crença e conhecimento científico

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Crença e conhecimento científico Prof. Genésio Lima dos Reis Universidade Federal de Goiás Novembro/2009

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Crença e conhecimento científico. Prof. Genésio Lima dos Reis Universidade Federal de Goiás Novembro/2009. Minicurso. Crença e conhecimento científico - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Crença e conhecimento científico

Crença e conhecimento científico

Prof. Genésio Lima dos ReisUniversidade Federal de Goiás

Novembro/2009

Page 2: Crença e conhecimento científico

Minicurso

Crença e conhecimento científico Minicurso realizado nos dias 5 e 6

de novembro de 2009, no Colóquio de Matemática, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande

Page 3: Crença e conhecimento científico

O conferencista Professor titular – Instituto de

Matemática e Estatística, UFG Licenciatura em matemática - UFG Doutor em Ciências (matemática) –

IMPA, Rio de Janeiro Pós-doutorado – Universidade da

Califórnia, Berkeley, Estados Unidos

Page 4: Crença e conhecimento científico

Resumo O que é realidade? Como o ser

humano apreende a realidade? O que é conhecimento? Qual é a diferença entre crença e conhecimento científico? O que é conhecimento matemático? Como se valida o conhecimento matemático? Terão um dia a matemática e a ciência respostas para todas as questões? O que é etica?

Page 5: Crença e conhecimento científico

Roteiro

Realidade Como a realidade é apreendida Construtivismo radical Construtivismo social Conhecimento científico e crença

Page 6: Crença e conhecimento científico

Roteiro

Teoria científica e teoria pessoal Territórios e mapas Algumas crenças e teorias Como as teorias são substituídas De que o professor precisa saber Concepções errôneas na

aprendizagem Três maneiras de ver a matemática

Page 7: Crença e conhecimento científico

Roteiro

De que é constituído o conhecimento matemático

Como o conhecimento matemático é organizado

Como as afirmações matemáticas são provadas

Hilbert e a tentativa de prova da consistência da matemática

Gödel e a incompletude da matemática

Page 8: Crença e conhecimento científico

Roteiro

O filósofo Espinosa e a prova da existência de Deus

3 sistemas de ética A ética de Espinosa Bertrand Russell (prêmio Nobel) Fernando Pessoa (poeta

português)

Page 9: Crença e conhecimento científico

Realidade

Realidade: totalidade das coisas que existem ou que seriam incluídas numa completa descrição de todos os fatos acerca do mundo

Duas linhas filosóficas extremas: Solipsismo: a realidade não existe Realismo: a realidade existe

independentemente do observador

Page 10: Crença e conhecimento científico

Realidade Solipsismo: a única realidade no mundo é o eu Realismo científico: Realismo característico

dos que se ocupam com a ciência, e que se afirma pela busca do conhecimento cada vez mais acurado dos dados da experiência.

Realismo ingênuo ou realismo vulgar: Crença do senso comum que admite, sem criticá-la, a existência de um mundo de objetos materiais que são captados por sujeitos conscientes, mais ou menos à maneira de uma máquina fotográfica (Aurélio).

Page 11: Crença e conhecimento científico

Como a realidade é apreendida Princípios do construtivismo radical: 1 O conhecimento não é recebido passivamente

nem através dos sentidos nem por meio de comunicação

2 O conhecimento é ativamente construído pelo sujeito cognoscente.

3 A função da cognição é adaptativa, no sentido biológico do termo, tendendo para a adequação ou viabilidade;

4 A cognição serve à organização do mundo experiencial do sujeito, e não à descoberta de uma realidade ontológica objetiva (von Glasersfeld, 2003).

Page 12: Crença e conhecimento científico

Como a realidade é apreendida Construtivismo social: 1. as teorias pessoais que resultam da

organização do mundo experiencial devem se ‘ajustar’ às restrições impostas pela realidade física e social;

2. elas alcançam este fim através de um ciclo de teoria-predição-teste-fracasso-acomodação-nova teoria;

3. isto dá origem às teorias socialmente consentidas do mundo e aos padrões sociais e às regras de uso da linguagem. (Ernest, 2005.)

Page 13: Crença e conhecimento científico

Conhecimento científico e crença

Conhecimento científico: a sua validade é julgada por critérios consensualmente adotados por uma comunidade científica

Crença: não há um acordo sobre critérios para a sua validação

Page 14: Crença e conhecimento científico

Teoria científica e teoria pessoal

Teoria científica: representação sistemática da realidade

Teoria pessoal: representação não sistemática da realidade – o mesmo que “visão de mundo”

Page 15: Crença e conhecimento científico

Territórios e mapas

Território Mapa (realidade ou (teoria científica mundo exterior) e teoria

pessoal)

Page 16: Crença e conhecimento científico

Territórios e mapas

O que faço depende do que a minha teoria me diz a respeito do mundo, não de como é o mundo na realidade ... No entanto, o que acontece depois depende de como é o mundo na realidade, não de como acredito que seja. (Claxton, 1984.)

Page 17: Crença e conhecimento científico

Algumas crenças e teorias

A Terra é plana e depois dos mares existem despenhadeiros

A Terra é o centro do universo; as estrelas e os outros planetas giram em torno dela

O Sol é o centro do sistema planetário, todos os planetas giram em torno dele

Page 18: Crença e conhecimento científico

Algumas crenças e teorias

Crença judaico-cristã sobre a origem do homem (criacionismo)

Teoria da evolução, de Darwin Teoria dos Conjuntos, de Cantor Teoria da Física, de Newton Teoria da Física, de Einstein

Page 19: Crença e conhecimento científico

Como as teorias são substituídas Para nos movimentarmos pelo mundo – o

“território” – necessitamos dispor de modelos ou teorias pessoais que organizem o mundo – os “mapas”. Para que troquemos de mapas (o reestruturemos), não é suficiente que este não corresponda ao território, já que, por definição todos os mapas diferem dos territórios que representam. É necessário, ademais, que nos percamos no território e saibamos o que está errado em nosso mapa. Para isso, não é suficiente passear pelo território; é preciso conhecer e analisar o próprio mapa (Claxton, 1984).

Uma teoria é substituída por uma teoria melhor (Lakatos, 1922-1974).

Page 20: Crença e conhecimento científico

De que o professor precisa saber para ensinar Conhecimento da disciplina

Como se estrutura e se valida o conhecimento matemático

Conhecimento pedagógico da disciplina Como representar os conceitos e idéias para

serem ensinados eficazmente e conhecer como os alunos aprendem

Conhecimento do currículo para fazer conexões com o que vem antes

e virá depois

Page 21: Crença e conhecimento científico

Concepções errôneas na aprendizagem

Como os alunos de hoje, os matemáticos que foram os primeiros a falar sobre um novo conceito e só podiam pensar sobre o conceito em termos do seu conhecimento anterior não chegaram imediatamente à versão que sobreviveu até os tempos atuais. Suas conceituações imperfeitas iniciais, entretanto, frequentemente serviram de sólida base para a inovação. No mesmo sentido, as “concepções errôneas” dos alunos devem ser vistas como trampolins para posterior desenvolvimento em vez de barreiras para a aprendizagem. (Sfard, 1998.)

Page 22: Crença e conhecimento científico

Três maneiras de ver a matemática Instrumentalista

um conjunto de fatos e de regras e habilidades para utilizá-los como instrumentos

Platônica existe independentemente do homem

Resolução de problemas conhecimento dinâmico, cujo progresso é

decorrente da atuação da comunidade de matemáticos num processo de criação e invenção sujeito à revisão e aprimoramento

Page 23: Crença e conhecimento científico

Roteiro

Teoria científica e teoria pessoal Territórios e mapas Algumas crenças e teorias Como as teorias são substituídas De que o professor precisa saber Concepções errôneas na

aprendizagem Três maneiras de ver a matemática

Page 24: Crença e conhecimento científico

Roteiro

De que é constituído o conhecimento matemático

Como o conhecimento matemático é organizado

Como as afirmações matemáticas são provadas

Hilbert e a tentativa de prova da consistência da matemática

Gödel e a incompletude da matemática

Page 25: Crença e conhecimento científico

De que é constituído o conhecimento matemático Conhecimento declarativo: os

objetos ou conceitos matemáticos e as afirmações a respeito dos objetos (saber dizer)

Conhecimento procedimental: algoritmos e processos (saber fazer)

Conhecimento estratégico ou heurístico (saber usar)

Page 26: Crença e conhecimento científico

Como o conhecimento matemático é organizado

Objetos matemáticos não definidos Objetos matemáticos definidos Afirmações aceitas sem provas

(postulados ou axiomas) Afirmações provadas (teoremas ou

proposições)

Page 27: Crença e conhecimento científico

Como o conhecimento matemático é organizado Exemplos de axioma e teorema da

Geometria Euclidiana: Axioma de paralelismo da

Geometria Euclidiana: “Por um ponto fora de uma reta passa apenas uma paralela à reta”

Teorema da Geometria Euclidiana: “A soma dos ângulos de um triângulo é igual a 180°”

Page 28: Crença e conhecimento científico

Como o conhecimento matemático é organizado Exemplos de axioma e teorema da

Geometria de Lobatchevsky: Axioma de paralelismo da Geometria de

Lobatchevsky: “Por um ponto fora de uma reta passam mais de uma reta paralela à reta”

Teorema da Geometria Euclidiana: “A soma dos ângulos de um triângulo é menor que 180°”

Page 29: Crença e conhecimento científico

Como o conhecimento matemático é organizado

Geometria euclidiana (Euclides, 325 a.c.-265 a.c.)

Geometria de Lobatchevsky (Lobatchevsky, 1829; Bolyai, 1832)

Geometrias riemanianas (Riemann, 1854)

Page 30: Crença e conhecimento científico

Como as afirmações matemáticas são provadas

Uma prova de um teorema é uma sucessão de afirmações, acompanhadas de justificativas, que parte da hipótese e leva à tese.

Exemplo de teorema: a soma dos ângulos de um triângulo é 180 graus.

Page 31: Crença e conhecimento científico

Como as afirmações matemáticas são provadas

hipótese: a, b e c são ângulos

tese: a+b+c=180°

a

b

c

Page 32: Crença e conhecimento científico

Como as afirmações matemáticas são provadas

hipótese: a, b e c são ângulos

tese: a+b+c=180°

a

b

c

Page 33: Crença e conhecimento científico

Como as afirmações matemáticas são provadas

hipótese: a, b e c são ângulos

tese: a+b+c=180°

a

a

b

c

Page 34: Crença e conhecimento científico

Como as afirmações matemáticas são provadas

hipótese: a, b e c são ângulos

tese: a+b+c=180°

a

a

bc

c

Page 35: Crença e conhecimento científico

Roteiro

De que é constituído o conhecimento matemático

Como o conhecimento matemático é organizado

Como as afirmações matemáticas são provadas

Hilbert e a tentativa de prova da consistência da matemática

Gödel e a incompletude da matemática

Page 36: Crença e conhecimento científico

Roteiro

O filósofo Espinosa e a prova da existência de Deus

3 sistemas de ética A ética de Espinosa Bertrand Russell (prêmio Nobel) Fernando Pessoa (poeta

português)