conteudos 4

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que aqui falámos no primeiro número. Concluído o prazo de discussão pública do Documento sobre a Reforma da Saúde Pública”, temos pela frente tem- pos de parcular im- portância e responsabi- lidade. E tenhamos consciência das dificul- dades e dos obstáculos que é preciso ultrapas- sarProvavelmente, iremos voltar a discur as dife- rentes ideias e expecta- vas sobre o que deve ser a saúde pública, as prioridades de intervenção e os modelos de organização a adoptar. Decisão, que deverá envolver, não só os profissio- nais de saúde pública, mas também os outros profissionais de saúde e a própria socieda- de. Haja a capacidade para se en- contrar uma matriz com o que for essencial, mas respeitando e preservando as diferenças. A diversidade das intervenções e a muldisciplinaridade da saú- de pública, sendo dificuldades para a formatação do modelo de organização”, sempre foram Neste segundo ano de edição do e-Bolem, coexistem os sen- mentos de objecvos cumpri- dos e de desafio redobrado. Os primeiros, pela diversidade e qualidade geral dos seus conteúdose pela grande par- cipação dos profissionais da USP no projecto. Os segundos, pelo generalizado apoio que nos tem sido manifestado e pelos múlplos esmulos rece- bidos para a sua connuidade. Apraz verificar a afirmação do Conteúdoscomo espaço de referência interna e relacional, onde se podem parlhar opini- ões, experiências, curiosidades ou reflexões, num formato leve e com uma imagem agradável à vista e à leitura. Esperamos poder connuar a cuidar bem do bonsai e da flor do cacto, de SUMÁRIO Sopram ventos... 1 Logotipo da USP 1 Febre Amarela - Uma doença (re)emergente 2 Cuidar na Dignidade da Pessoa 3 O SAL - Sua história, os vários tipos e utili- zações... 4 MINORSAL.SAUDE - Redução do Sal na Alimentação: Estraté- gias de intervenção no ACeS Pinhal Litoral 5 6ª Campanha de pre- venção - Abril 2016 Maus tratos a crianças e jovens 6 Articulação entre níveis de cuidados: A Unidade Coordenado- ra Funcional da Diabe- tes 6 Consumo de Quinolo- nas no ACES PL em 2015 8 Reflexão sobre viajan- tes 9 A atividade física e o desporto 9 Diabetes: Um proble- ma de Saúde Pública Global 10 UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA ACES PINHAL LITORAL e-Boletim da Unidade de Saúde Pública MAIO DE 2016 Ana Nascimento Ana Silva Cátia Santos Gracinda Junqueira Hélder Carreira Isabel Craveiro Jorge Costa Lourdes Costa Manuel Cardoso Odete Mendes Paula Fernandes Rui Passadouro AUTORES NÚMERO IV QUADRIMESTRAL ACES PINHAL LITORAL Conteúdos Sopram ventos... Jorge Costa Coordenador da Unidade de Saúde Pública também uma mais-valia, que importa manter. Será também uma forma de fazer o tributo ao muito e presgiante trabalho feito pela Saúde Pública nos úl- mos anos. Finalmente, em relação ao citado Documento, é de fazer uma refe- rência parcular ao seu quinto eixo sobre a Qualificação dos Serviços Locais de Saúde Públi- ca”, subscrevendo em absoluto a importância das quatro compo- nentes definidas: liderança, siste- mas de infor- mação, con- tratualização e acreditação. Como ele- mento selec- cionado para integrar a rede de USP- demonstra- ção, esta Uni- dade procura- rá dar o seu melhor con- tributo para a promoção e a dignificação da Saúde Pú- blica. Sopram ventos... Saibamos fazer com que sejam a favor. objeto de consulta, vindo a recolher a concordância de 94% dos profissionais da USP. O ACeS Pinhal Litoral, corres- pondente às Nomenclatu- ras de Unida- des Territoriais Após um longo período de de- bate e reflexão, foi finalmente decidido o novo logopo da Unidade de Saúde Pública do ACeS Pinhal Litoral. Desde o desafio inicial lançado a todos os seus profissionais, as ideias e propostas foram aparecendo e amadurecendo, culminando numa proposta final que foi - NUTS III, é constuído pelos con- celhos de Batalha, Marinha Gran- de, Leiria, Pombal e Porto de Mós. Tem como referências, en- tre outras, ser uma região com pinhal e serras (Pinhal de Leiria e Serra de Aire e Candeeiros) e com costa atlânca de praias e sol. >>>> P. 3 Logotipo da USP Jorge Costa Coordenador da Unidade de Saúde Pública Provavelmente, iremos voltar a discutir as diferentes ideias e expectativas sobre o que deve ser a saúde pública, as prioridades de intervenção e os modelos de organizaçãoHelder Carreira Enfermeiro hps://issuu.com/uspleiria

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O nº 4 do e-boletim conteúdos divulga as actividades da Unidade de Saúde Pública do ACES Pinhal Litoral. Inclui uma reflexão sobre a Febre Amarela, um estudo sobre o consumo de quinolonas e uma abordagem à problemática do sal na comida e aos programas de prevenção dos efeitos na saúde.

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Page 1: Conteudos 4

que aqui falámos no primeiro número.

Concluído o prazo de discussão pública do “Documento sobre a Reforma da Saúde Pública”,

temos pela frente tem-pos de particular im-portância e responsabi-lidade. E tenhamos consciência das dificul-dades e dos obstáculos que é preciso ultrapas-sar…

Provavelmente, iremos voltar a discutir as dife-rentes ideias e expecta-tivas sobre o que deve ser a saúde pública, as

prioridades de intervenção e os modelos de organização a adoptar. Decisão, que deverá envolver, não só os profissio-nais de saúde pública, mas também os outros profissionais de saúde e a própria socieda-de.

Haja a capacidade para se en-contrar uma matriz com o que for essencial, mas respeitando e preservando as diferenças. A diversidade das intervenções e a multidisciplinaridade da saú-de pública, sendo dificuldades para a “formatação do modelo de organização”, sempre foram

Neste segundo ano de edição do e-Boletim, coexistem os sen-timentos de objectivos cumpri-dos e de desafio redobrado. Os primeiros, pela diversidade e qualidade geral dos seus

“conteúdos” e pela grande par-ticipação dos profissionais da USP no projecto. Os segundos, pelo generalizado apoio que nos tem sido manifestado e pelos múltiplos estímulos rece-bidos para a sua continuidade.

Apraz verificar a afirmação do “Conteúdos” como espaço de referência interna e relacional, onde se podem partilhar opini-ões, experiências, curiosidades ou reflexões, num formato leve e com uma imagem agradável à vista e à leitura. Esperamos poder continuar a cuidar bem do bonsai e da flor do cacto, de

S U M Á R I O

Sopram ventos... 1

Logotipo da USP 1

Febre Amarela - Uma doença (re)emergente

2

Cuidar na Dignidade da Pessoa

3

O SAL - Sua história, os vários tipos e utili-zações...

4

MINORSAL.SAUDE - Redução do Sal na Alimentação: Estraté-gias de intervenção no ACeS Pinhal Litoral

5

6ª Campanha de pre-venção - Abril 2016 Maus tratos a crianças e jovens

6

Articulação entre níveis de cuidados: A Unidade Coordenado-ra Funcional da Diabe-tes

6

Consumo de Quinolo-nas no ACES PL em 2015

8

Reflexão sobre viajan-tes

9

A atividade física e o desporto

9

Diabetes: Um proble-ma de Saúde Pública Global

10

U N I D A D E D E S A Ú D E

P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

e-Boletim da Unidade de Saúde Pública

M A I O D E 2 0 1 6 Ana Nascimento

Ana Silva

Cátia Santos

Gracinda Junqueira

Hélder Carreira

Isabel Craveiro

Jorge Costa

Lourdes Costa

Manuel Cardoso

Odete Mendes

Paula Fernandes

Rui Passadouro

A U T O R E S

N Ú M E R O I V

Q U A D R I M E S T R A L

ACES PINHAL LITORAL

Conteúdos

Sopram ventos... Jorge Costa Coordenador da Unidade de Saúde Pública

também uma mais-valia, que importa manter. Será também uma forma de fazer o tributo ao muito e prestigiante trabalho feito pela Saúde Pública nos últi-mos anos.

Finalmente, em relação ao citado Documento, é de fazer uma refe-rência particular ao seu quinto eixo sobre a “Qualificação dos Serviços Locais de Saúde Públi-ca”, subscrevendo em absoluto a importância das quatro compo-nentes definidas: liderança, siste-mas de infor-mação, con-tratualização e acreditação.

Como ele-mento selec-cionado para integrar a rede de USP-demonstra-ção, esta Uni-dade procura-rá dar o seu melhor con-tributo para a promoção e a dignificação da Saúde Pú-blica.

Sopram ventos... Saibamos fazer com que sejam a favor.

objeto de consulta, vindo a recolher a concordância de 94% dos profissionais da USP.

O ACeS Pinhal Litoral, corres-pondente às Nomenclatu-ras de Unida-des Territoriais

Após um longo período de de-bate e reflexão, foi finalmente decidido o novo logotipo da Unidade de Saúde Pública do ACeS Pinhal Litoral. Desde o desafio inicial lançado a todos os seus profissionais, as ideias e propostas foram aparecendo e amadurecendo, culminando numa proposta final que foi

- NUTS III, é constituído pelos con-celhos de Batalha, Marinha Gran-de, Leiria, Pombal e Porto de Mós.

Tem como referências, en-tre outras, ser uma região com pinhal e serras (Pinhal de Leiria e Serra de Aire e Candeeiros) e com costa atlântica de praias e sol. >>>> P. 3

Logotipo da USP Jorge Costa Coordenador da Unidade de Saúde Pública

“Provavelmente,

iremos voltar a

discutir as

diferentes ideias

e expectativas

sobre o que

deve ser a saúde

pública, as

prioridades de

intervenção e os

modelos de

organização”

Helder Carreira Enfermeiro

https://issuu.com/uspleiria

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P Á G I N A 2

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E

P Ú B L I C A

Febre Amarela - Uma doença (re)emergente As preocupações com a prevenção da febre amarela, em particular no con-texto da Medicina do Viajante, já nos acompanham há duas décadas. Con-tudo, nos dias de hoje estas continu-am presentes, apresentando-se, no entanto, com alguns contornos dife-rentes, fruto dos contextos sociais e epidemiológicos sempre em mudan-ça.

Esta infeção é autóctone nos países da África subsaariana, localizados a norte de Moçambique, e da região Amazónica na América do Sul, como o Brasil e países limítrofes.

Sabemos que se trata de uma doença com transmissão por vetor, o mosqui-to Aedes Aegypti, provocada por um vírus da família Flavivírus. Os sinto-mas surgem cerca de 3 a 7 dias após a picada do mosquito, com um quadro inespecífico, que inclui febre, mal-estar geral, astenia, cefaleias, mialgi-as, dor abdominal e lombar, e queixas gastrointestinais, como diarreia e vó-mitos. A evolução para a chamada “fase tóxica”, menos frequente, apre-

senta um pior prog-nóstico: caracteriza-se por complicações hemorrágicas e in-suficiência hepática, a que se associa o aparecimento de icterícia, motivo pelo qual a doença é conhecida por Febre Amarela.

Felizmente, um grande número de casos é assintomáti-co e de curso beni-gno. Por isso, o di-agnóstico formal só é possível através de testes específi-

cos, como serologia positiva para o vírus.

Como para a maioria das doenças virais, não existe tratamento dirigido, pelo que a estratégia terapêutica con-templa apenas o tratamento sintomá-tico/de suporte. Desta forma, a taxa de letalidade é elevada, atingindo os

50%. Estão contraindicados o ácido acetilsalicílico ou outros AINEs, deven-do optar-se por outros analgésicos/antipiréticos, como o paracetamol.

Tendo em conta a ausência de trata-mento eficaz e a possível gravidade desta infeção, a prevenção é a estraté-gia prioritária. Esta inclui duas medi-das: em primeiro lugar, a prevenção da picada do vetor, recorrendo a repelen-tes, vestuário adequado (roupas com-pridas e frescas), rede mosquiteira para dormir (impregnada de Permetra-no) e, não menos importante, utiliza-ção do ar condicionado em ambientes fechados; em segundo lugar, a medida mais eficaz, a vacinação.

A Vacina

A vacina apresenta uma elevada eficá-cia, acima dos 95%, estando disponível entre nós a vacina Stamaril®.

Até Junho de 2014, era aconselhada a administração de uma dose da vacina a cada 10 anos, mas, a partir dessa data, a OMS alterou as recomendações, ga-rantindo existir eficácia vacinal para toda a vida, na fase adulta. Ainda este ano, também a revisão do Regulamen-to Sanitário Internacional (RSI), irá uni-formizar esta prática.

A vacinação deverá ser aplicada aos viajantes para países de risco, pelo menos 10 a 15 dias antes da partida, garantindo, desta forma, a existência de imunidade nessa altura.

A (Re)emergência da Epidemia de Febre Amarela em Angola

Esta patologia voltou a estar na ordem do dia, desde dezembro de 2015, quando começou uma nova epidemia de febre amarela em Angola, com 1645 novos casos e 230 óbitos conhe-cidos até 14.04.2016.

Tal situação não acontecia desde 1986, data da notificação do último caso em Angola. Porém, em virtude da negli-gência governamental mantida nas últimas décadas, no que à cobertura vacinal diz respeito, Angola é atual-mente o epicentro deste problema e o país que, pelas relações de proximida-de com Portugal, continuará a ser a nossa maior preocupação, como fonte

de importação e motivo de reforço na recomendação da vacinação dos via-jantes. Foram também já identificados casos no Congo, Quénia, Mauritânia e China, mas, até à data, tratam-se ape-nas de casos importados de Angola e não autóctones.

Se a recomendação da vacinação era já previamente rotineira, hoje é absoluta-mente vital relembrar a sua necessida-de; deverão ainda ser desencorajados todos os atalhos e desvios à mesma, que potenciam o ressurgimento deste tipo de doenças, como a conhecida “gorjeta” à entrada em Angola, que garantia um carimbo de vacinação pela Imigração. Tais relatos chegaram-me através da Consulta do Viajante da USP de Leiria, onde alguns utentes recorre-ram a fim de serem efetivamente vaci-nados.

Como já previamente referido, todo os portugueses adultos aos quais foi ad-ministrada a vacina Stamaril® estão protegidos para toda a vida, sem ne-cessidade de doses de reforço, como previamente recomendado. Contudo, com esta nova epidemia, as autorida-des angolanas não estão a aceitar a validade vitalícia da vacina, criando entraves à entrada no país quando esta foi aplicada há dez ou mais anos. Tendo em conta este obstáculo, a DGS assumiu que estes viajantes deverão ser revacinados até à efetivação da revisão do RSI.

Que riscos corre Portugal?

No território português, o potencial risco de transmissão desta doença res-tringe-se à Madeira, única região do nosso território onde encontramos o mosquito Aedes Aegypti. Aí, embora o mosquito apresente uma densidade populacional muito baixa, a DGS e Re-gião Autónoma da Madeira já estão a elaborar um Plano de Ação com vista à prevenção da multiplicação do vetor, bem como estão a ser envidados esfor-ços para a identificação atempada de eventuais casos importados de Angola.

A Educação para a Saúde e a Medicina do Viajante têm na prevenção desta doença um papel muito importante.

Ana Silva Médica de Saúde Pública

“A vacinação

deverá ser

aplicada aos

viajantes

para países

de risco, pelo

menos 10 a

15 dias antes

da partida,

garantindo,

desta forma,

a existência

de imunidade

nessa

altura.”

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Cuidar na Dignidade da Pessoa P Á G I N A 3

Sentado num banco de jardim de cor escurecida pelo tempo, auxilio-me de um pequeno papel e lápis de carvão afiado pelo passar do estilete de grafite numa pedra de xisto.

Resultado de circunstância ou ato suce-dido, minha mente segue o caminho de uma reflexão enquanto profissional de saúde com experiencia de cuida-dos de saúde primários e secundá-rios.

Se até há alguns anos atrás o exercí-cio da prestação de cuidados não privilegiava, ou não dava tanta ênfase ao cuidar, atualmente, com a procura de intervenções de qualidade, este revela-se como a pedra angular dos objetivos pré-definidos, ultrapassan-do o outro extremo – o tratar.

Tratar é ter uma visão redutora da existência, é olhar por um canudo e ignorar tudo o resto, é querer que o sol irradie somente para a terra, es-quecendo que o universo não tem fim… Tratar está centrado na patologia, não engloba a totalidade, não tendo portanto uma visão holística, é tratar de uma perna partida como uma situa-ção particular, não procurando com-preender ou entender a causa do ocor-rido, é administrar um medicamento para uma depressão ignorando a etio-logia subjacente…

Tratar em nada tem a ver com o cuidar, pois, no primeiro, o homem é visto como uma máquina com deficiência e não como um todo, ignora a multicau-salidade de fatores que estão inerentes a uma situação, é despersonalizar os

sentimentos que nos fazem humanos.

Cuidar, por sua vez, é ver para além do que os olhos veem, é pegar na mão e sentir o calor da pele, estabelecendo desta forma o contato terapêutico ne-cessário à otimização das capacidades do indivíduo, potencializando e encora-

jando-o à execução das tarefas diárias interrompidas ou afetadas pelo proces-so de doença.

Ao colocarmos no outro a confiança e o amor indispensáveis para a socialização, conseguimos fazer de um dia julgado pelo doente como mais um, em que as lágrimas percorreriam a face, desfigu-rando todo o rosto e até a alma, num em que a alegria de viver e o bem-estar psíquico é de tal forma evidente, que o coração parece querer saltar do peito não pela arritmia cardíaca que o pren-deu à cama, mas pelo carinho a atenção que aquele profissional está a ter para com ele.

Com este feedback, estamos não só a prestar cuidados globais à pessoa doen-te, mas também a crescermos como seres humanos sensíveis e preocupados com o outro.

Cuidar é um ato de respeito por quem sofre, é pegar em cada sílaba e conduzir

a um fim único, projetando para a tela do plano de cuidados a visão holística do doente. É a expressão da nossa humanidade, o essencial para o nosso desenvolvimento e plenitude.

Apesar de alguns profissionais conside-rarem este cuidar como uma utopia, não o é, pois, por vezes, um toque na face apresenta melhor efeito que uma caixa de terapêutica intramuscular ou oral…

Por convicção pessoal acredito ser possível unir as mãos em prol desta meta atin-

gível, fazendo des-tas palavras con-fundidas como uma só, uma práti-ca real no exercí-cio da profissão, elevando a nobre ciência da saúde à dignidade da pes-soa, ou por outras palavras, dar o carinho, quem sabe, até o sorriso, a quem já pensava não saber sorrir…

Logotipo da USP… (continuação)

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

N Ú M E R O I V

Helder Carreira Enfermeiro

“Cuidar é um ato

de respeito por

quem sofre, é

pegar em cada

sílaba e conduzir

a um fim único,

projetando para a

tela do plano de

cuidados a visão

holística do

doente. É a

expressão da

nossa

humanidade, o

essencial para o

nosso

desenvolvimento

e plenitude”

utilizada em diferentes situações, não só como imagem isolada ou em contextos de apresentação vertical e horizontal, mas também a cores ou a preto e bran-co.

A escolha da representação do pinhal/floresta foi a mais discutida, vindo a re-cair sobre uma árvore única com folha-gem similar ao do próprio logotipo do ACES, com o qual se pretendeu ter algu-ma coerência e complementaridade.

Esperamos ter conseguido uma imagem que possa vir a afirmar-se como símbolo

<<<<

Assim, a ideia base do logotipo, cen-tra-se na estilização dos temas da paisagem natural: pinhal, mar e sol. Escolheu-se uma imagem simples, de leitura directa, que pudesse ser

identitário e de coesão da nossa Unidade de Saúde Públi-ca, na qual todos os seus profis-sionais se possam rever e con-tribuir para dignificar.

Jorge Costa Coordenador da Unidade de Saúde Pública

Helder Carreira Enfermeiro

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P Á G I N A 4

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

Um bom exemplo disso, são as informações e documentação promovida pela DGS, nomeada-mente - ervas aromáticas – uma estratégia para a redução do sal na alimentação dos por-tugueses. (8)

Igualmente importante e que já está em curso em alguns países, é convencer os decisores políti-cos e da industria alimentar a reduzir paulatinamente a quan-tidade de sal (e açúcar) aos pro-dutos alimentares transforma-dos, com a indicação expressiva e clara das quantidades existen-tes, para a qual a legislação é e será um bom meio de defesa dos consumidores.

Em jeito de conclusão, o Sal (e o açúcar) são nutrientes impor-tantes e fazem parte da nossa alimentação diária. O acesso fácil a uma ingestão diária para lá do recomendado em comple-mento com fatores como o se-dentarismo, stress, etc., é que devem ser combatidos.

Referências Bibliográficas

1. http://saude.ig.com.br/alimentacao/dossie+do+sal/n1237998795957.html

2. http://www.bancodesaude.com.br/user/4155/blog/existem-mais-300-tipos-sal-conheca-mais-indicados

3. marisoares.wordpress.com/2009/05/29/origem-da-palavra-salario/

4. https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_sal

5. http://nutrikal.blogspot.pt/2013/05/conheca-alguns-tipos-diferentes-de-sal.html

6. http://www.aguas.ics.ul.pt/faro_salgema.html

7. https://pt.wikipedia.org/wiki/Sal-gema

8. www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-content/files_mf/1446660770Ervasarom%C3%A1ticasUmestrat%C3%A9giaparaaredu%C3%A7%C3%A3odosalnaalimenta%C3%A7%C3%A3odosPortugueses.pdf

O SAL encontra-se hoje no banco dos réus. A acusação? O sal pode aumentar a pressão arterial e esta pode provocar uma série de complicações nomeada-mente, doenças cérebro e cardiovascu-lares, insuficiência renal, entre outras. Ainda que as evidências estejam contra o condimento, condená-lo prontamente pode ser uma grande injustiça. (1)

Historicamente o sal estava muito ligado às transações económicas, tendo sido até motivo de guerras (A Marcha do Sal - Mahatma Gandhi). (2)

A importância do sal era tal, que a pala-vra SALÁRIO, derivada do latim salarium argentum, significa “pagamento em sal”, porque na época do Império Roma-no, o SAL era visto como uma iguaria muito cara. (3)

Curiosamente é a única "rocha" comes-tível pelo ser humano, difundiu-se em todas as gastronomias do mundo, não só como condimento, mas também co-mo conservante para alguns alimentos. Ademais têm-se-lhe atribuído simbolis-

mos como a fertili-dade. (4)

Modernamente, o sal possui ampla utilização em vá-rios processos quí-micos e industriais para além da sua utilização comum nas cozinhas. (4)

Existem mais de 300 variedades de sais, que são divi-didos em dois gru-pos: o marinho e o de rocha (sal-gema). O primeiro

surge da evaporação da água do mar e o segundo é retirado de minas subterrâ-neas que surgiram quando antigos lagos ou mares secaram. Os únicos locais de extração de sal-gema em Portugal locali-zam-se nas minas de Loulé e em Rio Maior. (5)

Aliás na mina de Loulé o sal é utilizado como terapia - Haloterapia (através da inalação do ar da mina durante 4/6 ho-ras diárias em salas a cerca de 230m de profundidade). (6)

A mistura de sal-gema com cloreto de cálcio é muito utilizado no comba-te ao gelo e à neve nas estradas dos países frios. Em Portugal esta utiliza-ção restringe-se principalmente aos distritos da Guarda, Vila Real, Bra-gança e Viseu. (7)

Por sua vez o sal do mar (marinho), é também o mais acessível para a ali-mentação. É obtido natural-mente através da evapora-ção causada pelo sol e pelo vento. Contém vários mine-rais, além do cloreto de sódio - como cálcio, potás-sio, magnésio e enxofre - e é considerado mais saboro-so que o sal de rocha. Pode ser amargo ou colorido, dependendo do local da extração e da concentração de minerais. O sal marinho é rico em oligoelementos, pode ter diferentes texturas devido à quantidade de minerais do sal de onde ele provém. (5)

Do ponto de vista nutricional, o sal é uma grande fonte de sódio, mineral fundamental, responsável pelo equi-líbrio hídrico do corpo, na condução de impulsos nervosos, na contração muscular e transporte de moléculas entre as nossas células. (2)

O controlo/vigilância da quantidade diária de sua ingestão iniciou-se ain-da no início do século XX, na popula-ção mundial de hipertensos, sendo que os passos gigantes em torno desta tarefa, começam a evidenciar-se nestes últimos anos através de estratégias de intervenção várias no qual a informação/formação é uma componente fundamental.

Segundo alguns nutricionistas “… o sódio (existente no sal) também é abundante na maioria dos alimentos naturais. Assim, é adicionado aos alimentos mais pela satisfação do paladar do que por uma real necessi-dade do organismo” (2)

Alterar comportamentos da popula-ção, com novas aprendizagens de satisfação do paladar, que não só o sabor a salgado, requer persistência e estratégias proactivas, principal-mente junto dos mais jovens.

O SAL - Sua história, os vários tipos e utilizações, sua importância no organismo e malefícios do seu consumo excessivo

Catia Santos Técnica de Saúde Ambiental

“Alterar

comportamentos da

população, com novas

aprendizagens de

satisfação do paladar,

que não só o sabor a

salgado, requer

persistência e

estratégias

proactivas…”

Page 5: Conteudos 4

P Á G I N A 5

Segundo o Relatório do Programa Naci-onal para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) 2014, a alimentação de má qualidade, em particular a ex-cessiva ingestão de energia provenien-te de gordura animal, de sal e o baixo consumo de substâncias protetoras presentes nos frutos e produtos hortí-colas, associada à inatividade física continuam a ser os principais determi-nantes do aparecimento de obesidade e de doença crónica em Portugal.(1)

O Plano de Ação de 2013-2020 da OMS, na área da Alimentação e Nutri-ção, sugere estratégias na área de re-dução de ingestão de sal como uma das melhores abordagens para a pre-venção das doenças não transmissíveis na população, na região Europeia.(2) Estudos recentes continuam a apontar para que a principal causa de morte em Portugal sejam os acidentes vascula-res cerebrais (AVC).(3) Sendo do conhe-cimento científico que o excesso de sal na alimentação é um dos principais determinantes do aparecimento da hipertensão arterial, a qual é um dos fatores de risco do AVC, torna-se evi-dente e cada vez mais premente a efe-tivação da estratégia sugerida pela OMS – redução, de forma progressiva, da quantidade de sal adicionada aos alimentos.

A OMS recomenda um nível de consu-mo de sal inferior a 5g por pessoa por dia, como prevenção de doenças cére-bro-cardiovasculares. Em Portugal, a quantidade de sal ingerida é sensivel-mente o dobro.

Neste contexto, o Departamento de Saúde Pública da ARS do Centro deli-

neou uma estratégia alicerçada em vá-rios pilares de intervenção designada minorsal.saude, cujo principal objetivo é a redução da mortalidade específica por doenças cérebro-cardiovasculares. Atu-almente, esta estratégia baseia-se es-sencialmente num conjunto de ações que englobam dois projetos, “pão.come” e “sopa.come”. Trata-se de projetos de intervenção comunitária que pretendem melhorar a saúde da população da Região Centro, através da intervenção na restauração coletiva e não coletiva, por forma a ser diminuído o valor médio de sal tradicionalmente adicionado na confeção do pão e da sopa. O pão e a sopa têm sido ao longo dos séculos os alimentos base da ali-mentação mediterrânica, são ingeridos diariamente por uma grande percenta-gem da população portuguesa e a sua escolha para uma intervenção em saú-de, baseou-se nas características de ex-celência destes alimentos.

A estratégia minorsal.saude foi desde 2007 abraçada pela Saúde Pública da então Sub-Região de Saúde de Leiria, desenvolvendo o projeto pão.come em todos os concelhos do distrito, tendo sido dada continuidade aquando da cria-ção dos ACeS.

A concretização operaci-onal deste projeto decor-reu em 4 fases, com du-ração total de 2 anos em cada concelho, abran-gendo os estabelecimen-tos de fabrico de pão cadastrados. Pretendeu-se uma redução gradati-va da quantidade de sal

no pão mais vendável ao longo das fases, acompanhadas de ações de sensi-bilização/formação aos padeiros, para que se atingisse uma meta final de 0,8g (NaCl)/100g. Esta meta foi posteriormente repensada, pas-sando a ser 1,0g (NaCl)/100g cor-respondendo a 1,0% de teor de sal no pão. Esta primeira inter-venção do pro-jeto terminou em 2011.

Considerando apenas os concelhos que constituem o ACeS Pinhal Litoral, foram abrangidas 135 estabelecimentos de fabrico de pão e 231 pães, tendo sido efetuadas 924 colheitas. Pela análise do gráfico 1, relativa ao período entre 2007-2011, verifica-se ter havido uma redu-ção significativa do teor de sal no pão. >>>> P. 7

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

N Ú M E R O I V

“A OMS

recomenda um

nível de consumo

de sal inferior a 5g

por pessoa por

dia, como

prevenção de

doenças cérebro-

cardiovasculares.

Em Portugal, a

quantidade de sal

ingerida é

sensivelmente o

dobro”

Médicos de Saúde Pública: Amália Assis, Ana Isabel Nascimento, Ana Silva, Clarisse Bento, Corneliu Tapu (ISP), Gracinda Junqueira (ISP), Jorge Costa (Coordenador), José Luis Ruivo, Lourdes Costa, Odete Mendes, Ruben Rodri-gues (ISP), Rui Passadouro, Vitor Sousa

Enfermeiros: Dina Pascoal, Dulce Fonseca, Fátima Soares, Hélder Carreira, Renata Inácio

Engenheira Sanitarista: Paula Fernandes

Técnicos de Saúde Ambiental: Anabela Cruz, Cátia Santos, Claudia Serrano, Helena Costa, Laurinda Lopes, Manuel Cardoso, Olinda Marques, Regina Costa, Rosália Campos, Teresa Gameiro

Assistentes Técnicos: Carolina Jordão, Conceição Nolasco, Gracinda Coutinho, Helena Carvalho, Margarida Santos, Olinda Nogueira, Paula Panta (CEI), Rosário Correia

Profissionais da Unidade de Saúde Pública

ISP: Internato de Saúde Pública; CEI: Contrato de Emprego e Inserção

MINORSAL.SAUDE - Redução do Sal na Alimentação: Estratégias de intervenção no ACES Pinhal Litoral

Paula Fernandes Engenheira Sanitarista

Cátia Santos Técnica de Saúde Ambiental

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6ª Campanha de prevenção - Abril 2016 Maus tratos a crianças e jovens

Abril - mês dedicado à prevenção dos maus tratos a crianças e jovens.

Múltiplas iniciativas decorreram também na Região Centro, dinami-zadas pela ARS Centro/Ação de Saú-de para Crianças e Jovens em Risco com o envolvimento da saúde e de múltiplos parceiros.

Com o objetivo de sensibilizar para a problemá-tica dos maus tratos, a impor-tância da sua prevenção e a promoção dos direitos das crian-ças, incluíu a dis-tribuição simbóli-ca do laço azul, afixação de laços gigantes em lo-cais públicos, colóquios, semi-nários, tertúlias, atividades de rua e caminhadas solidárias.

LEIRIA, associou-se a esta campanha pela 6º ano consecutivo e o castelo de Leiria engalanou-se com o laço azul no dia 7 de abril - Dia Mundial

da Saúde; milhares de laços azuis, símbolo da campanha, foram distri-buídos à população durante todo o mês de abril.

Estas iniciativas envolveram ativa-mente parceiros da saúde e outros,

nomeadamente CPCJ, Câmara Mu-nicipal de Leiria, Instituto de Segu-rança Social – Serviço Distrital de Leiria, Ministério Público/DIAP de Leiria, IPDJ de Leiria, Agrupamento de Escolas Henrique Sommer – Ma-

ceira, GNR e PSP de Leiria, Junta Regional - CNE Leiria, e a comunidade em geral através de diversas associações.

Fortalecendo o trabalho em rede, a campanha potenciou o trabalho de diversas institui-ções no âmbito dos maus tra-tos, assim como o trabalho de prevenção em contexto esco-lar através da abordagem do

BOM TRATO com a realização de concursos “O Laço Azul mais Criati-vo” “O que é para mim ser bem tra-tado na Família, na Escola e pelos Amigos”.

A participação no seminário sobre “Os Maus tratos a crianças e jovens” realizado em Leiria a 13 de abril com mais de 230 participantes, demons-trou bem o empenho e motivação dos profissionais para o trabalho nesta área.

E a 6ª campanha terminou da melhor forma com a Caminhada Solidária no dia 30 de abril em Leiria, mas tam-bém em Coimbra e Viseu... com um

envolvimento crescente da comu-nidade.

Esta foi sem dúvida na Região Centro a Campanha com maior envolvimento dos serviços de saúde que enquanto entidades de 1ª linha não podem (e não de-vem…) ficar alheios a esta proble-mática.

E se o mês de abril chegou ao fim, assim como as iniciativas da 6ª cam-panha, com convicção e motivação continuaremos todos a trabalhar reafirmando em cada dia “Maus tra-tos a crianças e jovens: Silêncio??? Não!!!“

“ E se o mês de

abril chegou ao fim,

assim como as

iniciativas da 6ª

campanha, com

convicção e

motivação

continuaremos

todos a trabalhar

reafirmando em

cada dia “Maus

tratos a crianças e

jovens: Silêncio???

Não!!!”

Odete Mendes Médica de Saúde Pública

Articulação entre níveis de cuidados: A Unidade Coordenadora Funcional da Diabetes

A Diabetes é uma doença crónica, em

crescimento, que afeta todas as ida-

des e ambos os sexos. Atinge cerca

de um milhão de portugueses, dos

quais quase metade o desconhece.

Para além disso, é a principal causa

de doença cardiovascular, insuficiên-

cia renal, amputações e cegueira.

Na Região de Saúde do Centro e ACES

Pinhal Litoral (ACES PL), a prevalência

de diabéticos inscritos e diagnostica-

da foi de, respetivamente, 7,6% e 7,0

% em 2014 (Plano de Atividades

ARSC, 2015).

O diagnóstico precoce e a intervenção

atempada diminuem consideravel-

mente o risco das suas complica-

ções e, por outro lado, a diabetes

bem controlada promove melhor

saúde e qualidade de vida.

Neste âmbito, a articulação entre

os diversos níveis de cuidados, a

multidisciplinaridade e a participa-

ção de todas as >>>> P. 7

Lourdes Costa Médica de Saúde Pública

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MINORSAL.SAUDE… (continuação) >>>>

O horizonte temporal deste projeto é 2020. Após conclusão do primeiro processo de intervenção dever-se-á realizar avaliações intercalares para garantir os objetivos operacionais.

A partir de 2013, no âmbito do Pro-grama de Saúde Ambiental da Unida-de de Saúde Pública, o projeto “pão.come” foi integrado na Vigilân-cia Sanitária dos Estabelecimentos de

Fabrico de Pão, complementando a in-tervenção de acompanhamento das condições higio-sanitárias e de funcio-namento destes estabelecimentos.

Neste contexto, os últimos dados obti-dos reportam-se a 2015, tendo sido efetuadas vistorias a todos os estabele-cimentos cadastrados e 127 colheitas de pão, nas quais foi determinado um teor de sal ≤1,0% em 120 pães, correspon-dendo a 95% do total de análises efetu-

adas (gráfico 2).

São resultados muito satis-fatórios, se recordarmos que estamos a procurar manter um teor de sal no pão inferior a 1,0g (NaCl)/100g (pão), valor muito baixo face ao valor legal imposto pela Lei n.º 75/2009, de 12 de agosto, 1,4g (NaCl)/100g (pão).

Em relação ao projecto

“sopa.come”, encontra-se, ainda em fase de execução visto que teve apenas o seu início em 2014 na USP do ACeS PL. O objetivo deste projeto é a redução da adição de sal na confeção da sopa, de forma gradativa, em 4 fases, e a promo-ção do consumo da mesma. As colheitas e ações de sensibilização de acompanha-mento necessárias num projeto desta natureza estão a ser realizadas nos locais de confeção de sopa para creches, jar-dins de infância e escolas. A meta final pretendida é de 0,20g (NaCl)/100 ml (sopa), o que se espera conseguir atingir num número significativo de locais, com muito trabalho e dedicação de todos os profissionais da USP.

Referências Bibliográficas: 1.http://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-

ontent/files_mf/1444947680relatorioPNPAS2014.pdf

2.https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/estrategia-para-a-reducao-do-consumo-de-sal-na-alimentacao-em-portugal-relatorio.aspx

3.https://www.dgs.pt/em-destaque/portugal-doencas-cerebro-cardiovasculares-em-numeros-201511.aspx

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Paula Fernandes Engenheira Sanitarista

Cátia Santos Técnica de Saúde Ambiental

Articulação entre níveis de cuidados: A Unidade Coordenadora Funcional da Diabetes … (continuação).

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instituições envolvidas, configura-se essencial para a melhoria de todos os processos de assistência e acompanha-mento.

O Plano Nacional para a Diabetes (PNPD) existe em Portugal desde a década de setenta, tendo sido atualiza-do por diversas vezes, sendo, portanto, um dos mais antigos programas nacio-nais de saúde pública. Este programa visa reduzir a incidência da diabetes e das suas complicações, através da im-plementação a nível nacional, regional e local de várias estratégias de inter-venção.

O Despacho nº 3052/2013, de 18 de Fevereiro, do Gabinete do Secretário

Adjunto do Ministério da Saúde, criou as UCFD, tendo na área geográfica do ACES PL sido implementada uma, que integra elementos do ACES PL e da Unidade Funcional da Diabetes do Centro Hospitalar de Leiria (CHL).

A UCFD do ACES PL é responsável entre outras competências, por:

Estabelecimento de metas concretas na área da diabetes nas instituições da sua área geográfica dentro das estratégias do PNPD;

Coordenação entre os diferentes níveis de cuidados, promovendo a interligação entre o CHL e os presta-dores de CSP;

Dinamização de ações de promoção da saúde e prevenção da doença através do com-bate aos fatores de risco da diabetes numa pers-petiva multidisciplinar.

Esta unidade considera que, após dois anos de programa, a articulação entre os prestadores de cuidados de saúde primá-rios e os serviços hospita-lares melhorou substanci-almente com consequen-te “upgrade” do acesso e da qualidade dos serviços

prestados à pessoa com diabetes. A nível dos CSP, organizaram-se as equi-pas básicas multidisciplinares e as con-sultas autónomas de diabetes. A nível da coordenação de cuidados de saúde, estabeleceram-se os circuitos e critérios de referenciação e informação, entre os profissionais e serviços envolvidos, con-cebeu-se a “Linha Verde” do Pé Diabéti-co e constituíram-se os “Elos” a nível dos vários serviços hospitalares e unida-des funcionais do ACES. Realizaram-se ainda ações de formação dirigidas a profissionais e comemorou-se o Dia Mundial da Diabetes com uma ação de rua dirigida à população, que incluiu diversas atividades e se desenvolveu ao longo de um dia.

Lourdes Costa Médica de Saúde Pública

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A C E S P I N H A L L I T O R A L

As infeções associadas aos cuidados de saúde continuam a ser um grave problema de saúde pública. Em Portugal a situação é preocupante apesar dos esforços desenvol-vidos pelas equipas do Programa de Pre-venção e Controlo de Infeção e de Resis-tência aos Antimicrobianos (PPCIRA) a par-tir da sua estrutura central (Direção Nacio-nal), das Equipas Regionais e Locais. Salien-ta-se ainda o papel fulcral dos Elos Dinami-zadores que atuam diretamente nos seus serviços de prestação de cuidados de saú-de.

Os fatores que contribuem para esta situa-ção crítica são múltiplos e os esforços e ações desenvolvidos para travar ou desa-celerar o processo são complexos. Apesar de haver diferentes perfis de atuação para os cuidados de saúde diferenciados e para os cuidados de saúde primários, existe um programa essencial e transversal a todos os serviços de saúde que consiste na apli-cação das Precauções Básicas de Controlo de Infeção (PBCI). Assenta em 10 procedi-mentos básicos que são o alicerce nas boas práticas clínicas e que contribuem para a prevenção e controlo da infeção: i) higiene das mãos (5 momentos), ii) higiene e con-trolo ambiental, iii) descontaminação do

equipamento clíni-co, iv) uso de eti-queta respiratória, v) utilização de equipamento de proteção individual, vi) colocação de doentes, vii) manu-seamento seguro da roupa, viii) reco-lha segura de resí-duos, ix) práticas seguras na prepara-ção e administração de injetáveis e x) exposição a agentes microbianos no local de trabalho. O trabalho neste cam-

po consiste essencialmente numa atuação de sensibilização, de formação e informa-ção, e na realização de auditorias para o diagnóstico de situação ao nível da estrutu-ra e dos processos. Verifica-se que as defi-ciências de estrutura têm um peso bastan-te elevado, que dificulta a evolução positi-va no controlo da infeção.

A par da prevenção e controlo da infeção, desenvolve-se a verdadeira “batalha” da redução da resistência aos antibióticos (RAM), uma vez que este grave problema assumiu proporções, que têm sido conside-radas “alarmantes” para a população mun-dial, e a necessitar de exigentes medidas.

Os campos de atuação focam-se na cor-reção de tendências de prescrição abusi-va, indiscriminada ou “defensiva” deste tipo de fármacos, devendo ser instituída uma política de prescrição racional, prescrevendo quando é estritamente indicado, e que os antibióticos apresen-tem o espetro mais estreito possível e apenas durante o tempo necessário.

Os últimos estudos estatísticos em Por-tugal (2011-2012) relativos à prevalência de infeções hospitalares revelam dados preocupantes face à União Europeia e associam o problema ao uso indiscrimi-

nado de antibióticos.

No âmbito dos cuidados de saúde primá-rios, as orientações nacionais para a prevenção e diminuição das RAM, diri-gem-se para a redução da prescrição de fluoroquinolonas, tendo sido editada a Norma da DGS N.º 006/2014, de 08/05/2014, relativa à Duração de Tera-pêutica Antibiótica, que contém as li-nhas orientadoras para uma prescrição racional e efetiva de antibióticos. O GCL-PPCIRA do ACES PL teve uma ação im-portante nesta área, utilizando os meios de sensibilização e de divulgação de in-formação, ao seu alcance, com especial ênfase para importância da referida Nor-ma e a necessidade de uniformização de procedimentos.

Nos ACES PL iniciou-se a monitorização do consumo de Quinolonas na comuni-dade a partir de 2013, tendo-se verifica-do um decréscimo de 2013 para 2014 e para 2015 (Gráfico 1), situando-se em

0,48 DHD (Dose Diária Definida/1.000 habitante/dia). Esta tendência acompa-nha os resultados nacionais, divulgados

no Relatório de 2015 do PPCIRA/DGS em que, desde 2011 até 2014, houve um decréscimo de valores, com a passa-gem gradual de 2,9 para 2,1 DHD, o que equivale a uma redução de 27%.

Apesar de se verificar uma tendência de diminuição do consumo de quinolo-nas, encontra-se ainda uma variação importante entre as diferentes unida-des funcionais, que se situa entre 0,09 e 1,06 DHD. A média do ACES é 0,48 (Gráfico 2). Esta situação de variabilida-de justifica a motorização constante e a sensibilização dos profissionais.

Devido à magnitude do problema, a resistência aos antimicrobianos mere-ceu destaque específico na declaração final da cimeira do G7 de 2015, na Ale-manha, onde se sublinhou a importân-cia da prevenção e controlo da infeção associada aos cuidados de saúde e da pesquisa de novos antibióticos. Por outro lado, o Relatório de 2015 do PPCI-RA/DGS refere que se nada mais efeti-vo for feito, por volta de 2050 morre-rão, na Europa, anualmente cerca de 390 000 pessoas e 10 milhões em todo o Mundo, em consequência direta das resistências aos antimicrobianos.

“Em Portugal, as consequências do problema são do mesmo tipo das verifi-cadas no resto do mundo. Num estudo realizado em 2014, mesmo salvaguar-dando algum viés possível, o número de óbitos associados à infeção em in-ternamento destaca-se nitidamente, quando comparado com o número de vítimas dos acidentes de viação, sinis-tros que habitualmente provocam justi-ficada consternação geral.” (Relatório de 2015 do PPCIRA/DGS)

Assim, lançamos o desafio para a refle-xão desta problemática de saúde públi-ca de dimensão mundial, em que todos nós profissionais de saúde, temos res-ponsabilidade.

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Consumo de Quinolonas no ACES PL em 2015 Isabel Craveiro Farmacêutica

Rui Passadouro Médico de Saúde Pública

“A par da

prevenção e

controlo da

infeção,

desenvolve-se a

verdadeira

“batalha” da

redução da

resistência aos

antibióticos… a

necessitar de

exigentes

medidas.”

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Reflexão sobre viajantes Ana Isabel Nascimento Médica de Saúde Pública

A atividade física e o desporto Manuel Cardoso

Técnico de Saúde Ambiental

res e tradições inerentes às suas culturas muito locais, muito dife-rentes das da minha criação. E com elas assimilar e aprender, sobretudo aceitar as diferenças sem julgar, o que tornou mais rica a viagem.

Sim, saí mais rica como ser humano, pelo menos assim quero crer!

Creio muito sinceramente, que a liberdade oferecida e sentida neste meu cami-nho (não corri o mundo), não está forçosamente rela-cionada com o facto de ter asas e ter podido voar, essas são pertença dos nossos es-píritos e sonhos, mas sim

O que procura o viajante ao percorrer a sua pátria?

O lugar do seu nascimento ou do seu fim?

Talvez procure o seu destino.

Talvez o seu destino seja procurar.

Octávio Paz

Não me lembro das minhas pri-meiras viagens, mas algures no tempo tenho a clara perceção da primeira vez que tomei consciên-cia de “ser e sentir”. Inicialmente foi doloroso, mas o tempo e o seu dom de varrer as dores da alma acabou por sarar as feridas.

Assim habituei-me a e nesta procura incessante, ape-sar de inconsciente, tive o prazer de viver e conhecer muitas vidas, as quais tinham diferentes sabe-

com facto de como seres humanos só estarmos ou só nos sentirmos completos, quando criamos raízes, e damos flor ou fruto. Nessa altura talvez paremos de procurar.

gasta mais energia, assim como uma corrida lenta queima menos calorias do que uma corrida rápi-da por gastar menos energia.

Corrida

Correr ou praticar jogging em velocidade moderada, queima mais calorias que caminhar em velocidade moderada na mesma distância, pois a corrida envolve o uso de mais músculos e energia do que a caminhada.

Caminhada

Caminhar normalmente queima até 40% menos calorias do que correr ao cobrir a mesma distân-cia por ser uma forma mais efici-ente de movimento. Entretanto se correr em velocidade muito lenta queimará até 8 calorias por minuto, enquanto caminhar rapi-damente queimará até 15 calorias por minuto, ao percorrer a mes-ma distância.

A atividade física e os desportos saudáveis são essenciais para a nossa saúde e bem-estar. Ativida-de física adequada e desporto para todos constituem um dos pilares para um estilo de vida saudável, a par de alimentação saudável, vida sem tabaco e o evitar de outras substâncias per-niciosas para a saúde.

A evidência científica e a experi-ência disponível mostram que a prática regular de atividade física regular e o desporto beneficiam, quer fisicamente, quer socialmen-te, quer mentalmente, toda a população, homens ou mulheres, de todas as idades, incluindo pes-soas com incapacidades.... (Direção-Geral da Saúde)

Gastamos mais calorias correndo ou caminhando?

A velocidade afeta o consumo de calorias.

Não existe nenhuma res-posta definitiva sobre qual atividade queima mais calorias: corrida ou cami-nhada. Variáveis como tipo de superfície, velocidade, movimento e distância percorrida afetam o núme-ro de calorias queimadas. Uma caminhada rápida queima mais caloria que caminhar devagar porque

Conclusão

A caminhada pode queimar mais calorias do que a corrida se a fizer em velocidade elevada. Se levar o dobro do tempo para caminhar a mesma distância que correr, pode queimar a mesma quantidade de calorias, mas ao caminhar 30 minutos e correr durante esse mesmo tempo, a corrida queima mais calorias. A corrida queima mais calorias com a mesma distância percorrida se as duas velocidades forem com-paráveis. (Anthon Potenza - New York Labor Health Care Alliance Inc.)

OMS – Recomendações de ação:

Recomendação 1 – De acordo com os documentos orientadores da Organização Mundial de Saú-de (OMS), a União Europeia e os seus Estados-membros recomen-dam um mínimo de 60 minutos diários de atividade física, de intensidade moderada, para cri-anças e jovens, e um mínimo de 30 minutos diários de atividade física moderada para adultos, incluindo idosos.

Recomendação 2 -Todos os inter-venientes devem ter em conside-ração os documentos orientado-res da OMS acerca da obesidade e da atividade física, e procurar os meios para aplicar estas orien-tações.

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com a idade.

Em Portugal, de acordo com o último relatório do Observatório Nacional da Diabetes (2015), a prevalência total estimada da doença em 2014 (na po-pulação dos 20 aos 79 anos), foi de 13,1%, representando cerca de 1 mi-

lhão de diabéticos nesta faixa etária, a que se juntam mais 2 milhões com pré-diabetes (27%).

À luz da ciência atual, a obesidade é o fator determinante da insuli-norresistência, que por sua vez é considerada um dos principais fatores patogénicos para a doen-ça, juntamente com a alteração na secreção da insulina.

Por conseguinte, as estratégias de redução da sua incidência devem reforçar as medidas de combate à obesidade, de incentivo à ativida-de física e de promoção de uma alimentação saudável.

A Diabetes é, claramente, uma área prioritária de intervenção em Saúde Pública Global, quer pela sua incidência a nível mundial, quer pelo impacto que tem em todos os países, em todas as ida-des e em todas as economias do

mundo.

Dada a relevante importância desta problemática, a OMS selecionou, este ano, a Diabetes como tema para o “Dia Mundial da Saúde”, assinalado a 7 de Abril, no aniversário desta Organiza-ção.

«Beat Diabetes – Stay super!» é o mo-te da campanha em curso, que preten-de consciencializar para este problema mundial. Reconhecendo que uma gran-de percentagem dos casos de diabetes pode ser prevenida (Diabetes tipo 2), a OMS alerta para a importância da pro-moção de medidas simples de altera-ção do estilo de vida, como manter um

A Diabetes Mellitus, genericamente designada de Diabetes, constitui um grave problema de saúde pública à escala mundial, sendo atualmente reconhecida pela Federação Inter-nacional da Diabetes como uma das maiores emergências de saúde glo-bal do século XXI.

A crescente incidência das suas for-mas mais prevalentes e a elevada morbilidade e mortalidade que lhe estão associadas, determinam um pesado impacto, quer na qualidade de vida e bem-estar físico dos doen-tes, quer nos custos associados às boas práticas de prevenção, vigilân-cia e tratamento da doença.

De entre os vários tipos de diabetes que existem, a Diabetes tipo 2 é o mais frequente no mundo. Repre-senta cerca de 90-95% de todos os casos. É tipicamente mais prevalen-te no adulto acima dos 35 anos, sendo a sua incidência crescente

peso corporal adequado, praticar uma atividade física regular e fazer uma ali-mentação saudável. Detetar precoce-mente a doença, reforçar os cuidados efetivos e eficientes, e melhorar a vigi-lância, são os três componen-tes considerados nesta campanha como funda-mentais para ajudar a alcançar o Objetivo de Desenvolvimen-to Sustentável (meta 3.4): até 2030 reduzir em um terço a mor-talidade prema-tura causada pelas doenças não transmissí-veis (DNT), no-meadamente por Diabetes, via prevenção e tratamento.

Bibliografia: International Diabetes Federation. Diabetes Atlas. 7th edition, 2015. OMS.

Duarte, Rui et al. Diabetologia Clínica, 3ª edição, Lidel editora, 2002.

Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo. Diabetes, uma abordagem global. Euromé-dice editora, 2010.

Organização Mundial de Saúde. Global Report on Diabe-tes, 2016.

Longmore, Murray et al. Manual Oxford de Medicina Clínica. 9ª Edição. Euromédice Editora, 2015.

Direcção Geral da Saúde. Diagnóstico e Classificação da Diabetes Mellitus. Norma 002/2011, 14 Janeiro 2011.

Observatório Nacional da Diabetes - Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes. Diabetes: Factos e Números – 7.ª Edição, 2015.

Direção Geral da Saúde. A Saúde dos Portugueses. Perspe-tiva 2015, DGS, 2015

United Nations General Assembly. Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development.

Sixty-ninth session, 2015.

Despacho n.º 3052/2013, de 23 de Fevereiro – criação das Unidades Coordenadoras Funcionais da Diabetes.

Diabetes: Um problema de Saúde Pública Global

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A C E S P I N H A L L I T O R A L

“A Diabetes é,

claramente, uma

área prioritária de

intervenção em

Saúde Pública

Global, quer pela

sua incidência a

nível mundial, quer

pelo impacto que

tem em todos os

países, em todas as

idades e em todas

as economias do

mundo.”

N Ú M E R O I V

Ficha Técnica Propriedade: Unidade de Saúde Pública do ACeS Pinhal Litoral

Corpo Editorial: Fátima Soares; Jorge Costa; Manuel Cardoso; Odete Mendes; Rosário Correia; Ruben Rodrigues;

Rui Passadouro

Contactos: e-Boletim da USP

Unidade de Saúde Pública Estrada da Mata, nº 56 Marrazes 2419-014 LEIRIA

Tel.: 244 849 000/10; Fax: 244 849 001; Correio eletrónico: [email protected]

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Gracinda Junqueira Médica Interno de Saúde Pública