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DISCURSIVA PARA O TCE RJ - Técnico Profa. Júnia Andrade Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Aula 01 Olá! Na aula de hoje vamos estudar a teoria pertinente à estruturação textual e à gramaticalidade do texto. Para cada assunto, vamos expor fragmentos de textos comentados a fim de aclarar nossa explicação. Na aula 02 esses exemplos serão integrais, ou seja, analisaremos textos inteiros para que você possa vislumbrar o funcionamento de todas as partes operantes do texto. Então! Boa aula! OS VARIADOS TIPOS DE TEMAS EM CONCURSOS E A FORMA DE ORGANIZÁ-LOS. Atualmente nos concursos há dois tipos de prática textual: as produções sobre conhecimentos gerais ou atualidade e as produções sobre conhecimentos específicos previstos no conteúdo das provas objetivas. Algumas pessoas costumam entender que o nome REDAÇÃO é referência a textos cujos temas são tipicamente voltados para atualidades e que o nome DISCURSIVA se refere aos textos que solicitam desenvolvimento de uma questão sobre conhecimento específico. Muito bem! Seria muito bom se houvesse realmente essa clareza, mas o fato é que não há. Há muita confusão em torno desses nomes e algumas bancas, por exemplo, usam um dos nomes para diferentes propostas temáticas. Recorrendo aos grandes autores de construção textual, por exemplo, não há diferença entre os nomes. Assim, REDAÇÃO e DISCURSIVA são praticamente termos que designam a mesma ideia: escrever um texto. O tipo de texto, então, deverá ser especificado pelo edital. E, por falar em edital, quanta confusão há no edital da Femperj. Se olharmos a tabela de distribuição de provas, temos a impressão de nosso texto terá tema que versará sobre conhecimento específico. No entanto, mais adiante, no item 7.3.2.1 a. está claro que o tema versará sobre atualidades. É lógico que mais cedo ou mais tarde, isso será transformado em errata para corrigir a dupla informação do edital. No entanto, aqui, nós

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Aula 01

Olá!

Na aula de hoje vamos estudar a teoria pertinente à estruturação textual e à gramaticalidade do texto. Para cada assunto, vamos expor fragmentos de textos comentados a fim de aclarar nossa explicação. Na aula 02 esses exemplos serão integrais, ou seja, analisaremos textos inteiros para que você possa vislumbrar o funcionamento de todas as partes operantes do texto.

Então! Boa aula!

OS VARIADOS TIPOS DE TEMAS EM CONCURSOS E A FORMA DE ORGANIZÁ-LOS.

Atualmente nos concursos há dois tipos de prática textual: as produções sobre conhecimentos gerais ou atualidade e as produções sobre conhecimentos específicos previstos no conteúdo das provas objetivas.

Algumas pessoas costumam entender que o nome REDAÇÃO é referência a textos cujos temas são tipicamente voltados para atualidades e que o nome DISCURSIVA se refere aos textos que solicitam desenvolvimento de uma questão sobre conhecimento específico. Muito bem! Seria muito bom se houvesse realmente essa clareza, mas o fato é que não há. Há muita confusão em torno desses nomes e algumas bancas, por exemplo, usam um dos nomes para diferentes propostas temáticas.

Recorrendo aos grandes autores de construção textual, por exemplo, não há diferença entre os nomes. Assim, REDAÇÃO e DISCURSIVA são praticamente termos que designam a mesma ideia: escrever um texto. O tipo de texto, então, deverá ser especificado pelo edital.

E, por falar em edital, quanta confusão há no edital da Femperj. Se olharmos a tabela de distribuição de provas, temos a impressão de nosso texto terá tema que versará sobre conhecimento específico. No entanto, mais adiante, no item 7.3.2.1 a. está claro que o tema versará sobre atualidades.

É lógico que mais cedo ou mais tarde, isso será transformado em errata para corrigir a dupla informação do edital. No entanto, aqui, nós

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vamos aprender a desenvolver tanto textos com conhecimentos atuais quanto textos voltados para conhecimentos específicos. Inclusive, vou alterar a aula demonstrativa nesse sentido, porque vou ofertar temas de conhecimentos específicos em uma das aulas. Assim, não obstante qualquer mudança, estaremos fora do risco de um evento surpresa no dia do concurso. Se a Femperj corrigir o edital para temas sobre atualidades, voltaremos à programação original do curso. De todos os modos, esclareço que não haverá prejuízo algum à aquisição de vocês.

Mas, voltemos aos diferentes pedidos temáticos nos concursos. Agora vamos compreender como cada tipo de pedido pode ser feito.

COMO SÃO ELABORADOS OS TEMAS SOBRE ATUALIDADES (CONHECIMENTOS GERAIS)

Há duas formas comuns para um concurso cobrar atualidades. Uma forma, a mais tradicional, é compor um tema em frase ou expressão única. Este tema pode ser precedido de um texto informativo.

Mas cuidado! Muita gente não prioriza o tema e fica, por isso, presa ao texto informativo. Veja o exemplo seguinte:

TEMA 01

No Brasil, trabalho infantil é qualquer trabalho exercido por criança e adolescente com menos de 16 anos, exceto na condição de aprendiz, e é proibido por lei. Os programas de aprendizagem, cujo objetivo é facilitar a formação técnico-profissional de adolescentes a partir dos 14 anos, devem atender a uma série de condições específicas, de modo a garantir que esse trabalho não prejudique o cotidiano e a vida escolar do jovem. (Fundação Promenino)

Considerando o texto acima como meramente motivador, disserte, de modo fundamentado e claro, sobre o seguinte tema:

Formas degradantes de exploração da força de trabalho no século XXI

Observando bem a proposta acima, notamos que o texto informativo aborda o conceito de trabalho infantil e explica como esse trabalho pode ser feito de modo legalizado.

Mas o tema não é bem este! O tema pede “formas degradantes de...trabalho”. Veja que o tema está no plural “formas”, ou seja, se

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fizermos uma redação cuja abordagem seja o trabalho infantil, por certo, não teremos uma boa redação, pois nos centramos sobre uma única forma de trabalho. Compreendeu?

O texto, nesse caso, foi proposto para iludir o redator. Desatento, o redator vincula o trabalho degradante ao trabalho infantil. Nesse caso, ele abordará parcialmente o tema, já que explorou apenas uma forma de trabalho degradante.

O que seria o correto? Abordar, pelo menos, duas formas de trabalho degradante. Assim, se temos duas formas, já estamos cumprindo o plural. Concorda comigo?

Por exemplo: poderíamos abordar o trabalho infantil sim. Quanto a isso, não haveria problemas; mas poderíamos também abordar o trabalho análogo ao escravo ou, simplesmente, o trabalho escravo. Já teríamos aí o cumprimento do tema.

Então, regra nº1: não confunda texto informativo com tema! O tema é a frase ou expressão que segue este texto.

Agora, vamos ao segundo tipo clássico de exposição temática:

TEMA 02 - Cespe

Aos 57 anos de idade, a nordestina Iraci Moreira se orgulha em dizer que "criou seus três filhos no lixo". Catadora desde que chegou ao Rio, aos 17 anos de idade, ela ensinou a profissão a dois deles, e hoje a família se dedica à cooperativa Beija-Flor em um lixão em favela do subúrbio carioca, com 26 participantes. Até meados de 2008, as perspectivas eram boas: os preços dos metais subiam, a indústria produzia a todo vapor e era possível tirar quase um salário mínimo por mês com a reciclagem. Em janeiro, a desaceleração global bateu forte no setor: os rendimentos de Iraci foram de apenas R$ 80 — uma redução de 80%. Nos últimos dias, ela incorporou com desenvoltura os temas da crise financeira e do desaquecimento industrial ao seu discurso. O Globo, 8/2/2009, p. 27 (com adaptações).

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.

CRISE ECONÔMICA E EFEITO SOCIAL

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente os seguintes aspectos:

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• o caráter global da atual crise econômico-financeira;

• coleta seletiva do lixo e reciclagem: a crise também atinge setores voltados para o desenvolvimento sustentável;

• as repercussões sociais da crise: o impacto social representado pelo desemprego e pela redução da renda de trabalhadores.

Este tipo de estruturação temática parece ser mais complexo, mas não o é! Vejamos o que temos:

� há um texto informativo antes, que na verdade é texto fictício.

� Depois há o tema central: crise econômica e efeito social.

� Por fim, temos os “tópicos” ou “aspectos”. Estes são subtemas que deverão obrigatoriamente ser explorados no texto do candidato.

Ora, o desenvolvimento desse texto é muito simples: não cabe ao aluno redigir sobre a história da “Iraci Moreira”. Veja que no enunciado da questão há a explanação “texto meramente motivador”. Sendo assim, não há por que redigir sobre o texto!

Assim, o que deve ser feito é o seguinte: você deve compor uma introdução sobre o tema geral e depois dedicar cada parágrafo para o desenvolvimento de cada um dos “tópicos” textuais. Por enquanto, esta é a regra principal.

Regra nº 02: compor cada um dos tópicos num parágrafo em separado.

Então, mais uma vez, deparamo-nos com temas cujos textos informativos são armadilhas!

Mas, mais raramente, existem temas que podem, sim, se centrar sobre o texto informativo. Não é muito comum esta prática. Mas, para não deixarmos nada passar em branco, vale analisar um caso desses:

TEMA 03 - FCC

Considere a situação abaixo descrita:

Alguns funcionários de uma empresa combinam almoçar juntos. Sentam-se à mesa do restaurante, fazem seus pedidos e cada um tira seu celular

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do bolso ou da bolsa. Conversando ao celular, fazem sua rápida refeição, pagam estendendo o cartão ao garçom e lado a lado, ainda ao celular, retornam à empresa.

Essa situação pode ser vista, ou não, como emblemática da vida contemporânea.

Redija um texto dissertativo acerca dessa questão.

Veja que a frase em negrito que comanda a questão está vinculada, por meio do pronome demonstrativo “essa”, à situação descrita no texto acima. Nesse caso, o texto vai além do papel meramente informativo. Ele é um dos componentes do tema, sobre o qual o redator irá se debruçar para compor um texto dissertativo. Aliás, mais adiante, vamos compreender exatamente o que é um texto dissertativo, o que será importante até para se compreender exatamente como desenvolver uma redação a partir desse tipo temático.

A conclusão que se extrai desse trecho da aula é a seguinte: só vamos aproveitar o texto informativo se o enunciado da questão nos pedir claramente para aproveitá-lo. Por outro lado, a informação “texto meramente motivador” já deixa bastante claro que não podemos nos remeter à situação textual. Nesse caso, nosso tema será exposto, por exemplo, em forma de frase ou expressão que seguirá o referido texto.

QUAIS AS POSSIBILIDADES DE ESTRTURAÇÃO DE TEXTOS PARA TEMAS SOBRE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Como disse lá no início, nosso edital não aclara com precisão o tipo de tema sobre o qual teremos de redigir. Então, não vamos dar sorte ao azar: melhor estudar também a possibilidade de haver temas para o desenvolvimento de assunto específico.

Há duas formas clássicas de o tema, nesse caso, se apresentar: uma forma bem objetiva, composta de comandos frasais; outra forma originária de um estudo de caso.

Vamos a elas:

TEMA 04 – Cesgranrio

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Segundo os estudos de Mintzberg, mecanismos de coordenação e fatores situacionais permitem definir cinco configurações organizacionais básicas, dentre elas as configurações denominadas Burocracia Mecanizada e Burocracia Profissional.

Compare estes dois tipos de configurações, explicando o mecanismo principal de coordenação em cada uma delas.

Naturalmente, tal tema nos causa estranheza porque é pertinente à

área de administração. Mas o intuito de apresentá-lo é demonstrar como

um tema sobre conhecimento específico pode ser montado.

Este é o tipo temático objetivo, ou seja, a partir de uma breve

exposição do assunto, pede-se diretamente o que deverá ser dissertado.

Além desse tipo de tema, os conhecimentos específicos podem ser

solicitados também em tema central, seguido de “tópicos” ou “aspectos”,

procedimento similar ao que ocorre na composição de temas sobre

atualidades. Confira o tema 05:

TEMA 05 - Cespe

...produza um texto dissertativo, a partir do tema seguinte:

A omissão de receitas e o passivo fictício.

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

• caracterização do passivo fictício e da presunção de omissão de receita;

• a relação entre a existência de passivo fictício e o saldo da conta caixa;

• importância da identificação da natureza das receitas omitidas e os respectivos efeitos em face de diferentes tipos de tributos incidentes sobre as mesmas.

Para desenvolver este tipo temático, o aluno fará da mesma maneira que expliquei para a composição de tema atual: ele irá dedicar cada parágrafo do desenvolvimento para compor seus conhecimentos (aqui nosso tema aborda contabilidade) sobre os “tópicos” temáticos.

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Por fim, temos uma terceira via, ou seja, outro tipo temático importante: o estudo de caso. Esse tipo é corrente nas provas que exigem algum conhecimento do Direito. A banca propõe, então, um caso fictício (história inventada) que traz uma problemática a ser resolvida pelo redator, por meio dos conhecimentos que este detém no campo do Direito solicitado.

Vejamos um exemplo:

TEMA 06 - FGV

Fábio, em junho de 2006, dirigindo embriagado e sem habilitação, causou, com culpa exclusiva sua, um acidente de trânsito no qual danificou o carro de Marly e lesionou gravemente o passageiro Heron, sobrinho de Marly, com 12 anos de idade. Logo em seguida, no mesmo mês, pretendendo resguardar seu patrimônio de uma possível ação judicial a ser intentada por Marly e/ou Heron para compensação dos danos sofridos, Fábio transmitiu todos os seus bens, gratuitamente, a Antônio, um amigo de longa data que, mesmo sabendo da intenção maliciosa de Fábio, concordou em auxiliá-lo.

Em face dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada:

a) O negócio jurídico está eivado por qual vício? Fundamente. (Valor: 0,65)

b) Qual a ação de que podem se valer Marly e Heron para pleitear a anulação do negócio jurídico realizado por Fábio? Fundamente. (Valor: 0,3)

c) Em junho de 2011 já teria escoado o prazo, tanto para Marly quanto para Heron, para ingressarem em juízo? (Valor: 0,3)

Nesse caso, em que temos um estudo de caso, há várias formas de o redator montar seu texto. Mas uma é especial, porque garante uma organização da exposição textual:

� no primeiro parágrafo, em vez de ser abordado o pedido de “a)”, faz-se um resumo do caso fictício. No caso em tela, é bom que a história fictícia venha para o texto, pois é sobre ela que serão dissertadas as respostas.

� Em três ou mais parágrafos posteriores, será fornecida a resposta para cada um dos itens questionados.

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� Se ainda houver espaço, fecha-se o texto com uma conclusão que resuma as ideias principais da redação.

Logicamente, pessoal, além do que mostrei neste título sobre temas de provas em concursos, poderá haver outras formas de expor o tema. Mas é fato que estas são as principais, e, por essa razão, temos de compreendê-las bem para não haver surpresas.

COMO INTRODUZIR O ASSUNTO

Afora do estudo de caso, que pede um resumo logo na entrada do texto, há formas diversificadas de o aluno compor uma introdução. Aqui no curso, como o ideal é ser objetivo, vou mostrar uma que seria a mais eficaz: a introdução feita com o máximo de objetividade possível.

Para tal, cada introdução que eu mostrar aqui será precedida de um tema. Vamos a elas!

Tema 07

As manias “feias” do brasileiro são vistas por muitos sob óticas diversas.

Há quem diga que a malandragem, apoiada no intento de sempre levar

vantagem, é característica de um povo que nasceu colonizado, explorado

e formado por culturas também problemáticas. Também há quem veja

este aspecto da brasilidade como um efeito comum a qualquer homem,

que em muito pouco ou em nada se deve a aspectos de colonização ou

de formação étnica.

Tendo o texto acima como motivador, disserte, de modo fundamentado,

dando sua opinião sobre o seguinte tema:

A malandragem não é tipicamente brasileira

Introdução 01

É fato que a malandragem não é tipicamente brasileira. Ela faz parte da condição humana, não sendo, por isso, exclusiva de um povo. Ações que desobedecem à moralidade e à ética para que um leve alguma vantagem sobre os demais sempre existiram na história da humanidade. Isso explica as guerras, os variados tipos de crime e a corrupção.

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Introdução 02

Cada povo tem sua característica. Italianos são vistos como emotivos, os alemães, como frios e racionais. Já para os brasileiros sobrou a malandragem. Esta característica traz aspectos bons e ruins. Ora está para situações em que o brasileiro fere o direito alheio, ora está para ocasiões que a esperteza é sinal de sobrevivência num país de contradições socioeconômicas.

*****

Percebam que cada uma dessas introduções traz um ponto de vista sobre o fato de “a malandragem ser tipicamente brasileira”: o primeiro discorda do tema, e o segundo concorda com ele. No entanto, ambos têm um ponto em comum: são objetivos. O que comprova isso é o fato de eles apresentarem ainda para as primeiras linhas do texto o termo central do tema - “malandragem”.

Comparando os dois tipos de introdução, notamos que a primeira é mais objetiva que a segunda. Naturalmente, por isso a primeira é um tipo de introdução mais eficiente. Aqui chegamos ao ponto central do assunto: objetividade.

Sempre que for introduzir um assunto, comece pelas palavras do próprio tema. Posicione-se com relação a ele, se houver um pedido de temático para esse fim, exponha, mesmo que indiretamente, um claro ponto de vista, conforme fez nosso redator da introdução 01: É fato que a malandragem não é tipicamente brasileira.

Depois estenda o assunto. É interessante que você antecipe para o leitor alguns pontos que serão debatidos no desenvolvimento do texto. Isso faz com que o texto apresente palavras que não serão em vão. Ou seja, você não estará cometendo o famoso “encher linguiça”.

Além desses fatores, é bom cuidar do seguinte:

� Hoje, as bancas não aceitam introduções gerais: é preciso ir direto ao ponto temático. Portanto, nada de fazer um histórico sobre o tema a ser tratado pelo texto.

� Introduções curtas ou longas também não são bem-vindas: procure montar parágrafos dosados, que ocupem entre 4 a 7 linhas, por exemplo.

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� Começar o texto com perguntas: evite isso. Apesar de ser uma prática comum nos vestibulares; nos concursos, não há espaço para perguntas. Estas retardam a exposição de ideias e atrapalham a objetividade.

Assim, quando for introduzir um texto, vá diretamente ao tema, recuperando palavras-chaves do tema. Evite trabalhar com sinônimos ainda na abertura do texto. Vejamos parte a parte da “introdução 01”:

É fato que a malandragem não é tipicamente brasileira.

Posicionamento claro e objetividade quanto à abordagem temática.

Ela faz parte da condição humana, não sendo, por isso, exclusiva de um povo.

Período seguinte: explicação para o posicionamento inicial.

Ações que desobedecem à moralidade e à ética para que um leve alguma vantagem sobre os demais sempre existiram na história da humanidade.

Extensão da explicação sobre o posicionamento.

Isso explica as guerras, os variados tipos de crime e a corrupção.

Conclusão sobre as explicações dadas anteriormente.

COMO DEFENDER UMA IDEIA

Depois da introdução, virão elementos típicos da defesa textual. Para compô-los, teremos que estar atentos à forma como nos proposto o tema.

Se temos um tema com tópicos, estes são os objetos de desenvolvimento da redação.

Se temos um tema sem tópicos, seremos nós mesmos os responsáveis pela criação dos tópicos da defesa.

Comecemos pelo tema seguido de tópicos:

1º - ao desenvolver a redação, é bom manter os tópicos na ordem apresentada no tema e dissertar sobre eles, seguindo esta ordem.

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TEMA 08 - Cespe

INTERIORIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA

Ao elaborar seu texto, atenda, necessariamente, as seguintes

determinações:

• identifique as principais causas da interiorização da violência

• descreva a relação entre a interiorização da violência, o

narcotráfico e o crime organizado

• descreva as ações que o Estado deve adotar no combate à

violência.

Desenvolvimento da redação: aqui eu não expus uma introdução,

porque estamos nos referindo ao miolo do texto, a parte em que o texto

se desenrola. Se o tema possui tópicos, o ideal é destinar cada tópico a

um parágrafo do desenvolvimento.

Segundo parágrafo do texto – abordagem do primeiro tópico:

Vale citar duas causas principais que explicam a interiorização da

violência: a migração de marginais dos centros maiores para as cidades

menores e a falta de um bom efetivo policial. A instalação de unidades

de polícia pacificadora na capital fluminense, por exemplo, fez com

bandidos migrassem para cidades consideradas “seguras” para os

bandidos. Assim, cidades como Niterói sofrem hoje com um alto número

de homicídios violentos decorrentes do tráfico e sem o combate eficaz de

uma polícia mais bem aparelhada para isso.

Separei o primeiro parágrafo do desenvolvimento em três partes

operantes:

- a introdução do tópico + a resposta a ele;

- a comprovação da resposta;

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- a conclusão das ideias.

Veja que o redator não esconde o aspecto, ele o apresenta sempre

nas linhas iniciais dos parágrafos. Isso traz ao texto clareza, objetividade

e resposta precisa ao proposto.

Terceiro parágrafo do texto:

É notório haver uma relação entre a interiorização da violência, o

narcotráfico e o crime organizado. Para a Polícia do Rio, a migração de

bandidos para interior deve-se ao fato de o crime organizado lutar contra

as forças do Estado para manter seus negócios. Fato que faz aparecer

casos de violência até então incomuns nos centros menores, envolvendo,

por exemplo, jovens em idade escolar no mundo do crime.

Novamente há palavra-chave em destaque, comprovação de

informações e fechamento de ideias.

Vale notar que os parágrafos do desenvolvimento seguirão essa

mesma ordem de composição, o que torna o texto bem coordenado, bem

organizado.

Então, resumamos o desenvolvimento. Cada parágrafo deve conter o

seguinte:

� retomada do tópico;

� comprovação de ideias;

� conclusão – resumo geral do parágrafo.

Como abordei, essa não é a única forma de você organizar um

parágrafo. O que é interessante notar é que esta é uma forma mais clara

e objetiva de proceder. Creio que será mais fácil adotar essa posição,

principalmente, para quem tem dificuldade em organizar o texto. Com o

tempo, você ficará mais ágil, se tomar para si um modelo de

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desenvolvimento do parágrafo. Por outro lado, se ficar experimentando

formas diversas de escrever, no curto prazo a experiência pode não ser

boa, pois o tempo curto das provas requer habilidade textual e agilidade

com as palavras.

Bom, e como vamos desenvolver a argumentação para temas que

não têm aspectos?

Resposta simples: o ideal é que esquematizemos o

desenvolvimento, antes mesmo de rascunhar o texto. Como será feito

isso?

Devemos anotar em frases simples as ideias que empregaremos

para defender nossa tese introdutória. Por exemplo: suponhamos que

nos cobrem aquele tema sobre formas degradantes de trabalho. Assim,

num cantinho da prova (não na folha definitiva), podemos anotar

algumas sugestões de desenvolvimento:

� o trabalho infantil como forma de exploração da força de

trabalho.

� O trabalho análogo à condição de escravo que ainda existe no

Brasil.

� A exploração da mão de obra feminina a que é atribuída um

salário menor que o do homem, no desempenho da mesma

função.

De posse dessas ideias, vamos acrescentar ao nosso esquema

mecanismos de comprovação.

O que são esses mecanismos de comprovação?

Nos concursos, não podemos dissertar livremente sobre um

assunto, a partir de nossas ideias, exclusivamente, pessoais. É

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importante que elas possam estar aliadas a uma fonte de comprovação.

Esta pode ser executada a partir dos seguintes tipos argumentativos:

� Exemplos são estratégias excelentes de defesa. Mas

exemplificar significa citar um fato singular, ocorrido. O

exemplo pode ser extraído da mídia escrita ou televisiva. Ele

não pode ser uma suposição. Ele deve ter sido ou deve ser

um acontecimento real.

Ex.:

O trabalho análogo à condição de escravo ainda existe

no Brasil. Em São Paulo, em 2011 a fiscalização encontrou

pessoas, trabalhando em condições subumanas. Tais

trabalhadores costuravam por horas extenuantes peças de

roupas para lojas de renome, como as do grupo Zara.

Percebam que no grifo foi introduzido um exemplo, citado

amplamente pela mídia.

Com a exemplificação, o texto adquire um caráter mais formal,

mais científico.

� Autoridade: este é um tipo argumentativo bastante

empregado em redações para concursos. Por autoridade,

compreendem-se as leis ou aspectos de uma determinada

legislação, referências ao ponto de vista de especialistas ou

de professores especialistas sobre o que é tratado no texto.

Ex.:

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Há também no Brasil a exploração da mão de obra feminina

a que é atribuída um salário menor que o do homem, no

desempenho da mesma função. Para a professora Déborah

Paiva, especialista em Direito do Trabalhado, essa realidade

está sendo transformada, pois cada vez mais o Estado tem

criado mecanismos que garantem a igualdade entre homens

e mulheres.

Poderíamos ter também o seguinte:

Há também no Brasil a exploração da mão de obra feminina

a que é atribuída um salário menor que o do homem, no

desempenho da mesma função. Essa realidade está sendo

transformada, pois a Constituição Federal, ao igualar homens

e mulheres, tem servido de instrumento para que o Estado

crie mecanismos que possibilitem o cumprimento dessa

igualdade.

Veja que montei um exemplo originário de uma autoridade pessoal

e um exemplo originário de uma autoridade legal.

Muita gente se queixa de que não consegue comprovar ideias

durante a prova. O mecanismo é muito simples. Veja quantas

autoridades sobre, por exemplo, “educação” há no país! Poderíamos nos

referir ao Ministro da Educação, ao Secretário da Educação do nosso

estado; a um pedagogo importante, ao prefeito, ao governador e mesmo

à Presidente da República, visto que todas essas autoridades têm alguma

opinião manifestada sobre “educação”.

E aí você talvez se pergunte: mas como vou lembrar algo que

tenha sido dito por qualquer dessas autoridades sobre “educação”. Veja

bem o seguinte: você não vai copiar e colar algo que tais autoridades

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tenham dito. Você irá compor com suas ideias algo que tenha pertinência

com a filosofia ou com o ponto de vista sobre a educação dessas

autoridades. Por exemplo: ficaria estranho dizer que a Presidente da

República considere pertinente o fato de o homem ganhar mais que a

mulher na sociedade atual. Mas se você diz que a Presidente da

República considera necessário que mulheres e homens tenham seus

vencimentos equiparados na sociedade atual, você compõe algo coerente

com a posição pública da Presidente Dilma.

� Prova concreta: este tipo de argumento requer pesquisa.

Ele se baseia na apresentação de números, resultados de

pesquisa, de preferência oficiais. Trata-se de uma forma

argumentativa altamente eficaz, pois a informação é mais

precisa, mais concreta. A única liberdade que o redator tem,

ao optar por essa forma argumentativa, é arredondar os

números, por meio de um “cerca de”, “perto de”, por

exemplo.

Ex.:

O trabalho infantil é uma das formas de exploração da força de

trabalho. Apesar de proibido por lei, estima-se que no Brasil cerca de 5

milhões de crianças e adolescentes estejam sendo exploradas como força

de trabalho.

Conforme expliquei, é bom que você use no seu texto algum

mecanismo de comprovação. E acrescento que você deve comprovar o

máximo de ideias do desenvolvimento que puder. Assim, você poderá

optar por exemplos, autoridades e provas. Não importa de quais formas

se valerá para compor sua defesa. O importante é que sua redação

estará firmemente desenvolvida e muito bem argumentada.

Mas, Júnia? E assuntos específicos? Seguem essa mesma linha?

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Seguem sim! O que você fará será empregar esses mecanismos de

comprovação a cada resposta que der sobre determinado assunto.

Por certo, diante de um tema que aborde, por exemplo, Direito

Constitucional, será comum o candidato recorrer às leis ou à própria

Constituição Federal. Assim, para esse tipo temático o argumento de

autoridade é o mais indicado.

Ex.:

No caso em tela, não há que se discutir a competência da Polícia Civil

para realizar a ação. Mas, havendo necessidade de repressão uniforme desses

crimes, já que eles transpassam vários entes federados, é válido esclarecer que

poderá o Departamento de Polícia Federal (DPF) investigar tais delitos. Essa

competência do DPF está claramente presente no art. 144 da Constituição

Federal. Segundo a referida norma, além de o DPF apurar crimes contra a

União, caberá ao Departamento também apurar práticas criminosas

interestaduais que exijam repressão uniforme.

COMO CONCLUIR O TEXTO

Num texto especialmente feito em concursos para a ocupação de vagas públicas, a confecção da conclusão deve levar em conta dois aspectos importantes: a confirmação do ponto de vista inicial (se este foi pedido pelo tema) e o resumo das ideias principais do texto. É exatamente isso que deve haver numa conclusão. É óbvio que você possa pensar que o texto ficaria um tanto repetitivo. Mas há como contornar a cansativa repetição: para tal, basta apenas mudar as palavras, trocá-las por sinônimos.

O que não pode haver numa conclusão?

• Perguntas em aberto. Jamais!

• Subjetividade, ou seja, frases de efeito, ou frases que pendem para o emocional.

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Exemplo: Portanto, para se alcançar a tão sonhada paz, será preciso...

O termo “a tão sonhada” é impróprio para a conclusão, porque remete ao emocional, ao poético.

O certo é usar a formalidade e a simplificada que cabe a este tipo textual: Portanto, para se alcançar a paz, será preciso...

*****

Na aula 02, você irá notar como tudo o que explicamos aqui funciona em textos inteiros. Será uma aula que conterá praticamente o mapa do desenvolvimento textual. Por isso, deve ser estudada com carinho!

Bom, agora nós vamos abordar os aspectos gramaticais mais importantes para a composição textual.

É bom você compreenda que alguns aspectos mencionados aqui são pertinentes ao texto, ou seja, no contexto as palavras ganham outra dimensão e importância. Por isso, determinadas regras que são vistas em cursos de português para a prova objetiva, aqui podem ser propostas também no plano estilístico, ou seja, no plano das escolhas acerca do que seria melhor para o tipo de texto que vamos desenvolver.

GRAMATICALIDADE TEXTUAL

A gramática interna do texto pode ser dividida, didaticamente, em três aspectos:

- aspectos formais – divisão silábica, formato das letras, uso de maiúsculas e de minúsculas, e sinais gráficos.

- aspectos gramaticais – acentuação, crase, regência, concordância, pontuação, conjunção e emprego e colocação de pronomes.

- aspectos textuais – tecnicismos linguísticos, coloquialismos, linguagem figurada, repetições de palavras, falta de paralelismo, uso de anafóricos, divisão frasal e adequação vocabular.

Vamos ao assunto, de modo bem pontual, para que não percamos tempo.

Os Aspectos Formais

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1º - Letra: raramente as bancas fazem exigências sobre o tipo de letra a ser empregado nas provas. No nosso concurso, por exemplo, poderemos empregar letra cursiva (aquela letra escolar) ou mesmo letra de fôrma. Inclusive há quem misture a grafia das duas formas. Sem problemas. O mais importante é que a letra seja legível. Assim, com bom senso, somos capazes de julgar se nossa letra é cabível à leitura do examinador. Letra muito pequena, letra extramente grande, letra mal elaborada merecem cuidado num concurso público.

2º - acentos e demais sinais gráficos: estes devem estar bem visíveis para o examinador. Assim, não deixe dúvidas sobre a grafia de acentos e de pontuações. Qualquer dúvida é motivo de redução de pontos.

Quanto à grafia alterada pela Reforma Ortográfica, nosso edital é claro nesse sentido. O aluno poderá redigir, por exemplo, tranquilo ou tranqüilo. Até mesmo poderá misturar as duas formas num único texto. Essa permissão deve-se ao decretado período de tolerância em que podemos empregar as duas regras. Esse período vigora até o final de 2012.

3º- rasura: se você errou e percebeu a tempo o erro, apenas dê um risco sobre a palavra incorreta e escreva a forma correta a seguir. É comum na abertura da prova de redação haver alguma instrução quanto a isso. Se não houver, basta dar um risco sobre o termo incorreto.

Normalmente observamos dúvidas quanto ao seguinte: se eu tiver errado e não houver espaço mais para corrigir o erro, o que pode ser feito? Vale a pena “subir o morrinho e escrever sobre o erro?

A aceitação desse tipo de correção dependerá do examinador. Ultimamente até tenho visto muita tolerância quanto a isso.

Ex.:

4º - divisão silábica: se for dividir sílabas, use hífen. A gente não usa “underline” (traço abaixo da sílaba) no português.

É muito importante evitar a cacofonia: aquela divisão silábica que gera uma leitura desagradável ou que induz o leitor a compreender um significado prévio, diferente do que se quer escrever ao final.

Exemplo:

Cu-

riosidade.

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a. Também não deixe sobrar apenas uma vogal na divisão.

a-

manhece.

letra maiúscula: não usamos letra maiúscula após dois pontos ou após ponto e vírgula, ressalvados os casos em que o nome for próprio.

• Cargos e órgãos especificados são grafados com maiúsculas: Ministério do Meio Ambiente, Tribunal de Contas da União, Prefeito Eduardo Paes etc.

• Siglas são grafadas com todas as letras maiúsculas e sem pontinhos entre elas: PMDB, EUA, ONU etc.

• Acrônimos (siglas que viraram palavras) são grafados apenas com inicial maiúscula: Petrobrás, Ibama, Cemig etc.

Já que falamos em siglas, evite usá-las sem, num primeiro uso, acompanhá-las do nome extensivo: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Depois desse acompanhamento, usa-se normalmente a sigla, ao longo do texto.

Os Aspectos Gramaticais

Aqui estão aquelas falhas que realmente encontramos nas

provas de redação. Elas ocorrem em maior número porque são pertinentes à parte móvel das frases, ou melhor, à parte em que as palavras se relacionam umas com as outras. Assim, qualquer descuido ou extensão da frase poderá dar vazão à ocorrência de erros típicos de concordância, regência, pontuação etc.

Concordância Verbal

Caso 01 – sujeito distante do verbo

Trata-se do caso mais comum que resulta em erros de concordância. Ele ocorre quando o candidato estende demais a frase. Com a frase longa, o sujeito tende a se afastar do verbo, e assim se aumenta a chance de cometermos uma falha quanto à concordância verbal.

Exemplos:

a) A igualdade entre homens e mulheres, na sociedade contemporânea, advêm do cumprimento da lei.

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b) O conjunto de provas e de testemunhos incriminaram o réu.

Com a frase longa e com a inserção da conjunção aditiva E, o redator tem a impressão de estar diante de plural. Distraído, ele não vê o núcleo do sujeito (“igualdade” e “conjunto”) e tende, por isso, a exibir verbos em concordância incorreta.

Correção:

a) A igualdade entre homens e mulheres, na sociedade contemporânea, advém do cumprimento da lei.

b) O conjunto de provas e de testemunhos incrimina o réu.

Caso 2 – verbos TER e VIR

O plural desses verbos sempre confunde os redatores. Sua forma de expressão correta é

a. Governos têm investido na educação de jovens e adultos.

b. Os casos de impunidade vêm de um sistema de leis falho.

Se você é daqueles que confundem o plural de VIR com o plural de VER, fica a seguinte dica: para VER precisamos de “dois olhos”, portanto, o plural de VER é veem ou, na forma antiga, vêem.

Caso 3 – verbos impessoais

Perceba que verbo impessoal é aquele que, por motivos de significado, não aceita sujeito ou o indefine. Sendo assim, os verbos impessoais, em geral, não se flexionam no plural, já que normalmente não dispõem de sujeito para ordená-los a isso. Assim, o verbo HAVER, quando indica tempo decorrido ou possui sentido de “existir”, deve ser empregado no singular. Isso acontecerá também se ele for o verbo principal de uma locução (o último verbo); inclusive, ele manterá toda a locução no singular.

Exemplos de uso incorreto de verbos impessoais:

a) Houveram muitos casos de dengue em Minas.

b) Parecem haver, no país, 15 milhões de pessoas vivendo na miséria.

c) Não se tratam, por isso, de novos casos de denúncias.

Correção: verbos impessoais são empregados no singular!

a) Houve muitos casos de dengue...

b) Parece haver, no país, 15 milhões de pessoas...

c) Não se trata, por isso, de novos casos...

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Os termos que seguem estes verbos não são sujeitos deles; são meros complementos verbais (objetos) com os quais estes verbos naturalmente não concordam.

• Se forem usar o verbo HAVER para indicar tempo decorrido, dispensem o uso do advérbio “atrás”. Isso evita redundâncias, tais como “ Há alguns meses atrás, a polícia invadiu...”

• Resumindo...ficam no singular as formas: , tratar-se, havia, houve, pode haver, deve haver, deve fazer, pode fazer, faz (todas indicando tempo decorrido).

Caso 4 – verbos seguidos de partícula SE

Como é comum o trabalho em redação com verbos impessoais, é corrente o uso de VERBO + SE.

O problema é que as pessoas raramente sabem quando empregar essa forma verbal no plural ou no singular.

Assim, deixo uma sugestão muito simples. Sempre que forem usar VERBO + SE, tentem reescrever a frase, de trás para frente. Se, ao reescrevê-la, aparecer o plural, deixe o verbo original também no plural. Do contrário, se não for possível reescrevê-la, nosso verbo ficará no singular.

Ex.:

Constroem-se prédios de luxo na capital

=

Prédios de luxo são construídos (apareceu o plural!)

Portanto, a frase original estava correta (constroem-se)

Ex.:

Vive-se bem nas urbes pequenas.

Nesse caso, a gente não consegue reescrever a frase. O verbo, então, ficará no singular.

Concordância nominal

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Alguns casos de concordância nominal, situação em que, geralmente, o adjetivo concorda com o substantivo da frase, geram dúvidas. Vamos a eles:

• é bom, é necessário, é proibido, etc.

Tais expressões estabelecerão concordância, se o substantivo vier precedido de artigo. Do contrário, permanecerão invariáveis.

Exemplos:

a. É necessário lei que puna tais infrações.

b. É necessária a lei que puna tais infrações.

Caso 2 – alerta

Alerta é advérbio; por isso, deverá ser empregado sempre no singular.

Exemplo: os candidatos devem estar alerta para a mudança da data da prova.

Caso 3 – milhar

Milhar e milhão são expressões masculinas. Assim dizemos “alguns milhares de mulheres protestaram”.

Regência verbal

Vez ou outra ocorre de o candidato ter dúvidas quanto ao emprego da preposição para alguns verbos.

Nas redações para concursos, os verbos que geram tal dúvida são praticamente estes: assistir, visar, lembrar, implicar, acarretar.

Assistir

• Quando tal verbo traz o sentido de ver, presenciar, ele deverá ser empregado com preposição “a”. Ex.: assiste-se hoje a protestos em defesa do meio ambiente.

Visar

• Com o sentido de desejar, almejar, o verbo visar solicita preposição: governos visam à redução das taxas de desemprego.

• mas se for seguido de outro verbo, o verbo “visar” poderá dispensar a preposição: governos visam reduzir as taxas de desemprego.

Lembrar/esquecer

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• sem o pronome, tais verbos não recebem preposição. Exemplo: lembramos a data do seu aniversário.

• Com o pronome, tais verbos exigirão preposição. Exemplo: lembramo-nos da data do seu aniversário.

Implicar/acarretar

• o verbo acarretar nunca deverá ser seguido de preposição. E o verbo implicar, quando indica o mesmo sentido de acarretar, também não poderá vir preposicionado. Exemplo: as leis acarretam segurança social./as leis implicam segurança social.

Emprego da Crase

Aqui vamos fazer uma pequena revisão sobre o uso da crase, o que é comum tanto para provas objetivas quanto para provas discursivas:

casos de ocorrência da crase

Como a crase é, na maioria dos casos, fruto de uma relação de regência. O primeiro que devemos fazer é observar se há algum nome, exigindo a preposição A. Em seguida, devemos observar a possibilidade de existir outro A, ao qual a preposição A irá se fundir, para formar o que chamamos “crase”.

Exemplos:

a. No combate à prática de crimes... (o combate A + A (artigo def. feminino)

b. ...destinado àquele mesmo padrão. (destinado A + A do pronome AQUELE)

Casos em que não deve haver crase

Vale lembrar que não se usa crase nos seguintes casos:

a. Antes de verbo: a partir de hoje,...

b. Antes de masculino: a prazo, a despeito de, ...

c. Entre palavras repetidas: dia a dia, cara a cara, ponta a ponta,...

d. Antes de artigo indefinido: refere-se a uma lei...

e. Antes de pronomes indefinidos: cada, toda, nenhuma, alguma, certas, qualquer etc.

f. Antes de pronomes em geral: esta, essa, ela, V. Exa., etc.

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Casos em que a crase possui emprego facultativo

Antes de possessivos femininos no singular: refere-se a sua ideia = refere-se à sua ideia.

• Se a palavra feminina estiver no plural, haverá crase somente se antes dela vier o artigo definido também no plural. Exemplo: refere-se a leis federais/refere-se às leis federais.

• Reiterando: cuidado com UMA, TODA, CADA, ESTA, ESSA. Tais formas não recebem crase!

Emprego de pronomes

a. O pronome ONDE é uma verdadeira armadilha para quem não domina seu uso. Ele é empregado apenas para referência a lugar físico. Assim, para não vacilar, prefira EM QUE, ou NO QUAL, ou NA QUAL. Isso evitará erro comum quanto à referência do pronome ONDE.

b. MESMO: não use “o mesmo”, “a mesma”. Apesar do uso comum, é erro usar este pronome apenas para substituir substantivos. Sua função é outra: acompanhar o substantivo. Portanto, está incorreto construção do tipo: “nada foi feito com relação ao mesmo”.

Colocação de pronomes oblíquos átonos

a. Quando antes do verbo houver outro pronome, advérbio ou conjunção subordinativa, antecipe o oblíquo para que ele possa estar em posição de próclise. Exemplos:

• Estes se dividem em dois grupos.

• Não se deixou abater pelas denúncias.

• Certamente se comprometeria...

• Embora se opusesse ao grupo,...

b. Não use pronome oblíquo átono após qualquer futuro ou no início de frases. Exemplos:

• Conquistaria-se o poder...(errado)

• Assim, se manifestando....(errado)

Correto: conquistar-se-ia o poder... / Assim, manifestando-se...

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Pontuação

Vírgulas, dois pontos e outras pontuações ocorrem no português para indicar que algo está quebrando a simplicidade frasal. Essa quebra pode ser proporcionada pela inversão da ordem direta da frase ou mesmo para a inserção de alguma expressão que ficará intercalada no contexto frasal.

Uma frase curta e simples possivelmente não precisará de vírgulas, dado que nada extraordinário possa acontecer a ela.

Exemplo:

A prova do TCE RJ poderá ser longa.

Veja que nossa frase se orienta pela inserção do sujeito (A prova do TCE RJ) + a composição do restante da frase (poderá ser longa).

Essa ordem, composta por SUJEITO + VERBO, dispensa o uso da vírgula, pois tudo segue na ordem direta.

1º - sempre que a oração começar com preposição ou conjunção ou

for intercalada por termos que contenham estas classes, vamos empregar vírgulas:

Exemplos:

• Em Pernambuco, a segurança é alvo de constantes discussões.

• Diante dos problemas enfrentados pelos cariocas, a prefeitura efetuará mudanças no trânsito.

• Eles podem, por exemplo, questionar a eficácia...

• A presidente, apesar das críticas, reconhece..

Percebam que os termos em negrito podem ser extraídos facilmente das frases, sem que estas apresentem incoerências. Isso significa que as vírgulas que isolam tais termos foram bem empregadas, já que elas não atrapalham o sentido da frase.

Também temos que lembrar que GERÚNDIO, PARTICÍPIO e INFINITIVO formam orações reduzidas. Tal fator faz com tais verbos, nessa condição, possam ser reservados com vírgula.

Exemplos:

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• Sendo assim, é preciso investir em segurança...

• A polícia, para treinar seus agentes, precisa de apoio tecnológico,...

• São atos e fatos, observados em lei.

• POR EXEMPLO sempre vem entre vírgulas!

• Antes de GERÚNDIO e antes de POIS, empregamos vírgula!

Quando usaremos ponto e vírgula?

Podemos usar ponto e vírgula para enumerarmos elementos ou orações ou podemos fazer desse sinal um organizador do discurso. Suponhamos que numa enumeração tenhamos que explicar algum dos elementos enumerados. Nesse caso, devemos diferenciar as pontuações para que se estabeleça a clareza discursiva para o leitor. Assim, empregaremos o ponto e vírgula para enumerar e a vírgula para explicar. Teremos, então, uma composição com sinais gráficos diferentes para funções diferentes.

Exemplo:

A extinção do crédito ocorre pelo pagamento do montante apurado pela autoridade fiscal; pela prescrição, quando o que se finda é prazo de cobrança fiscal; pela compensação, quando o contribuinte possuir créditos suficientes para com o fisco e o solicitar; pela transação, que é um acordo entre o contribuinte e o órgão fiscal.

Veja que, quando se vai ampliar a informação de algum dos

elementos enumerados, a vírgula entra em ação, deixando o ponto e vírgula exercer outro ofício, o de enumerar, no caso.

• Se for empregar dois-pontos para enumerar, use antes

um pronome de valor catafórico – o seguinte, este, esta.

Ex.: As funções do TCU são as seguintes: auxiliar o Senado,...

• Se for empregar estrangeirismos, latinismos ou neologismos (palavra inventada), use aspas. Exemplo: “Mensalão”, “light”, “quo vadis”.

Quando empregaremos dois pontos? Você já deve saber que o sinal de dois pontos serve para anunciar

uma explicação ou uma enumeração.

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Mas isso que parece ser simples merece cuidado. Antes de enumerar, não se esqueça de empregar um pronome que anuncie a enumeração (ex.: este, o seguinte). Exemplo: São funções da Polícia as seguintes: prevenir o crime, coibir as ações criminosas etc.

Os Aspectos Textuais

Agora vamos abordar um conjunto de erros gramaticais que podem até alterar o sentido do que o candidato previa para o texto. Para este último aspecto, vale manter o gás e centrar-se nos estudos:

As conjunções

Causais: na medida em que e porquanto são conjunções com o valor de PORQUE. O problema é que muita gente se equivoca com a grafia delas. Assim, recomendamos que você use os bons e velhos “porque, pois, já que”.

a. Concessivas: posto que é concessiva. Jamais use posto que para dar sentido de porque!!!

b. Finais: para e a fim de (que) são as duas, praticamente, únicas conjunções finais. O cuidado está no uso da final “a fim de que”, cuja grafia correta é essa, em que o “a” fica separado do “fim”.

c. Adversativas (mas, porém, no entanto, entretanto, contudo, todavia): não há problemas sérios com o uso de adversativas. No entanto, é bom usar vírgula depois delas!

d. Usem conjunções conclusivas para finalizar a redação! Essas conjunções deixam bem claro para o examinador que seu texto entrou na reta final.

São conclusivas as seguintes conjunções: portanto, por conseguinte, logo, por isso etc. Usem vírgula depois delas, ok.

• ”Diante do exposto” é típico de texto narrativo. Essa expressão deve ser evitada nas dissertações!

Pronomes anafóricos

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Assunto de extrema importância! Sempre que forem se remeter à frase (ideia anterior), usem as formas pronominais esse, essa, isso, fazendo-se a devida concordância.

Exemplo: houve investimentos na educação. Dessa maneira, as médias nacionais subiram.

Por outro lado, se forem fazer referência a nome isolado, usem este, esta.

Exemplo: houve investimentos na educação. Esta merecia atenção do governo.

Vocabulário

Num concurso, a clareza exige que empreguemos vocabulário

simples, sem rodeiros, sem arcaísmos, para que ele transmita a informação de modo claro e coerente.

Assim, vamos realizar verdadeiros cortes em prol de evitarmos riscos. Os cortes são didáticos. Na verdade, nós até poderíamos abrir mão de alguns casos, mas preferimos não arriscar e recomendamos que retirem da redação de vocês os seguintes termos:

- onde, o mesmo, tratar-se, carta magna, dentre, posto que, diante do exposto, acima, abaixo, mister, hodiernamente.

Não empreguem nada dessa lista!

Repetições de palavras

Evite repetir palavras num espaço de poucas linhas. É certo que

deveremos manter a precisão da abordagem temática, mas não é bom empregar uma expressão na linha 02 da redação e repeti-la na linha 04. O espaço é curto e fica clara a repetição. Por outro lado, há termos técnicos cuja nomenclatura é praticamente a mesma, e não nos permite trocas. Este é o caso, por exemplo, da Constituição Federal. O máximo que poderemos empregar como sinonímia é a sigla CF/88.

******

Bom, com isso, vimos os aspectos principais da microestrutura.

Nosso trabalho agora será mostrar tudo isso por meio de exemplos. Assim, valerá ler cuidadosamente toda a aula 02.

Abraço a todos e até mais!

Júnia Andrade