curso paisagismo e plantas ornamentais

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    Seja Bem Vindo!

    Curso

    Paisagismo e Plantas

    OrnamentaisCarga horria: 60hs

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    Dicas importantes

    Nunca se esquea de que o objetivo central aprender o

    contedo, e no apenas terminar o curso. Qualquer um termina, s

    os determinados aprendem!

    Leia cada trecho do contedo com ateno redobrada, no se

    deixando dominar pela pressa.

    Explore profundamente as ilustraes explicativas disponveis,

    pois saiba que elas tm uma funo bem mais importante que

    embelezar o texto, so fundamentais para exemplificar e melhorar

    o entendimento sobre o contedo.

    Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentosmais

    se diferenciar dos demais alunos dos cursos.

    Todos tm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento

    que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os

    alunos certificados dos alunos capacitados.

    Busque complementar sua formao fora do ambiente virtual

    onde faz o curso, buscando novas informaes e leituras extras,

    e quando necessrio procurando executar atividades prticas que

    no so possveis de serem feitas durante o curso.

    Entenda que a aprendizagem no se faz apenas no momento

    em que est realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-

    dia. Ficar atento s coisas que esto sua volta permite encontrar

    elementos para reforar aquilo que foi aprendido.

    Critique o que est aprendendo, verificando sempre a aplicao

    do contedo no dia-a-dia. O aprendizado s tem sentido

    quando pode efetivamente ser colocado em prtica.

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    Contedo

    Paisagismo: Conceitos e Definies

    Planejamento Paisagstico

    Elementos de Trabalho

    Implantao de Jardins

    Manuteno de Jardins

    Estilos de Jardins

    Plantas Ornamentais

    Plantas Ornamentais Trepadeiras

    Suculentas

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    Paisagismo: Conceitos e Definies1.1. PAISAGEM:

    A paisagem refere-se ao espao de terreno abrangido em umlance de vista, ou extenso territorial a partir de um pontodeterminado. Pode ser classificada em:Natural:sem a interveno do homem;Artificial:planejada, ou seja, um jardim.

    Jardim uma palavra de origem hebraica e vem de gan(proteger, defender) + eden (prazer, satisfao, encanto, delcia).

    A concepo inicial e, ainda hoje, a mais comum de jardim estligada s palavras hebraicas originais: um mundo ideal, pequeno,perfeito e privativo. Na tradio judaico-crist, a idia primitiva dejardim de paraso, um lugar com plantas ornamentais efrutferas formando um ambiente de harmonia, beleza esatisfao espiritual.

    Um jardim a representao idealizada da paisagem como cadacivilizao (ou at cada pessoa) desejaria que ela fosse. umlocal que pode ser percebido pelos cinco sentidos. dinmico,porque o elemento vegetal, como um ser vivo, est sujeito a umciclo biolgico. O jardim modificase com o passar do tempo(devido ao crescimento) e durante as estaes do ano (florao,frutificao, queda das folhas, mudana de cor, etc.).

    1.2. PAISAGISMO:Da palavra paisagem, deriva a palavra Paisagismo. O paisagismo uma atividade que organiza os espaos externos com o objetivo

    de proporcionar bem-estar aos seres humanos e de atender ssuas necessidades, conservando os recursos desses espaos.Combina conhecimentos de cincia e arte, pois:

    Arte: forma de expresso cuja ocorrncia se verifica quando umconjunto de emoes atua sobre a sensibilidade humana; Cincia: a reunio de leis abstratas, deduzidas dos fenmenosda realidade exterior ou interior. Tcnica: a aplicao, nos trabalhos de rotina, das leis

    abstratas que vm da cincia.

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    Existem alguns conhecimentos bsicos que so requeridos nopaisagismo:

    1. Conhecimentos cientficos:

    Manejo dos recursos naturais: Ecologia, Biologia, Botnica,Geologia e Geografia, etc.;

    Tcnicas de cultivo:Agronomia (Fitopatologia, Entomologia,Fitotecnia, Adubao, Fisiologia Vegetal, Horticultura, Solos,Nutrio de plantas, Proteo de plantas, Climatologia,Topografia, Irrigao e Drenagem, etc.);Organizao dos espaos: Arquitetura e Urbanismo.

    2. Conhecimentos artsticos:Artes plsticas: elementos vivos e inertes (esculturas);Artes industriais:cermicas, serralherias, marcenarias, etc.

    2. COMPONENTES

    Para que se tenha um paisagismo bem elaborado, deve-se partirpara o planejamento paisagstico. Este planejamento deveconsiderar, ainda, o espao livre e de rea verde existente no

    local em estudo.O espao livre toda a rea geogrfica (solo ou gua) que no coberta por edificaes ou outras estruturas permanentes.

    A rea verde um tipo especfico de espao livre, ou seja, aquelecoberto, predominantemente, por extrato vegetal. O termo reaverde aplica-se a diversos tipos de espaos urbanos que tm emcomum: serem abertos (ao ar livre); serem acessveis; seremrelacionados com sade e recreao.

    So consideradas reas verdes urbanas tanto reas pblicas,como particulares. Podem ser jardins, praas, parques, bosques,alamedas, balnerios, campings, praas de esporte, playgrounds,playlots, cemitrios, aeroportos, corredores de linhas detransmisso, faixas de domnio de vias de transporte, margens derios e lagos, reas de lazer, ruas e avenidas arborizadas e/ouajardinadas.

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    Desde que devidamente tratados, tambm se incluem osdepsitos abandonados de lixo, as reas de tratamento de esgotoe outros espaos semelhantes.

    Existem diversas classificaes de reas verdes:a) Jardins de representao: reas ligadas ornamentao semfinalidade recreacional e de menor importncia do ponto de vistaecolgico. So os jardins de prdios pblicos, de igrejas, etc.; b) Jardins de vizinhana: reas para recreao, que podem teralguns equipamentos recreacionais (playgrounds), esportivos oumesmo de lazer passivo (bancos). Sua rea mnima de1.500m2, ou de 5.000m2 caso tenham equipamentos esportivos.

    Devem distar, no mximo, 500m das residncias dos usurios; c) Parques de bairro: reas com a mesma finalidade que osparques de vizinhana, mas com equipamentos que requeremmaior espao; sua rea mnima de 10ha, e devem distar, nomximo, 1.000m das residncias dos usurios;d) Parques distritais ou setoriais: tm a mesma finalidade que asduas categorias anteriores, mas sua rea mnima de 100ha;e) Parques metropolitanos: reas de responsabilidade extra-urbana, com espaos de uso recreacional e de conservao;

    f) Unidades de conservao: reas exclusivamente destinadas conservao, podendo, eventualmente, ter algum equipamentorecreacional para uso pouco intensivo. Encaixam-se nestacategoria as reas de recursos naturais, reas de proteoambiental, reas de proteo de mananciais e reas de proteopaisagstica;g) reas verdes de acompanhamento virio: reas sem caraterconservacionista ou recreacional, tendo apenas funoornamental, mas podendo interagir no ambiente urbano. So os

    canteiros de avenidas, rotatrias, etc..Existe ainda um espao urbano, talvez o mais importante, noinserido nesta classificao, a Praa, local de encontro na cidade,vegetado ou no, comumente com rea aproximada de 1,0ha. Osparques de vizinhana so praas, mas as praas nem sempreso parques de vizinhana.

    O ndice de rea verde o total de reas verdes de umdeterminado local (m2) dividido pelo seu nmero de habitantes

    (m2/habitante), ou seja, a relao entre a quantidade de reaverde de uma cidade e sua respectiva populao. Considera-se

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    adequado um ndice de 10 m2 a 13 m2 de rea verde/habitante.Mais importante que o ndice, entretanto, a distribuio dessasreas verdes e as suas caractersticas e as da regio onde elasse inserem.

    3. IMPORTNCIA

    A existncia de reas verdes junto aos centros urbanos (parques,praas, lagos e ruas arborizadas) proporciona uma sensao debem-estar aos usurios destes espaos. As plantas utilizadas nopaisagismo urbano, to importantes na caracterizao ambientaldestas reas, promovem inmeros benefcios estticos e

    funcionais ao homem e esto muito alm dos seus custos deimplantao e manejo.Alguns dos efeitos causados pela vegetao no meio urbanoesto relacionados com a melhoria da qualidade do ar e doconforto trmico. A qualidade do ar melhorada pelainterceptao de partculas e absoro de gases poluentes pelasplantas, enquanto que a reduo da temperatura ocorre pelaabsoro de calor no processo de transpirao, reduo daradiao e reflexo dos raios solares.

    Outros benefcios proporcionados pela presena planejada dasplantas na paisagem urbana so a proteo contra ventos ereduo da poluio sonora. O vento pode ser agradvel,desconfortvel ou ate mesmo destruidor, dependendo de suavelocidade. As plantas modificam os ventos pela obstruo,deflexo, conduo ou filtragem do seu fluxo.

    As plantas tambm podem ser teis quando dispostas com o

    objetivo de sinalizao, arranjadas a fim de indicar direo apedestres e veculos, melhorando a aparncia de estradas erodovias.

    Contudo, os maiores efeitos proporcionados pela utilizao deplantas nos espaos urbanos so os estticos e psicolgicos. Osefeitos estticos, evidenciados pelas propriedades ornamentaisde cada espcie, tm o poder de modificar os ambientesvisualmente, tornando-os mais agradveis aos seus usurios. J

    os benefcios psicolgicos so capazes de melhorar odesempenho e o humor de trabalhadores, reduzir o tempo de

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    internao e uso de remdios em pacientes e melhorar a relaode empresas com a comunidade. Outro fato importante areduo da criminalidade e da violncia nos centros urbanosonde o uso de plantas adequado.

    4. DIVISO DO PAISAGISMO4.1. MICROPAISAGISMOConsiste no trabalho de paisagismo realizado em pequenosespaos. Na maioria dos casos, o micropaisagismo pode serdesenvolvido por um s profissional, por ser, predominantemente,criao artstica, envolvendo solues tcnicas simples. Assim,apresenta, normalmente, como caractersticas:

    Escala visual pequena (pequenas reas);Preocupao principal a esttica;

    Visualizado em jardins internos, vasos, jardineiras ou floreiras,arborizao em vias pblicas, jardins particulares, praaspblicas, jardins de vizinhana, campos esportivos, etc.;Na representao grfica desse tipo de projeto, a escala estentre 1:50 e 1:1000;reas menores do que 1.000m2 ???

    4.2. MACROPAISAGISMOConsiste no trabalho realizado em grandes espaos. Quasesempre, um trabalho de equipe, porque envolve problemastcnicos complexos e multidisciplinares. Assim, apresenta,normalmente, como caractersticas:

    Escala visual maior (reas extensas);Preocupao principal a preservao da natureza;Visualizado em parques metropolitanos e distritais, reservasnaturais e afins, proteo de mananciais, revestimento vegetalem obras de terraplanagem, controle eroso urbana,proteo contra ventos, recuperao de paisagens danificadas,etc.;Nas representaes grficas, a escala adequada menor do1:1.000, sendo, em geral, de 1:5.000 a 1:50.000;

    reas maiores do que 1.000m2 ???

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    5. FORMAO DE PROFISSIONAIS EMPAISAGISMODentre as diversas finalidades de um paisagista, esto:

    Reconhecer os aspectos essenciais do complexo de elementose fatores que conferem a aparncia e a ecologia da paisagem;

    Avaliar as conseqncias de formas de evoluo na paisagem,produto da participao do homem.O paisagista precisa possuir algumas caractersticas especficas:

    Ter habilidade, destreza, percia e arte na tomada de decises;Conhecimento tcnico;Compreenso esttica da aparncia.

    So atribuies do paisagista:Jardim;

    Arborizao urbana;Preservao da natureza;Reabilitao de reas degradadas (estradas, desmatamento,

    matas ciliares, reas de minerao).

    Planejamento PaisagsticoO Planejamento Paisagstico refere-se ao processo contnuo quese empenha em fazer o melhor uso, para a populao, de umarea limitada da superfcie terrestre, conservando suaprodutividade e beleza, e considerando os aspectos ambientais.Este planejamento desenvolve-se, normalmente, em espaosexternos s construes e abrange duas realizaes: a arte de

    criar (atividade individual), e a cincia, tcnica e arte de organizar(atividade individual ou em equipe).

    O planejamento do jardim deve estar integrado ao planejamentoda residncia; portanto, essencial planejar o jardim antes daconstruo, reforma ou expanso da residncia. Para que setenha xito, o projeto deve ser desenvolvido em etapas, que so:o Estudo Preliminar, o Anteprojeto e o Projeto Definitivo ouExecutivo.

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    1. ESTUDO PRELIMINARAntes do desenvolvimento do projeto propriamente dito, sonecessrios vrios levantamentos que fazem parte do Estudo

    Preliminar:

    1.1. PESQUISA POPULARAntes da elaborao de um projeto, deve-se atentar,primeiramente, para as condies sociais do pblico (famlia,clube, escola, condomnio, comunidade, etc.) a quem serdestinada a obra. A Pesquisa Popular trata-se de umlevantamento indispensvel para avaliar a aspirao popular pormeio de questionamentos dos costumes, gostos e necessidades

    dos usurios, e para descobrir a vocao natural da rea a serajardinada. Este tipo de levantamento feito por meio de umaboa conversa com os usurios do jardim, utilizando ou noquestionrios pr-elaborados, abordando alguns aspectos, taiscomo:

    Funo do jardim: relaxamento, atividades esportivas, abrigarcolees, festas, conforto ambiental, "sala ao ar livre", etc.;Perodo de uso principal: durante o dia, a noite ou ambos;Tipo de privacidade: murado, cercado, aberto;Presena de animais: cachorros, gatos, atrao de pssaros,peixes, tartarugas, etc.;Tipo de famlia: presena de crianas, de idosos, mista, comdeficientes (visuais, usurios de cadeiras de rodas, etc.);Estilo do jardim: adequado aos gostos e necessidades dequem usa, podendo ser formal ou informal, combinado, ingls,tropical, mediterrneo, rido, oriental, etc.;

    Nvel de manuteno: baixa, mdia ou alta;Elementos de construo: lago, chafariz, esttuas, bancos,mesas, piscina, ripados, brinquedos, churrasqueira, poo,fossa, pedras, rea calada, prgola, caramanches, etc.;Prioridades: formalidade x limpeza, fonte de terapia x fonte deaborrecimento, plantas frgeis x cachorros novos x esportes,plantas x construo e reforma;Nvel de dedicao: se gosta de apreciar o jardim x gosta decuidar do jardim;

    Elementos desejados: plantas ou elementos que se tenham umalto interesse (status, heranas, etc.);

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    Elementos abominados: pessoas sensveis a certas plantas ouprodutos de plantas, etc.1.2. LEVANTAMENTO PLANIALTIMTRICO E CADASTRALO levantamento planialtimtrico e cadastral refere-se avaliao

    minuciosa da rea a ser ajardinada, que resulta em um desenhofeito em escala, reproduzindo, como se fosse um retrato, tudo oque j existe no terreno a ser ajardinado. O levantamentoaltimtrico registra o grau de declividade do terreno, ilustrando odesenho com curvas de nvel. O levantamento planimtricoregistra o permetro do terreno e todos os elementos naturaisnele j existentes, como construes, canteiros e caminhos, etc.O levantamento cadastral deve reforar o mapeamento, de formaa alocar no desenho todos os objetos e elementos que nele

    possam existir, como por exemplo: luminrias, torneiras, caixasde inspeo, galerias, fiaes e encanamentos subterrneos ouareos, bancos, fontes, etc.

    Nesta etapa, faz-se, ainda, a anlise do local, verificando:

    observao do dia e da noite; orientao N-S para a obteno do mapa de sombras; presena e tipos de plantas daninhas; vistas a serem realadas e escondidas; plantas e construes da rea vizinha; privacidade; barulho (necessidade de barreiras de som); tipo, estilo e idade da casa; tipo de muro, cerca, pavimentao; demais caractersticas urbansticas e sociais.

    1.3. ANLISE DO SOLOA Anlise do Solo importante para verificar a real necessidadede calcrio e fertilizantes, de acordo com as espcies que serocultivadas na rea, fornecendo informaes a respeito do pH, denutrientes e da granulometria desse solo.

    Essa anlise possibilitar a recomendao mais adequada decorretivo e de fertilizante, considerando-se a idade da planta, oespaamento, o ciclo vegetativo e as exigncias nutricionais decada espcie ou variedade.

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    1.4. LEVANTAMENTO CLIMTICOA distribuio da vegetao no globo terrestre ocorre de acordocom a zona climtica: temperada, tropical e subtropical, podendo,ainda, ser influenciada pela altitude do local. O clima possui

    grande importncia na escolha das espcies a serem usadas nacomposio do jardim, sendo resultante da ao conjunta doselementos: temperatura, luz e insolao, pluviosidade, umidade eventos.

    1.4.1. Temperatura: o elemento climtico de maior influnciasobre as plantas, especialmente sobre o crescimento vegetativo,a florao e a frutificao. Cada espcie ou variedade apresenta

    desenvolvimento timo dentro de determinadas faixas detemperatura, sendo, assim, classificada como:

    Tropical: espcie originada de clima quente, sendo intoleranteao frio. Necessita de temperaturas mdias anuais entre 22C e30C;

    Subtropical: planta originada de clima ameno. Desenvolve-semelhor sob temperaturas mdias anuais entre 15C e 22C eem locais onde no ocorrem geadas;

    Temperada: planta originada de regies frias. Desenvolve-semelhor sob temperaturas mdias anuais entre 5C e 15C,sobrevivendo em locais de ocorrncia de geadas durante oinverno.

    1.4.2. Umidade: a umidade do ar influencia na transpirao daplanta, enquanto que a umidade do solo determina a absoro degua e de nutrientes pelos vegetais. Existe uma grandevariedade de espcies em termos de exigncia de umidade do

    solo, desde aquelas originrias de regies desrticas (cactos) atas que se desenvolvem bem em terrenos mais midos (copo-de-leite-Zantedeschia aethiopica, papiro-Cyperus giganteus, etc.);1.4.3. Ventos:para escolha e distribuio das espcies nojardim, devem ser consideradas a presena dos ventos, suafreqncia, direo e intensidade, pois podem ocasionarfendilhamento e quebra de ramos, queda e rasgadura de folhas eflores (alta velocidade), aumento da taxa de evapotranspirao,secamento do solo e dessecamento nas plantas (vento quente e

    seco), prejudicar a formao de brotaes e ocasionar adesidratao e a queima de folhas (ventos frios). Isto pode ser

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    minimizado com o plantio de quebra-ventos e tutoramento dasplantas.

    2. ANTE-PROJETO

    Com todos esses levantamentos preliminares em mos, opaisagista ter embasamento suficiente para a elaborao doante-projeto, que consiste na apresentao das distribuies doselementos vegetais e arquitetnicos na rea a ser ajardinada, emescala adequada, sob a forma de desenhos e cortesesquemticos. Os passos bsicos a serem seguidos nodesenvolvimento do anteprojeto so os seguintes:1. Estabelecimento e caracterizao das ligaes do jardim;2. Determinao das entradas;3. Estabelecimento do sistema de circulao no jardim eelementos que o compem;4. Marcao das reas destinadas s massas de vegetao nojardim;5. Previso dos locais das construes e das obras de arte.Assim, no ante-projeto estaro definidos os seguintes itens:

    2.1. DISTRIBUIO ESPACIALA distribuio espacial consiste em dividir a rea total emespaos menores conforme cada tipo de uso, formando vriosambientes estrategicamente localizados, de acordo com osseguintes tipos de lazer:

    2.1.1. LAZER CONTEMPLATIVO: so reas que provocamadmirao viso, isolando alguns ambientes para se obter omximo de silncio. Alm desse sentido, deve-se propiciartambm os sentidos do olfato e do tato. Este o tipo de lazer queir impor aos usurios o respeito pelo uso, diminuindo asdepredaes, alm de promover uma agradvel sensao derepouso mental, de bem-estar e de paz interior, diminuindo astenses, as ansiedades, as angstias e a violncia;2.1.2. LAZER RECREATIVO: um tipo de lazer que faz uso daterapia ocupacional de crianas, de adultos e de idosos. As reasreservadas a esse tipo de lazer devem estar estrategicamentelocalizadas, de modo a no intervir nas demais rea de lazer.

    Para as crianas, so includos playgrounds, parquinhos dediverso, etc., enquanto que para os idosos podem existir mesas

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    e bancos fixos para jogos de xadrez, domin, baralho, etc. Estesambientes tambm promovem a integrao social dos usurios;2.1.3. LAZER ESPORTIVO:produz vrios benefcios aosfrequentadores no que diz respeito sade fsica e mental. Como

    existe uma infinidade de esportes e cada qual necessita de umespao especfico, no difcil incluir reas destinadas ao lazeresportivo em um projeto, como por exemplo campos de futebol,quadras poliesportivas, pistas de cooper, reas para ginstica,piscinas, etc.;2.1.4. LAZER CULTURAL:refere-se s reas planejadas para arealizao das diversas manifestaes culturais, envolvendotanto profissionais como amadores, tais como artistas, poetas,cantores, compositores, msicos, etc. Estas reas podem ser

    anfiteatros, teatros de arena, coretos, etc.;2.1.5. LAZER AQUISITIVO: um tipo recente de lazer,relacionado ao prazer, recompensa psicolgica positiva que setem quando da aquisio de determinados elementos, ou seja,quanto ao poder de compra, o orgulho e o conforto que se temquando se pode comprar algo com o dinheiro fruto do prpriotrabalho e esforo. Este lazer aquisitivo encontra-se divido emdois, que so:

    LAZER AQUISITIVO GASTRONMICO: representado pelasreas planejadas no projeto para restaurantes, lanchonetes,traillers de sanduches, locais para carrinhos de sorvetes, depipoca, de lanches e de comidas tpicas;

    LAZER AQUISITIVO PESSOAL: representado pelas reas,equipamentos ou edificaes, nos quais os usurios podemcomprar objetos de uso pessoal ou domstico, tais como mini-shoppings, reas de feiras de artesanato, etc.

    2.2. ELEMENTOS NATURAISSempre que possvel, deve-se preservar os elementos naturais jexistentes na rea a ser ajardinada, aproveitando-os eincorporando-os ao projeto. Esses elementos podem ser:

    Recursos hdricos: rios, nascentes, riachos, crregos, lagos,represas e cachoeiras, devendo-se, inclusive, planejar o jardimde forma a conservar e proteger estas reas;

    Formaes rochosas: nunca devem ser dinamitadas sem

    prvia avaliao de gelogos, paleontlogos ou arquelogos;

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    Flora nativa: no deve ser removida, especialmente quando setrata de rvores centenrias ou mesmo aquelas comsignificado sentimental aos usurios do jardim;

    Edificaes j incorporadas ao patrimnio histrico: mesmo

    que no tenham sido oficialmente tombadas, devem serpreservadas.

    2.3. PARTE HIDRULICA E ELTRICA

    A parte hidrulica envolvem tanto a gua necessria irrigaodas plantas, como a gua potvel, de destinao do esgoto, dasfontes e espelhos dgua, que devem ser esboadas. J a parteeltrica, que tambm deve estar esboada no ante-projeto,refere-se iluminao baixa e alta, aos pontos de tomada, deinterruptores e demais itens relacionados.2.4. ANLISE DO ANTE-PROJETOEstando pronto o ante-projeto, esse deve ser analisadodetalhadamente, em conjunto com os demais profissionaisenvolvidos na construo (eletricista, hidrulico, botnico,engenheiros), para somente depois ser apresentado aoproprietrio do jardim, para que seja finalmente aprovado.

    3. PROJETO DEFINITIVO OU EXECUTIVO

    O Projeto Definitivo ou Executivo refere-se apresentao dosdesenhos, dos cortes, do detalhamento e dos memoriaisdesenvolvidos com base no ante-projeto aprovado. compostode diversas pranchas, elaboradas de acordo com asnecessidades da rea trabalhada. Deve ser claro e objetivo para

    reproduzir no campo, com toda a fidelidade, o que foi projetadono papel, por qualquer profissional da rea. Esse projeto consta,pelo menos, da planta executiva de arquitetura e de engenhariacivil, do projeto botnico, do memorial descritivo e da proposta deservio, os quais sero descritos a seguir.

    3.1. PLANTA EXECUTIVA DE ARQUITETURA E DEENGENHARIA CIVIL

    A Planta Executiva de Arquitetura consta da apresentao deuma ou vrias pranchas com ilustraes claras dos elementos

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    arquitetnicos e construtivos, contendo cotas e medidas queorientaro a locao dos canteiros, dos equipamentos, dasedificaes e do sistema de circulao. As edificaes estarorepresentadas e detalhadas em pranchas a parte.

    A Planta de Engenharia Civil consta da apresentao de uma ouvrias pranchas contendo os clculos matemticos para aexecuo planejada pela arquitetura. So detalhados todos ositens referentes s fundaes, s estruturas e s coberturas dasedificaes e demais construes. Por meio destas pranchas, oengenheiro da obra orientar a execuo e o dimensionamentodas ferragens e da concretagem.

    3.2. PROJETO BOTNICOO Projeto Paisagstico ir dar o toque final obra,complementando-a com a vegetao e os demais elementosarquitetnicos paisagsticos. Refere-se prancha demonstrandoe locando cada um desses elementos, de maneira a formar umambiente harmnico e belo.

    O Projeto botnico (pranchas) consta de desenhos,representados em folhas de papel apropriado, com a locao das

    espcies vegetais devidamente identificadas, representadas emescala adequada e simbolizadas em seu tamanho adulto (Anexo3). Deve apresentar tambm uma legenda contendo os nomescientficos e comuns das plantas e o carimbo (Tabela 1), em queestaro o nome do cliente; o endereo do local de execuo; otipo do projeto; o nome e CREA do projetista; a escala utilizada; area (m2) a ser ajardinada e a data de realizao do projeto.

    Tabela 1. Modelo de carimbo para o Projeto Botnico de umProjeto Paisagstico.

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    O Memorial botnico refere-se relao da quantidade e daqualidade das espcies vegetais a serem usadas no projeto,

    orientando no processo de aquisio e de distribuio das mudasno ato do plantio. Poder ser feito sob a forma de tabela ou sob aforma descritiva. Quando elaborado sob a forma de tabela, essapoder estar apresentada no Projeto Botnico, ou no MemorialDescritivo, conforme a maneira de trabalhar do paisagista.Contudo, quando elaborado sob a forma descritiva, essa somentepoder ser apresentada no Memorial Descritivo. O MemorialBotnico deve conter:

    Nomes cientficos e comuns das plantas planejadas; rea (m2) ocupada por cada espcie; rea total ocupada pelo conjunto de cada espcie (no caso de

    canteiros, grupos); Espaamento de plantio da espcie; Quantidade, porte (m), embalagem de comercializao e

    colorao das mudas; Outras informaes a respeito das mudas usadas no projeto,

    com o objetivo de facilitar a compra e a identificao dasplantas.

    3.3. MEMORIAL DESCRITIVO

    O Memorial Descritivo um documento muito importante e quedeve ser apresentado ao cliente, sendo til durante a execuo ea manuteno do jardim. Consiste em um texto explicativo com oobjetivo de dar uma idia geral sobre a concepo do jardim. O

    que no for possvel colocar sob a forma de desenhos, opaisagista dever colocar sob a forma descritiva nesse memorial.

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    O Memorial Descritivo refere-se a um relatrio contendo adescrio das informaes de ordem natural e social, bem comoas especificaes tcnicas dos materiais e dos vegetais usados.

    Deve ser claro, sem perdas de detalhes, contendo: Capa; Cabealho: com as informaes do carimbo das pranchas:

    Nome do cliente; Endereo do local de execuo; Tipo doprojeto; Nome e CREA do projetista; Escala utilizada e Data derealizao do projeto.

    Apresentao: relato do tipo de projeto e suas caractersticas,os problemas a serem solucionados, os objetivos e

    justificativas do projetista. Os critrios usados para aelaborao do projeto tambm so mencionados,correlacionando o estilo, o ambiente (paisagem e clima), asnecessidades e os desejos dos proprietrios;

    Caracterizao da rea:- Localizao: endereo, cidade, estado, coordenadasgeogrficas;- Dimenses: rea do terreno a ser ajardinado;- Clima: definio das caractersticas climticas do local de

    implantao do projeto;- Tipo de solo: definido a partir de anlises qumicas e fsicas;- Caractersticas do terreno: referem-se, principalmente, topografia, definida de acordo com o levantamento topogrfico darea;- Outras caractersticas que o paisagista achar relevante.

    Caractersticas vegetais: discriminao da paisagem da regioe das espcies vegetais existentes na rea (quando for ocaso), por observao do local ou com base em documentos,textos ou ainda informaes verbais. Outros elementosexistentes tambm devero ser levantados e descritos;

    Informaes sobre a construo de estruturas fsicas:elaboradas por um profissional especializado, discriminandodetalhes da construo da estrutura planejada, descrevendocom justificativas quando for necessrio. A relao demateriais, bem como as instrues para a implantao,tambm devem ser apresentados neste memorial;

    Memorial botnico ou Lista de espcies: esse item constitui oMemorial Botnico, constando da lista e da caracterizao das

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    espcies utilizadas. Contudo, esse memorial poder serapresentado na forma de tabela no Projeto Botnico, e noaqui no Memorial Descritivo;

    Oramentos e Cronograma de atividades: da mesma maneira

    que o memorial botnico, as tabelas dos oramentos e ocronograma de atividades tambm podero estar anexadasnesse documento;

    Referncias bibliogrficas: material tcnico usado para aelaborao do projeto poder estar listado nesse Relatrio.

    O Cronograma de Atividades fornece a poca e a seqnciaadequada de execuo de cada etapa do projeto, assim como dafase de manuteno do jardim. fundamental para oacompanhamento dos servios e de desembolso dos recursosfinanceiros em tempo hbil, a fim de que no atropele o bomandamento da obra (Tabela 2).

    O Oramento deve-se sempre atentar para a viabilidadeeconmica do projeto, adaptando-o s condies econmicas decada cliente. Poder ser feito de forma resumida ou detalhada.Cada quadro de oramento ser constitudo pelas operaes eitens de despesa, tais como:

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    A) Oramento da vegetao: os clculos podem ser acrescidosde uma porcentagem de 5% a 10%, prevendo os replantios porperdas no transporte ou nos tratos de implantao (Tabela 3).

    B) Oramento dos elementos arquitetnicos: poder conter umacoluna de observaes para possveis anotaes indispensveis

    para a aquisio do material correto (Tabela 4).

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    C) Oramento dos insumos: referente aos custos com osmateriais e os produtos necessrios composio do jardim, taiscomo adubos orgnicos e minerais, corretivos do solo, terrapreparada, defensivos, etc. (Tabela 5).

    D) Oramento da mo-de-obra: referente aos custos com asatividades realizadas por jardineiros, ajudantes, eletricistas,pedreiros e outros profissionais, juntamente com os custos dotrabalho do paisagista, caso ele ser responsvel pelaimplantao do projeto (Tabela 6).

    E) Honorrios do paisagista: o valor pago ao paisagista pelaelaborao do projeto ser estabelecido considerando-se o graude complexidade do trabalho; a partir disso, estabelece-se aforma de cobrana. O trabalho do paisagista exige um grau de

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    conhecimento para que atinja, ao final, a qualidade desejada.Assim, pode-se chegar a esse valor de algumas maneiras:

    E.1. Percentagem do valor orado: estabelece-se uma

    percentagem que varia, em mdia, entre 10% e 20% sobre ovalor de custo do projeto;

    E.2. Pela rea do projeto: estabelece-se um preo por rea a sertrabalhada (R$/m2). mais fcil de se aplicar nos casos em queo projetista tambm o prprio executor da obra;

    E.3. Em funo do tempo dedicado ou hora tcnica: estabelecem-se preos que tenham como base no nmero de horas gastas

    para a elaborao do projeto, calculando-se quantos dias serogastos na sua elaborao e multiplicando-se pelo valor de um diade um profissional da rea.

    F) Oramento total do projeto: contendo o Resumo dos Custos,com a totalizao por operaes e dos demais itens (Tabela 7).

    3.4. MANUAL TCNICO DE IMPLANTAO EMANUTENO DO JARDIM

    Esse Manual orientar a execuo e a manuteno do jardim,ensinando, a quem necessrio for (profissional ou proprietrio),

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    sobre os tratos culturais que as plantas devero receber aps oplantio. Devem estar relacionados e descritos todos os serviosnecessrios implantao e manuteno do projeto, tais como:

    preparo da rea, limpeza do terreno e movimentao de terra; locao de obras: vias de circulao, jardineiras, bancos,prgulas, espelhos dgua, etc.; instalaes hidrulicas e eltricas; preparo para o plantio: calagem, adubao, abertura de covas,

    construo de canteiros, etc.; plantio propriamente dito; limpeza geral aps implantao; manuteno.

    3.5. PROPOSTA OU CONTRATO DE SERVIOA Proposta ou Contrato de Servio dever ser efetuadoespecialmente em se tratando de um projeto tendo como clienteuma empresa jurdica. Poder vir acompanhado ou no doprojeto. Esta proposta poder apresentar a descrio de todos oscomponentes que sero entregues ao cliente (projeto botnico,memorial botnico, manual tcnico de implantao e demanuteno, etc., devidamente descritos), o valor de

    investimento, o prazo de entrega do anteprojeto e do projetoexecutivo, as condies de pagamento e, principalmente, avalidade da proposta. Esta proposta dever ser assinada pelopaisagista e pelo cliente responsvel, de preferncia com asassinaturas de duas testemunhas.

    Elementos de TrabalhoNa esttica e composio de jardins, os elementos artificiais e osnaturais fazem parte do ambiente existente ou projetado.

    Consideram-se elementos artificiais aqueles que so construdosou colocados pelo homem no ambiente natural, tais comocaminhos, escadas, muretas, bancos, mesas, coretos, gradis,portes, tanques, caixas dgua, piscinas, cascatas, vasos,lixeiras, postes, quadras esportivas, etc. Os elementos naturaisso aqueles existentes ou plantados no local, compostos por umacombinao de componentes fsicos (gua, solo e clima) ebiolgicos (plantas e animais), tais como gramados, rvores,bosques, pomares, macios de arbustos, plantas aromticas e

    medicinais, hortas, orquidrios, lagos naturais, etc.

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    4.1. ELEMENTOS NATURAIS

    Os componentes naturais esto todos intimamente relacionados

    entre si, influenciando a paisagem com seu tamanho, forma, cor,aroma, som, movimento, entre outros caracteres. Assim, asplantas e os animais deixam de ser apenas parte da decorao,apresentando alto valor esttico e funcional e, se necessrio,alguns podem ser modificados ou melhorados para que seobtenha um jardim esteticamente adequado e agradvel aosusurios.

    4.1.1. VEGETAOA vegetao constituda por espcies de formas, portes, corese texturas as mais variadas.

    Quando combinadas com arte so a verdadeira essncia dojardim. Algumas de suas caractersticas devem ser observadasquando do planejamento paisagstico:

    por ser um ser vivo, tambm dinmico; apresenta um ciclo de vida; deve-se observar os atributos estticos do vegetal; as crenas devem ser respeitadas, assim como outros

    aspectos.Outro aspecto a ser notado em relao s associaes deplantas (uso paisagstico), as quais so divididas em:

    ISOLADO: seu efeito ornamental pode ser representado porflores, folhagens, frutos, troncos, galhos, razes ou porte;

    MACIOS: so formas e volumes conseguidos com oagrupamento de plantas da mesma espcie, ou de espciesdiferentes, onde a caracterstica bsica um volume cheio emque o espao tende a ser ocupado proporcionalmente tanto nosentido horizontal como no vertical, s vezes mais na horizontal;

    TUFO: apresenta um volume de plantas mais vazio do que omacio, onde a verticalidade se sobrepe horizontabilidade;

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    BORDADURA: constitui-se por plantas de pequeno porte,dispostas de forma linear, que tendem a compor as bordas de umcanteiro, caminho ou at mesmo de uma rvore em destaque;

    CERCA-VIVA: formada por plantas de mdio a grande porte,dispostas linearmente, que tendem a fechar ou dividir ambientes,podendo ou no serem podadas;

    CORBELHA: tipo de associao com vrias espcies em queacrescenta-se ao volume e forma, o jogo das cores e texturas,formando desenhos coloridos no jardim.

    4.1.2. ANIMAISSempre que possvel, os animais devem fazer parte dopaisagismo, tendo em vista apresentarem uma forma e colorido,enriquecendo a paisagem. Podem mostrar fins ornamentais e/ouutilitrios. Exemplo: aves (araras, papagaios, garas, paves,faises, pssaros, etc.), peixes, lebres, tartarugas, etc. Almdesses, existem ainda outros que podem frequentar o jardim e,as vezes, nem se d conta de sua presena, como algunspssaros e insetos que so atrados pelas plantas ornamentais e

    pela gua.

    4.1.3. GUAA gua no jardim tambm um elemento de decorao, querseja de forma corrente ou parada, sendo desejvel qualquer queseja a maneira de uso. Pode ser encontrada sob a forma dereservatrios naturais (lagos, lagoas) ou artificiais (piscinas), noscursos dgua (rios, riachos, cachoeiras, etc.), ouem fontes que

    jorram gua em determinadas pocas do ano (intermitentes) oucontinuamente, ou simplesmente para uso na irrigao do jardim.

    4.1.4. OUTROS ELEMENTOSAlm da gua, um outro elemento natural presente comfrequncia nos jardins so as pedras que, em diferentestamanhos e formas, emprestam paisagem belas composies,sendo muito usadas para efeitos de contraste. O formato e o tipo

    das pedras devem ser escolhidos em relao direta com oambiente onde sero colocadas.

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    Os troncos e as razes mortas de rvores tambm podem serusados nos jardins; porm, quando tratados, devido artificializao, so includos na categoria de elementosarquitetnicos.

    4.2. ELEMENTOS ARQUITETNICOS

    Para complementar o paisagismo, so necessrios outroselementos alm dos naturais, de forma que harmonizados comesses, constituam um jardim que atenda s necessidadesestticas e funcionais, de acordo com os desejos dos usurios,tornando o local mais criativo e aconchegante, valorizando a

    paisagem. Os elementos arquitetnicos podem definir o estilo dacomposio a ser seguido e transmitir sensaes tanto ilusriascomo reais. Assim, devem ser planejados de maneira que nochoquem com os naturais, levando-se em considerao a suafrequncia, linhas e formas predominantes e os materiais de suacomposio.

    4.2.1. CAMINHOS CIRCULAO E PISOOs caminhos so locais destinados ao trnsito de pedestres oude veculos, que permitem ao usurio dirigir-se e apreciar umdeterminado local da paisagem. Alm de direcionar os usuriosdo jardim, a circulao faz as ligaes internas e externas dojardim, constituindo-se no elemento de integrao entre oscomponentes da paisagem. So desenvolvidos de acordo com otipo de jardim, e suas dimenses dependem do fim a que sedestinam. Podem ser pavimentados ou no, tendo o pavimentofuno ornamental valiosa quando bem explorada. Os caminhos

    devem ser, preferencialmente, traados segundo o nvel doterreno; os declives fortes so valorizados por meio de escadas(tijolos, pedras, seces de toras de madeira, dormentes, lajes,etc.), podendo-se aproveitar a parte superior como mirantes.

    Podem apresentar vrias formas e larguras, serem permeveisou impermeveis, devendo ocupar a menor rea possvel, poissetorizam o jardim, ou seja, fazem um zoneamento dos espaos,dividindo o terreno e as reas ajardinadas.

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    A pavimentao pode ser feita com diferentes materiais: pedrastoscas, lajotas de concreto, seixos rolados ou branco, ladrilhos,tijolos prensados ou de barro, lajotas de cimento ou granito,mosaico portugus, saibro, asfalto, brita, cimento, placas de

    concreto, paraleleppedo, ardsia, pedrisco, cermica,dormentes, cruzetas, tbuas de madeira, arenito, etc.

    4.2.2. CONSTRUES PARA LAZERAlguns elementos constituem-se em infra-estrutura para se obtero lazer passivo ou ativo. O lazer passivo desenvolvido sematividade fsica programada, como por exemplo uma reunioinformal beira da piscina. J, o lazer ativo corresponde s

    atividades em que o exerccio e a movimentao so umaconstante, ou seja, so atividades dinmicas, como por exemploa prtica de futebol. Para tal, algumas construes sonecessrias no jardim, tais como:

    PISCINA: esporte, sensao de paz e serenidade, microclima,influncia esttica. Observar a localizao, forma, tamanho e tipode piscina, pavimentao ao redor, proteo para animais ecrianas, mobilirio e iluminao;

    DECK: plataforma de madeira inserida adequadamente no jardim,constituindo-se de superfcies planas, contnuas ou seccionadas,determinando pisos prximos s piscinas por exemplo, isolandoas plantas ou conservando o gramado. projetado adaptando-oao relevo do terreno. Pode ser construdo em madeira apropriada(massaranduba, aroeira, peroba) e exige manutenopermanente com leo queimado ou outro produto protetor demadeira;

    PRGULA: seu uso no jardim decorre da necessidade de seassegurar locais apropriados para a expanso das plantastrepadeiras, bem como oferecer um local de convivnciaagradvel. Pode estar localizada isoladamente ou junto sedificaes. Pode ser feita de madeira, ferro, concreto, alvenariaou outro material;

    CARAMANCHO: tambm est associado s plantas

    trepadeiras, pois serve de suporte a elas; porm, sua estrutura

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    mais simples do que a da prgula, sendo feita de material fino, ouseja, madeira rolia, bambu ou at mesmo alvenaria;

    QUIOSQUE: elemento com funo social de lazer. Dependendo

    do formato, tambm pode ser chamado de GAZEBO. usadopara fazer refeies e como guarda-sol em piscinas, praias ebares, podendo conter churrasqueira, pia, fogo, etc. umcomponente completamente desligado do corpo da casa,permitindo intimidade e vista privilegiada. Pode apresentarcaractersticas e dimenses variadas, podendo ser dimensionadocom rea de cerca de 4m2/pessoa. Dependendo do grau desofisticao, pode ser feito de alvenaria, madeira, vidro, concreto,ferro, policarbonato ou acrlico, alm de coberturas em telha

    colonial, lona, palha de sap ou folhas de palmeiras, vidro, etc.,sendo o piso de vrios materiais (seixos, tijolos usados, ladrilhos,pedras, entre outros);

    TRELIA: refere-se a uma estrutura de madeira ou outromaterial, em forma de grade que, servindo de suporte para asplantas trepadeiras, tem a finalidade de quebrar o visual pesado esem beleza. Usada junto a muros altos ou paredes com aspectodesagradvel e sem nenhum atrativo;

    TELADO E GREENHOUSE;

    ESTUFA: serve para colocao de colees de plantas (hobby)nativas raras ou exticas, com certo controle das condiesclimticas. o local ideal para colecionar cactos, orqudeas,begnias, antrios, bromlias ou outras espcies de valorornamental, ou ainda servir de local de recuperao de plantasdoentes ou mal cuidadas;

    MIRANTE: feito em jardins extensos e que apresentam elevaescom pontos privilegiados para usufruir a paisagem;

    RESERVATRIOS E ESPELHOS D GUA: tanques parapeixes, plantas aquticas e formao de espelhos de gua, lagos,etc.;

    CASCATA: pode ser natural ou artificial (pedras, concreto, calhasde cermica, etc.), sendo um elemento de destaque napaisagem;

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    PONTE: elo de ligao no jardim, podendo ser construda atmesmo em locais onde no existe gua, fazendo a ligao entreacidentes topogrficos (depresses). Pode ser feita de vriostipos e dimenses, usando madeira, ferro, ao, concreto ou outro

    material. presena obrigatria em jardins no estilo japons;

    REAS ESPECFICAS DE LAZER ATIVO:LAZER INFANTIL: casas de bonecas, play-ground, gangorras,escorregadores, balanos, gira-gira, tanques de areia, etc.;

    QUADRAS POLIESPORTIVAS: vlei, futebol, basquete, futebolde salo, tnis - verificar medidas oficiais.

    4.2.3. ILUMINAOO jardim no feito apenas para ser frequentado durante o dia,podendo se converter em ambientes extremamente agradveis,com timos efeitos visuais produzidos pela iluminao artificialdurante noite, alm do aspecto de segurana. Deve serplanejada com a intensidade aproximada da iluminao interna,lembrando-se de que os focos de luz no devem incidir

    diretamente sobre as pessoas. A iluminao, alm de serfuncional, tambm decorativa, servindo para focalizar a luzsobre a planta, deixando o fundo no escuro; iluminar apenas umsetor focando a parede com objeto na frente enfatizando suasilhueta, com foco por trs e de baixo para cima (objetos comtransparncia) ou com foco sobre a planta de modo a conseguirsua sombra sobre a parede.

    As luminrias podem servir para uso do jardim noite, para

    realce e para valorizao de elementos que merecem destaque,ornamentar o jardim quando possui caractersticas peculiaresinteressantes e criar efeitos especiais. Dependendo do objetivoda iluminao, so escolhidas as luminrias adequadas paracada situao, as quais so classificadas em:

    PROJETORES OU SPOTS: usados para criar efeitos deiluminao direcionada, chamando a ateno para algum pontoespecfico; para ressaltar um componente em destaque no

    jardim, tais como uma rvore, arbusto, esttua, escultura oufonte. Podem ser usados tambm para iluminar as margens de

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    lagos, piscinas, proximidade de bancos ou moblia de play-ground. Existem peas que ficam enterradas no solo, deixandoaparente apenas a parte superior, que possui proteo especial;

    ESPETOS: assim como os spots, os espetos so usados paradar destaque em arbustos, massas arbreas e forraes. Agrande vantagem que oferecem maior maleabilidade, poispodem ser facilmente transferidos;

    BALIZAS: usadas para orientar e clarear as vias de acesso, decirculao (caminhos, escadas e rampas), ou colocadas em meioa canteiros e arbustos, camuflando-se entre a vegetao, demaneira a ilumin-los sem aparecer. Apresentam-se de forma

    tubular, podendo ser de diversos materiais. Por oferecer potnciade iluminao menor do que os postes, so perfeitos para quemgosta de admirar o cu noite;

    POSTES: encontram-se com vrios formatos, que vo desde oesfrico tradicional at as verses mais modernas. Suailuminao maior, mais uniforme e no dirigida, sendo usadosem reas extensas, reas de permanncia (recantos combancos), locais de circulao de veculos e de pessoas, reas

    planas como os gramados, e para destacar mosaicos florais oucorbelhas. Como a iluminao feita de cima para baixo, o ideal que sejam mais altos para no ofuscar a vista;

    DE PAREDE: podem ser usadas em portes, porta de acesso aojardim, pontos estratgicos da fachada da residncia ou muro;

    OUTROS EQUIPAMENTOS: tocheiros, luminrias pendentes ebolas de cermica, que servem tambm como objetos dedecorao.

    A colorao da luz tambm importante, tendo grande influnciano efeito visual que se quer produzir. A luz verde pode ser usadapara iluminar arbustos e folhagens das copas de rvores,enquanto a luz rosa ideal para folhagens de colorao cobre; ja luz vermelho-escura serve para realar as flores, e a amarela recomendada para iluminar troncos de rvores; para esttuas ouestruturas que se destacam, no necessrio o uso de luzcolorida.

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    Em relao ao tipo de luz, podem ser encontradas no mercado:

    LUZ FLUORESCENTE: consome pouca energia. Podem serlmpadas tubulares (40w), colocadas de 45-60cm acima das

    plantas, se possvel com um refletor para direcionar e difundir aluz e, de preferncia as de luz amarela por serem maisagradveis no jardim;

    INCANDESCENTE: tradicional, continua sendo a melhor fonte deluminosidade artificial para as plantas. Porm, esquenta bastantee necessita ser protegida da chuva e do relento. Existe tambm almpada anti-insetos, indicada para ambientes abertos prximosa bancos, por exemplo;

    HALGENA: se parece com a incandescente em termos deluminosidade e consumo, mas suporta intempries e tem umfaixo de luz direcionado. ideal para reas externas, por seremmais quentes, pequenas, durveis e reproduzirem fielmente ascores;

    DE MERCRIO: desfavorvel para a vida noturna das plantas,prejudicando seu metabolismo, alm de atrair muitos insetos.

    Apresenta luz prateada;DE VAPOR DE SDIO: ideal para dar profundidade em reasgrandes, apresentando luz amarela;

    LIGHT EMISSION DIOD - LED: o futuro da iluminao dejardins. So pequenas placas de pontos de luz que j vmfixadas em uma luminria. Para emitir a mesma luz de umalmpada halgena PAR de 50w, consomem apenas 10w e tmuma vida til de 100 mil horas. Pequenas, estas luminriasinterferem muito pouco no paisagismo; porm o custo ainda alto(cerca de R$ 580,00 por pea).

    Como a iluminao artificial pode trazer algum prejuzo splantas, podem ser usadas lmpadas especiais, que emitemquantidade suficiente de radiao luminosa nas faixas dovermelho e do laranja, o que permite melhor desenvolvimento dosvegetais.

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    4.2.4. DIVISRIASAs vias de acesso funcionam tambm como divisores deambientes no jardim no plano horizontal. Porm, no plano

    vertical, h algumas divisrias a serem usadas, formandobarreiras naturais (cerca-viva) ou arquitetnicas (muros emuretas, cercas, alambrados) para delimitar os ambientes nojardim. Divisrias so elementos destinados a dividir os espaosna paisagem e propiciar maior privacidade ao usurio. Osvariados tipos de divisrias arquitetnicas so executados comdiversos materiais, tais como madeira, bambu, estacas deconcreto, pedras, tijolos, blocos, pranchas, elementos vazados,etc., podendo ser construdas em diferentes alturas.

    4.2.5. MOBILIRIOOs jardins dispem de vrios ambientes, cuja decorao pode sercomplementada com mobilirios especficos, os quais podem teruso prtico e/ou esttico, harmonizados com o estilo da casa e dojardim. Os locais apropriados para a moblia so os ptios,terraos, reas da piscina, entre outros espaos destinados aodescanso, s reunies sociais ou ao lazer ativo.

    O mobilirio pode ser fixo ou mvel. So eles: mesas, cadeiras,bancos, espreguiadeiras, guarda-sis, redes, churrasqueiras,alm de equipamentos encontrados nas quadras e campos paraprtica de esportes e play-grounds.

    4.2.6. OBRAS DE ARTE

    As obras de arte constituem detalhes sofisticados no paisagismo,podendo ter carter religioso, poltico, cultural, de valor decorativoou venerativo. Podem ser utilizadas em qualquer estilo; contudoso mais abundantes no estilo clssico. So elas:

    Esttuas e esculturas; Painis, baixo-relevos, monumentos, runas; Rochas, troncos e razes tratados; Jardineiras e vasos: podem ser de cermica, barro, arame,

    concreto leve ou celular, plstico, madeira, fibra de coco, fibrade vidro, bambu, alumnio, contendo trelias ou arcos. Podem

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    ainda ter a funo apenas como pea ornamental, no servindopara o cultivo de plantas.

    Portes: ferro batido, madeira, ferro perfilado, etc.

    Implantao de JardinsUma das fases mais importantes e delicadas na jardinagem ada implantao, quando se corrigem todas as condiesexistentes na rea de plantio, preparando-a para receber ojardim. A implantao correta de um jardim deve obedecer aosseguintes passos:

    1 Limpeza da rea - remoo de entulho e lixo;

    2 Preparo do solo (drenagem, arao, gradagem, eliminaode plantas daninhas, nivelamento, correo do solo e adubao); 3 Demarcao e abertura de covas para o plantio das mudas; 4 Plantio e escoramento de rvores e arbustos; 5 Formao e plantio dos canteiros com os arranjosornamentais;6 Plantio e nivelamento final dos gramados.

    5.1. SERVIOS PRELIMINARESContudo, antes de se iniciar o preparo do solo, alguns servios jdevem ter sido efetuados:

    servios de infra-estrutura; modificao do relevo do terreno: necessidades de cortes e/ou

    aterros; anlise do solo; aquisio das mudas.

    5.1.1. PREPARO DO TERRENOUm dos erros mais graves encontra-se no preparo inadequado dosolo. Fazendo-o inadvertida e apressadamente, esquece-se queo solo o alicerce e o fator determinante no desenvolvimento dojardim.

    O primeiro passo no preparo do solo para plantio consiste emefetuar uma limpeza geral de toda a rea, recolhendo todo o lixo,

    entulho, restos de construo e demais materiais encontrados na

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    rea. Esta etapa de suma importncia, pois alguns materiaisinorgnicos, alm de prejudicarem o pleno desenvolvimento dasplantas, podem demorar muito tempo para se decomporem, taiscomo apresentado a seguir:

    Papel3-6 meses;Tecidos6-12 meses;Filtro de cigarro e Chicletes5 anos;Madeira pintada13 anos;Nylonmais de 30 anos;Plstico e Metalmais de 100 anos;Borrachatempo indeterminado;Vidro1 milho de anos.

    Em seguida, parte-se para o revolvimento do solo por meio deenxado, ou enxada rotativa quando em reas maiores, at umaprofundidade de 30cm. Processa-se quebra dos torres aomesmo tempo que se retiram as razes e restos de entulhos, taiscomo cacos de telha, tijolo, etc., efetuando-seconcomitantemente um nivelamento do terreno.

    A seguir, pode-se deixar a terra descansar por 10 dias em mdia.Nesse perodo, irriga-se diariamente, evitando o pisoteio da

    superfcie. Com isso, ocorre a germinao de sementes e/ouplantas remanescentes, o que possibilita o controle das plantasdaninhas, por meio de capina manual, mecnica atravs dearaes e/ou gradagens, ou mesmo a aplicao de herbicidasespecficos.

    Este tambm o momento de se fazer o controle prvio dosagentes causadores de insetos, praga e doenas. No solo,podem ser encontrados formigas, nematides, cupins, lesmas,

    caracis e fungos; alm de lagartas, pulges e cochonilhas nasplantas. Grande parte destes patgenos pode ser eliminada peloprprio revolvimento do solo e exposio direta aos raios solares,ou por meio da aplicao de corretivos como o calcrio, com adrenagem de solos encharcados ou eliminao de plantasatacadas que porventura possam estar na rea.

    Parte-se, ento, para a correo do solo, por meio da aplicaode calcrio quando necessrio e da incorporao de adubos

    orgnicos (de origem animal ou vegetal) e minerais (adubosqumicos) na camada superficial ou na cova. A recomendao de

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    adubao ser feita de acordo com a anlise do solo enecessidades nutricionais das plantas. Contudo, sempre quepossvel, recomenda-se o uso de uma ou mais fontes de matriaorgnica, alm da complementao com a adubao mineral,

    especialmente a fosfatada no momento do plantio. Neste caso,pode-se usar fontes naturais de fsforo como o fosfato de Araxe farinha de ossos, que liberam o nutriente de forma mais lentapara as plantas, e fontes mais solveis como o superfosfatosimples, que supre as necessidades da muda no estdio inicialde crescimento. Quando se dispe de fontes mal curtidas ou queno se tem certeza de que a estejam, torna-se conveniente fazera adubao orgnica com cerca de 20 a 30 dias antes do plantio,incorporando-a bem ao solo. De modo geral, uma boa adubao

    orgnica consiste da aplicao de cerca de 10 a 20L.m-2 deadubo orgnico bem curtido; para esterco de aves, aconselha-sereduzir a dose para cerca de 3 a 5L.m-2, por ser maisconcentrado em termos de nutrientes.

    O adubo mineral pode ser simples (formado a partir de uma nicasubstncia usada como fonte de fertilizante, podendo conter umou mais nutrientes), ou formulado (NPK formados pela misturade mais de uma fonte de fertilizante simples, em propores

    adequadas para se obter as concentraes de nutrientesdesejadas). Pode ser aplicado junto com o orgnico, ouposteriormente em cobertura.

    5.2. PLANTIO DAS MUDASAntes de se iniciar o plantio das mudas, necessrio fazer ademarcao das covas e dos canteiros e bordaduras,especificando exatamente onde cada planta ir ficar na rea:

    Plantio e escoramento de arbreas e arbustos Formao e plantio nos canteiros, com os arranjos ornamentais

    planejados; Plantio e nivelamento final do gramado.

    A) COVEAMENTO:A dimenso da cova a ser aberta depender do porte da espcieque ser plantada no local, podendo ser com as seguintesdimenses:

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    rvores: 60x60x60cm; Arbustos: 30x30x30cm ou 40x40x40cm; Forraes e florferas: dimenses da embalagem; Palmeiras: dimenses do torro = . 60x60x60cm ou

    40x40x40cm.B) PLANTIO:

    Para facilitar o processo de plantio das mudas, esse normalmente realizado na seguinte sequncia: rvores e palmeiras - arbustose trepadeiras - canteiros para folhosas, floreiras, bordaduras -gramado.

    A regio do coleto (de transio entre razes e caule) no deve

    ficar abaixo e nem acima do nvel do terreno.

    B.1. MTODOS DE PLANTIO:B.1.1. Plantio em linha reta: para formao de alamedas:N = (A/E) + 1 muda

    Em que: N = nmero de mudas para a rea; A = superfcie do terreno ou rea do canteiro;

    E = distncia entre plantas.

    B.1.2. Plantio em quadrado: atualmente, est sendo poucorecomendado:Para rea quadrada: N = ((L/E) + 1 muda)2

    Em que: N = nmero de mudas para a rea; A = superfcie do terreno ou rea do canteiro;E = distncia entre plantas.

    Para rea retangular: N = N1 + N2Nn = ((L/E) + 1 muda)

    Em que: N = nmero de mudas para a rea; A = superfcie do terreno ou rea do canteiro;E = distncia entre plantas.

    B.1.3. Plantio em quincncio:disposio retangular em que,

    alm das plantas dos vrtices do retngulo, aparece uma quintaplanta ocupando o centro da disposio. Usado em canteiros,

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    gramados, bosques, agrupamentos em geral (usa-se menornmero de plantas do que no plantio em quadrado):N = S/(C2 x 0,666)

    Em que: N = nmero de mudas para a rea;A = superfcie do terreno ou rea do canteiro;E = distncia entre plantas.

    B.2. PLANTIO DE RVORES:A poca de plantio das rvores est ligada fisiologia da espcie:

    Espcies de folhas caducas: a melhor poca para o plantioocorre ainda na fase de dormncia, a partir de agosto, quandoa temperatura comea a aumentar e as gemas ainda estodormentes, podendo-se usar mudas raiz nua. O plantio noperodo chuvoso e quente somente poder ser indicado paramudas com torro;Espcies de folhas persistentes: o plantio dever ser feito noincio do perodo chuvoso), ou seja, em plena atividadevegetativa, podendo se prolongar at o final das guas. O

    plantio no inverno poder ser feito com restries e somentecom mudas com torro.

    B.3) PLANTIO DE PALMEIRAS: necessrio um solo profundo, bem drenado, de textura franca,com boa aerao, teor adequado de matria orgnica enutrientes minerais. Para a cova, sugere-se 60x60x60cm ou40x40x40cm, conforme o porte da espcie.

    B.4) PLANTIO DE ARBUSTOS:Quando do plantio de arbustos, recomenda-se uma cova de40x40x40cm, aplicando-se corretivos e adubos bem misturados terra de enchimento.

    B.5) PLANTIO DE CERCAS VIVAS:Uma cerca viva vive, em mdia, 15 anos. Dependendo da

    variedade e do estilo adotado, sofrer, no mnimo, quatro podaspor ano, havendo, assim, grande extrao de nutrientes, ramos e

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    folhas. Por isto, deve-se atentar para o bom preparo do solo eadubao mineral ou orgnica.

    Para a formao de cercas vivas, podem ser usadas,

    dependendo da largura desejada: Fileiras simples: abrir um sulco com 30cm de largura e 20-

    30cm de profundidade em toda a extenso pretendida esituada a cerca de 50cm de distncia da linha divisria doterreno. Este sulco ser preenchido com uma mistura de 90%de terra + 10% de esterco de curral curtido, previamenteenriquecido, para cada m3 da mistura, com 5kg de fosfatonatural ou farinha de ossos + 200g de cloreto de potssio + 2kg

    de calcrio magnesiano ou dolomtico. O plantio feito comespaamento mdio de 15-20cm entre mudas; Fileiras duplas: usadas quando se deseja uma cerca viva com

    largura maior. Neste caso, o plantio feito em sulco duplo, comas mudas dispostas em forma de tringulo, espaadas de 20-30cm.Aps o plantio, faz-se o tutoramento e amarrio das mudas,seguido de irrigao abundante.

    B.6) PLANTIO DE HERBCEAS:A maioria das herbceas, especialmente as anuais, preferetemperaturas amenas e sua propagao realizada por meio dassementes. Em algumas plantas, a propagao pode ocorrer pormeio de bulbos, tubrculos ou razes tuberosas e, maisraramente, por estacas de caule:

    Por sementes: precisa-se de uma sementeira, que pode ser

    um caixote de madeira coberto com vidro, plstico transparenteou outro material. Usa-se um substrato bem poroso, rico emmatria orgnica e permevel;

    Plantio em covas: dependendo do porte da espcie e extensodo sistema radicular, as covas podero ter suas dimensesdiminudas e as quantidades de adubos orgnicos e mineraissero proporcionalmente reduzidas;

    Plantio em canteiros:

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    Adubao orgnica: composto orgnico ou esterco de curral(200g.m-2) ou esterco de galinha (60g.m-2) ou torta demamona (30g.m-2);

    Adubao fosfatada corretiva (0-10cm): superfosfato simples

    ou termofosfato magnesiano (50g.m-2) ou fosfato natural(150g.m-2);

    Adubao mineral: 4-14-8 + Zn (50g.m-2) incorporado ao solono momento do plantio;

    Perodo chuvoso: uria (10g.m-2) dissolvida em gua (20L).

    B.7) PLANTIO DE TREPADEIRAS:Para o sucesso do plantio, o local da cova no deve serexcessivamente ensolarado, sendo melhor aqueles frescos,relativamente midos e ricos em matria orgnica. prefervelcovas mais largas do que profundas devido ao sistema radicularabundante e superficial da maioria das espcies, como porexemplo 70x70x50cm.

    B.8) PLANTIO DE AQUTICAS:Haver necessidade de se proceder correo da acidez efertilizar adequadamente o tanque para possibilitar o crescimentodas plantas e dos microrganismos (plncton), que exercerogrande ao depuradora da gua e se constituiro no maisimportante alimento para os peixes. Inicialmente, com o tanque jpronto e vazio, espalha-se os seguintes corretivos e adubos naterra do fundo:

    Calcrio ou cal virgem = 100g.m-2; Esterco de gado curtido ou similar = 300g.m-2; Superfosfato simples = 15g.m-2.

    Este material ser incorporado ao fundo do tanque com a ajudade um ancinho, at a profundidade de cerca de 10cm, sendo, emseguida, compactado.O plantio das espcies aquticas poder ser feito diretamente emcovas previamente adubadas (de bordadura, submersas eemergentes), liberando-as na superfcie da gua (flutuantes) ouem vasos que sero colocados no fundo do tanque (submersas e

    emergentes).

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    B.9) PLANTIO DE GRAMAS:

    Inicialmente, faz-se o revolvimento do solo at cerca de 15-20cm

    de profundidade, por meio de enxado ou arados trao animalou mecnica. Procede-se retirada de pedras e restos de razesgrossas. Aps o nivelamento do terreno, espalha-se o calcriomagnesiano ou dolomtico, micropulverizado ou calcinado, deacordo com a quantidade recomendada pela anlise de solo, efaz-se uma gradagem cruzada com discos de pouca curvatura,em posio paralela ou abertos, para no revolver o solo; ouafofa-se o solo manualmente sem revir-lo.Em seguida, deve ser feita a distribuio de adubo fosfatado a

    lano, incorporando-o na camada de 0-10cm por meio de ancinhoou grade de disco: superfosfato simples (50g.m-2) outermofosfato magnesiano (50g.m-2) ou fosfato natural ou farinhade ossos (150g.m-2). Juntamente com esta adubao, tambmaplica-se adubo orgnico, nas seguintes quantidades:

    Composto orgnico = 200g.m-2 , ouEsterco de curral = 200 g.m-2 , ouEsterco de galinha = 60 g.m-2 , ou

    Torta de mamona = 30g.m-2 .Ainda aplicado 4-14-8 + Zn (50g.m-2), incorporando-oligeiramente ao solo. Faz-se, ento, o plantio da grama:

    Plantio de placas: as placas so justapostas. Se ficar algumespao entre elas, esse deve ser preenchido com uma mistura,em partes iguais, de areia e matria orgnica isenta desementes de plantas daninhas. Por meio de soquete,pressiona-se vigorosamente as placas contra o solo. Se houver

    necessidade, em caso de terreno inclinado, as placas podemser mantidas no lugar atravs de estacas de madeira oubambu, fincadas no sentido perpendicular declividade doterreno. Rega-se abundantemente e repete-se a operaoalgumas vezes por semana, durante um ou dois meses at queo gramado se encontre bem consolidado. Aps o pegamentodas placas, durante o perodo chuvoso, aplica-se 10g.m-2 deuria dissolvida em 20L de gua, repetindo a operao um ms

    depois; Plantio por rolos: idem ao de placas;

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    Plantio por mudas ou touceirinhas: o preparo do solo omesmo para placas. As mudas so plantadas comespaamento de 10-15cm, introduzindo-as no solo; astouceiras so plantadas com espaamento de 20x20cm at

    30x30cm, tomando-se o cuidado para que a base das folhasfique em nvel com a superfcie do solo. Em alguns meses ogramado estar fechado; porm, para que no hajaconcorrncia com as plantas daninhas, essas devem serretiradas periodicamente. Os passos seguintes so os mesmospara placas;

    Plantio por sementes: a quantidade de sementes a ser usadapor metro quadrado varia de acordo com a espcie efornecedor. A semeadura deve ser feita na primavera ououtono, evitando-se perodos de forte pancadas de chuvas quepoderiam arrancar as sementes ou danificar as mudas recm-nascidas. As sementes devem ser uniformemente distribudaspor toda a superfcie, passando-se uma vassoura flexvel ououtro equipamento em seguida, de modo a enterr-las nomximo at 3mm de profundidade. Logo aps, passa-se umcilindro compressor para agregar bem as sementes ao solo.Recomenda-se a cobertura e proteo do solo com uma leve

    camada de cobertura morta, retirando-a assim que assementes comearem a germinar. Irrigaes leves e frequentesdevero ser realizadas desde e imediatamente aps asemeadura at o perfeito enraizamento. Posteriormente, somais abundantes e menos frequentes. Recomenda-se umaadubao nitrogenada em cobertura, 40 a 60 dias aps asemeadura, com 10g.m-2 de uria dissolvida em 20L de gua.

    5.3. ADUBAO DE PLANTIO

    Em termos gerais, a adubao pode ser feita com NPK 6-18-10,4-30-10 ou 4-16-8, sendo de 300-500g/cova para espciesmaiores e 100-300g/cova para arbustos e 100-200g/m2 paracanteiros e gramados; juntamente com 10 a 20 L deesterco/cova.

    rvores: recomenda-se fazer o preparo, adubao eenchimento da cova com algumas semanas de antecednciado plantio da muda, para que se processem todas as reaes

    qumicas, fsicas e biolgicas que se fizerem necessrias. Para

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    uma cova de 60x60x60cm, recomenda-se 0,5kg de calcriodolomtico + 1,5kg de fosfato natural ou farinha de ossos + 20Lde esterco de gado ou composto orgnico;Palmeiras: a adubao de plantio recomendada para covas de

    60x60x60cm de 30L de esterco de gado curtido ou similar +1,0kg de fosfato de Arax ou farinha de ossos + 500g decalcrio dolomtico;Arbustos: por cova, recomenda-se 600g de calcrio dolomticoou magnesiano + 900g de fosfato natural ou farinha do ossos +12L de esterco de gado curtido ou composto orgnico;Trepadeiras: 500g de calcrio dolomtico + 1kg de fosfatonatural e 20L de esterco de gado bem curtido, misturados terra de enchimento.

    5.4. SERVIOS COMPLEMENTARESAps o plantio, so necessrios alguns outros servios paracompletar o trabalho de implantao do jardim, tais como:

    Tutoramento das mudas de rvores e arbustos: o tutor deveser colocado em posio vertical enterrado cerca de 1,0mdentro da cova e ter sua altura proporcional ao tamanho damuda. A planta presa ao tutor por amarrios em forma de oitodeitado, de borracha, fitilho, sisal ou outro material qualquerque no fira o tronco;

    Colocao de luminrias, aspersores, esttuas, vasos, mveise demais elementos arquitetnicos;

    Limpeza da rea antes da entrega do jardim ao proprietrio.

    Manuteno de Jardins

    Regras bsicas para a manuteno de um jardim: Irrigaes mais frequentes at o completo pegamento das

    mudas. A necessidade de irrigao ir depender do tipo desolo, da espcie vegetal, da poca do ano e do tamanho daplanta;

    Replantio de mudas para substituir as eventualmente mortase/ou espcies de florao sazonal;

    Varredura geral dos gramados e canteiros para retirada de

    folhas e detritos;

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    Corte da grama mantendo-se o delineamento das margens noscanteiros e passeios;

    Cobertura anual dos gramados com terra peneirada e adubada,bem como reposio de terra nos canteiros para compensar o

    solo eventualmente perdido por eroso; Controle de plantas daninhas, assim como de plantas

    parasitas; Combate sistemtico aos insetos-praga e agentes causadores

    de doenas; Podas de diversos tipos, de acordo com a necessidade; Adubao geral em todas as reas do jardim, de acordo com

    as necessidades de cada espcie.Dentre as trepadeiras, os arbustos escandentes e cips precisamser amarrados a tutores durante as primeiras fases dodesenvolvimento, sendo necessrio, ainda, dirigir os caules paraposies mais adequadas. Os cips podem exigir algumas podasiniciais para forar a ramificao lateral e impedir o crescimentoexcessivo em altura.

    6.1. ADUBAO DE COBERTURAA) Para rvores: 200g de 4-14-8 + Zn aps o perfeito pegamentodas mudas:

    Fazer, ainda, trs aplicaes de 150g/vez de sulfato de amnioou nitroclcio no perodo chuvoso, ao redor da planta na zona deprojeo da copa. Mudas com menos de 1,80m de altura, estasquantidades devem ser reduzidas proporcionalmente;

    B) Para palmeiras: aps o pegamento da muda, aplica-se200g/cova do adubo 10-10-10;

    C) Para arbusto: 120g de 4-14-8+Zn aps o perfeito pegamentodas mudas:

    Fazer, ainda, trs aplicaes de 90g/vez de sulfato de amnio ounitroclcio no perodo chuvoso, ao redor da planta na zona deprojeo da copa.

    D) Para cercas vivas: h exigncia de mais adubaes anuais decobertura, especialmente quando trata-se de uma cerca viva

    podada. Sugere-se uma formulao equilibrada como 10-10-10

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    (30g.m-1 linear/vez), sendo a primeira logo no incio das chuvas etrs posteriores durante o perodo chuvoso;

    E) Para trepadeiras: usa-se 300g de 10-10-10 aps o pegamento

    da muda, divididas em duas ou trs parcelas durante o perodochuvoso.

    6.2. PODASAs podas mutilantes devem ser evitadas. Controlar o crescimentoda copa tem sentido apenas para direcionar a ocupao doespao que lhe foi destinado, nunca delimitar o volume da copa.

    6.2.1. De FormaoA poda de formao usada quando se pretende alterar o hbitonatural de crescimento da planta, sendo diferente da topiria(prtica que consiste em dar forma geomtrica e escultural a umaplanta de folhagem densa). Esta poda quase no usada emarbustos, com exceo daqueles para cercas vivas formais, nasquais logo aps o pegamento, faz-se o desponte baixa alturapara estimular a ramificao lateral. Assim, aps as mudas

    atingirem 65cm de altura, poda-se a haste principal a 20cm dosolo para quebrar a dominncia apical e estimular odesenvolvimento dos ramos laterais. Estes sero podados a15cm do caule quando da segunda poda da parte apical e, assim,sucessivamente, at que atinja a altura e largura desejadas.Assim, as plantas sero foradas a formar a saia com numerososgalhos quase paralelos ao solo e estendidos a poucoscentmetros deste.

    Ao contrrio da anterior, para a formao de arvoretas, podam-setodos os ramos laterais que surgirem, exceto pequena coroa notopo. Aps o arbusto atingir altura conveniente (1,5m), deixa-se acopa desenvolver, tutorando-o at que o caule se tornesuficientemente lignificado para suportar seu prprio peso.

    Algumas plantas, como as rosas trepadeiras, com tendncia acrescerem excessivamente para cima e pouco para os lados,devem ter seus ramos laterais curvados para baixo e amarrados,

    para que haja acmulo de hormnios que induziro a emisso denovas brotaes.

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    Para o caso de rvores, deve-se eliminar todas as brotaeslaterais medida que forem aparecendo at a altura de 1,8 a2,0m, para permitir o livre trnsito de pessoas e veculos, assimcomo quando do surgimento de dois ou mais troncos, esses

    devem ser eliminados enquanto novos.

    Os ramos ladres tambm devem ser eliminados, pois alm deserem excessivamente compridos, no apresentam nenhumefeito esttico e exaurem as substncias nutritivas da planta eperturbam o seu desenvolvimento.

    6.2.2. De Florao

    A poda de florao caracterstica de cada espcie, poisdepende do tempo gasto para a formao das gemas florferas.Nas hortnsias, deve ser feita aps florao j murcha, apenasnos ramos que tenham apresentado florao, para no retirar osramos que iro florir no prximo ano.

    Nas roseiras e hibiscos, por florescerem apenas nos ramosnascidos no ano corrente, a poda deve ser feita antes que osnovos brotos comecem a aparecer, para que nasam brotos

    fortes que logo produziro flores. J o bico de papagaio deve serpodado drasticamente a 15cm do solo, a fim de produzir brotaovigorosa e grandes brcteas vermelhas.

    A maior parte dos arbustos podada com a inteno de seconseguir mais flores, o que deve ser feito no momento certopara no ocorrer efeito inverso, ou seja, a supresso da florada.

    6.2.3. De LimpezaA poda de limpeza consiste em uma poda leve, simples, para aretirada de ramos secos, doentes, praguejados ou com algumainconvenincia.

    6.2.4. De CorreoA poda de correo realizada quando o plantio foi efetuado emlocal inadequado e a planta estiver impedindo a entrada de luz ou

    atrapalhando o livre trnsito das pessoas. Feita preferencialmente

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    no final do inverno, especialmente se for necessrio a remoode muitos galhos.

    6.2.5. De Rejuvenescimento

    A poda de rejuvenescimento efetuada com o objetivo dereformar a copa, reconstituir a ramagem j estril e fazer voltar planta sua aparncia perdida. Feita drasticamente no final doinverno antes do incio da brotao, removendo os caules maisvelhos e cortando-se bem prximo ao solo.

    Estilos de JardinsA forma com que os estilos de jardins foram se desenvolvendo,se modificando e se adequando vida do homem est

    intimamente ligada histria e caracterizao da evoluo danossa prpria civilizao. Analisando as caractersticasindividuais dos diversos estilos de jardins atravs dos tempos,nota-se a forte influncia exercida pelas crenas e costumes dohomem, em suas diferentes fases de evoluo. Estas crenas ecostumes esto representados nas diversas formas decomposio com os elementos da natureza que formam osjardins. Cada cultura expressa de uma forma particular. Pode-se considerar at que os diferentes estilos de jardim so um

    retrato de cada poca, mostrando como o homem v e classificao seu ambiente, como se coloca no ambiente que cria e quereferncias usa para escolher esse ambiente. Segundo algunsautores, os jardins surgiram simultaneamente na China e Egito;porm, de acordo com outros autores, iniciaram primeiramente naChina e, somente em seguida, no Egito. De qualquer maneira,estas duas origens possibilitaram o surgimento de duas formasdiferentes de jardins, o informal e o formal; o sinuoso e o retilneo;o naturalista e o arquitetnico.

    Em relao aos estilos de jardins, existem algumasclassificaes, umas mais simples, outras mais complexas eabrangentes. Uma primeira classificao, que agrupa osdiferentes tipos de jardins de acordo com caractersticas maissimples, est descrita a seguir:

    1. Formal: um estilo mais organizado, comportado e com maiorequilbrio;

    2. Informal: um estilo desarrumado propositadamente, com

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    influncia dos jardins ingleses, privilegiando a natureza e adescontrao;3. Rochoso: especfico de climas quentes e agrestes, usa eabusa das mltiplas composies de pedras;

    4. Japons: ganha um significado muito especial, ditado pelafilosofia do povo japons. Cada espcie muito valorizada e seusrecantos levam, quase sempre, as pessoas meditao;5. Tropical: toda exuberncia da flora das regies tropicais estpresente neste estilo, que utiliza, predominantemente, espciesnativas e traduz-se em um jardim de desenho;6. Ambiental: uma paisagem na qual a prioridade consiste emrecuperar a vegetao nativa;7. Ecolgico: bastante atual, esse tipo de jardim segue uma

    tendncia que surgiu na Alemanha. Busca a interao da plantaao mundo do homem;8. Clean: visualmente mais limpo, utiliza poucas espcies, masde boa qualidade. Acompanha uma tendncia atual deconstrues com linhas retas;9. Social: consiste em uma paisagem que convida convivncia,desfrute e contribui para o embelezamento das reas vizinhas, dacidade. Ex: jardins particulares que se estende at a rua.Tem-se na China a meno mais antiga de jardins, onde se cr

    que o homem, agrupando plantas, procurando imitar a natureza,estabeleceu as bases de um jardim que foi o embrio do estilopaisagstico naturalista, informal. Este estilo apresenta asseguintes caractersticas:

    Jardim com predominncia de linhas curvas e graciosas, livres; Superfcies onduladas; Uso de plantas perenes de crescimento livre; Uso de muitas folhagens; Figuras indefinidas; Plantas naturais nos lugares certos; Trilhas de largura varivel; Traado acompanhando os acidentes do terreno; Sem uso de filas indianas, plantas podadas segundo as

    formas, cercaduras, bordaduras e terra aparente;Exemplos: chins, ingls e japons: este estilo chegou ao Japono sculo VI e na Inglaterra no sculo XVIII.

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    Pouco depois da China, considerada o bero da jardinocultura,surgiu no Egito e Prsia uma outra tendncia que, por muitotempo, iria dominar o mundo: a dos jardins regulares egeomtricos, chamado de estilo clssico, geomtrico ou formal,

    cujas caractersticas so as seguintes:

    Jardim regular, com predominncia de linhas retas egeomtricas;

    Jardins simtricos, de formas artificiais; Vegetao rigidamente podada; Canteiros com cercaduras e bordaduras; Grande trabalho de manuteno; Elevado custo de implantao; Muitas esttuas e obras de arte; Uso de cercas vivas podadas; Solo aparente; Cultivo de violetas a roseiras;

    Exemplos: jardins egpcios, grego, persa, mourisco, romano,medieval, do renascimento (italiano, francs e holands). Esteestilo chegou Roma no sculo XVII, Frana no sculo XVII, eingressou na Arbia e Espanha no sculo XIII.

    O estilo contemporneo refere-se a um estilo de jardim criadocom liberdade de ao no sentido funcional e esttico, sendo:

    Jardins irregulares com disposio informal; Plantas de crescimento livre, muita folhagem e colorido

    abundante; Macios de plantas que se integram paisagem; Elementos decorativos: pedras, bancos, escadas, esculturas,

    gua e prgolas; Florada subsequente em diversas pocas do ano; Planos diretores urbanos; Integrao cidade, praas, parques, espaos verdes semi-

    pblicos e privados, arborizao de ruas e avenidas; Atendimento s necessidades de recreao nas diferentes

    faixas etrias; Espaos destinados ao esporte e lazer; Composio de paisagens urbanas;

    Preservao de ocorrncias naturais.

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    3.1. ESTILO INFORMALA) JARDIM CHINS

    O povo chins era fortemente marcado pela religiosidade(Confucionismo), que situava o homem no centro da

    investigao, cultuando a solido, individualismo e harmoniainstintiva, e no a comunidade e aparncia exterior regrada, ondea imaginao e o esprito deveriam correr livre em espaosamplos e abrangentes. Desta forma, os jardins chineses eramverdadeiros templos de meditao e purificao, com elementosdemonstrando grandeza e causando fortes impactos vista doobservador. Local onde se podia caminhar, contemplar e usufruiro repouso que a natureza oferecia.

    Basicamente, tentava-se organizar o j existente, as fronteirasentre os espaos foram eliminadas ou quase subdimensionadas.Alm disto, apresentavam as seguintes caractersticas:

    Retratavam com perfeio a natureza, lembrando pinturaspaisagsticas;

    Traado com linhas curvas e suaves; Plantas em um plano secundrio, com funo decorativa; Ordenao casual dos elementos; Aproveitamento dos desnveis do terreno sem alterar sua

    conformao natural;

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    Vastas dimenses; Presena de um lago centralizado com plantas aquticas.

    Durante a dinastia Han, no tempo do imperador Wu, os chineses

    acreditavam que ao norte da China existia um lugar para osimortais e criaram com muita imaginao, o Jardim Lago-ilha.Estes jardins se repetiram em vrios lugares, tanto na Chinacomo no Japo. Em suas fantasias, os chineses acreditavam ques chegariam nestas ilhas voando, transportados por um pssaro(Cegonha gigante). Este simbolismo demonstra a preocupaodeste povo com o renascimento aps a morte fsica, preocupaofilosfica dos que ficam entre os vivos. Nestes jardins estavasempre presente uma grande pedra, que representava a

    Cegonha gigante e, ainda, outras pedras menores querepresentavam outros animais, alm de montanhas e guassilenciosas.

    B) JARDIM INGLS

    A partir de 1.700, no incio do sculo XVIII, escritores ingleses efranceses comearam o movimento do romantismo, em oposioao estilo barroco. Cansados de tanta riqueza de detalhes, ordeme simetria, propuseram um jardim inspirado nas concepesorientais do velho imprio chins, numa tentativa de imitar a

    natureza, com um traado livre e sinuoso, apresentando gua naforma livre (cascatas, cursos dgua, etc.) ou compondo-se com

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    grutas e runas, contidas em tanques de formato irregular, que secasavam mais com as idias do Romantismo presente na poca.Como caractersticas bsicas estavam a irregularidade e falta desimetria nos caminhos, planejados com maior liberdade de

    expresso, sendo denominados de jardins paisagsticos. Talconcepo de retorno paisagem natural chegou a extremos deusar runas, rochedos, regatos sinuosos, alm de outrasreprodues da natureza. De linhas grandiosas, as ruas eramamplas, cmodas e em pequeno nmero, proporcionando a visode belas perspectivas, devido topografia do terreno acidentado.A vegetao era formada por extensos gramados que serviampara fazer a ligao entre pequenos bosques, plantas isoladas egrupos de rvores no muito numerosas. Usavam-se at mesmo

    rvores mortas, implantadas para decorao. Atravs dos jardins,os ingleses expressaram o gosto pelo natural, com riachossinuosos e flores delicadas. O povo ingls tpico fechado,circunspecto e considerado frio. Suas cidades so cinza durantemuitos dias por ano, mas seus jardins so graciosos, alegres eleves. Esta dualidade talvez seja uma tentativa de compensaode sua forma caracterstica de expresso.

    C) JARDIM JAPONES

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    Os jardins japoneses datam de 710 da Era Crist, um poucoantes da Idade Mdia, porm, adquiriram maior expressividadenos sculos XV e XVI. Praticamente sem plantas, enfatiza aviso, contemplao e meditao, devido aos fatores sociais,

    religiosos e ambientais do pas. O Japo formado por quatroilhas e inmeras outras de menor importncia, com limitaesterritoriais: relevo montanhoso, sendo possvel cultivar apenas1/5 de seu territrio. Assim, em sua evoluo histrica, o jardimnaturalista da China passou ao Japo no sculo V, sofrendomodificaes e adaptando-se cultura e filosofia japonesa. Anatureza no era simplesmente imitada; para o japons, o jardim mais do que uma simples representao da paisagem, sendoconsiderado, dentro do simbolismo que cada pea encerra, uma

    verdadeira mensagem espiritual. Os jardins japoneses soprofundamente msticos. O verdadeiro jardim japons nasceu napoca Kamakura (1185-1392), inspirado no Zen-budismo, sendoconhecido por jardim paisagem, por lembrar as composies dapintura oriental. Frequentemente, seu centro vazio, estando oselementos dispostos nos contornos, dando impresso deassimetria. Houve dois perodos bem definidos no estilo japons:

    Perodo Muromachi jardins monocromticos, pedras com

    musgos e cascalhos em volta.Perodo Momoyama paredes pintadas, jardins coloridos,arbustos topiados para no competirem com as pedras.No primeiro perodo, h uma ligao estreita entre o paisagismo ea pintura. Como a pintura se tornou monocromtica nos primeirosanos do sculo XV, com tendncia para a abstrao, os jardinstambm acompanharam esta tendncia, no apresentando florese cores, apenas algumas rochas sobre o cascalho branco e,muitas vezes, sem vegetao ou com apenas alguma poro de

    musgo. A composio se baseava em agrupamentos simblicoscom elementos inertes (pedras e areia fina). Estes jardins eramconstrudos para que as pessoas contemplassem um ponto fixo,de onde podiam observar todo o conjunto, explicando asdimenses reduzidas e o uso de vegetais miniaturizados. Adisposio dos elementos se dava com muita sabedoria, ondecada um tinha um sentido simblico. Muitas vezes apresentavamelementos contrrios (Yin e Yang dos chineses): a tartaruga(pedras) e o grou (arbustos podados), que simbolizavam amatria e o esprito; a montanha e a cascata; o mar (gua ou

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    cascalhos brancos ajeitados com ancinho, lembrando omovimento da gua) e as ilhas, o macho e a fmea. Somente apartir de meados do sculo XVI (1573-1615), houve oressurgimento da arte figurativa, colorida e extica. Os elementos

    bsicos so a gua (riachos, cascatas, lagos, etc.), pedras eplantas como o bambu, azalia, camlia, grama japonesa,cerejeira, glicnia, tuia e outras. Quando a cerejeira florescia,fazia-se a cerimnia do ch embaixo da rvore.

    As pedras devem ser colhidas em leitos de rios, e nunca dantesutilizadas; sua disposio deve ser natural, sugerindo que anatureza as colocou ali; deve-se usar nmero mpar (3, 5 ou 7),nmeros da felicidade e que representam a harmonia do karma.

    O nmero mpar trazia sorte. A gua espelha a imagem e induz ohomem a enxergar a si mesmo, smbolo de purificao e seugorgolejar suave correndo entre as pedras convida reflexo. Obambu dobra-se ao vento sem quebrar, sugerindo adaptao ssituaes adversas sem se deixar vencer. uma planta reta,correta, para cima, como deveria ser o homem. Seu crescimentoereto e sem curvas simboliza a retido de princpios e integridadedesejvel nos membros da sociedade. O som do vento em suasfolhas e os raios do sol filtrados so espetculos tranquilizantes

    que elevam o esprito para esferas mais altas. Tambm soutilizados o monjolo e pontes. As pontes sugerem uma viagemmental atravs da contemplao; atravess-la equivale a atingiroutras esferas, quase sem sair do lugar. O barulho intermitentedos monjolos empresta uma aura de misticismo ao lugar sagrado.

    So feitos caminhos sinuosos de pedra ou cascalho, quepermitem percorrer o jardim desfrutando sua beleza edescobrindo novos ngulos a cada passo. Alm disso, alongam a

    caminhada, possibilitando mais tempo para meditar. Aslamparinas do uma conotao de luz que guia as pessoas nastrevas, as lanternas de pedras que so iluminadas ao entardecer,os caminhos formados por uma sucesso de pedras irregularesou passeios recobertos de areia. Usavam materiais resistentes,as mais duradouras pedras, cascalhos e vegetao no florf