cyrela #07

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PARA QUEM SABE VIVER AUTOR DE ROBERTO CARLOS EM DETALHES DESABAFA OS ENCANTOS DA PATAGÔNIA CHILENA PERCA O MEDO E ABUSE DAS CORES NA DECORAÇÃO ESPAÇO GOURMET: O MELHOR LUGAR DA CASA O intocável Amado e odiado, todos se rendem ao talento de John Neschling com seu estilo implacável e eficiente

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Revista da Construtora Cyrela

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Page 1: Cyrela #07

P A R A Q U E M S A B E V I V E R

AUTOR DE ROBERTO CARLOS EM DETALHES DESABAFA

OS ENCANTOSDA PATAGÔNIA CHILENA

PERCA O MEDO E ABUSE DAS CORES NA DECORAÇÃO

ESPAÇO GOURMET: O MELHOR LUGAR DA CASA

O intocávelAmado e odiado, todos se rendem ao talento de

John Neschling com seu estilo implacável e efi ciente

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Mariella LazarettiDiretora Responsável

[email protected]

Rua Andrade Fernandes, 297 CEP 05449-050 - São Paulo-SP

Tel/Fax.: (11) 3023-5509E-mail: [email protected]

Projeto Editorial: 4 Capas Editora

É uma publicação trimestral da Cyrela Brazil Realtycom distribuição gratuita. Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.400100 andar – Itaim – São Paulo (SP). Tel.: (11) 4502-3000

www.cyrela.com.br

REDAÇÃO Editor: Denise Ramiro - [email protected]órter: Carla Araújo - [email protected]

Diretores de Arte: Fábio Santos e Nina FrancoAssistentes de Arte: Eduardo Galdieri e Lara Habib

Colaboraram nesta edi ção: TEXTO

Alice Carta, Iva Oliveira, Ricardo Castilho, Ricardo Galuppo e Sergio Crusco

FOTOSAndré Conti, Bob Wolfenson, Daniel Wainstein, Ed Viggiani,

João Musa, Helcio Nagamine, Rogério Assis

REVISÃOPaulo Roberto Pompêo

Jornalista Responsável - Mariella Lazaretti MTB 15.457

PUBLICIDADEDiretores

Doron M. [email protected] Schnyder

[email protected]

ContatosAuxi Araújo

Estela BrussoloGisele Ávila

Sadako SigematuSilvia SantosAssistente

Patrícia Teodoro

PRODUÇÃO GRÁFICADoron Central e Compras Gráficas

IMPRESSÃOGráfica Copy Press

A revis ta Cyrela é uma publi ca ção dis tri buí da exclu si va men te pela CyrelaBrazil Realty.Dúvidas, crí ti cas e suges tões pelo email:

[email protected]

A revis ta não se res pon sa bi li za pelos con cei tos emi ti dos nosarti gos assi na dos. As pes soas não lis ta das no expe dien te não

estão auto ri za das a falar em nome da revis ta ou a reti rarqual quer tipo de mate rial sem pré via auto ri za ção emi ti da

pela reda ção ou pela Cyrela Brazil Realty. Os preços citadosnesta edição estão sujeitos a alterações sem aviso prévio.

A musicalidade dos brasileiros é reconhecida mundo afora. Pensando nisso, a

Cyrela traz dois nomes de peso nesta edição. Um deles é Roberto Carlos, o

maior cantor da música popular brasileira de todos os tempos. Para falar

dele, entrevistamos a pessoa que mais entende do assunto: o historiador Paulo Cesar

de Araújo. Apaixonado pelo ídolo desde criança, ele passou os últimos 15 anos em

busca de informações sobre Roberto. O resultado foi o livro Roberto Carlos em

Detalhes, um verdadeiro tratado sobre a obra e a vida do cantor e o período mais

recente da MPB. Pena que o livro tenha sido censurado pelo protagonista da história.

Roberto Carlos acusou o autor de invasão de privacidade e o levou aos tribunais. A

venda do livro está proibida. O que só aumentou nossa curiosidade. Antes da deci-

são judicial, 55 mil exemplares foram vendidos. Quem sabe um amigo não tem um

para emprestar. Vale a pena.

A outra personalidade vem de uma escola totalmente diferente, a da música eru-

dita. Há dez anos no comando da Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp), John

Neschling coleciona glórias e desavenças. Tido como uma pessoa de temperamen-

to difícil, ele é alvo de críticos. Reconhecido pelo seu talento e sua competência,

tem admiradores dentro e fora do país. Saiba como ele colocou a Osesp no cenário

internacional da música clássica.

Mas não é só a música que é a cara do povo brasileiro. A alegria e a descontração

fazem parte do nosso cotidiano. Por isso, fizemos uma revista muito colorida. A deco-

radora Neza Cesar abriu as portas da sua casa no bairro do Morumbi, em São Paulo,

para nos ensinar que não devemos temer as cores. A casa é cheia de energia posi-

tiva, assim como a simpática dona. A gastronomia brasileira também está presente

aqui. O restaurateur Sergio Arno mostra seu terraço gourmet, uma nova tendência

de espaço, que vem conquistando muita gente. Arno recebe seus amigos e testa

novas receitas no ambiente que ele mesmo projetou.

Outro destaque da edição vem do país vizinho, o Chile. Uma viagem cheia de

aventura pela Patagônia, com suas montanhas nevadas e lagos azuis. Tudo regado a

muito vinho e à poesia do mestre Pablo Neruda. Boa leitura.

Para falar com a reda ção, escre va para reda [email protected]. Será um pra zer publi car sua opini ão.

Cartadoeditor

Revista com ritmo

Page 5: Cyrela #07

São PauloGabriel Monteiro da Silva

Tel: 11 3065 6622D&D Shopping

Tel: 11 5105 5600

Rio de Janeiro

Tel: 21 2108 8064Casa Shopping

Page 6: Cyrela #07

Sumário 8 | Grande Estilo |FASANO POR PHILIPPE STARCK, O ESPAÇO CULTURAL MICASA,PORSCHE EM EDIÇÃO LIMITADA E OBJETOS FLUORESCENTES

20 | Muitos Mimos |LUXO, TECNOLOGIA E MUITA DIVERSÃO NOS ACESSÓRIOS DE BANHEIRO MODERNOS 32 | Tecnopop |MÁQUINA DE CAFÉ COM DESIGN BMW, GELADEIRA E RÁDIO RETRÔ, BICICLETA DESMONTÁVEL E IMAC TODO ESTILIZADO

34 | Sala de Estar |O HISTORIADOR PAULO CESAR DE ARAÚJO, AUTOR DE ROBERTO CARLOS EM DETALHES, FALA DE MPB E DA PROIBIÇÃO DO LIVRO

| Perfil |O MAESTRO JOHN

NESCHLING ESTÁ À FRENTE DA ORQUESTRA

SINFÔNICA DE SÃO PAULO HÁ DEZ ANOS. NESSE PERÍODO, COLECIONA

GLÓRIAS E MUITOS DESAFETOS

| O 7 |

26

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42 | Ponto de Fuga |UMA AVENTURA AO CENTRO-SUL DO CHILE: LAGOS, MONTANHAS NEVADAS, VINHO ESPECIAL E MUITA POESIA NA TERRA DE PABLO NERUDA

52 | Espaço e Idéias |A DECORADORA NEZA CESAR ABRE SUA CASA COLORIDÍSSIMA. O RESTAURATEUR SERGIO ARNO MOSTRA SEU TERRAÇO GOURMET

68 | Coisas sem as quais... |A JORNALISTA JOYCE PASCOWITCH E SEU ESPAÇO GLAMURAMA. UM LOCAL DE TRABALHO QUE É O SONHO DE TODO MUNDO

70 | Social Já |A ONG ARTE QUE LIBERTA É UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL PARA PRESIDIÁRIOS E EX-DETENTOS 76 | Garfo e Taça |O CAFÉ ESTÁ NA MODA. CONHEÇA A ORIGEM DO GRÃO, O RITUAL DE PREPARO E DEGUSTAÇÃO E APRENDA ALGUMAS RECEITAS ESPECIAIS

80 | Segurança |TÁTICAS DE GUERRA E ESTRATÉGIAS INTELIGENTES. TUDO PARA PROTEGER SUA CASA E SEU ESCRITÓRIO 84 | Caravela |A CANTORA ROBERTA SÁ E O TANGO MODERNINHO DO BAJOFONDO. O SENSACIONAL VOLVER DE ALMODÓVAR EM DVD

92 | Cyrela |CONSTRUTORA CHEGA A NITERÓI, O CONCEITO LIVING NA BAHIA E NOVOS EMPREENDIMENTOS NO RIO DE JANEIRO

PONTO DE VISTA A DOCE MATURIDADE PONTO FINAL A GRANDE OBRA DE ROMANO

44

78

52

70

84 92

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9 C Y R E L A8

Gran dees ti lo

9 C Y R E L A8

Page 9: Cyrela #07

Lançado em 2005, o Porsche Cayman ganhará neste ano sua primeira série

especial. A fábrica lançará em novembro de 2007 o Cayman S Porsche De-

sign Edition 1, uma edição especial limitada em 777 unidades. Oferecido ex-

clusivamente na cor preta, o Cayman S Porsche Design Edition 1 incorpora

detalhes únicos, sendo ainda uma homenagem à Porsche Design e ao famoso

Chronograph 1s criado por Ferdinand Alexander Porsche em 1972. O visual

dessa série adiciona luxo e classe ao Cayman S. Internamente, a tapeçaria har-

moniza com detalhes refinados como os mostradores dos instrumentos, cujo

layout reproduz o de todos os cronógrafos Porsche Design.

É para poucosganha lin

ha especia

l e lim

itada. S

ó para 777 fe

lizard

os

O Porsch

e Cayman, s

onho de consu

mo dos a

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nados por c

arro,

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C Y R E L A10

Nem parececomputador...

Gran dees ti lo

Esqueça aquelas maletas pretas que denunciam imediatamente que você carre-

ga um lap-top. A moderna designer holandesa Monique Collignon criou um

modelo elegante do aparelho acoplado a uma bolsa fashion que está dando o que

falar. Com o nome de Ego MC, vem em várias cores, carregado de luxo. A tecnologia,

claro, é de primeira, com os mais sofisticados recursos como tela de alta resolução,

fácil acesso a webcam e um avançado sistema para CDs e DVDs. A edição é limita-

da e a dona pode ter seu nome gravado em ouro branco.

O design é arrojado, o lap-top, de última geração. Seu nome: Ego MC

Page 11: Cyrela #07

Você não pode perder este encontro com os maiores nomes da gastronomia mundial.

Eles estarão aqui no Brasil, juntamente com nossos grandes talentos, para os eventos Prazeres da Mesa ao Vivo 4, e Mesa Tendências - 10 Fórum Internacional de Gastronomia de SP.

MESA TendênciasPara chefs, estudantes e profi ssionais

Palestras e workshops, em que consagrados chefs da Europa e Américas mostrarão no palco suas técnicas, máquinas e conceitos. Vagas limitadas.

Prazeres da Mesa Ao Vivo Para amantes da gastronomia.

Por R$ 60,00, você participa de aulas e degustações abertas, de hora em hora. E prova a edição da revista Prazeres da Mesa de dezembro, antes de ela ir para as bancas.

Não fi que de fora do maior evento de enogastronomia da América Latina, no Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro. Informe-se: tel. (11) 2179-1199 ou www.prazeresdamesa.com.br

23, 24, 25 e 26 de outubro.Quatro dias que vão abalar

o mundo da gastronomia

Realização:

tendências

Gastronomia de São Paulo1º Forum Internacional de

www.petybon.com.br

Apoios: Apoio de mídia: Transportadora ofi cial:

Rádio ofi cial:

Gastón AcurioPeru

Jancis RobinsonMaster of Wine - Inglaterra

Philippe GobetFrança

Ken Oringer EUA

Quique DacostaEspanha

Patrocínio Ouro:

Page 12: Cyrela #07

13 C Y R E L A12

GA

LE

RI

A

Gran dees ti loLU XOS, COM POR TA MEN TO E AR TE

fluorescentes

Aalegria dosNão foi só na moda que as cores fluorescentes (cítricas)

ganharam espaço, anunciando o próximo verão. A de-

coração também ficou mais alegre com aqueles tons muito

conhecidos nos anos 80: verde-limão, laranja, azul, amarelo...

Às vezes basta um toque para sua casa ficar muito mais

alegre. Experimente um abajur laranja ou uma cadeira ver-

de. Para não errar, misture com o branco, que sempre dá uma

quebrada na ousadia. Vai ficar o máximo!

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Verde-limão, laranja, azul , amarelo... Moda nos anos 80, os cítricos invadem sua casa no verão

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C Y R E L A14

Recém-inaugurado no Rio de Janeiro, o Hotel Fasano traz a

assinatura do renomado arquiteto Philippe Starck que fez

um projeto em total sintonia com a cidade e com a visão do

restaurateur e hôtelier Rogério Fasano. Desde a fachada do pré-

dio de oito andares, acompanhando a arquitetura da orla da

praia, até a escolha dos móveis, selecionados no melhor espírito

do design brasileiro dos anos 1950 e 1960, tudo foi pensado

para se integrar ao espírito carioca de sofisticada descontração.

Localizado no coração da praia de Ipanema, em frente ao mar,

na avenida Vieira Souto, o Fasano combina o charme e sofisti-

cação do endereço mais valorizado da capital carioca com a

modernidade e a eficiência do design e do serviço.

Gran dees ti loLU XO S , COM P OR TA M E N TO E A R T E

DE

CO

RA

ÇÃ

O

Fasano Philippe Starckcom assinatura de

O Hotel Fasano do Rio resgata os áureos tempos dos anos 50 e 60 em plena Ipanema

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D esde há muito tempo a loja Mi-

Casa se diferencia das outras

grifes pelo seu projeto arrojado e op-

ção por parcerias com alguns dos

mais festejados arquitetos do Brasil,

como Arthur Casas, Marcio Kogan e a

turma da Triptyque. Mais recentemen-

te foi mais longe e inaugurou um es-

paço cultural anexo à loja. A função

é abrigar eventos de arte e cultura e

design contemporâneos, dando con-

tinuidade ao projeto de oferecer o

melhor em termos de informação aos

seus exigentes consumidores. O espa-

ço, um gigantesco cubo de concreto,

foi projetado por Marcio Kogan.

Decoração e culturaMiCasa abre espaço para eventos de arte, cultura e design contemporâneos

Espaço cultural da MiCasa leva a

assinatura do arquiteto

Marcio Kogan

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C Y R E L A18

Com o toque todo especial do chef Cás-

sio Machado, o novo Atlântico (uma

mistura de bar e restaurante para os desco-

lados acima de 30 anos) já virou mania no

Rio de Janeiro. De frente para o mar e loca-

lizado em Copacabana (na avenida Atlân-

tica, claro!), tem cardápio, decoração e

serviço sofisticados. Para os clientes senti-

rem o clima da casa, logo na entrada são

recebidos por um garçom e seu Oyster bar

volante, um welcome drink com ostras fres-

quíssimas que chegam num carrinho e são

abertas aos olhos dos freqüentadores. Para

acompanhar, vinhos chardonnay, espuman-

tes, saquê e dry martini. Chiquérrimo!

I loveCopacabana

Gran dees ti lo

O restaurante-bar Atlântico reverencia um dos bairros mais tradicionais do Rio

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Peças cheias de estilo Divertido

Chuveiro chiqueCom design da Equipe Studio IB, esse chuveiro pode ter acabamento cromado e até em ouro. Pode ser encontrado nas duas lojas da Interbagno, na avenida Cidade Jardim e no Shopping D&D, ambas em São Paulo.

R $ 7 5 6 ( A C A B A M E N T O C R O M A D O )TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150

WWW.INTERBAGNO.COM.BR

O banheiro é um ambiente que pode ter graça. E nada melhor do que esse porta-papel higiênico da marca francesa Phylones, conhecida por seus objetos lúdicos e com humor. Encontrado na loja Esencial.

R $ 1 5 8TEL.: (11) 3168-5601

WWW.ESENCIAL.COM.BR

Saboneteira Artisan, sofisticada e prática, feita em latão cromado. Mede 13 cm de diâmetro x 3 cm de altura. Encontrada na loja Crismoe, em São Paulo.

R $ 9 9TEL.: (11) 4615-8800

WWW.CRISMOE.COM.BR

Discreta

Page 21: Cyrela #07

LightsEstas saboneteiras, bem fininhas, vão bem em qualquer tipo de banheiro. Encontradas na Interbagno, em São Paulo.

D E R $ 1 0 2 A R $ 1 6 5TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150

WWW.INTERBAGNO.COM.BR

Este conjunto de latão cromado é de muita elegância e bom gosto e pode ser encontrado na lojas Interbagno, em São Paulo.

D E R $ 1 6 3 A R $ 2 2 4TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150

WWW.INTERBAGNO.COM.BR

De latão

LavatórioO lavatório Nascente é o primeiro com a tecnologia exclusiva de bica oculta da Interbagno. Mecanismos especiais fazem com que o jato forme uma parábola de água, criando um efeito lúdico com a forma desse vital recurso natural.

R $ 4 . 6 2 2 , 8 0TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150

WWW.INTERBAGNO.COM.BR

Page 22: Cyrela #07

Peças cheias de estilo

Porta-tudo

Transparência

Uma boa organização dá mais charme ao banheiro. E nada melhor do este conjunto que vem com saboneteira, porta-sabonete líquido, porta-escova, porta-algodão e porta-cotonetes.

D E R $ 1 6 9 A R $ 2 4 9 TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150

WWW.INTERBAGNO.COM.BR

Seu banheiro pode ganhar muito mais charme com estes produtos transparentes. São duas bandejas e um porta-sabonete líquido.

D E R $ 1 6 5 A R $ 2 9 4TELS.: (11) 3078-2666 E 3043-9150

WWW.INTERBAGNO.COM.BR

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Page 24: Cyrela #07

Torneiras com assinatura

Cabine de banho

Já imaginou ter em casa torneiras com a assinatura do designer Philippe Starck? Olha que charmosas estas peças que apostam em tecnologia de ponta, na racionalização do uso da água e na facilidade da instalação. Encontradas na Metalbagno, em São Paulo.

P R E Ç O S O B C O N S U L T ATELS.: (11) 3081-7006 E 3081-0120

WWW .METALBAGNO.COM.BR

Isso é para mais que um banho: o shower spa é uma cabine que vem com chuveiro acoplado no teto, ducha manual, assento com jatos verticais e para os pés, sauna úmida inteligente com controle digital de tempo e temperatura, som FM estéreo, entrada para CD e até receptor viva-voz de telefone. Encontrada na Heaven Spas.

R $ 1 9 . 4 9 0TEL.: (11) 5044-0846

WWW.HEAVENSPAS.COM.BR

Peças cheias de estilo

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aqnúncio revista cyrela 7/3/07 3:13:17 AM

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Perfil

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Entre tapas e beijos, o maestro John Neschling firma sua fama de temperamental, valoriza os músicos

brasileiros e coloca a Osesp no circuito internacional. Com isso, justifica o maior salário já pago a um funcionário público no Brasil

notas altaso maestro das

John Neschling é um sujeito grande. Mede pra lá de 1,90, tem um físico avantajado e a voz to-

nitruante de um tenor. A mistura de poder, decisão e temperamento difícil, no entanto, fez com

que ele adquirisse uma estatura gigantesca. Como diretor artístico e regente titular da Orques-

tra Sinfônica de São Paulo – a Osesp, o posto mais alto da música erudita nacional, Neschling é

considerado a figura mais controvertida da cidade e do governo do Estado neste momento. Tornou-

se o epicentro de notícias que giram em torno de um estremecimento silencioso com o governo,

da ruptura com seu regente-adjunto Roberto Minczuk e de ter um salário que o torna o funcioná-

rio público mais bem pago da história do país. Na vida pessoal, o recente casamento, com a escri-

tora Patrícia Melo, também foi fartamente noticiado nas revistas de celebridade.

Tudo isso, no entanto, pouco define o homem e o artista que transformou a Fundação Osesp

em uma organização com 270 funcionários, dos quais 170 músicos -- 40% deles estrangeiros de

19 países. Ou seja, quase o dobro da equipe que Neschling encontrou quando chegou ao cargo,

há dez anos, trazido da Suíça onde vivia, pelo então secretário da Cultura, Marcos Mendonça.

Para criar um batalhão de artistas impecáveis e enfrentar o batalhão do contra, Neschling cen-

tralizou todas as decisões. Para o bem e para o mal.

Para o bem: “Não há orquestra que chegue aos pés da Osesp na América Latina. Ela está che-

gando ao mesmo nível das cinco maiores dos Estados Unidos (Nova York, Boston, Chicago, Fila-

délfia e Cleveland)”, diz João Batista Natali, crítico de música erudita do jornal Folha de S. Paulo.

“Na Itália, não há orquestra do mesmo nível, nem mesmo a do Scala é melhor que a nossa.”

Os resultados das ações que Neschling empregou são indiscutíveis. Mas seus métodos, polê-

micos. Não fosse essa competência indiscutível, já teria sido apeado do cargo há algum tempo.

Seu estilo irascível e os enfrentamentos que protagonizou renderam muitas discussões em reu-

niões de gabinete – mas deram em nada.

O maestro foi empossado no governo Mario Covas. Quando Geraldo Alckmin tomou o cargo,

houve um exercício para substituir Neschling, mas amigos da música erudita e patrocinadores

da orquestra fizeram-no ficar, sob ameaça de subtrair os investimentos na casa. No atual gover-

no, os gênios autoritários do maestro e de José Serra já se confrontaram num embate surdo.

Jornais noticiaram que o governador não escondia seu desejo de afastá-lo do cargo e isso se

tornou público no concerto comemorativo das bodas de dez anos de trabalho do regente na

Osesp, em maio. A cadeira do governador ficou vazia e Neschling sentiu o golpe. Segundo a

coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, na época, após o concerto, os gritos do maes-

tro teriam ecoado para fora do camarim: “Por que eu tenho de sair, por que, por quê?” Referindo-

se à clara demonstração do governador de tomar-lhe o cargo.

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É tido como autoritário, arrogante e

egocêntrico pelos desafetos. Talentoso,

justo e homem de visão pelos simpati-

zantes. Aos críticos, diz: “Acho que sou

mandatário de uma autoridade que

exerço democraticamente. As críticas

fazem parte da profissão, quanto mais

na ribalta, maiores as críticas”. Sua car-

reira na Osesp é salpicada de cenas de

tango – o que lhe rende uma aura ainda

mais iconoclasta. Uma das mais passio-

nais dos últimos tempos foi a briga entre

Neschling e seu regente-adjunto, o ma-

estro Roberto Minczuk. Depois de algu-

mas negativas de Neschling para coman-

dar a parte artística do tradicional Festi-

val Internacional de Inverno de Campos

do Jordão (SP), Minczuk foi convidado

a assumir o cargo em 2003 e aceitou. Ao

comunicar a decisão a Neschling, os

dois quase se atracaram. Foram

gritos e insultos que ecoaram

por todos os cantos. Quem es-

tava na Sala São Paulo, naque-

le dia, conta que deu para

comprovar a acústica perfeita

do local. Neschling teria se irrita-

do com o colega, alegando que ele

ficaria sobrecarregado com mais uma

função. Além da Osesp, Minczuk tam-

bém regia orquestras no exterior.

Foi a gota d’água para o anun-

ciado fim de um casamento

conturbado que durou

oito anos. Minczuk tomou

outros rumos. Hoje, além

de cuidar do Festival de

Campos do Jordão, é

regente-titular e diretor

artístico da Orquestra Sin-

fônica Brasileira.

Por estas e outras, quando chega à Sala São Paulo,onde promove os ensaios e des-

pacha a papelada administrativa, cochichos aflitos entre os músicos correm, alertando

contra o perigo: “O Deus chegou... o Deus chegou”. Todos se colocam em posição de

sentido e preparam os músculos para a tensão que se seguirá invariavelmente. Nada

incomum, durante os ensaios, que gritos, xingamentos e ofensas do maestro misturem-

se à diapasão dos violoncelos, trombones e tímpanos. A margem de tolerância a erros

do maestro é, segundo seus músicos, zero. “Tem gente aqui que agüenta o jeito dele

tomando remédio. Eu não tomo, mas quando saio dos ensaios abraço uma árvore por

quarteirão”, diz uma música da casa. Quem tem salário, ali, tem medo.

Uma de suas primeiras medidas à frente da Osesp foi demitir os 95 músicos da or-

questra e dar o seguinte recado: quem quisesse ficar teria de passar por uma audição

comandada por ele. Concedeu seis meses para que se preparassem. Setenta músicos

inscreveram-se, só 42 ficaram. Os demais, ou não passaram pelo crivo de Neschling ou

se recusaram a submeter-se às suas ordens. “Foi um critério justo, era preciso acabar

com esse negócio de contratar o amigo do amigo”, diz um crítico da área, que como

quase todo mundo convocado a falar do maestro preferiu manter o anonimato.

Seu estilo de reger e gerir é ameaçador, completamente diferente do jeito doce de

ser do maestro Eleazar de Carvalho, a quem substituiu. “A mudança foi imensa. O Elea-

zar de Carvalho era um grande regente, mas não conseguiu fazer as mudanças de es-

trutura na orquestra que Neschling fez”, diz Elizabeth Del Grande, musicista e solista de

tímpano da Osesp. Na orquestra desde 1973, Elizabeth foi uma das que se inscreveram

para a audição e foi aceita na equipe de Neschling. Segundo ela, a diferença de relacio-

namento entre músicos e o maestro foi radical. “O Eleazar chamava todos os músicos

de ‘professores’, era meu amigo; tínhamos liberdade com ele. Com o Neschling não há

essa abertura.” Ela mesma reconhece, porém, que Neschling é determinado, diz que vai

fazer e faz, mesmo que isso custe algum sangue de seu fígado. Também é duro e infle-

xível na lida com políticos – luta pela profissionalização da música erudita, sem rodeios.

Em entrevista recente à revista Bravo, disse: “Eu rejo a orquestra, não o governador”.

O maestro Eleazar, segundo músicos que viveram as duas gestões, era suave, educado

e respeitoso. Sempre “arrumadinho”, se dirigia aos políticos polidamente pedindo me-

lhorias. “Não as conseguia e ainda agradecia”, diz um músico que viveu os dois momen-

tos. “O Neschling é do tipo de dar murro na mesa e conseguir o que quer”, diz Elizabeth.

De fato, antes de Neschling havia um descaso com a Osesp. A vinda dele se deu após a

morte do maestro Eleazar, em 1996, que ficou vinte anos à frente da orquestra paulista.

“Para ser maestro é preciso ter grande poder de decisão e expressá-lo com pragmatismo.

Com autoridade ou como um autoritário”, diz o maestro Gil Jardim. Ele considera Neschling

Perfil

Page 29: Cyrela #07

estudo. Faltava política pública decen-

te”, diz um ex-funcionário do governo

do Estado.

Descendente de uma família de inte-

lectuais judeus da Europa – sobrinho-

neto do grande compositor austríaco,

Arnold Schoenberg -- culto, poliglota e

dono de uma carreira construída em

grande parte fora do país, Neschling é

um maestro consagrado no circuito

mundial de música erudita. Foi diretor

artístico e regente titular do Teatro São

Carlos de Lisboa, do Sankt Gallen, da

Suíça, do Massimo, de Palermo, na Itália,

e da Ópera de Bordeaux, na França. Foi

ainda maestro residente na Ópera de

Viena, onde regeu a gravação do Gua-

rany, de Carlos Gomes, com a Orquestra

da Beethovenhalle, de Bonn, tendo Plá-

cido Domingo no papel de Peri.

Há quem o ache melhor administra-

dor do que regente. O interessante é que

aos 14 anos, quando decidiu ser músico,

fez um teste vocacional que apontou

dois caminhos: administrador e músico.

Justamente o perfil ideal para colocar a

Osesp na ribalta. “Ele é um chefe que

centraliza e se responsabiliza. Desde o

papel higiênico até o último respiro do

palco ele sabe, e ele cuida”, dizem fun-

cionários da casa. É exigente ao extremo.

“Ele não permite que as pessoas se aco-

modem”, afirma o funcionário.

um divisor de águas na música erudita brasileira. “Ele trouxe parâmetros até então não

experimentados e a noção de que a música precisava de grandes investimentos.”

Ao ser procurado por Marcos Mendonça, há dez anos, John Neschling estava num

bom momento da carreira. Vivia na Suíça e estava à frente de orquestras e de um

teatro de ópera europeus. Resistiu ao convite num primeiro momento, mas acabou

aceitando sob duas condições: exigiu uma sede própria, com a qualidade acústica

de Primeiro Mundo, e a garantia de internacionalizar os salários dos músicos. Foi

atendido nas duas solicitações. Na época, os músicos da Osesp ganhavam pouco

mais de R$ 1.000 por mês, hoje ninguém recebe menos de R$ 7.700. “Estão equipara-

dos ao mesmo nível do salário dos músicos das consagradas sinfônicas de São Fran-

cisco e de Boston”, diz o maestro.

Quanto à sede própria, ela foi construída na estação ferroviária Júlio Prestes e bati-

zada de Sala São Paulo, tornando-se o cartão-postal que enche a cidade de orgulho.

Antes de sua inauguração, em 1999, os paulistanos puderam assistir ao primeiro concer-

to da Osesp sob a batuta do Neschling, ainda no próprio prédio da Estação Júlio Prestes.

Onde hoje fica o palco e a platéia existia um jardim aberto, com uma agência do Ba-

nespa e três coqueiros. Ali foi improvisado um palco e desmontado imediatamente após

a pré-estréia, como que demarcando a contagem regressiva para o início da construção

da sala pleiteada por Neschling. Mas só mesmo quando as obras começaram, consu-

mindo R$ 37 milhões e se arrastando por dois anos e meio de barulho e poeira é que

os músicos se deram conta de que a palavra do maestro valia quanto pesava. “Aquilo

foi um ganho fantástico para todos nós e para a cidade”, diz a musicista Elizabeth.

A fama de inflexível do maestro corre mundo. Em entrevista ao jornal francês Le

Monde, declarou-se intratável quando o assunto é disciplina. “Depois de três atrasos

ou ausências injustificadas, é rua”, disse. Mas muitos músicos aprenderam a entender

o maestro. Suas reações intempestivas, segundo eles, não são de ordem pessoal. “Com

a chegada do Neschling alcançamos outro patamar. A Osesp nunca havia saído do

país, nunca tinha gravado um disco, os instrumentos eram velhos, não havia salas de

Neschling se prepara antes de encarar a platéia.Ensaio na Sala São Paulo (pág. ao lado)

Neschling: "Quanto mais na ribalta, mais críticas"

Page 30: Cyrela #07

PerfilEsses são alguns dos fatos que alimentam as justificativas para o salário de R$ 100 mil

que Neschling recebe por mês. O salário, realmente o melhor que um funcionário

público brasileiro jamais ganhou, é omitido ao público de todas as maneiras possíveis.

Há até um folclore que corre entre funcionários do gabinete do governo, segundo o

qual o valor é passado de um governador em fim de mandato para o outro que o

assume, ao pé do ouvido, como segredo de Estado. O maestro Gil Jardim, chefe do

departamento de música da Universidade de São Paulo e diretor artístico da Orques-

tra de Câmara da USP, no entanto, diz que ele ganha o que qualquer maestro de seu

nível ganharia, em qualquer parte do mundo. “Temos é que botar a boca no trombo-

ne pelos que ganham mal e não ficar criticando quem ganha bem”, diz Jardim. “Eu

não sei quanto ele ganha, não me interessa. Se ele ganhasse muito e seus músicos

fossem mal remunerados, aí seria um absurdo. Mas se contribui para que seus músicos

ganhem algo justo, tudo bem”,diz a musicista Elizabeth. O salário é relativo ao de

outros profissionais do seu nível fora do Brasil. Os regentes da Filarmônica de Nova

York e Sinfônica de Boston chegam a ganhar mais de U$ 5 milhões por ano.

“As críticas ao meu pai são fruto da inveja e ignorância”, diz Pedro Neschling, filho do

maestro com a atriz Lucélia Santos. “Para o trabalho que ele faz, acho até pouco”, afirma.

Aqui, um detalhe do lado família de Neschling. Ele também é pai de Benjamin, filho

adotivo de seu casamento com a flautista australiana Bridget Bolliger. Longe do garoto

que mora na Austrália, ele disputa a guarda do menino. Fala pouco, concede uma ou

outra entrevista (veja quadro) e quando o assunto é salário costuma perder a paciência.

Em uma entrevista recente disse: “No Brasil, os grandes animadores de tevê, que fazem o

que há de mais baixo, vil e torpe, ganham por mês o que eu ganho por ano!”

O homem de ferro da Osesp tem participação direta na criação do Centro de Docu-

mentação Maestro Eleazar de Carvalho, de uma editora de partituras e na formação de

coros de câmara, juvenil e infantil. Assim como implantou projetos educacionais que

trazem cerca de 40 mil alunos da rede pública de ensino à Sala São Paulo por ano, para

assistir a concertos didáticos e ensaios abertos. O fato

mais notório e reconhecido internacionalmente foi o de

Neschling ter colocado a Osesp no circuito nacional e

internacional da música erudita. “Já levamos a Osesp a

dezenas de cidades, desde Guarulhos até Viena, para to-

car no Musikverein, um dos berços da

música clássica”, diz Neschling.

Este ano o Le Monde não poupou

elogios ao maestro e sua orquestra du-

rante uma turnê em Paris. Saiu com um

título bombástico: “Um milagre musical

proveniente de São Paulo”. A reportagem

exaltava ainda a qualidade da Sala São

Paulo. “Uma sala de concerto montada

numa estação de trem, uma das mais

incríveis instalações arquitetônicas de-

dicadas a um auditório de música clás-

sica: no hall, um vidro grosso separa os

melômanos (aficionados por música),

dos viajantes”, diz o autor da reportagem.

E ainda: “Villa-Lobos teria amado ouvir

ali o seu famoso O Trenzinho Caipira”.

A imprensa americana endossou. Na

turnê do ano passado, o jornal Daily News

classificou o espetáculo como “magnífico”.

E numa temporada anterior, o The New

York Times frisou a reestruturação da or-

questra e ressaltou a química do maestro

com os músicos. Por aqui, Neschling tam-

bém tem seus fãs. A mezzo soprano Luisa

Francesconi, que já teve oportunidade de

gravar um CD com o maestro, conta que

em agosto durante uma turnê da Osesp

pelo Rio de Janeiro presenciou uma cena

comovente. “Ele teve de voltar quatro vezes

ao palco para um público enlouquecido”,

diz Luisa. Ela admira o fato de Neschling

Momentos de descontração:a cada ano o maestro recebe 40 mil crianças da escola pública para mostrar seu trabalho. Ao lado, com Pedro Neschling, seu filho com a atriz Lucélia Santos

Page 31: Cyrela #07

levar a música brasileira clássica aos mais

variados palcos, contemplando composi-

tores como Heitor Villa-Lobos e Mozart

Camargo Guarnieri.

Amante da música clássica, Manoel

Beato, o sommelier do Grupo Fasano, tam-

bém se diz admirador do maestro. “Só

passei a acompanhar o trabalho da Osesp

depois da criação da Sala São Paulo e da

chegada do Neschling", diz Beato. Ele é

um dos 11 mil assinantes que a Osesp

conquistou na última década, o que em

si é a indicação de progresso: as primeiras

apresentações de Neschling, ainda com

a sala em construção, tinham mais músi-

cos no palco do que gente na platéia.

Tudo indica que Neschling não erra,

não comete gafes, não pisa na bola? Não,

não é bem assim. Pisa, mas segundo reza

a lenda na Sala São Paulo, a vaidade não

o deixaria admitir. Certa vez, a orquestra

apresentou o poema sinfônico Marabá,

do maestro brasileiro Antônio Francisco

Braga (1868-1945), e no meio do progra-

ma, Neschling errou na condução. Foi

uma cena constrangedora. Segundo um

especialista que assistia ao espetáculo,

os músicos olhavam para ele sem saber

o que fazer e aos poucos os instrumen-

tos foram emudecendo. Neschling não

perdeu a pose. Virou para o público,

desculpou-se e justificou o equívoco

dizendo que como a peça não era to-

cada no Brasil há oitenta anos, os mú-

sicos ainda não estavam habituados

com a partitura. Reiniciou a apresenta-

ção. Perplexos diante da desculpa acu-

satória, os músicos voltaram a tocar –

impecavelmente, até a última nota. E o

maestro foi ovacionado.

(Colaborou Carla Araújo)

Neschling por NeschlingNesta entrevista a Cyrela, o maestro fala do seu momento de vida, de vaidade e da qualidade dos músicos no Brasil.

Você já declarou em uma entrevista que “as delícias da vida de regente vêm ao ultrapassar

os 60 anos, e o inferno é chegar até ele”. Recentemente, você se casou com a escritora

Patrícia Melo. Como vê a vida aos 60? O que foi mais difícil até aqui?

Neschling – Após os 60 anos vejo a vida como uma gorjeta! Daqui para a frente tudo é lucro.

Com relação ao que foi mais difícil, a resposta mais honesta que posso dar é que o mais

difícil foi chegar inteiro até os 60. Bem casado, feliz, saudável e íntegro!

Você é vaidoso? Gosta de se vestir bem, se preocupa com a forma física, segue

alguma dieta especial?

Neschling – Sou vaidoso, sim, mas é uma vaidade completamente diferente da convencio-

nal. Não me preocupo com roupas e grifes, tampouco com a forma física. A dieta especial

que sigo é comer bem e, se possível, de forma saudável. Procuro, sim, cuidar da saúde, mas

isso não me mantém refém de nenhum tipo de privação ou sofrimento.

Você se considera o verdadeiro pai da Osesp? O que significa estar à frente de uma orques-

tra tão importante? Já existe alguém capaz de sucedê-lo?

Neschling – Não sou nem posso me considerar o pai da Osesp. Essa orquestra já existia

muito antes da minha chegada. Sou, certamente, a mola propulsora da reestruturação

que teve início em 1996 e que trouxe à Osesp uma nova dinâmica. Para mim, estar aqui

significa trabalhar arduamente todos os dias para dar continuidade a um grande projeto.

De qualquer forma, já estive à frente de outras importantes orquestras e o trabalho e

dedicação devem ser os mesmos em todas elas. Quanto a existir alguém capaz de ocupar

meu lugar... sempre existe alguém tão bom ou melhor que você. Difícil é achar! (rs)

Você já pensou em deixar a Osesp? O que o fez mudar de idéia?

Neschling – Acredito que todas as histórias têm um começo, meio e fim. Entretanto, penso

apenas teoricamente, por isso nunca precisei “mudar de idéia”. Para “mudar de idéia” seria necessário tê-la levado adiante e isso nunca aconteceu.

Você se arrepende de algo que tenha feito ou que tenha deixado de fazer?

Neschling – Arrependo-me de muitas coisas. Mas não há a possibilidade de voltar atrás!

O Millôr diz que “a vida é uma história escrita com caneta BIC”, não a lápis.

Como você vê a formação dos músicos eruditos no Brasil? Qual a melhor escola? Temos

músicos qualificados para tocar qualquer instrumento no país?

Neschling – A questão do ensino musical no Brasil é um problema gigantesco, enor-

me e não pode ser abordado de forma superficial numa única entrevista. Seria

leviano da minha parte. Para tratar desse assunto precisaríamos de um seminá-

rio. Escolas existem, mas falta ensino de base.

Você se formou no exterior. É fundamental estudar fora do Brasil para se tornar um mú-

sico erudito de primeira categoria?

Neschling – Não é fundamental, pode ser um diferencial. A troca de experiências e o con-

tato com outros músicos é muito importante.

Maestro em geral passa a imagem de uma pessoa brava, impaciente? Devemos temê-los?

Neschling – Não, de forma alguma! Devemos amá-los (risos).

Foto

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ré C

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Apresentação da Osesp na Sala São Paulo

Page 32: Cyrela #07

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Page 33: Cyrela #07

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Page 34: Cyrela #07

SaladeEstar

Paulo Cesar de Araújo é fã de Roberto

Carlos e autor da biografia do ídolo: documento

histórico sobre a MPB

Page 35: Cyrela #07

uando o baiano Paulo Cesar de Araújo nasceu, em Vitória da Conquista,

em 1962, o capixaba Roberto Carlos Braga estava no Rio de Janeiro

tentando a sorte como cantor. No ano seguinte, enquanto Paulo ensaia-

va os primeiros passos aos embalos de Splish Splash e Parei na Contra-

mão, Roberto começava a chamar a atenção dos brasileiros. Todos queriam

saber quem era o garotão que levava os jovens à loucura e deixava os mais

velhos ressabiados. Dois anos depois, Paulo já brincava na rua quando Quero

que Vá Tudo pro Inferno chacoalhou o Brasil. Roberto ganhava prestígio com

sua irreverência e Paulo, um ídolo para sempre.

Roberto não imaginava chegar tão longe. Nem Paulo. Ambos são de origem

humilde. O pai de Roberto era relojoeiro e a mãe costureira. Paulo tinha pai

operário e mãe doméstica. Os dois deixaram suas cidadezinhas aos 16 anos

para tentar a sorte na capital. Roberto lutou muito para se tornar um cantor de

sucesso. Enfrentou a rejeição dos conservadores e da elite intelectual carioca.

Não se intimidou. Cantou Dolores Duran e João Gilberto em boates do Rio, em-

placou o rock’n’roll no programa Jovem Guarda, da Record, e partiu para as

baladas românticas, estilo que jamais abandonaria.

Enquanto isso, Paulo conduzia sua batalha pessoal. Os pais separaram-se quando

ele era pequeno. Paulo, o irmão e a mãe foram tentar a vida em São Paulo. Ele cresceu

trabalhando, mas enfrentou a dupla jornada para se formar em jornalismo e história.

Nos últimos quinze anos dedicou-se a desvendar os caminhos percorridos pelo ídolo.

Entrevistou mais de 250 pessoas ligadas à MPB, de Tom Jobim, João Gilberto a Chico

Buarque. Ligou para todos do orelhão de frente de sua casa, em Niterói (RJ), onde

mora com a mulher, Liliane, a filha, Amanda, e a mãe, Auresina. A Biblioteca Nacional

do Rio de Janeiro virou seu segundo endereço.

Roberto e Paulo são vitoriosos. O primeiro virou rei da MPB. O segundo não chegou

a tanto, mas venceu na vida. Mestre em Memória Social, Paulo leciona história na

censurado O Em pleno século 21, Paulo Cesar de Araújo teve o livro Roberto Carlos

em Detalhes apreendido pelo ídolo. Seu erro: paixão e dedicação

rede pública de ensino em Niterói. É

autor de Eu Não Sou Cachorro Não, so-

bre a censura aos cantores bregas na

época da ditadura militar, e Roberto

Carlos em Detalhes. Este, um verdadei-

ro tratado sobre o período recente da

MPB, que traz o Roberto como fio con-

dutor da história. Além do valor histó-

rico e de uma aula de jornalismo, o li-

vro é uma declaração de amor ao rei.

Por um capricho da vida, Roberto

Carlos em Detalhes acabou contrapon-

do autor e personagem. Roberto sentiu

sua privacidade invadida e levou Paulo

aos tribunais. Venceu a primeira bata-

lha: a venda do livro está proibida. Pau-

lo tentou de tudo para evitar o desfe-

cho. O rei não cedeu. Roberto arrumou

um problema: o que fazer com os 11 mil

livros apreendidos e guardados num

depósito? Paulo ganhou uma causa: o

direito de republicar seu livro.

Roberto Carlos em Detalhes é o traba-

lho mais importante da vida de Paulo.

A obra é talvez a homenagem mais sin-

gela e pura que o rei já recebeu em toda

a sua vida. Quando o livro acaba, dá

Page 36: Cyrela #07

vontade de sair correndo para uma lo-

ja de discos e comprar todos os CDs do

rei. E, é claro, torcer para que essa his-

tória tenha um final feliz para todos.

Acompanhe a seguir uma conversa

franca e comovente com o autor de

Roberto Carlos em Detalhes, realizada

numa agradável tarde de agosto no Ca-

fé Odeon, na Cinelândia, o coração da

Cidade Maravilhosa.

Você entrevistou 250 pessoas da MPB durante quinze anos para escrever Roberto Carlos em Detalhes. Qual o depoimento mais marcante? Um depoimento fundamental foi o de

Evandro Ribeiro (ex-chefão da CBS,

gravadora do Roberto Carlos). Ele

nunca tinha dado entrevista. Fiquei

seis meses tentando fazer com que me

recebesse. Um dia ele aceitou. Estava

aposentado na época, hoje já faleceu.

Outro depoimento importante foi o de

Carlos Imperial, figura polêmica. Ele

me deu uma entrevista de cinco horas

em sua casa, sete meses antes de mor-

rer. Imperial foi a única pessoa que

acreditou que aquele cara suburbano,

interiorano, deficiente físico, tímido e

de voz pequena pudesse ser um astro.

Até porque o padrão na época era de

cantores que esbanjavam voz como

Orlando Silva e Dalva de Oliveira. Ou-

tra entrevista importante foi a da Fifi-

nha, amiguinha do Roberto e única

que estava com ele no dia do acidente

de trem. Pela primeira vez o acidente

foi revelado em detalhes e de forma

precisa. Fifinha é dona-de-casa e mora

em São Paulo. Foi difícil, ela nunca ti-

nha dado entrevista.

SaladeEstar

Você falou com parentes do Roberto?Não. Queria entrevistar Roberto Carlos. Se me recebesse, iria dizer a ele que

queria entrevistar um irmão, um filho. Até a família dele eu preservei.

Você foi para Cachoeiro do Itapemirim? Ficou emocionado?Sim, fiquei uma semana na cidade. Fui até a casa em que ele nasceu, fiz o cami-

nho da escola das freiras, do outro colégio, visitei e conversei com o pessoal da

rádio onde ele começou. Senti o ambiente. Só não peguei o trem que vinha para

o Rio porque não existe mais a linha.

Quantas vezes você viu Roberto pessoalmente? Já tentou um reencontro após a censura do livro?Fui em todas as coletivas do cantor desde 1990. Eu me infiltrava no meio dos

jornalistas e colhia as informações. Não fazia pergunta porque não estava ali como

convidado. Só que percebia que muita coisa que ele falava não saía publicado, o

que saía eram coisas mais factuais do novo disco. Histórias da vida dele não saía.

O único contato mais próximo com o Roberto foi quando fui à casa dele levado

pelo meu amigo, o jornalista Lula Branco Martins (Jornal do Brasil).

Você vai a shows do Roberto Carlos? Como é seu lado fã do Roberto?Depois do episódio, ligaram dos jornais perguntando se eu iria ao show dele no

Canecão, o primeiro depois da proibição do livro. Não fui, como não fui a vários

outros shows. Não sou aquele fanzoca que só gosta do seu ídolo. No interior da

Bahia, nos anos 70, tocava no rádio Roberto, Tom, Chico, Valdick Soriano. A voz

com a qual eu me identificava era a do Roberto. Até porque na minha infância

só o Roberto foi lá na minha cidade e isso ficou marcado. Mas eu me emociono

ouvindo João Gilberto e muitos outros também.

O que exatamente o Roberto Carlos não gostou do seu livro?Pela forma como ele agiu, por tudo o que ocorreu na audiência (no Fórum da Barra

Funda em São Paulo, em abril deste ano), estou convencido de que não gostou do

livro todo. O Roberto não queria uma biografia porque queria fazer essa biografia

quando e da forma que bem entendesse. Passaram vinte anos e ninguém fez, trinta

anos, quarenta anos e nada. Acho que ele não gostou foi do fato de ter surgido um

livro de um autor que ele não tinha nenhuma referência, sem que tivesse dado aval.

Tudo mais foi pretexto para proibir o livro. Se não tivesse o caso Maria Rita, iria im-

plicar com o caso Maria Joana, ou o caso Fernanda... Ele não quis conversa, concilia-

ção, revisão. No processo acusa-me de crime material, argumentando que meu livro

saindo antes tira a originalidade da biografia que pretende escrever um dia; os fãs

não vão querer comprar um próximo livro e assim o artista terá lucros futuros meno-

res. Falta a ele a compreensão de que o livro que pode fazer é um livro de memórias

Page 37: Cyrela #07

e o meu é um livro de história. Contextualizo a obra do Roberto Carlos dentro da

música brasileira, do pop internacional, da sociedade e da política brasileira.

Então ele achou que você quis se aproveitar dele, a proibição tem a ver com dinheiro?

Tem uma preocupação com dinheiro. Está dito lá no processo. Mas tem a ver tam-

bém com a visão que ele tem da carreira. Roberto já se acostumou com a idéia de

mito, é normal, está há quarenta anos como mito da música brasileira. É claro que

ele quer que se conte uma história mitológica dele, aquele cara predestinado por

Deus a ser um sucesso. E no meu livro mostro além do mito, um Roberto demasia-

damente humano. Que chora, que sofre, que teve portas fechadas. Mostro que por

vários momentos sua carreira poderia não ter acontecido. A vida é feita de conflitos

e contradições. E ele, com talento, determinação e sorte, conseguiu consagrar-se.

O que ficou de fora do seu livro que você não quis publicar?Coloquei tudo o que considerei relevante. Existem fatos que eu não tinha provas,

suposições, mas tive a preocupação de falar só aquilo que eu tinha documentos

para provar. Por isso é que no processo não puderam me processar por calúnia.

Roberto sabe que tudo o que está no livro é verdade.

Por exemplo, fala-se que a canção Detalhes não é

do Roberto, que alguém fez e ele pagou. Passei

quinze anos perguntando: vem cá, essas mú-

sicas são do Roberto? Todas as fontes e do-

cumentações confirmaram que as músicas

que ele compôs são dele.

Como é seu processo de trabalho? Não tenho nenhum prazer em es-

crever, pra mim é um sofrimen-

to, sempre foi. Meu prazer é

pesquisar. Eu ia para a Biblio-

teca Nacional do Rio, chega-

va às 8 da manhã e ficava

até as 10 da noite. Se deixas-

sem ficava lá até de ma-

drugada, abrindo jornais antigos...

Fui escrevendo, parava, pesquisava.

A gente não acaba um livro, pára.

E a história que você ligou para o Tom Jobim do orelhão. Você não tinha telefone? Esse negócio de telefone pra todo mun-

do só veio depois da privatização. Li-

guei para o Tom, ele ouviu as fichas

caindo e me perguntou se eu estava no

orelhão. Disse que sim e então ele falou,

vem pra cá. Liguei para a casa do Cae-

tano e foi ele quem atendeu. Liguei pa-

ra o Tom e ele atendeu. O Chico Buar-

que, caía numa secretária eletrônica. Já

com o Roberto eu tinha de falar com a

secretária, o assessor de imprensa,

com o empresário. Os outros persona-

gens liguei do orelhão.

"Roberto atinge o porteiro, a empregada doméstica e o Abílio Diniz. Isso é talento"

Erasmo Carlos e Roberto

Page 38: Cyrela #07

SaladeEstar

Você continua fã do Roberto Carlos? Sempre tive a visão crítica desse

negócio de fã. Fui um fã normal.

Talvez pelo fato de não acreditar

em Deus, em alma, em espírito, em

disco voador. O que aconteceu

com o Roberto é que ele infeliz-

mente faz parte daquele contin-

gente da população brasileira que

não tem o hábito de ler. Não tem

intimidade com o livro. Só alguém

assim para proibir o livro da forma

como fez. Sei do talento e do caris-

ma do Roberto, mas sei das suas

limitações e contradições. Se ti-

vesse intimidade com livros, claro

que não levaria 11 mil exemplares

para um depósito para destruir ou

sei lá o que vai fazer com eles. La-

mento tudo isso. Mas não tenho

nenhum problema de ouvir as can-

ções do Roberto. Quando ouço

lembro da minha infância e me

emociono da mesma forma, volto

para a rua em que eu morava, a

poeira da rua, os meus amigos.

Nada disso mudou.

O que você admira no Roberto Carlos e o que não gosta?O que não gosto, o que o prejudica, são as tais manias e superstições, que limitam o

artista. O que admiro é o compositor, nesse sentido vou na contramão da crítica que diz

que ele é um cantor superlativo e um compositor menor. É um grande cantor, mas o que

o mantém são suas composições. Tem canções na medida exata. Odair José, Daniel,

atingem a grande massa, mas não o segmento sofisticado da população. De outro lado

Chico, Caetano, artistas geniais, atingem mais a classe média intelectualizada.

É por isso que Roberto é nosso rei? Claro. Ele conseguiu fazer canções que atingem o porteiro, o cara que mora no

barraco, o Abílio Diniz e o Antonio Ermírio de Moraes. Isso é talento.

O Roberto é uma pessoa ética?Há um consenso de que ele é uma pessoa boa. Ninguém falou o contrário.

Existe um tipo de mulher que atrai o Roberto Carlos?O Roberto diz que quando ele ama, ama pra valer. Antes da Nice, namorou a Magda

Fonseca, para quem fez Quero que Vá Tudo pro Inferno, que é acima de tudo uma canção

de amor. Aí ele conhece a Nice e o maior amor do mundo, que está em Como É Grande

o meu Amor por Você: “nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infi-

nito...” Fez Amada Amante, sobre um amor sem preconceitos. Ele enfrentou o precon-

ceito, a Nice era mais velha, casada e com uma filha, numa época em que casamento

era sagrado. Depois conhece a Myrian Rios e canta “eu preciso de você mais que tudo

em minha vida....”. Daí casa com a Maria Rita e vive o drama da sua morte. Cantou tudo

isso, revelou intimidades e me acusa de invasão de privacidade?

Você diz no livro que ele foi uma criança alegre, sempre contou com o apoio da família. De onde vem a tristeza dele? Ele tem o olhar triste típico dos românticos. Essa imagem está muito cristalizada

nas capas de disco do gênero. Não me lembro de Antonio Marcos e Orlando Silva

sorrindo. A Ivete Sangalo canta axé e está sempre rindo. Mas Roberto é um cara

bem-humorado. No depoimento dos amigos, dizem que Roberto é brincalhão. Nas

entrevistas é que está sempre triste.

As pessoas em geral acham exagerado o amor do Roberto Carlos pela Maria Rita?Os estudiosos dizem que a viuvez tem tempo determinado. Ele vive isso cantando

o amor eterno. Definiu que vai viver eternamente amando a Maria Rita.

Mas isso não é doentio?Prefiro ver como uma coisa positiva, do amor eterno por alguém. Ele quer ser

coerente com esse amor. É bonito num mundo em que tudo é tão descartável, os

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amores, os romances, o casamento. Ele está na contramão. Agora, se fosse seu

empresário, acharia ruim. Deve ter fã que não agüenta mais ouvir canções falando

de Maria Rita. Mas acho bonito. O amor pra mim nunca é ruim.

Quem são os amigos mais próximos de Roberto Carlos. Ele tem um melhor amigo?Com certeza não é o Erasmo Carlos. Erasmo e Roberto são mais uma sólida parce-

ria musical. O próprio Erasmo diz que eles se vêem pouco, basicamente quando

vão compor, que a amizade deles é acima disso tudo. Tem o Dedé, o baterista dele,

os dois estão juntos desde 1962.

Ninguém mais íntimo, aquele cara que você liga quando está mal?Diante do episódio do livro, uma pessoa escreveu na internet: “Roberto Carlos é

um homem sem amigos”. Será que ele não tem quem diga: Roberto, que absurdo

que você está fazendo, isso é ruim pra você, pra sua imagem? Amigo que tenha a

franqueza de falar? Talvez não tenha.

Você fala que Roberto Carlos sempre acertou nas decisões que tomou na carreira e que o maior erro dele foi a proibição do seu livro. Teve outros?Ele sempre teve o timing de tomar as decisões certas na hora certa. A adminis-

tração da sua carreira é perfeita, tem empresário, mas é ele quem dá a palavra

final. O Evandro Ribeiro me falou que o Roberto tomava as decisões erradas e

dava certo. Ele decidiu ir para o festival de San Remo e ganhou. Assinou contra-

to com a Globo por conta própria e está lá até hoje. Portanto, posso falar com

toda a certeza de que o maior erro dele foi a proibição do meu livro. Prejudicou

sua imagem, ele que sempre foi cuidadoso com isso, que não se metia em políti-

ca para não arrumar problema. Faltou alguém para alertá-lo para esse erro. Nes-

sa altura, todo mundo só diz amém a ele.

Você disse que o Roberto foi mal assessorado....Faltou um Tony Blair para Roberto. O filme A Rainha (do britânico Stephen Frears)

mostra que quando Lady Dy morreu a rainha não quis ir ao funeral. Daí a imprensa

começou a bater na monarquia. Lá no palácio todo mundo apoiou a decisão da

rainha. Daí o Tony Blair liga para a rainha e diz que o mundo está emocionado com

a morte da princesa. Ela acaba cedendo. Faltou ao Roberto alguém com visão

moderna, com autoridade.

Qual é sua música preferida do Roberto Carlos?(Depois de pensar um pouco.) As Curvas da Estrada de Santos.

Você se sentiu abandonado pela sua editora, a Planeta?Claro.

Teve alguma situação hilária nas conversas entre os advogados da Planeta e do Roberto Carlos que vo-cê presenciou? Não tive a menor vontade de rir, só

de chorar. Saí chorando da audiên-

cia que proibiu a venda do livro.

Você chora fácil? Não, mas essa foi a situação mais difícil

da minha vida profissional. Nunca pen-

sei que fosse viver isso. Logo que entrei

no elevador do Fórum da Barra Funda

tinha um cara algemado que havia par-

ticipado de uma chacina na periferia de

São Paulo. Pensei: meu Deus, o que es-

tou fazendo aqui... Os advogados até

disseram que esse tipo de processo só

chega à área cível. Mas o Roberto ino-

vou, talvez para me intimidar partiu

com tudo. Abriu um processo cível aqui

no Rio e um criminal, em São Paulo.

Na última Feira Internacional do Li-vro (Flip), durante um debate com os biógrafos Fernando Moraes e Ruy Castro, vocês decidiram fazer um ma-nifesto em favor da liberdade de ex-pressão. O que pede o documento?Nosso objetivo é sensibilizar o Con-

gresso para fazer a Constituição

valer. Está claro na Constituição o

direito à liberdade de expressão,

sem necessidade de pedir licença.

Page 40: Cyrela #07

Ao mesmo tempo tem um outro artigo

que fala do direito de imagem. Então

vira um conflito. O que tem ocorrido

no Brasil é que a Justiça tem optado

pelo outro lado, o que levou o Moraes

a dizer que estamos vivendo uma di-

tadura togada. Eles têm de colocar lá,

de forma clara, que deve prevalecer o

direito à informação e à liberdade de

expressão. Tem o limite, a calúnia. Te-

mos de ser responsáveis pelo o que

escrevemos. Não é o caso do meu li-

vro, que não tem calúnia. Daí o sujeito

fica incomodado porque meu livro

saiu antes do dele, o que que é isso?

A proibição do livro teve manifesta-ções internacionais?O mundo está perplexo. Dei entrevistas

para o México, a Argentina e os Estados

Unidos. Eles estão lendo o livro, elo-

giando, dizem que começam a entender

melhor a MPB, a importância do papel

do Roberto nela. Um jornalista mexica-

no chegou a me dizer que não sabia que

o Roberto era brasileiro, pensou que

fosse boliviano. Nos Estados Unidos,

como todo mês sai uma biografia não-

autorizada, estão perplexos.

Você é historiador, jornalista e profes-sor? Recebe pelas palestras que faz?Sou professor da rede pública. Faço

várias palestras. Em algumas ganho cachê, em outras, passagem e hospeda-

gem. Priorizo o debate e a contextualização. Faço palestras desde Eu Não Sou

Cachorro Não. No livro mostro que os cantores bregas foram vítimas da dita-

dura, toda música amorosa mais picante era censurada. A censura era de ordem

moral também. Agora é que sinto a censura na pele. Sou, até agora, um autor

marcado pela censura.

Você abriu mão dos direitos autorais sobre o livro. Não liga pra dinheiro? Lá na audiência de conciliação propus duas coisas. Primeiro revisar o conteúdo.

Falei para o Roberto: menos de 5% do livro é o que você reclama, vamos fazer

uma revisão? Ele não quis. Aí eu propus: abro mão dos direitos autorais, não

quero um centavo, mas vamos lançar esse livro? Ele não quis. Eu e o dinheiro

temos uma relação de total incompatibilidade. Nunca liguei para o dinheiro e

o dinheiro nunca ligou pra mim. Nunca fiz nada pensando em dinheiro, sempre

estive na contramão do dinheiro. Lembro que quando me formei em História

e já tinha diploma de jornalista, me diziam que ganharia mais como jornalista.

Mas preferi ser professor. Achei que me daria melhor e que teria mais tempo

para pesquisar.

Como você está reagindo na prática à proibição do teu livro? No caso Roberto Carlos em Detalhes estou numa coerência total desde o início.

Tudo o que fiz e tenho falado é coerente. Minha advogada está entrando com a

minha defesa num processo cível. Não fui citado no processo cível que o Rober-

to moveu. A editora foi, mas não recebi intimação da Justiça. Isso porque os

advogados do Roberto deram para a Justiça o nome de outro Paulo Cesar de

Araújo que eles acharam na telelista de Niterói. Este outro Paulo está proces-

sando o Roberto por constrangimento.

O que você pede na sua defesa?Que o meu livro possa ser republicado.

Mas você poderia pedir muito mais?Claro, mas só quero isso.

SaladeEstar

"Eu propus: abro mão dos direitos autorais, não quero um centavo, mas vamos lançar

esse livro? Roberto não quis"

Page 41: Cyrela #07

Quais os artistas que o apoiaram nessa história da censura?Caetano Veloso criticou a atitude do

Roberto. Nelson Motta fez uma defesa

importante. Zuenir Ventura, Elio Gas-

pari, Paulo Coelho também me apoia-

ram. Lamento a posição do Gilberto

Gil, não como cidadão, mas como mi-

nistro da Cultura deu entrevista e dis-

se que o autor deveria ter procurado

o Roberto, dizendo que essa questão

da privacidade é coisa grave. Primeiro

porque ele está desinformado, tenho

falado em entrevistas que ten-

tei durante quinze anos

contato com o Rober-

to. Depois porque la-

mento que um minis-

tro da Cultura esteja

preocupado com privaci-

dade e não com liberdade

de expressão no mo-

mento em que o

livro vai ser

destruído.

Você recebe muitas manifestações populares apoiando ou criticando a obra?Sim, do Brasil e de fora. Todas favoráveis. Meu principal advogado é o livro.

Alguma especial?Achei bacana a de uma menina no site do Roberto. Gostei pela simplicidade. Ela

diz: “Roberto, o livro é uma homenagem a você e um presente aos fãs. Que

Nossa Senhora o abençoe”.

Como sua família reagiu ao episódio do livro? Sua filha não entende, né?Pois é, eu pensava que não. Quando saía para entrevistar alguém e a Amanda,

hoje com 5 anos, ficava chorando, eu dizia que ia à casa do Roberto Carlos e

que ele gravaria uma música pra ela. Punha um CD no bolso e quando voltava

mostrava a música para ela. Um dia minha mulher, Liliane, perguntou à Amanda

se ela gostava do Roberto Carlos. Para nossa surpresa ela disse: ah, não! Por

quê?, perguntou Liliane. Porque ele processou meu pai. Liliane continuou: você

então não vai mais ouvir as músicas que o Roberto gravou pra você? Vou ouvir

sim, porque essas músicas foram gravadas antes de ele processar meu pai.

Roberto Carlos voltou a cantar Negro Gato. Ele está menos supersticioso?Não vejo tanta evolução. Ele criou tanta coisa, que quando tira uma parece

que está melhorando. No dia que ele cantar Quero que Vá Tudo para o Inferno

vou dizer que melhorou. O fato de ele cantar Negro Gato é varejo ainda. O

Roberto é dogmático, saiu do dogmatismo religioso para o amoroso. Essas

manias são ruins para ele. Ele é o rei porque mandou tudo pro inferno, andou

a 120 quilômetros por hora, falou acabei com tudo. Se só cantasse o amor

positivo desde o início, quem iria se identificar com ele?

Imagina uma ligação do Roberto, pedindo desculpa, voltando atrás na questão da proibição do livro? Você acredita num final feliz para essa história?Já vi tanta coisa acontecer... Acho pouco provável. Não impossível, já que

ele agiu assim por desinformação. Não sei se leu o livro, se leu ficou cons-

trangido com várias passagens porque viu a questão do contexto ali.

Agora ele está recebendo informações das pessoas que estão lendo o

livro, sobre o autor que para ele era mais um oportunista. A vida dele

é só isso, oportunistas querendo se dar bem. Aliás, o Roberto só podia

ter um livro desse de alguém com a minha trajetória. Tentei explicar

isso pra ele lá na audiência. Esse livro não seria feito por alguém da

elite brasileira que sempre virou as costas para ele. Sou por acaso um

cara que chegou à faculdade com muita dificuldade, trazendo essa

informação e essa memória afetiva para produzir esse livro. E estou

sendo castigado por isso.

Page 42: Cyrela #07

Pon to de fu ga

do paraísoUma visão O Chile é um lugar para se

contemplar. Tem o frio das cordilheiras, a imensidão do Pacífico, o vinho e a poesia. Tudo de bom do mundo deixou vestígios por ali

Page 43: Cyrela #07

O Hotel Pehoe fica em uma ilha

dentro do Parque Torres

del Paine

Page 44: Cyrela #07

Se você é uma pessoa exigente e gosta de um bom vinho, não deixe

de ir ao Chile. Se aprecia belas paisagens e se encanta com a natu-

reza: desbrave o interior e a costa chilena. E se gosta de experimentar

novos sabores e de se aventurar, não tenha dúvida: seu destino é o

Chile. O país é conhecido por sua imensa costa no Oceano Pacífico – são mais

de 6 mil quilômetros – e também por abrigar jóias naturais como a Cordilhei-

ra dos Andes e o Deserto do Atacama. Sem falar da região patagônica, uma de

suas maiores preciosidades. Tanta oferta de atrações deixa o visitante às vezes

sem saber por onde começar. Como o país praticamente se estende por toda

a costa oeste da América do Sul, viajar por ele requer planejamento e tempo.

No nosso caso foram sete dias de descobertas e revelações marcantes. A pri-

meira parada foi na ponta sul do país, a deslumbrante Patagônia.

Um lugar que mescla simplicidade e abundância. Rusticidade com um

toque delicado de modernidade. A Patagônia é uma região cercada por mon-

tanhas com o topo recoberto de gelo, que divide espaço com uma vegetação

árida. A natureza é um show à parte. A fauna e a flora ricas deixam os turistas

boquiabertos. Mas desfrutar de tudo isso é um desafio. O viajante que quer

conhecer a Patagônia tem de ter paciência e disposição. É uma viagem longa.

Pon to de fu ga

Saindo da capital Santiago, é

preciso pegar um vôo até a ci-

dade de Punta Arenas, no ex-

tremo sul do continente. Depois

de aproximadamente cinco horas e

duas escalas, o turista enfrenta a se-

gunda parte da viagem – um “passeio”

de três horas de carro ou ônibus até a

cidade de Porto Natales, outra surpre-

sa agradável. O cenário é pitoresco e

bastante tranqüilo e, o que é melhor,

com ótimas opções de hospedagem.

Até por isso é considerada uma base

para a “exploração” da região. Ah, uma

revelação importante ao viajante: não

se assuste ao entrar no quarto do hotel

de Porto Natales, lá não tem televisão.

Nem tente mudar de hospedagem. Qua-

O Lago Pehoe é umdos mais bonitos. Pena que a água gelada não permite um mergulho

Page 45: Cyrela #07

A cavalgada é rodeada

pela natureza: até o vento gelado tem

sabor de aventura

Há roteiros de cavalgadas com todos

os graus de dificuldade. O desafio são os

relevos acidentados

se todos os hotéis da cidade retiraram o aparelho eletrônico dos dormitórios. A

medida não tem nada a ver com economia. “Acreditamos que quem vem à Pa-

tagônia tem de estar em contato com ela, não é preciso de instrumentos que

distraiam, a natureza é a encarregada disso”, conta Alicia Naranjo, gerente do

Hotel Índigo, um dos mais modernos e charmosos da região. Confesso: a filoso-

fia do pessoal da região funciona. Depois do susto que levei com o quarto sem

a “caixa preta” – uma paulistana agitada que sou – pude enfim relaxar. Mas por

pouco tempo. Na seqüência partimos para um dos momentos mais emocionan-

tes da viagem e cheio de aventuras.

O primeiro passeio não tem nada de inusitado, pois teoricamente é algo que

também podemos fazer Brasil afora: uma cavalgada. Há diversas opções de trilha.

Empolgados, optamos por um percurso radical: 18 quilômetros de trajeto em mais

de cinco horas de cavalgada. O relevo acidentado e o vento frio acrescentaram

ainda mais emoção ao programa. O percurso é tão acidentado e sinuoso que antes

Turistas se aventuram pelas montanhas

Page 46: Cyrela #07

Torres del Paine: as três montanhas mais famosas da região tornaram-se cartão-postal

de se aventurar é preciso assinar um documento se responsabilizando por qualquer

acidente, assim como ocorre com os apreciadores do bungee-jump. Felizmente foi

tudo tranqüilo, exceto os músculos do corpo que insistiram em relembrar a tarde

de cavalgada durante o resto da viagem. Aí vai então outra dica: deixe o passeio

para o fim do roteiro. Mas, atenção, não desista! Cavalgar pela Patagônia é uma ex-

periência para guardar para sempre. Não perca a chance de conversar com os

gaúchos patagônicos, os tropeiros da região. Além da incrível habilidade com os

cavalos, é impressionante como eles parecem fazer parte daquela natureza. Na rea-

lidade fazem e são encantadores. São pessoas simples, com um ar inocente. O nos-

so guia, Caco, da Estância Travel, por exemplo, pedia para que falássemos algumas

palavras em português e ria como uma criança com o sotaque e a diferença do

idioma. Tímido, não era muito de conversa, mas não economizava sorrisos. Melhor

assim, o espanhol da região é difícil de entender. Eles usam muitas gírias e misturam

o jeito de falar do chileno e do argentino. Mas nada que atrapalhe a comunicação.

Pon to de fu ga

Page 47: Cyrela #07

pisco sour (a famosa bebida chilena). O mais divertido é que os copos,

além do seu teor etílico, vêm com uma linda pedra de gelo diretamen-

te retirada das geleiras do Glacial Grey. Isso é uma tradição por lá. E

pasmem: o gelo é levemente salgado.

Além de cavalgadas e passeios de barco, a região de Porto Natales

permite aventurar-se em passeios de caiaque e emocionantes trilhas. Conhecido

como um dos grandes destinos da Patagônia, o Parque Nacional Torres del Paine

une praticamente tudo que um aventureiro persegue: natureza rodeada de obs-

táculos. Patrimônio declarado pela Unesco como Reserva Mundial da Biofera,

no parque é possível acampar, se hospedar, caminhar de carro ou a pé e, com

certeza, tirar muitas e belas fotos. Com uma área total de mais de 200 mil hectares,

somente 12,5 mil hectares podem ser desvendados, o que não é pouco. Por isso

reserve alguns dias para se dedicar ao parque e se tiver a chance hospede-se em

algum dos hotéis que ficam dentro da reserva. A paz é impressionante. Imensas

montanhas e cachoeiras como a Salto Grande fazem qualquer viagem valer a

pena. Com uma queda de 20 metros, ela tem uma força incrível. Dá até um certo

receio chegar perto. Lagos também não faltam por ali. O Pehoe é um dos mais

encantadores, faltam palavras para definir o que é aquela cor de infinito azul.

A estrutura do parque é de primeira. Tudo organizado. Você pode solicitar

guias ou fazer seu próprio roteiro. Para entrar é preciso pagar 8 mil pesos

chilenos (o que equivale a R$ 24). E aí você pode ficar o tempo que quiser

lá dentro. Mas é tudo registrado, a ficha de controle de entrada mostra o

período que você vai ficar e o que pretende fazer. Assim, os “guarda-parques”

têm como saber o número de pessoas e onde elas estão. Durante o verão, de

novembro a março, a entrada sobe para 15 mil pesos ou R$ 60. Além de mais

caro, a alta temporada não é o melhor período para visitar a região. O frio

que envolve a Patagônia durante o ano todo perde força no verão, quando

Até porque, nós, brasileiros, temos

um passaporte diferenciado no

Chile, como em vários lugares do

mundo. Falar que somos do Brasil

é garantia de recepção calorosa.

No dia seguinte, ainda com as marcas da

cavalgada, fomos ao Glacial Grey, uma ex-

posição de pintura a céu aberto. O passeio

é feito de barco, dura umas quatro horas e

custa aproximadamente US$ 60. São duas

embarcações por dia, umas às 9 da manhã

e outra às 2 da tarde. A visão que se tem das

geleiras é de encher os olhos. Além da ver-

dadeira parede de gelo é possível perceber

o encontro da geleira com o lago, a imagem

derrete a visão e o coração. Só nos resta a

contemplação. Os blocos de gelo nos

acompanham por todo o trajeto da embar-

cação. E surgem novas revelações. Se você

pensava que gelo é incolor ou, no máximo,

branco, se engana. As geleiras misturam

azul, verde, cinza e até preto. Isso porque,

dependendo da quantidade de oxigênio e

de outras substâncias minerais a coloração

é alterada. Ponto auge da viagem de barco:

um dos guias veste-se de garçom e oferece

uma bandeja cheia de copos de uísque e

Acima, turistas têm à disposição inúmeras

trilhas no Parque Torres del Paine.

Ao lado, a cachoeirade Salto Grande

Page 48: Cyrela #07

o lugar é tomado por ventos fortes e muita chuva. Os guias recomendam os

meses de setembro e outubro como a melhor época para visitar a região. É

tempo de primavera, céu claro e preços mais acessíveis.

O ápice do parque é avistar os três morros que dão nome ao lugar, as

Torres del Paine. Dependendo da posição do sol, a cor dos morros é um

pouco alaranjada, o que torna a atmosfera quase surrealista. Prefira ir até lá

pela manhã, pois as fotos ficam mais bonitas. Contra o sol poente quase não

se vê a imagem das torres. Mas, uma coisa é certa, mesmo que você esqueça

a máquina fotográfica, a imagem ficará gravada para sempre.

VALPARAÍSO E VIÑA DEL MAR

Mais próxima da capital Santiago, as cidades de Valparaíso e Viña del Mar também

são destinos cobiçados. O atrativo principal aqui é a história, a arquitetura e o mar.

Também declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, em 2003,

Pon to de fu gaValparaíso num primeiro momento

choca. O lugar é formado por mais de

40 morros habitados, a paisagem mos-

tra um amontoado de casas em ruas

muito estreitas e infinitas ladeiras. Até

lembra as favelas brasileiras, mas suas

casas coloridas amenizam o cenário

que guarda consigo um pouco da his-

tória do país. Algumas carregam até a

marca do tempo, com a tinta descasca-

da ou aparência enferrujada; outras, já

recuperadas, nos levam a uma viagem

no tempo. A cidade foi um dos mais

importantes portos do país. Durante o

século 18, as exportações de vinhos,

queijos, couros e outros produtos atra-

íram muita riqueza para a cidade. Na

parte plana, considerada a central, há

muitas construções históricas das For-

ças Armadas e da Marinha chilena.

Além disso, inúmeros museus contri-

buem para mostrar a riqueza cultural

do local. Anote esta: nenhum museu

abre às segundas-feiras.

Apesar da vida em Valparaíso pulsar

no morro, é na parte plana que fica o

Abaixo, o famoso relógio de flores de Viña del Mar. Ao lado,

rua de Valparaíso. Abaixo, a Casa da Marinha (à esq.) e um de seus

mirantes, no Paseo 21 de Maio

Page 49: Cyrela #07

centro de comércio e serviços. Isso faz

com que os moradores sejam habitua-

dos a subir e descer constantemente

suas ladeiras. O pessoal que vive por ali

costuma dizer que Valparaíso é a cida-

de das moças de pernas bonitas, por

causa do exercício muscular diário. Mas

existe um jeito de poupar as pernas.

Pode-se subir e descer o morro a bordo

de um dos pequenos e antigos elevado-

res, conhecidos como ascensores. Cria-

dos por volta de 1800, há praticamente

um para cada morro, só que apenas 13

continuam em funcionamento. Vale a

pena. É barato, não sai mais de 200 pe-

sos, equivalente a R$ 0,80. O curioso é que o equipamento não tem motor, é

movido por contrapeso. Ligados por uma espécie de roldana, enquanto um

ascensor sobe o outro desce.

A geografia de Valparaíso favorece ainda as visitas a mirantes. Pequenas lu-

netas colocadas no alto dos morros dão uma visão completa da cidade. Um

dos principais miradores, como chamam os chilenos, fica no Paseo 21 de Maio.

A ruazinha tem ótimas barraquinhas com lembranças para se levar para a

casa. Aqui, ao contrário da Patagônia, os suvenires não são tão caros. E a gran-

de quantidade de brasileiros que visita a região já faz os ambulantes aceitarem

o pagamento em reais.

Quase como uma continuação de Valparaíso, Viña del Mar tem praias que

são muito apreciadas por chilenos e por turistas. A temperatura da água é que

não é muito convidativa – vai de 9º a 14ºC. Por uma questão até cultural, os

nativos são praticamente os únicos que se aventuram nas águas frias. Nas areias,

todos curtem a praia de roupa – calça jeans, moletom, tênis – uma cena inu-

sitada para brasileiros, acostumados a trajes pra lá de descontraídos. Um dos

pontos mais visitados da cidade é o relógio de flores, um jardim esculpido, que

realmente funciona. A praia mais famosa da cidade é a Reñaca, que significa

praia grande de areia amarela na língua indígena. Ao chegar no fim da orla o

visitante é presenteado com uma colônia de leões-marinhos. São mais de 50

animais que emitem um som um tanto assustador, que lembra o uivo de um

leão, mas é muito divertido.

Museu Pablo Neruda: o Pacífico, vista predileta do poeta.Sua casa era sua inspiração. Ao lado, imagem de sua sepultura, onde está enterrado com a amada Matilde

Page 50: Cyrela #07

O CHILE É UMA POESIA

Um dos personagens chilenos mais ilustres, Pablo Neruda, merece um capítulo à

parte. Se já não bastasse a beleza e a sensibilidade reconhecidas em seus versos,

o escritor deixou ao país um verdadeiro tesouro: sua casa. O Museu Pablo Neruda,

que fica na praia de Isla Negra, a pouco mais de uma hora da capital, é parada

obrigatória. A casa foi projetada pelo próprio poeta e levou 35 anos para ficar

pronta. Durante todo esse período, Neruda viveu nela. Lugar de inspiração de gran-

de parte de suas obras, a residência parece ter sido inspirada nos versos que escre-

veu. A começar pelo formato. Estreita e muito longa, Neruda costumava associar

sua casa à geografia chilena. Na parte de dentro uma infinidade de objetos fazem

sua decoração exótica e única. A visita é guiada, feita em grupos de até oito pesso-

as e custa 3 mil pesos por pessoa (R$ 12). Os guias são profundos conhecedores

da vida e da obra do autor. Conduzem os visitantes pelos cômodos e contam a

história de vida de Neruda como se estivessem recitando poemas.

Muitos vidros e muitas cores. A casa tem uma visão aberta para o mar, a maior

inspiração do “marinheiro em terra”, como ele mesmo se definia. Algumas janelas

têm vidros coloridos, pois o poeta costumava dizer que as cores são também

fontes de inspiração. Suas canetas preferidas eram as verdes. Ele associava a cor

ao amor e à esperança. A cor era ainda um jeito de agradar os amigos, ele tinha

muitos. A enorme coleção de taças coloridas tinha também a função de agradar

os amigos. Aos mais queridos, ele sempre oferecia bebidas em copos amarelos,

verde e vermelho. Os demais, ficavam com as taças transparentes.

O poeta não se considerava um colecionador, se autodenominava um “coisista”.

Gostava de coisas. Na casa é possível conhecer um pouco de suas manias. Tem

uma infinidade de conchas, insetos, mapas, garrafas com pequenos navios dentro

e até aquelas garrafinhas com esculturas de areia, muito características do Nordes-

te brasileiro, não por outra razão, presentes do amigo Jorge Amado. Sempre dava

significado aos objetos que colocava em sua casa, todos faziam parte do seu

processo criativo. Além de poeta, ele brincava de ser arquiteto. Quando se casou

com sua eterna amada, Matilde Urrutia, ele construiu um novo dormitório. Subindo

uma pequenina escada chega-se ao quarto do casal apaixonado. A cama branca

fica na diagonal para aproveitar a visão das duas janelas. A penteadeira de Matilde

e um closet com roupas e objetos do po-

eta dão vida ao lugar.

O Museu Pablo Neruda foi uma das três

casas que o escritor teve no Chile, mas,

sem dúvida, seu cantinho mais querido.

Foi desejo dele ser enterrado ali. Apesar

de todas as honras que deveria receber,

o poeta que sempre reverenciou sua ter-

ra natal e seu povo não conseguiu fazer

valer sua vontade. Nem morto os militares

desistiram de persegui-lo. Quando mor-

reu em 23 de setembro de 1973 foi enter-

rado na capital Santiago. Somente em

1992, seu corpo e de sua amada Matilde,

que faleceu em 1985, foram exumados e

finalmente levados para a Isla Negra. Os

amantes estão sepultados juntos. Assim,

a sensação que se tem andando pela

casa é que o amor dos dois e a poesia de

Neruda não morrerão jamais.

A ARTE DE BRINDAR E SABOREAR

Os vinhos chilenos já são reconhecidos,

dispensam apresentação mais detalhadas.

A novidade na região vinícola de Casa

Branca, a cerca de 80 quilômetros de San-

tiago, é a vinícola Matetic. Situada no Vale

de San Antônio, a casa pode ser conside-

rada a caçulinha de ouro do Chile. Criada

em 1999 pela família Matetic, de origem

croata, já na primeira colheita, em 2001,

uma de suas marcas – a Matetic Syrah San

Pon to de fu ga

Vinícola Matetic: apesar da jovialidade, vinhos com

status e reconhecimento internacional

Page 51: Cyrela #07

Os preços dos pacotes para a região da Patagônia variam bastante durante o ano. Na baixa temporada é possível encontrar roteiros de quatro dias (com hospedagem e traslado) a partir de US$ 1.100.

A empresa chilena First Premium Travel possui inúmeros tipos de pacote e preços promocionais e boa parte dos guias fala português. www.firstpremium.cl

A CVC também oferece uma série de pacotes para o país. Há roteiros para a capital Santiago, com passeios em Viña del Mar e Valparaíso (com quatro noites de hospedagem e passagem aérea) a partir de R$ 1.400. www.cvc.com.br

Caso queira viajar sem pacote é possível comprar passagens aéreas da companhia Lan Chile e da GOL.

Não é necessário passaporte para entrar no país. No entanto, é preciso apresentar o documento original de identidade. (Precisa ter uma foto recente.)

Coco Loco – O restaurante é uma ótima opção. A casa possui um espaço panorâmico e giratório. É possível apreciar pratos típicos com uma vista geral da cidade. A especialidade da casa são os frutos do mar. Um almoço completo, com entrada, prato principal e sobremesa sai por aproximadamente 13 mil pesos (ou R$ 52). Endereço: Calle Blanco, 1781 – 21º e 22º andar. www.cocolocogiratorio.cl

Antonio EQ 2004 – entrou no ranking dos

cem melhores vinhos do mundo da se-

leta lista da revista Wine Spectator’s, uma

das maiores autoridades no assunto. A

vinícola está aberta a visitações, possui

um tour guiado com direito a degusta-

ção. Além disso, tem um restaurante e três

luxuosos dormitórios que podem ser

alugados. Se já não bastasse o vinho, a

beleza da fazenda Matetic justifica a vi-

sita. São 10 mil hectares de terras, sendo

90 deles com vinhedos e várias atrações

como cavalgadas e passeios de bicicleta.

Mas o lugar é para poucos. Quem resol-

ver descansar por lá vai pagar de US$ 250

a US$ 450 a diária. Não tão disseminado

mundo afora como os vinhos chilenos,

o tradicional pisco é muito apreciado na

região. Bebida feita à base da aguarden-

te da uva, os chilenos costumam servi-lo

como aperitivo, antes das refeições. Há

muitas maneiras de prepará-lo, acrescen-

tando vários ingredientes. O mais comum

é o pisco sour, que leva limão, açúcar e

clara de ovo.

Assim como os vinhos, a culinária chi-

lena também tem uma infinidade de

boas opções. A comida em geral tem

muitas carnes, de gado, cordeiros e ove-

lhas. Além da imensa variedade de frutos

do mar. São mariscos, camarões, lagostas

e uma série de espécies de peixe para

todos os gostos. Os pratos típicos como

empanadas (espécie de esfihas rechea-

das) e o Lomo a lo Pobre (filé com bata-

tas fritas, cebolas fritas e ovo) são garan-

tia de satisfação e são servidos por todo

o território chileno. Por essas e por outras

é que o Chile é encantador. Pablo Neruda

disse certa vez sobre o país: “Se tivesse de

nascer mil vezes. Ali quero nascer. Se ti-

vesse de morrer mil vezes. Ali quero mor-

rer”. Palavra de poeta.

Restaurant Montealegre – Dentro do Hotel Casa Higueras, localizado no Cerro Alegre, o Restaurant Montealegre possui um terraço amplo e uma decoração aconchegante. A cozinha não deixa a desejar. Experimente o risoto de frutos do mar ou qualquer dos inúmeros pratos que levam mariscos típicos da região. A carta de vinhos da casa também é excelente. Endereço: Calle Higuera, 133 – Cerro Alegre. www.hotelcasahigueras.cl Brighton – Uma mistura de hotel, restaurante e café, o Brigton fica no morro vizinho ao Cerro Alegre, o Cerro Concepcion. Bem no alto do morro, possui uma vista interessante da parte plana da cidade. O menu possui sugestões de combinados, com destaque para o Menu Brighton que tem entrada carpaccio de salmão e opção de prato fundo de churrasco ou merluza, ambos com toques de ingredientes locais. O combinado tem ainda entrada, pisco sour como aperitivo e sobremesa. Tudo por 5.800 pesos (ou R$ 23)Endereço: Pasaje Atkinson 151-153. Tel.: (56) 32-22-3513

No caminho entre as cidades de Punta Arenas e Porto Natales uma opção de parada para o lanchinho (e quase a única) é o restaurante do Hotel Pousada Rio Rubens. A casa é bastante rústica e preserva seu estilo. Construído em 1929, o local faz você começar a se sentir na Patagônia. Aqui é um local interessante para saborear pratos típicos como Lomo a lo Pobre 5 mil pesos (ou R$ 20). Há ainda opções de sanduíche feitos com pão caseiro.

Antes de ir, visite o site do Turismo Chile. A página possui dicas de destinos, informações de hotéis e sobre os pontos turísticos da cidade. www.turismochile.cl

Page 52: Cyrela #07

Es pa çoei déias

Desde os tempos em que vivia em

Sorocaba, no interior de São Pau-

lo, a decoradora Neza Cesar já chama-

va a atenção com suas roupas colori-

díssimas. Quando veio morar na capi-

tal paulista com uma tia começou a

colorir a casa dela. “A tia Maria Helena

nunca se importou, ela dava asas a

minha imaginação”, recorda. Os mó-

veis tradicionais ganharam vida e ins-

piraram a artista plástica a fazer disso

sua profissão. Antes, na década de 80,

Neza lançou uma grife, a Workout, que

tinha como marca registrada peças

multicoloridas. Já são 18 anos de tra-

Viver aO brasileiro adora o branco. Não a decoradora Neza Cesar. Ela defende cores

Foto

s: R

ogér

io A

ssis

Page 53: Cyrela #07

Es pa çoei déias

as cores como forma de alegrar e energizar os ambientes da casa

Na sala de jantar, Neza Cesar (na pág.ao lado) misturou as cores beringela, amarelo e turquesa. E acertou em cheio

Page 54: Cyrela #07

Es pa çoei déias

A mistura de cores está presente no quarto de Neza: o vermelho beaujolais na base da parede abraça todo o quarto. Os tons de verde e azul do mar refrescam o ambiente

balho e estudos sobre o tema. Hoje

Neza veste casas e apartamentos de

clientes arrojados. Sua casa, no sofisti-

cado bairro paulistano do Morumbi, é

o melhor exemplo de sua ousadia. É

difícil dizer uma cor que não tem ali.

Só que tudo é harmonioso e muito

bem pensado. “É preciso ter talento

para lidar com as cores. A mistura de

tonalidades pode ficar muito chique

ou muito brega”, diz Neza.

O talento é nato, mas a falta dele

não é um impedimento para criar e

recriar a decoração da casa. Neza su-

gere um exercício simples. “Contem-

ple a natureza. Quando estiver numa

praça, observe com mais atenção to-

do o colorido que está a sua volta: o

azul do céu, o verde das árvores, as

cores das flores, dos pássaros, os tons

de terra”, ensina ela. “Se achamos bo-

nito o que vemos na natureza, por que

não transportar isso tudo pra dentro

de casa?”, pergunta a decoradora.

Antes de mais nada, pense: se você não

gostar da cor de tinta que escolheu, tudo

bem. É só mudar. A partir daí, vale tudo.

Desde as cores clássicas, como o beringe-

la, vermelho beaujolais (vivo), verde-garra-

fa e amarelo-ouro até os tons mais exube-

rantes, como laranja e rosa-choque. Mar-

rom, preto e caramelo pedem cautela e

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Es pa çoei déias

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A combinação de cores quentes e frias alegram o quarto da

filha de Neza. Parede turquesa suaviza os

tons fortes das almofadas e colcha

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devem ser usados como complemento.

A chance de acerto é maior com a mistu-

ra de cores quentes e frias. O quarto de

Neza, por exemplo, é uma grande aquare-

la. O vermelho beaujolais aplicado na

base da parede abraça todo o quarto, o

azul hortênsia cobre o restante do espaço

e o verde-marinho aparece nas molduras

dos quadros. Nas salas da casa não há

limite de cores. O living leva amarelo-

ouro na espreguiçadeira, vermelho no

sofá e preto na lareira. A sala de jantar é

um caso à parte: parede beringela, tela

amarela e cadeiras azuis. Tudo em perfei-

ta harmonia. Então, quem se animou a

mudar o astral da casa, mãos à obra. “Pintar

parede é um dos meus programas prefe-

ridos”, confessa Neza. Alguém duvida?

Vermelho, amarelo, preto, azul-hortênsia, verde, tudo em

perfeita harmonia no living (acima e

pág. ao lado). A cômoda antiga

ganha graça com a aplicação de tecidos florais

Es pa çoei déias

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Es pa çoei déias

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Es pa çoei déias

ACERTOS E ERROS Misturar cor quente e fria no mesmo

espaço. Cores quentes ficam bem se

aplicadas na parte inferior da parede, a

partir do piso, porque ela envolve todo

o ambiente. Os tons frios, como verde e

azul do mar, ficam bem na parte supe-

rior, eles dão uma sensação de frescor.

Respeite seu momento. Sabe aquela

cor que cismamos de vez em quando

e só queremos nos vestirmos com

elas? Pois é, com a casa é igual. Pinte

as paredes sem medo com o tom que

lhe agrada. Se enjoar, é só pintar com

outra tonalidade.

As cores do bem: beringela, a cor da

ametista, transforma energias negativas em

positivas. Verdes suaves, como o lavanda,

são muito usados em hospitais, dizem que

ajudam a promover a cura. Um bom lugar

da casa para aplicar essa tonalidade é o

living, onde as pessoas se encontram.

As cores do mal: marrom, preto e bege

caramelado causam depressão, preguiça

e tristeza. Nunca use-as como cor prin-

cipal, apenas como complemento.

A cor aplicada em paredes que rece-

bem muita luz natural pode ter cores

mais robustas. A mistura de luminosida-

de com tons pastel deixa o ambiente

muito claro.

Em casos de cores vizinhas, quando

uma parede faz quina com a outra, es-

colha duas cores fortes ou duas suaves

para não fazer sombra.

Olhar moderno no clássico:no detalhe do living e da copa (abaixo), cores fortes dão ar de modernidade a peças tradicionais

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A cozinha é o lugar mais popular da casa. Todo mundo sabe. A constatação

propiciou o surgimento de uma nova tendência na prancheta dos arquitetos:

o terraço gourmet. O espaço é uma extensão da cozinha, equipado com churras-

queira, pia, mesa e todos os acessórios imprescindíveis para quem gosta de pre-

parar pessoalmente e de forma descontraída os pratos que serão servidos aos

amigos. Foi exatamente essa a razão que levou o chef Sergio Arno, um dos nomes

mais respeitados da gastronomia brasileira, a priorizar esse espaço no projeto da

sua recém-inaugurada casa, no nobre bairro do Jardim Europa, em São Paulo. “O

mundo está muito moderno, estamos todos querendo voltar às raízes, nos reunir

em casa, resgatar os livros de receita”, diz Arno.

O próprio Arno projetou o terraço gourmet da sua casa, que fica entre a garagem

e a cozinha. Ele mesmo escolheu os equipamentos, os móveis e objetos que fazem

Terraçocom saborA cozinha finalmente ganha papel de destaque. Para receber os amigos num ambiente mais intimista e aconchegante, ela invadiu a parte externa da casa e agora atende pelo nome de terraço gourmet

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A mesa e os bancos de madeira são protegidos pelo teto de bambu, que suaviza a entrada de luz. Se chover, é só fechar a cobertura de plástico transparente sanfonado. Na pág. ao lado, Sergio Arno, o dono da casa

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Es pa çoei déias

Vista da cozinha a partir do terraço

gourmet: a ligação entre os dois

ambientes facilita a vida do cozinheiro.

Arno usa o espaço para receber amigos e

testar novas receitas

Es pa çoei déias

do ambiente um cantinho pra lá de

aconchegante. O lugar tem fogão e

forno a lenha e churrasqueira. Uma

mesa retangular de madeira, com

bancos do mesmo material, serve de

apoio para o cozinheiro e outra mesa

redonda ajuda a acomodar os convi-

dados. A praticidade é valorizada. Um

suporte de metal que cobre toda a

extensão da pia deixa os temperos e

as ervas à mão do cozinheiro. Assim

como o terraço, que dá acesso direto

à cozinha pela porta e por uma am-

pla janela que fica aberta para facili-

tar o passa-passa de panelas, louças

e alimentos que estão guardados

dentro da casa, na geladeira ou na

despensa. Tarefa que Neide, assistente

que trabalha há 14 anos com o mes-

tre da gastronomia, faz com a eficiên-

cia de uma instrumentadora cirúrgi-

ca. “A Neide é a mulher mais famosa

e invejada da rua. O Sergio Arno co-

zinha pra ela todo dia”, brinca o gour-

met. O acabamento fica por conta

dos azulejos brancos com detalhes

em motivos de frutas e legumes, das

paredes pintadas num tom de bauni-

lha e das janelas e portas que levam

a cor verde-turquesa. O toque final é

o revestimento do teto, feito de bam-

bu e coberto por um plástico trans-

parente sanfonado, que pode ficar

aberto ou fechado, ao sabor do clima

lá fora. Nos dias de sol, os bambuzi-

nhos permitem que uma discreta lu-

minosidade natural invada o ambien-

te. Se chover, é só fechar a cobertura

plástica sanfonada.

E o que Arno apronta nesse espa-

ço? Além de receber os amigos e da

já tradicional rodada de pizza às

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Ao lado, vista do terraço a partir da janela da cozinha. Acima, mesa redonda integra o ambiente ao jardim

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Es pa çoei déias

O forno a lenha é o mais requisitado do pedaço: além

das pizzas, o equipamento substitui a churrasqueira na

hora de assar carnes: sem fumaceira, como ensina Arno

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Acima, a deliciosa vaca atolada e arroz

com costelinha de porco, couve e milho

sobre o fogão a lenha. Tudo

preparado por Arno. Abaixo, pia e suporte para deixar todos os

temperos à mão

quartas-feiras – quando seu pai, seu

Carlos, de 71 anos, se reúne com a

turma do tênis para fazer umas re-

dondas na casa do filho – Arno fez

do espaço o seu quartel-general para

testar novas receitas, que guarnecem

o cardápio dos oito restaurantes que

administra. Foi lá que descobriu, por

exemplo, que um bom churrasco não

precisa necessariamente ser feito em

uma churrasqueira. “Faz muita fuma-

ça”, reclama. Agora, ele assa as carnes

no forno a lenha. “Basta colocar a car-

ne numa forma inoxidável com gre-

lha acoplada e em poucos minutos

ela estará macia e saborosa, sem fu-

maceira”, ensina. Para os amigos ele

também gosta de preparar comida

caipira, mineira e baiana.

Ao construir o terraço gourmet,

Arno trouxe para dentro de casa lem-

branças da sua história. “Esse pedaço

lembra a minha infância, vivida em

grande parte na fazenda da família

em Campinas”, conta o empresário

da gastronomia, enquanto prepara

uma vaca atolada e um arroz com

costelinha de porco, couve e milho,

que a equipe da Cyrela teve a sorte

de saborear ao lado do chef.

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Coisas sem as quais...

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2

3

1

5

4

O nome Joyce Pascowitch está di-

retamente ligado ao glamour, à

modernidade, à renovação. Tudo que a

jornalista faz acaba ganhando um toque

de vanguarda. E não podia ser diferente

quando ela criou a Casa Glamurama, um

ambiente de trabalho (onde funciona o

site Glamurama e a revista Joyce Pasco-

witch) com cara de casa. “Eu me sinto

totalmente à vontade aqui. Tenho até

uma sala de ioga”, diz a jornalista.

O local, decorado com grifes moder-

ninhas como Micasa, é amplo e tem até

jardim de inverno. Tudo é muito char-

moso e pensado nos mínimos detalhes.

Um despojado chique.

Na sala da jornalista desfilam quadros

de Isabelle Tuchband, plantas exóticas e

pequenos mimos, como uma miniatura

de moto customizada pelo estilista inglês

Paul Smith. Ao fundo, um som baixinho,

vindo de um rádio. “Falaram que se você

deixar uma música bem levinha, ajuda

na sua concentração”, acredita Joyce.

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1 ALMODOVAR Joyce, assim como o

cineasta Almodovar, adora vermelho.

Esse abajur é da Wall Lamps. 2 QUE-

RIDINHA A jornalista adora as obras

de Isabelle Tuchband. 3 ESPAÇO Os

jornalistas que trabalham com Joyce

dispõem de um amplo jardim de in-

verno. A decoração é assinada por

Isay Weinfeld. 4 ANOS 50 O moder-

nérrimo banheiro anos 50 também

tem a assinatura de Isay Weinfeld. 5

NOMES FAMOSOS Essa poltrona, que

fica na sala de Joyce, leva o nome de

duas marcas reconhecidas. É da Mi-

casa, com tecido da estilista Adriana

Barra. 6 REPETECO Está na cara: esse

vaso também é de Isabelle Tuchband.

7 MODERNA Quem pode ter uma co-

zinha inteira da Viking? Joyce pode.

A decoração é de Marcio Kogan. 8 PLUS

A sala de espera da Casa Glamurama

ganha um charme a mais com essas

cadeiras da Micasa, cheia de revistas.

11

6

8

7

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SocialJá

No sentido horário, a partir da esq.: Chico Maia, idealizador do projeto, Charles (vendedor e egresso), Maitê, artesã e braço- direito de Chico na ONG, e Elaine (vendedora e egressa)

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Oque se pode esperar de uma me-nina de família humilde que aos 4 anos viu o pai matar a mãe? Se

já não bastasse, depois da tragédia foi morar com a avó materna que a rejeitava por culpá-la pelo episódio. Sem pai nem mãe, ela teve o destino de muitas outras crianças abandonadas: a rua. Lá, logo aprendeu a batalhar pela sobrevivência. A primeira lição que teve na escola da vida foi como “puxar” relógio na praça da Sé, seu novo endereço, no centro de São Paulo. Precisava sustentar o vício. É, aos 8 anos ela já era viciada em crack. A me-dida que foi crescendo as aulas ficaram mais complexas e as tarefas mais perigo-sas. Aos 18 foi presa por assalto à mão armada e pegou uma pena de dez anos, cumpriu seis e está em liberdade condi-cional. É difícil mesmo acreditar que al-guém com uma história de vida tão con-turbada encontre forças para tocar a vida pra frente. A dona da história, a paulista-na Elaine Cristina da Silva, encontrou. No

gra des

Além das

A Arte que Liberta achou

uma lacunano sistema carcerário brasileiro:

a inclusão social. A ONG criou

oficinas de artesanato para

atender presidiários e ex-condenados

Page 72: Cyrela #07

SocialJá

Depois de cumprir pena, Elaine desco-briu seu talento na Arte que Liberta: ela cuida das vendas no showroom

presídio. “Ali conheci pessoas sem perspectiva, choveu bilheti-nho de presos querendo trabalhar comigo”, lembra. Ele aprendeu que dentro da penitenciária tem dois tipos de gente. O bandido social, que não quer se reerguer e acha a vida do crime mais prazerosa, e o bandido que está lá por má sorte, aquele que se

tiver uma oportunidade voltará a integrar-se à sociedade. Elaine faz parte do último caso. Assim como o baiano Charles Cosme de

Oliveira Jesus, 34 anos, colega de Elaine na loja de São Paulo. Ele foi preso e inocentado pela Justiça após seis anos e quatro meses de reclusão. Atrás das grades trabalhou na oficina da Arte que Liberta, onde aprendeu várias técnicas de pintura, como a pátina. Livre da acusação, hoje é vendedor na loja da entidade, em São Paulo. “Tô muito feliz, faço o que gosto”, diz Jesus. E é gente

como Elaine e Charles que inspiraram Maia a encontrar um jeito de ampliar a atuação da ONG para fora do presídio. A sua percepção é fun-damentada nas estatísticas do Departamento Penal Nacional, que mostra um índice de 70% de reincidência entre ex-presidiários. Revela também que quando o preso desenvolve algum tipo de atividade ocupacional

meio do caminho ela se deparou com a Arte que Liberta, uma ONG que surgiu em 1999, na Bahia, com o objetivo de dar opor-tunidade de trabalho aos deten-tos da Penitenciária Lemos Brito, em Salvador. A ONG, voltada para a produção de artesanato, cresceu e passou a atuar também em São Paulo. Elaine foi indicada para tra-balhar com o grupo e lá descobriu seu verdadeiro talento: vendas. Hoje cuida da área de atacado no sho-wroom da entidade, em São Paulo.

Aos 31 anos, Elaine se considera uma pes-soa de sorte. Afinal, não é fácil para um ex-presidiário achar trabalho. É justamente essa a maior preocupação da Arte que Li-berta. Ela nasceu da missão que o artista plástico baiano Chico Maia se impôs: dar oportunidade aos presidiários de aprende-rem um ofício e de ganharem dinheiro du-rante o cumprimento da pena. Maia traba-lhava com restauração de móveis e aos poucos transferiu seu ateliê para dentro do

Banco de ferro e porta-objetos de piaçaba

Page 73: Cyrela #07

durante o cumprimento da pena esse número cai para menos de 5%. Em países como Estados Unidos e Canadá é uma obrigação do Estado oferecer essa opor-tunidade à população carcerária. Mas isso não ocorre por aqui. “No Brasil as empresas usam eventualmente mão-de-obra carcerária porque é mais barata. Falta um compromisso com um programa de inclusão social”, alerta Maia.

A Arte que Liberta decidiu fazer seu papel. Firmou parcerias com grupos privados para criar cooperativas que ofereçam trabalho para ex-presidiários. A rede varejista Wal-Mart apostou na idéia e viabilizou a formação da primeira cooperativa da Arte que Liberta em Salvador, que conta com cinco egressos da vida carcerária. Outros 15, enquanto cumprem pena, trabalham na oficina do presídio baiano, mas assim que saírem já terão um trabalho garantido na coo-perativa. O Wal-Mart também está à frente do Projeto da Penitenciária Feminina da Capital, em São Paulo, onde as presas estão começando a produzir peças de tear e confecção feminina. A Petrobras foi a primeira a acreditar na idéia da Arte que Liberta. Patrocinou o projeto da Penitenciária de Salvador e agora apóia o mesmo trabalho na Penitenciária Doutor José Parada Neto, de Guarulhos (SP). Existem outros casos de egressos que após aprenderem o ofício na prisão saem de lá e conseguem uma colocação na área. “Isso mostra pra gente que estamos no caminho certo. O trabalho reconstrói a estrutura familiar e no fim beneficia a nós mesmos, a sociedade”, diz Maia. Desde 2000 ele conta com a ajuda da artesã de velas Maytê Lopes, que conheceu o trabalho no presídio da Bahia, se apaixonou pelo projeto e, mais tarde, por seu idealizador. Hoje, Maytê e Maia são casados e tocam a ONG juntos.

Ferro, madeira e materiais reciclados variados viram peças de design pelas mãos de presidiários: questão de oportunidade

Page 74: Cyrela #07

SocialJá

Os produtos confeccionados pelos artesãos da Arte que Liberta chamam a atenção de segmentos varejistas. A BR Mania, da rede de postos da Petrobras, vende seus produtos nas lojas de Salvador e São Paulo. A rede de móveis e obje-tos para casa Tok&Stok encomendou uma linha de piaçaba para comercializar com exclusividade em suas lojas. A Or-nare, fabricante de móveis, doa sobras de madeira que os artistas da Arte que Liberta transformam em peças que dão bom retorno para a ONG. Caso da cristaleira à venda no showroom por R$ 700 ou a cômoda, que custa R$ 500. Ins-talada num bairro de classe média alta de São Paulo, o Itaim Bibi, a loja tem atraído muitos curiosos. Não é para menos, o pessoal que sonha com a liberdade produz objetos lindís-simos – de cadeiras, luminárias, mesas até velas, bandejas, suportes de mesa e objetos de decoração. É a melhor res-posta para quem acreditou neles.

Luminária e abajur de piaçaba e vela, com detalhe de borboleta

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Page 76: Cyrela #07

Garfo e taçaO MELHOR DA GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA

P O R R I C A R D O C A S T I L H O *

D a mesma maneira que estamos

nos acostumando a fazer com os

grandes vinhos, um bom café deve ser

degustado com calma e, até, com algum

ritual. Preparado na hora, no coador ou

em máquina de expresso e servido na

xícara ideal -- pequena, estreita e com

o fundo ligeiramente arredondado --,

ele vai liberando seus aromas e con-

quistando o paladar. Nos últimos anos,

com a melhora de qualidade, o surgi-

mento de diversas marcas e de tipos

especiais, o brasileiro começou a valo-

rizar muito sua bebida mais popular e,

claro, apreciar suas nuances.

O café necessita de solo e de climas

favoráveis para dar frutas adequadas,

colheita e secamento perfeitos dos

grãos e, para finalizar, torração e moa-

gem no ponto certo. Para nosso prazer,

a bebida que tomamos hoje é, em ge-

ral, de grande qualidade. Produzimos

cafés que estão entre os melhores do

mundo e estamos a cada dia ganhan-

do o reconhecimento e respeito inter-

nacional. A Illycaffé, por exemplo, tor-

refadora italiana que produz um dos

mais respeitados e melhores pós para

café expresso, utiliza 60% de grãos bra-

sileiros, do tipo arábica, em seu blend.

Mas não é só isso. Redes internacionais

como a americana Starbucks e a Nes-

presso, do grupo Nestlé, aportaram

com força por aqui, e já fazem grande

sucesso. Além delas, diversas cafeterias,

com bom café expresso, e butiques

especializadas no produto, que ofere-

cem grãos de muitos atributos e de

diversas procedências, permitindo ao

cliente fazer na hora da compra seu

próprio blend, misturando cafés de

regiões diferentes, começaram a surgir

e a ganhar o gosto do consumidor.

Nossa popular bebida nunca

teve qualidade tão alta como agora.

As opções de tipos e blends são cada vez maiores

docaféA explosão

Page 77: Cyrela #07

A ORIGEM DO CAFÉComo acontece com a história de

diversas bebidas, não há evidência

real sobre a descoberta do café. Inú-

meras lendas e suposições cercam sua

origem. Uma das mais aceitas e divul-

gadas é a do pastor Kaldi. Conta que,

por volta do ano 800, nas montanhas

a sudeste da Etiópia, na África, ele no-

tou que as cabras de seu rebanho, ao

comerem as frutas vermelhas de um

certo arbusto, ficavam agitadas e

cheias de energia. Intrigado, Kaldi re-

colheu algumas das frutinhas e co-

mentou o fato com o abade do mos-

teiro em que trabalhava. Curioso e

pesquisador incansável, o bom abade

logo tratou de fazer e experimentar

uma beberagem com a tal planta, que

o deixou muito mais disposto. Isso cau-

sou uma pequena revolução em sua

abadia, já que acabou com a sonolên-

cia dos monges durante as orações.

Lendas à parte, da Etiópia o café mi-

grou para a Arábia, onde, no século 10,

os árabes descobriram o sabor da bebida

preparada com água fervente. O nome

café vem do árabe Kahoua ou Qahwa (o

excitante). Durante muito tempo, até iní-

cio do século 17, os árabes conseguiram

proibir a saída de mudas e da bebida da

região. Por esse motivo o café era conhe-

cido como vinho da Arábia. Os primeiros

a conseguirem tal feito foram os merca-

dores venezianos, que conseguiram levar

para a Itália grãos já torrados, e holande-

ses, que plantaram suas mudas em estu-

fas no Jardim Botânico de Amsterdã. Não

demorou muito e as primeiras mudas e

sementes já estavam sendo contraban-

deadas, chegando a França, para, em

seguida, partirem para a Martinica e

Guiana, territórios franceses.

Foi graças a uma certa malandragem que a bebida entrou no Brasil. O desbra-

vador brasileiro Francisco de Melo Palheta, por volta de 1727, de passagem por

Caiena, capital da Guiana Francesa, enamorou-se de Madame Claude D'Orvilliers,

esposa do governador local. A paixão, ao que tudo indica, foi correspondida, já que

na partida de Palheta, a dama lhe ofereceu um vaso com flores, onde escondeu

algumas mudas de café. No Brasil, Palheta passou a cultivar as mudas no estado

do Pará. Atualmente, os melhores cafezais brasileiros estão no Cerrado mineiro --

região de Patrocínio, Uberaba e Patos de Minas. Sua qualidade é seguida de perto

pelo sul de Minas -- Guaxupé e Poços de Caldas -- e pela região da Mogiana -- Fran-

ca, Mococa, São João da Boa Vista e Altinópolis, no estado de São Paulo.

Além de ser um dos produtos mais consumidos do mundo, o café também tem

seu lado esotérico. Conta-se que a borra formada pela bebida na xícara tem o

poder de revelar fatos sobre o futuro de quem saboreou seu conteúdo. Até mesmo

algumas importantes decisões da história teriam sido tomadas através dessa leitu-

ra. Portanto, não perca tempo. Corra para preparar seu tipo preferido de cafezinho,

no mínimo, o prazer será garantido.

Page 78: Cyrela #07

Receitas com caféBALA DE CAFÉ

R e n d e 8 0 u n i d a d e s

2 xícaras (chá) de leite1 xícara (café) de café bem forte2 colheres (sopa) de manteiga2 colheres (sopa) de farinha de trigo3 colheres (sopa) de mel1 gema

2 xícaras (chá) de açúcar

1 Misture todos os ingredientes em uma

panela e leve ao fogo, mexendo de vez

em quando, até ferver e formar uma

massa pesada, que se desprende do

fundo da panela. 2 Despeje a massa so-

bre uma superfície lisa e untada com

manteiga e deixe esfriar. 3 Corte quadra-

dinhos de bala ou do formato que de-

sejar, usando uma faca polvilhada de fa-

rinha de trigo para facilitar a operação.

4 Embrulhe as balas em papel-celofane.

5 Guarde em pote fechado com tampa.

ABACAXI COM CAFÉ3 d o s e s

250 ml de suco de abacaxi

4 cubos de gelo de café (a bebida

que sobrou pode ser congelada e

usada em receitas)

5 folhas de hortelã

1 bola de sorvete de creme

4 colheres (sopa) de leite condensado

Bata tudo no liquidificador e sirva

imediatamente.

Garfo e taçaO MELHOR DA GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA

CAFÉ IRLANDÊS1 d o s e

2 doses de café expresso

1 dose de uísque

Chantilly e chocolate em pó

Coloque em uma taça o café e o

uísque. Finalize com o chantilly e,

por cima, polvilhe o chocolate.

Page 79: Cyrela #07

Tipos cultivadosAs duas espécies de café cultivadas no mundo são o arábica e o robusta -- e apenas

no Brasil são encontrados os dois tipos. O arábica é o café mais fino, com sabor

adocicado e aroma agradável. Somente ele contém as variações de corpo e acidez

encontradas nas melhores marcas. Deve ser plantado em regiões montanhosas, de

preferência acima dos 800 metros de altitude, sob chuvas abundantes e muita sombra.

Já o robusta tem gosto levemente amargo, sem sabores variados, acidez mais baixa e

que pode ser cultivado ao nível do mar. É muito utilizado nos cafés solúveis.

Grandes marcasUma seleção com dez das

melhores marcas do mercado

Café Floresta

Fazenda Águas Claras

Astor

Bravo

Pessegueiro

Santa Mônica

Turmalin

Black Gold

Suplicy

Santo Grão

O consumo diário de café melhora a parte intelectual e estimula a memória da pessoa.

A cafeína e a lactona são estimulantes do cérebro, deixando-o mais atento.

Após as refeições, a menos que você tenha úlcera, o café é benéfico, porque provoca a secreção do suco gástrico, apressando a digestão.

O consumo diário de até seis xícaras de café pode prevenir o surgimento do diabetes tipo II, não devido à cafeína, mas talvez aos ácidos clorogênicos, seus metabólitos ou aos minerais como o magnésio.

Novos estudos, ainda em andamento, apontam o possível benefício de seu consumo na prevenção da depressão, tabagismo, alcoolismo e mesmo infarto do miocárdio.Ca

fé e s

aúde

*RICARDO CASTILHO É DIRETOR DA REVISTA PRAZERES DA MESA

Page 80: Cyrela #07

Es pa çoei déias Segurança

Page 81: Cyrela #07

As empresas do ramo usam todos os recursos tecnológicos para garantir tranqüilidade aos moradores de condomínios. Mas o homem ainda é peça fundamental no combate à criminalidade. Por isso,vale até detector de mentira na hora de contratar pessoal.

Imagine um homem alto, bem vestido, falando ao celular de uma forma exaltada se

aproximando da guarita do seu prédio. Ainda ao telefone, ele ordena: abra o portão. O

que você acha que o porteiro deveria fazer? Não obedecer, é claro. Mas não foi o que

aconteceu quando o israelense Ronen Ben-Efraim conseguiu entrar em um grande con-

domínio de São Paulo. Temendo que o sujeito fosse alguém importante, o funcionário

simplesmente cumpriu a ordem, sem titubear. Efraim não morava no edifício, não conhe-

cia ninguém de lá e mesmo assim conseguiu o que queria. A sorte é que ele não é um

bandido de verdade. Ao contrário, o trabalho dele é proteger pessoas. Seu currículo é in-

vejável. Um dos mais experientes homens do exército israelense, já fez serviços especiais

para o governo de Israel, respondendo até mesmo pela segurança das embaixadas de

Israel em Brasília e em São Paulo. Hoje Efraim dirige a empresa de consultoria em segu-

rança Global Advising (GA), há cinco anos no Brasil. A simulação acima é na verdade a

principal estratégica do seu negócio: pensar e agir como os ladrões. “O agressor colhe

informações e depois prepara sua ação. Nós fazemos o mesmo: pensamos como ele e

identificamos onde podemos atacar para nos defendermos”, diz Efraim, “Simulamos ata-

ques e filmamos tudo para mostrar ao cliente quais são as falhas”, diz o consultor.

E o contra-ataque das empresas de segurança está cada vez mais sofisticado. O

exemplo acima mostra uma das maiores fragilidades da segurança, a falta de pessoal

preparado para proteger condomínios residenciais e comerciais, confirmando que

apenas a tecnologia de ponta não garante a segurança. É fundamental investir em

treinamento de pessoal. Para corrigir essa lacuna, a empresa israelense GA está tra-

total Segurança

Page 82: Cyrela #07

zendo uma novidade para o Brasil que promete revolucionar a contratação de pes-

soas. Um software chamado Integerity Metter, muito utilizado no serviço secreto isra-

elense, que mede o grau de confiabilidade e até mesmo o caráter dos candidatos. O

sistema possui o mesmo princípio do detector de mentiras. Os detentores da tecno-

logia garantem que através de um teste on-line com mais de 150 perguntas é possível

conhecer muito as pessoas. “Vamos conseguir levantar com mais eficiência o nível de

risco das pessoas e garantir ainda mais tranqüilidade aos nossos clientes”, conta Efraim.

Até o fim do ano o software já deve começar a ser utilizado pela empresa.

No total, a GA conta com quatro consultores israelenses que estão envolvidos na estraté-

gia dos projetos de segurança. Um dos principais conceitos da empresa é que a segurança

vai além dos muros que cercam os condomínios. É preciso conhecer o entorno do local, a

movimentação e até o modo de vida das pessoas que moram ou trabalham por ali. “Um

funcionário bem treinado tem a obrigação de conhecer a rotina das ruas próximas para

Segurançadesconfiar de qualquer alteração”, ensina

Efraim. A política do grupo GR, outra em-

presa experiente do ramo, com mais de 5

mil funcionários, também decidiu atacar

o mau pela raiz. “Estamos sempre treinan-

do, reciclando nossos funcionários, além

de buscar remunerações extras, como

premiações e bônus”, diz Paulo Roberto

Gomes de Sá, diretor comercial do grupo.

O grupo GR dá, no mínimo, quatro cursos

de reciclagem por ano. Os treinamentos

mais comuns são de controle de acesso,

abordagem e treinamentos físicos. “Cada

função recebe um treinamento específico.

Porteiros, seguranças e até faxineiros rece-

bem orientação ligadas as suas atribui-

ções”, diz Sá.

É claro que os já conhecidos instrumen-

tos de segurança, como câmeras, guaritas,

portões, controles remotos e outras estra-

tégias que restringem o acesso de pessoas

indesejadas nos condomínios continuam

sendo importantes mecanismos de prote-

ção. Embora siga a cartilha da defesa isra-

elense, a Haganá, empresa com mais de

uma década de experiência no ramo, tam-

bém concentra investimentos nas áreas

de treinamento e estratégia. “Não basta

utilizar os melhores aparatos tecnológicos,

é preciso ter um pessoal bem preparado

e treinado”, diz Chen Gilad, diretor de pla-

nejamento da Haganá. Mas não se assus-

te. Todas essas estratégias de guerra uti-

lizadas pelas empresas de segurança

não vão transformar seu condomínio

em uma unidade de batalhão do exér-

cito. As práticas de proteção residencial

não incluem seguranças armados, nem

significa que você será surpreendido

com tanques de guerra na porta do seu

condomínio. “O nosso objetivo é comba-

ter o bandido fora do nosso território, ou

seja, fora dos muros que cercam os con-

domínios”, diz Gilad, que acredita, por

exemplo, que câmeras dentro de elevado-

res e na área interna do prédio são mais

instrumentos de controle da ordem inter-

na do que de segurança propriamente.

Salas de monitoramento e câmeras são recursos bastante utilizados, mas o homem continua sendo a peça-chave na hora da proteção

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C a r a v e l a

Vozes do Brasil

Page 85: Cyrela #07

otiguar criada no Rio de Janeiro, Roberta Sá entrou

na vida artística de supetão. Estudava jornalis-

mo, mas fazia aulas de canto, e a professora via

ali mais talento para letras de canções do que

para as do teclado de um computador. Reco-

mendou à garota que fizesse testes, espreitasse

oportunidades. Roberta acatou o pedido, e foi

aprovada para competir no reality show Fama, da

Globo, onde a maioria das meninas são acometidas da síndrome

de Mariah Carey ou de Celine Dion. Talvez Roberta tenha tido

sorte de não haver vencido a disputa televisiva, pois ali come-

çava uma das carreiras mais elegantes da música brasileira

neste começo de milênio, sem melismas e malabarismos de voz

próprios das reclamantes ao posto de diva esganiçada. Curiosa-

mente, foi a mesma Rede Globo que acabou (re)descobrindo o

timbre doce e clean de Roberta, mas não por causa do Fama, e

sim por uma gravação demo que ela realizou logo após sua des-

classificação no certame. Sua interpretação do samba A Vizinha

do Lado, de Dorival Caymmi, foi parar na trilha da novela Cele-

bridade. Em seguida, viria o CD Braseiro (2004), sua estréia oficial

– de fazer cair o queixo. Por ousadia (ou ingenuidade, ímpeto

juvenil) Roberta regravou e sapecou em Braseiro, logo como

faixa de abertura, Eu Sambo Mesmo, canção dos anos 40 regis-

trada definitivamente nos 80 por João Gilberto (e que igualmen-

te abria o álbum João). Claro que ela não desbancou o pai da

bossa, mas nem de longe deu vexame. Misturando pérolas do

passado a composições de última hora, Roberta impôs respeito

e ganhou loas de críticos e bambas – entre eles Paulinho da

Viola, seu incentivador, de quem gravou Valsa da Solidão, já can-

tada por Elizeth Cardoso (mais uma audácia). Seu novo CD, Que

Belo Estranho Dia pra se Ter Alegria, investe mais nas composi-

ções novas – de Pedro Luís, Moreno Veloso, Junio Barreto, Roque

Ferreira. E é no samba que ela melhor dá seu recado, quando

resgata uma música esquecida como Alô Fevereiro, de Sidney

Miller. Ou revela-se autora, em Janeiros (parceria com Pedro

|Luís). Ou requebra no buliçoso partido alto Laranjeira (Roque

Ferreira). Ou faz do som do morro bossa nova em Cansei de

Esperar Você (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho). Uma delícia.

Mais crescidinha que Roberta Sá, outra artista brasileira que

faz bonito em seu novo disco é a paulistana Luciana Souza, cuja

carreira foi toda desenvolvida nos Estados Unidos, país onde

goza de prestígio como cantora de jazz, com nominações ao

Grammy e outros prêmios bacanas. Luciana é legítima filha da

bossa – seus pais são os compositores Walter Santos e Tereza

Souza (que nos anos 80 dirigiram o selo de música instrumental

Som da Gente). E The New Bossa Nova, seu álbum mais recente,

é mais uma jóia na discografia de sete títulos da moça, que já

gravou nossos compositores mais importantes e musicou poe-

mas de Pablo Neruda e Elizabeth Bishop. A Nova Bossa Nova de

Luciana, se não é exatamente inédita, tem como mérito “acario-

car” canções estrangeiras de gênese distante das areias de Ipa-

nema. São músicas já conhecidas – algumas bem famosas, ou-

tras obscuras –, reestruturadas a partir da batida ensinada por

João Gilberto (o excepcional violonista Romero Lubambo é quem

conduz o suingue). Os compositores escolhidos, muitos egressos

da geração 60, são o fino do pop: Leonard Cohen, Joni Mitchell,

Sting, Randy Newman (um dos momentos mais bonitos do dis-

co é a sua Living Without You), a dupla Walter Becker/Donald

Fagen (os gênios do Steely Dan), Brian Wilson (o líder dos Beach

Boys, aqui contribuindo com a clássica God Only Knows), James

Taylor (que faz dueto com a cantora em Never Die Young) e ou-

tros. A única exceção, entre essas canções que não nasceram

bossa nova (mas que caem bem como queijo importado mistu-

rado à nossa goiabada, num romeu-e-julieta interamericano), é

Waters of March, de Tom Jobim, com que Luciana fecha o CD. Em

bom português, nossa querida Águas de Março.

Page 86: Cyrela #07

C a r a v e l a

Suavemelancolia

TangoEnquanto o grupo francês Gotan Project inaugurava a onda do tango

eletrônico (ou tango-lounge, se preferir), os próprios pais da criança

também se davam conta de que o ritmo de Gardel ainda dava muito caldo.

Assim surgiu o Bajofondo Tango Club, formado por músicos argentinos e

uruguaios, que lançaram o primeiro CD em 2003. O novo álbum, Mardulce,

amplia as possibilidades de mistura do ritmo portenho com outras verten-

tes, abraçando o hip hop (por meio da participação da rapper espanhola

Mala Rodrigues), o rock´n´roll e outros batuques. Gustavo Santaolalla e

Juan Campadónico, líderes da banda, convidaram outros nomes chiques

para a festa: Elvis Costello, Nelly Furtado e Gustavo Cerati (líder de um dos

grupos de rock mais influentes da Argentina, o extinto Soda Stereo). As 16

faixas do CD formam um mosaico bem diverso, às vezes esquizofrênico.

Mas quem tem um pé na latinidad vai saber digerir a empanada.

Com apenas um disco lançado – Back

To Bedlam, de 2005 – o inglês James

Blunt conseguiu fazer barulho no mun-

do todo. A canção You´re Beautiful virou

tema de menininhas apaixonadas e, cá

no Brasil, entrou para a trilha da novela

Belíssima. No ano seguinte, fez a dobra-

dinha Back To Bedlam ao vivo, com CD

e DVD e agora chega seu novo trabalho,

All The Lost Souls, puxado pela faixa

1973. O estilo continua o mesmo: rock

suave e acústico para momentos de na-

moro, solidão, devaneio... Ou para can-

tar com a turma em volta da fogueira.

Blunt, que serviu pelo exército britânico

em Kosovo e agora não quer saber mais

do front, consegue ser melancólico até

quando escreve uma canção intitulada

So Happy. E, com certeza, em novas tri-

lhas de novela ele estará.

moderninho

Page 87: Cyrela #07

Contando a história da Bossa Nova ou dissecando a vida e

a obra de Carmen Miranda em sua brilhante biografia da

Pequena Notável, Ruy Castro deu sua importante contribuição

de jornalista e escritor à música brasileira. No entanto, seus

escritos sobre os sons estrangeiros (mais notadamente ameri-

canos) ainda estavam dispersos nos arquivos dos jornais e re-

vistas onde trabalhou. Boa parte dessa produção agora está

reunida em Tempestade de Ritmos – Jazz e Música Popular no

Século XX, volume organizado por Heloísa Seixas. Os textos

(muitos publicados no jornal O Estado de S. Paulo) celebram

estrelas de primeira grandeza como Tony Bennett, Miles Davis,

Benny Goodman, Bing Crosby, Ella Fitzgerald, Ray Charles, Judy

Garland, Charles Trenet. E artistas menos conhecidos (nem por

isso menos geniais) como Blossom Dearie, Clifford Brown, Ma-

bel Mercer, Johnny Hartman, Joe Mooney. É um livro para se ler

ao pé do aparelho de som, debulhando sua coleção, fazendo a

lista das próximas compras de discos (ou acessando seu pro-

grama de compartilhamento de arquivos preferido na internet,

que ninguém nos ouça), com sede de ouvir tudo o que a vasta

cultura de Ruy nos indica, seja a obra colossal do maestro

Moacir Santos (sim, a música brasileira também figura neste

livro) ou as manhas sensuais de Eartha Kitt (mais conhecida

por ter feito papel de Mulher-Gato no seriado de tevê do Bat-

man). Além de revelar um montão sobre as personalidades

perfiladas e fazer conexões inesperadas entre nomes, épocas

e estilos, Ruy esfarrapa mitos – o de que Chet Baker é deus su-

premo do cool jazz, o de que o próprio cool jazz é um estilo

“relaxado” e despretensioso, o de que Miles Davis tenha sido

absolutamente genial durante toda sua carreira discográfica.

E joga luz sobre figuras injustiçadas ou esquecidas – o grande

cantor de samba Roberto Silva, os verdadeiros pais do

rock´n´roll e até o homem que inventou as capas de disco, o

artista gráfico Alex Steinweiss. Recomenda-se não usar guarda-

chuva para encarar esta Tempestade.

Quem acompanha cinema e sabe o que é bom de certa

forma sente-se íntimo de Tim Burton, autor de filmes

góticos e dark, como Edward Mãos de Tesoura, A Lenda do

Cavaleiro sem Cabeça, Peixe Grande, A Noiva Cadáver, O

Estranho Mundo de Jack e os dois primeiros – e melhores

– da série Batman, entre outras pirações. A mente de Burton,

sempre a serviço da fantasia, revela-se ainda mais sombria

nos poemas deste livro (também ilustrado por ele), lançado

originalmente em 1997 e só agora traduzido para o portu-

guês por Márcio Suzuki. A obra é classificada como infanto-

juvenil, mas crianças suscetíveis a sonhos ruins e xixi na

cama podem não ir muito com a cara das histórias do Me-

nino Ostra, do Menino Múmia, da Menina Trash, da Garota

Vodu, do Menino Brie (um garoto-queijo que tem pesadelos

sobre ser fatiado, mas acaba fazendo boa amizade com o

vinho Chardonay) e de outros infantes fantasmagóricos e

remelentos – vários deles com sinas trágicas – que saem da

cabeça descabelada de Burton. No entanto, para os de es-

tômago forte (os que não têm medo de esmagar minhocas

com o dedo ou guardar besouros vivos no bolso), eis uma

bela introdução à poesia (o.k., há alguns momentos de liris-

mo e romance, caso da história da Menina de Muitos Olhos).

E se você, marmanjo e fã do cineasta, não tem um pequeno

com quem possa compartilhar a leitura, não se reprima e

procure uma boa casa do ramo para garantir seu exemplar

(o livrinho já está vendendo como pipoca!).

Toró musical

Calafriosde poesia

TEMPESTADE DE RITMOS –

JAZZ E MÚSICA POPULAR NO SÉCULO XX

Ruy Castro - 440 páginas, R$ 52

Companhia das Letras

O TRISTE FIM DO

PEQUENO MENINO

OSTRA E OUTRAS

HISTÓRIAS

Tim Burton

130 páginas, R$ 27

Girafinha

Page 88: Cyrela #07

C a r a v e l aPor casualidade (e sorte), o polonês Witold Gombrowicz escapou da ocupação nazista na Polônia, durante a

Segunda Guerra. Estava num cruzeiro, rumo à Argentina e, ao desembarcar, descobriu que sua volta se tor-

nara impossível. Viveu humildemente por 24 anos na terra do tango, onde produziu a maioria de seus livros.

Cosmos, de 1965, já é da fase em que retornara à Europa, e também sua última história, agora editada no Brasil.

O narrador é um rapaz que, entediado com seus pais, sai de Varsóvia sem rumo definido durante suas férias.

Topa com um conhecido na estrada e os dois vão parar numa pensão familiar, dirigida por uma dona-de-casa

prestimosa e seu marido esquisitão, que cria um vocabulário particular e tem hábitos estapafúrdios. Em torno

do casal gravitam sua bela filha e seu marido, e mais uma soturna empregada de lábios deformados. Outras

figuras vão-se entrelaçar ao suspense, que começa antes mesmo da chegada da dupla ao albergue, quando os

jovens encontram um pardal enforcado, pendurado em uma árvore, e passam a tentar decifrar os signos que os

cercam para desvendar o mistério. Mas não espere respostas fáceis. Gombrowicz, que se definia como “um pa-

lhaço, um provocador”, leva o leitor, de mãos dadas com o protagonista, numa trama surreal, loquaz, delirante

e às vezes irritante, em que topamos com a impossibilidade de colocar ordem ao caos dos acontecimentos, com

os temores e as ansiedades que nos assaltam, com nossos instintos mais sombrios e com a ameaça que os outros

sempre representam. Cosmos é leitura para quem pretende sair do sério. Ou ao menos não tem medo disso.

Ageração que nasceu nos anos 40, viveu a juventude em

Ipanema na época da Bossa Nova e do surgimento do

biquíni e, na casa dos 30 anos, enfrentou o auge da ditadura

militar no Brasil é retratada por Leopoldo Serran em Arara

Carioca. Marco Tristeza (seu apelido de adolescente) é o

personagem central, um sujeito pacato e solitário que se vê

envolvido com a luta armada para fazer favor a um amigo,

abrigando o mentor intelectual de um grupo de guerrilheiros

urbanos em seu apartamento. Este é apenas um dos episó-

dios da história, contada fora de cronologia, em flashbacks,

idas e vindas. A síndica metódica do prédio, a empregada

catimbozeira, o tio excêntrico que vive no anexo do Copaca-

bana Palace, a chefa na agência de notícias onde ele traba-

lha como tradutor, os camaradas da juventude, um aciden-

te que quase o leva à morte, uma ruptura inesperada, um

“passeio” aos porões da repressão, um punhado de amores

fugazes e Laura, o grande amor, dançam na memória de

Marco, que recompõe os fatos durante uma hora em que

passa balançando na

rede de seu apartamen-

to. A linguagem de Leo-

poldo Serran é rápida,

sugere várias imagens si-

multâneas, faz referên-

cias deliciosas à música

popular e à cultura cario-

ca, tem por vezes um hu-

mor destruidor e nos “obri-

ga” a acompanhar as desven-

turas de Marco em um jorro

de leitura, com o coração na boca. Se você acha que tudo

isso tem a ver com cinema, acertou em cheio: Serran é rotei-

rista e trabalhou em produções famosas e premiadas como

Dona Flor e Seus Dois Maridos, A Estrela Sobe, O Quatrilho

e O Que é Isso, Companheiro? (os dois últimos indicados ao

Oscar de melhor filme estrangeiro).

Para fundir a cuca

Idas e vindas em Ipanema

COSMOS

Witold Gombrowicz

192 páginas, R$ 38,50

Companhia das Letras

ARARA CARIOCA

Leopoldo Serran

192 páginas, R$ 28

A Girafa

Page 89: Cyrela #07

Penélope Cruz nunca foi grande atriz. Você se lembra

de alguma performance realmente arrebatadora da

estrela espanhola antes de Volver, de Pedro Almodóvar?

Pois bem, há uma Penélope Cruz antes e outra depois de

Volver (ou pelo menos uma durante). É de se imaginar que

Almodóvar (que já trabalhou com ela no passado, embora

sem os mesmos resultados) tenha arrancado o couro da

pobre para fazer brotar uma interpretação que lembra

alguns dos melhores momentos da jovem Sophia Loren

(lembra, pois igualar seria pedir muito). Mas o filme – mais

uma das tramas amalucadas do diretor – não é só da cur-

vilínea ex-musa de Tom Cruise, e sim de uma turma de

atrizes fenomenais, a começar por Carmen Maura, mãe

de Raimunda (Penélope) e Sole (a engraçadíssima Lola

Dueñas), que reaparece como assombração depois de ser

dada como morta – e enterrada. Há ainda Blanca Portillo,

no papel da sofrida Albertina, séria na disputa para ver

quem é a mais bamba do time (no adorável filme hispano-

argentino Elsa e Fred, Blanca é a filha chata de Fred –

quem viu na certa se lembra, e se espanta com a total

falta de semelhança física e espiritual entre as duas per-

sonagens). Volver, enfim, é um filme de mulheres (o homem

que se mete a besta morre logo nos primeiros 10 minutos

da fita), bem ao gosto de Almodóvar, e que reserva novas

surpresas a cada cena em um vaudeville siderado, mistu-

rando dramas amargos com momentos impagáveis de

humor. O DVD pode ser comprado em versão avulsa, mas

os fãs vão preferir a caixa com quatro discos, que reúne

as obras mais recentes do diretor: Volver, Má Educação,

Fale com Ela e Tudo Sobre Minha Mãe.

Batalha feminina

Blanca Portillo e Lola Dueñas

(acima), Camen Maura (na cozinha, ao centro) e a bela Penélope Cruz (ao lado). Estrelas de primeiro time em

filme de Almodóvar que traz mais uma vez a mulher como

protagonistada história

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Certo dia me peguei pensando na vida. Não havia nenhum motivo especial, sim-

plesmente comecei a rever tudo o que estava a minha volta. Percebi que aos

40 anos tinha construído muitas coisas. Os filhos criados, as amizades sólidas, a

casa em ordem, um trabalho novo a cada dia. De repente, percebi algo que nem

sempre é fácil de enfrentar: a chegada da maturidade. Talvez por medo de enfrentá-

la, por simples displicência ou falta de tempo. A maturidade é um processo lento e,

às vezes, passa despercebido mesmo.

Cheguei à conclusão que aprendi bastante nesses anos todos. Meus pais me en-

sinaram muito na infância e adolescência. Depois vieram os altos e baixos da vida

adulta e mais tarde o prazer de poder aprender com meus filhos. O melhor de tudo

é pensar que ainda poderei passar adiante todo o conhecimento acumulado.

Tanta reflexão me levou a prestar atenção na maturidade. Durante um ano inteiro

ouvi as pessoas que agora fazem parte da minha turma, ouvindo sugestões, discu-

tindo, lendo. Notei que era muito importante para todos nós termos a perspectiva

de algo novo. Dessa busca intensa e com esse objetivo em mente resolvi fazer um

grande evento, que recebeu o nome de Conhecimento Vivo.

Que tal aprender a jogar bridge? Fazer uma aula de pilates numa academia?

Juntar um grupo de amigos queridos e fazer uma viagem aqui mesmo pelo Brasil?

Temos visto nas revistas tantos lugares novos e espetaculares, dá uma vontade de

conhecer! É só querer. O mesmo se aplica àquela dor que não te abandona nunca.

Que tal arranjar um médico maravilhoso, que com um simples remedinho ou uma

receita caseira resolve o problema facilmente?

E as indagações prosseguem. O que fazer quando a gente encontra muitas

pessoas numa festa e não consegue lembrar o nome de alguém? Será que tem

uma fórmula milagrosa para preservar a memória? Tem, sim, hoje já existe curso

para a memória.

Agora pense o que significa para um homem bonitão, sarado e que com apenas

62 anos acaba de se aposentar? Ele se sente mais do que disposto a continuar a

carreira, mas a empresa em que trabalha tem como regra a aposentadoria com-

pulsória. E aquela mulher lindíssima, que parava o trânsito e só de entrar nos lu-

gares todos se viravam para vê-la? De

repente, os olhares mudam o foco e

ela passa despercebida. Aí vem a dú-

vida: devo fazer uma plástica? Refor-

ço os cuidados com a pele?

Nessa nova fase, com sorte, consegui-

mos juntar umas economias. E o que

fazer com o dinheiro que guardamos

com tanto carinho? Como aplicá-lo?

Afinal, ninguém quer mudar de vida do

dia para a noite, ainda mais se estamos

acostumados com conforto e ainda

temos tantas coisas para realizar.

Como se vestir na moda sem parecer

ridículo(a)? Que tal um gato ou um

cachorro para fazer companhia? Você

sabe que tipo de animal combina com

sua personalidade?

Todos esses questionamentos passa-

ram a fazer parte da minha vida. Espe-

ro que lendo essas idéias que exponho

aqui vocês se animem a me procurar

e dividir sua experiência de maturida-

de comigo. Desde já eu os convido

para participar das palestras que vão

falar sobre o tema. Depois, uma surpre-

sa. Já adianto que vocês vão adorar.

Estou preparando o lançamento de

uma revista que vai falar de todos es-

ses assuntos e muito mais. Te espero.

As delícias da maturidade

PontodevistaA A R T E D E C O N V I V E R

É PROMOTER E EMPRESÁRIA CULTURAL DASMAIS RESPEITADAS DO PAÍS E AUTORA DO LIVRO

NINGUÉM É PERFEITO, MAS PODE MELHORAR

De repente a gente percebe que a maturidade chegou. No começo assusta um pouco, mas com o tempo descobrimos os seus encantos. E que há muitas conquistas ainda pela frente. Essa nova fase merece debate: proponho palestras e uma nova revista sobre o tema.

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Parques, um belo shopping, restaurantes, padarias e agora um empreendimento que vai dar o que falar

Morumbi: verde por vocação

Osurgimento do bairro do Morumbi, em São Paulo, atesta sua vocação para ser

um espaço da cidade que reverencia o verde e a natureza. No início do século 19, o bairro do Morumbi era uma imensa fazenda com mais de 700 alqueires. Na época, a distância da ci-dade de São Paulo era considerada muito gran-de. Muitas lendas cercam a história da antiga Fazenda Morumby. A mais comum delas é que o então rei dom João VI deu aquelas terras de presente para o inglês John Rudge em 1825, outras afirmam que o mesmo Rudge chegou a vender a fazenda cem vezes mais caro do que havia pago e depois a comprou de volta inex-plicavelmente. Com o passar dos anos, as ter-ras da fazenda foram sendo divididas, criando assim diversas chácaras no local. O bairro pre-dominantemente rural começou a desenvolver-se a partir da década de 40, como conseqüên-cia da expansão natural da cidade.

Alguns marcos atraíram ainda mais morado-res para a região, como a construção do está-dio de futebol, Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, em 1952. Oito anos mais tarde, quan-do o estádio enfim estava pronto, o bairro já estava bem ocupado e não parava de se expan-dir. Outro destaque da região foi a construção do Palácio dos Bandeirantes, em 1955. A atual residência oficial do governador e sede do go-verno estadual foi primeiramente planejada para ser a Universidade Fundação Conde Fran-cisco Matarazzo. Devido a problemas financei-ros a obra ficou paralisada e apenas em 1964 o endereço passou a ser do governo. Parque Burle Marx conserva espécies nativas da Mata Atlântica

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Perspectiva aérea da área de lazer

Mesmo com um crescimento sempre ascendente, o Morumbi soube preservar suas raízes e ainda é um bairro que se destaca pela grande quantidade de áreas verdes. Um das principais atrações da re-gião é o Parque Burle Marx. Inaugu-rado em 1955, o espaço é na verda-de destinado à contemplação da natureza. Os 138 mil metros qua-drados guardam uma fauna diver-sificada e uma flora constituída de inúmeras espécies nativas da Mata Atlântica. Antiga propriedade do empresário Baby Pignatari, o marco do local são os jardins projetados pelo arquiteto Burle Marx, que dá nome ao local. A obra data de 1950 e passou por uma reestruturação em 1991. O parque ainda conta com um lindo lago, uma nascente e tri-lhas pela mata que permitem aos moradores do bairro um intenso contato com a natureza.

Predominantemente residencial, o bairro possui uma infra-estrutura de ponta, com escolas e hospitais de qualidades reconhecidas. Além da proximidade com uma das prin-cipais vias de ligação da cidade, a Marginal Pinheiros.

ALAMEDA MORUMBIAvenida Giovanni Gronchi, 6829Tel.: 11 3501-6601www.alamedamorumbi.com.brPensando em valorizar as áreas ver-des do bairro do Morumbi, a Cyrela e a Magik criaram o Alameda Morum-bi Condomínio Parque. Com mais de 34 mil m2 de terreno e 11 mil m2 de bosque, o empreendimento oferece completa infra-estrutura de lazer pa-ra toda a família. Além de piscinas, quadras esportivas, sauna, spa e o fitness center, o Alameda Morumbi possui boliche, espaço circo, pista de caminhada e ateliê. Os aparta-mentos são de três ou quatro dormi-tórios, com 95 e 124 metros quadra-dos de área útil, respectivamente.

Além de um condomínio completo, o morador do Alameda Morumbi esta-rá muito bem localizado. Praticamente vizinho do Parque Burle Marx, cercado de instituições de ensino de ponta, co-mo Porto Seguro e Miguel de Cervan-tes, e de importantes centros de com-pras, como os shoppings Jardim Sul, Morumbi e Market Place. O endereço é nada menos que a principal avenida no bairro, que facilita ainda mais o acesso a esse novo jeito de morar.

Perspectiva aérea de lazer (acima), living ampliado do apartamento de 124 m2

privativos (ao lado) e perspectiva ilustrada da fachada

Page 94: Cyrela #07

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Perspectiva ilustrada das fachadas do Wide Parque Burle Marx

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WIDE PARQUE BURLE MARXRua Maria Antônia LadalardoTel. 11 3758-3120www.cyrela.com.br/wideSinônimo de estilo de vida com con-forto o Wide tem uma localização mais do que privilegiada. No topo do Pa-namby, com a vista frontal para o Par-que Burle Marx e o skyline da cidade. Todos os apartamentos tem vista des-lumbrante para o parque. Áreas de lazer, com paisagismo caprichado. Destaque para a praça com espelhos-d'água e para a piscina climatizada coberta. Além das piscinas com bor-das infinitas, que integram-se ao céu e à natureza, criando um cenário perfei-to para você aproveitar melhor a vida. Outra novidade é a quadra de squash. Os apartamentos são amplos, com opções de três ou quatro suítes, em áreas de 253 e 303 metros quadrados privativos. A planta inclui um terraço gourmet separado do terraço social.

Perspectiva ilustrada do living com pé-direito

duplo (acima) e piscina com borda infinita

Page 96: Cyrela #07

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Escolher um bom lugar para morar é uma decisão importante. É pre-

ciso avaliar as vantagens e desvanta-gens de cada local, verificar a infra-estrutura e o entorno da região. Na capital paulista, há novos bairros en-trando nesse circuito e atraindo cada vez mais a atenção. É o caso da região que engloba bairros como Jardim Ma-rajoara, Chácara Flora e City Campo Grande. Próximos a Marginal Pinhei-ros e perto de importantes centros de comércio e serviços, a área tem apa-recido como nova alternativa e até solução parar resolver alguns proble-mas do paulistano. Em meio ao caos do trânsito da cidade estar bem loca-lizado representa mais do que econo-mia, significa também mais tempo para usufruir outras coisas importan-tes na vida. Além da facilidade de aces-so por conta da Marginal Pinheiros, estar na região significa também estar a poucos minutos de outras importan-tes vias, como as avenidas Washington Luís e Luís Carlos Berrini.

Há também uma excelente infra-estrutura no setor de educação. A região é cercada pos escolas concei-

Novos bairros entram no circuito e animam os paulistanos que buscam conforto e tranqüilidade sem abrir mão da praticidade de morar bem

Outras paragens

tuadas, como Pueri Domus, Magister e Escola Suíço-Brasileiro. E como possui grandes empresas, o local une o útil ao agradável. Ou seja, boas opções para toda a família, o que explica o interesse dos paulistanos pelo lugar.

No quesito diversão e compras, esse pedacinho especial de São Paulo não dei-xa a desejar. Além de grandes shoppings, como o Market Place e Morumbi Shop-ping, há também o Hipermercado Extra e casas de espetáculo, como a Tom Brasil e Credicard Hall. Como opções de lazer, praças e parques que garantem o conta-to constante com a natureza. O São Paulo Golf Club, tradicional espaço para a prática do esporte, também está localizado entre esses bairros. O que garante ainda mais contato com áreas verdes e uma vista privilegiada e eterna.

Perspectiva ilustrada do living

Page 97: Cyrela #07

Com todos esses atrativos, obviamen-te, a região tem-se destacado por atrair novos e importantes empreendimentos imobiliários. E o conforto parece ser um item básico para quem procura morar por ali. Espaçosos e seguros, os condo-mínios residenciais que estão sendo criados oferecem lazer e tranqüilidade. Um convite, no mínimo, sedutor.

SPLENDIDO JARDIM DO GOLFAv. Engenheiro Alberto de Zagottis, 92Tel.: 11 5523 2191www.splendidojardimdogolf.com.brUm terreno único e especial foi esco-lhido pelas construtoras Cyrela e MAC para abrigar o condomínio Splendido Jardim do Golf. Em uma área de mais de 6 mil m2, o empreendimento se des-taca na região. Vizinho do São Paulo Golf Club, além de uma vista extrema-mente agradável, o condomínio ofere-ce ótimas alternativas para diversão e descanso. As áreas comuns possuem gazebo zen com espelho-d’água, espa-ço tai chi chuan, redário, pomar, espa-ço gourmet, entre outros atrativos. Além de cuidar da mente, há locais especiais para cuidar do corpo e se divertir, como o outdoor fitness, pisci-nas, quadra e salão de festas. Os apar-tamentos são de 130 metros quadra-dos, com três suítes e opção de home office e cozinha ampliada. A cobertura tem 231 metros quadrados privativos, com três vagas na garagem.

Perspectiva ilustrada da fachada e piscinas

adulto e infantil

Page 98: Cyrela #07

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A pouco quilômetros da capital paulista, Campinas une asfacilidades de uma cidade grande sem perder o brilho de um lugar tranqüilo

Metrópole do interior

Carinhosamente chamada pelos moradores de Princesa d’Oeste, Campinas é uma cidade paulista que tem atraído cada vez mais a atenção. Conhecida por abrigar

importantes centros universitários e de pesquisa, como Universidade Estadual de Cam-pinas (Unicamp) e Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, o município também se destaca por sua força econômica. Atualmente, a cidade concentra quase um terço da produção industrial do estado de São Paulo. Além disso, tem desenvolvido cada vez mais seu setor comercial, com importantes centros de compra, como o Shopping Iguatemi e Parque Dom Pedro.

Muito próxima a capital paulista, cerca de 90 quilômetros, Campinas é também um dos maiores e mais importantes entroncamentos de transportes do país. A cidade possui dois aeroportos, um deles, o de Viracopos, tem sido utilizado como alternativa para o gargalo do transporte aéreo, por ter uma localização estratégica. Além de estar cercada por nove grandes rodovias.

No início de seu desenvolvimento, a agricultura foi a principal atividade econômica do município. Seu solo fértil de terra roxa cultivou por um tempo a cana-de-açúcar, la-vouras de café até o grande parque industrial dos dias de hoje. Campinas ainda conta com parques e bosques, entre eles o Bosque dos Jequitibás e Bosque dos Guarantãs.

Hípica de Campinas. Uma opção de lazer aos moradores.

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BREEZE FAMILY CLUBwww. breezeclub.com.brPara auxiliar ainda mais a ampliação de áreas verdes em Campinas, a Living e a Concima apresentam o seu mais novo empreendimento na re-gião: o Breeze Family Club. Cercado de verde por todos os lados, o con-domínio possui um bosque privativo de 11 mil metros quadrados com a assinatura do renomado Burle Marx. Um verdadeiro clube com mais de 30 itens de lazer para todas as idades. Piscina, espaço zen, sala de ioga, sau-na, lan house, churrasqueira, forno para pizza e muito mais à disposição de toda a família. Apartamentos com três e quatro dormitórios, com algu-mas opções de dúplex. Duas vagas na garagem por apartamento. Ao la-do do Shopping Iguatemi, em Campi-nas, o Breeze Family Club é o lança-mento que pretende facilitar o sonho da casa própria. Próximo também ao Colégio Notre Dame, ao Galleria Shopping e a Hípica, o Breeze Family Club é um empreendimento que pro-mete valorizar ainda mais a região.

Perspectiva do terraço

Na página ao lado,o espaço Home Cinema: diversão e cultura no Breeze Family Club. Ao lado, ilustração artística da fachada

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O bairro da Aclimação une muito verde, tranqüilidade e proximidade com o melhor que a

cidade de São Paulo pode oferecer

Uma jóia lapidada

Poucos bairros na capital paulista têm o privilégio de possuir uma imensa área verde protegida. O bairro da Aclimação, região central da cidade, orgulha-se em

ter um dos maiores patrimônios de São Paulo. O Parque da Aclimação é um dos mais importantes parques do município, e sua existência e preservação estão garantidas graças ao tombamento da área, considerada patrimônio histórico desde 1986.

Em seus 112 mil metros quadrados de área verde, o Parque da Aclimação possui trilhas, quadras esportivas e até um jardim japonês, que permite que os moradores do bairro caminhem e desfrutem da natureza praticamente sem sair de casa. O bairro possui dimensões pequenas, é cercado por ruas como Apeninos, Pires da Mota e pela avenida Lins de Vasconcelos. Apesar disso, a Aclimação concentra importantes insti-tuições de ensino, como os tradicionais Colégio Bandeirantes, Anglo Latino e Santo Agostinho. E também oferece ótimas opções culturais, como o Centro Cultural de São Paulo, na rua Vergueiro, que também é uma das principais vias de acesso ao bairro.

A proximidade com grandes avenidas como a Paulista e 23 de Maio fazem do bairro uma excelente opção para viver, sem deixar de ter acesso ao restan-te da cidade. Os principais centros médicos de São Paulo, como Hospital San-ta Catarina, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa e Maternidade Santa Joa-

na, ficam a poucos minutos do bair-ro, levando ainda mais tranqüilidade para os moradores.

Uma das curiosidades do bairro são os nomes de suas ruas. A maioria delas divide sua origem entre nomes de planetas do sistema solar ou de pedras preciosas. As ruas da Aclima-ção começaram a surgir em 1916, em torno do parque. A partir da avenida da Aclimação, em direção ao largo Rodrigues Alves, as ruas ganharam nomes de pedras preciosas, como Topázio, Diamante e Safira. Mais pa-ra cima, em direção à rua Nilo, a ins-piração foram os planetas: Júpiter, Urano, Saturno.

Parque da Aclimação: opção de lazer para os moradores da região Perspectiva ilustrada do terraço gourmet

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CRISTALL PARQUE DA ACLIMAÇÃORua Baturité, 200Tel.: 11 3207-3262www.cyrela.com.br/cristallPara contemplar a preciosidade do bairro da Aclimação, a Cyrela e a Mac uniram-se para lançar o Cristall, a uma quadra do Parque da Aclimação. O conceito do empreendimento é lapidar uma verdadeira jóia para oferecer o melhor para seus clientes. Apartamen-tos amplos, de 227 metros quadrados ou 275 metros quadrados, ambos com quatro suítes e quatro ou cinco vagas

na garagem garantem conforto e espa-ço aos moradores. O terreno possui mais de 8,4 mil metros quadrados, com uma completa infra-estrutura de lazer, com piscinas infantil e adulto, quadra de tênis, quadra poliesportiva, salão de festas, espaço fitness, sauna e tudo que você pode imaginar em matéria de lazer.

Perspectiva ilustrada da fachada do Cristall (ao lado) e piscinacoberta (abaixo)

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A proximidade do bairro a regiões centrais e ofácil acesso ao melhor que a cidade de São Paulooferece faz da Vila Mariana um lugar cobiçado pelos paulistanos

A praticidade e oconforto da Vila Mariana

Uma mistura de modernidade e tradição. É assim que se pode de-

finir o bairro da Vila Mariana, em São Paulo. Um das regiões mais desenvol-vidas da cidade, a Vila Mariana pode ser considerado um bairro estratégico. Próximo a importantes avenidas, co-mo avenida Paulista, Vergueiro e 23 de Maio, o local oferece serviços de qua-lidade e com uma extensa variedade, sem deixar de lado a tranqüilidade. A poucos minutos dos parques da Aclimação e do Ibirapuera, a Vila Ma-riana é conhecida também pela pre-servação de suas ruas arborizadas. A localização ainda é destacada por conta da proximidade com três esta-ções de metrô: Vila Mariana, Santa Cruz e Chácara Klabin.

Como os demais bairros da capital paulista, a Vila Mariana era também uma área verde, que pertencia a im-portantes famílias do passado. A criação do bairro, com a denomina-ção que hoje é conhecida, ocorreu em 1891, quando José Antônio Coe-lho comprou a chamada “Chácara da Boa Vista”, na Vila Mariana, e a lo-teou, abrindo ruas que receberam os nomes de “Central”, “Garibaldi” e Perspectiva ilustrada do Bosque Privativo

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“dos Italianos”, hoje conhecidas co-mo Humberto I, Rio Grande e Álvaro Alvim, respectivamente.

Em 1928 começou a construção do Instituto Biológico, concluída em 1945. O objetivo principal do local, na época, era desenvolver tecnologia e pesquisas para controlar as pragas que atacavam os cafezais. Hoje, o ins-tituto é referência também para pes-quisa da saúde humana. Aliás, esse é outro quesito que o bairro supre mui-to bem. Há excelentes centros médi-cos na região. O Hospital do Servidor Público, por exemplo, é reconhecido pela qualidade do atendimento. Há ainda instituições dedicadas ao trata-mento de jovens e idosos, o que con-tribui ainda mais para a alta qualidade de vida na região.

Importantes centros educacionais estão presentes no bairro. A Escola Superior de Propaganda e Marketing

(ESPM) é um exemplo. Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Paulista (Unip) e Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) são outras universidades disponíveis na Vila Mariana. No ensino fundamental, o bairro contempla duas das escolas mais tradicionais da capital, os colégios Bandeirantes e Arquidiocesano. Opções culturais também não faltam na região. Além do Centro Cultural de São Paulo, a Vila Mariana abriga o Museu Lasar Segall, a Cinemateca e o Teatro João Caetano. Além disso, o bairro é muito bem servido no quesito de centros co-merciais. A proximidade dos shoppings Santa Cruz e Paulista garante ao mo-rador acesso ao que há de melhor.

COLETÂNEA VILA MARIANARua Conde de Irajá, 142; tel.: 11 5083-2525www.coletaneavilamariana.com.brFeito para oferecer e preservar os melhores momentos de sua história, o Cole-tânea Vila Mariana reúne lazer, espaço e conforto para toda a família. O empre-endimento é resultado de uma parceria entre a Cyrela e a MAC. O terreno possui mais de 7,4 mil metros quadrados, com muitas atrações. Além das piscinas in-fantil e adulto, há também uma piscina coberta climatizada, com raia de 25 metros. Trilhas, bosques e praças complementam a beleza do local, incluindo mais natureza no seu dia-a-dia. Os apartamentos são de quatro dormitórios, com 205 ou 211 metros quadrados. Há ainda opções de dúplex. Todos com, mo mí-nimo, três vagas na garagem.

Perspectiva ilustrada das piscinas adulto e infantil

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O primeiro residencial resort em Salvador leva um estilo de morar diferenciado aos baianos

A alegria deviver na Bahia

A s belas praias, a riqueza histórica e cul-tural, a gastronomia regional e a musica-

lidade do baiano atraem milhares de visitantes brasileiros e estrangeiros a cada ano. O sexto estado mais rico do país tem atraído indús-trias e fábricas, elevando o nível de vida da população e tornando a economia baiana ain-da mais forte. Um estado com futuro promis-sor. E a Cyrela Andrade Mendonça acredita nessa idéia. A prova disso é o Le Parc Residen-tial Resort, uma opção de moradia em Salva-dor que a Cyrela Andrade Mendonça em par-ceria com a Jotagê criou para oferecer quali-dade de vida aos baianos.

LE PARC RESIDENTIAL RESORTwww.cyrela.com.brEstá nascendo em Salvador um novo bairro em uma área de 100 mil metros quadrados. O Le Parc Residential Resort é um bairro planejado que reúne um verdadeiro clube com mais de 40 itens de lazer e serviços exclusivos. O empreen-dimento possui uma grande área verde preser-vada, onde a natureza e diversão, tranqüilidade e praticidade convivem em perfeita harmonia. O novo empreendimento fica em plena aveni-da Paralela, o mais novo e consagrado Perspectiva ilustrada da fachada do Le Parc Residential Resort

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Perspectiva ilustrada da

brinquedoteca (acima) e do campo

de futebol do Le Parc Residential Resort (ao lado)

Perspectiva ilustrada da piscina Resort

endereço de qualidade de vida em Salvador. A avenida é um marco de desenvolvimento da cidade, abrindo caminho para uma região em cresci-mento, e é passagem obrigatória pa-ra as praias do litoral norte.

O Le Parc conta com o maior clube já visto em empreendimentos resi-denciais, com 10 mil metros quadra-dos, onde o morador poderá desfru-tar de piscina resort com raia de 50 metros, prainha e borda infinita, pis-cina infantil, piscina coberta e clima-tizada com raia de 25 metros, qua-dras, campo de futebol, salão de festas com pista de dança, fitness, beauty center e muito mais. Além de toda a infra-estrutura de lazer do clu-be, o empreendimento ainda conta com diversos itens no playground e nos entornos dos prédios: piscina, salão de jogos, salão de festa, brin-quedoteca, home theather, ateliê entre outras atrações. O novo em-preendimento da Cyrela Andrade Mendonça terá apartamentos de três e quatro quartos, com opções de planta que variam de 112 a 243 me-tros quadrados.

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A Cidade Universitária é uma excelente opção de lazerpara os paulistanos e os bairros que se formaram em torno dela contamcom infra-estrutura completa de serviços e consumo

O lado B da USP

A excelência do ensino faz da Universidade de São Paulo a

mais cobiçada do país. Mas esse não é o único atrativo da institui-ção, fundada em 1953. Instalada numa área de 4,4 milhões de metros quadrados, numa região nobre na zona oeste da capital, a USP é uma das principais áreas verdes da ci-dade. Cerca de 80% da extensão do terreno é formada por avenidas, estacionamentos arborizados e áre-as verdes. Pouca gente sabe, mas o lugar guarda muitas espécies de plantas e animais. Um olhar mais atento vai notar que ali vivem lado a lado tucano-de-bico-verde, beija-flor-tesoura, bem-te-vi, siriri, pica-

pau, bicho-preguiça e o inquieto mico-estrela, um sagüi de olho arregalado que pula de galho em galho em movimentos rápidos.

Tanta diversidade é garantida pela rica e bela flora que cerca o local. O cedro-rosa, com 40 metros de altura e tronco de 1 metro e meio de diâmetro, e a ingá-banana, com suas flores brancas e delicadas, são apenas alguns exemplos de espécies que habitam o lugar. A Cidade Universitária tem ainda uma reser-va florestal com 102 mil metros quadrados que funciona como unidade de conservação de espécies e é utilizada nas pesquisas e atividades didáticas do Instituto de Biociência. Apesar do espaço relativamente pequeno, mantém cerca de 90 tipos de árvores nativas. Há ainda um lago no interior da reserva, alimentado por um riacho cuja nascente se situa na própria área.

Toda essa natureza está localizada em local privilegiado da capital paulista, às margens da Marginal Pinheiros. Ali estão situados bairros em franca expan-são. Caso do Jaguaré que conta com infra-estrutura completa de lazer, comér-cio e serviços. Três dos mais completos shoppings da cidade, Villa-Lobos, Eldorado ou Iguatemi, estão a poucos minutos dali. Para abastecer a casa, dois hipermercados, Extra e Carrefour. O lugar também é o endereço de algumas das melhores escolas da cidade, como os colégios Santa Cruz, Vera Cruz e

Perspectiva ilustrada do living do apartamento de 156 m2 privativos

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Ao lado, perspectiva ilustrada da fachada. Abaixo, imagem do terraço de 234 m2 privativos, com vista privilegiada. A piscina coberta oferece ainda mais conforto

Oswald de Andrade-Caravelas. E o maior chamariz do bairro é a expan-são da linha amarela do Metrô. O início das obras, previsto para 2008, além de facilitar a vida de quem vive ali já está trazendo grande valoriza-ção para os imóveis da região.

HORIZONTES CIDADE UNIVERSITÁRIA Avenida Escola Politécnica, 942wwww.cyrela.com.br/horizontesO novo empreendimento da Cyrela em parceria com a Setin, fica em fren-te à Cidade Universitária. Em um terreno de 32.805 metros quadrados de área, com sete torres, o cliente pode escolher entre apartamentos de quatro dormitórios de 234 metros quadrados, 186 metros quadrados ou 156 metros quadrados. A área de lazer do condomínio possui piscina coberta e aquecida de 25 metros, piscina recreativa, fitness, sala de ginástica, spa, sauna seca e ducha, sala de massagem, pista para cami-nhada, home office com sala de reu-niões, home cinema, quadra polies-portiva, entre outras atrações. O projeto arquitetônico é de Marcio Curi e Azevedo Antunes.

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O tradicional bairro carioca de Botafogo mistura tradição aristocrática e modernidade. O local oferece uma das melhores infra-estruturas de comércio e serviços da cidade

Modernidade clássica

O bairro de Botafogo, no Rio de Ja-neiro, tem duas vocações. De um

lado o que se vê é um local de passa-gem que dá acesso aos demais bairros da zona sul carioca -- Copacabana, Fla-mengo, Urca e Leme -- e um pioneiro centro de expansão imobiliária e po-pulacional da cidade, com a presença de muitos prédios residenciais, shop-ping centers e uma sofisticada infra-estrutura. A verticalização do bairro contribui para sua diversificação ocu-pacional, trazendo ambulatórios, clí-nicas médicas e hospitais.De outro lado, o bairro exibe mansões e casarões antigos muito bem preser-vados, vilas, sobrados e tradicionais colégios fundados na primeira metade do século passado, lembrando o perfil aristocrático que o lugar teve na época.

Perspectiva ilustrada da varanda do Les Palais Botafogo

Vista geral do Les Palais Botafogo: prédio de quatro andares

Entre esses estabelecimentos estão os colégios Nossa Senhora de Lourdes, Anglo-Americano e Santa Rosa de Lima. Eles dão um ar cosmopolita ao local, diversifican-do a vocação inicial de bairro comercial.

LES PALAIS BOTAFOGORua Assunção, 02 - Botafogo www.lespalaisbotafogo.com.brImagine viver em um condomínio com duas construções históricas e tombadas pelo patrimônio histórico no seu quintal. Pois é, isso será possível para os futu-ros moradores do Les Palais Botafogo. A área de mais de 36 mil metros quadra-dos de terreno abriga dois casarões do início do século 19, que estão totalmen-te restaurados. No Chalet Olinda vai funcionar uma academia de ginástica, com musculação, spinning, ioga, lutas marciais, pilates, salão de beleza, entre outras opções. A outra edificação, o Santa Clarice, terá salão de festas, home cinema, brinquedoteca e sala de música.

O novo empreendimento da RJZ/Cyrela, em parceria com a incorporadora Gulf, vai incorporar-se a esse cenário bucólico, a cara do bairro. Foi inspirado naquelas pessoas que já moraram em casa e querem resgatar esse estilo de vida com a segurança e a administração de um condomínio. Serão nove torres de apartamentos com até cinco andares cada. Ao todo, o Les Palais tem 22 aparta-mentos no térreo com grande área de lazer privativa, com hidromassagem, pis-cina, churrasqueira e amplo terraço. As plantas têm apartamentos de quatro dormitórios, com duas ou quatro suítes. Os serviços oferecidos pelo condomínio são uma facilidade para os moradores. Entre eles, limpeza, salva-vidas, coorde-nação de festas e eventos, manutenção de instalações elétricas e hidráulicas.

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Município fluminense atrai olhares admirados para seus monumentos projetados por Oscar Niemeyer e tambémpor suas belezas naturais

Niterói, o oásis da arquitetura

Incrivelmente, Niterói é a única cidade brasileira fundada por um índio. Seu nome até se originou da palavra Nictheroy, que em tupi significa “água escondida”. O

nome procurou resgatar o topônimo original tupi Nheteroia, que significava “baía sinuosa”. Apesar do significado do seu nome fazer alusão a águas que não se mos-tram, Niterói possui mais de 11 quilômetros de praia, todas com suas belezas reco-nhecidas. Destaque para Camboinhas, Piratinga, Itaipu, Sossego e Itacoatiara, todas na região Oceânica. A praia de Itacoatiara já foi considerada inúmeras vezes umas das mais belas do Brasil. Na Baía de Guanabara, as atenções voltam-se para as praias de São Francisco, Charitas e Icaraí. Aliás, a praia de Icaraí é conhecida também por ser palco de grandes shows. Com Copacabana, na capital fluminense, Icaraí é a única no estado que recebe mais de 30 espetáculos por ano.

Além de sua costa litorânea privilegiada, Niterói atrai visitantes durante todo o ano também por causa de seus monumentos históricos. Importante centro histórico-cultural do Brasil, o símbolo da cidade é o Museu de Arte Contempo-rânea, famoso por ter sido construído pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A cidade possui ainda o Caminho Niemeyer. Com o objetivo de revitalizar o centro da cidade e ainda “brigar” pelo título do município brasileiro que mais possui obras do arquiteto, Niterói “encomendou” a Niemeyer novas obras. O caminho Nie-meyer ocupará a orla de Niterói, desde o centro da cidade até a praia da Boa Viagem, um percurso de mais de 3 quilômetros. Agora, em 2007, ano do cente-nário do arquiteto, a cidade inaugurou sua sexta obra projetada pelo mestre Niemeyer, o Teatro Popular, com capacidade para até dez espectadores.

A cidade fica a poucos quilômetros do Rio de Janeiro. A ligação entre os dois municípios acontece pela famosa e admirada ponte Rio–Niterói, cuja extensão é de 14 quilômetros. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a cidade possui um dos melhores índices de qualidade de vida do país. Entre os 5,6 mil municípios brasileiros, Niterói é a terceira colocada nesse quesito. A cidade orgulha-se ainda por ter o melhor nível de alfabetização do estado do Rio de Janeiro.

GRAN PALAZZOAvenida Ary Parreiras, 627 – Niterói – RJwww.cyrela.com.brCom uma arquitetura clássica inspi-rada no melhor estilo italiano, o Gran Palazzo alia conforto, espaço, lazer e segurança, com localização privi-legiada no município de Niterói. Den-tro do condomínio, as inúmeras op-ções de lazer oferecem diversão e entretenimento, com a tranqüilidade de se estar em casa. Além das pisci-nas, do salão de festas e da sala de ginástica, o Gran Palazzo possui um estúdio de música, minigolfe, espaço para cinema e espaço gourmet. Entre outras atrações, amplos apartamen-tos de quatro dormitórios também garantem o conforto do morador.

Perspectiva ilustrada do Spazio Música (ao lado) e do Spazio Gourmet Gran Palazzo

Perspectiva ilustradada fachada do

Gran Palazzo

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Opções de espaços culturais nos condomínios unem segurança e criatividade. Um estímulo cultural para toda a família

Cultura em casaVARANDAEXPRESSIONSRua Brigadeiro Galvão, 143www.cyrela.com.br Empreendimento que conta com a parceria da Cyrela e MAC, o Varanda Expressions é um edifício diferen-ciado na região de Higienópolis. Além de uma infra-estrutura com-pleta de lazer, ele apresenta uma construção privada inédita na re-gião: o Espaço Expressão. Com ate-liê, cineminha, teatro, salão de jogos e lounge, o local oferece aos mora-dores a chance de desenvolver ta-lentos e descobrir uma forma nova de viver com a arte. Os apartamen-tos são de dois ou três dormitórios, com uma área de 67 e 81 metros qua-drados. A área total do terreno é de mais de 3,3 mil metros quadrados. Espaço que garante ainda mais con-forto para toda a família.

C onhecer o bairro de Higienópolis, em São Paulo, é também mergulhar um pou-co na história da cidade. Tradicional e ao mesmo tempo moderno, o bairro

está entre os mais cobiçados locais para se morar na capital. Famoso por abrigar relevantes instituições culturais, como Theatro São Pedro e Jardel Filho, Higienó-polis se destaca também por sua arquitetura. Que, aliás, é também um verdadeiro acervo de belas construções. Já na década de 40, a região praticamente liderou uma revolução urbanística paulistana e tornou-se uma espécie de modelos para os em-preendimentos imobiliários. A história do bairro explica um pouco sua grandeza de hoje. Um dos únicos da capital que foi planejado, seu projeto tinha como obje-tivo contemplar a elite paulistana. As inúmeras árvores e praças do bairro agregam ainda mais valor a esse pedacinho de cidade. Higienópolis significa cidade limpa. Algo que, certamente, muitos paulistanos almejam.

Além de seu lado cultural muito forte, a infra-estrutura na área da educação é de primeira linha. Colégios como Rio Branco, Sion e Mackenzie oferecem uma formação de qualidade, com o privilégio da proximidade. Apesar de ter um perfil residencial, Higienópolis soube agregar uma estrutura de serviços, sem acabar com a tranqüilidade do bairro. Um exemplo disso é o Shopping Pátio Higienópolis, que foi construído em 1999, preservando uma fachada um pouco mais antiga da casa. E respeitando as características do bairro e de sua história, a Cyrela apresenta o Varanda Expressions, um empreendimento que possui um espaço exclusivo voltado para atividades culturais. Dentro do condomínio, o Espaço da Expressão é um edifício tombado pelo patrimônio histórico que foi restaurado para oferecer aos moradores um local especial.

Perspectiva ilustrada da piscina adulto com raia. Ao lado, churrasqueira e forno para pizza

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A estação do metrô vai trazerprosperidade para a Vila Prudente

De olho no futuro

No início de sua formação, em meados do século 18, o bairro

da Vila Prudente recebeu imigrantes italianos com espírito empreende-dor. Logo o bairro mostrou forte vo-cação para a indústria. A primeira fábrica instalada na região foi de do-ces, balas e bombons e era de pro-priedade dos irmãos Falchi. A fábri-ca prosperou e passou a empregar os moradores locais. Depois os pio-neiros irmãos Falchi construíram a Cia. de Cerâmica de Telhas e Tijolo. O sucesso atraiu novos empreende-dores e a história do bairro começou a ser escrita. O nome do bairro é uma homenagem ao ex-presidente Pru-dente de Moraes. Hoje, o bairro con-ta com 450 mil habitantes, possui 30 quilômetros quadrados e fica a pou-cos minutos da praça da Sé.

A localização, próxima ao centro da cidade, sempre foi um diferencial. Hoje, o bairro tem oferecido ainda mais qualidade de vida aos seus mo-radores. Apesar de um comércio forte, o local é predominantemente residencial e inspira um ar de cidade de interior. As pessoas se conhecem, conversam e até se envolvem em de-cisões do futuro do bairro.

A chegada da Linha 2 – Verde do metrô, prevista para 2010, é conside-rada uma grande conquista para o bairro. O projeto prevê a criação das estações Vila Prudente e Tamandua-

VITÓRIA PARQUE VILA PRUDENTERua Costa Barros, 2249www.vitoriavilaprudente.com.brPensando em valorizar ainda mais o bairro da Vila Prudente, a Living e a Tecnum buscaram unir o clima acolhedor da região com a vantagem de estar próximo ao centro e lançou o Vitória Parque Vila Prudente. Um condomínio que está ao seu alcance. Com 13 mil m2 de terreno, o Vitória Parque oferece lazer e segurança para toda a família. Os apartamentos são de dois e três dormitórios, com 44 e 56,84 m2. As áreas comuns possuem praça central, espaço multiuso, fitness externo, brinque-doteca, churrasqueira, quadra gramada, salão de jogos, fitness, espaço teen, play-ground, espaço boa forma e espaço mulher. Além disso, o Vitória Parque é um condomínio inteligente e ecológico, pois dispõe de mecanismos de reuso de água pluvial nas áreas comuns e coleta seletiva de lixo.

PRAÇA IBITIRAMARua Ibitirama, 1850Tel.: 11 6346 3558Muito bem localizado na Vila Prudente, entre os bairros da Mooca e do Ipiranga, outro importante lançamento da Living e Concima, o condomínio Praça Ibitirama é uma exce-lente opção para quem quer comodidade, qualidade de vida e boa localização. Os apar-tamentos são de dois e três dormitórios, com 52 e 64 metros quadrados, ambos com varanda grill. Nas áreas comuns, diversas opções para desfrutar de ótimos momentos com sua família. Lan house, salão de festas, oficina de artes, praça de leitura, solarium, piscinas, fitness center são algumas das opções. O terreno tem mais de 3,860 mil metros quadrados. Visite apartamento decorado no endereço acima.

teí. E por se tratar da linha verde, ligará o bairro diretamente à região da avenida Paulista, um dos mais importantes centros de negócios da capital. No futuro, já existem projetos da construção da Estação Orfanato, que ficará nas ruas centrais do bairro. A chegada do metrô realiza um sonho dos moradores, o de que seus filhos permaneçam no bairro, já que a falta de transporte levou muitos moradores a procurar moradias mais próximas ao trabalho. Agora a realidade mudou. Com novas e excelentes opções para morar, os filhos da Vila Prudente poderão continuar no bairro e se locomover com mais facilidade. Isso prova que uma história sólida e um passado forte podem e devem conviver harmoniosamente com um futuro promissor.

Perspectiva da fachada do Vitória Parque Vila Prudente

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NÚMERO DE DORMITÓRIOS

(planta básica)

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MPE

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ENTR

EGA

PREVISÃO DE ENTREGA

Valores em % realizada

ALLORI VILA ROMANA Vila Romana 4 100 95 10 Abr-09

ÁPICE SANTANA Santana 4 100 40 Jun-09

CENNARIO Hípica Santo Amaro 4 100 100 100 100 80 85 30 5 Maio-08

CENTRAL PARK MOOCA Mooca 3 e 4 70 45 5Dellacorte, Fifith Av, The Mark, The Plaza e Lincoln Plaza: jun/09 Pierre, Madison, The Belvedere e Metropolitan: jun/10

CHÁCARA DOS PÁSSAROS São Bernardo do Campo 3 e 4 100 100 100 100 99 97 90 50 Dez-07

CONTEMPORÂNEO CAMPO BELO Campo Belo 3 e 4 100 80 Set-09

ESSÊNCIA ALPHAVILLE Alphaville 3 e 4 30 5 Nov-09

FLORAE PARQUE DA ACLIMAÇÃO Aclimação 4 5 90 Out-09

GRAND LIFE BOSQUE SAÚDE Bosque da Saúde 4 100 100 77 52 15 Set-08

HLI 120 Itaim Bibi 4 100 100 65 10 Jul-08

HUMANARI Brooklin 3 e 4 100 100 95 70 10 40 15Cyan: jul/08Magenta e Rubine: ago/08

NOVA KLABIN Chácara Klabin 4 100 100 60 30 Abr-09

ORNATO MOEMA Moema 4 10 Out-09

PARC EVIAN Higienópolis 3 100 100 100 95 75 80 70 Jan-08

PATEO POMPEIA Pompéia 3 100 100 65 40Sumaré e Pacaembu: set/08Perdizes: mar/09Pompéia: set/09

PAULISTÂNIA Brooklin 4 100 100 90 70 10 50 10 Dez-08

PLATEAU JARDINS Jardins 4 100 100 100 90 10 45 50 Mar-08

REFERENCE KLABIN Chácara Klabin 4 65 50 Jul-09

RESERVA JARDIM Jardim Avelino 4 100 70 5 Ago-09

SARAU PINHEIROS Pinheiros 4 100 100 75 50 30 Jan-09

THE CITY Itaim Bibi com 100 100 100 100 75 50 45 45 Jan-08

THE COLONY Cidade Jardim 4 100 100 100 98 98 85 75 60 12 Out-07

THE PARLIAMENT Pacaembu 4 100 100 100 95 65 70 50 Jan-08

VARANDA PAULISTA Paraíso 2 e 3 100 100 100 95 10 80 25 5 Mar-08

VEREDA IPIRANGA Ipiranga 3 e 4 100 98 60 40 15 Nov-08

VERTENTES GRANJA VIANA Granja Viana 4 25 Maio-09

VIA PAULISTA HOME STAY Paraíso 2 100 100 25 Mar-09

VITALE MOOCA Mooca 4 100 75 Ago-09

WALK VILA NOVA CONCEIÇÃO Vila Nova Conceição 4 100 100 80 40 40 10 Ago-08

ÁPPIA LORENA Jardins 3 e 4 LANÇAMENTO Mar-10

CAMAROTTE CAMPO BELO Campo Belo 4 LANÇAMENTO Dez-09

CENTRAL PARK PRIME Tatuapé 4 LANÇAMENTO a definir

CRISTALL Aclimação 4 LANÇAMENTO Ago-10

DOMÍNIO MARAJOARA Jardim Marajoara 3 e 4 LANÇAMENTO a definir

GRAND LIFE IPIRANGA Ipiranga 4 LANÇAMENTO a definir

PASSEIO BROOKLIN Brooklin 4 LANÇAMENTO Dez-09

VANILLA HOUSE & GARDEN Alto de Pinheiros 3 e 4 LANÇAMENTO Jun-09

VARANDA POMPÉIA Pompéia 2 LANÇAMENTO Abr-10

VENTURA Santo André 4 LANÇAMENTO Dez-09

VIA IBIRAPUERA Ibirapuera 1 e 2 LANÇAMENTO Maio-10

VILLA LOBOS OFFICE PARK Alto de Pinheiros comercial LANÇAMENTO a definir

ATMOSFERA - AMBIANCE Península da Barra 4 100 100 100 100 90 80 70 20 Mar-08

ATMOSFERA - ESSENCE Península da Barra 4 100 100 100 100 70 70 70 Mar-08

ATMOSFERA- VERVEINE Península da Barra 4 100 100 100 100 10 70 30 Ago-08

ATMOSFERA - POEME Península da Barra 4 100 100 80 60 40 20 Ago-08

BARRA FAMILY - LAGUNA BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 75 40 70 10 Ago-08

BARRA FAMILY - LONG BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 65 30 60 5 Ago-08

BARRA FAMILY - PALM BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 75 40 70 10 Ago-08

BARRA FAMILY - SUNSET BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 95 65 80 30 Ago-08

BARRA FAMILY - VENICE BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 20 0 15 0 Ago-08

BELLE ÉPOQUE - DEGAS Freguesia 2 e 3 100 45 Out-08

Page 113: Cyrela #07

NÚMERO DE DORMITÓRIOS

(planta básica)

PREP

ARO

DO TE

RREN

O

FUND

AÇÃO

ESTR

UTUR

A

VEDA

ÇÃO

FACH

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ALAÇ

ÃO

ACAB

AMEN

TO

PINT

URA

E LI

MPE

ZA

ENTR

EGA

PREVISÃO DE ENTREGA

Valores em % realizada

BELLE ÉPOQUE - MONET Freguesia 2 e 3 100 5 Out-08

BELLE ÉPOQUE - RENOIR Freguesia 2 e 3 100 5 Out-08

COSMOPOLITAN Barra da Tijuca Com 100 75 55 Abr-08

FRONT LAKE - LAKE VIEW Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 30 Ago-08

FRONT LAKE - LAKE VISION Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 85 15 20 Ago-08

GOLF VILLAGE - BLUE São Conrado 4 100 100 100 100 70 90 15 Dez-07

GOLF VILLAGE - GREEN São Conrado 4 100 100 100 100 35 90 15 Dez-07

GOLF VILLAGE CASA São Conrado 4 100 100 100 100 45 90 15 Dez-07

GRAND LIFE BOTAFOGO Botafogo 4 100 100 100 100 95 100 90 70 Dez-07

LANAI Barra da Tijuca 2 100 100 99 99 30 75 50 Fev-08

L. R. DE MONACO - BEAU SOLEIL Barra da Tijuca 4 100 70 25 15 17 Out-08

L. R. DE MONACO - CAP D'AIL Barra da Tijuca 4 100 100 68 65 18 Out-08

L. R. DE MONACO - CAP MARTIN Barra da Tijuca 4 100 30 13 0 17 Out-08

L. R. DE MONACO - CONDAMINE Barra da Tijuca 4 100 100 38 50 18 Out-08

L. R. DE MONACO - MONTE CARLO Barra da Tijuca 4 100 100 25 25 17 Out-08

L. R. DE MONACO - RIVIERA MARRIOT Barra da Tijuca 4 100 100 63 60 18 Out-08

LE MONDE - HONG KONG 1000 / 2000 / 3000 Barra da Tijuca Com 100 100 100 100 100 85 85 70 Dez-07

LE MONDE - LONDRES Barra da Tijuca Com 100 100 30 Dez-08

LE MONDE - TORONTO 1000 Barra da Tijuca Com 100 100 100 100 100 95 95 90 Dez-07

MAISON LEBLON - CASAS Leblon 3 100 100 100 100 60 50 40 Dez-07

MAISON LEBLON - GÓIS Leblon 3 e 4 100 100 100 90 25 30 10 Dez-07

RISERVA UNO - BOLZANO Barra da Tijuca 5 e 6 100 100 70 5 5 Dez-08

RISERVA UNO - FIRENZE Barra da Tijuca 4 e 5 100 100 60 5 Dez-08

RISERVA UNO - MILANO Barra da Tijuca 4 e 5 100 100 60 5 Dez-08

RISERVA UNO - ROMA Barra da Tijuca 5 e 6 100 100 70 10 5 Dez-08

RISERVA UNO - VENEZIA Barra da Tijuca 4 e 5 100 100 60 5 Dez-08

SAINT BARTH - FLAMANDS, SAINT JEAN, LE PETIT ANSE Península da Barra 4 80 10 Set-09

SAINT MARTIN - MARIGOT, COLE BAY E GRAND CASE Península da Barra 2, 3 e 4 70 10 Set-09

PAÇO REAL - MIRANTE São Cristovão 2 e 3 60 40 Out-08

PAÇO REAL - BOA VISTA São Cristovão 2 e 3 50 10 Out-08

ATAULFO CORPORATE Leblon Com LANÇAMENTO Set-09

SAINT BARTH - LORIENT E GOUVERNEUR Península da Barra 4 LANÇAMENTO Set-09

SAINT MARTIN - GRAND ILET E SAINT LOUIS Península da Barra 2, 3 e 4 LANÇAMENTO Set-09

UP SIDE ICARAÍ Niterói 1 e 2 LANÇAMENTO Jun-09

PROVENCE HORTO Horto Florestal 3 e 4 LANÇAMENTO Mar-10

CAIOBAS Laranjeiras 3 e 4 100 95 60 55 40 20 Ago-08

ALDEIA PARQUE CONDOMÍNIO IGUATEMI Norte Sul 3 e 4 25 a definir

GRAND PARC RESIDENTIAL RESORT Enseada do Suá 4 LANÇAMENTO Mar-10

SKY LIFE Setor Bueno 4 BREVE LANÇAMENTO a definir

GRAND LIDER OLYMPUS Vila da Serra 4 e 5 85 80 51ª fase: mar/092ª fase: mar/103ª fase: mar/11

CONTEMPORÂNEO Iguatemi 2 e 3 100 95 5 Mar-09

PÁTEO LINDÓIA Jardim Lindóia 2 e 3 LANÇAMENTO Dez-09

VARANDA ZONA SUL Tristeza 3 LANÇAMENTO Jun-09

VIVARE Jardim Itália 2 e 3 LANÇAMENTO Nov-10

PRAIA DE BELAS PRIME OFFICES Praia de Belas Com LANÇAMENTO Dez-09

Referência: Setembro/07

Page 114: Cyrela #07

As lembranças que tenho são remotas – a ponto de eu não ter certeza se ele era

do tamanho que imagino ou se é uma dessas figuras que acabam assumindo na

nossa memória uma dimensão maior do que realmente tinham. Para mim, ele era

enorme e parecia ainda maior dentro do macacão de brim, sempre limpo e bem

passado, que usava. Até onde me recordo, nunca o vi em outros trajes. Era mecânico

de profissão – mas, por achar mais confortável, insistia em usar a roupa do trabalho

até para ir à missa. Convivi pouco com ele, mas as histórias que ouvi a seu respeito

acabaram por transformá-lo numa espécie de herói de cinema: uma criatura inatin-

gível, mas capaz de cenas que nos acompanham pela vida inteira.

Chamava-se Romano Ernesto Fisher – com todos os erres e esses, como ele mesmo

gostava de dizer quando se apresentava. Era bom de conversa e gostava de fazer

mistério em torno de uma história que viveu ali pelo começo dos anos 1950 – uma

história que intrigou os médicos de Belo Horizonte e até hoje me parece misteriosa.

Talvez eu mesmo não acreditasse no que vou dizer agora se meu tio Marcelo, que era

médico, garimpeiro e sistemático, não tivesse afirmado que foi tudo verdade. Preste

atenção e veja se eu não estou certo em duvidar.

Com dores no estômago, Romano internou-se no Hospital São Lucas. Os doutores

acreditavam que fosse uma úlcera corriqueira. Abriram, avaliaram a situação e costu-

raram novamente: as entranhas estavam consumidas por um câncer pavoroso – tudo

estava tomado, não havia o que fazer, a não ser entregar nas mãos de Deus. Escolheram

a melhor forma de dar a notícia de que o problema era, no final das contas, muito

mais grave do que as suspeitas iniciais indicavam. Não sei quem revelou a ele toda a

verdade nem como fez... mas acho que isso não tem muita importância.

O que eu sei é que Romano saiu do hospital, entrou no primeiro bar que viu aber-

to e só apareceu em casa três ou quatro dias depois, bêbado da cabeça aos pés, com

o macacão encardido e uma expressão feliz demais para quem havia acabado de

receber notícia tão pesada. À espera da morte, que poderia vir de uma hora para

outra, nunca mais deu às pessoas satisfação sobre seus atos. Tornou-se mais alegre,

brincalhão e completamente sem juízo. Às vezes exagerava – mas quem nunca exa-

gerou na vida, não é mesmo? Estava certo de que fazia isso por uma boa causa. Ele

próprio assegurava, e até receitava, que havia descoberto o melhor remédio que pode

existir contra o câncer na face da terra.

Desde que soube da doença, decidiu que só faria o que tivesse vontade. E as von-

tades que teve depois disso costumavam ser esquisitas. Vou contar uma, só para dar

uma idéia de como a cabeça dele passou a funcionar. Quando Juscelino Kubitschek

foi governador, nos anos 1950, criou a Companhia Agrícola de Minas Gerais, a Camig,

e a encheu de tratores, escavadeiras e um monte de máquinas que saíram pelo interior

abrindo estradas, cavando açudes, arando as lavouras e fazendo a alegria dos fazen-

deiros. Era uma farra. Romano pediu e

foi nomeado chefe da oficina de Cur-

velo – uma das mais importantes da

companhia – e foi aí que a farra come-

çou para valer.

Pescador de fim de semana, Romano

imaginou ganhar rios de dinheiro com

uma obra de dimensões federais: pre-

tendia desviar as águas do rio Meleiro,

pouco antes do ponto onde ele desá-

gua no Paraopeba e fazer um atalho

para enganar os peixes. Em lugar do

caminho habitual, cheio de pedras e de

corredeiras, eles certamente achariam

mais cômodo cortar caminho por uma

passagem, livre e desimpedida. Ali, cai-

riam nas armadilhas armadas por Ro-

mano. Como tal passagem não existia,

resolveu providenciá-la – e mandou

para o tal lugar um número absurdo de

tratores, de motoniveladoras e, claro, de

funcionários da Camig.

Ficaram seis meses por lá, tirando

terra daqui e colando mais adiante, sem

jamais terem sido incomodados por

ninguém. Ninguém do governo se inte-

ressou em descobrir onde estavam as

máquinas. A obra, claro, nunca ficou

pronta. Nem teria cabimento ficar. Uma

idéia como aquela jamais teria dado

certo, nem no Meleiro nem em qual-

quer outro rio do mundo. Mas Romano

não ligava para isso. Ficou no mato en-

quanto durou seu sonho, tocou a obra

até onde deu e partiu para outras tra-

quinagens. E tocou a vida adiante. Até

onde deu. O negócio dele não era ter-

minar nada. Viver era sua grande obra.

A grande obra de romano

PontofinalPOR RICARDO GALUPPOjornalista e [email protected]

Page 115: Cyrela #07

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