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DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE REFERÊNCIA
DE QUALIDADE DE SOLO PARA U E Th
NO ESTADO DE MINAS GERAIS
Cláudia Marques Peixoto
Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do grau
de Mestre em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais
2013
1.1
COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
das Radiações, Minerais e Materiais
Determinação dos valores de referência de qualidade de solo para U e Th
no estado de Minas Gerais
CLAUDIA MARQUES PEIXOTO
Belo Horizonte
2013
Dissertação apresentada como parte dos requisitos para
obtenção do Grau de Mestre em Ciência e Tecnologia das
Radiações, Minerais e Materiais.
Área de concentração: Aplicação de radioisótopos na
indústria e no meio ambiente.
Orientador: Dra. Vanusa Maria Delage Feliciano
i
ii
Pegue um sorriso e doe-o a quem jamais o teve.
Pegue um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite.
Descubra uma fonte e faça banhar-se quem vive no lodo.
Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.
Pegue a coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.
Descubra a vida e narre-a a quem não sabe entendê-la.
Pegue a esperança e viva na sua luz.
Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar.
Descubra o amor e faça-o conhecer ao mundo"
Mahatma Gandhi
Dedico este trabalho à minha filha Nathália,
por dividir comigo a minha vida.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiro a DEUS por tudo que tem me proporcionado.
Aos meus pais, Helio e Regina pelo apoio e carinho incondicional e a minha irmã pelo
companheirismo.
À Dra Vanusa pela orientação deste trabalho e por todo apoio, confiança, incentivo e amizade.
Aos técnicos Rosângela Moreira Gurgel Machado, Ivan Amorim Barbosa e a Patrícia Rocha
Maciel Fernandes da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM pela oportunidade em
participar do Projeto Solo de Minas.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e à FEAM pelo
apoio financeiro para o desenvolvimento do trabalho.
Ao Dr. Jaime Mello da Universidade Federal de Viçosa pela preciosa ajuda e indispensável
colaboração.
À Maria Helena Taddei e ao Fernando Baliani da Silva do Laboratório de Poços de Caldas
(LAPOC/CNEN), pela realização das medidas radioquímicas, sem o qual não seria possível a
realização desse trabalho.
Aos queridos colegas do CDTN em especial, à Sonia Prates, Paulo Rodrigues e Virgílio
Bomtempo pela ajuda e pela amizade.
Ao CDTN por permitir o desenvolvimento deste trabalho.
iv
DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE REFERÊNCIADE DE QUALIDADE DE
SOLO PARA U E Th NO ESTADO DE MINAS GERAIS
Cláudia Marques Peixoto
RESUMO
A existência de uma área contaminada pode gerar problemas tais como danos à saúde,
comprometimento da qualidade dos recursos hídricos, restrições ao uso do solo e danos ao
patrimônio público e privado como, por exemplo, a desvalorização das propriedades, além de
danos ao meio ambiente. A constatação da existência de passivo ambiental em local objeto de
novos licenciamentos ou renovações pode dificultar ou até impedir a obtenção de novas
licenças por parte do empreendedor. Os Valores de Referência de Qualidade (VRQ) são
definidos como sendo a concentração de uma determinada substância no solo ou na água
subterrânea e determinam um solo como limpo ou a qualidade natural da água subterrânea.
Em âmbito mundial, os VRQ são bastante heterogêneos. No Brasil poucos estudos foram
concluídos para se estabelecer esses valores, em especial, para os radionuclídeos das séries
naturais do urânio e tório. Na ausência de VRQ para radionuclídeos em solos, são utilizados
valores genéricos internacionais. Entretanto, deve-se ressaltar que esta prática pode levar a
avaliações inadequadas, já que existem diferenças marcantes nas características físicas de
cada região, em especial, das condições geológicas, hídricas e pedológicas. Essas diferenças
justificam o desenvolvimento de uma tabela própria com VRQ para radionuclídeos naturais
em solos específicos para cada região. Dando continuidade ao projeto “Determinações de
Valores de Referência para Elementos-Traço em Solos do Estado de Minas Gerais” foi
detectada a necessidade da determinação da concentração de atividade de radionuclídeos
naturais nos solos. Dentro deste contexto, o principal objetivo deste trabalho é determinar os
valores de referência de qualidade de solo para U e Th no Estado de Minas Gerais. Foram
obtidos os seguintes valores de referência para qualidade de solo no Estado de Minas Gerais:
101,6 Bq.kg-1
(4,2 µg/g) para o U e 75,7 Bq.kg-1
(18,6 µg/g) para o Th. A análise estatística
demostrou que o U e o Th apresentam correlação positiva com a classe dos Latossolos, bem
com o conteúdo de argila e a matéria orgânica presente nos solos. Os resultados encontrados
na Análise de Componentes Principais indicaram a existência de uma correlação positiva da
concentração de U com os elementos As e Sb e o Th, principalmente, com o Ba e o Cd.
v
DETERMINATION OF SOILS QUALITY REFERENCE VALUES FOR U AND Th
IN THE STATE OF MINAS GERAIS
Cláudia Marques Peixoto
ABSTRACT
The existence of a contaminated area may pose several problems, such as health hazards,
lessening of water resources quality, restrictions to the use of soils and damages to public and
private property like, for instance, depreciation of their patrimonial and commercial values,
besides, of course, the consequent impacts to the environment. Upon the configuration of an
environmental degradation in a given site expected to be licensed or to have some kind of
license renewed, this feature may retard or even impede the concession of new licenses to the
entrepreneur. The Quality Reference Values (QRV) are defined as the concentration of a
given substance in the soil or in groundwater, which determine a soil as being clean or
determine the natural quality of the groundwater. Worldwide, QRV are very heterogeneous.
Few studies have been carried out in Brazil with the purpose of establishing such reference
values, in particular regarding the natural radionuclides of the uranium and thorium series.
Considering the non-existence of such reference values for Brazilian soils, professionals tend
to apply generic international values from literature. This practice, however, may result in
inadequate evaluations, given that there exist outstanding physical differences among
different regions of the country, in particular those concerning geological, hydrological and
pedological aspects. Therefore, this heterogeneity may be the justification for the construction
(elaboration) of a specific set of Quality Reference Values for natural radionuclides in soils
for each specific region of interest. As a consequence of the development of the Project
“Determination of Reference Values for Trace Elements in Soils of the State of Minas
Gerais”, it was identified the need and importance of determining the activity concentrations
of natural radionuclides in the mentioned soils. In this context, the main objective of the
present work was to determine the Quality Reference Values of soils for U and Th in Minas
Gerais. The following values have been defined: 101,6 Bqkg-1
(4,2 µg/g) for U and 75,7
Bq.kg-1
(18,6 µg/g) for Th. The statistical analysis of the all data showed that U and Th have a
positive correlation with the soil class of Oxisols, as well as with the clay and organic matter
content. The results on Principal Component Analysis indicated the existence of a positive
correlation of U concentration with the elements As and Sb, and Th, mainly, with Ba and Cd.
vi
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2 - OBJETIVOS .................................................................................................... 14
2.1 Objetivo principal ................................................................................................... 14
2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 14
3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 14
4 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 16
4.1 A radiação natural .................................................................................................. 16
4.2 As séries naturais radioativas ................................................................................ 17
4.3 Atividades industriais com urânio e tório associados ......................................... 27
4.4 Problemas associados ao gerenciamento de NORM ........................................... 31
4.5 Os solos .................................................................................................................... 36
4.6 Áreas contaminadas ............................................................................................... 42
4.7 Valores de referência de qualidade de solo .......................................................... 43
5 METODOLOGIA ................................................................................................ 50
5.1 Definição da área de estudo ................................................................................... 50
5.2 Métodos de coleta e análise .................................................................................... 56
5.2.1 Coleta .................................................................................................................. 56
5.2.2 Espectrofotometria UV-Vis com Arsenazo III para a determinação de U e
Th ........................................................................................................................ 60
5.2.3 Tratamento Estatístico dos Dados ................................................................... 62
vii
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 69
6.1 Resultados das concentrações de atividade de U e Th nas amostras de solo .... 69
6.2 Valores de referência de qualidade de solo .......................................................... 89
6.3 Análise da correlação entre as concentrações de U e Th com os elementos
traços, pedologia e geologia ................................................................................................... 90
7 CONCLUSÕES ................................................................................................ 103
8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................................. 104
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 106
ANEXO I – LOCALIZAÇÃO GEORREFERÊNCIADA DAS AMOSTRAS .............. 115
ANEXO II - CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS DAS AMOSTRAS ANALISADAS. ........................................................................................................ 119
viii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 4.1 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL MÉDIA DA DOSE EFETIVA ANUAL DAS FONTES
NATURAL E ARTIFICIAL DE RADIAÇÃO (IAEA, 2004). .................................................................... 17
FIGURA 4.2 - SÉRIE RADIOATIVA DO U-238. ............................................................................................... 18
FIGURA 4.3 - SÉRIE RADIOATIVA DO TH-232.............................................................................................. 19
FIGURA 4.4 – ESCALA DE TEXTURA PARA SOLO (CETESB, 2012). ......................................................... 38
FIGURA 4.5 - HIERARQUIA DO SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (PRADO,
2012). ........................................................................................................................................................... 39
FIGURA 5.1 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE ALGUMAS OCORRÊNCIAS DE PEGMATITOS NO
ESTADO DE MINAS GERAIS (ADAPTADO DE (PPEGEO- PORTAL DE PERIÓDICOS
ELETRÔNICOS EM GEOCIÊNCIAS) ...................................................................................................... 53
FIGURA 5.2 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE ALGUMAS OCORRÊNCIAS DE ROCHAS INTRUSIVAS
ALCALINAS E BÁSICAS NO ESTADO DEMINAS GERAIS ................................................................ 54
FIGURA 5.3 – MAPA DE SOLOS DO ESTADO DE MINAS GERAIS ............................................................ 55
FIGURA 5.4 - DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS DE COLETA DO “BANCO DE SOLOS” DO ESTADO DE
MINAS GERAIS. ........................................................................................................................................ 58
FIGURA 5.5 - LOCALIZAÇÃO DAS AMOSTRAS SELECIONADAS DO “BANCO DE SOLOS” DO
ESTADO DE MINAS GERAIS PARA DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE REFERÊNCIA DE
QUALIDADE DE SOLO PARA U-238 E TH-232. .................................................................................... 59
FIGURA 5.6 – GRÁFICO BOX-PLOT ................................................................................................................. 64
FIGURA 5.7 – EXEMPLO DE UM DENDOGRAMA VERTICAL. .................................................................. 67
FIGURA 6.1 – CONCENTRAÇÃO DE UNAT DISTRIBUÍDOS POR CLASSES DE TEORES DE
CONCENTRAÇÃO DE UNAT (BQ.KG-1
). .................................................................................................. 79
FIGURA 6.2 – CONCENTRAÇÃO DE THNAT DISTRIBUÍDOS POR CLASSES DE TEORES DE
CONCENTRAÇÃO DE THNAT (BQ.KG-1
). ................................................................................................ 80
FIGURA 6.3 – ANÁLISE DESCRITIVA DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA UNAT. ........................... 82
FIGURA 6.4 – ANÁLISE DESCRITIVA DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA THNAT. .............................. 83
FIGURA 6.5 - GRÁFICO BOX PLOT DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA UNAT. ...................................... 84
ix
FIGURA 6.6 - GRÁFICO BOX PLOT DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA THNAT. .................................... 85
FIGURA 6.7 - GRÁFICO BOX PLOT DOS RESULTADOS DE CONCENTRAÇÃO DE UNAT (EXCLUÍDO
UM PONTO DE OUTLIER). ....................................................................................................................... 86
FIGURA 6.8 – ANÁLISE DESCRITIVA DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA UNAT. ................................. 87
FIGURA 6.9 – RESULTADOS DE UNAT E THNAT PARA TODOS OS PONTOS SELECIONADOS. .............. 88
FIGURA 6.10 - HISTOGRAMA DOS RESULTADOS DE CONCENTRAÇÃO DE UNAT E THNAT. ................ 89
FIGURA 6.11 – DENDROGRAMA DOS RESULTADOS DE U, TH, AREIA FINA, AREIA GROSSA,
ARGILA, SILTE E MATÉRIA ORGÂNICA. ............................................................................................ 91
FIGURA 6.12 – LOADINGPLOT DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS VALORES DE
CONCENTRAÇÃO DE U, TH E A COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA DE CADA AMOSTRA. ... 91
FIGURA 6.13 – LOADINGPLOT DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS VALORES DE
CONCENTRAÇÃO DE U E A PEDOGÊNESE DE CADA AMOSTRA. ................................................. 94
FIGURA 6.14 – LOADING PLOT DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS VALORES DE
CONCENTRAÇÃO DE TH E A PEDOGÊNESE DE CADA AMOSTRA ............................................... 96
FIGURA 6.15 – DOTPLOT DOS VALORES DE CONCENTRAÇÃO DE U (BQ.KG-1
) .................................. 98
FIGURA 6.16 – DOTPLOT DOS VALORES DE CONCENTRAÇÃO DE TH (BQ.KG-1
) ................................ 98
FIGURA 6.17 – HISTOGRAMA DAS CLASSES DE SOLO. ............................................................................ 99
FIGURA 6.18 – SCREE PLOT DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS VALORES DE
CONCENTRAÇÃO DE U, TH E ELEMENTOS TRAÇO /METAIS DE CADA AMOSTRA. .............. 100
FIGURA 6.19 – LOADING PLOT DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS VALORES DE
CONCENTRAÇÃO DE U, TH E ELEMENTOS TRAÇO /METAIS DE CADA AMOSTRA. .............. 100
x
LISTA DE TABELAS
TABELA 4.1 - RADIOATIVIDADE DAS ROCHAS ......................................................................................... 21
TABELA 4.2 CONCENTRAÇÃO DE URÂNIO E TÓRIO EM AMOSTRAS SUPERFICIAIS DE ALGUNS
SOLOS DO MUNDO. ................................................................................................................................. 21
TABELA 4.3 - CONCENTRAÇÃO DE RADIOELEMENTOS EM ALGUNS TIPOS DE ROCHAS E SOLOS
DA AUSTRÁLIA ........................................................................................................................................ 22
TABELA 4.4 - CONCENTRAÇÃO TÍPICA DE RADIONUCLÍDEOS NATURAIS NOS MINERAIS ........... 29
TABELA 4.5 - CONCENTRAÇÕES TÍPICAS DE RADIONUCLÍDEOS NATURAIS NO FOSFOGESSO,
ESCÓRIA E FERTILIZANTE FOSFATADO. ........................................................................................... 30
TABELA 4.6 - CONCENTRAÇÃO DE U-238 E TH-232 EM ATIVIDADES TÍPICAS DA ÁREA MINERAL
E DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO. .................................................................................................... 31
TABELA 4.7 - EXEMPLOS DE INDÚSTRIAS DIRETAMENTE AFETADAS PELA GERAÇÃO DE NORM.
..................................................................................................................................................................... 35
TABELA 5.1 - RESULTADOS DO MATERIAL DE REFERÊNCIA IAEA-327 .............................................. 61
TABELA 5.2 - LIMITE MÍNIMO DE DETECÇÃO DO MÉTODO ................................................................... 62
TABELA 6.1 – RESULTADOS DE UNAT E THNAT PRESENTE NAS AMOSTRAS DE SOLO. ...................... 70
TABELA 6.1. RESULTADOS DE UNAT E THNAT PRESENTE NAS AMOSTRAS DE SOLO.......................... 71
TABELA 6.2 – RESULTADOS NAS ANÁLISES EM TRIPLICATA DA CONCENTRAÇÃO PARA UNAT E
THNAT NAS AMOSTRAS DE SOLO. ........................................................................................................ 77
TABELA 6.3 - VALORES DE REFERÊNCIA DE QUALIDADE (VRQ) PARA U E TH EM SOLOS NO
ESTADO DE MINAS GERAIS .................................................................................................................. 89
TABELA 6.4 – ANÁLISE DE COMPONENTE PRINCIPAL – U, TH, CONTEÚDO DE ARGILA, SILTE,
AREIA FINA, AREIA GROSSA E MATÉRIA ORGÂNICA NAS AMOSTRAS DE SOLO................... 93
TABELA 6.5 – ANÁLISE DE COMPONENTE PRINCIPAL – U E A PEDOGÊNESE DE CADA AMOSTRA
..................................................................................................................................................................... 95
TABELA 6.6 – ANÁLISE DE COMPONENTE PRINCIPAL – TH E A PEDOGÊNESE DE CADA
AMOSTRA. ................................................................................................................................................. 96
TABELA 6.7 – ANÁLISE DE COMPONENTE PRINCIPAL – U, TH E OS ELEMENTOS TRAÇOS PARA
CADA AMOSTRA. ................................................................................................................................... 101
11
1 INTRODUÇÃO
A crosta terrestre contém radionuclídeos que constituem a maior fonte de material radioativo
de ocorrência natural (NORM – Naturally Occurring Radioactive Materials) no meio
ambiente. A maioria desses radionuclídeos pertence às cadeias de decaimento que se iniciam
com o U-235, U-238 e Th-232. Outro radionuclídeo presente em grande abundância é o
K-40.
Algumas práticas industriais envolvendo recursos naturais concentram esses radionuclídeos
em níveis que podem gerar riscos ao ser humano e ao ambiente circundante. Como exemplo,
tem-se a emissão de rádio através das cinzas de carvão em usinas termelétricas, o radônio no gás
natural, o rádio em fertilizantes à base de fosfogesso, resíduos de rádio e tório em usinas de
processamento de minerais contendo terras raras etc (PONTEDEIRO, 2006).
Quando os nuclídeos radioativos associados aos materiais naturais surgem após processos
industriais, estes são denominados TENORM (Technologically Enhanced Naturally-Occurring
Radioactive Material). Muitas vezes não é feita distinção entre NORM e TENORN, sendo
utilizado o termo NORM de maneira geral. Por exemplo, Gray (1993) apresenta uma definição
para NORM que claramente compreende os materiais radioativos de ocorrência natural
modificados tecnologicamente, dada por “material radioativo de ocorrência natural aumentado
tecnologicamente, incluindo todos os radionuclídeos cujas propriedades físicas, químicas,
radiológicas ou concentração de radionuclídeos foi alterada do seu estado natural”. Portanto,
para efeito do presente trabalho será adotado apenas o termo NORM.
A mineração e beneficiamento de minérios para a produção de metais geram grandes
quantidades de resíduos sólidos, da ordem de 1,5 bilhões de toneladas por ano, onde 100
milhões são de escórias metalúrgicas (PONTEDEIRO, 2006). Dependendo do minério
original e do método de processamento, parte desses resíduos pode conter elevadas
concentrações de NORM, onde os radionuclídeos mais relevantes pertencem às séries do
U-238 e do Th-232.
12
O imenso volume de resíduos NORM produzido anualmente pelas indústrias de
mineração/processamento/extração do mundo vem merecendo a atenção das agências
ambientais nacionais e internacionais, bem como de outros órgãos regulatórios.
Uma área contaminada pode ser definida como uma área, local ou terreno onde há
comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer substância
ou resíduo que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou
infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural (COMPANHIA DE
TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL - CETESB, 2001). Nessa área, os
poluentes ou contaminantes (por exemplo, metais, substâncias orgânicas, radionuclídeos)
podem concentrar-se na subsuperfície dos diferentes compartimentos do ambiente, como por
exemplo, no solo, nos sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados para aterrar os
terrenos, nas águas subterrâneas ou, de uma forma geral, nas zonas não saturada e saturada,
além de poderem se concentrar nas paredes, nos pisos e nas estruturas de construções.
A existência de uma área contaminada pode gerar problemas, como danos à saúde humana,
comprometimento da qualidade dos recursos hídricos, restrições ao uso do solo e danos ao
patrimônio público e privado, com a desvalorização das propriedades, além de danos ao meio
ambiente (CETESB, 2001). No caso da contaminação do solo com radionuclídeos das séries
naturais, esse problema pode ser ainda mais sério, uma vez que muitos deles possuem uma
meia-vida longa, além de serem, na sua maioria, elementos carcinogênicos (PERES, 2007).
Visando agilizar os processos de decisão no gerenciamento de áreas contaminadas,
estabelecendo prioridades e reduzindo custos, órgãos ambientais de vários países e do Brasil
têm optado por estabelecer valores orientadores de qualidade dos solos, para serem utilizados
na etapa inicial dos processos decisórios. Esses, por sua vez, são definidos como sendo
concentração de determinada substância no solo ou na água subterrânea, que define um solo
como limpo ou a qualidade natural da água subterrânea (CETESB, 2001).
Em janeiro de 1996, a CETESB iniciou um projeto de pesquisa e desenvolvimento com o
objetivo de estabelecer valores de referência de qualidade e valores de intervenção para solos
e águas subterrâneas no Estado de São Paulo. Minas Gerais, por meio da Deliberação
Normativa COPAM nº 166, de 29 de junho de 2011, altera o Anexo I da Deliberação
Normativa Conjunta COPAM CERH nº 2 de 6 de setembro de 2010, estabelecendo os
Valores de Referência de Qualidade dos Solos para metais e substâncias orgânicas. Em ambos
13
os casos, foram considerados apenas os contaminantes orgânicos, orgânicos voláteis e metais,
não abordando o aspecto radiológico.
A extração e o processamento de bens minerais são atividades importantes para a economia
do Estado de Minas Gerais. Entre os principais bens minerais produzidos estão a rocha
fosfática, bauxita e em destaque o minério de ferro.
Grande parte dos complexos alcalinos carbonatíticos do Brasil estão situados nos estados de
Minas Gerais e Goiás, podendo ser citados os complexos de Catalão I e II (GO), Salitre I e II
(Barreiro - Araxá (MG), Tapira (MG) e Serra Negra (MG). Esses complexos possuem como
principal característica o alto grau de intemperismo com raros afloramentos de rochas frescas.
Sob o ponto de vista econômico, estas ocorrências têm revelado a existência de grandes
reservas de nióbio, titânio, urânio, fosfatos e terras raras (ULIANA, 2010). Em geral, as
regiões onde estão localizados os complexos alcalinos carbonatíticos, em virtude das suas
características geológicas, apresentam altos níveis de radiação natural, sendo que os teores de
U, Th e seus produtos de decaimento presentes no solo são em geral elevados quando
comparados com o valor médio mundial (AMARAL, 1996).
Outra região de interesse é o Planalto de Poços de Caldas, que é mundialmente famoso pela
radioatividade natural elevada. Essa formação está situada a sudoeste do Estado de Minas
Gerais e abrange parte dos municípios de Poços de Caldas, Caldas, Andradas e Águas da
Prata, sendo a cidade de Poços de Caldas a única situada na região interna do Planalto. Como
consequência dos processos geológicos ocorridos no Planalto de Poços de Caldas, foram
produzidas cerca de 70 anomalias radioativas (FRAYA, 1962). Destacam-se como principais
corpos mineralizados o Morro do Ferro, maior depósito de tório do mundo, Morro do Taquari,
Campo do Cercado, corpo provedor do minério explorado, e Campo do Agostinho, como
anomalias de urânio.
Minas Gerais apresenta-se também como importante referência histórica na produção
brasileira de cassiterita, destacando-se ainda como o precursor da industrialização metalúrgica
do estanho, no Município de São João Del Rey, na década de 40. As mineralizações de
cassiterita têm afinidade genética com a Província Pegmatítica Oriental de Minas Gerais,
estão associadas à columbita-tantalita e djalmaíta, tendo sido alvo de intensa garimpagem a
partir do início da década de 40.
14
A mineração, o beneficiamento e o processamento destes minérios, sejam eles cassiterita,
urânio, fosfato, nióbio, terras raras, entre outros, contribuem para a geração de grandes
quantidades de resíduos NORM. Evidentemente, a deposição imprópria desses materiais pode
provocar situações que resultam em eventos de contaminação do solo e águas subterrâneas e
exposições desnecessárias à população em geral. Assim, estudos que contribuam para o
estabelecimento de critérios e valores orientadores para a prevenção e controle da presença de
substâncias químicas potencialmente tóxicas em solos e águas subterrâneas são de
fundamental importância para o gerenciamento das áreas contaminadas no Estado de Minas
Gerais.
2 - OBJETIVOS
2.1 Objetivo principal
O objetivo principal do presente trabalho é a determinação dos valores de referência de
qualidade (VRQ) de solo para U e Th no Estado de Minas Gerais.
2.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos são:
1. elaboração de banco de dados sobre a concentração de U e Th presentes nos solos de
MG;
2. complementação das informações já levantadas no Projeto “Solos de Minas”;
3. avaliação da relação das concentrações de atividades de U e Th nas principais classes
de solos do Estado de Minas Gerais bem como da sua correlação com os valores de
concentração de elementos traço /metais, já determinados no Projeto “Solos de
Minas”.
3 JUSTIFICATIVA
O gerenciamento de áreas contaminadas visa minimizar os riscos a que estão sujeitos a
população e o ambiente, por meio de um conjunto de medidas que assegurem o conhecimento
dessas áreas, bem como dos impactos causados por elas, proporcionando os instrumentos
necessários à tomada de decisão quanto às formas de intervenção mais adequadas.
15
Mesmo nos Estados Unidos, que apresenta inúmeras áreas muito contaminadas em seu
território, notadamente decorrentes das atividades nucleares militares do passado, é
relativamente recente o estabelecimento de valores orientadores de qualidade de solo para
radionuclídeos, elaborado de forma consistente e compatível com aqueles estabelecidos para
os agentes químicos convencionais (UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION
AGENCY- US EPA, 2000).
No Brasil, embora estes problemas existam evidentemente em escala menor, são inúmeros os
casos detectados de contaminação radioativa em que a existência de valores orientadores
agilizaria os processos decisórios, diminuindo os riscos e otimizando a alocação de recursos
financeiros.
Dando continuidade ao projeto “Determinações de Valores de Referência para Elementos-
Traço em Solos do Estado de Minas Gerais”, desenvolvido pela equipe do Departamento de
Solos da Universidade Federal de Viçosa em parceria com Fundação Estadual do Meio
Ambiente – MG, e que atende à Resolução nº 420 do Conselho Nacional do Meio Ambiente,
detectou-se a necessidade de obtenção de dados analíticos para radionuclídeos para esses
mesmos solos.
Portanto, dentro deste contexto, este trabalho irá contribuir para a obtenção de mais uma
ferramenta que possa servir para o refinamento das informações já obtidas no Projeto “Solos
de Minas”, bem como para a validação de uma metodologia de gerenciamento de áreas
contaminadas com radionuclídeos naturais que já vem sendo utilizada com sucesso em alguns
países, e o aprimoramento das informações disponíveis sobre a gênese e a geoquímica dos
solos do Estado de Minas Gerais.
No presente trabalho, devido ao grande número de amostras envolvidas, optou-se pela
determinação dos Valores de Referência de Qualidade do solo apenas para os radionuclídeos
U e o Th, uma vez que eles são os precursores das séries naturais. Foi assumido que em solos
não antropofizados, esses elementos se encontram em equilíbrio radioativo com os seus filhos
de decaimento. Futuramente, com o andamento do Projeto Solos de Minas, serão
determinados os VRQ de outros radionuclídeos (Ra-228, Ra-226 e Pb-210), bem como dos
elementos terras raras.
16
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 A radiação natural
Materiais radioativos de ocorrência natural são e sempre foram parte do nosso mundo. Tanto
o planeta quanto a atmosfera terrestre contêm diferentes espécies radioativas naturais. Desde o
seu aparecimento na Terra, o homem encontra-se exposto à radiação proveniente de fontes
extraterrestres e também dos radionuclídeos presentes na crosta terrestre. Entretanto, somente
nos últimos trinta anos, dado o uso crescente da radioatividade em suas múltiplas aplicações,
cresceu o interesse pela determinação da exposição às radiações, às quais o homem pode estar
sujeito, sejam essas de origem natural (fontes naturais) ou de atividades do próprio homem
(fontes artificiais).
As fontes naturais podem ser agrupadas em três tipos, de acordo com sua origem:
cósmica (de origem extraterrestre);
cosmogênica (proveniente da interação da radiação cósmica com os átomos
presentes na atmosfera) e;
radiação natural de origem terrestre, proveniente dos radionuclídeos naturais
existentes na crosta da Terra.
A radiação natural, responsável por aproximadamente 80% da dose de radiação média anual,
e as aplicações médicas (uso de raios-X e materiais radioativos em diagnóstico e terapia)
contribuem quase que totalmente para as doses de natureza artificial as quais o homem está
sujeito durante o ano. Em média, o ser humano recebe mais de 2,4 mSv de dose efetiva a cada
ano, devido às fontes naturais de radiação (EISENBUD, 1987).
Na FIG. 4.1 é mostrada a distribuição percentual média da dose efetiva anual das fontes
natural e artificial de radiação. (IAEA, 2004).
Dentre as fontes naturais de radiação, o Rn-222, por ser um gás nobre, difunde-se em
ambientes de convívio humano, através de materiais de construção, solos e água. A atividade
devida ao radônio equivale a 54% das radiações que o ser humano está sujeito normalmente.
17
Figura 4.1 Distribuição percentual média da dose efetiva anual das fontes natural e artificial de radiação
(IAEA, 2004).
4.2 As séries naturais radioativas
O U-238, U-235 e o Th-232 são radionuclídeos de ocorrência natural, precursores das
denominadas séries radioativas naturais do urânio, actínio e tório, respectivamente. Essas
séries caracterizam-se por transformações sucessivas em que o nuclídeo pai decai em um
nuclídeo filho, que decai por sua vez e assim por diante até alcançar um produto final estável.
Nas FIG. 4.2 e 4.3 são mostradas respectivamente as séries radioativas do
U-238 e do Th-232.
Uma vez que seja possível quantificar as doses advindas da radiação de fundo, essas podem
ser utilizadas como base de comparação com possíveis impactos ambientais radiológicos,
causados pela existência de instalações que envolvam atividades com materiais radioativos
naturais.
18
Figura 4.2 - Série radioativa do U-238.
19
Figura 4.3 - Série radioativa do Th-232.
Os níveis de radiação natural devido aos radionuclídeos terrestres (K-40, U, Th e seus
produtos de decaimento) dependem da geologia local. A formação e a origem da crosta
terrestre são os principais fatores atuantes no transporte de materiais enriquecidos em urânio,
tório e potássio (GEOSCIENCE AUSTRALIA, 2012). Essa mobilização ocorre através da
atuação dos processos metamórficos, de fusão crustal, metassomatismo e migração de fluidos.
A distribuição destes elementos nas várias litologias está diretamente ligada a estes processos,
que normalmente ocorrem em diferentes profundidades na crosta terrestre e com variação na
escala do tempo.
A diferenciação magmática é responsável pela distribuição inicial de K, U e Th, sendo os dois
últimos mais sensíveis aos vários processos dessa diferenciação (ADAMS; GASPARINI,
20
1970). Posteriormente, a atuação dos processos metamórficos altera a distribuição destes
elementos enriquecendo alguns de seus níveis. Do mesmo modo, a circulação das águas em
grandes profundidades tende a redistribuir estes elementos, trazendo-os para as porções mais
externas da crosta.
Rochas de composição mineralógica caracterizada essencialmente por quartzo e plagioclásio
apresentam baixas concentrações de K, U e Th, enquanto que as rochas compostas por micas,
feldspatos e minerais acessórios como zircão, apatita e monazita, contêm teores maiores
desses elementos. Os teores de K, U e Th são mais elevados nas rochas ricas em sílica,
denominadas ácidas e menores nas rochas mais pobres em sílica, denominadas básicas
(SAPUCAIA et al., 2005).
Rochas ígneas, também conhecidas como rochas magmáticas, são formadas pela solidificação
(cristalização) de um magma, um líquido com alta temperatura, em torno de 700 a 1200oC,
proveniente do interior da Terra. Elas podem conter jazidas de vários metais (p. ex. ouro,
platina, urânio, cobre, estanho) e trazem à superfície do planeta importantes informações
sobre as regiões profundas da crosta e do manto terrestre. Os granitos são uma grande fonte de
radionuclídeos naturais (EISENBUD; GESELL, 1997).
Por outro lado, os folhelhos, os arenitos e as rochas carbonáticas apresentam baixos teores de
radionuclídeos naturais.
Na TAB. 4.1 são apresentados os resultados das concentrações de atividade de radionuclídeos
naturais presentes em diferentes tipos de rochas. Na TAB. 4.2 estão relacionados os valores de
concentração de atividade de urânio e tório em amostras superficiais de alguns solos do
mundo.
21
Tabela 4.1 - Radioatividade das rochas
Material K-40 Th-232 U-238
Bq kg-1
Bq kg-1
Bq kg-1
Rochas ígneas
Basalto 300 10-15 7-10
Granito >1000 70 40
Rochas
Sedimentares
600-900 <8 10-25
Fonte: Eisenbud, 1987.
Tabela 4.1 Concentração de urânio e tório em amostras superficiais de alguns solos do mundo.
Elemento Faixa de Variação
(mg kg-1
) Média Fonte
U 0,42 – 21,1 3,03 Xu et al., (1993) China
Th 0,003-100 13,8
U 0,29 – 11,0 2,7 Shacklette; Boergen
(1984) USA Th 0,003-100 9,4
U 0,72 – 2,05 1,22 Kabata-Pendias; Pendias
(1985) Canadá Th 4,2 – 14,1 8,0
U 0,10 – 2,33 0,79 Kabata-Pendias; Pendias
(1985) Polônia Th 1,4 – 7,2 3,4
U 0,001-2,298 0,872 Perez et al., (1998)
Brasil Th 0,003 – 42,09 10,20
Os dados da TAB. 4.2 demonstram que, em geral, nos solos analisados as concentrações de
Th são superiores às de U, o que pode ser explicado pelas características geoquímicas dos
dois elementos.
Dickson e Scott (1997) analisaram por espectrometria gama amostras de rochas e solos da
Austrália. Os resultados de laboratório obtidos por esses autores são apresentados na
TAB. 4.3 e mostram os valores mínimos e máximos e também o valor médio para cada tipo
litológico. Conforme pode ser verificado, não há diferença significativa nas concentrações de
tório de rochas granitóides, gnáissicas e ardosianas analisadas. Nas rochas ígneas
intermediárias, máficas e nas rochas sedimentares carbonáticas ocorre uma diminuição nos
22
teores de urânio tório e potássio em relação aos gnaisses, as ardósias e aos granitoides. Há
também uma pequena diminuição na concentração média geral nos solos sobrejacentes a
todas as litologias investigadas por Dickson & Scott (1997), exceto nos solos oriundos das
rochas intermediarias onde ocorre um aumento de 50% nos teores de urânio e tório. Em
pegmatitos os teores são da ordem de 9 ppm de tório, abaixo dos níveis encontrados nas
rochas granitóides que chegam a atingir 45 ppm deste elemento.
Tabela 4.2 - Concentração de radioelementos em alguns tipos de rochas e solos da Austrália
Tipos de
rochas
Rochas Solos
K (%) U (µg/g) Th (µg/g) K (%) U (µg/g) Th
(µg/g)
Granitóides 0,3-4,5
(2,4)
0,4-7,8
(8,3)
2,3-45
(16)
0,4-3,9
(2,1)
0,5-7,8
(2,7)
2-37
(13)
Gnaisses 2,4-3,8
(2,4)
2,1-3,6
(2,5)
18-55
(15)
0,7-1,9
(1,3)
1,6-3,8
(2,2)
6-19
(12)
Pegmatitos 2,6-5,5
(3,7)
0,3-1
(0,7)
0,3-9,6
(2) - - -
Aplitos 0,6-4 (2,4) 1-8 (3,3) 3-20 (2) - - -
Intrusivas
intermediárias
0,7-5,6
(2,7)
0,1-1,2
(0,8)
0,8-6,1
(2,4)
0,7-3,4
(1,6)
1,5-2,3
(1,9)
2,9-8,4
(5,6)
Intrusivas
máficas
0,1-0,8
(0,4)
0,0-1,1
(0,3)
0,0-3,1
(1,2)
Ardósias 0,1-4,0
(2,6)
1,6-3,8
(2,6)
10-55
(19)
0,7-3,0
(1,5) 1,2-5 (2,3)
6-19
(13)
Arenitos 0,0-5,5
(1,8)
0,7-5,1
(2,3) 4-22 (12)
0,1-2,4
(1,3)
1,2-4,4
(2,1)
7-18
(11)
Carbonatos 0,0-0,5
(0,2)
0,4-2,9
(1,6)
0-2,9
(1,4) - - -
Fonte: Dickson; Scott (1997).
A seguir, apresenta-se uma descrição geral das características dos principais elementos das
séries radioativas naturais de interesse para este trabalho.
23
Urânio
O uranio natural é composto por alguns isótopos, contendo, em relação ao peso, cerca de
99,238% de U-238, 0,711% de U-235 e 0,005455% de U-234. O isótopo de U-238 tem uma
meia vida muito longa, de 4,468x109 anos, muito maior do que a dos demais isótopos, e
apesar de apresentar a maior fração por peso do urânio natural, representa menos da metade
da atividade total de uma dada amostra. A outra parte da atividade é devida ao U-234 e
U-235.
Na natureza, as ocorrências de urânio apresentam enriquecimento de U-235, em torno de
0,71% (BEIR IV, 1988). Por outro lado, o isótopo U-234, com uma meia vida de 2,455x105
anos, é o quarto elemento da série de decaimento radioativo do U-238, sendo antecedido por
dois isótopos de meia vida muito curta (Th-234 e Pa-234). Em virtude disto, o U-234 se
apresenta usualmente em condições de equilíbrio secular com o U-238 nas amostras de urânio
natural, ou seja, com a mesma atividade (mas não com a mesma massa).
Como a contribuição do U-235 em massa é de 0,005455% e em atividade 2,2% do total
contido na amostra, a atividade do uranio natural pode ser considerada como sendo a soma da
atividade do U-234 e do U-238, assumindo a condição de equilíbrio radioativo.
O urânio não é um elemento particularmente raro. Estudos mostraram que mais de 5% de
todos os minerais conhecidos contêm urânio como constituinte essencial (DE VOTO et al.,
1979). Presente em uma ampla gama de ambientes geoquímicos, o urânio é considerado como
um dos constituintes mais abundantes da Terra, sendo encontrado em concentrações maiores
que a do cádmio ou a do mercúrio, por exemplo.
O urânio apresenta os estados de oxidação (+2, +3, +4, +5 e +6), sendo os estados de
oxidação +4 e +6 os de interesse geológico. No solo, o urânio no estado de valência U4+
é
encontrado em ambientes de forte redução, sendo formado pela oxidação da matéria orgânica
ou ferro no solo. Os hidróxidos de urânio tetravalente nas formas hidratadas, fluoretos e
fosfatos são muito imóveis no solo. Por outro lado, o urânio no estado de oxidação +6
apresenta uma mobilidade alta e se dissolve rapidamente em meios fluídos oxidados, como
por exemplo, as águas meteóricas (GEOSCIENCE AUSTRALIA, 2012). O estado de
valência U6+
ocorre em ambientes oxidantes, sendo fortemente adsorvido pelos solos,
formando complexos estáveis com muitos ligantes, notadamente carbonatos e complexantes
orgânicos. (SHEPPARD; EVENDEN, 1987).
24
O urânio ocorre como um constituinte natural no solo. As rochas básicas (basaltos) contém <1
mg kg-1
de urânio, enquanto que as rochas ácidas (granito) contêm > 8 mg kg-1
e as rochas
sedimentares (xisto) contêm, em média, 4 mg kg-1
de urânio (STOKINGER, 1981;
NATIONAL COUNCIL ON RADIATION PROTECTION AND MEASUREMENTS-
NCRP,1984). A abundância de urânio na crosta terrestre varia de 00027 a 0004% (BERLIN;
RUDELL; 1979, RILEY; CHESTER, 1971). A concentração média é de 3 a
4 mg kg-1
(STATISTICS CANADA, 1983). As concentrações de urânio no solo em todo o
mundo têm sido relatados para uma variação entre 0,3 a 11,7 mg kg-1
(UNSCEAR, 1993). A
concentração média de fundo de urânio no solo é de cerca de 2 mg kg-1
(NCRP, 1984).
Propriedades do solo que afetam a mobilidade de urânio (e posterior absorção pela biota)
incluem: aeração (saturação de água, alta demanda de oxigênio químico ou biológico), teor de
carbonato (textura do material orgânico, pH, material de origem, intemperismo), e capacidade
de troca catiônica (argila, teor de matéria orgânica e pH). A maior capacidade de troca de
cátions irá reter mais urânio, enquanto carbonato no solo aumenta a mobilidade do urânio
através da formação de U aniónico, CO3 e complexos (ALLARD et al., 1982; SHEPPARD;
EVENDEN, 1987).
A migração do urânio no solo ocorre durante o período de alguns meses e dependendo da
absorção, ele pode se mover para cima quando existir um défict de água líquida ou para baixo,
como resultado da lixiviação do líquido (SHEPPARD et al., 1984).
Propriedades do solo relacionadas com o aumento da mobilidade e o acúmulo de urânio
incluem presença de solos ácidos com baixos potenciais de adsorção, solos alcalinos com
minerais de carbonato e a presença de quelatos (ácido cítrico) (SHAHANDEH; HOSSNER,
2002a).
As principais atividades antropogênicas que liberam o urânio no solo são a sua mineração e
processamento, mineração de fosfato, mineração de metais pesados, o uso do carvão e
descarte inadequado de lixo (ATSDR, 1999).
O urânio pode produzir efeitos tóxicos, tanto através da toxicidade química quanto da
radiotoxicidade. A radiotoxicidade pode resultar na incorporação do urânio no tecido de um
organismo (dose interna), bem como a partir do urânio adjacente ao organismo (dose externa)
(ENVIRONMENT CANADA, 2003). Em decorrência da meia-vida longa dos isótopos de
urânio, sua radiotoxicidade é relativamente baixa. Os efeitos adversos observados nos estudos
25
de toxicidade do urânio são, em sua maioria, decorrentes da sua toxicidade química. Portanto,
o maior risco deste radionuclídeo como contaminante dos solos não está no próprio elemento
em si, mas sim no radônio, gás derivado do decaimento do urânio que é comprovadamente
cancerígeno.
Tório
Na natureza existem seis isótopos do tório: Th-231 e Th-227 da série do U-235; Th-234 e
Th-230 da série do U-238 e Th-228 da série do Th-232.
O tório natural é composto por dois isótopos, Th-232 e Th-228. O elemento Th-232, com
meia vida muito longa, de 1,405x1010
anos, é o precursor, de uma das séries naturais de
decaimento radioativo. O Th-228, com uma meia vida relativamente curta, de 1,91 anos, é o
quarto elemento da série do Th-232. A relação isotópica no tório Natural é cerca de 99,99 %
de Th-232 e 1,4x10-9
% de Th-228. Portanto, praticamente todo a massa de Th encontrada em
uma amostra se refere ao Th-232. Os radionuclídeos Th-234, Th-231, Th-232, Th-227 e Th-
228 possuem meia-vida curta (T1/2< 2 anos) e, portanto, pouca importância em estudos
ambientais de longo prazo.
O tório é surpreendentemente abundante na crosta terrestre, sendo quase tão abundante quanto
o chumbo e três vezes mais abundante do que o urânio. É encontrado em pequenas
quantidades na maioria das rochas e solos. Uma vez que o óxido de tório é altamente
insolúvel, muito pouco deste elemento circula através do meio ambiente. O tório ocorre
naturalmente como minerais de torita, uranothorite, torianita, e é um componente importante
da monazita e está presente em quantidades significativas nos minerais de zircão, titanita,
gadolinita e betafita. A reserva mundial de tório é estimada em torno de 500.000 toneladas de
ThO2 (MEZRAHI, 2005).
O tório é um elemento eletropositivo ocorrendo, principalmente, em óxidos, silicatos e
fosfatos. Também é encontrado em vários micro-organismos e em concentrações maiores em
carvão, petróleo e betume (BOYLE, 1982).
O conteúdo de tório nas rochas ígneas, assim como de urânio e potássio, cresce com o
aumento da concentração de sílica durante a diferenciação e a cristalização magmática, muito
embora ele não acompanhe as concentrações de urânio e potássio nos processos tardios de
alteração hidrotermal (SHIVES et al., 2000). A principal diferença entre o tório e o urânio é
que o primeiro apresenta uma mobilidade muito menor em condições oxidantes.
26
Devido ao grande raio iônico, tório e urânio não participam da formação dos minerais
principais e são concentrados em minerais acessórios como monazita, allanita, xenotímio e
zircão. Em minerais como monazita e zircão, os teores de tório podem ser superiores a 1000
ppm (DICKSON; SCOTT, 1997).
Na natureza o tório é encontrado apenas no estado de oxidação +4. A concentração média de
atividade de Th-232 no solo varia entre 8ppm e 12 ppm (DICKSON; SCOTT, 1997).
Muitas das reservas de tório são encontradas nas areias monazíticas (GEOSCIENCE
AUSTRALIA, 2012). Nos solos e coberturas superficiais, o conteúdo de tório varia entre 0,1
ppm e 50 ppm, com média de 5 ppm. Em certos tipos de solos pode-se, excepcionalmente,
encontrar teores acima de 200 e até 1000 ppm, ou até maiores, em argilas, lateritas e bauxitas
associadas a complexos carbonatíticos ou nas proximidades de pegmatitos e veios
mineralizados (BOYLE, 1982).
O tório sofre hidrólise em soluções aquosas com valores de pH superiores a 3. Além disso,
também pode formar vários complexos aquosos com anions inorgânicos, tais como flúor,
fosfato, cloreto e nitrato. Uma melhor compreensão do papel dos compostos orgânicos no
aumento da mobilidade do tório está limitada pela escassez de dados termodinâmicos,
exacerbado pelas taxas de reação relativamente lenta para a maioria dos ambientes naturais
(IVANOVICH; HARMON, 1992).
Não existem estudos que mostrem uma biotransformação direta de tório por microrganismos
do solo, apenas mecanismos de biossorção, bioacumulação e bioprecipitação estão descritos
na literatura (DENEUX-MUSTIN et al., 2003).
O comportamento geoquímico do Th é muito similar ao do U4+
e, por conseguinte, ele não é
lixiviado com facilidade, pelo menos, em pH> 3-4. A mobilidade e solubilidade podem, no
entanto, ser significativamente aumentadas por complexação com ligantes orgânicos e
inorgânicos.
Em ampla revisão sobre o comportamento geoquímico do urânio, do tório e do potássio,
Ulbricht et al. (2009) relatam que, mesmo em regiões de clima tropical, o tório pode
comportar-se como o mais estável dos três elementos, devendo-se esperar que suas leituras
gama espectrométricas indiquem teores próximos aos originais da rocha fresca e, até mesmo,
que ocorra algum enriquecimento nos solos e coberturas superficiais devido a possíveis
acumulações de seus minerais, que são mais resistentes ao intemperismo. Esses autores,
27
entretanto, chamam a atenção para as variações que podem ser introduzidas pela mobilização
acentuada desses elementos pelos processos de alteração hidrotermal e, em especial, pelo
intemperismo em regiões de climas tropicais/subtropicais e regime acentuado de chuvas, os
quais provocam a lixiviação do potássio das rochas granitóides, controlam a migração do
urânio e podem ainda afetar a mobilidade supergênica do tório.
Os perigos radiológicos do tório estão relacionados, em especial, com a radioatividade dos
seus isótopos. No corpo humano, os isótopos de tório tendem a concentrar-se no fígado, nos
rins, no baço e na medula óssea. Estudos realizados com trabalhadores expostos a compostos
contendo tório mostraram que a inalação de poeira contendo esse elemento contribui para um
aumento da probabilidade de se desenvolver doenças do pulmão, inclusive câncer (US EPA,
1990). A toxicidade química do tório é relativamente baixa, embora a injeção intravenosa de
compostos deste elemento possa causar graves perturbações ou mesmo a morte.
4.3 Atividades industriais com urânio e tório associados
Entre as indústrias em que os problemas de exposição à radiação podem ser mais
significativos, destacam-se as do ciclo de lavra e beneficiamento de minerais. Isso porque
alguns minerais, ao se formarem, incorporaram urânio e tório em proporções superiores à
média da crosta terrestre. A extração e o processamento industrial alteram as condições físico-
químicas que esses materiais apresentam na natureza, o que pode levar ao lançamento de
parcelas significativas dos elementos radioativos no meio ambiente.
Um exemplo é a drenagem ácida: a pirita (FeS2) presente nas rochas é oxidada quando
exposta ao oxigênio e à água, resultando na produção de ácido sulfúrico (H2SO4). Esse ácido
tem a capacidade de lixiviar (remover) da rocha grandes quantidades de metais (radioativos
ou não), que podem contaminar águas superficiais (rios, lagos e estuários) e subterrâneas.
As seguintes atividades de mineração/exploração foram identificadas como aquelas que
podem conter NORM (PONTEDEIRO, 2006):
Mineração e beneficiamento de urânio;
Areias monazíticas (produção de terras raras);
Mineração de cobre;
Mineração de rochas fosfatadas (produção de ácido fosfórico, adubos);
Mineração de ouro;
28
Mineração de alumínio;
Mineração de pirocloro, tantalita, columbita;
Mineração de prata, níquel, molibdênio, titânio, zinco, ferro, chumbo, estanho e zircônio.
A mineração e o processamento de minérios metálicos podem gerar grandes quantidades de
resíduos NORM, incluindo os rejeitos de minério e escória de fundição, alguns dos quais
contêm elevadas concentrações de urânio, rádio, tório e seus produtos de decaimento, que
originalmente faziam parte do minério de alimentação do processo. Normalmente os
radionuclídeos naturais se encontram em equilíbrio secular até a etapa de beneficiamento do
minério. Contudo, a partir desse ponto podem ser utilizados processos químicos ou
metalúrgicos que resultam em distúrbio do equilíbrio radioativo e, portanto, o material sólido
remanescente terá uma concentração mais elevada de radionuclídeos do que a do que o
minério original. Exemplos típicos são: (a) a lixiviação dos isótopos do rádio nas séries do
U-238 ou do Th-232; (b) o escape de gás radônio e; (c) a volatilização do Pb e Po na
pirometalurgia, onde o chumbo radioativo acompanha o chumbo estável (PONTEDEIRO,
2006).
O nível de radioatividade presente em minérios metálicos depende mais da formação
geológica da região do que do mineral extraído. As técnicas de extração e processamento
podem ser uma importante variável no controle da concentração de NORM em resíduos.
No Brasil, as principais fontes de minérios de columbita/tantalita estão nas províncias
pegmatíticas situadas nos estados da Bahia e Minas Gerais. Estes minérios geralmente são
extraídos por garimpeiros e após a concentração são exportados. As operações são
intermitentes, dependendo dos preços internacionais do tântalo e das condições climáticas
(período de seca). Os teores dos elementos radioativos nos minérios concentrados atingem até
1% U3O8 e 1,8 % de ThO2, mas normalmente são bem inferiores. Pequenos volumes também
são produzidos na região de São João Del Rey, MG, onde o tântalo ocorre em associação com
microlita uranífera e é processado por lixiviação fluorídrica.
Existem pelo menos quatro estruturas carbonatíticas de idade cretácica que tem depósitos de
nióbio no Brasil. Dois desses depósitos estão sendo minerados e são responsáveis por mais de
70% da produção mundial de Nb. Os minerais pertencem ao grupo do pirocloro e o intenso
intemperismo a que foram submetidos os carbonatitos facilitam sua mineração a céu aberto.
Um dos depósitos, situado no estado de Minas Gerais, possui reservas da ordem de 460
29
milhões de toneladas de minério, com teor médio de 2,5% a 3,0% de Nb2O5 (SILVA et al.,
1986) e quantidades de até 0,008% de U3O8 e 0,13% de ThO2, que são concentradas ao longo
dos processos de beneficiamento e metalurgia do nióbio (PASCHOA, 1998).
Valores típicos de concentração dos radionuclídeos naturais nos minérios são apresentados na
TAB. 4.4 (HIPKIN et al., 1998).
Tabela 4.3 - Concentração típica de radionuclídeos naturais nos minerais
Material Th-232
(Bq/g)
Ra-228
(Bq/g)
Th-228
(Bq/g)
U-238
(Bq/g)
Pb-210
(Bq/g)
Baddeleyta 0,3 6,0 2,0 7,0 7,0
Zircão 0,6 0,6 0,6 3,0 3,0
Terras raras 6,0 6,0 6,0 1,0 1,0
Pirocloro 80,0 80,0 80,0 10,0 10,0
Tantalita/columbita 100,0 100,0 100,0 50,0 50,0
A principal fonte de matéria prima para a produção de fertilizantes fosfatados são os minérios
apatíticos. Nesse caso, a rocha composta basicamente de apatita, após beneficiada, é tratada
com ácido sulfúrico e água (processo por via úmida) e convertida em ácido fosfórico, dando
origem a um resíduo constituído basicamente de sulfato de cálcio hidratado, que recebe a
denominação de “fosfogesso” (CaSO4.nH2O) (MAZZILLI et al., 2000).
Nas rochas fosfáticas, os elementos das séries radioativas naturais encontram-se praticamente
em equilíbrio secular, o qual é quebrado após o seu processamento e os radionuclídeos
presentes são separados, passando a se comportar de acordo com as suas propriedades físico-
químicas e meia-vida específica. De uma maneira geral, 80% do
Ra-226, 30% do Th-232 e 14% do U-238% se depositam no fosfogesso. O urânio e o tório se
tornam enriquecidos no fertilizante em aproximadamente 150%.
Alguns dos depósitos de fosfato estão nas mesmas estruturas carbonatíticas dos depósitos de
pirocloro (nióbio) mencionados anteriormente. Estes minérios de fosfato com teores de até
14% de P2O5 têm médias de até 0,0185% de U3O8 e 0,0480% de ThO2, chegando a
concentrações de Ra-226 da ordem de 3 Bq/g (PASCHOA, 1998). Os polos produtores de
fertilizantes fosfatados estão localizados em Rio Grande, RS, em Cubatão e em Cajati, SP e
em Uberaba, MG.
30
A TAB. 4.5 apresenta valores típicos de concentração de materiais radioativos do
processamento da rocha fosfática.
Tabela 4.4 - Concentrações típicas de radionuclídeos naturais no fosfogesso, escória e fertilizante
fosfatado.
Fonte: The TENORM page.
Com relação à mineração de carvão, o problema principal está no alto teor de urânio medido
nas drenagens ácidas. A detecção de valores de radioatividade em torno de
100 Bq L-1
nas águas resultantes dessas drenagens impede seu lançamento no ambiente sem
qualquer tratamento, pois poderiam expor a população a doses acima dos limites
recomendados pelas normas de proteção radiológica (SOARES et al., 2008).
A ocorrência de elementos radioativos naturais no petróleo e no gás natural também pode
aumentar a exposição à radiação. Quando o óleo é extraído do subsolo, vem acompanhado de
sólidos e de água. Sob certas condições, sais de bário e cálcio (sulfatos e carbonatos) sofrem
precipitação, carregando com eles os isótopos de Ra-226 e Ra-228. Com o tempo, esses
precipitados entopem os dutos, devendo ser removidos e depositados de modo seguro, para
evitar exposições à radioatividade (MATTA, 2000). O problema foi observado em
plataformas marítimas de petróleo do Mar do Norte, na Europa, em 1981
(e estima-se que existam, em todo o mundo, cerca de 6 mil plataformas desse tipo). Até hoje,
porém, as avaliações realizadas mostram que os trabalhadores sofreram baixos níveis de
exposição e que o problema se concentra na emissão de efluentes para o mar.
A descarga no mar dessas e de outras águas de processos contendo elevadas concentrações de
elementos radioativos pode fazer com que esses elementos se acumulem na cadeia alimentar
marinha, até atingir altas concentrações no topo dessa cadeia (nos peixes). O consumo desses
31
peixes (e de outros animais) contaminados pode aumentar a exposição de seres humanos à
radioatividade.
Na TAB. 4.6 são apresentados os valores de concentração para a série do U-238 e do
Th-232 para algumas atividades típicas da área mineral e de exploração de petróleo.
Tabela 4.5 - Concentração de U-238 e Th-232 em atividades típicas da área mineral e de exploração de
petróleo.
Material Série U-238 (Bq.g-1
) Série Th-232 (Bq.g-1
)
Monazita 6 – 40 6 – 300
Escória Ta/Nb 800 – 1.200 1.800 – 2.200
Escória pirocloro 17 – 140 190 – 800
Zircão 8,0 – 500 1,2 – 6,0
Petróleo – incrustração 0,1 – 4.000 (Ra-226 e Pb-210) -
Fonte: UNSCEAR (2010)
Como pode ser observado na tabela acima, a série do Th-232 se apresenta com valores de
concentração em faixas bem mais elevadas do que a série do U-238 para as atividades de
monazita, escória Ta/Nb e escória do pirocloro. Para o zircão e incrustação de petróleo as
concentrações para a série do U-238 são mais elevadas.
4.4 Problemas associados ao gerenciamento de NORM
A maior parte dos resíduos NORM difusos é produzida em volumes muito grandes, mas com
baixas concentrações de atividade. Os principais efeitos associados aos NORM são:
Aumento da concentração de atividade
O processamento de materiais contendo NORM pode dar origem a produtos (commodities) e
resíduos. Em alguns casos, a concentração de radionuclídeos naturais presentes na mistura
original é alterada, podendo aumentar de forma significativa nos resíduos e produtos gerados,
dependendo do processo industrial utilizado para beneficiamento dos minérios.
32
Empresas e público em geral não têm conhecimento sobre materiais contendo
NORM
Muitas indústrias, em especial as de mineração, atuaram até recentemente sem terem
conhecimento de que suas operações poderiam dar origem à presença de NORM em seus
produtos e resíduos.
Similarmente, o público em geral não tem conhecimento dos níveis de radiação natural a que
estão expostos, bem como sobre a presença de NORM em uma variedade de produtos
utilizados diariamente. Por exemplo, materiais contendo NORM incluem aterros sanitários e
os materiais de construção civil.
Em muitos países, uma das estratégias adotadas para o gerenciamento de NORM inclui
manter o público em geral e as indústrias informados dos riscos potenciais associados à
geração de NORM.
Aplicação dos Requisitos de Proteção Radiológica
Na indústria nuclear, por exemplo, em um reator de potência, as consequências da ocorrência
de um acidente podem ser catastróficas. Nesse caso, o projeto e os controles operacionais são
bastante rígidos, de forma a reduzir não só a exposição à radiação mas também a
probabilidade de ocorrência de um acidente nuclear.
Por outro lado, na maioria das indústrias NORM, a probabilidade da ocorrência deste tipo de
acidente não existe. Portanto, as precauções necessárias em termos de proteção radiológica
nas indústrias NORM estão relacionadas ao controle da exposição às radiações.
A mais recente publicação do UNSCEAR (2010) cita que:
“as exposições devido às fontes naturais de radiação, com poucas exceções, geralmente não
têm o mesmo grau de controle que as exposições devido às fontes produzidas pelo homem. As
poucas exceções são as exposições em minas e usinas de urânio e as práticas onde são
manuseadas formas purificadas de materiais radioativos de ocorrência natural, tais como o
rádio-226 e o tório. Mesmo onde o controle ocupacional já foi introduzido, os dados de dose
individuais são bastante raros, sendo que a maioria deles deve estar disponível nos próximos
anos, como resultado de avaliações realizadas nos países com respeito a se deverão ou não
introduzir medidas de controle”.
33
Um passo importante para a indústria e órgãos reguladores em um país é entender onde e
como os resíduos NORM podem ocorrer dentro de um determinado processo e também
identificar os locais onde as concentrações de NORM são maiores dentro de um dado
processo (produtos, subprodutos ou resíduos associados) (PONTEDEIRO, 2006).
A tarefa é ainda mais complicada em decorrência da relevância da exposição para NORM
depender muito das circunstâncias locais ou regionais e de padrões comportamentais. Por
exemplo, um poço de petróleo ou mina localizada em uma região despovoada ou área remota
representa risco menor para exposições potenciais ao público em geral do que as instalações
semelhantes localizados perto de uma área povoada. Da mesma forma, populações rurais em
países tropicais em desenvolvimento terão de enfrentar um potencial diferente para a
exposição de uma família rural na Europa (diferentes tipos de casas, a quantidade de tempo
gasto em casa, etc.).
A tentativa de se criar um sistema de níveis de isenção para NORM é complicada pelo fato de
que a introdução de uma nova regulamentação ou a extensão dos controles existentes para
resíduos contendo NORM ser susceptível a um impacto tecnológico e sócio-econômico
significativo, dada à sua ampla ocorrência e aos grandes volumes. A dose de exposição devida
aos resíduos NORM depositados sobre a superfície do solo e não suficientemente cobertos
são relevantes. Além disso, também deve ser considerado o caso de NORM dispostos na
superfície ou utilizados em materiais de construção, onde o radônio radiogênico pode ser uma
importante fonte de exposição potencial e, portanto, apresentar uma dose radiológica
significativa para o público.
Na TAB. 4.7 são apresentados os problemas do ponto de vista de radioproteção para cada tipo
de indústria em cada setor industrial. Conforme pode ser observado, as principais vias de
transferência dos radionuclídeos naturais presentes nos resíduos sólidos estocados no
ambiente para o homem são: a inalação, ingestão e a exposição direta à radiação beta e gama
no ar. Na via de transferência por inalação devem ser considerados todos os radionuclídeos
gasosos presentes. Os isótopos de radônio e polônio são considerados críticos, a partir da sua
meia-vida, concentração, taxa de exalação e diluição atmosférica. No estudo da ingestão há
que se considerar a disponibilidade química dos radioisótopos, do resíduo para o solo e água.
Portanto, a avaliação do impacto radiológico ambiental deve ser complementada pelo estudo
da disponibilidade química dos isótopos radioativos no resíduo, bem como no solo, água e ar
da área de estocagem do resíduo em questão.
34
A prática de estocagem a céu aberto de resíduos sólidos contendo radioatividade deve
considerar o solo, a água e o ar como possíveis vias críticas para o incremento da estimativa
de dose. A disponibilidade química dos isótopos radioativos, presentes em concentração
muito baixa nos resíduos sólidos, é afetada pela concentração e característica das espécies
químicas presentes na matriz e no solo empregado na deposição final no ambiente (SANTOS,
2005).
35
Tabela 4.6 - Exemplos de indústrias diretamente afetadas pela geração de NORM.
Setor Tipo de Indústria Problemas associados à
Radioproteção
Mineração e processamento
físico, químico e térmico
Urânio, Tório, Ouro, Prata, Cobre,
Ferro, Níquel, Alumínio,
Molibdênio, Estanho, Titânio,
Tungstênio, Vanádio, Potássio,
Terras Raras, Fosfato, Carvão, etc
Inalação de gás Rn-222 e
poeiras contendo
radionuclídeos das sereis
naturais do U-238 e Th-232,
geração de efluentes e
resíduos radioativos.
Areias monazíticas Zircônio, Monazita, etc Inalação de poeiras contendo
radionuclídeos das sereis
naturais do U-238 e Th-232,
exposição à radiação
externa.
Indústria do Tório Produção de mantas para lampião Inalação de poeiras e
geração de resíduos
radioativos
Exploração e produção Produção de petróleo e gás natural Inalação de poeiras durante
o processo de manutenção
da instalação, geração de
resíduos radioativos
Energia geotérmica Inalação de gás Rn-222 e
poeiras contendo
radionuclídeos das sereis
naturais do U-238 e Th-232,
geração de resíduos
radioativos.
Produção de eletricidade Queima de combustíveis fósseis
(carvão, óleo, etc)
Geração de cinzas contendo
radionuclídeos das séries
naturais, inalação de poeiras
durante o processo de
manutenção
Reciclagem e
descomissionamento
Sucatas, mantas de revestimento
fabricadas com escórias
Inalação de poeiras, geração
de efluentes e resíduos
radioativos
Outros processos e fabricações Tratamento de água e esgoto, spas,
cerâmica, fundição de metais,
papel, tintas, refratários e areais
abrasivas, eletrônica, material de
construção, etc
Inalação de gás Rn-222 e
poeiras contendo
radionuclídeos das sereis
naturais do U-238 e Th-232,
geração de efluentes e
resíduos radioativos.
Fonte: Adaptado de Steen; Weers (2004).
36
4.5 Os solos
O solo é um meio complexo e heterogêneo, produto de alteração do remanejamento e da
organização do material original (rocha, sedimento ou outro solo), sob a ação da vida, da
atmosfera e das trocas de energia que aí se manifestam. É constituído por quantidades
variáveis de minerais, matéria orgânica, água da zona não saturada e saturada, ar e organismos
vivos, incluindo plantas, bactérias, fungos, protozoários, invertebrados e outros animais.
O solo é o produto final do intemperismo das rochas, que são raramente encontradas
aflorando na superfície, caso as condições físicas, químicas e biológicas permitam o
desenvolvimento de vida vegetal, também denominado regolito ou manto de intemperismo.
Em climas frios e secos os solos são pouco espessos e em climas quentes e úmidos o
intemperismo alcança considerável profundidade.
Fatores que atuam na formação do solo:
1. Clima: diferentes rochas podem produzir o mesmo solo, dependendo do clima. A mesma
rocha original pode produzir solos diferentes, em climas diferentes.
2. Tipo de Rocha: ricas em solúveis, pobres, etc.
3. Vegetação: cobertura, proteção contra a erosão, fornecimento de ácidos húmicos, facilita a
infiltração de água.
4. Relevo: inclinado, dificulta a penetração de água e facilita a solifluxão e destruição do solo.
5. Tempo: é necessário muito tempo (milhares de anos) para evolução do solo.
De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS, 2009).O solo
apresenta horizontes ou níveis com espessuras variáveis, podendo estar ausentes, designados
pelas letras de A a D
A - sujeito à ação direta da atmosfera, geralmente fofo, intensamente alterado e contendo a
vida bacteriana. Contém húmus (minerais e matéria vegetal e bacteriana) na parte superior.
Intensa lixiviação dos compostos solúveis.
B - argilas, carbonatos e hidróxidos lixiviados (dissolvidos) do horizonte A.
C - rocha parcialmente decomposta com blocos de rocha inalterada pouco alterada.
37
D - rocha inalterada.
Conclui-se que a atuação dos processos meteóricos causa a desagregação e a decomposição da
superfície das rochas que fornece uma fração grosseira (grãos) que vai constituir os
conglomerados e arenitos, uma fração fina (silte e argila) e também uma fração em solução
(íons). Esses produtos do intemperismo posteriormente podem ser transportados pelas águas
pluviais, fluviais, ventos, gravidade, etc., e finalmente depositar, quando o agente
transportador perde ou diminui sua energia.
Ao somatório do intemperismo mais o transporte chamamos de erosão, conjunto de processos
mecânicos e ou químicos de remoção dos materiais desagregados da superfície das rochas
pelo intemperismo (CAPUTO, 2012).
Dependendo da mineralogia original e dos mecanismos de intemperismo e transporte, o solo
apresenta diferentes conteúdos das frações: areia, silte ou argila. O tamanho relativo dos grãos
do solo é chamado de textura e sua medida de granulometria (escala granulométrica), é um
parâmetro usado para classificação da textura dos solos. Na FIG. 4.3 é apresentada a escala de
textura utilizada para solo.
Os horizontes dos solos ou seja, as camadas que se diferenciam entre si, são formados a partir
da modificação do material original, por meio dos processos de intemperismo, apresentando
diferentes colorações de acordo com o grau de hidratação do ferro, dos teores de cálcio e
óxido de silício, além do teor de matéria orgânica nas camadas superficiais. O perfil do solo
compreende o conjunto dos horizontes e/ou camadas que abrangem, verticalmente, desde a
superfície até o material originário. Os solos apresentam grande variedade ao longo de uma
mesma região e entre diferentes regiões.
38
Figura 4.4 – Escala de textura para solo (CETESB, 2012).
Os solos tropicais são mais profundos e mais quentes que os solos de clima temperado.
Possuem mais alumínio que sílica e apresentam uma capacidade de troca catiônica - CTC-
menor que os solos formados em clima temperado. A decomposição da matéria orgânica é
mais rápida e as plantas absorvem mais água em comparação aos solos de clima temperado.
Como há maior lixiviação de cátions em solos ácidos, arenosos, com baixo teor de matéria
orgânica e baixa CTC, há maior possibilidade de uma substância atingir a água subterrânea
(CETESB, 2012).
O tipo de material constituinte e sua granulometria influem nas propriedades do solo e nos
mecanismos de atenuação e transporte de poluentes. As propriedades físicas do solo (textura,
estrutura, densidade, porosidade, permeabilidade, fluxo de água, ar e calor) são responsáveis
pelos mecanismos de atenuação física de poluentes, como filtração e lixiviação, possibilitando
ainda condições para que os processos de atenuação química e biológica possam ocorrer.
Os conceitos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos da EMBRAPA (2009) foram
baseados não só no sistema de classificação de solos de Baldwing, Kellog e Thorp de 1938,
modificado por Thorp em 1949, como também no sistema de classificação da FAO (Food and
Agriculture Organization of the United Nations).
39
Em 1999, a EMBRAPA publicou a primeira edição, depois revisada e ampliada em 2006,
onde apresenta a classificação dos solos do sistema brasileiro que até o presente contempla os
níveis de ordem, subordem, grande grupo e subgrupo.
A FIG. 4.4 apresenta a hierarquia da classificação de solos considerando as categorias de
ordem (PRADO, 2012).
Figura 4.5 - Hierarquia do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (PRADO, 2012).
A última versão do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) divide os solos em
13 ordens. São elas: Argissolo, Cambissolo, Chernossolo, Espodossolo, Gleissolo, Latossolo,
Luvissolo, Neossolo, Nitossolo, Organossolo, Planossolo, Plintossolo e Vertissolo.
Essas classes são divididas em seis níveis categóricos, sendo os primeiros quatro deles
(ordem, subordem, grande grupo e subgrupo) os mais desenvolvidos. O quinto e sexto níveis
categóricos (família e série) ainda se encontram em desenvolvimento (EMBRAPA, 2009).
No primeiro nível categórico os solos são classificados de acordo com a seguinte sequência:
Organossolos: são solos que apresentam horizonte hístico que atenda um dos seguintes
critérios de espessuras:
20 cm ou mais, quando sobrejacente a um contato lítico ou a fragmentos de rocha,
cascalhos, calhaus e matacões (90% ou mais em volume); ou
40 cm ou mais, contínuo ou cumulativo nos primeiros 80 cm da superfície do solo; ou
40
60 cm ou mais se 75% (expresso em volume) ou mais do horizonte for constituído de
tecido vegetal na forma de restos de ramos finos, raízes finas, cascas de árvores etc.,
excluindo as partes vivas;
Neossolos: são solos sem horizonte B diagnóstico e satisfazendo os seguintes requisitos:
ausência de horizonte glei (horizonte mineral subsuperficial caracterizado por redução
de ferro e prevalência do estado reduzido, no todo ou em parte, devido principalmente
à água estagnada ) (SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS -
SIBCS, 2009) dentro de 50 cm da superfície do solo, exceto no caso de solos de
textura areia e areia franca;
ausência de horizonte plíntico dentro de 40 cm da superfície do solo;
ausência de horizonte vértico imediatamente abaixo de horizonte A;
A chernozêmico, se presente não deve estar conjugado com o caráter carbonático e/ou
horizonte cálcico;
Vertissolos: são solos com relação textural insuficiente para identificar um B textural e que
apresentam horizonte vértico entre 25 e 100 cm de profundidade e satisfazendo os seguintes
requisitos:
teor de argila, após mistura e homogeneização do material de solo, nos 20 cm
superficiais, de no mínimo 300 g kg-1
de solo;
fendas verticais no período seco com pelo menos 1 cm de largura, atingindo, no
mínimo, 50 cm de profundidade, exceto nos solos rasos, nos quais o limite mínimo é
30 cm;
ausência de material com contato lítico, ou horizonte petrocálcico, ou duripã
(horizonte mineral subsuperficial, cimentado, contínuo ou presente em 50% ou mais
do volume de outro horizonte com grau variável de cimentação por sílica e podendo
ainda conter óxido de ferro e carbonato de cálcio) (SIBCS, 2009) dentro dos primeiros
30cm de profundidade;
Espodossolos: são solos que apresentam horizonte B espódico imediatamente abaixo dos
horizontes E ou A.
41
Planossolos: são solos apresentando horizonte B plânico não coincidente com o horizonte
plíntico, imediatamente abaixo de horizonte A ou E.
Gleissolos: são solos apresentando horizonte glei iniciando-se dentro de até 150 cm da
superfície do solo, imediatamente subjacente aos horizontes A ou E ou horizonte hístico com
menos de 40 cm de espessura, sem horizonte plíntico dentro de 200 cm da superfície, ou outro
horizonte diagnóstico acima do horizonte glei.
Latossolos: são solos que apresentam horizonte B latossólico imediatamente abaixo do
horizonte A.
Chernossolos: são solos que apresentam horizonte A chernozêmico seguido de: horizonte B
incipiente ou B textural ou horizonte com caráter argilúvico, todos com argila de atividade
alta e saturação por bases alta; ou de horizonte B incipiente < 10 cm de espessura ou
horizonte C, ambos cálcicos ou carbonáticos; ou apresentando horizonte cálcico ou caráter
carbonático no horizonte A, seguido de um contato lítico.
Cambissolos: são solos que apresentam horizonte B incipiente imediatamente abaixo do
horizonte A ou de horizonte hístico com espessura inferior a 40 cm.
Plintossolos: são solos que apresentam horizonte plíntico, litoplíntico ou concrecionário,
exceto quando coincidente com horizonte B plânico com caráter sódico, iniciando-se em uma
das seguintes condições:
dentro de 40 cm; ou
dentro de 200 cm se precedido de um horizonte glei, ou horizonte A ou E ou de outro
horizonte que apresente cores pálidas, variegadas ou com mosqueados.
Luvissolos: são solos apresentando horizonte B textural com argila de atividade alta e
saturação por bases alta, imediatamente abaixo do horizonte A ou E.
Nitossolos: São solos que apresentam 350 g kg-1
ou mais de argila, inclusive no horizonte A,
com horizonte B nítico imediatamente abaixo do horizonte A, com argila de atividade baixa
ou caráter alítico na maior parte do horizonte B, dentro de 150 cm da superfície do solo.
Argissolos: São solos que apresentam horizonte B textural.
42
4.6 Áreas contaminadas
De acordo com a CETESB (2001), uma área contaminada pode ser definida como uma área,
local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela
introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados,
acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até
mesmo natural. Nessa área, os poluentes ou contaminantes podem concentrar-se em
subsuperfície nos diferentes compartimentos do ambiente, como por exemplo, no solo, nos
sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados para aterrar os terrenos, nas águas
subterrâneas ou, de uma forma geral, nas zonas não saturada e saturada, além de poderem se
concentrar nas paredes, nos pisos e nas estruturas de construções.
O gerenciamento de áreas contaminadas compreende as etapas de diagnóstico, intervenção e
reabilitação, a serem implantadas segundo o nível das informações ou riscos existentes em
cada área. Esse gerenciamento normalmente é feito em duas etapas: a identificação e a
implementação dos processos de recuperação.
O processo de identificação de áreas contaminadas tem como objetivo principal a localização
das áreas contaminadas, sendo constituído por quatro etapas (CETESB, 2001):
definição da região de interesse;
identificação de áreas potencialmente contaminadas;
avaliação preliminar;
investigação confirmatória.
Na América Latina, a industrialização durante e após a Primeira Guerra Mundial, com a
exploração de mineração intensiva e beneficiamento de matérias-primas como minério,
petróleo bruto, madeira, e especialmente a metalurgia, a transformação de metal e a indústria
química nos anos 60 e 70, deixou seus traços em solo e águas subterrâneas. Legislação sobre
gestão de resíduos sólidos e licenciamento de indústria poluente é bastante recente nos países
da America Latina. Com o rápido aumento da concentração populacional nos centros urbanos
e metrópoles, por exemplo, México, São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires, o problema de
disposição dos resíduos sólidos ficou ainda mais crítico, uma vez que as instalações e o
espaço urbano não foram controlados. O resultado foi óbvio: os aterros contaminaram os
solos e as águas subterrâneas comprometeram a saúde humana (CETESB, 2001). No final dos
43
anos 80 e início dos anos 90, um novo ciclo econômico de reorientação e de infraestrutura
aumentou as dificuldades nas megacidades, como aconteceu na Europa há 15 anos.
Uma característica comum em todos os países é a falta de uma legislação específica sobre
contaminação do solo e a questão de proteção do solo. Desafios fundamentais relativas à
questão de regulamentação e autorização/licenciamento de para a reutilização de áreas
contaminadas, assim como a questão de responsabilidade, distribuição de competências entre
as diferentes esferas administrativas e do financiamento público de sítios órfãos e
abandonados ainda não estão resolvidos nos países latino-americanos. Evidentemente, o
reaproveitamento da área contaminada depende do estabelecimento de padrões para o uso do
solo e da cooperação estreita entre ambiental local e planejamento urbano. Em São Paulo,
ocorrem as primeiras tentativas de simplificar o processo de licenciamento para projetos de
construção. A ocupação dos solos contaminados é orientada pelo uso do solo relacionado a
valores orientadores e a situação da área contaminada é fixada no registro público de
propriedade (CETESB, 2001).
Em Minas Gerais, a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais - FEAM
estabelece que os responsáveis por empreendimentos em áreas com suspeita de contaminação
ou contaminadas pela disposição inadequada de materiais e resíduos contendo substâncias
químicas, devem fazer Cadastro de Áreas Suspeitas de Contaminação e Contaminadas por
Substâncias Químicas junto à FEAM, de acordo com Deliberação Normativa COPAM no
116/2008.
O Inventário de Áreas Contaminadas tem como objetivo a sistematização e avaliação dos
dados das declarações de áreas suspeitas de contaminação e contaminadas – BDA e da Lista
de Áreas Contaminadas e Reabilitadas do Estado de Minas Gerais (FEAM).
Na Lista de Áreas Contaminadas e Reabilitadas foram registradas as áreas definidas como
contaminadas conforme as diretrizes estabelecidas na Resolução CONAMA 420/2009 e
Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH 02/2010. A Lista de Áreas Contaminadas e
Reabilitadas no Estado de Minas Gerais é publicada anualmente e apresenta informações
referentes às áreas em processo de gerenciamento de áreas contaminadas.
4.7 Valores de referência de qualidade de solo
O solo atua frequentemente como um “filtro”, tendo a capacidade de depuração e
imobilização para grande parte das impurezas nele depositadas. No entanto, essa capacidade é
44
limitada, podendo ocorrer alteração da qualidade do solo, devido ao efeito cumulativo da
deposição de poluentes atmosféricos, à aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes e à
disposição de resíduos sólidos industriais, urbanos, materiais tóxicos e radioativos
(MOREIRA; NODERMANN, 1987).
Desta forma, são utilizados como instrumentos para prevenção e controle da contaminação e
gerenciamento de áreas contaminadas sob investigação os Valores Orientadores, os quais
determinam as concentrações de substâncias químicas que fornecem orientação sobre a
condição de qualidade de solo.
Em dezembro de 2005, a CETESB publicou no Diário Oficial do Estado de São Paulo, sendo
definidos três valores orientadores para solo e água subterrânea, a saber:
Valor de Referência de Qualidade - VRQ é a concentração de determinada substância no
solo ou na água subterrânea, que define um solo como limpo ou a qualidade natural da água
subterrânea.
Valor de Prevenção - VP é a concentração de determinada substância, acima da qual podem
ocorrer alterações prejudiciais à qualidade do solo. Este valor indica a qualidade de um solo
capaz de sustentar as suas funções primárias, protegendo-se os receptores ecológicos. Foi
determinado para o solo com base em ensaios com receptores ecológicos.
Valor de Intervenção - VI é a concentração de determinada substância no solo acima da qual
existem riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde humana, considerando um cenário de
exposição genérico. Para o solo, foram estabelecidos para cenários de exposição Agrícola-
Área de Proteção Máxima - APMax, Residencial e Industrial.
A área será classificada como Área Contaminada sob Investigação quando houver constatação
da presença de contaminantes no solo em concentrações acima dos Valores de Intervenção,
indicando a necessidade de ações para resguardar os receptores de risco, devendo seguir os
procedimentos de gerenciamento de áreas contaminadas (CETESB, 2001).
As definições dos valores orientadores conforme apresentadas constam da Lei Estadual
13.577, de 08 de julho de 2009, que dispõe sobre diretrizes e procedimentos para proteção da
qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas.
45
No Brasil em 2009 foi publicada a resolução CONAMA 420 (RESOLUÇÃO no 420, 2009),
que dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo e estabelece diretrizes
para o gerenciamento de áreas contaminadas.
Nesta resolução foram estabelecidos os seguintes valores orientadores:
• Valores de referência de qualidade – a serem definidos pelos estados, conforme metodologia
estabelecida,
• Valores de prevenção- iguais aos de São Paulo de 2005,
• Valores de investigação – iguais aos valores de intervenção de São Paulo de 2005, exceto na
água subterrânea para alumínio, ferro, cobalto e zinco.
Desta forma, os valores de referência de qualidade de solo tornaram-se importantes com um
número crescente de exigências geradas pelas normas ambientais, quanto à investigação de
poluentes nos diversos compartimentos ambientais. Eles expressam os níveis de concentração
de contaminantes no solo que definem o rumo das ações a serem tomadas após a investigação
confirmatória de contaminação.
Para a poluição do solo não existe uma abordagem internacional padronizada, em função de
sua natureza complexa e variável, diferentemente da questão da poluição do ar e das águas
superficiais, o solo considerado um bem econômico de propriedade privada.
Muitos fatores são responsáveis pelas diferentes abordagens em diferentes países. Entre estes
se destacam o sistema legal e administrativo; as responsabilidades; as regras de propriedade
do solo; os históricos industriais; os aspectos culturais e sociais, que definem as atitudes em
relação aos bens a proteger; a forma de uso e ocupação do solo, incluindo as pressões de
reutilização; os aspectos econômicos e a disponibilidade de recursos e tecnologias (CETESB,
2001).
Uma alternativa para diminuir os impactos decorrentes da limitação tecnológica e dos altos
custos da remediação tem sido a revisão dos valores alvo de remediação a serem atingidos. A
determinação desses valores tem sido feita recentemente, com a aplicação de avaliação de
risco (FINOTTI; CORSEUIL, 1997).
De acordo com a experiência de países onde a questão encontra-se mais desenvolvida, não é
recomendável, a princípio, fixar em uma legislação com os valores orientadores para solos e
46
águas subterrâneas, uma vez que estes valores dependem do tipo e uso pretendido do solo e
ainda se encontram em fase de desenvolvimento.
A avaliação de risco caso-a-caso, usada pelos Estados Unidos no Programa “Superfund”,
idealizado para recuperar áreas seriamente contaminadas, demonstrou ter uma relação
custo/benefício desfavorável. Neste processo, em função de sua complexidade, o tempo
decorrido entre a identificação da área contaminada e a tomada de decisão para intervenção é
longo, além de que, o conhecimento em avaliação de risco está concentrado em um pequeno
grupo de técnicos especialistas.
Esta metodologia possibilita uma maior influência política regional. Desta forma, considera-
se que avaliação de risco caso-a-caso é indicada para áreas contaminadas complexas em
relação ao seu tamanho e ao número de contaminantes presentes, com altos custos de
remediação envolvidos.
Segundo Cunha (1997), os seguintes fatores determinam a existência de incertezas associadas
à avaliação de risco:
ausência de dados toxicológicos para um grande número de substâncias e para
algumas vias de exposição;
não considerar a dependência de ação entre as substâncias envolvidas (sinergismo ou
antagonismo), que pode resultar na sub ou superestimativa do risco decorrente as
exposições múltiplas
substâncias e emprego de dados relativos à exposição impróprios à população
avaliada, quando adotados
valores desenvolvidos para populações de outros países.
O estabelecimento de uma lista orientadora geral de valores de referência de qualidade é hoje
uma tendência mundial visto, que com base em análises de amostras de solo e de águas
subterrâneas, de valores de alerta, com caráter preventivo e de valores de intervenção,
derivados a partir de modelos matemáticos de avaliação de risco, utilizando-se diferentes
cenários de uso e ocupação do solo previamente definidos, considerando-se diferentes vias de
exposição e quantificando-se as variáveis toxicológicas (DIAS; CASARINI, 1996).
Desta forma, sugere-se a adoção de listas orientadoras com valores de referência de qualidade,
de alerta e de intervenção, como uma primeira etapa nas ações de monitoramento da
47
qualidade, prevenção à poluição e diagnóstico de áreas suspeitas de contaminação, remetendo
a avaliação de risco caso a caso para as áreas contaminadas. Cabe ressaltar que o uso de
padrões internacionais pode levar a avaliações inadequadas, já que existem diferenças nas
condições climáticas, tecnológicas e pedológicas de cada país, justificando o desenvolvimento
de listas orientadoras próprias, compatíveis com as características de cada um deles
(PERES, 2007).
Em 1991, a Agência de Proteção Ambiental Americana (US-EPA), organizou um estudo
técnico, com o objetivo de identificar alternativas para acelerar o processo de remediação nos
locais selecionados como prioritários de acordo com a “National Priorities List” e com o
“Comprehensive Environmental Response, Compensation and Liability Act” - CERCLA,
mais conhecido como programa “Superfund”.
Uma das propostas específicas deste estudo foi “avaliar meios de desenvolver padrões e
valores guia para solos contaminados” (EPA, 1994; 1996a).
Em 1993, a EPA apresentou para 30 substâncias os valores genéricos para solos, chamados
“Soil Screen Levels” (SSL’s), derivados a partir de modelos padronizados de exposição
humana, segundo as vias: ingestão de solo, inalação de voláteis e/ou particulados e ingestão
de água subterrânea contaminada, sob um cenário de ocupação residencial do solo (EPA,
1996).
Assim, a EPA desenvolveu um procedimento de avaliação da contaminação em solos (“Soil
Screening Framework”), que representa a primeira de uma série de ferramentas para
desenvolver uma avaliação e remediação padronizada de solos. É uma metodologia simples
para calcular níveis de contaminação no solo da área em estudo, abaixo do qual não necessita
maiores investigações. Utilizando- se equações para o cálculo das exposições humanas, cujas
variáveis foram parametrizadas, a EPA apresentou em 1994, um relatório preliminar com
valores genéricos para 107 substâncias.
Estes valores genéricos são utilizados como opção quando não se dispõe de dados específicos
do local (EPA, 1994). A EPA (1996) apresentou um relatório final, com uma lista revisada de
valores genéricos, a qual foi ampliada para110 substâncias.
A Holanda foi o primeiro país a formalizar um programa nacional para avaliação de
contaminação e estabelecimento de níveis de intervenção, considerando para o solo sua multi-
48
funcionalidade, ou seja, as funções de agricultura, ecologia, transporte, suprimento de água
potável, etc.
Como parte do esforço de desenvolvimento de valores orientadores e de acordo com o
princípio de multi-funcionalidade, a Holanda formulou uma lista como guia de avaliação e
remediação de locais contaminados. Esta lista de valores é frequentemente referida como a
“Lista Holandesa” ou “Lista ABC”, estabelecida em 1983. Um desenvolvimento posterior
ocorreu em 1987 quando o Governo Federal promulgou a Lei de Proteção do Solo (“Soil
Protection Act”), a qual reafirma o conceito de multi-funcionabilidade do solo (MINISTRY
OF HOUSING, SPATIAL PLANNING AND ENVIRONMENT - VROM, 1988).
O Ministério da Habitação, Planejamento e Meio Ambiente da Holanda -VROM publicou, em
1994, em atendimento à Lei de Proteção de Solo, uma proposta de novos valores de
orientação, derivados com base em conhecimentos científicos, incluindo a modelagem de
avaliação de risco e considerando a variação da porcentagem de matéria orgânica e argila no
solo (VROM, 1994). Estes novos valores foram denominados STI (“Streefwaarde” -
referência, “Toetsingswaarde” - alerta e “Interventiewaarde”- intervenção).
Para determinação dos valores de referência (S), no que se refere a compostos naturalmente
presentes (metais), foram empregadas relações empíricas, desenvolvidas como sendo uma
função do conteúdo de argila e matéria orgânica no solo. A lista provisória foi discutida e
criticada por um comitê de especialistas e a lista revisada foi publicada.
As concentrações dos elementos químicos de ocorrência natural que compõem os solos
devem servir de limiares que, quando comparados aos valores de concentração de solos
antropogênicos, possam apresentar um resultado mais consistente do nível provável de
contaminantes existente no mesmo.
Para determinação dos valores de referência de qualidade de solo para radionuclídeos, a
Agência de Proteção Ambiental EPA (2000) desenvolveu uma ferramenta para a triagem das
áreas contaminadas, chamada de Lista Nacional de Prioridades (NPL). Essa orientação
apresenta uma estrutura para o desenvolvimento de níveis de triagem de solo (SSLs) para
radionuclídeos com foco, principalmente, em uma metodologia de estudo de níveis
específicos para o local investigado. A orientação pode servir como uma ferramenta para
agilizar a avaliação de solos contaminados por radioatividade nos locais abordados seguindo a
definição de Resposta Global de Impacto Ambiental, Compensação e Responsabilidade
49
(CERCLA), conhecido como Superfund. A orientação é destinada a rastrear as áreas e as vias
de exposição para os radionuclídeos de interesse assumindo certos cenários específicos. Seu
uso pode reduzir significativamente o tempo gasto em investigações do solo e ações de
limpeza, bem como melhorar a consistência dessas ações.
As fórmulas e exposição pressupostas utilizadas para desenvolver os níveis de rastreio
baseiam-se em "Guidance Risk Assessment for Superfund" e têm sido amplamente aceitas no
programa Superfund. Nesse caso, a orientação de triagem do solo para radionuclídeos não é
uma regra, não tem a força de um regulamento, nem deve ser interpretada para representar
padrões de limpeza para um determinado local. O uso da orientação não é juridicamente
vinculativo, mas destina-se à disponibilidade de uma ferramenta para uso nas devidas
condições específicas do local. "Orientação de Triagem do Solo para Radionuclídeos: Guia do
Usuário" Outubro de 2000. OSWER Directiva 9355,4-16A, número de ordem NTIS (PB2000
963307) (EPA, 1996).
No Brasil não existem valores de referência de qualidade de solo para radionuclídeos e a
decisão sobre a limpeza das áreas contaminadas é realizada caso a caso. Peres (2007) realizou
estudos em São Paulo com o objetivo de desenvolver uma metodologia para o
estabelecimento dos valores orientadores baseado principalmente nas equações usadas pela
EPA. Neste trabalho foram apresentados os valores de intervenção e prevenção para três
cenários de exposição: agrícola, residencial e industrial. Nesse mesmo trabalho, Peres (2007)
analisou 30 amostras representativas do Estado de São Paulo e determinou os valores de
referência de qualidade do solo.
Em termos de radioproteção ambiental não são utilizados VQR para radionuclídeos, mas sim
o valor de intervenção, o qual corresponde à concentração de solo de uma dado radionuclídeo
que irá resultar em uma dose efetiva de 50 mSv.ano-1
no indivíduo do público e o valor de
prevenção, o qual resulta em um valor de dose igual a 10 mSv.ano-1
(PERES, 2007). Em
termos práticos, entretanto, a aplicação desses limites é complicada no que tange ao
gerenciamento de áreas contaminadas com NORM, principalmente, durante o processo de
remedição, quando muitas vezes pode ser necessário voltar às condições iniciais do meio
ambiente e, para tanto, devem ser conhecidos os valores de referência de qualidade de solo.
50
5 METODOLOGIA
5.1 Definição da área de estudo
Para a realização deste trabalho foram utilizadas amostras de solo selecionadas a partir de um
banco de solos já coletados para o “Projeto Solos de Minas” (FEAM, 2011).
A área de abrangência deste estudo é, portanto, o Estado de Minas Gerais. Localizado na
região Sudeste do Brasil, Minas Gerais é o quarto estado em extensão territorial, ocupando
uma superfície de 588.384 km2, correspondendo a 7% do território brasileiro e representando
a terceira economia do país. As principais atividades são a agropecuária, as indústrias de
transformação, principalmente a metalurgia básica e as indústrias de extração, destacando-se o
ferro e o ouro, dentre outros (SILVA et al., 2005). O setor de serviços também vem crescendo
nas últimas décadas ocupando lugar de destaque na economia do estado. Além da variedade
de atividades econômicas existentes com potencial de impacto ao meio ambiente, o estado se
destaca por possuir a segunda maior população do País, cerca de 20 milhões de habitantes
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 2012).
A história e as tradições do Estado de Minas Gerais estão fortemente ligadas à atividade
mineradora e às suas enormes reservas minerais. O estado extrai mais de 160 milhões de
toneladas de minério de ferro por ano e responde por 29% de toda a produção mineral do país,
por 53% da produção de minerais metálicos e por cerca de 50% de todo o ouro produzido no
Brasil. Alguns dados importantes são apresentados abaixo: (COMPANHIA DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE MINAS GERAIS – CODEMIG, 2012)
Minas Gerais extrai mais de 160 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.
Quase 50% da produção nacional de ouro tem origem em Minas Gerais.
O estado é responsável por aproximadamente 53% da produção brasileira de minerais
metálicos e 29% de minérios em geral.
Os produtos minerais e de origem mineral representam 50% de toda a exportação do
estado.
Minas Gerais é o maior produtor de ferro, ouro, zinco, nióbio, fosfato, grafita, lítio e
calcário. Produz 75% do nióbio do mundo.
As reservas mineiras de nióbio são para mais de 400 anos. Existem somente três minas
em todo o mundo.
51
Mais de 300 minas estão em operação. A atividade está presente em mais de 250
municípios mineiros.
Das 100 maiores minas do Brasil, 40 estão localizadas no estado.
67% das minas classe A (produção superior a 3 milhões t/ano) estão localizadas no
estado.
Dos dez maiores municípios mineradores, sete estão em Minas Gerais, sendo Itabira o
maior do País.
Como resultado de um intenso processo geotectônico na formação rochosa do arqui - Brasil,
vários exemplos de manifestações vulcânicas, favorecendo a migração de minerais radioativos
para a superfície, são encontrados no Estado de Minas Gerais. Elas ocorrem ao longo de uma
zona de fratura, na faixa orientada de Sudeste para Noroeste que se desenvolve desde a Ilha de
São Sebastião, no litoral de São Paulo, até as vizinhanças da cidade de Patrocínio, no
Triângulo Mineiro penetrando, presumivelmente, no Estado de Goiás.
O primeiro centro vulcânico alcalino conhecido foi o do Planalto de Poços de Caldas, onde de
longa data se constatou a existência de minerais de zircônio. Na região foram encontradas
mais de 44 anomalias radioativas (FRANCA, 1963). De acordo com Sachett (2002), a área
mais estudada é a região de Poços de Caldas, onde se situa uma das grandes áreas de intrusão
vulcânica alcalina do planeta, com uma cratera medindo cerca de 30 km de diâmetro. Vários
trabalhos foram realizados no local visando, principalmente, a caracterização do campo de
radiação, distribuição da radioatividade, estimativa da exposição gama externa e da decorrente
dos radionuclídeos incorporados pela população da região.
O complexo alcalino de Araxá está envolvido por formações da série Minas, constituída por
filitos e quartzitos. A localidade de Barreiro, a 6 km ao Sul de Araxá, onde se localiza o
Grande Hotel Araxá, apresenta uma área superior a 1000 ha sendo constituída por rochas ricas
em apatita, magneto-ilmenita e barita (FRANCA, 1963).
A área de estudo do presente trabalho compreende, portanto, todo o território mineiro, o qual
é provido de características peculiares relacionadas à litologia, gênese e morfologia dos solos,
as quais têm influência preponderante na pedogeoquímica dos elementos traço, metais e
radionuclídeos.
Cerca de 70% dos solos do estado são muito intemperizados, como os Latossolos, os
Argissolos e os Nitossolos, além daqueles cujo intemperismo é limitado pelo material de
52
origem como Neossolos Quartzarênicos. Aproximadamente 17% dos solos restantes
pertencem à classe dos Cambissolos, que muitas das vezes apresentam mineralogia
Latossólica. Predominam nesses solos argilas de baixa reatividade, como por exemplo, a
caulinita associada com óxidos e hidróxidos de ferro e de alumínio (METRI et al., 2008;
FONTES; WEED, 1991). Na FIG. 5.1 é apresentado o mapa de localização de algumas
ocorrências de pegmatitos no Estado de Minas Gerais
Conforme mencionado no Capítulo anterior, o urânio e tório podem ocorrer em vários tipos de
rochas sendo três as de maior distribuição: 1) faixas de rochas pré-cambrianas; 2) áreas com
sedimentos permeáveis e 3) áreas com acumulação de areias detríticas.
Para o Estado de Minas Gerais podem ser consideradas as seguintes grandes ocorrências:
Província pegmatítica de Minas Gerais, abrangendo parcialmente as bacias dos rios
Jequitinhonha, Doce, Paraíba do Sul, Grande, Rio das Mortes e Paraopeba.
Província magmática alcalina de Poços de Caldas e intrusivas alcalinas e básicas de
Tapira, Araxá e Salitre.
Faixa de migmatitos das regiões de São João Del Rei e Itabirito.
Província magmática de rochas alcalinas em Poços de Caldas.
Áreas com acumulação de areias detríticas
No rio das Mortes em São João Del Rei, onde aluviões foram prospectados para a
recuperação de cassiterita (GUEDES, 2005).
Nas FIG. 5.1 e 5.2 são apresentadas as localizações das grandes ocorrências consideradas para
o Estado de Minas Gerais.
53
Figura 5.1 – Mapa de localização de algumas ocorrências de pegmatitos no Estado de Minas Gerais
(adaptado de (PPeGeo- portal de periódicos eletrônicos em Geociências)
54
Figura 5.2 – Mapa de localização de algumas ocorrências de rochas intrusivas alcalinas e básicas no
Estado deMinas Gerais
A FIG. 5.3 apresenta o mapa de solos do Estado de Minas Gerais.
55
Fonte: Mapa de Solos do Estado de Minas Gerais (FEAM)
Figura 5.3 – Mapa de solos do Estado de Minas Gerais
56
5.2 Métodos de coleta e análise
5.2.1 Coleta
Para realização do trabalho de campo, diferentes regiões do Estado de Minas Gerais foram
percorridas aproveitando-se as principais rodovias, estradas e acessos. Os caminhamentos
pela área de estudo foram realizados e acompanhados com o auxílio do mapa de solos editado
em 2008 pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com a Fundação Centro
Tecnológico de Minas Gerais (CETEC). Campanhas para classificação e levantamento das
principais classes de solos foram realizadas pela equipe de levantamento da Universidade
Federal de Viçosa com o objetivo de auxiliar as coletas das amostras de solo em áreas onde as
informações contidas no mapa de solos estavam muito generalizadas.
As amostras foram coletadas aleatoriamente, dentro da unidade de mapeamento, observando-
se o predomínio de vegetação preservada ou minimamente impactada como, por exemplo,
pastagem nativa. Outros critérios também foram utilizados para confirmar a unidade de
mapeamento, tais como observação dos perfis de solos em cortes de estradas, erosões,
voçorocas, além de interpretação geomorfológica e vegetacional.
Uma vez definido o ponto de coleta, uma amostra simples foi coletada e as coordenadas
geográficas foram registradas utilizando um GPS Garmin GPSMAP® 76S. Posteriormente,
foram também coletadas amostras compostas em alguns pontos selecionados com a finalidade
de avaliar a representatividade e validar a amostragem simples.
As amostras de solo foram retiradas na profundidade de 0 a 20 cm, porção equivalente ao
horizonte A para maioria dos solos. O solo foi coletado com trado tipo caneco, de 16 cm de
altura, fabricado em aço inox, com capacidade de 0,750 dm3. A quantidade coletada
correspondeu a dois volumes de trado, totalizando 1,5 dm3 de solo. Depois de coletado, o solo
foi armazenado em saco plástico, etiquetado e transportado até o Departamento de Solos
(DPS) da Universidade Federal de Viçosa. Nas dependências do DPS, o solo foi retirado dos
sacos plásticos e seco à sombra. Cuidados foram tomados para se evitar possíveis
contaminações cruzadas, principalmente, com material particulado (por exemplo, poeira).
Depois de secas as amostras foram peneiradas em peneira de nylon de malha de 2,0 mm,
constituindo a terra fina seca ao ar. Esse tipo de peneira foi utilizado para se evitar possíveis
contaminações do solo por malhas de metal. Depois de peneiradas, as amostras foram
acondicionadas em recipiente plástico e armazenadas à sombra.
57
A FIG. 5.4 apresenta a distribuição dos pontos de coleta de amostras, as quais constituem o
Banco de Solos do Estado de Minas Gerais.
A partir da sobreposição das informações existentes das classes de solos e da geologia de cada
região e tentando-se obter uma maior abrangência e representatividade dentro das limitações
nalíticas, foram selecionadas 110 amostras das 500 constantes no Banco de Solos para análise
de U e Th, sendo que em 12 destas amostras selecionadas foram feitas análises em triplicata
de modo a avaliar a reprodutibilidade do método de preparo e análise de U e Th.
Para a realização desta etapa foram utilizadas técnicas de geoprocessamento, adotando o
aplicativo ArcGis 10.0 com recursos para viabilizar associação entre dados alfanuméricos
(tabulares) e vetoriais (desenho), permitindo a espacialização dos dados coletados e
possibilitando assim análises e produção de mapas temáticos.
Os pontos selecionados para análise de U e Th se apresentaram bem distribuídos
espacialmente por todo o Estado de Minas Gerais, conforme pode ser observado na FIG. 5.5.
No Anexo I são apresentadas as localizações georreferenciadas de cada ponto selecionado.
Uma vez selecionadas, as amostras de solos a serem analisadas para determinação das
concentrações de atividade de U e Th foram quarteadas e pulverizadas visando atender a
granulometria recomendada pelos métodos analíticos. Foram pesadas, acondicionadas e
identificadas.
A determinação das concentrações de atividade de U e Th foi realizada em parceria com o
Laboratório de Poços de Caldas (LAPOC/CNEN), conforme descrito a seguir.
58
Figura 5.4 - Distribuição dos pontos de coleta do “Banco de Solos” do Estado de Minas Gerais.
59
Figura 5.5 - Localização das amostras selecionadas do “Banco de Solos” do Estado de Minas Gerais para determinação dos valores de referência de qualidade de
solo para U e Th.
60
5.2.2 Espectrofotometria UV-Vis com Arsenazo III para a determinação de
U e Th
Para determinação da concentração de urânio e tório presente nas amostras de solo foi
utilizado o método de espectrometria de absorção molecular UV-VIS com o reagente
orgânico colorimétrico Arsenazo III (SAVVIN, 1961). A escolha desse método se deu em
decorrência de sua simplicidade, acessibilidade e baixo custo quando comparada com a de
outros métodos para determinação do urânio. Etapas de pré-concentração e extração foram
empregadas para aumentar o limite de detecção e a sensibilidade analítica.
Os experimentos de extração dos íons de urânio (UO22+) das amostras de solo foram realizados
por ensaios em batelada à temperatura ambiente de 25ºC. Para tanto, foram tomados 0,5 g de
solo com 20 mL de diferentes concentrações de soluções nítricas, os quais foram agitados
mecanicamente num agitador modelo AD8850, marca Donner, a 400 rpm, em intervalos de
tempo pré-determinados. A seguir, após a decantação dos sólidos, foram tomadas alíquotas de
5 mL do sobrenadante com auxílio de micropipetas automáticas para a determinação da
concentração de íons de urânio (VI) por espectrofotometria UV-VIS.
O urânio em solução foi separado das impurezas mediante extração com tri-n-butil-fosfato
(TBP) em meio a solução contendo o agente salino Al(NO3)3, sal dissódico do ácido etileno
diamino tetraacético (EDTA) e ácido tartárico. A reextração do urânio foi realizada com
solução de Arsenazo III (ácido 2,7-bis (2-arsenofenilazo)-1,8-diidroxinaftaleno-3,6-
dissulfônico) em tampão de pH 3, contendo fluoreto de sódio. Em seguida, foi formado um
complexo estável de cor vermelho-violeta, cuja absorção foi medida em 650 m. O
equipamento de espectrofotometria utilizado nas medidas é da marca GBC modelo 911 A.
O tório foi separado das impurezas por meio da extração com óxido de tri-octilfosfinóxido
(TOPO) e a reextração com solução de ácido oxálico. Tório na presença de Arsenazo III
também resulta em uma reação colorimétrica de cor vermelho-violeta sendo este reagente
adicionado após sua reextração e sua absorção medida em espectrofotômetro em 665 m.
61
Os resultados de urânio e tório obtidos em μg.g-1
foram reportados em atividade Bq Kg-1
, por
meio de cálculo a partir da atividade específica do Unat (U-238 + U-234) e Thnat. Os fatores
calculados para multiplicação foram 24,4 e 4,1, para urânio e tório, respectivamente.
A validação do método foi realizada por meio do material de referência IAEA-327
(Radionuclides in Soil). Para tanto, foi empregada uma digestão ácida utilizando
3,0105 g do material. Os resultados obtidos são apresentados na TAB. 5.1.
Tabela 5.1 - Resultados do material de referência IAEA-327
Radionuclídeo Valores certificados
(Bq.kg-1
)
Intervalo de Confiança
(Bq.kg-1
)
Valores Obtidos
(Bq.kg-1
)
U-234 31,9 30,4 – 33,4 35,3 ± 1,2
U-238 32,8 31,4 – 34,2 35,6 ± 3,7
Unat - - 56,0 ± 6,6
Thnat 38,7 37,2 – 40,2 36,2 ± 4,6
As curvas de calibração foram obtidas a partir de padrões primários de urânio e tório
provenientes da Accu Trace “Reference Standard – Uranium” e Accu Trace “Reference
Standard Thorium”, ambos com 1000 ppm, os quais foram diluídos para se obter uma
solução de 2,499 mg L-1
para o U e outra de 1,134 mg L-1
para o Th, a qual corresponde à
faixa esperada da concentração das amostras analisadas. Os fatores da curva de calibração
foram obtidos com alíquotas de 0; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 e 5,0 mL da solução dos padrões
supracitados.
O cálculo da concentração de Unat foi realizado segundo a equação:
⁄
Onde:
Sendo:
Aa, Ap = Absorbância da amostra e padrão, respectivamente;
62
v = Alíquota (mL) da solução da amostra;
d = Diluição intermediária.
O cálculo da concentração de Thnat foi realizado segundo a equação:
⁄
Onde:
Sendo:
Aa, Ap = Absorbância da amostra e padrão, respectivamente;
v = Alíquota (ml) da solução da amostra;
d = Diluição intermediária.
Para a determinação do Limite Mínimo de Detecção do Método, foram realizadas 10 leituras
de uma solução analisada conforme a amostra e isenta de urânio e tório. O valor estimado se
refere ao somatório da média com 10 desvios padrão. Os valores estão apresentados na
TAB. 5.2.
Tabela 5.2 - Limite Mínimo de Detecção do Método
Radionuclídeo LD
(mg/L) Unat O,021
Thnat 0,065
5.2.3 Tratamento Estatístico dos Dados
Para a determinação dos valores de referência de qualidade de solo para U e
Th foram utilizadas as seguintes ferramentas estatísticas de forma a atender objetivos
distintos.
63
Estatística descritiva
Em função dos avanços científicos que exigem que se atenda mais profundamente à
aquisição, qualidade e tratamento de dados, J. Tuckey e colaboradores em 1985 introduziram
um conjunto de técnicas estatísticas que denominaram “Data Analisys”. Entre essas técnicas
existem a estatística descritiva e a análise exploratória de dados que têm como objetivo isolar
as estruturas e padrões mais relevantes e estáveis patenteados pelo conjunto de dados objetos
do estudo.
O principal objetivo da estatística descritiva é a redução de dados, ou seja, visam exprimir a
informação relevante contida numa grande massa de dados por meio de um número muito
menor de valores ou medidas características.
Para ressaltar as tendências características observadas nos dados, isoladamente ou em
comparação com outras, é necessário expressar tais tendências através de números ou
estatísticas. Esses números ou estatísticas são divididos em duas categorias: medidas de
posição e medidas de dispersão. Entre outras medidas características são apresentados os
resultados da média e o desvio padrão.
Estudo da variabilidade
A determinação de valores individuais para um fundo geoquímico não é útil para a
caracterização geogênica nem para a determinação de contaminação antropogênica, uma vez
que os valores individuais não fornecem informações sobre o desvio natural. Entretanto, é
possível definir limites máximos para o fundo a partir de uma estatística de confiabilidade
definida.
Para a obtenção de uma melhor avaliação relativa à dispersão dos dados, foi utilizado o
gráfico Box Plot (ou desenho esquemático), o qual nada mais é que uma análise gráfica que
utiliza cinco medidas estatísticas: valor mínimo, valor máximo, mediana, primeiro e terceiro
quartil da variável quantitativa. Este conjunto de medidas oferece a ideia da posição,
dispersão, assimetria, caudas e dados discrepantes. A posição central é dada pela mediana e a
dispersão pelo desvio interquartílico dq= Q3 - Q2. As posições relativas de Primeiro Quartil -
Q1, Segundo Quartil - Q2 e Terceiro Quartil - Q3 dão uma noção da assimetria da distribuição.
As hastes inferiores e superiores se estendem, respectivamente, do quartil inferior até o menor
64
valor não inferior ao limite inferior e do quartil superior até o maior valor não superior ao
limite superior.
Para este caso, os pontos fora destes limites são considerados valores discrepantes (outliers) e
são denotados por asterisco (*). A FIG. 5.6 apresenta um exemplo do formato de um boxplot.
Figura 5.6 – Gráfico Box-Plot
O Box-plot pode ainda ser utilizado para uma comparação visual entre dois ou mais grupos.
Por exemplo, duas ou mais caixas são colocadas lado a lado e se compara a variabilidade
entre elas, a mediana e assim por diante. Outro ponto importante é a diferença entre os quartis
que é uma medida da variabilidade dos dados.
Segundo Triola (2004), um outlier ou ponto discrepante é um valor que se localiza distante de
quase todos os outros pontos da distribuição. A distância a partir da qual considera-se um
valor como discrepante é aquela que supera 1,5dq (desvio padrão). De maneira geral, são
considerados outliers todos os valores inferiores Li= Q1-1,5dq ou os superiores a
Ls=Q3+1,5dq.
Foram elaborados gráficos do tipo Box Plot levando-se em conta os resultados de
concentração de atividade de U e Th em cada ponto selecionado de forma a avaliar a simetria
dos dados, sua dispersão e a existência ou não de outliers.
Deve-se assinalar, no entanto, que os dados muitas vezes não cumprem com os requisitos
formais da estatística paramétrica, como a maioria dos dados das ciências da vida. Desta
forma, existe a necessidade de se utilizar métodos não-paramétricos. Este requisito parece
contrastar com o acima mencionado, já que é pressuposto que a distribuição dos elementos
65
naturais pode ser descrita por meio de uma distribuição normal ou log-normal (REIMANN;
FILZMOSER, 2000).
Uma aproximação é uma solução para este problema que pode ser vista na suposição de que
cada um dos processos envolvidos na geração dos dados por si só produzem um conjunto de
dados que mostra uma distribuição mais ou menos normal, e que se sobrepõem em grande
parte devido o número "n" dos processos.
Como definido acima, as anomalias positivas (outliers) terão de ser detectadas e eliminadas
para que o processo não sofra "perturbação" da distribuição normal dos dados. Estes desvios
podem ser interpretados como influências antropogênicas que se sobrepõem a distribuição
natural dos dados, principalmente, através de enriquecimentos distorcidos. A maioria dos
testes estatísticos é útil apenas para eliminar os chamados valores aberrantes e, portanto,
reduzir o conjunto de dados original para uma "limpeza" dos dados coletivos.
A partir deste conjunto de dados reduzido, o que vem sendo tratado como não perturbado
antropogenicamente, foi calculado o descritivo estatístico dos resultados de concentração
atividade de U e Th (média, desvio padrão e quartis).
Análise Multivariada
Além de contribuir para o estabelecimento dos valores de referência e qualidade de solo para
o U e Th em solos do Estado de Minas Gerais, os resultados encontrados, juntamente com as
características geológicas e litológicas, foram analisados de forma a identificar correlações
com os valores de elementos traço /metais já determinados no Projeto “Solos de Minas” (Al,
B, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Sr, Fe, Mn, Ni, Pb, V, Zn, Sb, As, Hg e Se), cujos resultados são
apresentados nas tabelas apresentadas no Anexo II – Características e Resultados das
Amostras Analisadas.
Para tanto, foram utilizadas ferramentas estatísticas que auxiliaram na compreensão e
avaliação da representatividade dos valores de referência estabelecidos, como por exemplo, a
análise estatística de dados geológicos multivariados, destacando-se a análise de
agrupamentos e a análise de componentes principais.
66
A denominação “Análise Multivariada” corresponde a um grande número de métodos e
técnicas que utilizam, simultaneamente, todas as variáveis na interpretação teórica do
conjunto de dados obtidos.
Os métodos multivariados são escolhidos de acordo com os objetivos da pesquisa, pois
sabe-se que a análise multivariada é uma análise exploratória de dados, prestando-se a gerar
hipóteses e não tecer confirmações a respeito dos mesmos, o que seria uma técnica
confirmatória, como nos testes de hipótese, nos quais se tem uma afirmação a respeito da
amostra em estudo (HAIR et al., 2005).
Análise de Agrupamento (AA)
A Análise de Agrupamento procura um esquema de classificação que agrupe os objetos em g
grupos, onde deve ser determinado, também, o número de variáveis desses grupos. Portanto, a
finalidade dessa técnica é reunir os objetos (indivíduos, elementos) verificados nos grupos em
que exista homogeneidade dentro do grupo e heterogeneidade entre os grupos, objetivando
propor classificações. Os objetos em um grupo são relativamente semelhantes, em termos
dessas variáveis, e diferentes de objetos de outros grupos. Quando utilizada dessa forma, a
AA é o inverso da análise de fatores, pelo fato de reduzir o número de objetos e não o número
de variáveis, concentrando-os em um número muito menor de grupos (VICINI, 2005).
A Análise de Agrupamentos é um método simples, calcada nos cálculos de distância. Para a
aplicação da AA são utilizados os dendogramas, também chamado de gráfico em árvore
(VICINI, 2005). Esse, por sua vez, representa uma síntese gráfica do trabalho desenvolvido,
sintetizando a informação, ocasionando uma pequena perda da mesma, pelo fato de ser uma
síntese. Embora aconteça essa perda de informação, esse gráfico é de grande utilidade para a
classificação, comparação e discussão de agrupamentos.
No dendograma, como apresentado na FIG.5.7, as linhas verticais ou o eixo y representam os
grupos unidos por ordem decrescente de semelhança, e a posição da reta, na escala ou o eixo
x, indica as distâncias entre os grupos que foram formados.
67
Figura 5.7 – Exemplo de um dendograma vertical.
Análise de Componentes Principais (ACP)
A análise de componentes principais tem por objetivo descrever os dados contidos num
quadro de indivíduos-variáveis numéricas: p variáveis serão mediadas com n indivíduos. Essa
análise é considerada um método fatorial, pois a redução do número de variáveis não se faz
por uma simples seleção de algumas variáveis, mas pela construção de novas variáveis
sintéticas, obtidas pela combinação linear das variáveis inicias, por meio dos fatores
(BOUROCHE; SAPORTA, 1982).
A ACP é uma técnica matemática da análise multivariada, que possibilita investigações com
um grande número de dados disponíveis. Possibilita, também, a identificação das medidas
responsáveis pelas maiores variações entre os resultados, sem perdas significativas de
informações. Além disso, transforma um conjunto original de variáveis em outro conjunto: os
componentes principais (CP) de dimensões equivalentes. Essa transformação, em outro
conjunto de variáveis, ocorre com a menor perda de informação possível, sendo que esta
também busca eliminar algumas variáveis originais que possua pouca informação. Essa
68
redução de variáveis só será possível se as p variáveis iniciais não forem independentes e
possuírem coeficientes de correlação não-nulos (VICINI, 2005).
O objetivo da análise de componentes principais é abordar aspectos como a geração, a seleção
e a interpretação das componentes investigadas. Desta forma, foram determinadas as variáveis
de maior influência na formação de cada componente, que serão utilizadas para os estudos de
análise e avaliação dos resultados de concentração de atividade de U e Th obtidos.
Vale ressaltar que para todos os testes estatísticos utilizados no tratamento dos dados foram
utilizados os intervalos de confiança no nível de 95%.
69
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1 Resultados das concentrações de atividade de U e Th nas amostras de solo
No Anexo II são apresentadas todas as características granulométricas do solo (Silte, Argila,
Areia Fina e Ateia Grossa), bem como suas características pedogênicas. Além disso, são
apresentados no mesmo anexo todos os valores de elementos traço /metais já determinados no
Projeto “Solos de Minas” (Al, B, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Sr, Fe, Mn, Ni, Pb, V, Zn, Sb, As, Hg e
Se).
A seguir, na TAB. 6.1, estão os resultados das análises das concentrações de atividade de
U e Th das amostras de solo selecionadas do Projeto Solos de Minas.
70
Tabela 7 – Resultados de U e Th presente nas amostras de solo.
Identificação da
Amostra
U
(Bq.kg-1
)
Th
(Bq.kg-1
)
SM 01 36 ± 7 75 ± 10
SM 02 77 ± 15 70 ± 13
SM 03 60 ± 12 40 ± 7
SM 04 23 ± 5 < 20
SM 05 33 ± 7 44 ± 6
SM 06 76 ± 9 77 ± 13
SM 07 82 ± 10 73 ± 11
SM 08 66 ± 8 137 ± 18
SM 09 23 ± 5 100 ± 14
SM 10 < 48 130 ± 18
SM 11 37 ± 7 78 ± 11
SM 12 33 ± 7 59 ± 9
SM 13 216 ± 25 19 ± 4
SM 14 97 ± 12 68 ± 9
SM 15 114 ± 13 47 ± 6
SM 16 55 ± 8 68 ± 9
SM 18 99 ± 13 42 ± 6
(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para
análise química.
71
Tabela 6.1. Resultados de U e Th presente nas amostras de solo.
Identificação da
Amostra
U
(Bq.kg-1
)
Th
(Bq.kg-1
)
SM 19 29 ± 6 24 ± 5
SM 20 (*) (*)
SM 21 (*) (*)
SM 22 101 ± 13 50 ± 10
SM 23 95 ± 13 48 ± 8
SM 24 8 ± 2 12 ± 3
SM 25 81 ± 12 34 ± 5
SM 26 54 ± 8 29 ± 5
SM 27 22 ± 4 8 ± 2
SM 28 88 ± 12 57 ± 12
SM 29 119 ± 15 124 ± 22
SM 30 138 ± 17 86 ± 12
SM 31 29 ± 6 34 ± 7
SM 32 81 ± 11 65 ± 10
SM 33 52 ± 10 47 ± 7
SM 34 75 ± 11 47 ± 7
SM 36 191 ± 22 116 ± 15
SM 37 121 ± 15 60 ± 8
SM 38 73 ± 11 59 ± 8
SM 39 71 ± 11 41 ± 6
SM 40 79 ± 11 54 ± 7
SM 41 75 ± 9 91 ± 13
(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para
análise química.
72
Tabela 6.1. Resultados de U e Th presente nas amostras de solo.
Identificação da
Amostra
U
(Bq.kg-1
)
Th
(Bq.kg-1
)
SM 42 29 ± 6 25 ± 4
SM 43 223 ± 25 108 ± 14
SM 44 311 ± 35 184 ± 24
SM 45 41 ± 6 58 ± 8
SM 46 169 ± 20 58 ± 8
SM 47 60 ± 8 59 ± 9
SM 48 85 ± 10 89 ± 13
SM 49 129 ± 16 133 ± 18
SM 50 97 ± 13 61 ± 9
SM 51 52 ± 7 56 ± 10
SM 52 76 ± 9 88 ± 13
SM 53 140 ± 17 81 ± 11
SM 54 102 ± 13 49 ± 7
SM 55 77 ± 11 128 ± 19
SM 56 187 ± 22 143 ± 19
SM 57 92 ± 11 36 ± 8
SM 58 68 ± 9 42 ± 8
SM 59 76 ± 9 31 ± 7
SM 60 90 ± 12 38 ± 8
SM 61 22 ± 4 17 ± 3
SM 62 24 ± 5 10 ± 3
(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para
análise química.
73
Tabela 6.1- Resultados para U e Th obtidos nas amostras de solo.
Identificação da
Amostra
U
(Bq.kg-1
)
Th
(Bq.kg-1
)
SM 64 48 ± 7 44 ± 6
SM 65 87 ± 12 127 ± 18
SM 66 67 ± 13 56 ± 8
SM 67 44 ± 6 76 ± 10
SM 68 136 ± 17 64 ± 10
SM 69 44 ± 6 80 ± 11
SM 70 73 ± 10 45 ± 8
SM 71 20 ± 5 18 ± 3
SM 72 18 ± 5 24 ± 4
SM 73 15 ± 4 13 ± 2
SM 76 71 ± 10 25 ± 6
SM 77 142 ± 17 28 ± 6
SM 78 183 ± 21 50 ± 8
SM 79 49 ± 6 43 ± 8
SM 80 44 ± 11 47 ± 8
SM 81 91 ± 12 47 ± 9
SM 82 70 ± 18 27 ± 5
SM 83 59 ± 15 10 ± 3
SM 84 49 ± 12 11 ± 3
SM 85 15 ± 4 8 ± 2
SM 86 19 ± 5 7 ± 3
SM 87 18 ± 5 11 ± 5
(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para
análise química.
74
Tabela 6.1- Resultados para U e Th obtidos nas amostras de solo.
Identificação da
Amostra
U
(Bq.kg-1
)
Th
(Bq.kg-1
)
SM 88 15 ± 4 9 ± 4
SM 89 35 ± 5 22 ± 4
SM 90 62 ± 8 23 ± 4
SM 91 37 ± 9 26 ± 5
SM 92 39 ± 6 19 ± 3
SM 93 33 ± 5 21 ± 4
SM 94 51 ± 13 22 ± 4
SM 95 39 ± 6 14 ± 3
SM 96 46 ± 12 15 ± 4
SM 97 22 ± 6 15 ± 3
SM 98 19 ± 5 46 ± 7
SM 99 19 ± 5 14 ± 3
SM 100 21 ± 5 12 ± 3
SM 101 15 ± 4 <20,0
SM 102 22 ± 6 <20,0
SM 103 11 ± 4 <20,0
SM 104 177 ± 20 150 ± 20
SM 105 175 ± 19 142 ± 19
SM 106 181 ± 20 133 ± 18
SM 107 71 ± 9 51 ± 7
SM 108 48 ± 6 59 ± 8
SM 109 49 ± 7 47 ± 7
(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para
análise química.
75
Tabela 6.1- Resultados para U e Th obtidos nas amostras de solo.
Identificação da
Amostra
U
(Bq.kg-1
)
Th
(Bq.kg-1
)
SM 110 23 ± 6 39 ± 6
SM 111 27 ± 7 31 ± 5
SM 112 62 ± 8 35 ± 5
SM 113 30 ± 8 10 ± 4
SM 114 74 ± 9 42 ± 6
SM 116 67 ± 8 40 ± 6
SM 117 24 ± 8 12 ± 3
SM 118 90 ± 11 65 ± 9
SM 119 81 ± 9 41 ± 6
SM 120 149 ± 16 102 ± 13
SM 121 63 ± 8 74 ± 10
SM 122 127 ± 16 160 ± 21
SM 123 105 ± 12 28 ± 4
SM 124 927 ± 101 139 ± 18
SM 125 200 ± 22 53 ± 8
SM 126 334 ± 36 98 ± 13
SM 127 39 ± 6 38 ± 6
SM 128 113 ± 13 73 ± 10
SM 129 42 ± 6 20 ± 4
SM 130 40 ± 6 28 ± 5
(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para
análise química.
76
Tabela 6.1- Resultados para U e Th obtidos nas amostras de solo.
Identificação da
Amostra
U
(Bq.kg-1
)
Th
(Bq.kg-1
)
SM 131 266 ± 29 20 ± 4
SM 132 63 ± 8 20 ± 4
SM 133 42 ± 6 16 ± 5
SM 134 66 ± 8 13 ± 7
SM 135 151 ± 17 70 ± 5
SM 136 161 ± 18 46 ± 4
SM 137 64 ± 8 30 ± 5
SM 138 104 ± 12 105 ± 14
SM 139 39 ± 6 38 ± 6
SM 140 68 ± 8 39 ± 6
SM 141 41 ± 6 103 ± 7
SM 142 51 ± 7 50 ± 7
SM 143 96 ± 11 129 ± 9
(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para
análise química.
Visando o controle de qualidade dos procedimentos de preparo e análise do conjunto de
amostras estudadas, foram preparadas 12 amostras em triplicatas desse conjunto. Foi possível
determinar, dessa forma, o coeficiente de variação dos resultados de concentrações de
atividade encontrados para U e Th de uma mesma amostra nos três diferentes analitos. Os
resultados encontrados, com o valor calculado para a média, desvio padrão e coeficiente de
variação estão na TAB. 6.2.
77
Tabela 6.2 – Resultados nas análises em triplicata da concentração para U e Th nas amostras de solo.
Identificação
da Amostra
U
(Bq.kg-1
)
Th
(Bq.kg-1
)
U Th
Média Desvio Coeficiente
de Variação Média Desvio
Coeficiente
de Variação
80 46,52 44,20
81 47,00 91,12
82 26,84 70,00 40 12 0,29 68 24 0,34
83 10,25 59,30
84 10,81 48,80
85 7,67 14,73 10 2 0,17 41 23 0,57
86 6,76 18,55
87 11,32 18,05
88 9,10 15,13 9 2 0,25 17 2 0,11
89 21,76 35,12
90 22,66 61,74
91 25,94 37,30 23 2 0,09 45 15 0,33
92 18,93 38,80
93 20,65 33,11
94 22,20 51,48 21 2 0,08 41 9 0,23
95 14,31 39,00
96 15,40 45,90
97 14,97 21,72 15 1 0,04 36 12 0,35
98 45,86 18,55
99 14,00 18,58
100 12,26 21,23 24 19 0,79 19 2 0,08
101 20,00 14,65
102 20,00 21,96
103 20,00 11,00 20 0 0 16 6 0,35
104 149,70 177,45
105 142,40 175,20
106 135,45 180,53 143 7,13 0,05 178 3 0,02
107 51,38 71,42
108 59,01 47,76
109 46,97 49,31 52 6,09 0,12 56 13 0,24
110 39,15 22,70
111 30,93 26,84
112 35,40 62,02 35 4,12 0,12 37 22 0,58
113 10,25 30,26
114 42,34 74,42
116 40,11 67,43 31 17,92 0,58 57 24 0,41
Os coeficientes de variação (CV) encontrados apresentaram valores entre 4 e 79% para as
concentrações de U e entre 2 e 57% para as concentrações de Th. Conforme pode ser
78
verificado, os valores de CV não apresentaram comportamento similar para as concentrações
de U e Th de uma mesma amostra indicando, portanto, que a variação obtida é inerente ao
método de análise adotado. Esse mesmo comportamento também pode indicar uma boa
reprodutibilidade entre as amostras triplicatas referente ao manuseio, preparo e quarteamento.
Na FIG. 6.1 e 6.2 são apresentados respectivamente os resultados da concentração de U e Th,
distribuídos por classes de teores no mapa pedológico.
Para o agrupamento dos dados numéricos em classes de teores de concentração de U e Th foi
utilizado o método “Natural Breaks” (JENKS, 1967), o qual identifica os limites de cada uma
dessas classes. O método “Natural-Breaks” é um método de classificação de dados para
determinar o melhor arranjo de valores em classes diferentes e procura reduzir a variância
dentro das classes e maximizar a variância entre as classes.
A variação nos níveis de concentração obtidos pode ser visualizada a partir de sua distribuição
espacial em cada mapa.
79
Figura 6.1 – Concentração de U distribuídos por classes de teores de concentração de U (Bq.kg-1
).
80
Figura 6.2 – Concentração de Th distribuídos por classes de teores de concentração de Th (Bq.kg-1
).
81
Como pode ser observado nas FIG 6.1 e 6.2, há uma grande variação nas concentrações
encontradas de U e Th e, a princípio, em uma observação espacial, não existe uma correlação
clara entre as classes de teores de concentração encontradas para os dois elementos.
Os valores elevados de concentração tanto para o U quanto para o
Th, foram obtidos nas regiões onde são observadas grandes ocorrências desses elementos,
como por exemplo: as províncias pegmatíticas no nordeste do Estado, as províncias
magmáticas alcalinas de Poços de Caldas e intrusivas alcalinas e básicas de Tapira, Araxá e
Salitre e a faixa de migmatitos das regiões de São João Del Rei e Itabirito, bem como as áreas
com acumulação de areias detríticas no rio das Mortes em São João Del Rei (vide FIG. 5.1 e
5.2 do Capítulo 5 – Metodologia).
A correlação parcial observada entre os locais de ocorrências de urânio e tório nas unidades
geológicas do Estado de Minas Gerais e os resultados obtidos de concentração de U e
Th nas amostras analisadas é decorrente das propriedades de formação do solo, as quais são
resultantes dos seguintes fatores: material de origem, clima, organismos, topografia e
intervalo de tempo de formação (MUGGLER et al., 2005). Dessa forma, podem ser
explicadas as variações de teores entre os dois radionuclídeos, a partir do comportamento
geoquímico específico de cada um deles, tais como mobilidade, lixiviação e migração.
A seguir nas FIG. 6.3 e 6.4 são apresentados, respectivamente, os resultados da análise
descritiva do conjunto de dados correspondentes às concentrações de U e Th. Essa análise foi
realizada com o objetivo de isolar as estruturas e padrões mais relevantes e estáveis
patenteados pelo conjunto de dados objetos do estudo.
82
10008006004002000-200
99,9
99
95
90
80
7060504030
20
10
5
1
0,1
U
Pe
rce
nt
Mean 92,41
StDev 99,44
N 111
AD 10,453
P-Value <0,005
Probability Plot of UNormal
9007506004503001500
Median
Mean
11010090807060
1st Q uartile 44,350
Median 73,050
3rd Q uartile 102,120
Maximum 927,000
73,700 111,111
63,988 80,523
87,859 114,571
A -Squared 10,45
P-V alue < 0,005
Mean 92,406
StDev 99,442
V ariance 9888,770
Skewness 5,7708
Kurtosis 45,3551
N 111
Minimum 7,800
A nderson-Darling Normality Test
95% C onfidence Interv al for Mean
95% C onfidence Interv al for Median
95% C onfidence Interv al for StDev
95% Confidence Intervals
Summary for U
Figura 6.3 – Análise Descritiva dos resultados obtidos para U.
83
200150100500-50
99,9
99
95
90
80
7060504030
20
10
5
1
0,1
Th
Pe
rce
nt
Mean 58,11
StDev 38,25
N 111
AD 2,870
P-Value <0,005
Probability Plot of ThNormal
180150120906030
Median
Mean
656055504540
1st Q uartile 28,300
Median 48,950
3rd Q uartile 75,700
Maximum 184,000
50,919 65,308
42,322 57,664
33,791 44,065
A -Squared 2,87
P-V alue < 0,005
Mean 58,114
StDev 38,246
V ariance 1462,773
Skewness 1,03007
Kurtosis 0,57288
N 111
Minimum 8,110
A nderson-Darling Normality Test
95% C onfidence Interv al for Mean
95% C onfidence Interv al for Median
95% C onfidence Interv al for StDev
95% Confidence Intervals
Summary for Th
Figura 6.4 – Análise descritiva dos resultados obtidos para Th.
84
Como pode ser observado nas FIG. 6.3 e 6.4, o valor médio da concentração de U é de 92,41
Bq.kg-1
e de Th é 58,11 Bq.kg-1
. O desvio padrão, no entanto, apresentou-se muito mais
elevado para o U (99,44) do que para o Th (38,25), o que sugere a presença de outliers nos
resultados obtidos de U.
Nas FIG 6.5 e 6.6 são apresentados, respectivamente, os gráficos Box Plot para o conjunto de
resultados obtidos para as concentrações de atividade de U e Th. Esses gráficos representam o
estudo da variabilidade com o objetivo de avaliar a simetria dos dados, sua dispersão e a
existência ou não de outliers.
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
U-2
38
(B
q/
Kg
)
Boxplot of U
Figura 6.5 - Gráfico Box Plot dos resultados obtidos para U.
85
200
150
100
50
0
Th
-23
2 (
Bq
/K
g)
Boxplot of Th
Figura 6.6 - Gráfico Box Plot dos resultados obtidos para Th.
Como pode ser observado, no conjunto de resultados obtidos para ocorreu um valor elevado
(927,20 Bq.kg-1
), que deve ser considerado como um outlier. Esse valor não representa de
forma real o valor de background, ou seja, o valor de ocorrência natural de concentração de
atividade para o U no meio ambiente, podendo dessa forma ser classificado como irregular e
perturbador.
Na FIG. 6.7 é apresentado o gráfico Box Plot do novo conjunto de resultados para a
concentração de U (excluído o ponto 124, cujo valor de concentração de atividade foi igual a
927,20 Bq.kg-1
).
86
350
300
250
200
150
100
50
0
U
Boxplot of U
Figura 6.7 - Gráfico Box Plot dos resultados de concentração de U (excluído um ponto de outlier).
Conforme pode ser verificado na FIG 6.7, o novo conjunto de resultados de concentração de
U, excluído o ponto considerado como um outlier, se mostrou mais consistente. A existência
de anomalias referentes aos teores de elementos químicos encontrados nos solos de diferentes
locais justifica a não exclusão deste ponto.
Na FIG. 6.8 é apresentada a análise descritiva do novo conjunto de resultados de concentração
de atividade de U, após a retirada do ponto considerado como outlier.
87
300240180120600
Median
Mean
10090807060
1st Q uartile 43,813
Median 72,975
3rd Q uartile 101,603
Maximum 334,300
73,589 96,048
63,641 80,373
52,473 68,511
A -Squared 4,48
P-V alue < 0,005
Mean 84,818
StDev 59,423
V ariance 3531,051
Skewness 1,80146
Kurtosis 4,13990
N 110
Minimum 7,800
A nderson-Darling Normality Test
95% C onfidence Interv al for Mean
95% C onfidence Interv al for Median
95% C onfidence Interv al for StDev
95% Confidence Intervals
Summary for U
Figura 6.8 – Análise Descritiva dos resultados obtidos para U.
Como pode ser verificado, os valores encontrados para o terceiro quartil não apresentaram
variação significativa entre o conjunto de dados anterior e o atual. Isso demonstra a não
representatividade do considerado no conjunto geral.
Na FIG. 6.9 são apresentados os resultados da faixa de amplitude dos valores de concentração
de U e Th em todos os pontos selecionados, já retirado o valor outlier apresentado para o
conjunto de dados referente à concentração de atividade de U.
88
1109988776655443322111
350
300
250
200
150
100
50
0
Index
Da
taTh
U
Variable
Time Series Plot of Th; U
Figura 6.9 – Resultados de Unat e Thnat para todos os pontos selecionados.
Os dados da FIG. 6.9 indicam a evidência da não correlação entre as classes de teores de
concentração de atividade encontradas de U e Th para um mesmo ponto de amostragem.
Porém, o intervalo de variação global encontrado para as concentrações de atividade de U e
Th se mostrou semelhante, o que pode ser confirmado pelos valores dos desvios padrões: U
(59,42) e Th (38,25).
Na FIG. 6.10 é apresentado um histograma com a frequência de ocorrência dos valores de
concentração de atividade para U e Th. Pode-se notar um bom agrupamento dos resultados e
que os valores determinados para o terceiro quartil são significativamente representativos nos
conjuntos de dados considerados.
89
300240180120600
40
30
20
10
0
Data
Fre
qu
en
cy
Th
U
Variable
Histogram of Th; U
Figura 6.10 - Histograma dos resultados de concentração de U e Th.
6.2 Valores de referência de qualidade de solo
Com base no tratamento estatístico dos dados aplicados nos dois conjuntos de resultados de
concentração foram determinados os valores de referência de qualidade de solo (VRQ) para U
e Th em solos no Estado de Minas Gerais (TAB. 6.3). Para tanto, foi utilizado o terceiro
quartil por representar 75% dos valores obtidos (CETESB, 2001).
Tabela 8 - Valores de Referência de Qualidade (VRQ) para U e Th em solos no Estado de Minas Gerais
Radionuclídeo Valor de Referência de Qualidade (Bq.kg-1
)
U-238 101,6
Th-232 75,7
Os resultados obtidos no presente estudo são superiores aos valores de referência de qualidade
de solo para o Estado de São Paulo (PERES, 2007), que são de 83 Bq.kg-1
para o U-238 e de
30 Bq.kg-1
para o Th-232. São também superiores aos encontrados por Fausto et al., (1995),
que mediram a concentração de atividade de radionuclídeos em solos não adubados da região
de Itu, SP e encontraram valores médios da ordem de 20 Bq.kg-1
para o U-238 e de 52 Bq.kg-1
para o Th-232.
90
6.3 Análise da correlação entre as concentrações de U e Th com os elementos traços,
pedologia e geologia
Além de estabelecer os valores de referência de qualidade para U e Th em solos do Estado de
Minas Gerais, os resultados encontrados no presente estudo foram analisados visando-se
identificar possíveis correlações com as características granulométricas do solo (teores de
silte, argila, areia fina e areia grossa), com o conteúdo de matéria orgânica, com as classes de
solos, com os valores de concentração dos elementos traço /metais já determinados no Projeto
“Solos de Minas” (Al, B, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Sr, Fe, Mn, Ni, Pb, V, Zn, Sb, As, Hg e Se).
Para tanto, foram utilizadas ferramentas estatísticas que auxiliam na compreensão e avaliação
da representatividade dos valores obtidos para as concentrações de U e Th como, por
exemplo, a análise estatística de dados geológicos multivariados, destacando-se a análise de
agrupamento e a análise de componentes principais.
Na FIG. 6.11 e 6.12 são apresentados, respectivamente, o Dendrograma e o LoadingPlot e na
TAB. 6.4 os resultados da Análise de Componentes Principais, que representam a síntese das
correlações entre as concentrações de U, Th, composição granulométrica (teores de silte,
argila, areia fina e areia grossa) e conteúdo de matéria orgânica associada a cada amostra de
solo analisada.
91
MOUThARGSILTEAFAG
52,50
68,33
84,17
100,00
Variables
Sim
ilari
ty
DendrogramSingle Linkage; Correlation Coefficient Distance
Figura 6.11 – Dendrograma dos resultados de U, Th, areia fina, areia grossa, argila, silte e matéria
orgânica.
0,500,250,00-0,25-0,50
0,75
0,50
0,25
0,00
-0,25
-0,50
First Component
Se
co
nd
Co
mp
on
en
t
MO
U
Th
ARG
SILTE
AF
AG
Loading Plot of AG; ...; MO
Figura 6.12 – LoadingPlot da Análise Multivariada para os valores de concentração de U, Th e a
composição granulométrica de cada amostra.
92
O Dendograma da FIG 6.11 representa uma síntese gráfica do agrupamento de semelhança
entre os parâmetros analisados. Por se tratar de uma síntese, o dendograma ocasiona uma
pequena perda de informação, embora seja de grande utilidade para a classificação,
comparação e discussão de agrupamentos. Pode-se notar que o U e o Th se apresentam com a
menor distância euclidiana sendo esses, portanto, responsáveis pelo primeiro grupo. Logo, em
seguida, vêm os parâmetros argila, silte e matéria orgânica por ordem decrescente de
semelhança formando o último grupo do dendograma, o qual se manteve distinto do grupo
formado pelos parâmetros areia fina e areia grossa.
Na FIG 6.12 pode ser observado no Loading Plot, o qual apresenta de maneira gráfica a
Análise de Componentes Principais, que o U e o Th aparecem do lado positivo da primeira
componente principal junto com argila, silte e matéria orgânica.
93
Tabela 6.4 – Análise de Componente Principal – U, Th, conteúdo de argila, silte, areia fina, areia grossa e
matéria orgânica nas amostras de solo.
Análise de Componentes Principais
Eigenvalue 2,3828 1,4179 1,2569 0,9518 0,5985
Proporção 0,340 0,203 0,180 0,136 0,085
Acumulado 0,340 0,543 0,723 0,858 0,944
Variável PC1 PC2 PC3 PC4
Areia grossa (AG) -0,318 0,506 -0,215 -0,475
Areia fina (AF) -0,553 -0,043 0,180 0,151
silte 0,327 -0,373 0,568 -0,269
argila (ARG) 0,487 -0,027 -0,456 0,397
Th 0,316 0,610 0,038 0,118
U 0,275 0,451 0,529 -0,066
matéria orgânica (MO) 0,271 -0,162 -0,332 -0,709
Os Autovalores (Eigenvalue) representam o comprimento dos autovetores, correspondendo a
sua importância para a explicação da variância total dos dados. Como pode ser verificado na
TAB.6.4, no resultado da Análise de Componentes Principais, a primeira componente
principal sugere uma maior correlação entre as concentrações de U-238 e Th-232 com os
solos que apresentam maior proporção de argila, silte e matéria orgânica. Porém, a primeira
componente só explica 34% da variância total dos parâmetros analisados. A segunda
componente explica 20,3%, correlacionando as concentrações de U e Th com a areia grossa.
De acordo com dados da literatura, o urânio tende a formar fortes associações com matéria
orgânica, formando complexos fortes com fosfatos dissolvidos (BRITISH GEOLOGICAL
SURVEY - BGS,1991), o que corrobora com os resultados obtidos.
Além disso, Jacomino et al. (2010), mediram a concentração de atividade de amostras de solo
provenientes de duas regiões do estado de Minas Gerais, uma no município de Sete Lagoas
(solo arenoso) e outra no município de Três Marias (solo argiloso) e obtiveram os seguintes
resultados: 1) solo arenoso: < 50 Bq kg-1
de U-238; 36 Bq kg-1
para o Th-232.2) solo argiloso:
150 Bq kg-1
de U-238; 117 Bq kg-1
para o Th-232. As concentrações de atividade dos
radionuclídeos presentes no solo argiloso foram bem superiores às obtidas para o solo
94
arenoso. Além disso, o urânio tende a formar fortes associações com matéria orgânica,
formando complexos fortes com fosfatos dissolvidos (BRITISH GEOLOGICAL SURVEY -
BGS,1991).
Outro aspecto analisado foi a variação dos níveis de concentração de U e Th encontrados com
as classes de solo.
A pedogênese, processo no qual determinado solo é formado, dos locais amostrados é
apresentada no Anexo II – Características e Resultados das Amostras Analisadas.
Na FIG 6.13 é apresentado o LoadingPlot, o qual representa a síntese das correlações entre as
concentrações de U e a pedogênese associada a cada amostra de solo analisada. Na
TAB 6.5 são apresentados os resultados da Análise de Componentes Principais.
As classes de solo seguem a seguinte codificação:
1. Classe A – Afloramentos Rochosos
2. Classe C – Cambissolos
3. Classe L – Latossolo
4. Classe P – Argissolo
5. Classe R – Neossolo
6. Classe T - Luvissolo
0,500,250,00-0,25-0,50-0,75
0,50
0,25
0,00
-0,25
-0,50
-0,75
First Component
Se
co
nd
Co
mp
on
en
t
ClasseA
ClasseT
ClasseR
ClasseL
ClasseC
ClasseP
U
Loading Plot of U; ...; ClasseA
(Classe A – Afloramentos Rochosos; Classe C – Cambissolos; Classe L – Latossolo; Classe P – Argissolo;
Classe R – Neossolo; Classe T – Luvissolo)
Figura 6.13 – Loading Plot da Análise Multivariada para os valores de concentração de U e a pedogênese
de cada amostra.
95
Tabela 6.5 – Análise de Componente Principal – U e a pedogênese de cada amostra
Análise de Componentes Principais
Eigenvalue 1,6444 1,3617 1,1259 1,0922 1,0467
Proporção 0,235 0,195 0,161 0,156 0,150
Acumulado 0,235 0,429 0,590 0,746 0,896
Variável PC1 PC2 PC3 PC4
U -0,029 -0,651 -0,028 0,056
Classe P 0,332 0,018 0,744 0,406
Classe C 0,274 -0,586 -0,170 -0,305
Classe L -0,779 0,030 -0,005 0,029
Classe R 0,360 0,272 -0,636 0,425
Classe T 0,155 -0,154 -0,009 -0,043
Classe A 0,232 0,366 0,110 -0,746
Como pode ser verificado na Análise de Componentes Principais e no Loading Plot a
primeira componente sugere uma maior relação entre as concentrações de U com os
Latossolos. Porém, a primeira componente só explica 23,5% da variância total dos parâmetros
analisados. Dessa forma, a princípio, os dados aqui avaliados não afirmam uma correlação
significativa entre as concentrações de U e as classes de solo.
Na FIG. 6.14 é apresentado o LoadingPlot, o qual representa a síntese das correlações
existentes na primeira componente e na segunda componente, entre as concentrações de
Th e a pedogênese associada a cada amostra de solo analisada. Na TAB 6.6 são apresentados
os resultados da Análise de Componentes Principais.
96
0,500,250,00-0,25-0,50-0,75
0,50
0,25
0,00
-0,25
-0,50
-0,75
First Component
Se
co
nd
Co
mp
on
en
tClasseA
ClasseT
ClasseR
ClasseL
ClasseC
ClasseP
Th
Loading Plot of Th; ...; ClasseA
(Classe A – Afloramentos Rochosos; Classe C – Cambissolos; Classe L – Latossolo;
Classe P – Argissolo; Classe R – Neossolo; Classe T – Luvissolo)
Figura 6.14 – Loading Plot da Análise Multivariada para os valores de concentração de Th e a
pedogênese de cada amostra
Tabela 9 – Análise de Componente Principal – Th e a pedogênese de cada amostra.
Análise de ComponentesPrincipais
Eigenvalue 1,6942 1,1909 1,1247 1,0883 1,0582
Proporção 0,242 0,170 0,161 0,155 0,151
Acumulado 0,242 0,412 0,573 0,728 0,879
Variável PC1 PC2 PC3 PC4
Th -0,267 -0,501 -0,071 0,122
Classe P 0,324 -0,042 0,767 0,351
Classe C 0,232 -0,637 -0,255 -0,225
Classe L -0,748 0,170 0,017 -0,005
Classe R 0,370 0,377 -0,572 0,405
Classe T 0,115 -0,346 -0,073 0,116
Classe A 0,246 0,225 0,098 -0,796
97
A partir da Análise de Componentes Principais e do Loading Plot apresentado na Figura 6.14
pode ser verificado que a primeira componente principal sugere uma maior relação entre as
concentrações de Th com os Latossolos, apresentando 24,2% da variância total dos
parâmetros analisados. A segunda componente principal, que explica por 19,5% apresenta
uma maior relação entre as concentrações de U com os Argissolos, Cambissolos e Luvissolo.
Os resultados encontrados na Análise de Componentes Principais podem ser explicados pelo
fato de que o processo de formação do solo não é resultado apenas de um manto de
fragmentos de rocha e produtos de alteração, que reflete unicamente a composição da rocha
que lhe deu origem, mas também a concepção de que o solo é identificado como um material
que evolui no tempo, sob a ação dos fatores naturais ativos na superfície terrestre
(MUGGLER et al., 2005). Dessa forma, os processos gerais de formação do solo, que são
aqueles que produzem as modificações que ocorrem no solo devido à atuação dos fatores de
adição, remoção ou perda, transformação e translocação de seus componentes, interferem nas
concentrações dos elementos traço.
Cerca de 70% dos solos do Estado de Minas Gerais são muito intemperizados, como os
Latossolos, os Argissolos e os Nitossolos. Aproximadamente 17% dos solos restantes
pertencem à classe dos Cambissolos, que muitas das vezes apresentam mineralogia
Latossólica. Predominam nesses solos argilas de baixa reatividade, como por exemplo, a
caulinita associada com óxidos e hidróxidos de ferro e de alumínio (FONTES, 1988;
FONTES; WEED, 1991).
Vale a pena ressaltar que tanto para o U quanto para o Th, as Análises de Componentes
Principais sugerem uma maior correlação com o Latossolo. Isso pode estar associado ao fato
de que é na classe dos Latossolos que estão o maior número de amostras, conforme
mencionado acima. Esse comportamento pode ser verificado nas FIG. 6.15 e 6.16, onde são
apresentados respectivamente os Dotplot para U e Th, os quais apresentam a estratificação
que agrupa os resultados das concentrações de U e Th em subgrupos referentes às classes de
solo.
98
300250200150100500
A
C
L
P
R
T
U
UM
_sim
ple
s
Dotplot of U
(Classe A – Afloramentos Rochosos; Classe C – Cambissolos; Classe L – Latossolo;
Classe P – Argissolo;Classe R – Neossolo; Classe T – Luvissolo)
Figura 6.15 – Dotplot dos valores de concentração de U (Bq.kg-1
)
175150125100755025
A
C
L
P
R
T
Th
UM
_sim
ple
s
Dotplot of Th
(Classe A – Afloramentos Rochosos; Classe C – Cambissolos; Classe L – Latossolo;
Classe P – Argissolo;Classe R – Neossolo; Classe T – Luvissolo)
Figura 6.16 – Dotplot dos valores de concentração de Th (Bq.kg-1
)
Como pode ser observada nas FIG 6.15 e 6.16, a maioria das amostras são provenientes de
Latossolos. Dessa forma, como aproximadamente 50% dos solos do Estado de Minas Gerais
99
são formados por Latossolos (POZZA, 2012), pode-se confirmar a representatividade
amostral do conjunto de amostras selecionadas do Banco de Solos do Estado de Minas Gerais
a partir do Histograma da FIG. 6.17 que apresenta uma frequência equivalente a 65%
relacionadas a essa classe de solo.
TRPLCA
70
60
50
40
30
20
10
0
Classe
Fre
qu
en
cy
Histogram of Classe
(Classe A – Afloramentos Rochosos; Classe C – Cambissolos; Classe L – Latossolo; Classe P – Argissolo; Classe R – Neossolo; Classe T – Luvissolo)
Figura 6.17 – Histograma das classes de solo.
No Projeto “Solos de Minas” foram determinados os valores de elementos traço /metais para
Al, B, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Sr, Fe, Mn, Ni, Pb, V, Zn, Sb, As, Hg e Se. Os resultados são
apresentados nas tabelas apresentadas no Anexo II – Características e Resultados das
Amostras Analisadas. Visando avaliar a correlação ou comportamento entre os resultados de
concentração do U e Th com os valores de concentração dos elementos traço /metais
analisados no Projeto solos de Minas foi realizada a Análise de Componentes Principais.
Na FIG. 6.18 é apresentado o gráfico Scree Plot, que representa o autovalor associado à
componente principal calculada versus o número dessa componente. Na FIG. 6.19 é mostrado
o gráfico Loading Plot, que representa a síntese das correlações existentes na primeira
componente e na segunda componente. Na TAB 6.7 são apresentados os resultados da Análise
de Componentes Principais.
100
24222018161412108642
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Component Number
Eig
en
va
lue
Scree Plot of B; ...; U
Figura 6.18 – Scree Plot da Análise Multivariada para os valores de concentração de U, Th e elementos
traço /metais de cada amostra.
0,30,20,10,0-0,1
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
-0,1
-0,2
First Component
Se
co
nd
Co
mp
on
en
t
U
Th
MGCA
K
P
Al
Fe
Hg
Se
Sb
As
ZnV
Sr
Pb
Ni
Mn
Cu
Cr
Co
Cd Ba
B
Loading Plot of B; ...; U
Figura 6.19 – Loading Plot da Análise Multivariada para os valores de concentração de U, Th e elementos
traço /metais de cada amostra.
101
Tabela 10 – Análise de Componente Principal – U, Th e os elementos traços para cada amostra.
Análise de Componentes Principais
Eigenvalue 7,4342 3,3045 2,2282 1,8158 1,5908
Proporção 0,310 0,138 0,093 0,076 0,066
Acumulado 0,310 0,447 0,540 0,616 0,682
Variável PC1 PC2 PC3 PC4
Boro 0,290 -0,055 -0,104 -0,055
Bario 0,160 -0,121 0,386 -0,060
Cadmio 0,129 -0,129 -0,180 -0,476
Cobalto 0,296 0,124 0,056 0,001
Cromo 0,093 0,398 -0,169 0,061
Cobre 0,321 -0,009 -0,244 0,009
Manganes 0,288 0,082 0,216 0,024
Níquel 0,191 0,399 -0,009 0,032
Chumbo 0,103 -0,039 0,213 -0,197
Estrôncio 0,192 -0,085 0,272 0,191
Vanádio 0,279 0,045 -0,352 0,034
Zinco 0,320 0,044 0,099 -0,028
Arsênio -0,024 0,302 0,106 -0,166
Antimônio -0,051 0,434 0,142 -0,079
Selênio 0,000 0,500 0,089 -0,026
Mercúrio 0,136 -0,081 -0,278 0,352
Ferro 0,293 -0,029 -0,300 -0,063
Alumínio 0,100 0,142 -0,149 -0,029
Fósforo 0,188 -0,070 0,236 -0,107
Potássio 0,266 -0,132 -0,004 -0,097
Cálcio 0,235 -0,087 0,280 0,153
Magnésio 0,215 -0,073 0,217 -0,078
Th 0,052 -0,021 -0,031 -0,494
U -0,004 0,075 0,108 -0,428
A partir da Análise de Componentes Principais e do Loading Plot pode ser verificado que a
primeira componente principal explica 31% da variância total dos parâmetros analisados e
102
que o coeficiente do U apresenta maior semelhança com os coeficientes do arsênio e do
antimônio.
O arsênio é um metalóide, isto é, um elemento com propriedades intermediárias entre as dos
metais e as dos não metais (ADRIANO, 1986; CSUROS; CSUROS, 2000; EMSLEY, 1998).
Os estados de oxidação mais importantes são As(III) e As(V), sendo o As(III) a forma comum
de ambientes redutores (COTTON et al., 1999). As associações naturais do arsénio são com o
ouro (Au-As) e a prata (Ag-As) nos filões hidrotermais; o cobre, o níquel, o cobalto, o ferro e
a prata em jazidas de sulfetos maciços de cobre e níquel; o urânio em alguns depósitos de
urânio (U-As); o cobre, o vanádio, o urânio e a prata em depósitos sedimentares de cobre e
ocorre ainda em rochas ricas em fosfatos. A mobilidade do arsénio ocorre em ambientes
oxidantes, sendo muito baixa em ambientes redutores.
O antimônio, na natureza, ocorre principalmente no estado de oxidação Sb (III) (ADRIANO,
1986). A mobilidade do antimónio é baixa sob condições de oxidação, em meio ácido e neutro
a alcalino, sendo muito baixa em ambiente redutor. As principais barreiras geoquímicas desse
elemento são a presença de sulfuretos, a adsorção pelos óxidos de Fe-Mn (REIMANN;
CARITAT, 1998). Sua química cristalina bem como o seu comportamento geoquímico são
semelhantes aos do As.
Por outro lado, para o Th, a primeira componente apresenta comportamento inverso, ou seja,
apresenta uma maior semelhança com os elementos traço/metais. O tório tem relativa
imobilidade durante o intemperismo, concentrando-se nos sedimentos residuais (por exemplo,
nas lateritas) de climas tropicais. Muitos minerais de tório e outros ricos em tório são
resistentes ao intemperismo, razão pela qual se concentram como minerais pesados em areias
(KOLJONEN et al., 1992). Os metais, dependendo das propriedades do solo e dos metais, são
imobilizados pelo solo, devido principalmente ao fato de estarem associados à força de
ligação dos metais aos minerais silicatados do solo, à capacidade de complexação pela
matéria orgânica e à adsorção em óxidos (FONTES; WEED, 1991 e 1996).
Desta forma, os resultados encontrados na Análise de Componentes Principais, os quais
estabelecem uma correlação entre os resultados de U, As e Sb e uma correlação entre o Th e
os elementos traço/metais se mostraram consistentes com o comportamento geoquímico
desses elementos.
103
7 CONCLUSÕES
O principal objetivo do presente trabalho, qual seja a determinação dos Valores de Referência
de Qualidade de Solo (VQR) para o U e Th no Estado de Minas Gerais, foi atendido com
êxito.
Os VRQ foram determinados com base no tratamento estatístico dos resultados de
concentração de atividade, sendo os valores propostos iguais a 101,6 Bq.kg-1
(4,2 µg/g) para
U e 75,7 Bq.kg-1
(18,6 µg/g) para Th. Esses valores se mostraram superiores tanto aos
encontrados no Estado de São Paulo (PERES, 2007) quanto aos valores de concentração
média mundial de Th-232 (26 Bq.kg-1
) e U-238 (35 Bq.kg-1
) observados em solos
(UNSCEAR, 2000), salientado a importâncias das características geológicas de cada região.
O trabalho também envolveu a elaboração de um banco de dados sobre a concentração de
U e Th presente em amostras de solo provenientes de diferentes regiões do Estado de Minas
Gerais. As concentrações de U variaram de 7,8 a 334,3 Bq.kg-1
(valor médio igual a 84,8
Bq.kg-1
) e para o Th, de 8,1 a 184 Bq.kg-1
(valor médio igual a 58,1 Bq.kg-1
). A longa faixa de
concentrações observada confirmou a grande diversidade e heterogeneidade entre esses solos.
Ressalta-se que os maiores valores de concentração, tanto para o U quanto para o Th, foram
observados nas regiões do Estado de Minas Gerais onde existem anomalias radioativas, como
por exemplo: as províncias pegmatíticas no nordeste do Estado, as províncias magmáticas
alcalinas de Poços de Caldas e intrusivas alcalinas e básicas de Tapira, Araxá e Salitre e a
faixa de migmatitos das regiões de São João Del Rei e Itabirito, bem como as áreas com
acumulação de areias detríticas no rio das Mortes em São João Del Rei.
De uma maneira geral, as concentrações de U presentes nos solos amostrados foram
superiores às do Th. Esse fato pode ser explicado pelo intenso processo de intemperismo por
que passou a maioria dos solos do Estado de Minas Gerais, além das próprias características
químicas/geoquímicas dos dois elementos. Em ambientes superficiais oxidantes, em geral o
Th+4
permanece inalterado e imóvel, permanecendo mais nas proximidades da rocha de
origem, enquanto o U+4
oxida-se a U+6
, formando o íon uranila (UO2)2+
, o que lhe confere
uma grande mobilidade geoquímica.
Além disso, foi verificado que os maiores valores de concentração de U estão concentrados
em algumas regiões, em especial, onde estão localizadas as ocorrências de pegmatitos no
104
Estado de Minas Gerais. Para o Th, os maiores valores de concentração foram observados em
diversas regiões do Estado (vide Fig.6.1 e 6.2). Vale ressaltar que os comportamentos do U e
do Th são diferentes, tratando-se de elementos contidos em minerais acessórios que, em parte,
se comportam como “resistatos” durante o intemperismo, ou seja, podem resistir por grandes
distâncias durante o transporte. Em princípio, U pode ser mobilizado até por apresentar-se em
forma mais solúvel (íon uranila, em condições oxidantes) e, portanto, com potencial para ser
lixiviado, uma situação inexistente para o Th (ULBRICH et al, 2009).
A análise estatística para avaliação da correlação entre as concentrações de atividade de U e
Th e o conteúdo de argila, silte, areia e matéria orgânica indicou que esses elementos formam
um grupo com as amostras de solo que apresentam maior proporção de argila e matéria
orgânica.
Não foi constatada uma correlação significativa entre as concentrações de atividade de U e Th
e as classes de solo. A maior correlação foi verificada nos Latossolos, o que pode ser
explicado não apenas pelo fato deles construírem a maior parte dos solos analisados do Estado
de Minas Gerais, mas também por serem, em geral, solos velhos, muito intemperizados, com
teores de silte inferiores a 20% e argila variando entre 15% e 80%.
Os resultados encontrados na Análise de Componentes Principais demonstraram a existência
de uma correlação positiva da concentração do U apenas com os elementos As e Sb. Por outro
lado, o Th apresentou correlação positiva com todos os outros elementos analisados (Al, B,
Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Sr, Fe, Mn, Ni, Pb, V, Zn, Hg e Se), em especial, com o Ba e o Cd.
8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
No que diz respeito às recomendações para trabalhos futuros e dando continuidade ao projeto
“Determinações de Valores de Referência para Elementos-Traço em Solos do Estado de
Minas Gerais”, desenvolvido pela equipe do Departamento de Solos da Universidade Federal
de Viçosa em parceria com Fundação Estadual do Meio Ambiente – MG, e que atende à
Resolução nº 420 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, seria importante a obtenção de
dados analíticos para determinação dos VRQ de outros radionuclídeos das séries naturais do
U e do Th (em especial, o Ra-228, Ra-226 e o Pb-210) para esses mesmos solos. Já que os
radionuclídeos apresentam comportamento geoquímico diferenciado e, portanto, suas
concentrações no solo podem ser bastante variáveis.
105
Sugere-se ainda, que sejam determinados os Valores de Prevenção (VP) e de Intervenção (VI)
para os radionuclídeos naturais levando-se em conta diferentes cenários de exposição.
Outro ponto importante a ser explorado, a fim de melhor estudar a influência dos parâmetros
físicos e químicos no comportamento geoquímico do U e do Th no solo seria a realização de
análises mineralógica nas amostras selecionadas.
Além disso, propõe-se que seja realizado um estudo mais detalhado nos pontos onde foram
encontrados os maiores valores de concentração de U e Th da influência das características
geológicas da região nos resultados obtidos.
106
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115
ANEXO I – LOCALIZAÇÃO GEORREFERÊNCIADA DAS AMOSTRAS
SELECIONADAS.
Amostras cedidas pelo Projeto “Solos de Minas”, o qual consiste em uma parceria entre a
Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEAM o Departamento de Solos da Universidade
Federal de Viçosa (UFV), a Fundação Centro Tecnológica de Minas Gerais – CETEC, a
Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
116
Tabela I – Localização georreferênciada das amostras selecionadas
AMOSTRA LAT LONG NOME_UNIDADE
1 -16,06083 -40,80228 Córrego Vinhático
2 -15,97725 -41,40714 Jequitinhonha
3 -16,08433 -40,55592 Jequitinhonha
4 -16,15528 -40,22586 Jequitinhonha
5 -16,05650 -40,96750 Granitóides tipo S, tardi-orogênicos, do orógeno Araçuaí
6 -15,29253 -45,62717 Coberturas detrito-lateríticas com concreções ferruginosas
7 -16,71664 -41,18975 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
8 -16,13464 -45,82000 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
9 -16,12575 -46,55922 Coberturas detrito-lateríticas com concreções ferruginosas
10 -16,68831 -46,82364 Vazante - Unidade A
11 -15,53394 -42,17131 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
12 -20,66975 -46,69942 Araxá - Unidade A
13 -21,05153 -45,13414 Lavras
14 -22,02514 -45,65136 São Gonçalo do Sapucaí
15 -20,42197 -46,10614 Depósitos aluvionares
16 -21,62333 -46,41589 Varginha-Guaxupé, unidade paragnáissica migmatítica
superior
18 -19,46064 -44,73144 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
19 -19,54022 -44,83267 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
20 -19,25100 -46,07503 Mata da Corda
21 -19,15533 -45,69639 Serra da Saudade
22 -19,51486 -44,48483 Belo Horizonte
23 -16,67167 -43,74719 Lagoa do Jacaré
24 -14,42639 -44,35436 Sete Lagoas
25 -17,81983 -44,15139 Lagoa do Jacaré, calcário
26 -15,20833 -42,88692 Porteirinha
27 -14,93594 -44,06672 Paraopeba
28 -16,47578 -44,03253 Coberturas detrito-lateríticas com concreções ferruginosas
29 -17,13267 -43,81211 Lagoa do Jacaré
30 -15,69272 -43,46881 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
31 -15,31783 -43,66328 Depósitos aluvionares
32 -15,23125 -44,14197 Paraopeba
33 -19,31661 -42,09025 Juiz de Fora, unidade tonalítica
34 -19,13250 -41,57247 Tonalito Galiléia, Suíte Galiléia
36 -17,01311 -42,49783 Ribeirão da Folha
37 -16,57989 -41,62089 Granitóides tipo S, tardi-orogênicos, do orógeno Araçuaí
38 -16,67850 -41,84844 Ribeirão da Folha
39 -16,79267 -41,62972 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
40 -18,01575 -41,87831 São Tomé
41 -17,15128 -41,50908 Caladão
117
AMOSTRA LAT LONG NOME_UNIDADE
42 -17,63328 -42,58706 Capelinha
43 -19,99333 -43,28831 Caraça
44 -17,01289 -41,44508 Granitóides tipo S, tardi-orogênicos, do orógeno Araçuaí
45 -18,30764 -43,55664 Sopa-Brumadinho
46 -18,60775 -43,25306 Guanhães - Metagranitóides
47 -16,59283 -42,17694 Ribeirão da Folha
48 -18,85175 -41,91839 Juiz de Fora, unidade tonalítica
49 -18,31997 -41,75908 Tumiritinga
50 -17,55958 -47,13467 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
51 -17,23725 -46,47953 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
52 -20,42314 -42,40214 Juiz de Fora, unidade enderbítica
53 -20,42314 -41,85572 Caparaó
54 -22,07239 -44,94494 Andrelândia, unidade quartzítica
55 -19,95450 -48,17308 Serra Geral
56 -19,69886 -47,68744 Marília
57 -17,51611 -46,96486 Paracatu
58 -17,66342 -46,35500 Depósitos aluvionares
59 -17,40997 -45,04803 Três Marias
60 -17,14856 -45,36531 Três Marias
61 -17,80719 -46,20150 Paraopeba, calcário
62 -17,83264 -45,26944 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
64 -17,42147 -45,12072 Areado
65 -0,001389 48,681694 Vale do Rio do Peixe
66 -20,00800 -49,12036 Vale do Rio do Peixe
67 -21,15081 -42,97181 Piedade
68 -21,94461 -44,15411 Xistos e Paragnaisses, Andrelândia
69 -20,69953 -42,53003 Tonalito Bom Jesus do Galho
70 -21,36972 -43,23728 Piedade
71 -21,69900 -43,51475 Piedade
72 -19,93956 -47,80792 Serra Geral
73 -19,69939 -50,17642 Vale do Rio do Peixe
76 -19,78828 -49,68208 Vale do Rio do Peixe
77 -19,24933 -48,82572 Marília
78 -21,23437 -42,80067 Juiz de Fora, unidade enderbítica
79 -21,49702 -42,67182 Suíte Muriaé
80 20,013472 48,115361 Serra Geral
83 20,001389 48,681694 Vale do Rio do Peixe
86 18,879139 49,242083 Vale do Rio do Peixe
89 18,925361 49,861611 Vale do Rio do Peixe
92 19,043361 50,411722 Vale do Rio do Peixe
95 18,697361 49,921639 Serra Geral
98 18,743889 49,776806 Serra Geral
118
AMOSTRA LAT LONG NOME_UNIDADE
101 18,633361 49,553972 Serra Geral
104 18,683833 49,482028 Serra Geral
107 18,852306 49,475556 Vale do Rio do Peixe
110 -21,75766 -46,4169 Suíte mangerítica
113 -21,61992 -45,08461 São Gonçalo do Sapucaí
117 -19,69438 -50,91987 Vale do Rio do Peixe
118 -19,81996 -46,84834 Canastra Indiviso
119 -19,59335 -46,48872 Rio Verde
120 -18,59245 -47,64118 Jurubatuba
121 -18,92583 -48,15667 Serra Geral
122 -18,92771 -47,58313 Marília
123 -20,29538 -43,60163 Nova Lima, associação resedimentada
124 -20,24501 -43,58857 Maquiné, associação aluvionar
125 -20,34338 -43,84381 Bação
126 -20,30434 -43,70815 Bação
127 -20,42232 -43,54723 Itacolomi
127 -20,46262 -43,52474 Sabará
129 -20,13659 -43,78838 Nova Lima, associação resedimentada
130 -20,10590 -43,47580 Caraça
131 -20,14366 -44,24890 Nova Lima
132 -20,15343 -44,03650 Nova Lima
133 -20,17344 -43,97777 Cauê
134 -19,90325 -43,46049 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas
135 -22,17445 -44,56712 Xistos e Paragnaisses, Andrelândia
136 -19,87299 -43,78981 Nova Lima, associação resedimentada
137 -21,04970 -44,58347 Tabuões
138 -20,69735 -44,91476 Lavras - Gnaisses granulíticos
139 -20,86065 -44,41010 Alto Maranhão
140 -21,08783 -46,22993 Carrancas, unidade de metapelitos grafitosos
141 -22,38094 -46,32713 Varginha-Guaxupé, unidade granulítica basal
142 -22,54449 -45,40746 Varginha-Guaxupé, unidade ortognáissica migmatítica
intermediária
143 -22,17445 -44,56712 Xistos e Paragnaisses, Andrelândia
119
ANEXO II - CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS DAS AMOSTRAS
ANALISADAS.
Resultados das análises de elementos traços e caracterização das amostras de solo cedidos
pelo Projeto “Solos de Minas”, o qual consiste em uma parceria entre a Fundação Estadual de
Meio Ambiente – FEAM o Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa
(UFV), a Fundação Centro Tecnológica de Minas Gerais – CETEC, a Universidade Federal
de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
120
Tabela II – Resultados dos Elementos Traços / Metais
Amostra Elemento (mg kg
-1)
B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg
SM - 1 9,07 2,65 1,40 0,60 79,42 36,94 59,69 7,59 8,71 2,72 118,27 21,74 9,65 0,55 0,33 0,36 49458,08 126063,47 0,5 30,0 0,0 0,1
SM - 2 24,52 197,89 2,48 8,98 33,59 48,64 74,24 10,18 27,07 6,21 38,00 19,70 5,72 0,51 0,13 0,16 59897,39 30912,89 1,5 142,0 0,3 0,5
SM - 3 17,72 46,59 1,98 4,70 28,37 33,60 17,93 9,32 14,91 1,71 24,88 19,98 1,30 0,17 0,05 0,03 44041,94 15263,54 0,3 74,0 0,3 0,3
SM - 4 4,09 10,96 0,18 0,59 23,31 10,33 77,57 6,11 14,68 1,49 18,75 5,92 5,15 0,28 0,05 0,03 7840,14 14808,90 1,0 23,0 0,2 0,1
SM - 5 4,22 1,44 0,18 0,43 39,95 14,49 19,55 8,05 13,25 1,80 26,77 12,80 2,57 0,38 0,29 0,08 10616,39 76791,89 17,8 43,0 0,5 0,2
SM - 6 7,77 15,57 1,43 2,24 60,11 50,88 175,18 19,11 11,24 4,56 114,16 30,11 4,57 0,95 0,18 0,17 39377,91 100828,92 0,7 118,0 0,9 0,6
SM - 7 6,23 155,35 1,47 11,10 57,87 38,41 800,01 24,71 27,44 10,47 55,00 48,00 0,65 0,02 0,60 0,12 25236,09 26421,36 1,2 131,0 4,5 0,9
SM - 8 8,82 904,98 1,90 13,86 73,38 36,53 233,26 27,69 14,14 12,14 73,97 98,37 0,46 0,07 0,05 0,03 41309,87 42020,91 8,8 51,0 1,1 10,6
SM - 9 5,55 15,23 1,06 0,86 12,85 18,25 50,33 3,26 9,11 5,52 29,97 19,24 1,90 0,08 0,50 0,24 22675,99 35935,84 0,6 37,0 0,3 0,3
SM - 10 10,95 5,49 2,42 0,94 52,49 42,64 108,08 4,81 10,10 3,81 107,52 22,23 7,05 0,35 1,05 0,32 60350,31 68815,45 0,7 16,0 0,0 0,1
SM - 11 4,74 23,08 1,13 2,08 36,01 19,45 46,00 7,71 22,29 2,60 50,02 21,27 0,88 0,09 0,56 0,03 24120,18 39768,30 0,5 103,0 0,6 0,7
SM - 12 5,52 32,93 1,51 29,87 68,80 37,98 268,10 9,49 21,83 4,76 35,35 38,44 1,07 0,11 0,05 0,03 36542,53 14945,81 6,0 90,0 1,8 0,6
SM - 13 5,83 191,84 1,55 6,24 7,03 31,55 224,05 3,98 32,47 15,27 15,56 81,99 0,61 0,10 0,05 0,03 32182,70 39008,69 1,3 45,0 2,4 0,5
SM - 14 1,15 129,18 0,82 4,55 10,96 18,06 275,17 4,74 10,02 5,42 9,97 46,67 0,37 0,55 0,05 0,03 17668,06 25935,69 1,7 122,0 2,0 0,6
SM - 15 3,12 74,42 0,18 3,95 55,95 44,38 117,65 14,98 39,34 5,78 76,41 29,74 2,42 0,78 0,48 0,03 12285,77 72427,15 51,5 220,0 1,0 0,5
121
Amostra Elemento (mg kg
-1)
B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg
SM - 16 4,94 165,43 1,22 3,39 37,21 44,21 113,46 10,91 9,44 40,21 40,64 23,88 2,54 0,09 0,05 0,03 46612,76 74843,10 2,8 86,0 0,5 0,3
SM - 18 10,60 81,46 1,50 9,34 33,23 42,30 454,79 20,40 16,61 10,20 35,53 50,65 7,08 0,82 0,05 0,03 29279,94 44408,41 2,2 176,0 5,1 1,9
SM - 19 6,79 91,87 0,81 3,81 83,45 23,73 95,99 9,54 8,51 16,90 30,41 7,31 0,94 0,20 0,29 0,03 16570,46 133159,73 0,8 22,0 0,2 0,1
SM - 22 12,96 94,12 1,66 13,60 37,83 50,80 302,33 12,86 23,00 7,94 32,95 29,43 2,48 0,28 0,05 0,03 34552,58 22420,78 2,2 65,0 0,0 0,0
SM - 23 1,15 46,24 1,55 3,73 86,09 37,00 94,47 11,86 16,31 5,21 52,16 24,54 2,80 0,54 0,19 0,03 33762,61 21679,39 1,6 162,0 2,0 1,0
SM - 24 1,15 18,45 0,46 1,85 25,59 13,54 108,47 9,35 7,47 3,55 21,27 19,66 1,15 0,15 0,05 0,03 6950,82 8200,83 6,0 137,0 3,9 0,9
SM - 25 11,52 153,07 1,42 6,13 42,46 37,79 637,44 18,57 23,09 54,24 40,57 38,90 5,61 0,56 0,05 0,03 22060,04 17240,96 2,5 60,0 11,7 2,1
SM - 26 8,97 127,09 2,19 15,10 80,77 55,64 289,11 40,03 10,79 17,75 59,61 45,28 0,80 0,07 0,25 0,03 15405,55 45788,53 1,5 83,0 5,6 2,0
SM - 27 1,15 15,50 0,43 1,36 34,83 11,92 84,46 13,64 11,16 2,23 25,82 15,00 1,25 0,12 0,13 0,03 8845,02 25360,87 3,4 115,0 2,8 0,8
SM - 28 8,42 39,20 1,85 3,72 59,28 40,72 181,33 10,36 14,79 3,43 84,77 24,80 6,18 0,52 0,17 0,03 30588,96 39468,69 0,8 75,0 1,9 0,4
SM - 29 18,31 130,73 4,02 5,79 157,75 87,58 320,16 20,14 34,09 2,86 161,34 41,65 5,27 1,03 0,26 0,11 85389,66 75380,26 0,5 194,0 0,7 0,7
SM - 30 18,20 71,94 3,60 33,62 136,17 85,68 1407,97 35,01 70,44 5,21 151,44 55,54 18,96 0,38 0,27 0,03 76283,15 26744,01 3,5 250,0 3,4 1,5
SM - 31 6,90 89,33 1,28 6,70 33,65 31,63 278,61 16,64 16,09 33,10 37,36 42,26 4,89 0,26 0,26 0,03 28894,26 12423,59 21,7 63,0 7,6 0,4
SM - 32 10,04 168,00 1,48 7,15 50,66 45,44 216,13 20,86 21,88 16,39 57,83 60,70 0,97 0,22 0,49 0,03 50229,96 36831,50 2,6 105,0 0,2 1,3
SM - 33 7,46 24,35 1,67 2,81 107,10 43,28 503,20 8,34 8,75 5,91 67,11 23,75 6,06 0,10 0,36 0,14 61525,85 24904,74 1,7 46,0 1,7 1,1
SM - 34 6,90 200,91 1,26 11,11 19,82 25,32 517,46 7,94 15,23 10,32 51,06 65,57 2,95 0,21 0,47 0,15 28108,25 46699,90 1,3 53,0 4,7 1,1
SM - 36 6,68 46,14 1,21 0,89 46,40 25,07 32,85 5,35 17,81 16,15 74,56 17,22 1,02 0,14 1,00 0,03 26078,95 47556,51 2,7 51,0 0,1 0,1
122
Amostra Elemento (mg kg
-1)
B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg
SM - 37 6,42 116,68 1,06 10,48 43,58 21,50 252,14 17,01 13,57 4,51 49,81 53,63 0,99 0,18 0,30 0,03 31590,38 26973,99 2,8 176,0 1,5 1,0
SM - 38 5,22 180,45 1,41 16,13 51,29 40,27 709,82 26,05 18,64 11,87 54,10 66,73 0,34 0,14 0,39 0,03 27533,56 55552,37 3,3 270,0 3,8 1,8
SM - 39 3,40 30,31 1,31 2,71 39,66 33,36 113,37 5,18 24,16 2,53 65,63 17,30 3,48 0,02 0,66 0,03 33455,39 53382,31 1,2 69,0 0,5 0,3
SM - 40 3,68 56,86 0,84 2,51 25,03 14,67 208,21 8,18 8,70 6,61 34,64 17,92 0,50 0,02 0,30 0,03 17362,77 40325,03 0,8 26,0 3,7 0,8
SM - 41 7,89 375,92 2,00 2,87 13,97 31,59 186,89 2,53 32,87 22,67 30,11 38,24 1,29 0,02 1,08 0,08 47656,88 60775,08 1,9 149,0 1,2 1,0
SM - 42 6,97 251,59 1,27 18,40 52,07 42,65 979,05 13,32 57,90 6,89 51,47 22,30 0,94 0,05 0,32 0,03 29917,53 68884,87 1,3 44,0 0,5 0,4
SM - 43 11,73 54,99 3,38 52,17 171,28 85,01 993,05 48,47 22,35 7,22 132,56 36,93 2,81 0,12 0,27 0,03 54816,39 69321,30 3,3 36,0 3,9 1,1
SM - 44 1,15 14,34 0,47 0,44 6,31 6,31 43,53 3,49 17,40 2,67 2,45 15,96 2,98 0,05 0,28 0,08 7647,90 25304,31 2,7 183,0 1,2 0,8
SM - 45 16,38 121,99 4,74 47,62 209,45 187,22 1415,12 50,21 22,50 7,82 275,97 72,31 1,02 0,13 0,36 0,03 88113,56 35713,47 0,8 23,0 4,1 6,8
SM - 46 14,86 101,06 3,91 13,10 117,25 117,49 776,38 22,97 21,77 16,12 221,78 44,55 1,29 0,08 0,81 0,10 116749,34 55830,58 1,4 63,0 3,7 1,0
SM - 47 5,16 107,90 0,99 9,79 31,08 27,95 756,85 16,37 13,51 7,93 37,92 41,16 21,20 0,21 0,62 0,03 26747,40 29273,31 3,5 195,0 2,7 1,8
SM - 48 6,01 234,73 2,34 17,28 109,99 55,06 268,99 30,28 20,48 16,92 79,70 87,19 0,64 0,49 0,71 0,15 43721,79 28794,05 1,4 15,0 2,5 4,3
SM - 49 7,25 155,69 2,06 12,46 57,49 44,91 368,12 17,36 18,70 7,09 71,91 70,18 1,01 0,02 0,84 0,03 38585,36 32955,51 1,4 91,0 1,1 0,7
SM - 50 9,02 5,15 1,64 0,50 85,69 47,66 55,42 4,52 1,30 2,41 135,76 17,40 14,04 0,73 0,34 0,03 54770,04 178438,03 1,4 50,0 0,1 0,1
SM - 51 5,36 36,66 1,29 2,95 45,96 36,74 123,22 15,67 6,88 5,33 79,94 25,31 4,55 0,49 0,35 0,03 32957,85 63791,33 1,4 55,0 0,9 0,6
SM - 52 12,67 60,33 2,55 2,61 62,56 45,08 97,96 8,23 9,83 18,64 174,62 31,87 2,95 0,07 0,95 0,25 63306,86 114340,08 2,2 23,0 0,1 0,0
SM - 53 15,03 20,77 3,33 4,47 122,70 84,71 198,80 16,99 9,37 9,27 159,26 34,32 2,38 0,02 2,14 0,46 79110,32 94252,30 2,6 103,0 3,7 1,2
123
Amostra Elemento (mg kg
-1)
B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg
SM - 54 10,01 50,48 2,05 5,19 61,89 54,18 90,07 8,33 16,71 4,47 93,35 30,90 1,66 0,19 0,34 0,03 51947,20 70911,15 1,4 115,0 0,1 0,1
SM - 55 28,29 35,46 7,77 27,17 99,42 221,92 703,62 32,81 16,34 10,47 457,56 104,25 7,59 0,11 0,34 0,03 181632,83 111251,36 3,2 602,0 1,6 1,3
SM - 56 11,83 20,08 2,35 1,66 90,03 63,07 99,39 12,67 5,31 10,56 143,36 43,30 8,46 0,72 0,19 0,03 58198,04 88543,57 5,2 146,0 3,7 0,5
SM - 57 12,76 32,76 2,14 4,63 86,09 106,67 172,05 24,24 6,55 1,79 164,14 41,89 8,77 1,13 0,33 0,03 62670,73 160240,66 1,0 55,0 0,0 0,2
SM - 58 5,91 78,42 0,83 5,29 24,89 24,91 209,15 11,47 8,36 13,03 31,53 18,12 2,06 0,21 0,05 0,03 15682,43 13542,93 10,5 61,0 4,0 0,7
SM - 59 8,13 89,46 1,49 9,45 22,60 33,14 435,54 14,19 20,29 8,91 26,35 38,09 7,53 0,92 0,05 0,03 27640,30 16772,89 3,8 132,0 1,8 1,7
SM - 60 8,36 91,92 1,35 10,45 23,34 29,41 420,03 13,87 17,27 10,38 30,14 22,68 7,66 0,93 0,41 0,03 28724,19 18189,34 1,4 80,0 1,2 0,9
SM - 61 43,64 277,45 1,47 18,07 35,15 41,50 1475,75 17,96 76,03 9,84 41,00 37,07 13,19 0,35 0,24 0,03 62022,27 29711,86 12,8 300,0 2,6 1,3
SM - 62 1,15 1,74 0,18 0,21 23,62 2,57 11,61 10,95 3,79 0,53 7,75 1,51 0,40 0,05 0,05 0,03 2514,94 8902,68 0,0 13,0 0,3 0,0
SM - 64 1,15 1,01 0,18 0,54 25,03 4,02 34,37 15,09 2,99 0,59 6,06 8,94 0,52 0,02 0,05 0,03 3098,58 8429,96 0,4 14,0 0,6 0,2
SM - 65 19,01 16,97 0,18 7,40 170,91 151,22 295,17 30,85 19,42 5,26 551,17 48,26 2,86 0,02 0,05 0,30 108254,75 112406,04 1,8 115,0 1,8 1,0
SM - 66 4,68 8,25 1,29 3,05 150,85 29,65 163,46 11,33 7,64 2,40 67,22 9,83 0,66 0,12 0,05 0,03 28050,12 18585,18 3,3 43,0 0,5 0,2
SM - 67 5,98 25,76 2,60 2,38 39,91 56,10 91,55 9,33 16,69 8,70 119,29 25,03 1,03 0,12 0,30 0,14 44942,93 42205,16 3,0 46,0 0,1 0,1
SM - 68 6,10 19,19 1,63 1,14 47,95 36,42 23,09 3,50 9,30 2,37 67,66 11,17 0,89 0,22 0,24 0,03 35806,59 39386,48 1,4 30,0 0,1 0,1
SM - 69 10,60 74,42 2,71 6,29 101,10 74,75 150,94 14,37 20,60 12,22 108,20 28,79 4,68 0,31 1,03 0,21 65341,50 83577,62 4,3 49,0 0,1 0,1
SM - 70 6,39 10,98 1,14 2,35 34,59 29,15 113,11 8,24 8,43 3,38 61,18 21,69 1,38 0,05 0,59 0,19 33141,40 49110,94 3,4 139,0 1,7 1,1
SM - 71 11,42 117,10 2,75 3,64 41,31 58,16 95,55 12,31 23,68 31,55 125,83 29,42 1,68 0,13 0,86 0,10 61311,82 83127,34 2,1 17,0 0,2 0,1
124
Amostra Elemento (mg kg
-1)
B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg
SM - 72 27,12 104,91 7,15 53,59 25,37 300,93 970,75 31,18 16,83 19,81 464,43 172,13 2,32 0,14 0,35 0,10 159062,64 111239,53 12,6 657,0 5,0 3,2
SM - 73 6,36 27,03 1,49 4,88 114,11 36,91 227,35 13,90 8,26 4,63 90,40 16,82 1,46 0,13 0,13 0,03 32539,06 16162,90 2,4 24,0 1,3 0,4
SM - 76 4,84 4,39 1,05 2,16 89,83 26,36 199,33 6,83 8,47 1,92 68,87 11,00 1,68 0,21 0,05 0,03 23251,34 12411,92 3,1 31,0 0,3 0,1
SM - 77 2,61 3,98 0,70 1,45 33,16 13,83 100,08 6,70 5,80 0,94 31,53 6,39 0,82 0,11 0,05 0,03 12326,47 172611,63 3,9 20,0 0,7 0,3
SM - 78 6,21 34,42 0,18 5,69 66,02 47,14 389,87 18,46 14,97 1,44 60,63 34,61 4,75 0,02 0,66 0,39 38673,70 38342,52 1,7 32,0 1,4 0,6
SM - 79 11,92 110,58 0,18 3,27 58,22 55,19 44,19 14,44 19,52 26,48 136,21 36,72 2,99 0,02 1,53 0,45 69675,19 108049,27 1,5 23,0 0,1 0,1
SM - 80 26,99 113,16 0,18 48,98 87,32 314,36 905,51 76,72 17,07 18,24 355,54 149,85 0,69 0,02 0,18 0,30 149425,21 115763,09 1,8 157,0 2,5 2,3
SM - 83 19,01 16,97 0,18 7,40 170,91 151,22 295,17 30,85 19,42 5,26 551,17 48,26 2,86 0,02 0,05 0,30 108254,75 112406,04 1,8 115,0 1,8 1,0
SM - 86 8,63 32,56 0,18 6,13 296,72 59,53 270,03 33,00 11,56 7,94 151,21 24,11 1,50 0,02 0,15 0,54 54467,23 52636,27 0,5 33,0 0,1 0,1
SM - 89 1,15 5,05 0,18 2,58 47,64 21,08 108,11 6,59 3,60 0,02 64,67 8,73 0,99 0,02 0,05 0,23 16800,95 18394,66 2,3 22,0 0,4 0,4
SM - 92 1,15 2,84 0,18 1,72 61,39 16,31 102,59 12,38 16,46 0,02 51,81 9,04 1,31 0,02 0,05 0,32 14797,60 15308,18 2,2 12,0 0,0 0,0
SM - 95 25,56 101,67 0,18 50,19 51,46 253,14 1041,12 46,03 16,43 26,14 422,10 112,59 1,41 0,02 0,21 0,58 136794,73 107670,29 21,1 200,0 4,9 2,9
SM - 98 15,94 32,73 0,18 13,57 245,42 122,87 590,69 37,09 11,65 3,25 284,15 59,07 0,51 0,02 0,22 0,33 95444,23 58752,56 17,0 200,0 1,0 0,5
SM - 101 27,23 520,06 0,18 52,75 73,57 197,07 1947,82 35,41 16,28 68,00 351,23 149,36 0,54 0,02 0,15 0,34 134016,18 74372,87 36,6 478,0 14,5 3,1
SM - 104 26,70 287,72 0,18 57,67 111,55 219,15 1679,05 46,33 12,98 53,48 330,16 156,88 0,50 0,02 0,12 0,38 124911,22 64837,85 51,8 403,0 19,4 4,5
SM - 107 1,15 19,98 0,18 5,54 133,48 16,59 178,19 22,63 3,24 0,02 43,99 11,69 0,34 0,02 0,05 0,18 12797,18 11688,02 5,7 74,0 0,7 0,7
SM - 110 13,09 32,98 0,18 4,12 126,59 81,76 138,58 14,68 17,25 3,12 182,81 30,82 2,66 0,02 0,25 0,28 76706,30 90365,46 1,6 70,0 0,0 0,2
125
Amostra Elemento (mg kg
-1)
B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg
SM - 113 13,02 73,16 0,18 4,27 8,91 32,31 1614,44 3,75 26,91 89,75 102,44 133,41 5,49 0,02 0,20 0,31 46907,96 154917,51 2,1 204,0 0,9 1,2
SM - 117 3,50 4,89
1,00 94,02 39,90 134,15 13,73
62,92 7,00
22338,24 22628,89 2,9 25,0 0,3 0,2
SM - 118 3,50 111,96
4,48 81,92 41,46 262,05 30,40
14,11 80,77 43,93
73032,74 29494,72 1,2 25,0 0,1 0,1
SM - 119 3,50 105,87
1,00 50,11 34,73 226,40 15,33
7,16 74,10 19,60
59360,67 30598,65 1,2 106,1 0,6 0,3
SM - 120 3,50 62,33
1,00 241,95 38,10 168,03 18,27
4,41 157,95 30,97
71134,26 26719,66 1,5 92,0 0,5 0,6
SM - 121 3,50 4,17
1,00 90,96 26,22 150,45 17,27
2,13 181,51 17,14
68714,59 99237,48 2,3 45,2 0,1 0,1
SM - 122 3,50 40,54
1,00 183,66 20,71 137,19 34,70
17,18 276,19 18,14
89033,83 165640,65 0,4 28,1 0,1 0,1
SM - 123 4,19 35,97 0,26 4,87 207,50 35,71 237,67 39,14 15,08 8,74 188,80 46,19 5,65 8,60 18,24 0,01 51729,00 75507,33 2,3 67,0 0,0 0,1
SM - 125 4,19 13,07 0,26 1,96 28,38 5,96 138,67 7,93 15,08 4,42 87,80 30,64 8,36 8,60 18,24 0,01 138056,33 57135,67 1,7 15,0 0,1 0,1
SM - 126 7,93 10,58 0,26 11,46 139,50 33,71 735,00 36,24 2,25 2,06 196,27 102,27 22,66 8,60 18,24 0,01 20275,33 159546,33 1,5 17,0 0,2 0,1
SM - 127 4,19 133,57 0,26 1,96 23,10 1,92 12,51 3,95 15,08 13,70 24,73 12,84 8,36 8,60 18,24 0,01 14814,67 10461,33 0,8 18,0 0,1 0,0
SM - 127 0,91 51,60 2,01 4,63 42,82 58,07 190,43 34,41 22,49 11,41 28,97 39,65 220,40 8,60 18,24 0,01 10881,67 46025,00 1,8 48,0 0,3 0,1
SM - 129 7,23 36,26 0,26 67,57 338,13 64,30 699,00 104,77 15,08 4,10 85,90 80,93 30,26 8,60 36,49 0,01 20235,67 86437,67 4,4 49,0 0,4 0,3
SM - 130 4,19 87,33 0,26 1,96 23,74 3,23 8,70 2,46 15,08 2,87 6,71 19,51 8,36 8,60 10,38 0,01 15610,33 1756,33 4,0 35,0 0,0 0,1
SM - 131 21,47 111,43 0,26 1,96 31,19 4,48 1486,67 10,65 37,86 41,94 24,54 75,00 8,36 8,60 18,24 0,01 7970,67 312458,00 8,5 16,0 3,9 0,1
SM - 132 6,72 64,97 0,26 24,90 535,67 46,62 956,33 131,10 15,08 6,51 172,80 54,83 60,00 8,60 95,03 0,01 55013,00 88471,33 1,9 42,0 2,1 1,6
SM - 133 13,96 8,31 0,26 1,96 36,21 1,01 340,73 5,24 8,40 1,95 37,11 28,49 13,00 8,60 18,24 0,01 13744,00 189325,33 1,8 26,0 0,9 0,2
126
Amostra Elemento (mg kg
-1)
B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg
SM - 134 3,68 21,96 0,26 1,96 169,33 21,18 13,63 12,39 11,54 1,37 39,07 19,71 44,28 8,60 18,24 0,01 11708,00 49337,00 1,2 24,0 0,2 0,1
SM - 135 3,50 36,41 0,05 5,26 203,06 34,26 237,96 54,27 5,00 2,44 94,84 15,50 0,47
2,50 0,06 43289,14 75986,79 1,5 37,0 0,2 0,1
SM - 136 3,19 58,27 0,26 16,33 100,00 24,71 459,50 61,83 15,08 4,26 29,97 48,52 48,93 8,60 18,24 0,01 16959,33 41322,67 1,5 39,0 0,9 0,2
SM - 137 3,50 9,99 0,05 15,20 65,00 89,40 356,14 28,26 14,01 2,11 199,61 64,14 0,72
0,01 100036,99 59319,70 0,9 41,0 1,1 0,5
SM - 138 3,50 4,93 0,05
77,00 13,80 57,70 15,71 6,54 0,92 51,76 18,38 0,68
0,01 29306,74 61039,11 0,4 11,0 0,2 0,1
SM - 139 3,50 52,00 0,05 27,90 67,00 116,10 311,42 36,21 14,31 1,77 298,79 67,69 0,88
0,01 105342,31 50593,79 0,9 25,0 0,1 0,1
SM - 140 3,50 18,20 0,05 10,80 58,90 15,30 278,16 20,16 14,90 7,57 88,71 35,02 0,49
0,04 40182,35 47045,54 1,7 222,0 2,6 2,1
SM - 141 3,50 297,00 0,05 22,60 38,50 18,30 373,80 15,75 32,87 41,83 105,63 27,42 0,29
0,04 46960,73 48769,65 1,7 20,0 0,1 0,1
SM - 142 3,50 197,00 0,05 12,80 46,10 10,63 422,21 19,68 23,96 23,83 82,35 25,07 0,74
0,09 42398,86 32677,65 2,0 37,0 0,1 0,2
SM - 143 3,50 36,41 0,05 5,26 203,06 34,26 237,96 54,27 5,00 2,44 94,84 15,50 0,47
2,50 0,06 43289,14 75986,79 1,5 37,0 0,2 0,1
127
Tabela III - Classe de Solos e Granulometria das amostras selecionadas.
Amostra Classe de Solo
Areia
Grossa
(%)
Areia Fina
(%)
Silte
(%)
Argila
(%)
Matéria
Orgânica
SM - 1 PVe11 1 2 10 87 4,6
SM - 2 Cd2 13 26 25 36 3,6
SM - 3 PVe15 16 37 4 43 0,1
SM - 4 PVe15 24 56 8 12 0,9
SM - 5 PVe11 30 29 3 38 2,8
SM - 6 LVa20 6 10 18 66 3,2
SM - 7 LVd11 43 24 12 21 2,4
SM - 8 LVa20 55 18 16 11 0,1
SM - 9 LVa4 49 7 8 36 2,8
SM - 10 Ra4 17 35 15 33 6,4
SM - 11 LVa1 16 19 14 51 0,9
SM - 12 Ra1 49 36 7 8 1,3
SM - 13 PVe3 32 16 23 29 4,1
SM - 14 LVd2 15 32 31 22 3,5
128
Amostra Classe de Solo
Areia
Grossa
(%)
Areia Fina
(%)
Silte
(%)
Argila
(%)
Matéria
Orgânica
SM - 15 LEa11 23 7 33 37 24,9
SM - 16 LVd2 23 10 8 59 4,5
SM - 18 LEa13 6 1 66 27 3,8
SM - 19 LEa13 14 64 6 16 1,2
SM - 22 Rd4 1 10 55 34 2,2
SM - 23 TSa 14 6 51 29 3,4
SM - 24 PVe27 18 59 10 13 2,5
SM - 25 Ca23 9 10 53 28 6,3
SM - 26 LVe1 11 24 19 46 0,9
SM - 27 AQa3 14 51 15 20 2,7
SM - 28 LVa26 9 40 18 33 2,8
SM - 29 LEa7 9 4 17 70 3,4
SM - 30 LEa3 7 8 19 66 4,9
SM - 31 Ae4 2 49 22 27 3,3
129
Amostra Classe de Solo Areia Grossa
(%)
Areia Fina
(%)
Silte
(%)
Argila
(%)
Matéria
Orgânica
SM - 32 PLe 5 16 26 53 6,3
SM - 33 PVe4 38 19 11 32 3,6
SM - 34 PVe4 27 13 9 51 1,8
SM - 36 TRe4 14 18 12 56 4,3
SM - 37 LVd2 29 31 14 26 1,3
SM - 38 LEe5 9 52 14 25 3,1
SM - 39 PVe10 6 23 28 43 1,7
SM - 40 TRe3 30 35 10 25 2,6
SM - 41 LVd2 34 8 14 44 3,9
SM - 42 Cd9 41 23 10 26 3,5
SM - 43 LVa4 7 32 28 33 3,5
SM - 44 Cd8 51 9 14 26 2,6
SM - 45 AR6 9 18 32 41 2,8
130
Amostra Classe de Solo Areia Grossa
(%)
Areia Fina
(%)
Silte
(%)
Argila
(%) Matéria
Orgânica
SM - 46 LEd5 20 13 17 50 5,0
SM - 47 TRe1 17 48 10 25 2,8
SM - 48 Ae1 4 11 31 54 1,4
SM - 49 LVa4 1 33 29 37 1,7
SM - 50 LVa10 2 3 13 82 6,1
SM - 51 LEa2 22 24 8 46 2,3
SM - 52 LHa1 16 11 14 59 8,4
SM - 53 LVd2 10 14 28 48 6,5
SM - 54 LVd2 20 18 12 50 4,7
SM - 55 LRd1 3 11 28 58 4,9
SM - 56 PVe2 12 6 19 63 6,8
SM - 57 LEa2 11 7 14 68 4,8
SM - 58 Ae2 3 78 11 8 1,1
SM - 59 Ra1 9 15 43 33 5,4
131
Amostra Classe de Solo Areia Grossa
(%)
Areia Fina
(%)
Silte
(%)
Argila
(%)
Matéria
Orgânica
SM - 60 Ra4 9 20 55 16 2,6
SM - 61 Ra1 22 9 41 28 8,3
SM - 62 AQa1 30 61 3 6 1,3
SM - 64 AQa1 22 69 2 7 1,0
SM - 65 LRd1 11 17 14 58 6,4
SM - 66 LEa1 11 62 7 20 2,6
SM - 67 LVd2 17 18 10 55 3,2
SM - 68 Ca8 30 25 9 36 3,9
SM - 69 LVd2 23 15 13 49 9,4
SM - 70 LVd2 39 16 12 33 4,5
SM - 71 LVd2 18 13 16 53 2,3
SM - 72 LRd1 5 18 27 50 5,9
SM - 73 LEa1 21 51 8 20 1,9
SM - 76 LEa1 22 52 6 20 1,8
132
Amostra Classe de Solo Areia Grossa
(%)
Areia Fina
(%)
Silte
(%)
Argila
(%)
Matéria
Orgânica
SM - 77 LEa1 30 56 4 10 1,6
SM - 78 LVd2 25 34 16 25 2,4
SM - 79 LVd2 17 7 9 67 3,6
SM - 80 LRd1 2 3 26 69 5,3
SM - 83 LRd1 11 17 14 58 6,4
SM - 86 LEa1 19 39 10 32 2,5
SM - 92 LEa1 37 47 3 13 2,5
SM - 95 LRd2 5 14 22 59 1,6
SM - 98 LRd2 15 37 9 39 6,4
SM - 101 LRe2 11 4 39 46 2,4
SM - 104 LRe2 4 6 40 50 7,8
SM - 107 LEa1 28 59 7 6 8,3
SM - 110 LVd9 19 15 11 55 1,6
SM - 113 LVd26 7 2 20 71 5,6
133
Amostra Classe de Solo Areia Grossa
(%)
Areia Fina
(%)
Silte
(%)
Argila
(%)
Matéria
Orgânica
SM - 117 LEa1 32 52 1 16 2,0
SM - 118 Cd11 9 34 30 26 1,8
SM - 119 Cd11 18 22 26 34 4,0
SM - 120 Cd11 41 25 18 15 1,8
SM - 121 LRd1 18 27 10 45 3,0
SM - 122 LVd20 42 5 18 72 3,0
SM - 123 LVd2 5 7 31 57 4,0
SM - 125 LVd2 17 22 13 48 1,4
SM - 126 LVd2 10 10 52 28 0,8
SM - 127 Ra14 19 61 11 9 1,3
SM - 128 Ra14 14 32 43 11 1,9
SM - 129 Ca30 3 11 62 24 5,7
SM - 130 Ra14 36 37 14 13 7,6
SM - 131 Ca30 14 31 50 5 3,2
134
Amostra Classe de Solo Areia Grossa
(%)
Areia Fina
(%)
Silte
(%)
Argila
(%)
Matéria
Orgânica
SM - 132 LVd2 11 12 33 44 8,9
SM - 133 Rd6 12 48 37 3 2,2
SM - 134 Ra14 3 22 55 20 2,9
SM - 135 LVd30 26 24 16,2 33,7 16,0
SM - 136 Rd6 11 12 53 24 5,1
SM - 137 LVd28 23,2 19,6 23,2 34,9 23,0
SM - 138 LVd2 37 11 7 45 6,0
SM - 139 Ra17 13 12 21 54 17,0
SM - 140 PVe3 4 23 28 45 21,0
SM - 141 LVd21 29 12 19 40 14,0
SM - 142 LVd30 38 20 19 23 12,0
SM - 143 LVd30 26 24 16,2 33,7 16,0
135
Tabela IV – Características geológicas das amostras selecionadas
Amostra EON – Idad - M Classe de
Rocha BB - Subclasse Lito Tipo
SM - 1 Fanerozóico Ígnea Plutônica Granito
SM - 2 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,
Vulcânica
Kinzigito, Rocha calcissilicática, Biotita gnaisse, Rocha
metaultramafito, Rocha
SM - 3 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,
Vulcânica
Kinzigito, Rocha calcissilicática, Biotita gnaisse, Rocha
metaultramafito, Rocha
SM - 4 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,
Vulcânica
Kinzigito, Rocha calcissilicática, Biotita gnaisse, Rocha
metaultramafito, Rocha
SM - 5 Proterozóico Ígnea Plutônica Granitóide
SM - 6 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Química, Sedimentos
inconsolidados
Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de argila,
Depósitos de cascalho
SM - 7 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
SM - 8 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
SM - 9 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Química, Sedimentos
inconsolidados
Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de argila,
Depósitos de cascalho
SM - 10 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Alteração hidrotermal,
Metamorfismo regional Ardósia, Foscorito
SM - 11 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
136
Amostra EON – Idad - M Classe de
Rocha BB - Subclasse Lito Tipo
SM - 12 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Clorita xisto, Muscovita biotita xisto
SM - 13 Arqueano Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,
Plutônica Granito, Migmatito, Granitóide
SM - 14 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Biotita gnaisse, Xisto, Hornblenda gnaisse, Ortognaisse
SM - 15 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Sedimentos inconsolidados Depósitos de areia, Depósitos de cascalho
SM - 16 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Paragnaisse, Biotita gnaisse, Xisto
SM - 18 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
SM - 19 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
SM - 22 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Gnaisse
SM - 23 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clasto-química, Clástica Calcarenito, Siltito
SM - 24 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Rocha metapelítica
SM - 25 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Química Calcário
SM - 26 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Ortognaisse
SM - 27 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clasto-química, Clástica,
Química
Calcarenito, Arcóseo, Dolomito, Siltito, Folhelho,
Argilito, Ritmito, Marga
137
Amostra EON – Idad - M Classe de
Rocha BB - Subclasse Lito Tipo
SM - 28 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Química, Sedimentos
inconsolidados
Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de argila,
Depósitos de cascalho
SM - 29 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clasto-química, Clástica Calcarenito, Siltito
SM - 30 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
SM - 31 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Sedimentos inconsolidados Depósitos de areia, Depósitos de cascalho
SM - 32 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clasto-química, Clástica,
Química
Calcarenito, Arcóseo, Dolomito, Siltito, Folhelho,
Argilito, Ritmito, Marga
SM - 33 Proterozóico Ígnea Plutônica Tonalito
SM - 34 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Metatonalito
SM - 36 Proterozóico Ígnea, Metamórfica,
Sedimentar (ou Sedimentos)
Metamorfismo regional,
Química, Vulcânica
Xisto, Formação ferrífera bandada (BIF'S), Rocha
calcissilicática, Rocha metault
SM - 37 Proterozóico Ígnea Plutônica Granitóide
SM - 38 Proterozóico Ígnea, Metamórfica,
Sedimentar (ou Sedimentos)
Metamorfismo regional,
Química, Vulcânica
Xisto, Formação ferrífera bandada (BIF'S), Rocha
calcissilicática, Rocha metault
SM - 39 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
SM - 40 Proterozóico Ígnea, Metamórfica
Alteração hidrotermal,
Metamorfismo regional,
Vulcânica
Turmalinito, Xisto, Rocha calcissilicática
138
Amostra EON – Idad - M Classe de
Rocha BB - Subclasse Lito Tipo
SM - 41 Fanerozóico Ígnea Plutônica Granito
SM - 42 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto
SM - 43 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Filito
SM - 44 Proterozóico Ígnea Plutônica Granitóide
SM - 45 Proterozóico Metamórfica, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Clástica, Metamorfismo
regional Metaconglomerado, Arenito
SM - 46 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Metagranodiorito, Metagranito
SM - 47 Proterozóico Ígnea, Metamórfica,
Sedimentar (ou Sedimentos)
Metamorfismo regional,
Química, Vulcânica
Xisto, Formação ferrífera bandada (BIF'S), Rocha
calcissilicática, Rocha metault
SM - 48 Proterozóico Ígnea Plutônica Tonalito
SM - 49 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,
Vulcânica Xisto, Rocha calcissilicática, Gnaisse, Mármore
SM - 50 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
SM - 51 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
SM - 52 Proterozóico Ígnea Plutônica Enderbito
SM - 53 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,
Plutônica Enderbito, Kinzigito, Norito
SM - 54 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Muscovita quartzito, Quartzito
139
Amostra EON – Idad - M Classe de
Rocha BB - Subclasse Lito Tipo
SM - 55 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito
SM - 56 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito
SM - 57 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Sericita filito carbonoso
SM - 58 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Sedimentos inconsolidados Depósitos de areia, Depósitos de cascalho
SM - 59 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arcóseo, Argilito, Siltito
SM - 60 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arcóseo, Argilito, Siltito
SM - 61 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Química Calcário
SM - 62 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
SM - 64 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Folhelho, Arenito, Conglomerado, Siltito
SM - 65 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso
SM - 66 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso
SM - 67 Proterozóico
SM - 68 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto
SM - 69 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Metatonalito
SM - 70 Proterozóico
SM - 71 Proterozóico
140
Amostra EON – Idad - M Classe de
Rocha BB - Subclasse Lito Tipo
SM - 72 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito
SM - 73 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso
SM - 76 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso
SM - 77 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito
SM - 78 Proterozóico Ígnea Plutônica Enderbito
SM - 79 Proterozóico Ígnea Plutônica Granitóide
SM - 80 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito
SM - 83 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso
SM - 86 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso
SM - 89 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso
SM - 92 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso
SM - 95 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito
SM - 98 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito
SM - 101 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito
SM - 104 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito
SM - 107 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso
SM - 110 Proterozóico Ígnea Plutônica Granito, Mangerito
141
Amostra EON – Idad - M Classe de
Rocha BB - Subclasse Lito Tipo
SM - 113 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Biotita gnaisse, Xisto, Hornblenda gnaisse, Ortognaisse
SM - 117 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso
SM - 118 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Filito, Xisto, Sericita xisto, Grafita xisto, Metarenito
SM - 119 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Filito
SM - 120 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Metatonalito, Metagranito
SM - 121 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito
SM - 122 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito
SM - 123 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Metarenito, Rocha metapelítica
SM - 125 Arqueano Ígnea Plutônica Granito, Granodiorito
SM - 126 Arqueano Ígnea Plutônica Granito, Granodiorito
SM - 127 Proterozóico
SM - 127 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto, Metagrauvaca
SM - 129 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Metarenito, Rocha metapelítica
SM - 130 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Filito
SM - 131 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Xisto, Rocha metamáfica, Metagrauvaca
SM - 132 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Xisto, Rocha metamáfica, Metagrauvaca
SM - 133 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Itabirito
142
Amostra EON – Idad - M Classe de
Rocha BB - Subclasse Lito Tipo
SM - 134 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou
Sedimentos)
Química, Sedimentos
inconsolidados, Vulcânica
Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de
argila
SM - 135 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto
SM - 136 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Metarenito, Rocha metapelítica
SM - 137 Proterozóico Ígnea Plutônica Trondhjemito
SM - 138 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Gnaisse granulítico, Migmatito
SM - 139 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,
Plutônica Granito, Tonalito, Migmatito, Granodiorito
SM - 140 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto, Grafita xisto
SM - 141 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,
Plutônica Granulito, Enderbito, Granulito - máfico
SM - 142 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,
Plutônica
Migmatito estromático, Albita anatexito, Tonalito
gnaisse, Granito gnaisse
SM - 143 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto