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DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE REFERÊNCIA DE QUALIDADE DE SOLO PARA U E Th NO ESTADO DE MINAS GERAIS Cláudia Marques Peixoto Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais 2013

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Page 1: DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE REFERÊNCIA DE … · Área de concentração: Aplicação de radioisótopos na indústria e no meio ambiente. Orientador: Dra. Vanusa Maria Delage Feliciano

DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE REFERÊNCIA

DE QUALIDADE DE SOLO PARA U E Th

NO ESTADO DE MINAS GERAIS

Cláudia Marques Peixoto

Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do grau

de Mestre em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais

2013

1.1

Page 2: DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE REFERÊNCIA DE … · Área de concentração: Aplicação de radioisótopos na indústria e no meio ambiente. Orientador: Dra. Vanusa Maria Delage Feliciano

COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA NUCLEAR

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

das Radiações, Minerais e Materiais

Determinação dos valores de referência de qualidade de solo para U e Th

no estado de Minas Gerais

CLAUDIA MARQUES PEIXOTO

Belo Horizonte

2013

Dissertação apresentada como parte dos requisitos para

obtenção do Grau de Mestre em Ciência e Tecnologia das

Radiações, Minerais e Materiais.

Área de concentração: Aplicação de radioisótopos na

indústria e no meio ambiente.

Orientador: Dra. Vanusa Maria Delage Feliciano

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i

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ii

Pegue um sorriso e doe-o a quem jamais o teve.

Pegue um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite.

Descubra uma fonte e faça banhar-se quem vive no lodo.

Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.

Pegue a coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.

Descubra a vida e narre-a a quem não sabe entendê-la.

Pegue a esperança e viva na sua luz.

Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar.

Descubra o amor e faça-o conhecer ao mundo"

Mahatma Gandhi

Dedico este trabalho à minha filha Nathália,

por dividir comigo a minha vida.

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iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a DEUS por tudo que tem me proporcionado.

Aos meus pais, Helio e Regina pelo apoio e carinho incondicional e a minha irmã pelo

companheirismo.

À Dra Vanusa pela orientação deste trabalho e por todo apoio, confiança, incentivo e amizade.

Aos técnicos Rosângela Moreira Gurgel Machado, Ivan Amorim Barbosa e a Patrícia Rocha

Maciel Fernandes da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM pela oportunidade em

participar do Projeto Solo de Minas.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e à FEAM pelo

apoio financeiro para o desenvolvimento do trabalho.

Ao Dr. Jaime Mello da Universidade Federal de Viçosa pela preciosa ajuda e indispensável

colaboração.

À Maria Helena Taddei e ao Fernando Baliani da Silva do Laboratório de Poços de Caldas

(LAPOC/CNEN), pela realização das medidas radioquímicas, sem o qual não seria possível a

realização desse trabalho.

Aos queridos colegas do CDTN em especial, à Sonia Prates, Paulo Rodrigues e Virgílio

Bomtempo pela ajuda e pela amizade.

Ao CDTN por permitir o desenvolvimento deste trabalho.

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iv

DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE REFERÊNCIADE DE QUALIDADE DE

SOLO PARA U E Th NO ESTADO DE MINAS GERAIS

Cláudia Marques Peixoto

RESUMO

A existência de uma área contaminada pode gerar problemas tais como danos à saúde,

comprometimento da qualidade dos recursos hídricos, restrições ao uso do solo e danos ao

patrimônio público e privado como, por exemplo, a desvalorização das propriedades, além de

danos ao meio ambiente. A constatação da existência de passivo ambiental em local objeto de

novos licenciamentos ou renovações pode dificultar ou até impedir a obtenção de novas

licenças por parte do empreendedor. Os Valores de Referência de Qualidade (VRQ) são

definidos como sendo a concentração de uma determinada substância no solo ou na água

subterrânea e determinam um solo como limpo ou a qualidade natural da água subterrânea.

Em âmbito mundial, os VRQ são bastante heterogêneos. No Brasil poucos estudos foram

concluídos para se estabelecer esses valores, em especial, para os radionuclídeos das séries

naturais do urânio e tório. Na ausência de VRQ para radionuclídeos em solos, são utilizados

valores genéricos internacionais. Entretanto, deve-se ressaltar que esta prática pode levar a

avaliações inadequadas, já que existem diferenças marcantes nas características físicas de

cada região, em especial, das condições geológicas, hídricas e pedológicas. Essas diferenças

justificam o desenvolvimento de uma tabela própria com VRQ para radionuclídeos naturais

em solos específicos para cada região. Dando continuidade ao projeto “Determinações de

Valores de Referência para Elementos-Traço em Solos do Estado de Minas Gerais” foi

detectada a necessidade da determinação da concentração de atividade de radionuclídeos

naturais nos solos. Dentro deste contexto, o principal objetivo deste trabalho é determinar os

valores de referência de qualidade de solo para U e Th no Estado de Minas Gerais. Foram

obtidos os seguintes valores de referência para qualidade de solo no Estado de Minas Gerais:

101,6 Bq.kg-1

(4,2 µg/g) para o U e 75,7 Bq.kg-1

(18,6 µg/g) para o Th. A análise estatística

demostrou que o U e o Th apresentam correlação positiva com a classe dos Latossolos, bem

com o conteúdo de argila e a matéria orgânica presente nos solos. Os resultados encontrados

na Análise de Componentes Principais indicaram a existência de uma correlação positiva da

concentração de U com os elementos As e Sb e o Th, principalmente, com o Ba e o Cd.

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v

DETERMINATION OF SOILS QUALITY REFERENCE VALUES FOR U AND Th

IN THE STATE OF MINAS GERAIS

Cláudia Marques Peixoto

ABSTRACT

The existence of a contaminated area may pose several problems, such as health hazards,

lessening of water resources quality, restrictions to the use of soils and damages to public and

private property like, for instance, depreciation of their patrimonial and commercial values,

besides, of course, the consequent impacts to the environment. Upon the configuration of an

environmental degradation in a given site expected to be licensed or to have some kind of

license renewed, this feature may retard or even impede the concession of new licenses to the

entrepreneur. The Quality Reference Values (QRV) are defined as the concentration of a

given substance in the soil or in groundwater, which determine a soil as being clean or

determine the natural quality of the groundwater. Worldwide, QRV are very heterogeneous.

Few studies have been carried out in Brazil with the purpose of establishing such reference

values, in particular regarding the natural radionuclides of the uranium and thorium series.

Considering the non-existence of such reference values for Brazilian soils, professionals tend

to apply generic international values from literature. This practice, however, may result in

inadequate evaluations, given that there exist outstanding physical differences among

different regions of the country, in particular those concerning geological, hydrological and

pedological aspects. Therefore, this heterogeneity may be the justification for the construction

(elaboration) of a specific set of Quality Reference Values for natural radionuclides in soils

for each specific region of interest. As a consequence of the development of the Project

“Determination of Reference Values for Trace Elements in Soils of the State of Minas

Gerais”, it was identified the need and importance of determining the activity concentrations

of natural radionuclides in the mentioned soils. In this context, the main objective of the

present work was to determine the Quality Reference Values of soils for U and Th in Minas

Gerais. The following values have been defined: 101,6 Bqkg-1

(4,2 µg/g) for U and 75,7

Bq.kg-1

(18,6 µg/g) for Th. The statistical analysis of the all data showed that U and Th have a

positive correlation with the soil class of Oxisols, as well as with the clay and organic matter

content. The results on Principal Component Analysis indicated the existence of a positive

correlation of U concentration with the elements As and Sb, and Th, mainly, with Ba and Cd.

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vi

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11

2 - OBJETIVOS .................................................................................................... 14

2.1 Objetivo principal ................................................................................................... 14

2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 14

3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 14

4 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 16

4.1 A radiação natural .................................................................................................. 16

4.2 As séries naturais radioativas ................................................................................ 17

4.3 Atividades industriais com urânio e tório associados ......................................... 27

4.4 Problemas associados ao gerenciamento de NORM ........................................... 31

4.5 Os solos .................................................................................................................... 36

4.6 Áreas contaminadas ............................................................................................... 42

4.7 Valores de referência de qualidade de solo .......................................................... 43

5 METODOLOGIA ................................................................................................ 50

5.1 Definição da área de estudo ................................................................................... 50

5.2 Métodos de coleta e análise .................................................................................... 56

5.2.1 Coleta .................................................................................................................. 56

5.2.2 Espectrofotometria UV-Vis com Arsenazo III para a determinação de U e

Th ........................................................................................................................ 60

5.2.3 Tratamento Estatístico dos Dados ................................................................... 62

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vii

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 69

6.1 Resultados das concentrações de atividade de U e Th nas amostras de solo .... 69

6.2 Valores de referência de qualidade de solo .......................................................... 89

6.3 Análise da correlação entre as concentrações de U e Th com os elementos

traços, pedologia e geologia ................................................................................................... 90

7 CONCLUSÕES ................................................................................................ 103

8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................................. 104

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 106

ANEXO I – LOCALIZAÇÃO GEORREFERÊNCIADA DAS AMOSTRAS .............. 115

ANEXO II - CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS DAS AMOSTRAS ANALISADAS. ........................................................................................................ 119

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 4.1 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL MÉDIA DA DOSE EFETIVA ANUAL DAS FONTES

NATURAL E ARTIFICIAL DE RADIAÇÃO (IAEA, 2004). .................................................................... 17

FIGURA 4.2 - SÉRIE RADIOATIVA DO U-238. ............................................................................................... 18

FIGURA 4.3 - SÉRIE RADIOATIVA DO TH-232.............................................................................................. 19

FIGURA 4.4 – ESCALA DE TEXTURA PARA SOLO (CETESB, 2012). ......................................................... 38

FIGURA 4.5 - HIERARQUIA DO SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (PRADO,

2012). ........................................................................................................................................................... 39

FIGURA 5.1 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE ALGUMAS OCORRÊNCIAS DE PEGMATITOS NO

ESTADO DE MINAS GERAIS (ADAPTADO DE (PPEGEO- PORTAL DE PERIÓDICOS

ELETRÔNICOS EM GEOCIÊNCIAS) ...................................................................................................... 53

FIGURA 5.2 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE ALGUMAS OCORRÊNCIAS DE ROCHAS INTRUSIVAS

ALCALINAS E BÁSICAS NO ESTADO DEMINAS GERAIS ................................................................ 54

FIGURA 5.3 – MAPA DE SOLOS DO ESTADO DE MINAS GERAIS ............................................................ 55

FIGURA 5.4 - DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS DE COLETA DO “BANCO DE SOLOS” DO ESTADO DE

MINAS GERAIS. ........................................................................................................................................ 58

FIGURA 5.5 - LOCALIZAÇÃO DAS AMOSTRAS SELECIONADAS DO “BANCO DE SOLOS” DO

ESTADO DE MINAS GERAIS PARA DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE REFERÊNCIA DE

QUALIDADE DE SOLO PARA U-238 E TH-232. .................................................................................... 59

FIGURA 5.6 – GRÁFICO BOX-PLOT ................................................................................................................. 64

FIGURA 5.7 – EXEMPLO DE UM DENDOGRAMA VERTICAL. .................................................................. 67

FIGURA 6.1 – CONCENTRAÇÃO DE UNAT DISTRIBUÍDOS POR CLASSES DE TEORES DE

CONCENTRAÇÃO DE UNAT (BQ.KG-1

). .................................................................................................. 79

FIGURA 6.2 – CONCENTRAÇÃO DE THNAT DISTRIBUÍDOS POR CLASSES DE TEORES DE

CONCENTRAÇÃO DE THNAT (BQ.KG-1

). ................................................................................................ 80

FIGURA 6.3 – ANÁLISE DESCRITIVA DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA UNAT. ........................... 82

FIGURA 6.4 – ANÁLISE DESCRITIVA DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA THNAT. .............................. 83

FIGURA 6.5 - GRÁFICO BOX PLOT DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA UNAT. ...................................... 84

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FIGURA 6.6 - GRÁFICO BOX PLOT DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA THNAT. .................................... 85

FIGURA 6.7 - GRÁFICO BOX PLOT DOS RESULTADOS DE CONCENTRAÇÃO DE UNAT (EXCLUÍDO

UM PONTO DE OUTLIER). ....................................................................................................................... 86

FIGURA 6.8 – ANÁLISE DESCRITIVA DOS RESULTADOS OBTIDOS PARA UNAT. ................................. 87

FIGURA 6.9 – RESULTADOS DE UNAT E THNAT PARA TODOS OS PONTOS SELECIONADOS. .............. 88

FIGURA 6.10 - HISTOGRAMA DOS RESULTADOS DE CONCENTRAÇÃO DE UNAT E THNAT. ................ 89

FIGURA 6.11 – DENDROGRAMA DOS RESULTADOS DE U, TH, AREIA FINA, AREIA GROSSA,

ARGILA, SILTE E MATÉRIA ORGÂNICA. ............................................................................................ 91

FIGURA 6.12 – LOADINGPLOT DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS VALORES DE

CONCENTRAÇÃO DE U, TH E A COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA DE CADA AMOSTRA. ... 91

FIGURA 6.13 – LOADINGPLOT DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS VALORES DE

CONCENTRAÇÃO DE U E A PEDOGÊNESE DE CADA AMOSTRA. ................................................. 94

FIGURA 6.14 – LOADING PLOT DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS VALORES DE

CONCENTRAÇÃO DE TH E A PEDOGÊNESE DE CADA AMOSTRA ............................................... 96

FIGURA 6.15 – DOTPLOT DOS VALORES DE CONCENTRAÇÃO DE U (BQ.KG-1

) .................................. 98

FIGURA 6.16 – DOTPLOT DOS VALORES DE CONCENTRAÇÃO DE TH (BQ.KG-1

) ................................ 98

FIGURA 6.17 – HISTOGRAMA DAS CLASSES DE SOLO. ............................................................................ 99

FIGURA 6.18 – SCREE PLOT DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS VALORES DE

CONCENTRAÇÃO DE U, TH E ELEMENTOS TRAÇO /METAIS DE CADA AMOSTRA. .............. 100

FIGURA 6.19 – LOADING PLOT DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS VALORES DE

CONCENTRAÇÃO DE U, TH E ELEMENTOS TRAÇO /METAIS DE CADA AMOSTRA. .............. 100

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x

LISTA DE TABELAS

TABELA 4.1 - RADIOATIVIDADE DAS ROCHAS ......................................................................................... 21

TABELA 4.2 CONCENTRAÇÃO DE URÂNIO E TÓRIO EM AMOSTRAS SUPERFICIAIS DE ALGUNS

SOLOS DO MUNDO. ................................................................................................................................. 21

TABELA 4.3 - CONCENTRAÇÃO DE RADIOELEMENTOS EM ALGUNS TIPOS DE ROCHAS E SOLOS

DA AUSTRÁLIA ........................................................................................................................................ 22

TABELA 4.4 - CONCENTRAÇÃO TÍPICA DE RADIONUCLÍDEOS NATURAIS NOS MINERAIS ........... 29

TABELA 4.5 - CONCENTRAÇÕES TÍPICAS DE RADIONUCLÍDEOS NATURAIS NO FOSFOGESSO,

ESCÓRIA E FERTILIZANTE FOSFATADO. ........................................................................................... 30

TABELA 4.6 - CONCENTRAÇÃO DE U-238 E TH-232 EM ATIVIDADES TÍPICAS DA ÁREA MINERAL

E DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO. .................................................................................................... 31

TABELA 4.7 - EXEMPLOS DE INDÚSTRIAS DIRETAMENTE AFETADAS PELA GERAÇÃO DE NORM.

..................................................................................................................................................................... 35

TABELA 5.1 - RESULTADOS DO MATERIAL DE REFERÊNCIA IAEA-327 .............................................. 61

TABELA 5.2 - LIMITE MÍNIMO DE DETECÇÃO DO MÉTODO ................................................................... 62

TABELA 6.1 – RESULTADOS DE UNAT E THNAT PRESENTE NAS AMOSTRAS DE SOLO. ...................... 70

TABELA 6.1. RESULTADOS DE UNAT E THNAT PRESENTE NAS AMOSTRAS DE SOLO.......................... 71

TABELA 6.2 – RESULTADOS NAS ANÁLISES EM TRIPLICATA DA CONCENTRAÇÃO PARA UNAT E

THNAT NAS AMOSTRAS DE SOLO. ........................................................................................................ 77

TABELA 6.3 - VALORES DE REFERÊNCIA DE QUALIDADE (VRQ) PARA U E TH EM SOLOS NO

ESTADO DE MINAS GERAIS .................................................................................................................. 89

TABELA 6.4 – ANÁLISE DE COMPONENTE PRINCIPAL – U, TH, CONTEÚDO DE ARGILA, SILTE,

AREIA FINA, AREIA GROSSA E MATÉRIA ORGÂNICA NAS AMOSTRAS DE SOLO................... 93

TABELA 6.5 – ANÁLISE DE COMPONENTE PRINCIPAL – U E A PEDOGÊNESE DE CADA AMOSTRA

..................................................................................................................................................................... 95

TABELA 6.6 – ANÁLISE DE COMPONENTE PRINCIPAL – TH E A PEDOGÊNESE DE CADA

AMOSTRA. ................................................................................................................................................. 96

TABELA 6.7 – ANÁLISE DE COMPONENTE PRINCIPAL – U, TH E OS ELEMENTOS TRAÇOS PARA

CADA AMOSTRA. ................................................................................................................................... 101

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11

1 INTRODUÇÃO

A crosta terrestre contém radionuclídeos que constituem a maior fonte de material radioativo

de ocorrência natural (NORM – Naturally Occurring Radioactive Materials) no meio

ambiente. A maioria desses radionuclídeos pertence às cadeias de decaimento que se iniciam

com o U-235, U-238 e Th-232. Outro radionuclídeo presente em grande abundância é o

K-40.

Algumas práticas industriais envolvendo recursos naturais concentram esses radionuclídeos

em níveis que podem gerar riscos ao ser humano e ao ambiente circundante. Como exemplo,

tem-se a emissão de rádio através das cinzas de carvão em usinas termelétricas, o radônio no gás

natural, o rádio em fertilizantes à base de fosfogesso, resíduos de rádio e tório em usinas de

processamento de minerais contendo terras raras etc (PONTEDEIRO, 2006).

Quando os nuclídeos radioativos associados aos materiais naturais surgem após processos

industriais, estes são denominados TENORM (Technologically Enhanced Naturally-Occurring

Radioactive Material). Muitas vezes não é feita distinção entre NORM e TENORN, sendo

utilizado o termo NORM de maneira geral. Por exemplo, Gray (1993) apresenta uma definição

para NORM que claramente compreende os materiais radioativos de ocorrência natural

modificados tecnologicamente, dada por “material radioativo de ocorrência natural aumentado

tecnologicamente, incluindo todos os radionuclídeos cujas propriedades físicas, químicas,

radiológicas ou concentração de radionuclídeos foi alterada do seu estado natural”. Portanto,

para efeito do presente trabalho será adotado apenas o termo NORM.

A mineração e beneficiamento de minérios para a produção de metais geram grandes

quantidades de resíduos sólidos, da ordem de 1,5 bilhões de toneladas por ano, onde 100

milhões são de escórias metalúrgicas (PONTEDEIRO, 2006). Dependendo do minério

original e do método de processamento, parte desses resíduos pode conter elevadas

concentrações de NORM, onde os radionuclídeos mais relevantes pertencem às séries do

U-238 e do Th-232.

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12

O imenso volume de resíduos NORM produzido anualmente pelas indústrias de

mineração/processamento/extração do mundo vem merecendo a atenção das agências

ambientais nacionais e internacionais, bem como de outros órgãos regulatórios.

Uma área contaminada pode ser definida como uma área, local ou terreno onde há

comprovadamente poluição ou contaminação causada pela introdução de quaisquer substância

ou resíduo que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou

infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural (COMPANHIA DE

TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL - CETESB, 2001). Nessa área, os

poluentes ou contaminantes (por exemplo, metais, substâncias orgânicas, radionuclídeos)

podem concentrar-se na subsuperfície dos diferentes compartimentos do ambiente, como por

exemplo, no solo, nos sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados para aterrar os

terrenos, nas águas subterrâneas ou, de uma forma geral, nas zonas não saturada e saturada,

além de poderem se concentrar nas paredes, nos pisos e nas estruturas de construções.

A existência de uma área contaminada pode gerar problemas, como danos à saúde humana,

comprometimento da qualidade dos recursos hídricos, restrições ao uso do solo e danos ao

patrimônio público e privado, com a desvalorização das propriedades, além de danos ao meio

ambiente (CETESB, 2001). No caso da contaminação do solo com radionuclídeos das séries

naturais, esse problema pode ser ainda mais sério, uma vez que muitos deles possuem uma

meia-vida longa, além de serem, na sua maioria, elementos carcinogênicos (PERES, 2007).

Visando agilizar os processos de decisão no gerenciamento de áreas contaminadas,

estabelecendo prioridades e reduzindo custos, órgãos ambientais de vários países e do Brasil

têm optado por estabelecer valores orientadores de qualidade dos solos, para serem utilizados

na etapa inicial dos processos decisórios. Esses, por sua vez, são definidos como sendo

concentração de determinada substância no solo ou na água subterrânea, que define um solo

como limpo ou a qualidade natural da água subterrânea (CETESB, 2001).

Em janeiro de 1996, a CETESB iniciou um projeto de pesquisa e desenvolvimento com o

objetivo de estabelecer valores de referência de qualidade e valores de intervenção para solos

e águas subterrâneas no Estado de São Paulo. Minas Gerais, por meio da Deliberação

Normativa COPAM nº 166, de 29 de junho de 2011, altera o Anexo I da Deliberação

Normativa Conjunta COPAM CERH nº 2 de 6 de setembro de 2010, estabelecendo os

Valores de Referência de Qualidade dos Solos para metais e substâncias orgânicas. Em ambos

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os casos, foram considerados apenas os contaminantes orgânicos, orgânicos voláteis e metais,

não abordando o aspecto radiológico.

A extração e o processamento de bens minerais são atividades importantes para a economia

do Estado de Minas Gerais. Entre os principais bens minerais produzidos estão a rocha

fosfática, bauxita e em destaque o minério de ferro.

Grande parte dos complexos alcalinos carbonatíticos do Brasil estão situados nos estados de

Minas Gerais e Goiás, podendo ser citados os complexos de Catalão I e II (GO), Salitre I e II

(Barreiro - Araxá (MG), Tapira (MG) e Serra Negra (MG). Esses complexos possuem como

principal característica o alto grau de intemperismo com raros afloramentos de rochas frescas.

Sob o ponto de vista econômico, estas ocorrências têm revelado a existência de grandes

reservas de nióbio, titânio, urânio, fosfatos e terras raras (ULIANA, 2010). Em geral, as

regiões onde estão localizados os complexos alcalinos carbonatíticos, em virtude das suas

características geológicas, apresentam altos níveis de radiação natural, sendo que os teores de

U, Th e seus produtos de decaimento presentes no solo são em geral elevados quando

comparados com o valor médio mundial (AMARAL, 1996).

Outra região de interesse é o Planalto de Poços de Caldas, que é mundialmente famoso pela

radioatividade natural elevada. Essa formação está situada a sudoeste do Estado de Minas

Gerais e abrange parte dos municípios de Poços de Caldas, Caldas, Andradas e Águas da

Prata, sendo a cidade de Poços de Caldas a única situada na região interna do Planalto. Como

consequência dos processos geológicos ocorridos no Planalto de Poços de Caldas, foram

produzidas cerca de 70 anomalias radioativas (FRAYA, 1962). Destacam-se como principais

corpos mineralizados o Morro do Ferro, maior depósito de tório do mundo, Morro do Taquari,

Campo do Cercado, corpo provedor do minério explorado, e Campo do Agostinho, como

anomalias de urânio.

Minas Gerais apresenta-se também como importante referência histórica na produção

brasileira de cassiterita, destacando-se ainda como o precursor da industrialização metalúrgica

do estanho, no Município de São João Del Rey, na década de 40. As mineralizações de

cassiterita têm afinidade genética com a Província Pegmatítica Oriental de Minas Gerais,

estão associadas à columbita-tantalita e djalmaíta, tendo sido alvo de intensa garimpagem a

partir do início da década de 40.

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14

A mineração, o beneficiamento e o processamento destes minérios, sejam eles cassiterita,

urânio, fosfato, nióbio, terras raras, entre outros, contribuem para a geração de grandes

quantidades de resíduos NORM. Evidentemente, a deposição imprópria desses materiais pode

provocar situações que resultam em eventos de contaminação do solo e águas subterrâneas e

exposições desnecessárias à população em geral. Assim, estudos que contribuam para o

estabelecimento de critérios e valores orientadores para a prevenção e controle da presença de

substâncias químicas potencialmente tóxicas em solos e águas subterrâneas são de

fundamental importância para o gerenciamento das áreas contaminadas no Estado de Minas

Gerais.

2 - OBJETIVOS

2.1 Objetivo principal

O objetivo principal do presente trabalho é a determinação dos valores de referência de

qualidade (VRQ) de solo para U e Th no Estado de Minas Gerais.

2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:

1. elaboração de banco de dados sobre a concentração de U e Th presentes nos solos de

MG;

2. complementação das informações já levantadas no Projeto “Solos de Minas”;

3. avaliação da relação das concentrações de atividades de U e Th nas principais classes

de solos do Estado de Minas Gerais bem como da sua correlação com os valores de

concentração de elementos traço /metais, já determinados no Projeto “Solos de

Minas”.

3 JUSTIFICATIVA

O gerenciamento de áreas contaminadas visa minimizar os riscos a que estão sujeitos a

população e o ambiente, por meio de um conjunto de medidas que assegurem o conhecimento

dessas áreas, bem como dos impactos causados por elas, proporcionando os instrumentos

necessários à tomada de decisão quanto às formas de intervenção mais adequadas.

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15

Mesmo nos Estados Unidos, que apresenta inúmeras áreas muito contaminadas em seu

território, notadamente decorrentes das atividades nucleares militares do passado, é

relativamente recente o estabelecimento de valores orientadores de qualidade de solo para

radionuclídeos, elaborado de forma consistente e compatível com aqueles estabelecidos para

os agentes químicos convencionais (UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION

AGENCY- US EPA, 2000).

No Brasil, embora estes problemas existam evidentemente em escala menor, são inúmeros os

casos detectados de contaminação radioativa em que a existência de valores orientadores

agilizaria os processos decisórios, diminuindo os riscos e otimizando a alocação de recursos

financeiros.

Dando continuidade ao projeto “Determinações de Valores de Referência para Elementos-

Traço em Solos do Estado de Minas Gerais”, desenvolvido pela equipe do Departamento de

Solos da Universidade Federal de Viçosa em parceria com Fundação Estadual do Meio

Ambiente – MG, e que atende à Resolução nº 420 do Conselho Nacional do Meio Ambiente,

detectou-se a necessidade de obtenção de dados analíticos para radionuclídeos para esses

mesmos solos.

Portanto, dentro deste contexto, este trabalho irá contribuir para a obtenção de mais uma

ferramenta que possa servir para o refinamento das informações já obtidas no Projeto “Solos

de Minas”, bem como para a validação de uma metodologia de gerenciamento de áreas

contaminadas com radionuclídeos naturais que já vem sendo utilizada com sucesso em alguns

países, e o aprimoramento das informações disponíveis sobre a gênese e a geoquímica dos

solos do Estado de Minas Gerais.

No presente trabalho, devido ao grande número de amostras envolvidas, optou-se pela

determinação dos Valores de Referência de Qualidade do solo apenas para os radionuclídeos

U e o Th, uma vez que eles são os precursores das séries naturais. Foi assumido que em solos

não antropofizados, esses elementos se encontram em equilíbrio radioativo com os seus filhos

de decaimento. Futuramente, com o andamento do Projeto Solos de Minas, serão

determinados os VRQ de outros radionuclídeos (Ra-228, Ra-226 e Pb-210), bem como dos

elementos terras raras.

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16

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 A radiação natural

Materiais radioativos de ocorrência natural são e sempre foram parte do nosso mundo. Tanto

o planeta quanto a atmosfera terrestre contêm diferentes espécies radioativas naturais. Desde o

seu aparecimento na Terra, o homem encontra-se exposto à radiação proveniente de fontes

extraterrestres e também dos radionuclídeos presentes na crosta terrestre. Entretanto, somente

nos últimos trinta anos, dado o uso crescente da radioatividade em suas múltiplas aplicações,

cresceu o interesse pela determinação da exposição às radiações, às quais o homem pode estar

sujeito, sejam essas de origem natural (fontes naturais) ou de atividades do próprio homem

(fontes artificiais).

As fontes naturais podem ser agrupadas em três tipos, de acordo com sua origem:

cósmica (de origem extraterrestre);

cosmogênica (proveniente da interação da radiação cósmica com os átomos

presentes na atmosfera) e;

radiação natural de origem terrestre, proveniente dos radionuclídeos naturais

existentes na crosta da Terra.

A radiação natural, responsável por aproximadamente 80% da dose de radiação média anual,

e as aplicações médicas (uso de raios-X e materiais radioativos em diagnóstico e terapia)

contribuem quase que totalmente para as doses de natureza artificial as quais o homem está

sujeito durante o ano. Em média, o ser humano recebe mais de 2,4 mSv de dose efetiva a cada

ano, devido às fontes naturais de radiação (EISENBUD, 1987).

Na FIG. 4.1 é mostrada a distribuição percentual média da dose efetiva anual das fontes

natural e artificial de radiação. (IAEA, 2004).

Dentre as fontes naturais de radiação, o Rn-222, por ser um gás nobre, difunde-se em

ambientes de convívio humano, através de materiais de construção, solos e água. A atividade

devida ao radônio equivale a 54% das radiações que o ser humano está sujeito normalmente.

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Figura 4.1 Distribuição percentual média da dose efetiva anual das fontes natural e artificial de radiação

(IAEA, 2004).

4.2 As séries naturais radioativas

O U-238, U-235 e o Th-232 são radionuclídeos de ocorrência natural, precursores das

denominadas séries radioativas naturais do urânio, actínio e tório, respectivamente. Essas

séries caracterizam-se por transformações sucessivas em que o nuclídeo pai decai em um

nuclídeo filho, que decai por sua vez e assim por diante até alcançar um produto final estável.

Nas FIG. 4.2 e 4.3 são mostradas respectivamente as séries radioativas do

U-238 e do Th-232.

Uma vez que seja possível quantificar as doses advindas da radiação de fundo, essas podem

ser utilizadas como base de comparação com possíveis impactos ambientais radiológicos,

causados pela existência de instalações que envolvam atividades com materiais radioativos

naturais.

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Figura 4.2 - Série radioativa do U-238.

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Figura 4.3 - Série radioativa do Th-232.

Os níveis de radiação natural devido aos radionuclídeos terrestres (K-40, U, Th e seus

produtos de decaimento) dependem da geologia local. A formação e a origem da crosta

terrestre são os principais fatores atuantes no transporte de materiais enriquecidos em urânio,

tório e potássio (GEOSCIENCE AUSTRALIA, 2012). Essa mobilização ocorre através da

atuação dos processos metamórficos, de fusão crustal, metassomatismo e migração de fluidos.

A distribuição destes elementos nas várias litologias está diretamente ligada a estes processos,

que normalmente ocorrem em diferentes profundidades na crosta terrestre e com variação na

escala do tempo.

A diferenciação magmática é responsável pela distribuição inicial de K, U e Th, sendo os dois

últimos mais sensíveis aos vários processos dessa diferenciação (ADAMS; GASPARINI,

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1970). Posteriormente, a atuação dos processos metamórficos altera a distribuição destes

elementos enriquecendo alguns de seus níveis. Do mesmo modo, a circulação das águas em

grandes profundidades tende a redistribuir estes elementos, trazendo-os para as porções mais

externas da crosta.

Rochas de composição mineralógica caracterizada essencialmente por quartzo e plagioclásio

apresentam baixas concentrações de K, U e Th, enquanto que as rochas compostas por micas,

feldspatos e minerais acessórios como zircão, apatita e monazita, contêm teores maiores

desses elementos. Os teores de K, U e Th são mais elevados nas rochas ricas em sílica,

denominadas ácidas e menores nas rochas mais pobres em sílica, denominadas básicas

(SAPUCAIA et al., 2005).

Rochas ígneas, também conhecidas como rochas magmáticas, são formadas pela solidificação

(cristalização) de um magma, um líquido com alta temperatura, em torno de 700 a 1200oC,

proveniente do interior da Terra. Elas podem conter jazidas de vários metais (p. ex. ouro,

platina, urânio, cobre, estanho) e trazem à superfície do planeta importantes informações

sobre as regiões profundas da crosta e do manto terrestre. Os granitos são uma grande fonte de

radionuclídeos naturais (EISENBUD; GESELL, 1997).

Por outro lado, os folhelhos, os arenitos e as rochas carbonáticas apresentam baixos teores de

radionuclídeos naturais.

Na TAB. 4.1 são apresentados os resultados das concentrações de atividade de radionuclídeos

naturais presentes em diferentes tipos de rochas. Na TAB. 4.2 estão relacionados os valores de

concentração de atividade de urânio e tório em amostras superficiais de alguns solos do

mundo.

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Tabela 4.1 - Radioatividade das rochas

Material K-40 Th-232 U-238

Bq kg-1

Bq kg-1

Bq kg-1

Rochas ígneas

Basalto 300 10-15 7-10

Granito >1000 70 40

Rochas

Sedimentares

600-900 <8 10-25

Fonte: Eisenbud, 1987.

Tabela 4.1 Concentração de urânio e tório em amostras superficiais de alguns solos do mundo.

Elemento Faixa de Variação

(mg kg-1

) Média Fonte

U 0,42 – 21,1 3,03 Xu et al., (1993) China

Th 0,003-100 13,8

U 0,29 – 11,0 2,7 Shacklette; Boergen

(1984) USA Th 0,003-100 9,4

U 0,72 – 2,05 1,22 Kabata-Pendias; Pendias

(1985) Canadá Th 4,2 – 14,1 8,0

U 0,10 – 2,33 0,79 Kabata-Pendias; Pendias

(1985) Polônia Th 1,4 – 7,2 3,4

U 0,001-2,298 0,872 Perez et al., (1998)

Brasil Th 0,003 – 42,09 10,20

Os dados da TAB. 4.2 demonstram que, em geral, nos solos analisados as concentrações de

Th são superiores às de U, o que pode ser explicado pelas características geoquímicas dos

dois elementos.

Dickson e Scott (1997) analisaram por espectrometria gama amostras de rochas e solos da

Austrália. Os resultados de laboratório obtidos por esses autores são apresentados na

TAB. 4.3 e mostram os valores mínimos e máximos e também o valor médio para cada tipo

litológico. Conforme pode ser verificado, não há diferença significativa nas concentrações de

tório de rochas granitóides, gnáissicas e ardosianas analisadas. Nas rochas ígneas

intermediárias, máficas e nas rochas sedimentares carbonáticas ocorre uma diminuição nos

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teores de urânio tório e potássio em relação aos gnaisses, as ardósias e aos granitoides. Há

também uma pequena diminuição na concentração média geral nos solos sobrejacentes a

todas as litologias investigadas por Dickson & Scott (1997), exceto nos solos oriundos das

rochas intermediarias onde ocorre um aumento de 50% nos teores de urânio e tório. Em

pegmatitos os teores são da ordem de 9 ppm de tório, abaixo dos níveis encontrados nas

rochas granitóides que chegam a atingir 45 ppm deste elemento.

Tabela 4.2 - Concentração de radioelementos em alguns tipos de rochas e solos da Austrália

Tipos de

rochas

Rochas Solos

K (%) U (µg/g) Th (µg/g) K (%) U (µg/g) Th

(µg/g)

Granitóides 0,3-4,5

(2,4)

0,4-7,8

(8,3)

2,3-45

(16)

0,4-3,9

(2,1)

0,5-7,8

(2,7)

2-37

(13)

Gnaisses 2,4-3,8

(2,4)

2,1-3,6

(2,5)

18-55

(15)

0,7-1,9

(1,3)

1,6-3,8

(2,2)

6-19

(12)

Pegmatitos 2,6-5,5

(3,7)

0,3-1

(0,7)

0,3-9,6

(2) - - -

Aplitos 0,6-4 (2,4) 1-8 (3,3) 3-20 (2) - - -

Intrusivas

intermediárias

0,7-5,6

(2,7)

0,1-1,2

(0,8)

0,8-6,1

(2,4)

0,7-3,4

(1,6)

1,5-2,3

(1,9)

2,9-8,4

(5,6)

Intrusivas

máficas

0,1-0,8

(0,4)

0,0-1,1

(0,3)

0,0-3,1

(1,2)

Ardósias 0,1-4,0

(2,6)

1,6-3,8

(2,6)

10-55

(19)

0,7-3,0

(1,5) 1,2-5 (2,3)

6-19

(13)

Arenitos 0,0-5,5

(1,8)

0,7-5,1

(2,3) 4-22 (12)

0,1-2,4

(1,3)

1,2-4,4

(2,1)

7-18

(11)

Carbonatos 0,0-0,5

(0,2)

0,4-2,9

(1,6)

0-2,9

(1,4) - - -

Fonte: Dickson; Scott (1997).

A seguir, apresenta-se uma descrição geral das características dos principais elementos das

séries radioativas naturais de interesse para este trabalho.

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Urânio

O uranio natural é composto por alguns isótopos, contendo, em relação ao peso, cerca de

99,238% de U-238, 0,711% de U-235 e 0,005455% de U-234. O isótopo de U-238 tem uma

meia vida muito longa, de 4,468x109 anos, muito maior do que a dos demais isótopos, e

apesar de apresentar a maior fração por peso do urânio natural, representa menos da metade

da atividade total de uma dada amostra. A outra parte da atividade é devida ao U-234 e

U-235.

Na natureza, as ocorrências de urânio apresentam enriquecimento de U-235, em torno de

0,71% (BEIR IV, 1988). Por outro lado, o isótopo U-234, com uma meia vida de 2,455x105

anos, é o quarto elemento da série de decaimento radioativo do U-238, sendo antecedido por

dois isótopos de meia vida muito curta (Th-234 e Pa-234). Em virtude disto, o U-234 se

apresenta usualmente em condições de equilíbrio secular com o U-238 nas amostras de urânio

natural, ou seja, com a mesma atividade (mas não com a mesma massa).

Como a contribuição do U-235 em massa é de 0,005455% e em atividade 2,2% do total

contido na amostra, a atividade do uranio natural pode ser considerada como sendo a soma da

atividade do U-234 e do U-238, assumindo a condição de equilíbrio radioativo.

O urânio não é um elemento particularmente raro. Estudos mostraram que mais de 5% de

todos os minerais conhecidos contêm urânio como constituinte essencial (DE VOTO et al.,

1979). Presente em uma ampla gama de ambientes geoquímicos, o urânio é considerado como

um dos constituintes mais abundantes da Terra, sendo encontrado em concentrações maiores

que a do cádmio ou a do mercúrio, por exemplo.

O urânio apresenta os estados de oxidação (+2, +3, +4, +5 e +6), sendo os estados de

oxidação +4 e +6 os de interesse geológico. No solo, o urânio no estado de valência U4+

é

encontrado em ambientes de forte redução, sendo formado pela oxidação da matéria orgânica

ou ferro no solo. Os hidróxidos de urânio tetravalente nas formas hidratadas, fluoretos e

fosfatos são muito imóveis no solo. Por outro lado, o urânio no estado de oxidação +6

apresenta uma mobilidade alta e se dissolve rapidamente em meios fluídos oxidados, como

por exemplo, as águas meteóricas (GEOSCIENCE AUSTRALIA, 2012). O estado de

valência U6+

ocorre em ambientes oxidantes, sendo fortemente adsorvido pelos solos,

formando complexos estáveis com muitos ligantes, notadamente carbonatos e complexantes

orgânicos. (SHEPPARD; EVENDEN, 1987).

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O urânio ocorre como um constituinte natural no solo. As rochas básicas (basaltos) contém <1

mg kg-1

de urânio, enquanto que as rochas ácidas (granito) contêm > 8 mg kg-1

e as rochas

sedimentares (xisto) contêm, em média, 4 mg kg-1

de urânio (STOKINGER, 1981;

NATIONAL COUNCIL ON RADIATION PROTECTION AND MEASUREMENTS-

NCRP,1984). A abundância de urânio na crosta terrestre varia de 00027 a 0004% (BERLIN;

RUDELL; 1979, RILEY; CHESTER, 1971). A concentração média é de 3 a

4 mg kg-1

(STATISTICS CANADA, 1983). As concentrações de urânio no solo em todo o

mundo têm sido relatados para uma variação entre 0,3 a 11,7 mg kg-1

(UNSCEAR, 1993). A

concentração média de fundo de urânio no solo é de cerca de 2 mg kg-1

(NCRP, 1984).

Propriedades do solo que afetam a mobilidade de urânio (e posterior absorção pela biota)

incluem: aeração (saturação de água, alta demanda de oxigênio químico ou biológico), teor de

carbonato (textura do material orgânico, pH, material de origem, intemperismo), e capacidade

de troca catiônica (argila, teor de matéria orgânica e pH). A maior capacidade de troca de

cátions irá reter mais urânio, enquanto carbonato no solo aumenta a mobilidade do urânio

através da formação de U aniónico, CO3 e complexos (ALLARD et al., 1982; SHEPPARD;

EVENDEN, 1987).

A migração do urânio no solo ocorre durante o período de alguns meses e dependendo da

absorção, ele pode se mover para cima quando existir um défict de água líquida ou para baixo,

como resultado da lixiviação do líquido (SHEPPARD et al., 1984).

Propriedades do solo relacionadas com o aumento da mobilidade e o acúmulo de urânio

incluem presença de solos ácidos com baixos potenciais de adsorção, solos alcalinos com

minerais de carbonato e a presença de quelatos (ácido cítrico) (SHAHANDEH; HOSSNER,

2002a).

As principais atividades antropogênicas que liberam o urânio no solo são a sua mineração e

processamento, mineração de fosfato, mineração de metais pesados, o uso do carvão e

descarte inadequado de lixo (ATSDR, 1999).

O urânio pode produzir efeitos tóxicos, tanto através da toxicidade química quanto da

radiotoxicidade. A radiotoxicidade pode resultar na incorporação do urânio no tecido de um

organismo (dose interna), bem como a partir do urânio adjacente ao organismo (dose externa)

(ENVIRONMENT CANADA, 2003). Em decorrência da meia-vida longa dos isótopos de

urânio, sua radiotoxicidade é relativamente baixa. Os efeitos adversos observados nos estudos

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de toxicidade do urânio são, em sua maioria, decorrentes da sua toxicidade química. Portanto,

o maior risco deste radionuclídeo como contaminante dos solos não está no próprio elemento

em si, mas sim no radônio, gás derivado do decaimento do urânio que é comprovadamente

cancerígeno.

Tório

Na natureza existem seis isótopos do tório: Th-231 e Th-227 da série do U-235; Th-234 e

Th-230 da série do U-238 e Th-228 da série do Th-232.

O tório natural é composto por dois isótopos, Th-232 e Th-228. O elemento Th-232, com

meia vida muito longa, de 1,405x1010

anos, é o precursor, de uma das séries naturais de

decaimento radioativo. O Th-228, com uma meia vida relativamente curta, de 1,91 anos, é o

quarto elemento da série do Th-232. A relação isotópica no tório Natural é cerca de 99,99 %

de Th-232 e 1,4x10-9

% de Th-228. Portanto, praticamente todo a massa de Th encontrada em

uma amostra se refere ao Th-232. Os radionuclídeos Th-234, Th-231, Th-232, Th-227 e Th-

228 possuem meia-vida curta (T1/2< 2 anos) e, portanto, pouca importância em estudos

ambientais de longo prazo.

O tório é surpreendentemente abundante na crosta terrestre, sendo quase tão abundante quanto

o chumbo e três vezes mais abundante do que o urânio. É encontrado em pequenas

quantidades na maioria das rochas e solos. Uma vez que o óxido de tório é altamente

insolúvel, muito pouco deste elemento circula através do meio ambiente. O tório ocorre

naturalmente como minerais de torita, uranothorite, torianita, e é um componente importante

da monazita e está presente em quantidades significativas nos minerais de zircão, titanita,

gadolinita e betafita. A reserva mundial de tório é estimada em torno de 500.000 toneladas de

ThO2 (MEZRAHI, 2005).

O tório é um elemento eletropositivo ocorrendo, principalmente, em óxidos, silicatos e

fosfatos. Também é encontrado em vários micro-organismos e em concentrações maiores em

carvão, petróleo e betume (BOYLE, 1982).

O conteúdo de tório nas rochas ígneas, assim como de urânio e potássio, cresce com o

aumento da concentração de sílica durante a diferenciação e a cristalização magmática, muito

embora ele não acompanhe as concentrações de urânio e potássio nos processos tardios de

alteração hidrotermal (SHIVES et al., 2000). A principal diferença entre o tório e o urânio é

que o primeiro apresenta uma mobilidade muito menor em condições oxidantes.

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Devido ao grande raio iônico, tório e urânio não participam da formação dos minerais

principais e são concentrados em minerais acessórios como monazita, allanita, xenotímio e

zircão. Em minerais como monazita e zircão, os teores de tório podem ser superiores a 1000

ppm (DICKSON; SCOTT, 1997).

Na natureza o tório é encontrado apenas no estado de oxidação +4. A concentração média de

atividade de Th-232 no solo varia entre 8ppm e 12 ppm (DICKSON; SCOTT, 1997).

Muitas das reservas de tório são encontradas nas areias monazíticas (GEOSCIENCE

AUSTRALIA, 2012). Nos solos e coberturas superficiais, o conteúdo de tório varia entre 0,1

ppm e 50 ppm, com média de 5 ppm. Em certos tipos de solos pode-se, excepcionalmente,

encontrar teores acima de 200 e até 1000 ppm, ou até maiores, em argilas, lateritas e bauxitas

associadas a complexos carbonatíticos ou nas proximidades de pegmatitos e veios

mineralizados (BOYLE, 1982).

O tório sofre hidrólise em soluções aquosas com valores de pH superiores a 3. Além disso,

também pode formar vários complexos aquosos com anions inorgânicos, tais como flúor,

fosfato, cloreto e nitrato. Uma melhor compreensão do papel dos compostos orgânicos no

aumento da mobilidade do tório está limitada pela escassez de dados termodinâmicos,

exacerbado pelas taxas de reação relativamente lenta para a maioria dos ambientes naturais

(IVANOVICH; HARMON, 1992).

Não existem estudos que mostrem uma biotransformação direta de tório por microrganismos

do solo, apenas mecanismos de biossorção, bioacumulação e bioprecipitação estão descritos

na literatura (DENEUX-MUSTIN et al., 2003).

O comportamento geoquímico do Th é muito similar ao do U4+

e, por conseguinte, ele não é

lixiviado com facilidade, pelo menos, em pH> 3-4. A mobilidade e solubilidade podem, no

entanto, ser significativamente aumentadas por complexação com ligantes orgânicos e

inorgânicos.

Em ampla revisão sobre o comportamento geoquímico do urânio, do tório e do potássio,

Ulbricht et al. (2009) relatam que, mesmo em regiões de clima tropical, o tório pode

comportar-se como o mais estável dos três elementos, devendo-se esperar que suas leituras

gama espectrométricas indiquem teores próximos aos originais da rocha fresca e, até mesmo,

que ocorra algum enriquecimento nos solos e coberturas superficiais devido a possíveis

acumulações de seus minerais, que são mais resistentes ao intemperismo. Esses autores,

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entretanto, chamam a atenção para as variações que podem ser introduzidas pela mobilização

acentuada desses elementos pelos processos de alteração hidrotermal e, em especial, pelo

intemperismo em regiões de climas tropicais/subtropicais e regime acentuado de chuvas, os

quais provocam a lixiviação do potássio das rochas granitóides, controlam a migração do

urânio e podem ainda afetar a mobilidade supergênica do tório.

Os perigos radiológicos do tório estão relacionados, em especial, com a radioatividade dos

seus isótopos. No corpo humano, os isótopos de tório tendem a concentrar-se no fígado, nos

rins, no baço e na medula óssea. Estudos realizados com trabalhadores expostos a compostos

contendo tório mostraram que a inalação de poeira contendo esse elemento contribui para um

aumento da probabilidade de se desenvolver doenças do pulmão, inclusive câncer (US EPA,

1990). A toxicidade química do tório é relativamente baixa, embora a injeção intravenosa de

compostos deste elemento possa causar graves perturbações ou mesmo a morte.

4.3 Atividades industriais com urânio e tório associados

Entre as indústrias em que os problemas de exposição à radiação podem ser mais

significativos, destacam-se as do ciclo de lavra e beneficiamento de minerais. Isso porque

alguns minerais, ao se formarem, incorporaram urânio e tório em proporções superiores à

média da crosta terrestre. A extração e o processamento industrial alteram as condições físico-

químicas que esses materiais apresentam na natureza, o que pode levar ao lançamento de

parcelas significativas dos elementos radioativos no meio ambiente.

Um exemplo é a drenagem ácida: a pirita (FeS2) presente nas rochas é oxidada quando

exposta ao oxigênio e à água, resultando na produção de ácido sulfúrico (H2SO4). Esse ácido

tem a capacidade de lixiviar (remover) da rocha grandes quantidades de metais (radioativos

ou não), que podem contaminar águas superficiais (rios, lagos e estuários) e subterrâneas.

As seguintes atividades de mineração/exploração foram identificadas como aquelas que

podem conter NORM (PONTEDEIRO, 2006):

Mineração e beneficiamento de urânio;

Areias monazíticas (produção de terras raras);

Mineração de cobre;

Mineração de rochas fosfatadas (produção de ácido fosfórico, adubos);

Mineração de ouro;

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Mineração de alumínio;

Mineração de pirocloro, tantalita, columbita;

Mineração de prata, níquel, molibdênio, titânio, zinco, ferro, chumbo, estanho e zircônio.

A mineração e o processamento de minérios metálicos podem gerar grandes quantidades de

resíduos NORM, incluindo os rejeitos de minério e escória de fundição, alguns dos quais

contêm elevadas concentrações de urânio, rádio, tório e seus produtos de decaimento, que

originalmente faziam parte do minério de alimentação do processo. Normalmente os

radionuclídeos naturais se encontram em equilíbrio secular até a etapa de beneficiamento do

minério. Contudo, a partir desse ponto podem ser utilizados processos químicos ou

metalúrgicos que resultam em distúrbio do equilíbrio radioativo e, portanto, o material sólido

remanescente terá uma concentração mais elevada de radionuclídeos do que a do que o

minério original. Exemplos típicos são: (a) a lixiviação dos isótopos do rádio nas séries do

U-238 ou do Th-232; (b) o escape de gás radônio e; (c) a volatilização do Pb e Po na

pirometalurgia, onde o chumbo radioativo acompanha o chumbo estável (PONTEDEIRO,

2006).

O nível de radioatividade presente em minérios metálicos depende mais da formação

geológica da região do que do mineral extraído. As técnicas de extração e processamento

podem ser uma importante variável no controle da concentração de NORM em resíduos.

No Brasil, as principais fontes de minérios de columbita/tantalita estão nas províncias

pegmatíticas situadas nos estados da Bahia e Minas Gerais. Estes minérios geralmente são

extraídos por garimpeiros e após a concentração são exportados. As operações são

intermitentes, dependendo dos preços internacionais do tântalo e das condições climáticas

(período de seca). Os teores dos elementos radioativos nos minérios concentrados atingem até

1% U3O8 e 1,8 % de ThO2, mas normalmente são bem inferiores. Pequenos volumes também

são produzidos na região de São João Del Rey, MG, onde o tântalo ocorre em associação com

microlita uranífera e é processado por lixiviação fluorídrica.

Existem pelo menos quatro estruturas carbonatíticas de idade cretácica que tem depósitos de

nióbio no Brasil. Dois desses depósitos estão sendo minerados e são responsáveis por mais de

70% da produção mundial de Nb. Os minerais pertencem ao grupo do pirocloro e o intenso

intemperismo a que foram submetidos os carbonatitos facilitam sua mineração a céu aberto.

Um dos depósitos, situado no estado de Minas Gerais, possui reservas da ordem de 460

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29

milhões de toneladas de minério, com teor médio de 2,5% a 3,0% de Nb2O5 (SILVA et al.,

1986) e quantidades de até 0,008% de U3O8 e 0,13% de ThO2, que são concentradas ao longo

dos processos de beneficiamento e metalurgia do nióbio (PASCHOA, 1998).

Valores típicos de concentração dos radionuclídeos naturais nos minérios são apresentados na

TAB. 4.4 (HIPKIN et al., 1998).

Tabela 4.3 - Concentração típica de radionuclídeos naturais nos minerais

Material Th-232

(Bq/g)

Ra-228

(Bq/g)

Th-228

(Bq/g)

U-238

(Bq/g)

Pb-210

(Bq/g)

Baddeleyta 0,3 6,0 2,0 7,0 7,0

Zircão 0,6 0,6 0,6 3,0 3,0

Terras raras 6,0 6,0 6,0 1,0 1,0

Pirocloro 80,0 80,0 80,0 10,0 10,0

Tantalita/columbita 100,0 100,0 100,0 50,0 50,0

A principal fonte de matéria prima para a produção de fertilizantes fosfatados são os minérios

apatíticos. Nesse caso, a rocha composta basicamente de apatita, após beneficiada, é tratada

com ácido sulfúrico e água (processo por via úmida) e convertida em ácido fosfórico, dando

origem a um resíduo constituído basicamente de sulfato de cálcio hidratado, que recebe a

denominação de “fosfogesso” (CaSO4.nH2O) (MAZZILLI et al., 2000).

Nas rochas fosfáticas, os elementos das séries radioativas naturais encontram-se praticamente

em equilíbrio secular, o qual é quebrado após o seu processamento e os radionuclídeos

presentes são separados, passando a se comportar de acordo com as suas propriedades físico-

químicas e meia-vida específica. De uma maneira geral, 80% do

Ra-226, 30% do Th-232 e 14% do U-238% se depositam no fosfogesso. O urânio e o tório se

tornam enriquecidos no fertilizante em aproximadamente 150%.

Alguns dos depósitos de fosfato estão nas mesmas estruturas carbonatíticas dos depósitos de

pirocloro (nióbio) mencionados anteriormente. Estes minérios de fosfato com teores de até

14% de P2O5 têm médias de até 0,0185% de U3O8 e 0,0480% de ThO2, chegando a

concentrações de Ra-226 da ordem de 3 Bq/g (PASCHOA, 1998). Os polos produtores de

fertilizantes fosfatados estão localizados em Rio Grande, RS, em Cubatão e em Cajati, SP e

em Uberaba, MG.

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A TAB. 4.5 apresenta valores típicos de concentração de materiais radioativos do

processamento da rocha fosfática.

Tabela 4.4 - Concentrações típicas de radionuclídeos naturais no fosfogesso, escória e fertilizante

fosfatado.

Fonte: The TENORM page.

Com relação à mineração de carvão, o problema principal está no alto teor de urânio medido

nas drenagens ácidas. A detecção de valores de radioatividade em torno de

100 Bq L-1

nas águas resultantes dessas drenagens impede seu lançamento no ambiente sem

qualquer tratamento, pois poderiam expor a população a doses acima dos limites

recomendados pelas normas de proteção radiológica (SOARES et al., 2008).

A ocorrência de elementos radioativos naturais no petróleo e no gás natural também pode

aumentar a exposição à radiação. Quando o óleo é extraído do subsolo, vem acompanhado de

sólidos e de água. Sob certas condições, sais de bário e cálcio (sulfatos e carbonatos) sofrem

precipitação, carregando com eles os isótopos de Ra-226 e Ra-228. Com o tempo, esses

precipitados entopem os dutos, devendo ser removidos e depositados de modo seguro, para

evitar exposições à radioatividade (MATTA, 2000). O problema foi observado em

plataformas marítimas de petróleo do Mar do Norte, na Europa, em 1981

(e estima-se que existam, em todo o mundo, cerca de 6 mil plataformas desse tipo). Até hoje,

porém, as avaliações realizadas mostram que os trabalhadores sofreram baixos níveis de

exposição e que o problema se concentra na emissão de efluentes para o mar.

A descarga no mar dessas e de outras águas de processos contendo elevadas concentrações de

elementos radioativos pode fazer com que esses elementos se acumulem na cadeia alimentar

marinha, até atingir altas concentrações no topo dessa cadeia (nos peixes). O consumo desses

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peixes (e de outros animais) contaminados pode aumentar a exposição de seres humanos à

radioatividade.

Na TAB. 4.6 são apresentados os valores de concentração para a série do U-238 e do

Th-232 para algumas atividades típicas da área mineral e de exploração de petróleo.

Tabela 4.5 - Concentração de U-238 e Th-232 em atividades típicas da área mineral e de exploração de

petróleo.

Material Série U-238 (Bq.g-1

) Série Th-232 (Bq.g-1

)

Monazita 6 – 40 6 – 300

Escória Ta/Nb 800 – 1.200 1.800 – 2.200

Escória pirocloro 17 – 140 190 – 800

Zircão 8,0 – 500 1,2 – 6,0

Petróleo – incrustração 0,1 – 4.000 (Ra-226 e Pb-210) -

Fonte: UNSCEAR (2010)

Como pode ser observado na tabela acima, a série do Th-232 se apresenta com valores de

concentração em faixas bem mais elevadas do que a série do U-238 para as atividades de

monazita, escória Ta/Nb e escória do pirocloro. Para o zircão e incrustação de petróleo as

concentrações para a série do U-238 são mais elevadas.

4.4 Problemas associados ao gerenciamento de NORM

A maior parte dos resíduos NORM difusos é produzida em volumes muito grandes, mas com

baixas concentrações de atividade. Os principais efeitos associados aos NORM são:

Aumento da concentração de atividade

O processamento de materiais contendo NORM pode dar origem a produtos (commodities) e

resíduos. Em alguns casos, a concentração de radionuclídeos naturais presentes na mistura

original é alterada, podendo aumentar de forma significativa nos resíduos e produtos gerados,

dependendo do processo industrial utilizado para beneficiamento dos minérios.

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Empresas e público em geral não têm conhecimento sobre materiais contendo

NORM

Muitas indústrias, em especial as de mineração, atuaram até recentemente sem terem

conhecimento de que suas operações poderiam dar origem à presença de NORM em seus

produtos e resíduos.

Similarmente, o público em geral não tem conhecimento dos níveis de radiação natural a que

estão expostos, bem como sobre a presença de NORM em uma variedade de produtos

utilizados diariamente. Por exemplo, materiais contendo NORM incluem aterros sanitários e

os materiais de construção civil.

Em muitos países, uma das estratégias adotadas para o gerenciamento de NORM inclui

manter o público em geral e as indústrias informados dos riscos potenciais associados à

geração de NORM.

Aplicação dos Requisitos de Proteção Radiológica

Na indústria nuclear, por exemplo, em um reator de potência, as consequências da ocorrência

de um acidente podem ser catastróficas. Nesse caso, o projeto e os controles operacionais são

bastante rígidos, de forma a reduzir não só a exposição à radiação mas também a

probabilidade de ocorrência de um acidente nuclear.

Por outro lado, na maioria das indústrias NORM, a probabilidade da ocorrência deste tipo de

acidente não existe. Portanto, as precauções necessárias em termos de proteção radiológica

nas indústrias NORM estão relacionadas ao controle da exposição às radiações.

A mais recente publicação do UNSCEAR (2010) cita que:

“as exposições devido às fontes naturais de radiação, com poucas exceções, geralmente não

têm o mesmo grau de controle que as exposições devido às fontes produzidas pelo homem. As

poucas exceções são as exposições em minas e usinas de urânio e as práticas onde são

manuseadas formas purificadas de materiais radioativos de ocorrência natural, tais como o

rádio-226 e o tório. Mesmo onde o controle ocupacional já foi introduzido, os dados de dose

individuais são bastante raros, sendo que a maioria deles deve estar disponível nos próximos

anos, como resultado de avaliações realizadas nos países com respeito a se deverão ou não

introduzir medidas de controle”.

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Um passo importante para a indústria e órgãos reguladores em um país é entender onde e

como os resíduos NORM podem ocorrer dentro de um determinado processo e também

identificar os locais onde as concentrações de NORM são maiores dentro de um dado

processo (produtos, subprodutos ou resíduos associados) (PONTEDEIRO, 2006).

A tarefa é ainda mais complicada em decorrência da relevância da exposição para NORM

depender muito das circunstâncias locais ou regionais e de padrões comportamentais. Por

exemplo, um poço de petróleo ou mina localizada em uma região despovoada ou área remota

representa risco menor para exposições potenciais ao público em geral do que as instalações

semelhantes localizados perto de uma área povoada. Da mesma forma, populações rurais em

países tropicais em desenvolvimento terão de enfrentar um potencial diferente para a

exposição de uma família rural na Europa (diferentes tipos de casas, a quantidade de tempo

gasto em casa, etc.).

A tentativa de se criar um sistema de níveis de isenção para NORM é complicada pelo fato de

que a introdução de uma nova regulamentação ou a extensão dos controles existentes para

resíduos contendo NORM ser susceptível a um impacto tecnológico e sócio-econômico

significativo, dada à sua ampla ocorrência e aos grandes volumes. A dose de exposição devida

aos resíduos NORM depositados sobre a superfície do solo e não suficientemente cobertos

são relevantes. Além disso, também deve ser considerado o caso de NORM dispostos na

superfície ou utilizados em materiais de construção, onde o radônio radiogênico pode ser uma

importante fonte de exposição potencial e, portanto, apresentar uma dose radiológica

significativa para o público.

Na TAB. 4.7 são apresentados os problemas do ponto de vista de radioproteção para cada tipo

de indústria em cada setor industrial. Conforme pode ser observado, as principais vias de

transferência dos radionuclídeos naturais presentes nos resíduos sólidos estocados no

ambiente para o homem são: a inalação, ingestão e a exposição direta à radiação beta e gama

no ar. Na via de transferência por inalação devem ser considerados todos os radionuclídeos

gasosos presentes. Os isótopos de radônio e polônio são considerados críticos, a partir da sua

meia-vida, concentração, taxa de exalação e diluição atmosférica. No estudo da ingestão há

que se considerar a disponibilidade química dos radioisótopos, do resíduo para o solo e água.

Portanto, a avaliação do impacto radiológico ambiental deve ser complementada pelo estudo

da disponibilidade química dos isótopos radioativos no resíduo, bem como no solo, água e ar

da área de estocagem do resíduo em questão.

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34

A prática de estocagem a céu aberto de resíduos sólidos contendo radioatividade deve

considerar o solo, a água e o ar como possíveis vias críticas para o incremento da estimativa

de dose. A disponibilidade química dos isótopos radioativos, presentes em concentração

muito baixa nos resíduos sólidos, é afetada pela concentração e característica das espécies

químicas presentes na matriz e no solo empregado na deposição final no ambiente (SANTOS,

2005).

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Tabela 4.6 - Exemplos de indústrias diretamente afetadas pela geração de NORM.

Setor Tipo de Indústria Problemas associados à

Radioproteção

Mineração e processamento

físico, químico e térmico

Urânio, Tório, Ouro, Prata, Cobre,

Ferro, Níquel, Alumínio,

Molibdênio, Estanho, Titânio,

Tungstênio, Vanádio, Potássio,

Terras Raras, Fosfato, Carvão, etc

Inalação de gás Rn-222 e

poeiras contendo

radionuclídeos das sereis

naturais do U-238 e Th-232,

geração de efluentes e

resíduos radioativos.

Areias monazíticas Zircônio, Monazita, etc Inalação de poeiras contendo

radionuclídeos das sereis

naturais do U-238 e Th-232,

exposição à radiação

externa.

Indústria do Tório Produção de mantas para lampião Inalação de poeiras e

geração de resíduos

radioativos

Exploração e produção Produção de petróleo e gás natural Inalação de poeiras durante

o processo de manutenção

da instalação, geração de

resíduos radioativos

Energia geotérmica Inalação de gás Rn-222 e

poeiras contendo

radionuclídeos das sereis

naturais do U-238 e Th-232,

geração de resíduos

radioativos.

Produção de eletricidade Queima de combustíveis fósseis

(carvão, óleo, etc)

Geração de cinzas contendo

radionuclídeos das séries

naturais, inalação de poeiras

durante o processo de

manutenção

Reciclagem e

descomissionamento

Sucatas, mantas de revestimento

fabricadas com escórias

Inalação de poeiras, geração

de efluentes e resíduos

radioativos

Outros processos e fabricações Tratamento de água e esgoto, spas,

cerâmica, fundição de metais,

papel, tintas, refratários e areais

abrasivas, eletrônica, material de

construção, etc

Inalação de gás Rn-222 e

poeiras contendo

radionuclídeos das sereis

naturais do U-238 e Th-232,

geração de efluentes e

resíduos radioativos.

Fonte: Adaptado de Steen; Weers (2004).

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4.5 Os solos

O solo é um meio complexo e heterogêneo, produto de alteração do remanejamento e da

organização do material original (rocha, sedimento ou outro solo), sob a ação da vida, da

atmosfera e das trocas de energia que aí se manifestam. É constituído por quantidades

variáveis de minerais, matéria orgânica, água da zona não saturada e saturada, ar e organismos

vivos, incluindo plantas, bactérias, fungos, protozoários, invertebrados e outros animais.

O solo é o produto final do intemperismo das rochas, que são raramente encontradas

aflorando na superfície, caso as condições físicas, químicas e biológicas permitam o

desenvolvimento de vida vegetal, também denominado regolito ou manto de intemperismo.

Em climas frios e secos os solos são pouco espessos e em climas quentes e úmidos o

intemperismo alcança considerável profundidade.

Fatores que atuam na formação do solo:

1. Clima: diferentes rochas podem produzir o mesmo solo, dependendo do clima. A mesma

rocha original pode produzir solos diferentes, em climas diferentes.

2. Tipo de Rocha: ricas em solúveis, pobres, etc.

3. Vegetação: cobertura, proteção contra a erosão, fornecimento de ácidos húmicos, facilita a

infiltração de água.

4. Relevo: inclinado, dificulta a penetração de água e facilita a solifluxão e destruição do solo.

5. Tempo: é necessário muito tempo (milhares de anos) para evolução do solo.

De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS, 2009).O solo

apresenta horizontes ou níveis com espessuras variáveis, podendo estar ausentes, designados

pelas letras de A a D

A - sujeito à ação direta da atmosfera, geralmente fofo, intensamente alterado e contendo a

vida bacteriana. Contém húmus (minerais e matéria vegetal e bacteriana) na parte superior.

Intensa lixiviação dos compostos solúveis.

B - argilas, carbonatos e hidróxidos lixiviados (dissolvidos) do horizonte A.

C - rocha parcialmente decomposta com blocos de rocha inalterada pouco alterada.

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D - rocha inalterada.

Conclui-se que a atuação dos processos meteóricos causa a desagregação e a decomposição da

superfície das rochas que fornece uma fração grosseira (grãos) que vai constituir os

conglomerados e arenitos, uma fração fina (silte e argila) e também uma fração em solução

(íons). Esses produtos do intemperismo posteriormente podem ser transportados pelas águas

pluviais, fluviais, ventos, gravidade, etc., e finalmente depositar, quando o agente

transportador perde ou diminui sua energia.

Ao somatório do intemperismo mais o transporte chamamos de erosão, conjunto de processos

mecânicos e ou químicos de remoção dos materiais desagregados da superfície das rochas

pelo intemperismo (CAPUTO, 2012).

Dependendo da mineralogia original e dos mecanismos de intemperismo e transporte, o solo

apresenta diferentes conteúdos das frações: areia, silte ou argila. O tamanho relativo dos grãos

do solo é chamado de textura e sua medida de granulometria (escala granulométrica), é um

parâmetro usado para classificação da textura dos solos. Na FIG. 4.3 é apresentada a escala de

textura utilizada para solo.

Os horizontes dos solos ou seja, as camadas que se diferenciam entre si, são formados a partir

da modificação do material original, por meio dos processos de intemperismo, apresentando

diferentes colorações de acordo com o grau de hidratação do ferro, dos teores de cálcio e

óxido de silício, além do teor de matéria orgânica nas camadas superficiais. O perfil do solo

compreende o conjunto dos horizontes e/ou camadas que abrangem, verticalmente, desde a

superfície até o material originário. Os solos apresentam grande variedade ao longo de uma

mesma região e entre diferentes regiões.

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Figura 4.4 – Escala de textura para solo (CETESB, 2012).

Os solos tropicais são mais profundos e mais quentes que os solos de clima temperado.

Possuem mais alumínio que sílica e apresentam uma capacidade de troca catiônica - CTC-

menor que os solos formados em clima temperado. A decomposição da matéria orgânica é

mais rápida e as plantas absorvem mais água em comparação aos solos de clima temperado.

Como há maior lixiviação de cátions em solos ácidos, arenosos, com baixo teor de matéria

orgânica e baixa CTC, há maior possibilidade de uma substância atingir a água subterrânea

(CETESB, 2012).

O tipo de material constituinte e sua granulometria influem nas propriedades do solo e nos

mecanismos de atenuação e transporte de poluentes. As propriedades físicas do solo (textura,

estrutura, densidade, porosidade, permeabilidade, fluxo de água, ar e calor) são responsáveis

pelos mecanismos de atenuação física de poluentes, como filtração e lixiviação, possibilitando

ainda condições para que os processos de atenuação química e biológica possam ocorrer.

Os conceitos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos da EMBRAPA (2009) foram

baseados não só no sistema de classificação de solos de Baldwing, Kellog e Thorp de 1938,

modificado por Thorp em 1949, como também no sistema de classificação da FAO (Food and

Agriculture Organization of the United Nations).

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39

Em 1999, a EMBRAPA publicou a primeira edição, depois revisada e ampliada em 2006,

onde apresenta a classificação dos solos do sistema brasileiro que até o presente contempla os

níveis de ordem, subordem, grande grupo e subgrupo.

A FIG. 4.4 apresenta a hierarquia da classificação de solos considerando as categorias de

ordem (PRADO, 2012).

Figura 4.5 - Hierarquia do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (PRADO, 2012).

A última versão do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) divide os solos em

13 ordens. São elas: Argissolo, Cambissolo, Chernossolo, Espodossolo, Gleissolo, Latossolo,

Luvissolo, Neossolo, Nitossolo, Organossolo, Planossolo, Plintossolo e Vertissolo.

Essas classes são divididas em seis níveis categóricos, sendo os primeiros quatro deles

(ordem, subordem, grande grupo e subgrupo) os mais desenvolvidos. O quinto e sexto níveis

categóricos (família e série) ainda se encontram em desenvolvimento (EMBRAPA, 2009).

No primeiro nível categórico os solos são classificados de acordo com a seguinte sequência:

Organossolos: são solos que apresentam horizonte hístico que atenda um dos seguintes

critérios de espessuras:

20 cm ou mais, quando sobrejacente a um contato lítico ou a fragmentos de rocha,

cascalhos, calhaus e matacões (90% ou mais em volume); ou

40 cm ou mais, contínuo ou cumulativo nos primeiros 80 cm da superfície do solo; ou

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40

60 cm ou mais se 75% (expresso em volume) ou mais do horizonte for constituído de

tecido vegetal na forma de restos de ramos finos, raízes finas, cascas de árvores etc.,

excluindo as partes vivas;

Neossolos: são solos sem horizonte B diagnóstico e satisfazendo os seguintes requisitos:

ausência de horizonte glei (horizonte mineral subsuperficial caracterizado por redução

de ferro e prevalência do estado reduzido, no todo ou em parte, devido principalmente

à água estagnada ) (SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS -

SIBCS, 2009) dentro de 50 cm da superfície do solo, exceto no caso de solos de

textura areia e areia franca;

ausência de horizonte plíntico dentro de 40 cm da superfície do solo;

ausência de horizonte vértico imediatamente abaixo de horizonte A;

A chernozêmico, se presente não deve estar conjugado com o caráter carbonático e/ou

horizonte cálcico;

Vertissolos: são solos com relação textural insuficiente para identificar um B textural e que

apresentam horizonte vértico entre 25 e 100 cm de profundidade e satisfazendo os seguintes

requisitos:

teor de argila, após mistura e homogeneização do material de solo, nos 20 cm

superficiais, de no mínimo 300 g kg-1

de solo;

fendas verticais no período seco com pelo menos 1 cm de largura, atingindo, no

mínimo, 50 cm de profundidade, exceto nos solos rasos, nos quais o limite mínimo é

30 cm;

ausência de material com contato lítico, ou horizonte petrocálcico, ou duripã

(horizonte mineral subsuperficial, cimentado, contínuo ou presente em 50% ou mais

do volume de outro horizonte com grau variável de cimentação por sílica e podendo

ainda conter óxido de ferro e carbonato de cálcio) (SIBCS, 2009) dentro dos primeiros

30cm de profundidade;

Espodossolos: são solos que apresentam horizonte B espódico imediatamente abaixo dos

horizontes E ou A.

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41

Planossolos: são solos apresentando horizonte B plânico não coincidente com o horizonte

plíntico, imediatamente abaixo de horizonte A ou E.

Gleissolos: são solos apresentando horizonte glei iniciando-se dentro de até 150 cm da

superfície do solo, imediatamente subjacente aos horizontes A ou E ou horizonte hístico com

menos de 40 cm de espessura, sem horizonte plíntico dentro de 200 cm da superfície, ou outro

horizonte diagnóstico acima do horizonte glei.

Latossolos: são solos que apresentam horizonte B latossólico imediatamente abaixo do

horizonte A.

Chernossolos: são solos que apresentam horizonte A chernozêmico seguido de: horizonte B

incipiente ou B textural ou horizonte com caráter argilúvico, todos com argila de atividade

alta e saturação por bases alta; ou de horizonte B incipiente < 10 cm de espessura ou

horizonte C, ambos cálcicos ou carbonáticos; ou apresentando horizonte cálcico ou caráter

carbonático no horizonte A, seguido de um contato lítico.

Cambissolos: são solos que apresentam horizonte B incipiente imediatamente abaixo do

horizonte A ou de horizonte hístico com espessura inferior a 40 cm.

Plintossolos: são solos que apresentam horizonte plíntico, litoplíntico ou concrecionário,

exceto quando coincidente com horizonte B plânico com caráter sódico, iniciando-se em uma

das seguintes condições:

dentro de 40 cm; ou

dentro de 200 cm se precedido de um horizonte glei, ou horizonte A ou E ou de outro

horizonte que apresente cores pálidas, variegadas ou com mosqueados.

Luvissolos: são solos apresentando horizonte B textural com argila de atividade alta e

saturação por bases alta, imediatamente abaixo do horizonte A ou E.

Nitossolos: São solos que apresentam 350 g kg-1

ou mais de argila, inclusive no horizonte A,

com horizonte B nítico imediatamente abaixo do horizonte A, com argila de atividade baixa

ou caráter alítico na maior parte do horizonte B, dentro de 150 cm da superfície do solo.

Argissolos: São solos que apresentam horizonte B textural.

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42

4.6 Áreas contaminadas

De acordo com a CETESB (2001), uma área contaminada pode ser definida como uma área,

local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação causada pela

introdução de quaisquer substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados,

acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até

mesmo natural. Nessa área, os poluentes ou contaminantes podem concentrar-se em

subsuperfície nos diferentes compartimentos do ambiente, como por exemplo, no solo, nos

sedimentos, nas rochas, nos materiais utilizados para aterrar os terrenos, nas águas

subterrâneas ou, de uma forma geral, nas zonas não saturada e saturada, além de poderem se

concentrar nas paredes, nos pisos e nas estruturas de construções.

O gerenciamento de áreas contaminadas compreende as etapas de diagnóstico, intervenção e

reabilitação, a serem implantadas segundo o nível das informações ou riscos existentes em

cada área. Esse gerenciamento normalmente é feito em duas etapas: a identificação e a

implementação dos processos de recuperação.

O processo de identificação de áreas contaminadas tem como objetivo principal a localização

das áreas contaminadas, sendo constituído por quatro etapas (CETESB, 2001):

definição da região de interesse;

identificação de áreas potencialmente contaminadas;

avaliação preliminar;

investigação confirmatória.

Na América Latina, a industrialização durante e após a Primeira Guerra Mundial, com a

exploração de mineração intensiva e beneficiamento de matérias-primas como minério,

petróleo bruto, madeira, e especialmente a metalurgia, a transformação de metal e a indústria

química nos anos 60 e 70, deixou seus traços em solo e águas subterrâneas. Legislação sobre

gestão de resíduos sólidos e licenciamento de indústria poluente é bastante recente nos países

da America Latina. Com o rápido aumento da concentração populacional nos centros urbanos

e metrópoles, por exemplo, México, São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires, o problema de

disposição dos resíduos sólidos ficou ainda mais crítico, uma vez que as instalações e o

espaço urbano não foram controlados. O resultado foi óbvio: os aterros contaminaram os

solos e as águas subterrâneas comprometeram a saúde humana (CETESB, 2001). No final dos

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anos 80 e início dos anos 90, um novo ciclo econômico de reorientação e de infraestrutura

aumentou as dificuldades nas megacidades, como aconteceu na Europa há 15 anos.

Uma característica comum em todos os países é a falta de uma legislação específica sobre

contaminação do solo e a questão de proteção do solo. Desafios fundamentais relativas à

questão de regulamentação e autorização/licenciamento de para a reutilização de áreas

contaminadas, assim como a questão de responsabilidade, distribuição de competências entre

as diferentes esferas administrativas e do financiamento público de sítios órfãos e

abandonados ainda não estão resolvidos nos países latino-americanos. Evidentemente, o

reaproveitamento da área contaminada depende do estabelecimento de padrões para o uso do

solo e da cooperação estreita entre ambiental local e planejamento urbano. Em São Paulo,

ocorrem as primeiras tentativas de simplificar o processo de licenciamento para projetos de

construção. A ocupação dos solos contaminados é orientada pelo uso do solo relacionado a

valores orientadores e a situação da área contaminada é fixada no registro público de

propriedade (CETESB, 2001).

Em Minas Gerais, a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais - FEAM

estabelece que os responsáveis por empreendimentos em áreas com suspeita de contaminação

ou contaminadas pela disposição inadequada de materiais e resíduos contendo substâncias

químicas, devem fazer Cadastro de Áreas Suspeitas de Contaminação e Contaminadas por

Substâncias Químicas junto à FEAM, de acordo com Deliberação Normativa COPAM no

116/2008.

O Inventário de Áreas Contaminadas tem como objetivo a sistematização e avaliação dos

dados das declarações de áreas suspeitas de contaminação e contaminadas – BDA e da Lista

de Áreas Contaminadas e Reabilitadas do Estado de Minas Gerais (FEAM).

Na Lista de Áreas Contaminadas e Reabilitadas foram registradas as áreas definidas como

contaminadas conforme as diretrizes estabelecidas na Resolução CONAMA 420/2009 e

Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH 02/2010. A Lista de Áreas Contaminadas e

Reabilitadas no Estado de Minas Gerais é publicada anualmente e apresenta informações

referentes às áreas em processo de gerenciamento de áreas contaminadas.

4.7 Valores de referência de qualidade de solo

O solo atua frequentemente como um “filtro”, tendo a capacidade de depuração e

imobilização para grande parte das impurezas nele depositadas. No entanto, essa capacidade é

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limitada, podendo ocorrer alteração da qualidade do solo, devido ao efeito cumulativo da

deposição de poluentes atmosféricos, à aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes e à

disposição de resíduos sólidos industriais, urbanos, materiais tóxicos e radioativos

(MOREIRA; NODERMANN, 1987).

Desta forma, são utilizados como instrumentos para prevenção e controle da contaminação e

gerenciamento de áreas contaminadas sob investigação os Valores Orientadores, os quais

determinam as concentrações de substâncias químicas que fornecem orientação sobre a

condição de qualidade de solo.

Em dezembro de 2005, a CETESB publicou no Diário Oficial do Estado de São Paulo, sendo

definidos três valores orientadores para solo e água subterrânea, a saber:

Valor de Referência de Qualidade - VRQ é a concentração de determinada substância no

solo ou na água subterrânea, que define um solo como limpo ou a qualidade natural da água

subterrânea.

Valor de Prevenção - VP é a concentração de determinada substância, acima da qual podem

ocorrer alterações prejudiciais à qualidade do solo. Este valor indica a qualidade de um solo

capaz de sustentar as suas funções primárias, protegendo-se os receptores ecológicos. Foi

determinado para o solo com base em ensaios com receptores ecológicos.

Valor de Intervenção - VI é a concentração de determinada substância no solo acima da qual

existem riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde humana, considerando um cenário de

exposição genérico. Para o solo, foram estabelecidos para cenários de exposição Agrícola-

Área de Proteção Máxima - APMax, Residencial e Industrial.

A área será classificada como Área Contaminada sob Investigação quando houver constatação

da presença de contaminantes no solo em concentrações acima dos Valores de Intervenção,

indicando a necessidade de ações para resguardar os receptores de risco, devendo seguir os

procedimentos de gerenciamento de áreas contaminadas (CETESB, 2001).

As definições dos valores orientadores conforme apresentadas constam da Lei Estadual

13.577, de 08 de julho de 2009, que dispõe sobre diretrizes e procedimentos para proteção da

qualidade do solo e gerenciamento de áreas contaminadas.

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No Brasil em 2009 foi publicada a resolução CONAMA 420 (RESOLUÇÃO no 420, 2009),

que dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo e estabelece diretrizes

para o gerenciamento de áreas contaminadas.

Nesta resolução foram estabelecidos os seguintes valores orientadores:

• Valores de referência de qualidade – a serem definidos pelos estados, conforme metodologia

estabelecida,

• Valores de prevenção- iguais aos de São Paulo de 2005,

• Valores de investigação – iguais aos valores de intervenção de São Paulo de 2005, exceto na

água subterrânea para alumínio, ferro, cobalto e zinco.

Desta forma, os valores de referência de qualidade de solo tornaram-se importantes com um

número crescente de exigências geradas pelas normas ambientais, quanto à investigação de

poluentes nos diversos compartimentos ambientais. Eles expressam os níveis de concentração

de contaminantes no solo que definem o rumo das ações a serem tomadas após a investigação

confirmatória de contaminação.

Para a poluição do solo não existe uma abordagem internacional padronizada, em função de

sua natureza complexa e variável, diferentemente da questão da poluição do ar e das águas

superficiais, o solo considerado um bem econômico de propriedade privada.

Muitos fatores são responsáveis pelas diferentes abordagens em diferentes países. Entre estes

se destacam o sistema legal e administrativo; as responsabilidades; as regras de propriedade

do solo; os históricos industriais; os aspectos culturais e sociais, que definem as atitudes em

relação aos bens a proteger; a forma de uso e ocupação do solo, incluindo as pressões de

reutilização; os aspectos econômicos e a disponibilidade de recursos e tecnologias (CETESB,

2001).

Uma alternativa para diminuir os impactos decorrentes da limitação tecnológica e dos altos

custos da remediação tem sido a revisão dos valores alvo de remediação a serem atingidos. A

determinação desses valores tem sido feita recentemente, com a aplicação de avaliação de

risco (FINOTTI; CORSEUIL, 1997).

De acordo com a experiência de países onde a questão encontra-se mais desenvolvida, não é

recomendável, a princípio, fixar em uma legislação com os valores orientadores para solos e

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águas subterrâneas, uma vez que estes valores dependem do tipo e uso pretendido do solo e

ainda se encontram em fase de desenvolvimento.

A avaliação de risco caso-a-caso, usada pelos Estados Unidos no Programa “Superfund”,

idealizado para recuperar áreas seriamente contaminadas, demonstrou ter uma relação

custo/benefício desfavorável. Neste processo, em função de sua complexidade, o tempo

decorrido entre a identificação da área contaminada e a tomada de decisão para intervenção é

longo, além de que, o conhecimento em avaliação de risco está concentrado em um pequeno

grupo de técnicos especialistas.

Esta metodologia possibilita uma maior influência política regional. Desta forma, considera-

se que avaliação de risco caso-a-caso é indicada para áreas contaminadas complexas em

relação ao seu tamanho e ao número de contaminantes presentes, com altos custos de

remediação envolvidos.

Segundo Cunha (1997), os seguintes fatores determinam a existência de incertezas associadas

à avaliação de risco:

ausência de dados toxicológicos para um grande número de substâncias e para

algumas vias de exposição;

não considerar a dependência de ação entre as substâncias envolvidas (sinergismo ou

antagonismo), que pode resultar na sub ou superestimativa do risco decorrente as

exposições múltiplas

substâncias e emprego de dados relativos à exposição impróprios à população

avaliada, quando adotados

valores desenvolvidos para populações de outros países.

O estabelecimento de uma lista orientadora geral de valores de referência de qualidade é hoje

uma tendência mundial visto, que com base em análises de amostras de solo e de águas

subterrâneas, de valores de alerta, com caráter preventivo e de valores de intervenção,

derivados a partir de modelos matemáticos de avaliação de risco, utilizando-se diferentes

cenários de uso e ocupação do solo previamente definidos, considerando-se diferentes vias de

exposição e quantificando-se as variáveis toxicológicas (DIAS; CASARINI, 1996).

Desta forma, sugere-se a adoção de listas orientadoras com valores de referência de qualidade,

de alerta e de intervenção, como uma primeira etapa nas ações de monitoramento da

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qualidade, prevenção à poluição e diagnóstico de áreas suspeitas de contaminação, remetendo

a avaliação de risco caso a caso para as áreas contaminadas. Cabe ressaltar que o uso de

padrões internacionais pode levar a avaliações inadequadas, já que existem diferenças nas

condições climáticas, tecnológicas e pedológicas de cada país, justificando o desenvolvimento

de listas orientadoras próprias, compatíveis com as características de cada um deles

(PERES, 2007).

Em 1991, a Agência de Proteção Ambiental Americana (US-EPA), organizou um estudo

técnico, com o objetivo de identificar alternativas para acelerar o processo de remediação nos

locais selecionados como prioritários de acordo com a “National Priorities List” e com o

“Comprehensive Environmental Response, Compensation and Liability Act” - CERCLA,

mais conhecido como programa “Superfund”.

Uma das propostas específicas deste estudo foi “avaliar meios de desenvolver padrões e

valores guia para solos contaminados” (EPA, 1994; 1996a).

Em 1993, a EPA apresentou para 30 substâncias os valores genéricos para solos, chamados

“Soil Screen Levels” (SSL’s), derivados a partir de modelos padronizados de exposição

humana, segundo as vias: ingestão de solo, inalação de voláteis e/ou particulados e ingestão

de água subterrânea contaminada, sob um cenário de ocupação residencial do solo (EPA,

1996).

Assim, a EPA desenvolveu um procedimento de avaliação da contaminação em solos (“Soil

Screening Framework”), que representa a primeira de uma série de ferramentas para

desenvolver uma avaliação e remediação padronizada de solos. É uma metodologia simples

para calcular níveis de contaminação no solo da área em estudo, abaixo do qual não necessita

maiores investigações. Utilizando- se equações para o cálculo das exposições humanas, cujas

variáveis foram parametrizadas, a EPA apresentou em 1994, um relatório preliminar com

valores genéricos para 107 substâncias.

Estes valores genéricos são utilizados como opção quando não se dispõe de dados específicos

do local (EPA, 1994). A EPA (1996) apresentou um relatório final, com uma lista revisada de

valores genéricos, a qual foi ampliada para110 substâncias.

A Holanda foi o primeiro país a formalizar um programa nacional para avaliação de

contaminação e estabelecimento de níveis de intervenção, considerando para o solo sua multi-

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funcionalidade, ou seja, as funções de agricultura, ecologia, transporte, suprimento de água

potável, etc.

Como parte do esforço de desenvolvimento de valores orientadores e de acordo com o

princípio de multi-funcionalidade, a Holanda formulou uma lista como guia de avaliação e

remediação de locais contaminados. Esta lista de valores é frequentemente referida como a

“Lista Holandesa” ou “Lista ABC”, estabelecida em 1983. Um desenvolvimento posterior

ocorreu em 1987 quando o Governo Federal promulgou a Lei de Proteção do Solo (“Soil

Protection Act”), a qual reafirma o conceito de multi-funcionabilidade do solo (MINISTRY

OF HOUSING, SPATIAL PLANNING AND ENVIRONMENT - VROM, 1988).

O Ministério da Habitação, Planejamento e Meio Ambiente da Holanda -VROM publicou, em

1994, em atendimento à Lei de Proteção de Solo, uma proposta de novos valores de

orientação, derivados com base em conhecimentos científicos, incluindo a modelagem de

avaliação de risco e considerando a variação da porcentagem de matéria orgânica e argila no

solo (VROM, 1994). Estes novos valores foram denominados STI (“Streefwaarde” -

referência, “Toetsingswaarde” - alerta e “Interventiewaarde”- intervenção).

Para determinação dos valores de referência (S), no que se refere a compostos naturalmente

presentes (metais), foram empregadas relações empíricas, desenvolvidas como sendo uma

função do conteúdo de argila e matéria orgânica no solo. A lista provisória foi discutida e

criticada por um comitê de especialistas e a lista revisada foi publicada.

As concentrações dos elementos químicos de ocorrência natural que compõem os solos

devem servir de limiares que, quando comparados aos valores de concentração de solos

antropogênicos, possam apresentar um resultado mais consistente do nível provável de

contaminantes existente no mesmo.

Para determinação dos valores de referência de qualidade de solo para radionuclídeos, a

Agência de Proteção Ambiental EPA (2000) desenvolveu uma ferramenta para a triagem das

áreas contaminadas, chamada de Lista Nacional de Prioridades (NPL). Essa orientação

apresenta uma estrutura para o desenvolvimento de níveis de triagem de solo (SSLs) para

radionuclídeos com foco, principalmente, em uma metodologia de estudo de níveis

específicos para o local investigado. A orientação pode servir como uma ferramenta para

agilizar a avaliação de solos contaminados por radioatividade nos locais abordados seguindo a

definição de Resposta Global de Impacto Ambiental, Compensação e Responsabilidade

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(CERCLA), conhecido como Superfund. A orientação é destinada a rastrear as áreas e as vias

de exposição para os radionuclídeos de interesse assumindo certos cenários específicos. Seu

uso pode reduzir significativamente o tempo gasto em investigações do solo e ações de

limpeza, bem como melhorar a consistência dessas ações.

As fórmulas e exposição pressupostas utilizadas para desenvolver os níveis de rastreio

baseiam-se em "Guidance Risk Assessment for Superfund" e têm sido amplamente aceitas no

programa Superfund. Nesse caso, a orientação de triagem do solo para radionuclídeos não é

uma regra, não tem a força de um regulamento, nem deve ser interpretada para representar

padrões de limpeza para um determinado local. O uso da orientação não é juridicamente

vinculativo, mas destina-se à disponibilidade de uma ferramenta para uso nas devidas

condições específicas do local. "Orientação de Triagem do Solo para Radionuclídeos: Guia do

Usuário" Outubro de 2000. OSWER Directiva 9355,4-16A, número de ordem NTIS (PB2000

963307) (EPA, 1996).

No Brasil não existem valores de referência de qualidade de solo para radionuclídeos e a

decisão sobre a limpeza das áreas contaminadas é realizada caso a caso. Peres (2007) realizou

estudos em São Paulo com o objetivo de desenvolver uma metodologia para o

estabelecimento dos valores orientadores baseado principalmente nas equações usadas pela

EPA. Neste trabalho foram apresentados os valores de intervenção e prevenção para três

cenários de exposição: agrícola, residencial e industrial. Nesse mesmo trabalho, Peres (2007)

analisou 30 amostras representativas do Estado de São Paulo e determinou os valores de

referência de qualidade do solo.

Em termos de radioproteção ambiental não são utilizados VQR para radionuclídeos, mas sim

o valor de intervenção, o qual corresponde à concentração de solo de uma dado radionuclídeo

que irá resultar em uma dose efetiva de 50 mSv.ano-1

no indivíduo do público e o valor de

prevenção, o qual resulta em um valor de dose igual a 10 mSv.ano-1

(PERES, 2007). Em

termos práticos, entretanto, a aplicação desses limites é complicada no que tange ao

gerenciamento de áreas contaminadas com NORM, principalmente, durante o processo de

remedição, quando muitas vezes pode ser necessário voltar às condições iniciais do meio

ambiente e, para tanto, devem ser conhecidos os valores de referência de qualidade de solo.

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5 METODOLOGIA

5.1 Definição da área de estudo

Para a realização deste trabalho foram utilizadas amostras de solo selecionadas a partir de um

banco de solos já coletados para o “Projeto Solos de Minas” (FEAM, 2011).

A área de abrangência deste estudo é, portanto, o Estado de Minas Gerais. Localizado na

região Sudeste do Brasil, Minas Gerais é o quarto estado em extensão territorial, ocupando

uma superfície de 588.384 km2, correspondendo a 7% do território brasileiro e representando

a terceira economia do país. As principais atividades são a agropecuária, as indústrias de

transformação, principalmente a metalurgia básica e as indústrias de extração, destacando-se o

ferro e o ouro, dentre outros (SILVA et al., 2005). O setor de serviços também vem crescendo

nas últimas décadas ocupando lugar de destaque na economia do estado. Além da variedade

de atividades econômicas existentes com potencial de impacto ao meio ambiente, o estado se

destaca por possuir a segunda maior população do País, cerca de 20 milhões de habitantes

(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 2012).

A história e as tradições do Estado de Minas Gerais estão fortemente ligadas à atividade

mineradora e às suas enormes reservas minerais. O estado extrai mais de 160 milhões de

toneladas de minério de ferro por ano e responde por 29% de toda a produção mineral do país,

por 53% da produção de minerais metálicos e por cerca de 50% de todo o ouro produzido no

Brasil. Alguns dados importantes são apresentados abaixo: (COMPANHIA DE

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE MINAS GERAIS – CODEMIG, 2012)

Minas Gerais extrai mais de 160 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

Quase 50% da produção nacional de ouro tem origem em Minas Gerais.

O estado é responsável por aproximadamente 53% da produção brasileira de minerais

metálicos e 29% de minérios em geral.

Os produtos minerais e de origem mineral representam 50% de toda a exportação do

estado.

Minas Gerais é o maior produtor de ferro, ouro, zinco, nióbio, fosfato, grafita, lítio e

calcário. Produz 75% do nióbio do mundo.

As reservas mineiras de nióbio são para mais de 400 anos. Existem somente três minas

em todo o mundo.

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Mais de 300 minas estão em operação. A atividade está presente em mais de 250

municípios mineiros.

Das 100 maiores minas do Brasil, 40 estão localizadas no estado.

67% das minas classe A (produção superior a 3 milhões t/ano) estão localizadas no

estado.

Dos dez maiores municípios mineradores, sete estão em Minas Gerais, sendo Itabira o

maior do País.

Como resultado de um intenso processo geotectônico na formação rochosa do arqui - Brasil,

vários exemplos de manifestações vulcânicas, favorecendo a migração de minerais radioativos

para a superfície, são encontrados no Estado de Minas Gerais. Elas ocorrem ao longo de uma

zona de fratura, na faixa orientada de Sudeste para Noroeste que se desenvolve desde a Ilha de

São Sebastião, no litoral de São Paulo, até as vizinhanças da cidade de Patrocínio, no

Triângulo Mineiro penetrando, presumivelmente, no Estado de Goiás.

O primeiro centro vulcânico alcalino conhecido foi o do Planalto de Poços de Caldas, onde de

longa data se constatou a existência de minerais de zircônio. Na região foram encontradas

mais de 44 anomalias radioativas (FRANCA, 1963). De acordo com Sachett (2002), a área

mais estudada é a região de Poços de Caldas, onde se situa uma das grandes áreas de intrusão

vulcânica alcalina do planeta, com uma cratera medindo cerca de 30 km de diâmetro. Vários

trabalhos foram realizados no local visando, principalmente, a caracterização do campo de

radiação, distribuição da radioatividade, estimativa da exposição gama externa e da decorrente

dos radionuclídeos incorporados pela população da região.

O complexo alcalino de Araxá está envolvido por formações da série Minas, constituída por

filitos e quartzitos. A localidade de Barreiro, a 6 km ao Sul de Araxá, onde se localiza o

Grande Hotel Araxá, apresenta uma área superior a 1000 ha sendo constituída por rochas ricas

em apatita, magneto-ilmenita e barita (FRANCA, 1963).

A área de estudo do presente trabalho compreende, portanto, todo o território mineiro, o qual

é provido de características peculiares relacionadas à litologia, gênese e morfologia dos solos,

as quais têm influência preponderante na pedogeoquímica dos elementos traço, metais e

radionuclídeos.

Cerca de 70% dos solos do estado são muito intemperizados, como os Latossolos, os

Argissolos e os Nitossolos, além daqueles cujo intemperismo é limitado pelo material de

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origem como Neossolos Quartzarênicos. Aproximadamente 17% dos solos restantes

pertencem à classe dos Cambissolos, que muitas das vezes apresentam mineralogia

Latossólica. Predominam nesses solos argilas de baixa reatividade, como por exemplo, a

caulinita associada com óxidos e hidróxidos de ferro e de alumínio (METRI et al., 2008;

FONTES; WEED, 1991). Na FIG. 5.1 é apresentado o mapa de localização de algumas

ocorrências de pegmatitos no Estado de Minas Gerais

Conforme mencionado no Capítulo anterior, o urânio e tório podem ocorrer em vários tipos de

rochas sendo três as de maior distribuição: 1) faixas de rochas pré-cambrianas; 2) áreas com

sedimentos permeáveis e 3) áreas com acumulação de areias detríticas.

Para o Estado de Minas Gerais podem ser consideradas as seguintes grandes ocorrências:

Província pegmatítica de Minas Gerais, abrangendo parcialmente as bacias dos rios

Jequitinhonha, Doce, Paraíba do Sul, Grande, Rio das Mortes e Paraopeba.

Província magmática alcalina de Poços de Caldas e intrusivas alcalinas e básicas de

Tapira, Araxá e Salitre.

Faixa de migmatitos das regiões de São João Del Rei e Itabirito.

Província magmática de rochas alcalinas em Poços de Caldas.

Áreas com acumulação de areias detríticas

No rio das Mortes em São João Del Rei, onde aluviões foram prospectados para a

recuperação de cassiterita (GUEDES, 2005).

Nas FIG. 5.1 e 5.2 são apresentadas as localizações das grandes ocorrências consideradas para

o Estado de Minas Gerais.

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Figura 5.1 – Mapa de localização de algumas ocorrências de pegmatitos no Estado de Minas Gerais

(adaptado de (PPeGeo- portal de periódicos eletrônicos em Geociências)

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Figura 5.2 – Mapa de localização de algumas ocorrências de rochas intrusivas alcalinas e básicas no

Estado deMinas Gerais

A FIG. 5.3 apresenta o mapa de solos do Estado de Minas Gerais.

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Fonte: Mapa de Solos do Estado de Minas Gerais (FEAM)

Figura 5.3 – Mapa de solos do Estado de Minas Gerais

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5.2 Métodos de coleta e análise

5.2.1 Coleta

Para realização do trabalho de campo, diferentes regiões do Estado de Minas Gerais foram

percorridas aproveitando-se as principais rodovias, estradas e acessos. Os caminhamentos

pela área de estudo foram realizados e acompanhados com o auxílio do mapa de solos editado

em 2008 pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com a Fundação Centro

Tecnológico de Minas Gerais (CETEC). Campanhas para classificação e levantamento das

principais classes de solos foram realizadas pela equipe de levantamento da Universidade

Federal de Viçosa com o objetivo de auxiliar as coletas das amostras de solo em áreas onde as

informações contidas no mapa de solos estavam muito generalizadas.

As amostras foram coletadas aleatoriamente, dentro da unidade de mapeamento, observando-

se o predomínio de vegetação preservada ou minimamente impactada como, por exemplo,

pastagem nativa. Outros critérios também foram utilizados para confirmar a unidade de

mapeamento, tais como observação dos perfis de solos em cortes de estradas, erosões,

voçorocas, além de interpretação geomorfológica e vegetacional.

Uma vez definido o ponto de coleta, uma amostra simples foi coletada e as coordenadas

geográficas foram registradas utilizando um GPS Garmin GPSMAP® 76S. Posteriormente,

foram também coletadas amostras compostas em alguns pontos selecionados com a finalidade

de avaliar a representatividade e validar a amostragem simples.

As amostras de solo foram retiradas na profundidade de 0 a 20 cm, porção equivalente ao

horizonte A para maioria dos solos. O solo foi coletado com trado tipo caneco, de 16 cm de

altura, fabricado em aço inox, com capacidade de 0,750 dm3. A quantidade coletada

correspondeu a dois volumes de trado, totalizando 1,5 dm3 de solo. Depois de coletado, o solo

foi armazenado em saco plástico, etiquetado e transportado até o Departamento de Solos

(DPS) da Universidade Federal de Viçosa. Nas dependências do DPS, o solo foi retirado dos

sacos plásticos e seco à sombra. Cuidados foram tomados para se evitar possíveis

contaminações cruzadas, principalmente, com material particulado (por exemplo, poeira).

Depois de secas as amostras foram peneiradas em peneira de nylon de malha de 2,0 mm,

constituindo a terra fina seca ao ar. Esse tipo de peneira foi utilizado para se evitar possíveis

contaminações do solo por malhas de metal. Depois de peneiradas, as amostras foram

acondicionadas em recipiente plástico e armazenadas à sombra.

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A FIG. 5.4 apresenta a distribuição dos pontos de coleta de amostras, as quais constituem o

Banco de Solos do Estado de Minas Gerais.

A partir da sobreposição das informações existentes das classes de solos e da geologia de cada

região e tentando-se obter uma maior abrangência e representatividade dentro das limitações

nalíticas, foram selecionadas 110 amostras das 500 constantes no Banco de Solos para análise

de U e Th, sendo que em 12 destas amostras selecionadas foram feitas análises em triplicata

de modo a avaliar a reprodutibilidade do método de preparo e análise de U e Th.

Para a realização desta etapa foram utilizadas técnicas de geoprocessamento, adotando o

aplicativo ArcGis 10.0 com recursos para viabilizar associação entre dados alfanuméricos

(tabulares) e vetoriais (desenho), permitindo a espacialização dos dados coletados e

possibilitando assim análises e produção de mapas temáticos.

Os pontos selecionados para análise de U e Th se apresentaram bem distribuídos

espacialmente por todo o Estado de Minas Gerais, conforme pode ser observado na FIG. 5.5.

No Anexo I são apresentadas as localizações georreferenciadas de cada ponto selecionado.

Uma vez selecionadas, as amostras de solos a serem analisadas para determinação das

concentrações de atividade de U e Th foram quarteadas e pulverizadas visando atender a

granulometria recomendada pelos métodos analíticos. Foram pesadas, acondicionadas e

identificadas.

A determinação das concentrações de atividade de U e Th foi realizada em parceria com o

Laboratório de Poços de Caldas (LAPOC/CNEN), conforme descrito a seguir.

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Figura 5.4 - Distribuição dos pontos de coleta do “Banco de Solos” do Estado de Minas Gerais.

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Figura 5.5 - Localização das amostras selecionadas do “Banco de Solos” do Estado de Minas Gerais para determinação dos valores de referência de qualidade de

solo para U e Th.

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60

5.2.2 Espectrofotometria UV-Vis com Arsenazo III para a determinação de

U e Th

Para determinação da concentração de urânio e tório presente nas amostras de solo foi

utilizado o método de espectrometria de absorção molecular UV-VIS com o reagente

orgânico colorimétrico Arsenazo III (SAVVIN, 1961). A escolha desse método se deu em

decorrência de sua simplicidade, acessibilidade e baixo custo quando comparada com a de

outros métodos para determinação do urânio. Etapas de pré-concentração e extração foram

empregadas para aumentar o limite de detecção e a sensibilidade analítica.

Os experimentos de extração dos íons de urânio (UO22+) das amostras de solo foram realizados

por ensaios em batelada à temperatura ambiente de 25ºC. Para tanto, foram tomados 0,5 g de

solo com 20 mL de diferentes concentrações de soluções nítricas, os quais foram agitados

mecanicamente num agitador modelo AD8850, marca Donner, a 400 rpm, em intervalos de

tempo pré-determinados. A seguir, após a decantação dos sólidos, foram tomadas alíquotas de

5 mL do sobrenadante com auxílio de micropipetas automáticas para a determinação da

concentração de íons de urânio (VI) por espectrofotometria UV-VIS.

O urânio em solução foi separado das impurezas mediante extração com tri-n-butil-fosfato

(TBP) em meio a solução contendo o agente salino Al(NO3)3, sal dissódico do ácido etileno

diamino tetraacético (EDTA) e ácido tartárico. A reextração do urânio foi realizada com

solução de Arsenazo III (ácido 2,7-bis (2-arsenofenilazo)-1,8-diidroxinaftaleno-3,6-

dissulfônico) em tampão de pH 3, contendo fluoreto de sódio. Em seguida, foi formado um

complexo estável de cor vermelho-violeta, cuja absorção foi medida em 650 m. O

equipamento de espectrofotometria utilizado nas medidas é da marca GBC modelo 911 A.

O tório foi separado das impurezas por meio da extração com óxido de tri-octilfosfinóxido

(TOPO) e a reextração com solução de ácido oxálico. Tório na presença de Arsenazo III

também resulta em uma reação colorimétrica de cor vermelho-violeta sendo este reagente

adicionado após sua reextração e sua absorção medida em espectrofotômetro em 665 m.

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61

Os resultados de urânio e tório obtidos em μg.g-1

foram reportados em atividade Bq Kg-1

, por

meio de cálculo a partir da atividade específica do Unat (U-238 + U-234) e Thnat. Os fatores

calculados para multiplicação foram 24,4 e 4,1, para urânio e tório, respectivamente.

A validação do método foi realizada por meio do material de referência IAEA-327

(Radionuclides in Soil). Para tanto, foi empregada uma digestão ácida utilizando

3,0105 g do material. Os resultados obtidos são apresentados na TAB. 5.1.

Tabela 5.1 - Resultados do material de referência IAEA-327

Radionuclídeo Valores certificados

(Bq.kg-1

)

Intervalo de Confiança

(Bq.kg-1

)

Valores Obtidos

(Bq.kg-1

)

U-234 31,9 30,4 – 33,4 35,3 ± 1,2

U-238 32,8 31,4 – 34,2 35,6 ± 3,7

Unat - - 56,0 ± 6,6

Thnat 38,7 37,2 – 40,2 36,2 ± 4,6

As curvas de calibração foram obtidas a partir de padrões primários de urânio e tório

provenientes da Accu Trace “Reference Standard – Uranium” e Accu Trace “Reference

Standard Thorium”, ambos com 1000 ppm, os quais foram diluídos para se obter uma

solução de 2,499 mg L-1

para o U e outra de 1,134 mg L-1

para o Th, a qual corresponde à

faixa esperada da concentração das amostras analisadas. Os fatores da curva de calibração

foram obtidos com alíquotas de 0; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 e 5,0 mL da solução dos padrões

supracitados.

O cálculo da concentração de Unat foi realizado segundo a equação:

Onde:

Sendo:

Aa, Ap = Absorbância da amostra e padrão, respectivamente;

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v = Alíquota (mL) da solução da amostra;

d = Diluição intermediária.

O cálculo da concentração de Thnat foi realizado segundo a equação:

Onde:

Sendo:

Aa, Ap = Absorbância da amostra e padrão, respectivamente;

v = Alíquota (ml) da solução da amostra;

d = Diluição intermediária.

Para a determinação do Limite Mínimo de Detecção do Método, foram realizadas 10 leituras

de uma solução analisada conforme a amostra e isenta de urânio e tório. O valor estimado se

refere ao somatório da média com 10 desvios padrão. Os valores estão apresentados na

TAB. 5.2.

Tabela 5.2 - Limite Mínimo de Detecção do Método

Radionuclídeo LD

(mg/L) Unat O,021

Thnat 0,065

5.2.3 Tratamento Estatístico dos Dados

Para a determinação dos valores de referência de qualidade de solo para U e

Th foram utilizadas as seguintes ferramentas estatísticas de forma a atender objetivos

distintos.

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63

Estatística descritiva

Em função dos avanços científicos que exigem que se atenda mais profundamente à

aquisição, qualidade e tratamento de dados, J. Tuckey e colaboradores em 1985 introduziram

um conjunto de técnicas estatísticas que denominaram “Data Analisys”. Entre essas técnicas

existem a estatística descritiva e a análise exploratória de dados que têm como objetivo isolar

as estruturas e padrões mais relevantes e estáveis patenteados pelo conjunto de dados objetos

do estudo.

O principal objetivo da estatística descritiva é a redução de dados, ou seja, visam exprimir a

informação relevante contida numa grande massa de dados por meio de um número muito

menor de valores ou medidas características.

Para ressaltar as tendências características observadas nos dados, isoladamente ou em

comparação com outras, é necessário expressar tais tendências através de números ou

estatísticas. Esses números ou estatísticas são divididos em duas categorias: medidas de

posição e medidas de dispersão. Entre outras medidas características são apresentados os

resultados da média e o desvio padrão.

Estudo da variabilidade

A determinação de valores individuais para um fundo geoquímico não é útil para a

caracterização geogênica nem para a determinação de contaminação antropogênica, uma vez

que os valores individuais não fornecem informações sobre o desvio natural. Entretanto, é

possível definir limites máximos para o fundo a partir de uma estatística de confiabilidade

definida.

Para a obtenção de uma melhor avaliação relativa à dispersão dos dados, foi utilizado o

gráfico Box Plot (ou desenho esquemático), o qual nada mais é que uma análise gráfica que

utiliza cinco medidas estatísticas: valor mínimo, valor máximo, mediana, primeiro e terceiro

quartil da variável quantitativa. Este conjunto de medidas oferece a ideia da posição,

dispersão, assimetria, caudas e dados discrepantes. A posição central é dada pela mediana e a

dispersão pelo desvio interquartílico dq= Q3 - Q2. As posições relativas de Primeiro Quartil -

Q1, Segundo Quartil - Q2 e Terceiro Quartil - Q3 dão uma noção da assimetria da distribuição.

As hastes inferiores e superiores se estendem, respectivamente, do quartil inferior até o menor

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valor não inferior ao limite inferior e do quartil superior até o maior valor não superior ao

limite superior.

Para este caso, os pontos fora destes limites são considerados valores discrepantes (outliers) e

são denotados por asterisco (*). A FIG. 5.6 apresenta um exemplo do formato de um boxplot.

Figura 5.6 – Gráfico Box-Plot

O Box-plot pode ainda ser utilizado para uma comparação visual entre dois ou mais grupos.

Por exemplo, duas ou mais caixas são colocadas lado a lado e se compara a variabilidade

entre elas, a mediana e assim por diante. Outro ponto importante é a diferença entre os quartis

que é uma medida da variabilidade dos dados.

Segundo Triola (2004), um outlier ou ponto discrepante é um valor que se localiza distante de

quase todos os outros pontos da distribuição. A distância a partir da qual considera-se um

valor como discrepante é aquela que supera 1,5dq (desvio padrão). De maneira geral, são

considerados outliers todos os valores inferiores Li= Q1-1,5dq ou os superiores a

Ls=Q3+1,5dq.

Foram elaborados gráficos do tipo Box Plot levando-se em conta os resultados de

concentração de atividade de U e Th em cada ponto selecionado de forma a avaliar a simetria

dos dados, sua dispersão e a existência ou não de outliers.

Deve-se assinalar, no entanto, que os dados muitas vezes não cumprem com os requisitos

formais da estatística paramétrica, como a maioria dos dados das ciências da vida. Desta

forma, existe a necessidade de se utilizar métodos não-paramétricos. Este requisito parece

contrastar com o acima mencionado, já que é pressuposto que a distribuição dos elementos

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naturais pode ser descrita por meio de uma distribuição normal ou log-normal (REIMANN;

FILZMOSER, 2000).

Uma aproximação é uma solução para este problema que pode ser vista na suposição de que

cada um dos processos envolvidos na geração dos dados por si só produzem um conjunto de

dados que mostra uma distribuição mais ou menos normal, e que se sobrepõem em grande

parte devido o número "n" dos processos.

Como definido acima, as anomalias positivas (outliers) terão de ser detectadas e eliminadas

para que o processo não sofra "perturbação" da distribuição normal dos dados. Estes desvios

podem ser interpretados como influências antropogênicas que se sobrepõem a distribuição

natural dos dados, principalmente, através de enriquecimentos distorcidos. A maioria dos

testes estatísticos é útil apenas para eliminar os chamados valores aberrantes e, portanto,

reduzir o conjunto de dados original para uma "limpeza" dos dados coletivos.

A partir deste conjunto de dados reduzido, o que vem sendo tratado como não perturbado

antropogenicamente, foi calculado o descritivo estatístico dos resultados de concentração

atividade de U e Th (média, desvio padrão e quartis).

Análise Multivariada

Além de contribuir para o estabelecimento dos valores de referência e qualidade de solo para

o U e Th em solos do Estado de Minas Gerais, os resultados encontrados, juntamente com as

características geológicas e litológicas, foram analisados de forma a identificar correlações

com os valores de elementos traço /metais já determinados no Projeto “Solos de Minas” (Al,

B, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Sr, Fe, Mn, Ni, Pb, V, Zn, Sb, As, Hg e Se), cujos resultados são

apresentados nas tabelas apresentadas no Anexo II – Características e Resultados das

Amostras Analisadas.

Para tanto, foram utilizadas ferramentas estatísticas que auxiliaram na compreensão e

avaliação da representatividade dos valores de referência estabelecidos, como por exemplo, a

análise estatística de dados geológicos multivariados, destacando-se a análise de

agrupamentos e a análise de componentes principais.

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66

A denominação “Análise Multivariada” corresponde a um grande número de métodos e

técnicas que utilizam, simultaneamente, todas as variáveis na interpretação teórica do

conjunto de dados obtidos.

Os métodos multivariados são escolhidos de acordo com os objetivos da pesquisa, pois

sabe-se que a análise multivariada é uma análise exploratória de dados, prestando-se a gerar

hipóteses e não tecer confirmações a respeito dos mesmos, o que seria uma técnica

confirmatória, como nos testes de hipótese, nos quais se tem uma afirmação a respeito da

amostra em estudo (HAIR et al., 2005).

Análise de Agrupamento (AA)

A Análise de Agrupamento procura um esquema de classificação que agrupe os objetos em g

grupos, onde deve ser determinado, também, o número de variáveis desses grupos. Portanto, a

finalidade dessa técnica é reunir os objetos (indivíduos, elementos) verificados nos grupos em

que exista homogeneidade dentro do grupo e heterogeneidade entre os grupos, objetivando

propor classificações. Os objetos em um grupo são relativamente semelhantes, em termos

dessas variáveis, e diferentes de objetos de outros grupos. Quando utilizada dessa forma, a

AA é o inverso da análise de fatores, pelo fato de reduzir o número de objetos e não o número

de variáveis, concentrando-os em um número muito menor de grupos (VICINI, 2005).

A Análise de Agrupamentos é um método simples, calcada nos cálculos de distância. Para a

aplicação da AA são utilizados os dendogramas, também chamado de gráfico em árvore

(VICINI, 2005). Esse, por sua vez, representa uma síntese gráfica do trabalho desenvolvido,

sintetizando a informação, ocasionando uma pequena perda da mesma, pelo fato de ser uma

síntese. Embora aconteça essa perda de informação, esse gráfico é de grande utilidade para a

classificação, comparação e discussão de agrupamentos.

No dendograma, como apresentado na FIG.5.7, as linhas verticais ou o eixo y representam os

grupos unidos por ordem decrescente de semelhança, e a posição da reta, na escala ou o eixo

x, indica as distâncias entre os grupos que foram formados.

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67

Figura 5.7 – Exemplo de um dendograma vertical.

Análise de Componentes Principais (ACP)

A análise de componentes principais tem por objetivo descrever os dados contidos num

quadro de indivíduos-variáveis numéricas: p variáveis serão mediadas com n indivíduos. Essa

análise é considerada um método fatorial, pois a redução do número de variáveis não se faz

por uma simples seleção de algumas variáveis, mas pela construção de novas variáveis

sintéticas, obtidas pela combinação linear das variáveis inicias, por meio dos fatores

(BOUROCHE; SAPORTA, 1982).

A ACP é uma técnica matemática da análise multivariada, que possibilita investigações com

um grande número de dados disponíveis. Possibilita, também, a identificação das medidas

responsáveis pelas maiores variações entre os resultados, sem perdas significativas de

informações. Além disso, transforma um conjunto original de variáveis em outro conjunto: os

componentes principais (CP) de dimensões equivalentes. Essa transformação, em outro

conjunto de variáveis, ocorre com a menor perda de informação possível, sendo que esta

também busca eliminar algumas variáveis originais que possua pouca informação. Essa

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redução de variáveis só será possível se as p variáveis iniciais não forem independentes e

possuírem coeficientes de correlação não-nulos (VICINI, 2005).

O objetivo da análise de componentes principais é abordar aspectos como a geração, a seleção

e a interpretação das componentes investigadas. Desta forma, foram determinadas as variáveis

de maior influência na formação de cada componente, que serão utilizadas para os estudos de

análise e avaliação dos resultados de concentração de atividade de U e Th obtidos.

Vale ressaltar que para todos os testes estatísticos utilizados no tratamento dos dados foram

utilizados os intervalos de confiança no nível de 95%.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 Resultados das concentrações de atividade de U e Th nas amostras de solo

No Anexo II são apresentadas todas as características granulométricas do solo (Silte, Argila,

Areia Fina e Ateia Grossa), bem como suas características pedogênicas. Além disso, são

apresentados no mesmo anexo todos os valores de elementos traço /metais já determinados no

Projeto “Solos de Minas” (Al, B, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Sr, Fe, Mn, Ni, Pb, V, Zn, Sb, As, Hg e

Se).

A seguir, na TAB. 6.1, estão os resultados das análises das concentrações de atividade de

U e Th das amostras de solo selecionadas do Projeto Solos de Minas.

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Tabela 7 – Resultados de U e Th presente nas amostras de solo.

Identificação da

Amostra

U

(Bq.kg-1

)

Th

(Bq.kg-1

)

SM 01 36 ± 7 75 ± 10

SM 02 77 ± 15 70 ± 13

SM 03 60 ± 12 40 ± 7

SM 04 23 ± 5 < 20

SM 05 33 ± 7 44 ± 6

SM 06 76 ± 9 77 ± 13

SM 07 82 ± 10 73 ± 11

SM 08 66 ± 8 137 ± 18

SM 09 23 ± 5 100 ± 14

SM 10 < 48 130 ± 18

SM 11 37 ± 7 78 ± 11

SM 12 33 ± 7 59 ± 9

SM 13 216 ± 25 19 ± 4

SM 14 97 ± 12 68 ± 9

SM 15 114 ± 13 47 ± 6

SM 16 55 ± 8 68 ± 9

SM 18 99 ± 13 42 ± 6

(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para

análise química.

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Tabela 6.1. Resultados de U e Th presente nas amostras de solo.

Identificação da

Amostra

U

(Bq.kg-1

)

Th

(Bq.kg-1

)

SM 19 29 ± 6 24 ± 5

SM 20 (*) (*)

SM 21 (*) (*)

SM 22 101 ± 13 50 ± 10

SM 23 95 ± 13 48 ± 8

SM 24 8 ± 2 12 ± 3

SM 25 81 ± 12 34 ± 5

SM 26 54 ± 8 29 ± 5

SM 27 22 ± 4 8 ± 2

SM 28 88 ± 12 57 ± 12

SM 29 119 ± 15 124 ± 22

SM 30 138 ± 17 86 ± 12

SM 31 29 ± 6 34 ± 7

SM 32 81 ± 11 65 ± 10

SM 33 52 ± 10 47 ± 7

SM 34 75 ± 11 47 ± 7

SM 36 191 ± 22 116 ± 15

SM 37 121 ± 15 60 ± 8

SM 38 73 ± 11 59 ± 8

SM 39 71 ± 11 41 ± 6

SM 40 79 ± 11 54 ± 7

SM 41 75 ± 9 91 ± 13

(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para

análise química.

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Tabela 6.1. Resultados de U e Th presente nas amostras de solo.

Identificação da

Amostra

U

(Bq.kg-1

)

Th

(Bq.kg-1

)

SM 42 29 ± 6 25 ± 4

SM 43 223 ± 25 108 ± 14

SM 44 311 ± 35 184 ± 24

SM 45 41 ± 6 58 ± 8

SM 46 169 ± 20 58 ± 8

SM 47 60 ± 8 59 ± 9

SM 48 85 ± 10 89 ± 13

SM 49 129 ± 16 133 ± 18

SM 50 97 ± 13 61 ± 9

SM 51 52 ± 7 56 ± 10

SM 52 76 ± 9 88 ± 13

SM 53 140 ± 17 81 ± 11

SM 54 102 ± 13 49 ± 7

SM 55 77 ± 11 128 ± 19

SM 56 187 ± 22 143 ± 19

SM 57 92 ± 11 36 ± 8

SM 58 68 ± 9 42 ± 8

SM 59 76 ± 9 31 ± 7

SM 60 90 ± 12 38 ± 8

SM 61 22 ± 4 17 ± 3

SM 62 24 ± 5 10 ± 3

(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para

análise química.

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73

Tabela 6.1- Resultados para U e Th obtidos nas amostras de solo.

Identificação da

Amostra

U

(Bq.kg-1

)

Th

(Bq.kg-1

)

SM 64 48 ± 7 44 ± 6

SM 65 87 ± 12 127 ± 18

SM 66 67 ± 13 56 ± 8

SM 67 44 ± 6 76 ± 10

SM 68 136 ± 17 64 ± 10

SM 69 44 ± 6 80 ± 11

SM 70 73 ± 10 45 ± 8

SM 71 20 ± 5 18 ± 3

SM 72 18 ± 5 24 ± 4

SM 73 15 ± 4 13 ± 2

SM 76 71 ± 10 25 ± 6

SM 77 142 ± 17 28 ± 6

SM 78 183 ± 21 50 ± 8

SM 79 49 ± 6 43 ± 8

SM 80 44 ± 11 47 ± 8

SM 81 91 ± 12 47 ± 9

SM 82 70 ± 18 27 ± 5

SM 83 59 ± 15 10 ± 3

SM 84 49 ± 12 11 ± 3

SM 85 15 ± 4 8 ± 2

SM 86 19 ± 5 7 ± 3

SM 87 18 ± 5 11 ± 5

(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para

análise química.

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74

Tabela 6.1- Resultados para U e Th obtidos nas amostras de solo.

Identificação da

Amostra

U

(Bq.kg-1

)

Th

(Bq.kg-1

)

SM 88 15 ± 4 9 ± 4

SM 89 35 ± 5 22 ± 4

SM 90 62 ± 8 23 ± 4

SM 91 37 ± 9 26 ± 5

SM 92 39 ± 6 19 ± 3

SM 93 33 ± 5 21 ± 4

SM 94 51 ± 13 22 ± 4

SM 95 39 ± 6 14 ± 3

SM 96 46 ± 12 15 ± 4

SM 97 22 ± 6 15 ± 3

SM 98 19 ± 5 46 ± 7

SM 99 19 ± 5 14 ± 3

SM 100 21 ± 5 12 ± 3

SM 101 15 ± 4 <20,0

SM 102 22 ± 6 <20,0

SM 103 11 ± 4 <20,0

SM 104 177 ± 20 150 ± 20

SM 105 175 ± 19 142 ± 19

SM 106 181 ± 20 133 ± 18

SM 107 71 ± 9 51 ± 7

SM 108 48 ± 6 59 ± 8

SM 109 49 ± 7 47 ± 7

(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para

análise química.

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Tabela 6.1- Resultados para U e Th obtidos nas amostras de solo.

Identificação da

Amostra

U

(Bq.kg-1

)

Th

(Bq.kg-1

)

SM 110 23 ± 6 39 ± 6

SM 111 27 ± 7 31 ± 5

SM 112 62 ± 8 35 ± 5

SM 113 30 ± 8 10 ± 4

SM 114 74 ± 9 42 ± 6

SM 116 67 ± 8 40 ± 6

SM 117 24 ± 8 12 ± 3

SM 118 90 ± 11 65 ± 9

SM 119 81 ± 9 41 ± 6

SM 120 149 ± 16 102 ± 13

SM 121 63 ± 8 74 ± 10

SM 122 127 ± 16 160 ± 21

SM 123 105 ± 12 28 ± 4

SM 124 927 ± 101 139 ± 18

SM 125 200 ± 22 53 ± 8

SM 126 334 ± 36 98 ± 13

SM 127 39 ± 6 38 ± 6

SM 128 113 ± 13 73 ± 10

SM 129 42 ± 6 20 ± 4

SM 130 40 ± 6 28 ± 5

(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para

análise química.

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Tabela 6.1- Resultados para U e Th obtidos nas amostras de solo.

Identificação da

Amostra

U

(Bq.kg-1

)

Th

(Bq.kg-1

)

SM 131 266 ± 29 20 ± 4

SM 132 63 ± 8 20 ± 4

SM 133 42 ± 6 16 ± 5

SM 134 66 ± 8 13 ± 7

SM 135 151 ± 17 70 ± 5

SM 136 161 ± 18 46 ± 4

SM 137 64 ± 8 30 ± 5

SM 138 104 ± 12 105 ± 14

SM 139 39 ± 6 38 ± 6

SM 140 68 ± 8 39 ± 6

SM 141 41 ± 6 103 ± 7

SM 142 51 ± 7 50 ± 7

SM 143 96 ± 11 129 ± 9

(*) Amostras não analisadas devido à dificuldade encontradas na abertura das mesmas para

análise química.

Visando o controle de qualidade dos procedimentos de preparo e análise do conjunto de

amostras estudadas, foram preparadas 12 amostras em triplicatas desse conjunto. Foi possível

determinar, dessa forma, o coeficiente de variação dos resultados de concentrações de

atividade encontrados para U e Th de uma mesma amostra nos três diferentes analitos. Os

resultados encontrados, com o valor calculado para a média, desvio padrão e coeficiente de

variação estão na TAB. 6.2.

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77

Tabela 6.2 – Resultados nas análises em triplicata da concentração para U e Th nas amostras de solo.

Identificação

da Amostra

U

(Bq.kg-1

)

Th

(Bq.kg-1

)

U Th

Média Desvio Coeficiente

de Variação Média Desvio

Coeficiente

de Variação

80 46,52 44,20

81 47,00 91,12

82 26,84 70,00 40 12 0,29 68 24 0,34

83 10,25 59,30

84 10,81 48,80

85 7,67 14,73 10 2 0,17 41 23 0,57

86 6,76 18,55

87 11,32 18,05

88 9,10 15,13 9 2 0,25 17 2 0,11

89 21,76 35,12

90 22,66 61,74

91 25,94 37,30 23 2 0,09 45 15 0,33

92 18,93 38,80

93 20,65 33,11

94 22,20 51,48 21 2 0,08 41 9 0,23

95 14,31 39,00

96 15,40 45,90

97 14,97 21,72 15 1 0,04 36 12 0,35

98 45,86 18,55

99 14,00 18,58

100 12,26 21,23 24 19 0,79 19 2 0,08

101 20,00 14,65

102 20,00 21,96

103 20,00 11,00 20 0 0 16 6 0,35

104 149,70 177,45

105 142,40 175,20

106 135,45 180,53 143 7,13 0,05 178 3 0,02

107 51,38 71,42

108 59,01 47,76

109 46,97 49,31 52 6,09 0,12 56 13 0,24

110 39,15 22,70

111 30,93 26,84

112 35,40 62,02 35 4,12 0,12 37 22 0,58

113 10,25 30,26

114 42,34 74,42

116 40,11 67,43 31 17,92 0,58 57 24 0,41

Os coeficientes de variação (CV) encontrados apresentaram valores entre 4 e 79% para as

concentrações de U e entre 2 e 57% para as concentrações de Th. Conforme pode ser

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78

verificado, os valores de CV não apresentaram comportamento similar para as concentrações

de U e Th de uma mesma amostra indicando, portanto, que a variação obtida é inerente ao

método de análise adotado. Esse mesmo comportamento também pode indicar uma boa

reprodutibilidade entre as amostras triplicatas referente ao manuseio, preparo e quarteamento.

Na FIG. 6.1 e 6.2 são apresentados respectivamente os resultados da concentração de U e Th,

distribuídos por classes de teores no mapa pedológico.

Para o agrupamento dos dados numéricos em classes de teores de concentração de U e Th foi

utilizado o método “Natural Breaks” (JENKS, 1967), o qual identifica os limites de cada uma

dessas classes. O método “Natural-Breaks” é um método de classificação de dados para

determinar o melhor arranjo de valores em classes diferentes e procura reduzir a variância

dentro das classes e maximizar a variância entre as classes.

A variação nos níveis de concentração obtidos pode ser visualizada a partir de sua distribuição

espacial em cada mapa.

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79

Figura 6.1 – Concentração de U distribuídos por classes de teores de concentração de U (Bq.kg-1

).

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80

Figura 6.2 – Concentração de Th distribuídos por classes de teores de concentração de Th (Bq.kg-1

).

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81

Como pode ser observado nas FIG 6.1 e 6.2, há uma grande variação nas concentrações

encontradas de U e Th e, a princípio, em uma observação espacial, não existe uma correlação

clara entre as classes de teores de concentração encontradas para os dois elementos.

Os valores elevados de concentração tanto para o U quanto para o

Th, foram obtidos nas regiões onde são observadas grandes ocorrências desses elementos,

como por exemplo: as províncias pegmatíticas no nordeste do Estado, as províncias

magmáticas alcalinas de Poços de Caldas e intrusivas alcalinas e básicas de Tapira, Araxá e

Salitre e a faixa de migmatitos das regiões de São João Del Rei e Itabirito, bem como as áreas

com acumulação de areias detríticas no rio das Mortes em São João Del Rei (vide FIG. 5.1 e

5.2 do Capítulo 5 – Metodologia).

A correlação parcial observada entre os locais de ocorrências de urânio e tório nas unidades

geológicas do Estado de Minas Gerais e os resultados obtidos de concentração de U e

Th nas amostras analisadas é decorrente das propriedades de formação do solo, as quais são

resultantes dos seguintes fatores: material de origem, clima, organismos, topografia e

intervalo de tempo de formação (MUGGLER et al., 2005). Dessa forma, podem ser

explicadas as variações de teores entre os dois radionuclídeos, a partir do comportamento

geoquímico específico de cada um deles, tais como mobilidade, lixiviação e migração.

A seguir nas FIG. 6.3 e 6.4 são apresentados, respectivamente, os resultados da análise

descritiva do conjunto de dados correspondentes às concentrações de U e Th. Essa análise foi

realizada com o objetivo de isolar as estruturas e padrões mais relevantes e estáveis

patenteados pelo conjunto de dados objetos do estudo.

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82

10008006004002000-200

99,9

99

95

90

80

7060504030

20

10

5

1

0,1

U

Pe

rce

nt

Mean 92,41

StDev 99,44

N 111

AD 10,453

P-Value <0,005

Probability Plot of UNormal

9007506004503001500

Median

Mean

11010090807060

1st Q uartile 44,350

Median 73,050

3rd Q uartile 102,120

Maximum 927,000

73,700 111,111

63,988 80,523

87,859 114,571

A -Squared 10,45

P-V alue < 0,005

Mean 92,406

StDev 99,442

V ariance 9888,770

Skewness 5,7708

Kurtosis 45,3551

N 111

Minimum 7,800

A nderson-Darling Normality Test

95% C onfidence Interv al for Mean

95% C onfidence Interv al for Median

95% C onfidence Interv al for StDev

95% Confidence Intervals

Summary for U

Figura 6.3 – Análise Descritiva dos resultados obtidos para U.

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83

200150100500-50

99,9

99

95

90

80

7060504030

20

10

5

1

0,1

Th

Pe

rce

nt

Mean 58,11

StDev 38,25

N 111

AD 2,870

P-Value <0,005

Probability Plot of ThNormal

180150120906030

Median

Mean

656055504540

1st Q uartile 28,300

Median 48,950

3rd Q uartile 75,700

Maximum 184,000

50,919 65,308

42,322 57,664

33,791 44,065

A -Squared 2,87

P-V alue < 0,005

Mean 58,114

StDev 38,246

V ariance 1462,773

Skewness 1,03007

Kurtosis 0,57288

N 111

Minimum 8,110

A nderson-Darling Normality Test

95% C onfidence Interv al for Mean

95% C onfidence Interv al for Median

95% C onfidence Interv al for StDev

95% Confidence Intervals

Summary for Th

Figura 6.4 – Análise descritiva dos resultados obtidos para Th.

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84

Como pode ser observado nas FIG. 6.3 e 6.4, o valor médio da concentração de U é de 92,41

Bq.kg-1

e de Th é 58,11 Bq.kg-1

. O desvio padrão, no entanto, apresentou-se muito mais

elevado para o U (99,44) do que para o Th (38,25), o que sugere a presença de outliers nos

resultados obtidos de U.

Nas FIG 6.5 e 6.6 são apresentados, respectivamente, os gráficos Box Plot para o conjunto de

resultados obtidos para as concentrações de atividade de U e Th. Esses gráficos representam o

estudo da variabilidade com o objetivo de avaliar a simetria dos dados, sua dispersão e a

existência ou não de outliers.

900

800

700

600

500

400

300

200

100

0

U-2

38

(B

q/

Kg

)

Boxplot of U

Figura 6.5 - Gráfico Box Plot dos resultados obtidos para U.

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85

200

150

100

50

0

Th

-23

2 (

Bq

/K

g)

Boxplot of Th

Figura 6.6 - Gráfico Box Plot dos resultados obtidos para Th.

Como pode ser observado, no conjunto de resultados obtidos para ocorreu um valor elevado

(927,20 Bq.kg-1

), que deve ser considerado como um outlier. Esse valor não representa de

forma real o valor de background, ou seja, o valor de ocorrência natural de concentração de

atividade para o U no meio ambiente, podendo dessa forma ser classificado como irregular e

perturbador.

Na FIG. 6.7 é apresentado o gráfico Box Plot do novo conjunto de resultados para a

concentração de U (excluído o ponto 124, cujo valor de concentração de atividade foi igual a

927,20 Bq.kg-1

).

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86

350

300

250

200

150

100

50

0

U

Boxplot of U

Figura 6.7 - Gráfico Box Plot dos resultados de concentração de U (excluído um ponto de outlier).

Conforme pode ser verificado na FIG 6.7, o novo conjunto de resultados de concentração de

U, excluído o ponto considerado como um outlier, se mostrou mais consistente. A existência

de anomalias referentes aos teores de elementos químicos encontrados nos solos de diferentes

locais justifica a não exclusão deste ponto.

Na FIG. 6.8 é apresentada a análise descritiva do novo conjunto de resultados de concentração

de atividade de U, após a retirada do ponto considerado como outlier.

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87

300240180120600

Median

Mean

10090807060

1st Q uartile 43,813

Median 72,975

3rd Q uartile 101,603

Maximum 334,300

73,589 96,048

63,641 80,373

52,473 68,511

A -Squared 4,48

P-V alue < 0,005

Mean 84,818

StDev 59,423

V ariance 3531,051

Skewness 1,80146

Kurtosis 4,13990

N 110

Minimum 7,800

A nderson-Darling Normality Test

95% C onfidence Interv al for Mean

95% C onfidence Interv al for Median

95% C onfidence Interv al for StDev

95% Confidence Intervals

Summary for U

Figura 6.8 – Análise Descritiva dos resultados obtidos para U.

Como pode ser verificado, os valores encontrados para o terceiro quartil não apresentaram

variação significativa entre o conjunto de dados anterior e o atual. Isso demonstra a não

representatividade do considerado no conjunto geral.

Na FIG. 6.9 são apresentados os resultados da faixa de amplitude dos valores de concentração

de U e Th em todos os pontos selecionados, já retirado o valor outlier apresentado para o

conjunto de dados referente à concentração de atividade de U.

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88

1109988776655443322111

350

300

250

200

150

100

50

0

Index

Da

taTh

U

Variable

Time Series Plot of Th; U

Figura 6.9 – Resultados de Unat e Thnat para todos os pontos selecionados.

Os dados da FIG. 6.9 indicam a evidência da não correlação entre as classes de teores de

concentração de atividade encontradas de U e Th para um mesmo ponto de amostragem.

Porém, o intervalo de variação global encontrado para as concentrações de atividade de U e

Th se mostrou semelhante, o que pode ser confirmado pelos valores dos desvios padrões: U

(59,42) e Th (38,25).

Na FIG. 6.10 é apresentado um histograma com a frequência de ocorrência dos valores de

concentração de atividade para U e Th. Pode-se notar um bom agrupamento dos resultados e

que os valores determinados para o terceiro quartil são significativamente representativos nos

conjuntos de dados considerados.

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89

300240180120600

40

30

20

10

0

Data

Fre

qu

en

cy

Th

U

Variable

Histogram of Th; U

Figura 6.10 - Histograma dos resultados de concentração de U e Th.

6.2 Valores de referência de qualidade de solo

Com base no tratamento estatístico dos dados aplicados nos dois conjuntos de resultados de

concentração foram determinados os valores de referência de qualidade de solo (VRQ) para U

e Th em solos no Estado de Minas Gerais (TAB. 6.3). Para tanto, foi utilizado o terceiro

quartil por representar 75% dos valores obtidos (CETESB, 2001).

Tabela 8 - Valores de Referência de Qualidade (VRQ) para U e Th em solos no Estado de Minas Gerais

Radionuclídeo Valor de Referência de Qualidade (Bq.kg-1

)

U-238 101,6

Th-232 75,7

Os resultados obtidos no presente estudo são superiores aos valores de referência de qualidade

de solo para o Estado de São Paulo (PERES, 2007), que são de 83 Bq.kg-1

para o U-238 e de

30 Bq.kg-1

para o Th-232. São também superiores aos encontrados por Fausto et al., (1995),

que mediram a concentração de atividade de radionuclídeos em solos não adubados da região

de Itu, SP e encontraram valores médios da ordem de 20 Bq.kg-1

para o U-238 e de 52 Bq.kg-1

para o Th-232.

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90

6.3 Análise da correlação entre as concentrações de U e Th com os elementos traços,

pedologia e geologia

Além de estabelecer os valores de referência de qualidade para U e Th em solos do Estado de

Minas Gerais, os resultados encontrados no presente estudo foram analisados visando-se

identificar possíveis correlações com as características granulométricas do solo (teores de

silte, argila, areia fina e areia grossa), com o conteúdo de matéria orgânica, com as classes de

solos, com os valores de concentração dos elementos traço /metais já determinados no Projeto

“Solos de Minas” (Al, B, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Sr, Fe, Mn, Ni, Pb, V, Zn, Sb, As, Hg e Se).

Para tanto, foram utilizadas ferramentas estatísticas que auxiliam na compreensão e avaliação

da representatividade dos valores obtidos para as concentrações de U e Th como, por

exemplo, a análise estatística de dados geológicos multivariados, destacando-se a análise de

agrupamento e a análise de componentes principais.

Na FIG. 6.11 e 6.12 são apresentados, respectivamente, o Dendrograma e o LoadingPlot e na

TAB. 6.4 os resultados da Análise de Componentes Principais, que representam a síntese das

correlações entre as concentrações de U, Th, composição granulométrica (teores de silte,

argila, areia fina e areia grossa) e conteúdo de matéria orgânica associada a cada amostra de

solo analisada.

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91

MOUThARGSILTEAFAG

52,50

68,33

84,17

100,00

Variables

Sim

ilari

ty

DendrogramSingle Linkage; Correlation Coefficient Distance

Figura 6.11 – Dendrograma dos resultados de U, Th, areia fina, areia grossa, argila, silte e matéria

orgânica.

0,500,250,00-0,25-0,50

0,75

0,50

0,25

0,00

-0,25

-0,50

First Component

Se

co

nd

Co

mp

on

en

t

MO

U

Th

ARG

SILTE

AF

AG

Loading Plot of AG; ...; MO

Figura 6.12 – LoadingPlot da Análise Multivariada para os valores de concentração de U, Th e a

composição granulométrica de cada amostra.

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92

O Dendograma da FIG 6.11 representa uma síntese gráfica do agrupamento de semelhança

entre os parâmetros analisados. Por se tratar de uma síntese, o dendograma ocasiona uma

pequena perda de informação, embora seja de grande utilidade para a classificação,

comparação e discussão de agrupamentos. Pode-se notar que o U e o Th se apresentam com a

menor distância euclidiana sendo esses, portanto, responsáveis pelo primeiro grupo. Logo, em

seguida, vêm os parâmetros argila, silte e matéria orgânica por ordem decrescente de

semelhança formando o último grupo do dendograma, o qual se manteve distinto do grupo

formado pelos parâmetros areia fina e areia grossa.

Na FIG 6.12 pode ser observado no Loading Plot, o qual apresenta de maneira gráfica a

Análise de Componentes Principais, que o U e o Th aparecem do lado positivo da primeira

componente principal junto com argila, silte e matéria orgânica.

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93

Tabela 6.4 – Análise de Componente Principal – U, Th, conteúdo de argila, silte, areia fina, areia grossa e

matéria orgânica nas amostras de solo.

Análise de Componentes Principais

Eigenvalue 2,3828 1,4179 1,2569 0,9518 0,5985

Proporção 0,340 0,203 0,180 0,136 0,085

Acumulado 0,340 0,543 0,723 0,858 0,944

Variável PC1 PC2 PC3 PC4

Areia grossa (AG) -0,318 0,506 -0,215 -0,475

Areia fina (AF) -0,553 -0,043 0,180 0,151

silte 0,327 -0,373 0,568 -0,269

argila (ARG) 0,487 -0,027 -0,456 0,397

Th 0,316 0,610 0,038 0,118

U 0,275 0,451 0,529 -0,066

matéria orgânica (MO) 0,271 -0,162 -0,332 -0,709

Os Autovalores (Eigenvalue) representam o comprimento dos autovetores, correspondendo a

sua importância para a explicação da variância total dos dados. Como pode ser verificado na

TAB.6.4, no resultado da Análise de Componentes Principais, a primeira componente

principal sugere uma maior correlação entre as concentrações de U-238 e Th-232 com os

solos que apresentam maior proporção de argila, silte e matéria orgânica. Porém, a primeira

componente só explica 34% da variância total dos parâmetros analisados. A segunda

componente explica 20,3%, correlacionando as concentrações de U e Th com a areia grossa.

De acordo com dados da literatura, o urânio tende a formar fortes associações com matéria

orgânica, formando complexos fortes com fosfatos dissolvidos (BRITISH GEOLOGICAL

SURVEY - BGS,1991), o que corrobora com os resultados obtidos.

Além disso, Jacomino et al. (2010), mediram a concentração de atividade de amostras de solo

provenientes de duas regiões do estado de Minas Gerais, uma no município de Sete Lagoas

(solo arenoso) e outra no município de Três Marias (solo argiloso) e obtiveram os seguintes

resultados: 1) solo arenoso: < 50 Bq kg-1

de U-238; 36 Bq kg-1

para o Th-232.2) solo argiloso:

150 Bq kg-1

de U-238; 117 Bq kg-1

para o Th-232. As concentrações de atividade dos

radionuclídeos presentes no solo argiloso foram bem superiores às obtidas para o solo

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94

arenoso. Além disso, o urânio tende a formar fortes associações com matéria orgânica,

formando complexos fortes com fosfatos dissolvidos (BRITISH GEOLOGICAL SURVEY -

BGS,1991).

Outro aspecto analisado foi a variação dos níveis de concentração de U e Th encontrados com

as classes de solo.

A pedogênese, processo no qual determinado solo é formado, dos locais amostrados é

apresentada no Anexo II – Características e Resultados das Amostras Analisadas.

Na FIG 6.13 é apresentado o LoadingPlot, o qual representa a síntese das correlações entre as

concentrações de U e a pedogênese associada a cada amostra de solo analisada. Na

TAB 6.5 são apresentados os resultados da Análise de Componentes Principais.

As classes de solo seguem a seguinte codificação:

1. Classe A – Afloramentos Rochosos

2. Classe C – Cambissolos

3. Classe L – Latossolo

4. Classe P – Argissolo

5. Classe R – Neossolo

6. Classe T - Luvissolo

0,500,250,00-0,25-0,50-0,75

0,50

0,25

0,00

-0,25

-0,50

-0,75

First Component

Se

co

nd

Co

mp

on

en

t

ClasseA

ClasseT

ClasseR

ClasseL

ClasseC

ClasseP

U

Loading Plot of U; ...; ClasseA

(Classe A – Afloramentos Rochosos; Classe C – Cambissolos; Classe L – Latossolo; Classe P – Argissolo;

Classe R – Neossolo; Classe T – Luvissolo)

Figura 6.13 – Loading Plot da Análise Multivariada para os valores de concentração de U e a pedogênese

de cada amostra.

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95

Tabela 6.5 – Análise de Componente Principal – U e a pedogênese de cada amostra

Análise de Componentes Principais

Eigenvalue 1,6444 1,3617 1,1259 1,0922 1,0467

Proporção 0,235 0,195 0,161 0,156 0,150

Acumulado 0,235 0,429 0,590 0,746 0,896

Variável PC1 PC2 PC3 PC4

U -0,029 -0,651 -0,028 0,056

Classe P 0,332 0,018 0,744 0,406

Classe C 0,274 -0,586 -0,170 -0,305

Classe L -0,779 0,030 -0,005 0,029

Classe R 0,360 0,272 -0,636 0,425

Classe T 0,155 -0,154 -0,009 -0,043

Classe A 0,232 0,366 0,110 -0,746

Como pode ser verificado na Análise de Componentes Principais e no Loading Plot a

primeira componente sugere uma maior relação entre as concentrações de U com os

Latossolos. Porém, a primeira componente só explica 23,5% da variância total dos parâmetros

analisados. Dessa forma, a princípio, os dados aqui avaliados não afirmam uma correlação

significativa entre as concentrações de U e as classes de solo.

Na FIG. 6.14 é apresentado o LoadingPlot, o qual representa a síntese das correlações

existentes na primeira componente e na segunda componente, entre as concentrações de

Th e a pedogênese associada a cada amostra de solo analisada. Na TAB 6.6 são apresentados

os resultados da Análise de Componentes Principais.

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0,500,250,00-0,25-0,50-0,75

0,50

0,25

0,00

-0,25

-0,50

-0,75

First Component

Se

co

nd

Co

mp

on

en

tClasseA

ClasseT

ClasseR

ClasseL

ClasseC

ClasseP

Th

Loading Plot of Th; ...; ClasseA

(Classe A – Afloramentos Rochosos; Classe C – Cambissolos; Classe L – Latossolo;

Classe P – Argissolo; Classe R – Neossolo; Classe T – Luvissolo)

Figura 6.14 – Loading Plot da Análise Multivariada para os valores de concentração de Th e a

pedogênese de cada amostra

Tabela 9 – Análise de Componente Principal – Th e a pedogênese de cada amostra.

Análise de ComponentesPrincipais

Eigenvalue 1,6942 1,1909 1,1247 1,0883 1,0582

Proporção 0,242 0,170 0,161 0,155 0,151

Acumulado 0,242 0,412 0,573 0,728 0,879

Variável PC1 PC2 PC3 PC4

Th -0,267 -0,501 -0,071 0,122

Classe P 0,324 -0,042 0,767 0,351

Classe C 0,232 -0,637 -0,255 -0,225

Classe L -0,748 0,170 0,017 -0,005

Classe R 0,370 0,377 -0,572 0,405

Classe T 0,115 -0,346 -0,073 0,116

Classe A 0,246 0,225 0,098 -0,796

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A partir da Análise de Componentes Principais e do Loading Plot apresentado na Figura 6.14

pode ser verificado que a primeira componente principal sugere uma maior relação entre as

concentrações de Th com os Latossolos, apresentando 24,2% da variância total dos

parâmetros analisados. A segunda componente principal, que explica por 19,5% apresenta

uma maior relação entre as concentrações de U com os Argissolos, Cambissolos e Luvissolo.

Os resultados encontrados na Análise de Componentes Principais podem ser explicados pelo

fato de que o processo de formação do solo não é resultado apenas de um manto de

fragmentos de rocha e produtos de alteração, que reflete unicamente a composição da rocha

que lhe deu origem, mas também a concepção de que o solo é identificado como um material

que evolui no tempo, sob a ação dos fatores naturais ativos na superfície terrestre

(MUGGLER et al., 2005). Dessa forma, os processos gerais de formação do solo, que são

aqueles que produzem as modificações que ocorrem no solo devido à atuação dos fatores de

adição, remoção ou perda, transformação e translocação de seus componentes, interferem nas

concentrações dos elementos traço.

Cerca de 70% dos solos do Estado de Minas Gerais são muito intemperizados, como os

Latossolos, os Argissolos e os Nitossolos. Aproximadamente 17% dos solos restantes

pertencem à classe dos Cambissolos, que muitas das vezes apresentam mineralogia

Latossólica. Predominam nesses solos argilas de baixa reatividade, como por exemplo, a

caulinita associada com óxidos e hidróxidos de ferro e de alumínio (FONTES, 1988;

FONTES; WEED, 1991).

Vale a pena ressaltar que tanto para o U quanto para o Th, as Análises de Componentes

Principais sugerem uma maior correlação com o Latossolo. Isso pode estar associado ao fato

de que é na classe dos Latossolos que estão o maior número de amostras, conforme

mencionado acima. Esse comportamento pode ser verificado nas FIG. 6.15 e 6.16, onde são

apresentados respectivamente os Dotplot para U e Th, os quais apresentam a estratificação

que agrupa os resultados das concentrações de U e Th em subgrupos referentes às classes de

solo.

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300250200150100500

A

C

L

P

R

T

U

UM

_sim

ple

s

Dotplot of U

(Classe A – Afloramentos Rochosos; Classe C – Cambissolos; Classe L – Latossolo;

Classe P – Argissolo;Classe R – Neossolo; Classe T – Luvissolo)

Figura 6.15 – Dotplot dos valores de concentração de U (Bq.kg-1

)

175150125100755025

A

C

L

P

R

T

Th

UM

_sim

ple

s

Dotplot of Th

(Classe A – Afloramentos Rochosos; Classe C – Cambissolos; Classe L – Latossolo;

Classe P – Argissolo;Classe R – Neossolo; Classe T – Luvissolo)

Figura 6.16 – Dotplot dos valores de concentração de Th (Bq.kg-1

)

Como pode ser observada nas FIG 6.15 e 6.16, a maioria das amostras são provenientes de

Latossolos. Dessa forma, como aproximadamente 50% dos solos do Estado de Minas Gerais

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são formados por Latossolos (POZZA, 2012), pode-se confirmar a representatividade

amostral do conjunto de amostras selecionadas do Banco de Solos do Estado de Minas Gerais

a partir do Histograma da FIG. 6.17 que apresenta uma frequência equivalente a 65%

relacionadas a essa classe de solo.

TRPLCA

70

60

50

40

30

20

10

0

Classe

Fre

qu

en

cy

Histogram of Classe

(Classe A – Afloramentos Rochosos; Classe C – Cambissolos; Classe L – Latossolo; Classe P – Argissolo; Classe R – Neossolo; Classe T – Luvissolo)

Figura 6.17 – Histograma das classes de solo.

No Projeto “Solos de Minas” foram determinados os valores de elementos traço /metais para

Al, B, Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Sr, Fe, Mn, Ni, Pb, V, Zn, Sb, As, Hg e Se. Os resultados são

apresentados nas tabelas apresentadas no Anexo II – Características e Resultados das

Amostras Analisadas. Visando avaliar a correlação ou comportamento entre os resultados de

concentração do U e Th com os valores de concentração dos elementos traço /metais

analisados no Projeto solos de Minas foi realizada a Análise de Componentes Principais.

Na FIG. 6.18 é apresentado o gráfico Scree Plot, que representa o autovalor associado à

componente principal calculada versus o número dessa componente. Na FIG. 6.19 é mostrado

o gráfico Loading Plot, que representa a síntese das correlações existentes na primeira

componente e na segunda componente. Na TAB 6.7 são apresentados os resultados da Análise

de Componentes Principais.

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100

24222018161412108642

8

7

6

5

4

3

2

1

0

Component Number

Eig

en

va

lue

Scree Plot of B; ...; U

Figura 6.18 – Scree Plot da Análise Multivariada para os valores de concentração de U, Th e elementos

traço /metais de cada amostra.

0,30,20,10,0-0,1

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0,0

-0,1

-0,2

First Component

Se

co

nd

Co

mp

on

en

t

U

Th

MGCA

K

P

Al

Fe

Hg

Se

Sb

As

ZnV

Sr

Pb

Ni

Mn

Cu

Cr

Co

Cd Ba

B

Loading Plot of B; ...; U

Figura 6.19 – Loading Plot da Análise Multivariada para os valores de concentração de U, Th e elementos

traço /metais de cada amostra.

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Tabela 10 – Análise de Componente Principal – U, Th e os elementos traços para cada amostra.

Análise de Componentes Principais

Eigenvalue 7,4342 3,3045 2,2282 1,8158 1,5908

Proporção 0,310 0,138 0,093 0,076 0,066

Acumulado 0,310 0,447 0,540 0,616 0,682

Variável PC1 PC2 PC3 PC4

Boro 0,290 -0,055 -0,104 -0,055

Bario 0,160 -0,121 0,386 -0,060

Cadmio 0,129 -0,129 -0,180 -0,476

Cobalto 0,296 0,124 0,056 0,001

Cromo 0,093 0,398 -0,169 0,061

Cobre 0,321 -0,009 -0,244 0,009

Manganes 0,288 0,082 0,216 0,024

Níquel 0,191 0,399 -0,009 0,032

Chumbo 0,103 -0,039 0,213 -0,197

Estrôncio 0,192 -0,085 0,272 0,191

Vanádio 0,279 0,045 -0,352 0,034

Zinco 0,320 0,044 0,099 -0,028

Arsênio -0,024 0,302 0,106 -0,166

Antimônio -0,051 0,434 0,142 -0,079

Selênio 0,000 0,500 0,089 -0,026

Mercúrio 0,136 -0,081 -0,278 0,352

Ferro 0,293 -0,029 -0,300 -0,063

Alumínio 0,100 0,142 -0,149 -0,029

Fósforo 0,188 -0,070 0,236 -0,107

Potássio 0,266 -0,132 -0,004 -0,097

Cálcio 0,235 -0,087 0,280 0,153

Magnésio 0,215 -0,073 0,217 -0,078

Th 0,052 -0,021 -0,031 -0,494

U -0,004 0,075 0,108 -0,428

A partir da Análise de Componentes Principais e do Loading Plot pode ser verificado que a

primeira componente principal explica 31% da variância total dos parâmetros analisados e

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que o coeficiente do U apresenta maior semelhança com os coeficientes do arsênio e do

antimônio.

O arsênio é um metalóide, isto é, um elemento com propriedades intermediárias entre as dos

metais e as dos não metais (ADRIANO, 1986; CSUROS; CSUROS, 2000; EMSLEY, 1998).

Os estados de oxidação mais importantes são As(III) e As(V), sendo o As(III) a forma comum

de ambientes redutores (COTTON et al., 1999). As associações naturais do arsénio são com o

ouro (Au-As) e a prata (Ag-As) nos filões hidrotermais; o cobre, o níquel, o cobalto, o ferro e

a prata em jazidas de sulfetos maciços de cobre e níquel; o urânio em alguns depósitos de

urânio (U-As); o cobre, o vanádio, o urânio e a prata em depósitos sedimentares de cobre e

ocorre ainda em rochas ricas em fosfatos. A mobilidade do arsénio ocorre em ambientes

oxidantes, sendo muito baixa em ambientes redutores.

O antimônio, na natureza, ocorre principalmente no estado de oxidação Sb (III) (ADRIANO,

1986). A mobilidade do antimónio é baixa sob condições de oxidação, em meio ácido e neutro

a alcalino, sendo muito baixa em ambiente redutor. As principais barreiras geoquímicas desse

elemento são a presença de sulfuretos, a adsorção pelos óxidos de Fe-Mn (REIMANN;

CARITAT, 1998). Sua química cristalina bem como o seu comportamento geoquímico são

semelhantes aos do As.

Por outro lado, para o Th, a primeira componente apresenta comportamento inverso, ou seja,

apresenta uma maior semelhança com os elementos traço/metais. O tório tem relativa

imobilidade durante o intemperismo, concentrando-se nos sedimentos residuais (por exemplo,

nas lateritas) de climas tropicais. Muitos minerais de tório e outros ricos em tório são

resistentes ao intemperismo, razão pela qual se concentram como minerais pesados em areias

(KOLJONEN et al., 1992). Os metais, dependendo das propriedades do solo e dos metais, são

imobilizados pelo solo, devido principalmente ao fato de estarem associados à força de

ligação dos metais aos minerais silicatados do solo, à capacidade de complexação pela

matéria orgânica e à adsorção em óxidos (FONTES; WEED, 1991 e 1996).

Desta forma, os resultados encontrados na Análise de Componentes Principais, os quais

estabelecem uma correlação entre os resultados de U, As e Sb e uma correlação entre o Th e

os elementos traço/metais se mostraram consistentes com o comportamento geoquímico

desses elementos.

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7 CONCLUSÕES

O principal objetivo do presente trabalho, qual seja a determinação dos Valores de Referência

de Qualidade de Solo (VQR) para o U e Th no Estado de Minas Gerais, foi atendido com

êxito.

Os VRQ foram determinados com base no tratamento estatístico dos resultados de

concentração de atividade, sendo os valores propostos iguais a 101,6 Bq.kg-1

(4,2 µg/g) para

U e 75,7 Bq.kg-1

(18,6 µg/g) para Th. Esses valores se mostraram superiores tanto aos

encontrados no Estado de São Paulo (PERES, 2007) quanto aos valores de concentração

média mundial de Th-232 (26 Bq.kg-1

) e U-238 (35 Bq.kg-1

) observados em solos

(UNSCEAR, 2000), salientado a importâncias das características geológicas de cada região.

O trabalho também envolveu a elaboração de um banco de dados sobre a concentração de

U e Th presente em amostras de solo provenientes de diferentes regiões do Estado de Minas

Gerais. As concentrações de U variaram de 7,8 a 334,3 Bq.kg-1

(valor médio igual a 84,8

Bq.kg-1

) e para o Th, de 8,1 a 184 Bq.kg-1

(valor médio igual a 58,1 Bq.kg-1

). A longa faixa de

concentrações observada confirmou a grande diversidade e heterogeneidade entre esses solos.

Ressalta-se que os maiores valores de concentração, tanto para o U quanto para o Th, foram

observados nas regiões do Estado de Minas Gerais onde existem anomalias radioativas, como

por exemplo: as províncias pegmatíticas no nordeste do Estado, as províncias magmáticas

alcalinas de Poços de Caldas e intrusivas alcalinas e básicas de Tapira, Araxá e Salitre e a

faixa de migmatitos das regiões de São João Del Rei e Itabirito, bem como as áreas com

acumulação de areias detríticas no rio das Mortes em São João Del Rei.

De uma maneira geral, as concentrações de U presentes nos solos amostrados foram

superiores às do Th. Esse fato pode ser explicado pelo intenso processo de intemperismo por

que passou a maioria dos solos do Estado de Minas Gerais, além das próprias características

químicas/geoquímicas dos dois elementos. Em ambientes superficiais oxidantes, em geral o

Th+4

permanece inalterado e imóvel, permanecendo mais nas proximidades da rocha de

origem, enquanto o U+4

oxida-se a U+6

, formando o íon uranila (UO2)2+

, o que lhe confere

uma grande mobilidade geoquímica.

Além disso, foi verificado que os maiores valores de concentração de U estão concentrados

em algumas regiões, em especial, onde estão localizadas as ocorrências de pegmatitos no

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Estado de Minas Gerais. Para o Th, os maiores valores de concentração foram observados em

diversas regiões do Estado (vide Fig.6.1 e 6.2). Vale ressaltar que os comportamentos do U e

do Th são diferentes, tratando-se de elementos contidos em minerais acessórios que, em parte,

se comportam como “resistatos” durante o intemperismo, ou seja, podem resistir por grandes

distâncias durante o transporte. Em princípio, U pode ser mobilizado até por apresentar-se em

forma mais solúvel (íon uranila, em condições oxidantes) e, portanto, com potencial para ser

lixiviado, uma situação inexistente para o Th (ULBRICH et al, 2009).

A análise estatística para avaliação da correlação entre as concentrações de atividade de U e

Th e o conteúdo de argila, silte, areia e matéria orgânica indicou que esses elementos formam

um grupo com as amostras de solo que apresentam maior proporção de argila e matéria

orgânica.

Não foi constatada uma correlação significativa entre as concentrações de atividade de U e Th

e as classes de solo. A maior correlação foi verificada nos Latossolos, o que pode ser

explicado não apenas pelo fato deles construírem a maior parte dos solos analisados do Estado

de Minas Gerais, mas também por serem, em geral, solos velhos, muito intemperizados, com

teores de silte inferiores a 20% e argila variando entre 15% e 80%.

Os resultados encontrados na Análise de Componentes Principais demonstraram a existência

de uma correlação positiva da concentração do U apenas com os elementos As e Sb. Por outro

lado, o Th apresentou correlação positiva com todos os outros elementos analisados (Al, B,

Ba, Cd, Co, Cr, Cu, Sr, Fe, Mn, Ni, Pb, V, Zn, Hg e Se), em especial, com o Ba e o Cd.

8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

No que diz respeito às recomendações para trabalhos futuros e dando continuidade ao projeto

“Determinações de Valores de Referência para Elementos-Traço em Solos do Estado de

Minas Gerais”, desenvolvido pela equipe do Departamento de Solos da Universidade Federal

de Viçosa em parceria com Fundação Estadual do Meio Ambiente – MG, e que atende à

Resolução nº 420 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, seria importante a obtenção de

dados analíticos para determinação dos VRQ de outros radionuclídeos das séries naturais do

U e do Th (em especial, o Ra-228, Ra-226 e o Pb-210) para esses mesmos solos. Já que os

radionuclídeos apresentam comportamento geoquímico diferenciado e, portanto, suas

concentrações no solo podem ser bastante variáveis.

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Sugere-se ainda, que sejam determinados os Valores de Prevenção (VP) e de Intervenção (VI)

para os radionuclídeos naturais levando-se em conta diferentes cenários de exposição.

Outro ponto importante a ser explorado, a fim de melhor estudar a influência dos parâmetros

físicos e químicos no comportamento geoquímico do U e do Th no solo seria a realização de

análises mineralógica nas amostras selecionadas.

Além disso, propõe-se que seja realizado um estudo mais detalhado nos pontos onde foram

encontrados os maiores valores de concentração de U e Th da influência das características

geológicas da região nos resultados obtidos.

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115

ANEXO I – LOCALIZAÇÃO GEORREFERÊNCIADA DAS AMOSTRAS

SELECIONADAS.

Amostras cedidas pelo Projeto “Solos de Minas”, o qual consiste em uma parceria entre a

Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEAM o Departamento de Solos da Universidade

Federal de Viçosa (UFV), a Fundação Centro Tecnológica de Minas Gerais – CETEC, a

Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

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Tabela I – Localização georreferênciada das amostras selecionadas

AMOSTRA LAT LONG NOME_UNIDADE

1 -16,06083 -40,80228 Córrego Vinhático

2 -15,97725 -41,40714 Jequitinhonha

3 -16,08433 -40,55592 Jequitinhonha

4 -16,15528 -40,22586 Jequitinhonha

5 -16,05650 -40,96750 Granitóides tipo S, tardi-orogênicos, do orógeno Araçuaí

6 -15,29253 -45,62717 Coberturas detrito-lateríticas com concreções ferruginosas

7 -16,71664 -41,18975 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

8 -16,13464 -45,82000 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

9 -16,12575 -46,55922 Coberturas detrito-lateríticas com concreções ferruginosas

10 -16,68831 -46,82364 Vazante - Unidade A

11 -15,53394 -42,17131 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

12 -20,66975 -46,69942 Araxá - Unidade A

13 -21,05153 -45,13414 Lavras

14 -22,02514 -45,65136 São Gonçalo do Sapucaí

15 -20,42197 -46,10614 Depósitos aluvionares

16 -21,62333 -46,41589 Varginha-Guaxupé, unidade paragnáissica migmatítica

superior

18 -19,46064 -44,73144 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

19 -19,54022 -44,83267 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

20 -19,25100 -46,07503 Mata da Corda

21 -19,15533 -45,69639 Serra da Saudade

22 -19,51486 -44,48483 Belo Horizonte

23 -16,67167 -43,74719 Lagoa do Jacaré

24 -14,42639 -44,35436 Sete Lagoas

25 -17,81983 -44,15139 Lagoa do Jacaré, calcário

26 -15,20833 -42,88692 Porteirinha

27 -14,93594 -44,06672 Paraopeba

28 -16,47578 -44,03253 Coberturas detrito-lateríticas com concreções ferruginosas

29 -17,13267 -43,81211 Lagoa do Jacaré

30 -15,69272 -43,46881 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

31 -15,31783 -43,66328 Depósitos aluvionares

32 -15,23125 -44,14197 Paraopeba

33 -19,31661 -42,09025 Juiz de Fora, unidade tonalítica

34 -19,13250 -41,57247 Tonalito Galiléia, Suíte Galiléia

36 -17,01311 -42,49783 Ribeirão da Folha

37 -16,57989 -41,62089 Granitóides tipo S, tardi-orogênicos, do orógeno Araçuaí

38 -16,67850 -41,84844 Ribeirão da Folha

39 -16,79267 -41,62972 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

40 -18,01575 -41,87831 São Tomé

41 -17,15128 -41,50908 Caladão

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AMOSTRA LAT LONG NOME_UNIDADE

42 -17,63328 -42,58706 Capelinha

43 -19,99333 -43,28831 Caraça

44 -17,01289 -41,44508 Granitóides tipo S, tardi-orogênicos, do orógeno Araçuaí

45 -18,30764 -43,55664 Sopa-Brumadinho

46 -18,60775 -43,25306 Guanhães - Metagranitóides

47 -16,59283 -42,17694 Ribeirão da Folha

48 -18,85175 -41,91839 Juiz de Fora, unidade tonalítica

49 -18,31997 -41,75908 Tumiritinga

50 -17,55958 -47,13467 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

51 -17,23725 -46,47953 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

52 -20,42314 -42,40214 Juiz de Fora, unidade enderbítica

53 -20,42314 -41,85572 Caparaó

54 -22,07239 -44,94494 Andrelândia, unidade quartzítica

55 -19,95450 -48,17308 Serra Geral

56 -19,69886 -47,68744 Marília

57 -17,51611 -46,96486 Paracatu

58 -17,66342 -46,35500 Depósitos aluvionares

59 -17,40997 -45,04803 Três Marias

60 -17,14856 -45,36531 Três Marias

61 -17,80719 -46,20150 Paraopeba, calcário

62 -17,83264 -45,26944 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

64 -17,42147 -45,12072 Areado

65 -0,001389 48,681694 Vale do Rio do Peixe

66 -20,00800 -49,12036 Vale do Rio do Peixe

67 -21,15081 -42,97181 Piedade

68 -21,94461 -44,15411 Xistos e Paragnaisses, Andrelândia

69 -20,69953 -42,53003 Tonalito Bom Jesus do Galho

70 -21,36972 -43,23728 Piedade

71 -21,69900 -43,51475 Piedade

72 -19,93956 -47,80792 Serra Geral

73 -19,69939 -50,17642 Vale do Rio do Peixe

76 -19,78828 -49,68208 Vale do Rio do Peixe

77 -19,24933 -48,82572 Marília

78 -21,23437 -42,80067 Juiz de Fora, unidade enderbítica

79 -21,49702 -42,67182 Suíte Muriaé

80 20,013472 48,115361 Serra Geral

83 20,001389 48,681694 Vale do Rio do Peixe

86 18,879139 49,242083 Vale do Rio do Peixe

89 18,925361 49,861611 Vale do Rio do Peixe

92 19,043361 50,411722 Vale do Rio do Peixe

95 18,697361 49,921639 Serra Geral

98 18,743889 49,776806 Serra Geral

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118

AMOSTRA LAT LONG NOME_UNIDADE

101 18,633361 49,553972 Serra Geral

104 18,683833 49,482028 Serra Geral

107 18,852306 49,475556 Vale do Rio do Peixe

110 -21,75766 -46,4169 Suíte mangerítica

113 -21,61992 -45,08461 São Gonçalo do Sapucaí

117 -19,69438 -50,91987 Vale do Rio do Peixe

118 -19,81996 -46,84834 Canastra Indiviso

119 -19,59335 -46,48872 Rio Verde

120 -18,59245 -47,64118 Jurubatuba

121 -18,92583 -48,15667 Serra Geral

122 -18,92771 -47,58313 Marília

123 -20,29538 -43,60163 Nova Lima, associação resedimentada

124 -20,24501 -43,58857 Maquiné, associação aluvionar

125 -20,34338 -43,84381 Bação

126 -20,30434 -43,70815 Bação

127 -20,42232 -43,54723 Itacolomi

127 -20,46262 -43,52474 Sabará

129 -20,13659 -43,78838 Nova Lima, associação resedimentada

130 -20,10590 -43,47580 Caraça

131 -20,14366 -44,24890 Nova Lima

132 -20,15343 -44,03650 Nova Lima

133 -20,17344 -43,97777 Cauê

134 -19,90325 -43,46049 Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas

135 -22,17445 -44,56712 Xistos e Paragnaisses, Andrelândia

136 -19,87299 -43,78981 Nova Lima, associação resedimentada

137 -21,04970 -44,58347 Tabuões

138 -20,69735 -44,91476 Lavras - Gnaisses granulíticos

139 -20,86065 -44,41010 Alto Maranhão

140 -21,08783 -46,22993 Carrancas, unidade de metapelitos grafitosos

141 -22,38094 -46,32713 Varginha-Guaxupé, unidade granulítica basal

142 -22,54449 -45,40746 Varginha-Guaxupé, unidade ortognáissica migmatítica

intermediária

143 -22,17445 -44,56712 Xistos e Paragnaisses, Andrelândia

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ANEXO II - CARACTERÍSTICAS E RESULTADOS DAS AMOSTRAS

ANALISADAS.

Resultados das análises de elementos traços e caracterização das amostras de solo cedidos

pelo Projeto “Solos de Minas”, o qual consiste em uma parceria entre a Fundação Estadual de

Meio Ambiente – FEAM o Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa

(UFV), a Fundação Centro Tecnológica de Minas Gerais – CETEC, a Universidade Federal

de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

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120

Tabela II – Resultados dos Elementos Traços / Metais

Amostra Elemento (mg kg

-1)

B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg

SM - 1 9,07 2,65 1,40 0,60 79,42 36,94 59,69 7,59 8,71 2,72 118,27 21,74 9,65 0,55 0,33 0,36 49458,08 126063,47 0,5 30,0 0,0 0,1

SM - 2 24,52 197,89 2,48 8,98 33,59 48,64 74,24 10,18 27,07 6,21 38,00 19,70 5,72 0,51 0,13 0,16 59897,39 30912,89 1,5 142,0 0,3 0,5

SM - 3 17,72 46,59 1,98 4,70 28,37 33,60 17,93 9,32 14,91 1,71 24,88 19,98 1,30 0,17 0,05 0,03 44041,94 15263,54 0,3 74,0 0,3 0,3

SM - 4 4,09 10,96 0,18 0,59 23,31 10,33 77,57 6,11 14,68 1,49 18,75 5,92 5,15 0,28 0,05 0,03 7840,14 14808,90 1,0 23,0 0,2 0,1

SM - 5 4,22 1,44 0,18 0,43 39,95 14,49 19,55 8,05 13,25 1,80 26,77 12,80 2,57 0,38 0,29 0,08 10616,39 76791,89 17,8 43,0 0,5 0,2

SM - 6 7,77 15,57 1,43 2,24 60,11 50,88 175,18 19,11 11,24 4,56 114,16 30,11 4,57 0,95 0,18 0,17 39377,91 100828,92 0,7 118,0 0,9 0,6

SM - 7 6,23 155,35 1,47 11,10 57,87 38,41 800,01 24,71 27,44 10,47 55,00 48,00 0,65 0,02 0,60 0,12 25236,09 26421,36 1,2 131,0 4,5 0,9

SM - 8 8,82 904,98 1,90 13,86 73,38 36,53 233,26 27,69 14,14 12,14 73,97 98,37 0,46 0,07 0,05 0,03 41309,87 42020,91 8,8 51,0 1,1 10,6

SM - 9 5,55 15,23 1,06 0,86 12,85 18,25 50,33 3,26 9,11 5,52 29,97 19,24 1,90 0,08 0,50 0,24 22675,99 35935,84 0,6 37,0 0,3 0,3

SM - 10 10,95 5,49 2,42 0,94 52,49 42,64 108,08 4,81 10,10 3,81 107,52 22,23 7,05 0,35 1,05 0,32 60350,31 68815,45 0,7 16,0 0,0 0,1

SM - 11 4,74 23,08 1,13 2,08 36,01 19,45 46,00 7,71 22,29 2,60 50,02 21,27 0,88 0,09 0,56 0,03 24120,18 39768,30 0,5 103,0 0,6 0,7

SM - 12 5,52 32,93 1,51 29,87 68,80 37,98 268,10 9,49 21,83 4,76 35,35 38,44 1,07 0,11 0,05 0,03 36542,53 14945,81 6,0 90,0 1,8 0,6

SM - 13 5,83 191,84 1,55 6,24 7,03 31,55 224,05 3,98 32,47 15,27 15,56 81,99 0,61 0,10 0,05 0,03 32182,70 39008,69 1,3 45,0 2,4 0,5

SM - 14 1,15 129,18 0,82 4,55 10,96 18,06 275,17 4,74 10,02 5,42 9,97 46,67 0,37 0,55 0,05 0,03 17668,06 25935,69 1,7 122,0 2,0 0,6

SM - 15 3,12 74,42 0,18 3,95 55,95 44,38 117,65 14,98 39,34 5,78 76,41 29,74 2,42 0,78 0,48 0,03 12285,77 72427,15 51,5 220,0 1,0 0,5

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121

Amostra Elemento (mg kg

-1)

B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg

SM - 16 4,94 165,43 1,22 3,39 37,21 44,21 113,46 10,91 9,44 40,21 40,64 23,88 2,54 0,09 0,05 0,03 46612,76 74843,10 2,8 86,0 0,5 0,3

SM - 18 10,60 81,46 1,50 9,34 33,23 42,30 454,79 20,40 16,61 10,20 35,53 50,65 7,08 0,82 0,05 0,03 29279,94 44408,41 2,2 176,0 5,1 1,9

SM - 19 6,79 91,87 0,81 3,81 83,45 23,73 95,99 9,54 8,51 16,90 30,41 7,31 0,94 0,20 0,29 0,03 16570,46 133159,73 0,8 22,0 0,2 0,1

SM - 22 12,96 94,12 1,66 13,60 37,83 50,80 302,33 12,86 23,00 7,94 32,95 29,43 2,48 0,28 0,05 0,03 34552,58 22420,78 2,2 65,0 0,0 0,0

SM - 23 1,15 46,24 1,55 3,73 86,09 37,00 94,47 11,86 16,31 5,21 52,16 24,54 2,80 0,54 0,19 0,03 33762,61 21679,39 1,6 162,0 2,0 1,0

SM - 24 1,15 18,45 0,46 1,85 25,59 13,54 108,47 9,35 7,47 3,55 21,27 19,66 1,15 0,15 0,05 0,03 6950,82 8200,83 6,0 137,0 3,9 0,9

SM - 25 11,52 153,07 1,42 6,13 42,46 37,79 637,44 18,57 23,09 54,24 40,57 38,90 5,61 0,56 0,05 0,03 22060,04 17240,96 2,5 60,0 11,7 2,1

SM - 26 8,97 127,09 2,19 15,10 80,77 55,64 289,11 40,03 10,79 17,75 59,61 45,28 0,80 0,07 0,25 0,03 15405,55 45788,53 1,5 83,0 5,6 2,0

SM - 27 1,15 15,50 0,43 1,36 34,83 11,92 84,46 13,64 11,16 2,23 25,82 15,00 1,25 0,12 0,13 0,03 8845,02 25360,87 3,4 115,0 2,8 0,8

SM - 28 8,42 39,20 1,85 3,72 59,28 40,72 181,33 10,36 14,79 3,43 84,77 24,80 6,18 0,52 0,17 0,03 30588,96 39468,69 0,8 75,0 1,9 0,4

SM - 29 18,31 130,73 4,02 5,79 157,75 87,58 320,16 20,14 34,09 2,86 161,34 41,65 5,27 1,03 0,26 0,11 85389,66 75380,26 0,5 194,0 0,7 0,7

SM - 30 18,20 71,94 3,60 33,62 136,17 85,68 1407,97 35,01 70,44 5,21 151,44 55,54 18,96 0,38 0,27 0,03 76283,15 26744,01 3,5 250,0 3,4 1,5

SM - 31 6,90 89,33 1,28 6,70 33,65 31,63 278,61 16,64 16,09 33,10 37,36 42,26 4,89 0,26 0,26 0,03 28894,26 12423,59 21,7 63,0 7,6 0,4

SM - 32 10,04 168,00 1,48 7,15 50,66 45,44 216,13 20,86 21,88 16,39 57,83 60,70 0,97 0,22 0,49 0,03 50229,96 36831,50 2,6 105,0 0,2 1,3

SM - 33 7,46 24,35 1,67 2,81 107,10 43,28 503,20 8,34 8,75 5,91 67,11 23,75 6,06 0,10 0,36 0,14 61525,85 24904,74 1,7 46,0 1,7 1,1

SM - 34 6,90 200,91 1,26 11,11 19,82 25,32 517,46 7,94 15,23 10,32 51,06 65,57 2,95 0,21 0,47 0,15 28108,25 46699,90 1,3 53,0 4,7 1,1

SM - 36 6,68 46,14 1,21 0,89 46,40 25,07 32,85 5,35 17,81 16,15 74,56 17,22 1,02 0,14 1,00 0,03 26078,95 47556,51 2,7 51,0 0,1 0,1

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122

Amostra Elemento (mg kg

-1)

B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg

SM - 37 6,42 116,68 1,06 10,48 43,58 21,50 252,14 17,01 13,57 4,51 49,81 53,63 0,99 0,18 0,30 0,03 31590,38 26973,99 2,8 176,0 1,5 1,0

SM - 38 5,22 180,45 1,41 16,13 51,29 40,27 709,82 26,05 18,64 11,87 54,10 66,73 0,34 0,14 0,39 0,03 27533,56 55552,37 3,3 270,0 3,8 1,8

SM - 39 3,40 30,31 1,31 2,71 39,66 33,36 113,37 5,18 24,16 2,53 65,63 17,30 3,48 0,02 0,66 0,03 33455,39 53382,31 1,2 69,0 0,5 0,3

SM - 40 3,68 56,86 0,84 2,51 25,03 14,67 208,21 8,18 8,70 6,61 34,64 17,92 0,50 0,02 0,30 0,03 17362,77 40325,03 0,8 26,0 3,7 0,8

SM - 41 7,89 375,92 2,00 2,87 13,97 31,59 186,89 2,53 32,87 22,67 30,11 38,24 1,29 0,02 1,08 0,08 47656,88 60775,08 1,9 149,0 1,2 1,0

SM - 42 6,97 251,59 1,27 18,40 52,07 42,65 979,05 13,32 57,90 6,89 51,47 22,30 0,94 0,05 0,32 0,03 29917,53 68884,87 1,3 44,0 0,5 0,4

SM - 43 11,73 54,99 3,38 52,17 171,28 85,01 993,05 48,47 22,35 7,22 132,56 36,93 2,81 0,12 0,27 0,03 54816,39 69321,30 3,3 36,0 3,9 1,1

SM - 44 1,15 14,34 0,47 0,44 6,31 6,31 43,53 3,49 17,40 2,67 2,45 15,96 2,98 0,05 0,28 0,08 7647,90 25304,31 2,7 183,0 1,2 0,8

SM - 45 16,38 121,99 4,74 47,62 209,45 187,22 1415,12 50,21 22,50 7,82 275,97 72,31 1,02 0,13 0,36 0,03 88113,56 35713,47 0,8 23,0 4,1 6,8

SM - 46 14,86 101,06 3,91 13,10 117,25 117,49 776,38 22,97 21,77 16,12 221,78 44,55 1,29 0,08 0,81 0,10 116749,34 55830,58 1,4 63,0 3,7 1,0

SM - 47 5,16 107,90 0,99 9,79 31,08 27,95 756,85 16,37 13,51 7,93 37,92 41,16 21,20 0,21 0,62 0,03 26747,40 29273,31 3,5 195,0 2,7 1,8

SM - 48 6,01 234,73 2,34 17,28 109,99 55,06 268,99 30,28 20,48 16,92 79,70 87,19 0,64 0,49 0,71 0,15 43721,79 28794,05 1,4 15,0 2,5 4,3

SM - 49 7,25 155,69 2,06 12,46 57,49 44,91 368,12 17,36 18,70 7,09 71,91 70,18 1,01 0,02 0,84 0,03 38585,36 32955,51 1,4 91,0 1,1 0,7

SM - 50 9,02 5,15 1,64 0,50 85,69 47,66 55,42 4,52 1,30 2,41 135,76 17,40 14,04 0,73 0,34 0,03 54770,04 178438,03 1,4 50,0 0,1 0,1

SM - 51 5,36 36,66 1,29 2,95 45,96 36,74 123,22 15,67 6,88 5,33 79,94 25,31 4,55 0,49 0,35 0,03 32957,85 63791,33 1,4 55,0 0,9 0,6

SM - 52 12,67 60,33 2,55 2,61 62,56 45,08 97,96 8,23 9,83 18,64 174,62 31,87 2,95 0,07 0,95 0,25 63306,86 114340,08 2,2 23,0 0,1 0,0

SM - 53 15,03 20,77 3,33 4,47 122,70 84,71 198,80 16,99 9,37 9,27 159,26 34,32 2,38 0,02 2,14 0,46 79110,32 94252,30 2,6 103,0 3,7 1,2

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123

Amostra Elemento (mg kg

-1)

B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg

SM - 54 10,01 50,48 2,05 5,19 61,89 54,18 90,07 8,33 16,71 4,47 93,35 30,90 1,66 0,19 0,34 0,03 51947,20 70911,15 1,4 115,0 0,1 0,1

SM - 55 28,29 35,46 7,77 27,17 99,42 221,92 703,62 32,81 16,34 10,47 457,56 104,25 7,59 0,11 0,34 0,03 181632,83 111251,36 3,2 602,0 1,6 1,3

SM - 56 11,83 20,08 2,35 1,66 90,03 63,07 99,39 12,67 5,31 10,56 143,36 43,30 8,46 0,72 0,19 0,03 58198,04 88543,57 5,2 146,0 3,7 0,5

SM - 57 12,76 32,76 2,14 4,63 86,09 106,67 172,05 24,24 6,55 1,79 164,14 41,89 8,77 1,13 0,33 0,03 62670,73 160240,66 1,0 55,0 0,0 0,2

SM - 58 5,91 78,42 0,83 5,29 24,89 24,91 209,15 11,47 8,36 13,03 31,53 18,12 2,06 0,21 0,05 0,03 15682,43 13542,93 10,5 61,0 4,0 0,7

SM - 59 8,13 89,46 1,49 9,45 22,60 33,14 435,54 14,19 20,29 8,91 26,35 38,09 7,53 0,92 0,05 0,03 27640,30 16772,89 3,8 132,0 1,8 1,7

SM - 60 8,36 91,92 1,35 10,45 23,34 29,41 420,03 13,87 17,27 10,38 30,14 22,68 7,66 0,93 0,41 0,03 28724,19 18189,34 1,4 80,0 1,2 0,9

SM - 61 43,64 277,45 1,47 18,07 35,15 41,50 1475,75 17,96 76,03 9,84 41,00 37,07 13,19 0,35 0,24 0,03 62022,27 29711,86 12,8 300,0 2,6 1,3

SM - 62 1,15 1,74 0,18 0,21 23,62 2,57 11,61 10,95 3,79 0,53 7,75 1,51 0,40 0,05 0,05 0,03 2514,94 8902,68 0,0 13,0 0,3 0,0

SM - 64 1,15 1,01 0,18 0,54 25,03 4,02 34,37 15,09 2,99 0,59 6,06 8,94 0,52 0,02 0,05 0,03 3098,58 8429,96 0,4 14,0 0,6 0,2

SM - 65 19,01 16,97 0,18 7,40 170,91 151,22 295,17 30,85 19,42 5,26 551,17 48,26 2,86 0,02 0,05 0,30 108254,75 112406,04 1,8 115,0 1,8 1,0

SM - 66 4,68 8,25 1,29 3,05 150,85 29,65 163,46 11,33 7,64 2,40 67,22 9,83 0,66 0,12 0,05 0,03 28050,12 18585,18 3,3 43,0 0,5 0,2

SM - 67 5,98 25,76 2,60 2,38 39,91 56,10 91,55 9,33 16,69 8,70 119,29 25,03 1,03 0,12 0,30 0,14 44942,93 42205,16 3,0 46,0 0,1 0,1

SM - 68 6,10 19,19 1,63 1,14 47,95 36,42 23,09 3,50 9,30 2,37 67,66 11,17 0,89 0,22 0,24 0,03 35806,59 39386,48 1,4 30,0 0,1 0,1

SM - 69 10,60 74,42 2,71 6,29 101,10 74,75 150,94 14,37 20,60 12,22 108,20 28,79 4,68 0,31 1,03 0,21 65341,50 83577,62 4,3 49,0 0,1 0,1

SM - 70 6,39 10,98 1,14 2,35 34,59 29,15 113,11 8,24 8,43 3,38 61,18 21,69 1,38 0,05 0,59 0,19 33141,40 49110,94 3,4 139,0 1,7 1,1

SM - 71 11,42 117,10 2,75 3,64 41,31 58,16 95,55 12,31 23,68 31,55 125,83 29,42 1,68 0,13 0,86 0,10 61311,82 83127,34 2,1 17,0 0,2 0,1

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124

Amostra Elemento (mg kg

-1)

B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg

SM - 72 27,12 104,91 7,15 53,59 25,37 300,93 970,75 31,18 16,83 19,81 464,43 172,13 2,32 0,14 0,35 0,10 159062,64 111239,53 12,6 657,0 5,0 3,2

SM - 73 6,36 27,03 1,49 4,88 114,11 36,91 227,35 13,90 8,26 4,63 90,40 16,82 1,46 0,13 0,13 0,03 32539,06 16162,90 2,4 24,0 1,3 0,4

SM - 76 4,84 4,39 1,05 2,16 89,83 26,36 199,33 6,83 8,47 1,92 68,87 11,00 1,68 0,21 0,05 0,03 23251,34 12411,92 3,1 31,0 0,3 0,1

SM - 77 2,61 3,98 0,70 1,45 33,16 13,83 100,08 6,70 5,80 0,94 31,53 6,39 0,82 0,11 0,05 0,03 12326,47 172611,63 3,9 20,0 0,7 0,3

SM - 78 6,21 34,42 0,18 5,69 66,02 47,14 389,87 18,46 14,97 1,44 60,63 34,61 4,75 0,02 0,66 0,39 38673,70 38342,52 1,7 32,0 1,4 0,6

SM - 79 11,92 110,58 0,18 3,27 58,22 55,19 44,19 14,44 19,52 26,48 136,21 36,72 2,99 0,02 1,53 0,45 69675,19 108049,27 1,5 23,0 0,1 0,1

SM - 80 26,99 113,16 0,18 48,98 87,32 314,36 905,51 76,72 17,07 18,24 355,54 149,85 0,69 0,02 0,18 0,30 149425,21 115763,09 1,8 157,0 2,5 2,3

SM - 83 19,01 16,97 0,18 7,40 170,91 151,22 295,17 30,85 19,42 5,26 551,17 48,26 2,86 0,02 0,05 0,30 108254,75 112406,04 1,8 115,0 1,8 1,0

SM - 86 8,63 32,56 0,18 6,13 296,72 59,53 270,03 33,00 11,56 7,94 151,21 24,11 1,50 0,02 0,15 0,54 54467,23 52636,27 0,5 33,0 0,1 0,1

SM - 89 1,15 5,05 0,18 2,58 47,64 21,08 108,11 6,59 3,60 0,02 64,67 8,73 0,99 0,02 0,05 0,23 16800,95 18394,66 2,3 22,0 0,4 0,4

SM - 92 1,15 2,84 0,18 1,72 61,39 16,31 102,59 12,38 16,46 0,02 51,81 9,04 1,31 0,02 0,05 0,32 14797,60 15308,18 2,2 12,0 0,0 0,0

SM - 95 25,56 101,67 0,18 50,19 51,46 253,14 1041,12 46,03 16,43 26,14 422,10 112,59 1,41 0,02 0,21 0,58 136794,73 107670,29 21,1 200,0 4,9 2,9

SM - 98 15,94 32,73 0,18 13,57 245,42 122,87 590,69 37,09 11,65 3,25 284,15 59,07 0,51 0,02 0,22 0,33 95444,23 58752,56 17,0 200,0 1,0 0,5

SM - 101 27,23 520,06 0,18 52,75 73,57 197,07 1947,82 35,41 16,28 68,00 351,23 149,36 0,54 0,02 0,15 0,34 134016,18 74372,87 36,6 478,0 14,5 3,1

SM - 104 26,70 287,72 0,18 57,67 111,55 219,15 1679,05 46,33 12,98 53,48 330,16 156,88 0,50 0,02 0,12 0,38 124911,22 64837,85 51,8 403,0 19,4 4,5

SM - 107 1,15 19,98 0,18 5,54 133,48 16,59 178,19 22,63 3,24 0,02 43,99 11,69 0,34 0,02 0,05 0,18 12797,18 11688,02 5,7 74,0 0,7 0,7

SM - 110 13,09 32,98 0,18 4,12 126,59 81,76 138,58 14,68 17,25 3,12 182,81 30,82 2,66 0,02 0,25 0,28 76706,30 90365,46 1,6 70,0 0,0 0,2

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125

Amostra Elemento (mg kg

-1)

B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg

SM - 113 13,02 73,16 0,18 4,27 8,91 32,31 1614,44 3,75 26,91 89,75 102,44 133,41 5,49 0,02 0,20 0,31 46907,96 154917,51 2,1 204,0 0,9 1,2

SM - 117 3,50 4,89

1,00 94,02 39,90 134,15 13,73

62,92 7,00

22338,24 22628,89 2,9 25,0 0,3 0,2

SM - 118 3,50 111,96

4,48 81,92 41,46 262,05 30,40

14,11 80,77 43,93

73032,74 29494,72 1,2 25,0 0,1 0,1

SM - 119 3,50 105,87

1,00 50,11 34,73 226,40 15,33

7,16 74,10 19,60

59360,67 30598,65 1,2 106,1 0,6 0,3

SM - 120 3,50 62,33

1,00 241,95 38,10 168,03 18,27

4,41 157,95 30,97

71134,26 26719,66 1,5 92,0 0,5 0,6

SM - 121 3,50 4,17

1,00 90,96 26,22 150,45 17,27

2,13 181,51 17,14

68714,59 99237,48 2,3 45,2 0,1 0,1

SM - 122 3,50 40,54

1,00 183,66 20,71 137,19 34,70

17,18 276,19 18,14

89033,83 165640,65 0,4 28,1 0,1 0,1

SM - 123 4,19 35,97 0,26 4,87 207,50 35,71 237,67 39,14 15,08 8,74 188,80 46,19 5,65 8,60 18,24 0,01 51729,00 75507,33 2,3 67,0 0,0 0,1

SM - 125 4,19 13,07 0,26 1,96 28,38 5,96 138,67 7,93 15,08 4,42 87,80 30,64 8,36 8,60 18,24 0,01 138056,33 57135,67 1,7 15,0 0,1 0,1

SM - 126 7,93 10,58 0,26 11,46 139,50 33,71 735,00 36,24 2,25 2,06 196,27 102,27 22,66 8,60 18,24 0,01 20275,33 159546,33 1,5 17,0 0,2 0,1

SM - 127 4,19 133,57 0,26 1,96 23,10 1,92 12,51 3,95 15,08 13,70 24,73 12,84 8,36 8,60 18,24 0,01 14814,67 10461,33 0,8 18,0 0,1 0,0

SM - 127 0,91 51,60 2,01 4,63 42,82 58,07 190,43 34,41 22,49 11,41 28,97 39,65 220,40 8,60 18,24 0,01 10881,67 46025,00 1,8 48,0 0,3 0,1

SM - 129 7,23 36,26 0,26 67,57 338,13 64,30 699,00 104,77 15,08 4,10 85,90 80,93 30,26 8,60 36,49 0,01 20235,67 86437,67 4,4 49,0 0,4 0,3

SM - 130 4,19 87,33 0,26 1,96 23,74 3,23 8,70 2,46 15,08 2,87 6,71 19,51 8,36 8,60 10,38 0,01 15610,33 1756,33 4,0 35,0 0,0 0,1

SM - 131 21,47 111,43 0,26 1,96 31,19 4,48 1486,67 10,65 37,86 41,94 24,54 75,00 8,36 8,60 18,24 0,01 7970,67 312458,00 8,5 16,0 3,9 0,1

SM - 132 6,72 64,97 0,26 24,90 535,67 46,62 956,33 131,10 15,08 6,51 172,80 54,83 60,00 8,60 95,03 0,01 55013,00 88471,33 1,9 42,0 2,1 1,6

SM - 133 13,96 8,31 0,26 1,96 36,21 1,01 340,73 5,24 8,40 1,95 37,11 28,49 13,00 8,60 18,24 0,01 13744,00 189325,33 1,8 26,0 0,9 0,2

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126

Amostra Elemento (mg kg

-1)

B Ba Cd Co Cr Cu Mn Ni Pb Sr V Zn As Sb Se Hg Fe Al P K Ca Mg

SM - 134 3,68 21,96 0,26 1,96 169,33 21,18 13,63 12,39 11,54 1,37 39,07 19,71 44,28 8,60 18,24 0,01 11708,00 49337,00 1,2 24,0 0,2 0,1

SM - 135 3,50 36,41 0,05 5,26 203,06 34,26 237,96 54,27 5,00 2,44 94,84 15,50 0,47

2,50 0,06 43289,14 75986,79 1,5 37,0 0,2 0,1

SM - 136 3,19 58,27 0,26 16,33 100,00 24,71 459,50 61,83 15,08 4,26 29,97 48,52 48,93 8,60 18,24 0,01 16959,33 41322,67 1,5 39,0 0,9 0,2

SM - 137 3,50 9,99 0,05 15,20 65,00 89,40 356,14 28,26 14,01 2,11 199,61 64,14 0,72

0,01 100036,99 59319,70 0,9 41,0 1,1 0,5

SM - 138 3,50 4,93 0,05

77,00 13,80 57,70 15,71 6,54 0,92 51,76 18,38 0,68

0,01 29306,74 61039,11 0,4 11,0 0,2 0,1

SM - 139 3,50 52,00 0,05 27,90 67,00 116,10 311,42 36,21 14,31 1,77 298,79 67,69 0,88

0,01 105342,31 50593,79 0,9 25,0 0,1 0,1

SM - 140 3,50 18,20 0,05 10,80 58,90 15,30 278,16 20,16 14,90 7,57 88,71 35,02 0,49

0,04 40182,35 47045,54 1,7 222,0 2,6 2,1

SM - 141 3,50 297,00 0,05 22,60 38,50 18,30 373,80 15,75 32,87 41,83 105,63 27,42 0,29

0,04 46960,73 48769,65 1,7 20,0 0,1 0,1

SM - 142 3,50 197,00 0,05 12,80 46,10 10,63 422,21 19,68 23,96 23,83 82,35 25,07 0,74

0,09 42398,86 32677,65 2,0 37,0 0,1 0,2

SM - 143 3,50 36,41 0,05 5,26 203,06 34,26 237,96 54,27 5,00 2,44 94,84 15,50 0,47

2,50 0,06 43289,14 75986,79 1,5 37,0 0,2 0,1

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127

Tabela III - Classe de Solos e Granulometria das amostras selecionadas.

Amostra Classe de Solo

Areia

Grossa

(%)

Areia Fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Matéria

Orgânica

SM - 1 PVe11 1 2 10 87 4,6

SM - 2 Cd2 13 26 25 36 3,6

SM - 3 PVe15 16 37 4 43 0,1

SM - 4 PVe15 24 56 8 12 0,9

SM - 5 PVe11 30 29 3 38 2,8

SM - 6 LVa20 6 10 18 66 3,2

SM - 7 LVd11 43 24 12 21 2,4

SM - 8 LVa20 55 18 16 11 0,1

SM - 9 LVa4 49 7 8 36 2,8

SM - 10 Ra4 17 35 15 33 6,4

SM - 11 LVa1 16 19 14 51 0,9

SM - 12 Ra1 49 36 7 8 1,3

SM - 13 PVe3 32 16 23 29 4,1

SM - 14 LVd2 15 32 31 22 3,5

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128

Amostra Classe de Solo

Areia

Grossa

(%)

Areia Fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Matéria

Orgânica

SM - 15 LEa11 23 7 33 37 24,9

SM - 16 LVd2 23 10 8 59 4,5

SM - 18 LEa13 6 1 66 27 3,8

SM - 19 LEa13 14 64 6 16 1,2

SM - 22 Rd4 1 10 55 34 2,2

SM - 23 TSa 14 6 51 29 3,4

SM - 24 PVe27 18 59 10 13 2,5

SM - 25 Ca23 9 10 53 28 6,3

SM - 26 LVe1 11 24 19 46 0,9

SM - 27 AQa3 14 51 15 20 2,7

SM - 28 LVa26 9 40 18 33 2,8

SM - 29 LEa7 9 4 17 70 3,4

SM - 30 LEa3 7 8 19 66 4,9

SM - 31 Ae4 2 49 22 27 3,3

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129

Amostra Classe de Solo Areia Grossa

(%)

Areia Fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Matéria

Orgânica

SM - 32 PLe 5 16 26 53 6,3

SM - 33 PVe4 38 19 11 32 3,6

SM - 34 PVe4 27 13 9 51 1,8

SM - 36 TRe4 14 18 12 56 4,3

SM - 37 LVd2 29 31 14 26 1,3

SM - 38 LEe5 9 52 14 25 3,1

SM - 39 PVe10 6 23 28 43 1,7

SM - 40 TRe3 30 35 10 25 2,6

SM - 41 LVd2 34 8 14 44 3,9

SM - 42 Cd9 41 23 10 26 3,5

SM - 43 LVa4 7 32 28 33 3,5

SM - 44 Cd8 51 9 14 26 2,6

SM - 45 AR6 9 18 32 41 2,8

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130

Amostra Classe de Solo Areia Grossa

(%)

Areia Fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%) Matéria

Orgânica

SM - 46 LEd5 20 13 17 50 5,0

SM - 47 TRe1 17 48 10 25 2,8

SM - 48 Ae1 4 11 31 54 1,4

SM - 49 LVa4 1 33 29 37 1,7

SM - 50 LVa10 2 3 13 82 6,1

SM - 51 LEa2 22 24 8 46 2,3

SM - 52 LHa1 16 11 14 59 8,4

SM - 53 LVd2 10 14 28 48 6,5

SM - 54 LVd2 20 18 12 50 4,7

SM - 55 LRd1 3 11 28 58 4,9

SM - 56 PVe2 12 6 19 63 6,8

SM - 57 LEa2 11 7 14 68 4,8

SM - 58 Ae2 3 78 11 8 1,1

SM - 59 Ra1 9 15 43 33 5,4

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131

Amostra Classe de Solo Areia Grossa

(%)

Areia Fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Matéria

Orgânica

SM - 60 Ra4 9 20 55 16 2,6

SM - 61 Ra1 22 9 41 28 8,3

SM - 62 AQa1 30 61 3 6 1,3

SM - 64 AQa1 22 69 2 7 1,0

SM - 65 LRd1 11 17 14 58 6,4

SM - 66 LEa1 11 62 7 20 2,6

SM - 67 LVd2 17 18 10 55 3,2

SM - 68 Ca8 30 25 9 36 3,9

SM - 69 LVd2 23 15 13 49 9,4

SM - 70 LVd2 39 16 12 33 4,5

SM - 71 LVd2 18 13 16 53 2,3

SM - 72 LRd1 5 18 27 50 5,9

SM - 73 LEa1 21 51 8 20 1,9

SM - 76 LEa1 22 52 6 20 1,8

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132

Amostra Classe de Solo Areia Grossa

(%)

Areia Fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Matéria

Orgânica

SM - 77 LEa1 30 56 4 10 1,6

SM - 78 LVd2 25 34 16 25 2,4

SM - 79 LVd2 17 7 9 67 3,6

SM - 80 LRd1 2 3 26 69 5,3

SM - 83 LRd1 11 17 14 58 6,4

SM - 86 LEa1 19 39 10 32 2,5

SM - 92 LEa1 37 47 3 13 2,5

SM - 95 LRd2 5 14 22 59 1,6

SM - 98 LRd2 15 37 9 39 6,4

SM - 101 LRe2 11 4 39 46 2,4

SM - 104 LRe2 4 6 40 50 7,8

SM - 107 LEa1 28 59 7 6 8,3

SM - 110 LVd9 19 15 11 55 1,6

SM - 113 LVd26 7 2 20 71 5,6

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133

Amostra Classe de Solo Areia Grossa

(%)

Areia Fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Matéria

Orgânica

SM - 117 LEa1 32 52 1 16 2,0

SM - 118 Cd11 9 34 30 26 1,8

SM - 119 Cd11 18 22 26 34 4,0

SM - 120 Cd11 41 25 18 15 1,8

SM - 121 LRd1 18 27 10 45 3,0

SM - 122 LVd20 42 5 18 72 3,0

SM - 123 LVd2 5 7 31 57 4,0

SM - 125 LVd2 17 22 13 48 1,4

SM - 126 LVd2 10 10 52 28 0,8

SM - 127 Ra14 19 61 11 9 1,3

SM - 128 Ra14 14 32 43 11 1,9

SM - 129 Ca30 3 11 62 24 5,7

SM - 130 Ra14 36 37 14 13 7,6

SM - 131 Ca30 14 31 50 5 3,2

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134

Amostra Classe de Solo Areia Grossa

(%)

Areia Fina

(%)

Silte

(%)

Argila

(%)

Matéria

Orgânica

SM - 132 LVd2 11 12 33 44 8,9

SM - 133 Rd6 12 48 37 3 2,2

SM - 134 Ra14 3 22 55 20 2,9

SM - 135 LVd30 26 24 16,2 33,7 16,0

SM - 136 Rd6 11 12 53 24 5,1

SM - 137 LVd28 23,2 19,6 23,2 34,9 23,0

SM - 138 LVd2 37 11 7 45 6,0

SM - 139 Ra17 13 12 21 54 17,0

SM - 140 PVe3 4 23 28 45 21,0

SM - 141 LVd21 29 12 19 40 14,0

SM - 142 LVd30 38 20 19 23 12,0

SM - 143 LVd30 26 24 16,2 33,7 16,0

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135

Tabela IV – Características geológicas das amostras selecionadas

Amostra EON – Idad - M Classe de

Rocha BB - Subclasse Lito Tipo

SM - 1 Fanerozóico Ígnea Plutônica Granito

SM - 2 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,

Vulcânica

Kinzigito, Rocha calcissilicática, Biotita gnaisse, Rocha

metaultramafito, Rocha

SM - 3 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,

Vulcânica

Kinzigito, Rocha calcissilicática, Biotita gnaisse, Rocha

metaultramafito, Rocha

SM - 4 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,

Vulcânica

Kinzigito, Rocha calcissilicática, Biotita gnaisse, Rocha

metaultramafito, Rocha

SM - 5 Proterozóico Ígnea Plutônica Granitóide

SM - 6 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Química, Sedimentos

inconsolidados

Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de argila,

Depósitos de cascalho

SM - 7 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

SM - 8 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

SM - 9 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Química, Sedimentos

inconsolidados

Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de argila,

Depósitos de cascalho

SM - 10 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Alteração hidrotermal,

Metamorfismo regional Ardósia, Foscorito

SM - 11 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

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136

Amostra EON – Idad - M Classe de

Rocha BB - Subclasse Lito Tipo

SM - 12 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Clorita xisto, Muscovita biotita xisto

SM - 13 Arqueano Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,

Plutônica Granito, Migmatito, Granitóide

SM - 14 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Biotita gnaisse, Xisto, Hornblenda gnaisse, Ortognaisse

SM - 15 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Sedimentos inconsolidados Depósitos de areia, Depósitos de cascalho

SM - 16 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Paragnaisse, Biotita gnaisse, Xisto

SM - 18 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

SM - 19 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

SM - 22 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Gnaisse

SM - 23 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clasto-química, Clástica Calcarenito, Siltito

SM - 24 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Rocha metapelítica

SM - 25 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Química Calcário

SM - 26 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Ortognaisse

SM - 27 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clasto-química, Clástica,

Química

Calcarenito, Arcóseo, Dolomito, Siltito, Folhelho,

Argilito, Ritmito, Marga

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137

Amostra EON – Idad - M Classe de

Rocha BB - Subclasse Lito Tipo

SM - 28 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Química, Sedimentos

inconsolidados

Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de argila,

Depósitos de cascalho

SM - 29 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clasto-química, Clástica Calcarenito, Siltito

SM - 30 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

SM - 31 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Sedimentos inconsolidados Depósitos de areia, Depósitos de cascalho

SM - 32 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clasto-química, Clástica,

Química

Calcarenito, Arcóseo, Dolomito, Siltito, Folhelho,

Argilito, Ritmito, Marga

SM - 33 Proterozóico Ígnea Plutônica Tonalito

SM - 34 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Metatonalito

SM - 36 Proterozóico Ígnea, Metamórfica,

Sedimentar (ou Sedimentos)

Metamorfismo regional,

Química, Vulcânica

Xisto, Formação ferrífera bandada (BIF'S), Rocha

calcissilicática, Rocha metault

SM - 37 Proterozóico Ígnea Plutônica Granitóide

SM - 38 Proterozóico Ígnea, Metamórfica,

Sedimentar (ou Sedimentos)

Metamorfismo regional,

Química, Vulcânica

Xisto, Formação ferrífera bandada (BIF'S), Rocha

calcissilicática, Rocha metault

SM - 39 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

SM - 40 Proterozóico Ígnea, Metamórfica

Alteração hidrotermal,

Metamorfismo regional,

Vulcânica

Turmalinito, Xisto, Rocha calcissilicática

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138

Amostra EON – Idad - M Classe de

Rocha BB - Subclasse Lito Tipo

SM - 41 Fanerozóico Ígnea Plutônica Granito

SM - 42 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto

SM - 43 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Filito

SM - 44 Proterozóico Ígnea Plutônica Granitóide

SM - 45 Proterozóico Metamórfica, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Clástica, Metamorfismo

regional Metaconglomerado, Arenito

SM - 46 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Metagranodiorito, Metagranito

SM - 47 Proterozóico Ígnea, Metamórfica,

Sedimentar (ou Sedimentos)

Metamorfismo regional,

Química, Vulcânica

Xisto, Formação ferrífera bandada (BIF'S), Rocha

calcissilicática, Rocha metault

SM - 48 Proterozóico Ígnea Plutônica Tonalito

SM - 49 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,

Vulcânica Xisto, Rocha calcissilicática, Gnaisse, Mármore

SM - 50 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

SM - 51 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

SM - 52 Proterozóico Ígnea Plutônica Enderbito

SM - 53 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,

Plutônica Enderbito, Kinzigito, Norito

SM - 54 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Muscovita quartzito, Quartzito

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139

Amostra EON – Idad - M Classe de

Rocha BB - Subclasse Lito Tipo

SM - 55 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito

SM - 56 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito

SM - 57 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Sericita filito carbonoso

SM - 58 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Sedimentos inconsolidados Depósitos de areia, Depósitos de cascalho

SM - 59 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arcóseo, Argilito, Siltito

SM - 60 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arcóseo, Argilito, Siltito

SM - 61 Proterozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Química Calcário

SM - 62 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

SM - 64 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Folhelho, Arenito, Conglomerado, Siltito

SM - 65 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso

SM - 66 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso

SM - 67 Proterozóico

SM - 68 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto

SM - 69 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Metatonalito

SM - 70 Proterozóico

SM - 71 Proterozóico

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140

Amostra EON – Idad - M Classe de

Rocha BB - Subclasse Lito Tipo

SM - 72 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito

SM - 73 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso

SM - 76 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso

SM - 77 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito

SM - 78 Proterozóico Ígnea Plutônica Enderbito

SM - 79 Proterozóico Ígnea Plutônica Granitóide

SM - 80 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito

SM - 83 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso

SM - 86 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso

SM - 89 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso

SM - 92 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso

SM - 95 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito

SM - 98 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito

SM - 101 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito

SM - 104 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito

SM - 107 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso

SM - 110 Proterozóico Ígnea Plutônica Granito, Mangerito

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141

Amostra EON – Idad - M Classe de

Rocha BB - Subclasse Lito Tipo

SM - 113 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Biotita gnaisse, Xisto, Hornblenda gnaisse, Ortognaisse

SM - 117 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito, Argilito arenoso

SM - 118 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Filito, Xisto, Sericita xisto, Grafita xisto, Metarenito

SM - 119 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Filito

SM - 120 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Metatonalito, Metagranito

SM - 121 Fanerozóico Ígnea Vulcânica Dacito

SM - 122 Fanerozóico Sedimentar (ou Sedimentos) Clástica Arenito

SM - 123 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Metarenito, Rocha metapelítica

SM - 125 Arqueano Ígnea Plutônica Granito, Granodiorito

SM - 126 Arqueano Ígnea Plutônica Granito, Granodiorito

SM - 127 Proterozóico

SM - 127 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto, Metagrauvaca

SM - 129 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Metarenito, Rocha metapelítica

SM - 130 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Filito

SM - 131 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Xisto, Rocha metamáfica, Metagrauvaca

SM - 132 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Xisto, Rocha metamáfica, Metagrauvaca

SM - 133 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Itabirito

Page 144: DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE REFERÊNCIA DE … · Área de concentração: Aplicação de radioisótopos na indústria e no meio ambiente. Orientador: Dra. Vanusa Maria Delage Feliciano

142

Amostra EON – Idad - M Classe de

Rocha BB - Subclasse Lito Tipo

SM - 134 Fanerozóico Ígnea, Sedimentar (ou

Sedimentos)

Química, Sedimentos

inconsolidados, Vulcânica

Aglomerado, Laterita, Depósitos de areia, Depósitos de

argila

SM - 135 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto

SM - 136 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Metarenito, Rocha metapelítica

SM - 137 Proterozóico Ígnea Plutônica Trondhjemito

SM - 138 Arqueano Metamórfica Metamorfismo regional Gnaisse granulítico, Migmatito

SM - 139 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,

Plutônica Granito, Tonalito, Migmatito, Granodiorito

SM - 140 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto, Grafita xisto

SM - 141 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,

Plutônica Granulito, Enderbito, Granulito - máfico

SM - 142 Proterozóico Ígnea, Metamórfica Metamorfismo regional,

Plutônica

Migmatito estromático, Albita anatexito, Tonalito

gnaisse, Granito gnaisse

SM - 143 Proterozóico Metamórfica Metamorfismo regional Xisto