comunicado do banco de portugal sobre os resultados do exercício

13
1 BANCO DE PORTUGAL Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário O Banco Central Europeu divulga hoje os resultados da avaliação completa ao sistema bancário da área do euro. A avaliação compreendeu uma análise da qualidade dos ativos dos bancos (Asset Quality Review, AQR) e a realização de um teste de esforço. Em Portugal, a avaliação abrangia, inicialmente, a Caixa Geral de Depósitos, o Banco BPI, o Banco Comercial Português e o Espírito Santo Financial Group. Na sequência da medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo, foi decidido excluir este banco da presente divulgação de resultados da avaliação completa, dada a impossibilidade de concluir atempadamente o exercício para o Novo Banco. Os resultados do AQR e do cenário base do teste de esforço (2014-2016) permitem verificar a resiliência dos bancos portugueses abrangidos pelo exercício e demonstram que têm níveis de capitalização adequados. Em ambos os casos, todos os bancos registam rácios de capital superiores ao valor de referência de 8%. No cenário adverso do teste de esforço, de improvável ocorrência, o rácio CET1 projetado para o Banco Comercial Português para dezembro 2016 fica aquém do valor de referência de 5.5%, tendo já a instituição identificado um conjunto de medidas para cobrir integralmente a diferença apurada. Estas medidas serão agora incorporadas no plano de capitalização a apresentar ao Banco Central Europeu tal como previsto no exercício. É de salientar que o cenário adverso do teste de esforço é particularmente gravoso, dado que o ponto de partida do exercício (dezembro de 2013) era muito desfavorável em resultado do desempenho negativo da economia portuguesa no passado recente. Acresce, no caso específico do BCP, o facto do teste de esforço não ter permitido captar a globalidade da trajetória positiva decorrente da implementação do plano de reestruturação negociado com a Comissão Europeia. 1. O exercício de avaliação completa Em outubro de 2013, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que iria conduzir uma avaliação completa do sistema bancário da área do euro, em colaboração com as autoridades nacionais responsáveis pela supervisão bancária. A avaliação deveria estar concluída antes de o BCE assumir as suas funções no âmbito do Mecanismo Único de Supervisão a 4 de novembro de 2014. A avaliação completa incidiu sobre 130 bancos dos países da área do euro e tem como objetivos (i) fortalecer o balanço dos bancos, pela correção de problemas identificados, (ii) reforçar a transparência e a qualidade da informação sobre a situação dos bancos e (iii) fortalecer a confiança nas instituições bancárias. A avaliação completa compreendeu uma análise da qualidade dos ativos (Asset Quality Review - AQR) e a realização de um teste de esforço. Estes dois exercícios foram desenhados de forma

Upload: dinhdat

Post on 09-Jan-2017

219 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

1 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

O Banco Central Europeu divulga hoje os resultados da avaliação completa ao sistema bancário

da área do euro. A avaliação compreendeu uma análise da qualidade dos ativos dos bancos

(Asset Quality Review, AQR) e a realização de um teste de esforço.

Em Portugal, a avaliação abrangia, inicialmente, a Caixa Geral de Depósitos, o Banco BPI, o

Banco Comercial Português e o Espírito Santo Financial Group. Na sequência da medida de

resolução aplicada ao Banco Espírito Santo, foi decidido excluir este banco da presente

divulgação de resultados da avaliação completa, dada a impossibilidade de concluir

atempadamente o exercício para o Novo Banco.

Os resultados do AQR e do cenário base do teste de esforço (2014-2016) permitem verificar a

resiliência dos bancos portugueses abrangidos pelo exercício e demonstram que têm níveis de

capitalização adequados. Em ambos os casos, todos os bancos registam rácios de capital

superiores ao valor de referência de 8%.

No cenário adverso do teste de esforço, de improvável ocorrência, o rácio CET1 projetado para o

Banco Comercial Português para dezembro 2016 fica aquém do valor de referência de 5.5%,

tendo já a instituição identificado um conjunto de medidas para cobrir integralmente a

diferença apurada. Estas medidas serão agora incorporadas no plano de capitalização a

apresentar ao Banco Central Europeu tal como previsto no exercício.

É de salientar que o cenário adverso do teste de esforço é particularmente gravoso, dado que o

ponto de partida do exercício (dezembro de 2013) era muito desfavorável em resultado do

desempenho negativo da economia portuguesa no passado recente. Acresce, no caso específico

do BCP, o facto do teste de esforço não ter permitido captar a globalidade da trajetória positiva

decorrente da implementação do plano de reestruturação negociado com a Comissão Europeia.

1. O exercício de avaliação completa

Em outubro de 2013, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que iria conduzir uma avaliação

completa do sistema bancário da área do euro, em colaboração com as autoridades nacionais

responsáveis pela supervisão bancária. A avaliação deveria estar concluída antes de o BCE

assumir as suas funções no âmbito do Mecanismo Único de Supervisão a 4 de novembro de

2014.

A avaliação completa incidiu sobre 130 bancos dos países da área do euro e tem como objetivos

(i) fortalecer o balanço dos bancos, pela correção de problemas identificados, (ii) reforçar a

transparência e a qualidade da informação sobre a situação dos bancos e (iii) fortalecer a

confiança nas instituições bancárias.

A avaliação completa compreendeu uma análise da qualidade dos ativos (Asset Quality Review -

AQR) e a realização de um teste de esforço. Estes dois exercícios foram desenhados de forma

Page 2: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

2 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

articulada, tendo os resultados do AQR sido incorporados no teste de esforço através de um

processo definido para o efeito (join up).

No AQR foi realizada uma avaliação detalhada do balanço dos bancos à data de 31 de dezembro

de 2013 para verificar a adequação da valorização dos ativos, dos colaterais e das respetivas

provisões.

Com uma abordagem prospetiva, o teste de esforço avaliou a resiliência dos bancos em dois

cenários macroeconómicos: um cenário de base e um cenário adverso, que, embora plausível,

apresenta uma muito baixa probabilidade de ocorrência.

2. AQR – Exercício de avaliação da qualidade dos ativos

O exercício de avaliação da qualidade dos ativos (AQR) teve como objetivo avaliar a adequação

da valorização dos ativos, dos colaterais e das imparidades relacionadas, reforçando assim o

nível de transparência associado às exposições dos bancos.

O AQR centrou-se nos elementos do balanço considerados de maior risco, selecionados de

acordo com uma metodologia comum e seguindo definições harmonizadas. Pretendeu-se, desta

forma, assegurar a maior equidade possível entre as várias jurisdições do Mecanismo Único de

Supervisão (MUS), num contexto em que ainda subsistem algumas diferenças entre países na

definição do capital regulatório.

Esta avaliação originou, sempre que necessário, uma revisão do nível de imparidades associadas

às exposições de cada banco. O aumento de imparidades decorrente do AQR levou ao cálculo de

rácios de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) ajustados, permitindo uma comparação

efetiva entre todos os 130 bancos que fazem parte do MUS.

3. Teste de esforço

No teste de esforço foi avaliada a resiliência dos bancos em cenários macroeconómicos

distintos. Os resultados financeiros e prudenciais das instituições foram projetados partindo dos

dados de balanço de dezembro de 2013, ajustados aos resultados do AQR.

As projeções têm um horizonte temporal de três anos, ou seja, até dezembro de 2016. A

variável relevante para a análise é o valor do rácio CET1.

Os cenários macroeconómicos e financeiros

O teste de esforço foi desenvolvido em dois cenários distintos. O cenário de base foi elaborado

pela Comissão Europeia e refletia as projeções macroeconómicas oficiais à data.

O cenário adverso foi construído por aplicação de desvios ao cenário de base resultantes de

choques de baixa probabilidade, ainda que plausíveis, com impacto sobre as variáveis

macroeconómicas e financeiras. Esses choques correspondiam à materialização dos principais

Page 3: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

3 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

riscos sistémicos: aumento das yields da dívida pública na generalidade das economias;

deterioração adicional da qualidade de crédito em economias com procura agregada doméstica

reduzida e com sistemas bancários que ainda apresentam vulnerabilidades; adiamento de

adoção de reformas, suscitando dúvidas quanto à sustentabilidade das finanças públicas e

ajustamento insuficiente do balanço dos bancos que condiciona a obtenção de financiamento

de mercado a custo razoável.

Os cenários para Portugal

O cenário de base do teste de esforço assumiu uma recuperação gradual da atividade

económica em Portugal.

O cenário adverso incorporou pressupostos particularmente gravosos, entre os quais:

Um período prolongado de recessão na economia portuguesa, com redução acumulada

da atividade económica superior a 10%, quando considerado o período 2011-2016;

Uma taxa de desemprego projetada para 2015 superior a 18%, prevendo-se apenas

uma redução ligeira no ano seguinte;

Uma subida significativa das taxas de juro de longo prazo da dívida pública, com reflexo

no financiamento da economia e na valorização das carteiras de títulos de dívida dos

bancos.

Ambos os cenários assumiram uma redução significativa dos preços da habitação: na ordem de

10% no cenário de base e de 20% no adverso (em termos acumulados).

Comparativamente com as projeções mais recentes, apenas a taxa de crescimento do PIB para

2014 é idêntica à prevista no cenário de base. Nas variáveis do desemprego, das yields da

dívida pública e dos preços da habitação tem-se verificado uma evolução mais favorável. Face

a esta evolução, as projeções do cenário adverso, sendo muito mais gravosas do que as do

cenário de base, têm, neste momento, muito menor probabilidade de ocorrer.

Principais Variáveis dos Cenários Macroeoconómicos e Financeiros

Cenário de base 2014 2015 2016 2014 2015 2016

PIB a preços constantes (taxa de variação anual, em percentagem) 0,8 1,5 1,7 1,5 2,0 1,8

Desemprego (em percentagem da população activa) 16,8 16,5 14,5 10,7 10,4 10,1

Taxas de juro de longo prazo (OTs a 10 anos, em percentagem) 5,1 5,4 5,5 2,9 3,2 3,3

Preços de imóveis residenciais (taxa de variação anual, em percentagem) -5,6 -3,9 -1,3 0,9 2,7 3,8

Cenário adverso 2014 2015 2016 2014 2015 2016

PIB a preços constantes (taxa de variação anual, em percentagem) -0,8 -2,3 -1,1 -0,7 -1,5 0,1

Desemprego (em percentagem da população activa) 17,2 18,2 17,4 11,3 12,3 13,0

Taxas de juro de longo prazo (OTs a 10 anos, em percentagem) 7,4 7,1 7,2 4,4 4,3 4,4

Preços de imóveis residenciais (taxa de variação anual, em percentagem) -9,3 -7,5 -4,6 -7,9 -6,2 -2,1

Portugal União Europeia

Page 4: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

4 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

Metodologia

O teste de esforço decorreu sob a hipótese genérica de balanço estático. De acordo com esta

hipótese, as rubricas de balanço mantêm-se constantes (fixadas à data de dezembro de 2013) e

os instrumentos financeiros são renovados na maturidade, mantendo as mesmas características.

Admitiram-se exceções a esta hipótese, ainda que dentro de certas limitações, no caso dos

bancos com planos de reestruturação acordados com a Comissão Europeia até 31 de dezembro

de 2013 no âmbito de operações de capitalização com recurso a investimento público. Estão

nesta situação o Banco Comercial Português e a Caixa Geral de Depósitos.

No exercício, a projeção da margem financeira foi condicionada por restrições ao custo de

financiamento e à intensidade com que os bancos podem repercutir o aumento do custo de

financiamento nas taxas de juro do crédito. Nos bancos sujeitos à hipótese do balanço estático,

a margem financeira também não poderia aumentar em relação ao ponto de partida (2013).

Outras rubricas de proveitos e custos também foram restringidas pelo valor registado no ponto

de partida ou por valores históricos dessas variáveis.

As hipóteses do exercício foram especialmente penalizadoras para bancos cujo ponto de

partida do exercício de teste de esforço coincidiu com um ano particularmente adverso, como

é o caso dos bancos portugueses. De facto, os bancos portugueses registaram em 2013 os

piores resultados da história recente, decorrentes do contexto macroeconómico adverso.

Por um lado, a margem financeira dos bancos portugueses tem sido pressionada pelas baixas

taxas de juro. Por outro lado, o aumento do incumprimento do crédito e as inspeções

realizadas pelo Banco de Portugal, no contexto do Programa de Assistência Económica e

Financeira, resultaram no registo de valores muito elevados de imparidades para risco de

crédito.

Page 5: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

5 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

4. Resultados da avaliação completa

BPI – Banco BPI

O resultado da avaliação completa do Banco BPI permite concluir pela resiliência deste banco

em ambos os cenários.

O exercício de AQR resultou no apuramento de um rácio de CET1 de 15,2%, inferior em 12

pontos base face ao rácio apresentado pelo Banco BPI com referência a 31 de dezembro de

2013, mas superior ao limite mínimo de 8% estabelecido para o AQR.

No cenário de base, o rácio CET1 projetado para o Banco BPI para dezembro de 2016 é de

14,9%, menos 0,4 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite

mínimo definido para o cenário base do teste de esforço (8%).

No cenário adverso, o rácio projetado para dezembro de 2016 é de 11,6%, menos 3,7 pontos

percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido para o

cenário adverso do teste de esforço (5,5%).

Page 6: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

6 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

Evolução do rácio CET1 – BPI

Cenário de base

Cenário adverso

Nota: as colunas a cinzento correspondem ao rácio CET1 em dezembro de 2013, antes e após os resultados do AQR, e em dezembro

de 2016. Os contributos positivos/negativos para a evolução do rácio são apresentados a verde/vermelho. A coluna “Capital/CoCos”

diz respeito a aumentos de capital e amortização de instrumentos híbridos; a coluna “Resultados e Reservas” refere-se à acumulação

de resultados e variação de reservas; a coluna “Deduções e disposições transitórias” refere-se a deduções a fundos próprios de

acordo com a CRR/CRDIV e as respetivas disposições transitórias; a coluna “RWA” apresenta o impacto no rácio decorrente de

alterações de requisitos de fundos próprios.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Dez/13 Impacto AQR

Dez/13 após AQR

Capital / CoCos

Resultados e Reservas

Deduções e disposições transitórias

RWA Dez-16

%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Dez/13 Impacto AQR

Dez/13 após AQR

Capital / CoCos

Resultados e Reservas

Deduções e disposições transitórias

RWA Dez-16

%

Page 7: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

7 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

Principais Resultados – Banco BPI, SA

Dados referentes a 31 de Dezembro de 2013 Milhões de

euros, %

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

3.317

Ativos ponderados pelo risco (1)

21.711

Rácio CET1, % 15,3%

Dados referentes a 31 de Dezembro de 2013, após exercício de análise da qualidade dos ativos

Milhões de

euros, %

Impacto do exercício nos fundos próprios principais de nível 1 (CET1) -27

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

3.291

Ativos ponderados pelo risco (1)

21.710

Rácio CET1, % 15,2%

Resultados no cenário de base em dezembro de 2016

Milhões de euros, %

Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 734

Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book

399

Perdas acumuladas na carteira de negociação

4

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

3.258

Ativos ponderados pelo risco (1)

21.845

Rácio CET1, % 14,9%

Resultados no cenário adverso em dezembro de 2016

Milhões de euros, %

Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 650

Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book

1.040

Perdas acumuladas na carteira de negociação

10

Perdas nas exposições de dívida soberana (líquidas de impostos e após filtros prudenciais)

206

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

2.558

Ativos ponderados pelo risco (1)

22.058

Rácio CET1, % 11,6%

Défice de fundos próprios

Pontos base

2

Milhões de euros

face ao limiar de 8% para o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) ajustado pelos resultados da análise da qualidade dos ativos

0 0

face ao limiar de 8% no cenário de base 0 0

face ao limiar de 5.5% no cenário adverso 0 0

Défice de fundos próprios identificado no âmbito da avaliação completa 0 0

(1) Disposições transitórias de acordo com a CRR/CRD4 à data de reporte. Dados de 31/12/2013 calculados de acordo com as regras aplicáveis a 01/01/2014.

(2) O valor para os ativos ponderados pelo risco utilizado corresponde ao cenário relevante no pior ano.

Page 8: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

8 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

CGD – Caixa Geral de Depósitos

O resultado da avaliação completa da CGD permite concluir pela resiliência deste banco em

ambos os cenários.

O exercício de AQR resultou no apuramento de um rácio CET1 de 10,4%, inferior em 44 pontos

base ao rácio apresentado pela CGD com referência a 31 de dezembro de 2013, mas superior ao

limite mínimo de 8% estabelecido para o AQR.

No cenário de base, o rácio CET1 projetado pela CGD para dezembro de 2016 é de 9,4%, menos

1,5 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido

para o cenário base do teste de esforço (8%).

No cenário adverso, o rácio projetado para dezembro de 2016 é de 6,1%, menos 4,8 pontos

percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido para o

cenário adverso do teste de esforço (5,5%).

Page 9: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

9 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

Evolução do rácio CET1 – CGD

Cenário de base

Cenário adverso

Nota: as colunas a cinzento correspondem ao rácio CET1 em dezembro de 2013, antes e após os resultados do AQR, e em dezembro

de 2016. Os contributos positivos/negativos para a evolução do rácio são apresentados a verde/vermelho. A coluna “Capital/CoCos”

diz respeito a aumentos de capital e amortização de instrumentos híbridos; a coluna “Resultados e Reservas” refere-se à acumulação

de resultados e variação de reservas; a coluna “Deduções e disposições transitórias” refere-se a deduções a fundos próprios de

acordo com a CRR/CRDIV e as respetivas disposições transitórias; a coluna “RWA” apresenta o impacto no rácio decorrente de

alterações de requisitos de fundos próprios.

0

2

4

6

8

10

12

Dez/13 Impacto AQR

Dez/13 após AQR

Capital / CoCos

Resultados e Reservas

Deduções e disposições transitórias

RWA Dez-16

%

0

2

4

6

8

10

12

Dez/13 Impacto AQR

Dez/13 após AQR

Capital / CoCos

Resultados e Reservas

Deduções e disposições transitórias

RWA Dez-16

%

Page 10: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

10 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

Principais Resultados – Caixa Geral de Depósitos, SA

Dados referentes a 31 de dezembro de 2013 Milhões de

euros, %

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

6.929

Ativos ponderados pelo risco (1)

63.885

Rácio CET1, % 10,8%

Dados referentes a 31 de Dezembro de 2013, após exercício de análise da qualidade dos ativos

Milhões de

euros, %

Impacto do exercício nos fundos próprios principais de nível 1 (CET1) -281

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

6.651

Ativos ponderados pelo risco (1)

63.870

Rácio CET1, % 10,4%

Resultados no cenário de base em dezembro de 2016

Milhões de euros, %

Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 1.009

Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book

1.145

Perdas acumuladas na carteira de negociação

165

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

6.100

Ativos ponderados pelo risco (1)

64.910

Rácio CET1, % 9,4%

Resultados no cenário adverso em dezembro de 2016

Milhões de euros, %

Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 403

Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book

3.395

Perdas acumuladas na carteira de negociação

289

Perdas nas exposições de dívida soberana (líquidas de impostos e após filtros prudenciais)

98

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

3.982

Ativos ponderados pelo risco (1)

65.419

Rácio CET1, % 6,1%

Défice de fundos próprios

Pontos base

2

Milhões de euros

face ao limiar de 8% para o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) ajustado pelos resultados da análise da qualidade dos ativos

0 0

face ao limiar de 8% no cenário de base 0 0

face ao limiar de 5.5% no cenário adverso 0 0

Défice de fundos próprios identificado no âmbito da avaliação completa 0 0

(1) Disposições transitórias de acordo com a CRR/CRD4 à data de reporte. Dados de 31/12/2013 calculados de acordo com as regras aplicáveis a 01/01/2014.

(2) O valor para os ativos ponderados pelo risco utilizado corresponde ao cenário relevante no pior ano.

Page 11: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

11 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

BCP – Banco Comercial Português

No caso do BCP, o exercício de AQR resultou no apuramento de um rácio CET1 de 10,3%, inferior

em 197 pontos base ao rácio apresentado pelo BCP com referência a 31 de dezembro de 2013,

mas superior ao limite mínimo de 8% estabelecido para o AQR.

Em cenário de base, o rácio CET1 projetado pelo BCP para dezembro de 2016 é de 8,8% menos

3,4 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando acima do limite mínimo definido

para o cenário base do teste de esforço (8%).

No cenário adverso, após incorporação dos resultados do AQR, o rácio projetado para dezembro

de 2016 é de 3,0%, menos 9,3 pontos percentuais do que em dezembro de 2013, ficando aquém

do valor de referência de 5.5%.

A instituição já identificou um conjunto de medidas para cobrir integralmente a diferença

apurada, as quais serão agora incorporadas no plano de capitalização a apresentar ao Banco

Central Europeu tal como previsto no exercício.

É de salientar, no caso específico do BCP, o facto do teste de esforço não ter permitido captar a

globalidade da trajetória positiva decorrente da implementação do plano de reestruturação

negociado com a Comissão Europeia, nem tomar em consideração medidas que o banco poderia

adotar caso o cenário adverso se materializasse efetivamente.

Page 12: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

12 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

Evolução do rácio CET1 – BCP

Cenário de base

Cenário adverso

Nota: as colunas a cinzento correspondem ao rácio CET1 em dezembro de 2013, antes e após os resultados do AQR, e em dezembro

de 2016. Os contributos positivos/negativos para a evolução do rácio são apresentados a verde/vermelho. A coluna “capital/CoCos”

diz respeito a aumentos de capital e amortização de instrumentos híbridos; a coluna “Resultados e Reservas” refere-se à acumulação

de resultados e variação de reservas; a coluna “Deduções e disposições transitórias” refere-se a deduções a fundos próprios de

acordo com a CRR/CRDIV e as respetivas disposições transitórias; a coluna “RWA” apresenta o impacto no rácio decorrente de

alterações de requisitos de fundos próprios.

0

2

4

6

8

10

12

Dez/13 Impacto AQR

Dez/13 após AQR

Capital / CoCos

Resultados e Reservas

Deduções e disposições transitórias

RWA Dez-16

%

0

2

4

6

8

10

12

Dez/13 Impacto AQR

Dez/13 após AQR

Capital / CoCos

Resultados e Reservas

Deduções e disposições transitórias

RWA Dez-16

%

Page 13: Comunicado do Banco de Portugal sobre os resultados do exercício

13 BANCO DE PORTUGAL • Resultados do exercício de avaliação completa ao sistema bancário

Principais Resultados – Banco Comercial Português, SA

Dados referentes a 31 de dezembro de 2013 Milhões de

euros, %

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

5.569

Ativos ponderados pelo risco (1)

45.559

Rácio CET1, % 12,2%

Dados referentes a 31 de dezembro de 2013, após exercício de análise da qualidade dos ativos

Milhões de

euros, %

Impacto do exercício nos fundos próprios principais de nível 1 (CET1) -896

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

4.667

Ativos ponderados pelo risco (1)

45.502

Rácio CET1, % 10,3%

Resultados no cenário de base em dezembro de 2016

Milhões de euros, %

Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 2.770

Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book

1.425

Perdas acumuladas na carteira de negociação

225

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

4.001

Ativos ponderados pelo risco (1)

45.277

Rácio CET1, % 8,8%

Resultados no cenário adverso em dezembro de 2016

Milhões de euros, %

Resultados acumulados antes de perdas por imparidade 1.665

Perdas por imparidade acumuladas para ativos financeiros e não financeiros no banking book

3.149

Perdas acumuladas na carteira de negociação

337

Perdas nas exposições de dívida soberana (líquidas de impostos e após filtros prudenciais)

-60

Fundos próprios principais de nível 1 (CET1) (1)

1.356

Ativos ponderados pelo risco (1)

45.321

Rácio CET1, % 3,0%

Défice de fundos próprios

Pontos base

2

Milhões de euros

face ao limiar de 8% para o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) ajustado pelos resultados da análise da qualidade dos ativos

0 0,00

face ao limiar de 8% no cenário de base 0 0,00

face ao limiar de 5.5% no cenário adverso 251 1.137

Défice de fundos próprios identificado no âmbito da avaliação completa 251 1137

(1) Disposições transitórias de acordo com a CRR/CRD4 à data de reporte. Dados de 31/12/2013 calculados de acordo com as regras aplicáveis a 01/01/2014.

(2) O valor para os ativos ponderados pelo risco utilizado corresponde ao cenário relevante no pior ano.