damazio teixeira – seleção e priorização de projetos
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Evento Técnico Mensal
outubro/2014
Damázio Teixeira Formado em analise de sistemas, PMP, Pós-MBA em gestão avançada de projetos pela FGV-RJ, e pós-graduações em redes
e telecomunicações pela UFMG e INATEL. Atuei por 6 anos na área de TI, depois no ramo de Telecomunicações por
mais 6 anos – até o momento. Desses, 5 anos como uma das lideranças de um PMO estratétigo. Nos últimos 1,5 anos
atuando como Consultor e Gestor de Serviços em projetos de BPO, atuando em projetos de diferentes contextos
estratégicos.
Palestra: Seleção e priorização de projetos
não só na filosofia, mas também na prática
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Para aguçar o entendimento
• Selecionar: Fazer seleção ou escolha; escolher e separar um ou alguns, dentre
muitos; decidir baseado em critérios pré-estabelecidos de forma consciente ou não.
• Priorizar: Dar privilégio a; garantir prioridade ou vantagem a; privilegiar: priorizar algo
ou alguém entre os demais.
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Modelo de Seleção e Priorização de Projetos
Deve ser utilizado como ferramenta de apoio na escolha dos melhores projetos a fim de indicar dentro de
uma janela de tempo os projetos que devem ser executados antes que outros considerando um pool de
recursos pré-estabelecido
Porém o que temos atualmente são tentativas de encontrar ferramentas que tragam embasamento a
decisões já tomadas e que justifiquem escolhas, ou seja, uma forma de dar sustentabilidade à
determinações
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Do ponto de vista Estratégico
• A composição de um BOM PORTFÓLIO está associada à identificação dos
MELHORES e mais RENTÁVEIS PROJETOS e PROGRAMAS para a organização.
Ou seja, a escolha dos projetos em si não é o mais difícil, mas sim estabelecer
critérios assertivos para que a decisão seja a melhor possível em um determinado
contexto.
O portfólio de projetos de uma empresa deve refletir suas diretrizes.
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Do ponto de vista Estratégico
descolamento entre as propostas de projetos e os objetivos
estratégicos;
falta de planejamento / acompanhamento / visão de
benefícios dos projetos;
dificuldade de consolidar visão fim a fim do projeto,
nomeação de um único dono por gerir o projeto em toda a
cadeia;
o processo de seleção e priorização não é claro e ou
padronizado, onde a escolha dos projetos
corporativamente não levam em consideração os melhores
projetos que garantem mais impactos positivos nas metas;
baixa rastreabilidade de alocação financeira e de retorno ao
investimento dos projetos; entre outros
Alguns problemas geram grandes armadilhas na construção de um bom portfólio
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O modelo em si
Se não houver alguém que compre e desafie a
organização a utilizar o que será proposto e
implantado, será árduo e longo o caminho para
convencer toda a organização que seleção e
priorização de projetos é mais do que o ‘feeling’
do executivo.
Achar um Patrocinador também não é tarefa
nada fácil, principalmente devido à necessidade
de ter um alto grau de influência na organização.
É vital para o sucesso desta metodologia/ferramenta um forte Patrocinador
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O modelo em si
Uma grande armadilha para o modelo é
quando o Patrocinador também propõe
projetos, onde neste caso duas situações
podem enfraquecer a implantação deste na
organização:
os projetos do próprio Patrocinador podem não estar
elegíveis após o ciclo de análise de seleção e priorização, o
que implicaria em uma provável revisão dos critérios para
que estes se tornem elegíveis;
ou o projeto de algum outro executivo não ser selecionado e
o modelo ser questionado por ‘favorecer’ os projetos do
Patrocinador.
É vital para o sucesso desta metodologia/ferramenta um forte Patrocinador
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O modelo em si
Seleção: Escolha dos projetos mais aderentes e
de maior impacto à estratégia da organização
(projetos certos);
Controle: Processos claros para proposição de
novos projetos, reforçando um planejamento
mais estruturado e compromisso de resultados
claros. Inibição de uso de ‘Bolsos’ apenas por
comodidade de planejamento tardio, evitando o
descolamento de gastos com entregas e
resultados;
Deve estar pautado em 4 grandes marcos
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O modelo em si
Padronização: Modelo corporativo e aderente à
estratégia da empresa visando garantir a
priorização adequada às demandas de mercado
e estratégicas;
Acompanhamento: Medição dos Benefícios do
Projeto (12 meses após conclusão).
Retroalimentação dos pesos dos critérios de
acordo com os resultados obtidos no portfólio
atual.
Deve estar pautado em 4 grandes marcos
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A Governança
O Escritório de Projetos, PMO, deve ser o guardião da ferramenta
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A Governança
O Escritório de Projetos, PMO, deve ser o guardião da ferramenta, porém outras
atividades devem ser desempenhadas antes e após a seleção e priorização de projetos
que não estão somente a cargo do PMO ou fogem totalmente ao seu escopo.
• Uma proposta de projeto deve ser inicialmente avaliada por um grupo de
pessoas de mesma área, Fórum Setorial, a fim de já fazer um pré-filtro,
críticas e análises antes mesmo deste ser analisado junto ao todo. Dessa
forma, conseguimos evitar que iniciativas parecidas concorram entre si
em recursos (pessoas, tempo e dinheiro), onde se forem apresentadas
como um único projeto ganhará maior importância e incorporará mais
benefícios.
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A Governança
O Fórum Setorial deve ter como principais atividades:
• Garantir espaço para as áreas apresentarem as fichas de projeto (Termo de
Abertura do Projeto, Benefícios, VPL, Visão Forecast Física e Financeira, etc).
• Garantir que para cada proposta tenha sido realizada a análise dos impactos pelos
pontos focais (TI, Engenharia, Mercado, Escritório de Projetos). O papel do Escritório
de Projetos, PMO, nesta análise é fundamental, pois é o escritório que detém
maiores informações sobre todas as iniciativas em andamento no portfólio.
• Realizar a categorização dos Projetos: Melhoria Operacional, Redutor de Despesa,
Gerador de Receita, Obrigações, etc.
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A Governança
O Fórum Setorial deve ter como principais atividades:
• Candidatura dos Projetos: ‘Go/no Go’. Cabe ao Fórum Setorial definir quais os
projetos serão candidatos à ferramenta corporativa de seleção e priorização de
projetos.
• Para novos projetos durante o ano orçamentário, avaliar:
– Quais projetos cederão recursos financeiros x solicitação de budget novo para
projetos não previstos.
– Mensurar e registrar riscos / impactos na execução de outros projetos
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Critérios de Seleção
• 1º passo: Saber dosar a quantidade de critérios a serem utilizados, bem como
definir quais os mais relevantes para que a Estratégia esteja totalmente
representada é essencial. Uma boa dica é utilizar dois níveis de critérios; não menos
para não ser superficial demais, não mais para não ser complexo demais.
• A escolha do primeiro nível de critérios, ou categorias, tem que ser um bom reflexo
da área de atuação da organização. Como exemplo, temos: Financeiro; Operacional;
Inovação; Qualidade; Foco; etc.
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Critérios de Seleção
• A escolha do segundo nível de critérios tem que ser um bom reflexo da missão e
visão da organização, bem como ajustada ao direcionamento estratégico do ciclo
orçamentário em questão. Como exemplo, temos para a categoria de primeiro nível
Inovação: lançamento de novos produtos/serviços na visão da empresa; Market
Share; Imagem Organizacional; Exposição aos Riscos; Orçamento; VPL (valor
presente líquido); Payback (período de retorno do investimento); Impacto da não
implantação; Prazo de execução; Know-how da equipe – conhecimento da equipe
quanto à tecnologia, solução, processos e esforço para gerar os produtos do projeto;
etc.
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Critérios de Seleção
• 2º passo: Dar importância aos critérios quando comparados entre si, ou seja,
compará-los par-a-par dentro de cada nível / categoria.
• Para garantir um julgamento de importância entre critérios consistente, recomenda-
se que 3 ou mais pessoas chaves sejam envolvidas, para dar sua opinião sobre as
comparações.
Operacional Financeiro Inovação Qualidade
Operacional 1 1/5 1/9 1
Financeiro 5 1 1 5
Inovação 9 1 1 5
Qualidade 1 1/5 1/5 1
Matriz de comparação par-a-par dos critérios
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Critérios de Seleção
• 3º passo: Para interpretar e dar os pesos relativos a cada critério é necessário
normalizar a matriz comparativa. A normalização é feita pela divisão entre cada valor
da planilha com o total de cada coluna.
Operacional Financeiro Inovação Qualidade
∑ coluna 16,00 2,40 2,31 12,00
Operacional 1/16 - 0,063 0,2/2,4 = 0,083 0,11/2,31 = 0,048 1/12 = 0,083
Financeiro 5/16 = 0,313 1/2,4 = 0,417 1/2,31 = 0,433 5/12 = 0,417
Inovação 9/16 = 0,563 1/2,4 = 0,417 1/2,31 = 0,433 5/12 = 0,417
Qualidade 1/16 = 0,063 0,2/2,4 = 0,083 0,2/2,31 = 0,087 1/12 = 0,083
Cálculo do valor de Eigen % do Eigen
Operacional [ 0,063 + 0,083 + 0,048 + 0,083 ] / 4 = 0,0693 6,93%
Financeiro [ 0,313 + 0,417 + 0,433 + 0,417 ] / 4 = 0,3946 39,46%
Inovação [ 0,563 + 0,417 + 0,433 + 0,417 ] / 4 = 0,4571 45,71%
Qualidade [ 0,063 + 0,083 + 0,087 + 0,083 ] / 4 = 0,0789 7,89%
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Critérios de Seleção
• 4º passo: Para encontrar o valor de Eigen para cada critério de 2º nível, basta
multiplicar o seu resultado pelo valor de Eigen do critério de grupo ao qual pertence.
Valor Eigen do Critério Cálculo Valor de Eingen Final
Financeiro 0,3946
VPL {0,6489} [ 0,3946 * 0,6489 ] 0,2561
Investimento {0,2746} [ 0,3946 * 0,2746 ] 0,1084
Payback {0,0765} [ 0,3946 * 0,0765 ] 0,0302
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Priorização de Projetos
• Pelo contrário, será através deles que os projetos serão colocados em ranking de
importância, que consequentemente trarão melhores resultados à Estratégia
definida.
• Ou seja, deve dizer quais os projetos serão eleitos e em
que momento eles serão executados, uma vez que é
nesta fase que se define ou se informa o budget do
ciclo orçamentário e informações de outros recursos
como pessoas, equipamentos, fornecedores, etc.
Os critérios de seleção de projetos por si só não devem eliminar o projeto
da concorrência de recursos.
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Priorização de Projetos
• Para garantir que projetos sejam colocados em competição com projetos de mesmo
perfil, dando condições de todos os tipos de projetos serem executados, utiliza-se
uma categorização, corporativamente chamada de ‘dar cor ao dinheiro’. Dessa forma
banana será comparada com banana. Essa categorização pode ser por área ou
setor da organização, por categoria de projetos, ou por qualquer outra segmentação
que se justifique dado ao segmento
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Priorização de Projetos
Outros pontos importantes:
• Os demais recursos (pessoas,
equipamentos, fornecedores, etc)
comumente esquecidos por ser de
difícil planejamento.
• Restrições também devem ser lembradas, mapeadas e consideradas ESSENCIAIS.
Uma vez que para a conclusão ou iniciação de um projeto, um outro determinado
projeto deva estar concluído ou iniciado, este projeto com restrição só poderá ser
priorizado caso o seu predecessor esteja dentro dos critérios de corte, ou melhor,
eleito.
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Priorização de Projetos
• Nesse modelo, Selecionar e Priorizar não significa que os melhores e mais rentáveis
projetos serão executados primeiro.
• O objetivo é reunir todas as informações necessárias como: DINHEIRO,
RESTRIÇÕES, RECURSOS HUMANOS, DEMAIS RECURSOS para ‘pinçar’ o
projeto melhor ranqueado que pode ser executado naquele momento.
• Dessa forma, o modelo se torna a ferramenta que visa executar os melhores projetos
possíveis naquele determinado momento da empresa, onde ao final do ano, ou ciclo
financieiro, será possível afirmar que o resultado atingido foi o melhor cenário
possível de acordo com a estratégia e recursos da empresa.
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Exercitando … na prática
Depois de definir, comparar e normalizar os critérios chega o momento de efetivamente
colocar informações de projetos no modelo para que estes sejam ranqueados.
Pegando 3 propostas de projetos fictícias e avaliando somente sob o critério de 1º nível
Financeiro, apenas para exemplificar, temos as seguintes informações:
• Proposta de Projeto Um
VPL = 34MM ; Investimento = 300MM ; Payback = 15 meses
• Proposta de Projeto Dois
VPL = 12MM ; Investimento = 55MM ; Payback = 28 meses
• Proposta de Projetos Três
VPL = 9MM ; Investimento = 49MM ; Payback = 6 meses
Qual é o
melhor?
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Exercitando … na prática
Para evitar erros informacionais, é interessante elaborar opções para cada critério,
quantas forem necessárias. Outra dica importante é definir se dentre as opções “quanto
maior = melhor” ou “quanto menor = melhor”, e ordenar sempre em visão crescente.
Alguns são mais intuitivos, por exemplo o VPL, ou seja, quanto maior o VPL melhor.
VPL
(1) ‘até 1MM’ ; (2) ‘de 1MM a 10MM’ ; (3) ‘de 10MM a 35MM’; (4) ‘acima de 35MM’
Investimento
(1) ‘acima de 100MM’; (2) ‘de 50MM a 100MM’; (3); ‘de 1MM a 50MM’; (4) ‘até 1MM’
Payback
(1) ‘acima de 2 anos’; (2) ‘de 1 a 2 anos’; (3); ‘de 6 a 12 meses’; (4) ‘até 6 meses’
Ou seja, a opção 4 é melhor que a 1
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Exercitando … na prática
Recaptulando o peso de cada critério, olhando somente pra visão financeira:
Proposta de Projeto Um
VPL -> 0,2561 * 3; Investimento -> 0,1084 * 1; Payback -> 0,0302 * 2;
Nota Financeira do Projeto = 0,9371
Proposta de Projeto Dois
VPL -> 0,2561 * 3; Investimento -> 0,1084 * 2; Payback -> 0,0302 * 1;
Nota Financeira do Projeto = 1,0153
Proposta de Projeto Três
VPL -> 0,2561 * 2; Investimento -> 0,1084 * 3; Payback -> 0,0302 * 4;
Nota Financeira do Projeto = 0,9582
Valor Eigen do Critério Cálculo Valor de Eingen Final
Financeiro 0,3946
VPL {0,6489} [ 0,3946 * 0,6489 ] 0,2561
Investimento {0,2746} [ 0,3946 * 0,2746 ] 0,1084
Payback {0,0765} [ 0,3946 * 0,0765 ] 0,0302
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Reflexão
Tomar decisões é uma atividade central na vida das pessoas e organizações. São
através das decisões que conseguimos medir o quão perto ou longe estamos de onde
gostaríamos de chegar. Não tomar decisões já é por natureza uma decisão tomada, não
sendo possível se isentar desta responsabilidade.
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Referências
• [Saaty] SAATY, T. L. (2005). Theory and Applications of the Analytic Network Process: Decision
Making with Benefits, Opportunities, Costs, and Risks. Pittsburgh: RWS Publications.
• [Vargas] Vargas, Ricardo Viana. Utilizando a programação multicritério (Analytic Hierarchy
Process - AHP) para selecionar e priorizar projetos na gestão de portfólio; PMI Global Congress
2010 – North America
• [Eigen] http://en.wikipedia.org/wiki/Eigenvector
• [Rad ans Levin] Rad, Parviz F. and Levin, Given. Project Portfolio Management Tools and
Techniques; 2007
• [Levine] Levine, Harvey A. Project Portfolio Management: A practical guide to selecting projects,
managing portfolios, and maximizing benefits; 2005
O ARTIGO COMPLETO em: http://projectmobile.wordpress.com/2012/04/
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Obrigado!
Damázio Teixeira
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