dissertação_ana carla diogenes suassuna

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ANA CARLA DIÓGENES SUASSUNA BEZERRA PREVALÊNCIA DE ECTOPARASITOS EM CAPRINOS E OVINOS DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ, RIO GRANDE DO NORTE MOSSORÓ -RN 2007

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ANA CARLA DIGENES SUASSUNA BEZERRA PREVALNCIA DE ECTOPARASITOS EM CAPRINOS E OVINOS DO MUNICPIO DE MOSSOR, RIO GRANDE DO NORTE MOSSOR -RN 2007ANA CARLA DIGENES SUASSUNA BEZERRA PREVALNCIA DE ECTOPARASITOS EM CAPRINOS E OVINOS DO MUNICPIO DE MOSSOR, RIO GRANDE DO NORTE DissertaoapresentadaUniversidadeFederal Rural do Semi-rido UFERSA, como parte das exigncias para a obteno do ttulo de Mestre em Cincia Animal. Orientadora: Dra.Slvia Maria Mendes Ahid Mossor-RN 2007 ANA CARLA DIGENES SUASSUNA BEZERRA PREVALNCIA DE ECTOPARASITOS EM CAPRINOS E OVINOS DO MUNICPIO DE MOSSOR, RIO GRANDE DO NORTE DissertaoapresentadaUniversidadeFederal Rural do Semi-rido UFERSA, como parte das exigncias para a obteno do ttulo de Mestre em Cincia Animal. APROVADA EM: 02/05/2007 Dra. Slvia Maria Mendes AhidDr. Luiz da Silva Vieira UFERSA Mossor (RN) Orientadora Embrapa Caprinos Sobral (CE) Co-Orientador Dra. Simone Almeida Gavilan Leandro da CostaUERN Mossor (RN) Conselheiro ivAmeupai,ValterSuassuna,pelo incentivo, conhecimento e exemplo de vida. minhame,MariadoSocorro DigenesSuassuna,quemedeu forasparacontinuarenuncadesistir diante das dificuldades DEDICO Ameumarido,AntalmoBezerra Jnior,quesempreesteveaomeu ladocomapoio,pacincia,amore compreenso. minhafilha,AnaCarolyna DigenesBezerra,razodetodoo meu esforo. Aosmeusirmos,ValterSuassuna JniorePatrciaDigenes Suassuna,queapesardadistncia, sempre me incentivaram. OFEREO v AGRADECIMENTOS A Deus por me permitir chegar ao fim de mais uma etapa, por estar presente nos momentos mais atribulados, por ser a luz da minha vida, por guiar os meus passos e fazer parte de mais uma conquista na minha vida; minha famlia que sempre me apoiou em todas as minhas decises, por ter acompanhado passo a passo meu crescimento profissional; minha companheira de trabalho Slvia Maria Mendes Ahid que no meio de tantas tribulaes foi conselheira, com quem eu posso contar a qualquer momento; AopesquisadorLuizdaSilvaVieiraportodaajudaeconhecimentos repassados; Ao professor Alexsandro Maia pela ajuda na anlise estatstica; AomeuamigoHerbertSousaSoarespelograndeauxlionascoletase principalmente nas imagens fotogrficas; AosmeusamigosRomeikaHermnia,ZulieteAlionaeKilderDantaspor terem compartilhado momentos de alegrias, tristezas, conquistas, derrotas, preocupaes e ansiedades. viBIOGRAFIA ANACARLADIGENESSUASSUNABEZERRA, filha de Valter Suassuna e Maria doSocorroDigenesSuassuna,nasceuem23denovembrode1975,nacidadede Alexandria, estado do Rio Grande do Norte. Concluiu o ensino mdio no Colgio Santo AntnioMarista,Natal.Ingressou,em1995,naprimeiraturmadocursodeMedicina VeterinrianaUniversidadeFederalRuraldoSemi-rido(UFERSA),nacidadede Mossor,estadodoRioGrandedoNorte.Comoacadmica,atuoucomobolsistade iniciao cientfica no PIBIC/CNPq, graduando-se no ano 2000. Como profissional atuou na prefeitura municipal de Mossor, como Mdica Veterinria do Centro de Controle de Zoonoses e fiscal da Vigilncia Sanitria, at o ano de 2004, quando ingressou na UFERSA como tcnica do Laboratrio de Parasitologia Animal. Em maro de 2006, ingressou no mestrado em Cincia Animal do curso de Medicina Veterinria da UFERSA, tendo como linha de pesquisa a sanidade animal. viiRESUMO BEZERRA, Ana Carla Digenes Suassuna. Prevalnciadeectoparasitosemcaprinose ovinos do municpio de Mossor, Rio Grande do Norte. 2007. 60f. Dissertao (Mestrado em Cincia Animal: curso de Medicina Veterinria)- Universidade Federal Rural do Semi-rido, Mossor-RN, 2007. Os caprinos e ovinos apresentam uma diversidade de ectoparasitos que podem resultar perdas considerveis na produtividade desses animais. Foram visitados 15 assentamentos de reforma agrria, de agosto de 2005 a novembro de 2006, com o objetivo de identificar ectoparasitas de caprinos e ovinos, onde procedeu-se realizao de raspados, exames diretos e coletas de exsudatodopavilhoauricular.Dos494caprinosexaminados,89,87%apresentaram ectoparasitos,e76,72%dosovinos.Osartrpodesidentificadosemcaprinosforam: Damaliniacaprae(80,76%),Rhipicephalusmicroplus(1,01%),larvasdeCochliomyia hominivorax(0,6%),Psoroptescuniculi(0,4%),almdeCtenocephalidesfelis(3,23%), Amblyommaparvum(1,01%) e Linognathusstenopsis (0,2%), que pela primeira vez foram descritos no Nordeste brasileiro. E parasitismo misto de D. caprae comR. microplus (0,46%) eP.cuniculicomD.caprae(0,23%).EmovinosforamD. ovis(74,5%),R.microplus (0,86%), larvas de C.hominivorax (0,43%) e A.parvum(0,43%), que foi registrado pela primeiravez,nessaespcie,noNordestedoBrasil.Alm,daassociaodeD.oviscom R. microplus(0,56%). No que concerne ao sexo e a idade, no houve associao (p>0,05). Em relao ao perodo do ano, houve diferena (p0.05). In roll to the period year, have difference (p 1 ano), macho adulto (> 1 ano) e jovens (< 1 ano). Todososassentamentosvisitadosapresentaramasmesmascondiesde manejosemi-extensivo,comanimaissempadroracialdefinidoecomexplorao principalmente para subsistncia . AB 28Antesdascoletas,osanimaisforamexaminadosatravsdainspeovisual paradiagnosticarpossveissinaise/oulesesnapele,comoalopecia,descamao,crostase ndulos, que pudessem ser associadas com a presena de ectoparasitos. Asamostrasforamcoletadasdeacordocomasuspeitadoectoparasito:para acarinos causadores de sarnas procedeu-se atravs da raspagem profunda e superficial da pele e/ou retirada das serosidades do ouvido com auxlio de swabs. Quandophthirapteraprocedeu-secoletadiretacomauxliodeumapinade pontas finas protegidas por algodo. J os ixoddeos eram removidos individualmente por giro evitandoperdadeestruturastaxonmicas.Emcasosdedpterasprodutorasdemiases,as larvas eram retiradas diretamente da leso com auxlio de pina, colocadas em gua morna e conservada em lcool a 70%. 4.2 Processamento no laboratrio RealizadonoLaboratriodeParasitologiaAnimal(Fig.2),doDepartamento de Cincias Animais da Universidade Federal Rural do Semi-rido (UFERSA). Figura 2. A, B- Laboratrio de Parasitologia Animal da UFERSA A AB 294.3 Morte dos ectoparasitos Com o objetivo de manter as caractersticas morfolgicas fundamentais para a identificao ou classificao dos txons foram utilizadas pra o sacrifcio: gua pura (morna), refrigerao a 40C e lcool a 70%. 4.4 Conservao dos espcimes Os espcimes destinados a identificao foram conservados: Em lquidos conservadores: material coletado, segundo as caractersticas de cada um, foimantidoemlcoola70%atsuaidentificao.Emsetratandodeexsudato auricularemlcoola70%glicerinadoa10%comobjetivodeclarificaros exemplares. Empreparaesmontadas:montagensdefinitivasemlminasdemicroscopiano balsamo do Canad. 4.5 Etiquetagem Comoobjetivodemanterasinformaespromoveu-seaetiquetagem contendo em cada etiqueta: nome do hospedeiro, data de coleta, procedncia, regio do corpo emquefoiencontrada(Anexo),indicaodolquidoconservador,nomedoectoparasitoe posterior identificao do nome vulgar e cientfico do artrpode.Para preservar as informaes utilizaram-se papel escrito em grafite (dentro do vidro com o material), o lquido conservador e imagens fotogrficas. 304.6 Identificao dos artrpodes Aidentificaofoifeitaatravsdousodechavesparaclassificaocom recursosdemicroscpioe/ouestereomicroscpiosegundoFlechtmann(1973),Arago& Fonseca(1961),UFRRJ(1986),Slossetal.(1999),Barros-Battestietal.(2006),Linardi& Guimares (2000) e Wall & Shearer (1997). 4.7 Preparo dos ectoparasitos Quandonecessriaobservaodedetalhestaxonmicosmenoresnos ectoparasitos, os exemplares foram montados, da seguinte forma: transferi-los para um lquido conservador em soluo de hidrxido de potssio a 10%, deixando em banho-maria por 10 a 15 minutos (retirando o excesso com gua destilada), posteriormente transferindo para o fenol liquefeitoataclarificao,paraemseguida,mergulh-lonocreosotodeFaiaecompletar sua diafanizao. Por fim, mont-lo em blsamo do Canad, entre lmina e lamnula (Fig. 3). BA 31 Figura 3. Processo de montagem dos ectoparasitos. A- Clarificao em soluo de hidrxido depotssio;B-Transfernciaparaofenol;C-DiafanizaonocreosotodeFaia;D- Montagem em balsamo do Canad. 4.8 Dados meteorolgicos OsdadosforamobtidosdaestaometeorolgicadaUniversidadeFederal Rural do Semi-rido (UFERSA) (Fig. 4) Figura 4. Estao meteorolgica da UFERSA 4.9 Anlise estatstica dos dados Para a anlise dos dados obtidos foi aplicado, segundo os resultados, o teste do qui-quadrado.DC AA325 RESULTADOS Dos494caprinosexaminados,444(89,87%)tiveraminfestaopor ectoparasitos, enquanto que dos 232 ovinos, apresentaram positividade 178 (76,72%) animais. Porm quando se comparou a infestao entre caprinos e ovinos a prevalncia independeu das espcies pesquisadas (Tab. 1). Tabela 1 Prevalncia de parasitismo, durante o perodo de agosto de 2005 a novembro de 2006, em caprinos e ovinos na regio de Mossor-RN AnimaisPrevalncia Espcie ExaminadosPositivos(%) Caprina49444489,87 Ovina23217876,72 2tabelado (1; 0,05)> 2calculado Na distribuio dos caprinos em relao ao sexo dos hospedeiros, verificou-se que,de275fmeasadultasexaminadas,238(86,54%)apresentaramalgumaespciede ectoparasito e dos 89 machos adultos, 83 (93,25%) foram positivos. Emrelaoidadedessesanimais,dos364adultosexaminados,321 (88,18%)apresentaramalgumtipodeectoparasito,enquantoque,de130jovens,123 (94,61%) animais foram positivos. Entretanto,aprevalnciadoectoparasitismoindependeudosexoedaidade dos animais examinados (Tab. 2). Tabela2Distribuiodosectoparasitosemcaprinosexaminadosnomunicpiode Mossor/RN, segundo a idade e categoria, durante o perodo de agosto de 2005 a novembro de 2006 AnimaisPrevalnciaCategoria Examinados Positivos(%) Fmea adulta (> 1 ano)27523886,54 Macho adulto (> 1 ano)898393,25 Jovens (< 1 ano)13012394,61 2tabelado (2; 0,05)> 2calculado 33Emrelaoaosovinosde122fmeasadultas,93(76,33%)encontravam-se parasitadas e de 37 machos adultos, 26 (70,27%) apresentaram ectoparasitos. De 73 animais jovens examinados, 59 (80,82%) foram positivos, entretanto a prevalncia de ectoparasitismo independeu do sexo e da idade dos ovinos observados (Tab. 3). Tabela 3 Distribuio dos ectoparasitos em ovinos examinados no municpio de Mossor/RN, segundo a idade e categoria, durante o perodo de agosto de 2005 a novembro de 2006 Animais Categoria Examinados Positivos Prevalncia (%) Fmea adulta (> 1 ano)1229376,22 Macho adulto (> 1 ano)372670,27 Jovens (< 1 ano)735980,82 2tabelado (2; 0,05)> 2calculado Dos espcimes coletados somente nos caprinos, observou-se: Ctenocephalides felis(16animais),Damaliniacaprae(399animais),Psoroptescuniculi(2animais)e Linognathus stenopsis (1 animal) (Fig. 5). B34 Figura5.Demonstraodosectoparasitoscoletadosnoscaprinos.A-Fmeade Ctenocephalidesfelis;B-Damaliniacapraeemposiodorsal;C-Fmeade Psoroptes cuniculi; D- Linognathus stenopsis ventral aderido ao plo. Constatou-se uma diferena significativa na prevalncia do piolho mastigador Damaliniaspentreasduasespciesanimais,comoscaprinosestatisticamentemais infestados (Tab. 4). Tabela4Nmerodeanimaisinfestados,porespciesdeectoparasitos,oriundosde caprinos e ovinos, no perodo de agosto de 2005 a novembro de 2006 em Mossor/RN Espcie AnimalEctoparasitoN;PPrevalncia (%) CaprinoCochliomyia hominivorax Ctenocephalides felis Damalinia caprae* Rhipicephalus microplus Amblyomma parvum Psoroptes cuniculi Linognathus stenopsis 494; 03 494; 16 494; 399* 494; 05 494; 05 494; 02 494; 01 0,60 3,23 80,76 1,01 1,01 0,40 0,20 OvinoCochliomyia hominivorax Damalinia ovis* Rhipicephalus microplus Amblyomma parvum 232; 01 232; 173* 232; 02 232; 01 0,43 74,5 0,86 0,43 N=amostras do rebanho; P= total por espcie. *2tabelado (2; 0,05)> 2calculado 35OD.capraeapresentoucoloraocastanho-avermelhada,cabeamaislarga que comprida com antenas expostas, face superior da cabea com plos fino e inferiorcom processoslateraispronunciadosanterioressantenas,ausnciadospalpos,tarsocomuma garra,transioentreabdmenetraxbemacentuadalateralmenteepresenadenove segmentos abdominais (Fig. 6). Figura6.Damaliniacapraeencontradonoscaprinoscom.A-Visualizaodoprocesso lateral anterior antena; B- Segmentos abdominais; C- Tarso com uma garra; D- Transio entre trax e abdmen acentuada lateralmente. OD.oviscomcoloraotestceo-plida,acabeamaiscompridadoque larga,ausnciadosprocessoslateraisnafaceventralefacesuperiorcomplosfortes,o corpo um pouco mais afilado, transio entre abdmen e trax pouco acentuada lateralmente (Fig. 7). AB CD 36Figura7.Damaliniaovisencontradoemovinoapresentando.A-Exemplaradultocom presena de plos fortes; B- Ausncia dos processos laterais anteriores s antenas; C- Cabea mais comprida do que larga mostrando os artculos antenais; D- Tarso com uma s garra. Entreoshematfagos,foiobservadoparasitando0,20%doscaprinosjovens, oL.stenopsis,apresentandoacabeaalongada,muitomaisestreitadoqueoabdmene arredondadaanteriormentepodendoalargar-seposteriormentesantenasatquaseotrax, antenas com cinco artculos, segundo e terceiro pares de patas com mesmo desenvolvimento, sendooprimeiroparmuitomenosdesenvolvido,traxcurto,abdmenarredondado, membranoso, sem placas quitinizadas e com presena de duas fileiras de cerdas ventrais em cada segmento (Fig. 8). ABC D37 Figura 8. Linognathus stenopsis encontrado em caprinos jovens. A- Exemplar fmea fixo ao plo;B-Cabeaalongadaemaisestreitadoqueoabdmen;C-Duasfileirasdecerdas ventrais em cada segmento abdominal; D- Patas anteriores pequenas. As larvas responsveis pelos casos de miase cutneas foram encontradas em trscaprinos(0,60%)eemumovinojovem(0,43%),apresentando:troncostraqueais principais pigmentados, atingindo a distncia entre trs e quatro segmentos, corpo cilndrico afiladoanteriormentecomganchosoraiseregioposteriortruncada,presenadeplacas estigmticascomperitremaincompleto,abertonaregiodoboto,espirculoscomtrs aberturasdistintasemformadefendareta,identificadadeacordocomJames(1947)como sendo larva da mosca Cochliomyia hominivorax (Fig.9). BA C D38Figura 9. Larva de Cochliomyia hominivorax retirada dos animais com miase. A- Larva na ntegraapsoprocessodeclarificao;B-Placasestigmticasposteriorescomperitrema incompleto; C - Troncos traqueais pigmentados; D - Gancho da extremidade anterior. Aspulgasforamobservadasnoscaprinosjovens(3,23%)comacabea fortementeconvexaepresenadedoisctendeos,sendoogenaldeformahorizontal, dispondo-seinteiramenteaolongodamargeminferiordacabea,apresentandooprimeiro espinhoquasetolongoquantoosegundoeopronotalverticalcommuitosdentes.Palpos labiais com quatro segmentos, metepisterno com uma ou duas cerdas, espao entre as cerdas apicaisemedianasdamargemposteriordatbiacomumnicoentalheexibindoumaforte cerda (frmula 2-2-2-2-1-3) (Fig. 10) Figura 10. Ctenocephalides felis encontrada em caprinos jovens. A- Posio lateral de fmea adulta;B-Ctendeodorsalepronotal;C-.Tbiaposteriorcomcerdas2-2-2-2-1-3;D-, Metepisterno com duas cerdas. Ocaroencontradoemdoiscaprinos(0,40%)foiidentificadocomosendoo P.cuniculi,ondeascaractersticasmorfolgicasforam:ausnciadeestigmarespiratrio, idiossomaarredondadoesemdivisoentreocefalotraxeoabdmen.Asfmeascom: apdemaseaberturagenitaltransversal,anterioraoterceiropardepatas,presenade ventosasnoprimeiro,segundoequartopardepatas,comoterceiroparapresentandouma A B 2 22 213C D 39longacerdaemformadechicote.Osmachoscomventosasnosegundoeterceiroparde patas, apresentando lobos caudais onde se inserem as cerdas opistossomais (Fig. 11). Figura11.Psoroptescuniculiencontradodentrodocondutoauditivo.A-Momentoda cpula;B-Exemplarfmeamostrandolongacerdaemformadechicotenoterceiroparde pata. O carrapato R. microplus foi encontrado em 1,01% dos caprinos e 0,86% dos ovinos com a presena de escudo sem ornamentao, captulo anterior ao corpo com base em formahexagonal,hipostmiomaislongodoqueospalpos,placasespiracularescirculares, ausnciadefestesemtodososestdios.Osmachoscomquatroplacasadanaislongase distintas, com a presena de um apndice caudal (Fig. 12). ABA B40 Figura12.Rhipicephalusmicroplusencontradoemcaprinoseovinos.A-Escudosem ornamentao;B-Captuloanterioraocorpocombaseemformahexagonal;C-Placas espiraculares circulares; D- Presena de apndice caudal e placas ventrais adanais. A espcie Amblyomma parvum foi observada em 1,01%dos caprinos e 0,43% dosovinos,comasseguintescaractersticasmorfolgicas:presenadeescudosem ornamentao, palpos com o artculo I contendo um espinho ventral retrgrado, coxa I com doisespinhosdesiguais,hipostmio3/3,trocntercomespinhos,coxaIVcomumespinho curto e sulco marginal distinto limitando posteriormente todos os festes (Fig. 13) C DABA CD41Figura13-CaractersticasmorfolgicasdoAmblyommaparvum:A-Escudosem ornamentao;BEspinhoretrgradonoartculoIdopalpo;CCoxaIcomespinhos desiguais; D Hipostmio 3/3; E Trocnter com espinho; F- Coxa IV com espinho curto. Houve associao parasitria em caprinos de caro com Phthiraptera (0,23%) edeixoddeocomPhthiraptera(0,46%).Entreosovinosanicaassociaoencontradafoi de phthiraptera com ixoddeo (0,56%) (Tab. 5). Tabela5Associaoparasitriaporectoparasito,identificadaemcaprinoseovinosem Mossor, RN. Animais HospedeiroEctoparasitismo AmostrasPrevalncia (%) Psoroptes cuniculi+Damalinia caprae10,23 Caprina D. caprae+Rhipicephalus microplus20,46 OvinaD. ovis+ R. microplus10,56 Naanlisesazonalfoiverificadoqueosdadosmeteorolgicosobtidosentre agostode2005anovembrode2006naregiodeMossor,registraramtemperaturasmais altas no ano 2005 em outubro (35,5C), novembro (35,5C) e dezembro (35,3 C), entretanto, omaiorregistrofoinomsdejaneiro(36,0C)de2006.Enquantoqueasmaisbaixasem julho (21,3C) e agosto (21,7C) de 2006.Emrelaoprecipitaopluvial,foramregistradaspoucaschuvasdurante maiorpartedoperodoestudado,compredomniodosmesessecoscomchuvasescassas ouinexistentes,apresentandoprecipitaototalde916,4mm3 (Tab.6),ondeforam determinados como perodo seco os meses de julho a janeiro, e chuvoso de fevereiro a junho. EF 42Tabela 6- Distribuio mensal da temperatura, umidade relativa do ar e precipitao pluvial entre agosto de 2005 a novembro de 2006 na regio de Mossor, RN AnoMsTmxima (C) Tmnima (C)Tmdia (C)UR (%)P (mm3)Agosto34,721,827,864,20 Setembro35,223,428,767,50 2005Outubro35,523,428,762,30 Novembro35,52429,180,40 Dezembro35,324,729,263,30 Janeiro362529,762,60 Fevereiro33,824,828,571,550,4 Maro32,723,927,880,6332,1 Abril32,223,827,284,2257,7 2006Maio31,72326,881,187,4 Junho31,522,226,375,9110,2 Julho33,121,326,770,329,3 Agosto34,321,727,562,939,6 Setembro35,122,828,362,19,7 Outubro32,926,922,457,070 Novembro33,5923,0927,663,80 T: temperatura; UR: umidade relativa; P: precipitao pluviomtrica Desse modo, quando comparado os perodos do ano, se seco ou chuvoso, houve diferenaestatsticapelomtododoqui-quadrado,comosecoapresentandomaiornmero (82,15%) de ectoparasitos em relao ao chuvoso (17,84%) (Tab. 7). Tabela 7 Animais infestados com artrpodes ectoparasitos, de acordo com o perodo do ano, no municpio de Mossor, em agosto de 2005 a novembro de 2006 2tabelado (1; 0,05)< 2calculado Animais Positivos Perodo do Ano OvinosCaprinosPrevalncia (%) Seco11439782,15 Chuvoso644717,84 43Tambmpodeserobservado,queogneroDamalinia,ectoparasitomais prevalente nos caprinos e ovinos, apresentou uma variao estacional (Fig. 14), apresentando menor infestao nos meses mais chuvosos. Noqueconcernedistribuiocorpreadosectoparasitos,verificou-sequeo D. ovis foi encontrado em todas as regies pilosas do corpo (ver anexo)(rea de 1 a 7), com uma concentrao maior no glteo (rea 3 e 6). OD.caprae,tambmobservadoemtodasasregiescomplosdoanimal (reade1a7),concentrando-senopescoo(rea1)eprincipalmentenalateraldos membros posteriores (rea 3 e 6) (Fig. 15). Figura15-Rebanhodecaprinoseovinos:A,BRegiocommaiorconcentraode ectoparasitos; C,D- reas com superpopulao favorecendo a proliferao. OL.stenopsisemcaprinosjovens(0,22%)foiobservadonaregioventral (rea 4) e escapular (rea 2), sendo pela primeira vez observada no Nordeste brasileiro. E no caso do caro P. cuniculi verificou-se em caprino dentro do conduto auditivo (rea 1). As larvas de C. hominivorax causadoras de miases cutneas foram encontradas em caprinos no bere (rea 4), face (rea 1) e na vulva (rea 6), enquanto que nos ovinos na regio caudal (rea 6) (Fig. 16). A BCD44 -50050100150200250300350agooutdezfevabrjunagoout05101520253035D. caprae UR mm TC -50050100150200250300350agooutdezfevabrjunagoout05101520253035D. ovis UR mm TC Figura 14 Flutuao do gnero Damalinia parasitando caprinos e ovinos no municpio de Mossor entre agosto 2005 a novembro de 2006 e os fatores abiticos umidade relativa (UR), precipitao pluvial (mm) e temperatura mdia (TC). 44 45 Figura16-Localizaodasmiasesnosanimais:A-beredeumcaprinofmeaadulta;B- Cabea de caprino jovem; C- Vulva de caprino adulto: D- Regio caudal de ovino jovem. O R. microplus, localizado nas bordas da face interna e externa da orelha (rea 1), lateral da boca (rea 1), bere (rea 6) e testculo (rea 6) (Fig.17). A BC DAB 46 Figura 17- Diferentes localizaes do Rhipicephalus microplus. A- Face interna da orelha; B- Face externa da orelha; C- Lateral da boca; D- Testculo. O A. parvum foi retirado da face, prximo ao pavilho auricular (rea 1) de um ovino (Fig. 18) e os demais em caprinos nas bordas da face interna da orelha (rea 1), sendo o primeiro registro dessa espcie no Nordeste. Figura 18. A,B- Localizao do Amblyomma parvum na face de um ovino macho adulto. ApulgaC.felisfoiencontradanaregioventraldecaprinosjovens(rea4), achadoessedesumaimportncia,pornohavernenhumrelato,nessehospedeiro,na literatura (Fig. 19). Figura 19. Ctenocephalides felis em caprino jovem. A- Ectoparasito na regio ventral; B- Pele hipermica devido ao intenso prurido causado pela reao alrgica a picada da pulga. CD AB AB 47 Emrelaossintomatologiasclnicas,naquelesqueapresentavampiolho mastigador foi observado um prurido ocasional, plos sem brilho, grossos e quebradios, com reas de alopecia (Fig. 20), no caso das pulgas, os animais mostravam-se com intenso prurido, inquietos e apticos; nos animais com miase foiverificadoapatia,anorexia e inflamao do localacometido.Emrelaoaoscarrapatos,carosepiolhoshematfagos,aparentemente nenhum sintoma foi observado. Figura20.Caprinoadultocominfestaodepiolhoapresentandoreasdealopecia,plo quebradio e sem brilho. 486. DISCUSSO O ectoparasitismo tem sido relatado em diversas regies do mundo (PRICE & GRAHAM, 1997), assim, j houve relatos no norte do Sinai (MAZYAD & HELMY, 2001), nosudestedoEgito(BAKY,2001),naLbia(GABATetal.,1993),Nigria (UGOCHUKWU&APEH,1985),fricadoSul(HORAKetal.,2001),Sudo(OSMAN, 1997) e na ndia (LATHA et al., 2004). NoBrasilfoicitadodesdeoRiodeJaneiro(SANTOSetal.,2006b)eSo Paulo (MADEIRA et al., 2000), at a regio nordeste do pas, com registros em Pernambuco (SILVA et al., 1974), na Bahia (ROCHA et al., 1980), Piau (FACCINI & PADILHA, 1980), na Paraba (SANTOS & FACCINI, 1996), no Cear (COSTA & VIEIRA, 1984) e Maranho (BRITO et al., 2005). Aprevalnciadeectoparasitosemcaprinos(89,87%)eemovinos(76,72%) no Semi-rido de Mossor est de acordo com Brito et al. (2005) ao examinarem rebanhos namicrorregiodoAltodoMearimeGraja,Maranho,ondeobservaraminfestaesem 114caprinose29ovinos,emumapopulaode210e170animaisamostrados, respectivamente.Asinfestaesporectoparasitosnosruminantesdomsticoseas conseqentesperdasnaprodutividadedosanimais,temsidoreportada,comumamaior freqncianoSemi-ridonordestino,devidoscriaescomsistemapredominantemente rstico e condies de manejo precrias (SANTOS et al., 2006a). Na distribuio de ectoparasitos em relao ao sexo do hospedeiro, de acordo comotestedoqui-quadrado,nohouvediferenaestatsticaentreoscaprinos(machos- 93,25%efmeas-86,54%),comotambm,entreosovinos(machos;70,27%efmeas; 76,33%),concordandocomosresultadosdeMaiaetal.(2001)quepesquisando ectoparasitosemovinosdeslanadosnosertoparaibanodemonstraramquenoexisteuma associao do parasitismo quando comparado o sexo dos animais (macho; 18,94% e fmea; 23,47%).Emdiscordncia,estudosrealizadosnoestadodaParabacom278caprinos, encontraramdiferenasignificativaentreossexosdosanimais,>1ano,machos(58,3%)e fmeas(74,4%)eanimais