conceitos gerais e epidemiologia das ih

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Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH Maria Clara Padoveze Divisão de Infecção Hospitalar

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Page 1: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Maria Clara Padoveze

Divisão de Infecção Hospitalar

Page 2: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Análise de dados de IHMedidas de tendência central• Média• Mediana• moda

Page 3: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Medidas de tendência central

• Média: média aritmética dos valoresEx.: N1= 10N2 = 10N3 = 40N4 = 30N5 = 10

Média = 100 / 4 = 25

Page 4: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Mediana: valor que se encontra na posição média das observações organizadas por ordem crescente

Ex.: N1 = 10N2 = 10N3 = 40N4 = 30N5 = 10

Medidas de tendência central

10

10

10

30

40

mediana

Page 5: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Moda: valor mais freqüentemente observado.

Medidas de tendência central

Ex.: N1 = 10N2 = 10N3 = 40N4 = 30N5 = 10

moda

Page 6: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

• Quanto a variação entre os valores observados é pequena, a média e a mediana tendem a ser próximas.

• Quando a variação entre os valores observados é grande, a mediana é o valor que melhor reflete a tendência central.

Medidas de tendência central

Page 7: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Medidas de dispersãoRefletem a variabilidade que os dados

observados apresentam.• Variação (range): escala que vai do

valor mínimo ao máximo.• Percentil: divisão de uma escala de

valores ordenados em 10 partes iguais.– é um parâmetro de localização para os

dados hierarquizados.

Page 8: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Medidas de dispersão = percentil

• Divisão em quatro partes = gera os quartis

• Mediana (2o. Quartil) = percentil 50• 1o. Quartil = percentil 25• 3o. quartil = percentil 75

Page 9: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Percentil – Exemplo

• Ex. peso de tumores malignos de abdome removidos de 31 pacientes

68 1263 1265 1279 3139 3227 3242 3444 5845 7946 2018 2149 1319 1536 3920 39

45

Page 10: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Percentil - Exemplo12 3912 3912 3913 4215 4418 4519 4520 4620 4921 5827 6331 6532 6832 7934 7936

• Ex. peso de tumores malignos de abdome removidos de 31 pacientes

Page 11: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Percentil - Exemplo

valor observado 12 12 12 13 15 18 19 20 20 21 27 31 32 32 34 36 39 39 39 42 44 45 45 46 49 58 63 65 68 79 79ordem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Percentil 25 Percentil 75

Percentil 50

Page 12: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Dados de Infecção Hospitalar

• Apresentam grandes variações entre os diferentes hospitais

• Média aritmética não reflete a distribuição do fenômeno da forma como ele se apresenta

• Hierarquização de acordo com o percentil é mais lógica e interpretável

Page 13: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Dados de infecção hospitalarDados agrupados: é importante trabalhar

com dados agrupados para minimizar o impacto da variação de denominadores.

Ex.: N1 = 1/ 100 = 0,10N2 = 2 / 200 = 0,01N3 = 3 / 300 = 0,01

Se trabalhar com média das taxas: 0,10 + 0,01 + 0,01 = 0,12 / 4 = 0,04

Se trabalhar com dados agrupados: 10 + 2 + 3 = 5 sobre 100 + 200 + 300 = 600.

Sendo 15/ 600 = 0.025

Page 14: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Dados de IH - AgrupadosJan Fev Mar Dados agrupados

Hospital n % n % n % n %A 1 100 1,00 0 100 0,00 2 200 1,00 3 400 0,75B 1 50 2,00 2 39 5,13 0 39 0,00 3 128 2,34C 0 150 0,00 1 149 0,67 3 150 2,00 4 449 0,89D 0 100 0,00 0 99 0,00 0 89 0,00 0 288 0,00E 0 30 0,00 1 30 3,33 0 30 0,00 1 90 1,11F 1 50 2,00 0 50 0,00 2 61 3,28 3 161 1,86G 2 70 2,86 1 69 1,45 1 72 1,39 4 211 1,90H 1 100 1,00 1 99 1,01 0 100 0,00 2 299 0,67I 2 45 4,44 3 30 10,00 3 32 9,38 8 107 7,48J 1 12 8,33 0 10 0,00 1 5 20,00 2 27 7,41L 0 200 0,00 1 211 0,47 1 197 0,51 2 608 0,33

Page 15: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Dados de IH = Hierarquização

Hospital Taxa IHA 0,75B 2,34C 0,89D 0,00E 1,11F 1,86G 1,90H 0,67I 7,48J 7,41L 0,33

0,000,330,670,750,891,111,861,902,347,417,48

Percentil 25

Percentil 50

Percentil 75

Page 16: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

DADOS NNISS• NNISS = National Nocomial Infections

Surveillance System– Estabelecido em 1970– Hospitais selecionados (300)– Banco de dados nacional– Hospitais de cuidados agudos– Dados confidenciais

Page 17: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Protocolos NNISS• Componentes de vigilância

– UTI adulto e pediátrico– Berçário de alto risco– Paciente cirúrgico

• Componentes podem ser usados isoladamente ou em conjunto

• Mínimo: 1 mês do calendário• Critério de IH definidos pelo CDC

Page 18: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

NNISS• Componentes UTI e BAR

– Pacientes-dia– Procedimentos-dia– Estratificação por peso

• Componente cirúrgico– Potencial de contaminação – Duração da cirurgia– ASA

• Compõe um índice de fator de risco cirúrgico (IRIC)

Page 19: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

NNISSTabelas de dados NNISS

• Podem ser utilizados como benchmark, porém com cautela, considerando as especificidades dos dados coletados nos diferentes sistemas

• Distribuição em percentis só foi feita para tipos de serviços que foram reportados por mais de 20 hospitais

• Foram excluídos dados de unidades que reportaram menos de 50 dispositivos ou procedimentos-dia

• Dados de cirurgia: foram considerados apenas o que reportaram no mínimo 20 cirurgias de uma determinada categoria de risco.

Page 20: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

• Dispositivos invasivos-dia (sondagem vesical de demora, ventilação mecânica, cateter central) é uma medida de práticas invasivas que constituem fator extrínseco para IH.

• Servem como indicador de severidade da doença, ou seja, a susceptibilidade intrínseca do paciente.

Dispositivos-dia

Page 21: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Tipo de UTIn. de

unidades

n. procediment

os-dia média 10 25 50 75 90ITU associada a sondagem vesical de demora

Cornariana 60 170.759 4.5 0.8 2.6 4.0 7.5 10.2Geral universitária 99 593.100 3.9 1.3 2.1 3.3 5.2 7.5Geral outras 108 757.531 3.3 0.6 1.6 3.1 5.1 9.5Infecção sanguínea associada a cateter centralCornariana 60 116.546 3.5 1.0 1.5 3.2 7.0 9.0Geral universitária 100 430.979 4.0 1.7 2.6 3.4 5.1 7.6Geral outras 109 486.115 3.2 0.8 1.6 3.1 4.3 6.1

Pneumonia associada a ventilação mecânicaCornariana 59 76.145 4.4 0.0 1.9 4.0 6.8 9.8Geral universitária 99 320.916 5.4 1.2 2.6 4.6 7.2 9.9Geral outras 109 351.705 5.1 1.7 2.9 5.1 6.7 8.9

Tabela. Média agregada e percentis da distribuição das infecções associadas a dispositivos, por tipo de UTI, NNISS, 2004.

percentil

Page 22: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Tipo de UTIn. de

unidadesn. pacientes-

dia média 10 25 50 75 90

Coronariana 60 305.911 0.56 0.26 0.46 0.60 0.70 0.78Geral universitária 99 759.464 0.78 0.65 0.74 0.82 0.87 0.90Geral outras 108 979.550 0.77 0.67 0.73 0.78 0.84 0.87

Coronariana 60 305.911 0.38 01.5 0.22 0.36 0.51 0.60Geral universitária 100 759.464 0.50 0.29 0.38 0.49 0.58 0.66Geral outras 109 979.550 0.50 0.29 0.38 0.49 0.58 0.66

Coronariana 60 305.911 0.25 0.11 0.14 0.23 0.36 0.41Geral universitária 99 759.464 0.43 0.23 0.32 0.43 0.55 0.62Geral outras 109 979.550 0.37 0.22 0.28 0.35 0.42 0.52

utilização de cateter venoso central

utilização de sondagem vesical de demora

Pneumonia associada a ventilação mecânica

Tabela. Média agregada e percentis da distribuição das taxas de utilização de dispositivos por tipo de UTI, NNISS, 2004.

percentil

Page 23: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

peso ao nascern. de

unidades

n. de dispositivos-

dia média 10 25 50 75 90

<1000 g 104 204.468 9.1 1.6 5.4 8.5 11.6 16.11001-1500g 98 95.254 5.4 0.0 1.8 4.0 7.4 12.21501-2500 g 97 79.904 4.1 0.0 0.0 3.2 6.5 8.9>2500 g 94 97.202 3.5 0.0 0.0 1.9 4.1 7.4

<1000 g 102 204.117 3.5 0.0 0.0 2.4 5.8 8.51001-1500g 91 50.204 2.4 0.0 0.0 0.0 3.2 8.01501-2500 g 86 39.957 1.9 0.0 0.0 0.0 1.5 6.1>2500 g 90 55.038 1.4 0.0 0.0 0.0 0.0 0.9

peso ao nascern. de

unidades

n. de pacientes-

dia média 10 25 50 75 90

<1000 g 105 489.195 0.42 0.21 0.31 0.43 0.55 0.701001-1500g 103 319.316 0.30 0.08 0.16 0.29 0.46 0.581501-2500 g 1093 388.630 0.21 0.05 0.09 0.17 0.31 0.54>2500 g 103 335.430 0.29 0.06 0.12 0.20 0.41 0.54

<1000 g 105 489.195 0.43 0.22 0.32 0.43 0.53 0.631001-1500g 104 319.316 0.16 0.05 0.09 0.15 0.20 0.351501-2500 g 103 388.630 0.10 0.03 0.05 0.07 0.16 0.27>2500 g 103 335.430 0.17 0.04 0.06 0.11 0.21 0.33

taxa de utilização de ventilação mecânica

percentil

infecção sanguínea associada a cateter central

Pneumonia associada a ventilação mecânica

taxa de utilização de cateter central

Tabela. Média e agregado de taxas de infecções e utilização de dispositivos invasivos em berçário de alto risco, por peso ao nascer, NNISS, 2004.

Page 24: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Dados gerados pelo sistema atual - CVE

Limitações1. Deficiências na incorporação plena dos critérios

diagnósticospotencial heterogeneidade de critérios

2. Deficiências na classificação de cirurgias de acordo com o potencial de contaminaçãoprovável diluição do indicador de infecção em FC por serem incluídas no denominador as cirurgias potencialmente contaminadas (oft, orl, gin, uro) cujas taxas de IH em geral são maiores que as limpas, porém menores que as contaminadas e infectadas

Page 25: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Dados gerados pelo sistema atual - CVE

Limitações3. Deficiências na captação de casos de infecção

cirúrgica por ausência de sistema de vigilância ativa pós-alta.

possivelmente taxas relatadas são inferiores às ocorrências reais

4. Ausência de classificação por severidade do paciente

na UTIgrande variabilidade nas taxas de

infecção entre os diferentes hospitais

Page 26: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Dados gerados pelo sistema atual - CVE

Limitações5. Amostras de algumas regionais apresentam < 20

hospitais. reduz a consistência da

hierarquização em percentis

6. Número de observações por hospitais (meses do ano) ainda é pequeno.

maior variabilidade dos dados mês-a-mês e conseqüentemente reduz a precisão da estimativa do problema

Page 27: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Dados gerados pelo sistema atual – CVE

• Devem ser avaliados como provisórios, até que adquiram maior consistência

• Assumir conclusões com cautela• São indicativos de diretrizes governamentais

a serem seguidas para:– Educação em saúde– Promoção de programas de redução de IH

• Não devem ser utilizados como indicadores isolados para avaliação da boa ou má qualidade da assistência.

Page 28: Conceitos Gerais e Epidemiologia das IH

Endereço eletrônico para recebimento de planilhas de IH:

[email protected]

Informações no site do CVE:www.cve.saude.sp.gov.br

Outras informações:[email protected]@saude.sp.gov.br