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Contabilidade Hebert Sá

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ContabilidadeHebert Sá

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Introdução

Nesta nova fase de seus estudos, esperamos contribuir para o seu aprendizado ministrando conteúdos da disciplina de Contabilidade. No decorrer de nossos estudos, você compreenderá que a Gestão e a Ciência Contábil, juntas, adicionam conhecimentos essenciais na tomada de decisão com informações acumuladas no sistema contábil que influenciarão na manutenção ou mudança na política interna e, ainda na redefinição de regras para realização dos novos negócios. Isso, certamente, definirá não somente o rumo dos negócios, como também prolongará o tempo de permanência da empresa no mercado.

A partir da unidade 2, será apresentado, passo a passo, o processo que objetiva o controle patrimonial através do acúmulo de informações no sistema contábil, decorrente de decisões tomadas no passado que, produzirá relatórios que auxiliarão em outras tomadas de decisão que, após análise dessas informações, definirão o futuro da empresa. É comum surgir empresas que, em pouco tempo, fecham as portas, ou seja, já nasçam com prazo de validade predeterminado.

Isso tem várias explicações e uma delas é o despreparo de alguns gestores para interpretar as volumosas cifras envolvidas em investimentos no negócio. Muitas pessoas desejam ter seu próprio negócio, mas ninguém inclui a esse desejo a possibilidade de ele acabar caso não haja administração aliada à eficiência na gestão dos valores envolvidos nos negócios do dia a dia da empresa. É uma realidade que pode trazer, como consequência, frustração profissional.

Após concluirmos todo o conteúdo proposto nesta disciplina, desejamos ter somado conhecimentos contábeis que fomentem ainda mais decisões precisas, manutenção e realização de bons negócios aliados ao desempenho de excelência no exercício da profissão como gestor. Certamente, a manutenção dos negócios, a boa gestão financeira e patrimonial alavancarão sua carreira e a atuação da empresa em outros mercados.

Então, mãos à obra porque em Administração, tempo é dinheiro!

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Objetivos

Após concluir o estudo desta disciplina, você será capaz de:

•Entender os aspectos teóricos e práticos quanto à atuação da Contabilidade no contexto empresarial;

•Compreender os diversos tipos de relatórios produzidos pela Contabilidade que serão utilizados nos processos decisórios;

•Resolver problemas relacionados aos objetivos e metas da empresa, com base em análise de dados fornecidos pela contabilidade;

•Aplicar os conhecimentos obtidos nesta disciplina nos processos de tomada de decisão.

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Unidade 1

Hebert Sá

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Sumário

Carta ao Aluno ................................................................................................. 06

Introdução ........................................................................................................ 07

Objetivos........................................................................................................... 08

Estrutra da Unidade ........................................................................................ 08

Unidade 1: Formação da Sociedade - Aspectos Introdutórios

Tópico 1: A Natureza da Contabilidade e seu Papel na Tomada de Decisão .. 09

Tópico 2: Os Relatórios Contábeis Exigidos pela Legislação Brasileira ......... 11

Tópico 3: Formas de Constituição de Empresas no Brasil .............................. 12

3.1 Formalidades das Sociedades ............................................................. 13

Tópico 4: Empresa Individual ........................................................................... 14

4.1 Empresário Individual ........................................................................... 14

4.2 EIRELI – Empresário Individual de Responsabilidade Limitada ........... 15

Tópico 5: Sociedade por Cotas e Sociedade por Ações .................................. 16

5.1 Contabilidade: Origem, Conceito, Objeto e Objetivo ............................ 18

5.2 O Desempenho Empresarial Medido com as Informações Contábeis . 20

Resumo ............................................................................................................ 21

Leitura Complementar .................................................................................... 22

Referências Bibliográficas ............................................................................. 23

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Carta ao Aluno

Caro(a) aluno(a),

Vamos dar início ao estudo da Contabilidade, uma disciplina que tem muito a agregar aos seus conhecimentos e, que nos dias de hoje, é indispensável a toda e qualquer empresa. A Contabilidade representa uma ferramenta imprescindível na boa gestão e condução do mundo dos negócios. Nesta fase de seus estudos, esperamos poder contribuir com seu aprendizado e que você possa utilizar o produto desta disciplina como apoio em sua tomada de decisão, aplicá-la na Gestão Empresarial e até na condução de seus orçamentos e projetos pessoais. Compreender o objetivo desta disciplina, o conteúdo e a análise de seus relatórios é de vital importância para o sucesso de sua atuação como gestor. A partir dessa compreensão, podemos garantir que você terá base suficiente para direcionar os negócios.

Tire o máximo de proveito deste material. Procure associar os conhecimentos adquiridos aos acontecimentos do dia a dia, à realidade do cotidiano. Conte com a equipe de tutores e professores para tirar dúvidas, discutir situações atuais e desenvolver-se.

Não se esqueça: tudo isso depende de sua participação. Seu engajamento é essencial para o seu sucesso nesta jornada. Interesse e dedicação são itens essenciais e que não podem faltar. Estamos à disposição para ajudá-lo a superar barreiras e desafios em busca do seu sucesso.

Bons estudos!

Hebert José Penha SáProfessor

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Olá! Seja bem-vindo à Unidade 1 de Contabilidade!

A natureza da Contabilidade e seu papel na tomada de decisão.

É bastante comum em curso de Administração de Empresas, portanto, podemos comprovar, uma opinião unânime em sala de aula ao fazermos a seguinte pergunta às turmas: Quem gosta de Contabilidade? Em sua maioria, os alunos afirmavam não gostar e, em contrapartida, também ouvíamos a seguinte pergunta: Por que tenho que estudar Contabilidade se estou estudando Administração? A resposta é proporcionada pelo próprio conteúdo da disciplina que, por si só, no decorrer do semestre, resolveria e responderia esses conflitos.

Ao finalizar as aulas do período letivo, percebíamos que as opiniões mudavam. Os que dedicaram seu tempo na realização das tarefas solicitadas, quando do término do período, perceberam que Administração e Contabilidade estavam diretamente relacionadas com as informações contidas nos relatórios contábeis, pois neles contêm informações que sustentam as tomadas de decisões, como também orientações nos negócios, definições das políticas internas e o tempo de vida útil das empresas.

Perceba que, em princípio, você estudará e, logo então, saberá identificar e diferenciar alguns tipos de sociedade, como: Sociedade Anônima, Sociedade Ltda. E Empresário Individual, o porquê de cada uma delas, quais as suas finalidades, qual delas se aplica a determinados segmentos de negócios para, a partir daí, observada as características de cada uma, aplicar os conhecimentos adquiridos na condução dos processos de gestão.

Mais uma vez, então, bons estudos.

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Estrutura da Unidade

Objetivos

Ao completar esta unidade, você estará apto a:

1. Entender os aspectos teóricos quanto à formação de uma empresa;

2. Compreender os diversos tipos de sociedade, suas obrigatoriedades, vantagens e desvantagens em relação à legislação;

3. Resolver problemas quanto ao tipo de sociedade, sua constituição;

4. Sugerir soluções que melhor se ajustem ao modelo de gestão;

5. Identificar o objeto e o objetivo da Contabilidade nas empresas;

6. Aplicar os conhecimentos obtidos nesta disciplina nos processos de tomada de decisão.

Para melhor compreensão e aprendizado das questões que envolvem o início da atividade empresarial, esta unidade está dividida em:

1. A natureza da contabilidade e seu papel na tomada de decisão

2. Os relatórios contábeis exigidos pela legislação brasileira;

3. Formas de constituição de empresas no Brasil;

3.1 Formalidades das Sociedades:

4. Empresa Individual;

4.1 Empresário Individual;

4.2 EIRELI – Empresário Individual de Responsabilidade Limitada.

5. Sociedade por cotas e Sociedade por ações- Formalidades das Sociedades;

5.1 Contabilidade: origem, conceito, objeto e objetivo;

5.2 O desempenho empresarial medido com as informações contábeis.

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ANaturezadaContabilidadeeseuPapelnaTomadadeDecisãoAspectos introdutórios quanto à formação das sociedades

Antes de darmos início ao nosso estudo, é necessário apresentarmos os conceitos de algumas palavras que farão parte do nosso estudo, pois estão diretamente relacionados com o assunto em questão: a Contabilidade.

Sociedade

Administrador ou Gestor

Iudícibus e Marion (2009, p.9) definiram sociedade como um contrato em que duas ou mais pessoas se obrigam a conjugar esforços ou recursos para a consecução de um fim comum. Em outras palavras, celebram contrato de sociedade as pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contribuir, com bens e serviços, para o exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.

Administradores ou gestores são os membros da organização que têm como principal função guiar e decidir onde aplicar os recursos para atingir os objetivos. Os administradores distinguem-se de outros membros da organização porque coordenam as ações de outras pessoas e são aqueles para quem os subordinados precisam prestar contas (SOBRAL; PECI, 2008).

De forma semelhante, Andrade e Amboni (2007) definem administradores como os profissionais que exercem funções para alcançar o objetivo da organização e o desempenho esperado.

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Como você pôde perceber, o desafio do administrador é grande! Responsável pela administração de recursos financeiros próprios ou de terceiros, o gestor desempenha papel fundamental nas organizações, mobilizando esforços intelectuais a fim de alcançar os objetivos estratégicos da companhia. A alocação de recursos depende das decisões tomadas pelo administrador, que pode exercer a função como empresário, não empresário e, ainda, como funcionário. Veja1:

É quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens e serviços (que substitui a figura do comerciante, aquele que pratica atos de comércio).

Exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que seja com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento da empresa.

•Os autores citados acrescentaram ainda: “para o exercício da atividade econômica, o empresário deverá efetuar inscrição nos órgãos oficiais de registro (Cartórios, Junta Comercial).”

Como o próprio nome expressa, o funcionário exerce as funções do Administrador, assumindo responsabilidades, porém sem ter participação no negócio como proprietário.

Empresário

Não Empresário

Funcionário

¹ Iudícibus e Marion (2009, p.10)

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Os Relatórios Contábeis Exigidos pelaLegislaçãoBrasileira

A Contabilidade é também responsável por gerar os relatórios contábeis que têm por objetivo atender as exigências da legislação brasileira, demonstrando não só a aplicação dos recursos captados pela empresa, como também sua origem. Tais relatórios devem conter elevados graus de transparência e confiabilidade dos negócios às autoridades tributárias, acionistas e usuários internos ou externos, abastecendo-os de informações que justifiquem as mutações no patrimônio. Omitir informações a esses usuários e a analistas de informação no processo de tomada de decisão não é um bom caminho a ser seguido por empresas que aspiram captar novos recursos. Certamente, ela não será bem vista no mercado, deixando evidências de não ser cumpridora das exigências impostas pelas legislações das esferas municipal, estadual e federal. Recuperar a credibilidade e o valor de suas ações no mercado pode levar muito tempo e isso retardará o tão almejado crescimento da empresa.

A publicação dos relatórios contábeis em jornais e revistas é uma exigência da legislação brasileira, que objetiva fornecer total transparência dos atos administrativos praticados pelos gestores.

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FormasdeConstituiçãodeEmpresasnoBrasilFormação da sociedade quanto ao objeto de gestão empresarial

Quando duas ou mais pessoas resolvem constituir uma sociedade, inicialmente, os futuros sócios devem definir dois assuntos de elevada importância:

Objeto Social

Objetivo Social Formalidade jurídica de constituição da sociedade, ou seja, se é com ou sem fins lucrativos.

Atividade que a empresa exercerá no mercado;

São aquelas que praticam atos de comércio, ou seja, compram e vendem o produto já pronto, oriundo da indústria que o fez, sem nada acrescentar. São empresas que servem de intermediárias entre o fabricante e o consumidor.

Comerciais

Como o próprio nome indica, apenas prestam serviços aos seus clientes, sem, contudo, comercializar qualquer tipo de produto. Não praticam atos de comércio. Porém, é comum uma empresa exercer as duas atividades. Uma oficina mecânica, por exemplo, presta serviços e vende peças para veículos. Naturalmente, ela cobrará pelo valor da peça e também pelo serviço de substituição. No entanto, essas duas atividades devem constar nos seus atos constitutivos.

Prestadoras de Serviços

Inúmeras inovações e modificações foram introduzidas pelo Código Civil através da Lei nº 10.406 de 20/01/2002 quanto os aspectos formais e alguns essenciais na vida das empresas. Uma delas é a designação do objetivo da sociedade.

Importante

Iudícibus e Marion (2009, p.10) comentaram: “assim, é necessário que o nome empresarial contenha, especificamente, qual a atividade que a sociedade exerce.”

Diante dessas inovações, para arquivamento dos documentos constitutivos societários, atualmente, os órgãos de registro não registram nem arquivam documentos de uma nova empresa caso a atividade que ela exercerá não conste no nome.

Veja a diferença entre os tipos de empresa quanto ao objeto de gestão:

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São empresas que transformam. Adquirem matéria-prima, adicionam insumos (novos elementos) e os transformam em novos produtos para comercialização nas empresas comerciais. Outra característica de uma empresa industrial é o procedimento interno de controle dos valores dos insumos para a formação de produtos. Normalmente, esse controle chama-se custo. O custo de um produto que sai da linha de produção é realizado por meio do controle rigoroso desses insumos.

Industriais

3.1FormalidadesdasSociedadesDistinção entre contrato e estatuto social

Assim como as pessoas naturais possuem certidão de nascimento para comprovar sua existência, as pessoas jurídicas também possuem um documento que comprova sua existência. Abaixo, serão descritas essas diferenças quanto à formalidade.

As sociedades cujos sócios têm responsabilidade limitada (LTDA.) possuem Contrato Social. Nesse documento estão definidos os nomes dos sócios e a quantidade de quotas de participação de cada um.

As Sociedades Anônimas (S/A) comprovam sua existência através de Estatuto Social. Nesse documento estão contidas todas as informações inerentes aos atos constitutivos da sociedade, como:

•Montante de capital investido;

•Quantidade de ações emitidas;

•Distribuição de lucro;

• Tipos de ações e quais sócios participarão das assembleias.

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EmpresaIndividual

A Empresa Individual passou à denominação de Empresário Individual a partir da edição da Lei 12.441 de 11/07/2011, que criou, também, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.

4.1EmpresárioIndividual(apósaLei12.441de11/07/2011)

O Empresário Individual é pessoa física que desenvolve sua atividade profissional por sua conta e risco, inclusive colocando seu patrimônio pessoal em jogo, pois não há distinção entre o patrimônio pessoal do empresário e o patrimônio da empresa.

Apesar de não ser pessoa jurídica, o Empresário Individual possui CNPJ. Esse documento constitui-se exigência para fins tributários e, por si só, não dá personalidade jurídica ao EI. Já a EIRELI possui personalidade jurídica.

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4.2 EIRELI – Empresa Individual de ResponsabilidadeLimitada(apósaLei12.441/2011)

A Empresa Individual possui características diferentes das outras sociedades até aqui apresentadas. Veja as principais:

O Artigo 980-A da Lei 10.406/2002, inserido pela Lei 12.441 de 11/07/2011, define que a responsabilidade é de uma única pessoa e está limitada à totalidade do capital social integralizado e não menor que 100 vezes o salário mínimo vigente no país;

No mesmo artigo, no parágrafo 1º definiu que será inclusa a expressão “EIRELI” ao final da palavra “Ltda”, que identifica a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada;

O sócio possuirá somente uma empresa com esta modalidade, não mais que uma.

Os atos constitutivos constarão em contrato social e terão registro em cartório.

Na EIRELI há patrimônio destacado do patrimônio do titular que a criou destinado a cobrir eventuais perdas decorrentes da atividade empresarial.

Destacamos, ainda, que a EIRELI, diferentemente do Empresário Individual, pode desenvolver atividades que não sejam consideradas empresariais, portanto, há possibilidade de ela não ser considerada empresária segundo as alterações da Lei 12.441 de 2011. Ou seja, podemos ter uma EIRELI que não seja empresária. O que isso significa? Significa que quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística não é considerado empresário, mesmo que conte com auxiliares e colaboradores. Veja o que diz a lei:

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

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SociedadeporCotaseSociedadeporAçõesFormação jurídica para constituição de sociedade

É outra forma de constituição de uma empresa. A legislação tributária estabeleceu tratamentos fiscais específicos para esse tipo de sociedade. A maioria das empresas brasileiras de grande porte se enquadra nas regras estabelecidas devido ao volume de negócios elevados. Veja algumas dessas regras:

O capital investido é dividido em ações, então, os sócios de uma sociedade anônima são denominados acionistas.

Sociedade Limitada

Sociedade Anônima

Sociedade Limitada é uma das características de constituição de uma empresa. Dada a sua peculiaridade, o próprio nome já identifica três características básicas neste tipo de sociedade quanto à forma de divisão do capital investido pelos sócios e a responsabilidade deles.

O capital investido é dividido em quotas, daí, então, os sócios de uma empresa limitada são denominados de quotista.

Quando se divide o montante correspondente ao capital inicial investido na sociedade pela quantidade de sócios existentes, matematicamente, está havendo uma distribuição de valores entre as pessoas participantes da empresa.

Uma quota não possui formalidades específicas definidas em lei, ou seja, não possui característica física como um documento, por exemplo: duplicata, nota promissória, nota fiscal, ação etc. A responsabilidade do sócio é limitada à quantidade de quotas com a qual cada um participa na sociedade, daí, então, a origem do nome limitada.

A aposição da expressão “Ltda.” é outra característica obrigatória nesse tipo de sociedade, devendo ser colocada no fim da denominação, por exemplo: Farmácia Tem Cura Ltda.

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As ações constituem a menor fração em que se divide o capital social de uma sociedade anônima (Ferrari, 2010, p.11). A responsabilidade do sócio é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas com a qual cada acionista participa na sociedade, daí, então, a origem do nome anônima. As expressões “S.A.”, “S/A”, “Sociedade Anônima”, ou ainda, “Cia.”, “Companhia” são características obrigatórias nesses tipos de sociedade. Às empresas, é permitido o uso dessas expressões no início ou no fim da denominação, por exemplo: Banco do Brasil S.A.; Cia. Souza Cruz; Cia. Vale do Rio Doce etc.

Quanto à forma de constituição de uma S/A., a Lei nº 6.404/76 – conhecida como lei das sociedades anônimas –, permite que sejam: “abertas”, “fechadas”, “de capital autorizado” ou, ainda, “de economia mista”.

Dentre as mencionadas acima, destacaremos a de capital fechado, cuja totalidade de ações pertence a um só grupo de pessoas, e a de capital aberto, decorrente da abertura de capital objetivando arrecadar capital junto a novos investidores. Essas ações são negociadas em pregões realizados na Bolsa de Valores. Todas as transações são fiscalizadas pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários, uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda que foi instituída, objetivamente, para regular, supervisionar e autorizar a abertura de capital no mercado de ações, devendo obedecer às diretrizes emanadas do Conselho Monetário Nacional.

Outra característica de uma S/A. está implícita na sua estrutura administrativa, determinada pela Lei nº 6.404/76 que estabelece que a empresa deverá:

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Ao constituir uma nova sociedade, os sócios visam, naturalmente, ao lucro, além do aumento patrimonial. Para tanto, precisam tomar decisões hábeis na administração financeira da empresa. Porém, nem sempre a administração é realizada pelos proprietários. E quando o proprietário está à frente do negócio, é comum haver confusão entre a identidade do administrador e a do proprietário. Não se pode misturar a administração do patrimônio pessoal com o patrimônio da empresa.

Nesse contexto está a Contabilidade, uma ciência tão antiga que é difícil precisar seu surgimento. Mas, ao fazermos uma analogia com a humanidade, notamos que a Contabilidade é tão antiga quanto o homem que conta.

O surgimento e a evolução da Contabilidade confundem-se com o próprio desenvolvimento da humanidade. Os estudos sobre as civilizações da Antiguidade nos mostram que o homem primitivo já “cuidava da sua riqueza”, através, por exemplo, da contagem e do controle do seu rebanho.

5.1Contabilidade:Origem,Conceito,ObjetoeObjetivo

Artigos 131 e 132. Reunir os acionistas com direito a voto, em Assembleia, para

decidir, através do voto, todos os negócios relativos aos objetos da companhia;

Artigos 140 a 142. Possuir Conselho de Administração;

Artigos 143 e 144. Possuir diretoria composta por dois ou mais diretores,

acionistas ou não.

Artigos 161 a 165. Possuir Conselho Fiscal, formado por

um mínimo de três e um máximo de 5 membros, acionistas ou não, eleitos pela Assembleia Geral. A função é fiscalizar os

atos dos administradores e opinar sobre os relatórios anuais

e demonstrativos contábeis.

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Entre as diversas definições encontradas na literatura contábil, podemos dizer que a Contabilidade é uma ciência que mensura, registra e controla as variações da riqueza no tempo, quer de uma pessoa natural (física) quer de uma pessoa jurídica (empresa). O patrimônio, portanto, é o objeto de estudo da Contabilidade.

O que a Contabilidade estuda? Além do patrimônio, a Contabilidade dedica atenção permanente aos fatos que provocam alterações financeiras. Logo, geram relatórios que expressam as mutações ocorridas no patrimônio da empresa.

Importante

No entanto, a Contabilidade objetiva manter o registro e o controle de todos os fatos de natureza econômico-financeira ocorridos no dia a dia das empresas – que provocam variações no patrimônio. Tais registros geram acúmulo de dados no sistema contábil e, consequentemente, relatórios gerenciais para a tomada de decisão. Esses relatórios podem ser consultados em um livro chamado de “Diário”, onde se encontra escriturada toda a vida da empresa. Um desses fatos é, exatamente, a formação do patrimônio. Na próxima unidade, vamos estudar alguns aspectos da formação do patrimônio.

É fato que a Contabilidade torna-se importante à medida que há desenvolvimento econômico e financeiro nos organismos empresariais.

Da mesma forma como não há médicos sem pacientes, nem mestres sem aprendizes, sem patrimônio também não haveria motivo para a existência da Contabilidade.

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5.2 O Desempenho Empresarial Medido com asInformaçõesContábeis

Um dos objetivos da Contabilidade é permitir a análise do desempenho da atividade empresarial através de seus relatórios de informações contábeis.

Esse tema será tratado com mais detalhes a partir da Unidade 5, mas você deve ir se familiarizando com essas siglas.

São elas:

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

Permite identificar e analisar os valores finais correspondentes ao Lucro Líquido ou Prejuízo apurado no Exercício.

DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Relatório que permite identificar e analisar as variações ocorridas no patrimônio da empresa.

DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa

Registra as informações que serão usadas para análise e avaliação da capacidade no fluxo de pagamentos.

DVA – Demonstração do Valor Adicionado

Objetiva evidenciar a produção de riqueza gerada em um determinado exercício, ou seja, quanto ela agregou de valor aos seus fatores de produção.

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As pessoas confundem duas coisas quando se trata da administração de uma empresa, principalmente quando o proprietário está à frente do negócio: a identidade do administrador e a do proprietário. É comum que o proprietário misture e confunda a administração do seu patrimônio pessoal com o patrimônio da empresa.

Não se deve confundir nem desrespeitar as personalidades dessas pessoas nem seus respectivos patrimônios, pois são distintos. A Contabilidade atua de forma clara na identificação e na distinção desses patrimônios.

Cabe ao administrador tomar decisões e aplicar os recursos pertinentes ao objeto social da empresa. À Contabilidade compete a gestão patrimonial. Por meio de relatórios, o administrador apresentará as contas que justificam, de forma clara e transparente, todos os atos praticados.

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Objetivando a ampliação de conhecimentos acerca dos assuntos abordados, sugerimos que acesse os seguintes endereços eletrônicos:

www.sebrae.com.br;

www.cvm.org.br;

www.crcrj.org.br;

www.rcpjrj.com.br;

www.jucerja.rj.gov.br.

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ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de. AMBONI, Nério. Teoria geral da administração: das origens às perspectivas contemporâneas. São Paulo: Makron Books, 2007.

FERRARI, Ed Luiz. Contabilidade Geral e 1.000 questões. 26 ed. ver. Niterói, RJ., Impetus, 2010.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARION, José Carlos. Contabilidade comercial: atualizado conforme Lei nº 11.638/07 e MP nº 449/08. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SOBRAL, Filipe. PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.