conhecimento e aprendizagem
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“ Em tempos de mudança, os aprendizes herdam a Terra enquanto os instruídos se sentem
magnificamente apetrechados para lidar com um mundo que não existe mais”.
Eric Hoffer
Behaviorismo
• Nos anos 50 e 60 todo o processo de ensino aprendizagem foi influenciado pelo pensamento behaviorista (Pavlov, Thorndike, Skinner).
• A “teoria do reforço” de Brutus Skinner parte dos seguintes pressupostos:
– a aprendizagem pode ser definida como uma mudança de comportamento
– conhecimento implica actividade
– a aprendizagem é o produto de conexões entre os estímulos de instrução e as respostas do aluno
– pelo reforço imediato dos comportamentos desejados promovem-se as mudanças de comportamento e a aprendizagem
• há uma “ordem natural” nos conteúdos a ensinar que importa sequencializar numa progressão lenta;
• a aprendizagem processa-se passo a passo, à medida que o sujeito vai ultrapassando cada um dos elos das sequências de comportamentos que conduzem ao resultados esperado, começando pelos mais simples até aos mais complexos;
• a cada passo o aluno é convidado a produzir uma resposta e é imediatamente informado da respectiva validez;
• é o reforço que permite manter os níveis de expectativa necessários a que o aluno progrida até atingir os padrões de comportamentos mais complexos
Transpondo para o processo ensino/aprendizagem:
Perspectivas abertas pela psicologia cognitiva
• A atenção centra-se nos processos mentais internos dos sujeitos;
• A psicologia cognitiva deu à luz ao mesmo tempo que surgiu o computador;
• A analogia com o computador leva o aluno a ser visto como um processador activo da informação;
• Analisar a aprendizagem equivale a focalizar a atenção no processo de como a informação é recebida (input), organizada (processing), retida (storage) e usada (retrieval) pelo cérebro do aprendiz .
A influência do construtivismo
• Para os construtivistas a aprendizagem é um processo activo de construir, não adquirir conhecimento e o objectivo do processo instrutivo é ajudar a essa construção, não transmitir conhecimento.
• O aluno é o centro do processo educativo: professor, conteúdos, tecnologias, ambiente apenas fazem sentido se criarem condições para que o aprendiz construa o conhecimento.
Bases do construtivismo
• O construtivismo actual tem as suas raízes:
- no pensamento de John Dewey no início do século XX
- na epistemologia genética de Jean Piaget
- na epistemologia de Gaston Bachelard
- na teoria da zona de desenvolvimento próximo de Vigostky
- no construtivismo de Jerome Bruner
- na teoria da aprendizagem significativa de David Ausubel
Princípios pedagógicos construtivistas
• Considerar as ideias e os conhecimentos prévios do aluno
• Tornar o conteúdo significativo para o aluno
• Respeitar o nível de desenvolvimento cognitivo do aluno
• Desencadear o conflito cognitivo e/ou a resolução de problemas
• Valorizar actividades que favoreçam a construção de conhecimentos e a disponibilidade para “aprender a aprender”
• Estruturar o conhecimento em torno de conceitos e grandes ideias.
Características de um modelo de aprendizagem construtivista (Jonassen, 1999)
Usos das tecnologias
Behaviorismo Construtivismo
Máquinas de
ensinar Jogos Simulações Hipertexto
Hipermedia
Construtivismo social de Lev Vygotsky
• Os ambientes de aprendizagem devem proporcionar o desenvolvimento de competências sociais
• Para Vygotsky o conhecimento é construído socialmente no âmbito das relações humanas
• A importância da zona do desenvolvimento proximal
• Os professores devem proporcionar aos alunos situações de aprendizagem que facilitem as interacções aluno-aluno e aluno-professor
Conectivismo
• George Siemens e Stephen Downes
• Consideram que houve uma mudança na relação dos individuos com o conhecimento após o aparecimento da Internet
• Para Siemens, behaviorismo, cognitivismo e construtivismo explicam o conhecimento e a aprendizagem antes do aparecimento da Internet
• Pressupõe que a aprendizagem ocorre na rede social e em que as “boas” conexões são determinantes.
• O papel do professor é ajudar o aluno a criar a sua rede de conexões
• Ensinam como detectar uma boa e uma má informação
• Guiam o aluno na busca e escolha das boas conexões
• Cada aluno cria o seu PLE e através dele comunica e interage com o professor, os pares e todos os outros utilizadores da rede
• Privilegiam-se as formas colaborativas de construção do conhecimento
Novas ecologias de
aprendizagem Filtros
Valores
Crenças
Dimensões da
aprendizagem
Aprender sobre
Aprender a fazer
Aprender a ser
Aprender a
aprender
Canais Linguagem
Media
Tecnologias
Conceitos Dados
Informação
Conhecimento
Significado
Compreender
Sabedoria digital
(digital wisdom)
Redes Integração
Multi-dimensionalidade
Vontade de aprender
Mudança/Transformação
Adaptado de Siemens (2008)
“As respostas não estão nas tecnologias em si,
mas nas pessoas que decidem sobre os objectivos
com que as utilizam, a forma como as usam e,
sobretudo, a maneira como avaliam as
consequências das decisões tomadas”.
Donald Ely,1999