cw lead beater - um manual de teosofia

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  • 8/8/2019 CW Lead Beater - Um Manual de Teosofia

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    UM MANUAL DE TEOSOFIA

    ~ C. W. Leadbeater~

    Edies em - 1912, 1914, 1918, 1925, 1937

    *CONTEDO

    Captulo 1 O que Teosofia

    Captulo 2 Do Absoluto at o Homem

    Captulo 3 A Formao de um Sistema Solar

    Captulo 4 A Evoluo da Vida

    Captulo 5 A Constituio do Homem

    Captulo 6 Aps a Morte

    Captulo 7 Reencarnao

    Captulo 8 O Propsito da Vida

    Captulo 9 As Cadeias Planetrias

    Captulo 10O Resultado do EstudoTeosfico

    Captulo 1

    O QUE TEOSOFIA

    Ainda existe uma escola de filosofia que a cultura moderna perdeu de vista. Comestas palavras o Sr. A. P. Sinnett iniciou seu livro The Occult World (O MundoOculto), a primeira exposio popular da Teosofia, publicado h trinta anos (em1881). Durante os anos que se passaram desde ento, milhares tm aprendido asabedoria nesta escola, mesmo que maioria das pessoas seus ensinamentosainda seja desconhecidos, e elas possam dar s a mais vaga das respostas pergunta O que Teosofia?.

    J existem dois livros respondendo esta questo: EsotericBuddhism (OBuddhismo Esotrico), de A. P. Sinnett, e The Ancient Wisdom (A Sabedoria

    Antiga), de A. Besant. No pretendo competir com estes trabalhos modelares; o

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    que desejo apresentar uma exposio, to clara e simples quanto a possa fazer,que possa ser considerada introdutria para eles.

    Com freqncia falamos da Teosofia como sendo no uma religio em si, mas averdade que subjaz em todas as religies igualmente. Assim ; j, de um outro

    ponto de vista, podemos seguramente dizer que ela a um tempo uma filosofia,porque nos apresenta com clareza uma explanao do esquema de evoluotanto das almas como dos corpos contidos em nosso sistema solar. uma religioat onde, tendo nos mostrado o curso ordinrio da evoluo, tambm pe diantede ns e recomenda um mtodo de abreviarmos este curso, de modo que poresforo consciente podemos progredir mais diretamente para o alvo. umacincia, porque trata estes dois assuntos como matria no de f teolgica, masde conhecimento direto obtenvel atravs de estudo e investigao. Ela asseveraque o homem no tem necessidade alguma de crer com f cega, porque ele temem si poderes latentes que, quando despertados, capacitam-no para ver eexaminar por si mesmo, e passa a provar seu argumento mostrando como

    aqueles poderes podem ser despertados. Ela prpria um resultado do despertarde tais poderes pelos homens, pois os ensinamentos que nos apresenta sofundamentados sobre observaes diretas feitas no passado, e tornadas possveisapenas por tal desenvolvimento.

    Como uma filosofia, explica-nos que o sistema solar um mecanismocuidadosamente ordenado, uma manifestao de uma vida magnificente, da qualo homem apenas uma pequena parte. De qualquer modo, enfoca esta pequenaparte que nos interessa diretamente, e trata dela de modo exaustivo sob trsaspectos presente, passado e futuro.

    Trata do presente descrevendo o que o homem realmente , visto por meio dasfaculdades desenvolvidas. Costuma-se falar do homem como possuindo umaalma; a Teosofia, como resultado de investigao direta, inverte a frase, e afirmaque o homem uma alma, e quepossuium corpo de fato diversos corpos, queso seus veculos e instrumentos nos diversos mundos. Estes mundos no estoseparados no espao; esto simultaneamente presentes conosco, aqui e agora, epodem ser examinados; eles so divises do lado material da Natureza diferentes graus de densidade na agregao de matria, como em breve serexplicado em detalhe. O homem tem uma existncia em diversos deles, masnormalmente s consciente do mais inferior, ainda que algumas vezes emsonhos e transes tenha vislumbres de alguns dos outros. O que dizemos morte oabandono do veculo pertencente a este mundo inferior, mas a Alma ou o homemreal em um mundo superior j no mudada ou afetada por isto mais do que ohomem fsico mudado ou afetado quando tira seu casaco. Tudo isso umaquesto, no de especulao, mas de observao e experimento.

    A Teosofia tem muito a nos dizer da histria passada do homem de como nocurso da evoluo ele veio a ser o que hoje. Isto tambm uma questo deobservao, por causa do fato de que existe um registro indelvel de tudo o queacontece uma espcie de memria da Natureza por cujo exame as cenas da

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    evoluo anterior podem ser feitas passar ante os olhos do investigador como seestivessem acontecendo neste exato momento. Por este estudo do passadoaprendemos que o homem divino em sua origem e que tem uma longa evoluoatrs de si uma evoluo dupla, a da vida ou Alma interior, e a das formasexternas. Aprendemos, tambm, que a vida do homem como Alma , ao que nos

    parece, de enorme extenso, e que aquilo que por hbito costumamos chamar desua vida na realidade s um nico dia da sua existncia real. Ele j viveu pormuitos desses dias, e tem muitos mais deles ainda sua frente; e se desejamosentender a vida real e seu objetivo, devemos consider-la em relao no s aeste seu dia singular, que inicia no nascimento e encerra na morte, mas tambmaos dias que se passaram antes e os que ainda esto por vir.

    Dos que ainda esto por vir tambm h muito a ser dito, e neste assunto,igualmente, uma grande quantidade de informao definida disponvel. Talinformao pode ser obtida, primeiro, de homens que j passaram muito paradiante do que ns ao longo da estrada da evoluo, e conseqentemente tm

    disso uma experincia direta; e, segundo, de inferncias feitas a partir da direobvia dos passos que percebemos j terem sido dados anteriormente. A metadeste ciclo particular est vista, mesmo que ainda muito acima de ns, maspareceria que, mesmo quando a tivermos atingido, uma infinitude de progressoainda estaria frente de cada um que estiver querendo empreend-lo.

    Uma das mais extraordinrias vantagens da Teosofia a de que a luz que nostraz de uma vez resolve muitos dos nossos problemas, afasta muitas dificuldades,pondera as aparentes injustias da vida, e em todas as direes traz ordem aoaparente caos. Pois enquanto que alguns de seus ensinamentos so baseados naobservao de foras cuja atuao direta est algo alm do conhecimento dohomem comum do mundo, se este os aceitar como hiptese muito cedo chegar aver que deve estar correta, porque ela, e ela sozinha, fornece uma explicaocoerente e razovel do drama da vida que est sendo representado diante dele.

    A existncia de Homens Perfeitos, e a possibilidade de entrarmos em contato comEles e sermos ensinados por Eles, so proeminentes dentre as grandes novasverdades que a Teosofia traz ao mundo ocidental. Uma outra delas o estupendofato de que o mundo no est mergulhando cegamente na anarquia, mas que seuprogresso est sob o controle de uma Hierarquia perfeitamente organizada, demodo que o fracasso para mesmo a mais minscula de suas unidades de todasas impossibilidades a mais impossvel. Um vislumbre do trabalho desta Hierarquiainevitavelmente engendra o desejo de cooperar com ele, de servir nele, por maishumilde que seja a capacidade, e nalguma ocasio num futuro distante ser dignode juntar-se s mais externas de suas fileiras.

    Isto nos leva quele aspecto da Teosofia que chamamos de religioso. Aqueles quevm a conhecer e entender estas coisas esto insatisfeitos com os morosos onsda evoluo; eles anseiam por se tornar teis mais imediatamente, e entoprocuram e obtm conhecimento da Senda mais curta porm mais escarpada.No h possibilidade de escapar quantidade de trabalho que tem de ser feito.

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    como carregar um peso montanha acima; seja carregando-o por um atalho maisescabroso, seja mais gradualmente por uma estrada de aclive suave,precisamente o mesmo nmero de passos deve ser dado. Portanto fazer o mesmotrabalho em uma frao reduzida do tempo significa esforo determinado. Podeser feito, contudo, pois tm sido feito; e os que o fizeram concordam que o

    trabalho mais do que bem pago. A limitao dos vrios veculos com issogradualmente transcendida, e o homem liberado se transforma num colaboradorinteligente no poderoso plano para a evoluo de todos os seres.

    Em sua feio religiosa, tambm, a Teosofia d aos seus seguidores uma regra devida, baseada no em supostas ordenaes proferidas num perodo remoto dopassado, mas no simples bom senso, como indicado pelos fatos observados. Aatitude do estudante de Teosofia em relao s regras que ela prescreve pareceantes as que adotamos por medida higinica do que uma obedincia a imposiesreligiosas. Podemos dizer, se quisermos, que esta coisa ou aquela outra est deacordo com a Vontade Divina, pois a Vontade Divina expressa no que

    conhecemos como leis da natureza. Porque aquela Vontade sabiamente dispstodas as coisas, infringir suas leis significa perturbar o suave funcionamento doesquema, atrasar por um momento aquele fragmento ou pequena parte daevoluo, e conseqentemente trazendo desconforto para ns mesmos e outros. por esta razo que o homem sbio evita infring-las no para escapar daimaginria ira de alguma deidade ultrajada.

    Mas se de um certo ponto de vista podemos pensar na Teosofia como umareligio, devemos notar dois grandes pontos de diferena entre ela e o que ordinariamente chamado de religio no Ocidente. Primeiro, ela no exige f deseus seguidores, nem mesmo fala de f no sentido em que este termo usualmente empregado. O estudante da cincia oculta ou sabe uma coisa oususpende seu julgamento sobre ela; no h espao neste esquema para a fcega. Naturalmente, os iniciantes no estudo ainda no podem saberpor simesmos, assim eles so solicitados a ler os resultados das vrias observaes elidar com eles como sendo hipteses provveis para serem aceitas e agirmosem funo delas provisoriamente, at o momento em que possam prov-las por simesmos.

    Segundo, a Teosofia jamais procura converter qualquer homem de qualquerreligio que ele j abrace. Ao contrrio, ela explica sua religio para ele, e ocapacita para ver nela significados mais profundos do que ele jamais conheceraantes. Ela o ensina a entend-la e viv-la melhor do que o fazia, e em muitoscasos devolve a ele, em um nvel mais inteligente e mais alto, a f que elepreviamente havia perdido toda.

    A Teosofia tm seu aspecto de cincia tambm; verdadeiramente uma cinciada vida, uma cincia da Alma. Ela aplica a tudo o mtodo cientfico da observaoreiterada e meticulosa, e ento tabula os resultados e faz dedues a partir deles.Deste modo tem investigado os vrios planos da Natureza, as condies daconscincia humana durante a vida e aps o que comumente chamado de

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    morte. No pode ser demais repetir que suas asseres em todos estes pontosno so vagas suposies ou dogmas de f, mas so baseadas na direta e muitasvezes repetida observao do que acontece. Seus investigadores tm tratado jem alguma extenso de assuntos mais no mbito da cincia comum, como podeser averiguado por quem ler o livro recm lanado Occult Chemistry (A Qumica

    Oculta).Assim vemos que a Teosofia combina em si algumas das caractersticas dafilosofia, da religio e da cincia. Qual, poderia ser perguntado, seu evangelhopara este mundo atribulado? Quais so os pontos principais que sobressaem desuas investigaes? Quais so os grandes fatos que tem para apresentar humanidade?

    Eles tm sido bem resumidos em trs pontos principais.

    H trs verdades que so absolutas, e que no podem ser ignoradas, ainda que

    possam permanecer silentes por falta de voz.A alma do homem imortal, e seu futuro o futuro de uma coisa cujocrescimento e esplendor no tm limites.

    O princpio que concede vida reside em ns e fora de ns, imorredouro eeternamente beneficente, no ouvido ou visto ou sentido, mas percebido pelohomem que deseja percepo.

    Cada homem seu legislador absoluto, o dispensador de glria ou misria a simesmo; o decretador de sua vida, sua recompensa, sua punio.

    Estas verdades, que so to grandes quanto a prpria vida, so to simplesquanto a mente mais simples do homem.

    Ditas com mais brevidade, e na linguagem do homem das ruas, isso significa queDeus bom, que o homem imortal, e que assim como semearmos, assimdevemos colher. H um definido esquema das coisas; est sob direo inteligentee opera sob leis imutveis. O homem tem seu lugar neste esquema e vivesegundo estas leis. Se compreend-las e cooperar com elas, avanarrapidamente e ser feliz; se no as entender se, propositalmente ou no,transgred-las, atrasar seu progresso e ser miservel. Isso no so teorias, masfatos provados. Que quem duvida se informe, e ver.

    Captulo 2

    DO ABSOLUTO AT O HOMEM

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    Do Absoluto, do Infinito, do Onipresente, em nosso atual estgio no podemossaber nada, exceto que existe; no podemos dizer nada que no represente umalimitao, e portanto inexata.

    NEle existem universos inumerveis; em cada universo, incontveis sistemas

    solares. Cada sistema solar a expresso de um poderoso Ser, a quemchamamos de Logos, o Verbo Divino, a Deidade Solar. Para o sistema Ele tudoo que os homens entendem por Deus. Ele o permeia; no existe nada nele queno seja Ele; a Sua manifestao nesta matria o que podemos ver. Porm Eleexiste acima e fora do sistema, vivendo uma vida prpria estupenda entre SeusPares. Como dito numa Escritura Oriental: Tendo permeado este universointeiro com uma partcula de Mim mesmo, ainda permaneo.

    Desta Sua excelsa vida no podemos saber nada. Mas do fragmento de Sua vidaque energiza Seu sistema podemos saber algo nos nveis inferiores de suamanifestao. No podemos v-Lo, mas podemos ver Seu poder em ao.

    Ningum que seja clarividente pode ser ateu; a evidncia por demais tremenda.De Si mesmo chamou existncia este poderoso sistema. Ns que estamos nelesomos fragmentos em evoluo de Sua vida, Centelhas de Seu Fogo divino; dEletodos procedemos; a Ele todos retornaremos.

    Muitos tm perguntado por que Ele fez isso; por que Ele emanou de Si mesmotodo este sistema; por que Ele nos enviou para enfrentarmos as tormentas davida. No o podemos saber, tampouco uma questo prtica; bastante queestejamos aqui, e faamos nosso melhor. Porm muitos filsofos especularamsobre este ponto e muitas sugestes foram dadas. A mais bela que conheo ade um filsofo Gnstico:

    Deus Amor, mas o prprio Amor no pode ser perfeito a no ser que tenha emquem ser derramado e de quem possa voltar. Portanto Ele se ps de Si namatria, e limitou Sua glria, a fim de que atravs deste processo natural e lentode evoluo pudssemos vir a existir; e ns por nossa vez de acordo com SuaVontade nos desenvolveremos at atingir mesmo Seu prprio nvel, e ento oprprio amor de Deus se tornar mais perfeito, porque ento ser derramadonaqueles, Suas prprias crianas, que plenamente o entenderem e retriburem, eassim Seu grande esquema ser completado e Sua vontade cumprida.

    Em qual estupenda altitude Sua conscincia habita no sabemos, nem podemosconhecer Sua verdadeira natureza como se mostra l. Mas quando Ele semanifesta em condies que esto dentro de nosso alcance, Sua manifestao sempre trplice, da todas as religies O terem imaginado como uma Trindade.Trs, ainda que fundamentalmente Um; Trs Pessoas (emborapessoa signifiquemscara) e ainda Um Deus, mostrando-Se naqueles Trs Aspectos. Trs parans, olhando-O de baixo, porque Suas funes so diferentes; Um para Ele,porque Os reconhece como apenas facetas de Si mesmo.

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    Todos estes Trs Aspectos esto envolvidos na evoluo do Sistema Solar; todosos Trs tambm esto envolvidos na evoluo do homem. Esta evoluo SuaVontade; o mtodo dela o Seu plano.

    Logo abaixo desta Deidade Solar, ainda que de um modo misterioso sendo partes

    de Si mesmo, esto Seus sete Ministros, s vezes chamados de EspritosPlanetrios. Usando uma analogia retirada da fisiologia de nosso prprio corpo,Suas relaes para com Ela so como as dos gnglios ou dos centros nervosospara com o crebro. Toda a evoluo que procede dEla o faz atravs de um ououtro dEles.

    Por sua vez, sob Eles esto vastas hostes ou ordens de seres espirituais, a quemchamamos de Anjos ou Devas. Ainda no conhecemos todas as funes que Elesdesempenham em todas as partes deste maravilhoso esquema, mas encontramosalguns dEles intimamente ligados construo do sistema e expanso da suavida interior.

    Aqui em nosso mundo h um grande Oficial que representa a Deidade Solar, eest no absoluto controle de toda a evoluo que tem lugar neste planeta.Podemos imagin-Lo como o verdadeiro Rei deste mundo, e sob Ele existemministros a cargo dos diferentes departamentos. Um destes departamentos estligado evoluo das diferentes raas da humanidade, de modo que para cadagrande raa h um Lder que a funda, diferencia-a das outras todas, e assiste oseu desenvolvimento. Um outro departamento o da religio e educao, e deleque saram todos os maiores instrutores da histria de onde todas as religiesnasceram. O grande Oficial testa deste departamento ou vm Ele mesmo ouenvia um de Seus discpulos para fundar uma nova religio quando decide quealguma necessria.

    Assim todas as religies, poca de sua primeira apresentao ao mundo, tmcontido uma definida apresentao da Verdade, e em seus fundamentos estaVerdade tm sido sempre a mesma. As suas apresentaes tm variado porcausa das diferenas das raas s quais foi oferecida. As condies de civilizaoe o grau de evoluo obtido pelas vrias raas tm tornado desejvel apresentaresta Verdade nica sob diferentes formas. Mas a Verdade interna sempre amesma, e a fonte de onde sai a mesma, mesmo que as fases externas possamparecer diferentes e mesmo contraditrias. tolice para os homens disputar sobrea questo da superioridade de um instrutor ou de um modo de ensino sobre outro,pois o instrutor sempre algum enviado pela Grande Fraternidade de Adeptos, eem todos os seus pontos importantes, em seus princpios ticos e morais, oensino tm sido sempre o mesmo.

    No mundo existe um ncleo de Verdade que jaz por trs de todas estas religies,e representa os fatos da Natureza at onde no presente so conhecidos pelohomem. No mundo externo, por causa de sua ignorncia disso, as pessoas estosempre disputando e questionando sobre se existe um Deus; se o homemsobrevive morte; se lhe possvel progresso definido, e qual sua relao para

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    com o universo. Estas questes esto sempre presentes na mente do homem tologo sua inteligncia desperta. No so irrespondveis, como freqentemente sesupe; as respostas para elas esto ao alcance de qualquer um que faa osesforos adequados para encontr-las. A verdade alcanvel, e as condiespara seu alcance so passveis de conquista por qualquer um que faa o esforo.

    Nos primeiros estgios do desenvolvimento da humanidade, os grandes Oficiaisda Hierarquia so recrutados de fora, de outras e mais altamente evoludas partesdo sistema, mas to logo os homens podem ser treinados para o necessrio nvelde poder e sabedoria estas funes so assumidas por eles. A fim de aprontar-separa assumir um tal ofcio um homem deve elevar-se at um nvel muito alto, edeve tornar-se o que chamamos de Adepto um ser de bondade, poder esabedoria to grandes que Ele sobressai acima do resto da humanidade, pois Ele

    j ter atingido o pice da evoluo humana; Ele ter conquistado o que o planoda Deidade assinalou para que conquistasse durante esta era ou dispensao.Mas Sua evoluo continua posteriormente alm daquele nvel continua at a

    divindade.Um grande nmero de homens j atingiu o nvel de Adepto homens no de umas nao, mas de todas as principais naes do mundo almas raras que comcoragem indomvel assediaram os castelos da Natura, e arrebataram seussegredos internos, e adquiriram assim verdadeiramente o direito de seremchamados de Adeptos. Entre Eles h muitos graus e muitas linhas de atividade;mas sempre alguns dEles permanecem em contato com nossa Terra comomembros desta Hierarquia que est incumbida da administrao dos negcios domundo e da evoluo espiritual de nossa humanidade.

    Este corpo augusto freqentemente chamado A Grande Fraternidade Branca,mas seus membros no so uma comunidade onde todos vivem juntos. Cada umdEles, em grande medida, retira-Se do mundo, e ficam em constantecomunicao entre si e com Seu Lder; mas Seu conhecimento das forassuperiores to grande que isso conseguido sem qualquer necessidade deencontro no mundo fsico. Em muitos casos Eles continuam a viver cada Qual emSeu prprio pas, e Seus poderes permanecem insuspeitos aos que vivem perto dEles. Qualquer homem que quiser pode atrair Sua ateno, mas ele pode fazerisso apenas mostrando-se digno desta Sua ateno. Ningum deve temer queseus esforos passem despercebidos; tal lapso impossvel, pois o homem quese est devotando a um servio como este, destaca-se do restante dahumanidade como uma grande chama numa noite escura. Uns poucos destesgrandes Adeptos, que ora trabalham pelo bem do mundo, desejam tomar comoaprendizes aqueles que resolveram devotar-se completamente ao servio dahumanidade; tais Adeptos so chamados Mestres.

    Um desses aprendizes foi Helena Petrovna Blavatsky uma grande alma que foienviada para oferecer conhecimento ao mundo cerca de quarenta anos atrs(1875). Junto com o Coronel Henry Steel Olcott ela fundou a Sociedade Teosficapara a disseminao deste conhecimento que ela devia dar. Entre aqueles que

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    entraram em contato com ela naqueles velhos tempos estava A. P. Sinnett, oeditor de ThePioneer, e seu agudo intelecto imediatamente captou a magnitude ea importncia do ensino que ela lhe apresentou. Mesmo que Madame Blavatsky jtivesse antes escrito sis sem Vu, havia atrado apenas escassa ateno, e foi oSr. Sinnett que primeiro tornou o ensino prontamente disponvel aos leitores

    ocidentais com seus dois livros, The Occult World (O Mundo Oculto) e EsotericBuddhism (Buddhismo Esotrico).

    Foi atravs destes trabalhos que eu prprio primeiro vim a conhecer seu autor, edepois a prpria Madame Blavatsky; de ambos aprendi muito. Quando perguntei aMadame Blavatsky como poderia aprender ainda mais, como se poderia fazer umprogresso definido ao longo da Senda que ela nos apontou, ela me falou dapossibilidade de outros estudantes serem aceitos como aprendizes pelos grandesMestres, assim como ela mesma havia sido aceita, e que o nico caminho deobter esta aceitao era mostrar-se digno dela pelo trabalho diligente e altrusta.Ela me disse que para atingir esta meta um homem deve ser absolutamente

    unidirecionado em sua determinao; que ningum que tente servir Deus eMammon jamais poder esperar conseguir. Um destes mesmos Mestres disse: Afim de conseguir, um discpulo deve deixar seu mundo e entrar no nosso.

    Isto significa que ele deve cessar de ser um na maioria que vive pela riqueza epoder, e deve juntar-se diminuta minoria dos que no se importam nada comestas coisas, mas vivem somente a fim de devotar-se altruisticamente ao bem domundo. Ela advertiu-nos claramente que o caminho era difcil de seguir, e queseramos incompreendidos e vilipendiados por aqueles que ainda vivem nomundo, e no devamos esperar seno o mais rduo dos trabalhos rduos; eainda que o resultado seja assegurado, ningum poderia prever quando seriaatingido. Alguns de ns aceitaram estas condies alegremente, e em nenhummomento nos arrependemos de tal deciso.

    Depois de alguns anos de trabalho eu tive o privilgio de entrar em contato comestes grandes Mestres de Sabedoria; dEles eu aprendi muitas coisas entreoutras, como verificar por mim mesmo em primeira mo a maioria dosensinamentos que Eles haviam dado. De modo que, neste assunto, escrevo doque sei, e do que tenho visto por mim mesmo. Certos pontos so mencionados noensino, pois para sua verificao so necessrios poderes alm de qualquer coisaque eu j tenha obtido. Deles, s posso dizer que so consistentes com o que jsei, e em muitos casos so necessrios como hipteses para amparar o que tenhovisto. Eles me chegaram, junto com o resto do sistema Teosfico, com aautoridade destes poderosos Instrutores. Desde ento eu tenho aprendido aexaminar por mim mesmo a de longe maior parte do que me foi dito, e tenhodescoberto que a informao dada a mim est correta em cada detalhe; portanto

    justifica-se que eu defenda a probabilidade de que aquela outra parte, a que euainda no posso verificar, tambm provar estar correta quando eu chegarnaquele nvel.

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    Obter a honra de ser aceito como um aprendiz de um dos Mestres da Sabedoria o objetivo definido de cada estudante Teosfico srio. Mas significa um esforodefinido. Sempre tm havido homens que estiveram desejosos de fazer o esforonecessrio, e portanto sempre tm havido homens que souberam. Oconhecimento to transcendente que quando um homem o incorpora

    plenamente se torna mais que um homem, e passa alm de nosso alcance.Mas h estgios na aquisio deste conhecimento, e podemos aprender muito, sequisermos, daqueles que tambm ainda esto em processo de aprendizagem;pois todos os seres humanos esto em um ou outro degrau na escada daevoluo. O primitivo est na base; ns que somos civilizados j escalamos partedo caminho. Mas ainda que possamos olhar para trs e ver degraus da escadaque j passamos, tambm podemos olhar para a frente e ver muitos degrausacima de ns que ainda no atingimos. Assim como existem homens que estomesmo agora em cada um dos degraus abaixo de ns, por isso podemos ver osestgios pelos quais o homem subiu; assim tambm como h homens em cada

    degrau acima de ns, igualmente pelo estudo deles podemos ver como o homemsubir no futuro. Precisamente porque vemos homens em cada degrau destaescadaria, que conduz a uma glria que j no temos palavras para expressar,sabemos que a asceno quela glria nos possvel. Os que esto muito acimade ns, to acima que nos aparecem como deuses em Seu maravilhosoconhecimento e poder, contam-nos que Eles at no muito tempo atrs estavamonde ns estamos agora, e Eles nos indicam claramente os passos que faltam, osque devemos dar se havemos de ser como Eles.

    Captulo 3

    A FORMAO DE UM SISTEMA SOLAR

    O incio do universo (se jamais teve algum incio) est fora de nosso alcance. Noponto da histria mais remoto a que podemos chegar, os dois grandes opostos doEsprito e matria, da vida e da forma, j esto em plena atividade. Acreditamosque a concepo comum de matria requeira uma reviso, pois o que comumenteso chamadas fora e matria em realidade so somente duas variedades doEsprito em diferentes estgios de evoluo, e a matria real ou base de tudo jazno pano de fundo impercebido. Um cientista francs disse recentemente: No hmatria; no h nada exceto buracos no ter.

    Isto tambm concorda com a celebrada teoria do Prof. Osborne Reynolds. Ainvestigao oculta mostra que esta a viso correta, e deste modo explica o queos livros sacros Orientais querem dizer quando falam que a matria uma iluso.

    A matria primordial como vista em nosso nvel o que os cientistas chamam deter do espao (o que tem sido descrito na Qumica Ocultasob o nome de koilon).Para os sentidos fsicos o espao ocupado por ele parece vazio, ainda que emrealidade este ter seja muitssimo mais denso do que qualquer coisa quepossamos conceber. Sua densidade definida pelo Prof. Reynolds como sendo

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    dez mil vezes maior que a da gua, o que significa uma presso de 750.000toneladas por polegada quadrada.

    Esta substncia s perceptvel pelo poder clarividente altamente treinado.Devemos presumir um tempo (ainda que no tenhamos conhecimento direto neste

    ponto) quando esta substncia preenchia todo o espao. Devemos tambm suporque algum grande Ser (no a Deidade de um sistema solar, mas algum Ser quaseinfinitamente mais excelso que aquela) alterou esta condio de repouso aoderramar Seu esprito ou fora dentro de certa seo desta matria, uma seo dotamanho de um universo inteiro. O efeito da introduo desta fora como o dosoprar de uma poderosa respirao; ela formou neste ter um incalculvel nmerode pequenas bolhas esfricas (referidas na Doutrina Secreta como os buracos queFohat abre no espao), e estas bolhas so os tomos ultrrimos de que o quechamamos matria composta. No so os tomos do qumico, sequer os tomosderradeiros do mundo fsico. Eles esto em um nvel muitssimo mais elevado, e oque usualmente chamamos tomos so compostos de vastas agregaes destas

    bolhas, como ser visto mais adiante.Quando a Deidade Solar comea a formar Seu sistema, Ela encontra j pronto e mo este material esta infinita massa de pequenas bolhas que podem serconstrudas nos diversos tipos de matria como a conhecemos. Ela comeadefinindo o limite de Seu campo de atividade, uma vasta esfera cuja circunferncia muito maior que a rbita do mais externo de Seus futuros planetas. Dentro dolimite desta esfera Ela dispe um tipo de vrtice gigantesco um movimento querene juntas todas as bolhas numa vasta massa central, o material da nebulosaque h de nascer.

    Nesta vasta esfera giratria Ela aplica sucessivos impulsos de fora, juntando asbolhas em agregaes cada vez mais e mais complexas, e produzindo destamaneira sete gigantescos mundos interpenetrantes de matria em diferentesgraus de densidade, todos concntricos e todos ocupando o mesmo espao.

    Agindo atravs de Seu Terceiro Aspecto, Ela envia para esta esfera estupenda oprimeiro destes impulsos. Ele produz em toda a esfera um imenso nmero depequenos vrtices, cada qual atrai para si quarenta e nove bolhas, e as arranja decerta forma. Estes pequenos agrupamentos de bolhas assim formadas so ostomos do segundo dos mundos interpenetrantes. O nmero total de bolhas no utilizado deste modo, um nmero suficiente sendo deixado em estado dissociadopara atuarem como tomos para o primeiro e mais elevado destes mundos. Nodevido tempo chega o segundo impulso, que captura quase todos estes quarentae nove tomos bolhosos (deixando s o bastante para suprir de tomos o segundomundo), os recolhe em si e ento, expelindo-os novamente, estabelece vrticesentre eles, cada qual abrigando em si 2.401 bolhas (492). Estes formam os tomosdo terceiro mundo. Novamente depois de algum tempo vem um terceiro impulso,que da mesma forma rene quase todos estes 2.401 tomos bolhosos, devolve-lhes a sua forma original, e de novo os expele para fora mais uma vez como

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    tomos do quarto mundo cada tomo contendo esta vez 493 bolhas. Esteprocesso repetido at que o sexto desses impulsos sucessivos tenha construdoo tomo do stimo ou mais inferior dos mundos um tomo que contm 496 dasbolhas originais.

    Este tomo de stimo mundo o tomo derradeiro do mundo fsico noqualquer dos tomos de que fala o qumico, mas aquele ultrrimo dos quais seustomos so feitos. Neste estgio ns teremos chegado quele estado das coisasna qual a vasta esfera rodopiante contm em si sete tipos de matria, todas umas em essncia, pois todas construdas do mesmo tipo de bolhas, mas diferindoem seu grau de densidade. Todos esses tipos so livremente entremesclados, demodo que exemplares de cada tipo sejam encontrados numa pequena porotomada ao acaso de qualquer parte da esfera, entretanto, com uma tendnciageral de os tomos mais pesados gravitarem mais e mais em direo ao centro.

    O stimo impulso enviado do Terceiro Aspecto da Deidade no transforma, como

    antes, de volta os tomos fsicos que foram feitos por ltimo nas bolhasdissociadas originais, mas rene-os em certas agregaes, fazendo assim umnmero de diferentes tipos do que podemos chamar de proto-elementos, e estesnovamente so reunidos juntos nas vrias formas que so conhecidas na cinciacomo elementos qumicos. Essas elaboraes se estendem por um perodo delongas eras, e so feitas em uma certa ordem definida pela interao de diversasforas, como corretamente indicado no trabalho de Sir William Crookes TheGenesis of the Elements (A Gnese dos Elementos). Na verdade o processo desua elaborao mesmo agora ainda no est concludo; o urnio o ltimo e maispesado elemento at onde sabemos [no conhecemos a fonte desta informaodo autor, pois o urnio foi decoberto j em 1789, e na poca da escrita deste livro,

    o incio do sculo XX, uma grande quantidade de outros j havia sido descoberta.Por volta de 1800 eram conhecidos apenas cerca de 30 elementos, mas de l athoje, o incio do sculo XXI, seu nmero aumentou para 109, diversos delesinclusive tendo sido sintetizados artificialmente pelo homem, o que de qualquerforma corrobora a previso do autor - NT], mas outros ainda mais complexospodem talvez ser produzidos no futuro.

    Com o passar das eras a condensao aumenta, e logo o estgio de uma vastanebulosa incandescente alcanado. Ao resfriar-se, mas ainda girando comrapidez, achata-se em um imenso disco e gradualmente parte-se em anis emtorno de um corpo central um arranjo no dessemelhante daquele que Saturno

    exibe nos dias de hoje, ainda que numa escala muitssimo maior. Aproximando-seo momento em que os planetas se tornam necessrios para os propsitos daevoluo, a Deidade cria na espessura de cada anel um vrtex subsidirio, noqual uma grande quantidade de matria do anel gradualmente coletada. Ascolises dos fragmentos reunidos provoca uma revivescncia do calor, e o planetaresultante por longo tempo uma massa de gs incandescente. Pouco a poucoela esfria de novo, at que se apronta para ser o teatro de vida como a nossa.Todos os planetas so formados assim.

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    Quase toda a matria desses mundos interpenetrantes a esta altura estavaconcentrada nos planetas recm-formados. Cada um deles era e composto detodos aqueles diferentes tipos de matria. A Terra sobre onde vivemos agora no apenas uma grande bola de matria fsica, construda com os tomos do mundoinferior, mas tambm tem associado um abundante suprimento de matria do

    sexto, do quinto, do quarto e dos outros mundos. bem sabido de todos osestudantes de cincia que as partculas de matria na verdade jamais tocam umasnas outras, mesmo na mais densa das substncias. Os espaos entre elas estoem muitssimo maior proporo do que seu prprio tamanho enormementemaior. De modo que existe um amplo espao para todos os outros tipos detomos de todos os outros mundos, no s para permanecerem entre os tomosda matria mais densa, mas para se moverem mui livremente por entre e em tornodeles. Conseqentemente, este globo sobre onde vivemos no s um nicomundo, mas sete mundos interpenetrantes, todos ocupando o mesmo espao,exceto que os tipos mais finos de matria se estendem para mais alm do centrodo que o faz a matria mais densa.

    Ns demos nomes a esses mundos interpenetrantes por convenincia ao falarmosdeles. Nenhum nome necessrio para o primeiro, j que o homem ainda noest em conexo direta com ele; mas quando for preciso mencion-lo, poderamoscham-lo de mundo divino. O segundo descrito como sendo o mondico, porquenele existem aquelas Centelhas da Vida divina que denominamos Mnadashumanas; mas tampouco estas podem ser alcanadas mesmo pela mais elevadainvestigao clarividente por enquanto possvel para ns. A terceira esfera, cujostomos contm 2.401 bolhas, chamada de mundo espiritual, porque nele atua omais alto Esprito no homem do modo como hoje ele constitudo. O quarto omundo intuicional (previamente chamado na literatura Teosfica de plano bdico)porque dele provm as mais altas intuies. O quinto o mundo mental, porquede sua matria construda a mente do homem. O sexto dito mundo emocionalou astral, porque as emoes do homem provocam vibraes em sua matria (onome astral lhe foi dado pelos alquimistas medievais, porque sua matria cintilante ou brilhante como estrelas, comparada quela do mundo mais denso). Ostimo mundo, composto do tipo de matria que vemos nossa volta, chamadode fsico.

    A matria de que todos esses mundos interpenetrantes so construdos essencialmente a mesma, mas diferentemente arranjada e em diferentes graus dedensidade. Portanto as freqncias em que esses vrios tipos de matrianormalmente vibram tambm diferem. Elas podem ser consideradas como umavasta gama de vibraes consistindo de muitas oitavas. A matria fsica utiliza umcerto nmero das oitavas mais baixas, a matria astral um outro grupo de oitavaslogo acima destas, a matria mental um grupo ainda mais elevado, e assim pordiante.

    No s cada um destes mundos tm seu prprio tipo de matria; tambm tem seuprprio conjunto de agregaes desta matria suas prprias substncias. Emcada mundo arranjamos estas substncias em sete classes de acordo com a taxa

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    em que vibram suas molculas. Usualmente, mas no sempre, as oscilaes maislentas envolvem tambm uma molcula maior - uma molcula construda por umarranjo especial das molculas menores da subdiviso imediatamente superior. Aaplicao de calor aumenta o tamanho das molculas e tambm estimula eamplifica suas vibraes, de modo que elas cobrem um maior terreno, e o objeto

    como um todo se expande, at atingir o ponto onde as agregaes de molculasse rompem, e estas passam de um estado para o imediatamente superior. Namatria do mundo fsico as sete subdivises so representadas por sete graus dedensidade da matria, aos quais, partindo de baixo para cima, damos os nomesde slido, lquido, gasoso, etrico, super-etrico, sub-atmico e atmico.

    A subdiviso atmica uma na qual todas as formas so construdas pelacompresso dos tomos fsicos em certas formas, sem qualquer reunio prviadestes tomos em blocos ou molculas. Representando por ora o tomo fsicoultrrimo como um tijolo, qualquer forma na subdiviso atmica seria feita pelareunio de alguns tijolos, e arranjando-os em certa forma. A fim de fazer matria

    para a subdiviso imediatamente inferior, um certo nmero de tijolos (tomos)primeiro seriam reunidos e cimentados em blocos menores de, digamos, quatrotijolos cada, cinco tijolos cada, seis tijolos ou sete tijolos; e ento estes blocosassim feitos seriam usados como pedras para construo. Para a prximasubdiviso diversos blocos da segunda subdiviso cimentados juntos de certasmaneiras formariam pedras de construo, e assim por diante do mesmo modoat a mais inferior.

    Passar qualquer substncia da condio slida para a lquida (isto , paradissoci-la) aumentarmos a vibrao de suas molculas componentes at queenfim sejam fragmentadas nas molculas mais simples de que so constitudas.Este processo pode em todos os casos ser repetido de novo e de novo at quefinalmente toda e qualquer substncia pode ser reduzida aos tomos ultrrimos domundo fsico.

    Cada um destes mundos tem seus habitantes, cujos sentidos so normalmentecapazes de responder s vibraes apenas de seu prprio mundo. Um homemvivendo (como estamos fazendo) no mundo fsico v, ouve, sente, atravs devibraes associadas matria fsica em seu redor. Ele igualmente rodeadopelos mundos astral e mental e os outros mundos que esto interpenetrando seuprprio mundo mais denso, mas deles ele normalmente inconsciente, porqueseus sentidos no podem responder s vibraes de suas matrias, exatamentecomo nossos olhos fsicos no podem ver pelas vibraes da luz ultravioleta,ainda que experimentos cientficos demonstrem que elas existem, e h outrasconscincias com rgos diversamente formados quepodem ver atravs delas.Um ser vivendo no mundo astral poderia estar ocupando exatamente o mesmoespao de um ser vivendo no mundo fsico, sendo cada um inteiramenteinconsciente do outro e de modo algum impedindo o movimento livre do outro. Omesmo verdade para todos os outros mundos. Estamos neste momentorodeados por estes mundos de matria mais fina, to prximos de ns quanto o

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    mundo que podemos ver, e seus habitantes esto passando atravs de e em tornode ns, mas estamos inteiramente inconscientes deles.

    Uma vez que a nossa evoluo no presente est centrada sobre este globo a quechamamos Terra, s em relao a ela que estamos falando deste mundos

    superiores, pois no futuro quando eu usar o termo mundo astral eu estareiquerendo dizer a parte astral de nosso prprio globo somente, e no (como ataqui) a parte astral de todo o sistema solar. Esta parte astral de nosso prpriomundo tambm um globo, mas de matria astral. Ocupa o mesmo lugar que oglobo que vemos, mas sua matria (sendo muito mais difana) se estende noespao em todas as direes bem mais do que o faz a atmosfera da Terra muitomais alm. Ele se estende at um pouco menos que a distncia mdia at a Lua,de modo que mesmo que os dois globos, a Terra e a Lua, estejam afastadosquase 240.000 milhas, os globos astrais destes dois corpos se tocam quando aLua est no seu perigeu (o ponto de menor distncia entre os dois corpos), masno quando est em seu apogeu (o ponto de maior distncia). Aplicarei o termo

    mundo mental ao globo ainda maior de matria mental em meio ao qual nossaTerra fsica existe. Quando chegamos aos globos ainda mais elevados temosesferas grandes o bastante para tocar as esferas correspondentes de outrosplanetas no sistema, ainda que sua matria tambm esteja to cerca de ns aquina superfcie da Terra slida como aquela dos outros. Todos estes globos dematria mais fina so partes de ns, e esto todos girando ao redor do Sol comsuas partes visveis. O estudante faria bem em se acostumar a pensar em nossaTerra como o conjunto desta massa de mundos interpenetrantes no somente acomparativamente pequena bola fsica no seu centro.

    Captulo 4

    A EVOLUO DA VIDA

    Todos os impulsos de vida que eu descrevi como construindo os mundosinterpenetrantes vieram do Terceiro Aspecto da Deidade. Da este Aspecto serchamado no esquema Cristo o Doador da Vida, o Esprito que pairava sobre aface das guas do espao. Na literatura Teosfica estes impulsos so usualmentetomados como um conjunto, e chamado de Primeira Emanao.

    Quando os mundo tiverem sido preparados at este ponto, e a maioria doselementos qumicos j existir, a Segunda Emanao de vida tem lugar, e provmdo Segundo Aspecto da Deidade. Ela traz consigo o poder de combinao. Emtodos os mundos ela encontra existindo o que poderia ser pensado como oselementos correspondentes queles mundos. Ela prossegue na combinaodaqueles elementos em organismos que ento anima, e deste modo constri ossete reinos da natureza. A Teosofia reconhece sete reinos, porque considera ohomem como separado do reino animal, e leva em conta diversos estgios deevoluo que so invisveis pelo olho fsico, e lhes d a denominao medieval dereinos elementais.

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    A Vida divina se derrama na matria de cima para baixo, e seu curso completopode ser imaginado tendo dois estgios a gradual incorporao de matria maise mais densa, e ento o gradual abandono de novo dos veculos que assumiu. Oprimeiro nvel onde seus veculos podem ser observados cientificamente omental o quinto contando do mais refinado para o mais grosseiro, o primeiro no

    qual h globos separados. No estudo prtico considerado conveniente dividireste mundo mental em duas partes, que chamamos superior e inferior de acordocom o grau de densidade de sua matria. O superior consiste das trs subdivisesmais finas de matria mental; o inferior, das outras quatro.

    Quando a Emanao atinge o mundo mental superior rene os elementos etricosde l, combina-os no que naquele nvel corresponde a substncias, e destassubstncias constri formas em que habita. A este chamamos de o primeiro reinoelemental.

    Depois de um longo perodo de evoluo, atravs de diferentes formas naquele

    nvel, a onda de vida, que todo o tempo est pressionando constantemente parabaixo, aprende a se identificar tanto com aquelas formas, em vez de ocup-las eabandon-las periodicamente, que torna-se capaz de mant-las permanentementee faz-las partes de si mesma, de modo que daquele nvel pode proceder temporria ocupao de formas em um nvel ainda mais baixo. Quando atingeeste estgio a denominamos de segundo reino elemental, cuja vida animantereside nos nveis mentais superiores, enquanto que os veculos atravs de que semanifesta esto nos inferiores.

    Aps um outro vasto perodo de durao similar, visto que a pressodescendente provocou a repetio deste processo; uma vez mais a vidaidentificou-se com suas formas, e fixou residncia nos nveis mentais inferiores, demodo a ser capaz de animar corpos no mundo astral. Neste estgio ns achamamos de terceiro reino elemental.

    Falamos de todas estas formas como mais finas ou mais densas umasrelativamente s outras, mas todas elas so quase infinitamente mais difanas doque qualquer uma que conheamos no mundo fsico. Cada um destes trs umreino da Natureza, to variado em suas manifestaes de suas diversas formas devida como nos reinos vegetal e animal que conhecemos. Depois de um longoperodo passado animando as formas do terceiro destes mundos elementais elapor sua vez se identifica com eles, e assim se torna capaz de animar a parteetrica do reino mineral, e se torna a vida que o vivifica pois h uma vida noreino mineral tanto como h no vegetal ou animal, ainda que em condies ondeno pode se manifestar to livremente. No curso da evoluo mineral a pressodescendente faz com que ela se identifique do mesmo modo com a matriaetrica do mundo fsico, e a partir da anima a matria mais densa dos mineraisque so perceptveis aos nossos sentidos.

    No reino mineral inclumos no s o que usualmente chamamos de minerais, mastambm os lquidos, gases e muitas substncias etricas cuja existncia

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    desconhecida da cincia ocidental. Toda a matria da qual sabemos alguma coisa matria viva, e a vida que contm est sempre evoluindo. Quando atinge oponto central do estgio mineral a presso descendente cessa, e substituda poruma tendncia ascencional; a exteriorizao ter cessado e a interiorizao,comeado.

    Quando a evoluo mineral estiver completada, a Vida ter se retirado novamentepara o mundo astral, mas levando consigo todos os resultados obtidos atravs desuas experincias no fsico. Neste estgio ela anima formas vegetais, e comea amostrar-se muito mais claramente como o que comumente chamamos de vida vida vegetal de todos os tipos; e num estgio ainda ulterior de seudesenvolvimento deixa o reino vegetal e anima o reino animal. O atingimentodeste nvel o sinal de que j ter se retirado ainda mais, e agora est atuando apartir do mundo mental inferior. A fim de trabalhar na matria fsica a partirdaquele mundo mental ela deve atuar atravs de matria astral intermediria; eaquela matria astral agora j no mais parte da vestimenta da alma-grupo

    como um todo, mas o corpo astral individual do animal em questo, como maisadiante explicaremos.

    Em cada um destes reinos ela no s passa um perodo de tempo que para nossaconcepo quase inacreditavelmente longo, mas tambm percorre um cursodefinido de evoluo, comeando das manifestaes inferiores daquele reino eterminando com as superiores. No reino vegetal, por exemplo, a fora-vida poderiainiciar sua trajetria ocupando gramneas ou musgos e terminar animandomagnficas rvores de floresta. No reino animal poderia comear com osmosquitos ou animlculos, e encerrar com as mais refinadas espcies demamferos.

    O processo todo de constante evoluo de formas inferiores para superiores,das mais simples para as mais complexas. Mas o que est evoluindo no prioritariamente a forma, mas a vida interna. As formas tambm evoluem etornam-se melhores medida que o tempo transcorre; mas para que possamser veculos apropriados para ondas de vida mais e mais avanadas. Quando avida atinge o mais alto nvel possvel no reino animal, ento pode passar para oreino humano, sob condies tais como as que logo explicaremos.

    A Emanao deixa um reino e passa para outro, de modo que se tivssemos quelidar com apenas uma nica onda desta Emanao s poderamos ter emexistncia um reino de cada vez. Mas a Deidade envia uma constante sucessodestas ondas, de modo que a qualquer momento dado encontramos diversasdelas simultaneamente em operao. Ns prprios representamos uma destasondas; mas encontramos evoluindo ao nosso lado uma outra onda que anima oreino animal uma onda que procedeu da Deidade um estgio depois do que ofizemos. Encontramos ainda o reino vegetal, que representa uma terceira onda, eo reino mineral, que representa uma quarta; e os ocultistas sabem da existncia nossa volta de trs reinos elementais, que representam a quinta, sexta e stima

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    ondas. Todas estas, entretanto, so influxos sucessivos da mesma grandeEmanao do Segundo Aspecto da Deidade.

    Temos aqui, ento, um esquema de evoluo no qual a Vida divina se envolvemais e mais profundamente na matria, a fim de que atravs dessa matria possa

    receber vibraes que doutro modo no a afetariam impactos externos, que poretapas despertam nela padres de ondulao correspondentes aos seus, de modoque ela aprende a responder-lhes. Mais tarde ali aprende a gerar por si mesmaestes padres de ondulao, e assim se torna um ser possuidor de poderesespirituais.

    Podemos presumir que quando esta Emanao de vida originalmente saiu daDeidade, em algum nvel alm de nosso poder de cognio, talvez tenha sidohomognea; mas quando primeiramente se torna cognoscvel, quando est elamesma no mundo intuicional, mas animando corpos feitos de matria do mundomental superior, j no uma s gigantesca alma-mundial, mas muitas almas.

    Suponhamos uma Emanao homognea, que pode ser considerada como umanica imensa alma, numa extremidade da escala; noutra, quando atingida ahumanidade, temos que aquela vasta alma nica partiu-se em milhes dascomparativamente pequenas almas dos homens individuais. Em qualquer estgioentre estes dois extremos encontramos uma condio intermdia, a imensa alma-mundial j subdividida, mas no at o mais extremo limite possvel de subdiviso.

    Cada homem uma alma, mas no cada animal ou cada planta. O homem, comouma alma, pode se manifestar somente atravs de um corpo de cada vez nomundo fsico, ao passo que uma alma animal se manifesta simultaneamenteatravs de uma quantidade de corpos animais, uma alma vegetal atravs de umaquantidade de plantas separadas. Um leo, por exemplo, no uma entidadepermanentemente separada do mesmo modo que um homem o . Quando umhomem morre isto , quando ele enquanto alma deixa de lado seu corpo fsico permanece exatamente como era antes, uma entidade separada de todas asoutras entidades. Quando o leo morre, aquilo que tinha sido sua alma separada devolvido massa de onde veio uma massa que ao mesmo tempo estprovendo as almas para muitos outros lees. Para tal massa damos o nome dealma-grupo.

    A uma alma-grupo como esta est associado um considervel nmero de corposleoninos digamos uma centena. Cada um destes corpos enquanto vive tem suacentsima parte da alma-grupo ligada a ele, e durante este tempo aparenta serinteiramente separado, de maneira que o leo durante sua vida fsica to umindivduo quanto o homem; mas no um indivduo permanente. Quando elemorre a sua alma reflui para a alma-grupo a que pertence, e aquela mesma almaleonina no pode ser separada novamente do grupo.

    Uma analogia til pode ajudar na compreenso. Imagine a alma-grupo sendorepresentada pela gua dentro de um balde, e a centena de corpos de lees porcem copos. Quando cada copo mergulhado no balde retira uma medida de gua

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    (a alma separada). Aquela gua durante este perodo assume a forma do veculoque preenche, e temporariamente separada da gua que permanece no balde, eda gua nos outros copos.

    Agora coloque-se em cada um dos cem copos alguma espcie de corante ou

    alguma espcie de aromatizante. Isto representaria as qualidades desenvolvidaspelas suas experincias na alma separada do leo durante sua vida. Devolva agua do copo para o balde; isso representa a morte do leo. A matria corante ouaromatizante ser disseminada por toda a gua no balde, mas dar umacolorao muito mais tnue, um odor muito menos pronunciado quando assimdistribuda do que quando estava confinada a um s copo. As qualidadesdesenvolvidas pela experincia de um leo ligado quela alma-grupo so destartecompartilhadas por toda a alma-gupo, mas em grau muito menor.

    Podemos tirar outro copo de gua daquele balde, mas jamais poderemos obter amesmssima gua depois de ela ter-se misturado com o resto. Cada copo de gua

    retirado daquele balde no futuro conter alguns traos do corante ou aromatizanteposto em cada copo cujo contedo tiver retornado ao balde. Assim as qualidadesdesenvolvidas pela experincia de um nico leo se tornaro propriedade comumde todos os lees que futuramente nascerem daquela alma-grupo, ainda que emgrau menor do que existiam naquele leo individual que as desenvolveu.

    Esta a explicao para os instintos herdados; este o porqu de um patinhochocado por uma galinha correr instantaneamente para a gua sem precisar quelhe mostrem como nadar; o porqu de um pinto esconder-se viso da sombra deuma guia mal sai do ovo; o porqu de um pssaro que foi artificialmente criado, e

    jamais viu um ninho, no obstante saber como fazer um, e o faz de acordo com astradies de sua espcie.

    Mais abaixo na escala da vida animal enormes nmeros de corpos so associadosa uma nica alma-grupo incontveis milhes, por exemplo, no caso de algunsdos insetos menores; mas medida que subimos no reino animal o nmero decorpos associados a uma s alma-grupo se torna cada vez menor, e portanto asdiferenas entre os indivduos se tornam maiores.

    Assim as almas-grupo gradualmente se fragmentam. Retornando ao smbolo dobalde, medida que copo aps copo dgua retirado dele, colorido com algumtipo de substncia corante e a ele devolvido, toda a gua do balde gradualmentese torna mais rica em cor. Suponha que por estgios imperceptveis algum tipo depelcula vertical se forme atravs do centro do balde, e gradualmente se solidifiquenuma diviso, de modo que agora tenhamos uma metade direita e uma esquerdano balde, e cada copo de gua que fosse retirado fosse devolvido sempre para amesma metade de onde foi retirado.

    Ento logo uma diferena se estabelecer, e o lquido em uma das metades dobalde j no ser o mesmo da outra metade. Teramos ento praticamente doisbaldes, e quando este estgio atingido numa alma-grupo ela se divide em duas,

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    como uma clula se separa por fisso. Desta forma, medida que a experinciase enriquece sempre mais, as almas-grupo se tornam menores mas maisnumerosas, at que no ponto mais alto chegamos ao homem com sua almaindividual, que j no mais retorna a um grupo mas permanece sempre separado.

    Uma das ondas de vida est vivificando todo um reino; mas nem todas as almas-grupo naquela onda de vida passaro por todo aquele reino desde baixo at emcima. Se no reino vegetal uma certa alma-grupo tiver animado rvores florestais,quando passar para o reino animal omitir todos os estgios inferiores isto ,

    jamais habitar insetos ou rpteis, mas comear logo no nvel dos mamferosinferiores. Os insetos e rpteis sero vivificados por almas-grupo que por algumasrazes deixaram o reino vegetal num nvel muito mais baixo do que a rvore defloresta. Da mesma maneira a alma-grupo que tiver atingido os nveis mais altosdo reino animal, no se individualizar em selvagens primitivos mas em homensde um tipo algo superior, os selvagens primitivos sendo recrutados de almas-grupo que deixaram o reino animal em um nvel inferior.

    Almas-grupo em qualquer nvel ou em todos os nveis se distribuem em setegrandes tipos, de acordo com o Ministro da Deidade atravs de cuja vidaemanaram. Estes tipos so claramente distinguveis em todos os reinos, e assucessivas formas assumidas por cada um deles constituem sries interligadas,de modo que animais, vegetais, e as variedades das criaturas elementais podemser arranjadas todas dentro de sete grandes linhas, e a vida percorrendo umadestas linhas no se desviar para nenhuma das outras.

    Nenhuma classificao detalhada j foi feita sobre os animais, plantas ou mineraisa partir deste ponto de vista; mas certo que a vida que encontrada animandoum mineral de um tipo especial jamais vivificar qualquer outro tipo alm do seumesmo, ainda que dentro daquele tipo possa variar. Quando passa para os reinosvegetal e animal habitar vegetais e animais daquele tipo e de nenhum outro, equando eventualmente atingir a humanidade se individualizar em homensdaquele tipo e de nenhum outro.

    O mtodo de individualizao a elevao da alma de um animal particular a umnvel muito mais alto do que o atingido por sua alma-grupo, de modo que j nopode mais voltar a ela. Isso no pode ser feito com qualqueranimal, mas s comaqueles cujo crebro estiver desenvolvido at certo nvel, e o mtodo usualmenteadotado para adquirir tal desenvolvimento mental trazer o animal a um contatoestreito com o homem. A individualizao, portanto, possvel somente paraanimais domsticos, e mesmo assim s para certos tipos deles. testa de cadaum dos sete tipos fica uma espcie de animal domstico o cachorro em um, ogato em outro, o elefante num terceiro, o macaco num quarto, e assim por diante.Os animais selvagens podem todos ser distribudos em sete linhas que conduzemaos animais domsticos; por exemplo, a raposa e o lobo obviamente esto namesma linha do cachorro, enquanto o leo, o tigre e o leopardo igualmente bvioconduzem ao gato domstico; de modo que a alma-grupo animando a centena de

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    lees mencionados antes poderia em um estgio posterior de evoluo serdividida em, digamos, cinco almas-grupo, cada qual animando vinte gatos.

    A onda de vida fica um longo perodo em cada reino; estamos agora recmpassando da metade de um destes ons, e conseqentemente as condies no

    so favorveis para aquisio daquela individualizao que normalmente ocorres no final de um perodo. Raros casos de tal aquisio podem ocasionalmenteser observados em alguns animais muito mais avanados que a mdia. Aassociao ntima com o homem necessria para produzir este resultado. Se oanimal bondosamente tratado desenvolve devotada afeio por seu amigohumano, e tambm desenvolve seus poderes intelectuais ao tentar entenderaquele amigo e antecipar seus desejos. Somando-se a isto, as emoes e ospensamentos do homem constantemente agem sobre os do animal, e tendem aelev-lo a um nvel mais alto tanto emocionalmente como intelectualmente. Sobcondies favorveis este desenvolvimento pode ir to longe a ponto de elevartanto o animal que o pe fora de contato com o grupo a que pertence, de modo

    que seu fragmento de uma alma-grupo se torna capaz de responder Emanaoque provm do Primeiro Aspecto da Deidade.

    Pois esta Emanao final no como as outras, uma poderosa torrente afetandomilhares ou milhes simultaneamente; vem para cada um individualmente assimque ele estiver pronto para receb-la. Esta Emanao j ter descido at o mundointuicional; mas no procede para alm disso at que este mpeto ascendente sejafeito pela alma do animal de baixo para cima; mas quando isso acontece estaTerceira Emanao desce para encontr-lo, e no mundo mental superior formado um Ego, uma individualidade permanente permanente, ou seja, at que,muito mais adiante em sua evoluo, o homem a transcenda e retorne divinaunidade de onde veio. Para formar este Ego, o fragmento de alma-grupo (que atento desempenhou sua parte sempre como fora animante) se torna por sua vezum veculo, e ele prprio animado por aquela divina Centelha que desceu neledo alto. Pode ser dito que aquela Centelha esteve pairando no mundo mondicosobre a alma-grupo durante toda sua evoluo prvia, incapaz de efetuar ujmaligao com ela at que seu correspondente fragmento na alma-grupo tivesse sedesenvolvido o suficiente para permiti-lo. esta separao do restante da alma-grupo e a formao de um Ego separado que marca a distino entre o animalmais superior e o homem mais inferior.

    Captulo 5

    A CONSTITUIO DO HOMEM

    O homem portanto em essncia uma Centelha do Fogo divino, pertencendo aoplano mondico. [A Presidente resolveu estabelecer agora um conjunto de nomespara os planos, de modo que no futuro estes sero usados em vez dos outropreviamente empregados. Uma tabela deles dada abaixo como referncia.

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    Novos Nomes Antigos Nomes

    1. Mundo Divino Plano di

    2. Mundo Mondico Plano Anupdaka

    3. Mundo Espiritual Plano tmico ou Nirvnico4. Mundo Intuicional Plano Bdico

    5. Mundo Mental Plano Mental

    6. Mundo Emocional ou Astral Plano Astral

    7. Mundo Fsico Plano Fsico

    Estes substituiro os nomes dados no Vol. II deA Vida Interna..]

    Para aquela Centelha, residindo todo tempo naquele mundo, damos o nome deMnada. Para os propsitos da evoluo humana a Mnada se manifesta nosmundos inferiores. Quando ela desce um estgio e entra no mundo espiritual, semostra l como o trplice Esprito, possuindo trs aspectos (exatamente como nosmundos infinitamente superiores a Deidade tem Seus Trs Aspectos). Destes trs- um permanece sempre naquele mundo, e o chamamos de Esprito no homem. Osegundo aspecto se manifesta no mundo intuicional, e falamos dele como sendo aIntuio no homem. O terceiro se mostra no mundo mental superior, e ochamamos de Inteligncia no homem. Estes trs aspectos tomados juntosconstituem o Ego que anima o fragmento sado da alma-grupo. Assim o homemcomo o conhecemos, mesmo que na verdade seja uma Mnada residindo nomundo mondico, mostra-se como um Ego no mundo mental superior,manifestando estes trs aspectos de si mesma (Esprito, Intuio e Inteligncia)atravs daquele veculo de matria mental superior a que chamamos de corpocausal.

    Este Ego o homem durante o estgio humano de evoluo; ele acorrespondncia mais prxima, de fato, da concepo anti-cientfica comum sobrea Alma. Ele vive inalterado (exceto por seu crescimento) desde o momento daindividualizao at que a humanidade seja transcendida e mergulhada nadivindade. Ele no jamais afetado pelo que chamamos nascimento e morte; oque costumeiramente consideramos como sendo sua vida s um dia de suavida. O corpo que podemos ver, o corpo que nasce e morre, uma roupa que eleveste para os propsitos de certa parte de sua evoluo.

    Tampouco este o nico corpo que ele assume. Antes que ele, o Ego no mundomental superior, possa tomar um veculo pertencente ao mundo fsico, deve fazeruma conexo com ele atravs dos mundos mental inferior e astral. Quando desejadescer ele rene em torno de si um vu de matria do mundo mental inferior, aque chamamos seu corpo mental. Este o instrumento pelo qual pensa todos osseus pensamentos concretos o pensamento abstrato sendo um poder do prprioEgo no mundo mental superior.

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    A seguir ele junta em seu redor um vu de matria astral, a que chamamos seucorpo astral; e este o instrumento de suas paixes e emoes, e ainda (emconjuno com a parte inferior de seu corpo mental) o instrumento de todos ospensamentos que so tingidos por egosmo e sentimento pessoal. Somentedepois de assumir estes veculos intermedirios ele pode entrar em contato com o

    corpo fsico de um beb, e nascer no mundo que conhecemos. Ele vive atravs doque chamamos sua vida, adquirindo certas qualidades como resultado de suasexperincias; e ao seu trmino, quando o corpo fsico abandonado, ele reverte oprocesso de descida e abandona um por um os veculos temporrios queassumiu. O primeiro a ir-se o corpo fsico, e quando este descartado, sua vida centrada no mundo astral e ele vive em seu corpo astral.

    A durao de sua estada naquele mundo depende da quantidade de paixo eemoo que ele desenvolveu em si nesta vida fsica. Se houver muito delas, ocorpo astral fortemente vitalizado, e persistir por longo tempo; se houver pouco,o corpo astral tem menos vitalidade, e ele logo ser capaz de por sua vez deix-lo

    de lado. Quando isto feito, ele se encontra vivendo em seu corpo mental. A suafora depende da natureza dos pensamentos aos quais se habituou, e usualmentesua estada neste nvel extensa. Ento ela chega a um fim, e ele depe por suavez o corpo mental, e novamente o Ego est em seu prprio mundo.

    Devido falta de desenvolvimento, ele ainda est s parcialmente cnscionaquele mundo; as vibraes de sua matria so rpidas demais para fazerqualquer impresso sobre ele, assim como os raios ultravioletas so rpidosdemais para fazer qualquer impresso sobre nossos olhos. Depois de um repousol, ele sente o desejo de descer at um nvel onde as ondulaes lhe sejamperceptveis, a fim de que possa sentir-se plenamente vivo; assim ele repete oprocesso de descida para dentro da matria mais densa, e assume de novo umcorpo mental, um astral e um fsico. Como seus corpos anteriores j tero todosse desintegrado, cada um em seu tempo, estes novos veculos so inteiramentedistintos dos outros, e assim ocorre que em sua vida fsica ele no tem qualquerlembrana das outras vidas semelhantes que a precederam.

    Quando atua neste mundo fsico ele lembra atravs de seu corpo mental; masuma vez que h um novo, assumido s depois deste nascimento, naturalmente eleno pode conter nenhuma memria de nascimentos anteriores nos quais no teveparte alguma. O prprio homem, o Ego, relembra sim todos eles quando est emseu prprio mundo, e ocasionalmente uma recordao parcial ou influncia delesse infiltra atravs de seus veculos inferiores. Usualmente ele no lembra, em suavida fsica, das experincias de vidas pregressas, mas de fato manifesta na vidafsica as qualidades que aquelas experincias desenvolveram nele. Cada homem portanto exatamente o que fez de si durante aquelas vidas passadas; se nelasele tiver desenvolvido boas qualidades em si mesmo, ele agora as possui; senegligenciou em treinar-se, e conseqentemente permitiu-se fraqueza e mdisposio, ele se encontrar precisamente nestas condies agora. Asqualidades, boas ou ms, com que nasce so aquelas que tiver construdo para simesmo.

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    Este desenvolvimento do Ego o objetivo de todo o processo de materializao;ele assume aqueles vus de matria precisamente porque atravs deles ele estapto para receber vibraes s quais pode responder, de modo que suasfaculdades latentes possam ser assim desdobradas. Mesmo que o homem desado alto para estes mundos inferiores, s atravs desta descida que um pleno

    conhecimento dos mundos superiores se desenvolve nele. A conscincia plenaem qualquer dos mundos envolve o poder de perceber e responder a todas asvibraes daquele mundo; portanto o homem comum no tem ainda conscinciaperfeita em nenhum nvel nem mesmo em seu mundo fsico que ele julgaconhecer. possvel para ele desenvolver sua percepo em todos essesmundos, e por meio desta conscincia desenvolvida que observamos todosestes fatos que ora descrevo.

    O corpo causal o veculo permanente do Ego no mundo mental superior.Consiste de matria da primeira, segunda e terceira subdivises daquele mundo.Em pessoas comuns ele ainda no totalmente ativo, sendo vivificada s a

    matria que pertence terceira subdiviso. medida que o Ego desdobra suaspotencialidades latentes atravs do longo curso de sua evoluo, a matriasuperior gradualmente trazida atividade, mas s no homem aperfeioado aquem chamamos de Adepto que ela est desenvolvida at sua extenso mxima.Tal matria pode ser distinguida pela viso clarividente, mas apenas por umvidente que saiba como usar a viso do Ego.

    difcil descrever um corpo causal completamente, porque os sentidospertencentes a seu mundo so todos diferentes e mais elevados do que os nossosneste nvel. A lembrana da aparncia de um corpo causal como possvel a umclarividente traz-la a seu crebro fsico a imagem de um ovide, que envolve ocorpo fsico do homem, estendendo-se at uma distncia de cerca de quarenta ecinco centmetros a partir da superfcie normal daquele corpo. No caso de umhomem primitivo ele se assemelha a uma bolha, e d a impresso de ser vazio.Na realidade preenchido de matria mental superior, mas como ainda no foichamada atividade permanece incolor e transparente. Com a continuidade doprogresso gradualmente posto em alerta pelas vibraes que lhe chegam doscorpos inferiores. Isso advm s lentamente, porque as atividades do homem nosprimeiros estgios de sua evoluo no tm um carter que encontre expressoem matria to fina como a do corpo mental superior; mas quando um homematinge o estgio onde ele capaz de pensamento abstrato ou emoo altrusta amatria do corpo causal despertada em resposta.

    Quando estes padres ondulatrios so despertados nele mostram-se em seucorpo causal como cores, de modo que em vez de ser uma mera bolhatransparente pouco a pouco se torna uma esfera cheia de matria das maisadorveis e delicadas tonalidades um objeto cuja formosura est alm de todaconcepo. comprovado pela experincia que estas cores tm um significado. Avibrao que denota o poder de emoo altrusta se mostra como um rosa plido;a que indica alto poder intelectual amarela; a que expressa simpatia verde,enquanto que o azul indica sentimento devocional, e um luminoso azul violceo

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    caracteriza a espiritualidade superior. O mesmo esquema de significadoscromticos se aplica aos corpos que so construdos de matria mais densa, mas medida que nos aproximamos do mundo fsico os tons em cada caso socomparativamente mais grosseiros no s menos delicados mas tambm menosvvidos.

    No decurso da evoluo nos mundos inferiores o homem freqentemente introduzem seus veculos qualidades que so indesejveis e inteiramente inadequadaspara sua vida como Ego tais como, por exemplo, o orgulho, a irritabilidade, asensualidade. Esta, como o resto, so redutveis a vibraes, mas so em todosos casos vibraes das subdivises inferiores de seus respectivos mundos, eportanto no podem se reproduzir no corpo causal, que construdoexclusivamente de matria das trs subdivises superiores de seu mundo. Poiscada seo do corpo astral atua fortemente sobre a seo correspondente docorpo mental, mas apenas sobre a seo correspondente; no pode influenciarnenhuma outra parte. Assim o corpo causal pode ser afetado s pelas trs

    pores superiores do corpo astral; e as oscilaes destas representam s boasqualidades.

    O efeito prtico disso que o homem no pode construir no Ego (isto , em seuEu real) nada seno boas qualidades; as ms qualidades que ele desenvolve sopor natureza transitrias e devem ser descartadas medida em que avana,porque ele j no tem em si matria que as possa expressar. A diferena entre oscorpos causais do selvagem e do santo que no primeiro vazio e incolor, e nosegundo cheio de matizes brilhantes e fulgurantes. Quando o homem passapara alm mesmo da santidade e se transforma em um grande poder espiritual,seu corpo causal aumenta em tamanho, porque tem muito mais a expressar, etambm comea a irradiar de si em todas as direes poderosos raios de luz viva.Em algum que j tenha obtido o Adeptado este corpo de enormes dimenses.

    O corpo mental construdo de matria das quatro subdivises inferiores domundo mental, e se expressa os pensamentos concretos do homem. Aqui tambmencontramos o mesmo esquema de cores que no corpo causal. Os tons so algomenos delicados, e percebemos um ou dois acrscimos. Por exemplo, umpensamento de orgulho se mostra como laranja, enquanto a irritabilidade manifesta por um escarlate brilhante. Podemos ver aqui o marrom brilhante daavareza, o marrom acinzentado do egosmo, e o verde acinzentado da falsidade.Aqui tambm vemos a possibilidade de uma mistura de cores; a afeio, ointelecto, a devoo podem ser tingidos pelo egosmo, e neste caso suas coresdistintivas so mescladas ao marrom do egosmo, de modo que temos umaaparncia impura e opaca. Mesmo que suas partculas estejam sempre emmovimento rpido entre si, este corpo tem ao mesmo tempo uma espcie defrouxa organizao.

    O tamanho e formato do corpo mental so determinados pelos do veculo causal.H nele certas estrias que o dividem mais ou menos irregularmente emsegmentos, cada um deles correspondendo a certo departamento do crebro

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    fsico, de modo que cada tipo de pensamento deveria funcionar atravs de suaposio devidamente designada. O corpo mental ainda to imperfeitamentedesenvolvido nos homens comuns que h muitos em quem um grande nmero dedepartamentos especiais ainda no est em atividade, e qualquer tentativa depensamento pertencente a estes departamentos tem de percorrer algum canal

    inadequado que j esteja completamente aberto. O resultado que aquelepensamento sobre estes assuntos para a maioria das pessoas confuso eincompreensvel. Este o porqu de algumas pessoas terem cabea para amatemtica e outras serem incapazes de somar corretamente a causa pelaqual algumas pessoas instintivamente entendem, valorizam e desfrutam damsica, enquanto outras no distinguem uma melodia da outra.

    Toda a matria do corpo mental deveria estar circulando livremente, mas algumasvezes o homem permite que seu pensamento sobre certo assunto se fixe esolidifique, ento a circulao impedida, e h uma congesto que logo endurecenuma espcie de calosidade no corpo mental. Tal calosidade se manifesta aqui

    em baixo para ns como um preconceito; e at que seja completamentereabsorvido e a circulao restaurada, impossvel para o homem pensar comverdade ou ver com clareza no que diz respeito quele departamento particular desua mente, pois a congesto impede a livre passagem das vibraes tanto parafora como para dentro.

    Quando um homem utiliza qualquer parte de seu corpo mental ele no s vibramais rapidamente no momento, mas ainda temporariamente se expande e cresceem tamanho. Se houver um pensar prolongado sobre algum assunto esteaumento se torna permanente, e assim possvel para o homem aumentar otamanho de seu corpo mental seja ao longo de linhas desejveis ou indesejveis.

    Bons pensamentos produzem vibraes na matria mais fina do corpo, os quaispor gravidade especfica tendem a flutuar na parte superior do ovide; onde hajamaus pensamentos, como egosmo e avareza, h sempre oscilaes na matriamais grosseira, que tendem a gravitar em direo parte mais baixa do ovide.Conseqentemente o homem comum, que se permite no raramente apensamentos egostas de vrios tipos, usualmente expande a parte inferior de seucorpo mental, e apresenta mais ou menos a aparncia de um ovo com sua partemais larga para baixo. O homem que tiver reprimido estes pensamentos vis, e tiverse devotado aos superiores, tende a expandir a parte superior de seu corpomental, e portanto apresentar a aparncia de um ovo com sua parte mais largapara cima. De um estudo das cores e estrias do corpo mental de um homem oclarividente pode perceber o seu carter e o progresso que tiver feito em sua vidaatual. A partir de caractersticas semelhantes no corpo causal ele pode ver quaisprogressos o Ego fez desde sua formao original, quando o homem deixou oreino animal.

    Quando um homem pensa em qualquer objeto concreto um livro, uma casa, umapaisagem ele constri uma pequena imagem do objeto na matria de seu corpomental. Esta imagem flutua na parte superior daquele corpo, usualmente defronte

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    face do homem e perto do nvel dos olhos. L permanece enquanto o homemestiver contemplando o objeto, e usualmente por um breve tempo depois, cujadurao depende da intensidade e da clareza do pensamento. Esta forma muitoobjetiva, e pode ser vista por outra pessoa, se esta tiver desenvolvido a viso deseu prprio corpo mental. Se um homem pensa em outro, ele cria um pequeno

    retrato exatamente da mesma maneira. Se seu pensamento meramentecontemplativo e no envolve sentimento (como afeto ou antipatia) ou desejo(como o de ver tal pessoa) o pensamento usualmente no afeta perceptivelmenteo homem em que pensa.

    Se associado ao pensamento sobre a pessoa houver um sentimento, como porexemplo de afeio, um outro fenmeno ocorre alm da formao da imagem. Opensamento de afeio assume uma forma definida, que construda de matriado corpo mental do pensador. Por causa da emoo envolvida, ele recolhe ao seuredor tambm matria de seu corpo astral, e assim temos uma forma astro-mentalque se desprende do corpo em que foi gerada, e se move pelo espao em direo

    ao objeto do sentimento ou afeio. Se o pensamento suficientemente forte, adistncia no faz qualquer diferena; mas o pensamento de uma pessoa comumnormalmente fraco e difuso, e assim no tem efeito fora de uma rea limitada.

    Quando esta forma-pensamento alcana o seu objeto descarrega-se em seucorpo astral ou mental, comunicando-lhes sua prpria freqncia de vibrao.Pondo em outros termos, um pensamento de amor enviado de uma pessoa paraoutra envolve a verdadeira transferncia de certa quantidade de fora e de matriado emissor ao receptor, e seu efeito sobre o receptor o de despertar osentimento de afeio nele, e leve mas permanentemente aumentando seu poderde amar. Mas um tal pensamento tambm refora o poder de afeio nopensador, e portanto faz um bem simultaneamente para os dois.

    Todo pensamento constri uma forma; se o pensamento for dirigido para outrapessoa, viaja at ela; se for nitidamente egosta permanece nas imediaes dopensador; se no pertence a nenhuma destas categorias, flutua por um tempo noespao e ento se desintegra lentamente. Todo homem est portanto deixandoatrs de si por onde quer que v um rastro de formas-pensamento; andando pelarua estamos todos caminhando em meio a um mar de pensamentos alheios. Seum homem deixa sua mente em branco por alguns momentos, estes pensamentosresiduais de outros mergulham nela, na maior parte dos casos deixando apenasreduzida impresso nela. s vezes algum chega que atrai sua ateno, de modoque sua mente o incorpora e o torna seu, refora-o pela adio de sua prpriafora, e ento o despede novamente para afetar algum mais. Um homem,portanto, no responsvel por um pensamento que flutue em sua mente, porquepode no ser seu, mas de outrem; mas ele responsvel se o incorpora, se sefixa nele e o emite reforado.

    Pensamentos auto-centrados de qualquer tipo pairam em torno do pensador, e amaioria dos homens cerca seus corpos mentais com uma concha de pensamentos

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    assim. Uma concha assim obscurece a viso mental e facilita a formao depreconceitos.

    Cada forma-pensamento uma entidade temporria. Representa como se umabateria carregada, esperando uma oportunidade de descarregar-se. Sua tendncia

    sempre reproduzir sua prpria freqncia de vibrao no corpo mental que aincorpora, e assim desperta nele um pensamento semelhante. Se a pessoa aquem dirigido estiver por acaso ocupada ou j engajada em alguma seqnciadefinida de pensamento, as partculas de seu corpo mental j estaro vibrando emdeterminada freqncia, e de momento no podem ser afetadas de fora. Nestecaso a forma-pensamento espera, pairando perto do seu objetivo at que eleesteja suficientemente repousado para permitir sua entrada; ento descarrega-senele, e com este ato deixa de existir.

    O pensamento auto-centrado se comporta exatamente do mesmo modo a respeitode seu gerador, e descarrega-se sobre ele quando a oportunidade se oferece. Se

    for um mau pensamento, ele geralmente o considera como a sugesto de umdemnio tentador, quando na verdade ele tenta a si mesmo. Usualmente cadapensamento definido cria uma forma-pensamento nova; mas se uma forma-pensamento da mesma natureza j estiver pairando em torno do pensador, sobcertas circunstncias um novo pensamento no mesmo assunto, em vez de criaruma nova forma, funde-se com a antiga e a refora, de modo que uma longaruminao sobre o mesmo assunto cria s vezes uma forma-pensamento detremendo poder. Se o pensamento for mau, tal forma-pensamento pode tornar-seuma verdadeira influncia maligna, perdurando talvez por muitos anos, e tendodurante algum tempo toda a aparncia e poderes de uma entidade viva real.

    Todos estes descritos so os pensamentos comuns no premeditados do homem.Um homem pode fazer uma forma-pensamento intencionalmente, e endere-la aoutrem no intuito de ajud-lo. Esta uma das linhas de atividade adotadas poraqueles que desejam servir a humanidade. Uma constante corrente de poderosopensamento dirigida com inteligncia para outra pessoa pode ser da maior valiapara ela. Uma forte forma-pensamento pode ser um verdadeiro anjo-da-guarda, eproteger seu objeto da impureza, da irritabilidade ou do medo.

    Uma interessante ramificao deste assunto o estudo das vrias formas e coresassumidas pelas formas-pensamento de vrios tipos. As cores indicam a naturezado pensamento, e esto de acordo com aquelas que j descrevemos comoexistentes nos corpos. As formas so duma variedade infinita, masfreqentemente so de algum modo tpicas da espcie de pensamento queexpressam.

    Cada pensamento de carter definido, como um pensamento de afeio ou dio,de devoo ou suspeita, de raiva ou medo, ou orgulho ou cime, no s cria umaforma mas igualmente irradia uma vibrao. O fato de que cada um destespensamentos expresso por uma certa cor indica que o pensamento se expressacomo uma oscilao da matria de certa parte do corpo mental. Esta freqncia

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    de oscilao se transmite para a matria mental circundante precisamente domesmo jeito que as vibraes de um sino se transmitem ao ar circundante.

    Esta radiao se move em todas as direes, e onde quer que se imprima emoutro corpo mental que esteja em uma atitude passiva ou receptiva, comunica a

    ele algo de sua prpria vibrao. Isso no veicula uma idia completa definida,como o faz a forma-pensamento, mas tende a produzir um pensamento do mesmocarter que o seu. Por exemplo, se o pensamento for devocional suas ondulaessuscitaro devoo, mas o objeto da adorao pode ser diferente no caso de cadapessoa sobre cujo corpo mental incida. A forma-pensamento, de outra parte, podeatingir s uma pessoa, mas comunicar quela pessoa (se receptiva) no s umsentimento genrico de devoo, mas tambm uma imagem precisa do Ser porquem a adorao foi originalmente sentida.

    Qualquer pessoa que habitualmente pense pensamentos puros, bons e fortes estutilizando para este propsito a parte mais alta de seu corpo mental uma parte

    que de modo algum utilizada pelo homem comum, e est inteiramentesubdesenvolvida nele. Este indivduo portanto um poder para o bem no mundo,e estar sendo de grande utilidade para todos em suas imediaes que sejamcapazes de algum tipo de resposta. Pois a vibrao que ele irradia tende adespertar uma nova e mais alta poro de seus corpos mentais, econseqentemente abrindo-lhes tambm novos campos de pensamento.

    Pode no ser exatamente o mesmo pensamento que foi enviado, mas ser damesma natureza. As ondulaes geradas por um homem pensando sobreTeosofia no necessariamente veiculam idias Teosficas a todos em seu redor;mas eles realmente despertam neles pensamentos mais liberais e mais elevadosdo que aqueles a que antes estavam acostumados. Por outro lado, as formas-pensamento geradas sob tais circunstncias, ainda que mais limitadas em suaao do que a irradiao, so tambm mais precisas; elas podem afetar somenteaqueles que nalguma extenso esto abertos a elas, mas para estes veicularoidias Teosficas definidas.

    As cores do corpo astral comportam os mesmos significados daquelas dosveculos superiores, mas existem diversas oitavas de cor abaixo delas, e muitomais de perto se aproximam dos tons que vemos no mundo fsico. Ele o veculoda paixo e da emoo, e conseqentemente pode exibir cores adicionais,expressando os sentimentos menos desejveis do homem, que no podem semostrar em nveis mais altos; por exemplo, um marrom avermelhado fosco indicaa presena de sensualidade, enquanto nuvens negras demonstram malcia e dio.Um curioso cinza lvido denuncia a presena de medo, e um cinza muito escuro,normalmente disposto em pesados anis em torno do ovide, indica uma condiode depresso. A irritabilidade mostrada pela presena de uma quantidade depequenas manchas escarlates no corpo astral, cada uma representando umpequeno impulso de raiva. A inveja mostrada por um peculiar verdeamarronzado, geralmente semeado com as mesmas ndoas escarlates. O corpoastral tem o tamanho e forma como os j descritos, e no homem comum seu

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    contorno claramente delineado; mas no caso do homem primitivo ele amideexcessivamente irregular, e se assemelha a uma nuvem rodopiante composta dascores mais desagradveis.

    Quando o corpo astral est relativamente quieto (na verdade jamais est em

    completo repouso) as cores que so vistas nele indicam as emoes a que umhomem em geral habituou-se. Quando o homem experimenta uma efuso dealgum sentimento particular, o padro de vibrao que expressa aquelesentimento por um momento domina todo o corpo astral. Se, por exemplo, fordevoo, todo o corpo astral ser banhado de azul, e enquanto a emoopermanecer no pice as cores normais pouco fazem alm de modificar o azul, ouaparecem vagamente atravs de um vu daquele azul; mas em breve aveemncia do sentimento se dissipa, e as cores normais se reafirmam. Mas porcausa do acesso de emoo a parte do corpo astral que normalmente azul tercrescido em tamanho. Assim um homem que freqentemente sente alta devoologo vem a possuir uma larga rea de azul permanentemente existindo em seu

    corpo astral.Quando a efuso de sentimento devocional sobrevm, usualmente acompanhada depensamentosdevocionais. Ainda que primariamente formadosno corpo mental, renem igualmente em seu redor igualmente uma grandequantidade de matria astral, de modo que sua ao se d em ambos os mundos.E em ambos mundos tambm existe a radiao que previamente descrevemos, demaneira que um homem devoto um centro de devoo, e influenciar outraspessoas a compartilharem tanto de seus pensamentos quanto de seussentimentos. O mesmo verdade no caso da afeio, raiva, depresso e naverdade todos os outros sentimentos.

    A mar emocional em si no afeta em muito o corpo mental, ainda que possa poralgum tempo tornar quase impossvel para qualquer atividade advinda daquelecorpo mental penetrar no crebro fsico. Isto no porque aquele corpopropriamente seja afetado, mas sim porque o corpo astral, que atua como umaponte entre ele e o crebro fsico, est vibrando to inteiramente numa sfreqncia que incapaz de veicular qualquer vibrao que no esteja emharmonia com ela.

    As cores permanentes do corpo astral reagem sobre o mental. Elas produzemnele suas correspondentes, diversas oitavas acima, da mesma forma que umanota musical produz sobretons. O corpo mental por sua vez reage sobre o causalde modo semelhante, e assim todas as boas qualidades expressas nos veculosinferiores se fixam, gradualmente, de modo definitivo no Ego. As ms qualidadesno o podem fazer, pois as freqncias de vibrao que as expressam soimpossveis para a matria mental superior da qual o corpo causal feito.

    At aqui estivemos descrevendo veculos que so a expresso do Ego em seusrespectivos mundos veculos que ele prov para si mesmo; no mundo fsicotemos um veculo que lhe provido pela Natureza sob leis que mais adiante sero

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    explicadas os quais, mesmo que em certo sentido sejam uma expresso de si,de forma alguma so uma manifestao perfeita. Na vida comum vemos somenteuma pequena parte deste corpo fsico somente a parte constituda dassubdivises slida e lquida da matria fsica. O corpo contm matria de todas assete subdivises, e todas elas desempenham seu papel em sua vida e lhe so de

    igual importncia.Usualmente falamos da parte invisvel do corpo fsico como sendo o duplo etrico;duplo porque reproduz exatamente o tamanho e a forma da parte do corpo quepodemos ver, e etrico porque feito daquele tipo de matria mais sutil por cujasvibraes a luz transmitida retina do olho. (Isto no deve ser confundido com overdadeiro ter do espao aquele que a negao da matria) Esta parteinvisvel do corpo fsico nos de grande importncia, uma vez que o veculopelo qual fluem as correntes de vitalidade que mantm o corpo vivo, e sem ela,como uma ponte para veicular vibraes de pensamento e sentimento desde oastral at a matria fsica mais densa e visvel, o Ego no poderia fazer uso das

    clulas de seu crebro.A vida de um corpo fsico de perptua mudana e a fim de que possa viver,necessita constantemente de ser suprido a partir de trs fontes distintas. Deve tercomida para sua digesto, ar para sua respirao, e vitalidade para sua absoro.Esta vitalidade essencialmente uma fora, mas quando se reveste de matrianos aparece como um elemento definido, que existe em todos os mundos de quefalamos. Por ora estamos interessados naquela manifestao dela queencontramos na mais alta subdiviso do mundo fsico. Exatamente como o sanguecircula pelas veias, assim o faz a vitalidade ao longo dos nervos; e precisamentec