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03-11-2011
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Dependência de Substancias
Isabel Lajoso Amorim
Substâncias psicoactivas
• São substâncias que afectam os processos mentais,cognitivos ou afectivos. Este termo (e o seu equivalente,drogas psicotrópicas), abrange todo o conjunto desubstâncias, lícitas e ilícitas.
• Depressores do SNC • Estimulantes do SNC
Classificação das substânciasDepressores do SNC 1. Álcool
2. Hipnóticos: Barbitúricos e não barbitúricos3. Analgésicos e narcóticos: ópio e derivados naturais e semi-
sinteticos, morfina, codeína, heroína.4. Brometos e antihistaminicos5. Ansioliticos: meprobamatos e benzodiazepinas
Estimulantes do SNC 1. menores: café, coca-cola, cafeína, nicotina2. Maiores: anfetaminas3. Metilfenidato4. Aminas simpaticomimeticas5. Efedrina6. Sulfato de estricnina7. Cocaína8. Outros anorexigenos
Modificadores dohumor
1. Derivados da Cannabis: marijuana, Haxixe2. Alucinogenios ou psicodislepticos: LSD, mescalina3. Dissolventes volateis: colas, essencias, acetonas, diluentes e
tintas4. anticolinergicos
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Conceitos básicos em dependências
• A dependência física é “um estado adaptativo manifestado porintensas perturbações físicas quando a droga é retirada”.
• Síndrome de abstinência consiste no aparecimento de sintomas físicosou psicológicos quando se suspende com demasiada rapidez oconsumo de uma substancia que causa dependência física. Os sintomassão normalmente opostos aos efeitos agudos produzidos pela mesmasubstancia
• Tolerância é um “estado de resposta reduzida aos efeitos duma drogacausado pela sua administração prévia”.
• A síndrome de abstinência é particularmente intensa para osdepressores do SNC, opiáceos e estimulantes.
Conceitos básicos em dependências
• Nem a tolerância nem a dependência físicaseparada ou conjuntamente são suficientespara causar um estado de verdadeiradependência de uma dada substancia.
• O elemento psicológico, a compulsão interna,deve sempre estar presente.
Dependência de Substancias
• Conjunto de fenómenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que podem desenvolver-se após o uso repetido de uma substancia.
• Fenómenos que incluem tipicamente:– Forte desejo de consumir o produto com
controlo prejudicado sobre o seu uso (craving)
– Uso persistente a despeito das consequências danosas
– Prioridade ao seu uso sobre outras actividades e obrigações
– Aumento da tolerância
– Reacção física de privação quando o uso do produto é interrompido
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Alcoolismo
• O alcoolismo é o conjunto deproblemas relacionados com o
consumo excessivo e prolongado do
álcool e todas as suas consequências.
• Alcoólico é Segundo a OMS um”
bebedor excessivo, cuja dependência
em relação ao álcool, é acompanhada
de perturbações mentais, da saúdefísica, da relação com os outros e do
seu comportamento social e
económico”
Dados Epidemiológicos
• Em Portugal o consumo de álcool per-capita é dos mais
elevados do mundo, cerca de 9.6 Litros de álcool puro,
encontrando-se no 8º lugar do ranking mundial; o 4º a
nível de consumo de vinho (42 Litros/ano); o 23º a nível
de consumo de cerveja (58.7 Litros); e o 31º a nível de
consumo de bebidas espirituosas (1.4 Litros).
• A mortalidade ligada ao álcool estima-se como a 4ª causa de morteno nosso país;
• Cerca de 10.3% da população portuguesa com mais de 15 anos édoente alcoólica (800.000) e 13.7% bebem em excesso (1.000.000);
• Mais de 60% dos jovens de ambos os sexos (12 aos 16 anos) e maisde 70% (mais de 16 anos) consomem regularmente bebidasalcoólicas (cerveja, espirituosas com refrigerantes e misturas comalto teor alcoólico.
• 30% dos internamentos em Hospitais Psiquiátricos são relacionadoscom doentes alcoólicos e 37% dos comportamentos suicidários;
• 40% dos homens e 10% das mulheres internados em HospitaisGerais está relacionado com o consumo excessivo de álcool;
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• 33% das mortes por acidentes de viação e 34% das mortes poracidentes de trabalho revelaram alcoolémia positiva;
• Há uma relação evidente e gradual entre o álcool e doençasmortais como cirroses hepáticas, neoplasias das vias respiratórias,do aparelho digestivo superior, colo-rectais, fígado, hipertensãoarterial, pancreatite crónica, AVC hemorrágicos, mesmo comconsumos "moderados" de álcool de apenas 25 gramas por dia;
• 98% dos doentes alcoólicos referem conflitos familiares, 76%perturbações laborais (baixas frequentes, faltas, conflitos, baixade rendimento, sinistralidade), 69% complicações sociais dosquais 16,5% são problemas do foro jurídico-criminal;
• A criminalidade associada é exponencialmente mais elevada sobefeito de álcool a nível de condução, crimes sexuais e ofensascorporais.
Diferenças entre o consumo e a dependência do álcool.
• Consumo de risco - padrão de consumo
que pode vir a implicar dano físico ou
mental se esse consumo persistir.
• Consumo nocivo – (abuso) é um padrão de
consumo que causa danos à saúde, quer
físicos quer mentais. Todavia não satisfaz
os critérios de dependência.
• Dependência
(OMS)
• O álcool não aquece• O álcool não mata a sede• O álcool não dá força• O álcool não ajuda a digestão e não abre o apetite• O álcool não é um alimento• O álcool não é um medicamento• O álcool não facilita as relações sociais
Falsos Conceitos acerca do álcool
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• Actualmente assistimos a uma “mudança”nos hábitos tradicionais de beber
– Aumento significativo no consumo de cerveja– Crescente consumo de bebidas alcoólicas pela mulher– Crescente consumo de bebidas alcoólicas pela juventude– Crescente consumo de bebidas brancas– Internacionalização dos hábitos de beber
• Definem-se assim grupos de risco:– Crianças– Jovens– Mulheres– Emigrantes– Desenraizados– Marginalizados
• Podemos classificar as causas do alcoolismo como sendo
biológicas, sociais ou psicológicas
• Factores genéticos e ambientais condicionam em partes
iguais a dependência do álcool
• Mesmo quando o sujeito tem uma predisposição genética,
tem de estar regularmente exposto ao álcool para se tornar
dependente.
Causalidade
Quais são os factores de risco?
• História familiar relacionada com o alcoolismo; • Ambiente sociocultural. A integração em famílias ou em
meios sociais propensos ao consumo de álcool (ter de frequentar festas, reuniões sociais, etc.);
• Situações imprevisíveis de rotura na vida quotidiana; • Distúrbios emocionais – pessoas deprimidas ou ansiosas; • Conflitos entre os pais, divórcio, separação ou abandono,
de um ou de ambos os progenitores; • Dificuldades de adaptação à escola; • Dificuldades de aprendizagem.
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Modalidades da relação do individuo com o álcool
A intoxicação aguda
A característica principal daintoxicação aguda é apresença de alteraçõescomportamentais oupsicológicas desadaptativas eclinicamente significativas
A intoxicação agudaUm ou mais sinais manifestados durante ou após a ingestão:• Euforia• Discurso titubeante e confuso• Raciocínio lentificado e humor instavel• Descoordenação motora e ataxia• Marcha instável• Perturbação da atenção e memória• Confusão e desorientação• Estupor ou coma*• Insuficiência respiratória**situações mais graves
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Cérebro – situação agudaAo entrar na corrente sanguínea, o álcool começa a ser metabolizado pelo fígado ao mesmo tempo que atinge o cérebro. À medida que a pessoa bebe mais, ele alcança outras partes do cérebro. Em cada área, as consequências são diferentes
• 1- Ao atingir o córtex, o álcool afecta o comportamento. Diminui a capacidade de julgamento e a memória. Deixa a pessoa eufórica
• 2- No cerebelo, prejudica a fala, que fica pastosa, e o equilíbrio, causando um andar trôpego
• 3- No tronco cerebral, causa sonolência e, em casos mais graves, coma• 4- No bulbo cerebral, pode provocar até uma parada respiratória
Alcoolemia
• Corresponde à taxa de álcool no sangue em determinadomomento.
• Traduz os gramas de álcool puro por litro de sangue. Podeser avaliada por:
– directamente - por análise ao sangue
– indirectamente - através do ar expirado
Depende da quantidade ingerida e do metabolismo hepático, e deoutros factores: graduação alcoólica da bebida, conteúdo deaçúcar, presença de alimentos no estômago…
A dependência
• Critérios:Uso inadequado da substância provocando complicações clinicamente significativas, revelado por 3 ou mais dos elementos seguintes, presentes em todos os momentos durante um período de 12 meses.
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• Tolerância• Síndrome de Abstinência• Uso frequente ou em maior quantidade e por um
período mais longo que o previsto pelo sujeito• Desejo persistente ou várias tentativas de parar sem
sucesso• Tempo considerável gasto na obtenção de álcool, no seu
consumo ou nas suas consequências• Abandono ou redução de actividades importantes
devido ao consumo de álcool• Manutenção do consumo apesar de ser portador de
patologia que o contra-indique
Alcoolismo cronico
• Pressupõe a ingestão excessiva, habitual e frequente debebidas alcoólicas, repartidas ao longo do dia em váriasdoses, que vão mantendo uma alcoolização permanente doorganismo. O individuo tende a passar os dias a beber, nãodistinguindo o tipo de bebida; a ingestão de alimentos éreduzida; os comportamentos mentais deterioram-se, atolerância ao álcool aumenta, surgindo assim sintomasfísicos a um nível bastante grave que levam o individuo aurgentes cuidados médicos
O síndrome de abstinênciaInterrupção ( ou redução ) da utilização maciça e prolongada de álcool
1. Hiperactividade autonómica2. Tremor das mãos3. Insónia4. Náuseas ou vómitos5. Alucinações ou ilusões visuais, tácteis ou auditivas6. Agitação psicomotora7. Ansiedade8. Irritabilidade 9. Convulsões do tipo grande mal
1º sintomas durante as primeiras 24 h após ultimo consumoPico 36 a 48 horasFim dos sintomas cerca de 5 a 6 dias
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Delirium Tremens
• Forma mais intensa e complicada de abstinência• Caracteriza-se por forte agitação, delírios e
alucinações extremas (visuais, auditivas e tácteis),podendo, por vezes, ser também acompanhado defebre e convulsões (do tipo da epilepsia). Entre 5 a10% dos alcoólicos que entram no estádio dedelirium tremens acabam por falecer(desequilíbrio hidro-electrolitico
As consequências orgânicas do abuso do álcool
Ao nível digestivo• Falta de apetite• Glossites• Esofagites (com risco elevado de carcinoma)• Gastrites (com risco de úlcera e carcinoma)• Sindromas de mal absorção• Pancreatites (insuficiência endócrina e
exócrina)• Hepatites (da esteatose à cirrose)
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O etanol exerce uma acção tóxica no fígado. Com o aumento da ingestão o fígado aumenta a sua capacidade de
metabolismo o que se traduz num aumento da tolerância ao álcool. Inicialmente, ocorre uma esteatose
(acumulação da gordura do órgão) - ainda é reversível . A manutenção do consumo do álcool pode evoluir para
necrose das células e formação de fibroses caracterizando hepatite alcoólica, que por sua vez pode avançar para
uma situação de cirrose.
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ESTUDO DA FUNÇÃO HEPÁTICA
ENZIMAS VALOR OBTIDOVALORES DE
REFERÊNCIA
Trans. Glutâm. Oxalacética 98,0 UI/L* 7 – 34
Trans. Glutâm. Pirúvica 118,0 UI/L* 7 – 40
Gamaglutamil Transpeptidase 541,0 UI/L* 12 – 73
Fosfatase Alcalina 108, 0 UI/L 53 – 128
Bilirrubina Total 0,54 0,20 a 1,00 mg/dL
Bilirrubina Directa 0,23* 0 a 0,20 mg/dL
Bilirrubina Indirecta 0,31 0,20 a 0,80 mg/dL
As consequências orgânicas do abuso do álcool
Ao nível cardiovascular• Miocardiopatias• Hipertensão arterial• Alterações do ritmo cardíaco• Acidentes vasculares cerebrais• Morte súbita• Alterações sanguíneas
(macrocitose,trombocitopenia)
As consequências orgânicas do abuso do álcool
Ao nível osteo muscular
• Osteoporose
• Atrofia muscular
• Necrose muscular
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As consequências orgânicas do abuso do álcool
Ao nível do sistema nervoso
• Atrofia cerebral• Atrofia cerebelosa• Síndrome de Wernicke-Korsakoff (associado a carência de
vit. B1)• Crises convulsivas• Demência alcoólica
• Síndrome de Wernicke-Korsakoff– Descoordenação motora, nistagmo, confusão mental,
prejuízo evidente da memoria (amnésia anterógrada eretrógada)
• Demência alcoólica– O uso prolongado do álcool pode provocar lesões
difusas no cérebro prejudicando além da memória acapacidade de julgamento, de abstração de conceitos; apersonalidade pode alterar-se, o comportamento comoum todo fica prejudicado.
As consequências orgânicas do abuso do álcool
Ao nível sexual no homem
• Atrofia testicular• Diminuição da fertilidade• Diminuição da barba• Perda de libido• Disfunção eréctil• Ginecomastia
• Ao nível sexual feminino
• Amenorreia• Anovulação• Menopausa precoce• Abortamento espontâneo• Disfunção orgástica
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Aspectos sociais do alcoolismo
• Álcool e família– Vida familiar
– Descendência
• Álcool e trabalho• Álcool e condução• Álcool e criminalidade
Dificuldades e carências materiaisPerturbações relacionaisDeterioração progressiva do larDesagregação Familiar
Efeito – Acção tóxicaEfeito Indirecto – Acção psicológica
• A identificação precoce do
alcoolismo geralmente é
prejudicada pela negação dos
pacientes, além disso, nos estádios
iniciais é mais difícil fazer o
diagnóstico, pois os limites entre o
uso "social" e a dependência nem
sempre são claros e os indivíduos
tendema evitar o estigma
Tratamento
Diclemente e Prochaska
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Estádio motivacional Apresentação do paciente Melhor postura adoptada
Pré-contemplação Sem ideia sobre o problema e semplanos de mudar. Acha que seuconsumo de drogas não lhe faz mal eestá sob controlo.
Evitar o confronto, mas sem perder asinceridade. Levantar dúvidas fazer com que apessoa possa aumentar a sua percepção dosproblemas causados pelo seu comportamentoactual. Procurar outros motivos para opaciente procurar ajuda.
Contemplação Percebe um problema, mas estáambivalente para promover mudança.
O indivíduo deve ser sensibilizadoobjectivamente, dentro de um ambientereflexivo, fortalecendo a crença do pacientesobre as possibilidades de mudança. Pode-selevantar os prós e contras da abstinência e doconsumo.
Determinação Percebe que tem um problema e queprecisa promover mudanças. Oindivíduo pede ajuda.
Ofereça soluções e retire barreiras. Negocieum plano de abordagem. Auxiliar a definir aforma mais adequada de conseguir obter asmudanças desejadas
Acção Pronto para começar a mudança. Prover o suporte; definir a assistência; afamília deve mostrar-se disposta a participardo tratamento sempre que solicitada.
Manutenção Incorporação da mudança ao estilo devida.
Reforçar o sucesso; reavaliar afarmacoterapia; auxiliar em estratégias deprevenção de recaída e avaliação de situaçõesde risco.
Recaída Volta para a contemplação ou pré-contemplação
Menos de 5% dos pacientes nunca recaemapós iniciarem o processo de mudança e maisde 70% recaem antes do terceiro mês deabstinência. Retornam a algum dos estágiosanteriores, para novamente evoluírem rumo àmudança. Não é o retorno à estaca zero,tampouco motivo para repreensões ou culpa.É um momento de aprendizado, visando aevitar ou dificultar recaídas futuras.
• Uso de medicação, sobretudo na fase aguda de
abstinência, e apoio para manutenção dessa
abstinência, com vigilância médica, podendo
incluir medicamentos que reduzem a vontade
de beber, e também psicoterapias estruturadas
individuais ou em grupo, movimentos de auto-
ajuda e de antigos bebedores.
• Desintoxicação– Os tratamentos psicoterapêuticos,
quimioterapêuticos e institucionais garantem o
controlo ou a prevenção dos sinais de privação
(tratamento sedativo – benzodiazepinas,
triapride), re-hidratação e vitaminoterapia
(especialmente B1)
– Apoio psicoterapêutico – terapias de apoio com
o objectivo de estabelecer relação de confiança,
abordar sem rodeios as dificuldades e permitir a
desculpabilização; terapias de grupo
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Intervenções FarmacológicasOs principais objectivos
• a) Reverter os efeitos farmacológicos do álcool; • b) Tratar e prevenir as complicações da
abstinência do álcool • c) Manutenção da abstinência e prevenção das
recaídas, por meio da redução do desejo para ingerir álcool; redução do consumo ao tornar a ingestão de álcool desagradável e tratamento da comorbilidade psiquiátrica
• Tratamentos a longo prazo– Manutenção de relação terapêutica estável
– Apoio na manutenção da abstinência
(mudança de comportamentos)
– Melhorar a Qualidade de Vida
– Medicamentos eficazes na supressão do
desejo pelo álcool – naltrexona, dissulfiran,
Acamprosato
• O doente diz que não bebe e a
família diz o contrario
• O doente continua em
consulta/acompanhamento mas
continua a beber
• Abandono
• Recaídas
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Recaída• A taxa de recaída é muito alta:
• Aproximadamente 90% dos alcoólicos voltam a
beber nos 4 anos seguintes a interrupção, quando
nenhum tratamento é feito
• O dependente que consiga manter-se longe do
“primeiro gole” terá mais possibilidades de evitar
a recaída
OPIÁCEOS
Ópio
Morfina
Heroína
Metadona
Buprenorfina
Codeína
No grupo dos opiáceos incluem-se as substâncias derivadas do ópio e alguns produtos sintéticos que partilham uma característica comum: ligarem-se aos receptores opióides do SNC.
•O ópio , exsudado do Papaversomniferum, contém mais de 20 alcalóides.Um dos mais representativos é a morfina.Outro dos quais é a codeína , directamenteobtido do ópio é usado como analgésico eantitússico.
• A heroína ou diacetilmorfina é umderivado semi-sintético da morfina, maislipossolúvel e com maior poder analgésicoque esta.
• Metadona é um opiáceo sintético.
• A buprenorfina é outro opiáceo sintéticocom efeitos agonistas e antagonistas.
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Intoxicação por opiáceos
• A administração e.v de heroína produz um quadro de euforia que pode
durar de 10 a 30 min. Posteriormente aparece letargia, sonolência e
apatia, ou disforia que pode durar de 2 a 6 horas.
• Overdose: situação aguda, com risco de vida,frequentemente acidental
constituindo por vezes tentativa de suicídio.
• Sinais e Sintomas: Inconsciência e dificuldade em acordar, cianose
dos lábios e do corpo, pupilas contraídas, marcas de agulhas, edema
pulmonar e/ou cerebral, hipotermia,diminuição da respiração.
COCAÍNA
• COCAÍNA
• CRACK
COCAÍNA
• Em 1859 , Albert Niemann (1834-1861) isolou das folhas de coca
(provenientes de um arbusto originário dos Andes) uma substância a
que chamou cocaína.
• A história do seu consumo, por mastigação de folhas de coca ou em
infusão, remonta as culturas précolombianas pelo seu efeito
vigorizante e suas propriedades mágicas.
• A primeira epidemia na Europa teve lugar em 1886-1991. A partir dos
anos 60 o seu consumo tem aumentado, estando associado a outras
substâncias psicoactivas, como o álcool, os tranquilizantes e
hipnóticos, a heroína.
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COCAÍNA• A cocaína é facilmente absorvida a nível das mucosas. Os consumidores
utilizam particularmente a mucosa nasal para este efeito. O efeito é
obtido em 2 a 3 minutos. É a forma mais popular de administração.
• A administração intravenosa de cocaína isolada ou associada à heroína,
à fenciclidina ou barbitúricos, induz um efeito imediato de cerca de 1 a 2
minutos e é comum entre os politoxicómanos. A utilização por via
intramuscular ou subcutânea é rara.
• Crack: forma específica de cocaína destinada a ser fumada, ou
excepcionalmente injectada (free-base). O efeito surge em 5 a 10 seg,. A
sua utilização induz uma dependência rápida, mais forte do que quando
é simplesmente “snifada”.
Intoxicação Aguda
• Midríase• Aceleração do ritmo
respiratório• Hipertensão, crises de
angor, perturbações do ritmo
• Reflexos tendinosos aumentados
• Hipertermia• Xerostomia
• Tremores e Convulsões• Episódios Paranóides
muitas vezes violentos, alternando com períodos de lucidez.
• Coma após esgotamento extremo
• Morte possível por colapso cardiovascular, na ausência de tratamento
Abstinência
• A dependência é essencialmente psíquica, masalguns autores registam sinais mais específicos –podendo, de facto marcar uma privação num quadrode politoxicomania:
• Dores musculares e abdominais• Arrepios• Sensação de fome• Sono anormalmente prolongado• Depressão Nervosa• Risco de Suicídio
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CANNABIS
MARIJUANA
HAXIXE
Provavelmente a droga ilícita mais utilizada em
Portugal
Via mais comum de administração é fumada ou
inalada
CANNABIS
• A cannabis sativa é uma planta que contém uma grande
quantidade de alcalóides com efeitos psicoactivos.
• A cannabis foi introduzida no sec. XIX com diferentes indicações:
tratamento da tosse, fadiga, reumatismo e enxaqueca.
• Não se conhece o mecanismo exacto da acção desta substância,
embora se descrevendo efeitos sobre os sistemas de
neurotransmissão dopaminérgica e interacções dopaminérgicas.
• Desde 1990 que se conhece um receptor canabinóide específico
no SNC.
CANNABIS
• A cannabis (que se consome habitualmente emforma de haxixe) é também uma droga excitante,provocando um humor próprio, hiperestesias edistorção da sensação da passagem do tempo, edificultando ao mesmo tempo ao utilizador o acessoà realidade exterior.
• A dependência de cannabis está associada a umconsumo que tende a ser diário e com tolerância aalguns dos seus efeitos psicoactivos, o que provocauma escalada na frequência de administração.
• Entende-se por consumidores habituais , os queconsomem várias vezes por semana ou mesmodiariamente, há bastante tempo.
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Consumo crónico de Canabinoides
• Efeitos: Diminuição da capacidade de atenção, perturbação do
desempenho cognitivo (aprendizagem de nova informação),
anedonia, letargia e síndrome amotivacional – desinvestimento
das actividades quotidianas com défice mnésico com
embotamento afectivo e intelectual.
• Psicose . Por si só não causam doença psiquiátrica específica ,
mas aumenta o risco de descompensação de distúrbio pré-
existente ou vulnerabilidade existente
ALUCINÓGENIOS
• MDMA (ECSTASY)
• LSD
Alucinogénios
• Aumento da consciência dos estímulos sensoriais, com cores
vividas e um sentido da audição mais penetrante.
• Sensação subjectiva de intensificação da actividade mental,
percepção dos estímulos habituais do ambiente como se
fossem novidades, alteração das imagens corporais,
interiorização do pensamento e menor aptidão para distinguir
entre si mesmo e o ambiente.
• Aumentam a ansiedade e a tristeza
• Intoxicação: pupilas dilatadas , rubor facial, tremor fino,
elevação da tensão arterial, aumento da glicemia e da
temperatura.
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LSD
• Droga muito potente, que provoca francas alucinações em
doses tão fracas como 20-35 mg (dose de rua 50 a 300g).
• Pode ser comprado sob a forma de pó, solução, cápsulas ou
comprimidos. Substância sem cor nem cheiro, pode ser
dissolvida em cubos de açúcar ou pedaços de mata-borrão.
Geralmente tomada por via oral, pode ser administrada por via
subcutânea ou endovenosa.
• Tonturas, fraqueza e uma série de alterações psicológicas que
são substituídas por euforia e alucinações e que duram de 4 a
12 horas.
MDMA ou Ecstasy
• O MDMA foi sintetizado pela primeira vez em 1912, por
químicos alemães e patenteado em 1914 pelo laboratório Merck
como anorexígeno.
• O Ecstasy é apresentado usualmente sob a forma de
comprimido com diferentes formas, cores e desenhos alusivos
(nome pelo qual são muitas vezes conhecidos). Alguns locais
podem-se encontrar sob a forma de cápsulas.
• O consumo faz-se quase sempre por via oral, salvo raríssimas
excepções, nos casos de consumo endovenoso, nasal ou anal
(na forma de supositório)
MDMA ou Ecstasy• Os efeitos podem ser:
• Orgânicos: Libertação de substâncias neurobioquimicas que
conduzem ao aparecimento de HTA, hipertonicidade muscular,
taquicardia, labilidade térmica, nistagmo e anorexia. Danos
neurológicos a longo prazo.
• Cognitivo-Comportamental: distúrbio da atenção e retenção,
resistência à fadiga física e mental, elevação da auto-estima.
• Emocional: incremento positivo do humor, regressão do medo e
aumento do autocontrole, em virtude do desenvolvimento do insight,
com favorecimento dos mecanismos de Coping.
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MDMA ou Ecstasy
• Estado de inquietação.• Baixa de concentração.• Hipersensibilidade
sensorial.• Hiperactividade
psíquica e física.• Ansiedade versus
tranquilidade.
• Alucinações visuais.• Quadros Paranóides.• Pânico.• Dissolução do medo e
das angustias, que conduz a uma alteração comportamental com baixa das defesas.
Toxicomania e Perturbações Mentais
• A perturbação mental é a consequência directa do consumo (
perturbações psicóticas induzidas por substâncias, síndromes
confusionais, intoxicação, certos estados depressivos e ansiosos,
síndrome amotivacional)
• A perturbação mental modifica a evolução dos hábitos de consumo
de substâncias (como é o caso de pessoas que são portadoras de
uma perturbação bipolar e que consomem sobretudo em fase
maníaca)
• O consumo de drogas é secundário a uma perturbação mental ou a
uma perturbação da personalidade
Toxicomania e Perturbações Mentais
• O consumo de drogas modifica a evolução da perturbação mental
(alteração do humor no indivíduo que apresenta uma perturbação
bipolar, exacerbação da ansiedade, das alucinações e das ideias
delirantes no esquizofrénico, exacerbação da violência nos
psicopatas)
• A perturbação mental e o consumo de substâncias psicoactivas
são a expressão de uma vulnerabilidade comum ( genética,
psicopatológica, ambiental)
• A perturbação mental e o consumo de drogas não têm qualquer
relação entre si, coexistem simplesmente.
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TRATAMENTOS
Tratamentos
• CRI
• Constituídos por equipes multidisciplinares de médicos
psiquiatras e de clínica geral, psicólogos, enfermeiros,
assistentes sociais e técnicas de animação social.
• O primeiro passo no início de um tratamento e o mais
importante é a motivação do indivíduo.
• A orientação para o tratamento é variável: o próprio ou a sua
família, o médico de família ou um assistente social e muitas
vezes o sistema judicial.
Tratamentos
Fases de tratamento:
• Atendimento e Consulta
• Cessação do Consumo: desintoxicação física
• Contrato terapêutico
• Psicoterapia Individual
• Antagonista
• Terapêuticas de Substituição
• Terapias de Grupo : Narcóticos Anónimos
• Comunidades Terapêuticas
• Reabilitação Social
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Comunidades Terapêuticas
• Instituições especificas diferentes dos programas terapêuticos. A “tomada a cargo” é tanto efetuada pelos educadores como pelospares.
• Trata-se de uma terapia pela comunidade, na qual o modo de vidae as obrigações são partilhadas.
• Os tempos de permanência são prolongados, variando entre 6 a 18meses, de acordo com o funcionamento da comunidade e ,claro,com a problemática do residente em questão.
• Estas comunidades são muito estruturadas, hierarquizadas,organizadas, e o trabalho ocupa nelas um lugar fundamental. Osvalores a respeitar durante o tratamento são a honestidade, asolidariedade, a responsabilidade, a verdade, a família. Trata-se deuma abordagem socio-comportamental.
Naltrexona
• Derivado da tebaína, que existe naturalmente na papoila.
• Antagonista quase puro que bloqueia os efeitos opióides,
provavelmente por uma união competitiva.
• Pode deslocar um agonista presente no receptor (produzindo
síndrome de privação) e impedir os efeitos de uma
administração subsequente de opióide.
• A utilização terapêutica é delicada porque esta substância,
embora antagonize os efeitos euforizantes da heroína, não
suprime o desejo que a pessoa tem de consumir.
• Indicada nos indivíduos motivados para o tratamento.
Terapêuticas de Substituição
• Este tipo de tratamento consiste em substituir a heroína por um
medicamento prescrito a longo prazo, durante meses ou
mesmo anos e desta forma medicalizar os toxicodependentes.
• Em Portugal estão disponíveis a metadona e a buprenorfina..
• Estes são morfinomiméticos o que significa que também
induzem dependência e síndrome de privação.
• Os benefícios são numerosos: redução dos riscos ligados às
injecções intra-venosas e à sobredosagem, diminuição dos
actos de delinquência, supressão dos sintomas de privação,
estabilização no plano psíquico e reabilitação social.
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Comparação de Programas
• METADONA• Maior preferência dos
doentes• Redução da criminalidade e
melhoria social• Bloqueio por tolerância
cruzada• Manutenção da dependência• Dificuldade em conseguir a
abstinência• Maior consumo de outras
substâncias e de álcool
• NALTREXONA• Preferência menor• Bloqueio por antagonismo
competitivo• Manutenção da abstinência• Menor consumo de outras
substâncias e de álcool• Não estudado
suficientemente