desvendando o apocalipse 7 selos

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Desvendando o Apocalipse: os sete selos No capítulo 5 do Apocalipse, João descreve a cena em que Jesus toma o livro selado da mão de Deus sob uma aclamação nunca antes vista no Universo. Neste, vamos vê-Lo abrir os selos, um por um. O capítulo 6 trata dos seis primeiros selos, o sétimo será explorado no capítulo 8 de Apocalipse. Ao invés de palavras ditadas por Jesus, João agora visualiza cenas. Assim, como em outros capítulos, a simbologia é bastante utilizada. É importante citar que a seqüência profética e simbólica dos sete selos relaciona-se com o mesmo terreno coberto pela profecia das sete igrejas, mas dando ênfase a outros eventos. As profecias do Apocalipse não são sucessivas, mas repetitivas; isto é, elas são reafirmadas cobrindo os mesmos períodos de tempo. Os sete selos, por exemplo, e as sete trombetas cobrem o mesmo período das sete igrejas. O princípio de interpretação profética destacado pelo próprio Senhor Jesus é que somente quando a profecia encontra o seu cumprimento é que pode ser plenamente compreendida. Três vezes Jesus disse isso no cenáculo: “Eis que vos tenho dito antes que aconteça, para que quando acontecer possais crer” (Jo 14:29, 13:19 e 16:4). O propósito do cumprimento das profecias é fortalecer nossa fé. Os quatro cavalos e suas diferentes cores conforme descrito nos quatro primeiros selos representam as quatro primeiras fases da igreja cristã (Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira). Os quatros cavaleiros do Apocalipse O primeiro selo Apocalipse 6:1: “Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi um dos quatro seres viventes dizer, como se fosse voz de trovão: Vem!” Apocalipse 6:2: “Olhei, e vi um cavalo branco. O seu cavaleiro tinha um arco, e foi-lhe dada uma coroa, e ele saiu vencendo, e para vencer.” O cavalo branco simboliza pureza e vitória. Cristo é o cavaleiro. Nos dias em que o Apocalipse foi escrito, o cavalo era o meio mais rápido de comunicação (como o e-mail, hoje). Além disso, a cavalaria era a principal arma de guerra. Cavalo, portanto, é símbolo do poder e da rapidez necessários à pregação do

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Page 1: Desvendando o apocalipse   7 selos

Desvendando o Apocalipse: os sete selos

No capítulo 5 do Apocalipse, João descreve a cena em que Jesus toma o livro selado da

mão de Deus sob uma aclamação nunca antes vista no Universo. Neste, vamos vê-Lo

abrir os selos, um por um. O capítulo 6 trata dos seis primeiros selos, o sétimo será

explorado no capítulo 8 de Apocalipse. Ao invés de palavras ditadas por Jesus, João

agora visualiza cenas. Assim, como em outros capítulos, a simbologia é bastante

utilizada. É importante citar que a seqüência profética e simbólica dos sete selos

relaciona-se com o mesmo terreno coberto pela profecia das sete igrejas, mas dando

ênfase a outros eventos.

As profecias do Apocalipse não são sucessivas, mas repetitivas; isto é, elas são

reafirmadas cobrindo os mesmos períodos de tempo. Os sete selos, por exemplo, e as

sete trombetas cobrem o mesmo período das sete igrejas.

O princípio de interpretação profética destacado pelo próprio Senhor Jesus é que

somente quando a profecia encontra o seu cumprimento é que pode ser plenamente

compreendida. Três vezes Jesus disse isso no cenáculo: “Eis que vos tenho dito antes

que aconteça, para que quando acontecer possais crer” (Jo 14:29, 13:19 e 16:4).

O propósito do cumprimento das profecias é fortalecer nossa fé.

Os quatro cavalos e suas diferentes cores – conforme descrito nos quatro primeiros selos

– representam as quatro primeiras fases da igreja cristã (Éfeso, Esmirna, Pérgamo e

Tiatira).

Os quatros cavaleiros do Apocalipse

O primeiro selo

Apocalipse 6:1: “Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, e ouvi um dos quatro

seres viventes dizer, como se fosse voz de trovão: Vem!”

Apocalipse 6:2: “Olhei, e vi um cavalo branco. O seu cavaleiro tinha um arco, e foi-lhe

dada uma coroa, e ele saiu vencendo, e para vencer.”

O cavalo branco simboliza pureza e vitória. Cristo é o cavaleiro.

Nos dias em que o Apocalipse foi escrito, o cavalo era o meio mais rápido de

comunicação (como o e-mail, hoje). Além disso, a cavalaria era a principal arma de

guerra. Cavalo, portanto, é símbolo do poder e da rapidez necessários à pregação do

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evangelho; tarefa incumbida ao povo de Deus. A cor branca era símbolo de vitória sobre

o inimigo.

A mesma figura é aplicada na profecia que menciona a segunda vinda triunfal de Cristo,

que o apresenta vindo à Terra vestido de branco e cavalgando um cavalo branco.

O cavalo de cor branca é uma alusão aos triunfos da igreja apostólica, no período de 34

a 100 d.C. A igreja cristã era pura na doutrina porque foi conduzida diretamente por

Cristo. O arco que o cavaleiro trazia, nos dias antigos, era uma arma de ataque; um

poderoso instrumento de guerra. A grande munição dos exércitos daquele tempo eram

as flechas.

Ao sair para a batalha, o cavaleiro recebe uma coroa. Enquanto os vencedores deste

mundo recebem a coroa somente após a vitória, Cristo, o cavaleiro do primeiro selo,

recebe a coroa antecipadamente, como evidência segura de Sua vitória.

O segundo selo

Apocalipse 6:3: “Quando o Cordeiro abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente

dizer: Vem!”

Apocalipse 6:4: “Então saiu outro cavalo, vermelho. Ao seu cavaleiro foi dado tirar a

paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros. Também lhe foi dada uma

grande espada.”

O cavalo vermelho simboliza sangue, corrupção e pecado. O cavaleiro representa o

Império Romano pagão.

O segundo selo apresenta a igreja em estado de corrupção. A cor vermelha, em se

tratando de vida espiritual, simboliza o pecado. “Ainda que os vossos pecados sejam

vermelhos como o carmesim...” (Is 1:18).

A igreja incorporou doutrinas pagãs e abandonou a pureza da verdade. Este período do

segundo selo, de corrupção dos princípios básicos da igreja, estendeu-se do ano 100 ao

ano 313 d.C.

Milhões morreram quando o Império Romano tentou varrer o cristianismo da face da

terra. A perseguição contra cristãos foi seguida de muitas mortes, porém, por causa do

sangue de muitos mártires, o cristianismo crescia a cada dia.

Os cristãos primitivos não tinham liberdade como nós hoje de ir às igrejas prestar culto

a Deus. Ser cristão era um crime punido com a morte. Conta-se que no Concílio de

Nicéia, em 325 d.C., quase todas as pessoas presentes apresentavam algum tipo de

mutilação, resultado da perseguição. O tempo do cavalo vermelho foi o tempo em que

os pagãos perseguiram os cristãos.

O terceiro selo

Apocalipse 6:5: “Quando o Cordeiro abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente

dizer: Vem! Olhei, e vi um cavalo preto. O seu cavaleiro tinha uma balança na mão.”

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Apocalipse 6:6: “E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes, que

dizia: Uma medida de trigo por um denário, e três medidas de cevada por um denário, e

não danifiques o azeite e o vinho.”

O cavalo preto simboliza luto e trevas espirituais. O cavaleiro representa a figura do

Imperador Romano.

O cristianismo já não era mais ilícito, mas popular. As pessoas eram incentivadas a

tornarem-se cristãs. Mas o cristianismo já não era mais puro. Não era mais branco. Era

tão corrupto que foi representado por um cavalo preto. As doutrinas pagãs tomaram o

lugar das doutrinas verdadeiras e puras da igreja primitiva.

Foi durante esse período que a igreja começou a dominar o Estado ou o governo (313 a

538 d.C.). A partir daí não eram mais os pagãos que perseguiam os cristãos. Eram os

cristãos que passaram a perseguir os pagãos.

A balança é o símbolo da justiça. A utilização desse símbolo demonstra que a Igreja e o

Estado estariam unidos para exercer a autoridade judicial. Isso foi verdade entre os

imperadores romanos desde Constantino até Justiniano, quando ele entregou a mesma

autoridade judicial ao bispo de Roma.

Nesta visão, João viu uma balança na mão do cavaleiro. “Uma medida de trigo por um

denário; e três medidas de cevada por um denário.” Deus havia ordenado que o pão da

vida devia ser de graça. Mas agora estava sendo vendido. A religião tornou-se um

negócio.

O trigo representa a pura verdade do evangelho de Cristo, enquanto a cevada que não é

tão pura assim, as tradições e erros que penetraram na igreja. Em razão de sua escassez,

o trigo era vendido por valor maior do que a cevada. Três medidas de cevada eram

vendidas pelo mesmo preço de uma medida de trigo.

E até hoje esse estado de coisas perdura no chamado cristianismo nominal. Aquele que

apresenta ao mundo, evidentemente, mais “cevada” do que “trigo”, ou seja, mais erros

tradicionais do que verdades fundamentais.

Nas Escrituras Sagradas o azeite é símbolo do Espírito Santo, enquanto o vinho

representa o sangue de Cristo. A ordem “Não danifiques o azeite e o vinho” reclama que

não se pode invocar o nome de Cristo e do Espírito Santo quando se prega o erro e a

“tradição dos homens” em lugar da verdade de Deus.

O quarto selo

Apocalipse 6:7: “Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser

vivente, que dizia: Vem!”

Apocalipse 6:8: “Olhei, e vi um cavalo amarelo. O seu cavaleiro chamava-se Morte, e o

Inferno o seguia. Foi-lhes dado poder sobre a quarta parte da terra para matar com a

espada, com a fome, com a peste e com as feras da terra.”

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O cavalo amarelo simboliza a morte. O cavaleiro é representado pelo Papado.

Na verdade, a palavra grega que designa a cor deste cavalo é chloros, que é um

esverdeado pálido. A cor da morte.

Foi durante os 1.260 anos da perseguição que os templos pagãos viraram igrejas cristãs.

Mas o povo verdadeiro de Deus teve que fugir para as montanhas a fim de adorar o seu

Deus.

Não eram mais pagãos perseguindo cristãos. Não eram mais cristãos perseguindo

pagãos. Agora eram cristãos perseguindo e matando outros cristãos. A Roma cristã não

crucificava pessoas como a Roma pagã fazia. A Roma cristã as queimava vivas. A

Roma pagã torturava criminosos por roubarem, mas a Roma cristã torturava cristãos por

lerem a Bíblia.

No período do quarto selo, que foi de 538 a 1517 d.C., foi dado ao cavaleiro que monta

o cavalo amarelo ou tem as rédeas da igreja em suas mãos o nome de “Morte”. É uma

prova real da carnificina que foi a Inquisição. O papado efetuou grande chacina e levou

multidões à sepultura. Inferno, ou “hades”, designa o lugar dos mortos ou sepultura.

O quinto selo

Apocalipse 6:9: “Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que

foram mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram.”

Apocalipse 6:10: “E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e

santo Soberano, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?”

Apocalipse 6:11: “E foram dadas a cada um deles compridas vestes brancas, e foi-lhes

dito que repousassem ainda por pouco tempo, até que se completasse o número dos seus

conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos, como também eles foram.”

O quinto selo é uma sucessão do quarto e estende-se do período que vai do ano 1517 a

1755. No quarto selo vimos os terríveis extermínios do papado contra o povo de Deus.

O quinto selo nos mostra o quadro das testemunhas de Deus e de Seus filhos mortos

pela espada papal.

Para entender o que significam as almas debaixo do altar é preciso considerar quatro

questões:

1. O que significa o termo “alma”?

A palavra “alma”, do nosso texto, vem do grego psyche e é mencionada 103 vezes no

Novo Testamento. Psyche é traduzido em inúmeras passagens por “pessoa”. Por

exemplo, referindo-se aos convertidos no Pentecostes, é dito que “naquele dia

agregaram-se quase três mil almas” [psyche] (At 2:41). Fica claro que João teve a visão

das próprias pessoas dos mártires das perseguições papais do quarto selo, e não supostas

almas desencarnadas.

2. Existe algum altar de sacrifícios no Céu?

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Por outro lado, no Céu não existe um altar para sacrifícios. Por isso, a declaração de

João de que viu “debaixo do altar as almas dos que foram mortos” no período da

perseguição papal deve ser entendida como uma afirmativa de que eles estão debaixo da

terra, ou em seus sepulcros.

3. Pode haver espírito de vingança no Céu?

Não podemos imaginar que o espírito de vingança pudesse dominar de tal maneira as

mentes das almas no Céu a ponto de fazer com que, a despeito da alegria e da glória do

Céu, elas não ficassem satisfeitas enquanto não vissem a vingança praticada contra os

seus inimigos. Há lugar para ódio no coração dos habitantes do Céu? Não, nunca.

Jamais.

4. Por que essas almas estariam clamando por vingança?

Se a idéia popular que coloca essas almas no Céu fosse verdade, seus perseguidores

estariam queimando num suposto inferno. Por que essas almas estariam clamando por

vingança? Que vingança maior poderiam querer?

O sangue clama por vingança é a mesma expressão usada no livro de Gênesis. O

sangue de Abel clama por vingança (Gn 4:9, 10).

O clamor figurado dos milhões e milhões de mártires do quarto selo longe está de

afirmar que eles estejam no Céu. É apenas um alerta de que Deus punirá, no tempo

certo, os Seus inimigos. O que João viu – numa visão simbólica – foi o clamor de

justiça que será satisfeito no devido tempo. “A voz do sangue do teu irmão clama a

Mim desde a Terra” (Gn 4:10). E, por acaso, sangue tem voz? É evidente que se trata de

uma linguagem figurada.

As vestes brancas comprovam o caráter daqueles que foram covardemente martirizados,

não porque fossem criminosos, mas “por causa da palavra de Deus e por causa do

testemunho que deram”.

A frase "repouso por pouco tempo" é outra evidência de que não poderiam estar no Céu,

mas em seus sepulcros onde deveriam permanecer mais um pouco.

O sexto selo

Apocalipse 6:12: “Olhei enquanto ele abria o sexto selo. Houve um grande terremoto.

O sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue.”

Apocalipse 6:13: “As estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira,

sacudida por um vento forte, deixa cair os seus figos verdes.”

Apocalipse 6:14: “O céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola, e todos

os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.”

Apocalipse 6:15: “Os reis da terra, os grandes, os chefes militares, os ricos, os

poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos

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montes,”

Apocalipse 6:16: “e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos

do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro!”

Apocalipse 6:17: “Pois é vindo o grande dia da ira deles, e quem poderá subsistir?”

João visualiza a abertura do sexto selo, onde estão descritos os sinais da iminente volta

de Jesus. A linguagem que antes era simbólica passa a ser literal. Os escritores do

Antigo Testamento, e o próprio Cristo, falaram muitas vezes de grandes sinais no

universo físico, no Sol, na Lua, nas estrelas e na Terra. Esses sinais seriam indicações

especiais da volta de nosso Senhor.

No século 18, em 1º de novembro de 1755, na cidade de Lisboa, Portugal, ocorreu o

maior terremoto de toda história. A maior parte da cidade foi destruída em apenas seis

minutos. O sismo abalou outras cidades da Europa e da África.

O dia escuro ocorreu no dia 19 de maio de 1780, principalmente na cidade de

Connecticut.

Na noite seguinte ao dia escuro, a Lua se mostrou vermelha como sangue.

Na noite de 12 de novembro de 1833, uma tempestade de estrelas cadentes irrompeu

sobre a Terra. A América do Norte recebeu o maior impacto desse chuveiro de estrelas.

De acordo com a profecia descrita em Apocalipse 6, estamos vivendo entre os versos 13

e 14. Os eventos do verso 13 já ocorreram. Os próximos acontecimentos no programa

de Deus estão descritos no verso 14. O Céu se retira como um rolo. Cada montanha e

ilha serão removidas.

João descreve que haverá um tempo em que as pessoas irão correr e se esconder da ira

de Deus. Numa grande reunião irão desejar que montes e vales caiam sobre eles, pois

não conseguirão encarar a face do Senhor. Essas pessoas são todos aqueles que,

infelizmente, não dedicaram a vida a Deus. Não reconheceram Jesus como Salvador,

Senhor e Advogado e recusaram todas as ofertas de salvação. Mas ainda há tempo! É

preciso tomar uma decisão - a escolha deve ser imediata.

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, inspirado na palestra do advogado

Mauro Braga)