dead ever after fanfic - final alternativo

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Dead Ever After Fanfic – Final Chapter By We Love True Blood

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Se você não gostou do final original do livro Dead Ever After da série Sookie Stackhouse. Nós criamos um para nós e acreditamos que esse seja o verdadeiro.

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Page 1: Dead Ever After Fanfic - Final Alternativo

Dead Ever After Fanfic – Final Chapter

By We Love True Blood

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2Dead Ever After – Final Alternativo

Epílogo

Something of an End

Eu fechei a porta após a saída de Sam e as poucas certezas que eu tinha foram embora junto dele. Certezas de um possível amor, até de um futuro. Mas, qual futuro? Era realmente isso o que eu queria? Eu estava livre dos vampiros, pelo menos foi o prometido. Minha vida estava voltando ao normal, como era antes dessa confusão toda de vampiros, fadas, lobisomens, e sem esquecer as namoradas loucas de Alcide e Sam, que tinham alguma coisa contra mim. Jannallyn tinha tentado me matar, assim como Debbie Pelt, agora ambas estavam mortas.

Ainda me sinto culpada por isso, mesmo as duas sendo loucas, não queria ter a morte delas nas minhas costas. Depois de tantos seres sobrenaturais pairando em volta de mim, não duvidaria de fantasmas vindo puxar o meu pé na cama.

Tranquei a porta e me encostei nela como se fosse uma tabua de salvação. Eu queria estar feliz com Sam, desejava ardentemente isso. Só que meus pensamentos sempre insistiam em parar num certo lugar, lugar que eu nem poderia ir, senão morreria. Eu me sinto meio masoquista por ainda pensar em Eric, sendo que nossa história acabou da pior maneira. Eu o culpava por ter me deixado, eu o expulsei da minha casa, e só de ouvir o nome dele me dava calafrios. Até pensei que se ele tivesse morrido em vez de ir para Oklahoma, me deixaria um pouco melhor. Eu sei que isso não é nada cristão, mas não posso impedir de sentir esse tipo de coisa forte em relação a ele.

Olhei para a cozinha e lembrei que ainda tinha vinho do casamento de Jason. Caminhei sentindo o cansaço no meu corpo. Abri a geladeira, peguei o vinho tinto geladinho, tirei a rolha de maneira desajeitada com um garfo, eu nem lembrava onde tinha deixado o abridor de vinho.

Sentei na cadeira, joguei os pés em cima da mesa e tomei uma boa golada direto da garrafa. Eu estava sozinha, não precisava ter frescura e parecer uma moça respeitada. Não acreditava que eu tinha transado com Sam alguns dias atrás, era tão surreal. Onde eu estava com a cabeça? Nós tínhamos uma relação de patrão e empregada... que dizer, sócios. Meses atrás emprestei um bom dinheiro para Sam arrumar o bar depois de um atentado criminoso contra os metamorfos.

E agora dividimos a mesma cama, pior que eu nem tinha certeza se era o certo, se não era efeito daquele treco das fadas, a Cluviel-Dor. No momento eu deixei rolar, quem sabe fosse isso mesmo que eu queria no fim das contas.

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Mas, alguma coisa aqui dentro ficava apitando, como se quisesse me avisar que eu corria o risco de dar um enorme passo em falso e acabar perdendo um amigo, sócio e o bar.

Minha vida seria tão mais fácil se eu não lesse pensamentos alheios, eu poderia ter saído com um monte de caras diferentes, namorar uns tantos outros e nunca ter conhecido Bill, Quinn... ou Eric. Esse último ainda era mais doloroso, eu admitia que foi quem realmente amei. Amei ou amo? Bebi mais um gole generoso da garrafa, senti o liquido descendo gelado pela minha garganta, viscoso como sangue de vampiro. Droga! Por que fico lembrando dessas coisas?

Eu levantei de uma vez da mesa, quase derrubei a cadeira e eu mesma no chão. Coloquei o vinho de volta na geladeira sem a porcaria da rolha, minha cabeça rodava, rodava, e rodava. Eu bebi muito novamente, algo que começava a ficar perigosamente rotineiro. Só de pensar em ficar como Jane Bodehouse, bêbada e perdida pelas ruas de Bon Temps. Não, eu só bebia para relaxar.

Com esse pensamento eu fui cambaleando até a escada, parei no primeiro degrau para recuperar o fôlego. Fechei os olhos e a imagem de Eric com aquele sorriso cínico surgiu. Abri novamente os olhos xingando em voz alta a minha mente maldosa querendo pregar peças.

Respirei fundo e subi os degraus correndo como louca. Continue correndo até o meu quarto, parei perto da cama onde eu tinha feito sexo tantas vezes com Eric. Puxei o lençol, travesseiro, joguei tudo do outro lado do quarto. Deitei direto no colchão, não queria sentir lembranças dolorosas. Queria só o meu cheiro ali, eu fecharia os olhos e dormiria como uma criança. Acordaria no dia seguinte imaginando que voltei de um coma profundo num mundo diferente.

Eu fechei os olhos e tudo ficou escuro. Acordei com uma batida forte na porta da frente, pelo menos foi o que pareceu ou era minha ressaca martelando em minha cabeça. Olhei no relógio, eram quase duas da manhã. Quem poderia ser essa hora? Karin, a cria de Eric, que era minha guarda costas de luxo? Não, ela entraria no meu quarto como fez da primeira vez sem avisar. Só se fosse Pam, mas eu só poderia vê-la em horários específicos e com hora marcada, ela me avisaria se viesse.

Levantei sem vontade, torcendo para ser um engano, ser o vento, ou algum mórmon perdido nas redondezas. Eu ainda usava o vestido amarelo que usei no casamento de Jason, nem ainda tinha me trocado, só faria isso quando acordasse no dia seguinte. Mas uma maldita batida na porta atrapalhou os meus planos.

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Eu olhei para baixo lá de cima da escada e não vi movimentação do lado de fora. Desci o resto dos degraus olhando para os lados, como se alguém fosse sair dali e me pegar. Eu parecia paranoica, mas com parentes fadas meio doidos, não poderia facilitar.

Girei o trinco da porta sentindo minhas mãos tremendo, eu deveria ter pego o taco de beisebol de Jason como proteção. E se fosse os fantasmas de Debbie e Jannallyn querendo pregar uma peça? Sookie, sua idiota, fantasmas não existem... assim como vampiros, lobisomens... droga! As coisas não estavam mesmo do meu lado.

Abri a porta, coloquei a cabeça para fora, e a varanda estava completamente vazia, apenas com o balanço se mexendo pra frente e pra trás por causa do vento.

“Karin?”, eu perguntei e não tive nenhuma resposta. Dei de ombros e fechei a porta, provavelmente eu ainda estava bêbada.

No momento que recomecei a subir a escada, a batida forte voltou na porta. Alguém estava mesmo brincando comigo. Fui até a sala, peguei o taco embaixo do sofá e fui soltando fumaça até a porta. Escancarei a porta, sai para o meio da varanda empunhando o taco acima da minha cabeça. Eu tinha dado umas rebatidas quando menina, não era tão ruim.

“Hey, seu babaca, caia fora da minha propriedade.”, eu gritei com todas as forças.

Qualquer coisa eu correria até a mansão de Bill do outro lado do cemitério, mas eu sabia me defender sozinha, iria enfrentar quem estivesse me infernizando. Para minha surpresa, algo pulou de cima da varanda, eu nem tinha notado a movimentação no telhado.

Lá fora estava escuro, a luz fraca da varanda não servia como boa iluminação. A coisa fez um barulho e levantou poeira quando caiu no chão de terra. Eu não ouvia respiração e muito menos pensamento, deveria ser um vampiro, não tinha dúvidas disso. E vampiros estavam proibidos de virem até mim, eu não fazia mais parte do mundo deles.

“Eu estou armada, não se aproxime.”, eu falei tentando não demonstrar medo.

“Sou eu.”

Eu quase desmaiei quando ouvi a voz de Eric. O taco de beisebol caiu da minha mão e saiu rolando pela varanda. Eu não conseguia me mexer, estava paralisada. Eu estava sonhando, só poderia ser essa explicação. Ele não podia me ver, não podia se aproximar, tinha desistido de mim, tinha me abandonado.

“Onde está... Karin?”, foi o primeiro pensamento que surgiu em minha mente.

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“Mandei que se afastasse essa noite.”, ele fez uma longa pausa. “Eu fiz, Sookie. Não pude evitar.”

Meu corpo tremia, sentia cada parte reagindo à voz dele. Eric se escondia no escuro, eu não conseguia vê-lo.

“O que você fez?”, eu perguntei depois de um tempo de silêncio.

Minha voz soou estranha, demonstrando o quanto eu estava abalada em tê-lo tão perto. Sorte que não tínhamos mais laço de sangue, senão ele saberia exatamente o quanto me afetava.

“Estou livre.”

Ele se aproximou do primeiro degrau da varanda. Eu me afastei instintivamente. Ele subiu lentamente o segundo degrau e eu pude vê-lo. Os longos cabelos estavam sujos de sangue, assim como o rosto, a jaqueta preta e camiseta branca que usava. Ele estendia as mãos na frente, estavam ensanguentadas como o resto. O sangue escorria pelos dedos, uma cor escura, e tinha pedaços de pele e outras partes que eu não queria imaginar do que eram.

“Você sabe que não pode me ver... sabe das consequências.”, eu disse atravessando o parapeito da porta.

“Dane-se as consequências. Eu me livrei dela, isso basta.”, ele passou as mãos na calça jeans, tentando limpá-las.

“Meu Deus, Eric. Você fez o que estou pensando?”, eu apertei as mãos no peito de susto.

“Eu tentei de tudo, mas não consegui. Eu a matei. Foi até fácil.”

“Você será morto, ficou louco?”, eu gritei.

“Eu sei... eu sei, não me importo.”, ele me encarou com aqueles olhos azuis que tanto senti falta.

“Não entendo. Por que fez uma coisa dessas?”, eu balançava a cabeça horrorizada. “Não ouse dizer que foi por mim.”

Ele não subiu o resto dos degraus da varanda. Provavelmente percebeu o meu receio, e que eu não estava à vontade com a situação. Eu agarrei o parapeito da porta, eu sabia que Eric iria morrer se não fugisse. Ele tinha feito algo grave para os vampiros, Felipe de Castro iria persegui-lo até o fim do mundo.

“Foi por mim, por nós.”, ele continuou me encarando. “Eu estive perdido, sem saber o que fazer. Quando me vi junto dela, mesmo que fosse só uma vez por ano. Eu não poderia... Sookie, não depois do que tivemos.”

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“Está de brincadeira comigo. Só pode... Você me deixou.”, eu senti meus olhos encherem de lágrimas, eu não iria conseguir me conter por muito tempo.

“Porque fui obrigado, achei que conseguiria te deixar livre, longe de mim.”, ele estendeu a mão novamente para mim.

“Deixa-a em paz, Eric.”, Bill disse saindo da floresta que separava nossas casas.

“Não se intrometa.”, Eric respondeu sem se virar.

“Você tinha feito o bem em deixá-la. Não tem direito de voltar.”, Bill disse fechando os punhos.

“Que eu sabia você só tinha ordens de vigia-la, não de tomar conta da vida alheia.”, Eric disse irritado.

Eu observava a discussão dos dois sem entender o que falavam. Bill me vigiar? Desde quando? Ordens de quem? Uma onda de ódio subiu no meu corpo, eu queria bater em alguém, principalmente em Eric.

“Do que vocês estão falando?”, eu perguntei saindo na varanda e pegando o taco de beisebol. “Se não contarem, irei expulsar os dois daqui. E garanto que minha mira é perfeita.”

“Vamos, Bill. Conte pra ela, você é bom em falar a verdade.”, Eric provocou.

“Eu... nós.”, ele começou a contar num fio de voz. “Bem, Eric pediu para eu te vigiar, enquanto ele estivesse em Oklahoma. Eu e Pam tínhamos que cortar os vínculos dele com você, não podíamos correr o risco de você ir até ele e acabar morta.”

“Vínculos? Que o contrato não foi um sacrifício por mim? Que Eric obrigou Sam a ficar longe de mim? Essas coisas idiotas?”, eu perguntei deixando as lágrimas escorrerem livremente. Não conseguia acreditar que tinham feito isso comigo, como se eu não soubesse controlar meus sentimentos.

“Desculpe, Sookie. Foi apenas para te proteger.”, Bill disse se aproximando.

“Me proteger? Não aguento mais vocês tomando decisões por mim.”

“Vá embora, Eric. Está descumprindo o que prometeu, que deixaria Sookie viver em paz.” Bill subiu a escada da varanda se colocando entre Eric e eu.

“Eu fiz o que achei certo. Eu precisava vê-la uma última vez e não poderia estando preso a Oklahoma.”, Eric ignorou Bill e disse me olhando com firmeza.

Eu sentia raiva de tantas mentiras que não tinham fim. Me tratavam como se fosse uma menina boba que não soubesse tomar decisões. Eu sei o que faço

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da minha vida, mesmo que seja um passo em falso. Eu errei em ter me envolvido com Bill e quebrado a cara. E eu deveria pensar do mesmo jeito sobre Eric, como eu queria pensar assim. Seria tão fácil eu virar as costas e fechar a porta na cara dos dois.

“Só queria que soubesse... que eu não desisti.”, Eric disse se afastando da varanda.

Ele tinha caminhado para longe da minha casa, eu não conseguia vê-lo direito no escuro. Ele não poderia ir embora dessa maneira, me deixando mais perdida do que nunca. Eu joguei o bastão longe que atingiu o balanço na varanda, passei por Bill descendo as escadas sem sentir meus pés. Eu tinha que alcançar Eric.

“Eric... Eric... volte, não me deixe.”

Eu gritei correndo pela entrada de terra batida da minha casa. Eu olhava para cima esperando encontrá-lo voando. Ele não podia ter ido embora novamente, eu não aceitaria perdê-lo de novo. Uma vez eu aceitaria, não uma segunda vez.

“Eu estou aqui.”, ele disse depois de alguns minutos que pareceram horas, ele estava parado na minha frente, mas eu não conseguia ver o rosto dele com clareza, apenas o luar nos iluminava.

“O que pretende fazer...?”, eu perguntei ainda sentindo o gosto das lágrimas nos meus lábios.

“Ele será caçado e morto, não tem muitas opções.”, Bill respondeu se colocando ao meu lado.

“Dessa vez seu desejo irá se realizar, Bill.”, Eric disse com cinismo.

“Você tem que fugir... não pode ficar aqui. Sempre tem um plano B, eu sei.”, eu disse ignorando a troca de gentilezas entre os dois.

“Talvez.”, ele disse com um sorriso. “Cuide dela.”, Eric disse se voltando para Bill.

“Com a minha vida.”, Bill fez um leve aceno com a cabeça.

“Espere... espere... novamente vocês dois tomando decisões por mim.”, eu bati meu pé no chão de raiva. “Eu vou junto com você.”, eu encarei Eric com um sorriso de canto.

“Como? Vai jogar toda a proteção que fizemos pra você? Pra fugir com ele e morrer?”, Bill gritou descontrolado.

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“Ele fez isso por mim e eu farei por ele.”, eu disse sendo sincera, não tinha porque fugir da verdade, eu ainda amava Eric, nunca tinha deixado de amar por um segundo, por mais que eu tivesse fingido para mim mesma e confundindo tudo me entregando para o Sam. Não era Cluviel-Dor, nem laço de sangue. Eram os meus sentimentos reais, que sempre ficaram martelando querendo sair. Eu sabia que jamais seria feliz estando longe de Eric. Eu apenas continuaria vivendo como sempre fiz antes de conhecê-lo. E acabaria machucando Sam no processo, ele nem merecia ser usado dessa maneira. Sam merecia uma mulher que o amasse por inteiro, não por partes, não para fugir do passado. Eu o amava, mas não como ele desejava.

“Eu preciso avisar Pam.”, Eric disse sem esconder a excitação, a mão dele tremia teclando no celular, eu senti um arrepio no meu corpo de felicidade. Ele não tinha me questionado, nem me proibido. Ele sabia como eu que era a nossa última chance de ficarmos juntos.

“Estou indo arrumar a minha mala...”, de fuga, eu pensei comigo mesma. Acho que eu era viciada em adrenalina, talvez essa fosse a explicação para fugir de minha vida quase perfeita. E também viciada num certo vampiro, um pouco de cada coisa. Eu limpava as lágrimas e sorria como uma idiota.

Eric se afastou falando no celular, parecia dar ordens e meio irritado. Uma coisa nunca iria mudar, a personalidade dele. Sempre tomando as decisões mais difíceis, e sempre irritado nesse processo. Eu ri novamente, era o que eu mais gostava nele. Bill me encarou de braços abertos, com um olhar perdido, sem entender o que eu estava fazendo.

“Confie em mim.”, eu o abracei e dei um leve beijo na bochecha. “Explique tudo para Sam... Jason, Tara e quem você achar que deve.”, eu falei baixinho.

Ele não disse nada, apenas me olhou longamente e concordou com a cabeça. Eu me virei e corri novamente de volta para minha casa, que logo não seria mais. Jason iria herdar tudo com meu sumiço repentino, eu deixaria algo pra ele dessa história toda.

Dessa vez eu não estava preocupada com os meus pés de terra sujando o chão, não teria que limpar nada. Peguei a mala que usei na viagem para Dallas, nem fazia tanto tempo assim, uns dois anos. Mas, quando eu parava para pensar, parecia que tinha sido uma vida. Eu não sei o que aconteceria daqui pra frente, iria confiar nos meus instintos, raramente eles falharam.

Comecei a fuçar no armário, retirando as roupas que eu iria usar numa fuga. Muitas calças, camisetas velhas, e alguns vestidos, não poderia deixá-los para trás. De repente, ouvi uma batida na janela, Eric estava pairando no lado de fora. Eu tinha esquecido de convidá-lo para entrar novamente. Fui até a janela e abri para que ele entrasse.

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“Gostaria de entrar na minha quase ex-casa, Senhor Northman?”

Ele entrou com o sorriso de canto tão característico, mas não se moveu, ficou parado perto da cama olhando em volta com surpresa.

“O que foi?”, eu perguntei voltando a andar de maneira frenética pelo quarto juntando as minhas roupas.

“Tem certeza do que está fazendo?”

“Absoluta.”

“Depois não irá me culpar e gritar que te privei de uma vida feliz e cheia de filhotes?”

“Provavelmente... na minha TPM.”, eu sorri. “É só você ficar longe nesses dias.”

“Pam virá daqui a pouco te pegar.”, ele disse se aproximando.

“Não iremos juntos?”, eu perguntei desapontada.

“Nessa primeira etapa não. Eu irei na frente.”

“Pam irá fugir também?”

“Era o nosso plano inicial. Eu alterei algumas coisas para levar você junto.”, ele me encarou.

“Espero que não tenha sido muita coisa...”, eu disse preocupada.

“Nada demais.”, ele disse um pouco enigmático para o meu gosto.

“Você não quer contar... pensa que irei desistir se descobrir.”, eu cruzei os braços.

“Pelo contrário, meu receio é você gostar até demais da aventura.”

“Andou lendo meus pensamentos?”

Ele balançou a cabeça reprimindo uma risada. Eu continuava caminhando de um lado para o outro enchendo a mala, iria fazer de tudo para caber tudo numa só e acabaria precisando da ajuda dele pra fechar.

“Não quer me ajudar aqui?”, eu disse tentando não entrar em desespero pela malar estar quase cheia.

“Vou sujar as suas coisas.”, ele disse apontando para o corpo.

“Ai, droga! Nem reparei.”, eu balancei a cabeça. “Espera um pouco.”

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Fui até o banheiro e peguei meus apetrechos de beleza. Poderia fugir, mas não ficaria largada nesse processo. Voltei com duas nécessaires abarrotadas. Joguei na mala, começando a fechar um lado.

“Agora sim vou precisar da sua ajuda.”, eu sorri novamente sentando em cima da mala.

Ele se aproximou soltando uma risada. Fazia tempo que não sorriamos um para o outro. Das outras vezes só tinha sido gritos, xingos, ódio para todo lado. Eu me apoiei de lado na mala, sem nenhum esforço ele fechou de uma vez. Arregalei os olhos diante da presteza dele. Deveria ter feito isso em todas as outras vezes que exagerei nas minhas malas. Eu coloquei as mãos em cima da mala cheia, e senti a mão gelada dele em cima da minha. Não estávamos mais sorrindo.

“Não prometo que será tudo perfeito, que não teremos perigo ou que a morte estará distante.”, ele apertou a minha mão. “Só posso prometer que sempre te amarei.”

Eu sabia do que ele estava dizendo, sobre a nossa diferença de idade e que um dia isso viria à tona. Por mais que tivéssemos perigo, morte espreitando a cada esquina. A minha idade não deveria ser um empecilho, e eu não deveria surtar por causa disso. Afinal, ele tinha feito tudo isso por mim, envelhecer seria o menor de nossos problemas.

“Eric... eu...”

Antes que eu terminasse a frase, senti os lábios dele nos meus. Fazia tempo que não o sentia tão próximo. Fazia tempo que não sentia o frio na barriga que só ele me dava. Eu agarrei o pescoço dele ficando na ponta dos pés, encostei meu corpo ao dele, era a melhor tábua de salvação que eu podia ter. As mãos dele subiam e desciam nas minhas costas, os dedos deslizando na minha pele quente. O gosto de sangue de Freyda na minha boca, eu sabia que não era o sangue dele que sentia no beijo. Isso não tirou o meu prazer, só aumentou. Sabendo que ela não tinha ganhado.

“Se eu continuar te beijando, não iremos parar...”, ele disse sussurrando no meu ouvido.

“Hummm...”, eu apenas murmurei. “Só mais um pouco.”

“Olha o meu estado deplorável.”, ele disse piscando.

Eu me afastei e o olhei com prazer. Mesmo sujo de sangue continuava um perigo, aqueles olhos azuis brilhantes, os lábios que me levavam a loucura. Nem iria pensar muito no corpo dele para não piorar as coisas, mas não deixei

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de notar a ereção dele e entendi o que ele quis dizer em nos afastarmos. Realmente, não poderíamos sucumbir diante de um inicio de fuga.

“Tenho que ir. Pam chegará logo.”, Ele me puxou para junto dele, deu um beijo na minha testa e saiu voando pela janela.

Não queria que ele tivesse ido embora, queria que tivesse ficado comigo até Pam aparecer. Eu tinha medo de que algo desse errado e tudo voltasse a estaca zero, eu não aguentaria mais uma desilusão. Não que eu fosse fraca, mas não queria acreditar tanto em algo e depois perder novamente. Eu tinha acreditado que ele se livraria da Rainha e depois nos divorciamos, ele acabou realmente se casando. E agora Eric tinha realmente se livrado, colocando a vida em risco e não era para nada sair errado dessa vez. Nada. Eu não aceitaria.

Eu desci a escada arrastando a minha mala, tinha ficado mais pesada do que eu tinha imaginado. Deixei a mala perto da porta e dei uma última caminhada na casa da minha avó. Essa casa que tinha visto um monte de coisas, sendo quase destruída uma vez. Por sorte, Eric me ajudou imensamente na reconstrução, inclusive deixando a cozinha impecável. Verifiquei se as janelas estavam fechadas, peguei o molho de chaves na minha mão, e caminhei para a saída definitiva da minha casa.

Tranquei a porta e coloquei a chave no vaso perto do balanço. Jason conseguiria encontrar sem dificuldades. Eu esperava que todos um dia me perdoassem pelo que eu estava fazendo. Gostaria de ter tempo para explicar, mas eu não queria ouvir um novo sermão vindo de Tara e o olhar de reprovação de meu irmão.

Sentei no primeiro degrau da varanda, eu tinha tomado banho e trocado meu vestido por um jeans batido e uma blusa. Prendi meus cabelos num rabo de cavalo e esperei pelo inicio da minha fuga. Eram quase três horas da manhã e nenhum sinal de Pam. Nem de Karin, Eric pelo jeito a tinha dispensado pra valer. Não tinha mais motivo pra ela passar a noite na floresta tomando conta da minha segurança.

Eu vi luzes se aproximando e o barulho de motor. Eu levantei de uma vez, sabia que era Pam, não tinha como ser outra pessoa. Ela parou com o utilitário bem na entrada da casa, eu estranhei Pam com um carro tão tiazona. Nem iria comentar senão ela me mataria.

Arrastei a mala pelos degraus, antes que pudesse terminar, Pam surgiu ao meu lado pegando a mala sem dificuldades. Ela abriu o porta-malas e guardou meus pertences. Vampiros facilitavam bastante nesses momentos. Ela fez um movimento com a cabeça para que eu entrasse no carro. Meu coração pulou, eu estava indo embora de Bon Temps e talvez nunca mais voltasse. Eu senti

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um leve pesar, e um pouco de alivio. Os sentimentos se misturavam, deveria ser algo normal quando abandonávamos alguma coisa.

“Eu só faço isso porque é você.”, Pam disse assim que entrei no carro.

“Dirigir esse carro tão bonito?”, eu disse olhando de lado para ela.

“Eric não tem muito bom gosto com carros.”, ela revirou os olhos. “Está pronta? Não quer se despedir mais uma vez de Bill? Estou vendo daqui as lágrimas dele.”

“O que?”, eu olhei para trás e não vi nada. “Eu já me despedi dele.”

“Provavelmente ele irá se matar assim que sairmos daqui... gritando o quanto te ama.”

“Pam!”, eu a repreendi.

“Está bom, está bom... só pra quebrar o gelo.”

“Pra onde vamos? Eric pra variar não me contou nada.”

“Tão típico.”, ela deu de ombros e ligou o carro. “Nós vamos até Waco, iremos passar o dia lá. Eu não posso dirigir de manhã, não quero um bronzeado forçado.”, ela fez uma careta. “Depois vamos até o glorioso México.”

“México?”, eu fique surpresa. “Ah, entendi. Todo mundo que quer fugir vai pra lá.”

“Inicialmente.”

O carro se afastava lentamente da minha casa, ex-casa, para ser mais exata. Eu olhei mais uma vez e fiz uma despedida mental. Não senti vontade de chorar, pensei que sentiria ao menos isso. Pelo jeito eu estava mais preparada para sair do que imaginava. Eu me aconcheguei no banco do carro e estiquei a perna. Teríamos uma viagem de umas três horas até Waco no Texas, chegaríamos no limite do amanhecer.

“Desculpe atrapalhar o plano de fuga.”, eu disse preocupada com as mudanças de plano.

“Só um pouco, nada demais.”, Pam não mentia muito bem, pude ver no rosto dela. “Eu gostei você ter vindo junto.”

“Mesmo? Não quero me sentir culpada.”

“Sookie, graças que você veio. Eu não iria aguentar Eric resmungando pelos cantos o quanto era infeliz sem você. Já chega o que passamos com a Rainha.”, ela revirou os olhos novamente.

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“Eles já estão atrás de nós?”, eu perguntei querendo esconder o medo.

“Ainda não. Espero que não. Eric não a matou de maneira escandalosa.”, Pam olhou no retrovisor. “Foi na consumação do casamento. Ninguém seria louco de interromper.”

“Antes ou depois?”

“Do que?”

“Você sabe muito bem.”

“Terá que perguntar pra ele. Não sei dos detalhes mórbidos.”, ela sorriu.

O resto da viagem transcorreu sem problemas, colocamos numa rádio de música dos anos 80 e fomos cantando algumas coisas no caminho. Na verdade, eu cantei, Pam ficou pedindo para eu parar, não aguentava os meus tons agudos. Eu sempre me sentia bem na companhia dela, apesar de não nos termos dado bem no inicio. Eu achava Pam fria e assustadora, não que ela tenha melhorado. Agora parecia somente fria, só era assustadora para manter as aparências.

Pam passou do limite várias vezes na rodovia, eu olhava para os lados temendo que algum policial nos parasse. Mas, o dia estava chegando perigosamente e não poderíamos nos arriscar. Chegamos no motel de beira de estrada nos arredores de Waco às 5:45 da manhã. Pam correu para pegar as chaves e entrar no quarto.

Eu nem tirei a minha mala. Entrei no quarto logo atrás dela. Só havia uma cama, uma televisão antiga e poeira por todo lado. Eu espirrei algumas vezes, Pam não sentiu nenhum desconforto. Outra vantagem de ser um vampiro, não precisavam respirar poeira. Dividimos a cama, eu demorei em dormir, pensava em tudo que tinha acontecido. Eu olhava de vez em quando para Pam dormindo como uma pedra ao meu lado. Eu fui verificar se a janela estava bem fechada. Não poderia entrar nenhuma luz do sol no quarto. Depois de ter certeza que tudo estava bem. Eu acabei pegando no sono e sonhando com coisas estranhas.

Na noite seguinte nos colocamos em pé e pronta para continuarmos. Meu estômago estava roncando de fome, Pam tinha trazido TruBlood. E eu fiquei vendo navios. Quando entramos no carro, minha barriga roncou alto e ela esbravejou:

“Não é pra você morrer de fome também. Tem que me avisar, eu não entendo dessas coisas.”

Eu disse que só queria um lanche e ficaria satisfeita. Não demoramos para encontrar um drive-thru. Eu pedi uma boa quantidade de comida, senti que

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engordaria só de olhar. Pam tapou o nariz por causa do cheiro. Eu fiquei empanturrada e pronta para continuar. Meu celular vibrou na minha calça, eu peguei com a mão tremendo. Era uma mensagem de Eric:

“Estou no México. Esperando vocês. Pam não está de mau humor? Saudades, te amo e um beijo na boca.”

Eu senti meu coração saltar com a mensagem. O Eric que eu queria está de volta. Poucos conheciam esse lado divertido dele. Eu não via a hora de receber o beijo na boca. Não perdi tempo em responder, Pam tentava olhar o que eu estava digitando freneticamente.

“Ainda na estrada. Acabei de comer um monte de porcaria, você nem vai me reconhecer quando me ver. Pam está um amor, como sempre. Quero meu beijo agora.”

Eu sorria para a tela. Apertei o celular na mão esperando pela resposta.

“Pelo amor dos filhos que nunca tive, não vão fazer sexo virtual pelo celular.”, Pam disse exasperada.

“Claro que não.”, eu disse ofendida, apesar de ela não ter mentido, eu teria feito mesmo.

“Daqui a sete horas vocês irão se encontrar. Podem esperar um pouco.”

“Pra onde estamos indo agora?”, eu mudei de assunto e coloquei o celular na bolsa.

“Monterrey.”

“Eric já está lá.”

“Eu li.”, ela disse.

“Eu sei que você leu.”, eu retruquei irritada. “Ficaremos onde lá?”

“Essa é a parte delicada que Eric não quis te contar.”

“Esses segredos nunca terão fim.”, eu cruzei os braços.

“Ficaremos hospedados na Villa de um produtor de ervas finas.”

“Eu aguento a verdade, pare de enrolar.”

“Você quem sabe.”, ela olhou no retrovisor e nada acontecia de anormal. “Um traficante irá nos hospedar por algumas semanas. Até saírem nossos documentos falsificados e arranjar a saída de vocês para a Europa.”

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A palavra traficante ficou dançando na minha mente. Eu sabia que iriamos por um caminho tortuoso, só era estranho ter que achar isso normal. Ainda mais a ajuda de um traficante.

“Não surte.”, Pam disse olhando para a minha cara. “Você está vermelha.”

“Não entendi. A saída nossa? E você?”

“Eric fez uns arranjos. Como só iriamos nós dois, doaríamos sangue para eles venderem ilegalmente. Você sabe bem, nosso sangue é valioso no mercado negro.”

Eu concordei com a cabeça. Eric disse uma vez que chegavam a pagar 200 dólares por algumas gotas.

“Já é complicado eles arrumarem documentos e passaportes para vampiros. E ainda colocamos uma humana no meio. Eles exigiram um pouco mais.”, ela disse baixo.

“Exigiram o que?”, eu senti um calafrio no meu corpo.

“Que transformássemos alguns homens deles, como garantia de terem sangue por um tempo. E um de nós ficaria para ajudar... coisa pouco, um ano no máximo.”

“Não... não... você não pode fazer isso.”, a realidade me atingiu novamente.

“Sookie, meu amor. Um ano pra mim não é nada. Logo me encontrarei com vocês na Europa. Passará rápido.”

“Eric irá confiar em deixa-la com eles?”, eu gritei no carro.

“Eu transformarei a filha de Miguel, o produtor de ervas finas, como garantia de que nada acontecerá assim que Eric partir. Eu terei controle sobre ela, e blá... blá... blá.”

“Não tem outro jeito?”

“Aceite as coisas como ela são. Acendemos uma vela para o diabo e outra pro seu Deus. Não se culpe, eu quis fazer isso.”

Eu balancei a cabeça, não queria deixar Pam para trás. Não iria insistir no assunto, respeitaria a decisão dela, mesmo achando um absurdo. Queria acreditar que nos encontraríamos todos vivos e bem na Europa.

Chegamos de madrugada na Villa de Miguel. Ficava nos arredores da cidade que parecia ser grande. A casa grande era idêntica de um filme sobre cartéis de droga que eu assisti algumas vezes, se me lembro bem um filme com Harrison Ford. Um palacete digno de cinema. O lugar deveria ser muito bonito

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durante o dia. Um séquito de funcionários surgiu para nos ajudar com as malas. Eric estava parado na entrada com os braços cruzados e as pernas separadas. Tão imponente, com o luar batendo nos cabelos presos. Eu queria correr para abraça-lo e dizer o quanto senti a falta dele.

“Seja discreta. Os mexicanos não aprovam vampiros com humanos.”, ela segurou no meu pulso.

Eu me desvencilhei de Pam e caminhei rapidamente até Eric. Não me importei com os vários olhares que senti, eu sabia que estava sendo observada. E captei vários pensamentos em espanhol e agradeci por não entender uma palavra. Eu parei em frente a ele, estendi a mão. Eric me puxou e beijou a minha boca em desespero. Poderia sentir Pam arrancando os cabelos pela nossa ousadia.

Da escadaria para o quarto foi um pulo. Eu não conheci o tal Miguel, o traficante poderoso. Nem reparei na decoração que deveria ser luxuosa e condizente com importante figura obscura. Me joguei na cama e puxei Eric para cima. Queria tanto sentir o peso dele sobre o meu, sentir o membro dele roçando entre as minhas pernas. Deixei-o rasgar a minha roupa como tinha feito outras vezes.

Eu desfiz o rabo de cavalo dele, os cabelos loiros e lisos caíram no meu rosto, eu me deliciei com o cheiro. Eu jamais encontraria um amante como ele, mesmo que tentasse. Só Eric me fazia perder a cabeça e esquecer até meus próprios pensamentos. Eu senti o corpo nu dele de encontro ao meu. Não queria perder tempo com preliminares, eu queria senti-lo, ter certeza de que ele me pertencia. Eu forcei o meu quadril para cima encontrando o dele, o membro escorregou para dentro de mim e eu soltei um gemido.

Não sei como a cama aguentou nossos movimentos. E eu esperava que o quarto tivesse uma parede grossa. Acho que a casa toda poderia ouvir nosso desespero misturado com prazer. Eu adorava sentir as presas dele perto de meu pescoço, mas ele não mordeu. Talvez sentisse algum receio de que eu não fosse gostar. Eu já tinha passado dessa fase de não querer ser mordida.

“Me morda.”, eu disse beijando o pescoço dele.

“Tem certeza?”, ele perguntou me encarando com os olhos azuis brilhando na penumbra do quarto.

“Sempre.”, eu tinha aceitado ele como vampiro, eu o amava dessa maneira e não iria negar a natureza dele.

Ele passou a língua no meu pescoço, preparando a minha pele que estava queimando do sexo que fizemos. Eu senti as presas descendo delicadamente, ele sugando meu sangue evitando que eu sentisse qualquer dor, tão diferente

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da última vez no Fangtasia quando matamos Victor. Ele me penetrou novamente conforme sugava o sangue. Era uma combinação deliciosa, eu estava perto de gozar mais uma vez. Não sabia se era do meu sangue que ele sugava com tanta vontade ou do sexo em si... ou os dois. Só queria que não acabasse.

“Nunca mais me deixe.”, eu disse ofegante.

“Eu nunca quis te deixar.”, ele se acomodou ao meu lado. “Eu estava confuso com o que você sentia. Não sei se gostava daquele cachorro pulguento.”

“Pobre Sam! Eu o decepcionei.”

“Eu fico tão feliz em ouvir isso.”, ele soltou uma gargalhada.

“É verdade, eu não fui sincera com ele.”, eu dei um tapa de leve nele. “Ele não tinha pulgas.”

“Terei que te inspecionar pra ter certeza.”

Ele começou a passar a mão nas minhas pernas, nas minhas coxas, entre as minhas pernas. Inspecionou com todo cuidado o meu corpo. Não encontrou nenhuma pulga, só me encontrou novamente excitada.

Os dias transcorreram sem problemas. A Villa tinha muitas distrações, ainda mais para uma humana. Eu passava as tardes tomando sol na piscina acompanhada da família de Miguel, o traficante. Não conseguia esquecer a alcunha dele. Podia ser um homem simpático, mas não deixaria de ser um traficante pra mim.

Uma noite eu sentei com Eric para discutirmos qual nome iriamos escolher para nossos documentos. Eu não conseguia achar um nome interessante. Até que uma ideia surgiu. Talvez fosse por ler tantos pensamentos em espanhol, eu tinha uma novela mexicana na minha mente todos os dias com a família de Miguel.

“Eric...”, eu o chamei. “Os vampiros da Rainha estarão procurando por um casal. Um vampiro enorme e uma loira baixinha.”

Ele fez um movimento com a mão para que eu continuasse a falar, eu tinha toda a atenção dele.

“E se eu me vestisse como um homem?”

“Terei que fingir ser um gay novamente pra você?”, ele riu lembrando quando estivemos na orgia de Maryann e ele teve que ir como um gay bem chamativo. Nunca irei esquecer a visão de Eric usando uma lycra rosa.

“Só um pouco. Não serei um homem eternamente.”

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“Espero que não.”, ele me puxou para sentar no colo dele.

Pam entrou na sala e contamos a minha brilhante ideia. Ela ficou horrorizada por eu ter que cortar o meu cabelo. Eu não tinha pensado nesse enorme problema, teria que perder temporariamente meus cabelos. Eu jamais passaria por homem com meus cabelos loiros bem femininos.

“E como irá esconder esses peitos?”, Pam colocou as mãos na cintura.

“Vou apertar tudo.”, eu apertei meus seios.

Não demoramos para ajeitar as coisas. Um cabelereiro particular que atendia a dona da casa veio especialmente para me transformar. Eu cortei os cabelos super curtos, tingido de preto. O topete era o que mais chamava a atenção. Eu demorei horas para me reconhecer no espelho.

“Adorei a franja do Justin Bieber.”, Pam disse gargalhando.

Eu dei um tapa nela de brincadeira e corri para o quarto. Eric iria me odiar desse jeito, mas eu tinha que ir até o fim com essa ideia. Não chamaríamos tanto a atenção como dois homens. Eu comecei a me arrumar no quarto, coloquei uma cinta bem apertada em volta dos seios, soltei um gemido de dor com o aperto. Pam pegou as roupas de um dos filhos do traficante. Uma calça jeans larga e uma camiseta de banda de rock.

Eu tentava andar pelo quarto parecendo um homem, como era difícil. Eu caí na cama batendo as pernas no ar. No máximo eu passaria por um rapaz afeminado. Eu fechei os olhos, tentando imaginar como Jason fazia e falava. Eu iria imita-lo, afinal, cresci com ele, eu sabia tudo o que ele fez.

Quando abri os olhos dei com Eric me encarando boquiaberto. Eu sentei na cama passando a mão nos meus cabelos curtíssimos. Não era sombra do que eu fui, admito que quase chorei vendo meus cachos caindo no chão. Mas, eu engoli o choro, não era mais uma menininha que odiava cortar mais de quatro dedos do cabelo.

“Ficou horrível, não ficou?”, eu disse tentando não soar desesperada.

“Só é estranho eu sentir tesão por um moleque.”, ele disse segurando na barriga de tanto rir.

“Fico feliz em te fazer rir.”, eu levantei brava da cama.

“Vai ter que treinar muito se quiser passar por um rapaz. Esse seu rostinho ofendido entrega tudo.”, ele me puxou para junto dele, passou a mão no meu cabelo várias vezes.

“Não estrague meu topete.”

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“Já escolheu um nome bem mexicano?”

“Seremos mexicanos?”

“Só você. Obviamente ninguém acreditaria que eu sou mexicano.”, ele disse passando a mão no meu peito amassado.

Ficamos treinando durante horas, eu tentei engrossar a minha voz, mas saia um disco arranhado da minha garganta. Eu não iria desistir, ainda tinha uma semana para treinar.

O dia da despedida chegou. Meu coração estava doendo por dizer adeus para Pam. Ela me proibiu de chorar no jeito autoritário que só ela tinha. Eu chorei assim mesmo e a obriguei a chorar também. Para os vampiros, um ano nada significava, mas pra mim era uma eternidade.

Embarcamos para a Europa num navio cargueiro, lotado de homens a bordo, todos mal encarados. Eu fiz bem em me vestir de homem, mesmo parecendo afeminado. Claro que eu tinha Eric para me proteger, mas ele dormia durante o dia e várias coisas podiam acontecer.

Só que nada de estranho aconteceu. Eric brincou dizendo que se sentia como Drácula a bordo do Demeter indo para a Inglaterra. Se alimentando dos marinheiros para sobreviver na viagem. Ele estava fazendo o mesmo. E eu me sentia como Mina, embarcando numa viagem perigosa e sem volta. Só que meu Jonathan Harker era Eric, assim como Drácula.

Dez dias depois chegamos a Londres. Não tivemos problemas na alfândega. Passamos despercebidos junto dos outros tripulantes. Eu senti um alivio imenso, notei que Eric também sentiu. Ainda não estávamos pronto para lutar.

Passamos alguns dias em Londres e depois partimos pela Rail Europe para Paris. A viagem de trem não foi longa, mas eu perdi o fôlego diante da linda visão saindo de Londres, o interior da Inglaterra com seus campos verdejantes. Nesse momento me toquei que estava muito longe de Bon Temps como nunca estive. Eu nunca tinha saído do país e agora estava cruzando o Canal da Mancha para ir até Paris.

De Paris iriamos para alguma cidade segura do interior, não queríamos correr o risco de ficarmos expostos. Gostaria de dizer que não enfrentamos perigos e nem crises. Enfrentamos todo tipo de problema que um casal normal deve passar, ainda mais quando se está em fuga. Mas, nada que nos afetasse profundamente. Tinha mais a ver com os perigos do que com nosso relacionamento.

Nós fomos perseguidos por vampiros em várias cidades europeias. A morte de Freyda tinha espalhado entre os vampiros e se tinha um preço enorme por Eric.

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Qualquer vampiro estava liberado para matá-lo e trazer apenas a cabeça para os Estados Unidos. Até lobisomens nos atacaram algumas vezes, inclusive eles queriam o dinheiro da recompensa.

Por sorte, Eric tinha mil anos de experiência nas costas e conseguimos escapar de vários ataques. Eu continuava fingindo ser um rapaz, eu acabava conseguindo escapar dos ataques por conta disso. Eric era o alvo mais costumeiro, era difícil esconder um vampiro de 1,94m com longos cabelos loiros e extremamente bonito. Ele chamava a atenção por onde andava.

Pam acabou chegando à Europa um tempo depois. Miguel havia cumprido o prometido e nada tinha acontecido com ela. Ficamos os três juntos por alguns anos. Depois Pam se estabeleceu na Romênia, ironicamente era uma das portas de entrada para os vampiros na Europa. Tudo passava por ali, talvez fosse algum tipo de homenagem para Drácula. Ela abriu um bar e ficava de olho em tudo que acontecia e na chegada de novos vampiros atrás de Eric. Algum tempo depois, a filha do traficante transformada por Pam se juntou a ela no bar e posso dizer que foi um reencontro muito intenso.

E nós acabamos indo parar em Omsk na Sibéria. Foi penoso atravessar a Rússia com seus trens antigos e um frio absurdo. Eu sofri mais do que Eric, mas acabei me acostumando. Encontramos o melhor lugar para vivermos o resto da minha vida. Eu estava com uns 35 anos e ficamos num lugar que o dia durava apenas das 11 da manhã até às 3 da tarde, pelo menos durante uns seis meses. No verão a temperatura melhorava um pouco e tinha vários meses de sol forte. Eu aproveitava esses momentos para tomar o sol costumeiro que eu tinha quando vivia em Bon Temps.

A vantagem de morar em Omsk é que Eric e eu vivíamos mais tempo juntos, praticamente o dia todo, afinal, era quase sempre noite boa parte do ano. De vez em quando viajamos para outros países para sermos vistos, para ninguém desconfiar de onde realmente vivíamos. Sofríamos os ataques costumeiros, depois voltávamos para o nosso canto na Sibéria.

Meu cabelo havia crescido, eu não me fingia mais de homem, a fase gay de Eric havia acabado. Mas, eu mantive meus cabelos pretos, tinha me acostumado. Não me sentia mais como a Sookie loira, essa moça ficou em Bon Temps apenas nas lembranças de quem lá vivia. A Sookie de cabelos escuros nasceu quando pisamos na Europa. Eu gostava dela, assim como gostava da antiga Sookie. Só que me sentia melhor nessa nova pele.

Eu tinha um emprego, não conseguia ficar parada. Eric também fazia uns bicos na cidade grande, não cuidava mais de uma boate, mas tinha seus negócios, ele tinha bastante dinheiro guardado. Eu optei por trabalhar numa biblioteca, assim que o tempo foi passando e a barreira da língua diminuindo. Eu li tantos

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livros sobre vários lugares que estive e outros que moravam na minha imaginação.

E foi nessa biblioteca que comecei a escrever a minha história. História que um dia irá acabar, pelo menos para quem está lendo. A minha não sei quando será e nem como acabará. Eric disse que me levaria um dia novamente para Bon Temps. Eu respondi que talvez eu gostaria de rever as pessoas que deixei, mas eu raramente pensava nisso. Eu era feliz onde vivia, o peso da idade não me atingia como antes. Parece que morar num lugar tão frio e escuro às vezes fazia o tempo parar. E viver com Eric era tudo menos tedioso.

Uma vez eu li em algum lugar que não existe razão nas coisas feitas pelo coração. Um vampiro apaixonado por uma humana que não queria ser vampira. A imortalidade dele contra a minha mortalidade. Eu o obriguei a não procurar o Sol depois que eu me fosse. Os anos que ele me deu e continuará me dando foram os melhores de minha vida.

Amanhã terei um longo dia pela frente, várias escolas irão visitar a biblioteca, crianças para todos os lados. E logo mais a noite terei meu vampiro esperando para jantar... Se eu sou o jantar? Bem... deixo para a sua imaginação.