contradições bíblicas

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“Contrad ições”

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“Contradições”

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Bíblicas

Por Artur Eduardo, em resposta às questões levantadas por uma jovem satanista.

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Obs.: As refutações expostas estão se referindo à segunda pessoa pois o singelo trabalho foi feito, originalmente, para responder as argumentações de uma feiticeira, adepta da variação da bruxaria conhecida como Thelema, que se intitula “DarkHella”, que, vale salientar, é bastante conhecedora das Sagradas Escrituras. Esta moça, segundo seu relato, tem toda a família evangélica, e ela própria já foi membro de determinada igreja evangélica. Ela escreve em home pages de satanistas, na Net, e citou, em seus e-mails em correspondência conosco, vários pensamentos do satanismo moderno, propostos por Szandor La Vey. Acrescentamos explicações nas respostas, para seu melhor entendimento. Há muitas supostas “contradições” bíblicas, no e-mail que esta moça me enviou, contudo, várias destas caem no mesmo caso, por isso nos detivemos em apenas um caso que tipifique outros do mesmo modelo. O e-mail que você vai ler foi ligeiramente modificado, e algumas explicações sobre as perguntas foram acrescentadas para melhor situá-lo. Estas explicações estarão em negrito. Quaisquer dúvidas, favor nos contactar via e-mail. Deus os abençoe!

Iremos nos deter às suas argumentações. Espero que você as analise com imparcialidade, pois todo em qualquer pressuposto em argumentações de "contradições" em um livro "histórico" (sim! A Bíblia é também o "Mais importante documento histórico de todos os tempos.!), precisamos de FATOS, e todo e qualquer pressuposto, baseado em crenças pessoais, (no seu caso, predispostas, a contradizer, a achar "erros" nas Sagradas Escrituras) devem ser abolidas.

Começaremos isolando suas argumentações. Admira-me a sua "base"! (falo das fontes onde você pesquisou!), pois, pelas tais, podemos ver que, ou REALMENTE NÃO SABEM NADA DE BÍBLIA, ou caem no caso supra citado. São falhas aos extremos! E, desculpe-me, chegam até a serem um pouco infantis, haja vista denotarem um profundo desconhecimento de valores e crenças escriturísticos, presentes em culturas antigas, nem sempre explícitas em obras literárias das mesmas culturas, mas todas já suficientemente comprovadas ao ponto de serem matéria de sala de aula! Quando falei em isolar as argumentações, precisamos isolar os Milagres, propostos por Jesus, como o citado em Marcos 16 (no e-mail que ela me enviou, sua “fonte” cita os milagres como absurdos. Por isto a explicação da dogmática da fé) Os sinais EXISTEM, e aí entra-se no campo da dogmática da fé, e você não crê em nada. Nunca VIU, portanto não pode afirmar que é um absurdo. Isto o é para você, somente. Em segundo lugar precisamos isolar as informações do Antigo Testamento (Vejo que gosta do AT, "ele deve ter mais contradições", não é?). (isto porque muitos pensam que o A.T. tem mais contradições que o novo. Estas são, em sua maioria, narrativas em livros sobre o mesmo assunto, tais como Crônicas e Reis, que apresentam discrepâncias. Na verdade não há discrepâncias. Acontece que um livro geralmente serve de base para outro. São autores diferentes, que põem seus pontos de vista, por exemplo na idade em que um rei começa a reinar de fato ou de direito. Há casos em que o filho reina com o pai, ainda vivo (com atos institucionais, inclusive), e por causa deste fato, uns autores dizem que um começou a reinar com “30 anos” (por exemplo.), e outro com “33 anos”. Isto porque, no primeiro caso, o rei era rei de fato, mas não de direito, ou seja, seu pai ainda estava vivo. No segundo, o autor registra o início do reinado do rei na data da morte do seu pai, portanto à época em que o rei, assim fora estabelecido, de direito. Devemos tomar cuidado, contudo, com as contradições que recebemos. No e-mail enviado ao irmão Mar’Junior, o sr. César Medeiros usa de uma inverdade: 2 Cr. 36:11 e 2 Rs. 24:18 TEM A MESMA IDADE PARA O INÍCIO DO REINO DE ZEDEQUIAS, OU SEJA, 21 ANOS, E NÃO 21 E 25, COMO ELE FALOU. Por isto sempre digo: Nossa primeira fonte de anulação de dúvidas deve ser a Bíblia Sagrada.)

Bem, agora nós podemos falar um pouco em HERMENÊUTICA."É A CIÊNCIA DA INTERPRETAÇÃO", e no caso da Bíblia, a Hermenêutica tem de nos dar subsídios para interpretarmos as Sagradas Escrituras. Para isto, precisamos fazer uma boa EXEGESE: "O que o autor quis dizer com o que disse” (observando-se os contextos culturais, sociais, econômicos, históricos e geográficos)". Não podemos fazer uma EISEXEGESE: "O que EU penso que o autor disse com o que disse". Exegeticamente, nós partimos do ponto de, para as

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Escrituras, como são hoje, virem a se tornarem parte de Cânon, observaram-se muitos, mas muitos requisitos mesmo. Espiritualidade, apostolicidade, supraculturalidade, INERRÂNCIA ou FALTA DE CONTRADIÇÃO, etc. E, para entendermos exegeticamente um texto, precisamos entender se sua linguagem era FIGURADA, LITERALISTA, SE HAVIA "TIPOS" INTRÍNSECOS (como o cordeiro, no sacrifício judaico, que representava o Senhor Jesus Cristo - "Eis o CORDEIRO de DEUS, que TIRA O PECADO do mundo")etc. O que acontece hoje, inclusive por parte destes pseudo-cientistas, e pseudo-exploradores da verdade, é uma interpretação "aberta", com um criticismo baseado em PRESSUPOSTOS (por exemplo, investigação dos milagres, partindo do PRESSUPOSTO que milagres não existem), ou com interpretações LITERAIS em textos FIGURATIVOS, ou vice-versa.

Quando você citou (neste ponto ela citou a passagem subsequente de Marcos, observando-a literalmente, e suas “fontes” usam este argumento para falarem dos “absurdos” do cristianismo.) a passagem de MARCOS 9:43-49, creio que você os interpretou literalmente, ou seja, fez uma eixegese.! "Cortar" uma mão, ou pé, ou "arrancar" um olho, "que me faz pecar”, são expressões que devem ser interpretadas DENTRO DO CONTEXTO nas quais estão inseridas (Uma das principais regras de Exegese Escriturística!). O contexto de Marcos 9 mostra preceitos diversos do Senhor, acerca de vários assuntos; e, a partir do verso 42, Jesus admoesta contra os "escândalos", ou práticas que venham a afastar os mais neófitos, mais humildes, mais simples, ou os “novos na fé” (chamados pelo Senhor de "pequeninos"). Esta "mão", ou "pé", ou o "olho" são PRÁTICAS QUE TEM DE SER DEIXADAS PARA NÃO HAVER ESCÂNDALO ("tropeço" de ninguém.) A renúncia de prazeres destrutivos e mundanos, deve ser uma marca do autêntico cristão (Mc. 8:34). Estes prazeres e paixões mundanas são caracterizados em 1 Jo. 2:16 (concupiscência da carne, dos olhos e a soberba da vida, que são do mundo!). O texto não manda e nunca mandou ninguém se cortar, mas “negar-se a si mesmo”. Observe que a figura é ALGO DO CORPO. Mesmo que tenha aquilo como se fosse MEU, se escandalizar, se for algo que fizer tropeçar alguém, abolirei aquela atitude, aquela “marca”, aquilo que é CARACTERÍSTICO MEU, por amor aos “pequeninos”. A linguagem é forte, pois o ensinamento também o é.

Bem, você também citou vários textos de Deuteronômio, Números e Levítico, insinuando que há incoerência em Deus mandar destruir os povos CANANEUS e não permitir FEITICEIRAS e MARCAS INCISIVAS no corpo, bem como SINAIS DE LUTO, etc. Se você tiver o cuidado de observar QUALQUER livro de História Antiga, vai compreender quem eram os cananeus. Sabe de onde vem a “sodomia”? De Sodoma, que estava encrustrada no meio de Canaã. Aquela terra já havia sido prometida por Deus (o Criador de todas as coisas, não se esqueça!) a Abraão. Ora, à época de Moisés, aquelas nações que habitavam Canaã já eram, em todo o mundo antigo, conhecidas por suas práticas imorais, idólatras e sanguinárias. A imoralidade era uma característica tão grande entre os cananeus, que seus exércitos haviam se tornado débeis (observe por exemplo, a vitória de Abraão, com apenas 318 homens, contra alguns reis de Canaã, 5 ao total, os quais sequestraram Ló, que estava em Sodoma, no cap. 14 de Gênesis).

MUITOS historiadores não cristãos atestam minhas palavras, no que concerne à vida em Canaã. Sabe qual era um de seus principais cultos, disseminado em toda a terra de Canaã? O sacrifício dos filhos a Moloque, ou Baal, deus da fertilidade e dos prazeres mundanos, marido de Asera (representada por uma vaca). Baal (ou Moloque), era representado por um carneiro com corpo de homem. Em alguns lugares era um touro, como na Assíria e Babilônia, com seus nomes característicos. O ídolo ficava de pé, com as mãos estendidas (isto quando era feito de bronze), ou num fosso. Era oco, e aqueciam-no até ficar em brasas. Daí, os que lhe prestavam culto depositavam em suas mãos em brasa seus filhinhos recém nascidos! Havia cidades onde TODOS os habitantes eram homossexuais. Ah! Isto não é nada? Experimente viver em um lugar assim. Observe que, quando os anjos de Deus chegaram em Sodoma, TODOS os habitantes quiseram ESTUPRÁ-LOS:

“GÊNESIS [19]1 À tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Ló estava sentado à porta de Sodoma e,

vendo-os, levantou-se para os receber; prostrou-se com o rosto em terra,

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2 e disse: Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavai os pés; de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho. Responderam eles: Não; antes na praça passaremos a noite.

3 Entretanto, Ló insistiu muito com eles, pelo que foram com ele e entraram em sua casa; e ele lhes deu um banquete, assando-lhes pães ázimos, e eles comeram.

4 Mas antes que se deitassem, cercaram a casa os homens da cidade, isto é, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados;

5 e, chamando a Ló, perguntaram-lhe: Onde estão os homens que entraram esta noite em tua casa? Traze-os cá fora a nós, para que os conheçamos.

6 Então Ló saiu-lhes à porta, fechando-a atrás de si,7 e disse: Meus irmãos, rogo-vos que não procedais tão perversamente;8 eis aqui, tenho duas filhas que ainda não conheceram varão; eu vo-las trarei para fora,

e lhes fareis como bem vos parecer: somente nada façais a estes homens, porquanto entraram debaixo da sombra do meu telhado.

9 Eles, porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Esse indivíduo, como estrangeiro veio aqui habitar, e quer se arvorar em juiz! Agora te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o homem, isto é, sobre Ló, e aproximavam-se para arrombar a porta.

10 Aqueles homens, porém, estendendo as mãos, fizeram Ló entrar para dentro da casa, e fecharam a porta;

11 e feriram de cegueira os que estavam do lado de fora, tanto pequenos como grandes, de maneira que cansaram de procurar a porta.”

Esta era a situação de Canaã, e Sodoma e Gomorra eram apenas seus exemplos bíblicos. Contudo, não vejo injustiça de Deus, de forma alguma. Ora, eram descendentes de Noé. Conheciam portanto, pela tradição oral, a pessoa bendita de Deus. Contudo, preferiram a imoralidade, o pecado, a idolatria, as prostituições, os homicídios, e foram julgados por Deus. Observe que quando Deus (observe, DEUS) julgou esta nações, e não somente estas, mas os Jebuseus, Ferezeus, Girgaseus, Amorreus, Heteus, estas últimas pelas mãos dos israelitas, o justo Deus não os julgaria com o ímpio (note o cuidado em Deus mandar anjos “observarem” os pecados do povo e avisarem a Ló, e sua família. pois este era justo, e Deus não o destruiria). AH!, minha cara, o Senhor Deus é Amor (1 Jo. 4:8), mas ele é PERFEITAMENTE JUSTO, é chamado o Sol da Justiça (Ml. 4:2) e Justo Juiz (Sl. 7:11), o que sente indignação contra o pecado. Mas, quando se fala dos juízos de Deus, querem transformá-lo em um “carrasco desalmado”, como se ele tivesse que aceitar passivamente os escárnios, blasfêmias, a matança, a idolatria, as prostituições, etc, de SUA PRÓPRIA CRIAÇÃO. Não, minha cara, o Senhor nos ama perfeitamente, é LONGÂNIMO, pois dá tempo de sobra para a restauração do homem para este mudar seus passos, mas o Senhor é justo perfeitamente, pois ele diferencia SIM, as obras do justo e as dos ímpios, e julgará os homens “segundo as suas obras” (Ap. 20:12).

A questão das “marcas incisivas” no corpo, bem como os “cortes em redondo”, eram COSTUMES DE SACERDOTES PAGÃOS, os quais Deus não queria que houvesse semelhança alguma, pois Israel teria de ser um povo escolhido, separado para ser sacerdote e testemunha de Deus às nações. DEUS ABOMINA PRÁTICAS DE FEITIÇARIA. Leia, por favor, Dt. 18:9-12 e você verá porque o Senhor Deus tirou os cananeus diante de Israel. Ora, ainda assim, Israel não obedeceu completamente a Deus. Deixou muitos cananitas sobreviverem (entenda, isto era o julgamento de Deus.), e o povo abominável, que ficou em bem menor número, ainda por muitos anos influenciou negativamente Israel, de tal modo que foram como “espinhos na carne” em Israel. E eles mesmos, após as sutilezas de suas prostituições e idolatrias, com as quais fizeram pecar Israel, por várias vezes tentaram destruir COMPLETAMENTE o povo de Deus, o qual só sobreviveu pela proteção e livramentos gloriosos do Senhor.

Posteriormente você escreve sobre um número de contradições bíblicas - duas mil?! Já ou vi falar em tantos números diferentes. contudo, quando lemos QUALQUER trabalho de institutos que provam a inerrância das Escrituras – como o Trinity Broadcasting Network, nos EUA A “inspiração” (aqui ela utiliza o texto de 2 Tm. 3:16 para argumentar que os textos em que Paulo escreve que está admoestando “por concessão e não por mandamento”,

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cf. 1 Co. 7:6, não são inspirados) .Bem, cara “darkhella”, aqui entram novamente as regras de Hermenêutica.(obs.: De coração: Cuidado “como” você lê as coisas.entenda o autor, observando CUIDADOSAMENTE suas palavras antes de visualizar contradições. Embora eu esteja falando para uma pessoa que procurou os textos que procurou, com vários PRESSUPOSTOS, creio contudo que, com uma análise sincera e reflexiva, você vai ver o texto como estou lhe dizendo.) Quando o apóstolo Paulo fala de Escritura, está se referindo ao “Escritos” dos judeus, ou ao Antigo Testamento (que já havia sido traduzido pelos judeus-gregos, em uma obra que ficou conhecida como Septuaginta, por causa do número de tradutores).sim, o AT!, pois a esta altura, 67 d.C aprox., muitos livros do NT não existiam ainda (tais como as cartas de João, de Judas, e o Apocalipse, p. ex.). Toda a Escritura É DIVINAMENTE INSPIRADA, e isto é claro, pois já a esta altura, os cristãos, como Paulo, entendiam a autoridade e a singularidade espiritual do AT, o qual aponta para Cristo, para o Novo Testamento, sendo portanto uma “sombra” dos acontecimentos à época de Jesus (leia Hebreus 10:1).

Quando Paulo escreve como “concessão”, ou escreve usando a palavra “insensatez”, são dois aspectos distintos e completamente diferentes: no primeiro caso, minha cara, Paulo SEGUNDO O CONTEXTO DE 1 CORÍNTIOS, responde a diversas perguntas acerca do casamento. em muitos casos o Senhor PESSOALMENTE, aperecia para Paulo, orientando-o como deveria fazer, para onde deveria ir, p. ex: 1 Co. 7:10, At. 16:6, At. 18:9. Quando não tinha algo explicitamente definido pelo Senhor, este deu inteligência e liberdade para Paulo, pelo Espírito Santo, orientar como convém à Igreja de Deus. Por este motivo, Paulo, NÃO MENTINDO, mas falando-lhes a verdade, afirmava que aquele seu conselho específico, não tinha sido expresso pelo Senhor, como o do verso 10, mas por ele mesmo, que (não nos esqueçamos!) era apóstolo e um homem que tinha profunda intimidade com o Senhor. No caso de 2 Coríntios, a “insensatez”, falada por Paulo, refere-se ao fato deste “ter de defender seu ministério”, pois, observando-se o CONTEXTO, NO QUAL O TEXTO ESTÁ INSERIDO, observaremos que havia muitos, mas muitos falsos ministros, gnósticos, falsos mestres que não só pervertiam o Caminho, como detratavam o ministério de Paulo, o primeiro a levar o Evangelho àquela região. Na formação do Cânon completo da Bíblia, foram observados os itens que já lhe falei, e em momento algum, o ensinamento e a contra-argumentação paulina, em pró do seu ministério, sacrificial e extremamente dedicado, foi considerado “não inspirado por Deus”. Isto, jamais será uma contradição bíblica.

Quanto aos gigantes (ela, neste ponto, descreve uma suposta contradição em Gn. 6, quando este discorre sobre gigantes na terra antes do dilúvio, e uma vez que toda a carne pereceu, menos a família de Nóe, e estes gigantes são apontados posteriormente, no A.T., isto se traduz em contradição), observe que estes existiam “antes. e também depois” (Gn. 6:4). Depois de quê? DO DILÚVIO, é claro! O contexto de Gn. 6 é a informação da degeneração completa da raça humana, bem como a provisão de Deus para a continuidade da raça. Os “nephilim” (Do hebraico “nephal” – que quer dizer “caídos”), foi traduzido por gigantes, pois eram provenientes da junção “dos filhos de Deus, com as filhas dos homens”, i. é., nos cerimoniais pagãos há inúmeros registros históricos da manifestação física ou através de possessão dos anjos caídos, os quais mantinham relações sexuais com as mulheres e as engravidaram (isto por sinal é o que mais acontece no satanismo moderno, nos rituais do Shabbath, para conferência de “poderes” aos) Seja materializando-se, ou possuindo humanos, o resultado desta união foram “varões de renome”, ou “gigantes” ou, como é mais correto, e mais próximo do original, “caídos”. Esta, por sinal, era a interpretação dos pais da Igreja, comumente ensinada nos primórdios da Igreja do Senhor, sendo substituído, posteriormente, por alguns patrísticos, pelo ensino de que estes filhos de Deus, não seriam anjos caídos, ou seres espirituais malignos, mas a “descendência bendita de Sete”. contudo, esta última argumentação não explicaria a sua dúvida, além do que não encontra sustentação nas Escrituras. Contudo, na Bíblia, encontramos anjos comendo, lutando e agindo de forma bem parecida com a dos humanos; alguns, conforme nos diz a Bíblia, foram até hospedados por homens, sem que estes soubessem que aqueles eram anjos (Hb. 13:2).

Observe algo surpreendente nas Escrituras, quanto ao que escrevo: “Estas são as gerações de Noé. Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus.” Gn.

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6:9. Ora, seria redundância dizer que Noé era justo e perfeito (se este último predicado fosse em sentido moral!) As Escrituras querem dizer que, Noé era um homem justo, que andava com Deus, mas que suas gerações não haviam se misturado, e isto desde Adão. Mergulhados na idolatria, prostituição crassa, feitiçarias, adoração a demônios, e toda sorte de mazelas, estavam as pessoas do mundo, àquela época. contudo, desde Enos, antepassado de Noé, o nome do Senhor era invocado como em “culto” a Deus. e esta geração bendita, a qual não havia se misturado, permanecendo pura e reta aos olhos do Senhor, foi preservada pelo mesmo. Contudo, misturas houve ainda depois do dilúvio, e “gigantes”, ou descendentes dos Nephilims existiram ainda à época de Davi, e, se você estudar mais acuradamente as Escrituras, verá que TODOS estes “caídos”, ou “gigantes” foram destruídos pelas mãos dos filhos de Israel. Em tempo: Alguns teólogos cristãos atuais, acreditam que o nascimento do anti-Cristo, profetizado nas Sagradas Escrituras, que tem todos os aspectos de um governante humano (e é chamado de “besta” ou “animal” por João, em Apocalipse 13, por causa da sua ferocidade em atrair adoração para si e eliminar todos os que se opõe às suas aspirações!), possa vir oriundo de uma união como esta – baseada em possessão!

Você também fala da questão da língua.Isto porque você, ou a sua “fonte”, tomou os capítulos de Gênesis (e o deve ter feito também com toda a Bíblia.!) como sendo postos em ordem cronológica. Ora, Gênesis tem uma ordem sim, contudo, em um análise escriturística, temos de ter o cuidado de analisar textos “sintetizadores” ou simplesmente “resumos” (a tese dela, aqui, foi o fato de a Bíblia falar em nações, em Gn. (cf. Gn. 10:5, antes da separação das nações, por sua divisão das línguas, cf. Gn. 11:1 e 7), e foi isto que Moisés (o autor de Gênesis) fez em Gn. 10: Fez um resumo das divisões das nações desde os descendentes de Noé até os cananeus e os povos que habitavam Canaã, que era a realidade histórica e geográfica, em sua época (por favor ler Gn. 10). Estas gerações para serem formadas, minha cara, levaram anos e anos, e no meio destes anos aconteceu o episódio da Torre de Babel (aí sim, os pormenores da História são contados em Gn. 11). Em Gn. 11, não havia os povos cananeus, ou quaisquer outros povos, pois o povo se mantinha junto, e entendemos que eram descendentes próximos dos filhos de Noé, pois que evidentemente falavam uma só língua. contudo, por ocasião de sua idolatria e arrogância, desejaram “tocar os céus” com sua Torre-Templo (eram os zigurate, bem comuns ainda hoje são suas ruínas no Sítio Histórico da Babilônia), após serem dispersos por Deus, que separou suas línguas, dispersaram-se geograficamente e formaram as nações em seus respectivos pontos geográficos. Um exemplo do que estou dizendo (resumo e pormenores posteriores), também em Gênesis, é o relato da Criação do homem, quando o autor diz, “Homem e mulher os criou” (em 1:27), e somente em Gênesis 2:18, após a criação do Jardim do Éden, Moisés nos relata os pormenores da criação da mulher.entende? Em Gn. 1 o resumo, em Gn. 2 os detalhes da História.

Ora, você ainda comenta sobre Deus querer matar Moisés (ela argumenta o “absurdo”, no texto de Êx. 4, de Deus intencionar tirar a vida de Moisés, quando este estava indo libertar o povo de Israel, no Egito, a mando do próprio Deus).Observe que, o Senhor, o Autor da Vida, não precisa nos dar explicações acerca de seus atos, QUE, CONTUDO, NÃO SÃO ARBITRÁRIOS, OU MALÉFICOS, MAS JUSTOS E TRANSCENDENTES AOS PADRÕES MORAIS DO HOMEM. E a Bíblia nos fornece pistas sim senhora! Observe que neste texto, Êx. 4:25, Zípora, esposa de Moisés, por não conhecer o mandamento da circuncisão, praticado por TODOS os israelitas, parecia não deixar que Moisés o fizesse com o seu filho, justamente por ela não ser uma israelita, mas ismaelita (descendente de Ismael, outro filho de Abraão). Ora, este ato (o de ela ter, mesmo que contra sua vontade, circuncidado o seu filho) “livrou Moisés”, mesmo não agradando Zípora, que chamara seu marido de “sanguinário” (claro! Pois a mesma ainda não entendia o sentido do pacto da circuncisão!), contudo, aqui entre nós, se Deus tivesse quisto matar Moisés ele o teria feito, você não acha? Moisés, minha cara, para enfrentar Faraó, sua horda e suas feitiçarias, teria de ir TOTALMENTE CONSAGRADO AO SENHOR, SEM MOTIVOS PARA O POVO DIZER “NÃO” À SUA LIDERANÇA, e a não circuncisão de seu filho, “do filho do libertador”, se não fosse praticada, minha cara, seria para o povo de Israel um motivo enorme!.

Você também falou do gado (há a argumentação, sobre o texto de Êx. 9, que fala do gado, que havia sido morto, e posteriormente, o texto fala de mais animais

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(principalmente gado), no campo, ainda vivo).bem, observe no texto de Êxodo 9:3 que o gado a ser morto é o que estava no campo. Ora, os egípcios eram conhecidos por sua estribarias, onde treinavam seus animais, e até os particulares de Faraó, onde este tratavam seus inúmeros cavalos e os de sua corte.No texto, Moisés é claro em afirmar que a pestilência virá sobre os animais que estão no campo, até porque, pela quantidade de pessoas que havia em Gósen, onde estavam os israelitas por exemplo, o campo não suportaria, em quantidade de mantimentos, todos os animais dos egípcios e dos israelitas juntos, por esta causa, os egípcios levavam alguns de seus animais e deixavam outros em estribarias.como em uma espécie de rodízio. ora, morreram os animais do campo, não todos os animais dos egípcios.

Vamos aos textos de Jeremias e Êxodo (aqui a argumentação, que é “comum” por sinal, advoga o fato de que em um texto, o de Êxodo, Deus afirma que “fez o mudo e o surdo”, e em Lamentações, há a passagem de que Deus não promove as “aflições” de bom grado, sendo uma “contradição”, uma vez que nascer mudo, ou surdo ou cego, constitui-se uma “aflição”), quanto à cegueira e à “aflição”.(gostaria de lembrá-la que responderei todos os seus argumentos. os que não comentei mais a fundo, ou estão no âmbito da fé, ou comentarei posteriormente). Ora, quando Deus fala, em Êxodo 4:11, para Moisés, contextualmente o diálogo gira em torno de um provável problema de dicção que Moisés tinha (daí a expressão “pesado de língua”, no verso 10, talvez gagueira!), e Deus provaria seu Senhorio Absoluto, e sua Onipotência, ao levantar um homem “pesado de língua”. pois do mesmo jeito que Deus cria todas as criaturas existentes, Deus pode nelas mesmas manifestar seu tremendo poder.Observe contudo que a expressão “criar” denota “controle total da criação”, não que Deus esteja criando tudo em todo tempo, durante todos os segundos, pois assim ele criaria as ações maléficas, e nele “não há sombra de mudança ou qualquer mancha de pecado”. não podemos nos esquecer que, ao criar vários ecossistemas, entre os quais o homem está, e com a consequencia da Queda do homem, onde toda a natureza foi afetada, não é de se admirar que haja um desequilíbrio genético natural entre a raça humana. assim como por quaisquer outros motivos, entre os animais também, (hoje sabe-se que 200 espécies, por ano, entram em extinção por problemas que vão desde Genética aos relacionados com o meio ambiente.). A Criação “geme” aguardando sua redenção (entenda-se todo o Universo físico, no contexto humano), estando “sujeita à vaidade” e “com dores de parto” (cataclismas e desequilíbrios), ansiando a revelação do Filho de Deus (p. fav. leia Romanos 8). Contudo, Deus se mostra tão cuidadoso que, ainda no levirato, não permite a junção (relações sexuais) entre parentes próximos em Israel (ler Levítico 18:6-9, principalmente o verso 6), um avanço desconcertante para um povo daquela época, inclusive se observarmos como viviam e quais eram as práticas dos povos ao redor de Israel. Você também falou que Deus “não aflige por vontade própria” (Leia-se “de bom grado”), em Lm. 3:33. contudo o contexto do texto de Lamentações nada têm a ver com Êxodo. entendi perfeitamente o que você quis dizer, mas as “aflições”, em Lm. correspondem ao “juízo divino, os quais materializam-se em aflições para os que o desobedecem”. e isto a Bíblia faz questão de dizer que “Deus não o faz de bom grado”.O contexto de Lam. era o exílio de Judá (586 a.C.) para Babilônia. A situação pré-exílica de Judá era a pior possível. haviam se desviado de Deus, ao ponto de praticarem orgias em vez de adoração, haviam se tornado idólatras e injustos, assassinos, e no próprio livro de Jeremias, este adverte, assim como todos os profetas de Judá, acerca do iminente juízo de Deus, pois seu povo, com seus pecados hediondos, escarnecia de Deus, juízo este que poderia ser revertido se houvesse arrependimento sincero.não houve.Jeremias lamenta ao ver a repreensão divina, em um povo que tinha todas as condições ser o mais abençoado de toda a Terra, mas teimava e teimava e endurecia seu coração, ao ponto de “lembrar-se de esquecer de Deus”, que os havia salvo tantas vezes,.e com seus pais havia feito aliança. ora, Deus não iria destruir a aliança feita com Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Samuel, Davi, etc., mas aquela geração não veria mais sua terra. contudo, observe que, 240 anos antes do exílio, das “aflições” (juízo por causa da transgressão), nos dias de Isaías, Deus adverte o povo de Judá; e Isaías, inspirado pelo Senhor, profetiza até o nome do libertador de Israel, Ciro, o rei da Pérsia, que após destruir o império babilônico, permite aos judeus voltarem para sua terra (Is. 44:28, Esdras 5:13). Assim, as aflições não seriam os problemas genéticos, mas o juízo de Deus por causa do pecado do homem.(e à propósito, milagres como a restauração de cegos e

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doentes é comum nos grupos de cristãos verdadeiramente consagrados ao Senhor, bem. a nós cabe acreditar.).

Você também fala do “Nome do Senhor”.Em Gênesis, você diz que eles já eram conhecidos, pois a Bíblia diz que, nos dias de Enos começou-se a invocar “o Nome do Senhor”, e ele viria a apresentar-se como “Jeova” (seu nome), em Êxodo 3.O que você está esquecendo é que, para Gênesis, segundo os escritos originais (o hebraico antigo), “SENHOR” é “El-Hoim”, que por sinal é muito pouco usado até mesmo no decorrer do A.T. JEOVÁ, ou IAHWEH somente é apresentada a Moisés, em Êx. 3.Assim, o nome do Senhor em Êxodo, embora se refira ao mesmo Deus, não é o mesmo nome de Gênesis.O primeiro nome, usado pelos antigos (inclusive ante-diluvianos) era um nome que “dava a idéia da pessoa bendita e poderosa de Deus” e em Êxodo, o nome seria um uma espécie de “nome próprio”, um símbolo nunca antes pronunciado, que definiria a pessoa de Deus para seu povo, Israel. IAHWEH, vem da junção do “tetraedro” literário J ou I, H, V, H (IHVH) que são as consoantes mais importantes do nome do Senhor, nome este que ficou perdido na História, escrito nos livros do AT somente com estas consoantes.quando os massoretas traduziram a Bíblia do hebraico e aramaico para o grego, tinham que colocar IHVH, embora que, para os leitores gregos não iria fazer sentido, pois, mesmo que soubessem que simbolizava o nome de Deus, não iriam pronunciá-lo. “Senhor”, no grego, é “” (Adonai).Então os massoréticos colocaram as consoantes hebraicas de IHVH (isto em grego, é claro) com as vogais de Adonai e daí surge o nome JEOVÁ, e, em qualquer texto do AT onde tivesse IHVH escrito, na tradução massorética ficaria JEOVÁ (Senhor Todo-Poderoso). Este cuidado dos escritores do AT escreverem o nome de Deus IHVH, provinha do segundo mandamento, “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão”. Portanto o nome de Deus, como o apresentado no Êxodo, e escrito sob uma espécie de “criptografia”, onde somente se usavam as consoantes. não é o mesmo “nome” de Gênesis 4:26.

Você também fala de esculturas proibidas por Deus (Êx. 20:4), e imagens que o Senhor Deus manda fazer (neste caso, a “contradição” parte do princípio que, seria incoerente da parte de Deus, proibir imagens de esculturas, como em Êxodo 20:4, e mandar fazê-las, cf. Êx. 25:18-20).Esta, minha cara “darkhella”, mostra um profundo desconhecimento não somente escriturístico, mas do sentimento religoso dos povos antigos.As imagens que o Senhor Deus ordena que não se construam referem-se a deuses, pois já no primeiro mandamento, Deus começa a falar sobre deuses. “Não terás outros deuses diante de mim.” (Êx. 20:3), Deus prossegue ordenando que não se façam imagens de escultura, como as faziam os povos idólatras em redor de Israel, e ordenou que não se curvassem diante delas, nem “as adorassem nem prestasse culto às mesmas” (ler Êx. 20:5). Contudo, é preciso fazermos uma diferença entre “objetos de culto” e “objetos do culto”. Os querubins, de Êx. 25:18-20 são objetos do culto, pois ficavam em cima do “Propiciatório”, ou a tampa da Arca da Aliança, e jamais a Bíblia menciona que os mesmos eram adorados, ou se constituíam em objetos de adoração. Quanto às imagens de Êx. 20:3, os israelitas sabiam muito bem a quê Deus estava se referindo, eram para os idólatras, objetos de culto.e este mandamento fez parte do Decálogo, pois a maldição da idolatria, que é a representação de demônios, precisava ser tirada do coração dos filhos de Israel. portanto os querubins (que representam a “Santidade Excelsa de Deus”), e as demais imagens não eram, em hipótese alguma, a mesma coisa.

Você afirma que Deus proíbe o assassinato, o roubo e a mentira, contudo manda matar, “roubar e mentir”? Bem, se você ler Êx. 25, verá que os midianitas, descendentes de Midiã, um dos filhos de Abraão com Quetura, eram pessoas que habitavam em Moabe, perversos, afligiriam e muito a Israel nos anos que se seguiriam, idólatras e altamente imorais.haviam se tornado uma praga, fazendo pecar a Israel com suas prostituições físicas e sua idolatria. Em peleja contra Midiã, guerra, porquanto estes eram avessos aos Israelitas passarem em suas terras, estes não deixariam, na guerra, ninguém vivo. esta era uma forma de juízo, pelo desvio espiritual de Midiã, e preservação, por parte de Deus, do seu povo.Ora, ao Legislador do Decálogo, logicamente lhe está atribuído o poder de dizer quando FAÇA e quando NÃO FAÇA. por causa da desobediência de Israel, o livro dos Juízes, p.ex., retrata bem o que os midianitas lhe fez (leia, por favor, Jz 6:6-3).

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Você disse que Deus autorizou “roubar”? (ela se refere ao fato de que Deus mandou o povo “roubar”, no Êxodo do Egito, e deu a referência: Êx. 12:35. A palavra certa, porém, é “pedir”) Só se na sua Bíblia tiver roubar, em vez de cada mulher “pedir” à sua vizinha e à sua hóspeda (egípcia, no caso). e os egípcios deram aos montes, pois eram os mais interessados na saída dos israelitas de suas terras, devastada por causa da desobediência de seu Faraó. Em momento algum os israelitas roubaram alguma coisa. (Êx. 12:35-36).

Você argumentou que Deus, autorizou a mentira (neste ponto, a argumentação é sobre o difícil texto, diga-se de passagem, da visão que tivera o profeta Micaías, sobre um “espírito de mentira”, que seria a mentira na boca dos falsos profetas, e que fora enviado de Deus: cf. 1 Rs. 22:19-23).e o fez! Mas, por quê? Observe as implicações de ser um profeta mentiroso em Israel.se o profeta estivesse junto ao rei e autoridades. e tivesse como conselheiro das mesmas, suas previsões seriam seguidas à risca. se falhasse, o povo entenderia que este era um falso profeta e deveria morrer, contudo, observamos em 1 Rs 22:1-12 como estava o estado espiritual de Israel; todos os profetas profetizavam o que o rei queria ouvir, ou seja, sua vitória. você deve ter se esquecido que, estando naquela ocasião, o rei Josafá, de Judá, que era um rei bom aos olhos do Senhor, notou que havia algo errado. aqueles homens não eram profetas de Deus. e pede ao rei de Israel que mande chamar um. ao que lhe atende, mandando chamar Macaías, que primeiramente mentiu, como os outros, por medo do rei (verso 15), mas, pressionado pelo rei, fala a verdade e conta-lhe a visão que tivera, ora porquê ele tivera aquela visão, se foi algo acontecido exclusivamente no reino espiritual? Porque Deus é MISERICORDIOSO, minha cara. Deus deu aquela visão à Micaías, sabendo que este seria consultado, e esta seria uma forma para, imediatamente, julgarem os profetas falsos que estavam alí proclamando a vitória dos dois reis.observe que, Micaías só foi chamado porque Josafá, rei de Judá, que era um rei temente a Deus, insistiu com o rei de Israel. Se Deus ordenou a um espírito ser como “um espírito de mentira”, foi para alimentar a vaidade dos profetas dos reis de Israel, e estes serem desmascarados sem haver a necessidade de homens morrerem na peleja. Contudo, Acabe, que era o rei de Israel nesta época, era um homem vendido para o mal (1 Rs. 21:23-25), idólatra e obstinado, cuja mulher era uma terrível feiticeira-prostituta, Jezabel, e deveras o influenciava. Não só não castigaram os falsos profetas, como lhes ordenava a Lei, como foram à peleja, onde morreu Acabe, rei de Israel, e não sem aviso, pois foi dado o testemunho do Senhor.

Quanto ao fato da morte de Arão (aqui os seus escritos a fonte da feiticeira dizem que as Sagradas Escrituras se contradisseram, uma vez que informam supostos lugares “diferentes” para a morte de Arão) (Dt. 10:6-7, 32:50), não há contradição alguma.Mosera era a região, onde ficava o monte Hor, portanto as referências se referem ao mesmo lugar! Uma falando a região, a outra do local específico da morte.Aqui, cabe a ressalva de a geografia-histórica bíblica ser tão negligenciada, ao ponto de pseudo-cientistas, camuflados através de suas conjecturas sem base alguma, e desconhecedores da verdade, falarem com um máximo de desconhecimento, conseguindo convencer as pessoas com uma facilidade assombrosa.!

Você fala sobre o amor e o temor a Deus (Ela questiona a Bíblia, perguntando, baseada nestas passagens, e em outras referentes ao mesmo assunto, se nós devemos obedecer a Deus por amor ou temor) Dt. 6:5 e 13, respectivamente). ora, o temor a Deus, como Supremo, Todo-Poderoso, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, o Alfa e o Ômega, minha cara, é o mínimo que todo ser em plena consciência pode fazer. Tome o exemplo de uma grande autoridade humana. suponhamos que você goste do seu presidente. aprecie o seu trabalho e suas decisões. acha-o um exemplo para o povo. contudo, uma vez em sua presença, você demonstrará reverência e respeito à pessoa do presidente, e esta reverência tem de ser mostrada, querendo nós ou não. este “temor” é algo que advém a partir do princípio de sua “aceitação” quanto à liderança do presidente (a autoridade do nosso exemplo!) Agora, se respeito as autoridades humanas que nós constituimos, quanto mais o Criador, nosso Deus e Senhor, que nos constituiu a todos.! A Ele seja dado todo o louvor, e honra e glória e majestade e poder e reverência pelos séculos dos séculos.!

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução.” Provérbios 1:7

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Quanto ao “problema” que você levantou em Dt. 10:1-2, você mesmo respondeu em Êx. 34:27-28 (ela argumenta aqui que há um contradição sobre quem escreveu as tábuas da Lei, nos textos de Deuteronômio e Êxodo: se foi Deus ou Moisés). o fato de Deus “escrever”, quando na verdade foi Moisés quem escreveu a mando do Senhor, é perfeitamente “explicável”. Quando a Bíblia informa que o “Senhor falou por boca de.”, na verdade quem falava era alguém.mas repetia exatamente o que o Senhor havia ordenado. E isto aconteceu no Monte Sinai, nesta ocasião.o Senhor “escrevera”, posto que Moisés o fez, mas repetindo exatamente tudo quanto lhe fora ordenado que escrevesse. Moisés seria apenas um “copista”, que estaria relatando e escrevendo tudo quanto o Senhor lhe ordenava.

Quanto às cidades destruidas por Josué, tais como Dabir (Js. 10:38) e Hai (Js. 8:28), mais uma vez entraremos no (já explicado!) campo da geografia-histórica bíblica (ela argumenta que há outra contradição na Bíblia: o fato de uma cidade aparecer destruída em um determinado ponto histórico, descrito pela Bíblia, e aparecer, posteriormente, como se nada tivesse acontecido. isto é a “margem” para acusações de erro na narrativa, podendo cair o relato bíblico no campo da mitologia).e ao mínimo de conhecimento de História Antiga. Reservo-me portanto no direito de, em aparecendo quaisquer problemas semelhantes em seu e-mail, esta resposta servir-lhes-á a todos. pois o princípio é o mesmo.Dabir fora conquistado, cronologicamente, no cap. 10 de Josué, capítulo este que fala da dominação e destruição de diversas cidades cananéias. ora, no capítulo 14, Josué escreve a Herança dos filhos de Israel, enumerando as cidades que eles haviam dominado e acrescentando algum dado histórico, quando necessário, (p. ex. o nome de Hebrom, dominado por Calebe, que no cap. 15, verso 13, ele informa que esta região tinha por nome Quiriate-Arba, sendo Arba pai de Anaque, que por sua vez era pai daqueles que Calebe expulsara. Josué informa a conquista da terra no cap. 10, falando de diversas cidades conquistadas. porém no cap. 15 ele fala alguns pormenores da conquista, pormenores iniciados no cap. 14, quando Josué fala da herança da terra, (pormenores estes que no caso, são esplêndidos esclarecimentos históricos.) Conforme falei, já discutimos sobre casos como este. falta-lhe a você e a sua “fonte” princípios de Hermenêutica Bíblica. e isto é fatídico com uma pessoa que, na ânsia de provar “o que não existe”, acaba por “esconder de sí mesmo o que está bem ao alcance dos olhos”.

O outro caso é Hai. ora, minha cara, você sabe quantos anos se passaram de Josué a Esdras? Uns MIL ANOS.aproximadamente. Durante este período, até o chão das cidades que Josué edificou com o povo, em sua época, não era o mesmo sobre o qual Esdras caminhava. Jerusalém já havia sido destruída. cidades, neste espaço de tempo nasceram e morreram. cidades, p. ex., nascem na mesma região que outrora fora outra cidade, com outro nome. Observe o exemplo de Jericó, uma das cidades mais faladas do AT. Somente a Bíblia nos fala de duas construções de Jericó (Js. 6:26 e 1 Rs. 16:34 – leia estes textos por favor.) com um espaço de tempo de uns 600 anos.Com certeza histórica, esta Hai não era a mesma que Josué destruíra.mas sua reconstrução.

Em tempo: A Jericó da atualidade está a, aproximadamente, 14 metros acima da Jericó dos dias de Josué.Novo Dicionário da Bíblia – 1 Volume.

Ah! O caso “clássico” de Saul (ela argumenta aqui, o já “clássico” caso da “contradição” bíblica sobre a morte do rei Saul, de Israel, descrito em primeiro e segundo Samuel, aparentemente de formas diferentes). Já foram dadas tantas explicações para este caso que me admira que você o use.mas, vamos lá. Em 1 Sm. 31:4-6, o autor escreve o que, “de fato”, acontecera com Saul, ou seja, seu suicídio. Contudo, o mesmo escritor, em 2 Sm. 21:12, relatando um caso com Davi e os gibeonitas, fala do campo “onde os filisteus mataram a Saul”. Ora, Saul era “ferido gravemente” (1 Sm. 31:12), o que implicaria na certeza de sua morte, ou por causa do ferimento. ou por causa dos filisteus que o alcançariam com certeza. Tanto, que seu orgulho nacionalista não o permitiu, e ele recorreu ao suicídio. Sendo assim, de certa forma, “os filisteus mataram a Saul” de fato.Seria o mesmo que dizer que os aliados, na Segunda Guerra Mundial, “destruíram” a Hitler e destruíram seu império. o que ocorreu, de certa forma, pois sabendo que iria morrer, com os soldados à sua porta, bem sabemos, pelos registros, que Hitler se suicidou, “destruindo-se” a si mesmo, não dando mais chances a si de causar insurreições futuras, sob o controle dos aliados. O amalequita (2 Sm.

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1:8-10), que disse ter matado a Saul, o fez para agradar ao novo rei, Davi. somente não contava com o zelo e temor a Deus deste último.

Você também comentou o caso dos números nas guerras de Davi (neste ponto ela cita várias “discrepâncias” nas narrativas de 1 Cr. 18:4 e 2 Sm. 8:4, quanto à contagem de homens na guerra, e carros de combate usados na mesma, sugerindo que o escritor de 1 Cr., por ser posterior ao de 1 Sm. não teve contato nenhum com este último, negligenciando deliberadamente uma excelente fonte histórica).Ora, sendo 2 Samuel um dos documentos dentre os quais se baseou o escritor de 1 Crônicas, como poderosa fonte histórica, é bastante improvável que este último escritor tenha deixado por desapercebido um detalhe numérico importante como este. contudo depende de como os escritores destes livros viam seus números. alguns contavam jovens abaixo de 20 anos como “homens aptos à peleja”.embora usualmente se contassem homens com mais de 20 anos. Por uma razão semelhante encontramos a aparente discrepância entre os números de 2 Sm. e 1 Cr.a omissão dos carros, por exemplo (2 Sm. 8:4 e 1 Cr. 18:4) pode ser explicada se de fato todos os foram usados em batalhas posteriores, pois se não o fossem, seriam contados apenas os usados, por exemplo.

Quanto ao censo de Israel (ela alega uma “séria” contradição bíblica, quando mostra em 1 Cr. 21:1 que Satanás incitou Davi para recensear o povo, enquanto em 2 Sm. 24:1, o autor afirma que “Deus incitou a Davi” para que contasse o povo. Este problema configuraria-se, se não houvesse resposta, não apenas em um erro escriturístico, mas um sério erro teológico do A.T.), a linguagem de 2 Sm. é nitidamente figurada, pois Satanás foi “usado” como uma espécie de prova para tentar Davi a confiar em seus homens.não em Deus. Ora, quando o autor de 2 Sm., no cap. 24 verso1 diz Deus, ele o faz indiretamente, pois em sua falta, Davi pecou e trouxe a ira de Deus sobre sí.Observemos que o texto de 2 Samuel afirma que a “ira do Senhor se acendeu sobre Israel”. porque? Em um ensaio escriturístico perfeitamente compartilhado, a literatura de 1 Crônicas interpreta a passagem de 2 Samuel, colocando Satanás como mero objeto da “ira do Senhor”, sobre o pecado de Davi, em querer contar seu exército, por vanglória ou mesmo para assegurar-se por meio de seus exércitos. O escritor de Crônicas afirma que Satanás “incitou”, que pode ser traduzido por “instigou” e “fomentou”, “fez crescer” este desejo no coração de Davi. Tal sentimento, não nos esqueçamos, começou com DAVI (observe Mt. 15:19). O Senhor não admitiu tal comportamento. mas, como continuasse com ele, o Senhor se irou com a obstinação do homem, e permitiu que Satanás fosse o instrumento para a fomentação do pecado, que por sinal teve trágicas consequencias. aqui também, não há contradição.

(As demais questões numéricas explicam-se perfeitamente com os dados históricos por nós fornecidos. quaisquer dúvidas, ainda, favor resxplicar-nos mostrando exatamente EM QUÊ consiste a dúvida.)

Você também fala que a terra VAI permanecer para sempre (aqui há o questionamento sobre o fim de todas as coisas visíveis, como as conhecemos, com descrito em Apocalipse 21. Para tal argumentação foram usados os textos de Salmos 104:5 e Ec. 1:4). Ora, nem Salmo 104:5, nem Ec. 1:4 falam que a terra VAI permanecer para sempre. O verbo no grego, como fora traduzido, dá a idéia de presente contínuo, ou seja, “a terra vai permanecendo para todo o sempre”, não permanecerá.daí o porquê, na redenção da Criação, João escrever: “Ví um novo céu e uma nova terra.” Ap. 21:1a

Quanto aos sacrifícios de Lev. 1:1-9 e Jer. 7:22 (a argumentação aqui é a contradição entre o texto de Levítico e o de Jeremias, ambos em questão, que aparentemente “anulam-se” pelo fato de Deus ordenar algo no primeiro, e, aparentemente, negar o fato, no segundo), os momentos aos quais os escritores se referem são distintos.à época de Jeremias, Deus lembra ao povo que o havia tirado do Egito para este servir a Ele. em que, por sinal, falharam os israelitas.Contudo, após o advento do sistema sacrificial, sobre o qual se encontra toda a religião judaica, ensinada passo a passo por Deus, no AT (Observe Lv. 1) o legalismo tomou conta de muitos judeus, ao ponto de, mesmo obedecendo o sistema sacrifical, abraçaram a imoralidade, idolatria e injustiça, como acontecia nos dias de Jeremias. Obviamente que Deus tinha ordenado sobre o sistema sacrificial.mas este não era mais

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importante que corações íntegros e retos perante o Senhor. Por isto, em Jeremias, Deus lembra os israelitas de uma época em que não havia Lei alguma (a época imediatamente posterior à saída do Egito, época em que ainda não havia Lei).que veio a ser necessária posteriormente pela “dureza dos corações dos homens”.

Você também citou o caso das punições das iniquidades dos pais nos filhos, e a aparente “contradição” com a ordem de que o filho não pode ser castigado pela maldade dos pais. (Dt 5:9 e 24:16, respectivamente). Ora, os CONTEXTOS, embora no mesmo capítulo, são totalmente diferentes. Bem, de qualquer forma, a análise gramatical, outro requisito da Exegese, levaria você a perceber que em Dt. 5:9, há a frase “daqueles que me odeiam”, implicando que cada membro da geração citada odeia ao Senhor. Ora, Deus é perfeitamente justo, ele não tomará o ímpio por inocente, ou o inocente por ímpio.O pecado é pessoal e intransferível, e isto ele vai dizer, exatamente, em Dt. 24:16b: “Cada um morrerá por seu próprio pecado.” Posteriormente você também cita Adão, argumentando que não pode ser culpada pelo do mesmo, e alega que isto se constitui uma “injustiça da parte de Deus”. Por Adão, a Bíblia informa que entrou o pecado no mundo:

“Portanto, assim como por um só homem [entrou o pecado] no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram” Romanos 5:12

A explicação das Sagradas Escrituras é lógica.eu não sou culpado pelo pecado de Adão.mas por meus pecados. observe que a Bíblia diz: “.todos pecaram.” Por Adão houve o livre acesso do pecado. pois o homem foi expulso e não estaria mais no estado de Graça como e era no Jardim do Éden. A partir do pecado de Adão houve a Queda.com esta houve a fatídica “separação”. de Deus e o homem, que passaria a pecar. Separação esta perfeitamente restaurada na pessoa de Jesus Cristo. pois este é “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. No Tabernáculo e, posteriormente, no Templo judaicos, havia 3 acessos: o primeiro era do Pátio para a ante-sala.este era o “Caminho”. o segundo era desta ante-sala para o Lugar Santo, este era a “Verdade”.e daí para o Lugar Santíssimo, ou Santo dos Santos (onde ficava a Arca da Aliança, simbolizando a presença de Deus), era a “Vida”. Quando Jesus Cristo morreu, na cruz. as Sagradas Escrituras informam que o véu do Templo (que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos) rasgou-se de alto a baixo (Lc. 23:44-45). ora, dias antes, Jesus Cristo havia dito: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14:6, isto é, simbolizando que é por ele que se promove a volta ao Pai. e retorno do estado de separação, pois todos pecamos. e precisamos nos reconciliar com Deus:

“Porque todos pecaram, e destituídos estão da glória de Deus” Romanos 3:23. Mas, como também nos informa a Bíblia:

“Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente isso, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora temos recebido a reconciliação” Romanos 5:10-11.

Quanto às genealogia (aqui ela comenta que há falhas e mais falhas no relato das genealogias judaicas, inclusive com a da pessoa de Jesus Cristo) deixe-me explicar algo que lhe passou desapercebido. Em primeiro lugar, nas genealogias hebraicas ( e de muitos povos antigos), alguém que gerasse outra pessoa não necessariamente era seu pai. mas seu antecessor, o qual era contado nas genealogias de alguns, que o consideravam importante, como “pai”. ou, didaticamente, era colocado como seu progenitor.mas era um antepassado seu. isto é muito comum, por exemplo, em Gênesis. e nas Crônicas dos reis de Israel e Judá: aqueles de menor relevância histórica, não eram contados, por alguns escribas, nas genealogias (isto, especialmente se vê, em Crônicas, pois o livro trata dos atos dos reis mais pormenorizadamente.). Não há portanto conflito algum, em a Bíblia, em algum momento, chamar alguém de “pai” de outro, quando na verdade aquele fora um antecessor seu.

Quanto à questão de nomes.me surpreende (de verdade!) o fato de você não saber que era, e ainda é bastante comum pessoas terem mais de um nome no Oriente. bem, sem um conhecimento básico como este, reservo-me a não comentar mais sobre este assunto.

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Quanto à questão da tentação de Jesus, você afirmou que há uma adiversidade cronológica quanto à disposição dos fatos propostos por Mateus (4:5-10), com os de Lucas (4:5-9). Contudo você não notou a expressão em Mt. 4:8, “novamente”. Esta palavra, em seu sentido original, quer dizer “de novo, mais uma vez”. Ora, Satanás já havia, levado ao Senhor Jesus Cristo a um monte, se não, o evangelista não teria usado esta expressão.esta primeira vez, que Jesus fora tentado, em algum momento destes quarenta dias, pode ter sido muito bem a ocasião relatada por Lucas.ou seja, quanto a “tentação do monte”, os evangelistas estão falando de momentos diferentes. Jesus não somente foi tentado por estes pecados, especificamente relatados. Hebreus 4:15, referindo-se a Jesus, na sua condição humana, afirma que “em tudo foi tentado, mas sem pecado”. O termo “novamente” aparece de forma incisiva do texto. A disposição cronológica está correta. é preciso entender que, muito provavelmente, não houve apenas aquelas tentações no período de quarenta dias.

Outra questão proposta por você é a da Vida Eterna. Ora, quem crê em Jesus Cristo, o Filho de Deus “tem a vida” (Jo. 3:36), por que? (Aqui as fontes que ela usou em suas teses põem em dúvida a forma como nós entendemos a soteriologia. Ela questiona se é preciso apenas “crer”, para sermos salvos, ou é preciso “amar” ao Senhor, dedicando-lhe, com exclusividade, a vida, os pensamentos, as aspirações, etc.). O vocábulo “crê”, no grego, tem muito mais implicações que apenas nosso entendimento no português, do mesmo vocábulo (no português, “crer” significa apenas “acreditar”, não é?) “Crer”, empregado aqui por João, significa “seguir, obedecer, cumprir as determinações, ser discípulo”! Ora, somente quem ama ao Senhor, “crê” no Senhor. Quem acredita piamente ao ponto de ser discípulo, seguidor do Senhor, este o ama:

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21 (observe também Jo. 14:15)

Em Lucas 10:25-28, também está o mandamento de “amar ao próximo”, e, fazendo-o assim nós “viveremos” (verso 28). Ora, o contexto daquele texto era um teste de respostas com o Senhor, pois, como deixa claro o evangelista, o doutor da Lei o queria experimentar. Por isso, pouco depois, ele pergunta ao Senhor quem é seu próximo, ao que Jesus lhe responde nos contando a parábola do bom samaritano. Mas, que exemplo divino! Daquela forma, o Senhor Jesus Cristo exemplificava o amor. (não se esqueça de Jo. 14:21!), ora, quem ama ao Senhor, deve portanto, guardar seus mandamentos. e, no que se refere às relações humanas, o principal de seus mandamentos é amar ao próximo como a sí mesmo. Entende? E você fala ainda dos dez mandamentos.a lei.bem, não teria melhor palavras que as inspiradas por Deus, ao apóstolo Paulo, em Romanos 13:8:

“A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei.”

O amor é a base de tudo.quem ama ao Senhor, lhe obedece.quem ama ao Senhor cumpre a sua lei.e se cumpre a sua lei, ama a seu próximo.pois esta é a sua lei.e toda a lei, de fato, se resume “amar a Deus, sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

(Ela argumentou que o sermão do sermão do monte teve 9 bem aventuranças (Mt. 5:3-11), enquanto que em Lucas, somente estão registradas 4 bem aventuranças (Lc. 6:20-22). Não se esqueça, contudo, que tudo o que Lucas escreveu, Mateus escreveu, ou seja, se houvesse contradições, tudo bem. mas esta argumentação é clara de alguém que, deliberadamente, quer apenas achar contradições nas Sagradas Escrituras, e está tão obstinado quanto a isso, que está se deixando levar pela falta do mínimo de consciência crítica escriturística. Lucas, escreveu o essencial das bem aventuranças.não discordando em nada do que Mateus escreveu, que por sinal, está em sua totalidade. Se você dá um discurso, e eu repito metade dele, e um outro o repete todo, não entramos em contradição em momento algum, a não ser que eu diga que o que falei era tudo que você tinha falado. quando a outra pessoa é que, realmente, está repetindo tudo. Lucas, em momento algum, disse que o que ele tinha escrito das bem aventuranças era tudo o que o Senhor havia falado no monte.isto, de forma alguma, é uma contradição.!

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Quanto à escolha de Mateus (ou Levi) antes ou depois da tempestade (Mt. 8:26, 9:9 e Mc. 2:14, 4:39) você tem de entender o estilo de Marcos (aqui ela afirma que há uma contradição entre os dois evangelhos, pois um relata a escolha de Mateus antes da tempestade (Macos), e o outro depois da tempestade (Mateus). Observe os contextos dos textos de Marcos 3 e 4. Ele começa os textos com a expressão “outra vez”, que significa “em um outro momento.”, ora este outro momento diferencia da ordem do capítulo 1 para o 2, quando ele começa este último com a expressão “alguns dias depois.”; aí sim!., a ordem do capítulo 1 para o 2 é cronológica.mas não necessariamente do 2 para o 3, ou do 3 para o 4. portanto, a ordem dos acontecimentos, registrada por Marcos, eqüivale-se a Mateus. tendo-se em mente que Mateus usou, nos capítulos 8 e 9 de seu registro, a ordem cronológica dos acontecimentos. todos os estudiosos e até críticos da Bíblia são unânimes em afirmar que não há contradições nestes trechos.

(Ela (ou a sua fonte.) também usa os textos de Mt. 8:5-7 e Lc. 7:2-3, 6-7 para apresentar outra “contradição” das Sagradas Escrituras, quando em um evangelista um centurião “se apresenta” a Jesus. enquanto em outro evangelista, se apresentam seus empregados a pedir-lhe que cure o servo do centurião que estava doente) . Esta também é clássica na história dos que buscam contradições na Bíblia. mas, eu ainda reflito: Como posso questionar um livro.um povo.um fato acontecido no meio deste povo.e o livro que relata este fato. se não sei costumes básicos da cultura, expressos principalmente nos escritos deste povo.no qual se desenrola o fato que questiono? Vai uma dica: Ao tentar contradizer a Bíblia, cara “darkhella”, estude-a sem pressupostos.pois os mesmos são muralhas que não nos deixam ver além. saiba, que se existem gigantescos institutos que apoiam a inerrância das Sagradas Escrituras, alguém deve ter visto e revisto estes problemas muito antes de você, não acha? Procure ler a Bíblia com algum livro que ajude em seu entendimento, e não traga mais trevas e dúvidas, em um “lugar” que está claro. e que, com um pouco de esforço, podemos ver que não há a necessidade de dúvidas.já bastam as do nosso dia a dia, pois não sabemos se vamos morrer daqui a 30, 40 anos, ou se vamos morrer amanhã.não sabemos dos rumos da nação. do estado de saúde daqueles que amamos.do futuro de nossas empresas e empregos, do futuro do globo.já temos dúvidas demais. procure, portanto, um livro que esclareça suas dúvidas quanto às Sagradas Escrituras(lembro-lhe os que sugeri, no começo deste texto), e não livros que “aumentem o negrume das trevas”. Mas voltando aos textos.Lucas, que como falei, foi um dos mais meticulosos escritores do NT, relata, o que caracterizava-se como um costume, tal qual um aperto de mão é um sinal de acordo, ou felicitações, que era o de o senhor enviar seus servos para se falar em seu nome. Isto acontece por demais nas páginas das Sagradas Escrituras, quando, por exemplo, o Senhor Deus “fala” através de um de seus servos. ou ordena que esses servos escrevam em seu nome.(observe todos os profetas que profetizam “Assim diz o Senhor.”), este tal profeta fala em 1ª pessoa, pois tal era o costume daquela região (do Egito às nações do Oriente) . Mateus conta o caso, de forma tão direta, pois seu público (que era o de judeus!) sabia muito bem como era o costume. então não interessava se fora o próprio centurião a falar com Jesus ou seus servos., “virtualmente”, em quaisquer dos casos, era o centurião a falar com Jesus Cristo.! Entendeu? Seus servos o representavam. “eram ele”! E falavam em primeira pessoa, como era por demais costumeiro à época.Observe que Lucas fala que os servos do centurião falaram duas vezes com Jesus Cristo, enquanto que Mateus sintetiza o fato, colocando como um único diálogo.ocorrido todo a uma mesma hora.Não importa.o sentido é perfeitamente o mesmo.pois a história não tem contradições, uma vez que o público de Mateus sabia muito bem dos costumes de servos e vassalos.diferentemente do público de Lucas (Teófilo, grego, e todos os gregos que leriam com ele – Lc.1:1-2), para os quais o evangelista faz questão de frisar que eram os servos do centurião. que falavam em seu nome!.

Bem, “darkhella”, quanto à questão do juízo por parte de Jesus Cristo (aqui ela questiona quando se dará o juízo de Deus, uma vez que o Senhor, como Deus, poderia ter julgado o mundo, se tivesse realmente vindo a ele, como Deus, na sua primeira vinda), este, obviamente não seria executado quando da sua primeira vinda, mas na sua segunda vinda. na sua próxima vinda, a segunda, o Senhor virá como de fato o é, não como da primeira, onde o profeta, falando ao seu respeito, relata:

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“Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.” Isaías 53:2-3

Mas, na sua segunda vinda, o Senhor Jesus Cristo virá em Glória, julgar o homem, e destruir o diabo e seus seguidores:

“E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça. Os seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. Estava vestido de um manto salpicado de sangue; e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus (Leia Jo. 1:1, 14 – Este é o Senhor Jesus Cristo). Seguiam-no os exércitos que estão no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações; ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. No manto, sobre a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores. E vi um anjo em pé no sol; e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, ajuntai-vos para a grande ceia de Deus, para comerdes carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e dos que neles montavam, sim, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes. E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava montado no cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.” Apocalipse 19:11-20

E ainda:

“Ao que lhe disse Jesus: Em verdade vos digo a vós que me seguistes, que na regeneração, quando o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, sentar-vos-eis também vós sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.” Mateus 11:28

Entende? O julgamento será conjunto, pois o Justo Juiz é o Senhor! Então, um cuidado que devemos ter, quando fazemos alguma exegese de um texto que traz simbologias, ou é escatológico (como o é Apocalipse), devemos ter o cuidado de não literalizar passagem alguma, bem como não podemos, deliberadamente, usar textos, fora do contexto, para nos servir de pretexto! O contexto no qual você disse que o Senhor falou que não iria julgar (Jo. 8:15, 12:47) é o contexto humano, ou seja, enquanto ele estava como homem. aqui, sua missão era a pregação do advento do Reino, o arrependimento da vida pecaminosa,. bem como o testemunho do surgimento de uma nova era para o homem.a era da esperança da salvação!

Gostaria de que soubesse que estou pronto, a qualquer momento, para responder mais e mais dúvidas. se não respondi algumas diretamente, o fiz indiretamente, dando-lhe subsídios para tal.Boas exegeses e Hermenêutica futuras. cuidado com os pressupostos. abandone quaisquer idéias satanistas! (O mundo já está doente demais. garanto-lhe que o que ele menos precisa é de mais satanistas.!), procure ler a Bíblia com um bom livro (um manual bíblico, uma enciclopédia bíblica), um livro que ajude-a a trazer luz para suas dúvidas (por favor, não procure ler “a constituição americana com um código socialista de lado”, entendeu?), espero ter-lhe respondido de alguma forma. Deus a abençoe.

“ Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.”

João 6:68

Artur Eduardo, Recife, 19/11/1999

FIM

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