ST e onda T padrão S1 Q3 T3

onda S em DI, onda Q com T negativa em DIII

Page 25: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Ecocardiograma

Trombo nas cavidades dtas ou na AP Dilatação do ramo direito AP Dilatação VD, aumento da relação do

diametro VD/VE VD hipocinético Posição anómala do septo com

motilidade paradoxal na sistole TR/PR

Page 26: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Gasimetria

PaO2

PaCO2 PaCO2

P (A-a) O2

‘PaO2 normal não excluí tromboembolia pulmonar’

Page 27: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Investigação

D-Dímeros ELISA mais sensível que o teste rápido

de aglutinação latex sensibilidade variável em diferentes

estudos (65% - 95%) Vd/Vt

> 0.4 sensibilidade 100%, especificidade 94%

Page 28: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Angiografia Pulmonar

“gold standard” indicações

TAC inconclusivo TAC de baixa probabilidade mas grande

suspeita clínica TAC de elevada probabilidade em doente

cuja confirmação é necessária por ter elevado risco de hemorragia se anticoagulado

embolia maciça com embolectomia planeada grande evidência clínica de outro diagnóstico

Page 29: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR Cintigrafia V/Q

Elevada probabilidade V/Q > 2 defeitos de perfusão segmentares,

grandes ou moderados + 1 defeito segmentar grande – sem ventilação correspondente ou alteraçoes no estudo radiologico

> 4 defeitos de perfusão segmentares moderados sem ventilação corresponente ou alteraçoes no estudo radiologico

especificidade 88% Probabilidade intermédia V/Q

especificidade 30% Baixa probabidade V/Q

especificidade 14%PIOPED STUDY JAMA 1990; 263: 2753-2759

Page 30: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

CINTIGRAFIA V/Q

Cintigrafia de ventilação do doente ‘A’ com suspeita embolia pulmonar

Page 31: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

CINTIGRAFIA V/Q

Cintigrafia de ventilação do doente “A” com suspeita de embolia

pulmonar

Page 32: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

CINTIGRAFIA V/Q Cintigrafia de perfusão do doente ‘A’ com suspeita de embolia pulmonar -múltiplos

defeitos segmentares

Page 33: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

EMBOLIA PULMONAR TAC espiral

sensibilidade 87%; especificidade 91%(Rathbun SW et al Ann Intern Med 2000; 132: 227-232Mullins MD et al Arch Intern Med 2000; 160: 293-298)

execução rápida em doentes hemodinamicamente instáveis

pouca sensibilidade para êmbolos em artérias subsegmentares

Page 34: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TAC ESPIRAL

Tromboembolismo da artéria pulmonar direita

Page 35: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOSE NEONATAL

Relação com cateter (maioria) Espontânea

renal/cava/porta/hepática Secundária a factores de risco

asfixia periparto, sépsis, desidratação, diabetes materna

Page 36: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOSE NEONATAL Factores de risco

Deficiência inibição da trombina factores dependentes Vit K

Fibrinólise ineficaz plasminogénio e t-PA alpha 2 antiplasmina normal

Diminuição da maioria dos anticoagulantes AT, Proteina C, S

3-6 meses: factores hemostáticos atingem os níveis do adulto

Proteina C atinge os níveis do adulto na puberdade

Page 37: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOEMBOLISMO VENOSO PROFUNDO

Em 80% RN e 60% crianças ocorre no sistema venoso superior

Page 38: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOSE RELACIONADA COM CATETER

Incidência 3.5 por 10000 admissões em estudos

retrospectivos; 8-35% em estudos prospectivos menor na v.jugular interna e maior nas v.

femoral e subclávia Classificação

Oclusão parcial ou completa trombótica ou não-trombótica

Rede de fibrina

Jacobs BR. Critical Care Clinics 2003; 19: 489-514

Page 39: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOSE RELACIONADA COM CATETER - Classificação

Oclusão parcial ou completa

parcial: coágulo ou precipitados actuam como válvulas que permitem a entrada mas não a saída de fluídos;

completa: impossibilidade de infundir ou aspirar fluídos

trombótica ou não-trombótica trombótica: elementos celulares dentro, em redor

ou no topo do cateter; não trombótica: depósitos de fármacos/minerais/lipidos; obstrução mecânica

Rede de fibrina fibrina adere e acumula-se na superfície

externa, envolvendo o dispositivo forma-se em 5-7 dias venografia de contraste: defeitos de

preenchimento ou refluxo de contraste

Page 40: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOSE RELACIONADA COM CATETER - Fisiopatologia

lesão da parede vascular com a colocação do cateter resulta a

exposição do factor de membrana, factor de Von Willebrand (vWf)

alteração do fluxo sanguíneo ralentamento e turbulência do fluxo

hipercoagulabilidade plaquetas aderem ao factor VW activando a

cascata de coagulação

Page 41: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOSE RELACIONADA COM CATETER

Factores de risco

Factores do doente

Factores do cateter

Page 42: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOSE RELACIONADA COM CATETER

Factores de risco – doente

neoplasia quimioterapia alimentação parentérica infecção hemodialise factores protrombóticos estase venosa: desidratação,

policitémia, Cetoacidose diabética

Page 43: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOSE RELACIONADA COM CATETER

Factores de risco – catéter composição do catéter

polyvinyl e polyethylene são mais rígidos e têm superfície irregular (elevada incidência de trombose) enquanto silicone é maleável (menor incidência de trombose)

relação dos diâmetros catéter/vaso relação elevada - risco aumentado de

trombose infusão

lípidos e alimentação parentérica induzem a actividade procoagulante dos monócitos e células endoteliais

Page 44: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOEMBOLISMO VENOSO Apresentação clínica

Trombose da veia porta

ocorrência / situações predisponentes cateterização da veia umbilical transplante hepático sépsis intra-abdominal esplenectomia

forma de apresentação abdomen agudo obstrução crónica : esplenomegalia, hemorragia

GI

Page 45: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOEMBOLISMO VENOSO Complicações

Mortalidade 14-23% determinada pela doença

subjacente Recorrência

Primeira recorrência = 9% Síndrome pós-flebite

Page 46: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

SÍNDROME PÓS-FLEBITE

complicação da trombose venosa profunda

dor, edema, hiperpigmentação, induração, ulceração

por hipertensão venosa e insuficiência valvular

pode ocorrer 5-10 anos após tromboembolismo

Page 47: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

PURPURA FULMINANS

Os factores procoagulantes são activados e os anticoagulantes/fibrinoliticos inibidos

Deficiências congénitas ou acquiridas de

Proteina C e S Sépsis meningocócica

consumo de Proteina C e S e AT com disrrupção do complexo proteína C- endotélio

Page 48: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

FACTORES DE RISCO Hereditários

Mais frequentes Mutação gene Factor

V (Factor V Leiden) Mutação gene

protrombina (protrombina 20210 A)’

outros deficiência AT,

Protein C,S

hiperhomocisteinémia disfibrinogenémia

Adquiridos Cateter central Hiperviscosidade

(desidratação, policitémia) Cirúrgia ou trauma Infecção (HIV, varicela-

zoster, tromboflebite supurativa )

Doenças autoimunes (LA, APLS, IBD, BD, DM)

Doença renal (síndrome nefrótico, doença renal crónica)

Cardiopatia congénita Neoplasia Quimioterapia (L-

asparaginase, prednisona) Doença hepática Talassémia (pós-

esplenectomia PVT) Drepanocitose APCC or PCC administration

Page 49: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

FACTORES DE RISCO HEREDITÁRIOS Factor V Leiden

mutação do Factor V que causa resistência à proteína C activada mutação isolada G-A no nucleotido 1765 do gene do

factor V: arginina é substituída por glutamina na posição 506

causa hereditária de trombose mais frequente nos caucasianos

3-8% dos caucasianos são portadores da mutação e 0.1% são homozigóticos

homozigóticos têm um risco 80x superior de trombose

Page 50: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

FACTORES DE RISCO HEREDITÁRIOS

Protrombina 20210A Defeito genético na posição do

nucleotido 20210A no gene da protrombina níveis elevados de protrombina com

formação aumentada de trombina 2-3% em Caucasianos, 4-5% em

Mediterranicos Menor gravidade clínica

Page 51: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

FACTORES DE RISCO HEREDITÁRIOS

Deficiência de AntitrombinaAT forma um complexo com os factores

de coagulação activados, trombina, Xa, IXa e XIa, o que é acelerado pela heparina ou o sulfato de heparina da superfície celular

Deficiência Tipo I diminuição da sintese e actividade funcional

da AT

Deficiência Tipo II diminuição da actividade e níveis antigénicos

normais

Page 52: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

FACTORES DE RISCO HEREDITÁRIOS

Deficiência de Proteina C glicoproteína plasmática dependente da vit K,

inactiva os factores Va e VIIIa actividade da proteína C é aumentada pela

proteína S transmissão autossómica dominante Tipo 1

diminuição da concentração plasmática e actividade funcional

Tipo 2 diminuição da actividade funcional

Apresentação: purpura fulminans neonatal, CID, tromboembolismo recorrente na idade adulta

Page 53: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

FACTORES DE RISCO HEREDITÁRIOS

Deficiência de Proteina S Anticoagulante dependente da Vit K Cofactor da proteina C,

aumentando a sua actividade contra os factores Va e VIIIa

Tipo 1 defeito quantitativo

Tipo 2 defeito qualitativo

Page 54: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

FACTORES DE RISCO HEREDITÁRIOS

Hiperhomocisteinémia deficiência de cistationina b-sintase polimorfismo do gene MTHFR : reduz a quantidade de 5-metiltetrahidrofolato disponível para a conversão de homocisteina em metionina

FACTORES DE RISCO HEREDITÁRIOS - Outros

Níveis de Lipoproteina - Lp(a) Níveis elevados inibem a fibrinólise por competição com o plasminogénio na ligação à fibrina ou superfície celular

Níveis de F VIII níveis elevados aumentam o risco de tromboembolismo>1500 IU/L tem um risco 6x superior quando comparado com níveis <1000 IU/L

Page 55: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

FACTORES DE RISCO HEREDITÁRIOS

Disfibrinogenémia Autossómica recessivaDiminuição da ligação da trombina

à fibrina anómala e fibrinólise ineficaz por inadequada associação do activador tecidular do plasminogénio e activação do plasminogénio

Trombose e hemorragia

Page 56: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

DOENÇAS HEREDITÁRIASInvestigação laboratorial Antitrombina Proteina C,S Factor V Leiden Gene da protrombina (G20210A) Doseamento da homocisteina (5,10

metilenotetrahidrofolato reductase) Lipoproteina (a) Anticoagulante lúpico Anticorpo anticardiolipina Factor VIII Fibrinogénio Estudo de causas raras:

Resistência à proteina C activada Factor XI, XII Cofactor 2 da heparina Trombomodulina Inibidor do factor tecidular Plasminogenio Inibidor do activador do plasminogénio-1 Activador do plasminogenio tecidular

Page 57: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TRATAMENTO Em geral, está indicado manter 3 meses após

resolução de um primeiro episódio de tromboembolismo com factores de risco resolvidos Se obstrução vascular residual ou persistência de fact de

risco, estão recomendados 6 meses de terapêutica

Considerar tratamento prolongado se persistem os fact de risco como: anticoagulantes lúpicos, traços trombofílicos múltiplos ou tromboemb. recorrente

Embolia pulmonar: “janela terapêutica”- mais eficaz quando iniciado precocemente, mas pode estender-se até 14d após o início dos sintomas

Infusão de PFCongelado para níveis de antitrombina ou plasminogénio pode aumentar a eficácia do tratamento

Page 58: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOEMBOLISMO VENOSO Tratamento

Heparina não fraccionada Heparina de baixo peso molecular Trombolítico - activador

plasminogénio tecidular Trombólise directa do cateter Anticoagulante oral - warfarina Inibidores directos da trombina Inibidores directos do factor Xa Inibidores indirectos do factor Xa

Page 59: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

FACTOR XIIa

FACTOR XIa

FACTOR IXa

FACTOR Xa

TROMBINA (IIa)

FACTOR VII

FACTOR IX

FACTOR X

PROTROMBINA (II)

FACTOR Xa

ANTICOAGULANTES

HEPARINA-ANTITROMBINA

HBPM

WARFARINA

PTT

Níveis Anti Xa TP/INR

ACÇÃO E MONITORIZAÇÃO

Page 60: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

PLASMINOGÉNIO

PLASMINA

FIBRINOGÉNIO-FIBRINA

PRODUCTOS DE DEGRADAÇÃO

DA FIBRINA

tPA UROQUINASE

FIBRINOLÍTICOS

Page 61: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

Trombólise dirigida por cateterismo

Activador recombinante do plasminogénio tecidular

Bólus 4-5mg seguido de perfusão de 0.02mg/kg/h - 0.04mg/kg/h

Problemas técnicos, hemorragia local e distante , ruptura do vaso

Page 62: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

HEPARINA Ácido glicosaminoglicano actua ao catalisar a

AT para inibir proteinases da serina, em particular os factores IIa (trombina), IX e X

No RN e na criança, o aumento da clearance da heparina, a ligação de proteínas plasmáticas à heparina e concentrações séricas baixas de AT determinam a necessidade de doses mais elevadas

Efeitos secundários:hemorragia trombocitopénia induzida pela heparinaosteopénia

Page 63: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOCITOPÉNIA INDUZIDA PELA HEPARINA (TIH)fisiopatologia

TIH e TIH/Trombose é uma reacção imune

desencadeada por anticorpos (IgG) que se ligam ao complexo heparina-proteínas de superfície das plaquetas e células endoteliais

o anticorpo é responsável pela activação de plaquetas, agregação e destruição de plaquetas e células endoteliais

Page 64: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOCITOPÉNIA INDUZIDA PELA HEPARINA

fisiopatologia

Anticorpo IgG

Heparina Plaquetas factor 4

Activação/agregação plaquetas

Destruição plaquetas e endotelial

Trombocitopénia induzida heparina

Trombocitopénia/trombose induzida pela heparina

Page 65: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOCITOPÉNIAINDUZIDA PELA HEPARINA

Diagnóstico ínicio entre o 3º-14ºd de

terapêutica com heparina redução 50% em relação ao

valor de plaquetas de base ausência de outras causas de

trombocitopénia resolução com a suspensão da

heparina

Page 66: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOCITOPÉNIA INDUZIDA PELA HEPARINA

Diagnóstico

Confirmação teste de agregação plaquetária

ELISA para quantificar os anticorpos dirigidos ao complexo heparina-PF4

Page 67: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOCITOPÉNIA INDUZIDA PELA HEPARINA

Tratamento suspender a heparina de imediato

persistência da trombocitopénia inibidor directo da trombina

lepirudin argatroban monitorizar APTT

procure tromboses

se é necessária profilaxia – argatroban, pode ser usado

Page 68: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

Dose impregnação: Heparina 75 units/kg IV em 10 minutosDose initial de manutenção: 28 units/kg/h se 1 ano de idade 20 units/kg/h se 1 ano de idadeAjustar dose de heparina para manter APTT 60-85 seg

APTT Bolus, unidad/k

g

Aguardar,

minutos

Variação em %

Repete APTT após

< 50 50 0 +10 4 h

50-59 0 0 +10 4h

60-85 0 0 0 Dia seguinte

86-95 0 0 -10 4 h

96-120

0 30 -10 4h

>120 0 60 -15 4 hoursAdaptado de Michelson AD, Bovill E, Andrew M: Antithrombotic therapy in children. Chest 1995; 108:506s-522S

HEPARINA SISTÉMICA ADMINISTRAÇÃO EM CRIANÇAS

Protocolo

Page 69: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

REVERTER OS EFEITOS DA HEPARINA

Tempo desde a última dose de heparina,

Minutos

Dose de Protamina, mg/100 unidades

Heparina

<30 1

30-60 0.5-0.75

60-120 0.375-0.5

>120 0.25-0.375

Adaptado de Monagle P, Michelson AD, Bovill E and Andrew M: Antithrombotic therapy in children. Chest 2001; 119:344-370S

Dose máxima = 50 mg. Ritmo de perfusão da solução 10 mg/mL não deve exceder 5 mg/minuto

Page 70: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

Heparina de baixo peso molecular (HBPM)

Polímero de heparina de 4 a 6 kd que resulta da clivagem química e enzimática de heparina standard (12 a 15 kd)

Liga-se à antitrombina alterando a conformação com consequente ligação e inactivação do factor Xa

Níveis terapeuticos– colheita 4 horas pos administração - 0.6-1.0 anti-Xa U/ml

Doses: 1mg/kg sc cd 12h; 1.5mg/kg sc cd 12h se < 2meses de idade

Page 71: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

MONITORIZAÇÃO (HBPM)

Anti-Factor Xa u/ml

Esperar pela próxima dose?

Alterar dose? Repetir Anti-Factor Xa

<0.35 Não Aumentar 25% 4h após próxima dose

0.35-0.49 Não Aumentar 10% 4h após próxima dose

0.5-1.0 Não Não Dia seguinte, depois 1 semana mais tarde e

mensalmente (4h após dose)

1.1-1.5 Não Diminuir 20% Antes próxima dose

1.6-2.0 3h Diminuir 30% Antes próxima dose e 4h depois próxima dose

>2.0 Até anti-factor Xa 0.5U/ml

Diminuir 40% Antes próxima dose, Se não < 0.5u/ml, repetir

q12h

Monagle P, Michelson AD, Bovill E, Andrew M. Chest 2001; 119:344S-370S

Page 72: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

HBPM Vantagens

farmacocinética mais predictível monitorização menos frequente administração subcutânea menor risco de trombocitopénia

induzida pela heparina menor risco de osteoporose não interfere com dieta ou fármacos

ALERTA: NÃO UTILIZAR EM SIMULTANEO HEPARINA E HBPM

Page 73: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

WARFARINA

Inibição da gamma carboxilação das proteínas sintetizadas no fígado e dependentes da vitamina K e dos factores II, VII, IX, X

Objectivo INR 2-3 (no tromboembolismo)

Efeitos secundárioshemorragiaNecrose da pele induzida pela warfarinateratogénica

Page 74: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

WARFARINA - PROTOCOLOI. Dia 1: se INR basal é 1.0-1.3: dose = 0.2mg/kg oral

Max: 10mg/dose

II. Impregnação dias 2-4: Se INR é

INR ACTUAÇÃO1.1-1.3 Repete dose de impregnação

1.4-1.9 50% da dose inicial de impregnação

2.0-3.0 50% da dose inicial de impregnação

3.1-3.5 25% da dose de impregnação

> 3.5 Esperar até INR < 3.5, depois reiniciar com 50% menos que dose prévia

Page 75: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

WARFARINA - PROTOCOLOIII: Dose de manutenção:

INR ACTUAÇÃO

1.1-1.4 Aumentar 20% da dose

1.5-1.9 Aumentar 10% da dose

2.0-3.0 Manter dose

3.1-3.5 Diminuir 10% da dose

> 3.5 Esperar até INR < 3.5, depois reiniar com menos 20% da dose prévia

Michelson AD, Bovill E, Andrew M. Chest 1995;108:506S-522S

Page 76: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

Interrupção da Veia Cava Inf.

Indicações contraindicação para anticoagulaçãoEP recorrente apesar de anticoagulação

adequadaComplicações

malposicionamentomigraçãotrombose venosa proximal ou distal ao filtrosépsishemorragia no local de punção

Tiposfiltro permanente eg: filtro Kimray-Greenfield filtros recuperáveis, se risco transitório

Page 77: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TERAPÊUTICA TROMBOLíTICA t-PA

PE maciça, TVP extensa, trombose arterial 0.5mg/kg/h , 6 horas perfusão simultânea Heparina – 20units/kg/h sem resposta após 6 horas, dosear

plasminogénio – pode precisar de PFC

Membros Inferiores0.2 mg/kg (MAX 15mg) seguida de perfusão

0.75mg/kg em 30min (max 50mg) e depois perfusão 0,5mg/kg em 60 min (max 35mg)

heparina – em simultâneo, bólus 75mg/kg seguido 20units/kg/h

Page 78: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TERAPÊUTICA TROMBOLÍTICA SISTÉMICA - Precauções

Não: administrações IM Manipulação mínima do doenteEvitar uso concomitante de

warfarina ou agentes antiplaquetários

Não: algaliar, medir temperatura rectal ou efectuar punções arteriais

Page 79: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TERAPÊUTICA TROMBOLÍTICA SISTÉMICA - Complicações

Hemorragia em 30-50% dos doentes

hemorragia de feridas ou local de punção -pressão local

Hemorragia graveParar perfusão do agente trombolíticoCrioprecipitado (1 unidade/5kg)Amicar – para reverter processo trombolítico Sulfato de protamina - para reverter heparina

Febre, urticária, reacções anafiláticas

Page 80: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOSE RELACIONADA COM CATETER - Tratamento

Substituição ou remoção do cateter determinado individualmente para cada doente

Terapêutica anticoagulante heparina heparina de baixo peso molecular dose baixa de t-PA para restaurar permeabilidade

do cateter agentes selectivos da fibrina (alteplase e

tenecteplase) e não selectivos da fibrina (streptokinase, reteplase)

warfarina trombólise directa do cateter

Page 81: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

TROMBOSE RELACIONADA COM CATETER - Tratamento

Filtro na veia cava indicações

contraindicação para anticoagulação ocorrência de tromboembolismo apesar da

anticoagulação

Trombectomia cirúrgica indicações

trombo na AD condicionando instabilidade hemodinâmica

Page 82: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

INIBIDORES DIRECTOS DA TROMBINA

ligação específica à trombina

inibição da trombina livre e ligada

Fármacos aprovados pela FDA lepirudinbivalirudinArgatroban

Via de administração / monitorização IV (a maioria), monitorizar APTT Oral : Melagatran – não é necessária monitorização

Page 83: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

INIBIDORES DO FACTOR XA

Inibidor directo do Factor Xa

inibição exclusiva do Factor Xa inibição do factor Xa circulante e

ligado ao coágulo em pesquisa

YM-60828 DX-9065a

Page 84: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

INIBIDORES DO FACTOR XA

Indirecto

aumenta a actividade inibitória sobre o factor Xa mediada pela antitrombina

síntese totalmente química fondaparinux

100% biodisponibilidade Efeito previsivel em função da dose

Trombocitopénia induzida pela heparina pouco provável / raro

Page 85: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

AVC ARTERIAL

AVC

“aparecimento súbito de sinais focais (ou alt. globais) que persistem por um período mínimo de 24 horas ou levam à morte sem outra causa aparente para além da origem vascular”

WHO MONICA Project definition

Page 86: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

AVC ARTERIAL

8 por 100,000 por ano

ISQUÉMICO55%

HEMORRÁGICO45%

Embolo cardíaco

Estados protrombóticos

Vasculopatia não aterosclerótica

Traumática

Não traumática

Ruptura de malformaçãovascular Diátese hemorrágicaAbuso de drogas simpaticomiméticasHemorragia de tumor intracraniano

Page 87: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

AVC ARTERIAL Investigação

Exames de imagem MRI/MRA

W/U ??? para estados de hipercoagulabilidade

Infecção Pesquisa no liquor e sangue de: bacteria/virus/micoplasma/rickettsia

Doenças do colagénio / Conectivopatias LED /APLA

Metabolico para “MELAS” (miopatia mitocondrial, encefalopatia, acidose láctica,

episódios semelhantes a AVC): lactato/piruvato sangue/liquor, estudo DNA

para defeitos enzimáticos do ciclo da ureia – amónia sérica para hiperlipidémia (TG, colesterol, HDL e LDL séricos) para homocistinúria (aminoácidos séricos, níveis homocisteina) para doença de Fabry (ceramide trihexoside na urina, a-

galactosidase dos leucocitos)

Page 88: DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS Versão Original: Meena Kalyanaraman, MD Pediatric Critical Care Medicine Rafael Barilari, MD Pediatric Hematology-Oncology Childrens

AVC ARTERIAL Tratamento

Heparina ou HBPM, mínimo 5 dias

Seguida de anticoagulação com warfarina ou ASA – duração dependente da etiologia